Quinzenário | 23 de julho de 2020 | Nº 722 Ano 17 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €
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4 milhões para corredor ciclável e pedonal do Coronado
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Coronado e Muro dão boas-vindas a novos padres //PÁG. 3
Movimento entrega chave da freguesia ao pároco
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Ameaçada de morte ao ser confundida com dona de canil ilegal pub
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Atirou-se à água para apanhar cana de pesca e teve de ser resgatado O episódio teve um final feliz, mas podia ter sido mais do que um susto. Cerca das 16h30 de 16 de julho, os Bombeiros Voluntários da Trofa receberam um alerta que dava conta de que um homem tinha caído ao Rio Ave, em Bairros. CÁTIA VELOSO Alegadamente, numa jornada de pesca, o homem viu a cana ser levada pela corrente e ter-se-á atirado à água para a recuperar. Só que perdeu as forças e agarrou-se a uns ramos de árvores. “De imediato, acionamos para o local três elementos da equipa náutica para podermos resgatar o pescador e, quando chegamos ao local, verificamos que ele se encontrava na margem oposta, onde populares, que já lá se encontravam,
acabaram por resgatá-lo”, explicou o segundo comandante dos Bombeiros Voluntários da Trofa, Filipe Coutinho. Visivelmente cansado, mas sem ferimentos, o homem necessitou da ajuda dos populares e dos bombeiros para atravessar a margem, feita através do caneiro junto à Azenha de Bairros. Nestes dias, têm sido publicadas nas redes sociais várias fotografias de grupos a refrescarem-se no rio, o que torna necessário reforçar os apelos para não se descurar a segurança. “As pessoas devem ter noção de que o Rio Ave, embora pareça muito calmo, tem muita corrente e é perigoso. É sempre possível desfrutar dele para um mergulho, mas sempre com muito cuidado”, aconselhou Filipe Coutinho.
Homem foi ajudado por jovens que estavam perto
Menino ferido enquanto brincava num portão Uma criança de cinco anos ficou ferida na sequência de um acidente junto ao portão traseiro da Escola Secundária da Trofa, na Rua Heliodoro Salgado, cerca das 19 horas de 15 de julho. O menino estaria a brincar com a mãe em cima do portão automático, quando, sem se aperceber, a estrutura começou a deslizar, prendendo o pé da criança. Socorrido pelos Bombeiros Voluntários da Trofa, o menino, que aparentava ter sofrido uma fratura no pé, foi transportado para a unidade de Vila Nova de Famalicão do Centro Hospitalar do Médio Ave.
Criança foi transportada para a unidade de famalicão do CHMA
Meteorologia
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Movimento “entrega” chave da freguesia ao padre Ramos O Movimento Contra o Ater- dente da Junta de Freguesia, duro de Covelas considera que rante a vigília, que aconteceu na José Ramos, pela “voz incómo- noite de sábado, 18 de julho. Doda” que foi contra a construção mingos Faria, membro do Movida estrutura, foi “o presidente mento, criticou a postura do autarda Junta” no lugar de Feliciano ca covelense, por se ter colocado Castro. O autarca esteve pre- “do lado da Câmara” nas reuniões sente no momento simbólico que aconteceram na sede da Junpara mostrar apoio ao pároco, ta. “Aquelas reuniões serviram alvo de difamações, e dizer que, para nos desmotivar”, acrescenpedir aos manifestantes que re- tou o manifestante, referindo aintirem as tarjas de protesto, sob da que “quase podia jurar” que pena de “obrigado” a “mandar se o Movimento não existisse e a retirar”. CÁTIA VELOSO/A. COSTA população “não levantasse a voz, o aterro estava garantido”. “Não De chave ao peito e com deze- somos salvadores da pátria, mas nas de pessoas em vigília, mos- não acreditem que o presidente trando solidariedade pelos ata- da Câmara passou para no nosso ques difamatórios de que tem sido lado”, sublinhou Domingos Faria. Presente na vigília, Feliciano alvo, em forma de cartas anónimas dirigidas ao bispo do Porto, Castro mostrou-se “ao lado do padre Ramos”, de quem não tem o pároco de Covelas, José Ramos reiterou aquilo que pensa do pro- nada a dizer “contra”, e lamencesso relativo ao aterro de Cove- tou “as cartas anónimas que chelas: “Vencemos uma batalha, mas garam ao senhor bispo”, mas considerou que o sacerdote “expôsnão vencemos a guerra”. A chave, entregue pelo Movi- -se um bocado”. O autarca aproveitou a ocasião mento Contra o Aterro, foi-lhe entregue simbolicamente, por- e a presença do Movimento na vique, para os manifestantes, José gília para pedir a retirada das tarRamos foi “o presidente da jun- jas de protesto contra o aterro. “A ta de freguesia” durante o perío- CCDR-N rejeitou a vinda do aterdo de contestação sobre a vinda ro para Covelas. Este é um pondaquela estrutura para Covelas. to encerrado, por isso acho que “Não acha que o padre Ramos não não vale a pena continuar a fazer fez o seu lugar?”, perguntou uma manifestações nem faz sentido popular a Feliciano Castro, presi- as tarjas continuarem colocadas.
Covelences consideram que Padre R amos foi o presidente da Junta no processo do aterro te da Câmara Municipal, Sérgio Se não o fizerem, sou obrigado, e devem permanecer”. Domingos Faria rejeita a reti- Humberto, “não se apresentar como presidente de Junta, a manrada das lonas, sublinhando que em Covelas e disser que não vem dar retirar”, postulou. Opinião contrária têm os mem- “num país democrático” o direito à nada para Covelas”. “Eu não tiro bros do Movimento e populares liberdade de expressão não pode tarjas, eu meto tarjas, porque o que se pronunciaram a favor da ser colocado em causa. “Deixa-as presidente da Câmara disse-me, manutenção das tarjas. “Não acha estar onde estão, porque tu és o numa reunião antes da manifestamais educado tirar as faixas quan- presidente da Junta, não és o dono ção na Trofa, que se o aterro não do o presidente da Câmara nos da freguesia”, respondeu o mani- vier para aqui, vai para ali, ali ou ali, mas vai para Covelas. Fezvier pedir desculpa?”, atirou uma festante a Feliciano Castro. Já Miguel Moreira, outro dos -me um desenho numa folha A4”, moradora, numa intervenção que mereceu aplausos dos presentes. elementos do Movimento, opôs- referiu, avisando que, no dia em Outra popular defendeu que as -se à retirada das mensagens de que não se poderem colocar tartarjas “não incomodam ninguém protesto, enquanto o presiden- jas, “pintam-se paredes”.
Incêndio consumiu 15 hectares de floresta Cerca de 15 hectares de área florestal foram consumidos pelas chamas, num incêndio que deflagrou em S. Mamede do Coronado. No combate ao incêndio, uma viatura dos Bombeiros da Trofa sofreu um acidente. CÁTIA VELOSO/HERMANO MARTINS
Cerca de 15 hectares de área florestal foram consumidos por um incêndio que começou a lavrar, durante a tarde de 12 de julho, na zona de Trinaterra, S. Mamede do Coronado. Depois do primeiro combate às chamas, os Bombeiros Voluntários da Trofa tiveram de manter os meios empenhados durante o dia seguinte, devido aos reacendimentos. As chamas chegaram perto de habitações, obrigando a uma “uma intervenção musculada” dos opera-
Viaturas estavam abandonadas e arderam completamente cionais. “Fizemos deslocar para esse local meios de proteção urbana, para garantir perímetros para habitações e depois iniciar o combate à zona florestal”, ex-
plicou João Pedro Goulart, comandante dos Bombeiros Voluntários da Trofa. Durante o período de rescaldo, registaram-se “reativações” de-
comandante da corporação. Foi nessa altura que uma das viaturas de combate tombou, não provocando ferimentos no bombeiro que a conduzia. “O terreno era instável e a viatura perdeu aderência, o que fez com que tombasse”, relatou João Pedro Goulart, que espera que o veículo esteja operacional “num curto espaço de tempo”. No combate às chamas estiveram 68 operacionais, apoiados por 11 veículos. De danos materiais, há a registar a destruição de “duas viaturas que estavam abandonadas na área de circulação”. “Apesar de uma habitação devoluvido a “alguns detritos deposita- ta que existe na área florestal, não dos na área florestal”, nomeada- temos registo de qualquer dano mente, “plásticos e pneus”, que em habitações ou anexos contí“dificultaram o combate e extin- guos”, declarou o comandante. ção do incêndio”, acrescentou o
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Ameaçada de morte ao ser confundida com dona de canil ilegal Pela coincidência de partilhar o mesmo nome com uma das donas de um dos abrigos ilegais de animais que, no passado fim de semana, foi afetado por um incêndio, na Serra da Agrela, que matou mais de meia centena de cães e gatos, Alexandra Santos viu-se envolvida num equívoco que já atingiu proporções gigantescas. No domingo ao final do dia, a professora e poetisa, de S. Romão do Coronado, fez um comunicado no Facebook a dar conta de que, também naquela plataforma digital, a identificaram como sendo a proprietária de um dos canis ilegais. “Andaram a colocar fotos minhas como proprietária desse canil e estou neste momento a receber mensagens de ódio e de morte. Nunca na minha vida tive um canil e não tenho nada a ver com o sucedido. Nunca na minha vida fui tão insultada e difamada”, escreveu a romanense. Inicialmente, Alexandra Santos não percebia a razão daquelas mensagens, mas foi sendo alertada por amigos e conhecidos que viram a sua fotografia par-
João Teixeira da Cruz
CRÓNICA O ABC da negociação
A lexandra Santos recebeu visita da GNR por causa de engano tilhada e identificada como sendo dona do canil ilegal Cantinho das Quatro Patas, para onde centenas de pessoas se deslocaram no domingo para resgatar os animais que sobreviveram ao incêndio. Apesar de ver o apelo partilhado mais de 400 vezes, Alexandra Santos continuou a ser alvo de ameaças e mensagens de ódio. Esta terça-feira, inclusive, recebeu uma que a fez deslocar-se de imediato à polícia. “Uma senhora disse que não estava a ameaçar, e que era um facto que eu ia morrer carbonizada. Disse que era uma questão de data e hora. Tive medo”, relatou a escritora ao JN.
Além disso, também no mesmo dia recebeu a visita da Guarda Nacional Republicana, que quis saber quantos animais tinha em casa. “Parece que receberam uma queixa nas redes sociais deles, a dizer que eu era a dona do canil”, referiu à mesma publicação. Além de professora, Alexandra Santos é poetisa e já publicou algumas obras, como “Palavras Sussuradas”, tendo também escrito os contos que dão vida às aventuras do Trofi, a mascote do Clube Slotcar da Trofa. Nos últimos anos, a romanense tem estado a viver em S. Tomé e Príncipe, onde leciona. C.V.
