Edição 728 do Jornal O Noticias da Trofa

Page 1

Quinzenário | 5 de novembro de 2020 | Nº 728 Ano 17 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €

//PÁG. 8

Os detalhes do novo troço da variante que vai ligar a Maia à Trofa

//PÁG.3

O que muda na Trofa com o dever de recolhimento? //PÁG. 2

//PÁG.4

Bombeiros contam com mais duas Federação alerta: falta de sangue viaturas e novo espaço de aparcamento O+ e A+ Homem em liberdade condicional nos hospitais apanhado a assaltar habitações //PÁG.10

pub


2

O NOTÍCIAS DA TROFA

5 de novembro de 2020

Atualidade

Federação alerta: falta sangue O+ e A+ nos hospitais A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) alertou para a falta de sangue O+ e A+ nas reservas nacionais dos hospitais. CÁTIA VELOSO

Em comunicado divulgado a 27 de outubro, a FEPODABES explicou que, “com a retoma das cirurgias e da atividade hospitalar, o consumo de sangue tem vindo a aumentar”. “Apesar dos esforços realizados entre julho e agosto, há já falta de dois tipos de sangue: O+ e A+. Esta falta recorrente justifica-se com o facto de a maioria dos portugueses serem dos grupos sanguíneos A e O”. Com o alerta, a Federação aproveita ainda para apelar aos portugueses que contribuam com dádi-

vas de sangue. Para realizar o processo, que consiste na colheita de cerca de 450 mililitros de sangue e não demora mais de 30 minutos, o dador só precisa de ter, pelo menos, 18 anos e 50 quilogramas e ser saudável. Antes da dádiva, a FEPODABES recomenda que se deve tomar o pequeno-almoço, caso o processo seja realizado de manhã, ou esperar três horas se for após o almoço. O dador deve ainda hidratar-se com líquidos como a água ou o chá no dia anterior e no próprio dia e grandes períodos de exposição solar devem ser evitados. Já depois do procedimento, o dador deve continuar a hidratar-se e deve evitar grandes períodos de exposição solar e exercício físico. “A pandemia não deve ser mo-

Falta recorrente justifica- se com o facto de a maioria dos portugueses serem dos grupos sanguíneos A e O tivo de medo. Estamos preparados para receber todos os que nos queiram ajudar, adotando todos os cuidados necessários”, pode ler-se no comunicado da FEPODABES.

Lions promove colheitas Na Trofa, o Lions Clube promove várias colheitas de sangue, realizadas pelas equipas do Instituto Português do Sangue e da

Transplantação. A próxima realiza-se a 7 de novembro, na EB 2/3 de Ribeirão, no concelho de Vila Nova de Famalicão. A atividade realiza-se entre as 9h00 e as 12h30.

Mais de mil pessoas apoiadas pela Cruz Vermelha em outubro “Apoiamos, este mês, 1127 pessoas”. Foi desta forma que a delegação da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa se referiu aos apoios prestados durante o mês de outubro, ao nível da alimentação, vestuário e medicamentos. Com um apoio regular no número de refeições servidas na cantina social Porta de Sabores – 442 refeições para uma média de 19

Meteorologia

pessoas, diariamente -, a delega- ficativo foi o de medicamentos: ção registou um crescimento dos 98. “Foi o valor mais elevado de alimentos doados em regime de sempre, tendo sido uma poupanexcedentes: 9825 bens permiti- ça significativa para os agregaram colmatar necessidades de 991 dos”, salientou a instituição, que pessoas, às quais acrescem mais relevou ainda a ajuda, “por 15 ve29, que recorreram ao apoio ali- zes”, a “diferentes instituições do mentar de emergência, que ce- concelho”, através da doação de “géneros alimentares”. deu 752 alimentos. O número de apoios que tamC.V. bém registou um aumento signi-


5de novembro de 2020

O NOTÍCIAS DA TROFA

3

Atualidade

Dever cívico de recolhimento na Trofa. O que mudou desde ontem? A Trofa está, desde esta quarta-feira, condicionada a várias restrições extraordinárias, devido à pandemia de Covid-19. O concelho é um dos 121 que o Governo sinalizou, face à escalada do número de novos casos de infeção pelo novo coronavírus, estando sujeito ao “dever cívico de recolhimento domiciliário”. CÁTIA VELOSO Até 19 de novembro – e num cenário em que as medidas se poderão prolongar para lá desta data -, a população residente na Trofa só poderá sair de casa por motivos essenciais, como ir para o trabalhou ou para a escola, fazer compras, ir ao médico, fazer exercício físico, passear os animais ou prestar assistência a alguém. Isto acontece porque o concelho se situa na zona “vermelha” da taxa de incidência do vírus, ou seja, apresenta um valor superior a 240 casos por 100 mil habitantes, assim como todos os 17 municípios da Área Metropolitana do Porto. A Direção Geral da Saúde deixou de apresentar o número total de infetados por concelho para, em breve passar a divulgar a taxa de incidência, nestes territórios. Na semana passada a Trofa apresentava um valor de 208 infetados por 100 mil habitantes. Entre as regras impostas pelo Governo, estão também os horários de funcionamento dos estabelecimentos comerciais a retalho – que devem encerrar até às 22 horas. As farmácias, consultórios, funerárias, postos de abastecimento e rent-a-car compõem a lista de exceções. No caso dos restaurantes, o limite de horário fixa-se nas 22h30. Importa referir que pode ir jantar a qualquer restaurante, desde que à mesa não se sentem mais do que seis pessoas, excetuando se estiverem elementos do mesmo agregado familiar (pessoas que vivam na mesma casa). Os eventos que impliquem aglomerações de mais de cinco pessoas não se podem realizar, mas os espetáculos culturais e as celebrações religiosas não serão suspensos, no entanto devem realizar-se tendo em conta todas as regras emanadas pela Direção-Geral da Saúde. Durante a apresentação das novas medidas a vigorar nos concelhos de risco, o primeiro-ministro António Costa revelou que as visitas aos utentes de lares são permitidas, tendo de respeitar as condições limitadas já em vigor. Entretanto, mais medidas se podem seguir, no âmbi-

espaço está delimitado, o acesso é controlado e, inclusivamente, contamos com uma sala de isolamento, tal como determinam os planos de contingência, para o caso de ser necessário”, sublinhou o autarca, que revelou que a Junta de Freguesia, desde o início pandemia, já investiu “cerca de seis mil euros” para criar as condições de realização da feira em segurança. Regime de teletrabalho obrigatório É uma medida que em concelhos, marcadamente, industriais não deverá fazer-se sentir com muito significado, mas é válida para todos os trabalhadores, cujas funções, e independentemente do vínculo laboral, podem ser exercidas a partir de casa. O regime de teletrabalho só não se poderá aplicar por “impedimento do trabalhador” ou se as funções não permitam. Na impossibilidade de adotar esta medida, as empresas têm de desfasar os horários dos funcionários. T rofa é um dos 121 concelhos em regime de semi- confinamento to do Estado de Emergência, a ser decretado pelo Presidente da República, tal como solicitou o primeiro-ministro, que quer o Governo a agir com mais segurança em termos de “enquadramento jurídico”, para poder justificar limitações à liberdade de desclocação, medida de temperatura nos locais de trabalho e noutros locais públicos e reforço dos meios de saúde, com convocação das entidades privadas e requisição dos militares e outros profissionais públicos para equipas de rastreamento do vírus. Marcelo Rebelo de Sousa declarou que o estado de emergência não será tão restritivo das liberdades como o que aconteceu em março. Feiras podem, afinal, realizar-se Apesar de ter determinado o encerramento das feiras de levante, como a da Trofa, o Governo recuou e decidiu dar às autarquias a autonomia para decidir sobre a sua realização. Contactado pelo NT, o presidente da Junta de Freguesia de Bougado, responsável pela dinamização da feira semanal, referiu que aguarda “a autorização do município” para realizar a feira já no próximo sábado, garantindo que existem “todas as condições de segurança”. “O

Linha SNS24 pode emitir baixa médica Para facilitar a justificação de faltas ao trabalho relacionadas com a Covid-19, evitar sobrecarregar os centros de saúde e agilizar os pagamentos por parte da Segurança Social, o Governo decidiu atribuir à Linha SNS 24 o poder de emitir as declarações de isolamento profilático (baixa médica).

O que é a taxa de incidência? A taxa de incidência da Covid-19 passará agora a ser a referência para os novos casos registados por concelhos. Esta variável mede o número de casos por cada 100 mil habitantes e em Portugal está a ser medido tendo em conta o número de novos casos surgidos em 14 dias. A taxa mede-se dividindo, então, o número de casos novos pelo número de pessoas em risco (população de determinado concelho ou região) e multiplicando por 100 mil.

Lar da Santa Casa com 44 infetados e um morto O número de infetados com o novo coronavírus no lar Alfredo Carriço, na Trofa, subiu para 44, depois de mais quatro idosos e uma funcionária apresentarem testes com resultado positivo, revelou a diretora técnica da Santa Casa da Misericórdia da Trofa. Segundo Zélia Reis, o lar tem agora 25 utentes e 17 colaboradores infetados, sendo que “duas idosas estão internadas no Centro Hospitalar do Médio Ave, na unidade de Vila Nova de Famalicão” e que “a maioria dos casos são assintomáticos, apresentando os demais sintomas ligeiros”, revelou. Entretanto, dois colaboradores que testaram positivo já recuperaram. O mais recente caso de infeção pelo novo coronavírus foi detetado em testes “mandados fazer na semana passada pela Segurança Social aos colaboradores da instituição” e que a funcionária em questão já estava em casa, em isolamento profilático.

Um idoso de 95 anos, que contraiu a Covid-19, faleceu a 24 de outubro e é o único óbito registado no seio da instituição. Zélia Reis referiu que os idosos infetados “foram transferidos para um espaço criado pela Santa Casa”, no antigo Lar da Imaculada Conceição, onde “cumprem o isolamento profilático”, enquanto as cuidadoras “se mantêm em casa na mesma situação”. O novo coronavírus surgiu também na creche da Santa Casa da Misericórdia, com o surgimento de um caso numa “criança de quatro anos, assintomática”, há duas semanas, obrigando ao isolamento de 21 crianças e dois adultos. “A sala dos quatro anos voltou a funcionar, com todos os meninos presentes. A instituição fez questão de assinalar e agradecer a “prontidão” das autoridades de saúde, no sentido de se realizarem, com urgência, os testes a todos os utentes e funcionários, bem como a ação da Proteção Civil e do

Hospital da Trofa com a cedência de equipamentos e bem como a agilidade na realização dos testes e disponibilização dos resultados. Segundo Zélia Reis, entre testes e equipamentos de proteção individual, a instituição já gastou “cerca de 150 mil euros”, para além das ofertas efetuadas por vários mecenas. Casos no Lar Padre Joaquim Ribeiro No Lar Padre Joaquim Ribeiro, no Centro Social e Paroquial de S. Martinho de Bougado, estão confirmados dois utentes e um colaborador com Covid-19, confirmou ao NT o presidente da direção, padre Luciano Lagoa. Luciano Lagoa também quis agradecer ao delegado de saúde e ao Hospital da Trofa, pela disponibilidade e rapidez na ação de testagem.


