Edição 714 do Jornal O Notícias da Trofa

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Quinzenário | 2 de abril de 2020 | Nº 714 Ano 17 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €

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Paróquias do Coronado doam 80 000 euros a hospital

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Dicas para limpar a casa, roupa e carro durante o surto

Cruz Pascal passará pelas paróquias... de carro

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Trofa regista 2 mortes por COVID-19 pub


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O NOTÍCIAS DA TROFA 2 de abril de 2020

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Atualidade

Funcionária da Preh infetada com Covid-19 Uma funcionária da empresa Preh, na Trofa, testou positivo para o novo coronavírus. De acordo com a informação da empresa, através de uma circular disponibilizada aos colaboradores, a mulher terá, a 26 de março, entrado em contacto com a empresa para reportar a informação, depois de ter feito o teste a título pessoal e por iniciativa própria. De acordo com a circular da Preh, a funcionária infetada, que trabalha na montagem automóvel, está ausente da empresa desde dia 19 de março e as pessoas que com ela contactaram foram já informadas e estão já a cumprir quarentena. A empresa garante estar a acompanhar diariamente, através do seu gabinete médico, as funcionárias que ficaram em casa que são um total de seis. No documento a que O Notícias da Trofa teve acesso, a Preh apela para que os funcionários “apliquem de forma rigorosa as medidas de prevenção” em vigor. José Mendes, gerente da Preh Portugal, confirmou ao NT que a trabalhadora está com teste positivo, adiantando que a empresa tem como principal objetivo manter a saúde e bem-estar dos seus 1500 trabalhadores e que “des-

de janeiro, tem tomado medidas para diminuir a possibilidade de contágio dentro das instalações, através da implementação de medidas que passam, por exemplo, assegurar que os trabalhadores do turno que vai iniciar cada período só entram nas instalações após a saída dos colegas do turno anterior”. O gerente adiantou ainda que “todos os trabalhadores ao entrar na empresa, têm de dar a conhecer a temperatura corporal e caso registem uma temperatura entre 37 e 37,4 graus são colocados em isolamento numa área preparada para o efeito dentro das instalações da empresa e passam a ser acompanhados pela equipa médica”. “Nos casos em que a temperatura é igual ou superior a 37,5 graus os trabalhadores são enviados para casa e têm de contactar a Linha de Saúde 24”, adiantou José Mendes, realçando que “continuam a ser acompanhados, a partir daí, telefonicamente, pela equipa médica da Preh”. Outra das várias medidas implementadas foi nas áreas comuns da empresa, em que foi estabelecido “o limite de número de colaboradores que podem, ao mesmo, tempo utilizá-las”, finalizou.

Lares do concelho sem casos O NT contactou todas as instituições de apoio a seniores existentes no concelho, que garantem não ter havido ainda nenhum caso confirmado de Covid-19. CÁTIA VELOSO/HERMANO MARTINS

No Lar Padre Joaquim Ribeiro, até esta quarta-feira, não havia nenhum infetado quer entre os 40 utentes do lar residencial quer entre os 40 colaboradores, que estão a trabalhar “em espelho”, em turnos de 12 horas, de forma a não se cruzarem. O centro de dia foi encerrado no dia 13 de março. Também na Santa Casa da Misericórdia não há registo de nenhum utente nem colaborador de nenhuma das valencias com infeção por Covid-19. Nos lares residenciais, que acolhem no total 110 utentes, os colaboradores também trabalham “em espelho” e não trocam de instalações, que têm funcionado de forma autónoma. No apoio domiciliário, a instituição cobre as necessidades de 80 pessoas. Durante estes dias de agravamento do surto, os colabo-

Meteorologia

radores, antes de entrar ao serviço, são sujeitos à medição da temperatura para despistagem de febre. Todos os trabalhadores, segundo fonte da instituição, vão ser testados para a Covid-19, sendo que todos passarão por este processo de rastreio. Em S. Mamede do Coronado, o Centro Social e Paroquial também não registava, até esta quarta-feira, qualquer caso de Covid-19, entre os 107 utentes do lar residencial, as 30 pessoas apoiadas no domicílio e os 44 colaboradores. Os funcionários estão a trabalhar “em espelho”, em turnos de 12 horas e já foram criados quatro espaços de isolamento para o caso de haver casos de infeção, quer entre os utentes, quer entre os colaboradores. Na Muro de Abrigo, o centro de dia encerrou a 16 de março. Já no apoio domiciliário, as 30 pessoas apoiadas, dos concelhos da Maia e da Trofa, contam com a ajuda de 11 funcionários. Também neste caso, não há registo de infetados pelo novo coronavírus. A ASCOR, em S. Romão do Coronado, encerrou a valência de centro de dia no dia 16 de março.

Correio do Leitor

Estimado(a) irmão (irmã) mais fragilizado(a): Neste ano 2020 ainda não te visitei. Se não o fiz, não foi por falta de tempo ou por me ter esquecido de ti. A situação calamitosa que estamos a viver e as orientações emanadas da Direcção Geral de Saúde impedem-me de o fazer. Mas, diariamente, ao passar à porta dos meus paroquianos doentes ou fragilizados, me lembro de cada um deles. Sei que cada um de vós gostaria de me ver entrar no seu quarto e conversar comigo. Também eu! Logo que seja possível, retomarei a visita aos meus doentes. Até lá, embora à distância, continuaremos unidos na fé em Jesus Cristo, nosso Guia e Condutor. Sou padre há 30 anos. Pela primeira vez me vejo privado de liberdade total. Ao longo destas três décadas, sempre visitei livremente os meus doentes. Pela primeira vez, estou impedido de o fazer. A situação internacional assim o exige, Mas não penseis que vos esqueci. Tenho-vos a todos presentes no meu dia-a-dia. E, logo que esta peste esteja estancada, visitar-vos-ei. Aproxima-se a SEMANA SANTA. Pela primeira vez em 30 anos, celebrarei o Tríduo Pascal sem a presença física dos meus paroquianos. Peço-vos que nesses dias estejais unidos a mim. Também, pela primeira vez, não se realizará o tradicional Compasso. Será uma Páscoa diferente! Quando um navio está a naufragar, o comandante é o último a abandonar a embarcação. Nesta hora difícil que o mundo está a viver, eu, o comandante, cá estou. As igrejas estão vazias. As ruas, desertas. Não escutamos as risadas das nossas crianças nas ruas. A catequese está suspensa. Mas o comandante está presente, nos locais e horas habituais. Sózinho, tantas vezes!... Mas lá está… O comandante será sempre o último a abandonar o navio! Esperando voltar a ser totalmente livre e a visitar os meus doentes como sempre o fiz, despeço-me de vós e desejo-vos uma santa Páscoa da ressurreição do Senhor. E não vos esqueçais disto: o comandante é o último a abandonar o navio em naufrágio! O vosso comandante está convosco e lembra-se diariamente de vós! Uma santa Páscoa para todos vós. Alvarelhos/Covelas /Guidões 29 de Março de 2020 O vosso comandante Pe. José da Rocha Ramos


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Coronavírus

Trofa com 35 casos de Covid-19 e duas mortes No concelho da Trofa registam-se 35 casos de infeção por Covid-19, dos quais dois resultaram na morte de um homem e de uma mulher, ambos com 90 anos. CÁTIA VELOSO/HERMANO MARTINS

Depois do primeiro caso de infeção por Covid-19 no dia 12 de março, a Trofa viu o número de casos subir para 35, em 20 dias. Os dados por município têm sido disponibilizados pela Direção-Geral de Saúde (DGS), no habitual relatório diário da situação da pandemia do novo coronavírus, no país. A avaliação da evolução do número de casos no concelho torna-se complexa, uma vez que, na terça-feira, a DGS admitiu ter havido erros na transmissão de dados, com casos duplicados no relatório diário e que, só a partir de quarta-feira, seriam notificados os casos colocados pelo sistema SINAVE. Dos 35 casos identificados no concelho, há a lamentar duas mortes. O primeiro caso de 28 de março. Um homem de 90 anos, residente na freguesia do Muro, não resistiu à doença, tendo falecido no Hospital de S. João, no Porto, onde estava internado nos cuidados intensivos desde o dia 26 de março. O filho do homem, com cerca de 60 anos, também infetado está internado desde meados da semana passada, com prognóstico reservado, nos cuidados intensivos, no Hospital de S. João. Há ainda familiares diretos dos dois homens que partilham a mesma habitação e estão infetados e que se encontram em isolamento profilático na habitação. Na rede social Facebook, a neta do homem falecido escreveu sobre “a tragédia e a dor” que recaiu sobre a família: “No passado domingo (22 de março), recebi a triste notícia que o teste do meu pai tinha dado positivo para Covid-19. Ao longo da semana, ele foi internado e está neste momento em coma induzido e com ventilador. No decorrer dos dias, o meu avô foi internado de urgência e recebi a notícia que o seu teste deu positivo. Já no final da semana, a minha mãe foi testada também positivo. Hoje, dia 28 de março, meu coração é de luto, tristeza e lágrimas, porque o meu querido avô partiu para sempre. Que descanses em paz, avô. Com tudo isto, queria alertar a todos para que se cuidem e não saiam de vossas casa. A nossa vida é coisa mais bonita e preciosa que temos”. A segunda morte foi registada numa doente natural de S. Romão do Coronado. A mulher de 90 anos, era utente de um lar no concelho da Maia e foi internada na sexta-feira, 27 de março, acabando por falecer três dias depois, no Hospital de S. João, no Porto. Homem em isolamento profilático morre em S. Romão Os Bombeiros Voluntários da Trofa foram chamados na

manhã de domingo, 29 de março, cerca das 10 horas, para socorrer um homem com 81 anos de idade, residente em S. Romão do Coronado, que estaria em paragem cardiorrespiratória. O homem e a esposa estariam sozinhos em casa, cumprindo isolamento profilático por, alegadamente, terem contactado com um familiar infetado com Covid-19. A VMER de Vila Nova de Famalicão, do Centro Hospitalar do Médio Ave, foi acionada, tendo a equipa médica confirmado o óbito do homem de 81 anos. O corpo do homem foi transportado para o Gabinete Médico Legal e Forense do Ave, em GuimaNo concelho da T rofa registam- se duas mortes rães, para a realização da A doente transportada pelos Bombeiros da Trofa é a autópsia, preponderante para apurar as causas da morte do homem e se a origem estaria em infeção provocada trabalhadora da JMA, a empresa têxtil de Roriz, concelho de Santo Tirso, e residente na mesma freguesia, que pelo novo coronavírus. Já seriam os vizinhos que estariam a ajudar os idosos, foi transportada pelos Bombeiros Voluntários de Vila das abastecendo-os com os bens necessários ao dia a dia, Aves para o Hospital de Santo Tirso, na terça-feira à noite, tendo em conta que estavam isolados e não estabeleciam devido a outro problema de saúde que não tinha que ver com a Covid-19, mas acabou por ser alvo de um teste de qualquer contacto com o exterior. O casal estaria a ser acompanhado pela Delegação de despistagem, que deu positivo. Saúde que, diariamente, estabelecia contactos, desde que País com 8251 casos iniciaram o isolamento. Bombeiros que contactaram com infetada testaram negativo Dois elementos dos Bombeiros Voluntários da Trofa estiveram em isolamento profilático, depois de terem procedido à transferência hospitalar de uma doente do foro psiquiátrico, da unidade de Santo Tirso do Centro Hospitalar do Médio Ave para o Hospital de S. João, no Porto, que veio a confirmar-se estar infetada pelo novo coronavírus. Esta foi uma medida de segurança e proteção dos elementos do corpo de bombeiros, determinada pelo comando, apesar de não ter havido nenhum contacto por parte da delegação de saúde a indicar que o isolamento fosse obrigatório. Depois da quarentena e de testarem negativo para o novo coronavírus, os voluntários regressam ao ativo esta quinta-feira, 2 de abril.

