Quinzenário | 28 de maio de 2020 | Nº 718 Ano 17 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €
//PÁGs. 10 e 11
Unidos contra o aterro
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Assalto a farmácia na Trofa
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Paróquias doam 10 mil euros em material ao Centro Hospitalar pub
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O NOTÍCIAS DA TROFA
História José Pedro Maia Reis Memórias e Histórias da Trofa
As festas de Nossa Senhora das Dores em 1920
Comboio começou a passar na Trofa há 145 anos Às 10 horas do dia 20 de maio de 1875, chegaram à estação do Pinheiro (Campanhã), no Porto, Suas Majestades (D. Luís e D. Maria Pia), precedidas por vários ministros, damas da rainha, oficiais às ordens e uma escolta de cavalaria, fazendo-lhes guarda de honra um esquadrão de cavalaria. Logo Suas Majestades tomaram lugar na tribuna onde os aguardavam autoridades civis e militares, cônsules e convidados, o Prelado da Diocese (do Porto) procedeu à bênção da máquina nº.1(Porto), que tinha na frente as armas portuguesas e ao lado as bandeiras de Portugal e Itália. Após esta bênção,
foram benzidas também as máquinas n.ºs 2 e 3, após o que a guarda de honra tocou o hino de El-Rei. Às 11.15 horas, partiu o comboio, puxado pela máquina n.º 1 (Porto), no meio de aclamações de enorme multidão. Meia hora depois, partiu outra máquina, tirando 16 carruagens em que eram transportados, imprensa, entidades oficiais. À passagem por São Romão do Coronado, tocava uma banda de música e era extraordinária a concorrência. Na Trofa, estava preparada uma grande receção a Suas Altezas Reais e respetiva comitiva que,
Meteorologia
à chegada, foram recebidos por uma “filarmónica” e muito povo. À uma da tarde, deu entrada na estação de Braga o comboio real, onde o esperavam as ilustres e prestigiosas figuras de Braga e muito povo. Foi feita uma guarda de honra pelo Regimento de Infantaria n.º 8 e por um esquadrão de cavalaria. Seguiu-se um extenso cortejo em direção à Catedral da cidade. Depois de um solene “Te Deum” na Sé Arquiepiscopal e servido um “vinho de honra”, cerca das 5 da tarde foi o regresso à capital Invicta, onde a chegada se verificou por volta das 7 horas da tarde.
As festas em honra de Nossa Senhora das Dores são uma marca do ADN da cultura trofense e parte da sua identidade cultural. É por isso importante perceber a evolução e o impacto destas festividades ao longo dos tempos e obviamente reforçar que a sua importância se perde na fita do tempo e das memórias. Recuando no tempo, até 1920, concretamente a 21, 22 e 23 de agosto de 1920, anunciou a imprensa local que esta festividade não tinha apenas eco nas redondezas, mas também em toda a região Norte. O jornalista do Jornal de Santo Thyrso irá ser mais expansivo relativamente aos impactos da festa na região, referindo que a Romaria da Senhora das Dores era das mais importantes do país, permitindo assim um impacto mais global e que certamente despertaria curiosidades na sociedade que iria dizer presente. No dia 21, o programa das festas teria início com uma descarga de foguetes, com a atuação de duas bandas de música, sendo uma Bombeiros Voluntários de Famalicão e por último da Infantaria 18, unidade militar instalada na cidade do Porto. As duas bandas iriam animar o arraial noturno e a sua atuação ira ser acompanhada do lançamento de foguetes. No dia seguinte, o programa era bastante parecido ao do dia anterior, havendo apenas alguns atos religiosos, um tipo de eventos que não acontecia no dia anterior, mantendo-se a atuação das bandas de música para concretizar o plano profano. No último dia destas festividades, iria decorrer uma atuação da Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Famalicão que atuou igualmente em dias anteriores do programa como também a realização da feira de sementes que iria permitir momentos de convívio e até mesmo de namoricos, terminando a festa com uma nova descarga de morteiros. Atendendo a ter-se passado 100 anos da edição festa que surge relatada no presente texto, um importante momento para relembrar ou até mesmo escrever uma página de história local e compreender a evolução das festividades.
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O NOTÍCIAS DA TROFA
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Atualidade
“Armadilhas” montadas em trilhos florestais de S.Gens
ARQUIVO
Goulart continua como comandante dos Bombeiros João Pedro Goulart vai continuar como comandante dos Bombeiros Voluntários da Trofa. O oficial e sub-chefe de carreira viu renovada a sua comissão de serviço, que terminava a 23 de maio, de forma automática, uma vez que a direção não lhe comunicou intenção contrária no prazo estipulado pela lei, de 45 dias antes do término da comissão. A comissão de serviço tem a duração de cinco anos e só falta ser homologada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC). Contactado pelo NT, João Pedro Goulart remeteu o comentário so-
Cabos de aço são um perigo para quem faz desporto nos caminhos florestais Cabos de aço colocados entre árvores nos trilhos da encosta de S. Gens sobressaltaram os atletas que costumam usar aqueles caminhos florestais para praticar corrida ou BTT. CÁTIA VELOSO
bre a renovação da comissão de serviço para depois da homologação da ANEPC. Licenciado em Segurança Comunitária, João Pedro Goulart é bombeiro desde 1988. Ocupou o posto de adjunto de comando, Vandalismo “tem acontecido”, passando posteriormente a se- diz, mas o cenário que presengundo comandante, quando João ciou, no domingo, dia 17, “nunSilva era a figura máxima do cor- ca tinha visto” pela zona, garanpo de bombeiros. Com a saída tiu ao NT Bruno Ferreira, atleta fedeste acabou por ficar à frente derado que, num treino que fazia da corporação, em 2008. Em 2013 na encosta de S. Gens, deparounão viu renovada a sua comissão -se com “armadilhas” montadas de serviço, mas dois anos depois em trilhos que costumam ser utiregressou ao cargo, tendo sido, lizados por amantes de bicicleta. agora, reconduzido. Bruno Ferreira estava a utilizar o traçado já bem vincado pela
passagem das bicicletas e teve a sorte de estar “a subir” e não a descer. “Como estava numa subida bastante inclinada, do lado de Lantemil, vinha em corrida lenta e bati contra um cabo de aço amarrado entre duas árvores. Segui mais alguns metros e encontrei outro bem esticado e com serra cabos, algo propositado de forma a magoar, e bem”, relatou o atleta. A cinco quilómetros de casa, como estava sozinho e não tinha nada consigo que fosse capaz de retirar os cabos, Bruno Ferreira decidiu correr pelas redondezas na esperança que alguém chegasse para o ajudar a retirar as “armadilhas”. Foi o que aconteceu: “Surgiu um grupo de cerca de 20
ciclistas que retiraram os cabos de aço. Foi uma sorte ninguém se ter magoado, porque os praticantes de BTT costumam fazer aquele trilho a descer a alta velocidade”. Bruno Ferreira considera que se trata de “algo incompreensível” provocado por alguém que atua com “uma maldade muito grande ou por estupidez”. “Infelizmente, já é habitual destruírem trilhos feitos por pessoas que se dedicam a criar condições para podermos praticar desporto, mas cabos de aço foi a primeira vez que vi”, atestou, exemplificando atitudes contra quem utiliza os trilhos, como “árvores derrubadas propositadamente sobre os caminhos”.
Acidentes regressam às curvas do Bicho Com o desconfinamento, regressaram os acidentes às conhecidas “curvas do Bicho”. O mais aparatoso aconteceu na tarde de 18 de maio, com o despiste e capotamento de uma viatura ligeira de passageiros. CÁTIA VELOSO
O automóvel bateu no rail de proteção, acabando por cair de uma altura de cerca de três metros e meio, embatendo num muro e ficando virado ao contrário, com o condutor encarcerado. A operação de socorro dos Bombeiros Voluntários da Trofa foi complexa, devido “ao difícil acesso” ao local e à “posição do veículo”, no entanto valeu os soldados da paz conseguiram “criar espaço” e conseguiram extrair
a vítima, um homem de 72 anos, único ocupante do carro, que foi transportado para a unidade de Vila Nova de Famalicão do Centro Hospitalar do Médio Ave. “A vítima apresentava escoriações na cabeça, devido ao embate, mas não apresentava grandes queixas e até colaborou bastante, o que foi bom para o sucesso das operações de socorro”, sublinhou Carlos Cadilhe, oficial dos Bombeiros Voluntários da Trofa. No apoio à vítima esteve também uma equipa da ambulância de Suporte Imediato de Vida do INEM. Os Bombeiros deslocaram-se para o local com duas viaturas e sete efetivos. A Guarda Nacional Republicana também esteve no local a registar a ocorrência e a orientar o trânsi-
Vítima de 72 anos foi transportada para a unidade de Vila Nova de Famalicão do CHMA to, que esteve condicionado durante cerca de uma hora. Já a 14 de maio, cerca de 50 me-
tros à frente do local, um acidente que envolveu uma viatura ligeira e um pesado de mercado-
rias provocou um ferido ligeiro, que foi socorrido pelos Bombeiros Voluntários da Trofa.
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O NOTÍCIAS DA TROFA
Atualidade
Indaqua oferece computadores a alunos carenciados A Trofa foi um dos municípios que a Indaqua ajudou, através da oferta de computadores portáteis e internet móvel a famílias carenciadas. A doação, incluída num “plano de ação” desencadeado pela empresa para “apoiar autarquias e comunidades” durante a pandemia de Covid-19, visa contribuir para que os estudantes, incluídos em agregados familiares com carências socioeconómicas, possam cumprir o 3.º período em condições de igualdade com os demais. A entrega aconteceu a 13 de maio e à Trofa coube a doação de 30 computadores, pen's de banda larga, que incluem acesso gratuito à internet durante os próximos três meses, e mochilas de transporte. Além da Trofa, foram ainda contemplados os municípios de Vila do Conde, Santo Tirso, Oliveira de Azeméis e S. João da Madeira, numa oferta total de 150 computadores. “Entre as necessidades identificadas contava-se a escassez de equipamentos informáticos, pelo que não hesitamos em garantir esse apoio aos mais jovens para que possam completar o ano letivo dentro da normalidade possível”, afirma Luís Lourenço, responsável pela comunicação da Indaqua.
CRÓNICA
Carriça: a história de um compromisso que não saiu do papel (eleitoral)
Foram entregues 30 computadores No plano de ação que desencadeou durante a pandemia, a Indaqua decidiu incluir uma operação de desinfeção de ruas e es-
paços públicos nos concelhos de Santa Maria da Feira, Matosinhos, São João da Madeira, Santo Tirso e Vila do Conde.
“R edução de tarifário, a acontecer,
deverá ser analisada no momento certo”
A Indaqua é responsável pelo abastecimento de água no concelho da Trofa. Questionada, durante a entrega oficial de computadores em Santo Tirso, a diretora-geral da concessionária nestes dois concelhos, Anabela Alves, explicou que a redução do tarifário durante a pandemia – medida tomada em muitos municípios e que não se verificou na Trofa - era um cenário que, “a acontecer deverá ser analisada no momento certo e com os municípios”. “Estamos em situações diferentes. Esta (entrega de computadores) é uma ação de cariz social e não uma que tenha a ver com questões tarifárias”, referiu.
Lions com muita participação nas colheitas de sangue Mais de cem pessoas responderam ao apelo do Lions Clube da Trofa e dirigiram-se às instalações dos Bombeiros Voluntários da Trofa para dar sangue. A colheita, realizada a 16 de maio, conseguiu que, dos 106 voluntários que apareceram, se recolhessem 98 doações efetivas, essenciais nesta fase para responder à quebra das reservas existentes nos hospitais, por força da Covid-19, que provocou uma diminuição das dádivas. “Com estas dádivas podemos salvar até 294 doentes”, afiançou ao NT um elemento do Lions. Em cerca de um mês, o clube lionístico promoveu três colheitas, que contaram com “um total de 260 dadores”. A próxima realiza-se no próxi-
João Mendes
Na última colheita , foi possível recolher- se 98 dádivas mo sábado, 30 de maio, entre as 9 e as 12.30 horas, na EB 2/3 de Ribeirão, concelho de Vila Nova de Famalicão. A iniciativa é realizada
pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação. Os dadores têm de entrar no espaço com máscara de proteção.