4

O NOTÍCIAS DA TROFA

5 de novembro de 2020

Atualidade Associação Humanitária comemora aniversário com inaugurações

Novo parque automóvel e duas viaturas reforçam operacionalidade dos Bombeiros

A obra foi comparticipada pelo município em 20 por cento Depois de dois adiamentos, a cerimónia de comemoração do 44.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa (AHBVT) cumpriu-se, a 31 de outubro, com muito menos assistência e com regras suplementares, impostas pela pandemia de Covid-19. CÁTIA VELOSO Apesar dos constrangimentos, a direção da Associação Humanitária considera que conseguiu, com esta cerimónia, “honrar a memória” de “todos os que se envolveram com a instituição ao longo dos últimos 44 anos”. O dia ficou marcado pela inauguração de um novo espaço de parqueamento, que, aos poucos, se vai também transformar num museu da instituição. “Este tipo de projeto ou se faz num determinado momento, ou então começa-se a perder equipamentos, que se deterioram. Agora, se calhar, não o teríamos feito se tivéssemos conhecimento da pandemia de Covid-19, mas quando foi pensado e arrancou não estávamos nesta situação sanitária”, explicou Luís Elias, presidente da AHBVT. A obra, que custou “415 mil euros”, foi comparticipada pelo município em “20 por cento”, ou seja, cerca de 83 mil euros. Para complementar o cabaz de aniversário, foram benzidas mais duas viaturas, uma ambulância que vai substituir a que estava no Posto de Emergência Médica

(PEM), no valor de 55 mil euros – grenagem” que vão fazer parar o comparticipada pelo INEM em 50 motor da atividade da Associação mil -, e uma viatura florestal de Humanitária. “O alvo já não é só o presidencombate a incêndios (VFCI), que ocupa o lugar do veículo, da mes- te ou o comandante, começa a ser ma tipologia, danificado durante a própria instituição e o próprio o combate a um fogo, em S. Mame- corpo de bombeiros. Quando isto de do Coronado, no passado ve- acontece, as pessoas deviam merão. Este VFCI custou 79 mil eu- ter a mão na consciência e pensar ros, dos quais 45 mil foram supor- que, realmente, o que estão a fatados pela Autoridade Nacional zer não é contra A ou B, mas contra uma instituição no seu todo”, de Emergência e Proteção Civil. A direção da Associação Huma- referiu Luís Elias, que se recusa nitária anunciou ainda a aquisição a responder no mesmo tom dos de mais duas viaturas, um veícu- críticos, mas antes a ignorar as lo urbano de combate a incêndios “provocações” que, na sua ótica, e um veículo de apoio logístico, são “descabidas e com falta de com capacidade para transpor- sustentação”. O presidente da AHBVT revetar 21 mil litros de água, que deverão estar operacionais “no pri- lou ainda que a situação financeimeiro trimestre do próximo ano”, ra da associação “é sólida, estável num investimento de “240 mil eu- e sem problemas para um futuro próximo/longínguo”. “Hoje, dia ros”, revelou Luís Elias. Com este reforço do parque au- 31, já todos os funcionários recetomóvel, ficam colmatadas algu- beram o ordenado de outubro e mas lacunas da atividade opera- os fornecedores o valor dos forcional, mas há outras necessida- necimentos de setembro e, naldes a satisfazer, relacionadas com guns casos, de outubro”, garantiu. As comemorações do 44.º anio capital humano, salientou o comandante do corpo de bombei- versário da Associação Humaniros, João Pedro Goulart, que as- tária foram adiadas por duas vesume a importância de continuar zes. A iniciativa, que normalmena “motivar os jovens” e a “apos- te acontece a 30 de setembro (dia tar na criação de novos cursos de do aniversário) ou no primeiro fim instrução inicial para bombeiros”. de semana de outubro, já havia Durante a sessão solene, os sido adiada para 24 de outubro, discursos variaram entre men- devido à pandemia de Covid-19 e sagens para dentro e “recados” às obras do novo edifício da inspara fora. Luís Elias não deixou tituição. Acabou, novamente, por de se referir às vozes da discór- ser reagendada para 31 de outudia que se fazem ouvir, essencial- bro, devido ao isolamento profilámente, nas redes sociais, frisan- tico do executivo da Câmara Mudo que não são as “areias na en- nicipal da Trofa.

João Pedro Costa

CRÓNICA Capítulo II - Os Santeiros segundo Sérgio Humberto: “Milagre ou “Fraude”? Na primeira parte desta minha crónica refleti sobre a opção tomada pelos atuais gestores do Município da Trofa, aquando da participação no concurso “Maravilhas da Cultura Popular de Portugal” (RTP), onde, através de Ajuste Direto no valor de 74.899,20€, foram adquiridos “serviços para reforço da votação” nos Santeiros do Coronado (entenda-se chamadas de valor acrescentado pagas à MEO), uma despesa, no mínimo, questionável. Perante este tema, mostrei-me completamente indignado, desde logo porque já fomos apelidados, a nível nacional, de batoteiros, infelizmente com justeza. O próprio regulamento do concurso previa expressamente que “a eleição das 7 Maravilhas da Cultura Popular” dependia do “resultado da votação pelo público”, não tendo o Município da Trofa (entidade contratante) ou a operadora de comunicações MEO (entidade contratada) a categoria de “público”, tal como o regulamento certamente pretendia acautelar. Aliás, na conhecida rubrica da verdade ou mentira “Polígrafo”, foram mesmo apurados factos contraditórios entre os representantes da Câmara Municipal da Trofa, que afirmaram ter sido “oficiosamente informada da necessidade/prática habitual da própria (Câmara Municipal) investir na realização de chamadas na tentativa de conseguir obter bons resultados”, ao passo que a fonte da empresa privada que organizou o concurso refuta esta afirmação, dizendo que “nunca recomendou, nem recomendará estratégias que alterem a razão de ser do concurso que se baseia na votação popular”. Mas o meu raciocínio vai muito para lá da simples ética e moral, assentes em princípios e valores, e vai mesmo para o campo da legalidade relativamente à participação de uma autarquia num concurso que tem claras caraterísticas de jogo. Tal a minha indignação que, por analogia, questionei: “terá legitimidade, esta semana, o presidente Sérgio Humberto para participar no concurso da Santa Casa, Euromilhões, invocando que é um investimento?”. Questionei, mesmo com o risco de haver sempre alguém que aceite este tipo de conduta e me responda: “atendendo a que os jogos são da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e parte das verbas revertem para a ação social, então, o presidente estaria a ajudar os mais necessitados”… e concluirão, “o presidente é um visionário…!” Assim, prefiro manter as minhas convicções: 1º. O “Maravilhas da Cultura Popular de Portugal” era um concurso de televisão, por isso um jogo, sendo as chamadas de valor acrescentado as “fichas” para apostar; 2º. O seu resultado era de todo incerto e sem qualquer garantia de que se quantificasse uma rentabilidade, tanto mais que o concurso pretendia elevar 7 maravilhas e não propriamente determinar um vencedor; 3º. Os gestores municipais, ignorando esta realidade de que bem sabiam, até porque conheciam o regulamento do concurso dado que o Município foi a entidade que apresentou a candidatura, optaram conscientemente por comprar este tipo de produto; 4º. Dando um aparente caráter de serviço de comunicação à compra que fizeram à operadora MEO, não visando este serviço a prossecução de um interesse municipal direto, antes procurou-se obter mais votos que os demais participantes; 5º. Tal conduta dos responsáveis municipais, além de eticamente reprovável porque tinha como fim viciar os resultados do concurso, dá fim divergente e dúbio a fundos municipais; 6º. Além de que terá de ser apurado se o montante envolvido não possa estar para cima dos 74.899,20€ dado que o Município certamente tem outros pacotes de comunicação que podem ter sido utilizados para o mesmo fim, facto que violaria regras de contratação pública. Não pretendo continuar a alimentar este tema, neste nível público, onde cada um interpreta “opções” como quer e onde vale tudo para as defender. Devo, por isso, fazer a minha obrigação de fazer chegar os factos às entidades competentes para se entenderem, investigarem.


5de novembro de 2020

O NOTÍCIAS DA TROFA

5

Atualidade João Pedro Goulart

Vozes da discórdia? “Meras opiniões, valem o que valem” Para João Pedro Goulart, aos 44 anos da Associação Humanitária somam-se “mais anos de história”, comprovando com o ano de aquisição da primeira ambulância, há 49 anos. Em entrevista ao NT, o comandante do corpo de bombeiros falou no plural quando foi questionado como gostaria de ser recordado daqui a meio século e desvalorizou as vozes da discórdia, que vão soando, principalmente nas redes sociais, sobre a atividade operacional. CÁTIA VELOSO O Notícias da Trofa (N T): Mais uma comemoração da Associação Humanitároa, com muitas condicionantes provocadas pela pandemia de Covid-19, mas com boas notícias, como o novo edifício e duas viaturas. João Pedro Goulart (JPG): De facto, estas comemorações tiveram um cunho especial, motivado pelas questões da segurança relacionadas com a Covid-19, mas quanto ao aniversário, como eu dizia no meu discurso, 44 anos de existência, mas há muitos mais anos de história e eu recordei o ano de 1971, data de aquisição da primeira ambulância. A história começa a ser escrita em 1971, mas no pensamento dos fundadores, se calhar também algum tempo antes. NT: E pegando nessa deixa, como gostaria de ser recordado daqui a 50 anos? JPG: Nós temos de recordar

o papel dos bombeiros como o principal agente da Proteção Civil. Neste momento, vivemos a situação da pandemia de Covid-19, os bombeiros estão na linha da frente e acho que os bombeiros serão recordados como o principal agente da proteção civil. NT: Em que medida é que as novas viaturas vão reforçar a atividade operacional? JPG: Estas viaturas vêm substituir outras que vão sendo abatidas, aliás, há cinco veículos no novo espaço museológico e uma delas esteve ao serviço até muito recentemente, que é a nossa Berliet Camiva, que participou em vários incêndios no verão deste ano. Vai, em breve, ser substituída por um novo veículo da mesma tipologia, um veículo urbano, conforme foi anunciado, com a comparticipação da Câmara Municipal. Dos dois veículos agora inaugurados, a ambulância vem substituir aquela que existia, no âmbito do PEM (Posto de Emergência Médica), e o veículo florestal de combate a incêndios vem substituir o veículo acidentado. NT: Com as duas novas viaturas que chegarão no próximo ano, em que medidas ficam colmatadas as necessidades da corporação? JPG: As necessidades são sempre muitas. Satisfazer as necessidades materiais deve ser o que menos custa. Nós continuamos empenhados em motivar os jovens a inscrever-se nesta ativi-

continuamos empenhados em motivar os jovens a inscrever - se nesta atividade de voluntariado

dade de voluntariado, passando a mensagem de que a sociedade precisa de uma forte e dinâmica Proteção Civil e, como tal, o seu principal objeto vai depender da incorporação da juventude, por isso o nosso objetivo e aposta vai continuar a ser a criação de novos cursos de instrução inicial para bombeiros. NT: Relativamente ao que foi dito pelo presidente da direção da Associação Humanitária, que falou de “areias na engrenagem” da atividade da instituição, em que medida é que as vozes da discórdia afetam a

atividade e o estado de espírito córdia pode, de facto, não ser uma discórdia. Meras opiniões, que da corporação? JPG: Das vozes que se fazem valem o que valem. ouvir, confesso que não ouço neNT: Não afetam, então, o esnhuma. Quanto aos escritos das redes sociais, valem o que va- tado de espírito e a atividade da lem. Até na imprensa escrita, o corporação? JPG: Não afetam e bem pelo que vem lá escrito se questiona, a começar pelos título, em que, há contrário, pode ser que ajudem a uns tempos, alguém dizia que um criar algumas forças e a dinamideterminado jornal nacional pu- zar a sincronização de todas as blicava um determinado título na componentes do corpo de bomprimeira página, que não condi- beiros. E por isso é que somos um zia com o conteúdo da notícia, no corpo: às vezes um braço queixainterior. Se quisermos citar um -se, a mão queixa-se, o pé queixapresidente de um país estrangei- -se, vamos coxeando, mas contiro, nós hoje vivemos num mundo nuamos todos em frente, num sende fake news, portanto, essa dis- tido único.