A nível nacional, até esta quarta-feira estavam contabilizados 8251 casos de infeção e 187 mortes. Em internamento estavam 726 pessoas, das quais 230 em cuidados intensivos. Estavam a aguardar resultado laboratorial 4957 pessoas com suspeitas de infeção e 20275 pessoas em vigilância pelas autoridades de saúde. A região Norte continuava a ser a mais afetada, com 4910 casos e 95 óbitos. Segundo o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, o número de vítimas mortais representa uma taxa global de letalidade de 2,3 por cento e acima dos 70 anos de 9,1 por cento. O número de recuperados mantém-se nos 43 desde há uma semana. A nível concelhio, a Maia registava, até quarta-feira, 328 casos, Valongo 233, Vila Nova de Famalicão 99, Santo Tirso 48, Vila do Conde 39 e Póvoa de Varzim 21.


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Coronavírus

ACES define áreas para doentes com sintomas de Covid-19 A Direção Geral da Saúde (DGS) declarou que o país se encontra em fase de mitigação na luta contra a pandemia da Covid-19 e emitiu uma norma, que determina que em cada Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) sejam organizados pelo menos uma Área Dedicada a doentes com sintomas respiratórios/CoDefinidas áreas dedicadas a doentes com sintomas de covid-19 vid (ADC). No concelho da Trofa, o de Saúde da cidade de San- meiro lugar para a Linha ACES Santo Tirso/Trofa de- to Tirso. SNS24 (808 24 24 24)”. terminou que o Centro de Como alternativa, pode “A organização destes serSaúde no centro da cida- viços teve como base crité- ligar para a unidade de saúde é uma das ADC, para os rios como a área geográ- de onde está inscrito. utentes da Unidade de Saú- fica do ACES, a acessibilide Familiar (USF) “Uma dade, epidemiologia local, ARS Norte Ponte para a Saúde”, da Uni- bem como os recursos hudisponibiliza contacto dade de Cuidados de Saúde manos e materiais disponípara rastrear Covid-19 Personalizados (UCSP) da veis”, fez saber a diretora A Administração RegioTrofa e de Alvarelhos. Para do ACES Santo Tirso/Tro- nal de Saúde (ARS) do Noros utentes da área geográfi- fa, Ana Tato. te criou uma linha telefónica da USF “Ao Encontro da Num comunicado elabo- ca para rastrear utentes da Saúde” e UCSP de Alvare- rado para divulgação à po- região que apresentem sinlhos, a ADC está localizada pulação, o ACES sublinha tomas da Covid-19 ou seja, no Centro de Saúde de S. que, “para ser atendido febre, tosse ou falta de ar. Romão do Coronado. nestes serviços”, os utentes O contacto deverá ser feito Estas ADC funcionam nos que apresentarem sintomas para o número 220 411 190, dias úteis, das 8 às 20 horas. – tosse persistente, e/ou fe- que se trata de uma alternaAo fim de semana e fe- bre (temperatura igual ou tiva à Linha SNS24, que tem riados, no mesmo horário, superior a 38º C) e/ou difi- estado bastante congestiotoda a população do ACES culdade respiratória – “de- nada devido à multiplicadeve-se dirigir ao Centro vem ligar sempre e em pri- ção de casos.

Instalada extensão da Urgência Médico-Cirúrgica em Famalicão Já está instalada a extensão do Serviço de Urgência Médico-Cirúrgico (SUMC) no edifício da consulta externa de Vila Nova de Famalicão, do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA). O acesso é feito pelo parque de estacionamento do hospital. Esta é uma das medidas que estão a ser implementadas pela administração do CHMA, em virtude do surto de Covid-19. Recorde-se ainda que o internamento de Cirurgia Geral, no Piso 2, passará a acolher todos os doentes cirúrgicos (Cirurgia Ge-

Acesso é feito pelo parque de estacionamento do hospital ral, Ortopedia, Ginecologia e ORL), o Bloco de Partos e da Urgência Obstétrica passará para os Quartos Particulares (Piso1) e o in-

ternamento de Obstetrícia será feito no antigo internamento de Cirurgia Mulheres, no Piso2.

Sónia Garcia da Costa

Psicologia

Tempos excecionais Na primeira crónica que partilhei convosco, abordei a situação assoladora da Itália no combate ao inimigo comum, invisível aos nossos olhos, neste país que, apesar da distância, nos é tão próximo culturalmente. A vida mudou para todos/ as nós; no passado dia 19 de março, o Conselho de Ministros definiu as medidas que vão vigorar no Estado de Emergência, decretado no dia 18 de março, pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. E, efetivamente, esta mudança inerente à situação de pandemia acarreta medos e dúvidas, que poderão ter um impacto muito significativo na saúde mental dos/as portugueses/as, naturalmente extensível à restante população mundial. Para além do receio expectável de poder vir a contrair a doença, o stress inerente à possibilidade de grandes privações ao nível dos rendimentos, do poder de compra, do pagamento do empréstimo ou da renda da habitação, do desemprego, da acumulação de dívidas, poderá ter um grande impacto na saúde mental dos/as portugueses/as, sendo já, como é sabido, a saúde mental o parente pobre da saúde em Portugal. Crê-se que em Portugal uma em cada cinco pessoas apresenta um problema de saúde psicológica; parece haver um predomínio superior das perturbações do humor, como por exemplo, da depressão, e das perturbações da ansiedade. Estas perturbações, apesar de, eventualmente, se poderem vir a verificar a curto prazo, será a longo prazo que a prevalência ou o agravamento de algumas situações poderão passar de um nível mais ligeiro ou moderado, para um nível mais grave, potenciando o surgimento de outras per-

turbações mentais, como as psicoses, principalmente em pessoas menos resilientes ou mais vulneráveis, tanto pela doença, comorbilidades, sistemas de apoio social, como pela incapacidade que poderão vir a sentir em várias áreas da vida. O impacto da pandemia na saúde mental das pessoas estará associado à morbilidade, mortalidade, à capacidade de resposta do Governo. E refiro-me não só à capacidade de evitar o colapso económico, o desemprego, o aumento das dívidas, mas também de prevenir a doença biopsicossocial e de proteger os/as cidadãos/ãs mais vulneráveis (e.g. das pessoas que coabitam com agressores/ as, crianças institucionalizadas, pessoas sem abrigo, ...). Um pouco por todo o país assistimos a medidas remediativas e protecionistas de âmbito social e da saúde mental que estão a ser implementadas, sobretudo, a nível local pelas Autarquias, desejavelmente e na maioria das vezes, em articulação com associações, IPSS e ONG, e por membros atentos e ativos da comunidade. Apesar de sentirmos esperança, estamos todos/as preocupados/as. É um facto! Por isso, é importante que sejam criados, de forma articulada, meios que ofereçam informação fidedigna, que reforcem as respostas já existentes na comunidade (SNS, Autarquias, IPSS, ONG), sobretudo, ao nível da saúde mental. Neste sentido, não terá necessariamente de passar pela contratação de mais profissionais de saúde mental, mas

sim pelo reforço das equipas de âmbito comunitário, constituídas por psicólogos/as, psiquiatras, assistentes sociais, enfermeiros/ as... o que aliás tinha sido uma prioridade do Plano Nacional para a Saúde Mental (2007-2016), mas que não foi concretizada. Estas equipas poderão desempenhar um papel muito importante na recuperação, é certo. Da mesma forma, a um nível local, não esqueçamos as estratégias que as Autarquias estão a desenvolver, em articulação com associações, IPSS e ONG; o apoio da comunidade ou do/a vizinho/a atento/a, e o seu impacto na reposição da normalidade possível e, a médio e a longo prazo, na esperada recuperação! Até lá, siga orientações de fontes fidedignas de informação; evite estar em busca de permanentes atualizações sobre o novo coronavírus, pois só aumentará a ansiedade; lembre-se de que há fatores que consegue controlar (manter uma atitude positiva, desligar a televisão, encontrar coisas divertidas para fazer em casa, fazer exercício físico e mental, ocupar o dia com aquilo que sempre desejou mas para o qual nunca teve tempo, manter a distância social física recomendável, reforçar hábitos de higiene e de etiqueta respiratória, contactar por telefone amigos/as e familiares...) e fatores que não consegue controlar (como por exemplo, fazer previsões sobre o futuro). Proteja-se e proteja os seus. Estamos em crer de que #tudovaificarbem!


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Coronavírus

Ligue 1400 e encomende os seus medicamentos 1400. O número é de fácil memorização, gratuito e pode ser contactado de qualquer rede móvel ou fixa. Através dele, as pessoas podem fazer a sua encomenda de medicamentos ou produtos de farmácia, a qualquer hora do dia. A linha telefónica, em funcionamento em todo o continente e ilhas, surge de uma parceria entre a Associação Nacional das Farmácias (ANF), os CTT, as autarquias e as IPSS. Segundo nota informativa, a ANF explicou que “o 1400 é especialmente recomendado às pessoas que, pela sua idade ou condição de saúde, se devem abster de qualquer saída à rua durante

a pandemia de Covid-19”. “Com uma chamada telefónica podem encomendar quaisquer medicamentos e produtos de farmácia. O centro de atendimento dará prioridade à satisfação dos pedidos de doentes crónicos e pessoas com mais de 60 anos”, explicou. Além de, através desta linha, os utentes poderem “planear visitas à farmácia”, também está garantida “a dispensa de medicamentos ao domicílio, em todo o país”. “O atendimento telefónico informa quais as farmácias mais próximas com os medicamentos disponíveis. Antes de libertar qualquer encomenda, a farmácia escolhida contacta sem-

pre o utente para o esclarecer quanto aos benefícios, riscos e instruções a seguir para o bom uso dos medicamentos”, atesta ainda a ANF. O presidente desta associação, Paulo Cleto Duarte, fez um apelo para que se evite “sobrecarregar a linha com pedidos desnecessários, para ser possível responder de imediato às necessidades urgentes e das pessoas mais frágeis”. “A pandemia pode ter colocado em causa as visitas à farmácia, mas jamais o serviço farmacêutico completo e seguro. As farmácias continuam próximas de qualquer português, a cada segundo que passa”, garantiu. C.V.

L inha telefónica é gratuita

Diabéticos com mais de 60 anos devem fazer “quarentena rigorosa” A Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) voltou a sublinhar o dever especial da prevenção da doença Covid-19 para as pessoas com diabetes e enfatizou a importância da quarentena “rigorosa” de pessoas com a doença, que tenham mais de 60 anos. CAROLINA

em que o mesmo se processará”. O presidente da APDP complementa ainda que “todas as pessoas com diabetes devem ter em casa medicação suficiente para dois meses, dado ter aumentado a previsão de duração da epidemia, assim como material de autovigilância e toda a medicação que tomam habitualmente para outras doenças, nomeadamente para o aparelho cardiovascular”.