GNR fiscaliza oficinas Na manhã de 14 de julho, duas dezenas de militares da Guarda Nacional Republicana efetuaram uma ação de fiscalização que visaram duas oficinas de automóveis, situadas em diferentes freguesias do concelho da Trofa. A ação realizada tinha em vista a fiscaliza- Duas oficinas foram fiscalizadas litares de diferentes valências do Destacação de ilícitos de foro criminal e ambienmento Territorial de Santo Tirso da GNR. tal, tendo sido levantados 20 autos relatiA Guarda Nacional Republicana tem vos a contraordenações por ausência de como objetivo continuar a efetuar ações inspeção e seguro e estacionamento abude fiscalização e controlo deste tipo de sivo na via pública. espaços. Para esta ação foram empenhados 20 mi-
Números redondos, o valor que separa um não de um sim, é 1.600.000,00€. Em Dezembro de 2017, 400.000,00€ eram motivo para não encetar negociações. Em Maio de 2020, ficamos a saber que 2.000.000,00€ foram suficientes para garantir uma posição favorável, durante o processo de negociação do aterro sanitário de Covelas. Vamos a factos, porque a História é feita de factos, e, se há momento que ficará para a História da Trofa, é este. Em primeiro lugar, em qualquer negócio, existe um comprador e um vendedor, condição essencial para realização do ajuste. Se a Resinorte não tivesse demonstrado vontade de vender, e se a Câmara Municipal da Trofa, não tivesse vontade de comprar, as negociações não avançariam. Em segundo lugar, o processo de licenciamento de um aterro sanitário, moderadamente apelidado de unidade de confinamento técnico, não é um processo unilateral. Envolve várias entidades administrativas e institucionais. Tome como exemplo, caro leitor, o processo de licenciamento para construção de uma casa. Proponho um exercício de objetividade, em ordem de grandeza. Se uma habitação, uma simples casa, precisa que o processo de licença de construção seja emitido pela Câmara Municipal, que dizer de um processo de licenciamento de um aterro sanitário? Uma unidade como um aterro passa ao lado do Executivo de uma Câmara Municipal? A Câmara Municipal da Trofa, é completamente alheia ao licenciamento de uma infraestrutura desta natureza? A Câmara Municipal da Trofa, não tem de fazer com o proponente, ao caso Resinorte, o mesmo que qualquer um de nós faz, durante o processo de licenciamento de uma habitação? Não tem de entregar documentação que suporte e sustente o processo de licenciamento junto das restantes entidades que fazem parte desse processo? Todas estas questões tiveram uma resposta que nos foi dada a conhecer pela comunicação social, não pela boca de nenhum membro do Executivo da Câmara Municipal da Trofa. Em terceiro lugar, o senhor Vice-presidente da Câmara Municipal da Trofa, António Azevedo, no passado dia 21 de Junho, na Abelheira, afirmou diante da população que a autarquia tinha recebido um pedido de licenciamento, para construção de uma fábrica de fertilizantes. O mesmo senhor Vice-presidente, António Azevedo, garantiu que a fábrica não iria ser construída porque não teve aprovação por parte do Executivo. Tal decisão foi tomada em poucos dias, palavras do senhor Vice-presidente. Posto isto, urge uma questão. Se o executivo camarário foi célere na resposta ao pedido de licenciamento da fábrica de fertilizantes, o que aconteceu entre Dezembro de 2017 e Maio de 2020, com o projeto de licenciamento do aterro sanitário de Covelas? Em quarto lugar, o “inimigo” Resinorte. A Resinorte, é uma empresa do grupo EGF, integrada no grupo Mota-Engil. Para contextualização, a EGF - Empresa Geral de Fomento era uma empresa do Grupo Águas de Portugal, privatizada pelo Governo PPD-PSD/CDS -PP liderado por Pedro Passos Coelho. O grupo Mota-Engil, é um importante potentado industrial e comercial do nosso País. A Resinorte, uma empresa que tem a sua atividade económica reconhecida e juridicamente constituída como sociedade anônima, limita-se a atuar naquilo que lhe compete. Defende os seus interesses, assim como o Executivo do Município da Trofa defende os nossos. Pelo menos, é esse o meu entendimento. Numa altura do campeonato em que já se falava em passar a bola, passar a ideia de que, a Resinorte é “o inimigo”, é não ter ciência, nem decência. Se posição favorável ao aterro havia e se argumentos fortes apraziam, deveria o Executivo tê-la feito chegar de forma clara aos Trofenses, e não fazer jogos de cintura, dando o dito por não dito. Uma Trofa de futuro, vive na ânsia do futuro passar por aqui. Não é uma Trofa que queira abraçar uma infraestrutura como um aterro sanitário. Caso se entenda o contrário e, por justa contraposição, deve haver a coragem de o afirmar publicamente. Por último, na proximidade do local escolhido para o aterro sanitário, existem terrenos destinados à construção de pavilhões industriais, a famosa ALET - Área de Localização Empresarial da Trofa, área essa que teve, desde o início, o propósito de se tornar no segundo maior polo industrial de Portugal. O impacto negativo no preço desses terrenos e a existência do aterro sanitário na sua proximidade, com outras consequências, funcionaria como um repelente ao investimento, à atração de empresas, à criação de empregos, à criação de receita fiscal e ao desenvolvimento do comércio e indústria do concelho da Trofa. O senhor Presidente da Câmara Municipal da Trofa, Sérgio Humberto, percebeu que a sua intenção poderia castigá-lo nas urnas.
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PS considera que presidente “enganou população” e não tem condições para governar “Acho que ficou claro para os aqui a explicação para o facto de o trofenses quem enganou os tro- pedido de acesso aos documentos fenses”. Foi desta forma que o relativos a este processo ainda não Partido Socialista da Trofa, pela ter sido atendido pela autarquia: voz do vereador Amadeu Dias, “Até hoje não obtivemos resposta. reagiu às últimas informações Tivemos, sim, uma abertura por tornadas públicas acerca do pro- parte do vice-presidente da Câmacesso da construção de um ater- ra, que disse que poderíamos pedir, ro sanitário na freguesia de Co- em sede de Câmara, alguns docuvelas. CÁTIA VELOSO mentos, porque outros eram confidenciais e está mais do que provaEm causa estão documentos as- do por que é que alguns eram consinados pelo presidente da Câma- fidenciais”. Com a prova de que, ao contrára Municipal da Trofa, Sérgio Humberto, a solicitar à CCDR-N a desa- rio do que disse, Sérgio Humberto fetação de uma área de terreno da e a Câmara Municipal envidaram Reserva Ecológica Nacional, de 6,8 esforços no sentido de concretizar hectares totalmente incluídos na o projeto do aterro sanitário, Amatipologia cabeceiras de linha de deu Dias defende que o presidente água, na zona onde a Resinorte pre- da Câmara não tem condições para governar e que se exige, “no mínitende construir o aterro. Para fundamentar este pedido, é mo”, um “pedido de desculpas púsalientado que, com vista a esta pre- blico aos covelenses e a todos os tensão, a Câmara Municipal da Tro- trofenses”. Os socialistas reclamam ainda fa promoveu uma alteração ao regulamento do Plano Diretor Muni- uma ação por parte das comissões cipal, num procedimento que, para políticas concelhias do PSD e do os socialistas, demonstra que o pre- CDS. “É muito difícil acreditar que, sidente da Câmara “manipulou” a pelo menos, o presidente do PSD Trofa, que é adjunto do presidente população. “Como é que alguém que inicia da Câmara e trabalha diariamenum processo em 2019, faz um pedi- te com ele, não soubesse do que do de desafetação de terrenos da se está a passar. Se assim é, o preREN em 17 de fevereiro de 2020, sidente de Câmara não só engana sustentando esse pedido com o os trofenses, como ludibria e enculminar de um contrato de com- gana os seus colegas de partido”, promisso com a Resinorte, vem de- sublinhou. O NT sabe que o parecer desfapois dizer que é contra o aterro? Só pode ser para enganar e manipu- vorável da CCDR-N ao pedido de lar a população até às eleições”, re- licenciamento do aterro sanitário feriu Amadeu Dias, vereador do PS surgiu dias depois de uma comuna autarquia, numa conferência de nicação da Câmara Municipal a soimprensa realizada junto ao terre- licitar a esta entidade para aguarno onde estava prevista a constru- dar pela nova designação do solo prevista na nova versão do Plano ção do aterro, a 10 de julho. Amadeu Dias considera que está Diretor Municipal, cujos trabalhos
ASCOR
CONVOCATÓRIA José de Oliveira Barbosa, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da ASCOR – Associação de Solidariedade Social do Coronado, vem nos termos do nº. 2 do artº. 30º. dos Estatutos, convocar todos os associados para uma ASSEMBLEIA GERAL extraordinária a realizar na sua sede na Rua do Horizonte, 1008, São Romão do Coronado, no próximo dia 29 de julho (quarta-feira) pelas 21 horas, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS 1. Apreciação e discussão da precária situação da Associação face à pandemia e tomar medidas sobre a sua forma de funcionamento durante este período. 2. Outros assuntos de interesse para a Associação. São Romão do Coronado, 15 de julho de 2020. O Presidente da Mesa, José Oliveira Barbosa NOTA: Se à hora marcada, não estiver presente a maioria dos associados, a assembleia realizar-se-á 30 minutos depois, com o número de associados presentes. Por causa da pandemia da COVID19, todos os associados terão de usar máscara dentro das instalações da Associação.
de alteração decorrem, deixando em aberto a possibilidade de voltar a formalizar o pedido. O NT pediu uma reação ao presidente da Câmara Municipal da Trofa à posição do PS Trofa, mas não obteve resposta. BE pede ao ministro que solicite “fiscalização” à Câmara Os deputados do Bloco de Esquerda eleitos pelo círculo do Porto, Maria Manuel Rola, José Soeiro e Luís Monteiro, pretendem que o ministro do Ambiente solicite “uma Os socialistas reclamam uma ação por parte das comissões políticas concelhias inspeção” à “atuação da Câmara Municipal da Trofa”, no que consi- do território existente, lesando po- uma intervenção coerente, rigoroderam ser uma “tentativa de ultra- pulações e o território”, referiram sa e séria, mostrando-se sempre passar a legislação do ordenamen- os deputados num comunicado en- solidária em defesa, e ao lado das to do território”. populações, independentemente viado ao NT. Os deputados referem-se ao peda atenção mediática”, argumentou. dido da autarquia da Trofa feito à A coligação criticou também CDU critica “posição CCDR-N, em fevereiro deste ano, quem usou da “difamação, mesmo de sobranceria” do executivo para “a desafetação do terreno da através de cartas anónimas”, e da e repudia difamações classificação de Reserva Ecológica “perseguição”, mostra de que, conNacional (REN)” e “à alteração do A CDU Trofa também se mani- sidera, “não sabe lidar com oposiPlano Diretor Municipal de forma a festou ao desfecho deste capítulo ção”. “Demonstra uma falta de caadaptar os instrumentos de ordena- relacionado com o aterro sanitá- rácter e sentido de serviço públimento do território à vontade de ins- rio de Covelas, sublinhando que co”, acrescenta. talação da Resinorte” de um aterro “vale a pena lutar” e que “quanSobre o executivo camarário, a na freguesia de Covelas. do os trofenses se unem em torno CDU refere que, “este processo “O Bloco de Esquerda entende de uma causa justa, se conseguem veio, mais uma vez, demonstrar que este e outros casos de licencia- avanços”. que assume uma posição de somento de empreendimentos que se Em comunicado, a coligação sus- branceria, não partilhando inforsobrepõe aos instrumentos de pro- tentada pelo PCP e Os Verdes rei- mações, trabalhando de forma opateção e de ordenamento de terri- terou que foram os deputados elei- ca e não informando nem defendentório não podem prosseguir e que tos pelo PCP no Porto que, “logo do as populações”. deve existir capacidade de fiscali- no início do processo, e ainda anSublinhando que “vale a pena luzação e de travar este tipo de situa- tes de qualquer movimentação po- tar”, a CDU incentiva a população ções que lesam o bem comum e que pular”, questionaram o Ministério a reivindicar “por melhores condiincorrem em atuações abusivas re- do Ambiente, no sentido de perce- ções, de vida e de emprego, na luta lativamente à lei, nomeadamente, ber que novas infraestruturas rela- de todos os dias, à porta das fábrie neste caso, por parte dos muni- cionados com tratamento de resí- cas e das empresas, na rua e nas cípios que atropelam e tentam apa- duos estavam previstas para o dis- escolas e contra o aterro sanitário gar as classificações de proteção trito. “A CDU sempre se pautou por e pela vinda do Metro para a Trofa”.
S.Romão do Coronado
GNR identifica alegado ladrão de vídeo-porteiros Um homem de 48 anos, residente em Vizela, foi identificado pela GNR da Trofa, por ter na sua posse seis vídeo-porteiros alegadamente furtados de habitações próximas onde se encontrava, em S. Romão do Coronado. Cerca das 23h30 de 14 de julho, chegou ao posto da Guarda uma denúncia acerca de “movimentações suspeitas de um indivíduo” na via pública. Quando chegaram ao local, os militares abordaram o homem, que lhes terá dito, inicialmente, que estava a fazer os caminhos de Santiago. Perante os relatos de populares de que o indivíduo estaria a causar danos numa habitação, os militares procederam à identificação do homem, solicitando que este abrisse a mochila que trazia consigo e que, no interior, verificaram, estavam seis vídeo-porteiros (equipamentos que filmam quem toca na campainha) e várias fotocélulas detetoras de movimento. Na sequência das diligências, o homem, referenciado por problemas de alcoolismo, foi identificado.