Algures na segunda metade de 2013, a poucas semanas das eleições que colocariam o actual executivo no poder, surgia o programa político que a coligação PSD/CDS-PP apresentaria às autárquicas desse ano. O programa dividia-se em dois eixos, o Técnico e o Social. O eixo Técnico, por sua vez, dividia-se em cinco temas distintos, sendo que o primeiro dizia respeito às acessibilidades do concelho, relativamente às quais a coligação assumia cinco compromissos (a palavra usada no programa foi, justamente, “compromisso”) com a população trofense: construção de uma nova ponte sobre o Rio Ave, construção de uma rotunda no cruzamento da Carriça, extensão do Metro do Porto até ao nosso concelho, manutenção da rede viária e dar continuidade aos processos das variantes à EN14 e à EN104 junto das autoridades competentes. Escusado será dizer que, de todos estes compromissos, apenas a inevitável manutenção da rede viária se materializou, pese embora isso seja mais visível em Bougado, capital do concelho. Não que não tenham sido melhoradas outras artérias, nas várias freguesias. É claro que foram. Mas, convenhamos, fazer a manutenção da rede viária é o dia-a-dia de qualquer autarquia deste país. São serviços mínimos. E, mesmo assim, o estado da EN14, entre Lantemil e a Carriça, continua uma lástima, sete anos após a chegada deste executivo ao poder. Contudo, com eleições no próximo ano, as máquinas já estão em marcha e tudo indica que teremos uma estrada novinha em folha, para inaugurar a poucas semanas das Autárquicas de 2021. Não obstante, nem nova ponte sobre o Ave, nem variantes e muito menos o metro, esquecido por este executivo durante anos, transformado em arma de arremesso nos últimos meses. Quanto à rotunda da Carriça, sobre a qual o programa eleitoral da coligação PSD/CDS-PP afirmava que “Existe solução técnica, apenas falta de vontade política.”, parece que os últimos sete anos não foram suficientes para que tal a vontade política saísse do papel eleitoral. Com as consequências nefastas que essa falta de vontade política tem nas vidas dos trofenses e de todos os que atravessam diariamente a Trofa. Fosse a Carriça no centro de Bougado, e já a rotunda tinha aparecido há vários anos, com uma bandeira ou um T virado para o tráfego aéreo. Entretanto, no início deste mês, tive conhecimento do caso bizarro de Vítor Moreira e da sua família, que, no espaço de duas semanas, viram a sua casa ser abalroada duas vezes, uma das quais com um camião a entrar-lhes mesmo pela casa dentro. Em ambas as ocasiões, e num outro acidente que decorreu no mesmo sítio, mas sem invadir a casa dos Moreira, os semáforos estavam desligados. Na primeira vez por causa de umas obras, nas duas seguintes por causa do primeiro acidente, que envolveu dois camiões. Não sei se a rotunda teria evitado todos os acidentes, mas imagino que seria bem mais segura que um cruzamento movimentado, com fraca visibilidade de alguns ângulos, sem semáforos a funcionar. Falei com Vítor Moreira. Contou-me o que se passou. Disse-me que os semáforos estiveram desligados cerca de um mês. Disse-me que o filho dele ficou e ainda está assustado. Perguntei-lhe se recebeu uma palavra de conforto das autoridades locais, sempre omnipresentes. Nada. Nem uma palavra, nem um compromisso com qualquer solução. Arco-íris só na capital do reino. Por quantos sustos terão Vítor Moreira e a família que passar, até que algo mude naquele local? Quanto tempo até haver uma solução para aquele cruzamento, onde os acidentes se multiplicam? Por muito menos se demoliu a ponte da Peça Má, nas condições que todos conhecemos, apesar dos compromissos que foram assumidos. Teremos que esperar até às eleições de 2021, para que algo aconteça? Ou só até haver uma desgraça? Quando passará por ali o futuro que o compromisso de 2013 anunciava? Ou, nas palavras da coligação Unidos pela Trofa, para quando a “urgente resolução do problema de trânsito a sul do concelho”?
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Atualidade
Cozinheiro do Vale da Corga nomeado para chefe do ano Um dos chefes de cozinha do Vale da Corga está nomeado para Chefe Cozinheiro do Ano. CÁTIA VELOSO
Marco Coutada, de 28 anos, é um dos concorrentes do Norte e um dos 18 que vão disputar etapas regionais e lutar por um lugar na fase nacional, que decorre em janeiro de 2021. Natural de Forjães, Esposende, Marco Coutada reside atualmente em Vila Nova de Famalicão. Concluiu o curso de Técnico de Restauração de Nível IV, vertente Cozinha/Pastelaria, na Escola Pro-
fissional de Esposende, e conta já com nove anos de experiência profissional, tendo estagiado no Restaurante Saleiro do Hotel Flor de Sal (4*), em Viana Castelo, no Restaurante Divinus do Hotel Convento do Espinheiro (5*), em Évora, e no Restaurante Assinatura, em Lisboa. Antes de ingressar na equipa da cozinha do Vale da Corga, na Trofa, Marco Coutada ganhou experiência no Restaurante Cais de 4, em Leça da Palmeira, no Restaurante Ralenti do Hotel Rally, em Viana do Castelo, e no Restaurante Ferrugem, em Vila Nova de Famalicão.
Vale da Corga foi inaugurado em 2017
Adepto dos produtos tradicionais portugueses, de produção local e sazonal, o chefe, que participou pelo “reconhecimento e história associados ao concurso”, ajuda a manter a identidade gastronómica do Vale da Corga, caracterizada por uma “fusão entre a cozinha tradicional portuguesa e a contemporânea, primando pela qualidade da matéria-prima e a inovação ao nível da conjugação dos mais variados sabores/contrastes”, explicou fonte da empresa de organização de eventos, inaugurada em 2017, com um espaço no lugar da Abelheira, em S. Martinho de Bougado. Pronta para iniciar a quarta temporada, a empresa especializada na realização de casamentos viu-se obrigada a cancelar todos os eventos já marcados, devido à pandemia de Covid-19. “Após um período em que fizemos formação do staff, remodelação do edifício e preparação do novos menus, estava tudo pronto para dar início à nova temporada, a partir de 21 março. No entanto, surgiu a Covid-19 e tudo foi alterado, todos os casamentos que tínhamos até agosto foram adiados”, referiu a mesma fonte. Durante este período, a empre-
Marco Coutada é um dos 18 concorrentes que vão disputar um lugar na final sa empenhou-se em “dar apoio “no meio de um bosque e de nasaos clientes”, que “estão com mui- centes de água”, o Vale da Corta ansiedade” devido à incerteza ga destaca-se por proporcionar do futuro. “Já tínhamos prepara- aos clientes eventos em harmonia do a época no início do ano, com com “obras da Natureza”. Para a todas as novidades. A festa da ce- empresa, o que torna aquele espaço especial é “o equilíbrio das lebração de casamento tem que ser inesquecível, com muita ani- várias especialidades”, como “a mação e muita felicidade. Enten- equipa jovem, sempre com um demos que, neste momento, ain- sorriso, a decoração e a cozinha com um serviço de qualidada não existem condições para isso acontecer, pelo que temos de, provado agora com a nomeação de um cozinheiro para cheque esperar”. fe do ano”. Com um espaço construído
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Atualidade
Trofa com a maior taxa de subida do desemprego na região
Desemprego subiu quase 60 por cento no concelho A pandemia de Covid-19 provocou consequências significativas na taxa de desemprego no concelho da Trofa. Em dois meses, ficaram desempregadas quase 600 pessoas. CÁTIA VELOSO Em dois meses, a taxa de desemprego no concelho da Trofa subiu quase 60 por cento. Segundo os dados disponibilizados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, em abril, o número de desempregados no município era de 1605, quase mais 600 que em fevereiro (1007). Relativamente ao mês homólogo do ano passado, a subida foi menos significativa – 38,3 por cento -, mas o número de inscritos no centro de emprego vinha descendo desde novembro de 2019 até chegar ao número mais
baixo desde que há registos dis- número de pessoas sem empreponíveis pelo IEFP. Ou seja, des- go de 45,6 por cento, e Vila Nova de 2004 que, na Trofa, não havia de Famalicão, com uma subida tão poucos desempregados como de quase 37 por cento. Seguemos que estavam contabilizados em -se Maia, com uma subida de 27,7 por cento, Gondomar, com 25,4 fevereiro deste ano. As melhorias verificadas aca- por cento, Matosinhos, com 22,9 baram por sofrer com a pande- por cento, Santo Tirso, com 21,9 mia, num crescimento abrupto por cento, Valongo, com 20,2 por do desemprego de 59,4 por cento cento, Vila Nova de Gaia, com em dois meses, que é o maior da 18,5 por cento, e Porto, com 17,5 região e mais do dobro do que o por cento. cenário nacional, onde se verifiN.º de desempregados no IEFP cou uma subida de 24,6 por cenentre novembro de 2019 to, para 393.323 desempregados e abril de 2020 atualmente. Ou seja, no país, houve 77.761 pessoas a inscrever-se Novembro 2019 – 1165 nos centros de emprego entre feDezembro 2019 – 1142 vereiro e abril. Janeiro 2020 – 1073 A nível regional, subidas acima Fevereiro 2020 – 1007 dos 30 por cento entre fevereiro Março 2020 – 1228 e abril só no concelho de Vila do Abril 2020 – 1605 Conde, com um crescimento do
Na retoma da atividade económica
AEBA aconselha “disciplina” e rejeição a “facilitismos” A Associação Empresarial do pandemia depende principalBaixo Ave (AEBA) alertou para a mente da atuação de cada indiimportância de as empresas se- víduo e de cada organização em guirem as “regras e recomenda- proteção social”, pode ler-se no ções muito específicas” para a documento, que evidencia tamretoma da atividade económica, bém a premência da “disciplina nesta fase de desconfinamento no respeito das regras de protedurante a pandemia de Covid-19. ção” e a rejeição de “facilitismos”. Num comunicado assinado pelo Para a associação empresarial, presidente da direção, José Ma- “os procedimentos dentro das emnuel Fernandes, a associação se- presas ou dentro de espaços, pediada na Trofa sublinha que “o quenos ou grandes, de atividade sucesso progressivo e positivo profissional, devem ter um sentido início da atividade económica do de melhoria contínua ao nível em cada área de negócio” depen- das medidas de proteção”. de da eficácia da aplicação dessas “Cada um de nós, ao nos proteregras e recomendações, que de- germos, estamos a proteger os ouvem ser “conhecidas e implemen- tros, estamos a proteger o empretadas” por “cada dirigente”. go, estamos a proteger as empre“O sucesso de não haver ou so- sas, estamos a proteger o futuro”, mente haver um efeito insignifi- conclui a AEBA. cante de uma segunda vaga da C.V.
Cruz Vermelha abre espaço para atender desempregados A loja 25 do Centro Comercial da Vinha abre as portas, de terça a quinta-feira, para receber os desempregados ou jovens à procura do primeiro emprego. O espaço é da responsabilidade da delegação da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa, entidade coordenadora e executora do Contrato Local de Desenvolvimento Social – CLDS 4GIR. Este programa, iniciado em 2019 e em desenvolvimento até 2022, visa dar resposta à comunidade “nos eixos do emprego, formação e qualificação”, não deixando de
lado os “novos desafios sociais e profissionais emergentes”, como os que estão a ser provocados pela pandemia de Covid-19. Ao abrigo deste programa, está prevista a realização de “dez atividades”, nas quais se prevê “o trabalho no sentido da promoção de competências empreendedoras e de procura ativa de emprego nos beneficiários”; “a sensibilização do tecido empresarial local para uma participação efetiva na concretização de medidas ativas de emprego e em processos de inserção
profissional e social” e “o desenvolvimento de ações que estimulem as capacidades empreendedoras dos alunos do Ensino Secundário através do fomento de competências como a iniciativa, a inovação e a criatividade”, explicou a delegação da Cruz Vermelha, em comunicado. No Centro Comercial da Vinha, o espaço de atendimento à população desempregada encontra-se aberto às terças e quintas-feiras, entre 9h30 e as 12h30, e às quartas-feiras, entre as 14h30 e as 17h30.
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Trofa com 3 novos casos em 15 dias
A propagação do novo coronavírus na Trofa está a abrandar. Nos últimos 14 dias, houve apenas três novos casos de infeção por Covid-19 no concelho, segundo os dados disponibilizados pela Direção-Geral da Saúde. Esta quarta-feira, estavam registados, desde o início da pandemia, 146 infetados no município trofense. A DGS não disponibiliza o número de recuperados por concelho. Esta tendência acompanha a dos concelhos vizinhos e região Norte, com muito menos novos infetados que o Sul, a contas com uma situação atual “complexa”, tal como afirmou, esta semana, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas. A última vítima mortal conhecida no concelho da Trofa foi um homem de 69 anos, morador em Santiago de Bougado, a 16 de maio. O homem esteve internado no Hospital de S. João vários dias, não conseguindo resistir à doença. Com este, são nove os óbitos conhecidos no concelho da Trofa devido à pandemia. Esta quarta-feira, em Portugal estavam contabilizados 31.292 casos de infeção por Covid-19, dos quais 18.349 estavam recuperados e 1356 morreram.
8 mil máscaras distribuídas no Coronado A Junta de Freguesia do Coronado distribuiu 8000 máscaras pelas casas da vila, durante a semana passada. “Após alguns donativos de máscaras por parte de empresas e particulares e a ajuda de dezenas de voluntários, foi possível fazer a entrega, porta a porta, destes equipamentos de proteção”, anunciou a Junta de Freguesia em comunicado.