6

O NOTÍCIAS DA TROFA

5 de novembro de 2020

Atualidade

Entrevista ao novo diretor executivo do ACES Santo Tirso/Trofa

“Nunca ponham em causa o trabalho que está a ser feito pelas equipas de saúde pública”

Depois de quase duas décadas a trabalhar na unidade de Santo Tirso do Centro Hospitalar do Médio Ave, Nuno Carvalho abraçou um novo desafio profissional. Da realidade dos cuidados hospitalares migrou para a dos cuidados primários de saúde, um mundo que, sendo dentro da mesma área, é novo, principalmente para quem assume funções diretivas em plena pandemia de Covid-19. Nomeado, a 16 de outubro, novo diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Santo Tirso/Trofa, o engenheiro hospitalar não esconde que ficou “preocupadamente admirado” com o trabalho desenvolvido pela equipa de saúde pública e por isso considera que é importante não colocar “em casa” o que está ser feito neste período de agravamento da pandemia. Com uma vasta experiência no voluntariado, tendo sido presidente da direção da Liga dos Amigos do Hospital de Santo Tirso, vogal na direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Tirsenses e presidente da assembleia-geral da Casa do Pessoal do Hospital de Santo Tirso, Nuno Carvalho é, atualmente, presidente da direção da delegação de Santo Tirso da Cruz Vermelha Portuguesa e deverá ser por isso que defende a ideia que, neste momento, a união de esforços é um dos caminhos a trilhar para aliviar a pressão das unidades de saúde. Convocar entidades com proximidade à população, como farmácias e juntas de freguesia, é, por conseguinte, um dos objetivos para o mandato, como revelou ao NT, em entrevista concedida uma semana depois de assumir funções, na sede do ACES, em Santo Tirso. CÁTIA VELOSO O Notícias da Trofa (NT): Como é que surge este desafio de liderar a direção executiva do ACES Santo Tirso/Trofa? Nuno Carvalho (NC): Foi um desafio que me foi lançado, há alguns meses. O processo foi mais longo do que se estava à espera, porque há um conjunto de burocracias a cumprir. Fui avaliado pelo dr. Carlos Nunes, presidente da ARS-N, numa primeira conversa que tivemos, tendo considerado, depois, que eu tinha as características necessárias para

o desempenho da função. E embora seja por proposta dele ao gabinete da senhora ministra da Saúde a indicação de um diretor executivo do ACES; há outro trabalho mais burocrático que é feito pela CRESAP (Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública), que avalia os dirigentes com base numa análise curricular, numa entrevista, que, fruto dos momentos em que vivemos, foi feita de forma não presencial e num pequeno inquérito em que se determina as soft skills dos candidatos. Passando estas três fases, fui considerado como adequado para exercer a função e o gabinete da senhora ministra acabou por me nomear. NT: Seria mais fácil aceitar o desafio num contexto pré-Covid-19? NC: Quanto maior o risco maior é a probabilidade do sucesso. Esta é uma frase de um antigo diretor-geral, com quem tive oportunidade de trabalhar e com quem aprendi muito. O risco é elevado, neste momento, o ACES Santo Tirso/Trofa tem bastante notoriedade, se houvesse um ranking, ele seria um dos melhores do Norte do País, senão do País. E como tal, tenho a noção clara que vou estar a dirigir uma equipa de exceção. A realidade é nova para todos nós, tenho a noção de que estamos com as equipas esgotadas, que têm feito muito trabalho, e que normalmente não é visto pela comunidade, mas não pode ser visível, porque é dentro de portas. As nossas equipas de saúde pública têm sido incansáveis e não conseguem responder a todos os problemas que temos. E com o receio de poder não nomear alguém, porque são 14 unidades que temos, a equipa de saúde pública talvez seja a face mais visível, a que talvez tenha mais trabalho e a que seja menos reconhecida. NT: E que trabalho é esse que as equipas de saúde pública têm tido, principalmente nos últimos dias, com o agravamento da pandemia? NC: Numa fase pré-Covid, a unidade de saúde pública tinha um conjunto de competências que lhe são exigidas por lei, atingindo-as com competência. Esta fase que vivemos, com uma segunda vaga mais complexa e demasia-

do violenta e rápida, cria nas equipas alguma dificuldade de resposta. Posso dizer que tomamos a decisão de encerrar a nossa unidade de saúde pública ao atendimento presencial. Aparentemente, parece ser um contrassenso, mas acreditamos que esta é melhor forma de podermos servir melhor a população. Qualquer pequena alteração na unidade provoca a paragem de seis a oito profissionais para se resolver um problema mais pontual e não vou dizer que eles possam não ter alguma razão subjacente, mas o facto de nós evitarmos o contacto presencial vai-nos permitir prestar um serviço um pouco mais eficiente e conseguirmos evitar que se gerem mais atrasos. Os ACES são o “front office” enquanto a Linha SNS24 está mais em back office e todas as necessidades da população têm de ser resolvidas nas unidades de saúde pública. Ora, todo este acréscimo de trabalho veio fazer com que equipas excelentes – e que não o deixam de ser durante este tempo – fiquem com uma imagem menos boa no seio da comunidade. Se há algo que eu posso pedir à população é que nunca ponham em causa o trabalho que está ser feito pelas equipas de saúde pública, porque ao fim de uma semana, eu próprio, que venho de um ambiente hospitalar onde estive 20 anos, fiquei admirado com a quantidade de trabalho não visível que é feito dentro desta casa. Preocupadamente admirado, porque sei que as equipas estão num processo de saturação e com asa quais temos de trabalhar com alguns pezinhos de lã. E se pensarmos que a nossa área é composta por 120 mil utentes e nós temos quatro ou cinco reclamações, afinal, estaticamente, atingimos os nossos objetivos. Lembro-me das palmas, há uns meses, aos profissionais de saúde, numa altura em que nós não sabíamos o que estávamos a viver e este momento será, talvez não necessariamente para bater palmas, mas para agradecer aos profissionais de saúde sempre que os contactam, porque eles são a última barreira de uma batalha que travamos contra um inimigo imprevisível e invisível. NT: Já teve oportunidade de tomar o pulso da realidade das diferentes unidades do ACES? NC: Estou há cerca de uma semana em funções. Os primeiros dias estiveram mais relacionados com questões burocráticas, já tive contacto com a maior parte da população que trabalha na sede, aqui em Santo Tirso e temos mais quatro unidades na área de Negrelos e cinco na área da Trofa e de uma forma calma e ponderada irei visitá-las todas, dando-me a conhecer aos coordenadores e às pessoas que lá trabalham. Não quero alterar as rotinas, que já estão muito alteradas devido à Covid-19 e aproveitar as reuniões que fazem para marcar presença, apresentar-me, lançar alguns desafios e pôr-me à disposição para o que for necessário, dentro das competências que me estão confiadas por força da legislação. NT: É uma pessoa externa ao ACES. Tem algum receio que essa questão possa causar algum tipo de resistência nas equipas das diferentes unidades? NC: Não. Os cuidados primários de saúde e os cuidados hospitalares estão, muitas vezes, de costas voltadas. Talvez por eu conhecer tão bem a realidade dos cuidados hospitalares e, a breve prazo, vir a conhecer também a realidade dos cuidados primários, me possam ver como uma oportunidade. Talvez ajuda a quebrar algumas barreiras que existem entre as duas áreas, que não devem ser separadas, mas sim complementares. E se conseguirmos essa complementaridade, de certeza que haverá alguém a ganhar muito, que é a população que nós servimos e esse será um dos desafios.


5de novembro de 2020

O NOTÍCIAS DA TROFA

7

Atualidade

João Mendes

CRÓNICA

Despesismo imoral em tempos de pandemia

NT: Estamos numa altura, que, por força das circunstâncias, não permitirá grandes planeamentos a longo prazo, mas que projetos idealizou executar para este mandato? NC: Eu propus-me, inicialmente, em criar condições e garantir uma maior facilidade de acesso aos cuidados hospitalares de saúde. Ou seja, tentar diluir as tais barreiras que muitas vezes se criam entre os cuidados de saúde primários e os hospitalares. Nós temos o Centro Hospitalar do Médio Ave, com um Hospital de Santo Tirso, em que, com os devidos protocolos, poderá complementar, com o ACES, um conjunto de serviços à população, para evitar deslocações ao Porto ou a Braga. Com isso, acho que temos muito a ganhar e, na primeira linha, ganhará o ACES, com a notoriedade que conseguirá, garantindo uma facilidade de acesso aos cuidados hospitalares. Ganhará o próprio hospital, que terá acesso aos mesmos serviços e poderá ampliar as suas linhas de produção, mas sobretudo ganhará a população que poderá encontrar uma interligação entre as duas áreas de saúde, que se vão complementar. A segunda área a que me propus, e que poderá ser absurda neste momento em que combatemos uma pandemia, será tentar criar condições para que todos os núcleos do ACES tenham acesso a saúde oral. Neste momento, temos um médico dentista a atuar na área de Negrelos e é um objetivo para as áreas de Santo Tirso e Trofa, que se poderá equacionar a muito curto prazo. A equipa de cuidados paliativos será uma outra área que gostávamos de ver aprovada pela ARS. Há, em cima da mesa, a possibilidade de termos equipamentos de imagiologia no ACES e iremos lutar por isso. Também aí nos podemos complementar à unidade hospitalar e retirar-lhe alguma pressão. Um outro desafio que temos é a nossa capacidade de comunicarmos com a comunidade, por forma a que esta esteja informada de todas as pequenas alterações que são feitas. Este aspeto é importante para não defraudarmos os utentes nem lhes causarmos falsas expectativas. Neste meu processo de governação do ACES irá ter um papel fulcral o trabalho de interligação com os municípios, juntas de freguesia e farmácias para chegar a uma população que tem mais dificuldade com as novas tecnologias, como o email, uma das ferramentas que usamos cada vez mais e que pode ser uma excelente alternativa para desentupir as linhas telefónicas, que estão constantemente lotadas. Este será um processo que não pode ser lento, terá

de ser discutido de forma rápida, porque não temos tempo para tomar decisões. Provavelmente, iremos celebrar um conjunto de protocolos com as juntas de freguesia e farmácias, que nos queiram ajudar a apoiar as suas populações, uma vez que têm equipamentos informáticos disponíveis e as competências para as utilizar dentro de portas. Desta forma, conseguiríamos tirar alguma pressão de utentes nas nossas unidades, que nos seria útil, para fazer o trabalho relativo à Covid-19 e garantir que os recursos mínimos eram salvaguardados. NT: Sobre o novo centro de saúde que está a ser construído em Santiago de Bougado, qual o feedback que recebeu acerca do ponto de situação da obra? NC: Ainda tenho pouca informação, porque ainda não tive oportunidade de falar com o engenheiro que acompanha a obra. Sei que houve alguns problemas iniciais, que atrasaram, em cerca de um ano, o prazo de conclusão da obra, mas ainda não estou munido de informação detalhada. Contudo, uma coisa é certa, iremos fazer os possíveis e impossíveis para que a obra avance a bom ritmo, fazendo pressão junto da ARS-N. NT: Ao nível de pessoal médico, como está o ACES? NC: Nós temos um misto. A população médica está em constante mutação, com os concursos dos jovens que fazem a sua especialização em medicina geral e saúde pública, com base nas saídas de médicos por reforma ou mobilidade. Nós tentamos que esses quadros sejam preenchidos. Nesta fase de pandemia, direi com alguma facilidade que temos escassez de recursos, uma vez que temos um quadro que tem de prestar um conjunto de serviços normais e outras tarefas ligadas à situação pandémica, que são complexas e que há oito meses não existiam. Em termos de quadro, foram colocadas, ontem, duas jovens médicas que irão para a Trofa e estamos à espera, possivelmente já está definido, de quatro enfermeiros. Iremos também tentar reforçar, junto das bolsas da ARS-N, a parte de secretariados clínicos. Não posso deixar de relevar o trabalho da equipa residente, que tem sido excecional. Sábados, domingos e feriados em casa em teletrabalho, as vezes, até com os próprios equipamentos telefónicos para se manterem contactáveis e contactarem os utentes. O meu trabalho será encontrar soluções que permitam menos stress e algum desafogo nas equipas, o que não será fácil.

