O Noticias da Trofa nº729

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Quinzenário | 19 de novembro de 2020 | Nº 729 Ano 17 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €

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PS e PAN desafiam Câmara a apoiar restauração

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Quase 600 novos infetados em duas semanas

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O testemunho de 4 enfermeiros trofenses na linha da frente no combate à Covid-19 //PÁG.3

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Margarida Junta ajuda A história de uma restaurantes na “pérola” rara entrega de refeições pub


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O NOTÍCIAS DA TROFA

19 de novembro de 2020

Atualidade

Escolas de Bairros, Querelêdo e Fonteleite são “Amigas da Criança” A escolas básicas de Bairros (Santiago de Bougado), de Querelêdo (Covelas) e de Fonteleite (S. Romão do Coronado) foram distinguidas com o prémio Escola Amiga da Criança, uma iniciativa conjunta da CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais), LeYa e do psicólogo Eduardo Sá, que “visa distinguir escolas que concebem e concretizam ideias extraordinárias, contribuindo para um desenvolvimento mais feliz da criança no espaço escolar e essencialmente partilhar essas boas práticas”. Na terceira edição do prémio, a Trofa esteve representada pelos três estabelecimentos, que se

P rojeto L udoteca, da E scola de Fonteleite candidataram com projetos que mereceram distinção e o estatuto de Escola Amiga da Criança. A Escola de Bairros desenvolveu o “Banco da Amizade”, um

Atualize a assinatura anual

Meteorologia

banco de jardim instalado no recreio, pintado de azul clássico, cor do ano 2020, que “inspira os sentimentos de calma, confiança e afinidade”, realçando o “desejo por alicerces estáveis e confiáveis”. O banco da amizade ia ser inaugurado a 24 de março, mas a pandemia impediu que a iniciativa se realizasse. Já a EB 1/JI de Querelêdo concorreu com o projeto “Aprender a Socorrer”, para colmatar a “lacuna existente nas escolas sobre primeiros-socorros e situações de urgência”. Foram realizadas sessões de formação na sala de aluno aos alunos e professores e adquirida uma mochila de primeiros-socorros “equipada, organizada e transportável”. “Projeto Ludoteca” foi a proposta da EB/JI de Fonteleite, que também mereceu distinção. Tratou-se da remodelação do espaço de leitura do estabelecimento, para torná-lo mais confortável e moderno, assim como “convidativo” para os alunos. C.V.

José Pedro Maia Reis Memórias e Histórias da Trofa

A odisseia do telégrafo Aproximadamente na passagem do século XIX para o século XX, a Trofa estava, aos poucos e poucos, a deixar de ser um espaço rural e a tornar-se um espaço industrial. A atividade industrial atrai consigo uma enorme dinâmica de investimentos privados, com o poder político local a um primeiro nível e o poder do Estado num segundo patamar a ter de intervir para se conseguir investimentos relevantes que envolvam verbas em maior dimensão. Na década de 1910, a Trofa era um centro industrial de referência na região Norte, todavia, continuavam a faltar equipamentos básicos e fundamentais para apoiar esse crescimento: referência para o telégrafo. No mês de outubro de 1913, vários populares das duas freguesias que iriam constituir a futura cidade da Trofa iriam escrever um documento constituído também por um abaixo-assinado, que seria entregue ao Governador Civil do Porto, que, por sua vez, iria fazer chegar aquela missiva ao Ministro do Fomento, concretamente a António Maria da Silva, no cargo até fevereiro de 1914. Um aspeto positivo a relevar, esta relação profícua entre vários pilares do poder executivo, com o Governador Civil a trabalhar em articulação com a população e a enviar aquela missiva ao Governo. Em julho do ano de 1914 , a Associação Comercial de Santo Tirso demonstrava empenho na concretização com sucesso daquela carta, questionando diretamente os elementos governamentais, porque consideravam que aquele equipamento representava um melhoramento para aquela freguesia e era também um ato de justiça, segundo os próprios, para as freguesias de Bougado que estavam em crescimento exponencial tanto em termos industriais, como também comercialmente. A primeira referência da necessidade deste equipamento data de 1913. Em 1914, ainda estávamos nas fases dos pedidos e requerimentos e, finalmente, 1915 foi fundamental para a conclusão com sucesso deste propósito, com o próprio administrador municipal, cargo de nomeação política e representante do poder central neste concelho a ser Virgílio Coelho de Andrade, a ter participação ativa neste processo. A imprensa descrevia a Trofa como uma terra de muita população com elevado movimento comercial e industrial e que, não tendo aquele equipamento, iria ter graves prejuízos para o seu futuro. Concretizavam também um paralelismo com outras localidades que tinham menos importância económica e social e que tinham aquele serviço no seu território. Finalizando esta crónica, é possível perceber que os investimentos na Trofa do poder central eram sempre conseguidos com enormes dificuldades e também com vários contratempos. Nunca foram fáceis, mesmo com graves prejuízos para a localidade como também para o País, atendendo à pujança económica que se ia verificando. Ainda dizem que a história não se repete.


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Atualidade

História da vida da criança que sofre de Atrofia Muscular Espinhal Tipo I

Margarida, uma Pérola Rara Quem admira as fotografias e vídeos desta pequena heroína, de pouco mais de um palmo de altura e idade, não imagina que uma doença incapacitante lhe talha a sorte e a vida. Na página de facebook Margarida-uma Perola rara, ficamos a conhecer um pouco da curta, mas já desafiante vida da Guiduxa, a menina heroína. A história é verídica e retrata a ainda curta, mas trabalhosa vida da Guiduxa, a menina natural da Trofa, que trava uma luta contra uma doença difícil, silenciosa e à qual a família garante que não vai dar tréguas. CÁTIA VELOSO/LIANA MACHADO

Chama-se Margarida, tem pouco mais do que 5 meses de idade e foi diagnosticada com Atrofia Muscular Espinhal Tipo I em 8 de outubro de 2020. A mãe, Juliana Miranda, enfermeira de profissão, decidiu avançar com a criação de uma página na rede social facebook “primeiro como forma de desabafar o turbilhão de emoções que diariamente se abatem sobre uma família que recebe um diagnóstico como este , mas também para partilhar com outros pais e famílias de outras crianças que sofrem desta doença rara, silenciosa, mas muito incapacitante. Partilhando assim as emoções e servindo assim de apoio para ajudar a enfrentar esta situação tão difícil”. O tratamento existe com vista a travar a progressão da doença que é extremamente rápida a progredir. No Caso da Margarida (Guiduxa- como é tratada carinhosamente pela mãe) há um medica-

M argarida sofre de Atrofia Muscular E spinhal T ipo I mento - Zolgesma, o medicamento “revolucionário”, mas também o mais caro do mundo que lhe foi administrado e que se espera ajude o futuro desta menina da Trofa. Trata-se, de acordo com a mãe, de um dos medicamentos mais caros do mundo e “veio mudar a história/prognóstico de todos os meninos com AME tipo I. Dizem os entendidos que é o medicamento que mais se assemelha a uma cura da doença (até ver, os estudos são parcos e ainda pouco se sabe dos seus efeitos a longo prazo, mas vamos acreditar que sim e que a

ciência está em constante descoberta e evolução). Na sua página de facebook Juliana Miranda explica que “este tratamento é uma terapia genética, ou seja, “repara” o defeito genético que causa a doença. Ministrado através de uma “toma única, porque à partida o “problema” fica resolvido (até então havia medicação sim, mas como simplesmente minimizava sintomas, então as tomas dessa medicação tinham de ser frequentes e ao longo de toda a vida”. Juliana Miranda acedeu a conceder uma entrevista ao Jornal O Notícias da Trofa, de forma a servir de apoio para outros pais e famílias com crianças. A mãe recorda como foram dados os passos, rápidos, nesta caminhada para que, no Centro Materno-Infantil do Norte, no Porto a Margarida pudesse receber o medicamento. “No caso da Margarida a equipa de neurologia disse que era a melhor solução comparativamente a outra medicação, depois foi a vez do sim pela comissão de farmácia do hospital dar o sim ao procedimento, seguindo-se em pouco tempo o sim da administração do hospital e finalmente o sim do Infarmed. Para se conseguirem todos os Sins o processo demorou cerca de um mês o que tendo em conta outros casos não é um período longo de

espera, tendo em conta que o período médio de espera de outros casos é bem maior” reconheceu Juliana Miranda. Apesar de haver medicação, Juliana adianta que “esta medicação, em teoria, apenas trava a progressão da doença, mas uma função perdida, perdida para sempre. No entanto, na prática A o que nos dizem e daquilo que já vimos, parece que algumas crianças recuperam para além daquilo que já foi perdido. É a essa esperança que me agarro todos os dias, é para isso que vamos trabalhar afincadamente todos os dias. Vamos tentar superar o insuperável”. A Margarida divide a sua vida entre o hospital e a sua casa na Trofa. De internamento em internamento está finalmente de volta a casa há pouco mais de 24 horas. Juliana Miranda vai publicando quase todos os dias o que de mais relevante se vai passando com esta menina e vai relatando os passos pequenos, mas firmes que a Guiduxa tenta dar sempre amparada pela família nesta luta desigual. Já diz o ditado que a esperança é a ultima a morrer por isso o objetivo é a que a vida da doce menina seja alegre e feliz,

tal como transmite nos vídeos e fotografias que a família vai publicando na sua página, nas brincadeiras com a sua pequena irmã. Além de todas as necessidades de apoio à sua vida normal, a menina tem pela frente uma longa e árdua batalha para a qual a mãe, assim como a família dizem estar preparados: “a terapêutica é essencial, mas as terapias e o trabalho daqui para a frente farão a diferença”. Por agora, a família não precisa de apoio monetário nem em espécie, quer apenas partilhar a experiência para apoiar a vida de outras crianças espalhadas pelo mundo e que sofrem do mesmo problema. Na página de facebook criada por Juliana Miranda estão escritos textos da autoria da sua mãe, que são uma espécie de diário que deve ser lido e partilhado por todas e todos para que a doença deixe de ser desconhecida e para que, aqueles que não tem acesso à informação, nomeadamente família de outras crianças possam aqui contactar com a família da Margarida e beber nestes textos forças para encarar o futuro com esperança.

Mas o que é a Atrofia Muscular Espinhal Tipo I? “Na atrofia muscular espinhal, ocorre uma perda de células importantes na medula espinhal chamadas neurónios motores, que são essenciais para a força e movimento musculares. Estes neurónios motores regulam a atividade muscular através do envio de sinais provenientes do sistema nervoso central (SNC), que é a parte do sistema nervoso que inclui o cérebro e a medula espinhal. A perda de neurónios motores funcionais resulta em fraqueza e atrofia muscular progressivas (uma diminuição gradual da massa muscular e da força dos músculos), pois os músculos deixam de receber sinais do SNC.3”. Cada indivíduo com atrofia muscular espinhal é afetado de forma diferente, e é importante lembrar que os sintomas podem variar consideravelmente, dependendo da idade de início da doença e da sua gravidade. Os indivíduos poderão apresentar fraqueza muscular progressiva nos músculos mais próximos do centro do corpo, como nos ombros, coxas e bacia. Estes músculos possibilitam a realização de atividades como gatinhar, caminhar, sentar e controlar o movimento da cabeça. A respiração e a deglutição também poderão ser afetadas. A atrofia muscular espinhal não afeta os neurónios responsáveis pela cognição, que é o processo mental através do qual adquirimos conhecimentos e compreensão através do pensamento, da experiência e dos sentidos. De acordo com um estudo, as crianças e os adolescentes com atrofia muscular espinhal têm uma inteligência normal, com valores de QI dentro do intervalo da normalidade. Testes de inteligência, cognitivos e comportamentais podem ajudar a impedir que crianças em idade escolar se sintam entediadas, frustradas e pouco desafiadas. IN https://www.togetherinsma.pt


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19 de novembro de 2020

Atualidade

João Mendes

CRÓNICA

Neste Natal, compre na Trofa

Centro Hospitalar quer novo edifício Covid-19 pronto na próxima semana A administração do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) pretende inaugurar, durante a próxima semana, o edifício de apoio à urgência da unidade de Vila Nova de Famalicão, que está a ser construído para acolher doentes Covid. Face à “a previsão” de agravamento da situação epidemiológica dos concelhos que o CHMA serve – Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso e Trofa -, António Barbosa, presidente do conselho de administração do CHMA, revelou que estão a ser feitos “esforços” para “acelerar a conclusão desta obra”, que terá uma lotação máxima de 40 doentes. “Este edifício está, basicamente, dividido em dois, um para a urgência pediátrica e outro para a urgência de adultos, tendo, no meio, os consultórios e salas para se fazer o diagnóstico e dar início às terapêuticas. David Silva, adjunto da direção clínica do CHMA, admitiu a importância deste edifício para “melhorar as condições físicas e de separação dos doentes”, numa altura em que já se regista “sobrelotação do servi-

ço de urgência” e necessi- sidente da Câmara Municidade de se transferir doen- pal, Paulo Cunha, que justes para outros hospitais do tifica a construção do equiPaís. Destas unidades, já pamento como resultado do houve doentes transferidos “diagnóstico de necessidapara Coimbra e Leiria, por des gerado no seio da proteção civil municipal”. exemplo. A ideia é melhorar as con“É imperativo que se comecem a criar condições dições de atendimento aos para o que vai acontecer utentes, com a devida sepaq ue é o au mento ainda ração entre doentes respimaior nos próximos me- ratórios e outros, e não afetar a atividade normal do ses”, frisou. Segundo os responsá- Centro Hospitalar. A área pediátrica é comveis, entre “30 a 40 por cento” dos doentes que dão en- posta por dois consultórios trada nas unidades do Cen- médicos, instalação sanitátro Hospitalar testam positi- ria, dez lugares para doentes apeados, três doentes vo à Covid-19. O CHMA contratou, nos em maca e uma sala de traúltimos meses, cerca de 60 tamento. Por sua vez, a área profissionais para respon- de adultos será composta der à situação pandémica, por dois consultórios mécontando, atualmente com dicos, instalação sanitária, 12 lugares para doentes 95 pessoas internadas. O novo edifício, com uma apeados e oito para doenárea aproximada de 400 tes em maca. A área reservada a profismetros quadrados, que reforça a resposta da urgên- sionais garante um acesso cia de Famalicão nasce de independente do exterior, um investimento daquela dois balneários com instaautarquia municipal de 150 lação sanitária, espaço dedicado para troca de equimil euros. “Trata-se de um esforço pamento de proteção indifinanceiro, que a Câma- vidual e uma copa. Todo o espaço é servido ra Municipal faz em prol da saúde dos famalicen- por duas salas de sujos asses, e que surge no âmbi- segurando o apoio ao equito da colaboração institu- pamento de higienização e cional que mantemos com evacuação de resíduos. o Hospital”, revelou o pre-

Na semana em que celebramos mais um aniversário de independência e do nascimento do concelho da Trofa, o clima é de cortar à faca. A pandemia não dá tréguas, o número de casos continua a subir, à semelhança daquilo que acontece um pouco por todo o país, em particular na região Norte, e os efeitos económicos são já indisfarçáveis, com empresas a fechar ou presas por um fio, desemprego a aumentar e inúmeras famílias, que viram os seus rendimentos a ser duramente afectados, a fazer contas à vida para pagar as contas do próximo mês. Não vale a pena dourar a pílula. A situação é crítica e ainda vai piorar, antes de melhorar. Enquanto comunidade, muita coisa pode ser feita. Tal como nos mobilizamos, há 22 anos, para ir a Lisboa buscar o concelho, é tempo de nos mobilizarmos, uma vez mais, mas ajudarmo-nos mutuamente. E isso passará, neste contexto específico em que vivemos, por diferentes acções, que poderão ir desde a solidariedade, a título pessoal ou através de instituições como a Cruz Vermelha ou os Vicentinos, que têm provas dadas no trabalho feito em prol da comunidade e dos mais desfavorecidos, até ao tema que me leva a escrever estas linhas: consumir local. Nestes dias de pandemia, com todas as restrições à circulação, com o clima de medo que se vive e com a perda de rendimentos que muitos estão já a sofrer, o comércio local tem sido e continuará a ser profundamente afectado. Falo das lojas de rua, vendam elas roupa, artigos de decoração, mobiliário ou tecnologia, mas falo também de restaurantes, cafés e bares, que vivem hoje uma situação aflitiva, não raras vezes à beira da insolvência. Escusado será entrar em grandes detalhes sobre o drama humano que isto comporta. Negócios de uma vida destruídos, economia local globalmente afectada, desemprego e desespero são algumas das faces mais visíveis da hecatombe económico-pandémica. E tudo isto está a acontecer. Na Trofa. Agora. Naturalmente, nem todos fomos afectados de igual forma. Há quem tenha sido submetido a um impacto ligeiro, ou mesmo inexistente, há quem se tenha reinventado e há até quem tenha encontrado no problema uma solução, por bizarro que tal ideia possa soar. O meu apelo, em primeiro lugar, é dirigido a essas pessoas, mas também àquelas que, tendo sofrido as consequências da actual crise, não deixaram de ter capacidade de consumo. Trofenses, o Natal está aí à porta. Está na hora de mostrar que “comunidade” é mais que uma palavra e de nos unirmos em torno dela. Neste Natal, façam as vossas compras no concelho da Trofa. Comprem os brinquedos, a roupa, os sapatos, o computador, o perfume, o livro ou o electrodoméstico aqui, no nosso concelho. Deixem a visita ao shopping para outro momento. Ele passará bem sem nós. Deixem de lado as Zaras, os Mediamarkts e as FNACs, e usem o vosso rendimento disponível nos comerciantes da vossa terra, que, certamente, também o investirão cá. Vão ao vosso restaurante preferido buscar take-away. Comprem o pão para as rabanadas na padaria da vossa rua e os ingredientes na mercearia ao lado. Comprem o peixe na peixaria e a carne no talho. As grandes superfícies sobreviverão sem vocês. Não quero viver numa Trofa em que os seus filhos deixaram o comércio local morrer de coronavírus, enquanto engrossavam os lucros estratosféricos dos Continentes e dos Pingos Doces desta vida. Quero, isso sim, voltar a ir com o meu filho ao Lírio Amarelo, ao Pomar Coutinho, ao Mercado Semanal ou à Casa Antunes, quando o pesadelo passar. E sim, meia-dúzia de euros fazem a diferença. Porque meia dúzia de euros, multiplicada por milhares de trofenses, será o balão de oxigénio de muitos estabelecimentos, muitos fornecedores desses estabelecimentos, muitas famílias e muitos estabelecimentos onde essas famílias consomem. Não é coisa pouca. E poderá ser a diferença entre um Feliz Natal e um não-Natal. Uma palavra final para o executivo camarário, mas também para as diferentes freguesias e respectivos executivos. Se é certo que compete ao governo da nação encontrar os mecanismos e as soluções para combater os efeitos nocivos desta crise sanitária e económica, tal não invalida que o poder local se mobilize em prol da comunidade, como temos visto em inúmeras autarquias. E pouco se tem visto. Não li ainda uma palavra do nosso autarca, sempre tão activo nas redes sociais a promover a sua pessoa e as suas visitas a grandes empresas, de incentivo ao consumo no comércio local da Trofa. Tampouco se lhe conhece algum tipo de estratégia para atenuar os efeitos desta crise no sector. Numa terra onde se gastam largas dezenas de milhares de euros em infomails, cortes de fitas, iPhones e chamadas de valor acrescentado, seria de bom tom canalizar algum desse despesismo para uma campanha de incentivo ao consumo no comércio trofense, com outdoors, vídeos promocionais ou, porque não, um desses infomails dedicado ao comércio local. Se podemos pagar folhetos para Sérgio Humberto se defender das críticas de que foi alvo pelo despesismo na viciação das 7 Maravilhas da Cultura Popular, certamente poderemos pagar um infomail que verdadeiramente sirva os trofenses, e não agenda político-partidária do senhor presidente. Fica a dica.


19 de novembro de 2020

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Atualidade

Pandemia retira brilho às comemorações do aniversário do concelho manhã, no edifício sede do município da Trofa, seguindo-se a Eucaristia em Guidões as 11 horas da manhã. As comemorações continuam à tarde, e entre as 14h00 e até às 18h00, está patente uma exposição sobre a Arte Sacra dos Santeiros de São Mamede do Coronado, na Antiga Estação da Trofa. Para as 17h30 está previsto o momento simbólico para acender a iluminação de Natal nas ruas do Concelho. Já a 20 de novembro, sexta-feira, decorre a apresentação do conto vencedor do Concurso Lusófono da Trofa 2019, pelas 21h00, através de videoconferência, decorrendo ainda a cerimónia de entrega dos prémios da edição deste ano do Concurso.