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Atualidade Editorial
O Rei vai nu e não respeita o seu Povo Em tempos de pandemia, toda a gente finalmente percebeu que o papel da comunicação social é essencial. Por estes dias, a população, em especial a de Covelas, deu-se conta de que pode estar a caminho da freguesia uma “Epidemia” e a comunicação social lá volta a ser essencial. Para quem não entendeu, ainda, sobre o que estou a escrever, eu explico. Há mais de 2 anos que a Câmara Municipal da Trofa está em negociações com a Resinorte para pagar uma dívida de recolha de lixo, que já em 2009, e segundo o relatório de contas da própria Câmara, era superior a 1,8 milhões de euros. O certo é que na edição de 14 de maio de 2020 do jornal O Notícias da Trofa (e acreditem que até a data é verdadeira), toda a população ficou a saber que essa dívida iria ser paga em troca da construção de um aterro sanitário, na freguesia de Covelas. O próprio presidente da Junta de Freguesia ficou a saber por mim, quando dois dias antes de publicarmos a notícia, o contactei para obter declarações. Lembro-me de que a primeira reação foi: “Não sei de nada! Em tempos, falou-se, mas julguei que tinha ficado sem efeito”. Ou seja, o “dono” da freguesia, eleito pela maioria dos covelenses, não foi informado pela Câmara de que o “negócio” ia avante e que os covelenses lá teriam que levar com um aterro, daqueles que toda a gente diz que não dá cheiro, que não atrai gaivotas (aos milhares), que não afeta as linhas de água. Em suma, não tem mal nenhum e é só vantagens. Aliás, toda a gente sabe que os
aterros só trazem vantagens. To- que será gravíssimo para a Trodos os concelhos os querem. A Câ- fa, o presidente da Câmara levou mara da Trofa está de parabéns, o seu filho, uma adorável criança pois conseguiu trazer para o con- de cinco anos. Era ver o “Pequeno Príncipe” a celho uma importante infraestrutura, há muito desejada por todos... brincar no Fórum Trofa XXI, com acredito que perceberam que es- a líder da JSD Trofa e secretária no Município a fazer de babysittou a ser irónico. Para o combate às gaivotas, que ter, completamente alheado do podem vir a ser milhares, como que ali se estava a passar e sem em todos os aterros, Sérgio Hum- nunca perceber, que naquele moberto já pediu à Resinorte “mi- mento, eram os covelenses que lhafres e “Falcones”, águias não, estavam a olhar pelo seu futuro e apenas milhafres e “Falcones” e não o seu pai. Com esta “história” do aterro de pediu em espanhol, para que um dos homens da empresa perce- Covelas, que ainda está no comebesse, pois espanhol é a sua lín- ço, percebemos que por estes dias a população e os eleitos da freguegua materna. As “coisas foram feitas pela ca- sia não foram respeitados, nem folada”. Terá sido isso mesmo que ram tidos nem ouvidos e muito meos eleitos da Assembleia de Fre- nos escutados sobre a obra. Portanto, a partir deste dia, é guesia disseram ao presidente da Câmara, ao vereador do Ambien- possível que as populações de te (e candidato a futuro presiden- qualquer freguesia do concelho te da Câmara?), à chefe de ga- da Trofa possam vir a ser alvo de binete, aos arquitetos da Câma- “negócios” por parte do município. Antes de terminar, e como acho ra e aos “senhores da Resinorte”. Rezam os covelenses presentes que não escrevi, o novo aterro disque “o Nicolau Silva, a Alexandra ta cerca de 2 quilómetros das habiFerreira e o Mário Oliveira” foram tações da Abelheira, assim como 2 os que mais mostraram o descon- quilómetros da capela de S. Gontentamento e que algumas pes- çalo, e diz-me a minha experiênsoas ligadas à Câmara foram ar- cia de vida que, “para o cheiro”, 2 rogantes durante toda a reunião”. quilómetros são peanuts, e afinal Uma reunião que ocorreu na noi- a Abelheira fica do lado de cá da te de 21 de maio, fechada à popu- autoestrada, não fica? Não admira, portanto, que Sérlação, apenas para os representantes do Município, da Resinor- gio Humberto “gostasse” de ver te e eleitos da Assembleia de Fre- a Assembleia da República transguesia… Ah e de um “infiltrado”, formada em câmara de gás. Afinal, um jovem de Covelas, aspirante a a nova infraestrutura em Covelas líder J laranja da freguesia, quem também vai ter libertação de ganem a tesoureira da junta,a “Ale- ses e essa é logo ali, em pleno conxandra da Tibinha” sabia muito celho da Trofa. No dia que estiverem a cheirar bem o porquê de ele lá estar (o cartão de militância dá acesso a lo- o que os outros concelhos, e se cacais que o comum dos mortais, que lhar países, não quiseram, lempense, não pode aceder). Certo brem-se deste texto, o Rei vai nu é que para essa reunião de traba- e não respeita o seu povo. lho, para discutir um problema Hermano Martins
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O NOTÍCIAS DA TROFA
Atualidade
Unidos contra o Aterro em Covelas PS da Trofa acusa presidente da Câmara de “enganar a população”
População de Covelas e do concelho da Trofa revoltada com o projeto para a construção de um aterro sanitário na freguesia de Covelas, paredes meias com União de Freguesias de Bougado e com Santo Tirso. Não ao aterro são as palavras de ordem que mais se tem ouvidos por estes dias. Era um segredo bem guardado, há pelo menos dois anos, pela Câmara da Trofa e que apanhou desprevenidos todos os habitantes, das oito freguesias do concelho da Trofa. Depois de na semana anterior ter distribuído comunicados na Freguesia de Bougado onde se comprometia publicamente com a promessa de “jamais permitiremos qualquer intervenção ou construção que provoque danos ambientais que afetem quer o nosso território, que os moradores do nosso Concelho” eis que surgem as informações contraditórias. A notícia da construção do Aterro da Trofa, na freguesia de Covelas, pela empresa RESINORTE caiu que nem uma bomba e sábado passado, fez sair à rua mais de um centena de habitantes de Covelas e outras freguesias da Trofa, revoltados por se sentirem “enganados” pelo presidente da Câmara Sérgio Humberto. Ao contrário das garantias dadas por Sérgio Humberto à Agência Lusa, a 19 de maio, de que a freguesia de Covelas, vai receber a “extensão do aterro sanitário que será reativado em Santo Tirso”, recebendo a autarquia dois milhões de euros de indemnização, a empresa RESINORTE, em comunicado, não confirmou a versão de “extensão do aterro”
População de Covelas manifesta- se à porta da sede da Junta de F reguesia divulgada pelo autarca da Tro- distanciamento a zonas populafa, mas antes justificou a nova es- cionais”. Dando conta que o Plano Estrutura pelo esgotamento da catratégico foi “aprovado pela APA pacidade da anterior.“O aterro de Santo Tirso, localizado na fre- [Agência Portuguesa do Ambienguesia de Santa Cristina do Cou- te]” e que o mesmo sucedeu com to, vizinho da futura Unidade de “o Plano de Investimentos pela ERConfinamento Técnico da Trofa, SAR [Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos]”, a cessou a exploração em finais de Resinorte frisou ainda que “após 2016, por ter atingindo o limite de capacidade de deposição, razão aprovação formal do projeto base pela qual se justifica a necessida- por parte do Ministério do Amde do atual projeto de incremen- biente vai avançar com a consto da capacidade de confinamen- trução da nova unidade“ que receberá em “exclusivo resíduos to da Resinorte”. sólidos urbanos com origem muE prossegue: “este aterro de nicipal”. Santo Tirso tem já um projeto aprovado pelas autoridades comJoana Lima questiona petentes, para a sua selagem deMinistro do Ambiente finitiva e subsequente integração paisagística, que se efetivaA deputada socialista da Trofa, rá também a breve prazo”. A empresa garante que a loca- Joana Lima, questionou a 20 de maio em audição regimental do lização do aterro em Covelas teve em conta a “proximidade das ins- Ministro do Ambiente e da Ação Climática Pedro Matos Fernantalações da Resinorte – unidade de tratamento mecânico e bioló- des, sobre o aterro perguntando gico do Ave, a disponibilidade de “se tem conhecimento que esta a terrenos na região e o aproveita- ser licenciado ou se já está licenciado um aterro sanitário na fremento da orografia do terreno e
guesia de Covelas” mas não obteve resposta. PEV também quer explicações A deputada Mariana Silva, do partido “Os Verdes”, pediu esclarecimentos ao Governo sobre a eventual reativação e ampliação de um aterro sanitário nos limites dos concelhos da Trofa e Santo Tirso, através de um requerimento entregue na Assembleia da República e dirigido ao Ministério do Ambiente e da Ação Climática, a deputada pergunta se o Governo “tem conhecimento de pedidos de licenciamento, em fase de análise ou de licenças já concedidas, para a instalação, expansão ou reabertura de aterros em Santo Tirso ou na Trofa”. “Em caso afirmativo”, a deputada pergunta “em que fase do licenciamento se encontram, qual o tipo de resíduos a serem depositados nestes aterros e se está prevista a receção de resíduos perigosos e/ ou não perigosos”.
Em comunicado o Partido Socialista da Trofa demonstra a sua “profunda preocupação pela forma como o processo da instalação de um aterro sanitário em Covelas está a ser conduzido pelo presidente da Câmara Municipal, Sérgio Humberto” . A concelhia da Trofa fez saber que o PS “foi surpreendido pelos esclarecimentos prestados para justificar o “negócio” levado a cabo com a RESINORTE em troca do pagamento de uma dívida que remonta, quase na totalidade, ao período relativo à governação do PSD até 2009. O PS Trofa acompanha a preocupação demonstrada pela população com a instalação do aterro. Esta coloca em causa a qualidade de vida, a saúde e o bem-estar da população do Concelho da Trofa e em particular da Freguesia de Covelas, da União de Freguesias de Bougado (S. Martinho e Santiago) e daFreguesia da Vila do Coronado”. Os socialistas acusam ainda o autarca de faltar à verdade quando justifica este negócio no valor de mais de 2 milhões de euros com a RESINORTE para saldar uma suposta dívida que diz ter sido contraída durante o mandato do PS, desconhecendo o problema. A dívida relativa aos resíduos inclui o pagamento em falta à AMAVE (entidade responsável pela gestão da recolha de resíduos até 2009, quando o PSD estava no poder) que resultou numa ação judicial contra a autarquia no valor de mais de um milhão de euros” Reiterando que “está em cau-
S. Gonçalo, Padroeiro do Lixo Em plena pandemia, sorrateiros, como se ratos fossem, anunciam a intenção da reactivação e ampliação do aterro sanitário em Covelas, esperando, nem levantar ondas, nem aparecer em nenhum radar. Estavam errados, não esperavam a forte reacção de uma população unida que rejeita as consequências de um aterro higiénico que não conhece fronteiras, são as populações de Covelas e Santa Cristina do Couto que sofrem o bruto do ataque, mas esta é uma luta de todos os Trofenses. O autarca trofense afirma que o aterro já foi aprovado pela Agência Portuguesa do Ambiente, pela Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos e pelo Ministério do Ambiente e da Acção Climática, mas esqueceu-se, porventura, de perguntar a opinião e aprovação aos habitantes da freguesia de Covelas. Andando ao sabor da correnteza num dia, o presidente da Junta de Covelas, Feliciano Castro, em declarações ao “Público”, admite que a localização do empreendimento é “bastante afastado de casas” e que com o tipo de resíduos que lá entrarão e as condições de acondicionamento, não vê motivo pra alarme. No dia seguinte, perante a crescente reacção da população pôs a viola no saco e desmente, que afinal nunca foram informados desta pretensão e que foram desrespeitados por parte da Câmara Municipal, estando, afinal, ao lado das populações contra a instalação de um aterro sanitário na freguesia. No próximo dia 30 de Maio, pelas 14h 30m no Parque Nossa Senhora das Dores no centro da Trofa, respeitando todas as orientações da DGS - Direcção Geral de Saúde de distanciamento social, e a obrigatoriedade de uso de máscara, estaremos presentes, Trofenses, em solidariedade com a luta dos Covelenses. Hugo Devesas - Membro da Comissão Concelhia do PCP da Trofa
