Quinzenário | 25 de junho de 2020 | Nº 720 Ano 17 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €
//PÁG. 8
Lágrimas e aplausos no anúncio da saída do Padre Rui //PÁG. 5
Judiciária investiga subsídios na Câmara
//PÁG. 4
Detido homem por ameaçar companheira com arma de fogo
//PÁGs. 2-3
População da Abelheira junta-se ao Movimento contra aterro pub
2
25 de junho de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
Atualidade
Abelheira junta-se à luta de Covelas contra o aterro A população da Abelheira juntou-se ao Movimento Contra o Aterro em Covelas, por considerar que pode ser prejudicada com a construção da estrutura. A tomada de posição foi tornada pública depois de divulgado o áudio de uma reunião em que Sérgio Humberto, presidente da Câmara Municipal, reconheceu que o aterro ficaria mais próximo das habitações da Abelheira. A afirmação de Sérgio Humberto, presidente da Câmara Municipal da Trofa, durante a reunião tida com os eleitos da Assembleia de Freguesia de Covelas, a 21 de maio, sobre o projeto de construção do aterro de Covelas apanhou de surpresa os habitantes da Abelheira. Depois de receberem um comunicado assinado pelo autarca a garantir que não iria ser construído nenhum aterro naquele lugar, os moradores ouviram Sérgio Humberto dizer, através de um áudio registado naquela reunião que acabou publicado na internet, que “a população onde há casas mais perto” do aterro “é a Abelheira e não as casas de Covelas”. O vídeo foi alojado na plataforma Youtube, largamente difundido nas redes sociais e a veracidade foi confirmada por três eleitos da Assembleia de Freguesia, Mário Oliveira, José Santos e Alexandra Ferreira. Nele, é audível Sérgio Humberto referir que “a Câmara tem interesse” no projeto pelo retorno financeiro que representa, já que ficaria saldada uma dívida de dois milhões de euros que o município tem à Resinorte. Há três semanas confrontados com um comunicado da Câmara a declarar o contrário e que, afinal, era contra o aterro, os covelenses não ficaram agradados com o con-
teúdo daquele vídeo, mas os habitantes da Abelheira também se mostraram descontentes por perceberem, através das palavras do autarca, que poderão vir a ser prejudicados com a instalação daquela infraestrutura. Por isso, pediram uma sessão de esclarecimento com o Movimento Contra o Aterro em Covelas, que se realizou na manhã de 21 de junho. A população esperava a presença do presidente da Câmara Municipal, que não compareceu, delegando no vice-presidente da Câmara Municipal, António Azevedo. Em nome do executivo, António Azevedo reconheceu o “erro” do executivo municipal de não ter informado a Junta de Freguesia de Covelas, apresentando um “pedido de desculpas” à população covelense. António Azevedo referiu ainda que “é mentira com letra maiúscula que estivesse já decidido” que o aterro seria uma realidade, acabando por contrariar as declarações dadas por Sérgio Humberto à Agência Lusa, em meados de maio, que confirmou a construção do aterro em Covelas, na sequência projeto da Resinorte que “já foi aprovado pela Agência Portuguesa do Ambiente, pela ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos e pelo Ministério do Ambiente”, ficando a faltar “a aprovação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte e a desafetação da REN – Rede Energética Nacional”. O vice-presidente da Câmara Municipal referiu, de forma contrária, na Abelheira, de que “não estava nada ainda decidido”, no entanto, mais à frente no discurso acabou por dizer que, atualmente, o processo “já não é garantido como há um ou dois meses que no
Vice -presidente da Câmara Municipal pediu desculpas em nome do executivo Ministério já estava como um sim do aterro”. “A Câmara já comunicou que está do vosso lado e está contra o aterro de Covelas”, comunicou António Azevedo à popula-
ção, revelando que as contrapartidas apresentadas pela Resinorte relacionadas com os dois milhões de euros dívida eram “uma pressão para a Câmara aceitar” o
projeto. No entanto, acrescentou, o projeto pode prosseguir, se for invocado “o interesse público nacional”.
Ministro diz que “Governo não toma posição” Em resposta a um pedido de esclarecimentos do NT, o Ministério do Ambiente, fez saber que o “o Aterro de Santo Tirso encontra-se encerrado desde 2017 e não está prevista a sua reativação” e que “em julho de 2019, foi autorizado pelo concedente o investimento proposto pela Resinorte relativamente ao projeto base do aterro da Trofa”. “Este investimento estava previsto no Modelo Técnico e de Sustentabilidade Ambiental anexo ao Contrato de Concessão firmado entre o Estado Português e a Resinorte, a 2009-1021, e no Plano multimunicipal de ação (PAPERSU) da Concessionária”, esclarece ainda a tutela, que dá ainda conta de que “a necessidade de dispor de uma capacidade de deposição em aterro correspondente a dois anos de operação, tendo por base a quantidade de resíduos depositados nos últimos dois anos, decorre do cumprimento dos objetivos de serviço público estabelecidos na Reconfiguração do Contrato de Concessão, de 2015-09-30”. O pedido de licenciamento para a construção do novo aterro, acrescenta, “foi submetido à CCDR-Norte, encontrando-se o respetivo procedimento a correr”. A tutela refere ainda que o projeto diz respeito “a uma área de cerca de 17 hectares” e que “os resíduos que poderá vir a receber serão essencialmente os resíduos dos municípios (ou seja, lixo comum) e refugos do tratamento desses resíduos e da triagem de embalagens do CITVRU - Centro Integrado de Tratamento e Valorização de Resíduos de Riba de Ave”. “Estes aterros no âmbito da gestão dos resíduos urbanos da responsabilidade dos municípios não recebem resíduos provenientes de outros países nem resíduos perigosos”, concluiu. Há duas semanas, o ministro do Ambiente, José Pedro Matos Fernandes, em declarações ao Porto Canal, referia que “o processo tinha de ser apreciado tecnicamente” e que “o papel da autarquia da Trofa é fundamental”, sendo que “o licenciamento é feito pela CCDR-N” e que “o Governo não toma posição alguma”. Sérgio Humberto, no mesmo canal, afirmou, dias depois que se for preciso irá “cortar as estradas (uma autêntica bomba-atómica)” do concelho para protestar contra a vinda do aterro.
Vereadores do PS negam conhecimento dos contornos do processo Durante a sessão de esclarecimento, António Azevedo referiu que “é verdade que a Resinorte pediu uma audiência na Câmara” para “apresentar o projeto de construção” do aterro e que nessa reunião estiveram presentes os vereadores do Partido Socialista, usando esse argumento para recusar a acusação de o executivo quis esconder o processo. Em resposta, Amadeu Dias, vereador socialista, negou a versão
do vice-presidente da Câmara Municipal. “O que aconteceu foi que, em meados de dezembro de 2017, fomos convidados para ficar no final de uma reunião de Câmara, para ouvirmos um administrador da Resinorte. Em momento algum se falou de valores, datas, propostas ou contrapartidas. O que soubemos foi por parte do senhor presidente da Câmara, de que tinha sido feita uma proposta de 400 mil euros, rejeitada. As-
sunto encerrado. Só voltamos a saber disto na notícia que saiu a 14 de maio”, referiu. Amadeu Dias disse ainda que tinha, em conjunto com o outro vereador do PS, Tato Diogo, solicitado, “há 15 dias”, o acesso “a toda a documentação que foi trocada entre a Câmara Municipal, a Resinorte e outras entidades”. “Até hoje, ainda não obtivemos resposta, mas esperamos obtê-la nos próximos dias”, acrescentou.
25 de junho de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
3
Atualidade
População quer ter acesso a documentação Apesar das explicações do autarca, a população mostrou-se pouco convencida, exigindo o acesso “a toda a documentação” relativa ao processo. A essa pretensão, António Azevedo referiu que teria de ser apresentado um ofício na autarquia e disponibilizados os documentos que não fossem confidenciais. O Movimento Contra o Aterro de Covelas considera a solidariedade da população da Abelheira como um “reforço” da “união” dos manifestantes. Carlos Silva deu “a cara” pela população da Abelheira “para apoiar o Movimento”. Em declarações ao NT e à TrofaTv, ex-presidente da Associação Cultural e Recreativa da Abelheira (ACRABE) afirmou que, numa reunião com a atual direção da coletividade, o presidente da Câmara disse que “a associação não se devia meter” na manifestação. “Eu considero isto uma intimidação, por isso decidi assumir eu este protesto”, referiu. Carlos Silva criticou o facto de o presidente da Câmara “vir sossegar as pessoas da Abelheira, com um comunicado a dizer que não há nada e depois vem dizer totalmente o contrário”. “Vamos acreditar a quem? Num presidente
João Mendes
R efugiado num bunker nuclear
M anifestantes querem ter acesso ao processo de negociação destes? Não podemos”, terminou. Muro “repudia” construção de aterro A Assembleia de Freguesia do Muro aprovou um voto de repúdio contra a instalação de um aterro no concelho. O documento foi apresentado pelos eleitos do movimento independente SIM, merecendo o voto unânime dos presentes. “Como não temos memória curta, registamos com muita satisfação as sucessivas demonstrações de solidariedade nas lutas da nossa freguesia, sempre que se justificaram, por parte de
todos os Trofenses e, particularmente os covelenses. Assim, manifestamos hoje, através deste Voto de Repúdio contra a instalação de um aterro no nosso Concelho, a nossa solidariedade e posição, é clara, somos contra o aterro”, pode ler-se no documento. Também o PCP e Juventude Comunista apresentaram, em sede de Conselho Municipal de Juventude, uma moção conjunta de “solidariedade com o povo de Covelas na luta contra a instalação de um aterro sanitário na sua freguesia”, que também foi aprovada por unanimidade pelos elementos daquele órgão.
Sinos de igrejas e capelas tocarão a rebate durante buzinão contra o aterro Dinamizado pelo Movimento Contra o Aterro em Covelas, está marcado para o próximo sábado um “mega buzinão”. Sinos de cinco igrejas e capelas de Covelas e S. Martinho de Bougado também tocarão a rebate. CÁTIA VELOSO “Levem tudo o que faça barulho. Tachos, panelas, vuvuzelas, bombos, assobios, para mostrarmos o nosso descontentamento pelo que nos querem fazer”. O apelo é feito pelo pároco de Covelas, José Ramos, que, desde a primeira hora associado ao Movimento Contra o Aterro em Covelas, ajudou a organizar a próxima ação de protesto. O mega buzinão sai para a rua este sábado, 27 de junho, às 15 horas, com concentração junto à Capela de S. Gonçalo e passagem pelas principais ruas da cidade.
CRÓNICA
Para ajudar ao ruído, os sinos das cinco igrejas e capelas de Covelas e S. Martinho de Bougado tocarão a rebate, num sinal de união entre populações, que não querem ver construído o aterro sanitário na freguesia covelense. José Ramos deu ainda conta de que também fez um “convite” à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa para que se associasse ao protesto, “colocando as sirenes a tocar”. “Todas as manifestações quer forsm organizadas contarão, obrigatoriamente, com a minha presença. Este processo não tem cariz político, nem credo religioso. Trata-se de uma questão de saúde pública, de justiça e, sobretudo, de cidadania”, revelou o pároco em declarações ao NT e à TrofaTv, depois da caminhada que decorreu em Covelas, a 14 de junho.
José Ramos diz-se “com o povo”, com quem estará “até ao fim desta luta contra o aterro”. “Nós, covelenses e trofenses, não recuaremos no nosso protesto”, sublinhou. Dias depois, à Lusa, o sacerdote revelou que “a última coisa” que quer “é que os vindouros digam que o seu avô ou pai foram uns covardes, porque lhes legaram um aterro”. Garantindo que “só tem medo de um dia vir a ter medo”, José Ramos sustentou que quando está em causa o seu povo “não há medo”. “Neste momento, tenho pena de uma coisa, que é o de não me terem ameaçado, porque consta por aí que várias pessoas da organização das manifestações foram ameaçadas, e se me ameaçassem eu não me iria calar, como é óbvio”, garantiu o padre.