Lusa

Parece que foi ontem mesmo que, rumo a Lisboa, mais de 10 mil trofenses foram em busca do seu concelho e de lá trouxeram o Município da Trofa. Com 22 anos de história, o jovem município da Trofa comemora em 2020 um aniversário diferente, sem brilho e sem os festejos de outros tempos em que o empresário Eurico Ferreira mandava assar a vitela, em que muitas e muitos trofenses, conscientes do seu bairrismo, trabalhavam voluntariamente para proporcionar momentos de confraternização, de festa e celebravam, no Parque Nossa Senhora das Dores, o bairrismo da Trofa e dos seus cidadãos. Este ano os festejos restringem-se apenas a um hastear de bandeiras quando forem 10 horas da

E sta imagem foi registada, faz esta quinta-feira, 22 anos

Feira continua a realizar-se Dentro de um cenário que já não é favorável ao comércio, os feirantes viveram momentos de muito medo quando o Governo anunciou novas medidas para os concelhos de maior risco de contágio por Covid-19 e uma delas era a proibição de feiras de levante, como a da Trofa. A restrição, porém, foi revertida para uma decisão a tomar por cada autarquia, abrindo portas para que a feira se realizasse no concelho. “Eu não acreditei que essa lei fosse consumada, porque não é possível, numa altura de dificuldades, ser o próprio poder político a impedir as pessoas de ganharem o seu sustento. Os feirantes não estão a pedir nada, só querem que os deixem trabalhar e

com as condições que nos foram exigidas, com o investimento que a Junta de Freguesia teve de fazer, nós só temos de permitir que as pessoas possam trabalhar”, sublinhou, em entrevista ao NT e à TrofaTv, o presidente da Junta de Bougado, Luís Paulo. Os feirantes suspiraram de alívio, mas mantêm-se em sobressalto pelo tempo incerto que atravessa o setor. Paulo Rocha reconhece que “pouca gente vem à feira”, porque quem vem é de faixa etária mais avançada e “tem medo” da situação pandémica. Maria Martins, outra feirante, fala em “sobrevivência”. “Se os shoppings e os supermercados não fecham porque havemos nós de fechar? Estamos a ser discriminados pelo Governo e as autar-

quias também não nos facilitam o pagamento. Não estamos a conseguir fazer dinheiro para cobrir as despesas”, referiu. Na primeira vaga da pandemia, a Junta de Freguesia investiu alguns milhares de euros para garantir as condições de segurança e higiene para que a feira se faça dentro das regras. Entre as medidas estão a “vedação” do espaço, o “reforço” da segurança e a aquisição de equipamentos de proteção. “Toda a gente está a cumprir. As pessoas estão sensíveis com o problema”, sublinhou Luís Paulo, que quis “agradecer a toda a gente que colaborou” para que a feira se realizasse dentro das normas exigidas.


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19 de novembro de 2020

Atualidade

PS Trofa reúne com empresários da restauração e apresenta propostas de apoio

A madeu Dias, presidente da Comissão Política do PS T rofa A com issão política conce lhia do Partido Socialista da T rofa reu n iu, no passado sábado, com vários empresários da restauração trofense, ouvindo e recolhendo atentamente as suas sugestões e necessidades. Em nota enviada à comunicação

social, Amadeu dias, líder da concelhia socialista Trofense afirma que “os problemas causados pela pandemia exigem medidas profundas e impõem a apresentação rápida de soluções”. Nesse sentido, e “de forma a apoiar rápida e eficazmente o se-

tor da restauração do concelho”, os socialistas da Trofa apresentaram um conjunto de propostas, entre as quais a “criação de um programa municipal que vise a dinamização da restauração no concelho” e a disponibilização de “um fundo municipal de apoio à restauração no valor de 75 mil euros”, que cubra despesas como a “aquisição e distribuição pelos restaurantes aderentes de utensílios sustentáveis necessários para atividade de delivery” e “aquisição e distribuição pelos restaurantes aderentes de equipamentos de proteção individual”. Os socialistas sugerem também a “criação de um gabinete de crise municipal de apoio aos empresários da restauração” e um “apoio municipal na entrega e distribuição de refeições ao domicílio provenientes dos restaurantes aderentes ao programa, através da “requisição de serviços de praça, táxi”. A “renegociação das condições comerciais oferecidas pela plataforma Uber Eats aos restaurantes trofenses” e o “reforço da fiscalização da Polícia Municipal, designadamente, no controlo do cumprimento das regras estabelecidas para a restauração” são as outras propostas apresentadas pelo PS. C.V.

PAN quer que Trofa siga exemplo de outras autarquias e apoie restauração e comércio local “O PAN-Pessoas-Animais-Natureza apela a que o Município da Trofa, de forma imediata, apoie a restauração e o comércio local com medidas similares às recentemente apresentadas por outras autarquias”. É desta forma que o partido PAN introduz o comunicado em que propõe que a Câmara Municipal “considere a difícil situação atual das micro, pequenas e médias empresas, com vista a definir políticas municipais para apoiar os estabelecimentos a não fechar portas e a manter os postos de trabalho, de forma a que a economia local não fique para trás”. “Medidas como as já apresentadas pelo executivo camarário,

como a redução da taxa de derrama, terão pouca ou nenhuma aplicação prática. Ao apoiar verdadeiramente estes serviços, todos os cidadãos e cidadãs beneficiam”, considera o responsável pela concelhia do PAN da Trofa, Fernando Geração. Uma das medidas que o partido defende é o apoio aos restaurantes “nas entregas de refeições, em embalagens biodegradáveis, tal como já acontece noutros concelhos”. “Apoio na aquisição de mobiliário e aquecedores para as esplanadas, o apoio à criação de novas esplanadas, o reforço da campanha de marketing focada na promoção da economia local e na eco-

nomia circular, assim como um apoio extraordinário a fundo perdido de 4.000€ a 6.000€ para empresas do setor do comércio e restauração do concelho, com um volume de negócios em 2019 até 150 mil euros e com quebras de faturação em 2020 acima dos 20%” são outros das medidas reivindicadas. “Acreditamos que desta forma será possível mitigar, mesmo que em parte, as perdas que estes setores têm sofrido devido à situação que o país atravessa, decorrente da Covid-19. A autarquia pode ter um papel fundamental para que nenhum setor fique para trás no nosso concelho e é por isso que continuaremos a pugnar”, defende Fernando Geração. C.V.

João Pedro Costa

CRÓNICA Trofa: A pandemia não “passa por aqui...”? A pandemia fustiga o mundo há largos meses e não dá tréguas! Um pouco por todo o lado, vai-se sentindo o seu efeito, quer ao nível psicológico, quer ao nível material, com alguns negócios a sobreviverem, mas uma grande parte deles a passar por dificuldades extremas. Muitos empresários estão de “pés e mãos atados”, sem possibilidade de ação, dos quais se destacam os dos setores dos eventos, turismo e restauração, mas que, silenciosamente, se estende a outros mais. Definitivamente, a vida tal e qual estávamos habituados está a alterar-se de forma compulsiva e possíveis reações individuais têm um caráter muito limitado – é preciso o Estado! O Governo central de Portugal tem lançado medidas concretas de ajuda, numa primeira fase descoordenadamente, dada a surpresa do fenómeno pandemia, mas gradualmente foi fazendo ajustamentos. Desde logo com o lay-off para pagamento dos vencimentos a funcionários e, ainda, com reduções nas contribuições para a Segurança Social, apoios para os vencimentos dos trabalhadores independentes e gerentes, linhas de crédito no Turismo de Portugal e no setor bancário, programas de ajuda na adaptação dos espaços físicos à realidade pandémica (Adaptar), programas de apoio à contratação de estagiários, de jovens e de reinserção no mercado de trabalho (Ativar), …. entre outras de menor monta. Estamos com 9 meses desde o início da pandemia e pela organização territorial de Portugal, como Estado unitário e de princípios constitucionais, estão delegadas nas Autarquias Locais e Juntas de Freguesia competências territoriais, em função da especificidade de cada região, levando muito em conta o seu caráter de proximidade, conferindo-lhes autonomia administrativa para agirem e gerirem de acordo com os seus interesses e vontades. Aliás, por isso mesmo, por essa ânsia de afirmação individual e coletiva, foi alcançada a autodeterminação da Trofa, elevada a concelho há precisamente 22 anos (19 de novembro de 1998). Desde então, não mais nos podemos desculpar colocando a culpa nos outros, passamos também a ser autónomos, detentores do nosso destino com os ganhos gerados no nosso Município a ficarem à disposição de um Executivo Municipal. Fiquei, pois, perplexo com a escassez das medidas lançadas pelo executivo de Sérgio Humberto, num período particularmente difícil para a comunidade trofense, das quais se destacam a redução nas taxas do IRS e IMI familiar e na Derrama das empresas. Tal descida de impostos, em percentagens mínimas e “para inglês ver”, só irá ter eficácia real em 2021, lá para meio do ano e na data de vencimento dos referidos impostos. Depois, temos outras medidas “para atirar areia para os olhos dos trofenses”, como a suspensão do pagamento (até ao final do ano) nas poucas centenas de lugares de estacionamento (parcómetros) do centro da cidade da Trofa. Não querendo ser injusto, até porque poderão ser apresentadas outras medidas posteriormente à publicação deste artigo de opinião, acho que o Executivo Municipal não percebeu a dureza do momento, a angústia das pessoas, consciencializando-se das suas reais responsabilidades consagradas pela própria autodeterminação administrativa. Prefere governar a “conta gotas” com micro medidas eleitoralistas, sem um verdadeiro plano de intervenção municipal e de olho nas eleições de 2021. É desigual querermos ombrear com Municípios como V.N. Famalicão, Santo Tirso, Vizela (concelho que se elevou em 1998, ao mesmo tempo que o da Trofa), entre muitos outros, que apresentaram medidas imponentes: linhas de crédito municipais a empresas, apoios ao arrendamento, baixa do preço da água, saneamento e recolha de resíduos sólidos urbanos, apoio complementar a perdas de faturação, vales de apoio ao comércio tradicional e até mesmo serviço de entregas de comida ao domicílio. Deveria virar-se o Executivo Municipal para as pessoas, para sua realidade, os seus problemas e necessidades, para os seus anseios e expectativas, HOJE, caso contrário vamos continuar com a fama de que o “futuro passa por aqui” enquanto outros ficam com o proveito!


19 de novembro de 2020

Realização da Feira Anual e romaria de S. Gonçalo em risco Com um futuro difícil de prever, as autarquias começam a equacionar a realização de eventos do próximo ano. Ao NT e à TrofaTv, o presidente da Junta de Freguesia de Bougado, Luís Paulo afirmou que está a “equacionar” a realização da Feira Anual da Trofa, promovida no primeiro fim de semana de março, e que a decisão será tornada pública “brevemente”. “Vamos ter de tomar uma decisão sobre isso. Do ponto de vista pessoal, se me perguntar, eu não acredito que seja possível realizar a Feira, o que será muito triste, ainda por cima no ano em que completa 75 edições”, referiu o autarca. Entretanto, a Câmara Municipal da Trofa já anunciou que o Desfile de Carnaval não sairá à rua, em 2021. Também suspensos estão a maioria dos eventos relacionados com a comemoração dos 22 anos da elevação de Trofa a concelho e com o Natal. As paróquias também fazem contas à realização de eventos que costumam promover aglomerações. A romaria de S. Gonçalo, por exemplo, dificilmente se realizará como habitualmente. Contactado, o pároco de Covelas, José Ramos, admitiu que, mesmo com “a incerteza” que o mundo vive relativamente à pandemia e ao que será o futuro próximo, será “muito difícil” haver condições para que a vertente profana da festa se concretize. No entanto, José Ramos garante que, no que toca à vertente religiosa, cumprir-se-á a realização das duas eucaristias e no lugar da procissão, caso não seja possível realizá-la, será feita uma terceira celebração na Capela de S. Gonçalo. C.V.

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Junta do Coronado faz entrega das refeições dos restaurantes da Vila A Junta de Freguesia do Coronado vai ajudar, no próximo fim de semana, os restaurantes de S. Romão e S. Mamede do Coronado a distribuir as refeições ao almoço e ao jantar. Foram criados grupos de voluntários constituídos por funcionários da Junta e elementos da Juventude Socialista da Trofa, que se disponibilizaram para ajudar nesta iniciativa de apoio à restauração. Nesta iniciativa, foram nove os restaurantes que demonstraram interesse em aderir e que vão ser apoiados: Casa dos Arcos, Antiga Casa Mota, Costa das Bifanas, O Bêco, Sabor Junta de F reguesia vai ajudar restaurantes a fazer entregas Tropical, Snack-Bar da Estação, Nova Geração, Chur- José Ferreira, explicou que de Freguesia, que, a partir rasqueira da Estação e Res- “o cliente contacta o restau- das 11h30 e até às 14h30 e taurante S. Romão. rante, faz a encomenda, e o das 18h30 às 22h00, enviará O presidente da Junta, restaurante contacta a Junta uma equipa para recolher a

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Atualidade

comida e entregar em casa dos clientes, sem custos” . O autarca adiantou que “os restaurantes demonstraram muita satisfação com a possibilidade de usufruírem deste apoio da Junta, tendo em conta que não têm recursos humanos suficientes para prestar este serviço”. José Ferreira adianta que decidiram implementar este serviço para apoiar a restauração neste período de “estado de emergência que continua, nomeadamente, neste próximo fim de semana”, mas está em aberto a possibilidade de “voltar a prestar esta e outras ajudas às empresas, dando esta colaboração que é singela e a possível, face às parcas possibilidades da Junta”.

População do Coronado contra encerramento de banco Noutros tempos, a Vila do Coronado chegou a ter seis agências bancárias em pleno funcionamento, mostrando o vigor económico das duas freguesias que a compõe, mas, esta quarta-feira, 18 de novembro, em jeito de presente envenenado na comemoração do 22.º aniversário da criação do concelho da Trofa, encerrou as suas portas a agência do banco Santander. E sta a última agência bancária, instalada na Vila do Coronado, a fechar portas aos clientes e a abandonar as terras do Coronado, apesar dos protestos da população que, apoiada pela Junta de Freguesia do Coronado, fez um abaixo-assinado a exigir a suspensão do encerramento. Num território com uma população de mais 11 mil pessoas, não restou um único banco de portas abertas. A opinião é unânime entre os moradores, empresários e até os vizinhos de freguesias da Maia, que utilizam

a agência bancária situada em S. Romão do Coronado. Os manifestantes, muitos deles a participar numa manifestação pela primeira vez, lamentaram o desinvestimento de que a Vila do Coronado tem vindo a ser alvo por parte da Banca. Ricardo Pinto, um dos responsáveis pelo protesto, considera que se “está a deixar cair a Vila do Coronado, que tem todas as possibilidades para crescer mas que, infelizmente, está a perder serviços”. Maria Barbosa lamenta que “pessoas idosas, sem família e sem transporte tenham de se deslocar de transportes públicos, que quase não existem, para levantar a sua reforma ou mesmo para fazer pagamentos de serviços essenciais” aos balcões alternativos, no centro da cidade da Trofa ou no concelho vizinho da Maia. O presidente da Junta de Freguesia, José Ferreira, lamenta “que a popula-

ção e os comerciantes tenham de se deslocar cerca de dez quilómetros para a sede do concelho ou mesmo para a Maia, para onde existem melhores condições de transporte do que para a sede do concelho da Trofa”. O autarca conseguiu, no entanto, que “o Santander coloque um caixa multibanco em cada um dos edifícios da Junta de Freguesia do Coronado, mas isso não resolve o problema das populações”, realçando, no entanto, que a Junta de Freguesia “poderá de ter de pagar entre 8 mil a 13 mil euros para que sejam instaladas as caixas multibanco, mas é um esforço que teremos de fazer para servir as pessoas do Coronado”, garantiu José Ferreira. Insatisfeitos, moradores e comerciantes assinaram um documento onde expressão a sua revolta e foi ainda criado o Movimento Dizemos Não! que foi responsável por convocar a

Populares manifestaram- se à porta da dependência bancária manifestação. Em comunicado, a comissão concelhia da Trofa do PCP mostrou-se “preocupada” com o encerramento da dependência bancária e expressou “solidariedade com a população”. “E ste encer ra mento é mais uma consequência de um rumo de abandono das populações que temos vindo a assistir ao longo dos anos, causando vá-

rios constrangimentos às populações, como denunciamos já em situações anteriores”, sublinharam os comunistas, que este encerramento “confirma a necessidade de uma inversão no rumo que os vários governos e executivos autárquicos têm assumido”, reivindicando a “reabertura dos balcões bancários, particularmente do banco público, a Caixa Geral de De-

pósitos”. Em resposta a um pedido de esclarecimento do NT, fonte do Santander explicou que “o balcão de S. Romão do Coronado vai ser unido ao balcão da Trofa, de modo a criar uma equipa de atendimento maior e com melhores capacidades de prestar um serviço mais especializado e de melhor qualidade aos clientes”.


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O NOTÍCIAS DA TROFA

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Atualidade

Em duas semanas, houve quase 600 novos infetados na Trofa Na pr i mei ra q uin ze na de novembro, o concelho da Trofa registou 594 novos casos de Covid-19. Um crescimento brutal, que acompanha a tendência da região e que se agrava a cada semana que passa. O NT teve acesso aos dados mais atualizados da situação epidemiológica da área sob a jurisdição da Autoridade Regional de Saúde do Norte e ajuda-o a compreender os números. CÁTIA VELOSO

A situação agrava-se a cada semana que passa e o Vale do Ave é uma das

regiões que regista maior propagação do novo coronavírus e incapacidade de controlar as cadeias de transmissão. Esta segunda-feira, depois de vários dias sem detalhar a situação epidemiológica dos concelhos, a Direção-Geral da Saúde (DGS) apresentou os dados, mas, em vez do número de novos casos registados, revelou a taxa de incidência, que mais não é do que o número de novos casos por 100 mil habitantes, no período de 15 dias. Os dados apresentados pela DGS referem-se ao período de 28 de outubro a

11 de novembro, e colocam o concelho da Trofa como um dos piores do País. Entretanto, o N T teve acesso à lista da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), que está mais atualizada, e que revela que, de 1 de 14 de novembro, a Trofa registou uma taxa de incidência de 1546,2 novos infetados por 100 mil habitantes, devido aos 594 casos registados ao longo dessas duas semanas. Face a este cenário, o concelho situa-se no 13.º lugar dos municípios, na esfera da ARSN, com maior taxa de incidência. Aci-

T rofa é dos concelhos em pior situação no País ma estão os concelhos de de novas infeções. A título de comparação Marco de Canaveses, Paredes, Vila Nova de Fa- com os municípios v izimalicão, Santo Tirso, Fafe, nhos, Vila do Conde regisFreixo Espada à Cinta, Pe- tou uma taxa de crescimennafiel, Felgueiras, Guima- to de 55 por cento, em Vila rães, Paços de Ferreira, Vi- Nova de Famalicão o númezela e Lousada. Os três últi- ro de novos casos subiu 46 mos com taxas de incidên- por cento, em Santo Tirso cia superiores a três mil ca- cresceu 7,36 por cento, e sos por 100 mil habitantes. na Maia o crescimento foi Perante estes números, de 5,4 por cento. Uma vez que se encontra vamos à taxa de crescimento dos contágios, ten- na lista de concelhos com maior risco de propagação do em conta o número de casos da primeira sema- – taxa de incidência igual na do mês e o da segunda. ou superior a 240 casos por Ora, na Trofa, com 260 ca- 100 mil habitantes – a Trofa, sos, de 1 a 7 de novembro, assim como outros 190 mue 334, de 8 a 14 de novem- nicípios, encontra-se obribro, houve um aumento de gada a medidas suplementares de restrição para con28,5 por cento do número


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19 de novembro DE 2020 JORNAL DO AVE

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Quinzenário 19 de novembro de 2020 Nº 191 Ano 6 | Diretora Magda Machado de Araújo | 0,70 €

04 e 05 R estauração

03 Covid -19

Funcionários de câmaras municipais entregam refeições ao domicílio durante o recolher obrigatório 11 Atualidade

Santo Tirso recusa competências na Saúde e Educação devido a financiamento “insuficiente” 16 Atualidade

Fc Vilarinho abre conta solidária após incêndio 6 Saúde

O que vai na alma dos nossos “soldados” na guerra “pandémica”