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Atualidade sa a saúde pública das popula- com desagrado que esta covelen- instalem um aterro em Covelas. Já ções já suficientemente prejudi- se tomou conhecimento do proje- chega de lixo. Queremos qualidacadas pela atividade desenvolvi- to que a Resinorte e a Câmara Mu- de de vida, saúde e Natureza”, reda no aterro de Santo Tirso, cons- nicipal da Trofa estão a desenvol- feriu, sem deixar de lembrar que truído há mais de 30 anos, agra- ver para instalar uma unidade de a freguesia já foi “fustigada” pela vando-se os problemas ambien- confinamento técnico de resíduos “linha de alta tensão”, pela “pastais, tais como: os maus cheiros, sólidos urbanos num terreno da sagem do gasoduto” e pelo problema da Savinor, que “ainda não o transporte de resíduos e a pro- freguesia. “Aqui não queremos lixo. Já te- está resolvido”. pagação de pragas de ratos, baratas e gaivotas”, o PS Trofa afir- mos o problema da Savinor e agoReunião com presidente ma estar “contra este “negócio” ra, com a nova lixeira, ainda agrada Câmara não convenceu e repudia as explicações de uma va mais a nossa situação”, referiu a gestão autárquica enganosa que popular que, assim como mais de A 21 de maio, os elementos da discrimina os Trofenses e as suas uma centena de covelenses, concentraram-se em frente ao edifí- Junta e Assembleia de Freguesia Freguesias” “ Os Trofenses, e particularmen- cio da Junta de Freguesia, na tarde reuniram com o presidente da Câte a Freguesia de Covelas, terão de 23 de maio, para mostrar o seu mara Municipal, Sérgio Humbertodo o apoio e solidariedade do descontentamento quanto à insta- to, e representantes da Resinorte. “Os senhores da Resinorte aprePS Trofa nas preocupações ma- lação da nova unidade de confinasentaram imagens muito bonitas, nifestadas. O PS Trofa, e particu- mento de resíduos. “Revoltada”, Andrea Costa, tam- mas o que é certo é que, depois larmente os seus eleitos, comprometem-se com os Trofenses a vo- bém habitante em Covelas, admite de analisarmos friamente, nos outar contra qualquer proposta que “lutar até às últimas consequências” tros sítios também era tudo muito seja apresentada para a constru- para manter uma vida com “quali- bonito e o aterro de Valongo tamdade” e que esta perdure para os bém foi autorizado para uma coisa ção do Aterro”, rematam. seus “filhos e netos”. “Quero usu- e passados anos já está em lixo tófruir do meu jardim e não estar xico e não foi para isso que inicialPopulares manifestam-se inibida de vir cá para fora devido mente foi feito”, contou Mário Olicontra instalação de aterro aos cheiros que possam ser pro- veira, que considera que se trata Manuela Moreira ainda se lem- vocados pela lixeira”, acrescentou, de um “negócio” e que a câmara bra bem do impacto que o aterro sem deixar de admitir que ainda municipal demonstrou que Covesanitário instalado em Santa Cris- tem “esperança” de que o proces- las foi colocada “à venda”. Na reunião, Sérgio Humbertina do Couto, freguesia vizinha da so possa ser revertido. Mário Oliveira, membro do Mo- to afirmou que, há cerca de dois sua Covelas, teve no seu dia a dia. Na memória mantém-se viva e a vimento Independente por Cove- anos, a Resinorte apresentou-lhe imagem do “fumo” que “intoxica- las (MIC) e elemento da Assem- o projeto, dando-lhe uma contrava” e que pintava de preto as pe- bleia de Freguesia, critica a for- partida de 400 mil euros, que reças de roupa que colocava a secar. ma como o processo foi condu- jeitou, acabando por reconside“Era uma desgraça. Até a água sa- zido pela Câmara Municipal da rar quando lhe foi dada a hipóteTrofa. O covelense acredita que se de saldar a dívida que a Câmabia muito a fumo”, atira. Livre dos efeitos do funciona- fala pela população quando rejei- ra Municipal tem para com a emmento daquela estrutura, encer- ta “contrapartidas” para a fregue- presa de cerca de dois milhões de rada definitivamente em 2017 e sia. “Nós não queremos contrapar- euros. No acordo, estará também em atual processo de selagem, foi tidas, apenas não queremos que um valor remanescente para re-
M anifestação marcada para sábado dia 30 de maio colha de lixo. O edil trofense re- “queremos uma freguesia desenferiu também que o projeto pode- volvida mas não a qualquer prerá ser considerado como de “inte- ço, mas com qualidade ambiental e social. O autarca de Covelas resse Público”, viabilizando assim foi mais longe reiterando “querea construção. Dois dias depois, a Junta de Fre- mos obras que sirvam os interesses dos nossos fregueses, e que guesia, liderada pelo candidato da coligação PSD/CDS Feliciano Cas- melhorem a qualidade de vida, e tro, emitiu um comunicado onde é por essa que lutamos”. atribui a responsabilidade da obra Manifestação à Câmara Municipal.No documenna cidade este sábado to publicado pela junta, o presidente declara que nunca foi inforA população da freguesia temmado formalmente sobre esta obra e sente que os covelenses foram -se mobilizado de diversas formas desrespeitados pela Câmara Mu- para impedir a construção da uninicipal. Feliciano Castro sublinhou dade de confinamento. As primeiainda que “não tem qualquer po- ras ações passaram por criar um der de decisão no processo e que grupo na rede social Facebook, este está apenas nas mãos da Câ- para juntar esforços e concertar mara Municipal”, anunciando que ações de protesto, como a que vai está do lado dos habitantes na luta acontecer este sábado, 30 de maio, às 14.30 horas, no Parque Nossa contra a instalação do aterro. Senhora das Dores e Dr. Lima CarConsiderando que “é mais um foco de poluição que poderá fi- neiro, no centro da cidade da Trofa. A organização desta manifescar na nossa terra onde já existem tação é sensível, já que atravessavários” Feliciano Castro reitera mos um período em que é proibido aglomerações. Os promotores da ação apelam ao uso de máscara de proteção e ao cumprimento escrupuloso do distanciamento social. Está ainda online uma petição “contra a execução de aterro sanitário no concelho da Trofa”, dirigido à Assembleia da República, que, esta quarta-feira, conta já com cerca de 450 assinaturas. Para assinar poderá aceder v ia inter net ao endereço https://peticaopublica.com/pview. aspx?pi=PT100172
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28 de maio de 2020
Educação
Escola Profissional CIOR
Uma escola e projeto com selo de qualidade reconhecida A Escola Profissional CIOR, localizada na cidade de V. N. de Famalicão, ao longo dos seus quase 30 anos, tem-se afirmado, no município, na região e até no país, com um projeto educativo, formativo e socio cultural consolidado na sua forte ligação às empresas e organizações e às constantes exigências e solicitações do mercado do trabalho, afirma Amadeu Dinis, diretor da Escola, acrescentando que, em toda esta dinâmica, tem-se privilegiado sistematicamente a qualidade, a inovação e o empreendedorismo, aspetos que se traduzem nos bons resultados alcançados. Formação diversificada e altamente especializada Em termos de oferta formativa, a CIOR vai sempre ao encontro das necessidades do tecido económico, social e empresarial da região e dos interesses vocacio-
equipamentos e recursos técninais dos alunos que a procuram. Para o efeito, a CIOR tem uma cos modernos, ao nível de salas equipa de professores e formado- de aula, laboratórios, oficinas e res com larga experiência e espe- centros de recursos, que assecialização, em termos científicos, guram um processo de ensinotécnicos, tecnológicos, práticos e -aprendizagem consolidado nas boas práticas pedagógicas e forpedagógicos. Assim, e tendo em conta, tam- mativas, sempre em estreita ligabém, toda a sua capacidade ins- ção com as empresas e co o muntalada, ministra Cursos Profis- do do trabalho. Neste contexto, a CIOR forma e sionais em áreas estratégicas e emergentes como Mecatrónica orienta os seus alunos para o saAutomóvel; Programação e Ma- ber ser e saber fazer, com qualiquinação; Eletrónica Automação dade, inovação e elevado profise Comando; Animação Sociocul- sionalismo, apostado no sucesso tural e Técnico Auxiliar de Far- e na capacidade empreendedora mácia. Paralelamente funcionam dos seus formandos. Cursos de Educação e Formação Qualidade sem fronteiras para Mecânico de Automóveis liinternacionalização de um geiros, Eletricistas de Instalações projeto e de uma marca e Cuidador de Crianças e Jovens No sentido de aumentar a capacitação técnica e profissional Modernos equipamenos que pretende para os seus alunos, e recursos A CIOR encontra-se devida- a CIOR desenvolve neles o espímente apetrechada com meios, rito e o desafio para o empreen-
A CIOR tem implementado o Sisdedorismo e inovação, de forma consistente e sistemática. Para o tema de Gestão de Qualidade, deefeito, para além de estágios, par- vidamente alinhado com o EQAticipação em concursos, desen- VET - European Quality Assuranvolvimento de projetos e protó- ce Reference Framework for Votipos, a CIOR possibilita que os cacional Education and Training seus alunos e ex-alunos realizem – aspetos que contribuem para a estágios de média e longa dura- eficiência e eficácia dos procesção em prestigiadas empresas e sos e reconhecem as boas prátiorganizações de vários países da cas e qualidade na organização e Europa, através de uma rede de de funcionamento da Escola. parceiros.
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O NOTÍCIAS DA TROFA
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Educação
Escola Profissional Agrícola Conde de S.Bento
A agricultura faz parte da vida tradicional portuguesa desde há vários séculos e o ensino tem-se vindo a adaptar de forma a tornar esta atividade cada vez mais adequada às novas tecnologias e a uma grande diversidade de culturas, disponibilizando para isso os seus 18 hectares, criando um local para a prática diária das atividades dos respetivos cursos, demonstrando assim uma forte ligação entre a componente teórica e a prática. Um dos exemplos de um ensino de qualidade nesta área é a Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento , em Santo Tirso, que está sob a responsabilidade do Ministério da Educação desde o ano de 1913. Dividida em setores – Agropecuária, Transformação, Restauração, com Cozinha/Pastelaria e Restaurante/Bar, Vitivinicultura e ainda Turismo Ambiental e Rural (estes últimos muito por causa do forte crescimento na procura de técnicos especializados), a escola é frequentada por cerca de 300 alunos.
Sendo importante a aprendizagem em contexto real nas áreas de atuação bem como providenciar contactos para futuras ofertas de emprego – a escola proporciona aos seus alunos a realização de estágios em empresas dos setores dos cursos frequentados pelos alunos. Ainda existe a possibilidade de realizar um estágio no Estrangeiro, nomeadamente em França e Espanha, e de realizar candidaturas ao Programa Erasmus+. Para os mais jovens, com o 8º ano de escolaridade concluído, a escola proporciona formação de 1 ano, com equivalência ao 9º ano, em Operador de Máquinas Agrícolas e Tratador de Animais em Cativeiro. A Escola Profissional Agrícola Conde de S. Bento é, pois, uma escola /empresa dinâmica e empreendedora que liga o enriquecedor passado a um novo olhar sob o futuro, promovendo a inclusão de todos os jovens, estando apoiada sempre num alicerce: a vontade de aprender.
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Religião
Paróquias doam 10 mil euros em material ao Centro Hospitalar As oito paróquias do concelho da Trofa doaram dez mil euros em material de proteção ao Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA). CÁTIA VELOSO A ideia partiu dos párocos, que se juntaram numa campanha de angariação de fundos durante a Páscoa, através da abertura de uma conta solidária. A entrega oficial do material foi feita a 20 de maio, na unidade hospitalar de Santo Tirso, com a presença dos quatro párocos do concelho da Trofa e de António Barbosa e Victor Boucinha, presidente e vogal do conselho de administração do CHMA. “Isto demonstra a vitalidade das nossas comunidades. Quando uma comunidade paroquial é capaz de se interessar pelos outros e ajudar, neste caso o hospital, podemos dizer que é uma comunidade viva. Quando a comunidade se fecha
em si e só quer saber dos seus interesses mesquinhos, é uma comunidade morta. Acho que as comunidades da Trofa deram um bom exemplo de vida”, referiu Luciano Lagoa, vigário da vigararia Trofa/ Vila do Conde. O sacerdote, que agradeceu o envolvimento dos outros párocos do concelho, destacou a vocação solidária da população trofense, manifestada nalgumas “ofertas muito boas” de “anónimos” que “deram de si a esta causa”. A administração do Centro Hospitalar recebeu com satisfação a doação das comunidades. O presidente da administração, António Barbosa, sublinhou que a oferta “é muito útil”, que “vai satisfazer necessidades do Centro Hospitalar, em particular dos profissionais, que todos os dias utilizam centenas de equipamentos para se protegerem”.
A dministração do Centro Hospitalar recebeu com satisfação a doação das comunidades “Devemos registar o facto de oito paróquias do concelho se terem mobilizado para serem generosas”, acrescentou. Depois do período critico da pandemia na região, o Centro Hospitalar tenta, agora, regressar a uma normalidade que traz consigo atualizações, ou seja, novas regras. “Toda a gente se lembra dos espaços de espera da consulta ex-
Corpo de Deus em Alvarelhos A celebração foi iniciada, em 2002, pelo pároco José Ramos que, este ano, quer manter viva a tradição, apesar dos constrangimentos provocados pela pandemia de Covid-19. A procissão do Corpo de Deus vai cumprir-se a 11 de junho, mas de forma diferente, com a passagem de um veículo automóvel pelas principais ruas da paróquia, a partir das 17 horas.
terna com dezenas ou centenas de pessoas. Hoje, isso já não é possível, estamos a fazer o regresso à atividade normal de forma cautelosa e gradual, para percebermos qual o nosso limite e como se vai organizando o fluxo dos utentes”, divulgou António Barbosa. António Barbosa sublinha como têm sido importantes a “colaboração dos profissionais de saúde” e
a “compreensão dos utentes” nesta fase de reativação dos serviços e cuidados médicos. O Centro Hospitalar mantém um dispositivo de reserva, tanto no internamento como nas urgências, para receber e encaminhar os doentes covid, com a consciência de que esta é uma realidade com a qual teremos de lidar nos próximos meses.