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Investigador distinguido pela Federação Europeia de Materiais Direitos reservados
José Calheiros
Escrita com Norte Desistir da Vida
João T edim considera que este prémio é o reconhecimento do seu trabalho O trofense João Tedim, investigador do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro, foi agraciado com mais uma distinção pelo trabalho feito ao nível do desenvolvimento de revestimentos funcionais para substratos metálicos usados na indústria automóvel, aeronáutica e marítima. CÁTIA VELOSO “Estou muito contente porque este prémio é um reconhecimento da qualidade do nosso trabalho. Não obstante ser um prémio individual, reflete o trabalho de uma equipa com cerca de 20 elementos, entre professores, investigadores, alunos de doutoramento e mestrado”. Foi desta forma que o trofense João Tedim, professor do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica e investigador do CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro, reagiu à distinção recebida por parte do Comité Executivo da Federação Euro-
peia de Materiais (FEMs). O Prémio Comunicação de Excelência em Ciência e Engenharia de Materiais foi-lhe entregue, em ex-aequo com Manuel Mendes, professor da Universidade Nova de Lisboa e investigador do CENIMAT/ i3N, a 15 de julho. Este reconhecimento destaca, além da qualidade da investigação, a capacidade de a comunicar a diferentes públicos. Natural de S. Martinho de Bougado, João Tedim tem-se destacado na área do desenvolvimento de revestimentos funcionais para substratos metálicos usados na indústria automóvel, aeronáutica e marítima. O seu trabalho passa por “desenvolver aditivos que melhorem o desempenho de revestimentos protetores para esses metais” e tem contribuído para “o desenvolvimento de novos aditivos e também na transferência dessa tecnologia para a área industrial”, como explicou ao jornal O Notícias da
Trofa, numa entrevista em 2017, quando recebeu a Medalha Carl Wagner de Excelência em Engenharia Eletroquímica, atribuída pelo Grupo de Engenharia Eletroquímica da Federação Europeia de Engenharia Química. “O nosso trabalho de investigação consiste no desenvolvimento de revestimentos funcionais para diferentes aplicações, incluindo anti-corrosão e anti-incrustação, realizado ao longo de mais de uma década no âmbito de diferentes projetos nacionais e europeus, em estreita colaboração com a indústria”, detalhou, entretanto, o investigador, que considera esta nova distinção como um “reforço da responsabilidade em comunicar mais e melhor com a sociedade, em mostrar a relevância e o impacto da investigação científica, bem como contribuir para um reforço do conhecimento e sensibilização das gerações mais jovens”.
Universitários recebem bolsas de estudo A empresa Savinor patrocinou, pelo terceiro ano consecutivo, a entrega de bolsas de estudo a estudantes universitários do concelho da Trofa. Os três jovens, a frequentar os cursos de Medicina, Enfermagem e Sociologia, receberam o apoio numa atividade simbólica que decorreu a 14
de julho, no Fórum Trofa XXI, no Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, promovida pela autarquia trofense. “Este ano, a Savinor decidiu apoiar alunos das áreas das ciências sociais e da saúde de forma a homenagear todos os profissionais que estão na linha da frente
no combate à pandemia da COVID-19”, António Isidoro, explicou o administrador da Soja de Portugal, grupo detentor da empresa sediada em S. Romão do Coronado. Foram ainda agraciados com bolsas de estudo mais seis universitários, estas entregues pela Câmara Municipal. C.V.
“Saber envelhecer!”. Esta frase, que esconde um conceito ou um estilo de vida, que supõe, penso eu, saber passar pelo tempo sem desistirmos de nós próprios, aplica-se como uma luva na minha pessoa. Quando fiz trinta anos, da minha mãe ouvi, de forma desprendida e objectiva, “Parece que ainda estás nos vintes, meu filho”, quando cheguei aos quarenta, disse-me que parecia que ainda estava nos trintas. Na semana passada, eu, com quarenta e seis anos, encontrei um amigo da minha geração, que já não via há muito tempo. Quando ele chamou por mim, não o reconheci de imediato, parecia-me um estranho com cinquenta e seis. Para me lembrar quem ele era, de forma discreta, fiz-lhe uma pergunta-chave, “Então tudo bem? Quem são os teus pais?”. E respondeu-me, “São o Tone e a Nela.” Identificado o João, trocámos uma palavras e como tudo o que se pensa não se deve dizer, para o animar, sem que ele me tivesse pedido, digo-lhe, “Se não estivesses careca, gordo e cara envelhecida, parecias ter a minha idade!”. De forma fraterna nos despedimos, ele virou-me as costas e eu respondi-lhe, “Até breve!”. Mas este “saber envelhecer”, não tem a ver apenas com um belo aspecto físico, há que aparentar maturidade. Po exemplo, continuo a abrir a porta às senhoras, a dar-lhes prioridade,..., e nunca ninguém me viu a estender roupa (aparentemente). Esta actividade exerço-a durante a madrugada, entre as três e as cinco horas, inicialmente de segunda a domingo, começando a fazê-lo desde há sete meses atrás apenas de segunda a quinta, porque num sábado de madrugada ia sendo apanhado a estender toalhas pelo meu vizinho, ainda jovem e que sai ao fim de semana! E como tenho a ideia que exercer qualquer actividade que termine em “er”, dá muito estilo, tornei-me, primeiro, “Blogger”, depois “Youtuber” e desde há dois anos sou “Crossfiter”, demonstrando nesta última actividade algum amadorismo, visto que ainda não sou depilado nem tatuado! Em suma, a vida corria-me bem, sem eu compreender como há gente com depressões e que reagem ao bom e ao mau, sem expressão... até ontem. Sábado, 18 de Agosto de 2020, Box “Crossfit Vale de Ave”, 12h55m. No intervalo de um exercício vejo um amigo (com cinquenta e seis anos, mesmo) na recepção e aproximo-me dele, momentos a seguir aproxima-se uma jovem, que estava a fazer a aula comigo, e virada para o meu amigo e apontando para mim, diz: - Olá pai! Eu não te disse que aqui no ginásio andava um senhor da tua idade. Deste amigo, que já não via há meses, a última vez que outros amigos me falaram dele foi para dizerem o quanto ele estava acabado! A aula para mim acabou, tomei banho, vesti-me, almocei sem sentir o sabor da comida, nem prazer na bebida, fui estender duas máquinas de roupa em plena luz do dia, desobedeci duas vezes à minha esposa, sem querer saber das consequências, e este texto foi “postado” como saiu, sem fazer nenhuma revisão,...
Clube Slotcar vai renumerar lista de sócios A 1 de agosto, o Clube Slotcar da Trofa vai proceder à renumeração da lista de associados. Num comunicado, a direção da associação explicou que, neste processo, “serão considerados para o efeito todos os que disponham das quotas pagas, com referência ao mês de janeiro de 2020”. “Poderão os interessados efetuar pagamentos por transferência bancária (IBAN PT50 0018 217002580418020 49) ou deslocar-se à Rua das Indústrias 220, Trofa entre as 17 e as 19 horas”, ou contactar o presidente da direção através do número 936675544, para mais informações. C.V.
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João Pedro Costa
CRÓNICA No concelho da Trofa: Parar para respirar As preocupações ambientais têm ganho importância à medida que sentimos que a sustentabilidade do planeta é afetada pelos nossos hábitos de vida. O período de confinamento e a diminuição de circulação de pessoas, com vista ao controlo da pandemia, deram uma pequena amostra do impacto que o ser humano realmente tem no meio ambiente. O planeta foi dando vários exemplos da sua rápida regeneração, que nos trouxeram sensações que há muito andavam afastadas da nossa memória! Temos vivido um período difícil e diferente nas nossas vidas: pela incerteza, pelo medo, porque nos afastou de pessoas e do convívio a que estávamos habituados, porque alterou drasticamente as nossas rotinas e nos deu tempo, muito tempo, para refletir e dar valor ao que realmente tem importância. Um momento de oportunidade para alterarmos hábitos e viver, no presente, pensando no legado que queremos deixar para os nossos filhos. Um bom exemplo do que pode ser a mudança para hábitos melhores foi a procura do “velhinho” meio de transporte: a bicicleta. Com registos de vendas recordes que levaram a uma rotura generalizada de stocks, um pouco por todo o lado. O impedimento para as outras atividades de recreio desportivas, nomeadamente as coletivas, como o futebol, entre outras, mas também pelo encerramento de ginásios, poderão ter sido as sementes determinantes na alteração do estilo de vida de muitos portugueses. A bicicleta tem tudo para dar certo. É sabido que a bicicleta leva a gigantescos ganhos ambientais, traduzidos na não emissão de poluentes e nos baixos índices de ruído. Tem um impacto enorme na melhoria da saúde dos utilizadores ao combater o sedentarismo e ao proporcionar exercício físico regular. Com um baixo custo de aquisição e de manutenção, facilidade de arrumação, torna-se assim, um excelente veículo para o descongestionamento das cidades, com vantagens diretas na qualidade de vida. Portugal demonstra um enorme atraso nesta matéria comparativamente a outros países, como por exemplo a Holanda, país que há muitos anos, procura incentivar e proporcionar a utilização deste meio de transporte. Para combater este atraso, Portugal, lançou há precisamente um ano, em julho de 2019, a meta da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável (ENMAC). Este programa prevê que Portugal tenha 10 mil quilómetros de ciclovia até 2030, construídos através de várias iniciativas de investimento, que ascendem a 300 milhões de euros do Portugal Ciclável. Assim, está em marcha a passagem dos atuais dois mil quilómetros de ciclovias existentes para o quíntuplo, estando abertas as “vias” para as autarquias se candidatarem a fundos de modo a convergirem para os objetivos desta medida. Esta iniciativa procura aumentar a percentagem de deslocações em bicicleta no território nacional de 1% para 7,5%, valor este que corresponde à atual média europeia, assim como reduzir para metade os acidentes na estrada com peões e ciclistas. Nesta estratégia destaca-se, ainda, a inclusão do ciclismo como matéria extracurricular do 1.º ciclo ao secundário, a avaliação do alargamento da cobertura do seguro escolar nas deslocações, o fomento de sistemas públicos de bicicletas partilhadas e a introdução de matéria específica nas escolas de condução, para consciencializar os alunos dos cuidados a ter na estrada com ciclistas e peões, elementos mais vulneráveis na rodovia. O Município da Trofa entrou no “pelotão de corrida” aos fundos disponibilizados pelo Governo Central, de modo a atenuar o atraso que tem neste tipo de políticas. Atualmente, as ciclovias no município da Trofa são quase inexistentes e numa escala muito reduzida apenas vemos aplicada no Parque das Azenhas (embora não exclusiva) e uma amostra na Alameda da Estação para as crianças brincarem. Foi, por isso, com total desilusão que vi publicamente apresentado, pelo executivo municipal, uma “amostra” do que deveria ser uma verdadeira extensão para a Trofa, com meros dois quilómetros e meio e uma cifra que ascende a 4 milhões de euros! A obra a executar apenas nos grandes centros urbanos de Bougado e do Coronado. Fica de fora das prioridades nesta politica local de construção de ciclovias, imagine-se, a requalificação das antigas linhas do comboio, há muito abandonadas, bem como as freguesias de Covelas, Muro, Alvarelhos e Guidões com territórios e zonas com maior apetência para uma efetiva expansão deste meio de transporte, a que acresceria custos de construção infinitamente mais reduzidos... Terão estas localidades periféricas de esperar por outras oportunidades pois, o número de munícipes eleitores é “pouco representativo” para este executivo, já que, de outra forma, não se compreende que, nem aqui, sejam uma prioridade. Estranha forma de coesão do território…!