SILVA/CÁTIA VELOSO

José Manuel Boavida, presidente da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, alega ser “crucial que sejam adotadas medidas de contenção social, particularmente na população mais idosa que está mais suscetível a uma fragilização do sistema imunitário devido a outras patologias” e aponta que “esta recomendação de quarentena advém dos dados já apurados noutros países e que demonstram que na população com mais de 60 anos e nas pessoas com doenças crónicas o risco de complicações graves e de

Diabéticos devem ter em casa medicação suficiente para dois meses morte aumenta”. O isolamento profilático é ainda mais significativo no caso de diabéticos com outros problemas como hipertensão, doença coronária, respiratória ou cancro. Estas só devem sair de casa se for estritamente necessário, distanciando-se de qualquer contacto social.

A APDP frisa que a população com diabetes que está a trabalhar, sem ser a partir de casa, pode requerer a baixa médica, sublinhando que “já pediu ao Ministério da Saúde que agilizasse este processo para não obrigar as pessoas a ir ao Centro de Saúde e a clarificação das condições

Em caso de dúvida, devem contactar o médico de família ou a APDP, através da linha de apoio gratuita que esta criou para ajudar e aconselhar as pessoas que têm diabetes. O objetivo é evitar deslocações necessárias às unidades de saúde, apoiando uma faixa populacional de elevado risco. O contacto pode ser feito para o 21 381 61 61, todos os dias, entre as 8 e as 20 horas.


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Coronavírus

Banco Alimentar cria rede de emergência para apoiar carenciados O Banco Alimentar anunciou a criação da Rede de Emergência Alimentar para fazer face à pandemia de Covid-19, que vai funcionar mediante inscrição das necessidades dos beneficiários numa plataforma informática. A inscrição pode ser feita pelos próprios, familiares ou amigos, e os bens serão encaminhados para um ponto de entrega próximo da residência, por forma a acautelar as regras de segurança e a garantir que a alimentação continua a chegar aos cidadãos mais carenciados. A iniciativa tem o apoio da Entreajuda e está coordenada com a Bolsa de Voluntariado. O ponto de entrega da alimentação pode ser uma instituição de solidariedade social ou um local disponibilizado por autarquia acreditada. A organização garantiu, em comunicado, que os voluntários envolvidos no transporte das refeições confecionadas ou dos produtos para os pontos de entrega ou residências estarão “devidamente protegidos”. Sob o lema “A Ajuda Não Pode Parar”, pretende-se com essa ação “dar uma resposta estruturada” a uma realidade que se agrava todos os dias, de acordo com a organi-

A iniciativa tem o apoio da E ntreajuda zação, liderada por Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome e da Entreajuda. “As medidas tomadas, indispensáveis para prevenir o contágio e propagação da doença, estão a criar situações extremamente difíceis e de grande desespero junto das populações mais desfavorecidas”, lê-se no comunicado.

Centro Hospitalar cria linhas de apoio para grávidas e serviço de pediatria Em altura de pandemia, o Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) disponibiliza algumas linhas personalizadas para atender utentes de serviços diferenciados. A Linha de Apoio à Grávida funciona todos os dias, das 8 às 22 horas, através do número 91 050 90 89 e visa apoiar as futuras mães no esclarecimento de dúvidas evitando a sua deslocação ao hospital. Para este efeito está também dis-

Aqui há take-away! NT divulga restaurantes que servem para fora

Para facilitar a tarefa daqueles que, por algum motivo, precisa de comprar refeições, O Notícias da Trofa decidiu dedicar uma página no site (www.onoticiasdatrofa.pt) com a lista dos estabelecimentos de restauração que servem em regime de take-away. A lista pode ser vista clicando sobre a caixa de imagem que surge do lado direito do site ou através do link https://bit.ly/3bBVjWf Para termos a nossa lista o mais completa possível, contamos com a sua colaboração. Se conhece algum restaurante que disponibilize refeições em take-away preencha o formulário que está disponível na mesma página, que será depois acrescentado na lista.

ponível o email linhadeapoiogravida@chma.min-saude. pt. A Sala de Partos do Serviço de Obstetrícia do CHMA também pode ser contactada através do número pelo 252 300 800, após as 22 horas. Também para prestar todo o apoio necessário aos pais, o CHMA tem uma linha de apoio ao Serviço de Pediatria, disponível através do número 252 089 168, das 9 às 20 horas.

Petisqueira de Finzes (S. Martinho)

Rest. Hipopotamus (S. Mart.)

(Alm/Jnt) 965625700 ou 25241 527

(Alm/Jnt) 252411839 ou 913919187

Ciro Umberto Pizzaria (S. Mart.)

Café Artur’s (S. Mart.)

(Jnt) 252130326

(Jnt) 252415269 ou 919627252

Os Braguinhas (Santiago)

Forninho d’Avenida (Santiago)

(Alm/Jnt) 966650100

(Alm) 913634695

Cantinho da Tia Inês (S. Mart.)

Snack-Bar da Estação (S.Romão)

(Alm) 252416406

(Alm/Jnt) 229820070

Cantinho de Guidões (Guidões)

Rest. Gavião do Mar (Santiago)

(Jnt) 911874670

(Alm) 934712420

O Café do Manel (Covelas)

Rest. Fonte da Hera (S. Mamede)

(Alm/Jnt) 966448002 ou 229864256

(Alm) 911858080

Forno e Brasa (S. Mart.)

Café Ferrovia (S. Mart.)

(Alm/Jnt) 966726370 ou 252065103

(Jnt) 913377046

Churrascaria Félix (Guidões)

Restaurante Peixoto (S. Mamede)

(Alm/Jnt) 252418893

(Alm) 229821570

Hora do Almoço (S. Mart.)

Churrasq. Abelheira 2 (Santiago)

(Alm) 930627455

(Alm/Jnt) 252428173 ou 910950812

A Bodeguita (S. Mart.)

AMMA Cervejaria (S. Mart.)

(Alm/Jnt) 252416958

(Alm/Jnt) 911117575

Mordomias Caffe (S. Mart.)

Restaurante São Pantaleão (Muro)

(Jnt) 915688809

(Alm) 229820744

Café Zairense (Santiago)

Restaurante Os Sousas (Santiago)

(Alm) 918821024

(Alm) 910760813

Campos Churrascaria (S. Mart.) (Alm/Jnt) 252428359 / 910231975

** Alm (Almoço) Jnt (Jantar)

José Pedro Maia Reis Memórias e Histórias da Trofa

Um passado de devoção Os tempos são duros, não são fáceis, todavia, serve de alento não ter sido um momento ou circunstâncias únicas na longa história da sociedade. Não vai muito longe no tempo, pouco mais de cem anos apenas passaram em que uma última grande epidemia invadia as localidades e as famílias do nosso país, era silenciosa e matava após uma longa agonia. Refiro-me à Gripe Espanhola. Foram tempos duros para a Trofa e para as freguesias que ia constituir o seu futuro concelho, algumas foram deixadas praticamente ao abandono, referência para S. Romão do Coronado em que o médico que tinha sido destacado para cumprir serviço naquela localidade acabaria por ser destacado para outras localidades e deixar desprotegido aquele importante ponto do concelho de Santo Tirso. Não deixava de ser irónico isto acontecer numa localidade que era bastante concorrida por gente de todos os cantos do país e inclusivamente do estrangeiro para procurar a sua cura para as várias maleitas do foro respiratório. Inclusivamente, alguns acabariam por morrer por não conseguirem resistir àquela maleita, alguns mais famosos que outros, exemplo de Neno Vasco que é uma referência na história política e brasileira que iria terminar os seus dias aqui no Coronado. Seria interessante, um dia, realizar uma investigação sobre os impactos profundos desta crise nesta vila do concelho, concretamente o nome e identidade das vítimas, com especial enfoque para os que eram de fora deste território, podendo esse estudo estender-se às outras freguesias do concelho para perceber o seu impacto na globalidade. Acompanhar uma corrente historiográfica crescente, na exploração da memória destes tempos, para compreender as dinâmicas locais e se as mesmas correspondem ao habitual cenário que se passou em outras localidades. Os momentos podem ser duros, com uma grande incerteza a pairar sobre o ar, desconhecendo o dia de amanhã, não se sabendo por vezes lidar com a constante informação que circula, com grande parte dela a apenas ajudar a piorar a saúde de muitos e a degradar a sociedade. No passado, a população uniu-se e realizou procissões pelas ruas do Coronado na esperança ao Mártir S. Sebastião na expectativa de procurar ajuda e sobretudo um fim para todo aquele martírio que se arrastou por meses. Neste momento, que deve ser de união, fraternidade e de proximidade com o seu próximo, encarando cada dia como uma batalha e sobretudo com uma missão, missão essa de apoiar e fazer com que os que estão próximos de nós estejam bem e sintam o nosso alento e esperança que o dia de amanhã será melhor que o de hoje e que juntos iremos vencer este enorme desafio.


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Empresas ajudam a criar viseiras para equipar profissionais de saúde

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Coronavírus

A Impressiona 3D e a Raitec3D são empresas da Trofa e redirecionaram a sua produção para criar suportes para viseiras de proteção para equipar profissionais de saúde.

A Impressiona 3D, projeto cria- pelos hospitais é também feita do por Aires Vilas Boas e Patrícia por ela”, contou ao NT, Aires ViRibeiro para ser um “extra” ao las Boas, que explicou que decitrabalho que já têm por conta de diu avançar com esta produção, outrem, redirecionou a sua pro- “tendo em conta a complicada sidução para criar suportes para vi- tuação que se previa acontecer, seiras, equipamento que tem sido com a falta de equipamentos de CÁTIA VELOSO essencial para os profissionais de proteção individual”. Depois de ter iniciado os tesNasceu em Alvarelhos há pou- saúde tratarem dos doentes infetes, no dia 21 de março e dia 25 co mais de um ano, mas os can- tados com mais segurança. “Trata-se de um esforço conjun- a empresa já entregou à Devise deeiros, as letras luminosas, os porta velas e os porta-retratos to, dinamizado por uma empresa Solutions “mais de 30 unidades” com fotografias a 3D, que corpori- de Moreira de Cónegos, a Devise de suportes. “Decidimos usar todos os noszam o core business desta empre- Solutions, que está a recolher os sa, passaram para segundo plano, suportes impressos em 3D, não só sos recursos para ajudar a causa. assim que o surto de Covid-19 en- nossos, mas, até à data, de mais Temos neste momento capacidatrou no país e obrigou a esforço de uma centena de pessoas/en- de de fabricar cerca de cem unisuplementar para equipar os pro- tidades da zona Norte. A monta- dades por semana e vamos fabrigem de viseiras e distribuição car enquanto nos for possível adfissionais de saúde. quirir matéria-prima ou receber doações da mesma”, explicou. A i re s Vi la s B oa s ape lou a “quem trabalha com impressão 3D e possa contribuir, para contactar o email euajudo@devise.pt”. Já a Raitec3D, uma empresa situada em S. Mamede do Coronado, também decidiu abraçar uma nova missão, no sentido de combater o surto de Covid-19. “Temos, desde domingo, usado as tecnologias de prototipagem rápida, para ajudar os nossos heróis (médicos, enfermeiros, auxiliares, centros de saúde, lares) e procurando minimizar os riscos E mpresa também ajudou instituições do Coronado para eles e utentes”, divulgou ao

Uma centena de máscaras foram entregues no Hospital de S. João NT Joaquim Rainha, responsável pela empresa. Até agora, e com sete máquinas a produzir vários acessórios, a Raitec já produziu uma centena de suportes para máscaras, que foram entregues no Hospital de S. João, no Porto. Outros suportes foram entregues, na semana passada, no Centro Social e Paroquial de S. Mamede do Coronado e no Centro de Saúde de S. Romão do Coronado. Aproveitando o veículo de in-

formação, Joaquim Rainha fez saber que necessita “de ajuda” para completar a conceção das viseiras. “Precisamos que outros nos ajudem com acetatos ou acrílicos, para colocar nas viseiras, pois não tem sido fácil encontrar aqui na nossa comunidade”, sublinhou. Joaquim Rainha sustentou ainda que esta produção “é gratuita”, pelo que apela para que a entrega de acetatos ou acrílicos seja feita também em forma de doação.

