Quinzenário | 16 de abril de 2020 | Nº 715 Ano 17 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €
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Compasso motorizado percorreu concelho
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Paróquias cancelam comunhões e festas religiosas Festa da Srª das Dores em dúvida
//PÁGs. 5 e 6
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Detido por vandalizar lojas
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Ensino à distância: Covid-19 depois da adaptação, provoca mais novos desafios uma morte Câmara compra 400 computadores na Trofa e cede a alunos carenciados pub
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O NOTÍCIAS DA TROFA 16 de abril de 2020
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Entrevista
“A vida como a vivemos antes do coronavírus, provavelmente só depois de uma vacina” É uma das figuras que está na frente da monitorização da situação da pandemia no concelho da Trofa. Em entrevista ao NT, a diretora do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Santo Tirso/Trofa, Ana Tato, explicou todas as medidas implementadas pelo ACES desde a chegada do novo coronavírus a Portugal e referiu que o comportamentos dos utentes face a esta realidade tem sido “excelente”. CÁTIA VELOSO O Notícias da Trofa (NT): Antes da fase de mitigação, como geriram a crise da pandemia dos utentes se deslocavam aos centros de saúde? Ana Tato (AT): Desde o início da pandemia que tivemos que reorganizar toda a programação nas diferentes Unidades. Começamos por desmarcar as consultas de vigilância dos doentes com doenças crónicas, por apresentarem uma maior suscetibilidade em caso de infeção pelo coronavírus. Cada Unidade fez contacto telefónico com estes doentes para avaliação e, se necessário, envio de receitas e/ou pedidos de exames. O ACES e cada uma das Unidades publicitaram a necessidade de ficar em casa e divulgaram os contactos telefónicos e endereços eletrónicos, a começar pelo SNS24. Criámos maior número de horas dedicadas a consulta aberta, mas sempre que possível com contacto anterior por um daqueles meios. NT: Que medidas foram tomadas pelo ACES desde o iní-
população, em 26 de março. Assim, dividimos os doentes respiratórios das outras patologias. Estes dirigiam-se às respetivas Unidades, no sentido de minimizar a possibilidade de contágio e privilegiando sempre o contacto telefónico anterior. NT: A informação veiculada no início da propagação em Portugal foi suficiente para que os utentes evitassem recorrer às unidades de saúde? AT: Sim, o contacto da população com os profissionais do ACES já vinha a ser habitual na maioria das nossas Unidades. Com as recomendações de ficar em casa e todas as missivas que já enumerei, fez com que a grande maioria contactasse com os serviços em vez de recorrer presencialmente. O comportamento dos utentes foi excelente.
foram criadas quatro áreas dedicadas a sintomas respiratórios/Covid
cio e depois com a fase de mitigação? AT: O ACES tem um Plano de Contingência, que foi ativado a 12 de março e, no mesmo dia, o Delegado de Saúde do ACES fez um comunicado à população, publicado nas redes sociais e pelas autarquias e meios de comunicação social. Iniciaram-se reuniões semanais com a Proteção Civil das ditas Autarquias para monitorização da situação. A Unidade de Saúde Pública iniciou a vigilância epidemiológica indispensável em caso de surto infeccioso.
Meteorologia
Desde logo, o ACES implementou medidas de higiene e desinfeção das instalações com maior rigor e frequência e uso de equipamento de proteção individual pelos profissionais em conformidade com as normas da Direção-Geral da Saúde. Publicitação da necessidade de distanciamento social, higiene das mãos e etiqueta respiratória para a população. Com o início da fase de mitigação, foram criadas quatro áreas dedicadas a sintomas respiratórios/Covid, que foram noticiadas por um comunicado do ACES à
NT: Como tem sido gerido o funcionamento das unidades no serviço não-Covid? AT: As USF e USCP mantêm as consultas de Saúde Materna e de Saúde Infantil, o Programa de Vacinação e como já referi a consulta aberta para outras doenças não respiratórias. As UCC mantiveram as atividades domiciliárias da Rede de Cuidados Continuados Integrados e na UCC da Trofa iniciaram-se aulas de preparação para o parto por Skype. As consultas de Psicologia também se fazem por Skype ou telefone. As consultas de Nutrição e Serviço Social privilegiam também esta via. A Unidade de Saúde Pública mantém o CDP em nor-
mal funcionamento. NT: Quantos profissionais estão, neste momento, ausentes devido a infeções, quarentena ou para apoio aos filhos? AT: Temos um profissional de quarentena e cinco a prestar apoio a filhos. NT: Tem chegado o material suficiente para os profissionais de saúde? AT: Sim, mas muito racionado. No entanto, nunca tivemos falta, porque o ACES garantiu sempre que necessário a aquisição do material. Temos tido também oferta de viseiras por empresas dos nossos concelhos e de batas impermeáveis que nos foram oferecidas pela Câmara Municipal de Santo Tirso. NT: Pela experiência no terreno, quando considera que podemos começar a retomar alguma normalidade na nossa vida? AN: Não sei responder. A vida como a vivemos antes do aparecimento do coronavírus, provavelmente só depois da existência de uma vacina específica. A “normalidade” também vai depender da existência ou não de imunidade à doença. A infeção é nova e recente para sabermos se vamos adquirir esta imunidade. A incerteza faz parte da nova “normalidade”. Para já temos uma certeza, que é mantermos o distanciamento social, a higiene frequente das mãos, a etiqueta respiratória e nesta fase, de forma muito especial reforço: FIQUE EM CASA.
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Coronavírus
Mulher de Covelas é uma das vítimas mortais entre os 91 infetados na Trofa Uma mulher com 87 anos, residente em Covelas, faleceu devido à infeção da Covid-19, assinalando o terceiro funeral realizado no concelho da Trofa com pessoas infetadas.
Lares residenciais sem casos
CÁTIA VELOSO
A Trofa contabilizava, até ao dia de quarta-feira, 14 de abril, 91 casos de infeção por Covid-19. Os dados, publicados pela Direção-Geral da Saúde no relatório diário da situação da pandemia no País, dão a perceber que a população está a conseguir controlar a propagação do novo coronavírus, com uma evolução suave do número de novos casos, diariamente. Foram realizados testes nos lares residenciais do concelho Ao contrário de muitos concelhos, com lares como grandes fiel e Paços de Ferreira. Terá sido com focos de infeção – casos numa dessas transferências que de Famalicão e Santo Tirso, por acabou infetada, acabando por exemplo -, o concelho da Trofa sucumbir à doença provocada não regista casos de infeção nas pelo novo coronavírus. Enquanto nos lares da Miseriestruturas residenciais seniores A nível nacional, esta quarta(ver caixa). -feira, havia em Portugal 18.091 córdia não se registou nenhum inQuanto a óbitos, o NT deu conta, infetados, dos quais 383 recupe- fetado, no apoio domiciliário, uma na última edição, de dois faleci- raram e 599 morreram. Perma- funcionária testou positivo para a mentos por infeção de Covid-19, neciam internadas 1200 pessoas, Covid-19. Segundo da instituição, a colabono Muro e em S. Romão do Coro- 208 das quais nas unidades de radora, com cerca de 45 anos, fez nado, e esta semana há a lamen- cuidados intensivos. tar mais uma morte, de uma muA nível concelhio, destaque o teste no dia 1 de abril e o resultalher de 87 anos, residente na fre- para os casos da Maia, com 672 do foi conhecido no dia 4. Não apreguesia de Covelas. A vítima, so- infetados, Valongo, com 529, Vila sentava sintomas e fez teste como freu uma queda e foi hospitaliza- Nova de Famalicão, com 235, Vila todos os colaboradores da Santa da em Santo Tirso, tendo depois do Conde, com 174, Santo Tir- Casa. A mesma fonte revelou que transferida para as unidades de so, com 173, e Póvoa de Varzim, “a mulher conheceu o resultado do teste no dia que regressou ao trabacuidados continuados de Pena- com 71.
Deram negativo todos os testes efetuados aos utentes e funcionários dos lares residenciais da Santa Casa da Misericórdia da Trofa e Padre Joaquim Ribeiro. Recorde-se que o controlo nos lares e Instituições de Solidariedade Social do Município da Trofa arrancou a 4 de abril. Os testes gratuitos para os utentes foram assegurados pela Câmara Municipal da Trofa e pelo Grupo Trofa Saúde Hospital, em parceria com a Unilabs. A Santa Casa da Misericórdia vai iniciar uma segunda fase de testes junto dos colaboradores, para reforçar o controlo e evitar contágios. Dia 11 de abril, foi a vez do Lar do Centro Social Paroquial de S. Mamede do Coronado onde se realizaram mais de 40 testes que foram negativos.
Funcionária do apoio domiciliário da Misericórdia infetada
Criada Linha de Apoio Oncológico Covid-19 A Liga Portuguesa Contra o Cancro - Núcleo Regional do Norte (LPCC-NRN) criou uma linha telefónica gratuita para apoiar os doentes oncológicos durante esta pandemia. A Linha Apoio Oncológico Covid-19 está disponível através do 800 919 232. “Grande parte dos serviços e atividades do Núcleo Regional do Norte estão suspensos, devido ao plano de contingência Covid-19. A linha telefónica permitirá à LPCC-NRN continuar a apoiar os doentes oncológicos e a reforçar os apoios disponíveis, nesta fase difícil que todos vivemos, mas principalmente os doentes oncológicos pois têm o sistema imunológico mais debilitado e suscetível a inúmeras infeções”, explicou esta entidade em nota informativa. A linha está disponível de segunda a sexta-feira, das 8.30 às 17.30 horas, e através dela os doentes oncológicos podem pedir apoio no esclarecimento de dúvidas, nomeadamente de âmbito técnico e científico, assim como apoio social e jurídico. Podem ainda ser solicitados “serviços de apoio” como entrega de refeições, apoio económico, consultas de psico-oncologia, compra e entrega de medicamentos de farmácia, entrega de medicamentos hospitalares e compra e entrega de bens alimentares; Os protocolos entre a LPCC-NRN e vários hospitais da região permitem autorizar os colaboradores do NRN a efetuar o levantamento da medicação oncológica de ambulatório no hospital para entregarem em casa dos doentes”, informou ainda a LPCC. C.V.
lho depois de três dias de folga”, foi enviada para casa e as três colegas, todas do serviço de apoio domiciliário que com ela estiveram, foram colocadas em isolamento profilático”. “As colaboradoras cumprem rigorosamente todas as medidas de higiene e segurança, usam os equipamento de proteção individual o que permite estarmos tranquilos, mas atentos, a possíveis cadeias de contaminação”, explicou. Na Misericórdia da Trofa, os colaboradores trabalham “em espe-
lho” (regime de trabalho por equipas que folgam nos mesmos dias e trabalham na mesma altura) e não utilizam outras instalações. Cada serviço funciona de forma autónoma. No apoio domiciliário, a Misericórdia da Trofa cobre as necessidades de 80 pessoas. Durante estes dias de agravamento do surto, os colaboradores, antes de entrar ao serviço, são sujeitos à medição da temperatura para despistagem de febre.
Criado centro de acolhimento temporário Acolhe cerca de 50 camas e está localizado nas instalações da Academia Municipal – Aquaplace. O centro de acolhimento foi criado, recentemente, pela Câmara Municipal e visa acorrer a “casos de isolamento profilático de utentes dos lares locais ou pessoas sem retaguarda familiar”. Esta é uma das medidas municipais de resposta à fase de mitigação da pandemia de Covid-19. O AC Bougandense também disponibilizou as suas instalações à autarquia “para o que for neces-
sário” no combate à propagação do novo coronavírus. No mesmo sentido atuou a ASAS, que dispo-
nibilizou as suas instalações no Centro Comunitário.