Vivemos – é pelo menos esse o meu entendimento – o momento mais delicado e desafiante da história da humanidade, desde o final da 2ª Guerra Mundial. Estamos a braços com uma pandemia galopante, que ceifa diariamente milhares de vidas, que colocou os hospitais de todo o mundo em estado de sítio e que está já a ter um violentíssimo impacto na economia global, com múltiplas ondas de choque que não poupam nem pouparão ninguém, em particular os mais desfavorecidos. O que aí vem será dramático e empurrará milhões para a pobreza, abrindo caminho ao tumulto social e estendendo ainda mais a passadeira vermelha para o desfile da demagogia neofascista, que se diz defensora do povo, apesar de, no caso Chega, propor o desmantelamento do SNS e da Escola Pública, bem como a redução de impostos para as classes mais altas, em detrimento das mais desfavorecidas, que veriam a sua factura fiscal aumentar, caso o partido de André Ventura fosse poder. É isso que está plasmado no programa apresentado pelo partido às Legislativas do ano passado. Se o cenário pandémico e pós-pandémico não fosse, por si só, uma enorme ameaça à sobrevivência dos sectores mais carenciados da população portuguesa, colocá-las à mercê da agenda da nova extrema-direita é a receita para o desastre e para a instabilidade social. E poucas coisas empurram tanto as massas para soluções populistas e potencialmente autoritárias como o despesismo injustificado, uma das práticas que alimenta a narrativa de um regime corrupto, feito de partidos e pessoas corruptas, que instrumentalizam a coisa pública em benefício próprio, algo que, infelizmente, em particular no caso do PS e do PSD, não está assim tão longe da realidade. Vem isto a propósito de um dos mais recentes ajustes directos levados a cabo pelo executivo Sérgio Humberto, que decidiu adquirir 7 smartphones iPhone 11 de 256GB. E não, não é o valor que mais choca. É falta de sensibilidade social de decisores políticos que, durante uma crise sanitária, social e económica, com milhares de pessoas a passar dificuldades, algumas delas aqui, no concelho da Trofa, decidem comprar telemóveis topo de gama com o dinheiro dos impostos daqueles que os pagam nas suas taxas máximas, por decisão deste executivo, que rejeitou o alívio fiscal proposto pelos socialistas trofenses, prática que se verificou, por exemplo, no concelho vizinho de Famalicão, governado pelos mesmos partidos que governam a Trofa. Tal situação, por si só, é reveladora de uma enorme falta de ética e de respeito pela gestão da coisa pública, pelos elevadíssimos impostos cobrados a todos os trofenses, e, claro, pelos próprios trofenses, que financiam esta vaidade injustificada, logo à partida porque autarca algum precisa de gastar um balúrdio num telefone de luxo para cumprir as suas funções, mais ainda quando a entidade financiadora é um concelho bastante endividado. Contudo, a situação torna-se particularmente imoral e revoltante durante a era covid, quando inúmeros munícipes de Sérgio Humberto, que com os seus impostos lhe pagaram a conta dos gadgets topo de gama, não sabem como pagar a conta da luz e da água no próximo mês, porque ficaram sem emprego, viram o seu negócio fechar ou perderam abruptamente a sua fonte de rendimento, tendo agora que fazer apertadas contas à vida para chegar ao fim do próximo mês. Foi este o contexto que Sérgio Humberto escolheu para apetrechar a elite política trofense de smartphones de luxo. Telemóveis cujo valor seria suficiente para pagar três ou quatro anos de contas da água a muitos trofenses que se encontram agora em situação aflitiva. E o pior é que já nada disto surpreende.


8

O NOTÍCIAS DA TROFA

5 de novembro de 2020

Acessibilidades

Os detalhes do novo troço da variante que vai ligar a Maia à Trofa Trinta e dois milhões de euros é o preço-base do concurso público para a 2.ª fase da variante à Estrada Nacional 14, entre a Via Diagonal, na Maia, e o interface rodoferroviário da Trofa, que foi publicado em Diário da República, a 23 de outubro. Trata-se de um dos quatro troços da nova variante – um deles é considerado os 1,3 quilómetros da Avenida 19 de Novembro (junto à estação ferroviária da Trofa). Nesta empreitada, será feita uma nova ligação entre a Maia e a Trofa, num troço que ronda os 10 quilómetros, que se apresentará em perfil 1×1. A obra contempla a criação de três ligações à rede local, através da Estrada Nacional 318, junto das zonas industriais do Soeiro e da Carriça, através da Estrada Nacional 14, em Lantemil, e através da rotunda existente EN14, que irá permitir a ligação da Variante ao Interface Rodoferroviário da Trofa e a sua continuidade para Norte. Este troço contempla a criação de uma ponte sobre o Rio Trofa (750 metros), e dos viadutos sobre a Ribeira do Arquinho (374 metros), de Vilares (264 metros), das Covas (180 metros) e sobre o Vale de S. Roque (472 metros). “Serão também construídos sete restabelecimentos de vias municipais, preconizando-se, na maioria dos casos, a melhoria das suas características em termos de perfil transversal. Os nós, e respetivas rotundas associadas, serão dotados de iluminação”, detalhou a Infraestruturas de Portugal (IP). Segundo esta entidade, “o investimento neste corredor é prioritário, tendo em conta a necessidade de solucionar os problemas de fluidez de tráfego, mas também para possibilitar a concretização de três grandes objetivos”, a saber: “aproximar a indústria aos eixos que constituem a ma-

lha fundamental para o transporte de pessoas e mercadorias, tendo como foco a rede de autoestradas que caracteriza a envolvente (A3, A7 e A28)”; “Potenciar a zona de influência do Aeroporto Sá Carneiro e do Porto de Leixões” e “melhorar a articulação com as infraestruturas ferroviárias”. Recorde-se que está já concluída a fase da obra no concelho de Vila Nova de Famalicão, que visou requalificação e apetrechamento de quatro quilómetros da Estrada Nacional, num investimento de 3,2 milhões de euros. Já no território da Maia, a empreitada entre o Nó do Jumbo e a Via Diagonal encontra-se “em execução e com conclusão prevista para breve”, refere a IP. Numa extensão de 1,8 km, esta obra pretende “reforçar a mobilidade, as condições de circulação e a segurança rodoviária das populações, com a melhoria da acessibilidade para as empresas sediadas na zona”.

Fica a faltar a ponte sobre o Ave Com estes troços concluídos, fica a faltar o troço entre Santana e Trofa, que contempla a construção da nova ponte sobre o Rio Ave, construída na zona de Carqueijoso, ligeiramente a norte do Hospital da Trofa, a cerca de um quilómetro a montante da atual ponte sobre o Rio Ave na EN14. O tabuleiro desta nova ponte terá uma extensão de 163 metros. . “Com um investimento associado de oito milhões de euros para uma extensão de 2,4 km, tem por objetivo eliminar os constrangimentos no atravessamento do centro urbano da Trofa e da travessia do Rio Ave, através da construção de uma nova ponte na sua zona mais estreita, melhorar as acessibilidades ao Hospital da Trofa e à Estação de caminho-de-ferro, diminuir os tempos de percurso para o tráfego com destino ao tecido industrial e comercial existente implantado nas margens do rio e reabilitar as margens do Rio Ave”, detalha a IP. Neste projeto, está prevista a criação de quatro rotundas e um conjunto de restabelecimentos desnivelados para garantia da mobilidade das populações. “As intervenções no corredor da EN14 entre Maia e Vila Nova de Famalicão visam melhorar as condições de segurança e acessibilidade numa zona densamente povoada e com grande dinâmica empresarial, mas fortemente condicionada pelo elevado grau de congestionamento e pressão marginal que caraterizam a atual Estrada Nacional”, sublinha a IP.

Metro só do ISMAI ao Muro. Restante ligação será feita com metrobus O pacote de 1,17 mil milhões de euros que o Governo destinará à expansão do metro no Grande Porto contempla a linha da Trofa até ao ISMAI. Só que com alterações. CÁTIA VELOSO Quanto ao metro propriamente dito, só circulará entre o ISMAI e a estação do Muro, sendo que a linha prossegue até Paradela, mas em metrobus. O metrobus é um sistema de transporte público baseado no uso de autocarros, que combina a capacidade e a velocidade do metro com a flexibilidade, o baixo custo e a simplicidade de um sistema de linhas de autocarros.

Este meio opera numa faixa de rodagem exclusiva, para evitar o congestionamento do trânsito, e inclui estações, veículos e sistemas inteligentes de tráfego num sistema integrado e flexível. Falta saber como é que a tutela vai projetar essa faixa exclusiva, associando-a aos canais rodoviários já existentes, como a Estrada Nacional 14, ou construindo um troço para o efeito, socorrendo-se da linha ferroviária desativada. A nova linha de metro/metrobus é composta por nove estações, incluindo a do ISMAI, Ribela, Muro, Serra, Bougado, Pateiras, Senhora das Dores, Trofa e Paradela, numa extensão de 10,73 quilómetros.

Segundo o estudo encomendado à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, sobre a avaliação da procura potencial das futuras linhas, a da Trofa foi a segunda com menos procura, apresentando, segundo os investigadores, uma “média diária” de 11.121 validações. Acima só a segunda linha da Maia, que, inclusive, não está contemplada com financiamento no Programa Nacional de Investimento (PNI) 2030. O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, afirmou que espera que a maioria dos concursos públicos de conceção e de construção das novas ligações seja lançada até ao final do próximo ano.


5de novembro de 2020

O NOTÍCIAS DA TROFA

Celebração do 660.º aniversário de nascimento de Nuno Álvares Pereira ou Frei Nuno de Santa Maria

9

Religião

Herói e Santo, Nuno Imortal Nuno Álvares Pereira, também conhecido como o Santo Condestável, nasceu em Paço de Jardim ou Flor da Rosa, concelho do Crato, em 24 de Junho de 1360. Filho ilegítimo de Álvaro Gonçalves Pereira, que foi Prior do Crato, e de Iria Gonçalves do Carvalhal, neto paterno de D. Gonçalo Gonçalves Pereira, que foi Bispo de Lisboa e de Évora e Arcebispo de Braga e das Espanhas, entre 1326 e 1348. Era meio-irmão mais novo de Rodrigo Álvares Pereira, de D. Frei Pedro Álvares Pereira e Diogo Álvares Pereira (além de mais outros 28 (meios-irmãos). Foi legitimado pelo rei D. Pedro I no ano de 1361. Cresceu na casa de seu pai até à idade de 13 anos e foi lá que se iniciou “como bom cavalgante, torneador, justador e lançador” e “sobretudo onde ganhou gosto pela leitura”. Quando saiu de casa foi para a corte de D. Fernando de Portugal. Após uma missão de reconhecimento ao exército de Castela, ele e o seu irmão Diogo foram armados cavaleiros: Nuno foi nomeado escudeiro pela Rainha D. Leonor Teles e Diogo pelo Rei, tendo Nuno uma armadura emprestada por D. João, o mestre de Avis, tornando-se a partir daí os dois grandes amigos. Nessa altura, o jovem Nuno fez um relatório indicando que o exército de Castela, apesar de grande, era mal comandado e que poderia ser vencido por uma pequena força bem comandada.

Casamento Aos 16 anos, por pressão do pai, mas de certo modo algo contrariado (já que Nuno pretendia ficar solteiro toda a vida), casou com Leonor Alvim, uma nobre viúva portuguesa, quatro anos mais velha, mas de família nobre e abastada. O casamento foi realizado a 15 de Agosto de 1376, em Vila Nova da Rainha Azambuja. Após as núpcias, o casal foi viver para Pedraça, no solar conhecido como Casa da Torre (Cabeceiras de Basto), propriedade que era pertença de D. Leonor Alvim. Do casamento nasceram três filhos, dois rapazes que faleceram muito jovens e uma filha que chegou à vida adulta e teve descendência: Beatriz Pereira de Alvim, que viria a casar com D. Afonso I, o 1.º Duque de Bragança, dando origem à casa de Bragança, casa que viria a reinar Portugal três séculos mais tarde, isto é, a partir de 1640, após a Restauração da Independência de Portugal. Quando a sua filha Beatriz faleceu, de parto, em 1414, Nuno Álvares Pereira ainda participou na Conquista de Ceuta, em 1415, e foi convidado pelo Rei para comandar a guarnição (militar) que lá ficou, mas o Condestável recusou o convite. Crise de 1383-1385 ou “interregno” Em 1383, com a morte do rei D. Fernando, o País mergulhou numa grande crise dinástica. D. Nuno Álvares Pereira juntou-se ao partido