50 viseiras oferecidas aos Bombeiros da Trofa “O comando vem por este meio tes com sintomas ou infetados agradecer e reconhecer a impor- pela Covid-19. A doação colmata uma das netância desta dádiva em prol dos bombeiros”. Foi desta forma que cessidades da corporação e reo comando dos Bombeiros Volun- sulta de diligências com vista a tários da Trofa reagiu à doação, “proporcionar as melhores conpor parte da empresa de Vila das dições de trabalho ao corpo atiAves, Casa dos Reclamos, de 50 vo”, tendo sido possível obter as viseiras “por intermédio de um viseiras de proteção. Estes equipamentos vão aju- voluntário”. C.V. dar os efetivos a socorrer doen-

Viseiras foram oferecidas pela Casa dos R eclamos


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Coronavírus

Câmara determina encerramento do Parque das Azenhas O encerramento do Parque das Azenhas foi uma das 32 medidas implementadas pela Câmara Municipal da Trofa para combater o surto de Covid-19. Depois de, na manhã de 22 de março, o Parque das Azenhas, ter enchido com várias dezenas de pessoas que decidiram praticar exercício físico ou passear os cães, numa atitude perigosa e suscetível de propagar o vírus, a Câmara Municipal da Trofa decidiu inclui-lo no lote de espaços públicos encerrados à luz das medidas de combate e mitigação da pandemia de Covid-19. Além deste equipamento, está suspensa a rede de bicicletas partilhadas e encerrados todos os outros espaços municipais: Aquaplace – Academia Municipal da Trofa, Casa da Cultura/Biblioteca Municipal (com suspensão dos prazos de contagem dos livros em empréstimo domiciliário), pavilhões desportivos sob gestão municipal, Fórum Trofa XXI, Centro Comunitário Municipal da Trofa, Loja Interativa de Turismo, Antiga Estação da Trofa, Canil Municipal da Tro-

fa, WC públicos, equipamentos de jogos e recreio, zonas fitness, parques infantis e bebedouros. Estão ainda encerrados todos os serviços de atendimento ao público da Câmara Municipal, suspensos os eventos municipais e as reuniões de câmara realizam-se através de videoconferência. A autarquia também iniciou a higienização de espaços públicos em todo o território do concelho e reforçou a recolha porta-a-porta dos resíduos indiferenciados. O atendimento não presencial da autarquia pode ser feito através do número 252409290 e do email geral@mun-trofa.pt, bem como através do eBalcão https:// ebalcao.mun-trofa.pt/. Entre as medidas estão também o apoio social e alimentar da população mais vulnerável e a linha de conforto psicológico, disponível de segunda a sexta-feira, das 9 às 13 e das 14às 16.30 horas, através do número 252403690. Está suspenso o pagamento de parcómetros e até 31 de maio há isenção das taxas municipais de esplanadas e similares. A autarquia iniciou também, a

encerrados todos os espaços municipais

23 de março, a higienização das ruas e dos espaços públicos em todas as freguesias do município, com o objetivo de desinfetar mobiliário urbano, espaços priori-

tários como juntas de freguesia, centros de saúde, farmácias, correios, multibancos, praças de táxi, bancos e paragens de autocarro. A operação é levada a cabo pela

Proteção Civil Municipal e pelas Brigadas EMIF com a parceria da ASVA – Associação de Silvicultores do Vale do Ave e das Juntas de Freguesia.

Junta do Coronado desinfeta espaço público Uma ação desenvolvida com o objetivo de “contribuir para o abrandamento da propagação do novo coronavírus” e um sinal de segurança que a Junta de Freguesia do Coronado quer transmitir à população da Vila. CÁTIA VELOSO/HERMANO MARTINS

São estas as razões que a levaram a iniciar, a 21 de março, um processo de desinfeção do espaço público que, ainda assim, o presidente José Ferreira quer pouco movimentado. “Esta é mais uma das iniciativas que a Junta de Freguesia tem levado a cabo, articulada com as diretrizes da Direção-Geral da Saúde, para termos atitudes mais preventivas e evitar que haja uma propagação, fazendo o que está ao nosso alcance enquanto entidades públicas”, sublinhou o autarca em entrevista ao NT e TrofaTv. A ação, feita numa primeira fase em zonas com maior densidade populacional, foi pensada para “cobrir todo o território da Vila”. Esta medida está longe de ga-

rantir o fim da propagação, por isso, o isolamento social continua a ser o mais eficaz na mitigação do surto. E porque a ajuda não escolhe hora nem lugar, enquanto o presidente da Junta de Freguesia acompanhava os trabalhos de desinfeção, o telefone tocou. Do outro lado, o pedido de uma mulher com cerca de 70 anos, que vive sozinha, na freguesia de S. Romão do Coronado, e que precisava de comprar um microondas para substituir o que avariou em casa. À luz do programa de apoio social da Junta de Freguesia, decidiu contactar para evitar sair à rua. E assim aconteceu. José Ferreira prontificou a comprar o aparelho e a entregá-lo no domicílio da sénior. “A Junta disponibiliza um conjunto de serviços e presta acompanhamento à população, principalmente a mais vulnerável, para as compras de mercearia ou de medicamentos. Vamos também iniciar uma ação voluntária de passear os animais de companhia

M edida pretende evitar que haja propagação da doença de pessoas maiores de 65 anos, que têm perfil de risco e que não consigam que ninguém faça isso por eles”, fez saber José Ferreira. Dias depois, a Junta de Freguesia espalhou por toda a vila auto-

colantes, que foram colocados nos mais diversos espaços e equipamentos públicos, como ecopontos, paragens de autocarro e bancos de jardim. “Proteja-se. Ele pode estar aqui” é a mensagem que a

Junta de Freguesia do Coronado disseminou, em “mais uma ação de sensibilização” junto da população, no sentido de mitigar o contágio do novo coronavírus.


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Coronavírus

Paróquias do Padre Rui doam 80 mil euros ao Hospital para combater Covid-19 É um gesto que está a dar que falar por todo o país e não é para menos. As paróquias de S. Mamede e de S. Romão do Coronado doaram 80 mil euros ao Centro Hospitalar Universitário de S. João, no Porto. O pároco Rui Alves considera que as obras, para as quais o dinheiro ia ser usado, podem esperar para que se salve vidas. CÁTIA VELOSO “Não há nada que pague vida humanas”. Foi desta forma que o padre se manifestou depois de ter decidido, em conjunto com as comunidades das paróquias de S. Mamede e de S. Romão do Coronado, doar 80 mil euros ao Hospital de S. João, para a aquisição de material para tratar doentes com Covid-19. Ao NT e TrofaTv, o sacerdote revelou que o feedback da população tem sido positivo. “Para já, tenho tido uma boa recetividade. As pessoas têm dito que estão contentes com o gesto. Este dinheiro é do povo, eu apenas sou gestor dele e espero ser digno desta confiança. As pessoas, ao fim e ao cabo, também sentem que fazem parte da solução de um pro-

blema complicadíssimo que esta- de duas pessoas, um homem da mos a viver. Se calhar, a união da freguesia do Muro e uma mulher minha gente nunca fez tanto sen- de S. Romão do Coronado. O pároco confessou que viveu tido, porque pode salvar vidas”, “uma das experiências mais duras” sustentou. Os 60 mil euros arrecadados na da vida, nos funerais das duas víparóquia de S. Mamede do Coro- timas do vírus, devido ao facto de nado seriam para a empreitada de as cerimónias não poderem ter reabilitação da residência paro- participantes. Após conversa com o presidenquial – para a qual já se pediam orçamentos -, enquanto os 20 mil te do conselho de administração euros de S. Romão do Coronado do Centro Hospitalar de S. João, destinavam-se a obras de requa- para perceber que material faz lificação da capela de S. Bartolo- mais falta, Rui Alves procedeu à meu, do salão paroquial e de um aquisição de 36 bombas de perfusão (instrumentos médicos eleparque. Rui Alves sublinhou que os fun- trónicos para a administração indos resultaram “do trabalho e do termitente ou contínua de fluidos, suor da comunidade”, vertido como medicação) e cinco estaem “cortejos, cantares das janei- ções (monitores), para montar em ras, almoços e jantares e donati- camas nos cuidados intensivos. vos particulares”. “Tenho convic- Este material deve chegar “denção de que conseguiremos fazer tro de duas a três semanas”. O pároco lembra que, “ao lonas obras mais para a frente e já recebi telefonemas de pessoas a go da história, e ao contrário do dizerem que estarão, de novo, na que muito se diz e escreve, a Igreluta, para as concretizarmos, mas ja esteve sempre na linha da frenagora estamos perante uma ur- te” na ajuda em situações como a gência social para a qual somos que vivemos atualmente, por cautodos chamados”, acrescentou, sa do novo coronavírus. “Mas religiões, credos e partisem deixar de lembrar que o problema já se vive “dentro de por- dos à parte, esta é a hora de mostas”, recordando os falecimentos trarmos a raça de que somos fei-

Padre Rui sublinhou que doação é fruto do trabalho da comunidade tos, a nossa humanidade, porque, hoje, são aqueles que estão lá (no hospital), amanhã podem ser os meus, os vossos. Se pensarmos assim, certamente teremos um mundo melhor”, atestou. O Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto, congratulou-se com o gesto e agradeceu “a enorme generosi-

dade e solidariedade” demonstradas pelo pároco e respetivas comunidades “neste momento de enorme dificuldade para todos”. “A história que envolve esta doação, muito além da importância e da necessidade do material oferecido, sensibiliza imenso os profissionais do CHUSJ”, referiu o Hospital.

Claque disponível para ajudar em tempo de quarentena A claque Ultras Trofa, afeta do Clube Desportivo Trofense, dispôs-se a ajudar quem, neste tempo de quarentena, necessitar de ir comprar alimentos ou medicamentos. “Quem souber de alguém que precise de ir às compras de bem alimentares ou de medicamentos e não deva sair de casa, que tenha dificuldades em ir às compras sozinho, ou que tenha de se deslocar em transportes públicos, entre em contacto com a página que disponibilizaremos um ou mais membros para fazerem isso por si”, comunicou a claque, que também está recetiva a fazer parte de ações de desinfeção na Trofa. Os pedidos de ajuda devem ser feitos para a página de Facebook da claque, em https://www.facebook. com/ultrastrofa/. “É obrigação de cada um de nós, proteger-se a si e aos que lhe são próximos, só assim, com a união de todos poderemos impedir a propagação deste vírus e vencer a guerra contra esta pandemia. Nunca é demais apelar: fiquem em casa”, sublinha.