Câmara cancela ExpoTrofa e Belive Todos os eventos organizados pela Câmara Municipal da Trofa até 31 de julho estão cancelados. Isto significa não serão realizados a ExpoTrofa e o Belive, a festa da
juventude, assim como a festa do Dia da Criança, o Dia do Ambiente e as colónias balneares seniores e escolares. As verbas que estavam associa-
das a estes eventos serão, segundo a autarquia, utilizadas para reforçar o investimento no auxílio social à população e nas medidas de combate à propagação da Covid-19.
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Coronavírus
Opinião
PS desafia Câmara a apoiar trofenses a pagar água e resíduos O Partido Socialista da Trofa defende que a Câmara Municipal da Trofa tem de tomar mais medidas para apoiar as famílias e as empresas nesta fase difícil, em consequência da pandemia da Covid-19. Amadeu Dias, presidente da concelhia da Trofa, apontou um conjunto de medidas que o PS quer ver implementadas pelo Executivo Municipal da Trofa, nomeadamente “na comparticipação no tarifário final aos utentes do serviço de abastecimento de água” – prestado pela empresa de capitais privados, a INDAQUA, “nos meses de abril, maio e junho de 2020”. No comunicado enviado aos órgãos de comunicação social assinado por Amadeu Dias, o PS defende “a comparticipação a 100 por cento da tarifa variável do serviço de abastecimento de água para as IPSS - Instituições Particulares de Solidariedade Social, assim como a comparticipação a cem por cento da tarifa variável no primeiro escalão do serviço de abastecimento de água para clientes domésticos, aliviando assim as contas das famílias em cada mês”. Num município onde os valores de água por metro cúbico é dos mais altos do país, os socialistas da Trofa querem ver também a autarquia “comparticipar 50 por cento do valor da tarifa variável do segundo escalão do serviço de abastecimento de água para clientes domésticos assim como a manutenção da comparticipação atual para os restantes escalões”. Para o Partido Socialista da Trofa, “a comparticipação do Município nestes serviços é absolutamente prioritária e determinante e não trará custos acrescidos, uma vez que a Câmara já anunciou o cancelamento de diversas iniciativas culturais e recreativas agendadas para os próximos meses”, decisão que merece “o apoio” do partido de oposição. Em declarações ao NT/TrofaTv, Amadeu
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Dias garante que os mais de 300 mil euros que a Câmara não vai utilizar em eventos, como o Belive, a ExpoTrofa, as colónias balneares para crianças e para os idosos ou a Feira do Livro, “podem e devem ser canalizados para estas medidas”. Destes mais de 300 mil euros, Amadeu Dias garante que “são precisos 280 mil euros para fazer face ao pagamento da comparticipação por parte da Câmara da água das famílias trofenses”, acrescentando que, deste bolo, ainda sobra um valor considerável para “investir na aquisição de material de proteção individual, nomeadamente máscaras, luvas, gel desinfetante e fatos de proteção, para disponibilizar a todas as autoridades e profissionais que estão na linha da frente no combate a esta pandemia no concelho da Trofa”. De acordo com Amadeu Dias, “os equipamentos de proteção individual devem ser distribuídos pelos militares da GNR, pelas unidades do Centro Hospitalar Médio Ave, junto das instituições de solidariedade social que trabalham diariamente com a população trofense, pelos profissionais dos centros de saúde do concelho da Trofa, junto da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa, e pelas juntas de freguesia, possibilitando às mesmas equipar os seus profissionais para continuarem no terreno a prestar assistência à população das oito freguesias da população”. Outra das preocupações do PS Trofa é a “realidade dos concelhos vizinhos, nomeadamente a do concelho da Maia, pela sua proximidade geográfica”. Amadeu Dias não deixou também de realçar o trabalho dos presidentes de junta, nomeadamente o trabalho do autarca da Junta do Coronado, José Ferreira, tendo em conta “a sua antecipação e rapidez na implementação de um conjunto de medidas efetivas, constituindo-se como um exemplo para os outros órgãos do poder local, na proteção da população”.
O ano 2020 começou com o anúncio por parte da Organização Mundial de Saúde para o aparecimento de um surto, um novo Coronavirus, e consigo uma nova doença. Para trás ficava o ano de 2019. Portugal e o Mundo viviam tempos de aparente tranquilidade. Pela primeira vez na história da sua democracia, Portugal apresentou um excedente orçamental. Consolidávamos a nossa economia, projetávamos um novo ano de crescimento económico, seguíamos o caminho de reposição de rendimentos e consequentemente valorizávamos as famílias. Mas tudo mudou repentinamente. Fevereiro foi o mês em que a Europa começou a registar os primeiros casos em vários países. Uns mais cedo que outros. Isso reflete-se agora, sensivelmente dois meses depois. Como lidámos com um vírus perigoso pela forma como se propaga e mais ainda pelo desconhecimento científico sobre o mesmo, as primeiras reações foram incertas. E isso leva-nos, possivelmente, a um dos maiores erros. Não nos preparámos para um inimigo destes. As organizações mundiais, e particularmente as europeias, revelaram não ter um plano para agir rapidamente. Não sabemos se teríamos sido bem-sucedidos. Mas sabemos – infelizmente – ao dia de hoje que já perdemos milhares de vidas por não termos um plano para seguir. Sabemos que os países em que o vírus se propagou mais cedo são os mais castigados. Foram deixados à mercê de um inimigo invisível e sem um plano de contingência eficaz para o combater. Não obstante a primeira falha, e ainda que as últimas noticias do Eurogrupo sejam uma janela de esperança, a Europa teima em falhar. Precisávamos, nesta fase, de mais solidariedade, de mais sentido coletivo, de mais União Europeia. Tal como afirmou o nosso Primeiro-Ministro António Costa, “a União Europeia corre o risco da acabar se não for capaz de enfrentar os efeitos económicos e sociais da pandemia da covid-19”. Em Portugal, e tendo em conta diversos fatores, temos ao dia de hoje números diferentes, para melhor, da maioria dos países. É certo que pudemos antecipar cenários com os exemplos de outros países, ainda assim também não tivemos um plano para seguir. Na generalidade das opiniões, na qual a incluo a minha, uma das razões para estes resultados francamente positivos, até à data, é a atuação do Governo. Portugal, à custa da atuação dos agentes políticos, tem sido elogiado pelos principais órgãos de comunicação social internacional. As medidas apresentadas pelo Governo que visam assegurar os rendimentos das famílias através da preservação do emprego para fazer face às imposições exigidas, aliadas às propostas dos partidos da oposição e ao superior contributo dos Portugueses respeitando e cumprindo as orientações das autoridades, são razões cruciais que sustentam números amplamente elogiados. Mas o plano nacional de combate a este vírus não se esgota nestas esferas. Das empresas aos comerciantes, das instituições de solidariedade social aos autarcas, salvo raras exceções, estamos a conseguir ser um exemplo de solidariedade e responsabilidade coletiva. Aos autarcas neste período exige-se foco total na ajuda às suas populações. Tal como ao Governo, exige-se que desencadeiam todas as ajudas possíveis para minorar as quebras nas famílias. O seu foco não pode ser o protagonismo pessoal ou procurar ser melhor que o autarca do concelho vizinho. O seu dever é tranquilizar e cuidar do seu território na esfera das suas responsabilidades. Na Trofa, o Partido Socialista, sabendo da exigência do momento disponibilizou-se desde a primeira hora para o que a Câmara Municipal entenda ser necessário. Aprovámos as propostas que visam combater esta pandemia. Tiveram e continuarão a ter o nosso apoio. Somos responsáveis. Este é o momento de apoiar, de colaborar. E foi nesse sentido que apresentámos várias propostas que visam ajudar os Trofenses, nomeadamente a fazer face à sua quebra de rendimentos. Destaco a proposta para a comparticipação a 100% da tarifa variável no primeiro escalão do serviço de abastecimento de água para clientes domésticos e para as IPSS; a comparticipação a 50% no segundo escalão de abastecimento de água e a comparticipação a 100% da tarifa fixa do serviço de recolha de resíduos sólidos urbanos, para todos os clientes domésticos. Para o Partido Socialista da Trofa, a comparticipação do Município nestes serviços é absolutamente prioritária e determinante para ajudar as famílias. Este não é o tempo do egoísmo. Não é o tempo da individualidade, de procurarmos protagonismo e valorização pessoal. É o tempo de respostas coletivas. O combate a este vírus vai continuar. Diariamente temos a missão de fazer mais e melhor. De ajudar o próximo. De deixarmos de fazer hoje a nossa vontade individual, para permitirmos que em breve as vontades coletivas sejam satisfeitas. Uma mensagem especial de agradecimento a todos os profissionais, das diferentes áreas, que estão na linha da frente deste combate. Sem eles, os números elogiados em Portugal não seriam possíveis. Reconhecer o trabalho deles é perceber que este cenário pode mudar se não formos capazes de continuar a seguir as recomendações das autoridades. Fiquem em casa para rapidamente nos podermos voltar a abraçar. O contágio que precisamos é o da responsabilidade e da esperança. Vai ficar tudo bem! Amadeu Dias Presidente do PS Trofa
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Alunos do 9.º terminam ano letivo à distância com ajuda da “telescola” O primeiro-ministro anunciou que, até ao 9.º ano, todo o terceiro período prosseguirá com ensino à distância, com avaliação, mas sem provas de aferição nem exames, mantendo-se os apoios às famílias com filhos menores de 12 anos. O terceiro período iniciou a 14 de abril, sem atividades letivas presenciais. Para os alunos do Ensino Básico, ou seja, do 1.º ao 9.º ano, o ensino à distância vai prolongar-se até ao fim do ano letivo, sendo reforçado pela “telescola”, com programas pedagógicos na RTP Memória (ver quadro), “que complementarão sem substituir, o trabalho que os professores vêm mantendo com os seus alunos”, anunciou António Costa. Esta foi a forma encontrada pelo Governo de “ter o alcance mais universal possível”. As emissões serão diárias a partir do dia 20, estando acessíveis “não só por cabo ou satélite, mas também, através da TDT”. A forma de avaliação, explicou ainda o governante, “será feita em cada escola pelos professores que melhor conhecem o conjunto do percurso educativo de cada aluno, sem provas de aferição, nem exames do 9º ano”. “Neste quadro, será mantido até ao final do ano letivo o regime de apoio especial às famílias com filhos menores de 12 anos”, salientou. Exames do 11.º e 12.º adiados e só para acesso ao Ensino Superior Relativamente ao 11.º e 12.º
anos do Ensino Secundário, António Costa referiu que os alunos ainda poderão ter aulas presenciais este ano letivo e que o calendário de exames dos 11.º e 12.º anos é adiado, só abrangendo os exames específicos para acesso ao Ensino Superior. Estes serão feitos, na primeira fase, de 6 a 23 de julho, e na segunda fase, de 1 a 7 de setembro. “Deste modo, a atividade letiva pode estender-se até 26 de junho”, declarou o primeiro-ministro, que considera “particularmente importante” que ainda se possa “retomar as atividades letivas presenciais, tanto mais que é tal a diversidade de disciplinas que não se pode recorrer ao apoio da transmissão televisiva”. No entanto, ainda não é possível calendarizar a retoma das auGrelha da T elescola que vai funcionar a partir de 20 de abril las, uma vez que depende da evo“O que neste momento posso dilução do combate à pandemia da sujeitas a exame específico para o acesso ao Ensino Superior, con- zer aos pais e educadores é que só Covid-19. “Iremos assim trabalhar em dois tinuando todas as outras discipli- poderemos retomar as atividades planos. Aquele que preferimos, nas a serem ministradas à distân- nos jardins de infância quando forem revistas as atuais regras de de poder retomar parcialmente cia”, acrescentou. distanciamento – regras que são as aulas presencias do 11.º e do impossíveis de cumprir em sala Jardins de infância só 12.º durante o mês de maio, sem por crianças desta faixa etária”, reabrem quando revistas excluir, como plano B, termos de justificou o primeiro-ministro. regras de confinamento social prosseguir exclusivamente o ano António Costa considerou deAs atividades nos jardins de letivo com ensino à distância, se a evolução da pandemia assim o infância só vão poder reabrir pois que ainda é “prematuro definir um prazo seguro, ainda que exigir. Em qualquer caso, para quando foram revistas as atuais assegurar o maior distanciamen- regras de distanciamento social indicativo,” para uma eventual to social, o menor tempo de per- para prevenir a propagação da reabertura do ensino pré-escolar. “Este é mesmo o momento de manência na escola e a melhor hi- Covid-19. António Costa referiugiene, as atividades letivas pre- -se particularmente à situação da nos impormos o maior rigor no senciais serão sempre muito limi- educação pré-escolar, frisando cumprimento destas normas, saque, embora não integrando o en- bendo que, quanto mais detertadas”, disse. Os alunos do 10.º ano permane- sino obrigatório, “é fundamental minados agora formos, mais cem “em regime de ensino à dis- no processo de desenvolvimen- cedo nos podemos libertar destância”. “Só haverá aulas presen- to de todas as crianças e que não tes constrangimentos”, defendeu. Neste contexto, o primeiro-miciais das 22 disciplinas que são pode ser assegurada à distância”.