do Mestre de Avis, participando na “professou” no Convento do Carmo batalha dos Atoleiros contra os cas- ( aquele mosteiro que havia doado telhanos, da qual saíram vencedo- aos Frades da Ordem dos Irmãos ras as tropas portuguesas, pelo que da Bem-Aventurada Virgem Maria), D. João I nomeou-o Condestável de vestindo o hábito Carmelita, como Portugal. De seguida, D. Nuno per- “Semi-Frater” (Irmão Donato, ou correu o País, cercando as cidades Meio-Irmão), tendo feito votos de que ainda não aclamavam o Mestre. obediência, de castidade e de viO seu génio militar e espírito de li- ver sem propriedades até à morte. As intenções de Nuno Álvares Pe- de Santo Condestável. derança revelaram-se na batalha Sexta-feira Santa do ano 1431. de Aljubarrota, a 14 de Agosto de reira, ao entrar no Convento, eram Pelo meio-dia, Frei Nuno de Santa 1385, onde 600 portugueses der- as seguintes: Maria adoece gravemente; passa1) Mendigar o seu sustento pelas rotaram 30.000 castelhanos, condos dois dias, a 1 de Abril, no dia solidando-se assim a Coroa de D. ruas da cidade; 2) Não se chamar, nem consentir de Páscoa, o Santo Condestável João I. O rei nomeou-o então Conde de Arraiolos e Barcelos, dotan- que os outros o chamassem, por ou- morre na sua pobre cela, acompado-o com haveres confiscados à ve- tro nome que não fosse de Nuno (a nhado pelo Rei, Infante D. Duarte e lha nobreza em fuga para Castela. que acrescentou depois “de San- seus irmãos. O Rei e o Infante D. Duarte manD. Nuno prosseguiu a sua activida- ta Maria”); 3) Sair de Portugal e terminar a daram-lhe fazer solenes exéquias, de de defesa das fronteiras. Além com tão grande pompa e honra de Aljubarrota, chefiou ainda mais vida onde fosse desconhecido. O rei D. João I e o filho infante D. “como em Espanha não se fez a hooutra batalha: a de Valverde, onde Duarte não concordaram com es- mem de seu estado”. Por ordem saiu, de novo, vitorioso. Luís de Camões, em “os Lusía- tes propósitos. Mal soube das in- real, assistiram às últimas homenadas”, há-de apresentar Nuno Ál- tenções do Condestável, o infante gens numerosos clérigos, no meio vares Pereira como o herói de Al- D. Duarte foi procurar Frei Nuno ao de uma grande multidão de pesjubarrota, forte, feroz, leal, verda- Convento para tentar demovê-lo de soas anónimas. O corpo foi inumadeiro, grande, valoroso, entre mui- algumas dessas intenções. E assim do no presbitério da igreja de Santos adjectivos que ressaltam as suas concordaram que “servisse a Deus ta Maria do Carmo (então Santa Maqualidades físicas, morais e éticas. em Portugal” e não em outras ter- ria do Vencimento) numa sepulturas; pretendiam, também que ele ra rasa “mais chegado às cadeiras continuasse com o título de Con- que ficam da parte da Epístola”. Na General vitorioso torna-se destável e não podiam aceitar que campa, foi mandada gravar uma religioso “consagrado” Assegurada a paz do Reino, Nuno ele andasse pelas ruas a pedir es- inscrição em latim (e que se traduz para português): “Aqui repousa Álvares começou a dedicar-se a molas para os frades e pobres, mas outras “obras”. O “grande herói” sim que as pedisse ao Rei ou ao In- aquele Nuno, Condestável, fundaera, também, uma pessoa muito fante. Dada a insistência dos re- dor da Casa de Bragança, general religiosa. Referem os cronistas que presentantes da Coroa Portugue- exímio, depois monge bem-avenprocurava assistir à Missa sempre sa, Frei Nuno, por obediência, em- turado, o qual, sendo vivo, desejou que podia, mesmo quando estava bora contra a sua vontade, confor- tanto o reino do Céu, que mereceu em campanhas militares. Mandou mou-se com as pretensões do Rei depois da morte, viver eternamenconstruir a Capela de S. Jorge de e Infante. Estes decidiram, em con- te com os santos; pois, após numeAljubarrota, em Outubro de 1388, junto, dar uma “boa pensão anual” rosos troféus;, desprezou as pomo Convento do Carmo, em Lisboa para Frei Nuno e seus companhei- pas, e, fazendo-se humilde prínci(Julho de 1389), e dedicou, em Vila ros (frades do Convento). Dado que pe que era, fundou, ornou e dotou Viçosa, uma capela à Virgem Ma- a pensão era bastante abundante, este templo”. Frei Nuno de Santa Maria foi bearia (1385), para a qual mandou vir Frei Nuno aproveitou o que sobrade Inglaterra uma imagem de N.ª va para ir pelas ruas de Lisboa dis- tificado no dia 23 de Janeiro de 1918, S.ª da Conceição, que seria pro- tribuir esmolas a quem precisava. pelo Papa Bento XV, e canonizado Contam alguns cronistas da épo- em 26 de Abril de 2009, pelo Papa clamada Rainha de Portugal 250 ca que, no Convento, Frei Nuno de Bento XVI. anos depois. É patrono da Arma de Infantaria Em 1422, distribuiu os títulos e Santa Maria tinha um grande calpropriedades pelos netos, e a 15 deirão usado pelos seus (antigos) do Exército Português, da G N R, do de Agosto de 1423, na festa dedi- homens nas campanhas militares, Corpo Nacional de Escutas (CNE) cada à Assunção de Nª. Sª., aniver- onde se faziam refeições para os e Fraternidade Nun' Álvares (FNA). sário do seu casamento e dia se- pobres. Estas acções levaram o É festejado liturgicamente no dia 6 guinte ao da Batalha de Aljubarrota, povo a chamá-lo, ainda em vida, de Novembro. A. Costa


10 O NOTÍCIAS DA TROFA

5 de novembro de 2020

Atualidade

Homem em liberdade condicional apanhado a assaltar habitações A GNR deteve um homem de 30 anos suspeito de ter assaltado duas habitações na Trofa, quando se encontrava em liberdade condicional. Em comunicado, a GNR refere que o indivíduo foi detido a 26 de outubro, na sequência de uma investigação que decorria há cerca de um mês, pela prática de dois crimes de furto em residência, desencadeada pelo Núcleo de Investigação Criminal de Santa Ma-

ria da Feira. No decorrer da investigação, os militares apuraram que o homem se introduziu nas habitações para furtar objetos de valor e conseguiu aceder às chaves das viaturas que depois furtou. “Foi dado cumprimento a um mandado de detenção e a dois mandados de busca, uma domiciliária e uma em veículo, tendo resultado na apreensão de duas chaves de automóveis, entretanto localizados e recuperados”, refe-

re a mesma nota. De acordo com a Guarda, o detido já tinha sido condenado a 16 anos de prisão por crimes do mesmo tipo e encontrava-se em liberdade condicional, depois de ter cumprido dez anos da pena. O suspeito foi detido na residência, em S. Martinho de Bougado, e presente ao Tribunal de Santa Maria da Feira, no dia 27, tendo-lhe sido aplicada a medida de coação de prisão preventiva.

Pulseira eletrónica para cadastrado por violência doméstica Já tinha no cadastro crimes relacionados com violência doméstica e acabou, novamente, detido pelo mesmo tipo de delito. Um homem de 49 anos foi sujeito a controlo por pulseira eletrónica, na sequência de uma investigação do Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) da GNR do Porto, que deter-

minou o suspeito terá “agredido, injuriado e ameaçado de morte” a companheira, de 53 anos, no concelho da Trofa. “Habitual consumidor de bebidas alcoólicas”, o indivíduo foi detido a 26 de outubro e presente ao Tribunal Judicial de Matosinhos, no dia seguinte. Além da pulseira eletrónica, foram-lhe aplicadas

como medidas de coação o afastamento da residência da vítima, proibição de contactar com ela por qualquer meio e de frequentar os mesmo locais e participação num tratamento de desintoxicação ao álcool. A investigação do NIAVE contou com o reforço dos militares do posto territorial da GNR da Trofa.

Homenagem aos ex-combatentes cumpre-se com restrições

deposição da coroa de flores na rotunda dos

Cumpriu-se, mais uma vez, a cerimónia de homenagem aos ex-combatentes do Ultramar da Trofa.

Ex- combatentes do Ultramar

O encontro ficou, inevitavelmente, marcado pelas restrições impostas pela pandemia de Covid-19, ficando-se pela habitual deposi-

ção da coroa de flores na rotunda que os homenageia e romagem ao cemitério para lembrar todos os ex-combatentes falecidos.

José Calheiros

Escrita com Norte Je suis A njinho Bem cedo, antes das oito da manhã, saio de casa. Destino? O costumeiro de segunda a sexta, o local de trabalho. Antes disso alguns procedimentos e reacções habituais sucedem-se, começando pelo tocar do despertador, de seguida odeio-o durante breves segundos, mas sem nunca me passar pela cabeça “desfazê-lo” pelo facto de não me agradar, levanto-me e tomo o pequeno almoço. Até aqui, tudo dentro da legalidade, até ao momento em que saio de casa… continuo com o velho hábito conservador de trancar a porta e manter a minha casa protegida! Como ando “desalinhado” da corrente imposta do “Tens Mais de Dezoito Anos Mas Tens Que Continuar a Acreditar no Pai Natal”, estou identificado pela PPC (Polícia do Politicamente Correcto), como prevaricador e tenho um agente à porta de casa a vigiar-me, como se deviam vigiar terroristas, a obrigar-me a cumprir a lei…ou seja, deixar a porta aberta, com consequências severas, mas só para mim, cidadão comum! Ao final da tarde, regresso a casa. Estaciono, saio do carro e o agente da PPC olha-me como se olha para um malandro. Para não deixar dúvidas, levanto o braço onde tenho um saco com algumas compras e, a medo, digo-lhe, “Paguei tudo!”. A única coisa boa de sair de casa e deixar a porta aberta é que quando chego não tenho trabalho a abri-la…nem os outros. Entro e pouso as compras na cozinha. Vou para a sala e encontro um grupo, homem, mulher e crianças, todos morenos e feições bem diferentes das minhas. Mas o “à vontade” do grupo era tão grande, numa casa que não era a deles, que pensei que era a família do meu primo José Alberto, que ficam todos muito morenos no Verão. Perspicaz como sempre sou, para tirar dúvidas, disse – Ó José Alberto, tira os pés de cima do sofá! Perante a falta de resposta, noutro golpe de perspicácia, pensei, “Este não é o meu primo. E aquela mulher e as meninas, com lenço na cabeça, não são a mulher e as filhas!” Nos tempos em que trancava a porta de casa, só lá entrava quem eu convidava, tendo eu o dever de ser hospitaleiro e o convidado tinha que respeitar três regras básicas - não alterar a decoração da casa, não parti-la e respeitar quem lá vive…de resto, toda a diversidade era bem-vinda. Ainda com alguns resquícios desses tempos, em que o meu sobrinho dentro de minha casa tirava o chapéu, pedi à senhora e ás meninas que tirassem o lenço. Gritaram coisas que não percebia e o homem atirou-me um bibelot, muito bonito, que tinha comprado no dia anterior, que só não me acertou na cabeça, graças à minha boa esquiva. Saí de casa e contei o sucedido ao agente da PPC, que me respondeu – Claro, você insultou-o! Merecia era levar com uma pedra no meio da testa. A sua sorte é que são boa gente! Regressei para dentro e com o passar do tempo sentia-me cada vez mais um estranho em minha casa. Os meus amigos deixaram de aparecer, primeiro aqueles que gostavam de falar livremente e com o tempo, todos os outros, não aguentando a aplicação da sharia (em minha casa) impondo comportamentos medievais e o tratamento subalterno dado às mulheres da família lá instalada. Queimaram os meus livros, partiram a televisão e o meu rádio, coisas do diabo! Agora, em casa, passo o tempo a observá-los…é a vida! A mulher deu novamente à luz...um rapaz, a alegria suprema do pai, já que as filhas eram peças acessórias usadas apenas para o servir! O agente da PPC, apressou-se a dizer que como a criança nasceu em minha casa, a minha casa ia passar a ser dela também. - Vai ser educada por mim, segundo os Direitos Humanos Universais? – pergunto, para me certificar que a criança iria ter uma educação que validasse o sentimento de pertença ao sítio onde nasceu. - Nem pensar, é árabe e muçulmano e vai ser educado de forma intolerante, como se vivesse na “casa” dos pais dele! – responde o agente. Desgastado, vou para a varanda ver quem passa e avisto um amigo de infância, o Alan, que saúdo, com uma abordagem jovem: - Olá Alain, tudo baril? Antes de ouvir a resposta do meu amigo, sou puxado para dentro da sala pela família invasora, que me grita em uníssimo: - TU DISSESTE QUE ALÁ É UM BARRIL??!!! Sem direito a defesa, fui condenado a mil chicotadas, aplicadas em suaves doses de cinquenta por semana…porque é tudo boa gente! Je suis Anjinho...!


5de novembro de 2020

O NOTÍCIAS DA TROFA

Desporto

ler-se no comunicado. As federações disponibilizam-se a “encontrar, em diálogo com o Governo Regional da Madeira, a solução que melhor acautele a participação em segurança de todas as equipas e agentes desportivos, bem como o regular decorrer das competições nacionais”.