4 milhões para construir corredor ciclável e pedonal no Coronado A nova ligação ciclável e pedonal na vila do Coronado, cujas obras arrancaram esta semana, terá uma extensão de 2,5 quilómetros e custará aos cofres do município da Trofa cerca de quatro milhões de euros. CÁTIA VELOSO Tem o prazo de 14 meses, por isso, deverá nestar concluído em meados de setembro de 2021. O novo Corredor Ciclável e Pedonal dos Coronados, projeto da Câmara Municipal da Trofa, vai ser construído pela ABB, empresa vencedora do concurso público, ao qual se candidataram mais nove empresas. A empresa de Barcelos assinou o contrato de empreitada, no valor de quase 2,750 milhões de euros, para construir uma ciclovia e corredor pedonal entre o Largo da Feira de S. Mamede do Coronado e a estação ferroviária de S. Romão do Coronado, numa extensão de 2,5 quilómetros. Inicialmente, a intenção da Câmara Municipal da Trofa, plasmada no Programa Estratégico de Reabilitação Urbana de S. Romão do Coronado – datado de dezembro de 2017 – era desenvolver um projeto “destinado a viabilizar deslocações de natureza quotidiana dentro da zona central do aglomerado de S. Romão do Coronado (com destaque para as ligações à Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro e à Estação Ferroviária) e, no futuro, ao aglomerado de S. Mamede do Coronado”, com um custo associado de “321.750 euros”. No entanto, o projeto final acaba por ser muito maior a nível financeiro, incluindo, além das vias ciclável e pedonal, “um parque infantil, dois parques de estacionamento e uma zona desportiva”, assim como “alargamento e retificação da rede viária local”.
Uma das zonas alvo de beneficiação será a da Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro, onde será construída uma rotunda, no atual entroncamento da rua de acesso ao pavilhão desportivo e a via paralela à via férrea. Nessa área, será ainda construída uma zona de estacionamento, que implicará a ampliação da passagem pedonal sobre a linha de caminho de ferro. Já na zona junto à Rua D. Afonso Henriques, já perto da estação de S. Romão do Coronado, nascerá o parque infantil, zonas de repouso e atividade física. O valor total do projeto supera os 3,8 milhões de euros, considerando a empreitada e as indemnizações relativas às expropriações de terrenos. Candidatado a fundos comunitários, o projeto receberá da União Europeia uma comparticipação de 85 por cento, ou seja, em 2,32 milhões de euros de um valor elegível de 2,62 milhões de euros, a que se juntam 394 mil euros de financiamento público nacional. “A Vila do Coronado ficará com uma infraestrutura moderna e requalificada, que funcionará para aproximar as duas freguesias potenciando a circulação, a pé e em bicicleta, a prática desportiva, o lazer em família, a vivência ao ar livre. É um legado e uma herança de modernidade e desenvolvimento às próximas gerações”, explicou Sérgio Humberto, presidente da Câmara Municipal da Trofa. A obra já começou e salta à vista, pelo menos no Largo de Feira Nova, em S. Mamede do Coronado, onde já foram abatidas diversas árvores. Esta intervenção em concreto tem sido debatida nas redes sociais, com dezenas de pessoas a criticar o abate.
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O NOTÍCIAS DA TROFA
Religião Diocese já publicou decreto das nomeações que põe novos párocos ao serviço de três paróquias do concelho
Padres José Ricardo e Micael substituem Rui Alves no Muro e Coronado Já são conhecidas as novas nomeações do bispo do Porto para a Diocese do Porto. Como já tinha sido noticiado, o padre Rui Alves deixa de ser pároco de S. Cristóvão do Muro, S. Mamede e S. Romão do Coronado, e para o seu lugar vem, não um, mas dois novos padres. CÁTIA VELOSO
De acordo com o decreto episcopal da Diocese do Porto, publicado esta quarta-feira, 22 de julho, José Ricardo Dias vai assumir a paroquialidade de S. Cris-
quele ordinariato, D. Rui Valério. As primeiras celebrações do novo pároco já estão marcadas: em S. Mamede do Coronado, às 11h00 de 30 de julho, e em S. Romão do Coronado, às 16 horas do mesmo dia.
tóvão do Muro. O presbítero, que assumia as paróquias de S. Lourenço do Douro e de Alpendorada e Matos, no Marco de Canaveses, desde 2014, tem 38 anos, é natural de Vandoma (Paredes) e foi ordenado padre a 8 de julho de 2012, tendo celebrado a missa nova na Igreja Nova de S. Martinho de Bougado, paróquia onde estagiou durante três anos. No dia da missa nova, em declarações ao NT, José Ricardo Dias contou que a sua vocação foi construída através de “muitos momentos”, entre os quais a primeira ex-
Padre Rui despede-se este fim de semana
Padre M icael assume paróquias do Coronado
Padre José R icardo assume paróquia de S.Cristóvão do Muro
periência, vivida com os missionários dehoniamos que, numa visita à sua escola, convidaram os alunos a passar o fim de semana com eles. José Ricardo Dias aceitou o convite e gostou da experiência, mas só decidiu ir para o seminário quando estava a terminar o curso de Economia, durante o “contacto com alguns senhores padres”, em que sentiu que “faltava algo” que o preenchesse totalmente. Decidido a “ir à procura e entrar em contacto com o seminário”, o novo padre fez um “período de discernimento”, que foi o “suficiente” para saber que o que queria era seguir o caminho sacerdotal, que culminou com a sua ordenação. Antes de assumir as paróquias no Marco de Canaveses, José Ricardo Dias foi pároco de Gatão, em Amarante. José Ricardo Dias também dá cartas no futsal e é pentacampeão europeu como guarda-redes da seleção portuguesa do clero. As paróquias de S. Mamede e S. Romão do Coronado serão assumidas por Micael Silva, natu-
ral de S. Martinho de Recesinhos, Penafiel. O sacerdote, de 27 anos, foi ordenado a 14 de julho do ano passado e exercia funções de vigário paroquial de Caíde de Rei, Covas, Meinedo, Nespereira e Sousela, concelho de Lousada. Assume, agora, pela primeira vez a paroquialidade de duas comunidades, tendo sido ainda autorizado, segundo o decreto episcopal, a prestar assistência religiosa na Diocese das Forças Armadas e da Segurança, a pedido do bispo da-
Rui Alves deixa as paróquias do Coronado e do Muro para assumir funções como pároco de Pedrouços, na Maia. Para aquela paróquia, até agora assumida pelo padre Augusto Pinto, que está quase a completar 92 anos, há uma intenção de mais de uma década de se construir uma nova igreja, cujo terreno foi cedido pela Câmara Municipal da Maia. Este fim de semana, realizam-se as eucaristias de despedida do padre Rui, no Muro, em S. Mamede e em S. Romão do Coronado. A primeira acontece no Dia de S. Cristóvão, sábado, 25 de julho, às 19h00, na praceta de S. Cristóvão do Muro. No domingo, às 9h00, a celebração tem lugar no jardim paroquial, junto à Igreja de S. Mamede do Coronado e, às 10h30, a eucaristia campal tem lugar junto à Igreja de S. Romão do Coronado.
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O NOTÍCIAS DA TROFA
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Religião
Bruno Ferreira, pároco de Santiago de Bougado
“Não foi algo que pedi, mas não escondo que estou feliz pela proposta que aceitei com sentido de missão” Esta quarta-feira, o bispo do Porto deu a conhecer o decreto das nomeações, que marca uma nova página na vida pastoral de parte das paróquias do concelho da Trofa. Além do Coronado e do Muro, que terá novos sacerdotes a substituir Rui Alves, Santiago de Bougado verá Bruno Ferreira ausentar-se para Roma, para frequentar o curso de música sacra. Em entrevista ao NT, o padre, que se mantém como pároco, explicou como encarou a missão dada pelo bispo D. Manuel Linda e como será organizada a vida paroquial nos próximos tempos. CÁTIA VELOSO
O Notícias da Trofa (NT): Como surgiu a oportunidade de abraçar esta nova missão? Pe. Bruno Ferreira (BF): Para mim foi uma surpresa, mas entendida, no sentido da Igreja. Como sabem, quase todos os anos, por esta altura, depois das ordenações, o senhor bispo, juntamente com o seu clero, procede a novas nomeações e a nova reorganização na Diocese. Quando se ordena sacerdotes, o senhor bispo tem de os colocar ao serviço da Igreja e do povo de Deus e também, aos outros sacerdotes, que mesmo tendo lugar e trabalho, pode pedir-lhes novas missões. Este ano aconteceu, 2020, é um ano especial a todos os níveis, com a pandemia e todas as limitações que isso trouxe, e também para a Trofa é um ano de mudanças na vida pastoral. Também a mim me calhou, D. Manuel Linda entendeu, tendo em conta o seu desejo e o seu projeto que pretende para a Diocese, do ponto de vista formativo, falar comigo e propor-me que fosse estudar e fazer o curso de música sacra para Roma, não só para aprofundar as minhas qualidades na área da música, como também, e tendo em vista o seu projeto no sentido mais amplo, para, a partir do sacerdote e das suas capacidades, sejam muitas
tar sempre focado aqui, porque estou lá para estudar e muitas das decisões terão de ser tomadas pelo padre Luciano, mas vamos conversando e hoje é fácil manter essa comunicação.
ou poucas, pô-las ao serviço da Igreja. Encarei com um misto de surpresa, confiança e alegria, pelo facto de se ter lembrado de mim, na minha pequenez, para fazer este trabalho. Aceitei com todo o gosto e vamos para a frente, com a graça de Deus e a ajuda daqueles que estão comigo e que me amam. NT: Onde é que vai fazer o curso? BF: Quem me conhece e conhece o meu percurso, desde que cá estou, desde 2010, nos três primeiros anos, como vigário paroquial do padre Luciano e do padre Armindo Gomes, a quem sucedi como pároco em Santiago de Bougado, a partir de 2013, sempre estive ligado à música. E também no trabalho pastoral que desenvolvo aqui na Vigararia, toda a parte musical e liturgia é a dimensão da vida da Igreja, na qual me sinto à vontade, muito apreço e cuidado para que, nessa área, a vivamos com qualidade e beleza. Em conversa com D. Manuel, vimos vários lugares possíveis para continuar essa minha formação, desde Portugal ao estrangeiro, sendo que o estrangeiro dá-nos um espectro mais alargado de formação, de certa forma mais exigente, mas que nos capacita com outra dimensão. Entendemos que o melhor sítio fosse em Roma, mais concretamente, no Pontifício Instituto de Música Sacra. Depois de todos os contactos com o senhor reitor do Colégio Português, em Roma, onde irei ficar, juntamente com outros colegas de outras Dioceses portuguesas, ficou decidido que será aí a minha estadia. NT: Na sua ausência, como se organizará a vida paroquial em Santiago de Bougado? BF: Esse também foi tema de conversa e de coordenação entre mim e D. Manuel e também o padre Luciano. O senhor bispo entendeu, também com o nosso assentimento, que temos as condições reunidas para o
Bruno Ferreira irá frequentar o curso de música sacra em Roma trabalho se continuar a fazer, não há alteração de nomeação, a única nomeação que há é também a minha formação em Roma, sendo que eu e o senhor padre Luciano somos colaboradores um do outro e cremos que essa nomeação servirá na minha ausência, que não será permanente. Enquanto durar o tempo de estudo, estarei lá a fazer a formação, não havendo frequência curricular e aulas, voltarei a Portugal, como todos os estudantes que no tempo das férias voltam para casa. E serão períodos grandes, desde o tempo antes e depois do Natal, antes e depois da Páscoa e os meses de verão, momentos em que estarei por cá. O que quero dizer aos paroquianos é que, por enquanto, vamos trabalhar com esta situação, ou seja, na minha ausência, a parte celebrativa e toda a orientação da comunidade ficará a cargo do senhor padre Luciano, sendo que, a partir de Roma, com esta facilidade de comunicação e diálogo pelos meios digitais, é fácil continuar a manter a ligação e a coordenação. E depois, ao longo do tempo, vamos avaliando, em conjunto com o senhor bispo, sendo certo que a nossa maior preocupação será a de que o nosso povo não seja nunca prejudicado. E todo o atendimen-
to ao povo, da parte da secretaria e do cartório, continuará a ser feito pelo doutor Diogo, que estará sempre presente para tudo o que o povo de Santiago de Bougado precisar. Peço ao povo de Santiago que compreenda esta decisão. Não foi algo que eu pedi ao senhor bispo, não escondo que estou feliz pela proposta que aceitei com sentido de missão. Nestes dez anos em Santiago de Bougado, estou muito contente com o trabalho que fizemos e vamos continuar a fazer, dentro do possível. O povo que esteja tranquilo e que seja colaborante, seja comigo, seja com o padre Luciano ou outros sacerdotes que venham presidir às celebrações, na nossa ausência. NT: Tendo em conta o projeto que D. Manuel Linda tem para si, não podemos dar como certo que após estes três anos de formação em Roma, o padre Bruno regresse definitivamente como pároco de Santiago de Bougado. BF: Em conversa, o senhor bispo disse que, enquanto eu estiver a estudar, no mínimo três anos, mas pode ir até cinco, eu continuarei ligado à Trofa e a Santiago de Bougado. É certo que eu tenho de ter aproveitamento, e por isso não posso es-
NT: Mas depois do curso, não há garantias? BF: O senhor bispo também não me deu essa garantia. Posso continuar como pároco ou posso ter de abraçar outra missão. Mas não vamos pensar nisso, porque ainda falta muito tempo. Vamos aproveitar o que está a ser feito e continuar a fazer caminho com as condições que temos. NT: E qual é o seu desejo para depois deste projeto BF: O primeiro desejo é que corra tudo bem e que tenha saúde para fazer um curso exigente como este é, do ponto de vista prático e de estudo, e aquilo que eu aprender não é para guardar para mim, mas para pôr ao serviço da Igreja. Claro que me anima e agrada que esse curso me capacite ainda mais e me dê mais autoridade do ponto de vista musical, para colocar ao serviço da Igreja, na música sacra e na composição para a liturgia, tanto para o serviço da comunidade que faço parte, como para aquilo que a Diocese e a Igreja pedir de mim. O meu desejo é que corra tudo bem e que tenha sempre o apoio e a retaguarda da minha família, pois para ela também é uma mudança, e da comunidade de Bougado, que me vê partir para esta missão. Compreendo que possa haver um misto de sentimentos, quer de alegria, por este projeto que o senhor bispo me pede, mas também de tristeza porque se calhar começa a pensar que depois não vou ficar aqui ou porque nos momentos da celebração eu não estarei. Mas se pensarmos um pouco, nos momentos importantes do ano litúrgico eu estarei cá, com o meu povo, para celebrar.