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Coronavírus
nistro sustentou mesmo que a interrupção das atividades letivas presenciais, com a manutenção do encerramento dos jardins de infância, “é um sacrifício necessário que está a ajudar toda a sociedade a vencer esta pandemia”. “A comunidade educativa concluiu com sucesso o segundo período letivo e vai prosseguir o processo de aprendizagem até ao final do ano letivo. No próximo ano letivo temos de fazer um esforço acrescido de recuperação das aprendizagens”, disse, aqui numa alusão à situação criada no Ensino Básico. A RTP 2 vai transmitir conteúdos p e n s a n d o n a s c r i a n ç a s d a Educação Pré-escolar, ou seja dos três aos seis anos (ver quadro com programação).
Câmara compra 400 computadores e cede a estudantes carenciados O investimento ronda os “150 mil euros” segundo avançou a Câmara Municipal da Trofa, que vai comprar 400 computadores, com internet de banda larga, para emprestar a crianças e jovens carenciados do concelho. Inserido no plano de ação para combater a pandemia de Co vid-19 e minimizar os efeitos negativos que a propagação do vírus tem provocado, este investimento resulta do redirecionamen-
to de despesa autárquica, uma vez quiridos foi apurado depois de um tarca serão repartidos por “cerca sinal de grande solidariedade”, afirmou. que grandes eventos programa- “levantamento das necessidades de 10” instituições do concelho. Sérgio Humberto desafiou vádos como a ExpoTrofa e o Belive feito pelos agrupamentos escoDesemprego no concelho lares da Trofa, com quem vai ser rios outros políticos e entidades foram cancelados. A informação foi avançada por Segundo o presidente da Câ- celebrado um protocolo para o a fazerem o mesmo e a doar o seu Sérgio Humberto à Agência Lusa: mara, Sérgio Humberto, os com- usufruto dos computadores”, ex- salário a IPSS do interior do país “pois são as que têm mais dificul- “No último mês, houve mais 500 putadores, que deverão estar dis- plicou o autarca. A título pessoal, o autarca reve- dade”, nomeando o Presidente da pessoas que ficaram desempreponíveis “no final” desta semana, chegarão “às crianças e jovens lou ainda que vai “oferecer o sa- República, presidente do Banco gadas” e que “não podem pagar carenciados do 1.º ano do Ensino lário de abril às Instituições Par- de Portugal, banqueiros, políticos a conta da água, os resíduos, o saBásico até ao 12.º ano”, para que ticulares de Solidariedade So- titulares de subvenções vitalícias neamento e a eletricidade”, contudo o presidente da Câmara não estes possam “iniciarem o tercei- cial (IPSS) do concelho que estão e ex-Presidentes da República. “Se, com este dinheiro, poupar- especificou em que empresas, ro período sem se sentirem ex- com mais dificuldade e na linha da frente do combate à Covid-19”. mos uma vida e um emprego nes- nem em quantas, se verificou este cluídos”. O número de computadores ad- Os 2394 euros auferidos pelo au- sas IPSS em dificuldade será um desemprego.
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Coronavírus
Ensino à distância na Trofa: depois da adaptação, vêm aí novos desafios “Não foi fácil, num fim de semana, mudar completamente as dinâmicas das escolas”. O desabafo é de Paulino Macedo, diretor do Agrupamento de Escolas da Trofa, quando questionado pelo NT e TrofaTv sobre como se adaptou às mudanças decorrentes do encerramento dos estabelecimentos escolares e adoção do ensino à distância, quando já se fazia a contagem decrescente para o fim do 2.º período, cumprindo a ordem do Governo, que assim tentou conter a propagação do novo coronavírus. Os recursos e ferramentas que, antes eram utilizados “sem carácter obrigatório” e, nalgumas situações, ainda “a título experimental”, passaram a assumir-se como “principal” meio para manter o enA lunos têm agora de aprender à distância sino a funcionar. “Aproveitamos a condição que foi necessário 'espevitá-la', o que computador para atender a comorgulhosamente ostentávamos, estava ao nosso alcance. As difi- promissos escolares de mais do de ser uma 'Escola Microsoft', culdades de falta de acesso por que um aluno ou adulto em telepara mostrarmos o nosso poten- ter perdido a password ou já não trabalho, foi a maior dificuldade cial. Como é sabido, já utilizáva- se lembrar dela, foi de fácil solu- identificada pelos dois diretores. “Há professores também com as mos o Office 365 com a explora- ção. A dificuldade maior foi com ção de todas as ferramentas inte- os alunos que não tinham em casa mesmas dificuldades. Existe um gradas: Outlook, OneDrive, Sha- meios de aceder às nossas aplica- número considerável de famílias rePoint, Teams, Sway, Yammer e ções. Para esses, o trabalho dos sem acesso a computadores e à Inoutras de utilização mais diária. diretores de turma foi fundamen- ternet”, alertou Renato Carneiro, Isto facilitou-nos de alguma forma tal, com os vários contactos via que espera que, apesar destes ena reorganização da escola”, expli- telemóvel ou por intermédio dos traves, “os encarregados de educou o diretor. encarregados de educação re- cação, dentro das suas possibiliTambém reconhecendo entra- presentantes de turma, que mui- dades, criem condições para que ves iniciais, Renato Carneiro, di- tas vezes foram os portadores de os seus educandos mantenham o retor do Agrupamento de Esco- impressões das tarefas enviadas contacto e cumpram as orientalas do Coronado e Castro, subli- pelos professores. Temos a cons- ções dos seus professores”. Quanto ao 3.º período, que arnhou que “alunos e famílias ten- ciência que não deixamos ninrancou esta semana, Paulino Mataram ajustar-se à nova realida- guém para trás”, sublinhou. de”, numa mudança radical que, E numa realidade completa- cedo não duvida de que será “deassegura, “não prejudicou a ava- mente nova, não foram só os alu- safiante”. “Por um lado, a consolidação do liação das aprendizagens que foi nos e os pais a terem de se adapconcluída com rigor”. tar, sublinhou Paulino Macedo: trabalho anteriormente iniciado, Quanto ao comprometimen- “Muitos de nós, professores, não ti- por outro, porque vai exigir de to de alunos e encarregados de vemos a noção da disponibilidade nós a necessidade de colocar os educação para o ensino à distân- e capacidade de trabalho dos nos- nossos alunos a prender 'matéria' cia, Renato Carneiro admite que sos alunos em autogestão. A quan- nova e não exclusivamente a con“houve de tudo”, salvaguardando tidade de tarefas pedidas, foi mui- solidação de conhecimentos. O 3.º que “a grande maioria fez (e con- tas vezes na perspetiva dos pais, período não pode ser apenas fatinua a fazer) um grande esforço exagerada. Outras vezes, ainda zer tarefas de consolidação, mas para corresponder às necessida- na perspetiva dos pais, eram so- temos que apresentar conteúdos des dos educandos”. licitadas tarefas para as quais, al- novos em cada disciplina”, refePaulino Macedo, por sua vez, guns alunos, não tinham em casa riu, não deixando de salientar que, refere que “cada encarregado de as ferramentas adequadas para as mesmo online, os alunos têm a gaeducação e cada aluno, desde o realizar. Por outro lado ainda, os rantia da “proteção de dados” no pré-escolar aos do 12.º ano”, por pais quase que tiveram que vol- manuseamento das ferramentas serem membros da organização, tar à escola para aprender com os do ensino à distância. “No final do ano, há a garantia detinham uma conta de correio filhos já que se sentiam na obriinstitucional, no domínio do agru- gação de os acompanhar. Houve de podermos, retiradas as informações necessárias, gravar anopamento de escolas e as creden- uma adesão muito boa”. ciais para poderem aceder à área A gestão de meios, e nomeada- nimizado, todo o trabalho produreservada das aplicações”. “Esta mente do grande número de agre- zido”, concluiu. utilização estava adormecida e só gados familiares com apenas um
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José Pedro Maia Reis Memórias e Histórias da Trofa
Novembro de 1897 e o motim na Ponte Pênsil Um dos ícones da história e também da identidade da Trofa que estupidamente foi arrasado com as desculpas tradicionais de que era preciso haver o dito progresso: referência para a Ponte Pênsil, onde, próximo ao final do ano de 1897, iria ocorrer uma manifestação popular. Os rios sempre foram fronteiras naturais e nas fronteiras costumam haver portagens e algumas delas são a pagar enquanto outras são meros pontos de controlo de mercadorias e pessoas. No dia 10 de novembro de 1897, iria ocorrer uma atitude que iria hostilizar a população de S. Martinho, Santiago de Bougado como também de Ribeirão, que se manifestaram contra o ato de receber os direitos da portagem naquela ponte por intermédio das autoridades administrativas. Alegavam os manifestantes que nunca tinham pago para passar naquela ponte e não pretendiam certamente iniciar com esse pagamento, havendo alguns momentos de tensão com os populares a marcarem de forma bem vincada a sua presença. Ocorreu o tradicional tocar de sino a rebate, com uma grande mobilização popular, na qual alguns dos seus elementos apresentaram-se no local armados e o pobre desgraçado do cobrador de impostos referente à passagem na ponte não teve outro remédio senão fugir devido à crescente ira popular. Um sinal dos outros tempos quando a população e a comunidade se unia contra os abusos do estado local e acabavam os seus agentes por terem de fugir para não saírem magoados com maior ou menor gravidade, dependendo da sua capacidade de corrida. Acabaria nos dias seguintes por se instalar junto da ponte uma força para manutenção da ordem, devidamente armada para evitar quaisquer tumultos, porém nada houve de importância. A razão para essa acalmia deveu-se ao indivíduo que cobrava os referidos impostos de passagem não ter aparecido mais, continuando a respeitar-se o costume dos populares das freguesias referidas anteriormente não pagarem portagem para passar aquela ponte. Informava-se na imprensa que podia ser uma prática com os dias contados, atendendo à crescente importância daquela travessia, devido ao crescimento económico da região e seria previsível que a curto prazo a passagem começasse a ser paga.