1 1 LOCAL Estádio Parque Silva Matos ÁRBITRO Bruno Costa COIMBRÕES Fábio Santos, Mário Pereira, Pedro Tavares, João Santos (António Tavares 57’), Prince (Tiago Lapa 69’), Umpeca, Cristiano Gomes, Raúl Martins, Diogo Portela, Camará (Nwanne 80’) Treinador: Álvaro Madureira TROFENSE Serginho; Edu, João Paulo, Mica, Simão Martins, André Leão, Vasco Rocha (Andrezo 74’), Alan Júnior (João Paredes 19’), Daniel Liberal (Zacarias 43’), Yar Rodrigues, Adilson (Keffel, 85’) Treinador: António Barbosa AMARELOS Cristiano Gomes (19’), Adilson (76’), Afonso Afonso (89’), Keffel (90’) AO INTERVALO: 1-0 GOLOS: Prince (30’), Adilson (67’)

O empate em Coimbrões acabou por ser um mal menor para as contas do Clube Desportivo Trofense, que viu o adversário direto também igualar na 5.ª jornada da série C do Campeonato de Portugal. CÁTIA VELOSO

Camp. Portugal série c Resultados 5.ª jornada Coimbrões 1-1 Trofense Gondomar 0-0 USC Paredes Câmara Lobos (ad.) Pedras Rubras Salgueiros (ad.) Vila Real Marítimo B (ad.) Amarante União Madeira SAD (ad) Leça

Empate em Coimbrões ca do País – limitação de deslocações entre concelhos. Num piso relvado sem muitas condições para a prática de bom futebol, sorriu primeiro a equipa do Coimbrões, que se colocou em vantagem aos 21 minutos, por Prince. O golo do empate só surgiu aos 66 minutos, com assinatura do avançado Adilson. Com este empate, o Trofense mantém a primeira posição da tabela classificativa, com 11 pontos, mais três que o Gondomar e mais quatro que o Salgueiros e o Leça, com menos dois jogos, e que o USC Paredes.

Jogo com o Marítimo B pode não acontecer no domingo O calendário determina que, domingo, a equipa da Trofa recebe o Marítimo B, às 11 horas, mas a realização da partida está em causa, devido à decisão do presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, de de suspender por 30 dias a participação das equipas do arquipélago da Madeira nas competições nacionais não-profissionais. A este propósito, a Federação Portuguesa de Futebol, assim como as entidades que gerem o

CM Trofa

O jogo da formação da Trofa realizou-se esta quarta-feira, depois de a ronda ter sido suspensa no passado fim de semana, devido às deliberações governamentais relativas à situação pandémi-

Pavilhão mais preparado para o basquetebol Foi inaugurado, no sábado (31 de outubro), o projeto vencedor do Orçamento Participativo Jovem de 2019. “Para um Pavilhão Municipal Melhor” foi a proposta de âmbito geral mais votada na última Assembleia Municipal Jovem, tendo sido concretizada pela Câmara Municipal da Tro-

11

fa, através de um investimento de 17.500 euros, que visou dotar o recente pavilhão desportivo da EB 2/3 Professor Napoleão Sousa Marques com equipamentos que possibilitam a realização de competições de basquetebol. Durante a cerimónia de inauguração, o presidente da autar-

quia anunciou que, em breve, o orçamento disponível para os projetos de âmbito geral será aumentado para 20 mil euros. Além destes, há projetos de âmbito escolar, cujos vencedores, contam, atualmente, com uma dotação de 7500 euros.

andebol, basquetebol, patinagem e voleibol, assinou um comunicado, em que refere que “esta medida, caso seja implementada, afetará profundamente o desenrolar das competições e poderá ter grave impacto nas equipas da Madeira que participam nas provas nacionais em 2020/21 e nas épocas seguintes, além do efeito negativo no desenvolvimento dos atletas”. “No atual contexto de pandemia, com diversos jogos alterados praticamente todos os fins de semana, não existem datas livres que permitam acolher a eventual alteração de jogos em que participem equipas da Madeira”, pode ainda

Classificação Pontos 1 Trofense 11 2 Gondomar 8 3 Leça 7 4 Salgueiros 7 5 USC Paredes 7 6 Pedras Rubras 6 7 Marítimo 6 8 Amarante 6 9 Coimbrões 5 10 Vila Real 1 11 Câmara Lobos 0 12 U. Madeira 0 pRÓXIMA JORNADA Trofense-Marítimo B (08-11 | 11H00) Leça-Gondomar SC USC Paredes - Coimbrões Amarante-Salgueiros Vila Real - Câmara de Lobos Pedras Rubras - União Madeira SAD


12 O NOTÍCIAS DA TROFA

5 de novembro de 2020

Crónica Especial

Paróquia de Guidões - Fragmentos da sua génese

11.º Capítulo - A Implantação da República e a Lei de 1911 No século XIX os liberais expulsaram as ordens religiosas dos seus conventos, expropriando os seus bens e muito se perdeu, ficando Portugal mais pobre. O decreto do Ministro da Justiça liberal Joaquim António de Aguiar de 30 (28) de Maio de 1834 decretava a extinção de todas as ordens religiosas regulares e a incorporação dos seus bens na Fazenda Nacional, salvo os vasos sagrados e os paramentos que foram entregues às dioceses. Os frades eram obreiros e sobretudo grandes eruditos que nos legaram um vasto património material e imaterial, desde os seus conventos, mosteiros, colégios e outros. Foram espoliados dos seus cartórios, livrarias e bibliotecas, das suas igrejas, ricamente adornadas com talhas e imagens de valor incalculável, era um espólio que muito dele foi parar a particulares, utilizados para montar fábricas, armazéns, etc. e sobretudo perdeu-se muito da nossa identidade. Aqueles bens imóveis que não foram vendidos foram adaptados para edifícios públicos, quartéis, escolas, etc. Dentro das cercas dos conventos desenvolvia-se uma agricultura próspera e os frades eram estudiosos e aplicados ensinando os seus caseiros. Foram sobretudo as ordens masculinas a serem despejadas e os frades foram abandonados, muitos mendigavam outros morriam abandonados à sua sorte. Perderam-se grandes mestres e sobretudo um dos objectivos dos liberais que era distribuir a posse das terras que acabou por concentrar nas mãos daqueles, poucos, que tinham possibilidade de arrematar os bens que foram à praça. As ordens femininas seriam extintas à morte da última freira. A evolução da política e dos políticos viria a dar mais um rude golpe no início do século XX com implantação da república em 10 de Outubro de 1910 com a Lei da Separação do Estado da Igreja de 20 de Abril de 1911. A Igreja Católica Romana estava agregada ao estado e era a única legalmente reconhecida e parceira na gestão das freguesias. Eram os padres que faziam os registos de nascimentos, obtidos e casamentos, eram os presidentes das juntas das paróquias, eram sobretudo uma autoridade muito respeitada e um guia. Os republicados quebraram esse elo secular, reforçado com o liberalismo no seculo XIX ao impor uma separação, baseado no princípio laico da política, onde o estado não assumia uma religião única, mas tolerava a existência de diferentes confissões. A política era a vontade do povo e a religião era a escolha individual. Baseados nesse principio os legisladores fizeram sair uma lei, conhecida com a Lei da Separação do Estado das Igrejas de 20 de Abril de 1911, que no Artigo 2º: Artigo 2º A partir da publicação do presente decreto, com força de lei, a religião católica apostólica romana deixa de ser a religião do Estado e todas as igrejas ou confissões religiosas são igualmente autorizadas, como legítimas agremiações particulares, desde que não ofendam a moral pública nem os princípios do direito político português. Ficou assim legislado que prevalecia o estado laico e tolerante. Entretanto os bens moveis e imóveis da igreja foi confiscada e muitos deles vendidos em haste pública, como as casas paroquiais, passais entre outros. Vejamos os dois artigos específicos que decretam a expropriação de todos os bens, móveis e imóveis e o consequente arrolamento a ser executado por uma comissão concelhia de inventário:

Capítulo IV Da propriedade e encargos dos edifícios e bens Artigo 62º Todas as catedrais, igrejas e capelas, bens imobiliários e mobiliários, que têm sido ou se destinavam a ser aplicados ao culto público da religião católica e à sustentação dos ministros dessa religião e doutros funcionários, empregados e serventuários dela, incluindo as respectivas benfeitorias e até os edifícios novos que substituíram os antigos, são declarados, salvo o caso de propriedade bem determinada de uma pessoa particular ou de uma corporação com personalidade jurídica, pertença e propriedade do Estado e dos corpos administrativos, e devem ser, como tais, arrolados e inventariados, mas sem necessidade de avaliação nem de imposição de selos, entregando-se os mobiliários de valor, cujo extravio se recear, provisoriamente, à guarda das juntas de paróquia ou remetendo-se para os depósitos públicos ou para os museus. Artigo 63º O arrolamento e inventário a que se refere o artigo anterior serão feitos administrativamente, de paróquia em paróquia, por uma Comissão concelhia de inventário, composta do administrador do concelho ou do bairro e do escrivão da fazenda, que poderão fazer-se representar por empregados seus, sob sua responsabilidade, servindo o primeiro de presidente e o segundo de secretário, e por um homem bom de cada paróquia, membro da respectiva junta, e indicado pela câmara municipal para o serviço dessa paróquia. Em Guidões foi feito o arrolamento no dia 15 do mês de Setembro de 1911 e a comissão concelhia de inventário era composta: Administrador do Concelho, António Dias de Faria de Carneiro, um membro da Junta da Paróquia, Manoel Francisco da Silva Castro, secretário António Eduardo de Sousa. Vejamos o auto de arrolamento: Distrito do Porto

Concelho de Santo Thyrso

Relação dos bens arrolados e pertencentes á Junta da Parochia Da Freguezia de São João de Guidões

=Auto de arrolamento= Aos quinze dias do mês de Setembro de mil novecentos e onze na Igreja parochial da freguezia de São João de Guidões, do concelho de Santo Thyrso, achando-se presente a comissão concelhia de inventário organizada nos termos do artigo sessenta e tres da Lei de vinte de abril de mil novecentos e onze, e composta dos cidadãos administrador do concelho Antonio Dias de Faria Carneiro, de membro da Junta da Parochia Manoel Francisco da Silva Castro commigo secretario Antonio Eduardo de Souza, a fim de se proceder do arrolamento e inventario de todos os bens immobilirios e mobiliários que tem sido ou se destinaram a ser aplicados ao culto publico da relegião catholica n’esta freguezia, dando assim cumprimento ao disposto no artigo sessenta e sete da mesma lei. E logo a mesma commissão começou a efectuar o respectivo inventario a arrolamento cujos bens são os que ao deante seguem: =Paramentos e alfaias= 1. Quatro alvas de linho

2. Sete casulas, sendo duas brancas, duas vermelhas, uma preta, uma roxa e uma verde. 3. Quatro bolsas de corporaes de cores diferentes. 4. Duas capas d’asperges, uma branca e uma roxa. 5. Duas dalmáticas 6. Oito corporaes. 7. Tres palas. 8. Quatro amitos 9. Tres cordões. 10. Quinze sanguíneas. 11. Um panno para estante. 12. Dois véos d’hombros. 13. Dois thuribulos e navetas, uma de prata e outra de metal. 14. Dois cálix de prata. 15. Uma custodia de prata 16. Uma caldeirinha de estanho. 17. Duas chaves do Sacrario. 18. Dois pavilhões. 19. Duas Toalhas de linho para comunhão. 20. Seis véos de cálix de diferentes cores. 21. Duas estolas parochiaes. 22. Um par de galhetas e prato de vidro. 23. Um vaso de vidro para agua. 24. Duas toalhas de lavatório. 25. Uma dita para baptistério. 26. Tres bancos de palhinha 27. Tres manustergios. 28. Dois vasos do Sacrario, um de prata e outro de madeira. 29. Um dito pequeno para o Sacrario Viatico. 30. Um baldaquino. 31. Um paleo. 32. Nove sacras. Altares 33. Altar mór ou do Santíssimo Sacramento, com as imagens de São José e São João 34. Sete altares com as seguintes imagens e invocações: Nossa Senhora, São SebastIão e Santo Antonio, Sagrado Coração de Jesus, Santíssimo Coração de Maria, Santa Quiteria, São Francisco, e Santo Antonio. 35. Uma Torre com dois sinos. =Immoveis= 36. Uma pequena casa de residência do Parocho que serve de passal. 37. Uma capella denominada de Santa Barbara com imagem do mesmo nome. 38. Outra capella do Senhor dos Passos no antigo cemiterio. 39. Cemiterio parochial morado. São estes os bens destinados ao culto pertencentes à junta da parochia referida. Em seguida pelo respectivo parocho Manoel Antonio dos Santos foi apresentado um protesto por elle escripto e assinado contra as operações do presente inventario ou arrolamento, o qual vae ser junto a este auto para os effeitos devidos, sendo transcripto no duplicado d’este auto que tem de ficar archivado na camara municipal d’este concelho á disposição de quem o quiser examinar. E tendo se lavrou este auto que vai ser assignado pela respectiva comissão depois de lido por mim Antonio Eduardo de Souza vogal secretario que o subscrevo e assino: Antonio Dias Faria Carneiro Manel Francisco da Silva Castro Antonio Eduardo de Souza (Assinaturas)