Após ter colocado o futuro do concelho da Trofa em xeque, com este estranho caso do aterro sanitário, o executivo Sérgio Humberto virou o bico ao prego, quando se apercebeu que o seu segredo, afinal mal guardado, poderia ter um impacto eleitoral negativo, construindo e disseminando a narrativa anti-aterro. Em entrevista recente ao Porto Canal, Sérgio Humberto afirmou mesmo estar preparado para usar uma “bomba atómica”, referindo-se ao corte de estradas do concelho. Tem sido interessante verificar, ao longo dos últimos cinco anos do percurso do autarca trofense, a prevalência de elementos e imagens associadas aos períodos que antecedem e sucedem à Segunda Guerra Mundial. Desde a censura, muito comum nas ditaduras fascistas e comunistas, aquando, por exemplo, do boicote ao trabalho deste jornal numa sessão pública de esclarecimento no Muro, em Outubro de 2015, à perseguição política do Clube Slotcar da Trofa, passando por uma série de artifícios de propaganda, muito à imagem das ditaduras daqueles e de outros tempos, sem esquecer, claro, o episódio do “gosto” facebookiano em duas publicações de um funcionário da câmara, conhecido nas redes sociais por recorrer ao discurso de ódio e à ocasional ameaça – eu já fui alvo de duas ou três – que sugeriu a transformação da Assembleia da República numa câmara de gás, ideia que terá agradado ao edil, pese embora a pertença dos seus companheiros Alberto Fonseca e Sofia Matos no hemiciclo. Agora, em plena crise do aterro sanitário, provocada pelo executivo que dirige, o autarca trofense ameaça usar uma “bomba atómica”. Não obstante, parece ter-se refugiado num bunker nuclear, a julgar pelas sucessivas ausências nos protestos contra a vinda do aterro, ao lado dos quais afirma estar. No primeiro, o executivo foi representado por Sérgio Araújo. No segundo, por Lina Ramos. Domingo passado foi a vez de António Azevedo. E o presidente, que afirma estar ao lado dos trofenses, apesar da defesa do projecto, da desvalorização dos impactos sanitários e ambientais evidentes e da negociação secreta com a Resinorte, continua escondido, sem dar a cara, a fazer-se representar pelos seus generais, que começam a escassear. Estranho muito esta atitude do presidente, até porque os protestos têm acontecido durante o fim-de-semana. E, mesmo que fossem durante a semana, estamos a falar do presidente omnipresente, que marca presença em praticamente todos os eventos e acontecimentos de relevo na Trofa, sempre rodeado pelas objectivas dos fotógrafos da câmara municipal, que dão origem a gloriosos álbuns de fotografias no Facebook da autarquia. E agora nem vê-lo! Nem ele nem a sua estratega, Zita Formoso, também presença habitual nas acções onde o presidente se apresenta, desde os tempos da campanha eleitoral de 2013, ainda Sérgio Humberto era apenas um candidato. Que se passará com o nosso presidente, que justifique estas sucessivas ausências? Estará Sérgio Humberto com medo de enfrentar a população, olhos nos olhos, refugiando-se atrás de comunicados e vereadores que são enviados, à vez, para dar o peito às balas? Receará o presidente ser recebido com a mesma hostilidade com que Sérgio Araújo foi recebido no primeiro protesto? Desconheço os motivos que justificam esta ausência, mas, sejam eles quais forem, a ausência é notória e tem uma leitura política óbvia. Porque ser autarca não pode ser uma missão apenas para os dias bons. Tem que ser, igualmente, uma missão para os dias maus. Aparecer em festas, ou transformar inaugurações e eventos públicos em comícios, é muito fácil. Encarar o povo quando as coisas correm mal é que já não é para todos. Só para aqueles que não devem, não temem e que colocam a sua terra e os seus munícipes acima de tudo. Outros escondem-se, em bunkers ou atrás dos seus oficiais, quando as coisas correm mal.
4
25 de junho de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
Atualidade
João Pedro Costa
CRÓNICA
Todos lixados!
Centenas caminharam contra o aterro Maria Carolina Sanches tem 85 anos e fez questão de, em manhã fresca de primavera, aderir à caminhada de protesto do Movimento Contra o Aterro na freguesia de Covelas. “Não acho bem o que querem trazer para aqui. Outro?”, criticava a manifestante, referindo-se ao aterro, entretanto, desativado em Santa Cristina do Couto, paredes meias com a freguesia de Covelas, que lhe deixou má memória, devido ao cheiro que libertava.
As dificuldades físicas associadas à idade avançada não demoveram esta covelense de fazer parte do protesto de 14 de junho, num sinal de resiliência que combina com o do Movimento que se criou quando a população descobriu que a Câmara Municipal da Trofa e a empresa Resinorte estavam a negociar a construção de um aterro em terrenos da freguesia de Covelas. “Estamos nesta e estaremos noutras (ações de protesto) até con-
seguirmos o nosso objetivo que é ter a certeza que o aterro não vem para Covelas”, frisou Domingos Faria, elemento do Movimento, que explicou que a caminhada serviu “mostrar a toda a gente” que a estrutura “destruirá um dos locais mais bonitos” das redondezas, com “vegetação, uma lagoa e a nascente do rio Covelas”. “Destruir isto é um dos maiores crimes que se pode cometer”, sublinhou. C.V.
Homem detido por violência doméstica Um homem de 38 anos, da Trofa, foi detido pela Guarda Nacional Republicana, na sequência de um processo de violência doméstica. A detenção aconteceu às 5h45 de terça-feira, 23 de junho, numa
investigação levada a cabo pelo Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) do Porto, que “teve a duração de cerca de três semanas”. “Os militares apuraram que o suspeito inju-
pub
riava, ameaçava e agredia, fisicamente, a vítima, sua companheira, de 41 anos, com quem morava. Quando se encontrava alcoolizado, ameaçava a mulher de morte com recurso a uma arma de fogo”, referiu a GNR em comunicado. No decorrer das diligências, foram apreendidos dois telemóveis utilizados pelo suspeito para ameaçar a vítima. Após a detenção, o indivíduo foi presente ao Tribunal Judicial de Matosinhos, tendo-lhe sido aplicadas as medidas de coação de afastamento da residência da ofendida, não se podendo aproximar da mesma num raio de 500 metros, proibição de contactos com a vítima por qualquer meio e proibição de aquisição e detenção de armas de qualquer natureza.
Diz-se que “a coisa pública” não é especificamente de ninguém, mas a todos pertence, facto que a torna um dos bens mais preciosos, dela dependendo muito a qualidade da nossa vida coletiva. As decisões, e a gestão desses bens, num Estado de direito democrático, está confiado aos titulares de cargos públicos e políticos, estes últimos, eleitos em função de um programa eleitoral. Nesta ordem social, para a gestão do território municipal, está legalmente contemplada a existência de um instrumento designado de Plano Diretor Municipal (PDM) que define o quadro estratégico de desenvolvimento, no fundo o que pode, ou não pode, ser construído em cada sítio. Funciona como um “guião” que além de classificar os solos, como urbanos ou rurais, ainda os qualifica tornando-os afetos a zonas habitacionais, industriais, agrícolas, florestais, desportivas, etc. Assim, se na natureza não há rio sem nascente, no território não nascem infraestruturas se não estiverem previstas no seu PDM por expressa vontade dos decisores municipais – a Trofa não é exceção! Nesta lógica, o executivo de Sérgio Humberto, operou diversas alterações nesse plano de ordenamento de território, em 2018, atestado pelo publicado no Diário da República de 9 de maio, ou seja, debruçou-se sobre a temática. Na publicação, consta no artigo 110º - UOPG 3.1- Covelas: a recuperação de toda a área circundante ao antigo Lar do Emigrante (aproximadamente 16 hectares) para atividades empresariais, industriais e logísticas, equipamento, comércio e serviços, havendo, por isso, clara intenção de que aquela zona fosse objeto de profundas alterações, correndo presentemente rumores de que há negociações, com o processo em fase avançada de licenciamento no município, para instalação de uma indústria com atividades potencialmente nocivas, face às características da zona! Já nos terrenos contíguos, os da polémica, para a instalação de uma lixeira, tem havido, igualmente, processos de licenciamento instruídos, com alterações específicas a decorrer, que abrem portas legais à infraestrutura (https://sig.mun-trofa.pt/PDM). Isto tudo, bem lá no meio do monte, numa zona preponderantemente florestal, com nascentes de cursos de água e com uma potencialidade enorme para tantas e tantas outras coisas…. Teria mesmo esta zona, lá nos confins do território, encostada a uma defunta lixeira (que Santo Tirso extinguiu em 2016), de ressuscitar para receber aquilo que outros não querem? Sérgio Humberto entendeu que sim, agindo, sabe-se agora desde o final de 2017, e afirmando-se, publicamente, como um acérrimo defensor do projeto, para o qual só enumera vantagens! Estranha-se, no entanto, que tendo enfrentado um ato eleitoral, em outubro de 2017 (o que o reelegeu para o mandato 2017/2021), não tenha incluído a intenção no seu programa eleitoral. Se eram só vantagens porque não o referiu nessa altura? Mas, o não menos surpreendente é a forma como o edil mudou de posição, de maio para junho, comportando-se agora como uma criança que fez asneiras e precisa de chamar o papá e a mamã, neste caso, o povo para colocar uma “bomba atómica” e “cortar estradas” (segundo entrevista ao Porto Canal). Conhece, assim, a Trofa mais um episódio surreal na sua história: um presidente de câmara “abandona” a mesa de trabalhos, local para o qual foi eleito e onde deveria cumprir a sua função, fazendo tábua rasa do que defendeu, do que negociou e do que vinculou os trofenses, para assumir um comportamento de instigador a insurreições da população, tentando com isso colher benefícios de uma política radical da qual não se conhecem vantagens… Não seria mais benéfico o Sr. presidente colocar o seu melhor fato e a sua melhor gravata, esforçando-se por tentar corrigir os seus próprios erros e minimizar os impactos negativos que este processo traz para todos nós?