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Religião
São Pantaleão São Pantaleão é um santo mártir, que nasceu no ano de 275 d..C. (em Nicomédia-Turquia) e foi martirizado em 303 d.C. Estudou medicina, tornando-se médico pessoal do César Galério. Entretanto, converteu-se ao cristianismo, foi acusado por este (imperador) de ter sido batizado; foi preso e torturdo, tendo sido amarrado a uma árvore e decapitado, por se recusar a abjurar a fé católica em Nicomédia com apenas 23 anos de idade. Os restos mortais de Pantaleão de Nicomédia foram levados para Constantinopla, onde foi construído um templo em sua honra. Alegadas curas milagrosas de várias doenças deram início a um culto às suas relíquias. A ocupação de Constantinopla pelos turcos em 1453 levou à dispersão das relíquias do santo. Hoje em dia há várias cidades que recLamam as suas relíquias, entre elas Colónia (Alemanha), Troyes (França), Luca e Veneza (Itália) e Porto (Porugal). A sua festa litúrgi-
José Pedro Maia Reis
ca celebra-se a 27 de Julho.
Memórias e Histórias da Trofa
São Pantaleão foi padroeiro do Porto quase cinco séculos Na segunda metade do século XV, chegou ao Porto um grupo de arménios que vieram à procura de refúgio, após a queda de Constantinopla diante do Império OtomanO, cerca do ano 1453. Estes imigrantes trouxeram consigo as relíquias de S. Pantaleão. Estas relíquias foram depositadas, inicialmente, na igreja de Miragaia em cofre de prata lavrada, que fora oferecido por D. Manuel I. Mais tarde, no dia 12 de dezembro de 1499, as mesmas foram transferidas para a Sé do Porto, por determinação do bispo D. Diogo de Sousa. Durante os séculos XV e XVI a cidade do Porto foi “acometida” por mais de 20 surtos de várias epidemias; os portuenses recorreram, nesses tempos, à protecção do santo patrono das doen-
Requalificação do Santuário de Santa Eufémia ças graves, fazendo várias celebrações em sua honra. São Pantaleão foi padroeiro do Porto durante quase quinhentos (500) anos (desde 1499 até 1984), tendo sido “destronado” por Nossa Senhora da Vandoma. Quem visitar a Sé Catedral do Porto, encontrará, do lado do Evangelho, (lado esquerdo de quem entra) o seu altar com a imagem de São Pantaleão, amarrado a um tronco de árvore. Na freguesia do Muro existe uma capela, erigida em honra de São Pantaleão, cujas festas se realizam anualmente no último domingo do mês de Julho.
São Cristóvão Pouco ou quase nada se sabe sobre a vida de São Cristóvão. Terá nascido em Canaã (Palestina) no século III, foi batizado com o nome de Reprobus (Oferus Relicto) e era filho primogénito do rei de Canaã... Contam-se várias histórias ou lendas sobre a vida de São Cristóvão. Ao chegar à Corte do Rei, que achava ser invencível, pôs-se ao seu serviço. Mas certo dia apercebeu-se que o Rei, ao escutar o canto de um trovador que falava do diabo, fez o Sinal da Cruz. Então perguntou-lhe porquê. E o Rei respondeu-lhe que tinha medo do diabo e que todas as vezes que o ouvia falar em seu nome fazia o Sinal da Cruz para buscar a protecção. Mas Reprobus (Cristóvao)
deixou o diabo e pôs-se à busca de Cristo. São Cristóvao era uma pessoa alta e muito forte. Um dia, um menino pediu que o ajudasse a atravessar o rio para outra margem; porém, quanto mais ele andava, mais pesado o menino ficava, e durante a travessia, o menino disse que ele levava aos ombros o peso do Mundo. Ao chegar à outra margem, Reprobus disse: -”O Mundo não é mais pesado do que tu.” Ao que o menino retorquiu:” - “Tu levaste sobre os ombros, mais do que o Mundo todo:, levaste o Criador! Eu sou o Jesus, que tu serves”. E a partir desse dia, ele passou a ser chamado de Cristóvão- o
Decorria o ano de 1900 e os meses iam correndo a sabor do tempo, aproximava-se setembro que era um importante mês para a cultura popular, atendendo que se iria realizar mais uma edição das festividades em honra a Santa Eufémia. A romaria de Santa Eufémia era aguardada com grande ansiedade pelos populares, não só da Trofa, como também, de outras localidades aqui da zona que desforravam o seu ano, na última grande romaria. No ano de 1900, havia uma mudança profunda nestas festividades, porque segundo o cronista do Jornal de Santo Tirso, não era a velha capela que o próprio descreve como arruinada que aguardava pelos romeiros, mas sim, um novo e modesto tempo, com a novidade também da imagem da mártir ser completamente novo e em tamanho natural. Uma obra profunda que é apontado como principal impulsionador das mesas, o padre que prestava serviço na Paróquia, concretamente o Padre Manuel da Sila Moreira que era considerado um dos párocos mais dignos do concelho. A melhoria das instalações, não era só na capela, conforme foi referido no parágrafo anterior, mas, as melhorias ocorriam também na área envolvente do templo religioso, gastando 2 contos, um valor fastigioso para aquele período da história, para trazer mais dignidade e qualidade para o desenrolar das atividades festivas. As festividades duravam três dias, sendo o tradicional fim de semana, com o último dia de festa a ser na segunda feira, com a realização de um mercado em que se esperava, contudo, que as atividades comerciais fossem fracas, escrevendo que havia mais feirantes que romeiros como era tradicional. Uma importante festividade na história do concelho que conhecia uma nova alavanca para o seu desenvolvimento, uma nova capela, uma nova imagem e arranjos da área envolvente ao santuário para dar mais dignidade as festividades que eram um marco da região.
condutor de Cristo. É por isso que que São Cristóvão é considerado o padroeiro dos viajantes, motoristas e peregrinos. Foi martirizado e morto no ano 250 d.C. na Lícia, cidade de Antioquia (atual Turquia). São Cristóvao é venerado pela Igreja Católica, Ortodoxa e várias Igrejas Cristãs (Anglicana e Luterana). São Cristóvão é, no concelho da Trofa, o padroeiro da paróquia do Muro.
São Tiago Maior Santiago( Maior), também chamado Santiago, filho de Trovão, era filho de Zebedeu e de Salomé e nasceu em Betsaida, na Galileia. Santiago foi apelidado de Maior, para distinguir do outro discípulo com o mesmo nome, mas chamado de Menor. Santiago era pescador no mar da Galileia. Um dia, estavam eles a con-
sertar as redes, Jesus convidou-o a ele e ao seu irmão João, e eles seguiram-nO imediatamente. Era Tiago, juntamente com Pedro e João, um dos “íntimos”de Jesus. Os evangelistas contam que estes três discípulos aparecem citados na Transfiguração do Monte Tabor, no Jardim das Oliveiras (antes da prisão de Jesus) e após a
Ressurreição de Cristo, nas margens do mar de Tiberíades. Há cronistas que referem que Santiago terá visitado a (antiga) província da Hispânia e pregado a doutrina cristã e terá passado por Portugal (Braga, Guimarães e Rates, onde o seu discípulo Pedro de Rates terá sido “ordenado” bispo, pelo apóstolo). Refira-se, a pro-
pósito, que S. Pedro de Rates tornou-se o primeiro bispo de Braga, cerca do ano 45 d. C. Após a sua morte, em Jerusalém, por decapitação, conta a tradição que o corpo de S.Tiago terá aparecido e a seguir transportado para a Galiza e sepultado em Compostela, vindo a ser construída uma grande Catedral em
sua honra (chamando-lhe Catedral de Santiago de Compostela), transformando este santuário em um dos mais famosos locais de peregrinação durante vários séculos. A sua festa litúrgica comemora-se a 25 de Julho. Santiago é padroeiro da paróquia de Santiago de Bougado.
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Desporto
Mónica Rodrigues e Rúben Pinto campeões regionais
Piloto trofense estreia-se no Kia Picanto GT Cup O trofense Manuel Alves estreou-se no Kia Picanto GT Cup com um 3.º lugar numa das corridas da categoria júnior. A primeira prova do troféu organizado pela Kia Portugal e CRM Motosport teve lugar no fim de semana de 18 e 19 de julho, no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão. O jovem de 17 anos começou a competição com dois top 5 nas primeiras corridas, tendo melhorado a posição na terceira ronda, cortando a meta em 4.º lugar. No entanto, acabou penalizado em 30 segundos, vendo a sua posição fixar-se no 6.º posto. Numa tendência ascendente, Alves melhorou, mais uma vez, a classificação na quarta corrida, alcançando o 3.º melhor tempo, mesmo tendo passado por dificuldades, depois de ter levado um toque na traseira do seu Picanto GT logo na primeira curva. “Foi uma bela forma de terminar um fim de semana onde aprendi imenso”, comentou o piloto, que compete integrado na equipa Veloso Motorsport. “Na Corrida 3 estava bastante rápido, tal como se viu nos meus tempos por volta, e depois a Corrida 4 foi a mais intensa de todas, com vários pilotos juntos a discutirem posições. Consegui um pódio e isso foi muito importante para mim, pois confirmou a rapidez que demonstrámos ao longo de toda a prova”, complementou. A segunda prova do Kia Picanto GT Cup disputa-se no Circuito de Braga, a 12 e 13 de setembro. C.V.