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Opinião Tecnologias emergentes nos cuidados à distância A disseminação do novo coronavírus e a pandemia daí resultante, constituem um poderoso teste aos sistemas sociais e de governação. As autoridades governamentais de muitos países têm-se colocado em campo para testar novas soluções tecnológicas que possam monitorizar e travar este surto. Contudo, no âmbito da assistência aos idosos em isolamento social, é necessário continuar a dar respostas às suas necessidades. A prestação de cuidados às pessoas idosas tem sido muito discutida no âmbito da adaptação dos sistemas de saúde à realidade tecnológica atual. Com a questão do isolamento social em tempos de doenças emergentes, a preocupação com a falta de assistência aos mais velhos torna-se uma barreira que tem de ser rápida e eficientemente ultrapassada. De alguns anos a esta parte, que as políticas de saúde se têm debatido com as novas soluções tecnológicas com potencial de serem inseridas no quotidiano dos idosos. As tecnologias Active Assisted Living (AAL) traduzem-se no uso de novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) para criar um ambiente inclusivo e de apoio, permitindo aos mais idosos, ou indivíduos com algum grau de incapacidade, viverem de forma ativa e independente por mais tempo. Esta aposta crescente na criação de soluções digitais tem tido um selo muito forte da Comissão Europeia, ao financiar projetos europeus para dar resposta a algumas das necessidades mais prementes nos dias de hoje. Se no vulgar dos dias algumas dificuldades já se colocam, imaginemos neste momento em que a recomendação passa pelo isolamento físico. No que diz respeito à saúde e, assumindo que a maioria dos idosos consegue manter alguma autonomia no seu quotidiano, o recurso às tecnologias digitais em saúde (eHealth) permite a recolha e gestão de dados clínicos de apoio a intervenções terapêuticas à distância. A correta adesão à terapêutica farmacológica continua a ser uma grande dificuldade nestas faixas etárias, pelo que o recurso a eHealth pode ser parte da solução. No mercado já existe uma oferta alargada de Smart Pill Boxes, com funções de calendarização das tomas, dispensa, controlo da prescrição e lembretes, permitindo que a equipa de saúde ou o cuidador acompanhe, pelo menos em parte, a correta adesão ao tratamento. É um dado adquirido que a maioria destes dipositivos não se substitui à função do cuidador (formal ou informal); no entanto, permite um controlo “remoto”, ainda que limitado, mas essenciais para dar resposta às necessidades. Evidentemente que as tecnologias AAL ultrapassam a gestão de saúde e bem-estar pessoal. Atualmente, podemos encontrar uma grande oferta de soluções digitais, algumas em testes, no âmbito da interação social, cuidados formais ou informais ou desenvolvimento de competências. Dos dispositivos mais acessíveis à data, temos os wearables ou dispositivos clínicos adaptados ao contexto domiciliário (seguindo a lógica do home care), prolongando-se para transformações digitais mais complexas, tais como robôs de apoio doméstico ou exoesqueletos robóticos para deficientes motores. Muitas são as barreiras na hora de implementação deste novo paradigma de cuidados de assistência nos idosos, sobretudo com condições clínicas mais frágeis. Creio estarmos ainda muito longe de uma cobertura de assistência com recurso a novas soluções tecnológicas, mas que nos pese na consciência a necessidade urgente de repensar alguns níveis de assistência, tendo por base contextos extraordinários como os que vivemos hoje. Renato Ferreira da Silva |Farmacêutico Investigador na Universidade do Porto
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Coronavírus
Trofense aprendeu a fazer viseiras e já doou 500 Em dez dias, André Maia fez, com as próprias mãos, 500 viseiras e doou-as a instituições do concelho e da região. “Não são as melhores viseiras, não têm acabamentos perfeitos, mas são eficazes e, acima de tudo, são feitas com o coração. Como tudo o que faço”, contou o empreendedor ao NT. CÁTIA VELOSO Temos visto, quase diariamente,a solidariedade de muitas empresas que, face à pandemia, readaptaram os seus negócios para ajudar quem, por esta altura, tem de continuar a sua missão de cuidar de outros. Na Trofa, além de empresas, temos pessoas que, a título individual e sem qualquer experiência na “área”, arregaçaram as mangas para ajudar. É o caso do trofense André Maia que, estando em casa, não quis ficar quieto nem “sentado no sofá a fazer vídeos no tik tok”. Antes, pensou em “ser útil”, começando por “assimilar” a nova realidade durante os primeiros dias de pandemia no país. Com sangue de empreendedor a correr-lhe nas veias – um exemplo foi o negócio que criou com garrafas de vidro recicladas que se transformavam em travessas - André pensou em “produzir algum equipamento de proteção individual que pudesse ser usado pelos profissionais”, contou o próprio em declarações ao NT. “Daí a ter uma viseira e a possibilidade de as produzir com poucos recursos foi um passo. Fiz o que sempre faço. ‘Estudei’, olhei à minha volta e vi os recursos que tenho e pus mãos à obra. Simples assim. Não são as melhores viseiras, não têm acabamentos perfeitos, mas são eficazes e, acima de tudo, são feitas com o coração. Como tudo o que faço”. Sozinho, fez 500 viseiras em dez dias, que entregou a di-
A ndré M aia já fez mais de 500 viseiras versas entidades e instituições do concelho, assim como nos centros de saúde e hospitais de referência da região e no Hospital de S. Sebastião, em Santa Maria da Feira, pelo qual tem apreço particular. Os equipamentos também já chegaram aos hospitais de Braga, de S. João e da Prelada, no Porto, e ao Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, em Penafiel. André Maia assegurou que vai “continuar a fazer mais ou menos 50 a 60 por dia enquanto puder e sentir que são necessárias nesta primeira fase”. “Estou rodeado de uma família e amigos que também me apoiam. E tenho um pai, filho de um pai meu avô, que são a minha inspiração. Não quero louros nem faço nada para os receber, mas se assim é, é justo partilhá-los. E as publicações do Facebook foram para inspirar outras pessoas”, concluiu.
Bial cria fundo de meio milhão para ajudar comunidade A empresa farmacêutica Bial, situada em S. Mamede do Coronado, anunciou a criação de um fundo, com dotação de meio milhão de euros, para apoiar iniciativas comunitárias para combater a pandemia de Covid-19. António Portela, administrador da empresa, sublinhou que, “além de assegurar a manutenção total da sua atividade, que é crítica para milhões de doentes”, a Bial “entendeu dar também o seu contributo à comunidade” para “dar resposta a distintas necessidades”, algumas das quais já identificadas, “de profissionais e instituições de Saúde, de solidariedade social ou no âmbito de programas e projetos que visam uma melhor prestação de cuidados”. Assegurando que, de momento, “não” há “constrangimentos” no “abastecimento contínuo dos seus medicamentos”, a empresa, que tem “a maioria dos colaboradores em regime de teletrabalho”, sublinha que mantém a trabalhar na sede da empresa “as pessoas das áreas Industrial, Qualidade e Logística” e “alargou o período de produção para reforçar os stocks dos seus medicamentos”. “Tendo como prioridades a saúde e a segurança dos seus colaboradores e a continuidade das operações da empresa, Bial definiu e tem vindo a atualizar, desde o início de março, um plano de contingência focado na prevenção e contenção da propagação do novo coronavírus. Entre as medidas adotadas, suspendeu proativamente todas as interações diretas dos seus colaboradores com farmácias, médicos e restantes profissionais de saúde. Foram também canceladas todas as visitas à sede da empresa, ex-
cetuando-se o fornecimento de produtos e materiais indispensáveis à manutenção da sua atividade, bem como a expedição de medicamentos. Paralelamente, foi reforçado um conjunto de medidas para garantir a segurança dos colaboradores que permanecem a trabalhar, nomeadamente ao nível da higienização e distanciamento social”, informou a empresa. Empresa desmistifica Parkinson com novo vídeo No âmbito do Dia Mundial da Doença de Parkinson 2020, assinalado no dia 11 de Abril, a BIAL lança um novo filme com o objetivo de desmistificar esta doença, mostrar as incríveis conquistas e a diversidade de pessoas que vivem com Parkinson. O filme, “Keep on moving“, insere-se numa campanha de âmbito mundial lançada pela BIAL nas redes sociais há quatro anos e que visa aumentar a consciencialização e o conhecimento sobre a Doença de Parkinson e inspirar milhões de pessoas que vivem com esta condição em todo o mundo. A Doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa que afeta 1,2 milhões de pessoas na Europa. À medida que a patologia evolui, tarefas diárias comuns, como tomar banho, vestir-se, comer, dormir e caminhar, podem tornar-se verdadeiros desafios. Com este novo filme, BIAL pretende enfatizar que apesar dos condicionamentos, a Doença de Parkinson não define as pessoas.
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Páscoa
Compasso motorizado percorreu concelho Todos os anos o ritual da saída das Cruzes, da primeira missa das paróquias de todo o concelho da Trofa, com a alegria transmitida pelo toque dos sinos das torres das igrejas, pelo fogo de artifício e por grupos de fieis que compunham o Compasso repe-
tiam-se no Domingo de Páscoa. Este ano Cristo Ressuscitado chegou, andou e partiu de carro! Desta vez não! Nesta Páscoa de 2020 a tradição não se repetiu. Tudo foi diferente no domingo em que, os cristãos celebram a Ressur-
Jipes enfeitados saíram da Igreja M atriz de S. M artinho de Bougado reição de Jesus Cristo. Por todas as paróquias da Trofa as Cruzes do Compasso saíram às ruas em veículos, cedidos por beneméritos, devidamente engalanados com flores, alguns deles conduzidos pelos próprios sacerdotes com duas coisas em comum: a Cruz de Cristo Ressuscitado e as mensagens “Cristo Ressuscitou Aleluia, Aleluia! Um pouco por todo o concelho, paróquia a paróquia, rua a rua, casa a casa as colchas nas janelas anunciavam a visita de Cristo Ressuscitado e, nas varandas e janelas os fiéis esperavam pacientemente e cheios de alegria a visita, que se deixava anunciar pelo som que se ouvia ao longe: “ Cristo Ressuscitou Aleluia Aleluia”! As flores também não faltavam, não a colorir as ruas nos tradicionais tapetes para que Cristo Ressuscitado passasse mas, desta vez foram substituídos pelas pétalas que eram lançadas para a Cruz que
Padre Bruno percorreu todas as ruas de Santiago de Bougado passava em jipes, pickups e carri- dos concelhos de residência tamnhas de “caixa aberta” a anunciar bém não permitiu que avós, pais, a Ressurreição. Mas a tradição este filhos, netos e sobrinhos se juntasano também não se cumpriu nou- sem presencialmente. Valeram as novas tecnologias tros aspetos. Nas casas as famílias juntavam-se para os tradicionais que permitiram fazer pequenos almoços e lanches que, nesta Pás- “milagres”, a centenas e milhares coa de 2020 se resumiram apenas de quilómetros de distância, que aos habitantes habituais de casa... para muitos fez toda a diferença, e emigrantes quase não se viram e a ajudou a fintar a solidão juntando à proibição de deslocação para fora volta de um ecrã a família.