Casos covid-19 sobem muito em Famalicão e santo tirso PUB

OPJ VAI DOTAR vILA DAS AVES E mONTE cÓRDOVA DE PARQUES DeSPORTIVOS


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// Santo Tirso

Câmara cria novo centro de rastreio e linha de apoio para marcação de testes Face à escalada do número de casos Covid-19 no concelho, a Câmara Municipal de Santo Tirso robusteceu as medidas de combate à propagação do novo coronavírus. Entre as novas diligências estão a criação de um novo centro de rastreio e disponibilização de uma linha de apoio para a marcação de testes. CÁTIA VELOSO O crescimento do número de casos de infeção por Covid-19 obrigou ao reforço das medidas de combate à pandemia, já visível em Santo Tirso com um terceiro centro de rastreio, localizado na Praça 25 de Abril, junto à Câmara Municipal, e que complementa a atividade das outras estruturas montadas no parque de estacionamento da Estação de Santo Tirso (antes a funcionar na Escola S. Rosendo) e no parque de estacionamento do Centro de Saúde de Santo Tirso. A funcionar em regime de “drive-thru” - o teste é realizado sem ter que sair de dentro do automóvel, mas também pode ser feito por acesso pedonal -, o novo centro de rastreio “funciona por marcação” e tem uma capacidade de realização de “150 testes diários”, anunciou a autarquia, a 9 de novembro, dia em que a estrutura começou a operar. Está aberto de segunda-feira a sábado, das 9h00 às 17h00, e aos domingos das 10h00 às 16h30 e as marcações são obrigatórias, podendo ser efetuadas através dos contactos telefónicos 910 239 739

ou 910 239 782, ou ainda do email covid19.cmsantotirso@germanodesousa.com. À semelhança do primeiro centro de testes à Covid-19 em Santo Tirso, este nasceu de uma parceria da Câmara Municipal com o Laboratório Germano de Sousa, sob a coordenação da Administração Regional de Saúde do Norte. Esta valência é, para o edil tirsense Alberto Costa, “mais uma ajuda no combate à pandemia”, que, atualmente, tem bastante expressão no concelho. Entretanto, a 16 de novembro, a autarquia, numa medida articulada com as 14 juntas de freguesia do concelho, lançou uma linha de apoio para a marcação de testes nos dois centros de rastreio do Laboratório Germano de Sousa, de forma a “diminuir os tempos de espera”. “Todos os utentes que pretendam fazer marcações podem recorrer a uma linha telefónica dedicada”, disponível através do número 252 830 415, ou, em alternativa, aos contactos telefónicos “da junta de freguesia da zona de residência”, explicou a edilidade, que confirmou “alguns constrangimentos nas marcações de testes, principalmente por falta de pessoal dedicado”. “Percebemos que, em conjunto com as juntas de freguesia, podíamos ajudar e libertar os profissionais de saúde para tarefas mais importantes”, detalhou o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, salientando que “esta é uma medida simples que vai permitir tornar

T erceiro posto de testagem em Santo T irso já está em funcionamento o serviço mais célere”. As marcações podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 17h30, e os utentes devem facultar o nome, data de nascimento, número de utente, morada, telefone e informação sobre a prescrição médica. Quem não tiver prescrição médica, também pode solicitar a marcação do teste, mediante o pagamento da taxa aplicada para o efeito. Proteção Civil apoia e reforça mensagem junto da população As campanhas de sensibilização e fiscalização estão a ser “reforçadas” em “todo” o território do concelho de Santo Tirso, para que se cumpra as “novas regras impostas” pelo Governo aos con-

celhos de maior risco de propagação da Covid-19. Com uma taxa de incidência de 2154 casos por 100 mil habitantes, muito acima daquela que foi referenciada como de risco elevado (240), Santo Tirso aperta a “malha” para tentar travar as cadeias de transmissão, num trabalho liderado pela Câmara Municipal, que conta com a “estreita colaboração” dos agentes da proteção civil, como a GNR e a PSP. “Sensibilizar e fiscalizar o cumprimento de regras como o uso de máscara; a taxa de ocupação, o distanciamento social e horário de encerramento dos estabelecimentos comerciais; ou mesmo dispersar concentrações superiores a cinco pessoas, são algumas das ações que estão a ser reforçadas

em todo o concelho, desde a entrada em vigor das novas imposições resultantes da Resolução do Conselho de Ministros de 2 de novembro”, explicou a autarquia. Considerando também que o papel de “cada um” pode “fazer a diferença”, o presidente da edilidade, Alberto Costa, salientou a importância de os munícipes adotarem um “comportamento exemplar, cumprindo, escrupulosamente, as regras de higienização e distanciamento e reduzindo os contactos sociais”. As ações visam, não só os estabelecimentos comerciais e de restauração, mas também os espaços públicos ao ar livre, os locais de acesso aos transportes públicos e as feiras semanais.

e-mail: jsto@net.sapo.pt http://josesarmento. blogspot.pt https://www.facebook.com/sarmentojose http://sarmento-news.blogspot.pt


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Casos de Covid-19 sobem muito em Famalicão e Santo Tirso Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão estão entre os concelhos da esfera da Administração Regional de Saúde do Norte com maior crescimento do número de casos de Covid-19. Da primeira semana de novembro para a segunda, o número de infeções cresceu 46 por cento em Famalicão e 7,36 por cento em Santo Tirso. CÁTIA VELOSO A situação agrava-se a cada semana que passa e o Vale do Ave é uma das regiões que regista maior propagação do novo coronavírus e incapacidade de controlar as cadeias de transmissão. Esta segunda-feira, depois de vários dias sem detalhar a situação epidemiológica dos concelhos, a Direção-Geral da Saúde apresentou os dados, mas, em vez do número de novos casos registados, revelou a taxa de incidência, que mais não é do que o número de novos casos por 100 mil habitantes, no período de 15 dias. Os dados apresentados pela DGS referem-se ao período de 28 de outubro a 11 de novembro, e colocam os concelhos de Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão

como dos piores do País. Entretanto, o JA teve acesso à lista da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN ), que está mais atualizada, e que revela que, de 1 de 14 de novembro, o concelho de Santo Tirso registou uma taxa de incidência de 2154,1 novos infetados por 100 mil habitantes, devido aos 1466 casos registados ao longo dessas duas semanas. Já Vila Nova de Famalicão, com uma taxa de incidência de 1685,2 infeções por 100 mil habitantes, registou 2219 casos na primeira quinzena de novembro. Face a este cenário, os dois concelhos situam-se, respetivamente, no 9 e 10.º lugares dos concelhos, na esfera da ARSN, com maior taxa de incidência. Acima estão os concelhos de Fafe, Freixo Espada à Cinta, Penafiel, Felgueiras, Guimarães, Paços de Ferreira, Vizela e Lousada. Os três últimos com taxas de incidência superiores a três mil casos por 100 mil habitantes. Perante estes números, vamos à taxa de crescimento dos contágios, tendo em conta o número de casos da primeira semana

// Região

Concelhos registam taxa de incidência superior ao limite que determina risco máximo de contágio do mês e o da segunda. Ora, em Santo Tirso, com 707 casos, de 1 a 7 de novembro, e 759, de 8 a 14 de novembro, houve um aumento de 7,36 por cento do número de novas infeções, enquanto em

Vila Nova de Famalicão, a taxa de co de propagação – taxa de incicrescimento cifrou-se nos 46 por dência igual ou superior a 240 cacento (902 na primeira semana e sos por 100 mil habitantes – estes municípios, assim como outros 1317 na segunda). Uma vez que se encontram na 189, encontram-se obrigados a lista de concelhos com maior ris- medidas suplementares de restrição para conter a propagação dos contágios, como o recolher obrigatório a partir das 23h00, de segunda a sexta-feira, e a partir das 13h00, ao fim de semana. Entretanto, esta semana, soube-se que o Governo estuda a possibilidade de decretar medidas diferenciadas aos concelhos de maior risco, numa lógica de três graus: entre 240 a 480 novos casos a 14 dias por 100 mil habitantes; entre 480 e 960 e acima de 960 novas infeções. “A situação do país é complexa e grave. Os patamares são seguidos internacionalmente. Estamos a ouvir todos os peritos para tomar as medidas o mais proporcionais possíveis”, explicou Marta Temido, ministra da Saúde. Estas hipóteses estarão em cima da mesa do próximo Conselho de Ministros, marcado para esta quinta-feira. Frisando que o Governo “tudo fará para não tomar a medida” de novo confinamento total, Marta Temido referiu, “em termos sociais, económicos e psicológicos”, o país não terá condições para responder a “uma solução com essa radicalidade”.


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// Região

Centro Hospitalar quer novo edifício Covid-19 pronto na próxima semana A administração do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) pretende inaugurar, durante a próxima semana, o edifício de apoio à urgência da unidade de Vila Nova de Famalicão, que está a ser construído para acolher doentes Covid. Face à “a previsão” de agravamento da situação epidemiológica dos concelhos que o CHMA serve – Vila Nova de Famalicão, Santo Tirso e Trofa -, António Barbosa, presidente do conselho de administração do CHMA, revelou que estão a ser feitos “esforços” para “acelerar a conclusão desta obra”, que terá uma lotação máxima de 40 doentes. “Este edifício está, basicamente, dividido em dois, um para a urgência pediátrica e outro para a urgência de adultos, tendo, no meio, os consultórios e salas para se fazer o diagnóstico e dar início às terapêuticas. David Silva, adjunto da direção clínica do CHMA, admitiu a importância deste edifício para “melhorar as condições físicas e de separação dos doentes”, numa altura em que já se regista “sobrelotação do serviço de urgência” e necessidade de se transferir doentes para outros hospitais do País. Destas unidades, já houve doentes transferidos para Coimbra e Leiria, por exemplo. “É imperativo que se comecem a criar condições para o que vai acontecer que é o aumento ainda maior nos próximos meses”, frisou. Segundo os responsáveis, entre “30 a 40 por cento” dos doentes que dão entrada nas unidades do Centro Hospitalar testam positivo à Covid-19.

O CHMA contratou, nos últimos meses, cerca de 60 profissionais para responder à situação pandémica, contando, atualmente com 95 pessoas internadas. O novo edifício, com uma área aproximada de 400 metros quadrados, que reforça a resposta da urgência de Famalicão nasce de um investimento da autarquia municipal de 150 mil euros. “Trata-se de um esforço financeiro, que a Câmara Municipal faz em prol da E dificio terá capacidade para 40 doentes saúde dos famalicenses, e que surge no âmbito da colaboração institucional que dos, três doentes em maca e uma sala de tratamento. Por mantemos com o Hospital”, revelou o presidente da Câ- sua vez, a área de adultos será composta por dois consulmara Municipal, Paulo Cunha, que justifica a construção tórios médicos, instalação sanitária, 12 lugares para doendo equipamento como resultado do “diagnóstico de ne- tes apeados e oito para doentes em maca. cessidades gerado no seio da proteção civil municipal”. A área reservada a profissionais garante um acesso inA ideia é melhorar as condições de atendimento aos dependente do exterior, dois balneários com instalação utentes, com a devida separação entre doentes respira- sanitária, espaço dedicado para troca de equipamento de tórios e outros, e não afetar a atividade normal do Cen- proteção individual e uma copa. tro Hospitalar. Todo o espaço é servido por duas salas de sujos asseA área pediátrica é composta por dois consultórios mé- gurando o apoio ao equipamento de higienização e evadicos, instalação sanitária, dez lugares para doentes apea- cuação de resíduos.

Serviço de estafetas entregou quase mil refeições em Famalicão No primeiro fim de semana da operação de entrega gratuita de refeições ao domicílio em Vila Nova de Famalicão, que esteve ativa a 14 e 15 de novembro entre as 19h00 e as 22h00, foram entregues em casa dos famalicenses mais de 900 refeições pela rede de 37 es“Basta usarem as armas certas para lutar contra o maior tafetas criada que cobriu vilão dos tempos modernos”. E, neste caso, as armas são todo o território concelhio. a máscara, o desinfetante, o sabão e o distanciamento soOs números são da Câcial. O Esquadrão Covid já está ao serviço no concelho mara Municipal, que, pela 37 estafetas distribuiram 900 refeições de Vila Nova de Famalicão e promete fazer de cada cidavoz do vereador do Turismo, Inovação e Empreendedorismo, antevê um próximo nómicos na restauração provocados pelas medidas impos- dão um super-herói capaz de aniquilar o novo coronavírus. A campanha de sensibilização nasceu de um projeto do fim de semana ainda mais positivo. “Temos consciência tas pelo Governo. que nem tudo correu bem, mas o balanço final é francaAderiram à iniciativa 47 restaurantes do concelho. Para gabinete de comunicação da Câmara Municipal de Famamente positivo. Existiu uma mobilização geral dos restau- o próximo fim de semana, os consumidores podem veri- licão, numa estratégia para chegar mais perto da popularante aderentes e uma energia muito positiva da parte dos ficar os restaurantes aderentes através do site do municí- ção, principalmente da mais jovem. “Com ilustrações de Theresa Campos, a campanha inciestafetas, que tudo fizeram para corresponder aos pedi- pio em www.famalicao.pt. Depois, basta contactar o resta à proteção armada contra a Covid-19”, detalha a autardos dos famalicenses”, destacou o autarca, que se com- taurante e encomendar a refeição, para o período das quia, num comunicado em que dá também a conhecer que prometeu a haver “correções” no próximo fim de sema- 19h00 às 22h00. na de recolher obrigatório. A campanha é válida para encomendas de valor superior o Esquadrão Covid, apresentado sob a forma de banda deO serviço de entregas gratuitas foi uma resposta da Câ- a dez euros. O pagamento deverá ser efetuado diretamen- senhada, é composto por “personagens percorrem várias mara Municipal e da recém constituída Associação de Res- te ao restaurante por MB WAY ou transferência bancária, faixas etárias de uma família” e “todos tornam-se supertaurantes para contribuir para a mitigação dos efeitos eco- não sendo admitidos pagamentos diretamente ao estafeta. -heróis por ação da sua conduta responsável”.

Esquadrão Covid-19 em ação para combater Covid-19


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Atualidade // Santo Tirso

Funcionários da Câmara entregam refeições ao domicílio para “colamatar lacuna” do recolher obrigatório prejudicada e atingida”. Sem levantar a totalidade do véu, Luís Pedro Martins revelou que, no trabalho de concertação com a autarquia, foi aberto caminho para uma parceria que dará a quem “recorreu a um serviço de take-away local” a oportunidade de usufruir de uma “experiência gratuita ao nível do turismo”.

Para minorar os efeitos, já dramáticos, que a pandemia está a provocar no setor da restauração, a Câmara Municipal de Santo Tirso decidiu envolver-se numa resposta às medidas restritivas do recolher obrigatório, disponibilizando 25 trabalhadores da autarquia para um serviço gratuito de entrega de refeições ao domicílio. CÁTIA VELOSO

Para a autarquia, esta medida – sob o epíteto “Para a Mesa” - vai “preencher um vazio” que a lei do recolher obrigatório provocou ao impedir os restaurantes de servirem refeições numa parte do horário de almoço e na totalidaautarquia juntou - se ao setor da restauração para entregar refeições ao domicílio de do período de jantar. “Mesmo der à impossibilidade de realizar- tos se mantenham abertos e tenque esta lacuna fosse preenchi- programa. da pelos restaurantes, fazer che“O Governo criou medidas espe- mos eventos”, explicou o diretor tem resistir à época que estamos a gar as refeições às pessoas ia ter cíficas de apoio a este setor e há do espaço, Pedro Ferreira, que passar”. “Efetivamente, não exisum custo acrescido”, sublinhou o legitimidade para dizer que são reconhece que a alternativa ado- te, no concelho, uma grande oferautarca, que destacou o contribu- insuficientes, porque toda a gen- tada “não é suficiente” para res- ta de serviços de entrega ao doto do Município para “apoiar uma te quer sempre mais, mas também ponder às contrariedades de não micílio e com estas limitações de área que, assim como muitas ou- é por isso que, depois, os municí- ser possível promover casamen- horário, este apoio da Câmara é fundamental, ainda para mais satras, está a sofrer muito com esta pios, de forma supletiva, apresen- tos e outras grandes cerimónias. As medidas restritivas que im- bendo a logística que foi montada pandemia”. tam outras medidas, como esta Dos 80 espaços de restauração que apresentamos. Mais do que pedem os estabelecimentos de num muito curto espaço de temidentificados no concelho, cer- estarmos sempre a queixarmo- restauração de operar grande po”, sublinhou. O projeto, que vigorará nos fins ca de 40 aderiram ao programa -nos, é preciso darmos as mãos parte do tempo e a incerteza do “Para a Mesa”, que garante as en- para criarmos soluções válidas”, que será o futuro a curto e a médio de semana em que vigorar a obriprazo consomem cada vez mais o gatoriedade de recolher obrigatregas ao domicílio no território argumentou Alberto Costa. do concelho tirsense. As reservas Ainda sem despedimentos, gra- oxigénio de um balão que está a tório, conta também com o envolsão feitas diretamente com os res- ças ao recurso a apoios estatais e esvaziar a grande velocidade. A vimento do TPNP. O presidente taurantes aderentes e a lista pode readaptação aos novos tempos, voz de Pedro Ferreira testemunha desta entidade, Luís Pedro Marser consultada na página de Face- os responsáveis do Solar do Bur- o sentimento de muitos como ele: tins, destacou a demonstração de “solidariedade do Município e dos book do município. guês encaram o programa “Para “Está muito complicado”. A ACIST é a face mais visível colaboradores, que se disponibiPara assinalar o arranque da a Mesa” com bons olhos, uma vez iniciativa, o presidente da Câma- que, tenha o resultado que tiver, é dos empresários e comerciantes lizaram para tentar diminuir a dira Municipal visitou o Solar do mais um propulsor para o negó- do concelho de Santo Tirso e reco- ficuldade que os restaurantes esBurguês, um dos estabelecimen- cio que já registou uma quebra nhece que já se chegou a uma fase tão a ter”. “É uma medida que está tos aderentes, acompanhado do de receitas na ordem dos “60 a desesperante. Por isso, na ótica a ser implementada em Santo Tirdo presidente da associação, Mi- so e noutros concelhos do Norte, presidente do Turismo do Porto 70 por cento”. e Norte de Portugal (TPNP), Luís “É uma ajuda importante para guel Rossi, medidas como o pro- porque vai ao encontro da situaPedro Martins, e do presidente combater o facto de não poder- grama “Para a Mesa” são de lou- ção dramática deste setor”, acresda Associação Comercial e Indus- mos abrir como restaurante o que, var, assim como “todas as ações centou, sublinhando que o turistrial de Santo Tirso (ACIST), Mi- já de si, tinha sido uma medida im- que estimulam a que, no caso da mo “é, porventura, uma das áreas guel Rossi, ambos parceiros do plementada por nós para respon- restauração, os estabelecimen- da economia que mais tem sido

CITAÇÕES

“Desde que foi anunciado o reco-

lhimento obrigatório ao fim de semana, que temos estado em contacto com os restaurantes do concelho para perceber de que forma podemos ajudar este setor que emprega mais de 400 trabalhadores. Este programa é o nosso contributo para minimizar a perda de clientes Alberto Costa, presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso

O cenário é terrível, por tudo o que se passa à data de hoje, mas também pela incerteza futura. Quando se tem custos fixos diários, como qualquer estabelecimento com porta aberta, além das responsabilidades dos trabalhadores e famílias, está-se a chegar ao ponto em que as receitas não cobrem as despesas fixas e os comerciantes começam a ficar exaustos. São necessários apoios financeiros para que os estabelecimentos se mantenham abertos. Esta iniciativa não é suficiente, mas mostra a proximidade do Município e da ACIST com os empresários e a tentativa de contribuir para que não desistam

”.

Miguel Rossi, presidente da Associação Comercial e Industrial de Santo Tirso

Santo Tirso na calha para integrar rota do enoturismo do TPNP Em início de mandato, mas já com “várias deslocações” a Santo Tirso, o presidente do TPNP considera que o concelho tem potencialidades para integrar projetos de promoção da Região, como o que a entidade está a desenvolver relacionado com o enoturismo. “Santo Tirso tem condições e equipamentos que lhe dão garantias de pertencer à Rota do Enoturismo, que consideramos muito importante, porque está, totalmente, vocacionada para o turista internacional, num segmento muito elevado. Este concelho tem muitas vantagens pela proximidade ao aeroporto e por ser porta de entrada para a região”, sublinhou Luís Pedro Martins.