O QUE TEM DE SABER. Tente manter uma distância superior a metro e meio das pessoas à sua volta, abrindo os braços e assegurando-se de que não toca na pessoa mais próxima. Pode parecer estranho, mas poderá ser o suficiente para não se infetar e, consequentemente, proteger os seus. Não organize, nem participe em eventos com muitas pessoas. Todos somos a solução.


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Coronavírus

José Calheiros

Escrita com Norte Os gatos também miam

Sequestraram segurança e roubaram catalisadores Dois homens agrediram e sequestraram o vigilante da empresa Metais Jaime Dias, em Guidões, na madrugada de 20 de março. O crime terá ocorrido cerca das 6.30 horas. Dois indivíduos, que alegadamente não falavam português, agrediram o segurança com um soco na cara e, posteriormente, um deles ma-

nietou-o e manteve-o contra uma parede, enquanto o outro carregava catalisadores para o interior de uma viatura todo o terreno. Coloram-se em fuga na viatura, deixando o vigilante ferido. As imagens de videovigilância poderão ser determinantes para identificar os ladrões. A Guarda Nacional Republicana da Trofa foi chamada ao local, mas o caso

passou para a alçada da Polícia Judiciária, que se deslocou à empresa para recolher indícios que levem à identidade dos larápios. O segurança foi transportado pelos bombeiros voluntários da Trofa para a unidade de Famalicão do Centro Hospitalar do Médio Ave com ferimentos no rosto e na cabeça. C.V.

Uso de máscaras “deve ser feito de acordo com o risco” A diretora-geral da Saúde alertou que o uso de máscaras pela população em geral, para proteção do novo coronavírus, “deve ser parcimonioso” e “de acordo com o risco” acrescido de algumas pessoas, como os imunodeprimidos. Graça Freitas sublinhou que, numa situação em que não há material para todos, os grupos de risco devem ser privilegiados, dando o exemplo dos doentes com um sistema imunitário frágil. “Não havendo material para todos devemos proteger os cuidadores informais, os profissionais de saúde e todos os que prestam serviço aos doentes infetados”, disse Graça Freitas. A diretora-geral da Saúde admitiu ainda que não existem neste momento máscaras e luvas para todos e disse que, quando se chegar a uma situação em que haja equipamento para todos, a Direção-Geral da Saúde (DGS) pode desenhar um plano para ensinar a população a usar as máscaras. “Neste momento, o importante é lembrar que a medida mais eficaz de todas é a distância de um metro a um metro e meio uns dos outros. Usando a máscara posso

O importante é lembrar que a medida mais eficaz de todas é a distância Através de folhetos informatiter a falsa sensação de segurança e descontrair a este nível. Mais vos publicados online, a DGS redo que [toda a população] usar a fere que “se as luvas forem usamáscara, é essencial manter a dis- das inadequadamente, podem ser tância de segurança uns dos ou- um veículo de transmissão do vírus, em vez de serem um meio de tros”, acrescentou. proteção” e “podem resultar em oportunidades perdidas para a hiUso errado das luvas pode giene das mãos”. torná-las transmissoras “Mais importante”, sublinha, “é do vírus lavar as mãos com frequência e A Di reção Gera l de Saúde sempre que estiverem sujas”. “O uso de luvas quando não in(DGS) alertou para o perigo inerente ao uso inadequado de luvas dicado, representa um desperpara evitar a contaminação de co- dício de recursos”, salvaguarda, também, a DGS. ronavírus.

Quando fui buscar uma gatinha bébé a uma associação de protecção de animais, a assistente pergunta-me: - Sabe que os gatos miam?! Não tendo percebido a pergunta ela explica que no dia anterior foram entregar um gato, porque miava, e um cão, porque fazia cócó! Perante esta novidade, hesitei, e pedi se podia lá passar no dia seguinte. Atarantado, fui directo a uma loja de chineses para comprar um gato de porcelana…não havia. A empregada da loja mostrou-me, em alternativa, um Dálmata em porcelana lustrosa, mas o meu olhar recaía sobre um Falcão em barro, a bom preço, e com a garantia de que não fazia barulho nem satisfazia as suas necessidades fisiológicas…o horror surgiu quando a empregada me diz que se a peça cai, desfaz-se em cacos! O que eu sofreria depois de ganhar afecto ao Falcão... em barro! Estava dividido entre um animal, que estranhamente reage fisiologicamente como nós, e uma peça de porcelana, que caindo parte-se em mil pedaços. Fui pesquisar e aprendi que no mundo animal os seres emitem sons para comunicar e demonstrar sentimentos e, curiosamente, todo o animal que se alimenta e hidrata, tem um sistema digestivo e urinário por onde expele e desintoxica o corpo! Com urgência fui falar com a minha mãe, que recentemente tinha adoptado uma gata. - Mamã, a gata caga! - anuncio-lhe com uma certa aflição e com uma linguagem nada cuidada. - Tento na língua, Zé! Claro, e tu borravas-te todo quando eras bébé, mais do que a Camila (a gata)! - E não me devolveste? – pergunto, espantado, com tanta informação nova. - Devolver a quem? De volta para o escroto do teu pai em forma de espermatozóide?! Após alguns argumentos e contra argumentos com a minha mãe, percebi que as pessoas de quem mais gostamos dão trabalho para cuidar, mas é recompensador, e isto aplica-se aos animais, também! De regresso a casa, paro a olhar para o Falcão em barro, instalado na montra dos chineses e a pensar, “Que boa companhia esta ave me faria!”. Sinto um respirar ofegante. Olho para o chão e vejo um cão de porte médio, a olhar para mim, de língua de fora e com uma expressão de compaixão, como se tivesse pena de mim: - Eu vivo melhor do que tu, cão! – digo-lhe. No caminho de casa faço nova paragem, desta vez na associação de protecção de animais, e enquanto espero entra um jovem, casado, a devolver uma gata, explicando que ele até gostava “mais ou menos da gata”, mas… fazia chichi, para pena dele e da mulher! A assistente recebe a gata e afasta-se, lamentando-se. Este jovem há pouco tempo tinha devolvido um pássaro e desta vez devolve uma gata! Para mim abriu-se uma janela de oportunidade e pergunto: - Sra. Assistente, posso levar um animal à experiência? Pode ser que tenha a sorte de levar um animal que não faça barulho, nem porcarias! A assistente, cansada destas situações, telefona para uma clínica psiquiátrica, para denunciar o meu caso, mais um de Estupidez Compulsiva, dos vários que acontecem naquela associação. Com receio do internamento, fujo a correr para casa, e a 2 metros e 58 centímetros da porta de entrada, tropeço e caio. Quem passava ria-se, e eu, envergonhadamente deitado, mexia os braços e as pernas, para me certificar dos danos motores no meu corpo. De repente sinto uma lambidela no braço…era o mesmo cão que me mirava na montra dos chineses e me lambia a ferida…o único ser que quis saber de mim! Olhei para o cão e perguntei-lhe: - Queres entrar? Ele, com os olhos, respondeu-me: - Se não me voltares a abandonar! Desde então percebi que as notícias de homens a maltratarem o seu semelhante e os animais a darem a vida pelos seus donos, não é ficção! Desde então percebi que aquele cão nunca iria retribuir o mal que lhe pudesse fazer e sempre gostaria de mim, incondicionalmente! No dia seguinte, com certeza, fui à associação de animais buscar a gatinha bebé!


2 de abril de 2020 O NOTÍCIAS DA TROFA

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Campeonatos de escalões de formação cancelados Foram cancelados os campeonatos de futebol e futsal dos escalões de formação da época 2019/20. A decisão foi comunicada, a 27 de março, pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), em virtude do surto de Covid-19. “Devem dar-se por concluídas as competições nacionais de todos os escalões de formação de futebol e futsal, masculinas e femininas, não resultando das mesmas qualquer efeito desportivo imediato”, anunciou a FPF, acrescentando que “não serão atribuídos títulos nas referidas competições, nem aplicado o regime de subidas e descidas”. Este cancelamento acontece, igualmente, em todos os campeonatos realizados pelas “22 associações distritais e regionais”, onde se inclui a Associação de Futebol do Porto e os clubes do concelho da Trofa a esta filiados. “A prioridade de pais, avós, filhos e netos deve ser, obviamente, a de se dedicarem à proteção uns dos outros e às exigências escolares”, sublinhou a FPF.

Coronavírus

Governo suspende pagamento de crédito a habitação e de empresas O Governo aprovou a suspensão até setembro do pagamento de créditos à habitação e de créditos de empresas, para famílias e empresas com quebra de rendimentos pela crise provocada pelo surto de Covid-19. Conheça as condições para ter acesso à moratória. O decreto-lei foi aprovado em Conselho de Ministros e, segundo disse em conferência de imprensa o ministro da Economia, Siza Vieira, implica a suspensão quer de capital quer de juros por seis meses, até 30 de setembro. “Esta medida permite às famílias e empresas ficarem aliviadas de um esforço significativo dos próximos tempos”, disse Siza Vieira, referindo ainda que os clientes que beneficiem das moratórias nos créditos não ficarão marcados como devedores em dificuldades. Ainda segundo o governante, a totalidade dos créditos que podem ter moratórias representam um valor total de 20 mil milhões de euros. Nos créditos à habitação, a sus-

pensão dos pagamentos é válida para créditos de habitação própria permanente. Podem beneficiar desta moratória trabalhadores residentes em Portugal que estejam em isolamento profilático ou de doença, que prestem assistência a filhos ou netos, que tenham sido colocados em redução do período de trabalho ou em suspensão do contrato de trabalho por força do estado de emergência; desempregados registados no IEFP; profissionais independentes elegíveis para o apoio extraordinário à redução da atividade económica e trabalhadores de estabelecimento que tenha sido objeto de encerramento determinado durante o período de estado de emergência. Quem se encontrar em situação de insolvência, suspensão ou cessão de pagamentos, ou em processo executivo não pode beneficiar desta medida. Cu mprem as cond ições de acesso os créditos em situação regular, a 18 de março de 2020, que não tenha prestações em mora ou em incumprimento há mais de 90 dias e com situação regularizada

Ministério da Agricultura adapta regras dos apoios ao PDR 2020 O Conselho de Ministros aprovou um conjunto de medidas relativas à situação epidemiológica do novo coronavírus, determinando que as despesas comprovadamente suportadas pelos beneficiários em iniciativas ou ações canceladas ou adiadas por razões relacionadas com a Covid-19, previstas em projetos aprovados pelo Portugal 2020, são elegíveis para reembolso. Esta resolução aplica-se também

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ao Programa de Desenvolvimento Rural 2014/2020, no qual a Trofa está integrada. O Ministério da Agricultura deliberou que “os prazos máximos para os beneficiários iniciarem e concluírem a execução física e financeira dos projetos cuja data limite para o início ou fim de investimento ocorra entre 1 de março e 15 de junho de 2020 são prorrogados por três meses”. É ainda “autorizada a apresen-

tação de pagamentos intercalares com faseamento da submissão da despesa e respetivo reembolso, sem observância do número máximo de pedidos de pagamento previsto na regulamentação específica”, assim como “são elegíveis para reembolso as despesas comprovadamente suportadas pelos beneficiários em iniciativas ou ações canceladas ou adiadas” devido à pandemia.