Padre rui também fez questão de experimentar esta Visita Pascal diferente do habitual
Padre José R amos pode sentir- se mais perto dos fiéis neste tempo de confinamento social
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Páscoa
Padre Rui A lves
Padre Bruno Ferreira
Padre L uciano L agoa
“O balanço da Visita Pascal foi extre- “Foi inesquecível, pois as pessoas tive- “As celebrações Pascais deste ano cormamente positivo. As pessoas ouviram ram de ficar em casa, não puderam fes- reram muito bem, nomeadamente a Visio nosso apelo e conseguimos acabar por tejar da forma como estavam habituados. ta Pascal, pois tínhamos algumas reserfazer do Domingo de Páscoa um dia dife- Andei por toda a paróquia com o carro vas, mas acabamos por confirmar que rente, mas muito profundo. Desde os 10 que levava a Cruz, andei o dia todo a vi- correu muito bem. Recebi mensagens anos de idade de faço parte do compas- sitar todos os locais. Creio que o senti- de pessoas que, inclusive, se emocioso, já passei pelos vários papéis e este mento geral de todos é de que fizemos naram e choraram ao ver o carro com a ano, na paróquia do Muro, este ano foi isto com toda a dignidade, com todo o Cruz passar à sua porta. Foi a todos os vivido com algum medo. respeito, com a anuência das autorida- níveis um momento de especial para toNas três paróquias que estou, S. Cris- des, e todos respeitaram. Foi uma alegria das as pessoas que vivem a Páscoa. Os tovão do Muro, S. Mamede e S. Romão muito grande percorrer todos as ruas, e campainheiros, através dos nossos grudo Coronado, as carrinhas percorreram àquelas onde não fui as pessoas alerta- pos de jovens, sugeriram que em casa as várias ruas para levar a Páscoa a cada ram e eu voltei atrás. Foi a forma de es- de cada jovem, fossem distribuídas camum, mas de forma diferente”. tar com todo o meu povo e vi pessoas que painhas por toda a paróquia, para que nunca tinha visto. Houve pessoas que es- tocassem sempre que o Compasso saiu peraram várias horas para lançar as pé- da Igreja, quando terminou e mesmo à talas e ver a Cruz de Cristo Ressuscitado. passagem da viatura com a Cruz”. Foi um momento histórico”.
Padre José R amos
“Foi uma Páscoa inédita, singular. Ao longo dos percursos que fiz durante todo o dia na carrinha, tive oportunidade de ver as pessoas a acenar e a aplaudir. As pessoas emocionaram-se. Eu já esperava isto, pois sabia que seria um dia de alegria e de festa para as pessoas. Foi uma experiência única em que tive oportunidade de ver os paroquianos perto, mas o que me está a perturbar é o drama da solidão. Em julho, faz 30 anos que sou pároco e não estava habituado a estar sozinho. Convivia sempre com pessoas e para mim está a ser complicado viver esta solidão, e este é o maior problema. Mas o dia de Páscoa foi dia de ver as pessoas, mesmo que apenas de passagem”.
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Coronavírus
TrofaTv “colou” mais de 64 mil pessoas aos ecrãs na Páscoa Milhares de pessoas têm acompanhado através da TrofaTv a celebração das Eucaristias e das cerimónias pascais no concelho da Trofa. Nas próximas semanas as transmissões vão manter-se aos domingos de manhã. Têm sido dias e semanas diferentes também no que à forma de participar nas Eucaristias diz respeito. Nas paróquias da Trofa, numa colaboração profícua entre as oito paróquias do concelho da Trofa, através dos seus Párocos, a Trofa Tv e Jornal O Notícias da Trofa tem sido possível, transmitir as Eucaristias e, neste tempo pascal, as cerimónias de Quinta e Sexta-feira Santa, Sábado de Ale-
luia e a Eucaristia do Domingo de Páscoa, concelebrada pelos quatro Párocos. O vigário Luciano Lagoa reconheceu que “as transmissões que a TrofaTv fez das nossas celebrações ajudou-nos a chegar a pessoas a um universo tão grande de fiéis a que nunca chegaríamos só através das nossas páginas das paroquias, foi um conjunto muito alargado de pessoas que nos deram informação que já tivemos oportunidade de ver”. Em termos de estatísticas a TrofaTv registou mais de 64 mil visualizações de pessoas que, em direto assistiram através dos seus ecrãs de computador ou de dispositivos móveis.
Párocos celebraram tríduo pascal em conjunto Desde meados de março que uma equipa da TrofaTv/O Notícias da Trofa se deslocam, todos os do-
mingos a uma paróquia diferente para transmitir em direto a celebração das Eucaristias, procedi-
mento que “vamos continuar a levar a cabo enquanto for necessário. É também uma forma de voluntariamente apoiarmos os milhares de pessoas que estão em casa sem poder assistir à celebração”, adiantou Hermano Martins. As próximas celebrações já agendadas decorrem no próximo domingo, dia 19 de abril, às 11 horas e será transmitida a celebração a partir da Igreja Matriz de S. Martinho de Bougado. Já no domingo, 26 de abril a equipa da TrofaTv vai transmitir em direto da sua página de facebook a Eucaristia que se realiza às 10.30 horas da manhã, em S.Mamede do Coronado.
Conta solidária ainda está aberta para ajudar hospitais Os párocos do concelho da Trofa, Padre José Ramos, Padre Rui Alves, Padre Bruno Ferreira e Padre Luciano Lagoa, preocupados com o momento atual da vida dos seus paroquianos e com a situação geral que se vive no nosso país e no mundo, quiseram deixar um sinal concreto de solida-
riedade e um contributo das suas comunidades para fazer face a esta situação. Assim, e após o donativo de 8 0 m i l eu ros d a s Pa roq u ia s de S . Ma mede e de S . Romão do Coronado ao Hospita l de S.João, decidiram abrir Conta Bancária Solidária com o IBAN
PT50004512114032507654625, exclusivamente para angariação de fundos para ajudar nesta luta contra a Covid-19, as unidades de Santo Tirso e de Vila Nova de Famalicão, do Centro Hospitalar do Médio Ave. “Relativamente à conta solidária temos pouco mais de 5 mil euros,
arrecadados nesta fase da Páscoa para comprar e entregar material para o Centro Hospitalar do Médio Ave. A conta no entanto vai continuar aberta para as pessoas que quiserem colaborar.” adianta o Padre Luciano Lagoa, garantindo que esta iniciativa é muito importante pois é a manifestação
Comunhões adiadas no Muro e no Coronado O pároco do Muro, S. Mame- como as Celebrações Marianas. blicas, fazendo-as com respeito e de do Coronado e S. Romão do “De 1 a 11 de maio, uma vez que salvaguardando sempre a vida huCoronado, Rui Alves, anunciou não podemos fazer as peregrina- mana”, concluiu. que as comunhões não se reali- ções pelas ruas, irei rezar o terço Festa de Cidai cancelada. zarão este ano. Com o cancela- todos os dias, à mesma hora, transSrª do Desterro com mento do ano catequético, as ce- mitindo pela nossa rede social e celebrações “à porta fechada” lebrações serão adiadas para o com o altifalante ligado. No dia Em Santiago de Bougado, tampróximo ano. CÁTIA VELOSO 13 de maio, penso que seja possível rezar a missa, na mesma sem bém se aguarda por mais desen“Festas simbólicas, como por presença popular, e, depois, sair volvimentos relativamente ao que exemplo o 13 de Maio, em S. Ro- com a imagem de Nossa Senhora serão os próximos tempos, mas o mão do Coronado, e o Divino Es- pelo itinerário que iríamos fazer. pároco Bruno Ferreira admite que pírito Santo, em S. Mamede do Co- Mas tudo isto está em equação e “o mais certo” será adiar celebraronado, considero que as crianças será concertado com as autorida- ções como as comunhões, festas têm de fazer as celebrações (Pro- des”, frisou em declarações ao NT religiosas ou passeios paroquiais agendados. “ fissão de Fé) nesses dias, então, no e TrofaTv. “Tudo aquilo que é ato de culto, Rui Alves sustentou que o objepróximo ano, se Deus quiser, elas transitam todos de ano e os que es- tivo “não é banalizar” as celebra- vou procurar manter e celebrar, tão no 3.º e 4.º ano fazem a Primei- ções, mas sim “continuar, de for- com a maior dignidade possível. ra Comunhão em conjunto, assim ma diferente mas não menos vi- Atos exteriores, enquanto durar como os que estão no 6.º e 7.º ano vida nem menos séria, a celebrar esta situação de emergência e inpara a Profissão de Fé”, informou a fé, a partir de casa”. “As redes dicações das autoridades que imo pároco, que sublinhou que esta sociais são um privilégio, mas te- pedem aglomerados, isso está fora medida se aplica às três paróquias. mos de perceber que há muitas de questão”, sublinhou. No caso concreto das festas de Numa mensagem aos paro - pessoas que não têm acesso a esquianos, divulgada nas redes so- tas plataformas e, por isso, não só Cidai, foram canceladas e os “funciais, Rui Alves referiu ainda que a manifestação através das redes dos angariados ficarão guardados a maior parte das festas religio- sociais é suficiente, mas também, para serem usados no próximo sas também não se realizarão nas dentro do que é possível, e sempre ano”. Já a Festa de Nossa Senhotrês paróquias, este ano. No entan- respeitando as orientações da Di- ra do Desterro, em Bairros, reato, a intenção é assinalar as mais reção-Geral da Saúde e restantes lizada no mês de abril, será reaimportantes de forma diferente, autoridades, as manifestações pú- lizada com as habituais celebra-
ções religiosas, mas com a capela fechada e inacessível à participação popular. O pároco vai, porém, continuar a transmitir as celebrações e eucaristias, através das plataformas digitais. Nas paróquias de Covelas, Alvarelhos e Guidões, o pároco José
das pessoas que demonstram assim a boa vontade de apoiar. Temos de ter consciência que há muitas pessoas com algumas dificuldades mas as pessoas poderão ainda colaborar fazendo o seu donativo” reconhecendo que o valor angariado ficou muito aquém das expectativas. .
Ramos vai continuar “a seguir as diretrizes da Direção-Geral da Saúde”. “Eu vivo um dia de cada vez, porque ninguém sabe como vai ser o dia de amanhã. Para já, está tudo suspenso”, referiu o sacerdote, que vaticinou que “as próximas semanas vão ser extremamente complicadas”.
Nossa Senhora das Dores
“A haver, não poderá ser nos moldes habituais” Em S. Martinho de Bougado, o pároco Luciano Lagoa ainda não tomou uma posição sobre as próximas celebrações, como as comunhões, mas admite fazê-lo “nos próximos dias”. “Queria apenas esperar para perceber a evolução da pandemia”, referiu, sem deixar de sublinhar que “se não houver condições, serão adiadas ou decorrerão dentro do que as autoridades permitirem”. Em cima da mesa subsistem muitas dúvidas, inclusive sobre a maior festa da cidade, em honra de Nossa Senhora das Dores. Mesmo realizando-se em agosto, Luciano Lagoa não se atreve a dar garantias, antes assume uma postura cautelosa, considerando mesmo que “a haver festa, pois ainda não se sabe, não poderá ser nos moldes habituais, mas alguma coisa irá ser feita”. “Já temos uma comissão de festas organizada, que começou as suas funções muito pouco antes de iniciar o Estado de Emergência e agora mantém-se parada”, asseverou.