Sócios elegem órgãos sociais no CD Trofense Realiza-se, a 30 de julho, uma assembleia-geral ordinária do Clube Desportivo Trofense, que tem como ponto único a eleição dos órgãos sociais para o biénio 2020/2021. A sessão tem lugar no auditório do Fórum Trofa XXI, no Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, às 20h30. Para participar no ato eleitoral, os sócios devem ter as quotas regularizadas, inclusive a relativa ao mês de julho. Só podem votar associados há, pelo menos, três meses e com mais de 15 anos de idade. Segundo o edital, o local da votação encontrar-se-á devidamente preparado, de acordo com as diretivas da Direção-Geral de Saúde, face à pandemia de Covid-19. O uso de máscara é obrigatório tanto no interior como no exterior, junto ao auditório, assim como deve ser respeitado o distanciamento social e a não existência de aglomerados de associados. Cada votante deve estar munido de esferográfica própria.
A Escola de Atletismo da Trofa (EAT) somou resultados positivos no Campeonato Regional de Sub20, que decorreu a 12 e 13 de julho, no Complexo Desportivo de Lousada. Mónica Rodrigues venceu na corrida de cem metros e Rúben Pinto conseguiu a melhor marca no lançamento do dardo. Os mesmos atletas conseguiram ainda o 3.º lugar nos 200 metros e o 2.° no lançamento do disco, respetivamente. Ana Mota alcançou o segundo melhor resultado nas provas de lançamento do peso e de lançamento do martelo, enquanto Diana Rodrigues foi 4.ª classificada nos 100 metros e 3.ª nos 400 metros barreiras. Nesta competição, Sandra Sá, atleta do Maia Atlético Clube e vogal da direção da EAT foi campeã regional nas corridas
Mónica Rodrigues sagrou-se campeã nacional conseguiu ainda o 2.º melhor rede 200 e 400 metros. Sofia Santos foi 2.ª classifica- sultado nos 100 metros barreiras da nos 100 metros barreiras, fe- no Campeonato Regional de Subchando ainda o pódio no lança- 18, realizado nos dois dias antemento do disco. A mesma atleta riores, melhorando ainda a marca pessoal no lançamento do disco (1kg), que lhe valeu o 5.º lugar. Rúben Pinto alcançou o 3.° posto no lançamento de dardo, sendo ainda 6.° classificado no lançamento de disco, com nova marca pessoal. Ana Mota ficou em 5.º lugar no lançamento do peso – com novo recorde pessoal -, 6.º no lançamento do martelo, enquanto Vânia Sousa também melhorou a própria marca no lançamento do disco, ficando em 7.º lugar da prova. A mesma atleta foi ainda 7.ª classificada no lançamento do Rúben Pinto venceu no lançamento do dardo peso. C.V.
Aquaplace nas freguesias para promover desporto ao ar livre “Aquaplace on Tour” é a iniciativa que leva a prática desportiva às freguesias de todo o concelho da Trofa. Até 28 de agosto, os monitores da academia municipal promovem aulas gratuitas ao ar livre, nos diferentes territórios do concelho. À exceção da Alameda da Estação, que é palco de duas aulas diárias, às 18h00 e 19h00, as outras freguesias são palco da atividade uma vez por semana, a começar por Alvarelhos, na zona das garagens da Junta de Freguesia, à segunda-feira, às 18h00. Na terça-feira, as aulas decorrem em junto à estação ferroviária de S. Romão do Coronado, às
18h00, e no Largo de Feira Nova, em S. Mamede do Coronado, uma hora depois. A Casa da Cultura da Trofa, em
Santiago de Bougado, serve de pano de fundo para a aula desportiva de quarta-feira, às 18h00, seguindo-se a zona junto à Capela de S. Gonçalo, em Covelas, às 19h00. Na quinta-feira, o “Aquaplace on Tour” decorre no parque junto à Igreja de S. Cristóvão do Muro, às 18h00, e, na sexta-feira, à mesma hora, a atividade passa por Guidões, junto à Igreja. Os participantes devem cumprir a distância social de três metros e higienizar as mãos e os materiais utilizados na prática desportiva antes e depois de cada aula. A utilização de toalha é obrigatória. C.V.
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História
O Rio Ave de outros tempos... e a Azenha da Esprela quincentenária “Na província de Entre-Douro e Minho, bispado do Porto, num sítio chamado Pé de Cão, nas vertentes da Serra da Cabreira, nasce o rio Ave, assim denominado, talvez pela grande ligeireza de seu curso, ou pelas muitas aves que se criam nas suas ribeiras. Na sua origem não é muito caudaloso, mas notavelmente inquieto e ruidoso, por correr entre penedia crispada da citada serra, que fica a cinco léguas distante de Guimarães...”. A. Costa “...Ptolomeu chama a este rio Avus e dá-lhe a primazia sobre muitos outros da Lusitânia, assim pela abundância e qualidade das águas, como pela amenidade das suas margens...” (In Minho Pitoresco). Segundo se aprendia nos “bancos da escola primária”, o rio Ave nasce na Serra da Cabreira (no Alto Minho), passa próximo de Guimarães e Santo Tirso e desagua em Vila do Conde. Tem dois afluentes: o rio Este e o rio Vizela. E ficava-se por aí... Mais tarde, acrescentou-se que banhava sucessivamente os concelhos de Vieira do Minho, Póvoa de Lanhoso, Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso (e neste incluía-se as freguesias de S. Martinho de Bougado e Santiago de Bougado). Mas já nos tempos idos dos séculos XVIII e XIX, alguns cronistas se debruçavam sobre o que representava este rio que é já conhecido nos primeiros tempos da nacionalidade, ou talvez muito anteriormente à existência do próprio condado portucalense. Em meados do século XVIII, o Abade Inácio Pimentel, pároco da freguesia de S. Martinho de Bougado, nas inquirições de 1758, deu as seguintes informações, sobre o rio Ave: “O que corre por esta freguesia é o Ave, que tem a sua origem aci-
ma de Guimarães, no arcebispado de Braga, e acaba em Vila do Conde, onde se mete no mar; e, correndo pela ribeira de Vizela, passa por Santo Tirso, donde entra nesta freguesia na direitura do lugar de Ervosa, para a parte nascente; e suposto este rio venha fazendo a divisão do Arcebispado de Braga, deste bispado do Porto; contudo neste lugar de Ervosa, e, para baixo, até ao lugar da Esprela, entra a demarcação do arcebispado pela terra dentro quase um tiro de mosquete, e fica sendo o lugar da Ponte da Lagoncinha da jurisdição de Braga.... A criação de peixes é muito grande de bogas, trutas, escalos, entrando-lhe também do mar sáveis e lampreias, que muitas vezes no seu tempo se pescam ainda neste sítio com distar duas léguas do mar. São contínuas as pescarias; mas no Verão se fazem com melhor facilidade varrendo açudes com redes de que se tira muito peixe do sobredito; e se tiraria muito se a indústria humana não tivera inventado novos enredos de pescar...” E continuou o mesmo clérigo: “... O seu natural correr é plácido, por entre campos ou arvoredos, de uma e outra parte; não é navegável, por ser todo cortado em caneiros ou açudes para moerem as azenhas de que abunda; que só no distrito desta freguesia e sua margem, se acham três rodas, que dão muito aviamento... Nas margens do rio se acham muitos campos, e sempre na parte mais agreste se acham bordados de arvoredo...”. A Azenha da Esprela laborou quase 500 anos A Azenha da Esprela, primitivamente chamada Azenha da Esparrela, ficou apelidada, posteriormente, de Azenha do Jeroniminho (por ter sido o último proprietário). “... E um dia, como por encanto,
aparecia sobre as aloiradas areias da praia da Azenha da Esprela, em tarde de domingo, uma figura masculina que haveria de levar uma Esprelense ao casamento”. (Alcino Rodrigues em “Misérias e grandezas da terra de Bougado”). Situada na margem esquerda do rio Ave, a Azenha da Esprela terá sido construída em 1473 e terá iniciado a sua atividade de moagem de cereais nessa data, conforme uma referência do cartório do cabido da Sé do Porto, (proprietário da mesma) sobre S. Martinho de Bougado: “De tempo imemorial é senhora directa a Mesa Capitular de um casal que antigamente se chamava de Vale e hoje de Paradela, de que renovou o prazo em 1473 e tem prosseguido as renovações (…) e da Azenha chamada da Esparrela na aldeia de Real, prazo renovado em 1492”. A Azenha integrava uma zona ribeirinha de carácter rural. O local é pontuado por um grupo de construções primitivas de pequena dimensão relacionada com a azenha: a casa do moleiro, armazém de cereal e a casa do poço. A encosta sudoeste é modelada em socalcos apoiados em muros de pe-
dra. Nesta mesma encosta exis- parte final, durante vários anos te um percurso primitivo pedonal tratava a fibra do caule do linho, que ligava a cota alta com a cota macerando-o, para empresas têxbaixa, estabelecendo o acesso à teis da região. Nesta zona, existiu uma praia fluvial; era também um Azenha da Esprela. Nomes dos primeiros proprie- local privilegiado de convívio “e tários a seguir ao cabido da Sé namoro”, além de lavagem de roudo Porto: “em 1492, Gonçallo An- pa. Fazia-se, igualmente, a travesnez em 1.ª vida e seu sobrinho sia do rio por barca, deste local Gonçallo Afonço em 2.ª e aque- (Esprela) para Lousado. Azenha da Esprela: “Os segrele que mais vivesse nomearia em 3.ª hua pesoa qº. aparecesse com dos que soubeste guardar. Foste renda de 90 rs..... 1775, Francisco testemunha de inúmeros romanDias e mulher Ana da Costa Cou- ces clandestinos que na tua borto; 11/09/1782 Gabriel Dias, fi- da se iam desenrolando (...) As pelho de Francisco Dias e Ana Cou- nas das tuas rodas reparavam nos to) e sua mulher Maria da Costa; corpos nus de gente moça que em 22/10/1827, Maria da Costa e seu noites acaloradas e alumiadas de resplandecente luar, se refrescamarido José António da Costa; Os últimos proprietários foram: Jeró- vam (...)”- (Alcino Rodrigues em nimo Rodrigues Moreira da Cos- “Misérias e grandezas da terra de ta ao qual sucedeu o seu filho Ma- Bougado”). A Azenha da Esprela deixou de nuel Rodrigues da Costa, (conhecido por Jeroniminho) e o neto Car- laborar em 1972, ano em que os rodízios se “calaram para sempre”... los Reis da Costa”. Moleiros: A 7 de novembro de A grande cheia desse ano ditou 1698 ficou registada a partilha de o fim da velha Azenha da Espremoer, em 10 dias: 6 eram para la. A partir dessa data, e, a cada Manuel da Costa e mulher Ânge- ano que passa, o resto que ficou la Oliveira e os restantes para Do- da velhinha azenha tem-se desmoronado, encontrando-se, neste mingos João. Atividade exercida durante o momento, completamente destruítempo de laboração: a azenha da e coberta de vegetação. ATÉ moeu todo o tipo de cereal e na QUANDO...?