Regras no reinício das eucaristias comunitárias As celebrações eucarísticas comunitárias são retomadas no próximo fim de semana. Nos últimos dias, as paróquias têm transmitido alegria pelo regresso dos fiéis aos templos, mas reiteram a importância de se seguir as normas estabelecidas pela Conferência Episcopal, em articulação com as autoridades de saúde. Para cumprir o distanciamento social, os lugares a ocupar estarão devidamente marcados e, à entrada, é obrigatório desinfetar as mãos e usar máscara. No momento da comunhão, os fiéis devem baixar a máscara quando estiverem diante do ministro extraordinário e estender a mão, onde será colocada a hóstia., que deve ser introduzida, de imediato na boca. A máscara tem de ser, novamente, colocada e as mãos desinfetadas. O ofertório é feito no fim da missa. As pessoas com perfil de risco, ou seja, idosas ou doentes, devem evitar participar nas missas, mas caso pretendam assistir, devem escolher as celebrações à semana. As paróquias estão a organizar-se e adotaram medidas para a retoma gradual das cerimónias. As informações constam dos respetivos boletins paroquiais.
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O NOTÍCIAS DA TROFA
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Atualidade
Em Bougado, encerramento do Mês de Maria faz-se dentro do carro As paróquias de Santiago e S. Martinho de Bougado vão assinalar o encerramento do Mês de Maria, com uma concentração automóvel no recinto da feira e mercado da Trofa. CÁTIA VELOSO
ço, a bênção e o cântico do adeus, mente a festa em honra da Senhoque também merecerão transmis- ra do Rosário nem a procissão de são online nas redes sociais de am- velas, o encerramento do mês de Maria será feito através de uma bas as paróquias. “Só terão acesso ao recinto as viagem motorizada, na qual a imapessoas que venham de carro e gem de Nossa Senhora percorrede máscara. Devido à situação rá as principais ruas de Santiago No dia 31 de maio, domingo, de- atual, não é possível aglomeração de Bougado, a partir das 17 horas. “Por se tratar de uma imagem vapois da peregrinação, os fiéis se- de pessoas, pelo que pedimos enrão desafiados a integrar “uma ca- carecidamente que não se deslo- liosa, não podemos fazer muitas ravana automóvel”, em viaturas quem a pé. As pessoas devem per- deslocações nem manobras”, aviocupadas por “famílias que coabi- manecer dentro dos carros e se- sou o pároco Bruno Ferreira, que tam na mesma casa”. As paróquias guir as indicações que serão da- sugeriu aos fiéis colocarem “colorganizam um “desfile” motoriza- das”, pode ler-se no boletim se- chas nas varandas ou janelas” e do desde a sua paróquia até ao re- manal distribuído pela paróquia “arranjarem flores para a Senhora”. Às 20 horas, a imagem regressa cinto da feira, onde os veículos de- de Santiago de Bougado. Nesta paróquia, e devido à im- à Igreja Matriz e organiza-se a convem “aparcar de forma ordenada”. Às 21 horas, inicia a oração do ter- possibilidade de realizar publica- centração da “caravana”, no Souto da Lagoa, que irá seguir até ao recinto da feira. Em S. Martinho, a caravana automóvel sairá da Igreja Nova da Trofa, às 20.15 horas, após a eucaristia das 19 horas, e percorrerá a Estrada Nacional 104 até à rotunda da Abelheira, vindo depois pela mesma estrada até ao Catulo e à rotunda dos Bombeiros, terminando no recinto da feira. Na paróquia de Covelas, a peregrinação cumpre-se este sábaNa paróquia de Covelas, a peregrinação cumpre- se este sábado do, 30 de maio.
Só terão acesso ao recinto as pessoas que venham de carro e de máscara
Festa de Pentecostes ou Divino Espírito Santo A palavra Pentecostes é grega e significa “Quinquagésimo”. A. COSTA No antigo Testamento, o povo hebreu celebrava a festa de Pentecostes cinquenta dias depois da Páscoa judaica e era a segunda festa do calendário bíblico. Há outros nomes que estão associados a esta festa, tais como: -Festa das Semanas, porque acontecia sete semanas depois da Páscoa (50 dias são sete semanas) Levítico 23;15,16 -Festa das Colheitas dos primeiros frutos. Porque celebrava o início da colheita desse ano.(Números 28;26. A festa de Pentecostes servia para agradecer a Deus (Javeh) pela comida que Ele providenciava. Era por altura desta festa(no fim da primeira colheita) que os judeus se juntavam e ofereciam uma porção da colheita a Deus. Para os judeus, fazia parte da celebração, ir em peregrinação ao Templo oferecer as Primicias dos Frutos. Ao dedicar as “Primícias” a Deus, significava que os judeus
com muita solenidade, na maiodedicavam tudo a Deus. A festa de Pentecostes lembrava ria deles com direito a um feriatambém a entrega da “Tábua dos do religioso. Acontece, por exemDez Mandamentos” a Moisés, cin- plo, em :França, Alemanha, Suíquenta dias após a saída do Egip- ça, Áustria, Suécia, Luxemburgo, to (Èxodo)e a posterior chegada Mónaco…. Em Portugal o culto e devoção ao Monte Sinai. A festa do Pentecostes, para os ao Divino Espírito Santo vem descristãos, significa a descida do de o século XIII. Assim, há granEspírito Santo sobre os Apóstolos, des celebrações nas Ilhas do Pico, cinquenta dias após a Ressurrei- Faial, Terceira e São Jorge. Há também uma lenda, que faz ção de Jesus Cristo, em forma de línguas de fogo. Cristo havia pro- parte da história de Portugal, em metido “ O Paráclito”,( aos seus que é atribuída à terceira Pessoa discípulos) para fazer compreen- da SSma. Trindade o Milagre da der tudo quanto Ele havia ensi- “transformação” de Pão em Ronado durante a sua vida terrena. sas ( célebre Milagre das Rosas, Foi neste dia de Pentecostes que protagonizado pela Rainha Sana Igreja Católica terá “nascido”, ta Isabel). Também, em Tomar, as grano que significa o início da expansão cristã, que, a partir de Jerusa- diosas festividades dos Tabuleilém, se estendeu a todo a Terra… ros, são dedicadas ao Divino EsAtualmente, o Pentecostes é pírito Santo. No concelho da Trofa as paróconsiderada uma das festas principais da Igreja Católica, a se- quias de São Martinho de Bougaguir à Páscoa e Natal. É neste dia do e São Mamede do Coronado que termina, oficialmente, o Tem- costumam realizar festividades po Pascal, iniciado na Vigília de em honra do Divino Espírito Santo, que este ano, devido à pandePáscoa. Em vários países da Europa a mia, ficarão muito aquém das haFesta de Pentecostes é celebrada bituais romarias. Assim, no pró-
Em Portugal o culto e devoção ao Divino Espírito Santo vem desde o século XIII ximo domingo, dia 31, haverá as missas solenes, e as “coroações” das crianças dentro das respec-
tivas igrejas de Nª Sª das Dores e Igreja Matriz de São Mamede do Coronado...
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28 de maio de 2020
Atualidade
Concerto de José Malhoa vai ser transmitido pela TrofaTv A TrofaTv vai transmitir o concerto que José Malhoa dará em S. Mamede do Coronado, em cima de um trio elétrico. Espetáculo integra programa de festas em honra do Divino Espírito Santo.
Poliglota
CÁTIA VELOSO
Foi uma forma de contornar os constrangimentos provocados pela pandemia de Covid-19 e resultou da união de esforços de muitas entidades. A festa em honra do Divino Espírito Santo, em S. Mamede do Coronado, vai ser muito diferente do habitual e, por isso mesmo, ficará marcada na história da paróquia. Logo a começar, a forma de anunciar as celebrações foi adaptada à realidade. A comissão de festas está a distribuir um kit com máscaras cirúrgicas (de uso único) e gel desinfetante, fazendo-o acompanhar do programa da festa, que terá como ponto alto o concerto de José Malhoa, a partir das 16 horas de domingo, 31 de maio. O espetáculo, que conta ainda com a participação de Nelo Ferreira e Alex Navarro, será itinerante, através de um trio elétrico, que percorrerá as principais ruas da paróquia. A comissão de festas do Divino Espírito Santo apela à população para que evite estacionar os automóveis na via pública durante a tarde, para que o trio elétrico possa circular com facilidade. Para aqueles que não conseguirem ver o concerto a partir de casa, será dada a oportunidade de acompanhar o espetáculo, na íntegra, a partir da transmissão em direto que a TrofaTv fará na rede social Facebook. O encerramento da festa será assinalado com o lançamento de fogo de artifício, às 22 horas.
ponto alto da festa será o concerto de José
“Infelizmente, as circunstâncias atuais não permitem fazermos a festa que idealizamos, no entanto tentamos, mesmo com todas restrições, não deixar passar o nosso dia da festa em honra do Divino Espírito Santo despercebido. O nosso apelo é que aproveitem o dia”, escreveu a comissão de fes-
M alhoa no trio eletrico
tas numa publicação na página de Facebook, onde também releva que, “de qualquer forma, o mais importante é a segurança e saúde de todos”. Por isso, é reiterado o pedido para que a população siga as recomendações da Direção-Geral da Saúde.
Eucaristia também vai ser transmitida A TrofaTv vai transmitir a eucaristia solene do Divino Espírito Santo, em S. Mamede do Coronado. A missa inicia às 10h30 de domingo, 31 de maio, e será presidida pelo pároco Rui Alves, podendo ser vista em direto na página de Facebook da TrofaTv, em www.facebook. com/trofatv. Apesar de, naquele dia, já serem permitidas eucaristias comunitárias, a paróquia decidiu não abrir a Igreja à participação da população, para evitar grandes aglomerações, visto tratar-se de uma data especial em S. Mamede do Coronado.
Missa ao ar livre em S. M artinho de Bougado Em S. Martinho de Bougado, a festa do Divino Espírito Santo, da responsabilidade da comissão que também organiza as solenidades em honra de Nossa Senhora das Dores, será feita com a coroação das crianças, entre as 9 e as 12 horas, na Capela de Nossa Senhora das Dores. Às 12 horas, é celebrada a missa solene ao ar livre, na concha acústica. A paróquia convida os fiéis “a participar”, mas pede que seja respeitado o distanciamento social e que usem máscara de proteção.
Ciclo de Palestras do Rotary
Depois de Carvalho Rodrigues, vem aí palestra de Pinto da Costa Ia estar na Trofa para cumprir a terceira sessão do 1.º Ciclo de Palestras Saúde & Educação do Rotary Club da Trofa, mas a pandemia de Covid-19 acabou por impedir que a palestra de Fernando Carvalho Rodrigues, considerado o “pai” do primeiro satélite português, se realizasse… mas apenas presencialmente.
José Calheiros
Global Notícias
Apoiado pelas novas tecnologias, o Rotary cumpriu a iniciativa, numa conferência online, através da aplicação Zoom. Com o tema “Ciência e Inovação na conquista do Espaço”, a iniciativa foi transmitida em direto na página de Facebook do clube rotário trofense e encontra-se, atualmente, disponível para vi-
sualização. O 1.º Ciclo de Palestras Saúde & Educação continua no próximo dia 8 de junho, às 21 horas, também através das aplicações Zoom e Facebook, sendo o quarto orador José Pinto da Costa, que falará de “Ciências Forenses e os Mistérios da Medicina”
Escrita com Norte
Apesar de ser defensor do que é nosso, daquilo que simboliza a nossa Nação e de sentir-me também dono da língua que falo e que escrevo, isso nunca invalidou uma vontade clara de aprender o “Inglês”. E são duas as razões principais. A primeira, porque na escola não gostava das outras opções, o “Francês” e o “Alemão” e a segunda, por vergonha. Vergonha de fazer as mesmas “ceninhas” que amigos meus faziam quando em plena pista de uma discoteca tentavam acompanhar as músicas mexendo os lábios simulando um inglês, que pouco sabiam, que não encaixava nas letras, sendo pior do que uma novela venezuelana traduzida para brasileiro. Por diversas vezes, quando gingava o meu corpo de um lado para o outro, de cervejinha na mão e com o radar ligado no modo “fêmea”, e um amigo se atrevia a abrir a boca quando nem o playback de um “yes” conseguia fazer, eu, disfarçadamente, ia dando uns passos para o lado e olhava pare ele como se não o conhecesse de lado nenhum e comentava com a miúda do lado, “Que parolo!”. Mas antes disto e ainda muito criança, o que eu gostava mesmo era de falar a língua dos animais. Autodidacta, aprendi a miar para os gatos, a ladrar para os cães, a cacarejar para as galinhas, a roncar para os porcos (língua em que me tornei um “expert”), a relinchar para os cavalos,…, faltando-me rugir cara a cara com um leão! Toda esta lógica só foi quebrada uma vez, quando na comunhão de um primo mais velho, fui apanhado a mugir para um passarinho, depois de beber uma cerveja às escondidas debaixo de uma mesa. Agora adulto, um destes dias quis ir mais além de quem estuda línguas mortas, como o aramaico ou o latim, e mergulhei nos primórdios da língua indo ao jardim zoológico praticar o meu guinchar com um macaco. No portão de entrada, um cartaz a anunciar o desconto de 80% para quem conseguisse imitar um cavalo. Consciente do meu saber e das minhas capacidades, imitei um híbrido de elefante com rinoceronte a discutir com uma couve. Perante a estupefacção da senhora da bilheteira entrei de graça! Dirigi-me lesto para a jaula do macaco. Pachorrento, ele dormia. - Acorda, pá! – gritei. E com o barulho, ele acordou. - U,u,u,u,u,uuuuuuuu,u,u,u,u,uuuu,u,u,u,u! – guinchei, num orangotangês erudito. - Pareces parvo, ó humano! – responde-me o macaco. - Ui, tu falas! – exclamei mais admirado do que se houvesse um consenso político em Portugal. - Sim, falo, ó parvalhão! Perante o insulto não me deixo ficar e respondo-lhe – Parvalhão és tu, eu tenho vergonha de descender de vós! - E nós macacos temos vergonha de ser ascendentes do Humano! Sois uns animais! Sem querer mais conversa com o parente, despeço-me num orangotanguês coloquial - U,u ,u uuu, u, u – e viro costas. - Pane…! - chamou-me o macaco. No regresso a casa, para relaxar da má experiência que foi a conversa com o macaco, tomo o caminho que atravessa o bosque. Aproveitei para praticar as palavras assobiadas das árvores e as palavras das plantas empurradas pelo vento! Cheguei a casa convicto de que percebia todos os seres do mundo e ouço barulho ao fundo, na sala. - Zé, já chegaste? Anda cá. – chamou-me a Cristina – Estas são as minhas amigas. – diz-me, apresentando-me, uma a uma. Para parecer simpático deixei-me ficar com elas cinco minutos, que me fizeram perceber que continuo a não compreender o dialecto feminino! Saí de casa e voltei ao jardim zoológico, para conversar com o macaco.