5de novembro de 2020

O requerimento do pároco Manuel António dos Santos: Ex. mo Ser. Presidente da Commissão Dos arrolamentos dos bens eclisiasticos Eu abaixo assignado, parocho encomendado desta freguezia de S. João de Guidões, concelho de Santo Thyrso, venho por este meio no cumprimento duma obrigação e sem intenção, de desacatar a aucturidade civil que V. Ex ª representa, protestar solenemente contra as operações de inventario a que vai proceder-se nesta Egreja com o fim de se incorporar nos bens do Estado os bens cuja posse, ……e guarda só e sempre pertenceu á Egreja e que lhe foram cedidos pela espontanea vontade dos fieis, com o fim exclusivo de servirem no culto catholico e proverem á sua côngrua e sustentação. Espero de V. Ex.ª o favor de juntar este aos autos do respectivo arrolamento para minha salvaguarda. S. João de Guidões, 3 de Setembro de 1911 O Parocho P. Manuel Antonio dos Santos (Assinatura) No dia vinte 25 de Fevereiro de 1931 foi feita um arrolamento adicional: Inventário Adicional da Freguezia de Guidões Concelho de Santo Tirso

Inventário Adicional Aos vinte e cinco dias do mez de Fevereiro do Ano mil novecentos e trinta e um, n’esta freguezia de São João de Guidões do concêlho de Santo Tirso, achando-se reunida a Comissão Concelhia do inventário organizado nos termos do Artigo sessenta e trez da Lei de vinte d’Abril de mil novecentos e onze e composta dos cidadãos António Augusto Correia d’Abreu Administrador do concelho, José Francisco da Silva Castro administrativo da Junta de Freguezia e Carlos Eugénio Pires (?) Secretário de Finanças dando assim cumprimento ao disposto do Artigo sessenta e sete da mesma Lei. E logo a mesma Comissão começou a efectuar o respectivo Inventário adicional que adiante se segue: -EgrejaCumprimento do Edificio trinta metros e largura do mesmo dez metros – confrontando ao lados com o adro -SácristiaCumprimento sete metros e largura cinco, com as seguintes confrontações: do Nascente com edifício da Egreja, Poente e Norte Adro e Sul Casa denominada da Fabrica. -Casa da FabricaCumprimento dez e largura cinco metros; com as seguintes confrontações: do Nascente EgrejaSul e Poente Adro e Norte Sácristia. -AdroCumprimento sessenta e trez metros e largura vinte e cinco metros – confrontando do Nascente e Norte com Herdeiros de Antonio Joaquim Ferreira Lopes Sul e Poente caminho publico. Neste mesmo adro existiam do lado Poente cinco arvores (Australias) e uma meza de pedra e respectivos bancos. Confirmado por todos os que n’este entervieram e por mim Carlos Eugénio Pires (?) Chefe da Repartição da Finança que o escreveu e assinou

O NOTÍCIAS DA TROFA

História

dar cumprimento ao Artigo sessenta e três da Lei de 20 de Abril de 1911 e um requerimento do pároco Manuel António dos Santos a protestar o referido arrolamento e o inventário adicional de 25 de Fevereiro de 1931. Importa referir que a 22 de Fevereiro de 1918 é publicado o Decreto n.º 3.856 que vai dar origem a um conjunto de diplomas revertendo a situação, permitindo à Igreja a recuperação dos seus bens espoliados. Foi, todavia, os Decretos n.º 3.856 de 6 de Julho e o n.º 12.485 de 13 de Outubro de 1926 que definitivamente puseram termo a esta usurpação. Em 1940 com a concordata de 7 de Maio, estatuída pelo Decreto-Lei n.º 30.165 de 25 de Julho de 1940 é definitivamente entregue todos os bens expropriados. Existindo no entanto aqueles que foram vendidos em haste pública, como a residência paroquial e o passal que não foram devolvidos e nem a Igreja foi ressarcida, como foi o que aconteceu em Guidões. Existe um pormenor pertinente na capa, que fiz questão de copiar fielmente: São João de Guidões, onde a o nome do Santo Padroeiro é traçado pelo escrivão como vinculando o corte das autoridades civis em relação à Igreja. Ao consultar o documento disponível pelo arquivo digital do Ministério das Finanças estava incluído o inventário adicional de 1931 referente especificamente à Igreja e adro e surge uma dúvida: porquê o inventário adicional de 1931? Não existe explicação plausível, a não ser o processo de devolução definitiva dos bens espoliados da Igreja. Da vizinha paróquia de Alvarelhos existe um processo da devolução por parte do Ministério da Justiça e dos Cultos dos bens à comissão de culto da paróquia, mais concretamente à comissão fabriqueira, no ano 1927. No caso da paróquia de S. João de Guidões não encontrei qualquer processo semelhante. Nesse período conturbado que se segui à implantação da república é criada uma comissão da nova junta da paróquia, constituída por Manuel Francisco da Silva Castro, José Gonçalves Ferreira, António Ferreira da Costa Campos, Joaquim da Costa Oliveira Cerejo e José Ferreira da Costa Maia e na primeira sessão a vinte e cinco de Novembro de mil e novecentos e dez, em que estava também presente o pároco e o regedor, a convite do presidente e a primeira deliberação que tomam é revogar a deliberação da junta da paróquia da última sessão de cinco de Setembro de 1909 “em que a junta extincta deliberára ser de futuro prohibido o empréstimo de objectos pretencentes á fabrica da Egreja, taes como: mastros e bandeiras, morteiros, corêto da musica, varas de practa, resposteiros da porta, etc.”. O interessante é ver meses depois esta deliberação ser anulada pela Lei de vinte de Abril de mil e novecentos e onze. Outro pormenor a reflectir é não existir no arrolamento alguns dos bens pertences referidos na acta da sessão. Na verdade S. João de Guidões rico em passais, com os liberais e depois os republicanos perdeu essa riqueza, mas não perdeu a sua identidade maiata, por isso paulatinamente foi consolidando a sua identidade em torno do seu campanário.

Administrador António Augusto Correia d’Abreu Cidadão José Francisco da Silva Castro …… Carlos Eugénio Pires (?) Temos um arrolamento, de 15 de Setembro de 1911 para

13

José Manuel da Silva Cunha

José Pedro Maia Reis Memórias e Histórias da Trofa

Os trofenses na A ssociação Comercial e I ndustrial de Santo T irso O impacto do desenvolvimento económico da Trofa é uma marca com várias décadas e até pelo menos um século, não ignorando que anteriormente o tecido económico era sustentado pelo setor agrícola. Um concelho progressivo que ia dando cartas no panorama nacional que ia beneficiando da sua indústria e também das inúmeras oficinas dispersas pelo seu território. O desenvolvimento económico não se centrava somente na sede de concelho em Santo Tirso e nesse propósito para tentar agregar os membros que a distância geográfica procurava afastar, fez nascer a Associação Comercial e Industrial de Santo Tirso que tinha como fundador Augusto da Costa Gonçalves. A maior parte dos novos empresários e investidores que ia sendo aceite nesta associação eram naturais e desenvolviam as suas atividades na freguesia de S. Martinho de Bougado. Numa reunião, concretizada no inicio de fevereiro de 1914 a afirmação anterior era confirmada pela imprensa que refere que numa só reunião tinham sido admitidos. Concretamente vários empresários e também comerciantes. Obviamente que não havia somente admissões de habitantes de S. Martinho, também havia quem fosse de outras freguesias concretamente Santiago de Bougado com Joaquim de Sousa Reis Júnior a ser incorporado nesta associação, podendo ser um argumento válido para a crescimento exponencial da Trofa que dentro em pouco iria se tornar uma referência a nível nacional. Imperioso relembrar ou então anunciar para muitos que esta organização não tinha somente apoio aos industriais, mas também, para o setor agrícola que é um dos pilares da economia em regimes anteriores. Uma das suas principais funções era pressionar as autoridades nacionais e regionais, conseguirem colocar o telefone, informando que aquele equipamento era fundamental para o desenvolvimento local e que várias outras terras, algumas delas com menos importância já tinha recebido aquele equipamento. Uma breve súmula para perceber e compreender as afirmações realizadas anteriores, sendo dos poucos elementos agregadores da sua comunidade, onde foram colocadas de lado as rivalidades, colocando o enfoque nas suas medidas na criação de uma rede local de contactos como também a aceitação de elementos além Santo Tirso.

Celebração do crisma cancelada A celebração do crisma, inicialmente agendado para 7 de novembro, foi adiado “por tempo indeterminado”, na paróquia de S. Mamede do Coronado. Num aviso endereçado aos fiéis daquela comunidade, é referido que o cancelamento é comum a “todas as celebrações que estavam agendadas para a Vigararia Trofa-Vila do Conde”. Esta decisão foi tomada, tendo em conta a “evolução dos casos da pandemia”, as “diretrizes do Conselho de Ministros de 31 de outubro de 2020” e as “indicações do nosso Bispo, Dom Manuel Linda”, pode ler-se no comunicado da paróquia, cujo sacerdote, Micael Silva, pediu “a compreensão de todos”.


14 O NOTÍCIAS DA TROFA

5 de novembro de 2020

Atualidade

PCP reivindica reforço do SNS Tratou-se de uma “ação nacional” que teve expressão na cidade da Trofa, através da presença de alguns elementos da concelhia do Partido Comunista Português junto ao Centro de Saúde da Trofa, no dia 22 de outubro. Através de uma lona, os comunistas explicavam propósito da iniciativa: reclamar mais condições de operacionalidade do Serviço Nacional de Saúde, que passam por “combater a epidemia, recuperar atrasos e garantir acesso aos cuidados de saúde”. “É importante que o Serviço Nacional de Saúde assegure a capacidade de resposta no tratamento de doentes com Covid-19, tal como é importante que recupere a prestação de cuidados de saúde que ficaram por realizar e garanta o acesso à saúde aos doentes com outras patologias”, defende o PCP, que aponta para “os milhões de consultas atrasadas, novas consultas que não são marcadas e

Comunistas reclamaram mais condições de operacionalidade exames de diagnóstico que não se realizam”, assim como para a falta de profissionais de saúde. Face ao atual estado do SNS, os comunistas considera que é necessário criar “um plano de recuperação das atividades dos cuidados de saúde primários”, reabrir “todas as extensões e centros de saúde com a criação das condições necessárias, para que os utentes que não tenham espa-

ço nas salas de espera, possam ter comodidade e segurança”. O PCP reivindica ainda a contratação de mais profissionais da área, assim como o alargamento do horário de funcionamento das unidades dos cuidados de saúde primários e criação de um regime excecional de incentivos à recuperação da atividade assistencial nas unidades dos cuidados de saúde primários. C.V.

Pesos de tear achados no Castro de Alvarelhos em exposição

as peças serão exemplares de teares de utilização doméstica

A rubrica “A arqueologia da Trofa expõe...”, da Casa da Cultura, divulga, durante o mês de novembro, pesos de tear, da época romana, que foram descobertos no interior de habitações do Castro de Alvarelhos. Segundo a autarquia, as peças serão exemplares de “teares de utilização doméstica”, já, naquele tempo, “muitas casas estariam equipadas” com teares, utiliza-

dos “na produção de tecidos, essenciais ao fabrico de agasalhos e tapeçarias”. “Por serem, maioritariamente, de madeira, os componentes dos teares romanos não sobreviveram ao tempo. Os vestígios arqueológicos mais frequentes, que chegaram até aos nossos dias, são os pesos de tear. Para além destes, é possível conhecer a forma e funcionamento dos teares atra-

vés das ilustrações da época, da literatura romana e pela comparação com os modelos atuais. Os pondera, ou pesos de tear em cerâmica, são elementos exclusivos do tear vertical de pesos. É a forma de tear mais antiga, uma estrutura simples constituída por dois postes verticais e uma viga superior, que suporta a urdidura”, explicou o Município.