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// Santo Tirso

O que vai na alma dos nossos “soldados” De uma maneira ou de outra, os quatro enfermeiros a quem demos espaço nesta edição, vivem, desde março, na linha da frente da luta contra a Covid-19. Uns bem perto, outro noutro país, são, a nosso ver, das vozes mais capazes de transmitir aos leitores aquilo que se está a passar dentro de um hospital, no interior das instituições ou nas habitações de muitos seniores, há muitos meses privados de verem ou abraçarem os entes queridos. Mas também são aqueles que melhor podem desconstruir a pandemia de desinformação que se propaga mais rápido que o próprio novo coronavírus e que, em muitos casos, pode ter implicações graves no esforço de quebrar as cadeias de transmissão da Covid-19, levando a que o trabalho destes verdadeiros “soldados” numa guerra pandémica seja prolongado, já para lá do que é, humanamente, possível. Este espaço é um alerta para que todos nos mantenhamos comprometidos na luta contra a propagação do novo coronavírus e esse imperativo está vincado nos quatro testemunhos que recolhemos. E isso não é coincidência, é a confirmação de que é premente seguirmos as recomendações das autoridades de saúde. Este espaço que lhes demos e que lhes dedicamos é também uma homenagem do Jornal do Ave a todos os profissionais de saúde que, desde março, roubam horas ao descanso, às famílias, a eles próprios para salvar vidas. Os heróis têm rosto: estes quatro são disso exemplo. CÁTIA VELOSO

Helena Moreira

Paulo Martins Enfermeira do Serviço de Urgência da unidade de Enfermeiro | Sócio-Gerente EPMED – Apoio DomiciVila Nova de Famalicão do Centro Hospitalar do Mé- liário Cuidamos dos seus, Todo o Ano dio Ave, Linha SNS24 e Santa Casa da Misericórdia de “A tristeza no rosto daqueles Santo Tirso “Pessoas jovens e saudáveis a morrer. Cada vez mais!” Conto-vos a minha experiência como enfermeira na linha da frente no combate à Covid-19, a realidade do que tenho visto tanto na urgência como na emergência todos os dias. Digo-vos que venço todos os dias quando vou trabalhar e dou o melhor de mim, pois ser enfermeiro começa a ser uma vocação e não uma profissão. Quando chego a casa, não quero falar (a coisa é grave quando eu não quero falar), a família pergunta como correu o dia e eu até para ouvir isto estou cansada, sem paciência, exausta... As represálias começam a sentir-se. Corpo pesado e cansado de um fato leve que se torna chumbo ao fim de um turno de trabalho, olhos que querem fechar, marcas no rosto, mãos desidratadas e com pele descamativa, pernas inchadas. Mas o meu desânimo aumenta quando percebo que pessoas jovens na faixa etária dos 30-60 anos sem relevantes patologias de base, com vidas ativas, com poucos dias de sintomatologia, desenvolvem pneumonias extensas por Sars COV 2, ao quais se prevê agravamento nos dias seguintes e necessidade de administração de oxigénio e, nalguns deles, ventilação invasiva, seguramente. Pessoas jovens e saudáveis a morrer. Cada vez mais! Para muita gente, não vai ficar tudo bem, muitos vão perder avós, tios, pais, filhos, amigos! E depois disto, nunca mais vamos ser os

mesmos, por isso percebam que têm mesmo de cumprir todas as medidas impostas pela DGS! Fiquem em casa e saiam apenas para o que é essencial. Está na hora de mudarmos comportamentos e mentalidades, percebam que estamos perante um problema grave que nos afeta a todos, não estamos em tempo de qualquer tipo de ajuntamento. Respeitem os meus, os vossos e a todos nós profissionais que saímos de casa para cuidar de quem necessita. Nós não podemos ficar em casa, temos de correr riscos, trabalhar e lutar todos os dias pelos melhores cuidados aos utentes. Estamos aqui para vocês, por favor, cuidem-se e respeitem todos! Acabo com um agradecimento a todos que estamos no combate a este vírus. Estamos juntos para enfrentar esta guerra, onde os soldados somos nós, profissionais de saúde. Adoecemos e alguns morreram nesta luta, mas nunca fugimos dela. Seguimos juntos e com esperança!

que querem ver os seus netos a crescer”

A Covid-19 “entrou” nas nossas vidas sem ninguém contar. No início, ninguém sabia o que era a doença, como se proteger, quais as medidas a adotar. No entanto, com o passar do tempo, pequenas dúvidas foram colmatadas, mas ainda há muito por descobrir e muito mais para aprender sobre este vírus. Com o aparecimento da Covid-19 as pessoas ficaram assustadas. Pude comprovar que as famílias optaram por declinar os cuidados de saúde não essenciais/não urgentes (reabilitação motora), solicitando assistência apenas para os cuidados de saúde básicos, tais como cuidados de higiene, acompanhamento diário, análises clínicas, procedimentos invasivos de Enfermagem. Senti que as pessoas estavam com medo de serem contaminadas. Adotei, desde cedo, medidas preventivas para a prestação de cuidados, implementando na minha equipa a utilização obrigatória de equipamentos de proteção individual (EPI’s). Senti que as famílias confiavam no nosso trabalho e que viam em nós uma solução para ajudar os seus familiares mais frágeis. Observou-se um aumento de solicitações nas áreas mais rurais, porque as pessoas preferiram evitar enviar os seus familiares para os hospitais ou para Estruturas Residenciais Para Idosos (ERPI). A nível pessoal foi difícil. O contacto pessoal e afetivo quase diário com os meus pais praticamente deixou de existir, passando a contactar-nos quase sempre vir-

tualmente. Ainda atualmente não sei o que é um abraço dos meus pais. Quando chego a casa deixo a roupa toda no exterior num saco à parte para lavar separadamente e só após tomar banho é que cumprimento a minha esposa. Esta pandemia veio afetar psicologicamente os mais idosos. Não há palavras para descrever a tristeza no rosto daqueles que querem ver os seus netos a crescer, testemunhar as conquistas dos seus filhos e lhes vêm esses momentos negados. Aí pude desempenhar um papel crucial, que muito me vai marcando – o poder ajudar a estabelecer contacto por telefone ou vídeo-chamada entre os familiares e o seu ente querido isolado. Não há palavras que descrevam a emoção destes contactos. Por isso, deixo aqui o meu apelo, nunca demais repetido: Protejam-se! Usem máscara, evitem os contactos próximos e lavem e desinfetem sempre as mãos após tocarem em qualquer superfície que desconheçam. Por vocês, por nós, por Todos!

Marco Silva

Enfermeiro-chefe no Hospital e Dunstable (Reino Unido)

“Fomos confr a morte de coleg Este tem sido um ano, anormalmente, difícil. É verdade que tem sido para toda a gente, mais para uns que para outros, e para os profissionais de saúde tem sido não apenas difícil a nível pessoal, mas também muito desafiante a nível profissional. Para mim, vivendo no estrangeiro, a nível familiar o ano tem sido bastante duro, porque passei de visitas a Portugal a cada dois meses para um ano. Este ano, apenas viajei a Portugal uma vez. Foram oito meses sem ver a família e, neste momento, já vão 4 meses e estou a contar que mais alguns se irão passar. A nível profissional, o ano tem sido, igualmente, desafiante, infelizmente e por motivos de saúde, durante os três meses em que os casos de Covid eram mais elevados, eu estive a trabalhar a partir de casa, no entanto, isso não me afastou da realidade, muito pelo contrário. Enquanto enfermeiro-chefe no serviço de urgência, tenho uma noção muito clara da gravidade da doença e do seu impacto na sociedade. Enquanto profissionais de saúde, todos somos preparados para o confronto com a morte, mas ninguém estava preparado para lidar com a morte e com a debilidade em números tão elevados. No meu hospital, fomos confrontados com a morte de alguns colegas de profissão, assim como outros que estiveram gravemente doentes, tudo isto causa-nos um grande medo, no entanto, e apesar do medo, quase todos mantiveram o foco e deram o seu melhor e, apesar de tudo isto, muitas vezes fomos confrontados com a escolha entre doentes ou com escolhas que poderiam pôr a vida dos doentes em risco. Como é óbvio, nenhum hospital no mundo estava preparado para esta afluência de doentes e a nossa não era diferente. Por este motivo, a opção feita passou por dividir em áreas, ou seja "Suspeitos de Covid" e "Não suspeitos", mas isto causa decisões extremamente difíceis, por exemplo, não é de consciência leve que decides co-


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// Vila Nova de Famalicão

na “guerra” pandémica Universitário Luton

rontados com gas de profissão”

locar um doente imunossuprimido com cancro do pulmão numa área com Covid pelo facto de ele se apresentar na urgência com febre e dificuldade respiratória. Caso o doente, efetivamente, tenha Covid esta foi uma decisão acertada, caso ele não tenha Covid, podes estar a expor o doente a Covid e chegar mesmo a causar a sua morte. Neste momento, estamos a passar por uma segunda onda de Covid e a ideia que está a dar é que as pessoas estão a desvalorizar a doença e a dar menos importância às regras de isolamento e de uso de máscara, um erro enorme e do qual muita gente se vai arrepender. Temos que ter a perfeita noção que o uso de máscara não só nos protege a nós, mas principalmente protege os outros, incluindo os nossos familiares. Todas as semanas sou confrontado com casos de pessoas idosas que, apesar de estarem em isolamento domiciliário, contraíram o vírus que lhes terá sido transmitido pelos familiares diretos que os apoiam com as compras, por exemplo. Ninguém está a salvo e mesmo aquelas pessoas que acham que são mais fortes que o vírus, devem respeitar as regras por respeito para com os outros em especial pelos seus familiares. Na minha opinião, este vírus está para ficar e mesmo com o aparecimento da vacina não vamos erradicar o vírus nos próximos tempos e o importante é aprendermos a viver com o "novo normal" de forma a reduzir os riscos e permitir uma vida em comu-

A ntónio Pedro L eal

Enfermeiro Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM)

“Uma pandemia, duas curvas para achatar” A pandemia faz-nos viver um momento único nas nossas vidas. Um fenómeno inédito (pelo menos para a nossa geração) e para o qual não estávamos preparados. Terminologia como “Covid-19” ou “pandemia” passaram a fazer parte do nosso vocabulário no dia a dia. Na presente data, já ultrapassamos um milhão e trezentas mil mortes e cinquenta e quatro milhões de infetados em todo o mundo. A segunda vaga revela-se avassaladora num período pré-Gripe sazonal, de uma forma transversal todos os países, colocando a nu as fragilidades dos serviços de saúde. As enfermarias, serviços de urgência e unidades de cuidados intensivos estão lotadas, os profissionais são claramente insuficientes e estão exaustos. E isto eu sei porque é esta a minha realidade profissional desde o inicio da pandemia. Vejo os doentes crónicos com receio de recorrer às unidades de saúde cessando a terapêutica e agravando as patologias de base. Vejo, noutros casos, os serviços de saúde a serem claramente incapazes de dar resposta às solicitações. A pandemia trouxe um caos de difícil gestão. Como tentativa de resposta a uma situação inédita e imprevisível, os governos mundiais implementaram políticas (não raras vezes radicais) com o objetivo de controlar ou pelo menos conter a expansão explosiva da doença. O preço a pagar? Desemprego, crise, fome, desespero, revolta e… desinformação. Muita desinformação. Em Fevereiro de 2020, Tedros Ghebreyesus (Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde) alertava para o fenómeno de “infodemia” (ou epidemia de desinformação) proveniente de teóricos da conspiração e negacionistas. E deixa o alerta: a infodemia dissemina a desinformação e isso prejudica a resposta coletiva à pandemia. De uma maneira geral a mensagem subjacente é sempre a mesma “Sars-Cov-2 não existe, querem-nos controlar”. Fazendo uso das redes sociais e do mundo digital, estas mensagens foram e são amplamente difundidas, criando dúvidas que não de-

Arquivo

viam existir e alterando radical- tos, liberdades e garantias. Sigmente o comportamento da po- nifica confinamentos e recolher pulação, reduzindo ou anulando obrigatório. Significa a suspenpor completo a eficácia das medi- são do trabalho e a perda de rendas de saúde públicas implemen- dimentos. Significa desemprego tadas. A repercussão da infode- e fome. Significa uma crise mais mia é de tal forma relevante que prolongada e cada vez mais inem Agosto a OMS emite um comu- comportável. Controlar a pronicado alertando para o número gressão da doença só depende assustador de mortes diretamen- de nós, para que a normalidade te relacionadas com notícias fal- – ou pelo menos a “normalidade” sas relacionadas com a COVID-19. possível! – perdure até que uma A infodemia ganha novas pro- solução definitiva seja encontraporções de dia para dia. Grupos da. Grupos negacionistas incene movimentos desenvolvem-se tivam o incumprimento e isso coalheios ao conhecimento científi- loca-os num papel de responsáco e à fundamentação lógica, ali- veis pelo descontrolo da doença. Paradoxos do nosso tempo: mentando a mentira e comprometendo a saúde individual e coleti- numa era da informação acessíva. A ciência, a investigação e o vel a qualquer um, até a má inconhecimento médico são des- formação e a falsa informação credibilizados para darem lugar têm um espaço. Um texto obscuro a teorias insanas e despromovi- anti ciência chega a mais populadas de qualquer verdade. Estas ção numa rede social do que uma teorias servem de albergue para publicação científica feita num estodos aqueles que ficaram numa paço de reconhecida credibilidaposição vulnerável como conse- de. É cientificamente aceite que a quência dramática da pandemia. desinformação é perigosa para a Acreditar em mitos e em teorias saúde física e mental da populada conspiração são a face visível ção. Que permite que o medo se do desespero com que muitos fo- instale. Que isola as pessoas. Que ram confrontados. Ignoram a evi- destrói todos os ganhos em saúdência. Criar dúvida e negan- de conseguidos até então. A dedo o que está a acontecer a nível sinformação inviabiliza o cumprimundial incentiva ao incumpri- mento pelas mais elementares remento das regras mais elemen- gras de saúde pública: a etiquetares, permitindo dessa forma a ta respiratória, o uso de máscara, disseminação da doença na co- a desinfecção das mãos e o distanciamento social. A curva que munidade. O efeito “bola de neve” na Pan- traduz a progressão da doença demia: Uma doença descontrola- acompanha a curva da desinforda na comunidade significa a im- mação. Compete ao Governo e plementação de regras cada vez aos seus órgãos consultivos a immais rígidas e a privação de direi- plementação de uma estratégia

eficaz de comunicação, baseada na transparência e na verdade, assentes no “estado da arte” da ciência. Mas acima de tudo na coerência, e convenhamos, nem sempre tal se tem verificado. Medidas avulso tomadas superiormente criam dúvidas e inseguranças na população. E servem, perigosamente, para alimentar a desinformação negacionista. Por isso compete a cada um de nós perceber qual a proveniência de determinado texto ou informação, confirmando a veracidade dos factos, partilhando apenas as informações provenientes de fontes cuja credibilidade é plenamente reconhecida. Com quase um ano de pandemia já todos percebemos que a sopa de alho não cura a COVID19… De onde vem esta informação? Quem assina esta informação? Qual a fundamentação cientifica que sustenta esta informação? É este o espírito crítico com que devemos abordar os conteúdos com que nos cruzamos nomeadamente nas redes sociais. Este texto não tem o objetivo de criar alarme ou pânico social. Tem como objetivo criar uma maior consciência nesta época particularmente crítica de expansão da doença, principalmente quando estamos prestes a entrar no Inverno, época tradicionalmente complexa para a saúde. Estamos a caminho das 220.000 infeções e 3.400 óbitos em Portugal e as perspetivas não são animadoras. Temos os serviços de saúde a trabalhar para lá dos limites das suas capacidades. Mas temos também a certeza de que tudo isto pode e deve ser minimizado, dependendo única e exclusivamente de NÓS. Como profissional de saúde, peço-vos algo simples: a utilização da máscara e a etiqueta respiratória, a lavagem e desinfeção das mãos e o distanciamento social são medidas extremamente eficazes e que fazem toda a diferença. Neste momento particularmente crítico, são gestos que revelam elevada consciência social e respeito pelo próximo. Ajudem-nos a ajudar porque ninguém mais do que nós deseja um final rápido deste capítulo das nossas vidas.


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// Santo Tirso

Monte Córdova “fica mais rica” com Espaço do Cidadão

É o nono Espaço do Cidadão inaugurado no município de Santo Tirso e está localizado no edifício da Junta de Freguesia de Monte Córdova. CÁTIA VELOSO À quarta-feira ao fim do dia e ao sábado à tarde, horário de funcionamento da Junta, esta valência aproxima os cordovenses a muitos serviços da Administração Central. É por isso que Andreia Correia encarou com “enorme alegria” a inauguração daquilo que considera ser um “bem essencial” para a população. “Esta descentralização de serviços e esta proximidade à população, evitando as deslocações e permitindo uma rápida resposta às necessidades do dia a dia, é uma mais-valia”, salientou a presidente da Junta de Freguesia, que quis, “louvar o empenho e dedicação” da Câmara Municipal para que este projeto merecesse luz verde da Agência para a Modernização Administrativa. “Monte Córdova ficou mais rica”, concluiu a autarca. Para Alberto Costa, presidente do Município, a importância desta valência é “aquela que terá na vida dos munícipes e, neste caso concreto, dos cordovenses”. Dentro de uma estratégia que passa por permitir que toda a população do concelho “possa aceder a estes serviços com mais facilidade”, a Câmara Municipal investiu “cerca de 65 mil euros” em espaços do cidadão. “Com a abertura dos espaços do cidadão descentralizados, pretendemos, precisamente, chegar àqueles que estão mais longe, como é o caso de Monte Córdova, permitindo que os munícipes possam aceder a um conjunto de serviços da administração central sem terem de se deslocar ao centro da cidade”, referiu o presidente da Câma-

A ndreia Correia considera que este espaço é uma mais -valia ra Municipal, salientando que “a medida ganha especial relevância no atual contexto de pandemia”. Nos Espaços do Cidadão são disponibilizados mais de 170 serviços, entre os quais a renovação da carta de condução, solicitação de nova senha ou caderneta predial junto da Autoridade Tributária, apresentação de despesas da ADSE, assuntos relativos a emprego e formação profissional, alteração da morada do cartão do cidadão ou marca-

ção de consultas. Os outros oito espaços do cidadão do concelho estão localizados nas sedes das juntas de Água Longa, Areias/ Sequeirô/Lama/Palmeira, Carreira/Refojos, S. Tomé de Negrelos, Vila Nova do Campo, Vilarinho e ainda na Loja do Cidadão de Santo Tirso e no Centro Cultural Municipal de Vila das Aves.

Nova UCC reforça ação da Misericórdia de Santo Tirso

Arrancou construção da Casa Mortuária de S. Salvador Apesar de não estar explanada no compromisso eleito- modelação da Igreja de São Salvador, apareceu esta neral do atual executivo da Junta de Freguesia de Vila Nova cessidade e a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal, do Campo, a obra de construção da Casa Mortuária de S. depois de ouvirem a paróquia, e, em especial, a populaSalvador do Campo já está no terreno e deverá estar con- ção, entenderam que era hora de colmatar esta lacuna e cluída no próximo ano. lançar esta obra que ascende a mais de cem mil euros”, Em comunicado à população, a autarquia liderada por pode ler-se no comunicado. Marco Cunha anunciou que o projeto nascerá fruto de uma Com o início da empreitada, a Junta de Freguesia quer “parceria” entre a Junta de Freguesia, Câmara Municipal “dar um sinal à população que tudo isto vai passar e que de Santo Tirso e paróquia de São Salvador. quando for possível realizar os velórios como os fazíamos “Na proposta eleitoral deste executivo não estava inscri- até ao aparecimento da Covid-19, a população de São Salta esta necessidade e até estava a ampliação da Casa Mor- vador já vai ter um espaço com toda a dignidade para vetuária de S. Martinho. No entanto, e fruto das obras de re- lar os seus entes queridos”. C.V.

A nova Unidade de Cuidados Continuados (UCC) de Longa Duração “Comendador Alberto Machado Ferreira” iniciou a sua atividade na segunda-feira, 9 de novembro. A valência é da Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso, opera no requalificado edifício da antiga Fábrica do Arco, tendo capacidade para 36 camas. A obra “cumpriu com a calendarização prevista, após bênção da primeira pedra em cerimónia realizada em 28 de outubro de 2019”, destacou a instituição, em comunicado. A UCC contou com o apoio do Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas – IFRRU 2020, sendo um complemento à oferta da Unidade de Cuidados Continuados de Média Duração “Eng.ª Luisa Dores Costa”, que se encontra em funcionamento desde 2010.

UCC tem capacidade para 36 camas


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Atualidade // Santo Tirso

“Obra mais importante de sempre” para Vilarinho na fase final As máquinas já desbravam terreno para concretizar a última fase da ligação do cemitério de Vilarinho a Paradela. Numa visita que assinalou o arranque da obra, os presidentes da Câmara Municipal e Junta de Freguesia reconheceram a importância desta empreitada para a população. CÁTIA VELOSO Alberto Costa reconhece que esta é uma obra histórica para Vilarinho, pela concretização de um anseio da população que se estende no tempo por mais de três décadas, mas não quer que esta se perpetue como sendo a mais importante da história da freguesia. Para o presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso, a terceira e última fase da ligação do cemitério de Vilarinho a Paradela deverá ser apenas uma página do livro do progresso deste território. “Se tivermos em conta o passado, não há dúvidas que se trata de uma obra que ficará na memória de toda a gente, mas nós queremos muito mais para Vilarinho e para o concelho. Histórica só se for ao momento. Eu não quero que esta seja a maior obra da freguesia, porque o meu desejo é que os investimentos continuem em Vilarinho”, sublinhou o autarca, durante a visita às obras que já decorrem a bom ritmo, na manhã desta terça-feira, 17 de novembro. E se o presidente da Câmara está satisfeito com a concretiza-

ção de uma reivindicação antiga, muito mais está o presidente da Junta de Freguesia, que reconhece a importância desta intervenção, orçada em cerca de 600 mil euros e com prazo de conclusão previsto para o primeiro semestre de 2021. “É a obra mais importante de sempre para a freguesia”, sublinhou Jorge Faria, bem conhecedor do “perigo da estrada antiga”, refletido “nos vários acidentes que aconteceram”, e crente de que a nova via contribuirá, decisivamente, para o “desenvolvimento de Paradela”. “A fase mais importante desta obra já aconteceu. Foi o começo. Agora sabemos que a obra vai ser concluída e não será por uma derrapagem de um mês ou dois que perderá o valor que tem”, atestou o autarca. Os trabalhos para a criação do novo arruamento incluem, segundo a autarquia, “trabalhos de alargamento da Rua do Calvário, parte da Rua da Pitança, Travessa das Ínsuas e parte da Rua das Ínsuas, criação de muros de suporte, novas infraestruturas de abastecimento de água e de drenagem de águas pluviais e colocação de iluminação pública”. Resolvidos ficaram também “problemas decorrentes dos trabalhos efetuados no terreno, nomeadamente a necessidade de executar uma passagem hidráulica de grandes dimensões e a

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A lberto Costa considera esta intervenção uma obra histórica para a freguesia alteração da edificação dos muros de suporte devido a uma linha de água”. A pavimentação é a fase que se segue, em vários arruamentos, numa empreitada que também contemplará a “execução de uma rede enterrada de telecomunicações e ainda de um troço de rede

de drenagem de águas pluviais”. Há ainda trabalhos para garantir a segurança rodoviária, nomeadamente com a “sobre-elevação do pavimento”. No total das três fases da obra, a Câmara Municipal de Santo Tirso canalizou “cerca de 1,5 milhões de euros”.