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Reportagem
Quando um AVC interrompe a vida de uma família prestes a aumentar O dia 23 de maio de 2017 ficará, para sempre, marcado na memória de Sónia Rodrigues. Grávida de 30 semanas e numa altura em que ansiava pela chegada do primeiro filho, numa vida a decorrer dentro da normalidade, um acidente vascular cerebral veio mudar, por completo, a vida desta mulher, residente em S. Martinho de Bougado. Quer saber mais? Leia, então, este testemunho impressionante de força e vontade de viver. CÁTIA VELOSO
em contraponto, “assustada” por não saber como iria ser a sua vida dali para a frente. A consciência do que tinha vivenciado foi sendo construída à medida que a crença de que “daqui a um mês volta tudo ao normal” caía por terra. Sónia foi percebendo que, afinal, a normalidade “ia ser mais difícil de recuperar”, porque “precisava sempre da ajuda de alguém” para cumprir tarefas básicas. “Marcou-me o facto de não conseguir ficar de pé (apoiada) sem acabar por desmaiar”, relatou. Teve de reaprender a comer, a beber, a sentar-se ou a levantar-se. Ao turbilhão de emoções que a constatação de uma nova condição lhe trazia, Sónia ainda tinha de conviver com a dureza de ainda não conhecer o filho, internado noutra unidade hospitalar. A profunda tristeza que este constrangimento lhe trouxe foi transformada em força para recuperar. Sónia mentalizou-se de que, quanto mais rápida fosse a sua reabilitação, mais rapidamente iria conhecer o seu Vasco. “Comecei por lançar-nos um desafio: quem ia sair do Hospital primeiro?”
Aos 35 anos, Sónia Rodrigues vivia uma das fases mais felizes da sua vida. Grávida de 30 semanas e a trabalhar normalmente, a sua rotina foi interrompida depois de uma ecografia habitual, feita no Porto. O médico suspeitou de uma pré-eclâmpsia, devido às tensões altas que Sónia apresentava Sónia teve de reaprender a comer, a beber, a sentar- se e a levantar- se e ao facto de o bebé não se estar ses e que podia sair aos fins de esquerda e partilhar muitas vi- o meu lado direito ficou com mea desenvolver como seria desesemana. Então, arregacei as man- vências com os outros doentes. “A nos força e 'manco' ao caminhar. jável. “Lembro-me de estar muigas e dediquei-me completamen- entreajuda foi fundamental. Des- As sequelas invisíveis ainda se to inchada, mas de resto, sentiade ver pessoal a rir, a jogar car- mantém como o cansaço físico e te à minha reabilitação”, contou. -me normal e bem disposta”, conNeste espaço, ao qual apelida tas, a fazer cavalinhos com as ca- psicológico, algo que ainda estou tou, em entrevista ao NT. de “espécie de bootcamp”, Sónia deiras de rodas, a contar as suas a tentar lidar e trabalhar”, conAcabou por ser internada e esta passou por diversas fases. “Logo histórias… a pôr de lado, por mo- fessou, sem deixar de sublinhar indicação médica acabou por ser no primeiro dia, a enfermeira, ao mentos, os seus problemas. São que todas as conquistas conseprimordial para o que se seguiu. guidas até agora são o mais imver os meus atacadores desajei- todos heróis aos meus olhos”. A vida fora do hospital... A 23 de maio de 2017, e depois de Depois de dois meses no CRN, portante, assim como a vontade tados, deu-me umas dicas para e de casa dois dias antes ter sofrido de “doSónia Rodrigues esteve dois apertar os cordões, pois a minha de onde podia sair aos fins se- de “não parar”. res de cabeça brutais”, Sónia RoSónia Rodrigues mantém uma drigues, grávida de 31 semanas, meses internada no Hospital de mão direita mexia-se muito pou- mana, Sónia Rodrigues deparoufoi vítima de um Acidente Vascu- Santo António, no Porto. Dessa co e não conseguia segurar nada”. -se com uma nova realidade: o re- vida ativa, através de um contriNa terapia ocupacional, iden- gresso definitivo a casa. Este ce- buto social, que passa por “partialtura recorda a colega de quarlar Cerebral (AVC). “A última coisa que me lembro to, “a dona Fátima”, uma “pessoa tificou as “novas” barreiras que nário “foi assustador”, não escon- cipar em várias iniciativas do Poré das dores de cabeça e, a par- adorável” com quem ainda man- tinha em casa e aprendeu a con- de, mas ao mesmo tempo foi reve- tugal AVC, através dos grupos de tir daí, tenho pequenos flashs, tém contacto e outra doente, que torná-las. E essas barreiras eram lador, porque saiu a andar, a falar ajuda mútua, nomeadamente o ações tão simples como “vestir o e a mexer a mão. “Já podia pegar GAM do Vale do Ave, onde é dada via pessoas à minha volta, a fa- acabou por falecer. Durante a estadia no hospi- bebé, pendurar roupa no esten- no meu bebé, sentir o seu chei- voz aos sobreviventes do AVC e larem entre elas, e sentia muito tal, Sónia acabou por se mentali- dal, cozinhar ou usar o computa- rinho, vesti-lo, dar-lhe o bibe- apoio aos cuidadores. Em escolas, frio”, contou. rão. Aproveitei tudo isso e muito por exemplo, sensibiliza para a Quando Sónia acordou, já não zar que o marido “estava a sair- dor novamente”. prevenção, dando a conhecer os Uma das faculdades que teve mais”, confessa. tinha “barriga de grávida”, não -se muitíssimo bem” face a esta Ao mesmo tempo, apercebeu- sinais de um AVC e os “três F” conseguia mexer o lado direito contrariedade. “Ele foi essencial. de trabalhar “mesmo muito” foi Face, Fala, Força – e partilhando do corpo, tinha a boca torta e es- Desdobrou-se em quatro, fez o pa- a fala, uma vez que a memória -se da “falta de acessibilidades tava extremamente confusa, bal- pel de mãe, de pai, de cuidador, “não retinha muita informação” e e da sua importância” para mui- o seu testemunho de forma a alerbuciando “coisas sem nexo e em de marido, de psicólogo...foi o “tinha a língua presa”. “Não con- tas pessoas, por isso filiou-se na tar os jovens de que o que viveu nosso pilar. Segurou todas as ré- seguia dizer certas palavras ou Associação Salvador, instituição “pode acontecer a qualquer um” francês”. sons e, aí, a terapeuta orientava- particular de solidariedade so- e de que “há vida após o AVC”. Enquanto esteve inconscien- deas, todas”, elogia. “Viver depois de um AVC é uma Quanto ao jogo do “quem sai -me para fazer exercícios em fren- cial que atua na área da deficiênte, os médicos fizeram-lhe o parcia motora, na qual tenta contri- constante aprendizagem. O que to de urgência e o bebé nasceu, primeiro”, foi o pequeno Vasco te ao espelho”, contou. Quanto à fisioterapia, a recu- buir para que haja acessos para eu fazia e que agora não consiprematuro, com pouco mais 1,3 quem “ganhou”. Sónia saiu uns quilogramas. Ao NT, Sónia admi- dias depois, mas não para casa. peração foi como uma corrida de todos e sensibilizar a população. go fazer da mesma maneira, tento contornar ou arranjar uma sote que foi “um choque” acordar e A sua condição necessitava de contrarrelógio: “Na primeira selução. Exige mais de mim, mas teUm processo não sentir Vasco no seu ventre. “O apoio suplementar, por isso, foi mana, estive numa cadeira de ronho tentado lidar da melhor forem desenvolvimento que me valeu foi o meu marido e a recebida pelos profissionais do das, na segunda deixei a cadeira Neste processo a que Sónia me- ma. Sinto-me bastante diferente, minha mãe explicarem-me o que Centro de Reabilitação do Nor- e passei para uma bengala com tinha acontecido e que o bebé es- te (CRN), de onde guarda muito quatro apoios e na terceira já con- taforiza de viagem em curso, foi uma pessoa nova que vive mais o essencial manter um pensamento presente, que eu aprendi a amar”. seguia andar sozinha”. tava bem e a ser seguido por equi- boas memórias. Aprendamos também com a Nos tempos livres, aprovei- positivo. A realidade não é, nem “Foi um sítio fantástico, a todos pa super profissional”. Ao alívio por saber que o bebé os níveis. Eu sabia que só poderia tou para fazer trabalhos manuais, será, a perfeição, uma vez que o Sónia. estava de saúde, Sónia sentia-se, lá ficar, no máximo, até dois me- aprender a escrever com a mão AVC trouxe-lhe sequelas. “Todo
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Desporto
Trofense já começou a construir plantel para 2020/2021 Depois da suspensão do Campeonato de Por tugal, interrompido devido à Covid-19, o Clube Desportivo Trofense já começou a preparar a época 2020/2021. CÁTIA VELOSO Nos últimos dias, o emblema trofense tem anunciado renovações e reforços para o plantel sénior, que vai tentar inverter a situação vivida na temporada que findou e disputar os lugares cimeiros do Campeonato de Portugal. No que respeita a renovações, foram já garantidas duas. Mika, defesa de 32 anos, cumprirá a quinta época ao serviço do clube. Este foi um dos jogadores mais utilizados do plantel na última competição, com 23 jogos a cumprir os 90 minutos. A regularidade só foi interrompida na 11.ª jornada, quando foi expulso dian-
te do AD Castro Daire, aos 83 minutos, cumprindo castigo na partida seguinte, frente ao SC Espinho. Bruno Almeida vai vestir a camisola do Trofense pela terceira época. Na última, esteve em ação em 20 jogos, tendo marcado três golos. Quanto a reforços, o clube anunciou, para já, cinco. Valter Zacarias, de 22 anos, vestiu a camisola do Fabril Barreiro, 16.º classificado da série D do Campeonato de Portugal, tendo cumprido oito jogos. Antes, esteve no ENP, do Chipre, e nos sub-21 do FC Sion, na Suiça, mas não há registo de utilização em ambas as equipas. Já Simão Martins, defesa esquerdo de 22 anos, vem do Beira-Mar, 6.º classificado da série C do Campeonato de Portugal, no qual quatro jogos. Na mesma época representou o GD Chaves
Satélite, da série A, entrando em campo em 13 ocasiões, marcando golo na última em que vestiu a camisola deste clube, que representou nas duas épocas anteriores. Estreou-se como sénior no Juventude Pedras Salgadas. Hugo Almeida, de 21 anos, cumpriu formação no Sport Canidelo, FC Porto, SC Coimbrões, Leixões e, por último, o Rio Ave, tendo-se estreado no escalão seniores na equipa B vila-condense, em 2018/2019. Na última temporada, o médio representou o SC Salgueiros, líder da Divisão de Elite da Associação de Futebol do Porto e recém-promovido ao Campeonato de Portugal, cumprindo 26 jogos e marcando duas vezes. Para o meio-campo vem também Diogo Silva, ex-Benfica de Castelo Branco, 2.º classificado da série C do Campeonato de Portugal. O centro-campista de 23 anos
M ika renovou para época 20/21 cumpriu 24 jogos e marcou dois golos. Antes, representou o Gondomar SC, com 30 jogos e três golos, e a AR S. Martinho, com 60 jogos e oito golos, em duas épocas. João Faria tem 29 anos e vai reforçar o setor mais recuado do Trofense. O jogador natural de Barcelos e formado no Gil Vicente representou o Vizela (líder da série A do Campeonato de Portugal) nas duas últimas épocas, tendo jogado em 22 e 25 jogos, res-
petivamente. Antes, jogou no FC Famalicão (39 jogos e um golo), o Merelinense (38 jogos e cinco golos), o Vilaverdense (26 jogos e quatro golos), o GD Ribeirão (34 jogos e um golo em quatro épocas) e o Varzim (33 jogos e sete golos). A única experiência internacional foi vivida na Espanha, no Salamanca, com pouca utilização, três jogos, na mesma época em que jogou uma vez pelo Benfica B.