Governo aprovou a suspensão do pagamento de alguns créditos junto da Autoridade Tributária e Aduaneira e Segurança Social. Para formalizar o pedido, os clientes devem contactar o banco e pedir o formulário, que deve preencher e assinar, anexando os documentos que comprovam ter aceso à moratória e Declaração

de não dívida às Finanças e à Segurança Social. Depois de enviar o pedido, deve aguardar até cinco dias, depois dos quais, no caso de não ter resposta, deve insistir com o banco até ter a certeza de que no próximo mês não paga a prestação.


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Atualidade

Dicas para limpar a casa, roupa e carro durante o surto Com a pandemia a alastrar e o estado de emergência decretado no país, todos os cuidados são poucos para nos protegermos. E apesar de estarmos dentro de casa, e em princípio seguros, não deixa de ser necessário tomar algumas precauções. Para isso, a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor disponibiliza algumas dicas que podemos seguir para desinfetar a nossa casa corretamente. LEONOR DE LEMOS/CÁTIA VELOSO Ao chegar a casa, são alguns os passos que deve seguir para reduzir o risco de contágio. Comece por se descalçar imediatamente e deixe o calçado sempre no mesmo lugar, perto da entrada, evitando guardá-los no mesmo sítio onde tem os chinelos que usa em casa. Mude a roupa exterior (casacos, camisolas, t-shirts, calças, etc.) sem a sacudir para minimizar a possibilidade de dispersar qualquer tipo de vírus e germes no ar. Nunca guarde a roupa de imediato no roupeiro ou gavetas, deixe-a a arejar no exterior durante algum tempo. Como já é do seu conhecimento, lave bem as mãos, seguindo as indicações das autoridades de saúde, e desinfete chaves, telemóvel e tudo aquilo em que mexeu enquanto esteve fora de casa. Desta forma, mata os germes e reduz o risco de contágio da infeção. Em tempo de Covid-19, todos os consumidores devem adotar mais rotinas de limpeza no que toca à lida da casa com produtos de limpeza e desinfetantes adequados a cada superfície. Os rótulos contêm todas as informações necessárias para um uso seguro e eficaz do produto de limpeza, incluindo cuidados na aplicação, como, por exemplo, usar luvas, quando necessário, e garantir uma boa ventilação durante o uso. No que toca à limpeza das superfícies, “a única boa notícia é que o coronavírus é um dos tipos de vírus mais fáceis de matar com o produto certo. Tem uma capa à volta que se funde com outras células, infetando-as. Assim que quebramos esta capa, o vírus deixa de fazer o seu trabalho”. Limpe as superfícies com água e detergente antes de desinfetar e esfregue energicamente, se a superfície permitir, sem esquecer cantos, curvas e ranhuras. Para desinfetar, use soluções diluídas

de produtos com poder biocida. nesta ação. “Esfregue como se tiNunca misture lixívia com amo- vesse material pegajoso na superníaco ou qualquer outro deter- fície e tivesse mesmo de removêgente alcalino, só obterá resulta- -lo.” Enxague com água limpa, sedos se a solução for diluída na pro- que com um pano limpo. Utilize um diferente para cada zona da casa porção certa. Na casa de banho, use um de- e depois deixe-o num recipiente tergente com desinfetante na com- com água e detergente durante alposição (lixívia, peróxido de hi- gum tempo para destruir as partídrogénio ou cloreto de benzalcó- culas de vírus que possam ter sonio). Comece pelas torneiras, la- brevivido. Passamos depois para a lixívatórios e ralos, passando depois ao mobiliário, banheira ou du- via. A Direção Geral de Sáude reche, bidé e sanita. Sem esquecer comenda que utilize a solução de o chão que deve ser o último a ser 1 medida de lixívia em 49 medilimpo. Deixe secar ao ar e, se pos- das de água para desinfetar. Use luvas, nunca misture com outras sível, ventile o espaço. Na cozinha, comece por lavar a substâncias, sobretudo amoníaco, loiça à mão ou na máquina, usando e não armazene a solução por mais água quente e detergente. Depois do que um dia. Depois da utilizadeve limpar com água e detergen- ção de água e detergente, seque te e desinfetar todas as superfícies a superfície, aplique esta solução de maior contacto como puxado- e aguarde, no mínimo, 10 minutos res e botões (frigorífico, porta, ar- antes de enxaguar e deixar secar mários, fogão). Não esquecer de- ao ar, assegurando que ventila pois de limpar bancadas, armá- bem o espaço. Esta solução pode rios, frigorífico, máquinas de la- corroer o metal com o tempo. Não var, fogão, lava-loiça, torneira e é recomendada para torneiras de ralo. Deixe secar ao ar e, mais uma aço inoxidável. O álcool isopropílico ou isoprovez, abra as janelas para ventilar o espaço. Para mobiliário e equipa- panol e as soluções com pelo mementos, use uma solução de água nos 70% de álcool são eficazes morna com um pouco de deter- contra o coronavírus em superfígente adequado ao tipo de super- cies rígidas. Primeiro, limpe a sufície e material. Esfregue com um perfície com água e detergente e enxague. Depois use um toalhete pano macio e seque de imediato. No que toca a teclados, coman- humedecido em álcool (não diluídos, telefones e telemóveis, o ideal do) e deixe-o atuar na superfície é confirmar nas instruções se o fa- durante pelo menos 30 segundos bricante sugere limpar com toa- para desinfetar. O álcool é segulhetes humedecidos em desin- ro para todas as superfícies, mas fetante ou em álcool a 70º. Evite pode fazer perder a cor nalguns ao máximo partilhar a utilização plásticos. E como preparar uma destes gadgets, e se não for pos- solução diluída de álcool? Se usa sível, desinfete-os antes e depois álcool que indica 96% no rótulo, o de cada utilização. O uso de uma mais frequente nas farmácias e sucapa lavável ou de uma simples permercados, deve diluir em água película de plástico é uma exce- numa proporção de 7 partes de álcool para 3 de água. lente opção. Água oxigenada ou peróxido de Para alcatifa, tapetes e cortinas, use produtos de limpeza ideais hidrogénio é eficaz no combate para estas superfícies. Depois de do rinovírus, o vírus que provoca limpar, lave segundo as instruções a constipação, dentro de 6 a 8 mido fabricante. Se possível, regu- nutos após exposição. O rinovírus le a água para temperatura mais é mais difícil de destruir do que o coronavírus. Despeje-o não diluíelevada e seque completamente. do num frasco de spray e pulverize a superfície a limpar. Deixe reOs melhores produtos Para além de todas estas consi- pousar durante pelo menos um miderações, a DECO responde à per- nuto. Esta solução não é corrosiva. gunta mais frequente: quais são os Pode usar em superfícies metálimelhores produtos de limpeza no cas. Ideal para entrar em ranhuras de difícil acesso e pode espacombate ao coronavírus? Comecemos então pela tradicio- lhar sobre a área sem precisar de nal água com detergente.A ação limpar. E que produtos não devemos utimecânica da lavagem com água e detergente quebra a capa proteto- lizar no combate a esta pandemia? ra do vírus, por isso seja enérgico A associação responde também a

Todos devem adotar mais rotinas de limpeza da casa essa pergunta. Desinfetante manual caseiro, que apesar de inúmeras receitas milagrosas invadiram os sites e as redes sociais nos últimos dias, não é recomendado. Os consumidores desconhecem as proporções corretas e a internet não tem a resposta certa, apenas dá uma falsa sensação de segurança.Também circulam na net muitas receitas à base de vodka para travar o coronavírus. Estas bebidas não contêm álcool etílico suficiente para matar o coronavírus. Também o vinagre branco é muito popular online, mas não há provas de que seja eficaz contra o vírus. Tratar da roupa No que toca ao vestuário, a Organização Mundial da Saúde diz que “ainda não é claro durante quanto tempo o coronavírus permanece nestas superfícies, mas os estudos mais recentes apontam que possa persistir durante algumas horas ou mesmo até vários dias”. É crucial que tire os sapatos e mude de roupa para evitar a entrada dos germes em casa. Lave a roupa mais vezes do que faria num cenário habitual para impedir o vírus de se multiplicar. Se não usar luvas, ao mexer em roupa suja, é essencial lavar as mãos no final. Mais uma vez, não sacuda roupa suja dentro de casa. Enrole-a de dentro para fora, fazendo um embrulho, o que irá reduzir o risco da propagação do vírus pelo ar. Siga as instruções do fabricante da roupa na etiqueta, e se possível, escolha a temperatura da água mais

elevada. O nosso corpo apresenta uma temperatura média de 37ºC, que é a condição ideal para a proliferação de vírus e bactérias. Por isso os habituais 30º não são suficientes no combate ao coronavírus. Aumente não só a temperatura de lavagem, mas também a frequência. Se tiver máquina de secar utilize-a durante 20 minutos para conseguir mais ação de calor e eliminar os germes. Passar a ferro é um dos passos mais importantes na higienização da nossa roupa, pois a base do ferro pode atingir mais de 100ºC. Ao passar a roupa de uma pessoa infetada ou com sintomas de Covid-19, use a temperatura mais elevada possível. Nesta fase, pondere deixar de usar os tecidos mais delicados. É imperativo que não se esqueça de limpar também a máquina de lavar a roupa. Deite um copo de vinagre branco diretamente no tambor e inicie um ciclo de lavagem a quente de pelo menos 60ºC. Repita a operação todos os meses para evitar a acumulação de detergente e impurezas na máquina. Poderá usar também um produto próprio para o tambor da máquina. Use sempre a dose recomendada de detergente, porque detergente a mais pode ser contrapro ducente. O excesso de detergente pode deixar espuma na roupa e não permitir o enxaguamento completo. O mesmo pode acontecer com a máquina, que acumula restos de detergente não dissolvido.