CITAÇÃO

“Esta é uma via fundamental para

Vilarinho que vai permitir melhorar a circulação entre os aglomerados urbanos da freguesia bem como a ligação aos concelhos vizinhos Alberto Costa,

presidente da CM Santo Tirso


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// Santo Tirso

Palheta Bendita promove música tradicional em edição “online” Até 1 de dezembro, o evento cultural Palheta Bendita exalta a música tradicional portuguesa, numa versão online. Conversas, debates e uma oficina de canto popular serão transmitidos através das redes sociais. O concerto da Chulada da Ponte Velha, que deu a conhecer o novo CD “Sempre a Ramaldar”, deu o pontapé de saída da edição deste ano do festival “Palheta Bendita”. O evento, que exalta a música tradicional portuguesa, realiza-se, desta vez, de forma diferente, através das plataformas digiI niciativa começou este fim de semana tais, devido à situação pandémica, mas com um programa “rechea- -de-foles Jorge Lira, às 15h00, com Fernando Cerqueira Barros é o do” de atividades, como entrevis- transmissão no Facebook do “Pa- protagonista da conversa sobre tas, debates e uma oficina. “Concertinas do Norte de Portulheta Bendita”. A Associação Cultural TirsenNo mesmo dia, às 18h00, há gal”. Mais tarde, às 17h00, o orgase e a Câmara Municipal de Santo uma conversa com o violeiro Joa- neiro Marco Brescia dará “AponTirso adaptaram a iniciativa, que quim Capela, sobre “Os violinos tamentos sobre os órgãos de tuarrancou no fim de semana de 14 e a violaria”, transmitida na mes- bos e organeiros do Norte de Pore 15 de novembro, com o concerto ma plataforma. tugal”. da Chulada da Ponte Velha e com Para uma hora depois está marIniciativa similar acontece no um debate sobre o ensino da mú- dia 29 de novembro, às 11h00, cada uma oficina online de canto sica popular, e prossegue no pró- com o organeiro Joaquim Silva, e, popular, com Cardo Roxo, com ximo sábado, dia 21, com uma en- às 18h00, com o violeiro Rui Costa. acesso livre, na página de Facetrevista ao construtor de gaitasJá a 1 de dezembro, às 11h00, book do Palheta Bendita.

Faleceu maestro da Tuna Musical de Rebordões Faleceu, a 10 de novembro, o maestro da Associação Tuna Musical de Rebordões. Numa publicação feita na rede social Facebook, a coletividade deu conta da morte de Manuel Ferreira Pedreira, aos 91 anos. “Ficamos mais pobres. Partiu o nosso Maestro, o nosso professor”, pode ler-se no pequeno texto que acompanha o anúncio de falecimento de Manuel Pedreira, que foi a enterrar no cemitério de Rebordões, depois das exéquias fúnebres, a 11 de novembro. Entre os comentários de condolências, há exaltações ao contributo do maestro para o enriquecimento da cultura do concelho de Santo Tirso. “Não foi só a família que perdeu alguém que amava muito, mas também a cultura do concelho ficou mais pobre. Infelizmente nestes tempos de pandemia estamos privados de fazer a homenagem devida, mas todos iremos fazer o luto e preservar as

Mercadona ajuda ASAS a abastecer-se de bens essenciais A Mercadona assinou um protocolo com a ASAS - Associação de Solidariedade e Ação Social de Santo Tirso, para a cedência diária de bens essenciais, que reforçam a resposta social junto das crianças e jovens em risco apoiadas pela instituição. O apoio é concedido desde a abertura do supermercado do retalhista em Santo Tirso, a 25 de junho. “De segunda a sexta-feira, esta instituição desloca-se à Mercadona para recolher várias caixas de doações compostas por bens essenciais, alimentares e não alimentares, que se encontram em ótimas condições para consumo, garantindo sempre a máxima segurança alimentar. Destas doações fazem parte, por exemplo, fruta, legumes, carne, peixe, lácteos e charcutaria”, detalhou fonte da marca, em comunicado. Com este apoio, o retalhista pretende apoiar a ASAS “nas refeições que prepara e serve diariamente, nomeadamente nas três casas de acolhimento temporário destinadas a crianças em perigo, em que acolhem, urgente e temporariamente, crianças com idades compreendidas entre os zero e os 18 anos”. Além dos centros de acolhimento, a instituição tem ainda dois apartamentos de autonomia, localizados em Santo Tirso e na Trofa. “Estas ações inserem-se na política de responsabilidade social da Mercadona, que consiste em partilhar com a sociedade parte do que dela recebe e contribuir para criar riqueza nas comunidades onde está presente”, refere o retalhista, concretizando que, “desde o início de 2020”, já foram doadas “cerca de 800 toneladas de bens” a instituições do Porto, Braga e Aveiro.

Oferta Pública de Voluntariado

Local: Delegação de Santo Tirso da Cruz Vermelha Portuguesa Função: Presidente da Comissão Administrativa Tipo: Voluntariado, 18 meses Descrição geral da função: Promover a actividade da Estrutura Local da CVP na prossecução da sua missão estatutária, garantir os processos de gestão administrativo-financeira e reporte devidos, e respeitar os princípios fundamentais do Movimento Internacional da Cruz Vermelha. Requisitos para a função: a. Ser Voluntário(a), sem qualquer relação laboral com a CVP; b. Identificar-se com os princípios fundamentais do Movimento Internacional da Cruz Vermelha e agir em conformidade com os mesmos no desempenho das suas funções; c. Não exercer cargos directivos em demais instituições sociais e/ou políticas locais; d. Não exercer outros cargos na CVP; e. Receber o parecer favorável do Delegado Regional; f. Preferencialmente, não exercer intensa actividade partidária, religiosa ou outra que possa comprometer o respeito pelos princípios fundamentais do Movimento Internacional da Cruz Vermelha.

M anuel F erreira P edreira tinha 91 anos boas recordações que nos deixa”, refere um dos comentários. Noutro, um seguidor sublinha

o “serviço à comunidade” prestado, “com perseverança”, por Manuel Pedreira.

Modalidade da candidatura: Enviar, até 20NOV2020, Nota Curricular e Carta de Motivação para endereço de e-mail dr.porto@cruzvermelha.org.pt, indicando no assunto OPV_ Presidente CA_CVP Santo Tirso. Consultar página https://www.cruzvermelha.pt


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// Vila Nova de Famalicão

Habitação Municipal da Palmeira requalificada Câmara municipal investiu cerca de 190 mil euros na empreitada. O presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso Alberto Costa, e o presidente da União de Freguesias de Areias, Sequeirô, Lama e Palmeira, Eurico Tavares, inauguraram, esta quarta-feira, a requalificação dos edifícios da Habitação Municipal da Palmeira. Investimento da autarquia foi de 190 mil euros. “Este é um investimento enquadrado na estratégia de regeneração urbana que estamos a levar a cabo em todos os edifícios de Habitação Municipal do concelho”, explicou o presidente da Câmara

Municipal de Santo Tirso, Alberto Costa, salientando que “na Palmeira a requalificação vai beneficiar 54 pessoas”. O autarca referiu ainda que a requalificação vai garantir “mais conforto térmico aos moradores e, consequentemente, ajudar a melhorar a qualidade de vida”. Também o presidente da Junta de Freguesia de Areias, Sequeirô, Lama e Palmeira, Eurico Tavares, destacou que a intervenção realizada “vai garantir importantes ganhos ao nível da eficiência energética o que irá permitir uma maior poupança de energia”. Para além da aplicação de reboco térmico nas paredes exteriores, as obras de requalificação

I nvestimento foi de 190 mil euros contemplaram a troca das chapas de fibrocimento da cobertura por painéis sandwich, a substituição das caixilharias por PVC de vidro

duplo, bem como do esquentador por uma bomba de calor para preparação de água quente. A beneficiação da Habitação Mu-

nicipal da Palmeira abrange 18 fogos e contou com um investimento da Câmara Municipal de Santo Tirso de cerca de 190 mil euros.

Estatuto de interesse municipal atribuído a mais 7 projetos empresariais Representam um investimento privado no concelho “superior aos 6,4 milhões de euros” e um reforço da empregabilidade com a criação de “cem postos de trabalho” e, por isso, mereceram da autarquia de Santo Tirso o reconhecimento do estatuto de projetos de interesse municipal. As empresas Bandmar, J. D. Carneiro Mediação de Seguros, Jogo

de Contrastes, Labeltecnica, Redicom, Plásticos Universal e Saterry vão usufruir de benefícios fiscais e redução de taxas na ordem dos “160 mil euros”, numa estratégia municipal que tenta também acelerar os novos projetos empresariais. “O município tem desenvolvido políticas essenciais que estimulam os investimentos das empre-

sas, fomentam a criação de emprego e o desenvolvimento de formação profissional”, referiu o presidente da edilidade tirsense, Alberto Costa, que reuniu, por videoconferência, com os responsáveis das sete empresas. Através do estatuto de Projeto de Interesse Municipal e, por conseguinte, do reforço da “competitividade da economia do con-

celho” e “diversificação do tecido empresarial”, Costa acredita que é possível “salvaguardar os interesses da população”. Estes investimentos são, por isso, “uma prova do dinamismo e do desenvolvimento económico e sustentável que se faz sentir e que queremos continuar a impulsionar”, salientou. Desde 2016, foi reconhecido o

estatuto de Projeto de Interesse Municipal a “69 empresas”, que representam um investimento que ronda os “376 milhões de euros” e a criação de “1381 postos de trabalho”, anunciou a autarquia. Este reconhecimento permite às empresas obter reduções em taxas e licenças municipais, taxa municipal de urbanização, derrama, IMT e IMI.

Município recusa competências na Saúde e Educação devido a financiamento “insuficiente” “O projeto de fundo de financiamento para a transferência de competências para o Município fica aquém das necessidades para fazer face ao exercício das novas competências a partir de 2021”. Foi desta forma que o executivo municipal de Santo Tirso justificou a não aceitação da transferência de competências do Estado nas áreas da Saúde e da Educação.

teceu na reunião de Câmara de 12 de novembro, na qual o presidente Alberto Costa sublinhou que na base desta decisão está também “o diálogo com as entidades locais e o trabalho de levantamento das necessidades nas duas áreas”, que “confirmaram e mesmo agravaram a convicção de que os recursos financeiros previstos a transferir para o Município são insuficientes”, nomeadamente no que diz respeito “a recursos huÀ semelhança do que já acon- manos, funcionamento dos edifíteceu em 2019 e 2020, a autarquia cios ou apoios no âmbito da ação considera que o financiamento social escolar”. é “insuficiente e não assegura as Alberto Costa considera que condições para o pleno exercício “a situação pandémica” também das novas atribuições”. agravará as perspetivas de cumA deliberação que resultou na primento das atribuições nas conrecusa das competências acon- dições apresentadas, uma vez que

terá “fortes implicações nos domínios da educação e da saúde em matéria de resposta às necessidades que se vão colocar a partir do próximo ano”. Não está, ainda assim, previsto “qualquer fundo de financiamento que assegure o reforço de 'uma mochila financeira' que já de si era insuficiente antes da crise social económica provocada pela Covid-19”, acrescentou. O presidente da Câmara elogiou, porém, a vontade política do Governo em matéria de descentralização de competências do Estado Central para o Poder Local, que considera “uma etapa fundamental no processo de desenvolvimento político, social, económico e cultural do País”. “Não havendo, de momento, condições políti-

cas para se avançar para a regionalização, é de sublinhar o ímpeto reformista e a vontade política do Governo”, sublinhou. Em 2021 passam, obrigatoria-

mente, para o Município competências nas áreas das vias de comunicação, habitação, estacionamento público e cultura.


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Atualidade // Vila Nova de Famalicão

Novo CLDS 4G orientado para reparar danos da pandemia no emprego O novo programa de Contrato Local de Desenvolvimento Social – CLDS 4G de Vila Nova de Famalicão está direcionado, especialmente, “para o emprego e formação”, para reparar os danos da pandemia no emprego do concelho. Depois de apresentado, em julho, o novo programa avançou, este mês, com um serviço de atendimento descentralizado pelas freguesias do concelho de Famalicão para “apoiar os famalicenses que estão em situação de desemprego a encontrar uma nova oportunidade de trabalho, uma qualificação ou uma reconversão profissional”. “Através de um atendimento de

proximidade junto dos cidadãos, pretende-se contribuir para que cada famalicense tenha as respostas que necessita, para que se sinta parte integrante da comunidade”, referiu a autarquia famalicense em comunicado. O atendimento descentralizado surge da articulação dos diferentes agentes locais que operam ao nível do concelho no âmbito das áreas do emprego, da formação e qualificação. Para mais informações deste Serviço, bem como locais e horários onde acontecerá, consulte as páginas de facebook de Comunidades Incubadoras (facebook. com/comunidadesincubadorasfamalicao) ou Famalicão Comu-

nitário (facebook.com/famalicaocomunitario). O novo CLDS-4G, que tem como entidade coordenadora a Engenho - Associação Local de Desenvolvimento Local do Vale do Este, apresenta um Plano de Ação centrado nas áreas do emprego, formação, qualificação e empreendedorismo, irá vigorar até 31 de maio de 2023, implicando um investimento no concelho de 450 mil euros. O programa é desenvolvido pelo Instituto Segurança Social (ISS), I.P que enviou um convite à Câmara Municipal para criação de um CLDS e nomeação da entidade coordenadora local.

Casa da Juventude promove sessões sobre nutrição A nutricionista Ana Isabel Monteiro e a psicóloga Vânia Faria são as orientadoras das sessões que a Casa da Juventude de Vila Nova de Famalicão está a promover desde outubro. Nutre Jovem é o nome do programa que tem como principal objetivo “intervir ao nível da prevenção e aconselhamento específico” na área da nutrição. “Estudos recentes apontam que um grande número de jovens e adolescentes portugueses têm uma alimentação inadequada, apresentando maus hábitos nutritivos. Foi a pensar nisso mesmo, que a Casa da Juventude de Famalicão lançou há já três anos, consultas de nutrição gratuitas para os jovens”, refere, em nota informativa, a autarquia famalicense, que avançou agora para as sessões presenciais ou online, que abordam temas que vão da “obesidade” ao “vegetarianismo”, passando pelo “controlo de sintomas gastrointestinais” e “tratamento de distúrbios alimentares”. Dirigido, essencialmente, ao público escolar, universitário e jovens trabalhadores, o Nutre Jovem tem uma sessão marcada

para 25 de novembro, às 21h00, defamalicao) ou instagram (@jusubordinada ao tema “Leitura de ventudefamalicao) da Juventude rótulos alimentares” e, para 16 de de Famalicão. Para 2021, estão já agendadas dezembro, à mesma hora, para abordar a forma “Como lidar com as temáticas “Planeamento e confeção de refeições”, em janeiro; os excessos das festas”. Limitadas à presença de 12 par- “Alimentação à base de plantas”, ticipantes – e sujeitas ao escrupu- para fevereiro; “Refeições vegeloso cumprimento das regras da tarianas na prática”, para março; Direção-Geral da Saúde – a ses- “Intestino são, corpo são” para sões são gratuitas e podem ainda abril; “Alimentação em época de ser vistas, online, através do Fa- exames”, para maio e “A relação cebook (facebook.com/juventu- com a comida” para junho.

Sessões limitadas as 12 participantes

“Escola Amiga da Criança” distingue 142 projetos em Famalicão A iniciativa Escola Amiga da Criança divulgou a lista das escolas distinguidas este ano e Vila Nova de Famalicão surge com 142 projetos. Esta iniciativa é uma organização conjunta da CONFAP (Confederação Nacional das Associações de Pais), da LeYa e do psicólogo Eduardo Sá, que visa distinguir escolas que concebem e concretizam ideias extraordinárias, contribuindo para um desenvolvimento mais feliz da criança no espaço escolar e partilhar essas boas práticas. “É um dos municípios mais expressivos a nível nacional e um dos que registou um enorme crescimento em relação às edições passadas”, afirma com orgulho a presidente da FECAPAF - Federação Concelhia de Associações de Pais de Vila Nova de Famalicão, Maria Antónia Oliveira. Em momento oportuno, juntamente com o vereador da Educação, Leonel Rocha, a FECAPAF irá entregar a cada uma das escolas a respetiva placa do reconhecimento pelo projeto executado. Esta edição da Escola Amiga contou com o maior número de candidaturas de sempre, num total de 3800 candidaturas e de onde quase 1000 escolas saíram com o selo Escola Amiga.


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Atualidade

“Estrada sem dono” passa para a jurisdição da Câmara de Famalicão “A estrada sem dono”, como du- ção e conservação naquela artérante muitos anos foi conhecida ria, construída precisamente na na praça pública o troço de liga- sequência da construção da aução de 1,6 quilómetros entre o nó toestrada e sem que tivesse sido Vermoim/Seide da A7 e a Nacio- enquadrada formalmente, quer nal 206, que liga Vila Nova de Fa- na rede viária nacional quer na malicão a Guimarães, vai passar rede viária municipal. para a esfera do município depois Os trabalhos de melhoria da via de realizada uma grande repara- que vão ser realizados incluem a ção e infraestruturação da via que beneficiação do sistema de dreterá que estar realizada até 30 de nagem da via, execução da trasetembro de 2021. vessia, reposição de sinalizaO executivo municipal de Vila ção vertical, incluindo instalação Nova de Famalicão aprovou, em de equipamento de segurança reunião de Câmara, os termos de para delimitação de via pedonal um acordo de mutação dominal, – guardas de segurança metálica estabelecido entre as Infraestru- e dispositivos de proteção a mototuras de Portugal, S.A, o Municí- ciclistas - substituição de equipapio e a Ascendi Norte, Auto Estra- mento de segurança, montagem das de Portugal, que, na prática, de equipamento de guiamento e vem dar razão a uma reivindica- balizagem, trabalhos de iluminação antiga do autarquia que re- ção e colocação de semáforo. clamava uma intervenção urgenA via é utilizada por quem se te na via por parte de uma destas desloca para as freguesias de duas entidades e que levou inclu- Vermoim, Pousada de Saramagos sivamente à interposição de uma e Joane, onde se situam das maioprovidência cautelar por parte res indústrias têxteis e de calçado município para obrigar a con- do a nível nacional e onde vivem cessionária da A7, ou as Estradas e trabalham mais de 30 mil pesde Portugal, a realizarem obras soas. É também o acesso privileurgentes de reparação, ilumina- giado aos muitos turistas que visi-

// Vila Nova de Famalicão

E dificio terá capacidade para 40 doentes tam a Casa Museu Camilo Castelo Branco e o Centro de Estudos Camilianos, situados a escassas centenas de metros deste nó da A7. “É um acordo que satisfaz a autarquia porque corresponde à resolução de um problema com vários anos, um problema que muitos imaginavam sem solução”, referiu o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha, acrescentando que havia gente que acha-

va “que era a Câmara Municipal a responsável pela solução do processo, mas o que ficou evidente na proposta da reunião de câmara é que aquela via não é da jurisdição municipal, nunca foi uma via sob a tutela do município”, adiantou. “E agora, felizmente, conseguimos, depois de uma ação judicial instaurada em 2015, criar condições para que o responsável faça a intervenção que é necessária”,

explicou ainda o autarca, visivelmente satisfeito, sublinhando que “muito mais do que uma intervenção no pavimento, é bom lembrar que aquela via vai receber um conjunto de investimentos que permitem que uma maior segurança para veículos e pessoas, nomeadamente com a criação de passeios para os peões, mas também com a colocação de semáforos”.