Bougadense com plantel quase fechado para nova época “O plantel dá-me excelentes garantias de realizar um campeonato tranquilo, pois é esse o grande objetivo”. Foi desta forma que Tiago Velhos anunciou o projeto desportivo para a equipa sénior do Atlético Clube Bougadense, na próxima época. Segundo declarações do treinador ao NT, o plantel está “praticamente encerrado” e ape nas aberto a “uma ou duas vagas para jogadores que venham acrescentar qualidade” à performance do clube na Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto.
“Queremos fazer um campeo- blema de Santiago de Bougado. nato tranquilo e chamar jogado- “Estamos a trabalhar para ter as res da formação ao plantel sé- equipas competitivas e colocar nior todas as semanas e, quem competência nos jovens, fazê-los sabe, pô-los a jogar também ao ter gosto pelo desporto e transdomingo”, sublinhou o técnico, mitir-lhes a mensagem de que que prolongou o seu vínculo ao não é por jogarem no Bougadenclube depois de ter ocupado o lu- se que não vão conseguir atingir gar deixado por Agostinho Lima, o seus sonhos. Queremos fazerna época passado. Velhos deixou -lhes acreditar que, com trabalho, um elogio ao diretor desportivo, tudo se consegue”, sublinhou. Neste sentido, o treinador deiAndré Fernandes, que, diz, tem o “grande mérito de tudo estar a xou um apelo “aos jovens da Troser trabalhado atempadamente”. fa” para que procurem o clube, Tiago Velhos vai acumular fun- que os acolherá “de braços aberções como coordenador do de- tos”, dando-lhes a conhecer “um partamento de formação do em- projeto humilde, mas ambicioso”.
E stamos a trabalhar para ter as equipas competitivas
Clube Slotcar e GD Covelas com direito a subir de divisão As equipas seniores de futsal do Clube Slotcar da Trofa e do Grupo Desportivo Covelas ganharam o direito de competir na Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto, na próxima época. CÁTIA VELOSO O anúncio foi feito, em comunicado, pela Associação de Futebol do Porto, que indicou que as duas equipas do concelho da Trofa sobem de divisão. Aquando da suspensão dos campeonatos, em virtude da pandemia de Covid-19, o Clube Slot-
car, que havia ficado em 1.º lugar numa das séries da 1.ª Divisão, iria disputar um lugar na Divisão de Honra. Já o GD Covelas tinha ficado em 3.º lugar de outra série, ficando afastado da fase de subida. No entanto, com as novas regras implementadas devido ao cancelamento da competição, a Associação de Futebol do Porto decidiu pela subida de 12 equipas à Divisão de Honra. Para competir na Divisão de Honra, a Associação de Futebol do Porto exige que os clubes tenham, em competição, camadas
Equipas séniores poderão subir
jovens, o que, atualmente, não se verifica em nenhuma destas equipas da Trofa. Um requisito que, provavelmente, terá de ser cumprido para que possam marcar presença no escalão superior. No entanto, o mesmo acontece com outras equipas que sobem de divisão, como por exemplo o S. Sebastião, o Magrelos e o Miramar, o que poderá precipitar a alteração das regras, mas certezas ainda não há. Já à Divisão de Elite, onde se manterá o Centro Recreativo Bougado, sobem da Divisão de Honra
seis equipas. Na 1.ª Divisão, da Trofa, mantêm-se o Guidões Futebol Clube e o Futebol Clube S. Romão. Permanece também a incógnita sobre como decorrerão os campeonatos dos diversos escalões na próxima época, uma vez que, sem perspetivas de que haja, em breve, uma forma de prevenir a Covid-19, não se sabe se, no caso das camadas jovens, as famílias vão optar por recolher as crianças e os jovens, evitando os ajuntamentos sociais em contexto desportivo.
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Crónica Especial
Paróquia de Guidões - Fragmentos da sua génese 6.º Capítulo - Edifícios Religiosos - Igreja Actual (da diligência à execução) O reverendo Manuel da Silva Cruz um bougadense, da casa do Catúlo na Lagoa era um ilustre moralista, diligente e investigador, mas foi por sua acção que a actual igreja tomou forma. Com ameaça de ruina eminente da antiga igreja e a exiguidade da mesma levou este clérigo a conjugar esforços, impulsionando, como presidente da junta da paróquia, a população a realizar esta obra. Decorria o ano de 1877 quando tudo começou e do impulso se passou à obra realizando empreendimentos para a sua concretização. O Abade Sousa Maia descreve: “Em 1877, tempo em que era parocho de Guidões o ver. Manuel da Silva Cruz dos Santos, natural de Sant’Iago de Bougado, aparece a iniciativa d’essa obra importante – o novo templo – que devia substituir o antigo quasi desmoronando. A junta da parochia presidida por aquelle ecclesiastico competia dar o primeiro passo, quasi sempre o mais arriscado, na realização d’essa empresa grandiosa. Consciente do seu dever dá com efeito esse passo sem vacilar; tal era a confiança, aliáz muito justificada, que esta corporação depositava na boa vontade do povo que tão dignamente representava.” Para a execução havia necessidade de escolher o terreno e os empreendedores escolheram o local que ainda hoje se sobressai na freguesia, embora com muitas aberrações urbanísticas: Sobral Pequena elevação de terreno, servido por dois caminhos –a sul que se dirigia para a capela de Santa Barbara e a Igreja e a poente que vinha do Cerro e outras povoações. Quando construída poderia ser observada por toda a paróquia e o repicar dos sinos poderiam ser ouvidos em todos os recantos da paróquia. Para executar tal projecto teve de se pedir licença ao Bispo do Porto. Voltemos ao Abade Sousa Maia. “N’este intuito, e afim de que não fiquem de lado documentos que de futuro terão grande valor historico, ahi vão transcrito in extenso os requerimentos em que a junta da parochia e regedor de Guidões pedem licença ao Ordinario para darem principio á nova igreja, e depois autorização para ser visitada e benzida, como ordenam as leis eclesiásticas. O primeiro d’esses
documentos é de teôr seguinte: EX. mo Ver. mo Snr Bispo: Diz a Junta da Parochia da freguesia de S. João Baptista de Guidões, concelho de Santo Thyrso, que pelas razões constantes da acta junta pretende edificar no logar do Sobral, da mesma freguesia, uma nova igreja, segunda a planta também junta. A projectada igreja tem de ficar voltada ao Oriente, sob a mesma invocação que a actual, e o local escolhido para ella não é ermo e reúne todas as condições necessárias para similhante fim. Como, porem, ao processo a seguir para levar a efeito tão importante obra deve proceder, segundo o estatuído do Direito Canonico, licença por V. EX. mo Rev. mo Snr, a Junta mui respeitosamente a requer a V. EX. mo Rev. mo, portanto P. a V. EX. mo Rev.. mo a graça de lhe deferir E. R. M. cc S. João de Guidões, dezasseis de Julho de 1877 e sete Presidente – Manuel da Silva Cruz dos Santos O regedor – José Lopes da Silva Vogal – José Rodrigues Ferreira da Silva “ - José Gonçalves d’Araujo Este requerimento obteve dois despachos do venerando prelado do Porto. O primeiro diz: Junte informação do rev.mo Vigario da Vara Porto e Paço Episcopal, 30 de Julho de 1877. AMERICO, Bispo do Porto O segundo despacho, que indica ter sido favoravel a informação do ver. mo Vigario da Vara, é concebido nestes termos: Concedemos a licença requerida para a construcção d’esta igreja, e volte com este quando, depois de terminada, tiver de se proceder à Benção da mesma. Porto e Paço Episcopal, 18 de janeiro de 1878. – Porto. AMERICO, Bispo do Porto Este despacho abriu, por assim dizer, as portas ao enthusiamo dos habitantes de Guidões que, tendo à frente um dos filhos desta terra, o vogal da junta, snr. José Rodrigues Ferreira da Silva, cavaleiro prestimoso a quem muito deve o torrão que lhe foi berço, desejavam ardentemente a realização d’essa ideia que os electrizava – a construção da igreja nova!...
Trabalharam todos, e trabalharam muito; mas atingiram o desideratum que os seduzia, e a realisaram o ideal que os fascinava!... O fogo d’esse enthusiasmo, transpondo o Atlantico, foi invadir também os corações sempre generosos dos filhos de Guidões que, em longínquas paragens, apreciam como ninguém as grandezas da terra natal. Oh! Esse enthusiasmo devia ser tanto mais intenso, quanto a nostalgia da patria querida e a saudade da familia idolatrada augmentam o sentimento nobilíssimo do mais incendrado, do mais puro patriotismo!...” Este despacho e a descrição do ilustre abade Sousa Maia do entusiasmo do povo guidoense neste empreendimento viria a frutificar em 1880. Embora todos estes procedimentos fossem executados em 1877 a escritura do terreno onde se viria a realizar a obra foi feita em 1878 como prova esta certidão passada em vinte e nove de Outubro de mil novecentos e seis da escritura da compra do terreno datada de 19 de Novembro de 1878 (a escritura foi a 18 de Novembro de 1878) pode-se ler: “Certidão Carlos Corrêa do Amaral, escrivão e notário nesta comarca de Santo Thyrso Certifico que tenho em meu poder e cartório um livro de notas que teve principio em dois de Maio de mil oitocentos setenta e oito e fim em dezanove de Novembro do mesmo anno, e n’elle a folhas noventa e oito verso se acha a escriptura do theor seguinte: Escriptura da compra que faz a Junta da Parochia da freguesia de Guidões, a Bento Dias da Silva, viúvo, da mes-
ma freguesia, dezoito de Novembro de mil oitocentos setenta e oito. Saibam quantos estes publico instrumento de escriptura de compra virem, que no anno de Nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos setenta e oito, aos dezoito de Novembro, n’esta vila de Santo Thyrso e meu escriptoro apareceram presentes de uma parte como primeiros outorgantes José Rodrigues Ferreira da Silva, António Dias Carneiro, Francisco Joaquim Domingues, José Gonçalves de Araujo e Manoel Gonçalves d’Oliveira, proprietários, da freguezia de Guidões, na qualidade de presidente e vogais da Junta da Parochia, da mesma freguezia, e da outra parte como segundo outorgante Bento Dias da Silva, viúvo, proprietário, mesma freguezia de Guidões, pessoas reconhecidas de mim Tabelião e testemunhas adiante nomeadas e assignadas de que dou fé. Na presença das quaes pelos segundos outorgantes foi dito, era senhor e legitemo possuidor d’um pedaço de terra lavradia, sita no Sobral, da mesma freguezia, que tem as medições confrontações seguintes:-Pelo Sul tem vinte e trez metros dez centímetros, pelo Nascente tem sessenta e quatro metros e quarenta e seis centímetros, pelo Norte tem vinte e oito metros e dezaseis centímetros, e pelo poente tem cincoenta e dois metros e trinta e seis centímetros, e confronta do Nascente e norte com o vendedor, poente e sul com caminhos: que assim como isto tinha e possuía com todas as suas pertenças, se achava justo e contractado com os primeiros outorgantes presidente e vogais da Junta da Parochia, vender-lhe o mesmo terreno, para construcção e edificação da Igreja e cemiterio da freguezia,
e realisando a seu contracto logo n’este acto os primeiros outorgantes lançaram em mesa a quantia de cincoenta e cinco mil reis, preço d’esta venda, em bom dinheiro de metal, ouro e prata corrente n’este reino, que o segundo outorgante contou, achou certa, em si guardou na minha presença e das mesmas testemunhas de que dou fé, e por isso disse dava paga aos compradores, e por este publico instrumento e nos melhores de direito vendia aos ditos primeiros outorgantes o referido terreno e suas pertenças, para que elles de tudo tenham posse pessoal ou judicial pois a que tinha a largava e transferia pela clausula constituti e melhor de direito, e que enquanto a não tomar se constituía inquilino possuidor pela mesma clausula; que a fazer esta venda segura e valiosa, obrigava sua pessoa e bens presentes, fucturos e terços. Os primeiros outorgantes acceitaram. D’este instrumento foi pago o sello de quinhentos e sessenta reis, pelas estampilhas abaixo cocladas e devidamente inutilizadas. Assim o disseram, outorgaram, acceitaram; segue-se o bilhete do pagamento da contribuição de registo, cujo seu theor é a seguintes – Numero cento trinta e cinco – Distrito administrativo do Porto – Concelho de Santo Thyrso – Contribuição de registo por titulo oneroso – Importancia da contribuição tres mil e trezentos - Imposto de viação mil trezentos vinte e um – sello quarenta reis – Total quatro mil seiscentos sessenta e sete – Pagou a senhora junta da Parochia de Guidões, a quantia de quatro mil seiscentos sessenta e sete reis, de contribuição de registo, imposto de viação e sello, pela compra que faz pela continua na próxima página