25 de junho de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
5
Atualidade Hugo Devesas
CRÓNICA
Trofenses de todas as freguesias, uni-vos! O Movimento Contra o Aterro na Trofa apela à participação de todos os Trofenses no próximo dia 27 de Junho, Sábado pelas 15h, no mega-buzinão, com partida na Capela S. Gonçalo em Covelas e que vai percorrer as principais artérias da Trofa. O apelo para a luta foi lançado! Apela-se a todos os quadrantes da sociedade civil trofense, que apareçam e se façam ouvir, no mega-buzinão já no próximo sábado. Que rememos agora todos no mesmo sentido, contra a vinda do aterro para a Trofa! Sabemos que, na hora da verdade, vai haver sempre aqueles que remaram, aqueles que não remaram e preferem ficar no sofá, e ainda os que dizem que agora remam ao nosso lado, mas estiveram este tempo todo a remar contra nós. Os que remaram, são aqueles que se organizaram em Movimento, homens e mulheres trabalhadoras, que defendem a sua terra, que puseram as diferenças de parte e trabalham em unidade, fazendo acontecer. São aqueles que não caíram no embuste do inevitável, do fatalismo – afinal, há um mês era anunciada e garantida a vinda de um aterro para a Trofa, agora são todos contra. Vale a pena lutar. Remaram também todos os Trofenses que não viraram a cara à luta, todos quantos reconheceram a importância de uma luta organizada, séria e consequente, e que participaram nas manifestações e caminhada pelo ambiente, são estes Trofenses, que mesmo em tempos de pandemia irão até aos confins de Portugal para defender a sua terra, como em tempos idos foram conquistar o concelho, até às escadarias da própria Assembleia da Républica. Há aqueles que não remam e que preferem ficar no sofá, criticando, por detrás dos ecrãs, a estes comentadores de bancada, sabemos que pimenta no cu dos outros é refresco, e que serão os primeiros a ir pedir ajuda pra lhes resolver um problema, afinal se o problema fosse à sua porta, mas como o aterro é tão afastado, ora, afinal o aterro é em Covelas, é mais fácil criticar. Criticam por politiquice, por os partidos estarem envolvidos, mas criticariam os partidos, por não fazerem nada. É riscar o que não interessa. Já aqueles que afirmam que agora remam ao nosso lado, sabemos que durante dois anos negociaram a vinda do aterro, remando contra nós. Pedem que nos esqueçamos do seu envolvimento, agora o executivo municipal diz que são contra os aterros desde pequeninhos. Aliás a solução do executivo municipal para a vinda do aterro já foi encontrada - cortar estradas - isto vindo de quem fez da Trofa uma autoestrada para um aterro. Estavam cheios de convicção que o aterro não prejudicaria a qualidade de vida e que representaria contrapartidas importantes para a freguesia - investimentos para Covelas e os 2 milhões de euros, que permitiriam abater a dívida com a Resinorte da Câmara Municipal. Agora dizem que estão do nosso lado e pedem que viremos as armas contra o verdadeiro inimigo, atirando as culpas ao querer passar a ideia de que o verdadeiro inimigo é o Ministério do Ambiente, mas pergunto-me, foi o Ministério do Ambiente que negociou com a Resinorte, ou foi a Câmara Municipal? Foi o Ministério quem iniciou este processo? Nós estaremos lá, a remar do lado certo, ao lado das populações, contra o aterro, pela vinda do metro, pelo progresso da Trofa rumo a um bom porto. Aqui lanço o apelo - na luta contra o aterro, Trofenses de todas as freguesias, uni-vos!
Polícia Judiciária na Câmara da Trofa para investigar subsídios Uma equipa de inspetores da a tutela do vereador Renato PinPolícia Judiciária do Porto fez to Ribeiro. buscas, esta terça-feira, 23 de O NT questionou a autarquia, junho, nas instalações do polo por email enviado ao gabinete I da Câmara Municipal da Tro- de comunicação e à presidência fa, assim como na Casa da Cul- da Câmara da Trofa, esta terçatura da Trofa, de onde, alega- -feira, 23 de junho à noite, mas damente, terão levado docu- até à hora de fecho desta edição mentos e equipamento infor- não obteve qualquer esclarecimático. mento. No entanto, e através da sua página de Facebook, o exeA operação de buscas terá ini- cutivo liderado por Sérgio Humciado logo pela manhã e termi- berto Silva confirmou, esta quarnou já depois das 15 horas, con- ta-feira, que “ontem (23 de jutando com o trabalho de seis ins- nho), o Departamento de Invespetores (cinco mulheres e um ho- tigação e Ação Penal Regional mem) da PJ do Porto, que ao lon- do Porto (DIAP) deslocou-se às go de várias horas terão feito di- nossas instalações, para recoligências nos gabinetes do pre- lher informação, única e exclusidente da Câmara, assim como sivamente relacionada com uma dos vereadores do executivo, no Associação Juvenil da Trofa”. “A polo I da Câmara, na Rua das In- Câmara Municipal da Trofa presdústrias, de onde saíram ao final tou todas as informações solicitada manhã, acompanhados pelo das, atualmente em segredo de vice-presidente da Câmara, An- justiça, e aguarda agora seretónio Azevedo, que os acompa- namente, o resultado destas dinhou até às instalações da Casa da Cultura da Trofa, em Santiago de Bougado. Aí, terão tido acesso a documentos relacionados com o movimento associativo, assim como a equipamento informático. Terá alegadamente sido constituído arguido Artur Costa, chefe de divisão de Desporto e Juventude da Câmara da Trofa, pelouros que estão sob a alçada direta do presidente da Câmara, Sérgio Humberto, coadjuvado pelo vereador Sérgio Araújo, enquanto o pelouro da Juventude está sob
ligências”, declarou. Contactado pelo N T, André Coroa, presidente da direção do Clube Slotcar da Trofa, a única associação de carácter juvenil da Trofa, referiu que “acredita que o Clube pode estar relacionado com estas diligências da PJ, uma vez que apresentou queixa contra a Câmara Municipal da Trofa”, mas escusou-se a prestar mais esclarecimentos, alegando o facto de “o processo estar em segredo de justiça”. Recorde-se que, em meados de 2018, o Clube Slotcar terá apresentado queixa contra a autarquia da Trofa por estar em causa uma aparente irregularidade na atribuição de subsídios a associações do município da Trofa e por alegado abuso de poder por parte do executivo municipal, por não ter respondido aos pedidos de subsídio formulados pelo clube em 2016 e 2017.
6
25 de junho de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
Atualidade
Luís Filipe Moreira encerra mandato no Rotary Junho é o último mês de mandato de Luís Filipe Moreira como presidente do Rotary Club da Trofa. Nos últimos dias no cargo, o bougadense fez o balanço do trabalho realizado ao longo dos últimos 12 meses. CÁTIA VELOSO Para Luís Filipe Moreira, assumir o cargo de presidente do Rotary Clube da Trofa foi “um grande desafio”, pela “exigência” da estrutura e da missão que a obriga a um estreito “comprometimento e dinamismo” junto da comunidade. Trata-se de um clube constituído por empresários, quadros técnicos superiores, professores, comerciais, todos eles reconhecidos na comunidade trofense. “São 21 líderes, de provas dadas, que gostam de parcerias e do trabalho em rede, que possuem as qualidades para fazer parte desta formidável alavanca de trabalho em favor do próximo, tendo em mente algumas premissas, tais como o slogan rotário 'dar de si antes de pensar em si'”, começou por dizer, em declarações ao NT, Luís Filipe Moreira. Tendo em conta o lema estipulado para o ano rotário 2019/2020 – Rotary conecta o Mundo -, o professor empenhou-se para um clube trofense “conectado às pessoas, feito de afetos, visível e aberto à comunidade”. “ “Desde logo, duplicamos o número de seguidores nas redes sociais”, evidenciou, não deixando de considerar que a Trofa tem “um Rotary de ação, capaz de inspirar mudanças no concelho”. “Um dos objetivos-base para este mandato que agora termina reside na realização de atividades em todos os meses do ano rotário e com relevo na comunidade. Dito e feito. Com o apoio e esforço de todos os companheiros conseguimos”, sublinhou Luís Filipe Moreira, sublinhando a realização da primeira edição do Ciclo de Palestras Saúde & Educação, que contou com oradores de renome, como Manuel Sobrinho Simões, Maria Eli-
Luís Filipe Moreira termina, em junho, mandato no clube rotário sa Domingues e Fernando Carvalho Rodrigues. A iniciativa teve como último interveniente o médico legista José Pinto da Costa, encerrando um conjunto de quatro palestras, duas das quais já realizadas em versão online, devido à pandemia de Covid-19. “Este ciclo de palestras foi tão importante, não somente pela presença e partilha da melhor informação por prestigiados oradores de impacte nacional, perante agentes de diferentes áreas profissionais, e instituições culturais, sociais, desportivas do concelho, órgãos políticos decisores da Trofa, mas sobretudo por aquilo que apresentamos aos nossos decisores políticos concelhios - a melhor informação, para que os mesmos se capacitem para tomar as melhores decisões em prol da nossa comunidade”, sustentou o presidente rotário, deixando “um especial ao nosso parceiro institucional – a Câmara Municipal da Trofa - que auxiliou na logística, dinamização e publici-
tação das palestras desenvolvidas”. Já durante o período de pandemia, o Rotary da Trofa quis dizer presente, desenvolvendo algumas ações de solidariedade em prol de instituições parceiras, como a entrega de um apoio financeiro de seis mil euros à APPACDM, destinado à aquisição de material de prevenção, proteção e higienização, como máscaras, viseiras, aventais, álcool, produtos desinfetantes, entre outros. “Também contribuímos com mil euros para o projeto da Conferência de S. Vicente de Paulo para a aquisição de medicamentos para famílias carenciadas. Distribuímos, igualmente, viseiras à APPACDM, Bombeiros Voluntários da Trofa e Agrupamento de Escolas da Trofa. Continuamos a apoiar a Santa Casa da Misericórdia da Trofa no âmbito do protocolo de promoção da saúde oral dos seus utentes e continuamos ativos na luta pela erradicação da poliomielite, com a doação anual de
Correio do Leitor Um ogre malcheiroso prestes a empestar a Trofa 850 euros, valor entretanto já triplicado pela Fundação Bill e Melinda Gates”. Luís Filipe Moreira destacou ainda atividades como a presença do clube na ExpoTrofa, a ação de prevenção do cancro da pele, realizada nas praias e em parceria com o clube rotário da Póvoa de Varzim, o percurso pedestre no Parque das Azenhas com contacto com a comunidade, divulgando a ação rotária, o habitual peditório anual para a Liga Portuguesa Contra o Cancro, o magusto solidário para os utentes da ASAS e a visita do Governador do Distrito 1970, Carvalhido da Ponte. A Universidade Sénior é também um projeto que merece o regozijo de Luís Filipe Moreira, por “contribuir todos os dias para o enriquecimento cultural e para a melhoria da qualidade de vida dos seniores do concelho trofense”, contando com o “excelente trabalho” da sua diretora pedagógica, Maria Emília Cardoso, que é coadjuvada por Fernando Ferreira. “Por outro lado valorizamos a cultura trofense e o riso, com a homenagem profissional ao humorista trofense mais conceituado, Miguel 7 Estacas”, sublinhou. Depois de Luís Filipe Moreira, o Rotary Club da Trofa terá como presidente Rosa Manuela Araújo, professora na Escola Secundária da Trofa.
...