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Atualidade

Limpar o carro Uma das maiores preocupações da população em geral é como limpar o automóvel sem estragar os materiais. A resposta dada pela DECO é simples. “Se tem sintomas da doença ou transportou um passageiro suspeito de infeção, limpe as superfícies tocadas com frequência, incluindo volante, puxadores da porta, alavanca das mudanças, botões, ecrã tátil, comandos do limpa para-brisas e piscas, apoios de braços de porta e regulações dos bancos.” As soluções que contêm pelo menos 70% de álcool são eficazes contra o coronavírus, logo poderá limpar o interior do seu carro maioritariamente com álcool isopropílico. Não use lixívia ou água oxigenada dentro do carro, pode danificar os estofos e evite também produtos à base de amoníaco no ecrã tátil: destroem o revestimento antirreflexo e de proteção. Basta uma lavagem vigorosa com água e detergente suave para destruir o coronavírus. Esta combinação é a mais segura para o interior do seu carro, sobretudo tecidos e couro mais antigo que pode ter começado a rachar. A maioria das peles e couros de imitação tem um revestimento de borracha para proteção. É

L impe as superfícies tocadas com frequência seguro limpar com álcool, contudo ao fim de algum tempo poderá deixar marcas e fazer com que os estofos percam a cor. Sabão em barra e água é o recomendado para limpar as manchas e sujidade do couro. Se o carro tiver estofos em tecido, assim como faz com a roupa, não abuse da água nem do detergente. O excesso de espuma e consequente depósitos nas almofadas interiores pode resultar em cheiro a mofo e criar bolo-

res e humidade. Na limpeza das superfícies, use um pano de microfibras, que irá capturar e varrer as partículas de poeira e sujidade, antes de poderem riscar ou arranhar os plásticos delicados ou brilhantes. Por último, não esquecer de lavar as mãos antes e depois de conduzir. Quando for atestar o carro de combustível, use um lenço ou guardanapo de papel para segurar na pistola da mangueira. /com DecoProteste

Se tem algum residente infetado Se algum dos residentes da casa onde mora está isolado por suspeita ou até mesmo por confirmação de Covid-19, há alguns cuidados extra que terá que tomar. Mantenha o doente num quarto e casa de banho de uso exclusivo, se possível. Aqui, faça a limpeza com luvas para evitar o contacto desnecessário. Se não tiver outra casa de banho, deve ser a última pessoa a utilizá-la e deve limpar e desinfetar após cada utilização pela pessoa doente. Use luvas descartáveis para mexer em roupa suja do doente e troque-as em

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cada uso. Se usar luvas reutilizáveis, estas destinam-se apenas à limpeza e desinfeção de superfícies. Não pode usá-las para outras tarefas. Lave as mãos logo após remover as luvas. Todos os resíduos produzidos pela pessoa em questão exigem um tratamento especial. Coloque um caixote do lixo de abertura não manual com saco de plástico no quarto ou sala onde a pessoa se encontra em quarentena ou isolamento. Todos os resíduos que esta pessoa produz devem ser colocados nesse contentor de

uso exclusivo. Estes resíduos não devem ser calcados, nem o saco apertado para sair o ar. O saco só deve ser cheio até dois terços da capacidade. Deve ser devidamente fechado com dois nós bem apertados, com atilho ou adesivo, e devem ser colocados dentro de um segundo saco, também este bem fechado. Depois, deposite no contentor de resíduos indiferenciados. Não o pouse nem o encoste à roupa ou ao corpo e no final, lave as mãos.

Regras “essenciais” a ter com o lixo doméstico Face à evolução da infeção por Covid-19 em Portugal, a empresa Resinorte emitiu um comunicado onde alerta para regras “essenciais” a ter com o lixo doméstico, que “precisa de uma atenção especial em fase de pandemia”. “Este alerta decorre da necessidade urgente de melhoria de comportamentos individuais que influenciam o serviço de recolha e tratamento de resíduos urbanos, assegurado todos os dias por empresas e municípios”, sublinha a empresa. Percebendo que máscaras, luvas e lenços “estão a aparecer, em grandes quantidades, nos ecopontos, indo parar às linhas de triagem, a Resinorte sublinha que estes materiais “não são recicláveis” e “devem ser sempre colocados no lixo comum”. A empresa atesta ainda que “nunca” se deve “deixar sacos do lixo no chão”. Estes devem ser colocados no interior do contentor. Se o que utiliza normalmente estiver cheio, deve utilizar outro que estiver mais próximo. Relativamente à recolha de monstros, a Resinorte refere que “em fase de pandemia, este serviço não é prioritário, pelo que “mesmo que faça arrumações em casa, deve aguardar pelo fim desta fase e apenas colocar estes materiais (colchões, sofás e outros materiais que não cabem nos contentores) quando o serviço estiver disponível”. Para as pessoas infetadas com Covid-19 ou que se encontrem em quarentena com suspeitas de ter contraído a doença, a empresa apela para que “coloque o lixo em dois sacos, um dentro do outro, bem fechados”. “Estes sacos não devem estar cheios nem compactados – apenas têm de estar bem fechados e ser depositados dentro do contentor de lixo comum”, sugere. A Resinorte apela ainda à população que mantenha a higienização dos caixotes ou zonas do lixo, proteja sempre as mãos e lave-as após o manuseamento do lixo. “Com estas atitudes consegue-se prevenir a infeção, protegendo inclusive os trabalhadores que asseguram o serviço de recolha e tratamento de resíduos todos os dias”, advoga. A Resinorte é responsável pelo tratamento e valorização de resíduos urbanos de 35 municípios do norte central, inclusive a Trofa. C.V.


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Crónica Especial

Paróquia de Guidões - Fragmentos da sua génese 4.º Capítulo - Memórias Paroquiais de 1758 O Padre Luís Cardoso nasceu nos finais do século XVII e dedicou toda a sua vida ao estudo geográfico e histórico de Portugal, procurando compilar um conjunto muito vasto de informação recolhida no inquérito distribuído aos párocos de Portugal continental. O projecto de um dicionário geográfico foi abruptamente interrompido pelo terramoto de 1755, sendo retomado com um conjunto de perguntas por forma a desenhar cada uma das terras desde a sua localização, jurisdição, população, fontes, rios, etc. Uma das perguntas era sobre se tinha sido afectada pelo sismo. Este trabalho denominado “Memórias Paroquiais” foi minuciosamente estudado pelo ilustre professor José Viriato Capela, tendo sido publicado um volume com as freguesias do distrito do Porto, entre outros distritos. Transcrevo as respostas ao questionário escritas pelo cura Manuel Thomé dos Santos a 10 de Abril de 1758: Descriçam da freiguezia de S. Joam de Guidoins Ao 1-interrogatório. Respondo fica na provincia de entre Douro e minho, e pertencente ao Bispado do Porto, comarca da Maya, Termo do Porto Ao 2 -He de El Rey meu Senhorque Deos goarde por muitos e felizes annos Ao 3-Tem sincoenta vezinhos e cento e sincoenta e sete pessoas mayores e quarto menores Ao 4-Está situada em um piqueno valle en duas serras piquenas e della senam descobre povoaçam nenhuma Ao 5-He termo do Porto. Compreende hum so asi chamada. Ao 6-que a paróquia está dentro do lugar e o lugar tem hum só Aldeia e asi chamada. Ao 7-que o orago da freguesia he Sam Joam Baptista, a vinte e coatro de Junho a Igreja he piquena tem uma só nave e tem três altares, o altar-mor de Sam Joam Baptista padroeiro e dois colaterais, o da parte direita da Invocação da Nossa Senhora da Rosa (hoje Rosário), e o da parte esquerda de Sam Sebastiam. Ao 8-que o Paracho he cura da aprezentaçam de Reverendo Reitor de Santa Maria de Alvarelhos nam tem renda nenhuma, tem somente seis mil reis de côngrua,que lhe pagam as Religiosas do Convento de Sam Salvador de Vayran, que são as que colhem as dizimas da freguezia Guidoins.

Ao 9-que nam tem beneficiados nenhumos. Ao 10-que nam tem conventos de Religiozos nem Religiozas. Ao 11-que nam tem hospital nenhum. Ao 12-que nam tem caza de mizericórdia. Ao 13-que tem esta freguesia uma só ermida que está dentro do lugar perto da Igreja da invocam de Santa Bárbara, que pertence à freguezia. Ao 14-que só acolhe a ella uma piquena Romagem en dia de Santa Bárbara, coatro de Dezembro. Ao 15-que os frutos da terra, que os moradores recolhem em maior abundância são milham e feijam e centeio pouco e milho alvo pouco e vinho verde bastante. Ao 16-que nam tem juiz ordinário, nem camara; tem conselho e um ouvidor que he um home labrador que julga athe quantia de um cruzado e se é mais esta sujeita-se à justiças da cidade do Porto. Ao 17-que nam é couto, cabeça de conselho honra nem Beetria. Ao 18-que nam há memória que florescesem ou dela sahisem alguns homens insignes por virtudes, letras ou Armas. Ao 19-que nam tem feira em dia nenhum do ano, nem franca nem cativa. Ao 20-nam tem correio. Serve-se do correio da cidade do Porto que dista desta terra três léguas. Ao 21-Dista da cidade capital do Bispado três léguas e da cidade de Lisboa, capital do Reyno, cincoenta e três léguas. Ao 22-Nam tem privilégios antiguidades nem couzas dignas de memoria Ao 23-Nam ha na terra nem perto della fonte ou lagoa celebre nem que tenham agoas de especial calidade Ao 24-nesta terra nam há porto de mar Ao 25-que esta terra nam e murada nem praça darmas nem há nesta nem em seu distrito algum castello, ou torre antiga Ao 26-Nam padeceo ruina no terramoto de mil setecentos e sinquenta e sinco Ao 27-Nam tenho que responder Ao que se procurada saber da serra, Respondo ao primeiro interrogatorio. Ao 1-Respondo e uma serra piquena que se chama a serra Abobagueira Ao 2-Terá de comprimento de sul a norte meia légua piquena princi-

pia junto ao oyteiro de Santa Eufémia da Freiguezia de Alvarelhos pela parte do sul e acaba pela parte norte diante o Rio dave terá de largura no cume vinte braças pouco mais, ou menos. Ao 3-Nam tem Braços principais Ao 4-Nam nascem Rios dentro do seu sitio Ao 5-Nam tem villas nem lugares ao longo della Ao 6-Nam há no seu distrito algumas fontes de propriedades raras Ao 7-Nam há na serra minas de metais ou canteiros de pedras, ou matérias de estimação Ao 8-que as plantas que cria são queirozes e carqueija que servem para pasto de abelhas; e ervas medicinais, só cria em parte alguma essa alcaria e em alguma parte carvalhos e sobreiros Ao 9-Nam há na serra mosteiros, Igrejas de romagem, ou imagens milagrosas Ao 10-A calidade do seu temperamento hé fria Ao 11-Nam há nella criação de gado ou de outros animais. Só se criam algumas perdizes poucas Ao 12-Nam tem lagoa, ou fojos notáveis Ao 13-Nam sei que tem há mais couza alguma de memoria Ao que se procura saber de Rio desta terra Respondo Ao 1-interrogatório que se chama o Rio dave, o sitio donde nasce não sei como e clama porque nasce desviado desta terra onze léguas Ao 2-Respondo terá de comprido des o seu nascimento até onde se mete no mar doze léguas e de largura em partes trinta braços. Principia na Nossa Senhora da Abadia de Arcebispado de Braga e acaba em Vila do Conde onde se mete no mar ociano e nace logo caudalozo e corre todo ano Ao 3-que no espaço que corre por esta de Guidoins nam tem…(?) Ao 4-nam é navegável, nem capaz de embarcaçies Ao 5-é cursu arrebatado, em toda a sua distancia Ao 6-corre de nascente para poente Ao 7-que os peixes que cria e traz em mayor cantidade são Barbos e Bogas Ao 8 que em todo tempo do ano se pesca nelle Ao 9-que as pescarias sam livres de quem quer pescar em todo Rio Ao10-que as suas margens se cultivam em algumas partes e tem muito arvoredo Sylvestre, Amieiros que não fruto nenhum