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Coronavírus
Sónia Garcia da Costa
Psicologia Quando a casa é o lugar mais perigoso do mundo
Trofenses participam na música “metaleira” sobre o coronavírus É um dos vídeos que promete fazer furor nos próximos tempos. E conta com dois trofenses. Tiago Azevedo e Margarida Veiga, elementos da banda de metal Lyzzärd, aceitaram o desafio dos Caminhos Metálicos para adaptar a música “My Sharona” para a realidade que vivemos atualmente. “O Corona” é o resultado da junção de vozes, guitarras, baixo e bateria de diversas bandas lusas de metal. “O Carlos, dos Caminhos Metálicos, convidou-nos a participar (a mim e à Margarida como representantes dos Lyzzärd) através de uma conversa online, e após concordarmos, ele enviou-nos por email tudo o que precisávamos de fazer, que incluía a informação da gravação de voz e das partes que gravaríamos em vídeo”, contou ao NT Tiago Azevedo. A “proposta” foi “interessante” para os dois jovens que, considerando que “temos de manter a chama acesa do nosso meio”, encaram a participaçao como uma “forma de podermos estar todos juntos e partilhar com toda gente que, mesmo estando em casa, podemos fazer as coisas que gostamos”. Pode ouvir a música no site do NT, em www.onoticiasdatrofa.pt, na notícia correspondente. C.V.
Empresa quer ajudar paróquias que doaram 80 mil euros a hospital “Na sequência da vossa notícia referente à doação do Padre Rui, vimos oferecer os nosso serviços, gratuitos”. Esta foi a forma que uma empresa dedicada à reabilitação de património se dirigiu ao jornal O Notícias da Trofa e TrofaTv, por email, disponibilizando-se para fazer algumas das obras necessárias na Capela de S. Bartolomeu, em S. Romão do Coronado. Esta doação surge depois de o pároco Rui Alves ter anunciado a utilização de 80 mil euros, das paróquias de S. Mamede e de S. Romão, para a aquisição de material médico para ajudar o Hospital de S. João a combater a Covid-19. “Ontem à noite (1 de abril), recebi uma mensagem do Hermano (Martins), da TrofaTv, que depois da entrevista que dei foi contactada por um empreiteiro que está disponível para ir fazer obras à sua igreja, pequenas obras é claro, gratuitamente”, anunciou o pároco em entrevista à Agência ECCLESIA. Rui Alves acredita que “esta onda” do “bem” se faz de pequenos gestos de cada um e que a doação das paróquias pretendeu também “abanar estruturas na sociedade”. “A maior obra que podemos fazer nesta hora é salvar vidas”, sublinhou, sem deixar de vaticinar que “os tempos que se avizinham vão ser duros” e que, mais do que nunca, “podemos ter um papel preponderante” para ajudar o próximo.
Desde o início do século XXI que é assinalado, em abril, o Mês Internacional da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância, representado simbolicamente por um laço azul, originando o “Movimento do Laço Azul”. E ste Mov imento su rgiu em 1989, no Estado da Virgínia, nos EUA, e relata a história de uma avó, Bonnie W. Finney, que tomou a iniciativa de colocar uma fita azul na antena do seu carro, de forma a despertar a curiosidade das outras pessoas e a demonstrar a sua dor face aos acontecimentos trágicos de que tinham sido vítimas os seus netos, às mãos da sua filha e do seu genro. Um dos seus netos terá morrido inclusive em consequência das agressões de que foi alvo. Imbuída de simbologia, Bonnie escolheu, então, a cor azul para os laços, por esta cor melhor representar as equimoses espalhadas pelos pequenos e delicados corpos dos seus netos em virtude dos maus-tratos que sofriam. Rapidamente, o Movimento adquiriu relevância mundial, sendo assinalado em abril, em vários países. Portugal não é exceção. E é abril. Um abril excecional, que chegou com as primeiras chuvas de uma tempestade chamada covid-19, o mês da Liberdade, em que testamos os nossos direitos, garantias, e liberdades, em que nos debatemos com o lusco-fusco de um medo coletivo, de um policiamento, muitas vezes, fútil e vazio e amanhecemos numa alvorada de solidariedade e de esperança. Porém, em virtude das medidas de confinamento, muitas crianças amanhecem no crepúsculo, acompanhadas por familiares que negligenciam, maltratam, abusam, e veem a sua dignidade e os seus direitos a serem ignorados, roubados, violados, pelos mesmos do policiamento fútil e vazio, que não reconhecem, não identificam e não sinalizam. A violência não principia com o confinamento, contudo, a literatura científica indica-nos que os períodos de isolamento social parecem associar-se a
maiores taxas de violência doméstica e de maus-tratos infantis, assim como a dificuldades acrescidas no acesso a mecanismos de auxílio e socorro às vítimas. A coexistência, muitas vezes, confinada a espaços diminutos, pode ser um fator de tensão; sabemos que, em muitas situações, há quadros de consumos de substâncias psicoativas, sobretudo quadros de alcoolismo muito preocupantes que se escondem por detrás de perturbações psiquiátricas graves, de personalidade antissocial, de maus-tratos a animais, de situações de violência doméstica, de negligência, exploração, agressão ou abuso de crianças. Sabemos que, também, todas estas situações são transversais a todas as classes sociais e que o stress, a ansiedade, a raiva associada ao reduzido autocontrolo experienciado por algumas pessoas, entre outras situações, podem destabilizar situações familiares já frágeis e colocar as crianças em maior risco ou perigo. Estas crianças, vítimas, poderão responder de forma desadaptativa a experiências de stress adicional, potenciado pelo maior isolamento, e evidenciar comportamentos disfuncionais, como os que se relacionam com quadros depressivos e de ansiedade, tentativas de fuga das suas casas, ideação suicida. E isto porque a violação dos seus direitos, devido ao confinamento e ao maior isolamento, pode ficar por identificar e sinalizar (sugiro, a este propósito, a leitura da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança, ONU, 1989, ratificada por Portugal em 21 de setembro de 1990). O conceito de maus-tratos a crianças é dinâmico: o que hoje é considerado maus-tratos foi, em tempos, praticado como medida educativa (e.g. punições físicas), evoluindo com as novas realidades sociais e culturais e com o melhor conhecimento das características específicas das crianças e o reconhecimento dos seus direitos. Os maus-tratos a crianças (negligência, mau-tra-
to físico, psicológico, emocional, abuso sexual, exposição a comportamentos desviantes, exploração) dizem respeito a um importante problema de saúde pública, reconhecido, atualmente, em todo o mundo; condiciona taxas de morbilidade e mortalidade infantil, é gerador de desadaptações que conduzem à delinquência juvenil, ao aumento das taxas de criminalidade, a problemas de saúde mental. Em muitas situações, passa de geração em geração e, sem identificação, não há referenciação nem intervenção, propagando-se como um vírus. Com as restrições que estão em vigor, como as escolas fechadas; as equipas das CPCJ limitadas, com muitos dos seus elementos em teletrabalho, a restringirem as visitas ao domicílio das crianças em risco para os casos “estritamente necessários e urgentes”; as equipas dos Centros de Apoio Familiar e Aconselhamento Parental (CAFAP) e as Equipas Multidisciplinares de Assessoria aos Tribunais a assegurarem os “atos presenciais estritamente essenciais para salvaguardar a proteção das crianças e jovens, com especial atenção às situações urgentes que careçam de intervenção imediata”, é urgente que nós, a comunidade, façamos a nossa parte, que cumpramos o nosso papel e que estejamos vigilantes, divulgando formas de autoproteção e meios de apoio e que sinalizemos as situações suspeitas às entidades competentes em matéria de infância e juventude. As entidades competentes têm disponibilizado contactos para o efeito, tais como: SOS-Criança 116 111 e 913069404 (WhatsApp); Linha SNS24 808 24 24 24; APAV 116006; e através de e-mail para cnpdpcj.presidencia@cnpdpcj.pt. Ora, lembremos que o risco existe sempre, não sendo necessária a atual experiência excecional de pandemia; muitas vezes, a sociedade não está suficientemente atenta, sensibilizada ou envolvida. Contudo, neste momento, mais do que nunca, é inequívoco que todos/as os/as cidadãos/ãs devem contribuir para a prevenção e sinalização de maus-tratos na infância, acautelando o superior interesse das crianças e jovens! Para algumas crianças, a casa é o lugar mais perigoso do mundo.
Psicóloga Membro Efetivo da Ordem dos Psicólogos Portugueses
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Atualidade
José Calheiros
Escrita com Norte R ecorde pascal
GNR controlou limites do concelho na Páscoa Dezenas de militares do destacamento de Santo Tirso da Guarda Nacional Republicana estiveram mobilizados em ações de fiscalização com o objetivo de verificar o cumprimento das medidas especiais de restrição no período da Páscoa. No sábado, o NT/TrofaTv acompanhou uma das ações, realizada na rotunda de acesso à A3, entre a Trofa e Santo Tirso. Segundo a tenente Joana Alves, do Destacamento de Santo Tir-
so, dos cerca de 250 condutores fiscalizados naquela manhã e no conjunto de fiscalizações realizadas na área respeitante à ação do Destacamento (Trofa, Santo Tirso e Valongo), dez foram notificados por não se encontrarem no concelho de residência nem terem justificação para tal. Já outros 20, também sem justificação válida, foram impedidos de entrar no concelho vizinho e tiveram de regressar ao concelho de residência.
Limite entre Vila do Conde e Trofa também fiscalizado Decorreu também, no sábado, uma operação de fiscalização da GNR, entre Vila do Conde e Trofa, na Estrada Nacional 104. Dos cerca de 200 condutores abordados, 28 foram obrigadas a voltar para trás, para a área de residência. Um homem, residente em Barcelos, foi notificado do crime desobediência, por não cumprir com o dever de recolhimento.
Detido por vandalizar lojas no centro da cidade Um homem foi detido pela GNR, dia 5, por vandalizar estabelecimentos comerciais, no centro da cidade da Trofa. Uma das lojas alvo de destruição foi a Contraste, na Rua Conde S. Bento, mas outros comerciantes também deram conta de danos nos respetivos estabelecimentos. O indivíduo, de 48 anos, foi apanhado em flagrante por militares do posto da Trofa da GNR e, segundo fonte da autoridade, não apresentava “sinais de alterações comportamentais”, uma vez que “apresentava um discurso coerente” e alegava que “se não
Homem referiu que se não fosse detido continuaria a vandalizar fosse detido ia continuar a partir montras”. Foi detido e presente a Tribunal. Esta não seria a primeira vez que
o homem causaria distúrbios naquela zona, mas segundo fonte da Guarda esta foi a primeira ocorrência registada no posto.
Assaltaram Junta de Freguesia Os tempos são de confinamento, mas há quem, mesmo com a pandemia, não desmobilize, como os ladrões. A Junta de Freguesia do Coronado foi assaltada no fim de semana de 5 e 6 de abril. O furto
ocorreu no armazém desta autarquia na Quinta de S. Romão, que ficou sem “cinco roçadoras, dois sopradores, um aparelho de soldar, um escadote, entre outras ferramentas”. Segundo a Junta de Fregue-
sia, o prejuízo “ascende a 3500 euros”. Num apelo feito nas redes sociais, a Junta pede que “se alguém se apercebeu de alguma coisa, por favor contactem a Junta de Freguesia”.