“Foi com orgulho que servi o Rotary Club da Trofa. Deixo uma palavra de apreço e reconhecimento a todos os meus companheiros rotários que me apoiaram, incentivaram, ajudaram, aconselharam e me proporcionaram a oportunidade de aprender com todos eles. Quero aqui manifestar total apoio, ajuda e disponibilidade para continuar a missão rotária”. Luís Filipe Moreira Presidente do Rotary Club da Trofa
Quando naquele dia acordamos e pensamo s “a i nd a be m q ue foi s ó u m s on ho”, m a l sa bí a m o s q u e o ate r r o n ã o e r a s ó u m to r m e n t o, mas sim um daqueles ogres que veio para ficar. Consoante as “escrituras” da era moderna, presentes na internet em forma de som, ouvimos o Escolhido e seus discípulos a defenderem a vinda de um aterro para a nossa terra. Ouvimos falar desse aterro como se não apresentasse qualquer tipo de ameaça para o nosso concelho, muito menos para Covelas. Segundo elas, este ogre, presente nas ideias da Câmara desde 2017, não é nada malcheiroso e não ameaça, de todo, a fauna e a flora da zona… Mas, meus caros, vamos parar e prestar atenção ao seguinte: lixo é lixo e nós não o queremos, obrigado. Nem agora, nem depois das eleições! Repito: não queremos Lixo, nem agora, nem depois das eleições! A vontade de aceitar aquilo que todos os outros negaram não partiu de nós, do povo, mas sim de quem foi eleito para nos defender. Esse alguém tomou todas as iniciativas possíveis para a sua construção, fê-lo sem qualquer consentimento daqueles a que ele serve. De repente, a Trofa parece o recreio de uma qualquer escola onde decorre um jogo de escondidas e apanhadas. Mas isto não é nenhuma brincadeira. Sendo a CMT um elemento decisivo na defesa de todos os trofenses, acabou por se tornar no nosso maior atacante. E isto nós não podemos, nem vamos aceitar. Uma obra deste calibre exige que todos os órgãos de uma sociedade estejam conectados. Temos de estar todos, e repito todos, de acordo. Uma obra que promete destruir uma zona florestal – e tudo o que esta envolve - para sempre, não está a ser oferecida como fazem parecer, mas está sim a ser imposta contra toda a população. Eu sou jovem e, tal como eu, muitos outros jovens trofenses estão cada vez mais atentos à forma como tentam gerir (?) os destinos da nossa terra. Sim, nós, jovens que não temos cor e pensamos pela nossa cabeça, vamo-nos confrontar de frente, e sem medo, contra este tipo de andamento político. Não vamos aceitar hipotecar um futuro devido a caprichos momentâneos. Pague-se a dívida, sim, mas não em troca da nossa qualidade de vida. Comecemos a implementar, para o bem na nossa terra, políticas que façam sentido, tanto para a Câmara como para nós, trofenses. Políticas que tragam benefícios para o bem comum. Nós não queremos defender cores nem favores, só queremos defender o melhor para a nossa terra. E o melhor para a nossa terra é que esse ogre se torne apenas num pesadelo e não passe de uma simples e malcheirosa ideia unilateral de quem não nos identifica. Jorge Moreira, 23 anos, residente em Santiago de Bougado
25 de junho de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
7
Religião José Pedro Maia Reis Memórias e Histórias da Trofa
Melhoramento da rede viária da Trofa Os grandes investimentos de obras públicas na Trofa normalmente são conseguidos com grandes dificuldades, não sendo apenas uma situação das últimas décadas, mas sim um sinal da nossa sina, atendendo que parece ser um problema que já tem quase séculos de existência. Folheando as páginas da imprensa local ao longo de décadas desde os meados do século XIX é possível concluir que as obras na Trofa aconteciam a um ritmo bastante lento e somente após vários anos de súplicas e pedidos ao poder local, regional e até nacional. Nesse sentido, temos o exemplo da melhoramentos na Trofa que ocorreriam em dezembro de 1920, referindo que esses pedidos já eram realizados ia para 30 anos. O primeiro pedido era referente a um arruamento antiquíssimo e muito conhecido, sendo um caminho existente desde a passagem interior da linha férrea pelos baixos da ramada do lavrador Vinhas até a estrada que liga com a de Vila do Conde e Santo Tirso. O desejo da comunidade era a reconversão daquele caminho em uma estrada de cinco ou seis metros para Paradela ou macadamizar o atual caminho, alargando-o e tirando-lhe algumas curvas mais salientes. O terceiro pedido era referente a uma rua de oito metros que tinha de ser construída, ou aparentemente estaria a ser realizada a sua construção, ocupando os terrenos do lavrador Mateus, Joana Dias, Vinha e Paulinho deste da estrada que ligava Vila do Conde a Santo Tirso com a sua passagem a ser efetuada junto à passagem inferior do caminho de ferro ao pé dos grandes armazéns do senhor Silva e companhia. Importante referir que para auxiliar a população era preciso dinheiro, havendo um investimento também na iluminação pública que era indispensável, como também concretizar outros investimentos como levar água de Valdeirigo, macadamizar várias ruas para fazer com que elas deixassem de ter um aspeto tosco e básico em terra para dar mais qualidade à circulação de pessoas e viaturas, recordo que neste período da história a Trofa era uma localidade em crescimento acelerado e estava a lançar as sementes para se tornar na cidade referência que é na atualidade. As obras estavam em crescendo, era mais que muitas, fruto talvez do desinteresse do poder local e regional nesta pequena localidade que estava conforme foi descrito no parágrafo anterior a viver momentos de dinamização económica, estando por último projetada a construção de uma Avenida da Senhora das Dores até ao Rio Ave.
Festas dos Santos Populares As festas dos Santos Populares, ou festas juninas, homenageiam três santos católicos, a saber: Santo António, no dia 13 de junho, São João Baptista, no dia 24, e São Pedro, no dia 29. Estas festas juninas têm origem em outras que se celebravam igualmente em junho (anteriores à era cristã), principalmente no hemisfério norte, e aconteciam durante o solstício do verão a data que marca o dia mais longo do ano -, que acontece nos dias 21 Um dia foi convidado a fazer o do reino. E Salomé pediu a cabeou 22 de junho. “sermão” numa ordenação de fra- ça de João Baptista, numa bandeNa Europa, no século X já se rea- des, e, nessa altura, para surpre- ja.. E Herodes cumpriu o juramenlizavam cultos à fertilidade no mês sa de todos, foi proposto pelo Pro- to, mandando decapitá-lo. A igreja Católica celebra a festa de junho; então a Igreja Católica, vincial da Ordem (dos franciscacomo não conseguia combater nos) para a evangelização e difu- (litúrgica) do nascimento de São esses cultos, decidiu “cristianizá- são da Doutrina Católica na Lom- João Batista , no dia 24 de Junho. Mas, tal como as festas popu-los”, instituindo homenagem aos bardia, e Pádua, onde veio a faletrês santos (mais populares) no re- cer a 13 de junho de 1231. Está se- lares em honra de Santo António, ferido mês de junho. Já no século pultado em Pádua. Foi beatificado há também muitas vilas e cidades VII, Santo Egídio avisou os recém- e canonizado no mesmo ano (1232) que celebram, com diversos pro-convertidos de Flandres contra pelo Papa Gregório IX. É festeja- gramas de índole popular, o sanas antigas celebrações pagãs do do em muitas localidades do nos- to “rapioqueiro” com arraiais, fosolstício, ao dizer: “Nenhum cris- so país, mas é a cidade de Lisboa gueiras, marchas populares, e cortão deve participar da festa de São que lhe dedica especiais comemo- tejos. As cidades do Porto, Braga e João ou de qualquer outro santo e rações durante quase todo o mês Vila do Conde ornamentam-se durealizar ritos de solstício de verão, de junho. Santo António também é rante o período das festas, conviou dançar, pular, ou entoar cantos celebrado no concelho vizinho de dando os “romeiros” para a “noite mais longa do ano”... diabólicos”. V.N.de Famalicão. São Pedro. É o último dos santos Na atualidade, as festas dos SanSão João (Batista) nasceu dois tos Populares são realizadas em anos antes de seu primo Jesus Cris- designados “populares,” a ser cemuitas cidades europeias e em to, e faleceu no ano 28 d.C. Nasceu lebrado a 29 de Junho. São Pedro foi um dos primeiros Portugal, onde as tradições são si- na Galileia, na época do rei Heromilares: saltos às fogueiras, dan- des. Seus pais foram o sacerdote “discípulos” a ser convidado por ças noturnas pelas ruas, marchas e Zacarias e Isabel. Apelidado de Jesus para o seu “núcleo” apostóaté “casamentos de Santo António”. “O Precursor” e Profeta, começou lico. O seu nome inicial era Simão, a sua vida (pública) com a prega- filho de Jonas. Nasceu em BetsaiResumo das biografias ção “do arrependimento” porque da (perto do lago de Tiberíades, dos três santos populares estava próxima a vinda do Mes- Galileia). Foi seguidor (discípuSanto António nasceu em Lis- sias. Viveu alguns anos no deser- lo), inicialmente, de João Baptista, boa em 15 de agosto de 1195, com to, vestindo roupa feita de peles de com seu irmão André. Era casado o nome de Fernando (“de Bu- camelo e “comendo gafanhotos e e trabalhava com o pai e o irmão André na pesca. lhões?”). Fez os primeiros estudos mel silvestre”. Jesus, segundo os Evangelistas na Igreja de Santa Maria Maior (Sé Quando Jesus foi da Galileia de Lisboa) sob a direção dos có- para o rio Jordão a fim de se encon- canónicos, fez de São Pedro o chenegos de Santo Agostinho, tendo trar com seu primo João para ser fe da Igreja, aquando da sua vida ingressado na Ordem como novi- batizado, João procurou impedir terrena, com as seguintes frases: ço no Mosteiro de São Vicente de o batismo, dizendo:” Sou eu que “...Doravante serás pescador de hoFora. Anos mais tarde, foi transfe- devo ser batizado por ti, e tu vens mens” e “ Tu és Pedro, sobre esta rido para o Mosteiro de Sta.Cruz a mim?” Jesus respondeu: “Deixa pedra edificarei a minha Igreja...” de Coimbra, a fim de aperfeiçoar a como está. Porque devemos cum- tornando-o chefe e “leader” dos sua formação. Nesta época relacio- prir toda a justiça”. João Baptista apóstolos. A Igreja Católica considera São Pedro o primeiro Papa. nou-se com os primeiros Missioná- concordou e batizou Jesus Cristo. rios Franciscanos, que tinham chePrisão e morte de João Baptista: Segundo historiadores e cronisgado a Portugal em 1217 e estavam Um dia a (nova) esposa de Hero- tas, São Pedro terá sido martirizaa caminho de Marrocos e come- des (que tinha sido casada com o do e morrido em Roma entre o ano çou a interessar-se pelo trabalho irmão Herodes Filipe) ficou abor- 64 e 67 d.C. Fogueiras, marchas, balões e que eles estavam a realizar mor- recida com João Batista por ele ter mente na pregação do Evangelho denunciado a ilegalidade do seu sardinhas são os condimentos das e pediu autorização para se juntar casamento com Herodes e ela so- festas populares que os foliões dea eles.. Resolveu ir com eles tam- licitou ao (marido) que o mandas- dicam a este santo pescador e pobém a Marrocos, mas ao chegar lá, se prender. Passado algum tempo, pular. Este santo também é comefoi acometido por uma doença e foi no dia do aniversário de Herodes, morado em muitas aldeias, vilas aconselhado a regressar a Portu- a filha de Herodias (Salomé) dan- e cidades por esse Portugal fora. gal. No regresso, uma forte tem- çou perante os convidados. O rei, Na nossa região é particularmenpestade arrastou o barco para a já embriagado, fez um juramento: te celebrado na Póvoa de Varzim Sicília (Itália) onde encontrou São Que ela lhe pedisse o que quises- e Riba D'Ave. A.C. Francisco de Assis. se, fosse o que fosse,... até metade
8
25 de junho de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
Religião Lágrimas e palmas nas explicações do padre Rui Alves sobre a sua saída das paróquias da Trofa
“Vós fostes o meu primeiro grande amor” A notícia veio dar certezas aos “zunzuns” que se ouviam, mas não deixou de ter a intensidade de uma informação dada repentinamente. Por isso, há quem diga que foi como se uma bomba tivesse caído nas três paróquias confiadas ao padre Rui Alves. CÁTIA VELOSO/HERMANO MARTINS Uma carta aberta de um paroquiano publicada no Facebook deu conta da intenção do bispo do Porto, D. Manuel Linda, de dar uma nova missão ao sacerdote, que em julho estará de saída das paróquias do Muro, de S. Mamede e de S. Romão do Coronado. Após a disseminação desta informação, e para serenar os ânimos, o pároco não celebrou as missas naquele fim de semana, reaparecendo no seguinte, para confirmar a sua saída aos fiéis. No final da eucaristia de sábado à tarde, que decorreu junto à Capela de S. Pantaleão, no Muro, Rui Alves não conteve as lágrimas, durante um discurso que foi também uma declaração de amor às comu-
nidades que serve como pároco desde 2012. “Vós fostes o meu primeiro grande amor”, referiu dirigindo-se às três comunidades. Visivelmente nervoso e com as lágrimas a caírem-lhe pelo rosto, o pároco sublinhou que não está a abandonar ninguém. “Entrei aqui um miúdo, saio daqui um homem. Não sou de abandonar nada. Levo-vos a todos no coração. Não vou para um povo melhor do que este, nada disso. Vou para uma missão muito muito grande, que já sei qual é, que o senhor Bispo me deu, e vou procurar, junto do meu povo novo, amar e deixar-me amar, tal e qual como aconteceu aqui”, declarou. Agradecendo “a todos os grupos paroquiais, sem exceção”, Rui Alves interrompeu o discurso, devido ao seu estado emocional. Do lado da assistência, um enorme aplauso dos fiéis, muitos também sem conseguir conter as lágrimas. Este discurso seguiu-se a um comunicado que o padre publicou, também nas redes sociais, em que agradeceu “as manifesta-
R ecolha de alimentos nas paróquias de Bougado Nas missas do próximo fim de semana, as paróquias de Santiago e S. Martinho de Bougado vão associar-se ao Banco Alimentar Contra a Fome. À entrada das igrejas, serão colocados uns cestos, onde os fiéis poderão colocar bens alimentares não perecíveis, destinados a apoiar as famílias carenciadas.