Ao 11que não tem virtudes nenhumas suas agoas mais do que refrescar Ao 12-que sempre conservou o nome de Rio dave nem há memória que em outro tempo tivesse outro nome Ao 13-que morre no mar oceano na barra de Villa do Conde Ao14-que tem muitos asudes que lhe embaraçam de ser navegável Ao 15-Respondo tem duas pontes de cantaria, uma na estradaque vai do Porto para Braga chamada Lamgoncinha e outra estrada que vai do Porto para Barcelos Ponte dave Ao16-que no espaço que corre por esta terra de guidões que será um quarto de légoa tem três açudes e três cazas de acenhas, uma chamada do bicho: tem três rodas de moer pam e um pizam; outra chamada cerro que tem duas rodas de moer, e outra chamada do Arnado, que tem duas rodas de moer Ao 17-Respondo nam há memoria, que algum tempo nem no presente se tirar ouro das suas agoas Ao 18-Respondo que os povos usam livremente das suas águas para a cultura dos campos sem pensam alguma Ao 19-Respondo que o rio donde nasce até onde se mete no mar e as povoações por onde passa desde o seu nascimento até onde acaba terá doze legoas mais ou menos Ao 20-Respondo nam sei mais coisa nenhuma notável a que haja de responder E por este modo tenho dado comprimento ao interrogatório de Sua Exª Amª pelo milhor modo que pude e entendi.Hoje, Guidões de Abril 10, de 1758 O Cura Manuel Thomé dos Santos Permitam-me uma observação: este texto foi possível através do site da Biblioteca Nacional Torre do Tombo e é uma transcrição possível do texto original manuscrito. Em alguns casos pode existir desvirtuações, pelo que desde já peço desculpas. O texto não me surpreende. No ponto 3 sobre o rio quando pergunta: Que outros rios entram nele, e em que sitio? Sabemos nós que a ribeira da Aldeia é um afluente do rio Ave que desagua na sua margem esquerda e sempre foi ao longo da sua existência o elemento preponderante no desenvolvimento socioeconómico para as populações e sobretudo vital para os sistemas pré-industriais e agrícola não é inteligível

a não descrição da mesma quando a esta atravessa as terras próximas do sítio onde estava implemento a igreja. Seria muito interessante, tal como é descrito noutras freguesias. Neste desenrolar descritivo da freguesia ficamos a saber que a freguesia era, no dizer do Cura, constituída por um só lugar, quando na verdade outros já nos surgem em referências antigas como Vilar, Serro (Cerro), etc. O Prontuário das Terras de Portugal com declaração das comarcas que tocam Por Vicente Ribeiro de Meireles 1689 está escrito: “Freguesia de São João Guidozi é do concelho da Maya, e tem os logares seguintes: Aldeia do Outeiro “ de Vermoim “ de Igreja “ do Serro Aldeia chamada Aldeia” Não é tangível a resposta do Cura, quando no século subsequente não nos referencia os quatro lugares. Neste trabalho aparece o lugar de Vermoim cuja origem é derivado do nome do primitivo proprietário de um prédio, como nos fala o documento datado de 1059 da venda de uma herdade por Mantildo e seu sobrinho Gudino a Trutesindo Gutiérres e à sua esposa Gontrode, que fora pertença do seu pai Adaulfo Vermiz, daí surgir Vermoim. Este lugar foi assimilado pela aldeia da Póvoa. Os seniores da freguesia ainda se recordam. Um pormenor interessante é a não referência em ambos os documentos o lugar do Bicho, salvo referir-se o Cura à azenha do rio Ave chamada Bicho. Quanto às romarias só nos fala de Santa Barbara e não se refere às festas do padroeiro S. João Batista, mas fica evidente a existência da capela de Santa Barbara e que, por absurdo, foi destruída, como veremos noutra crónica. Ao referir-se à Igreja dá conta de ser “piquena” com dois altares colaterais (Nossa Senhora do Rosário e S. Sebastião), e o altar-mor com o padroeiro S. João Batista. Uma descrição pautada por pouco desenvolvimento em matérias essenciais como a agricultura a indústria, que admito existir porque na referência à azenha do Bicho aponta um pisão.

José Manuel da Silva Cunha


2 de abril de 2020 O NOTÍCIAS DA TROFA

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Necrologia S. MARTINHO DE BOUGADO Maria Amélia da Costa Reis Faleceu no dia 22 de março, com 94 anos. Viúva de Joaquim Alves Soares Maria Helena da Silva Costa Faleceu no dia 26 de março, com 65 anos. Casada com Abel Gonçalves Vieira Diana Sofia Tinoco Costa Azevedo Faleceu no dia 30 de março, com 41 anos Maria Zulmira Campos da Silva Faleceu no dia 30 de março, com 70 anos. Casada com António de Azevedo Ferreira

Farmácias

Virgínia de Oliveira Pinto Faleceu no dia 1 de abril, com 86 anos . Viúva de Artur Pereira Funerais realizados por Agência Funerária Trofense, Lda. Gerência de João Silva

RIBEIRÃO Celeste da Conceição Gomes da Costa Pereira Faleceu no 26 de março, com 94 anos. Viúva de Manuel Dias dos Santos Júnior Funeral realizado por Funerária Ribeirense, Paiva & Irmão, Lda.

Dia 2 Farmácia Ribeirão Dia 3 Farmácia Trofense Dia 4 Farmácia Barreto Dia 5 Farmácia Nova Dia 6 Farmácia Moreira Padrão Dia 7 Farmácia Ribeirão Dia 8 Farmácia Trofense Dia 9 Farmácia Barreto Dia 10 Farmácia Ribeirão Dia 11 Farmácia Moreira Padrão Dia 12 Farmácia Ribeirão Dia 13 Farmácia Trofense Dia 14 Farmácia Barreto Dia 15 Farmácia Nova Dia 16 Farmácia Moreira Padrão

Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700 GNR da Trofa 252 499 180 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520 Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060

Sudoku

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Atualidade

Quebra-cabeças Suponha que 6 macacos levam 6 minutos para comer 6 bananas. 1. Quantos minutos levariam para 2 macacos comerem 2 bananas? 2. Quantos macacos seriam necessários para comer 54 bananas em 54 minutos?

Soluções da edição anterior

FIQUE EM CASA PROTEJA-SE A SI AOS OUTROS

F icha T écnica Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: We do com unipessoal, Lda. Redação: Cátia Veloso, Magda Machado de Araújo Colaboradores: Atanagildo Lobo, Jaime Toga, José Moreira da Silva, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Cátia Veloso e Magda Araújo | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda., Rua de S, Brás, n.º 1 Gualtar, Braga| Assinatura anual: Continente: 18,50 euros; Extra europa: 88,50 euros; Europa: 69,50 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,70 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Sede e Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: We do com unipessoal, Lda. NIF.: 506 529 002 Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 100 % do capital: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.


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O NOTÍCIAS DA TROFA 2 de abril de 2020

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TrofaTv transmite missa em Guidões no Domingo de Ramos A Igreja de Guidões vai ser palco de uma eucaristia transmitida em direto pela TrofaTv. A celebração, a cargo do pároco José Ramos, está marcada para as 10.45 horas de domingo, 4 de abril, e poderá ser vista na página de Facebook da TrofaTv, em facebook. com/trofatv. À semelhança do que tinha feito a 15 de março, em S. Martinho de Bougado, a TrofaTv transmitiu a eucaristia em S. Romão do Coronado e em Santiago de Bouga-

do, para levar até aos fiéis a celebração em mais dois domingos de Quaresma, que se vive de forma excecional, devido à suspensão das missas com presença comunitária. A eucaristia das 10.30 horas de 22 de março, na Capela de S. Bartolomeu, celebrada pelo pároco Rui Alves, foi transmitida em direto na página de Facebook da TrofaTv e contou com mais de 20 mil visualizações. No passado domingo, 29 de

março, a eucaristia do meio-dia foi transmitida a partir da Igreja Matriz de Santiago de Bougado, com celebração do pároco Bruno Ferreira, contando com cerca de sete mil visualizações. Recorde-se que a transmissão da eucaristia em S. Martinho de Bougado, no dia 15, superou as 14 mil visualizações. Os vídeos mantêm-se na página para quem quiser ver ou rever. C.V.

Celebrações de Páscoa também passam na TrofaTv A realidade de hoje, com a propagação do vírus, obriga a várias adaptações para que a vida siga dentro da normalidade possível. No caso das celebrações religiosas – e não fosse o novo coronavírus estar em propagação em plena época de Páscoa – os párocos estudam, permanentemente, formas de chegar mais perto dos fiéis e daí resultou a parceria com

a TrofaTv para transmitir, uma vez por semana, a eucaristia, em diversas paróquias. A lém disso, as celebrações pascais também vão ter direito a transmissão, com algumas celebrações do tridúo pascal a passar, em direto, no Facebook da TrofaTv (www.facebook.com/trofatv). A primeira com transmissão, a missa vespertina da Ceia do Se-

nhor, realiza-se na Quinta-Feira de Bougado, às 21 horas. No Domingo de Páscoa da ResSanta, 9 de abril, às 21 horas, na Igreja Matriz de Santiago de Bou- surreição, a celebração será feita na Igreja Paroquial de Alvaregado às 21 horas. A celebração da Paixão do Se- lhos, às 11 horas. Além destas, há outras celebranhor e adoração da Cruz, tem lugar na Igreja Paroquial do Muro, ções que serão realizadas “na comunhão das oito paróquias”, pelo às 15 horas da Sexta-Feira Santa. A Vigília Pascal na Noite Santa, que todos os párocos celebrarão 11 de abril, será transmitida a par- em conjunto, à exceção da Viatir da Igreja Nova de S. Martinho -sacra, que os párocos assinala-

rão nas respetivas comunidades. Na Sexta-Feira Santa, às 10 horas, será celebrado o Ofício de Leituras e Laudes, na Igreja Paroquial de S. Romão do Coronado. Esta celebração repete-se, no Sábado Santo, na Igreja Matriz de Santiago de Bougado, às 10 horas. Estas celebrações serão transmitidas nas páginas de Facebook das respetivas paróquias.

Cruz passará pelas paróquias... de carro Também para que a Páscoa seja vivida em pleno pelas famílias católicas, as paróquias vão fazer com que, no Domingo da Ressurreição, a Cruz passe junto às casas. Como? De carro. Em S. Martinho de Bougado, vão ser cinco os veículos que, durante a manhã, vão circular pelos lugares da paróquia a levar a Cruz e a mensagem de Páscoa. No Muro, a Cruz também passará pelas casas das famílias durante a manhã, até às 11 horas, de carro. O mesmo automóvel vai circular na Vila do Coronado durante a tarde. Se o estado do tempo o

permitir, o pároco, Rui Alves, também estará na viatura, com o devido distanciamento do condutor. Em Santiago de Bougado, o pároco Bruno Ferreira conduzirá o automóvel que levará o anúncio da Ressurreição. O veículo terá uma Cruz florida e passará pelos lugares da paróquia entre as 14 e as 20 horas. Os horários podem ser consultados no boletim paroquial disponível na internet. O pároco sugere às famílias que coloquem à janela uma colcha e as habituais flores pelas ruas, como se fossem receber a Cruz em sua casa.

À passagem da Cruz, é sugerido que sejam atiradas flores pelas janelas. Por fim, nas paróquias de Alva-

relhos e Guidões, de manhã, às 9 horas, sairá da Igreja Paroquial de Alvarelhos um veículo que levará as respetivas cruzes durante a ma-

nhã aos diferentes lugares das paróquias de Alvarelhos e Guidões. Nos cruzamentos ou em lugares com aglomerado habitacional maior, o carro vai parar para ser recitada a oração pascal e dirigida uma mensagem aos fiéis. À tarde, a partir das 14.30 horas, o veículo vai percorrer a paróquia de Covelas, com a mesma metodologia. A lembrança que o pároco José Ramos dá, habitualmente, aos paroquianos, este ano um porta-chaves com Cristo Ressuscitado, vai ser entregue logo que as condições sanitárias o permitam.


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