Em 1983, com nove anos a caminho dos dez, mantinha a minha colecção de selos, abastecida na correspondência recebida pelo meu avô no seu escritório, e desisti, ao fim de três semanas, da minha colecção de numismática depois de surrupiar todas as moedas diferentes que encontrei na carteira dos meus pais e familiares. No domingo de Páscoa desse ano acordei cedo, sem despertador e sem os meus pais me chamarem, tão cedo que a emissão da RTP ainda não tinha começado! Acordei com um objectivo a tilintar na minha cabeça, bater o recorde do ano anterior de quinzes beijos na cruz do compasso. Sim, com nove anos a caminho dos dez, abaixo de mim tinha um primo e o meu irmão, e acima, muitos mais primos, tios e tias, avós e tios-avós e bisavós, parecia que a minha família era a população do planeta e na casa de cada um deles podia beijar o Compasso. Como em todos os domingos, almoçariamos nos meus avós (pais da minha mãe), e desde há duas semanas, que bem cedo, eu e um dos meus primos, instalávamos nas traseiras da casa, uma banca onde vendíamos iogurtes e caramelos a quem passa-se para a missa, sem a concorrência do comércio local, sempre fechado, e das grandes superfícies, que ainda não existiam...sem concorrência praticávamos o preço que queríamos. Lembro-me de termos vendido um caramelo a dois escudos e cinquenta centavos...estávamos transformados em vendilhões do Templo! Nessa manhã de Páscoa, depois da banca montada, dois extintores ao alto e uma tábua, o meu primo José Alberto expõe os iogurtes e pede-me para ir buscar os três caramelos que tínhamos em stock. Feito desentendido, faço de conta que os vou buscar e quando regresso, exclamo: - Desapareceram! Assaltaram o nosso armazém. O nosso armazém era uma beira de janela debaixo das escadas, que dava acesso à cozinha, e os caramelos foram comidos por mim. A sociedade acabou, sendo eu vítima da estratégia comercial em voga na altura, os “stocks” (aos quais eu não resistia), quando eu estava talhado para o “Just in time”. Esta minha postura comercial, a do “Surrupio”, veio a ser moda poucos anos depois entre os empresários portugueses, com a entrada do país na CEE. Desfeita a sociedade, corro para a casa da minha avó (mãe do meu pai) onde iria dar o meu primeiro beijo na Cruz. O segundo seria dado na casa ao lado, na minha tia Mina, irmã da minha avó (mão da minha mãe), desceria a rua e parava a meio, na casa do Miguel, onde actuava como infiltrado naquela família, e terminaria a rua com o quarto beijo na casa de outra tia. Regressava a casa dos meu avós (pais da minha mãe) e aí dava o quinto beijo. A estratégia estava montada de forma que o décimo sexto beijo, e novo recorde, fosse dado na casa dos meus bisavós, pais da minha avó, mãe da minha mãe, em Lousado. Instalado na sala, ao lado da minha avó, só pensava na menina de quem gostava e pela qual andava a treinar “o beijar”, principalmente com almofadas, mas também com o braço e a maçaneta da porta do meu quarto! Ouvem-se os sinos e o pelotão pascal irrompe pela casa dizendo “Aleluia, aleluia,...”, dando a Cruz a beijar. Eu, com o pensamento na menina, dou um beijo de língua nos pés de Cristo. Escandalizado (e eu, também), o Senhor Padre não me deixou beijar mais a cruz!
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16 de abril de 2020 O NOTÍCIAS DA TROFA
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Economista João Cerejeira aconselhou primeiro-ministro
O transporte rodoviário de material de proteção individual, vindo da Bélgica, levado a cabo pela empresa Olicargo, da Trofa, esteve longe de correr dentro da normalidade, mas a carga foi entregue no destino final. O motorista Adriano Costa, contou à SIC que no percurso rodoviário entre a Bélgica e Portugal, o camião que conduzia foi alvo de uma perseguição – a carga transportada é, pelos dias que correm, altamente apetecível para aqueles que pretendem tirar partido indevido do contexto de pandemia que o globo atravessa. Foi durante este trajeto de 1900 quilómetros que um dos quatro camiões da empresa Olicargo foi alvo de uma perseguição. A última carga transportada, sob escolta da GNR desde o operador logístico da Trofa até ao destino final, em Santa Maria da Feira, estava avaliada em cerca de quatro milhões de euros. Esta foi a quinta encomenda pedida por uma empresa de tecnologia medicinal Medika – um servi-
ço que levanta cada vez mais desafios, até aqueles que raramente se esperam. O material de proteção será agora distribuído por vários hospitais do Norte do país. Segundo revelou a SIC, os próximos carregamentos contarão com escolta privada. O motorista da Olicargo, Adriano Costa, contou à SIC o sucedido: “Um carro com matrícula estrangeira ultrapassou-nos quatro ou cinco vezes”, disse. Daí até perceber que se tratava de uma tentativa de desvio e consequente roubo, foi um ápice. “Para conseguirmos fugir a isso, nós utilizamos sempre dois motoristas, e permitimos andar o máximo quilómetros possível, e, dessa forma, evitar que isso se tornasse, efetivamente, num problema. Mas sentimos essa tensão”, explicou Pedro Moreira, diretor-geral da Olicargo, em declarações ao mesmo canal. O transporte deste tipo de carga – cada vez mais requisitado em tempos de pandemia – é atualmente um desafio que requer resiliência.
Uma recessão mais profunda do que a queda de 8 por cento projetada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), muito por causa do colapso do turismo, e a dívida pública a disparar 10 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) no final de 2020 poderão ser o cenário da economia portuguesa este ano. Quem o afirmou foram alguns dos economistas na reunião com os membros do Governo e com o seu líder, António Costa. O encontro decorreu de forma virtual, no qual participou o professor da Universidade do Minho, João Cerejeira, especialista em questões relacionadas com o mercado de trabalho, que reside na região do Vale do Ave, mais concretamente entre a Trofa e Vila Nova de Famalicão. O renomado economista, segundo notícia o jornal Público, identificou que “uma das preocupações expressas nas intervenções dos economistas foi a possibilidade de a crise de liquidez que agora se vive se poder transformar a prazo numa verdadeira crise de solvabilidade para as empresas”. O professor da Universidade do Minho alerta para que se poderá estar perante a necessidade de uma transformação estrutural
DR
Camião da Olicargo carregado de material médico perseguido
O primeiro-ministro António Costa reuniu, esta terça-feira, 14 de abril, com cerca de 20 economistas e outros membros do Governo com o objetivo de ouvir as suas ideias e, com base na sua experiência, perceber como poderão ser os tempos que se avizinham para a economia portuguesa. João Cerejeira foi um dos ouvidos.
João Cerejeira foi ouvido pelo primeiro -ministro numa videoconferência da economia, em que alguns setores perdem o seu peso enquanto outros o ganham. “Vai-se assistir ao encerramento de empresas e vai ter de se fazer uma reorientação das pessoas. O setor do turismo a médio prazo, por exemplo, dificilmente vai ter o volume de procura que tinha até agora, e será preciso encontrar uma solução”, afirma o economista, assinalando que “será necessário apostar fortemente em políticas de requalificação”. Em relação à resposta mais imediata à crise, João Cerejeira defendeu, na sua intervenção, que as políticas públicas devem ser previsíveis, simples, “para não deixar ninguém de fora por ques-
tões administrativas ou tecnológicas”, e flexíveis, já que “se se impõem demasiadas condicionalidades aos apoios, há um conjunto de agentes que ficam de fora”. Uma ideia sugerida foi a criação de um “crédito estatal básico”, em que quem o desejar pode receber um empréstimo do Estado que depois é pago como adicional do IRS dos anos seguintes. Seria uma forma, defende o economista, de responder ao problema de liquidez que muitos portugueses enfrentam, por exemplo, os mais de metade dos desempregados que não se qualificam para o subsídio de desemprego.
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O NOTÍCIAS DA TROFA 16 de abril de 2020
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Coronavírus
Campeonato de Portugal dado como concluído A direção da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) entendeu dar por concluídas, sem vencedores, todas as suas competições seniores que se encontravam suspensas, não sendo atribuídos títulos nem aplicado o regime de subidas e descidas. Sendo assim, está concluído o Campeonato de Portugal, no qual competia o Clube Desportivo Trofense. A informação foi dada, em comunicado, que conclui a reunião feita, a 8 de março, por teleconferência, entre o organismo e as associações distritais e regionais para análise do impacto da pandemia da Covid-19 no futebol sénior não-profissional. “A FPF entende que continuam a não estar reunidas as condições de saúde pública para que clubes
com estruturas amadoras, como é de que forma serão indicados os próprio das provas em que parti- dois clubes que acedem à 2.ª Liga cipam, possam treinar e compe- de futebol, bem como os repretir em segurança. Por outro lado, sentantes de Portugal na Liga dos vigora em Portugal o Estado de Campeões de futebol feminino e Emergência, pelo menos, até ao de futsal masculino”. “A FPF continuará a estudar com dia 17 de abril, sendo possível a sua prorrogação”, pode ler-se no as associações distritais e regionais os moldes em que decorrecomunicado. A Federação fez saber ain- rão as competições nacionais nãoda que “analisará e comunicará -profissionais na época 2020/21”, com a maior brevidade possível concluiu.
Campeonatos distritais cancelados Estão cancelados os campeonatos distritais de futebol e futsal sénior. A Associação de Futebol do Porto (AFP) emitiu um comunicado, seguindo a mesma via da Federação Portuguesa de Futebol, que também anunciou o cancelamento dos campeonatos não profissionais. Desta forma, está concluída a época do Atlético Clube Bougadense, que milita na Divisão de Honra da AFP. Do mesmo modo, as associações com equipas nos campeonatos de futsal sénior – Centro Recreativo Bougado, na Divisão de Elite, e Clube Slotcar da Trofa, Guidões Futebol Clube, Grupo Desportivo Covelas e Futebol Clube S. Romão, na 1.ª Divisão, também veem a sua participa-
ção encerrada na presente época. As dúvidas subsistem quanto a possíveis subidas e se o Clube Slotcar da Trofa, por ter terminado no 1.º lugar da série 2, será um dos contemplados com a ascensão à Divisão de Honra. Há clubes que fazem interpretações diferentes do comunicado divulgado pela AFP, que refere que “em igualdade de circunstância com o já determinado nos escalões jovens, subirão à divisão superior os Clubes que se encontrarem nos lugares de acesso (ou seja classificados nos primeiros lugares) na data em que foi determinada a suspensão das provas (10 de março de 2020), não havendo, consequentemente, descidas”. “Se no escalão de topo superior (Divisão de Elite) não ocorrerem subidas para o nacional, excecio-
nalmente, este escalão, sofrerá o aumento necessário para inclusão dos clubes devidos, situação que será corrigida na época seguinte”, refere ainda o comunicado. Ora, à data, o Clube Slotcar da Trofa estava a aguardar o início da fase de subida da 1.ª Divisão, pelo que nenhuma equipa apurada para essa fase estava “nos lugares de acesso”. Mas há outra interpretação, que surge do que está referido entre parêntesis: “classificados nos primeiros lugares”. E o Clube Slotcar era uma das equipas daquele escalão no 1.º lugar, à semelhança de Matosinhos Futsal Clube, na série 1, S. Sebastião, na série 3, e Miramar Império, na série 4. Certezas só com um novo esclarecimento da AFP, que desde então “se fechou em copas”.