Padre Rui fez discurso muito emotivo ções de afeto e carinho” e pediu às comunidades para “não tomarem iniciativas públicas relativas a este assunto”, como “abaixo-assinados ou protestos”. O NT soube, junto de fonte da
Igreja, que Rui Alves tem como destino uma paróquia próxima das que está, predominantemente urbana e num concelho vizinho, e cujo pároco atual está já com uma idade bastante avançada.
A Diocese do Porto anunciará, em meados de julho, os processos de substituição dos párocos, bem como quem irá ser o novo pároco de S. Romão e S. Mamede do Coronado e S. Cristóvão do Muro.
Missa campal na celebração do Corpo de Deus A solenidade em honra do Corpo de Deus é uma das celebrações mais marcantes das paróquias de Santiago e S. Martinho de Bougado, que se juntam para uma imponente procissão, num percurso é ditado por um gigante tapete de flores, empenhadamente construído pelos fiéis. Este ano, devido à pandemia de Covid-19, não foi possível cumprir a tradição e cada paróquia teve de ser mais comedida nas celebrações, de forma a respeitar as recomendações da Direção-Geral da Saúde, no dia 11 de junho. Em S. Martinho de Bougado, depois do período de adoração ao Santíssimo Sacramento, optou-se pela celebração de uma missa campal, no Parque Nossa Senho-
M issa Campal realizou- se no Dia do Corpo de Deus ra das Dores e Dr. Lima Carneiro, que decorreu na concha acústica, com a assistência de dezenas de
pessoas que aproveitaram o espaço verde para cumprir o distanciamento social.
25 de junho de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
9 pub
10 O NOTÍCIAS DA TROFA
25 de junho de 2020
Atualidade
PCP quer Governo a preservar Castro de Alvarelhos
José Calheiros
Escrita com Norte A lteralismo
Comunistas consideram que monumentos arqueológicos têm tido “pouca atenção” do E stado Referenciado como um dos monumentos com maior valor patrimonial da região, o Castro de Alvarelhos foi, a 15 de junho, um dos locais da visita de trabalho da deputada do Partido Comunista Português, Ana Mesquita. CÁTIA VELOSO Os comunistas dizem-se preocupados com o estado do património que ajuda a contar a História de Portugal e por isso decidiu questionar o Governo sobre o que pensa fazer no futuro para a sua preservação. “Há algum abandono por parte do Governo aos sítios arqueológicos do nosso País, que necessitam de um apoio maior, nós encaramos o património cultural como algo estruturante para Portugal, que tem um valor e enquadramento próprio, que deve ser valorizado, estimado e divulgado”, começou por dizer a deputada, que não deixou de assinalar a “coincidência” de, naquela manhã, estarem a realizar trabalhos de limpeza do espaço arqueológico em Alvarelhos. Ana Mesquita considera que o Castro, assim como outros monumentos, tem sido alvo de uma “manutenção esporádica” e merecido “pouca atenção do ponto de vista do financiamento”, o que leva o PCP a defender que a preservação destes locais é matéria para ser da competência do poder central e não das câmaras municipais. “Merece uma intervenção por parte do Governo, como merece o outro património, falando de castelos, palácios e museus. Falamos de uma rede de responsabilização do Estado, que deve colo-
car em igual patamar todo o património do País, para que haja uma coerência e não 308 políticas diferentes, uma por cada município”, argumentou a deputada. A comitiva do PCP da Trofa acompanhou Ana Mesquita na visita e sublinhou a consonância da atuação do partido a nível local, justificada pelo facto de os comunistas, na Assembleia Municipal, não terem votado favoravelmente as últimas contas da autarquia, por considerar que “a Câmara dá pouca atenção às questões culturais e, particularmente, ao Castro de Alvarelhos”. “Limita-se a uma limpeza dos terrenos envolventes e não há nenhuma evolução para, por exemplo, a criação de um centro interpretativo e envolvimento das escolas do concelho”, sublinhou Paulo Queirós. É exatamente esta vocação pedagógica que o PCP quer ver potenciado neste e noutros monumentos nacionais. “Sabemos que, em princípio virão fundos com esse objetivo, mas devia haver uma valorização, quer ao nível de infraestruturas de apoio ao visitante, de sinalética e de conforto, que permitem que as pessoas fiquem aqui durante algum tempo e o espaço se torne convidativo”, destacou Ana Mesquita. Recentemente, a Câmara Municipal da Trofa viu aprovada uma candidatura a fundos comunitários, com um investimento elegível de quase 438 mil euros, comparticipado em 85 por cento, com vista à promoção e valorização do Castro de Alvarelhos. A candidatura prevê, inicialmente, o melhoramento das condições e dos percursos de visitação ao Castro, no
Há uns anos, foram editados alguns livros de auto ajuda, que coincidiu com o período em que estive divorciado. Não foi a leitura de nenhum desses livros que me ajudou a divorciar, mas um deles, quiçá o mais famoso, que comprei e depois de ler verifiquei que foi um engano, serviu de óptima prenda para uma amiga desesperada…eu despachei o livro e ela ficou impressionada, pensando que sou uma pessoa sensível à natureza feminina! Este livro chama-se “O Segredo”, com muitas páginas que se resumem ao seguinte: Não é preciso agir, apenas pensar convictamente e insistentemente no que se quer. Essa vontade é transmitida ao universo e em troca recebemos a concretização do desejo! Neste ritual há uma regra de ouro: nunca pensar no “não” nos nossos desejos! Discordo completamente! Neste período, encontrava-me amiúde, no café, com dois bons amigos, que para não serem identificados vou tratá-los com os nomes alterados, são o Tóó e o ZéTóó. Tínhamos conversas animadas e entusiastas. Quem olhasse para nós, pela pinta, pensava, “Estão a falar de miúdas!”…em 98% dos casos tinham razão! E nos 2% que sobravam, quando entrava uma miúda gira, havia pareceres! Basicamente as conversas pareciam um jogo de futebol português, muito pontapé na bola e pouco tempo útil de jogo! Mas o pouco que havia entusiasmava-nos e era o que fazia os nossos encontros diferentes! Eu, o Tóó e o ZéTóó, éramos (e somos), pessoas de agir, mas na altura estávamos em estados de maturação e consciência diferentes. O Tóó e o ZéTóó, tinham uma primeirinha muito boa, mas a custo metiam a segunda, quanto a mim, talvez pelo divórcio recente, ia metendo as mudanças até me “enfaixar”! Numa dessas conversas falávamos na influência do meio e dos outros em nós mesmos, mas com segurança afirmávamos que tínhamos de ser o agente principal das nossa vidas! Rapidamente chegámos à conclusão que desde a existência da civilização, muita gente falou e escreveu sobre isto…mas não sabíamos o que lhe chamaram! Numa mesa de café nasceu o “ALTERALISMO”! Eu, o Tóó e o ZéTóó, criámos algo que sempre existiu, mas não tinha nome…ou se tinha, desconhecíamos! Após essa descoberta, no aniversário do Tóó, num restaurante do Porto, com cerca de trinta convidados, o aniversariante, sem aviso prévio, chama-me para declarar ao mundo o “ALTERALISMO”! Tóó olhava para mim como o homem de ação, o “James Bond” do “ALTERALISMO”! O “ALTERALISMO” tal como “O Segredo”, poderia ser editado em livro com 200 páginas, mas também se resume a meia dúzia de ideias, expostas nessa noite memorável…para o aniversariante (começou a namorar)! Expliquei que não nascemos etiquetados com a história da nossa vida. Temos de ser o motor dela mesma e assumir o papel principal, avançar e arriscar as portas entreabertas e vencer o medo do caminho estreito! Mesmo quando o que queremos está para além de uma parede de betão e nos “esborrachamos”, voltamos para trás, tristes, mas quem sabe se não ficaram fendas e a parede de betão um dia vem abaixo! Toda a gente me ouvia com atenção tal que, enquanto discursava, já pensava em criar uma seita e pedir o dízimo! Nessa noite arranjámos alguns seguidores na esperança de que também eles nos ajudassem a entender isso do “ALTER ALISMO”! Entre esta criação (que já existia!) e o “Segredo”, ou sou ALTERALISTA!
qual se inclui “a aquisição de um terreno”, assim como a qualidade dos acessos, e a continuidade de acompanhamento arqueológico e de investigação, assim como de conservação dos materiais do acervo. “Esperamos que este projeto seja o início desses melhoramentos e que não seja apenas usado para fazer uma limpeza mais profunda e estar mais 10 ou 15 anos sem olhar para o local”, atestou Paulo Queirós. Na candidatura está prevista a aquisição de um equipamento de monitorização, para contagem dos visitantes do Castro de Alvarelhos. No projeto, foram identificados como “novos públicos” a comunidade escolar, científica e associativa, famílias, turistas (nacionais e internacionais), visitantes com mobilidade reduzida e com deficiências visuais ou auditiva. Para estes últimos, haverá informação gráfica em braille e um documentário bilingue traduzido para língua gestual. Está ainda prevista a realização de uma exposição itinerante, com divulgação à escala nacional. O Castro de Alvarelhos é um dos maiores povoados do Noroeste Peninsular. A localização junto de uma importante via romana e o valor dos objetos ali encontrados indiciam a relevância do local, que teve ocupação até à Idade Média, como provam as ruínas de uma capela medieval, que se julga ter sido a primeira igreja de Alvarelhos. É também visível uma sepultura da época medieval, altura em que os cor- António Machado, poeta sevilhano, nascido no séc. XIX, escreveu, pos eram colocados “em local “Caminhante, não há caminho, faz-se caminho ao andar!”. Eu, o Tóó e sagrado”. o ZéTóó, criámos o que já existia, o “ALTERALISMO”!