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Crónica Especial
quantia de cincoenta e cinco mil reis, a Bento Dias da Silva, viúvo, de um ppedaço de terreno lavradio, parte do seu cerrado da Porta, sito no Sobral da mesma freguesia, alodial, e inscripto na matriz sobe numero oito com o rendimento cocletavel de sete mil quinhentos oitenta e sete reis; sendo liquidada de seguida a respectiva declaração esta contribuição que fica lançada no livro competente a folhas vinte e cinco verso. Recebedoria da da comarca de Santo Thyrso dezoito de novembro de mil oitocentos setenta oito. O escrivão de Fazenda J.S. Leal Flores. O recebedor proposto José Carlos de Sá Teixeira. E capeado o entreguei ao apresentante: foram testemunhas presentes Leandro Moreira Pinto, casado, oficial de deligencias e José Luiz da Costa Teixeira, casado, zelador da Camara, ambos d’esta vila por mim António Caetano Corrêa do Amaral Tabelião o conclui e assignei em publico e razo. Em testemunha de verdade – António digo verdade de logar do signal publico – António Caetano Corrêa do Amaral. Bento Dias da Silva, José Rodrigues Ferreira da Silva. António D. Carneiro. Francisco Joaquim Domingues. José Gonçalves de Araujo e Manuel Gonçalves d’Oliveira. Leandro Moreira Pinto. José Luiz da Costa Teixeira Encocladas (?) duas estampilhas do valor quinhentos e sessenta reis, sendo uma de quinhentos reis e outra de sessenta reis cocladas inutilizadas. O referido é verdade e no proprio livro em meu poder e cartorio reporto. Santo Thyrso vinte D’outubro mil nocentos e seis………….” Este valioso documento descreve criteriosamente os termos da venda do terreno, o seu valor, as dimensões, localização e os promotores nesta transacção. Por este documento se fica a saber que a junta da paróquia é presidida pelo ilustre cavaleiro José Rodrigues Ferreira da Silva e os vogais: António Dias Carneiro, Francisco Joaquim Domingues; José Gonçalves de Araújo e Manoel Gonçalves d’Oliveira. O proprietário era Bento Dias da Silva. O valor da compra foi cinquenta e cinco mil reis. Como não foi possível encontrar a acta da reunião da paróquia e do projecto ficamos sem saber quem projectou e executou a obra que muito enaltece os guidoenses e todos aqueles que de alguma forma colaboraram para a sua concretização. Implementada num terreno nobre da paróquia, orientada no sentido Norte-Sul, servida de Poente e Sul por caminhos, numa área cerca de mil e quinhentos
metros, onde foi previsto a construção não só da igreja como o cemitério, esta com uma área do corpo principal aproximada de trinta e dois metros quadrados, excluindo a torre, casa da fábrica e sacristia. Edifício singelo de linhas sóbrio e amplo, rasgado por várias janelas do nascente e poente e um janelão frontal sobre a porta principal, que enchem de muita luz o interior e sobre este uma placa em granito com os símbolos de S. João Batista em alto-relevo ao centro e uma inscrição em latim “João é o seu nome”, em baixo relevo: EST JOANNES EJUS NOMEN CAP.I.º S. LUC. L.XIII V. Constituído por uma nave principal e na cabeceira o altar-mor. Do lado poente tem encostado a sacristia, a casa da fábrica e a torre sineira. Na torre sineira sobressai a placa alusiva aos doadores e o ano da sua conclusão. Todo o edifício está equilibrado e sobressai-se na paisagem com uma beleza impar pelo seu esboçado rectilíneo e o reboco branco emoldurando as janelas, portas, fachada e torre sineira com o granito da região. Uma particularidade é o telhado da torre ser todo em granito. Uma fotografia da época prova como era discreta e bela, rodeada de uma paisagem impar de uma beleza inexcedível. Hoje rodeada de construção que quebram todo o seu encanto e equilíbrio. Há época estava no centro da paróquia, porque a zona mais a Norte, Bicho e Aldeia Nova, era desabitada existindo as suas azenhas no rio Ave e pouco mais. Voltemos ao Abade Sousa Maia: A nova igreja parochial ia surgindo do solo, elevando-se sempre como por encanto… até que nos ultimos mezes de 1879 e durante os primeiros de 1880, a todos os habitantes de Guidões – velhos e novos – começa a sorrir a esperança de assistirem em breve á Benção d’este magestoso templo, cujas paredes se viam ainda humidas do suór que tinham vertido na sua construção… Começavam já a saborear esse prazer indefinivel que sentem todos, quando chega o momento feliz em que se colhem os frutos dos maiores esforços… O novo templo acha-se finalmente em condições de nelle se poderem celebrar os Mysterios Augustos da Relegião – finis coronal opus! A Benção da nova igreja devia revestir-se da maior imponência, pois era um acto solemne que inaugura-
va o melhoramento mais importante da freguezia de Guidões. Começou-se, portanto, pela escolha do dia que, mui acertadamente, recahiu no dia da Natividade de S. João Baptista, orago da igreja e patrono do povo de Guidões. Ao Em.mo Prelado foi então enviado o seguinte requerimento: Em.mo e Rev.mo Snr. A Junta da paroquia da freguezia de S. João de Guidões, d’esta diocese, promoveu a edificação de uma igreja parochial, e conseguiu este importante melhoramento, achando-se o templo coberto e vedado, e nas condições de já se poderem celebrar nelle actos de culto, mas para isso torna-se necessário que V. Em.mo e Rev.mo se digne mandar proceder á visita e bênção da igreja, e neste intuito requerem que V. Em.mo e Rev.mo haja por bem auctorizar Rev.mo Vigario da Vara para desempenhar tanto uma como outra deligencia. -E. R. M. Este requerimento teve o seguinte despacho: Dou comissão ao Rev.mo Vigario da Vara para proceder á visita requerida, e pode benzer ou auctorizar a bênção, achando o templo em condições de nelle se começarem desde já a celebrar actos do culto, lavrando o respectivo termo, que ficará archivado na parochia. Porto e Paço Episcopal, 8 de junho de 1880. Por comissão de S. Em.mo e Rev. mo – Mouro. Estavam abertas as festividades. O povo deslumbrado com a grandeza da obra e da sua beleza e orgulhoso. O pároco Manuel d’Azevedo Reis não descurava qualquer pormenor que pudesse estragar as festividades, embora o seu interior ainda em parte desnudado e a torre sineira por concluir. Era o princípio de uma nova era. Uma viragem para o futuro que a 24 de Junho de 1880 se iria concretizar. Será na próxima crónica que nos debruçamos sobre a sua bênção.
José Manuel da Silva Cunha
Olicargo freta primeiro voo cargueiro da TAP A Olicargo, empresa sediada na empresa parceira da Olicargo, e Trofa, fretou o voo cargueiro inau- que serão utilizadas para o comgural da TAP. O primeiro Airbus bate à Covid-19. A330neo transformado, da comÉ com imensa satisfação que panhia aérea nacional, aterrou pudemos proporcionar ao clienno passado fim de semana Aero- te este serviço dentro das suas porto Francisco Sá Carneiro, vin- expectativas”, revelou Pedro Modo de Xiamen, China. No interior reira, diretor-geral da Olicargo, da aeronave vieram 25 toneladas que mostra confiança de que este de equipamentos de proteção in- “será o primeiro de muitos voos dividual, importadas pela Facime, rumo a uma nova normalidade”.
Necrologia Lousado - V.N.Famalicão
S. Martinho de Bougado
Rosalina Araújo Marques faleceu no dia 23 de Maio com 75 anos. Casada com João da Silva Dias
Armanda Moreira da Silva faleceu no dia 22 de Maio com 91 anos. Casada com José Inácio da Costa
Funerária Ribeirense Paiva & Irmão , Lda
Agência Funerária Trofense , Lda
Santiago de Bougado
Santiago de Bougado
António Moreira Neves faleceu no dia 14 de Maio com 74 anos. Casado com Maria da Conceição Maia de Carvalho Reis
Paula Cristina Pereira Cardoso faleceu no dia 26 de Maio com 48 anos. Casada com Luís Guilherme da Costa Ferreira
Funerária Ribeirense Paiva & Irmão , Lda
Agência Funerária Trofense , Lda
Palmeira- V.N.Famalicão
Guidões
Deolinda Pereira da Silva faleceu no dia 10 de Maio com 91 anos. Viúva de César Augusto Dias Rego
Abel Pereira Couto faleceu no dia 19 de Maio com 66 anos. Casado com Maria Deolinda Cerqueira Nunes Couto
Funerária Ribeirense Paiva & Irmão , Lda
Antas ST - V.N.Famalicão Maria Amélia dos Santos Oliveira faleceu no dia 10 de Maio com 78 anos. Casada com Joaquim Moreira Dias Funerária Ribeirense Paiva & Irmão , Lda
Rocha Funerárias , Lda
28 de maio de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
Assine ou ofereça o NT por 13 euros
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Atualidade
Sudoku
Numa ação que pretende contribuir para ocupar, com qualidade, o tempo livre dos mais velhos do concelho, O Notícias da Trofa decidiu lançar uma campanha de novos assinantes com idade igual ou superior a 60 anos, com um desconto na primeira anuidade de 5,5 euros. Ou seja, em vez de pagar os habituais 18,5 euros, o novo assinante paga 13 euros e passa a receber, comodamente, o jornal em casa. Para mais informações, pode contactar-nos através do telefone, para 252 414 714, ou do email, para comercial@onoticiasdatrofa.pt.
Farmácias Dia 28 Farmácia Trofense Dia 29 Farmácia Barreto Dia 30 Farmácia Nova Dia 31 Farmácia Moreira Padrão Dia 1 Farmácia Ribeirão Dia 2 Farmácia Trofense Dia 3 Farmácia Barreto Dia 4 Farmácia Nova Dia 5 Farmácia Moreira Padrão Dia 6 Farmácia Ribeirão Dia 7 Farmácia Trofense Dia 8 Farmácia Barreto Dia 9 Farmácia Nova Dia 10 Farmácia Nova Dia 11 Farmácia Moreira Padrão
Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700 GNR da Trofa 252 499 180 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520 Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060
Quebra-cabeças A Senhora Ariana passou um quarto da sua vida como uma menina, um oitavo como uma jovem e metade como uma mulher ativa. Se a Senhora Ariana passou 9 anos como uma mulher idosa, então quantos anos ela passou como uma mulher ativa?
Soluções da edição anterior
Solução do quebra-cabeças da edição anterior: A lebre e a tartaruga juntas cobrem a distância a 10 milhas por hora (i.e., somando-se as velocidades). Então, elas cobririam a distância de 40 milhas em 4 horas. Portanto, em 4 horas, elas se encontrarão e a lebre terá viajado 36 milhas.
Futebol na televisão
1.ª Liga está de volta Quarta-feira, 3 de junho 19h00 - Sport TV Portimonense – Gil Vicente FC, 21h15 - Sport TV FC Famalicão – FC Porto Quinta-feira, 4 de junho 19h00 - Sport TV Marítimo M. – Vitória FC 19h15 - BTV SL Benfica – CD Tondela 21h15 - Sport TV Vitória SC – Sporting CP Sexta-feira, 5 de junho 19h00 – Sport TV Santa Clara – SC Braga 21h15 – Sport TV CD Aves – Belenenses
Sábado, 6 de junho 21h15 – Sport TV Boavista FC – Moreirense FC Domingo, 7 de junho 21h00 – Sport TV Rio Ave FC – FC Paços de Ferreira, Terça-feira, 9 de junho 21h00 – Sport TV Gil Vicente FC – FC Famalicão, Quarta-feira, 10 de junho 17h00 – Sport TV Vitória FC – Santa Clara, 19h15 – Sport TV Portimonense – SL Benfica, 21h30 – Sport TV FC Porto – Marítimo M.
F icha T écnica Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: We do com unipessoal, Lda. Redação: Cátia Veloso, Magda Machado de Araújo Colaboradores: Atanagildo Lobo, Jaime Toga, José Moreira da Silva, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Cátia Veloso e Magda Araújo | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda., Rua de S, Brás, n.º 1 Gualtar, Braga| Assinatura anual: Continente: 18,50 euros; Extra europa: 45 euros; Europa: 35 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,70 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Sede e Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: We do com unipessoal, Lda. NIF.: 506 529 002 Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 100 % do capital: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.
28 de maio de 2020
20 O NOTÍCIAS DA TROFA
28 de maio de 2020
Polícia
Assalto a farmácia na cidade Um homem terá roubado cerca de mil euros de uma farmácia, no centro da cidade da Trofa. O assalto aconteceu cerca das 19.30 horas de segunda-feira, 25 de maio. O indivíduo chegou sozinho, de mota, parando em frente ao estabelecimento. Aproveitan-
do que nenhum funcionário se encontraria no balcão no momento em que entrou, o ladrão dirigiu-se para as caixas, de onde terá retirado cerca de mil euros em dinheiro. Quando confrontado com os funcionários da farmácia, o homem ameaçou-os com uma faca e co-
locou-se em fuga. Nos últimos dias, aconteceram outros assaltos com o mesmo modus operandi, em farmácias de Ribeirão, concelho de Vila Nova de Famalicão, e de Gemunde, Maia. A Guarda Nacional Republicana tomou conta da ocorrência.