Requalificação da Central Carreira e Bente de Transportes vai criar “nova com rede viária melhorada porta de entrada” para Famalicão Carreira e Bente entraram, esta semana, para a lista das freguesias já visitadas pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, Paulo Cunha, no âmbito do ciclo de visitas ao terreno que tem levado o autarca a percorrer o concelho de uma ponta à outra. Acompan hado pelo vereador das f reguesias, Má rio Pas sos, e pelo presidente da União de Freguesias, Agostinho Veiga, Paulo Cunha teve a oportunidade de verificar os últimos investimentos municipais realizados em Carreira e Bente, nomeadamente, as intervenções realizadas para melhoramento e beneficiação da rede viária, área onde a autarquia investiu, só nos últimos dois anos, mais de 200 mil euros. É o caso da Rua da Bica, da Rua e Travessa da Fábrica e, mais recentemente, da Rua do Monte, da Rua Nova e da Rua dos Casais. Intervenções que o presidente da Junta, Agostinho Veiga, aponta como “prioritárias” para o desenvolvimento de Carreira e Bente, que num futuro próximo irá contar com um novo parque de lazer, cujo projeto está já em fase de desenvolvimento. “Trata-se de um espaço com cerca de 4 mil metros quadrados, localizado na Rua do Fontanário, dotado de equipamentos de fitness e embelezado por um ribeiro que passa naquela zona”, explicou o presidente da União de Freguesias, que aproveitou ainda para agradecer à autarquia liderada por Paulo Cunha “o esforço que tem canalizado para estas e outras intervenções em Bente e Carreira”.

O presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão acredita que a cidade e o concelho vão “ganhar uma nova porta de entrada” com a requalificação da Estação Rodoviária de Passageiros. Paulo Cunha falava na passada sexta-feira, dia 13 de novembro, depois da visita de trabalho que o levou a acompanhar a evolução e o ponto de situação das obras que estão a decorrer no espaço e que deverão estar concluídas dentro de um ano. “Queremos que Famalicão seja também notado pelas suas políticas públicas de transporte e isso só seria possível com esta intervenção”, explicou o autarca. “Sabemos que o uso do transporte público depende também das suas condições - do conforto, dos horários e das centrais que se querem locais de espera confortáveis e com segurança – e, por isso, acredito que depois desta obra haverá um melhor aprovei-

tamento do transporte público em Famalicão”, acrescentou. Refira-se que a empreitada foi entregue à empresa Costeira – Engenharia e Construção, pelo valor de três milhões de euros, dos quais 2,5 milhões dos quais foram cofinanciados pelo Norte2020, através do Fundo Regional de Desenvolvimento Regional. Entre as várias intervenções destaque para a colocação de uma nova cobertura no cais e frente sul da estrutura; a remodelação das áreas de comércio e serviços, com a reformulação de montras e libertação da área de acesso ao cais de embarque; a colocação de apoios para o estacionamento de bicicletas e de novo mobiliário, a conceção de sinalética, de acordo com a nova imagem concebida para a central e a reorganização das bilheteiras, concentrando a venda de todas as viagens no mesmo balcão.

“Será muito mais que uma mera Central de Camionagem”, explicou Paulo Cunha, adiantando que as intervenções que estão a decorrer no interior “vão criar condições para que o serviço de transporte possa ser proporcionado como é devido, mas também para que este espaço ganhe outra dimensão, com outros serviços e valências”, apontando como exemplo, a instalação no espaço de uma sala de estudo. Recorde-se ainda que esta é uma infraestrutura que já conta com 28 anos – foi inaugurada em 1992. Com esta requalificação irá beneficiar de um conjunto de melhoramentos, tendo em vista a criação de um espaço mais moderno, multifuncional e mais confortável e cómodo para os passageiros. Um dos objetivos é incentivar a utilização dos transportes públicos, reforçando-se a articulação com a Estação Ferroviária de passageiros.


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// Vila Nova de Famalicão

“Sofia” vence Grande Prémio do Ymotion “Os festivais são a vitrine das cur- vemos desdobrar medos, incomtas-metragens e a plataforma de preensões, preconceitos, ânsias lançamento de realizadores, ato- e desejos, sendo que todos esses res, fotógrafos e outros profissio- sentimentos – e muitos outros, ainnais da área. Aproveito para agra- da – surgem e desaparecem nas decer ao Ymotion pela oportunida- entrelinhas do não-dito. Um belísde e, principalmente, pela resis- simo olhar sobre a nossa precária tência nestes tempos difíceis”. Foi condição humana”, pode ler-se na desta forma que Gonçalo Viana e sinopse do filme, que recentemenFilipe Ruffato agradeceram o pré- te foi também selecionado para o mio que o júri do Ymotion atribuiu “Rome Independent Prisma Awara “Sofia”, considerada a melhor ds”, em Itália, e para o Festival Incurta-metragem em competição ternacional de Curtas do Rio de Jana edição deste ano do Festival neiro, no Brasil. de Cinema Jovem de Famalicão. Os vencedores foram conheciRealizada em 2019, “Sofia” arre- dos a 7 de novembro, numa cecadou o “Grande Prémio Joaquim rimónia que decorreu no Centro de Almeida” do Ymotion e valeu à de Estudos Camilianos. Para além dupla de realizadores um prémio da presença dos jovens realizadono valor de 2500 euros. res e do júri do concurso, a noite “Num único e ousado plano-se- de encerramento do Ymotion conquência, 'Sofia' é um filme onde tou ainda com as presenças, entre

outras, da realizadora Ana Rocha de Sousa e da atriz Sara Barradas. No ano em que atingiu o número recorde de 183 candidaturas, o Ymotion entregou ainda o Prémio Carreira ao ator português Nuno Lopes. “Um exemplo da contemporaneidade artística dos atores, que está em franca atividade em diversas áreas, mas que nunca deixa de estar ligado ao cinema”, afirmou Rui Pedro Tendinha, comissário do Ymotion. A grande homenagem da noite foi para o ator mais “hollywoodesco” do Brasil, Rodrigo Santoro. Na mensagem que deixou à organização do festival, o ator brasileiro agradeceu a distinção e elogiou os jovens realizadores do Ymotion, que são “a esperança da longevidade do cinema português”.

Cruzeiro Seixas faleceu aos 99 anos

Famalicão lamenta morte de “um amigo” “Uma amigo de Famalicão”. Foi desta for ma q ue Paulo Cunha, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, se referiu a Cruzeiro Seixas, artista surrealista, que faleceu, a 8 de novembro, aos 99 anos. A ligação de Cruzeiro Seixas a Vila Nova de Famalicão é estreita, graças à Fundação Cupertino de Miranda, que lhe detém todo o espólio artístico e alberga o Centro Português do Surrealismo. Por isso, a morte deste que é considerado um dos últimos surrealistas portugueses foi muito sentida no concelho, que assinalou a partida Autarquia decretou luto municipal pelo falecimento de Cruzeiro Seixas terrena de Cruzeiro Seixas com dia de luto municipal. do com a Medalha de Mérito Cul- de Cruzeiro Seixas desde 1999, “Artista único cuja obra vai per- tural, numa cerimónia que de- lamentou que o artista tenha parmanecer viva em Famalicão. O correu na Biblioteca Nacional de tido “poder ver em vida” aquela município estar-lhe-á eternamen- Portugal. A atribuição da conde- que seria a “concretização de um te agradecido pela projeção cul- coração ao artista nascido a 3 de sonho”, uma exposição individual, tural e artística que trouxe a Vila dezembro de 1920, na Amadora, com 80 obras, documentos e tapeNova de Famalicão”, destacou o foi feita pela ministra da Cultura, çarias, que estará em Nova Iorque autarca que, em 2015, lhe entre- Graça Fonseca, que considerou- e em Paris, no próximo ano. gou a medalha de honra do con- -a “um reconhecimento institu“Cruzeiro Seixas – Teima em celho, na sessão solene comemo- cional, mas também um reconhe- ser poesia” é o epíteto da mostra, rativa do Dia da Cidade. Dois anos cimento pessoal de alguém que que estava prevista inaugurar a 5 antes, viu o seu nome constar da se junta aos muitos que o admi- de maio, Dia Mundial da Língua toponímia municipal de Vila Nova ram e que em si reconhecem um Portuguesa, no âmbito do centede Famalicão, numa das princi- olhar que sempre viu mais longe nário do artista, mas acabou por pais ruas de acesso ao Parque da e mais profundo”. ser adiada devido à pandemia de Devesa. A Fundação Cupertino de Mi- Covid-19, para 5 de maio de 2021. A 14 de outubro, foi distingui- randa, que detém todo o acervo

Vencedores foram conhecidos a 7 de novembro


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Estas Alegres Queimas Outonais

Projeto BOW recebe Menção Honrosa nos European Enterprise Promotion Awards 2020

É antiga tradição nestes nossos Minho e Douro Litoral a queima de sobrantes, principalmente na ressaca das vindimas e das podas. Quantos de nós nunca sentiram o ar invadido pelo fumo dos vizinhos, às veO projeto BOW 18/20 – Business zes durante dias e dias? Está tão enraizada esta praxe que já parece ser reacção pavlovia- on the Way, promovida pela AEP na, tanto nos que a seguem como nos que a toleram acriticamente. A – Associação Empresarial de Portradição afirma-se mesmo nos dias húmidos, em que o fumo sobe uns tugal em parceria com a Câmara poucos metros para logo arrefecer e se despenhar ao longo de áreas Municipal de Vila Nova de Famalienormes, fazendo muito fiel homenagem ao provérbio que manda es- cão, foi distinguido com uma menção honrosa nos European Enterpalhar o mal pelas aldeias. E tanto é o fervor dos devotos que parecem racionar o combustí- prise Promotion Awards 2020. A distinção foi entregue no pasvel (os mais industriosos juntam-lhe plásticos e outro lixo) de maneira a fazerem a sua singela fogueirinha durante vários dias, interrom- sado dia 26 de outubro, numa cepidas apenas pelas inoportunas chuvadas. Não, não lhes serve amon- rimónia que contou com a presentoar, secar e queimar. As honras a tão estranho santo têm o seu rito e ça, entre outros, do secretário de Estado Adjunto e da Economia, a sua exégese. Pois está na hora da sociedade pensante prestar atenção a esta prá- João Neves. O Projeto BOW 18/20 – Business tica. Não só porque incomoda, não só porque desrespeita quem respira o mesmo ar, mas porque esse tipo de poluição é potencialmen- on the Way promove o apoio às PME com 50 por cento de finante cancerígeno [1]. Proponho que os nossos Regulamentos Municipais passem a proi- ciamento nas ações de internabir toda a queima de sobrantes, sem contemplações nem excepções. cionalização, englobando ações Para compensar, as nossas Câmaras devem criar um sistema prático de promoção em mercados expara a recolha, ou melhor ainda: seguir o conselho da Zero e adqui- ternos, como feiras, missões emrir trituradores [2], que custam uma fracção de uma rotunda, e desta- presariais, workshops temáticos, cá-los periodicamente de freguesia em freguesia. Poderia até acon- seminários e fóruns de negócios, tecer que com um pouco de imaginação, se não de inspiração divina, bem como ações de mentoring empresarial. se encontrasse maneira de valorizar o produto da trituração. Refira-se ainda que os EuroSe continuarmos a fazer vista grossa a também esta situação, que é — chamemos os bois pelos nomes — um comportamento anti-social, pean Enterprise Promotion Awarseremos parte passiva nesta animada espiral, esgoto abaixo, em que ds são uma iniciativa da Comissão nem a saúde se respeita, até ao dia em que tenhamos a sociedade ci- Europeia, coordenada em Portugal pelo IAPMEI, distinguindo inivilizada presa por arames. Se vos pareço exagerado ou pessimista, convido-vos a prestar aten- ciativas identificadas como boas ção ao lixo que se acumula por todo o lado, ou a simplesmente atentar práticas de promoção empresano ponto onde a barbárie XXI é mais extravagante: a estrada. Já nem rial, em várias áreas, em função falo nos excessos de velocidade, nem das ubíquas viaturas alteradas; da especificidade do seu contribasta ver onde se estaciona, como se circula candidamente fora da via, buto para o desenvolvimento ecocomo se entra em contra-mão nos entroncamentos (era uma vez a per- nómico e o emprego das regiões. O Projeto BOW já envolveu pendicular), etc. Vai morrendo gente aqui e ali, mas enquanto não fomais de duas centenas de emprerem os nossos… só que às vezes são! Às nossas autoridades quero dizer que apesar da intrigante moda sas nacionais de diversos setores de cruzar os braços para a fotografia, é talvez avisado descruzarem- de atividade, promovendo, em -nos fora dela. Interessem-se pela formação que não traz honras nem 2016/2017, um total de 47 ações canudo, e leiam. Leiam por exemplo sobre a Teoria das Janelas Que- de internacionalização, em 29 mercados. Em 2017/2018 promobradas [3]. Os sinos têm tocado a rebate, senhoras e senhores. É altura de de- veu 42 ações em 36 mercados e, para o período 2018/2020, o BOW fender as muralhas. é também composto por um calendário de 70 ações, que envolFilipe Martins vem 51 mercados. O projeto tem o Cidadão / Informático / Militante do Livre apoio do Portugal 2020 e Compe[1] https://sicnoticias.pt/saude-e-bem-estar/2019-10-07-Queimate 2020, Programa Operacional da das-sao-um-perigo-para-a-saude [2] https://zero.ong/biotrituradores-em-freguesias-de-risco-sao-so- Competitividade e Internacionalização, Eixo II – Projetos conjunlucao-para-reciclagem-de-sobrantes-agricolas-e-florestais/ tos – Internacionalização. [3] https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_das_janelas_quebradas

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FC Vilarinho abre conta solidária depois de incêndio

Jornal do Ave n’A Brasileira Um contributo para a valorização do jornalismo de proximidade. É com este sentimento que encaramos a iniciativa do mítico café A Brasileira, do Chiado, que decidiu apostar na venda exclusiva de jornais regionais. O Jornal do Ave foi um dos periódicos que o estabelecimento quis ter no seu quiosque, num claro reconhecimento

do trabalho que, desde 2014, este jornal tem desenvolvido em prol da informação da atualidade dos concelhos de Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão. A acompanhar este quinzenário estão outros títulos de renome da informação regional, como Jornal do Fundão, Gazeta das Caldas ou O Mirante.

Taça de Portugal

Famalicão entra em ação em Lisboa A terceira eliminatória da Taça de Portugal – que já inclui equipas das ligas profissionais – joga-se no próximo fim de semana. Ditou o sorteio que o Futebol Clube Famalicão viajasse a Lisboa para defrontar o Oriental, formação que

milita na série G do Campeonato de Portugal e que, atualmente, é último classificado, com um ponto, em cinco partidas disputadas. O jogo realiza-se este sábado, 21 de novembro, às 11h15, e tem transmissão televisiva no Canal 11.

“Do Minho a Trás-os-Montes, das Beiras ao Alentejo, da Estremadura ao Ribatejo e do Douro ao Algarve, aqui regressamos às origens de muitos dos que nos visitam para um café e que agora se sentirão ainda mais próximos de casa”, acreditam os responsáveis do grupo O Valor do Tempo, detentor do café centenário.

Um incêndio destruiu parte das instalações do Futebol Clube Vilarinho, ao final da tarde desta terça-feira. Num comunicado publicado nas redes sociais, a coletividade deu conta de que o fogo deflagrou, “na lavandaria, provavelmente, com origem num curto-circuito”. Perante os “muitos estragos” com que os responsáveis se depararam depois de os Bombeiros Voluntários de Vila das Aves terem extinguido o incêndio, foi lançada uma campanha de angariação de fundos, com a divulgação de uma conta solidária, para a qual os interessados podem contribuir, transferindo as doações para o IBAN PT50 0045 1326 40270 49050456. Há ainda a possibilidade de fazer doações através do MB Way, para o número telefónico do clube, 913 603 657. “Não vamos parar por aqui, já levantámos a cabeça e estamos a traNo mesmo dia, às 19h30, o Spor- tar do possível para resolvermos o sucedido o mais depressa possíting de Braga viaja à Trofa para de- vel. Um agradecimento especial aos sócios presentes, aos Bombeiros frontar a equipa local, que lidera de Vila das Aves pela prontidão e à Cooperativa Elétrica que se desa série C do Campeonato de Por- locou logo ao local”, escreveu o clube nas redes sociais. Com 12 pontos conquistados em sete jogos, o FC Vilarinho ocupa, tugal. O jogo tem transmissão na atualmente, o 7.º lugar da série 2 da Divisão de Elite Pró-Nacional, da SportTv. Associação de Futebol do Porto.


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O NOTÍCIAS DA TROFA

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Atualidade ter a propagação dos contágios, como o recolher obrigatório a partir das 23h00, de segunda a sexta-feira, e a partir das 13h00, ao fim de semana. Entretanto, esta semana, soube-se que o Governo estuda a possibilidade de decretar medidas diferenciadas aos concelhos de maior risco, numa lógica de três graus: entre 240 a 480 novos casos a 14 dias por 100 mil habitantes; entre 480 e 960 e acima de 960 novas infeções. “A situação do país é complexa e grave. Os patamares são seguidos internacionalmente. Estamos a ouvir todos os peritos para tomar as medidas o mais proporcionais possíveis”, explicou Marta Temido, ministra da Saúde. Estas hipóteses estarão em cima da mesa do próximo Conselho de Ministros, marcado para esta quinta-feira. Frisando que o Governo “tudo fará para não tomar a medida” de novo confinamento total, Marta Temido referiu, “em termos sociais, económicos e psicológicos”, o país não terá condições

para responder a “uma solução com essa radicalidade”.

Casos nas escolas “merecem atenção, mas não são preocupantes” Nas escolas do concelho, e à semelhança do que tem acontecido por todo o país, há registo de casos entre alunos, funcionários e professores. Contactado, Paulino Macedo, diretor do Agrupamento de Escolas da Trofa, referiu que os casos registados “merecem atenção, mas não são preocupantes”. Na Escola Básica do Paranho, a turma do 2.º ano “entra em isolamento a partir de sexta-feira, com ensino à distância”, até 27 de novembro, depois de “um aluno” ter testado positivo à Covid-19. O mesmo estabelecimento tem ainda “mais um aluno e uma funcionária da cantina infetados”. Outra colaboradora da cantina encontra-se, segundo Paulino Macedo, “em isolamento”. Na Escola Secundária da Trofa, são 11 os alunos com Covid-19.

H á 11 alunos infetados na E scola Secundária da T rofa “Dentro das salas de aula, con- las do Coronado e Castro, o dire- vid-19, entre eles “uma mulher de seguimos, com alguma facilidade, tor, Renato Carneiro, admite estar 104 anos”, que recebeu a notícia identificar os contactos diretos, “atento e preocupado” com a evo- esta quarta-feira, dia 18. uma vez que os alunos sentam-se, lução da situação epidemiológica Com teste positivo estão “nove sempre, nos mesmos sítios”, ex- do concelho. utentes”, um deles transferido da Esta semana, no universo es- unidade de Famalicão do Centro plicou o diretor do Agrupamento. Há ainda mais dois casos de alu- colar que gere, registaram-se “7 Hospitalar do Médio Ave para o nos infetados na Escola Básica 2/3 casos positivos”, aos quais se so- Hospital de Santa Maria, em LisProfessor Napoleão Sousa Mar- mam “12 de alunos”, na semana boa. ques, um na Escola Básica de Fin- anterior, não tendo turmas comEntre funcionários, estão seis zes e um na Escola Básica de Ce- pletas isoladas, mas apenas algu- infetados e 13 recuperados. dões. Nesta, há também um fun- mas pessoas, devido a contactos No Lar da Imaculada Conceição, diretos com infetados. cionário infetado. “não há utentes infetados”, revelou Segundo Paulino Macedo, em Zélia Reis. Apenas uma funcionátodo o Agrupamento, há, atual- Situação melhorou ria está infetada, e em isolamenmente, a registar apenas um pro- nos lares da Santa Casa to em casa, e outras duas recupefessor com teste positivo à Coraram. Outra encontra-se isolada vid-19. Nos lares da Santa Casa da Mi- depois de ter contactado com um Estes dados não contemplam os sericórdia, a situação melhorou familiar infetado. isolamentos profiláticos por con- substancialmente em relação às No apoio domiciliário, a instituitacto com casos positivos, que, últimas semanas. Segundo a di- ção regista uma funcionária infenaturalmente, existem, no Agru- retora-técnica da instituição, Zé- tada, também em isolamento. pamento. lia Reis, no Lar Alfredo Carriço, 35 Já no Agrupamento de Esco- utentes testaram negativo à Co-


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Atualidade

Trofenses na linha da frente da “guerra” De uma maneira ou de outra, os quatro trofenses a quem demos espaço nesta edição, vivem, desde março, na linha da frente da luta contra a Covid-19. Uns bem perto, outro noutro país, são, a nosso ver, as vozes mais capazes de transmitir aos leitores aquilo que se está a passar dentro de um hospital, no interior das instituições ou nas habitações de muitos seniores, há muitos meses privados de verem ou abraçarem os entes queridos. Mas também são aqueles que melhor podem desconstruir a pandemia de desinformação que se propaga mais rápido que o próprio novo coronavírus e que, em muitos casos, pode ter implicações graves no esforço de quebrar as cadeias de transmissão da Covid-19, levando a que o trabalho destes verdadeiros “soldados” numa guerra pandémica seja prolongado, já para lá do que é, humanamente, possível. Este espaço é um alerta para que todos nos mantenhamos comprometidos na luta contra a propagação do novo coronavírus e esse imperativo está vincado nos quatro testemunhos que recolhemos. E isso não é coincidência, é a confirmação de que é premente seguirmos as recomendações das autoridades de saúde. Este espaço que lhes demos e que lhes dedicamos é também uma homenagem d’O Notícias da Trofa a todos os profissionais de saúde que, desde março, roubam horas ao descanso, às famílias, a eles próprios para salvar vidas. Os heróis têm rosto: estes quatro são disso exemplo. CÁTIA VELOSO

Helena Moreira

Enfermeira do Serviço de Urgência da unidade de Vila Nova de Famalicão do Centro Hospitalar do Médio Ave, Linha SNS24 e Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso

“Pessoas jovens e saudáveis a morrer. Cada vez mais!” Conto-vos a minha experiência como enfermeira na linha da frente no combate à Covid-19, a realidade do que tenho visto tanto na urgência como na emergência todos os dias. Digo-vos que venço todos os dias quando vou trabalhar e dou o melhor de mim, pois ser enfermeiro começa a ser uma vocação e não uma profissão. Quando chego a casa, não quero falar (a coisa é grave quando eu não quero falar), a família pergunta como correu o dia e eu até para ouvir isto estou cansada, sem paciência, exausta... As represálias começam a sentir-se. Corpo pesado e cansado de um fato leve que se torna chumbo ao fim de um turno de trabalho, olhos que querem fechar, marcas no rosto, mãos desidratadas e com pele descamativa, pernas inchadas. Mas o meu desânimo aumenta quando percebo que pessoas jovens na faixa etária dos 30-60 anos sem relevantes patologias de base, com vidas ativas, com poucos dias de sintomatologia, desenvolvem pneumonias extensas por Sars COV 2, ao quais se prevê agravamento nos dias seguintes e necessidade de administração de oxigénio e, nalguns deles, ventilação invasiva, seguramente. Pessoas jovens e saudáveis a morrer. Cada vez mais! Para muita gente, não vai ficar tudo bem, muitos vão perder avós, tios, pais, filhos, amigos! E depois disto, nunca mais vamos ser os mesmos, por isso percebam que têm mesmo de cumprir todas as medidas impostas pela DGS! Fi-

quem em casa e saiam apenas para o que é essencial. Está na hora de mudarmos comportamentos e mentalidades, percebam que estamos perante um problema grave que nos afeta a todos, não estamos em tempo de qualquer tipo de ajuntamento. Respeitem os meus, os vossos e a todos nós profissionais que saímos de casa para cuidar de quem necessita. Nós não podemos ficar em casa, temos de correr riscos, trabalhar e lutar todos os dias pelos melhores cuidados aos utentes. Estamos aqui para vocês, por favor, cuidem-se e respeitem todos! Acabo com um agradecimento a todos que estamos no combate a este vírus. Estamos juntos para enfrentar esta guerra, onde os soldados somos nós, profissionais de saúde. Adoecemos e alguns morreram nesta luta, mas nunca fugimos dela. Seguimos juntos e com esperança!