25 de junho de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
11
Atualidade
A convocatória para a reunião de 20 de junho do Conselho Municipal da Juventude da Trofa chegou aos membros via email, assinada pelo presidente Sérgio Humberto de forma aparentemente normal e natural. Há hora marcada, a reunião teve lugar, presidida pelo vereador Renato Pinto Ribeiro, em substituição de Sérgio Humberto. Da ordem de trabalhos deste órgão consultivo, responsável por assegurar o direito de participação e intervenção dos jovens munícipes, nada constava acerca da decisão da negação de provimento da contestação interposta no Tribunal Central Administrativo do Norte (TCAN) pela Câmara Municipal da Trofa sobre a sentença do Tribunal Administrativo e Fiscal de Penafiel, que declarou nulas as deliberações tomadas na reunião do Conselho Municipal de
Juventude (CMJ) de 9 de dezem- tivo que confirma que o primeiro bro de 2017. Quer isto dizer que, a ato, o da constituição , está anulaprópria sessão de tomada de pos- da. Para nossa surpresa e preocuse é “irregular” aos olhos das en- pação, quando o vereador Renato tidades judiciais que se pronuncia- Pinto Ribeiro foi abordado sobre ram sobre este processo, desenca- as consequências do não acatadeado pelo Clube Slotcar da Trofa, mento e desrespeito pela ordem membro efetivo do CMJ, que ale- do Tribunal, respondeu que não gou não ter recebido a convocató- sabia do que se tratava nem conheria para aquela reunião com a an- cia a sentença, que tinha já transitecedência prevista no Regimento tado em julgado há seis meses”. André Coroa adiantou ainda que do Conselho Municipal de Juventude, ou seja, com “pelo menos, cin- “o vereador disse que ia consultar os serviços das câmara sobre a veco dias de antecedência”. De acordo com André Coroa, racidade daquilo que estávamos a na reunião de 20 de junho, e ten- transmitir, assim como das consedo em conta a sentença ter já tran- quências de não acatar a ordem do sitado em julgado, “a reunião de- Tribunal”. No documento apresentado pelo correu como se o Tribunal nada tivesse decidido sobre esta matéria Clube Slotcar da Trofa pode lere, no ponto ‘outros assuntos’, apre- -se que “quer a convocatória para sentei um requerimento informati- esta reunião quer as deliberações vo da nossa não concordância com tomadas por este Conselho, para a realização daquela reunião por além de ilegais, manifestam inetermos conhecimento da decisão quívoca recusa de acatamento de do Tribunal Central Administra- decisão de tribunal, transitada em julgado, prática consumada por titulares de cargos políticos em exercício de funções, que por dever do cargo que exercem teriam que acatar. Tal conduta, por constituir ilícito criminal praticado por titulares de cargos políticos, será participada ao DIAP”. Por último, tendo sido declaradas nulas todas as deliberações tomadas, em consequência da anulação da convocatória da sessão do Conselho Municipal da Juventude da Trofa de 09 de Dezembro de 2017, somos do entendimento que a Mesa a que Va. Exa. preside não está em funções, não tomou posse e, em consequência, todas as deliberações
foto: Câmara Municipal da Trofa
Conselho Municipal da Juventude não cumpre ordens do Tribunal
Câmara Municipal divulgou imagens da reunião de 20 de junho tomadas em todas as sessões plenárias deste Conselho da Juventude e no decurso deste mandato são nulas e de nenhum efeito”, pode ler-se no documento. O NT contactou Hugo Devesas, que marcou presença nesta reunião do CMJ, em representação da Juventude Comunista, confirmou que foi dada a conhecer por parte do Clube Slotcar da Trofa a sentença transitada em julgado do TCAN e adiantou que “nunca fomos informados pela mesa do Conselho Municipal deste processo judicial nem do transito em julgado da decisão”, adiantando ter questionado “o vereador Renato Pinto Ribeiro que garantiu desconhecer tal sentença e que assim que possível nos informaria mas o certo é que até agora não houve qualquer esclarecimento”. Hugo Devesas la-
mentou a “postura de Rei Sol que a Câmara da Trofa está a tomar, lamentando que casos que podem ser facilmente resolvidos com dialogo tenham de ser tratados pelos tribunais, algo que não consideramos positivo”. Já Bruno Soares, do Partido Socialista e membro do Conselho, confirmou que o vereador da Juventude alegou “desconhecimento da sentença”, e que iria “indagar junto da Divisão Jurídica da Câmara para saber se há alguma informação sobre a sentença”, proferida há seis meses e já transitada em julgado. O NT remeteu por email pedido de esclarecimentos à Câmara Municipal da Trofa mas, até à hora do fecho da edição não obteve, à semelhança do que acontece desde 2014, nenhuma resposta.
Programa de remoção de amianto inclui 4 escolas do concelho Há quatro escolas do concelho da Trofa na lista de 578 que vão ser intervencionadas para a remoção do amianto, no âmbito de um programa que custará 60 milhões de euros, com comparticipação comunitária. No despacho conjunto do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, pode verificar-se que as escolas do concelho que estão contempladas no programa são a EB de Feira Nova, em S. Mamede do Coronado, a EB de Esprela, em S. Martinho de Bougado, Es-
cola Básica e Secundária do Coronado e Castro, em S. Romão do Coronado e a EB de Giesta, em Alvarelhos. Este programa para a retirada do amianto foi anunciado no início de junho, num contexto de aproveitamento do encerramento das escolas, imposto como medida de mitigação da propagação do novo coronavírus. A utilização de fibras de amianto foi proibida no quadro normativo nacional em 2005. “A remoção do fibrocimento vai ser feita pelos autarcas, utilizando fundo comunitário dos
programas operacionais regionais que eu tutelo. Envolvemos as autarquias, porque metade das escolas identificadas são das autarquias e a outra metade do Ministério da Educação e não há ninguém mais bem preparado para, rapidamente, remover este amianto do que os autarcas, tendo todas as condições para o fazer, já que o programa é financiado a cem por cento”, detalhou Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, à margem de uma visita a uma empresa de Santo Tirso, destruída por um incêndio na noite de segunda-feira.
12 O NOTÍCIAS DA TROFA
25 de junho de 2020
Crónica Especial
Paróquia de Guidões - Fragmentos da sua génese 7.º Capítulo - Edifícios Religiosos - Igreja Actual (bênção e o continuar das obras) Na padieira da porta frontal está a data de 1879, data possível do fecho da igreja, porque as obras iriam prolongar-se durante muitos anos, e, foi a 24 de Junho de 1880, uma quinta-feira, que os guidoenses deixaram os seus afazeres quotidianos e cedo se aprontaram para receber festivamente os convidados, com sumptuosidade e circunstância, que vinham, em harmonia, benzer o novo templo no dia do seu padroeiro São João Baptista. Foi o escrivão da Vara no Termo da Visita e Benção, de forma singela e ao mesmo tempo eloquente, que descreveu a cerimónia. Voltemos ao abade Sousa Maia: Surgira alfim a aurora de 24 de Junho de 1880! Nesse dia Guidões despertou em festa! .............................................. E fica de lado a descripção minuciosa dessa festa que …podendo condir-se perfeitamente dos encantos poeticos das festas do Precursor, poria talvez nesta prosa monótona e descurada uns traços mais alegres, d’uma côr mais viva, que tornassem este imbroglio supportavel, já que não póde conquistar qualidades que o façam attrahente… E fica de lado a descripção…para ceder o logar ao seguinte: Termo da Visita e Benção da Egreja Matriz recentemente construída no logar do Sobral da freguesia de S. João Baptista de Guidões. Aos vinte e quatro dias do mez de junho do anno de mil oito centos e oitenta, n’esta freguezia de S. João Baptista de Guidões, do 3.ª distrito ecclesiastico da Maia, do Bispado do Porto, achando-se presente no logar do Sobral da freguezia dita o muito Reverendo Luciano Monteiro d’Araujo, abade abade da freguezia de S. Julião d’Agua Longa e Vigario da Vara do dito districto ecclisiastico, commissionado por Portaria de oito do corrente mez, do Excellentissimo e Reverendissimo Senhor Doutor João Alves de Moura, encarregado do governo d’esta diocese por commissão de Sua Eminencia Reverendissima o Senhor Cardeal Bispo d’esta mesmam diocese, para proceder á visita e benção da Egreja recentemente construída no referido logar – e achando-se igualmente ahi presentes os Reverendos Manoel d’Azevedo Reis, parocho d’esta mesma freguzia de Guidões – Manoel da Silva Carvalho abbade de Lamellas . José João Ramos parocho de Canidello – Antonio Gon-
çalves d’Azevedo, parocho de Fornello – e os Reverendos prebyteros Manoel da Fonseca Cruz, de Bougado – José Dias da Silva Padrão, de Bougado – Manoel Francisco Antunes, d’Alvarelhos – Manuel Dias Ferreira da Cruz, de Guidões – a Junta da parochia de Guidões, compsta de seu presidente José Rodrigues Ferreira da Silva e vogaes Manoel Gonçalves d’Oliveira – José Gonçalves d’Araujo – Elias da Costa Pereira – Jeronimo da Silva Pereira e o respectivo regedor Antonio Ferreira da Costa Maia, e bem assim o meretissimo administrador d’este concelho o Doutor Antonio Carneiro d’Oliveira Pacheco – o Doutor Domingos Carneiro d’Oliveira, d’Agrella – José Teixeira, de Santo Thyrso – Antonio Domingues de Sousa, de Alvarelhos – Bernardino Manoel d’Sousa, d’Alvarelhos – Bernardino da Silva Costa Campos, d’Alvarelhos – Antonio Gonçalves d’Oliveira, d’Alvarelhos – José Domingues de Sousa, d’Alvarelhos – Joaquim Francisco Domingues Junior, de Canidello – José Domingues da Silva, de Canidello – José Joaquim Moreira, Santa Christina de Malta – José de Moura Coutinho, de S. Christovão do Muro – José Pinheiro Dias Moreira, de Bougado – Francisco da Silva, de Villa do Conde – Francisco Ferreira Dias – José Domingues Passos – José Lopes da Silva – e Antonio Fernandes Carneiro, d’Agua Longa, e assim em presença de todos os sobreditos e de grande concurso de povo procedeu o dito muito Reverendo Vigario da Vara á visita do novo Templo, e achando-o nas condições de n’elle se poder desde já celebrar actos de culto, principiou e concluiu a benção do mesmo com toda a solemnidade e na forma prescripta para taes actos, seguindo-se depois a festividade do Padroeiro S. João Baptista, com a exposição do Santissimo Sacramento, que processionalmente foi buscar-se á Igreja, missa cantada, acompanhada a grande instrumental e sermão, ficando o Santissimo Sacramento exposto até ás quatro horas da tarde para adoração dos fieis, que com todo o acatamento e reverencia concorreram ao novo templo, horas em que, depois d’outro sermão, foi encerrado no Sacrario para se concluir como concluiu, tão imponente como lusida festividade com a procissão do padroeiro e oytras imagens em andor pelo transito do costume, tudo sempre com a melhor ordem e decência. E de como assim se fez, lavrei o
presente termo, que vai ser assignado pelo Muito Reverendo Vigario da Vara e pela maior parte ou totalidade das pessoas presentes e constante do corpo d’este, depois d’este lhes ser lido. E eu Joaquim Monteiro d’Araujo, escrivão da Var, o escrevi e assigno. (Seguem-se as assignaturas.) A minuciosidade d’este termo poupa qualquer outro esclarecimento àcerca da visita e benção solemne da nova Igreja de Guidões, bem como da brilhante festividade que então foi celebrada. Duas palavras somente, como remate deste capitulo. O novo templo, desde a sua inauguração, tem melhorado muito. A conclusão da torre dos sinos em que foi colocado um relogio, novos alteres, douramentos, sanefas, alampadas, púlpitos e uma bella imagem de Jesus Crucificado, tudo isto e muito mais claramente manifesta que a piedosa caridade dos fieis ainda se não cansou nem cansará, decerto, emquanto alguma coisa faltar para o acabamento omnimodo dessa formosa Igreja. A nova Matriz de Guidões é elegante; é um templo verdadeiramente moderno, muito amplo, bem dividido, completamente inundado de luz, que nelle penetra sem dificuldade. É hoje sem duvida uma das melhores igrejas ruraes destas cercanias. Com estas palavras fica registado a cerimónia da bênção da Igreja Matriz de S. João de Guidões e a pompa e circunstância que rodeou a festividade, sem grandes detalhes. Na realidade a igreja estava pronta para albergar os fiéis, mas
Torre Sineira despida da grandiosidade que encontramos hoje. A torre sineira foi concluída graças à generosidade de três irmãos, ambos torna viagens: José Rodrigues Ferreira da Silva, Francisco Ferreira Dias e António Ferreira Dias, ambos negociantes no Brasil. Esta generosidade está registada numa lápide existente na torre sineira: JOSE RO.Z FERR.A DA SILVA FRANCISCO FERREIRA DIAS ANTONIO FERREIRA DIAS 1881 MANRO A ACABAR ESTA TORRE 1881 O relógio foi oferecido por Bernardino da Costa Campos, também negociante no Brasil e o seu construtor foi Joaquim José Marques da freguesia de Moreira, do lugar de Fendal (Revista da Maia nº 14 de 27 de Abril de 1885).