Três trofenses na corrida à Ordem dos Psicólogos Portugueses pela Lista A A Ordem dos Psicólogos Portugueses terá eleições já no próximo dia 27 de novembro. Pela primeira vez, numa classe profissional em que 84% dos seus membros são do sexo feminino, há uma mulher candidata a Bastonária, Sónia Rodrigues, disposta a trabalhar para mudar uma Ordem que até agora se tem concentrado principalmente na Grande Lisboa, para uma Ordem próxima de todos/os os/as psicólogos/as, adaptada à realidade de cada contexto, através da promoção de uma maior autonomia das Delegações Regionais. Sónia Rodrigues, natural de Coimbra e residente em Viana do Castelo, uma mulher do Norte na verdadeira aceção da palavra, mas com uma experiência profissional vasta em diversos pontos do país, tem 51 anos e é psicóloga há 26; é autora de uma tese de doutoramento na área do acolhimento residencial de crianças e jovens, pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, e tem vindo a desenvolver um trabalho reconhecido a nível nacional e internacional nesta área. Se por si só, tudo o até agora escrito já seria notícia, a candidatura – Psicólog@s pel@s Psicólog@s – Lista A, liderada por esta mulher, ganha uma especial relevância para nós, quando nos apercebemos que fazem parte da sua candidatura, seis reconhecidos/as psicólogos e psicólogas que residem e trabalham na área geográfica dos nossos leitores, no concelho da Trofa e nos vizinhos Santo Tirso e Maia. Da Trofa, contamos com a participação do psicólogo Jorge Humberto, candidato a Secretário do Colégio de Especialidade de Psicologia da Educação, especialista em Psicologia da Educação e membro fundador do Psiscolas – Psicólogos em Contexto Escolar; da psicóloga Maria Gabriela Pelicano, candidata suplente ao Colégio de Especialidade de Psicologia da Educação, mestre em Psicologia Escolar e da Educação, a exercer funções nesta área e, também, membro fundadora do Psiscolas – Psicólogos em Contexto Escolar; e, ainda, da psicóloga Sónia Garcia da Costa, candidata aos Órgãos Nacionais à Assembleia de Representantes pelo Círculo Eleitoral da Delegação Regional do Norte, licenciada em Psicologia pela Universidade do Minho, especialista em Psicologia Clínica e da Saúde, a exercer funções no setor público na área da Educação, Ação Social e Saúde e em contexto privado no Grupo Trofa Saúde S.A.. De Santo Tirso, contamos com a presença da psicóloga Mónica Botelho, candidata a Presidente da Delegação Regional do Norte, doutorada, a exercer psicologia clínica e da saúde na CliTirso e na Clínica Médica Cirúrgica de Santo Tirso. Da Maia, da psicóloga Fernanda Leopoldina Viana, candidata a Presidente do Conselho de Especialidade em Psicologia da Educação, Professora Associada (aposentada) do Departamento de Psicologia da Educação e Educação Especial do Instituto de Educação da Universidade do Minho e investigadora integrada do Centro de Investigação em Estudos da Criança; e do psicólogo Pedro M. Teixeira, candidato à Assembleia de Representantes pelo Norte, doutorado em Psicologia pela Universidade do Porto, Professor na Escola de Medicina da Universidade do Minho e investigador na área da saúde das populações. Esta candidatura - Psicólog@s pel@s Psicólog@s – Lista A, entre outras importantes questões para uma prática eficiente e de qualidade do exercício da Psicologia nas suas diversas vertentes, que podem ser consultadas no seu site www.psis-pelos-psis.pt, defende, de igual modo, uma maior proximidade às necessidades dos/as seus/suas profissionais, sejam estas de cariz profissional ou social, através de um ótica de gestão financeira mais eficiente e justa, que permita não só uma redução das quotas dos/as seus/suas associados/as, como a existência de um regime excecional para todos/as os/as psicólogos/as com rendimentos mensais inferiores ou iguais ao ordenado mínimo nacional. A defesa da importância da Psicologia e da qualidade dos seus serviços para os/as portugueses/as, não pode descorar o investimento em todos/as os/as Psicólog@s. Psicólog@s pel@s Psicólog@s – Lista A é constituída por uma equipa diversificada, de diferentes gerações e experiências, que abraça todo o país, alicerçada num projeto realista, dinâmico e eficaz direcionado para todos os/as psicólog@s. Lista A - Psicólog@s pel@s Psicólog@s


5de novembro de 2020

O NOTÍCIAS DA TROFA

Necrologia Ribeirão - VNFamalicão

Ribeirão - VNFamalicão

Maria Armandina Fernandes Faleceu no dia 31 de outubro com 94 anos. Viúva de Hermes Fernandes Rocha

Manuel Fonseca de Oliveira Faleceu no dia 30 de outubro com 59 anos.

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

S. Martinho de Bougado

Covelas

Palmira da Costa Amorim Faleceu no dia 29 de outubro com 93 anos. Viúva de Manuel de Oliveira Silva

José dos Santos Mendes Faleceu no dia 29 de outubro com 79 anos. Marido de Luciana dos Santos Martins

Agência Funerária Trofense, Lda

S. Mamede do Coronado

António Alvim Moreira Couto Faleceu no dia 29 de outubro com 71 anos. Marido de Maria da Luz de Oliveira Campos

Virgínia da Conceição Queirá de Araújo. Faleceu no dia 27 de outubro com 70 anos. Casada com Joaquim Pereira de Magalhães Rocha Funerárias, Lda

S. Martinho de Bougado

S. Martinho de Bougado

Joaquim Gonçalves dos Santos. Faleceu no dia 25 de outubro com 89 anos. Marido de Maria da Conceição Mendes de Magalhães

Francisco Fernando da Silva Machado. Faleceu no dia 25 de outubro com 85 anos. Viúvo de Palmira Nogueira da Silva

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Agência Funerária Trofense, Lda

Santiago de Bougado

S. Martinho de Bougado

António Alvim Moreira Martins. Faleceu no dia 30 de outubro com 84 anos. Marido Maria Adeleide da Conceição Lúcio

Maria José Rego de Lima Faleceu no dia 29 de outubro com 76 anos. Casada com Franz Josef Keizer

Agência Funerária Trofense, Lda

Sudoku

Atualidade

Na edição 727 deste jornal, refirmos, erradamente, que o balcão do Montepio encerrado na Trofa foi o localizado na Rua Abade Inácio Pimentel, quando, na realidade, a dependência encerrada foi a localizada na Rua Padre Joaquim A. Pedrosa.

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Alvarelhos

Rocha Funerárias, Lda

Nota de redação

15

Agência Funerária Trofense, Lda

Farmácias Dia 5 Farmácia Barreto Dia 6 Farmácia Nova Dia 7 Farmácia Moreira Padrão Dia 8 Farmácia de Ribeirão Dia 9 Farmácia Trofense Dia 10 Farmácia Barreto

Palavras cruzadas

Dia 11 Farmácia Nova Dia 12 Farmácia Moreira Padrão Dia 13 Farmácia de Ribeirão Dia 14 Farmácia Trofense Dia 15 Farmácia Barreto Dia 16 Farmácia Nova Dia 17 Farmácia Moreira Padrão Dia 18 Farmácia de Ribeirão Dia 19 Farmácia Nova

Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700

Enigma O professor tem um total de 25 gizes. Quando um giz se reduz a 1/5 do tamanho original, ele fica muito pequeno para ser utilizado para escrever, portanto o professor deixa-o de lado. Mas como detesta desperdício, o professor apercebe-se que tem pedacinhos de giz suficientes para juntá-los e fazer um outro giz do mesmo tamanho. Se ele usa um giz por dia, quantos dias os 25 gizes durariam?

GNR da Trofa 252 499 180 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520

Soluções da edição passada

Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060 F icha T écnica

Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: We do com unipessoal, Lda. Redação: Cátia Veloso, Magda Machado de Araújo Colaboradores: Atanagildo Lobo, Jaime Toga, José Moreira da Silva, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Cátia Veloso e Magda Araújo | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda., Rua de S, Brás, n.º 1 Gualtar, Braga| Assinatura anual: Continente: 18,50 euros; Extra europa: 45 euros; Europa: 35 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,70 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Sede e Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: We do com unipessoal, Lda. NIF.: 506 529 002 Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 100 % do capital: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.


16

5 de novembro de 2020

O NOTÍCIAS DA TROFA

Atualidade

Loja on-line para vender primeira gola COVID-19 lançada a 15 de novembro A MO TEX – Márcia Oliveira Têxteis, Lda acaba de certificar a Gola GOKÄ, a primeira gola de proteção Covid-19, um projeto pioneiro que neutraliza o vírus e “incorpora termoregulação inteligente e tecnologia de evaporação e arrefecimento dinâmico”. Este produto inovador foi apresentado no verão, no entanto, a entrada no mercado estava ainda dependente da categorização “COVID-19 APROVADO”. A aprovação foi agora outorgada pelo – Equilibrium – Laboratório de Controlo da Qualidade e de Processos. De acordo com a informação disponibilizada pela empresa, a Gola GOKÄ tem também conformidade com a Norma EN 14683 e enquadra-se nas novas regras em vigor: CWA 17553:2020 – Community face coverings, CEN – European Commitee for Standardization, que permitem a sua comercialização no espaço europeu. O projeto é da MO TEX – Márcia Oliveira Têxteis Lda, uma Start Up de Famalicão, sob a tutela da trofense Márcia Oliveira, que garante que “para além dos parâmetros de filtração e respirabilidade, esta gola tem a capacidade de neutralizar vírus, como é o caso do Sars Cov 2, uma tecnologia de última geração que neutraliza 98,3% do vírus em 1 minuto e inativa completamente em 10 minutos”. Márcia Oliveira adianta que, “a pensar no conforto é ainda criada uma termorregulação inteligente e tecnologia de evaporação e arrefecimento dinâmico”. A diretora executiva da MO TEX esclarece que “o objetivo é minimizar o impacto e desconforto que a utilização da máscara pode ter, tornando-se num acessório de moda sem qualquer tipo de conotação negativa”. As golas vão ser comercializadas individualmente e na versão Hoddie (casaco com capucho) já a partir do dia 15 deste mês na loja on-line da marca.

Gaivota é animal de estimação de família mamedense Diz o provérbio que se em terra entra a gaivota é porque o mar a enxota. Neste caso, o destino quis que entrasse nesta família, que, agora, já não sabe o que é viver sem ela. CÁTIA VELOSO

Depois de ver que o animal tinha sido atropelado por um camião, junto ao campo de futebol de Nogueira da Maia, a filha de Maria Lúcia Silva não conseguiu seguir o seu caminho indiferente, por isso, resgatou-o e levou-o para casa, em S. Mamede do Coronado. Com a família, cuidou do bicho, que hoje, passados seis anos e apesar das limitações físicas, é a figura mais notada na casa desta família, não fosse o, agora, animal de estimação uma gaivota. A matriarca Maria Lúcia Silva é quem mais lida com a gaivo- zoológicos, dificilmente, a acei“Quando eu estou a chegar fazta, que a acompanha para todo o tariam, ela acabou por ficar por -me muita festa, começa a fazer lado, em casa. Em entrevista ao aqui”, contou. barulho”, conta Maria Lúcia, que NT e à TrofaTv, contou o dia em A gaivota, que não tem nome explica o espírito fraterno com os que o animal foi trazido para casa, porque a família nunca esperou seres irracionais com as raízes “todo ensanguentado” e com “uma que “durasse tanto tempo”, anda moçambicanas. “Fui criada no asa presa por uma pena”. à solta pela casa e “come de tudo”, meio dos animais, por isso tenho Depois do período de conva- desde os “cereais do cão” aos paciência e gosto de cuidar delescença, a família ficou com dú- “restos de comida”. Convive com les”, revelou, enquanto acaricia vidas sobre que futuro dar àque- os cães e, às vezes, até partilha um pequeno pássaro que ajudou, la gaivota: “Tentamos levá-la ao as funções de vigilante e as emo- quando este apareceu no chão de mar, mas como ela não voa, ti- ções ao ver chegar a matriarca casa sem conseguir voar nem mevemos medo que algum cão pu- regressar a casa, depois do dia xer as patas. desse atacá-la. E como os jardins de trabalho.

Levaram máquina de assar frangos Dois homens furtaram do restaurante Fonte da Hera, situado na Rua de S. Mamede, em S. Mamede Coronado a máquina de assar frangos, cerca das 3h25m da madrugada de 3 de novembro. A máquina estava do lado de

fora do restaurante, quando foi levada pelos dois desconhecidos e está orçada em cerca de 800 euros, no estado usado, sendo que nova tem um custo de cerca de 2000 euros. Amadeu Maia, gerente do res-

taurante afirma que “não suspeita de ninguém mas acredita que foi para vender a alguém pois, foi retirada com cuidado, de acordo com as gravações de vídeo vigilância”.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.