Paulo M artins

Enfermeiro | Sócio-Gerente EPMED – Apoio Domiciliário Cuidamos dos seus, Todo o Ano

“A tristeza no rosto daqueles que querem ver os seus netos a crescer” A Covid-19 “entrou” nas nossas vidas sem ninguém contar. No início, ninguém sabia o que era a doença, como se proteger, quais as medidas a adotar. No entanto, com o passar do tempo, pequenas dúvidas foram colmatadas, mas ainda há muito por descobrir e muito mais para aprender sobre este vírus. Com o aparecimento da Covid-19 as pessoas ficaram assustadas. Pude comprovar que as famílias optaram por declinar os cuidados de saúde não essenciais/não urgentes (reabilitação motora), solicitando assistência apenas para os cuidados de saúde básicos, tais como cuidados de higiene, acompanhamento diário, análises clínicas, procedimentos invasivos de Enfermagem. Senti que as pessoas estavam com medo de serem contaminadas. Adotei, desde cedo, medidas preventivas para a prestação de cuidados, implementando na minha equipa a utilização obrigatória de equipamentos de proteção individual (EPI’s). Senti que as famílias confiavam no nosso trabalho e que viam em nós uma solução para ajudar os seus familiares mais frágeis. Observou-se um aumento de solicitações nas áreas mais rurais, porque as pessoas preferiram evitar enviar os seus familiares para os hospitais ou para Estruturas Residenciais Para Idosos (ERPI). A nível pessoal foi difícil. O contacto pessoal e afetivo quase diário com os meus pais praticamente deixou de existir, passando a contactar-nos quase sempre virtualmente. Ainda atualmente não sei o que é um abraço dos meus pais. Quando chego a casa deixo

a roupa toda no exterior num saco à parte para lavar separadamente e só após tomar banho é que cumprimento a minha esposa. Esta pandemia veio afetar psicologicamente os mais idosos. Não há palavras para descrever a tristeza no rosto daqueles que querem ver os seus netos a crescer, testemunhar as conquistas dos seus filhos e lhes vêm esses momentos negados. Aí pude desempenhar um papel crucial, que muito me vai marcando – o poder ajudar a estabelecer contacto por telefone ou vídeo-chamada entre os familiares e o seu ente querido isolado. Não há palavras que descrevam a emoção destes contactos. Por isso, deixo aqui o meu apelo, nunca demais repetido: Protejam-se! Usem máscara, evitem os contactos próximos e lavem e desinfetem sempre as mãos após tocarem em qualquer superfície que desconheçam. Por vocês, por nós, por Todos!

Marco Silva

Enfermeiro-chefe no Hospital Un e Dunstable (Reino Unido)

“Fomos confr a morte de coleg Este tem sido um ano, anormalmente, difícil. É verdade que tem sido para toda a gente, mais para uns que para outros, e para os profissionais de saúde tem sido não apenas difícil a nível pessoal, mas também muito desafiante a nível profissional. Para mim, vivendo no estrangeiro, a nível familiar o ano tem sido bastante duro, porque passei de visitas a Portugal a cada dois meses para um ano. Este ano, apenas viajei a Portugal uma vez. Foram oito meses sem ver a família e, neste momento, já vão 4 meses e estou a contar que mais alguns se irão passar. A nível profissional, o ano tem sido, igualmente, desafiante, infelizmente e por motivos de saúde, durante os três meses em que os casos de Covid eram mais elevados, eu estive a trabalhar a partir de casa, no entanto, isso não me afastou da realidade, muito pelo contrário. Enquanto enfermeiro-chefe no serviço de urgência, tenho uma noção muito clara da gravidade da doença e do seu impacto na sociedade. Enquanto profissionais de saúde, todos somos preparados para o confronto com a morte, mas ninguém estava preparado para lidar com a morte e com a debilidade em números tão elevados. No meu hospital, fomos confrontados com a morte de alguns colegas de profissão, assim como outros que estiveram gravemente doentes, tudo isto causa-nos um grande medo, no entanto, e apesar do medo, quase todos mantiveram o foco e deram o seu melhor e, apesar de tudo isto, muitas vezes fomos confrontados com a escolha entre doentes ou com escolhas que poderiam pôr a vida dos doentes em risco. Como é óbvio, nenhum hospital no mundo estava preparado para esta afluência de doentes e a nossa não era diferente. Por este motivo, a opção feita passou por dividir em áreas, ou seja "Suspeitos de Covid" e "Não suspeitos", mas isto causa decisões extremamente difíceis, por exemplo, não é de consciência leve que decides colocar um doente imunossuprimido com cancro do pulmão numa


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Atualidade

” pandémica

rontados com gas de profissão”

área com Covid pelo facto de ele se apresentar na urgência com febre e dificuldade respiratória. Caso o doente, efetivamente, tenha Covid esta foi uma decisão acertada, caso ele não tenha Covid, podes estar a expor o doente a Covid e chegar mesmo a causar a sua morte. Neste momento, estamos a passar por uma segunda onda de Covid e a ideia que está a dar é que as pessoas estão a desvalorizar a doença e a dar menos importância às regras de isolamento e de uso de máscara, um erro enorme e do qual muita gente se vai arrepender. Temos que ter a perfeita noção que o uso de máscara não só nos protege a nós, mas principalmente protege os outros, incluindo os nossos familiares. Todas as semanas sou confrontado com casos de pessoas idosas que, apesar de estarem em isolamento domiciliário, contraíram o vírus que lhes terá sido transmitido pelos familiares diretos que os apoiam com as compras, por exemplo. Ninguém está a salvo e mesmo aquelas pessoas que acham que são mais fortes que o vírus, devem respeitar as regras por respeito para com os outros em especial pelos seus familiares. Na minha opinião, este vírus está para ficar e mesmo com o aparecimento da vacina não vamos erradicar o vírus nos próximos tempos e o importante é aprendermos a viver com o "novo normal" de forma a reduzir os riscos e permitir uma vida em comunidade o melhor possível.

A ntónio Pedro L eal

Enfermeiro Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM)

“Uma pandemia, duas curvas para achatar” A pandemia faz-nos viver um momento único nas nossas vidas. Um fenómeno inédito (pelo menos para a nossa geração) e para o qual não estávamos preparados. Terminologia como “Covid-19” ou “pandemia” passaram a fazer parte do nosso vocabulário no dia a dia. Na presente data, já ultrapassamos um milhão e trezentas mil mortes e cinquenta e quatro milhões de infetados em todo o mundo. A segunda vaga revela-se avassaladora num período pré-Gripe sazonal, de uma forma transversal todos os países, colocando a nu as fragilidades dos serviços de saúde. As enfermarias, serviços de urgência e unidades de cuidados intensivos estão lotadas, os profissionais são claramente insuficientes e estão exaustos. E isto eu sei porque é esta a minha realidade profissional desde o inicio da pandemia. Vejo os doentes crónicos com receio de recorrer às unidades de saúde cessando a terapêutica e agravando as patologias de base. Vejo, noutros casos, os serviços de saúde a serem claramente incapazes de dar resposta às solicitações. A pandemia trouxe um caos de difícil gestão. Como tentativa de resposta a uma situação inédita e imprevisível, os governos mundiais implementaram políticas (não raras vezes radicais) com o objetivo de controlar ou pelo menos conter a expansão explosiva da doença. O preço a pagar? Desemprego, crise, fome, desespero, revolta e… desinformação. Muita desinformação. Em Fevereiro de 2020, Tedros Ghebreyesus (Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde) alertava para o fenómeno de “infodemia” (ou epidemia de desinformação) proveniente de teóricos da conspiração e negacionistas. E deixa o alerta: a infodemia dissemina a desinformação e isso prejudica a resposta coletiva à pandemia. De uma maneira geral a mensagem subjacente é sempre a mesma “Sars-Cov-2 não existe, querem-nos controlar”. Fazendo uso das redes sociais e do mundo digital, estas mensagens foram e são amplamente difundidas, criando dúvidas que não deviam existir e alterando radicalmente o comportamento da po-

arquivo

niversitário Luton

pulação, reduzindo ou anulando tos, liberdades e garantias. Sigpor completo a eficácia das medi- nifica confinamentos e recolher das de saúde públicas implemen- obrigatório. Significa a suspentadas. A repercussão da infode- são do trabalho e a perda de renmia é de tal forma relevante que dimentos. Significa desemprego em Agosto a OMS emite um comu- e fome. Significa uma crise mais nicado alertando para o número prolongada e cada vez mais inassustador de mortes diretamen- comportável. Controlar a prote relacionadas com notícias fal- gressão da doença só depende sas relacionadas com a COVID-19. de nós, para que a normalidade A infodemia ganha novas pro- – ou pelo menos a “normalidade” possível! – perdure até que uma porções de dia para dia. Grupos e movimentos desenvolvem-se solução definitiva seja encontraalheios ao conhecimento científi- da. Grupos negacionistas incenco e à fundamentação lógica, ali- tivam o incumprimento e isso comentando a mentira e comprome- loca-os num papel de responsátendo a saúde individual e coleti- veis pelo descontrolo da doença. Paradoxos do nosso tempo: va. A ciência, a investigação e o conhecimento médico são des- numa era da informação acessícredibilizados para darem lugar vel a qualquer um, até a má ina teorias insanas e despromovi- formação e a falsa informação das de qualquer verdade. Estas têm um espaço. Um texto obscuro teorias servem de albergue para anti ciência chega a mais populatodos aqueles que ficaram numa ção numa rede social do que uma posição vulnerável como conse- publicação científica feita num esquência dramática da pandemia. paço de reconhecida credibilidaAcreditar em mitos e em teorias de. É cientificamente aceite que a da conspiração são a face visível desinformação é perigosa para a do desespero com que muitos fo- saúde física e mental da popularam confrontados. Ignoram a evi- ção. Que permite que o medo se dência. Criar dúvida e negan- instale. Que isola as pessoas. Que do o que está a acontecer a nível destrói todos os ganhos em saúmundial incentiva ao incumpri- de conseguidos até então. A demento das regras mais elemen- sinformação inviabiliza o cumpritares, permitindo dessa forma a mento pelas mais elementares redisseminação da doença na co- gras de saúde pública: a etiqueta respiratória, o uso de máscara, munidade. O efeito “bola de neve” na Pan- a desinfecção das mãos e o disdemia: Uma doença descontrola- tanciamento social. A curva que da na comunidade significa a im- traduz a progressão da doença plementação de regras cada vez acompanha a curva da desinformais rígidas e a privação de direi- mação. Compete ao Governo e

aos seus órgãos consultivos a implementação de uma estratégia eficaz de comunicação, baseada na transparência e na verdade, assentes no “estado da arte” da ciência. Mas acima de tudo na coerência, e convenhamos, nem sempre tal se tem verificado. Medidas avulso tomadas superiormente criam dúvidas e inseguranças na população. E servem, perigosamente, para alimentar a desinformação negacionista. Por isso compete a cada um de nós perceber qual a proveniência de determinado texto ou informação, confirmando a veracidade dos factos, partilhando apenas as informações provenientes de fontes cuja credibilidade é plenamente reconhecida. Com quase um ano de pandemia já todos percebemos que a sopa de alho não cura a COVID19… De onde vem esta informação? Quem assina esta informação? Qual a fundamentação cientifica que sustenta esta informação? É este o espírito crítico com que devemos abordar os conteúdos com que nos cruzamos nomeadamente nas redes sociais. Este texto não tem o objetivo de criar alarme ou pânico social. Tem como objetivo criar uma maior consciência nesta época particularmente crítica de expansão da doença, principalmente quando estamos prestes a entrar no Inverno, época tradicionalmente complexa para a saúde. Estamos a caminho das 220.000 infeções e 3.400 óbitos em Portugal e as perspetivas não são animadoras. Temos os serviços de saúde a trabalhar para lá dos limites das suas capacidades. Mas temos também a certeza de que tudo isto pode e deve ser minimizado, dependendo única e exclusivamente de NÓS. Como profissional de saúde, peço-vos algo simples: a utilização da máscara e a etiqueta respiratória, a lavagem e desinfeção das mãos e o distanciamento social são medidas extremamente eficazes e que fazem toda a diferença. Neste momento particularmente crítico, são gestos que revelam elevada consciência social e respeito pelo próximo. Ajudem-nos a ajudar porque ninguém mais do que nós deseja um final rápido deste capítulo das nossas vidas.


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Pianista de Cedões lança primeiro videoclip do álbum “Branco Escuro” Carla Reis Neves apresen- quais o Youtube e o Spotify. tou o primeiro videoclip do álO álbum caracteriza-se pela bum “Branco Escuro”, que lan- “vertente minimalista” e pela inçou, recentemente. “7 Dias no fluência do estilo clássico, atraAlaska” é o tema apresentado vés da sonoridade de instrumenno vídeo, que pode ser visto no tos como o piano, o violoncelo, o Youtube. CÁTIA VELOSO violino e o contrabaixo, os três últimos tocados por Diogo Penha, “Branco Escuro”, lançado há Alexandra Silva e Dércio Fernancerca de um ano, é o primeiro des, respetivamente. “É uma música que fica no ouvitrabalho discográfico de Carla Reis Neves, pianista e professo- do e que dá para diversas predisra de música há mais de 20 anos. posições e situações. Por exemResidente em Cedões, Santiago plo, é bom para fazer meditação”, de Bougado, e atualmente a dar afirmou Carla Reis Neves, em aulas nmo Agrupamento de Esco- entrevista ao NT, em dezembro las Tomaz Pelayo, em Santo Tir- de 2019, altura em que digeria o so, a artista apaixonou-se pela feedback do público. “Além dos composição ainda no tempo em meus familiares, amigos e coque estudava no Conservatória nhecidos, tenho colegas como o de Música do Porto. Mas só deci- João Pedro Pais e alguns cineasdiu avançar para a produção de tas que se pronunciaram de forum disco há cerca de três anos. ma positiva acerca do meu tra“Branco Escuro” dá nome ao tra- balho”, relatou. Tal foi o sucesso balho que produziu em parceria que as pessoas não se contentacom Diogo Penha e que está aces- ram com a possibilidade de ousível, gratuitamente, em mais de vir o álbum através da internet e pediram o CD. 20 plataformas online, entre as

Carla R eis Neves lançou publicou videoclip Duas músicas foram produzidas em Cedões, na casa da artista, enquanto as restantes viram a luz do dia em Ponte de Lima. Entre os temas, “1943” é dedicada ao falecido pai, “aidualk” é ins-

pirada na melhor amiga da pianista e “Pico” homenageia a beleza dos Açores. Carla Reis Neves revelou gosto pela música aos três anos, quando pediu aos pais para estudar

a arte. Aos oito anos começou a ter aulas com uma professora, em Mindelo, e aos dez entrou no Conservatório de Música do Porto, onde fez grande parte da sua formação musical.

Abertas inscrições para certificação de competências Na sequência de um “protocolo” firmado com a Câmara Municipal da Trofa, o Centro Qualifica vai disponibilizar à população ativa cursos para concretizar Processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), com vista à obtenção do nível básico (4.º, 6.º e 9.º anos) e secundário (12.º ano) e

Câmara adquiriu terreno onde está situado canil A Câmara Municipal da Trofa anunciou a aquisição do terreno onde está instalado o canil municipal, na Rua do Termo, em Santiago de Bougado, até agora utilizado através de um contrato de arrendamento. Ao canalizar “mais de 167 mil euros” na operação, a autarquia abre portas para “num futuro próximo, remodelar o espaço e alargar a capacidade de alojamento de animais. Através das ações de sensibilização, em média, são adotados, por ano, “200 animais”, diz a Câmara.

ainda Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD), de 50 horas, relativas a Primeiros-Socorros, Higiene e Segurança no Trabalho e Inglês. Para o cumprimento do RVCC de nível secundário é obrigatório realizar uma UFCD. As inscrições estão abertas até 27 de novembro e os interessados

em desenvolver as competências podem solicitar a ficha de inscrição por email, através do endereço polocoronado@mun-trofa. pt. Há ainda a possibilidade de fazer a inscrição presencialmente, no polo do Coronado da autarquia, no edifício da estação ferroviária de S. Romão.

Centro de Informação ao Consumidor promove sessão sobre conflitos “Situações Típicas de Conflitualidade” é o tema da sessão informativa que o Centro Municipal de Informação ao Consumidor vai promover, na próxima terça-feira, dia 24, às 16h00. Com participação gratuita, mas sujeita a inscrição obrigatória através do email cmic@mun-trofa.pt até ao dia 22, a sessão decorre em formato online, através da plataforma Zoom, contando com a intervenção do Centro de Arbitragem de Conflitos de Consumo do Vale do Ave, Tâmega e Sousa. Este projeto é apoiado pelo Fundo para a Promoção dos Direitos dos Consumidores.