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O NOTÍCIAS DA TROFA
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Crónica Especial
Paróquia de Guidões - Fragmentos da sua génese 8.º Capítulo - Edifícios Religiosos - Capelas Desde tempos imemoriais que o povo construiu pequenos templos em locais estrategicamente situadas, em locais ermos, em encruzilhadas, caminhos, etc. para neles colocar as imagens da sua devoção para venerar e os proteger das adversidades da vida e os maus encontros. A capela de Santa Bárbara estava situada nas proximidades da igreja antiga, face ao caminho que a servia e seguia para Santiago de Bougado. Era um pequeno templo de arquitectura simples, uma só nave e um alpendre, galilé. Estava virada para nascente, tendo de frente, no seu terreiro os cruzeiros que aludo na próxima crónica. Este templo, como muitos outros espalhados por esse Portugal maravilhoso era sustentado pelas esmolas dos fiéis devotos e pela confraria a ela associada. Tinha uma riqueza impar na sua talha e pintura, mas neste recanto a insensibilidade de alguns sobrepõe-se ao interesse da comunidade e da memória colectiva. Ficamos mais pobres e todo o seu património se esvaneceu na penumbra do tempo. Para melhor conhecer o templo voltemos ao abade Sousa Maia: É muito antiga. Todavia não foi possível, por emquanto, precisar a epoca em que esta ermida foi edificada. É provável que tenha sofrido varios reparos desde que foi construída, perdendo talvez nessas reformas a sua forma primitiva. ……………………………………… O corpo da capella de Santa Barbara é de acanhadas proporções; mas em frente da porta principal, e como appendice á ermida, fica um alpendre vedado por uma parede capeada de cantaria, em que se firmam as columnas que sustentam o tecto desse cabido, como lhe chama o povo, mas que em architectura tem o nome de galilé, e serve de abrigo aos fieis, em ocasiões de maior affluencia. Dentro da capella merece especial observação o frontal do altar e o tecto. Este é apainelado, e tem ao centro a imagem da virgem e martyr Santa Barbara, cuja physionomia, verdadeiramente angelical, foi traçada por mão de mestre. Pena é que essa pintura esteja bastante deterioradad pela acção do tempo. Alem deste, há na tecto mais de oito painéis, onde se veem habilmente pintados alguns objectos symbolicos da vida, tormentos e triumpho da gloriosa virgem e mar-
ty, d’envolta com ornatos caprichosos, que se desabrocham, ás vezes, em cabecitas muito bem delineadas, cabecitas de genios talvez… No anno de 1701, o dr. João Monteiro de Campos, abbade de S. Mamede do Coronado, visitando, em nome do bispo, a igreja parochial de Guidões, ordenou que os mordomos da Santa Barbara, cuja a confraria tinha em deposito “bastante dinheiro”, mandassem forrar a ermida, o que aliás estava de harmonia com o sentir d’essa corporação que, com muito “zelo e devoção”, tinha dado já principio a essa obra. O visitador limitou-se, pois, a ordenar que os mordomos lhe dessem fim no prazo de trez mezes. O tecto e respectiva pintura da capella de Santa Barbara remonta, portanto, ao principio do seculo 18.º. O frontal do altar é tambem curioso, de muito valor e revela talvez maior antiguidade. A paciencia do artista ficou bem atestada em cada um d’aquelles altos relevos – anjinhos, avesitas, flores – de todos os ornatos emfim embelezam esse velho e precioso quadro de talha. De resto a architetura na capella é simples. Cá fóra, na galilé, vê-se um pulpido de pedra de singelo lavor. E o material empregado neste alpendre ou galilé paraece ter sido aproveitado das ruinas doutro edifício. As columnas, principalmente, assim redondas, e com capiteis a entrarem nos domínios da cornija, estão quasi a attestar que pertencem à phase primordial da architectura romano- bizantina, e por conseguinte a indicar que foram parte dalgum edifício dos tempos anteriores ao seculo 10.º Desta descrição tão detalhada fica a sensação de uma obra de enorme valor arquitectónico, artístico e cultura, que se perdeu. A irreflectida acção dos homens, destruíram aquele que seria uma obra única na paróquia, mas que nos tempestuosos inícios da república fez desaparecer. Alguns paroquianos, já falecidos, ainda se lembravam dessa capela e de quando da sua destruição trovejou intensamente durante dias. Para onde foi todo o seu património? No exterior, na galilé, existia um púlpito do lado direito, para os pregadores pregarem nos dias de festas, e do esquerdo existia um óculo, que poderá ser o que
Panorâmica da freguesia de Guidões, destacando - se a Igreja e a capela de Santa Barbara. vi numa casa em Guidões, cuja utilidade seria para os fiéis poderem orar quando a porta estivesse fechada. Quanto ao interior o seu tecto era em caixotões ricamente pintados conforme nos descreve o abade Sousa Maia e o altar seria uma obra em talha de alto-relevo ricamente trabalhado e dourado. Na acta da sessão de 10 de Abril de 1921, presidida pelo presidente da junta José Ferreira Lopes e os vogais José Francisco da Silva Castro, José Gonçalves Ferreira, José Gonçalves dos Santos Ferreira e José Dias de Oliveira foi deliberado a venda de todo o material e resolvido colocar-se editais anunciando a arrematação no dia 24 do mês de Abril do mesmo ano. O curioso é que foi aprovado por unanimidade. Na acta da sessão de 24 de Abril de 1921, presidido pelo mesmo presidente e os respectivos vogais, foi arrematado pelo licitante Joaquim Pereira da Silva pela quantia de quinhentos e um escudos, Tendo o mesmo pago vinte por cento, cem escudos e vinte centavos. Fica claro que foi vendido o material da demolição da capela, mas prevalece a dúvida: para onde foi o altar? Um ilustre guidoense, Ferreira Lopes, aquando de um outro trabalho, questionado sobre a capela afirmou que o seu interior foi vendido, mas a camara municipal de Santo Tirso alertada recolheu o seu altar e após o 25 de Abril de 1974 foram, refere o ilustre guidoense, à procura dele e não foi possível encontrar. O retábulo das Almas referido na crónica anterior sobreviveu a esse “terramoto”. Encomendado pelo cura Manuel da Silva Pereira, conforme nos descreve o aba-
piquena Romagem en dia de Sande Sousa Maia: No tempo de Manuel da Silva Pe- ta Bárbara, coatro de Dezembro. Importa realçar que a sua dereira, em 1719, o visitador – sede vacante - ordenou aos freguezes molição está associada ao alargaque concertassem a ermida de San- mento do caminho que vinha da ta Barbara, tirando-se para isso Aldeia da casa do Real até à capeo dinheiro do deposito…;”e ou- la e o seu prolongamento até ao tro sy á custa do mesmo deposito, caminho que vinha da igreja nova visto ser grande, mandaram fazer e seguia para Alvarelhos. Ontem, como hoje, se continua a hu paynel das Almas e da mesma Santa, visto assim serem contentes destruir a nossa memória colectina audª p.ª (audiência publica?) e va e a identidade por aqueles que encomendo m.to ao R.do Cura os lhe assiste o direito e o dever de salvaguardar, todavia a pretenexorte á devoção das Almas” Muitas perguntas se levantam são desmedida dos nossos líderes, sobre a razão da demolição da ca- subjugados aos interesses partipela e a justificação para tal pro- culares, tudo é possível. cedimento, tendo em conta o seu Abordemos a segunda capevalor artístico e patrimonial, é por isso questionável, todavia, o pe- la que nos é descrita pelo abaríodo político convulsivo da pri- de Sousa Maia: capela do Senhor meira república de certo modo dos Passos. Esta capela era a capela-mor justifica-se embora deveria ter existido por parte da câmara mu- da antiga igreja de Guidões, que nicipal e do clero uma outra posi- tinha sido construída em 1826, ção mais consentânea com a sal- porque a parte mais antiga como ameaça ruir foi demolida, restanvaguarda do património. Na minha modesta opinião, todo do a porta principal que é porta este procedimento está relaciona- principal da capela e a lateral é a do com o período revolucionário que liga a sacristia à casa da fábrida implementação da república ca. Houve um pouco de bom sene a lei de 20 de Abril de 1911 que so dos responsáveis de preservar decretava a confiscação de todo um pouco da identidade para meo património do clero pelo estado. mória futura. Sobre esta narra o abade SouContas de um outro rosário que redigirei noutra crónica, mas, sa Maia: Na ocasião em que se edificou como sempre, ninguém é responsabilizado e perde-se assim a me- a nova igreja de Guidões demomória que os nossos antepassados liu-se a antiga, que ameaçava ruina, deixando-se apenas a capellanos transmitiram. Mas onde param na verdade as -mór, que se conservou em memoria da antiga matriz e servir de casuas pedras e as obras de arte? Em 1758 nas memórias paro- pella do cemiterio, na qual ficou quiais é descrita esta capela como à exposição a imagem do Senhor dos Passos. única na paróquia: Fica claro que se manteve no loAo 13-que tem esta freguesia uma só ermida que está dentro do cal de origem servindo de capelugar perto da Igreja da invocam la do cemitério e estava exposto de Santa Bárbara, que pertence à o Senhor dos Passos. Aquando da construção do novo freguezia. Ao 14-que só acolhe a ella uma cemitério e da trasladação das
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Crónica Especial Cartório Notarial da Trofa Extrato Notarial de Escritura Pública de “Justificação”
ossadas para o novo em 2 de Novembro de 1917, que foi construído na bouça das Cruzes, a capela caiu no esquecimento e abandonada, por não ser necessária ao culto, vindo a ser reconstruida no cemitério novo. Nas actas das reuniões da junta da freguesia de Guidões presidida por Edgar Ferreira Campos, sendo Aureliano Dias Couto tesoureiro e secretário Júlio Pinheiro Dias Carneiro, podemos acompanhar a reedificação da capela: -A 25 de Setembro de 1958, deliberarão pagar o portão da capela ao Senhor Davide de Sousa Ramos; -A 25 de Janeiro de 1959 foi decidido substituir o altar que era em madeira por um em pedra, por este se encontrar em mau estado, e por concurso, depois de elaborado o projecto a cargo da Secção de Obras da Camara Municipal de Santo Tirso; -A 25 DE Abril deliberarão a venda do altar de madeira pelo melhor preço; -A 25 de Julho de 1959 deliberarão pagar a Benigno Azevedo Moreira três mil e quinhentos escudos pela feitura do altar em pedra; -A 25 de Setembro substituir o piso da capela por marmorite a cargo de um grupo de jovens que se disponibilizaram a executar a obra graciosamente; -A 25 de Outubro mandar fundir um painel em azulejo com imagem, dois metros por um metro e oitenta centímetros, para o fun-
do da capela, por trás do altar, ficando encarregado o Presidente de diligenciar para encontrar a fábrica para execução da obra pelo melhor preço; -A 25 de Novembro de 1959 foi determinado mandar o senhor Benigno Azevedo Moreira assentar o painel, rebocar e fechar o friso na capela do cemitério, dado ter sido ele o construtor do altar em granito. Está também escrito que a marmorite foi colocada por um grupo de jovens guidoenses, sendo o autor do mesmo senhor António de Amaral. Fica evidente que a reconstrução da capela fica concluída nos finais dos anos cinquenta e início do ano sessenta ao lado da capela da casa Lopes, onde hoje existe umas escadas de acesso à parte nova do cemitério. Destas notas das actas existem dúvidas quanto ao destino dado ao altar da primitiva igreja, porque como escrevi na crónica anterior, este altar foi restaurado e colocado na Igreja em 2017 conforme a placa colocada. Será que o altar é o da capela de Santa Barbara? Em 1979 a junta de freguesia presidida pelo Óscar Campos executaram o alargamento do cemitério, e esta foi novamente reconstruida, no local onde hoje se encontra. Da original capela pouco nos resta a não ser a porta, janelas e a pedra de armas original. Existe demasiado cimento, o entabla-
mento em cimento, a cruz sobre a porta, o candeeiro sobre a pedra de armas e no interior os azulejos, etc. A reconstrução deixa muitas dúvidas, mas pelo menos existe algo preservado. Numa nota de rodapé gostaria de esclarecer o que vem publicado no livro S. Tirso Zona de Turismo de 1947 que faz referência a duas capelas: …Possui duas capelas, a de S. António, do século XVI, a do Senhor dos Passos, do século XVIII… O autor destas linhas naturalmente foi induzido em erro, porque à época já só existia a do Senhor dos Passos que provavelmente estivesse ainda no seu lugar primitivo ou a ser reconstruida. Quanto à capela de Santo António nunca existiu o que presumivelmente queria referir-se era aos altares, porque o ilustre guidoense Ferreira Lopes diz ter existido um S. António que era venerado pelos paroquianos, inclusive era prática dar uma mão de porco por cada porco criado que depois era leiloado. Provavelmente ao referir os seculo XVI e XVIII referir-se-ia às imagens de S. António século XVI e o Senhor dos Passos século XVIII. Fica assim esclarecido que as capelas que existiram em Guidões foram: Santa Bárbara demolida e Senhor dos Passos, que está reconstruida no cemitério. José Manuel da Silva Cunha