R elógio oferecido por Bernardino da Costa Campos
A generosidade dos guidoenses é abrangente e as doações são importantes para concluir o templo: Dr. Florido Telles de Menezes e Vasconcelos custeou parte da tribuna da igreja, José da Costa Oliveira Campos e seu cunhado Joaquim Dias da Costa Maia custearam o seu douramento, José Pinheiro Dias Moreira ofertou a porta principal, Bernardino Gonçalves Tinoco ofereceu a imagem do Sagrado Coração de Maria e aos poucos se foi constituindo o interior do templo. A junta da paróquia, presidida por José Rodrigues da Silva e os vogais Manuel Gonçalves d’Oliveira, José Gonçalves d’Araújo, Elias da Costa Pereira e o regedor José Lopes da Silva em sessão extraordinária de dezanove de Novembro deliberaram não adjudicar a obra de carpinteiro ao artista José António Pereira por duzentos e sessenta mil reis por entenderem ser um custo elevado e por ter havido poucos concorrentes e daí tomaram a decisão de fazer novo concurso. Esta nota é a evidência de que em 1882 as obras da igreja estava longe de estarem concluídas. Os altares encostados ao arco cruzeiro têm a data de 1885, ambos doados. Estas doações sobressaem-se pela sua grandiosidade e pela notabilidade dos seus intervenientes, todavia muitos outros contribuíram para a concretização do desiderato em função das suas disponibilidades. Para aprender a generosidade e altruísmos dos paroquiamos á época, temos de examinar a acta
25 de junho de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
13
Crónica Especial de 2 de Janeiro de 1892 da Junta de Paróquia de São João de Guidões presidida por José Lopes da Silva, os vogais Joaquim da Costa Oliveira e José da Costa Oliveira Campos, o regedor Manuel Gonçalves de Oliveira, secretário Domingos José Simão de Albuquerque e o pároco Manuel Domingues de Sousa Maia, que nos descreve os beneméritos e respectivas doações, expressando votos de agradecimento lançado em acta com votação por unanimidade: D. Ana Ferreira Dias: um pavilhão em seda para o sacrário em 1889 Comendador José Rodrigues Ferreira da Silva (falecido): Imagem de S. José posta à veneração a 24 de Junho de 1889 António da Costa Campos: uma estola paroquial em 1889 António da Costa Campos e seu tio Bernardino da Costa Campos: mandaram caiar a sacristia em 1889 Maria Augusta Ferreira mais algumas senhoras das suas relações: pequena píxide de prata para levar o Viatico aos enfermos em 1889 Vários Senhores que subscreveram em 1889: compra de um Missal, quatro tamboretes de palhinha, um pano para estante do Missal: um jogo de galhetas de cristal Várias Senhoras, especialmente D. Jacinta Rosa de Jesus, D. Maria Augusta Ferreira e D. Ana Ferreira Dias: Imagem de Jesus Crucificado em 1891 José da Costa Oliveira Campos e Joaquim Dias da Costa Maia: mandaram dourar a tribuna em 1891 Senhores que concorreram: douramento do Altar de Jesus Crucificado e S. Sebastião em 1891 José Gonçalves Lopes Pereira: ofereceu a lâmpada para o Altar de Jesus Crucificado em 1891 Senhores: mandaram fazer e dourar a sanefa do Arco Cruzeiro entre 1891/92 Ana Ferreira Dias: mandou fazer e cintar a cobertura da Pia Baptismal e uma toalha para o baptistério em 1891 D. Maria Augusta Ferreira: uma toalha de lavatório para a sacristia, sanguinhos, manistérgios, palas e toalhas de paninhos para credência em 1891 Cardeal D. Américo Bispo do Porto: subsídio de cinquenta mil reis do cofre da Bula da Santa Cuzada que foi empregue na aquisição de um cálice de prata e dois paramentos brancos e vermelho constando cada de uma casula, estola e manípulos Várias doações de diferentes pessoas A 11 de Janeiro de 1892 foi feita a rectificação da acta de 2 de Ja-
M esa da audiência “…sendo presidente da junta nesneiro 1892 António Ferreira da Costa Maia, se tempo o Senhor José da CosComendador António Domingues ta Ferreira estes senhores são tode Sousa e Dr. Florido Telles Me- dos elogiados por os bons servinezes e Vasconcelos: ofereceram ços prestados a freguesia”. Com esta relação fica-se a coa tribuna Padre Manuel Dias Ferreira da nhecer os beneméritos que conCruz, José da Costa Ferreira e tribuíram de forma resolutiva para Francisco Joaquim Domingues: a concretização deste desiderato, embora não seja descrito todos deram as mesas de cardência Francisco da Costa Ferreira fa- aqueles que contribuíram com o seu esforço físico e dos seus anilecido: passeio central da Igreja José Pinheiro Dias Moreira de mais para a execução da obra, acarretando materiais ou contriBairros falecido: porta Principal D. Maria Dias Carneira e Jacin- buindo com madeira ou outros ta Rosa de Jesus: portas Travessas materiais. Todas as grandes obras comuniJoaquim Francisco Areal Sénior: tárias são inconclusivas e ao longo Altar das Almas José da Costa Ferreira: altar do dos cento e trinta anos tem carecido de obras de conservação e resSenhora do Rosário José Lopes da Silva: porta da tauro que o povo nunca contestou a participação. torre A torre sineira estava separada Comendador José Rodrigues Ferreira da Silva: porta do Bap- da casa da fábrica, hoje está unida, obra realizada no século XX, tistério José Lopes da Silva e a Bula da nos anos setenta. O baptistério e Cruzada: altar de Jesus Crucifi- o coro alto foram ampliados, fazendo uma nova escadaria para o cado Joaquim Francisco Domingues mesmo ligando às escadas da torJúnior e Bernardino Dias Ferreira: re, nas obras de 1987. Em 1987 é substituído o tecporta principal em ferro do adro to que era em estuque sobre fasda Igreja (Sul) José Gonçalves de Araújo: pedra quiado de madeira, por uma plada mesa de audiências e portal de ca de cimento revestida de estuque e outras obras, instalação ferro do lado Norte (hoje Poente) José da Costa Ferreira e José eléctrica, azulejos, substituição Gonçalves de Araújo: escada da das telhas, etc., no valor global de Casa da Fábrica para a sala de Au- 8.106.418$00 e uma receita, cortejos, juros e varias ofertas, no valor diências de sessões da Junta Bernardino da Costa Campos: de 8.491.567$60. A par destas obras de fundo ourelógio da torre da Igreja Comendador José Rodrigues tras vão surgindo como o prolonFerreira da Silva, Comendador gamento da sacristia para comFrancisco Ferreira Dias e António portar uma casa de banho e uma sala em 2003 e o restauro do altarFerreira Dias: torre da Igreja Manuel Gonçalves de Oliveira: -mor em 2015. Será importante salientar que da caminho e largo Norte do adro da velha igreja foi conservado a porIgreja (?) Bernardino Gonçalves de Aze- ta lateral que foi colocada na ligavedo Maia e Manuel Gonçalves ção da casa da fábrica e a sacrisde Oliveira: tiraram os documen- tia, mas nas recentes obras do protos do tombo car(tório) de Bairão longamento sobressaiu-se uma ar(Vairão) para trazerem para esta cada em pedra e na pedra do fecho tem um medalhão com a data freguesia as azenhas d’arnado
de 1731 e um acipreste, que possivelmente fazia parte da igreja antiga e seria um altar. Pela ano podemos associar esta obra ao pároco Manuel Thome dos Santos, natural de Guidões, que mandou construir a Via-Sacra, cuja a data nos plintos é 1735, como veremos numa próxima crónica. No janelão frontal foi colocado um vitral com a imagem de S. João Baptista em 2010, obra feita por o atelier de vitrais PROVITRAL de Alvarelhos, no valor de 2800€ pago a 26 de Dezembro de 2010. O atelier fez os vitrais das janelas da capela-mor, do lado Poente em 2017, os do lado Nascente em 2018 e a janela da sacristia em 2019, doados por um guidoense. Recentemente foi restaurado e recolocado um altar com a imagem do Senhor dos Passos, que tem uma placa com a inscrição: Este Altar oriundo da capela do Senhor dos Passos, foi restaurado e recolocado na Igreja a 13 de Maio de 2017 (1º Centenário de Fátima). Existe um retábulo das Almas, também restaurado e recolocado na Igreja que tem uma placa com a inscrição: Este retábulo, oriundo da capela de Santa Barbara, foi restaurado e recolocado na Igreja a 13 de Maio de 2017 (1º Centenário de Fátima). Sobre este retábulo farei referência na próxima crónica. Se no interior foram suceden-
P edra de A rmas
do obras de conservação, também o adro tem merecido obras urbanísticas. O caminho Poente foi alargado e implicitamente o adro encurtou e as velhas austrálias foram substituídas por oliveiras e outras árvores e arbustos, o portão no topo Norte passou para poente, o banco Poente da mesa de audiências desapareceu e o piso foi empedrado, etc. O arranjo urbanístico do adro foi concretizado em 1987, com um subsídio atribuído pela camara de S. Tirso á Comissão da Fábrica da Igreja. O velho relógio mecânico foi substituído por um mais moderno, que também foi substituído em 1998 (?), aquando das obras de pintura exterior da Igreja, muros e caleiras, entre outras intervenções, por um automático que para além das horas e quartos de hora, tocas os sinos para diferentes cerimónias. A preservação do património religioso é muito relevante para os guidoenses, gente obreira e orgulhosos quando falam da grandiosidade da sua igreja e do seu património, por isso nunca regateiam esforços para as obras de manutenção e preservação do património nunca parem. Existem outras intervenções e doações ainda não documentadas, pelo que não faço referência.
14 O NOTÍCIAS DA TROFA
25 de junho de 2020
Desporto
Necrologia Ribeirão - VNFamalicão
S. Martinho de Bougado
Guilhermina Ferreira da Silva faleceu no dia 8 de junho com 93 anos.
Aires da Costa Carvalho faleceu no dia 14 de junho com 88 anos. Casado com Palmira Rodrigues da Costa
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Agência Funerária Trofense, Lda
Calendário - VNFamalicão
S. Martinho de Bougado
Augusto Silva faleceu no dia 15 de junho com 83 anos.
Maria de Lurdes Barbosa da Silva no dia 15 de junho com 69 anos. Solteira.