FC S. Romão angaria alimentos e equipamentos de proteção O Futebol Clube S. Romão quer ajudar as famílias da Vila do Coronado e freguesias vizinhas, através da doação de géneros alimentares com longo prazo de validade, bem como de outros bens necessários para o combate à pandemia de Covid-19 (máscaras, luvas, álcool 70% etc.,). Para isso, está a promover uma ação de angariação desde 14 de abril, tendo como centro de reco-
lha o campo de futebol da coletividade, na Rua do Cabrito, em S. Romão do Coronado. A recolha está disponível às terças e quintas, das 18 às 21 horas, e aos sábados, das 15 às 20 horas. “Podem também entrar em contacto connosco que efetuaremos as recolhas onde for necessário. Agradecemos igualmente que nos informem se estiverem em situação de risco ou então se co-
nhecerem alguma família ou instituição que precise da nossa ajuda. Salvaguardamos o máximo de sigilo pelo que não hesitem em contactar-nos!”, referiram os responsáveis da associação. Os contactos telefónicos disponíveis são 916088533 (Ricardo Silva), 913741036 (Hamilton Pereira) e 914236792 (Jorge Filipe Ferreira). Está ainda disponível o email geralfcsromao@gmail.com. C.V.
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COMUNICAÇÃO PARA EXERCÍCIO DE DIREITO DE PREFERÊNCIA NA VENDA DE PRÉDIO RÚSTICO Para efeitos dos artigos 416.º e 1380º e seguintes do Código Civil; da Lei n.º 111/2015, de 27 de Agosto, da Portaria n.º 219/2016, de 9 de Agosto e do Decreto-Lei nº 73/2009, de 31 de março (Regime Jurídico da RAN), na sua redação atual, o proprietário do imóvel abaixo indicado, atenta a impossibilidade de notificar os proprietários dos prédios confinantes ao referido imóvel que sejam titulares de direitos de preferência legais na venda dos mesmos nas respetivas moradas e/ou identificar o paradeiro dos mesmos, vem comunicar, por este meio, aos Preferentes Legais a sua intenção de PROCEDER À VENDA do Imóvel infra identificado, expondo-se nas condições que ora se apresentam: 1. Imóvel: Prédio rústico composto por terreno sito no Lugar de Ervosa, descrito na Conservatória Predial da Trofa com a descrição 5269 e com o artigo matricial 1613.º da união de freguesias de Bougado (São Martinho e Santiago). 2. Vendedor: Oitante, S.A. com sede na Av. Cáceres Monteiro, n° 10, 3.º piso., Miraflores, 1495-192 Algés, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Lisboa sob o número único de matrícula e de identificação fiscal 513807640, com o capital social integralmente realizado de € 50.000,00 (cinquenta mil euros). 3. Compradores: PROEZADERENTE – LDA. 4. Preço: € 10.000,00 (dez mil euros) 5. Condições de Pagamento: O pagamento integral na data da celebração da respectiva escritura. 6. Data da Escritura: até 31 de Maio de 2020 7. Estado do Imóvel: O Imóvel será vendido no estado em que se encontra, livre de ónus ou encargos que afetem o título de propriedade do mesmo. 8. Custos, Impostos e Despesas: Todos os custos, impostos e despesas relacionados com a celebração da respetiva escritura de compra e venda e com os respetivos registos serão suportados pelo respetivo Comprador. O prazo para exercício da preferência é de 8 dias corridos contados da publicação do presente aviso, nos termos do disposto no n.º 2 do artigo 416.º e dos artigos 225.º e seguintes do Código Civil, sob pena de caducidade do respetivo direito de preferência. Contactos: closing@pt.altamiraam.com (solicitamos que em qualquer contacto seja indicada a referência interna do imóvel: SGI 3193)
Associação Musical e Cultural da Trofa Comunicado A Direção da Associação Musical e Cultural da Trofa decidiu suspender todas as suas atividades desde o dia 16 de Março de 2020 até novas indicações da Direção Geral de Saúde. Dado o forte surto de COVID-19 decidimos adiar a reunião de Assembleia Geral prevista para este mês de Abril para o mês de Setembro de 2020, a realizar na nossa sede, pela qual próximo da data a convocatória será anunciada pelas redes sociais agregadas há banda. Contamos que assim nesta data já seja permitida a normalidade. Desejamos a todos os Trofenses um cuidado extremo, para que possamos olhar por nós e pelos outros, porque juntos somos mais fortes.
Associação Musical e Cultural da Trofa O Presidente Prof. Luís Campos
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Necrologia
Sudoku
S. MARTINHO DE BOUGADO
SANTIAGO DE BOUGADO
GAVIÃO
José Campos Maia Faleceu no dia 4 de abril, com 86 anos. Viúvo de Arminda Fernandes Fonseca
Germana da Costa Moreira Faleceu no dia 5 de abril, com 81 anos
Albino Azevedo Moreira Faleceu no dia 10 de abril, com 77 anos
FRADELOS José Luís da Fonseca Alves Faleceu no dia 6 de abril, com 73 anos. Casado com Ana Maria Rodrigues Tranquada da Silva Alves José Fernando da Costa Cunha Faleceu no dia 9 de abril, com 70 anos. Casado com Maria Nazaré de Carvalho Pereira da Cunha Arnaldino de Sousa Fernandes Faleceu no dia 11 de abril, com 88 anos. Viúvo de Maria Fontes da Silva Maria Gonçalves Moreira da Costa Faleceu no dia 13 de abril, com 82 anos. Viúva de Manuel do Couto Dinis SANTO TIRSO António Gonçalves de Andrade Faleceu no dia 11 de abril, com 90 anos. Viúvo de Maria José de Sá e Sousa Funerais realizados por Agência Funerária Trofense, Lda. Gerência de João Silva
Luísa Raquel Maia Faria Faleceu no dia 3 de abril, com 32 anos. Casada com José Francisco da Costa RIBEIRÃO Laura da Costa Carvalho Faleceu no dia 3 de abril, com 94 anos. Viúva de António da Silva Gonçalves Olívia da Ascensão Moreira da Fonseca Faleceu no dia 4 de abril, com 79 anos. Casada com Manuel Faria Machado José de Azevedo Andrade Faleceu no dia 7 de abril, com 57 anos. Casado com Ilda Maria da Silva Costa Andrade
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Atualidade
Funerais realizados por Funerária Ribeirense, Paiva & Irmão, Lda.
Farmácias Dia 16 Farmácia Moreira Padrão Dia 17 Farmácia Ribeirão Dia 18 Farmácia Trofense Dia 19 Farmácia Barreto Dia 20 Farmácia Nova Dia 21 Farmácia Moreira Padrão Dia 22 Farmácia Ribeirão Dia 23 Farmácia Trofense Dia 24 Farmácia Barreto Dia 25 Farmácia Trofense Dia 26 Farmácia Moreira Padrão Dia 27 Farmácia Ribeirão Dia 28 Farmácia Trofense Dia 29 Farmácia Barreto Dia 30 Farmácia Nova
Quebra-cabeças Uma série de partidas de futebol foi organizada de modo a que cada equipa participante disputa um jogo contra cada um uma vez e somente uma única vez. Se 45 partidas são disputadas no total, quantos times participaram?
Soluções da edição anterior
Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700 GNR da Trofa 252 499 180 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520 Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060
Solução do quebra-cabeças: 1. Levariam 6 minutos para 2 macacos comerem 2 bananas 2. Seriam necessários 6 macacos para comer 54 bananas em 54 minutos
FIQUE EM CASA PROTEJA-SE A SI AOS OUTROS F icha T écnica Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: We do com unipessoal, Lda. Redação: Cátia Veloso, Magda Machado de Araújo Colaboradores: Atanagildo Lobo, Jaime Toga, José Moreira da Silva, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Cátia Veloso e Magda Araújo | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda., Rua de S, Brás, n.º 1 Gualtar, Braga| Assinatura anual: Continente: 18,50 euros; Extra europa: 88,50 euros; Europa: 69,50 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,70 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Sede e Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: We do com unipessoal, Lda. NIF.: 506 529 002 Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 100 % do capital: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.
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Coronavírus
Regras para produção de máscaras sociais já estão publicadas Máscaras, sim ou não? É a pergunta que mais se tem ouvido nos últimos tempos. As máscaras não cirúrgicas podem ser utilizadas em espaços fechados e com elevado número de pessoas, como supermercados e transportes públicos. “De acordo com o princípio básico da precaução em saúde pública e face às ausências de efeitos adversos associados ao uso de máscara, pode ser considerada a sua utilização por qualquer pessoa em espaços interiores fechados e com um elevado número de pessoas”, afirmou Marta Temido, Ministra da Saúde, dando como exemplo os supermercados, farmácias, lojas ou estabelecimentos comerciais e transportes públicos. A norma sobre a utilização de máscaras não cirúrgicas, também conhecidas por “máscaras sociais ou comunitárias”, foi esta segunda-feira, 13 de abril, publicada pela DGS e cumpre as regras europeias. A ministra reforçou ainda que o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças apresentou
um conjunto de argumentos a favor e contra o uso de marcas comunitárias. No entanto, Marta Temido recorda que o uso de máscaras na comunidade constitui um complemento às medidas de contenção, como a lavagem das mãos, a manutenção de distanciamento social e as barreiras físicas. No que diz respeito à compra destas máscaras, a ministra da Saúde falou numa “janela de oportunidade” para que o mercado “as possa desenvolver entre o dia de hoje e o início do levantamento do confinamento”. “Neste momento temos uma preocupação de dar passos pequenos, mas seguros”, acrescentou. A Direção-Geral da Saúde tem seguido as diretrizes europeias e as orientações da Organização Mundial da Saúde e do ECDC no âmbito da pandemia de Covid-19. De acordo com as orientações e normas anteriormente publicadas, pessoas com sintomas respiratórios, profissionais de saúde e pessoas que entrem e cir-
T ipo de máscaras que podem ser usadas culem em unidades de saúde devem usar máscara cirúrgica. A estes grupos juntam-se as pessoas mais vulneráveis, como os idosos e os doentes com o sistema imunitário comprometido, bem como elementos de alguns grupos profissionais [bombeiros, agentes funerários, entre outros]. CITEVE e INFARMED já tem publicadas regras para produzir máscaras sociais Já estão disponíveis no site do CITEVE as fichas técnicas para a produção de máscaras sociais
reutilizáveis. A Direção-Geral da Saúde e o Infarmed, em conjunto com a ASAE, o IPQ, o CITEVE e vários peritos, concluíram a definição das especificações técnicas das máscaras comunitárias ou de uso solidário e os seus mecanismos de certificação. Podem ser consultadas as fichas técnicas em https://www.citeve.pt/artigo/ft_ mascaras_sociais_reutilizaveis Recorde-se que a indústria têxtil e de vestuário nacional tem vindo a empenhar-se no combate ao surto de Covid-19, quer reconvertendo as suas linhas de produção para
o fabrico de artigos para o setor da saúde, quer doando material como roupa de cama e banho a unidades hospitalares. Empresas de grande, média e pequena dimensão um pouco por todo o país e, nomeadamente na região do Vale do Ave, têm-se dedicado à produção, não só de máscaras, mas também de vestuário próprio para ser usado por profissionais de saúde, profissionais de lares, pessoal ligado ao socorro e à emergência médica, entre outros que estão em contacto com pessoas infetadas. /Com Lusa