Certifico que por Escritura Pública de “Justificação”, outorgada no dia 25-06-2020, neste “Cartório Notarial da Trofa”, sito na Rua D. Pedro V, nº 527, freguesia de Bougado (São Martinho e Santiago), concelho da Trofa, exarada no Livro de Notas para Escrituras Diversas Número 32-E, a folhas dois e seguintes, perante mim respetivo Notário, Tomás Machado Lima de Sousa Rio, compareceram como Outorgantes: José Deveza Mirra, Número de Identificação Fiscal 167575325 e Maria de Fátima da Costa Lopes, Número de Identificação Fiscal 167797948, casados entre si sob o regime da comunhão geral de bens, ele natural da freguesia de Rebordões, concelho de Santo Tirso, ela natural da freguesia de Bougado (São Martinho), concelho de Santo Tirso, residentes na Rua 1º de Dezembro, nº 49, Bougado (São Martinho e Santiago), Trofa. E declaram que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do seguinte imóvel: Prédio Urbano, composto por casa de habitação, rés do chão andar e quintal, com a área coberta de 78,40m2 e área descoberta de 458,69m2, a confrontar do Norte com Rua S. Sebastião, do Sul e do Poente com António Dias da Silva, e do Nascente com Herdeiros de António Martins Pereira, sito no Lugar de Paradela, na Rua S. Sebastião, nº 145, na União das Freguesias de Bougado (São Martinho e Santiago) concelho da Trofa, inscrito na matriz sob o Artigo 6383 teve origem no Artigo 1831 da extinta freguesia de Bougado São Martinho. Que não são detentores de qualquer título formal que legitime o domínio sobre o referido imóvel, e o mesmo não se encontra descrito na “Conservatória do Registo Predial da Trofa”. Que entraram na pose de um prédio rústico, composto de terreno, cujo artigo matricial não lhes foi possível identificar em virtude do prédio urbano atras identificado ter sido participado em mil novecentos e setenta e sei, e não haver na participação indicação do prédio rustico de onde proveio ou se estava omisso, com o valor atribuído de dez mil euros; sobre o qual construíram a casa de habitação e quinta atrás descrita, que veio à sua posso no estado de casados, por compra e venda meramente verbal de António Dias da Silva e Belmira da Costa Ferreira e Belmira da Costa Ferreira, casados entre si sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram no Lugar de Paradela, freguesia de São Martinho do Bougado, concelho da Trofa; efetuada mo ano de 1970, em dia do mês de Maio que já não podem precisar, nunca tendo formalizado o respetivo contrato por escritura. Que desde esse ano, ou seja, há mais de 20 anos, entraram na posso do imóvel, primeiro como rustico, tendo no ano de 1974, iniciado a construção da casa de habitação, e após a sua conclusão de imediato o ocuparam e passaram a usufrui-lo, sendo que o ligaram às redes públicas de eletricidade e água, tratando da sua limpeza, fazendo obras de manutenção, guardando nele pertences, haveres, utensílios, amanhando os rossios, isto é, gozando de todas as utilidades e benefícios, e pagando sempre os respetivos impostos; sempre administrando-o com o conhecimento de toda s gente, sem qualquer interrupção, sem oposição de quem quer que seja, e com o ânimo de quem exerce direito próprio, ou seja, exercendo essa mesma posse de forma pública, contínua, pacífica e de boa-fé. Que dadas as caraterísticas de tal posse, invocam a aquisição do imóvel por Usucapião, justificando o seu direito de propriedade, para efeitos de primeira inscrição, e dado que que esta forma de aquisição não pode ser convocada por qualquer outro título extrajudicial. Trofa e Cartório Notarial,25-6-2020 O Notário Tomás Machado Lima de Sousa Rio
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Necrologia Lousado - VNFamalicão
Muro
Américo Araújo Pinheiro Faleceu no dia 15 de julho com 76 anos. Casado com Helena Manuela Rebelo Barbosa
Álvaro Nogueira da Costa Faleceu no dia 9 de julho com 65 anos. Casado com Maria da Conceição Pereira de Brito
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Rocha Funerárias, Lda
Ribeirão - VNFamalicão
S.Martinho de Bougado
David da Silva Alves de Sousa Faleceu no dia 14 de julho com 93 anos. Viúvo de Lúcia Ferreira de Azevedo
Deolinda Moreira de Azevedo Faleceu no dia 18 de julho com 78 anos. Viúva de Ilídio Ferreira de Sá
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Agência Funerária Trofense, Lda
Lousado - VNFamalicão
S.Martinho de Bougado
Virginia Moreira Gonçalves Faleceu no dia 14 de julho com 89 anos. Viúva de Mário da Costa de Oliveira Reis
Maria Celeste da Silva Faleceu no dia 14 de julho com 86 anos. Viúva de Joaquim da Silva Estevão
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Agência Funerária Trofense, Lda
S. Martinho de Bougado
S.Martinho de Bougado
Maria Eduarda Gonçalves da Costa Faleceu no dia 16 de julho com 61 anos. Solteira
Henrique de Azevedo Carneiro Faleceu no dia 14 de julho com 78 anos. Casado com Fernanda Carneiro
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Agência Funerária Trofense, Lda
Calendário - VNFamalicão
S.Martinho de Bougado
António da Silva Araújo Faleceu no dia 15 de julho com 88 anos. Casado com Joaquina Rodrigues Ferreira
Maria de Fátima Santos de Matos Faleceu no dia 6 de julho com 57 anos. Irmã de António Júlio da Petisqueira Marques
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Agência Funerária Trofense, Lda
Assine ou ofereça o NT por 13 euros
Sudoku
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Atualidade
Numa ação que pretende contribuir para ocupar, com qualidade, o tempo livre dos mais velhos do concelho, O Notícias da Trofa decidiu lançar uma campanha de novos assinantes com idade igual ou superior a 60 anos, com um desconto na primeira anuidade de 5,5 euros. Ou seja, em vez de pagar os habituais 18,5 euros, o novo assinante paga 13 euros e passa a receber, comodamente, o jornal em casa. Para mais informações, pode contactar-nos através do telefone, para 252 414 714, ou do email, para comercial@onoticiasdatrofa.pt. Campanha válida até ao fim de julho.
Farmácias Dia 23 Farmácia Barreto Dia 24 Farmácia Nova Dia 25 Farmácia Moreira Padrão Dia 26 Farmácia Ribeirão Dia 27 Farmácia Trofense Dia 28 Farmácia Barreto Dia 29 Farmácia Nova Dia 30 Farmácia Moreira Padrão Dia 31 Farmácia Ribeirão Dia 1 Farmácia Trofense Dia 2 Farmácia Barreto Dia 3 Farmácia Nova Dia 4 Farmácia Moreira Padrão Dia 5 Farmácia Ribeirão Dia 6 Farmácia Trofense
Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700 GNR da Trofa 252 499 180 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520 Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060
Quebra-cabeças O Ricardo e o Luís têm cada um uma coleção de bolas de futebol. O Ricardo disse que se o Luis lhe desse 4 das suas bolas, eles teriam um número igual; mas, se Ricardo desse a Luís 4 das suas bolas, Luís teria 2 vezes mais bolas que o Ricardo. Quantas bolas tem o Luís?
Soluções da edição anterior
Solução do quebra-cabeças da edição anterior: Os quatro cantos do quadrado têm 1 prego em cada. Cada lado do quadrado agora requer 22 pregos (excluindo os quatro cantos). Portanto, Número total de pregos usados = 4 + (4 × 22) = 92.
Nota de Redação Na edição número 721 d'O Notícias da Trofa, no texto intitulado “Trofense com projeto finalista em concurso nacional de empreendedorismo”, Eduardo Pinheiro é referido como mesário da Santa Casa da Misericórdia da Trofa, quando, na verdade, é funcionário. Ao visado, as nossas desculpas.
F icha T écnica Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: We do com unipessoal, Lda. Redação: Cátia Veloso, Magda Machado de Araújo Colaboradores: Atanagildo Lobo, Jaime Toga, José Moreira da Silva, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Cátia Veloso e Magda Araújo | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda., Rua de S, Brás, n.º 1 Gualtar, Braga| Assinatura anual: Continente: 18,50 euros; Extra europa: 45 euros; Europa: 35 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,70 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Sede e Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: We do com unipessoal, Lda. NIF.: 506 529 002 Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 100 % do capital: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.
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Atualidade
Formação Profissional de excelência no Cenfim O CENFIM - Centro de Formação Profissional da Indústria Metalúrgica e Metalomecânica é um centro protocolar do IEFP que promove formação, orientação e valorização profissional dos Recursos Humanos do Sector Metalúrgico, Metalomecânico e Eletromecânico. Falamos de um sector sinónimo de tecnologia, inovação e desenvolvimento, pelo que necessita de recursos humanos altamente qualificados para assumirem funções diretamente relacionados com as várias saídas profissionais, que vão ao encontro do nosso Plano de Formação. Atualmente, o CENFIM da Trofa acolhe mais de 300 formandos entre regime diurno e regime pós-laboral, contando com o know-how técnico, tecnológico e técnico-pedagógico de cerca de 70 formadores/
“a necessidade aguça o enmonitores. O CENFIM é um Centro genho”. Na formação presencial de Formação Profissional da indústria da Metalurgia, Me- vivemos uma nova realidatalomecânica e Eletrome- de dadas todas as regras recânica, com uma forte com- lacionadas com a subdiviponente de formação práti- são de turmas assim como o ca. Nesta fase do COVID 19 distanciamento social, a utitem mantido a sua ativida- lização de máscaras e higiede dando prioridade à for- nização contante das mãos. mação presencial de ver- Felizmente, verificamos que tente mais prática, manten- esta já é uma atitude/postudo alguns módulos de for- ra que faz parte da rotina da mação em formação à dis- sociedade em geral. Segundo alguns estudos, tância recorrendo às plataverificou-se que com os formas digitais. Esta tem sido uma nova constrangimentos provocarealidade para os/as nos- dos pela COVID 19 que muisos/as formandos/as e for- tas das empresas tiveram madores/as que tiveram uma rápida resposta a estes de se adaptar. Contudo, to- entraves e conseguiram de dos reconhecem que pas- uma forma extraordinária sados quase 4 meses, des- adaptarem-se e crescerem de o início da pandemia, os tecnicamente ao nível digiseus conhecimentos ao ní- tal. O que nos leva a pensar vel digital, seja de software que para um futuro próxiou utilização de equipamen- mo a evolução técnica/digitos informáticos, cresceram tal das empresas irá evoluir significativamente. Ou seja, de uma forma exponencial.
Para tal, as empresas necessitam de contar com recursos humanos qualificados. O CENFIM completou, em 15 de janeiro de 2020, 35 anos de existência a formar e qualificar pessoas, realizando formação de longa duração, através da formação de jovens pelo sistema de aprendizagem (APZ), requalificação/educação e formação de adultos de outros setores (EFAs), formação de especialização tecnológica (CET’s), formação modular certificada, formação à medida para empresas e reconhecimento e validação de competências (RVCC escolar e profissional). A aposta dos nossos jovens deverá partir pela formação em cursos de Aprendizagem (cursos de dupla qualificação que permite obter uma qualificação profissional e a equivalência ao 12ºano de escola-
Oficina de CNC do CENFIM Núcleo da T rofa ridade). Esta modalidade de formação, erradamente, no passado foi associada a uma aprendizagem alternativa para os alunos “que não tinham capacidade, ou que não gostavam da escola, ou que não tinham hipóteses de ir para o ensino superior”. Pelo contrário, esta modalidade de formação tem permitido a muitos jovens qualificarem-se e adquirirem competências em saídas profissionais com elevada empregabilidade
contribuindo para a competitividade das empresas. Muitos dos/as formandos/ as que passaram pela formação profissional seguiram para o ensino superior e reconhecem que a formação profissional lhes deu imensas bases e competências que conjugados com os estudos na área da engenharia os/as tornaram profissionais de referência nas empresas. Adelino Santos Diretor do Núcleo da Trofa do CENFIM