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Agência Funerária Trofense, Lda
Ribeirão - VNFamalicão
S. Martinho de Bougado
Ricardo José Moreira Torres faleceu no dia 17 de junho com 39 anos. Casado com Catarina Filipa Carneiro Leal
Eduardo Pereira da Silvano dia 20 de junho com 77 anos. Casado com Deolinda Rodrigues da Costa
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Treinos de captação na formação já começaram no Bougadense No Parque de Jogos da Ribeira só entra quem tiver febre do futebol, porque a outra fica à porta, sinalizada pelo termómetro que começou a funcionar a 15 de junho, no arranque da preparação da nova temporada 2020/2021 do Atlético Clube Bougadense. CÁTIA VELOSO Os trabalhos começaram com os treinos de captação do escalão de juniores. A vontade de voltar aos relvados e as garantias dadas pela direção do clube foram mais fortes do que o medo, a julgar pela adesão dos jogadores. “Foi o apelo que fizemos aos pais, para que confiem em nós”, referiu Tiago Velhos ao NT e à TrofaTv. O treinador da equipa sénior, que garantiu permanência por mais uma temporada, assumiu também o cargo de coordenador das camadas jovens, cujos treinos estão definidos para que os escalões não se juntem. Entre outras medidas, tomadas em virtude das diretrizes da Associação de Futebol do Porto e da Direção-Geral da Saúde, o clube estipulou “a medição da temperatura na entrada do recinto, a proibição dos pais de assistir aos treinos e a obrigatoriedade de cada jogador vir equipado de casa e trazer a própria garrafa de água”. Mais complexo é o “distanciamento social no treino”, mas para cumprir a norma os treinadores planificaram treinos específicos para que não haja, nestes primeiros tempos, exercícios em contexto de jogo. O objetivo para o trabalho realizado no departamento forma-
ção passa, segundo Tiago Velhos, jetou Tiago Velhos. As dificuldades que a pandemia por “formar os jogadores do ponto de vista desportivo e cívico” e veio trazer para a sociedade são alimentar ambições. “Queremos sentidas no seio associativo e as fifazê-los acreditar que, apesar de nanceiras são as que mais preocuestarem num clube como o Bou- pam a direção do clube. “O Bougadense, é possível subir patama- gadense vive do apoio dado peres, desde que se faça um traba- los patrocinadores e estamos agolho com dedicação e humildade. E ra numa conjuntura difícil. O que estou convicto de que, se eles se- peço é que os bougadenses conguirem as nossas regras e os nos- tinuem a ajudar para fazermos o sos conselhos, eles podem conse- nosso trabalho, porque estamos guir os seus objetivos. O sonho co- aqui por gosto, pelo amor ao clumanda a vida e nós não sabemos be e com o objetivo de fomentar como é o dia de amanhã”, susten- a prática desportiva nas dezenas de jovens que vestem a nossa catou o coordenador. André Fernandes, vice-presi- misola”, apelou André Fernandes. dente do AC Bougadense, expliDefinida data provisória para cou que a direção colocou Tiago início da competição sénior Velhos a comandar o departamenDevido à pandemia de Co to de formação, porque o treinador “dá garantias de conhecimen- vid-19, os campeonatos da Assoto de métodos de trabalho para ciação de Futebol do Porto (AFP) que esta seja mais uma época po- foram suspensos, em março. Na sitiva”. “Ficamos muito satisfeitos altura, a equipa sénior do Bougacom os resultados que obtivemos dense ocupava o 13.º lugar na sédesde que ele veio para o clube rie 2 da Divisão de Honra. Entretanto, a AFP definiu, proe logo que a pandemia obrigou ao cancelamento dos campeona- visoriamente, o calendário de artos, começamos a preparar a nova ranque das competições seniores, sendo que a Divisão de Honra detemporada”, revelou. Quanto à equipa sénior, o tra- verá iniciar a 11 de outubro. Como balho de construção do plantel plano B, a AFP decretou uma data já vai em estado avançado. Tiago alternativa, em caso de necessiVelhos anunciou que os treinos da dade de adiamento, estipulando equipa “começam a 18 de julho” e o dia 25 de outubro para o comeque o plantel “está praticamente ço da mesma divisão. O formato e calendário das fechado”. Cerca de “80 por cento” dos jogadores renovaram vín- competições podem ainda ser culo com o clube, houve regressos objeto de alteração, por força da e aquisições de atletas que esta- data a ser permitida pela Direçãovam “referenciados” pelo treina- -Geral de Saúde (DGS) para a redor. “Queremos fazer uma época toma de jogos e também do catranquila, garantindo a manuten- lendário nacional definido pela ção o mais rápido possível”, pro- Federação Portuguesa de Futebol.
Ribeirão - VNFamalicão
S. Romão do Coronado
Manoel Carneiro de Azevedo faleceu no dia 19 de junho com 88 anos. Viúvo de Maria Benilde Azevedo
Maria Olinda Ferreira da Silva faleceu no dia 23 de junho com 90 anos. Viúva de Aires Reis Marombal.
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Agência Funerária Trofense, Lda
Ribeirão - VNFamalicão
Santiago de Bougado
Carlos Manuel de Azevedo Castro faleceu no dia 22 de junho com 46 anos.
António da Silva Matos faleceu no dia 20 de junho com 83 anos. Casado com Olinda Azevedo Ribeiro
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Alvarelhos Juliana Maria Alves Silva Araújo Branquinho faleceu no dia 18 de junho com 37 anos. Casada com Saul Heitor Branquinho Rocha Funerárias, Lda
Muro Maria Carmen Alves da Silva faleceu no dia 14 de junho com 78 anos. Casada com Firmino Brito da Costa Rocha Funerárias, Lda
Alvarelhos Isabel Maria de Sousa Maia faleceu no dia 15 de junho com 40 anos.
Rocha Funerárias, Lda
Rocha Funerárias, Lda
25 de junho de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
Assine ou ofereça o NT por 13 euros
Sudoku
15
Atualidade
Numa ação que pretende contribuir para ocupar, com qualidade, o tempo livre dos mais velhos do concelho, O Notícias da Trofa decidiu lançar uma campanha de novos assinantes com idade igual ou superior a 60 anos, com um desconto na primeira anuidade de 5,5 euros. Ou seja, em vez de pagar os habituais 18,5 euros, o novo assinante paga 13 euros e passa a receber, comodamente, o jornal em casa. Para mais informações, pode contactar-nos através do telefone, para 252 414 714, ou do email, para
Farmácias Dia 25 Farmácia Moreira Padrão Dia 26 Farmácia de Ribeirão Dia 27 Farmácia Trofense Dia 28 Farmácia Barreto Dia 29 Farmácia Nova Dia 30 Farmácia Moreira Padrão Dia 1 Farmácia de Ribeirão Dia 2 Farmácia Trofense Dia 3 Farmácia Barreto Dia 4 Farmácia Nova Dia 5 Farmácia Moreira Padrão Dia 6 Farmácia de Ribeirão Dia 7 Farmácia Trofense Dia 8 Farmácia Barreto Dia 9 Farmácia Nova
Quebra-cabeças Um caracol rasteja 3 metros para subir uma parede de um prédio durante o dia. Depois de todo esse trabalho, ele para para descansar um pouco... até adormecer! Na manhã seguinte, ele acorda e percebe que escorregou um metro para baixo enquanto dormia. Se isso acontecer todos os dias, quantos dias serão necessários para que o caracol atinja o topo de uma parede com 35 metros de altura?
Soluções da edição anterior
Solução do quebra-cabeças da edição anterior: Para encontrar um par, o Sr. João deve pegar pelo menos 2 luvas. Mas, se ele pega as 2 luvas sem olhar, então elas podem ser de cores diferentes. Se ele pega 3 luvas sem olhar, então existem somente 2 possibilidades: todas as 3 luvas são da mesma cor, ou 2 luvas são da mesma cor e uma é de uma cor diferente. Ambas possibilidades garantem que o Sr. João obtenha um par de luvas da mesma cor. Portanto, o Sr. João deve no mínimo pegar 3 luvas para se certificar de que encontrou um par da mesma cor.
Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700 GNR da Trofa 252 499 180 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520 Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060
F icha T écnica Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: We do com unipessoal, Lda. Redação: Cátia Veloso, Magda Machado de Araújo Colaboradores: Atanagildo Lobo, Jaime Toga, José Moreira da Silva, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Cátia Veloso e Magda Araújo | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda., Rua de S, Brás, n.º 1 Gualtar, Braga| Assinatura anual: Continente: 18,50 euros; Extra europa: 45 euros; Europa: 35 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,70 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Sede e Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: We do com unipessoal, Lda. NIF.: 506 529 002 Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 100 % do capital: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.
25 de junho de 2020
16
25 de junho de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
Atualidade
Mais de cem pessoas recorreram a fundo de emergência alimentar em maio
A delegação da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa divulgou os apoios concedidos pela instituição durante o mês de maio. CÁTIA VELOSO
“O número de alimentos do frigorífico solidário e os apoios de emergência alimentar mantiveram níveis elevados, e aumentou o número de apoios de medicação”, sublinhou a delegação, em comunicado. Apesar de terem baixado relativamente a abril, quando o número de pessoas apoiadas pelo fundo de emergência alimentar quase triplicou, os dados
referentes a maio dão conta tas. Em tempos de pandede que 110 pessoas neces- mia é ainda mais imperasitaram de recorrer a este tivo prosseguirmos com a apoio da Cruz Vermelha, nossa missão”, sublinhou a que conseguiu disponibili- delegação. Recorde-se que, em dezar 1951 bens alimentares. Nos frigoríficos solidários, clarações dadas ao NT em localizados no Muro e em S. abril, a delegação da TroRomão do Coronado, foram fa da Cruz Vermelha relatou que os pedidos crescolocados 1765 alimentos. Ao nível de medicamen- centes de ajuda surgiram tos e ajudas técnicas, a Cruz de pessoas e famílias “que Vermelha da Trofa registou perderam rendimento por um aumento de 26 para 48 ação da pandemia associada à Covid-19, ou por perapoios, entre abril e maio. “O mês pode mudar mas da de emprego, ou fruto de nós continuamos a cum- outras situações, designaprir a nossa missão e a co- damente layoff”. Há, segundo a instituição munidade ajudar. Mas, só com apoio é que conse - “um número significativo de guimos alcançar estas me- estrangeiros”, principal-
mente imigrantes oriundos do Brasil e da Venezuela, que por se encontrarem à data do início da pandemia em situações já de grande precariedade laboral, foram os primeiros a ser alvo de um processo de despedimento por parte das empresas nas quais laboravam. Mas esta crise afetou também famílias que, antes, nunca tinham pedido apoio e por serem também afetadas ao nível dos rendimentos, acabaram, regra geral, sinalizados por outras entidades e encaminhados para a Cruz Vermelha para beneficiarem das respostas sociais.
Desemprego continua a subir Segundo os dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional, o desemprego continua a crescer. Na Trofa, comparativamente com o mês anterior, maio registou quase mais cem pessoas sem emprego, para um total de 1703, num aumento de seis por cento. Quando comparado com fevereiro, mês em que o número de desempregados é o mais baixo dos últimos anos, o crescimento foi de quase 70 por cento. Em Portugal, o desemprego em maio aumentou 34 por cento, face ao mesmo mês do ano anterior, para um total de quase 409 mil pessoas inscritas nos centros de emprego. C.V.
Trofa em raio-X
A festa de S. João de Guidões não foi, quase, como manda a tradição. Quase, porque há coisas que, com ou sem pandemias, se cumprem, religiosamente, como o mistério dos vasos que, na manhã de 24 de junho, aparecem jun-
to da Igreja de Guidões. À redação do NT chegaram imagens que comprovam que o esforço de manter a tradição viva e celebrar o santo popular foi conseguida com sucesso. Quase 30 vasos “surrupiados” de casas de
meninas casadoiras ajudaram a embelezar a zona envolvente ao templo. Quem foi? Não podemos dizer, promessa feita ao S. João, para que 2021 nos traga, de novo, aquela festa que só o povo guidoense sabe fazer. C.V.