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Religião

São Martinho de Tours

S. Martinho foi um dos primeiros santos não mártires a ser honrado pela liturgia da Igreja Católica. Embora a morte de S. Martinho tenha ocorrido a 8 de novembro, a sua festa/memória é celebrada três dias depois, ou seja, no dia 11, data da sepultura do seu corpo, na cidade de Tours. Martinho nasceu em Sabária da Panónia (atual Hungria) no ano 316. Os seus pais eram, certamente, pagãos. O pai era oficial do exército romano e foi destinado a Pavia, onde o filho recebeu a primeira educação. Aos 10 anos, Martinho pediu para entrar na Igreja, desejando tornar-se catecúmeno, contra a vontade dos pais, pensando retirar-se para o deserto, mas o pai, para libertar o filho das influências cristãs, decidiu inscrevê-lo no exército e obrigou-o ao juramento militar, indo prestar serviço na Gália (atual França). Foi, precisamente, enquanto cavaleiro ao serviço do Império Romano, que ocorreu o célebre episódio de Amiens: num dia de rigorosíssimo inverno, Martinho entrava na cidade, de volta de um passeio matutino, quando um pobre, todo nu, estendeu-lhe a mão, pedindo esmola. Martinho nada tinha no bolso a não ser o seu manto militar (clâmide); Martinho cortou o manto ao meio com a espada, e entregou metade ao mendigo; a outra metade lançou-o às costas e seguiu viagem. Naquela noite, estando a dormir sossegadamente, eis que lhe “aparece” (em sonho) Jesus Cristo vestido com a parte do seu manto que havia abrigado o pobre, dizendo para a multidão de anjos que O acompanhava: “Martinho, ainda catecúmeno, deu-me este manto”. Com esta “visão”, Martinho decidiu-se a entrar, definitivamente, na Igreja, pelo batismo, que haveria de receber em Amiens, no ano de 339, por altura da festa da Páscoa, conforme já era costume naquela altura. Ainda continuou mais dois ou três

anos no exército. No ano de 341, em Worms, chamado pelo imperador Constante para receber uma gratificação, Martinho recusou-a e pediu licença para se retirar do exército, dizendo: “Até agora manejei as armas por ti; permite-me que daqui em diante as maneje por Deus”. Martinho, no ano de 354, torna-se discípulo de Santo Hilário, vindo a ser ordenado Diácono e Presbítero por este bispo. Nesse ano, partiu para a Papónia, para tentar converter os seus pais e outros conterrâneos (no que terá sido bem sucedido, no caso de sua mãe), através da pregação e da evangelização, e, no ano seguinte, foi expulso. Durante cinco anos permaneceu isolado, tornando-se monge numa ilha do Mar Tirreno (ao largo da costa de Itália). Lá construiu uma cabana e permaneceu 11 anos, entregue à solidão e à penitência.. Depressa se lhe juntaram vários discípulos. Entretanto, no ano de 371, Martinho é aclamado por unanimidade (pela população de Tours) bispo de Tours, embora com resistência, e fundou o mosteiro de Marmoutier. A sua ação apostólica de evangelização não se limitou só à cidade de Tours, mas sim a toda a França, para além de outras províncias do Império Romano, tornando-o querido e amado por todo o povo. Martinho exerceu o seu múnus apostólico (bispado) durante 25 anos, vindo a falecer aos 81 anos de idade, em Candes, no dia 8 de novembro de 397. O seu corpo foi levado para a cidade de Tours e sepultado no cemitério cristão à entrada da cidade, no dia 11 de novembro. Dada a fama de santidade que S. Martinho já tinha (em vida) perante o povo, uma grande multidão de pessoas acompanhou o seu funeral, no dia do seu “adeus” à terra (e cidade) a que se dedicou. A voz do povo canonizou-o. A sua vida, descrita por Sulpício Severo, chegou depressa a todo o Império; ao longo da Idade Média realizaram-se muitas peregrinações ao túmulo de São Martinho, em Tours. Segundo alguns cronistas da época, estas manifestações de homenagem ao “taumaturgo de Tours” eram tantas, que chegaram a ombrear com as peregrinações aos túmulos de S. Pedro e S. Paulo, em Roma. A devoção a São Martinho de Tours é tão intensa, em França, que 3600 igrejas e 480 povoados franceses o tomaram como patrono. Para além de França, São Martinho é também padroeiro da cidade de Buenos Aires (Argentina) e da Guarda Suiça Pontifícia (papal).

Na Europa e no mundo, S. Martinho é venerado e honrado em milhares de paróquias. Patrono de duas paróquias da Trofa Tal como em toda a Europa, a fama e veneração do “Taumaturgo” Bispo de Tours correram também no nosso País e foram muitas as cidades, dezenas de vilas e aldeias que adotaram como patrono São Martinho. No concelho da Trofa, há duas freguesias (e comunidades paroquiais) que têm como seu padroeiro o “apóstolo da Gália”. São elas (São Martinho) de Covelas e (São Martinho) de Bougado. A paróquia e freguesia de S. Martinho de Bougado já deverá existir há pelo menos mil anos. A primeira citação (da existência) desta comunidade vem do século XI, ainda antes do início da nossa Nacionalidade. No ano de 1073 D. Goncinha, que morava junto à ponte (do Ribeiro de Ervosa?), perto da ponte da Lagoncinha, faz uma doação de vários casais ao abade do Mosteiro de Santo Tirso, chamado Gaudemiro, doação feita por Frei Leão de Santo Tomás na “Beneditina Lusitana”. Da construção da primeira igreja de S. Martinho de Bougado assim como da nomeação do primeiro pároco também não há registos históricos, mas é de crer que terão sido obras dos monges beneditinos de Santo Tirso, a cujo mosteiro a igreja pertenceu até aos finais do século XIII, de onde terão saído os primeiros párocos para paroquiar (a comunidade), conforme se confirmaria através das inquirições de 1258. Como foi referido acima, o glorioso São Martinho foi adotado como patrono de muitas localidades. E terá sido nomeado protetor desta comunidade (trofense) desde tempos bem remotos. O abade Inácio de Morais Sarmento Pimentel, já em pleno século XVIII, nas “Memórias Paroquiais da Torre do Tombo de 1758”, dá-nos conta do registo das festividades em honra do santo padroeiro da sua paróquia e da devoção que o seu povo nutria ao bispo proveniente da Gália. Daí ser natural que a gente deste “rincão” (recanto), desde os primórdios da Nacionalidade, procurasse homenagear no dia próprio (11 de novembro) o seu glorioso padroeiro. De início, era em família, uma festa mais íntima, a seguir só para a comunidade... Mas depois, e à semelhança da cidade de Tours, em que iam peregrinos de toda a parte, também chegaram a acorrer a esta freguesia das antigas “Terras da Maia” - agora terras de Bouga-

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R elicário do, sob a proteção do “milagroso” São Martinho, centenas ou até milhares de romeiros para homenagear e trazer as suas oferendas. Em pleno século XVIII, era tal a devoção a São Martinho, que os povos, mesmo estranhos à freguesia, não se limitavam a venerá-lo no templo trofense, apenas nos dias de festa, mas sim “contínua todo o ano” - escreveria o Abade Pimentel.. A prova de que eram sem conta as “graças alcançadas” por intercessão de São Martinho, que estava bem patente nas “muitas e continuadas ofertas na parede da parte do Santo e na Capela Maior da Igreja” referiria o Padre Pimentel. A grande romaria de São Martinho (na Trofa) durava três dias: dia 10 (véspera), 11 (dia da festa litúrgica) e o dia seguinte, dedicado ao Espírito Santo. Segundo referem registos da época, nestes dias, em que vinha “em romaria muita gen-

te de todas as partes, muito principalmente das freguesias vizinhas”, havia “Jubiléu”concedido a todos os romeiros, um Breve Apostólico que mantinha aquela graça durante sete anos. Findos estes, o Breve teria de ser reformado e aconteceu isso pelo menos três vezes. A última reforma, de que há conhecimento, foi publicada pelo Abade Inácio Pimentel e alcançada em 6 de agosto de 1757. Havia naquele tempo grande devoção ao bispo de Tours, a que inclui o pároco Pimentel. E como prova e testemunho dessa devoção, este mandou vir de Roma, por intermédio do Pe. Manuel Consciência - ainda em tempo do seu antecessor, o Abade Francisco Rosa Pimentel, uma relíquia daquele santo, o que ainda mais afervorou a devoção que já existia. Esta relíquia foi colocada num artístico e valiosíssimo relicário de prata que foi, solenemente, recebido pelo pároco e seus paroquianos no dia 21 de junho de 1733. Nessa mesma data foi organizada uma majestosa procissão para assinalar este grande acontecimento. A encerrar a celebração festiva, a venerável relíquia foi colocada no altar-mor da igreja paroquial. Este valioso relicário costuma ser levado em procissão, que se realiza, anualmente, pela festa em honra de São Martinho, nesta freguesia, de cuja programação consta, também, uma Eucaristia Solene. A.Costa

Curiosidades, provérbios populares e tradições do “Verão de S. Martinho” e do “Magusto” fazem deste santo um dos mais populares do calendário religioso/e/ou profano. S. Martinho, além de ser o primeiro dos santos mártires, é o primeiro Confessor que subiu aos altares do Ocidente.(...) A sua festa era de “guarda”, quer dizer obrigatória, e rivalizava, na sua exuberância de festejos da alegria popular, com a festa de S. João Baptista. Alguns provérbios e adágios populares -”No dia de S. Martinho, vai à adega e prova o vinho” -”Mais vale 1 castanheiro do que 1 saco com dinheiro” “-Dia de S. Martinho, fura o teu pipinho” “-Do dia de S. Martinho ao Natal, o médico e o boticário enchem o teu bornal” “-Se queres pasmar o teu vizinho, lavra e esterca pelo S. Martinho “-Pelo S. Martinho semeia favas e vinho” “-As geadas de S. Martinho levam a carne e o vinho” “-No dia de S. Martinho, com duas castanhas se faz o magustinho” “-Dos Santos ao S. Marrtinho, são onze dias de pão e vinho” Lenda do “Verão de S. Martinho” A origem da frase popular, dita pelos nossos avós, todos os anos, nas vésperas do dia de S. Martinho em que aparece o sol e aumenta a temperatura durante alguns dias, tem origem no gesto que o bispo de Tours teve para com o pedinte, que lhe solicitou uma “esmola”. Assim, logo que S. Martinho deu “meio manto” ao mendigo, diz a lenda/tradição que a tempestade de chuva e frio parou, o sol voltou a brilhar e a aquecer a Terra e o bom tempo durou três dias seguidos. Em muitas cidades e aldeias de Portugal, é tradição fazer-se, pelo S. Martinho, um grande magusto (com castanhas), beber-se água-pé e/ou jeropiga. É, também, por esta altura que se prova o vinho novo da colheita do ano. De acordo com alguns autores, a tradição dos magustos remonta a uma antiga tradição da Comemoração do dia de Todos os Santos, onde se acendia uma fogueira e assavam-se castanhas...


14 O NOTÍCIAS DA TROFA

19 de novembro de 2020

Desporto

Correio do Leitor

Taça de Portugal

Trofense recebe Sporting de Braga este sábado A terceira eliminatória da Taça de Portugal – que já inclui equipas das ligas profissionais – joga-se no próximo fim de semana. Ditou o sorteio que o Clube Desportivo Trofense recebesse o 2.º classificado da principal liga de futebol nacional, o Sporting de Braga, que nas cpmpetições nacionais já não perde há oito jogos, sendo que, no último, conseguiu uma moralizadora vitória diante do SL Benfica, na Luz, por 2-3, a contar para a 7.ª jornada do campeonato. Por sua vez, o Trofense também está moralizado pela posição que ocupa na série C do Campeonato de Portugal: lidera, à condição,

Jogo vai ter relato no Facebook da T rofaT v com 11 pontos. O jogo entre trofenses e bracarenses realiza-se este sábado,

21 de novembro, às 19h30, e terá relato na página de Facebook da TrofaTv.

Bougadense perde em casa O Atlético Clube Bougadense perdeu, na manhã deste domingo, diante do CA Rio Tinto por 0-2, em jogo a contar para a 6.ª jornada da série 2 da Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto.

Com este resultado, a formação Bougadense segue com seis pontos, no 7.° lugar. Este domingo, a equipa treinada por Tiago Velho desloca-se ao terreno do Rio Moinhos, 9.º clas-

ASSEMBLEIA GERAL ELEITORAL CONVOCATÓRIA António Manuel Silva e Sousa, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa, em cumprimento e ao abrigo do disposto no Artº. 74 dos Estatutos, convoca os senhores Associados para uma Assembleia Geral Eleitoral a realizar no dia 10 de Dezembro de 2020, que funcionará entre as 18:00 horas e as 20:30 horas, no Salão Nobre da Associação, sita na Rua D. Pedro V, cidade da Trofa, com a seguinte Ordem de Trabalhos: Ponto Único: Eleição dos Órgãos Sociais para o biénio de 2021/2022. NOTA: Se à hora marcada não estiver presente o número suficiente de Associados, a Assembleia Eleitoral reunirá 30 minutos depois, conforme o disposto no Artigo 49º. Trofa, 13 de Novembro de 2020 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral António Manuel Silva e Sousa, Engº

sificado e com apenas três jogos realizados de seis jornadas. A partida começa às 10 horas, devido às restrições impostas relacionadas com o recolher obrigatório, a partir das 13 horas.

Ordem dos Psicólogos: Uma ordem com Norte, próxima das psicólogas e dos psicólogos do Norte As eleições nas mais diversas instituições são sempre um momento de avaliação entre o que foi (ou não) realizado e as propostas apresentadas pelos seus intervenientes a sufrágio, como programa de futuro. Quem ainda nada fez, ou pouco fez, quando teve oportunidade de o fazer, naturalmente alicerça-se em propostas, por vezes demagógicas e populistas. Os seus conteúdos programáticos são normalmente mais especulativos que realistas, pouco alicerçados em dados sustentados e concretos, prometendo tudo a todos, não explicando qual o filão de ouro descoberto, ou a descobrir, que possa sustentar economicamente tantas promessas. Durantes estes 4 anos de mandato, a Delegação Regional do Norte da Ordem dos Psicólogos Portugueses, que abrange um universo de mais de 6000 membros, pautou a sua dinâmica e estratégica por uma descentralização regional, que só não a sentiu quem, porventura, esteve distraído/a ou afastado/a das várias problemáticas e desafios que a todos/as os/as psicólogos/as diz respeito. A realização, por exemplo, dos Encontros Regionais da DRN de 2017 e de 2019 em Amarante e em Bragança, respetivamente, assim como o 4º Congresso Nacional da OPP em 2018 em Braga, revelam um olhar alargado, que trespassa e se estende para além de Lisboa ou do Porto. Mas não nos cingimos apenas a Encontros desta magnitude. Também estivemos presentes em inúmeras instituições que empregam psicólogos/as, dispersas em toda a região Norte, desde o litoral ao interior e do sul ao norte. O Dia DRN/OPP que faz de cada capital de distrito da região Norte o seu quartel general durante esse dia, que promove aproximação entre os diversos psicólogos/as dessas regiões, é mais um exemplo de um olhar regional, que possibilita momentos importantes de partilha e debate entre todos/as. Nos últimos 4 anos, foram percorridos mais de 25 000 kms por toda a região Norte. Milhares de quilómetros em distância, e milhares de horas no tempo, aprendendo, refletindo e lutando por mais e melhores condições para os/as Psicólogos/as. Tantos quilómetros e tanta proximidade. Durante o ano de 2019 foram realizados, na região Norte, mais de 1000 estágios englobados no Ano Júnior. Também o olhar atento aos que iniciam a sua carreira foi uma marca desta direção. Muito fizemos. Muito podemos ainda fazer. Mantemos a motivação. É com esta responsabilidade de dever cumprido e de humildade que apresentamos, a estas eleições, uma equipa construída entre o cruzamento da experiência e maturidade, mudança e continuidade, energia e responsabilidade: constituída por psicólogos/as, mulheres e homens, de um amplo espectro de áreas do saber, de diferentes zonas da Região Norte, com diferentes perspetivas e experiências, mas todos/as unidos/as por uma só missão e uma só identidade. Somos uma equipa cuja missão e forma de atuação assenta nos pilares da proximidade, honestidade, transparência e proatividade. Uma proximidade disponível para escutar as necessidades e dificuldades dos/as psicólogos/as e de as integrar num plano de ação. Uma transparência onde os processos e a gestão da Delegação são acessíveis a todos/as no geral e a cada um/a em particular. Uma honestidade enraizada não só na transparência das nossas ações, mas também na humildade da nossa forma de estar e de assumir o que fazemos. Uma proatividade na construção de novas pontes e soluções, que promova união, reduza assimetrias e que encurte a distância entre o que a nossa realidade é, e o que poderá ser. Porque estas são as nossas crenças, valores e princípios orientadores, queremos mobilizar os/as psicólogos/as para esta missão, pela Psicologia, pelos/as Psicólogos/s, e por todos/as aqueles/as que através da nossa profissão servimos. Por estas e muitas outras razões me recandidato a Presidente da Direção da Delegação Regional Norte da OPP pela Lista B Mobilizar os Psicólogos. Eduardo Carqueja


19 de novembro de 2020

O NOTÍCIAS DA TROFA

Necrologia Santiago de Bougado

Lousado - VNFamalicão

Alvarelhos

Florinda Moreira de Araújo Faleceu no dia 3 de novembro com 80 anos. Casada com Virgílio da Costa Reis

Abílio Oliveira de Matos

Carlos Francisco de Sousa Santos. Faleceu no dia 11 de novembro com 62 anos. Casado com Maria de Fátima Torres da Silva

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Faleceu no dia 16 de novembro com 78 anos. Agência Funerária Trofense, Lda

S.Martinho de Bougado

Muro

Manuel Fernando Amaro Marinheiro Faleceu no dia 2 de novembro com 52 anos. Viúvo de Lúcia Dias da Silva

Maria Irene de Araújo Pereira Faleceu no dia 13 de novembro com 82 anos. Casada com David Rodrigues Pereira

Maria Emília Oliveira da Silva Faleceu no dia 5 de novembro com 8 anos. Viúva de Agostinho Ferreira Ramos

Agência Funerária Trofense, Lda

Lousado - VNFamalicão

S.Martinho de Bougado

Artur João Rebelo Pereira da Silva. Faleceu no dia 3 de novembro com 69 anos. Casado com Maria Dulce Oliveira Sousa

Valentina Pinheiro Campos Faleceu no dia 12 de novembro com 90 anos. Viúva de Honorato José da Costa Pontes

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Agência Funerária Trofense, Lda

Atualidade

Rocha Funerárias, Lda

Ribeirão - VNFamalicão

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Sudoku

15

Rocha Funerárias, Lda

Farmácias Dia 19 Farmácia Nova Dia 20 Farmácia Barreto

Ribeirão - VNFamalicão

Santiago de Bougado

Maria Augusta Ferreira de Sá Faleceu no dia 5 de novembro com 85 anos. Viúva de Júlio Antunes Ribeiro

Maria Armanda Pereira dos Santos Faleceu no dia 9 de novembro com 78 anos.

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Agência Funerária Trofense, Lda

Dia 21 Farmácia Nova Dia 22 Farmácia Moreira Padrão Dia 23 Farmácia Ribeirão

Ribeirão - VNFamalicão

S.Martinho de Bougado

Manuel Costa Fernandes Faleceu no dia 6 de novembro com 77 anos. Solteiro

Albertina Fernanda Pedrosa Gomes Bragança. Faleceu no dia 9 de novembro com 90 anos. Casada com António Peixoto Bragança

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Agência Funerária Trofense, Lda

Ribeirão - VNFamalicão

S.Martinho de Bougado

Domingos Rodrigues Faleceu no dia 9 de novembro com 89 anos. Viúvo de Maria Irene Gonçalves do Couto

Zeferino Sousa Ferreira Pedroso Faleceu no dia 6 de novembro com 78 anos.

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Agência Funerária Trofense, Lda

Lousado - VNFamalicão

Muro Maria Rosalina Maia de Oliveira. Faleceu no dia 16 de novembro com 77 anos. Casada com Manuel Joaquim da Silva Pinheiro Rocha Funerárias, Lda

Farmácia Barreto Dia 26 Farmácia Nova Dia 27 Farmácia Moreira Padrão Dia 28 Farmácia Ribeirão Dia 29 Dia 30 Farmácia Barreto Dia 1 Farmácia Moreira Padrão Dia 2 Farmácia Moreira Padrão

S. Martinho de Bougado

Muro

Conceição Alves de Matos Faleceu no dia 17 de novembro com 92 anos. Viúva de Manuel Araújo Dias Areal

José Dias Moreira Faleceu no dia 15 de novembro com 84 anos. Casado com Olinda Ascenção Cruz

Agência Funerária Trofense, Lda

Dia 25

Palavras cruzadas

Farmácia Trofense

José da Costa Veloso Faleceu no dia 10 de novembro com 94 anos. Marido de Emília da Costa Martins Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Dia 24 Farmácia Trofense

Rocha Funerárias, Lda

Dia 3 Farmácia Ribeirão

Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700

Enigma A pintura de uma casa pode ser feita por 8 pintores em 17 dias. Se 24 outros pintores se juntarem à equipa 5 dias depois do trabalho ter começado, então quantos dias mais serão necessários para a conclusão do trabalho?

Soluções da edição passada Sudoku

GNR da Trofa 252 499 180 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520 Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060 F icha T écnica

Enigma O professor usa um giz por dia. Portanto, o número total de dias que ele usa 25 gizes é 25. Cada giz leva uma fração de 1/5 do seu tamanho... então restam 25 dessas frações. Desde que cinco das frações sejam unidas para formar um novo giz, o professor combina todas as frações para obter 5 gizes, que podem ser usados novamente por 5 dias. Desta forma, ele dá conta de usar 25 gizes por 25 + 5 dias! Mas...e as sobras de giz usado nos últimos 5 dias? Elas ainda podem ser unidas para formar um outro giz... O que significa mais outro dia! Então, o professor usa os 25 gizes por um total de 31 dias.

Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: We do com unipessoal, Lda. Redação: Cátia Veloso, Magda Machado de Araújo Colaboradores: Atanagildo Lobo, Jaime Toga, José Moreira da Silva, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Cátia Veloso e Magda Araújo | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda., Rua de S, Brás, n.º 1 Gualtar, Braga| Assinatura anual: Continente: 18,50 euros; Extra europa: 45 euros; Europa: 35 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,70 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Sede e Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: We do com unipessoal, Lda. NIF.: 506 529 002 Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 100 % do capital: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.


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19 de novembro de 2020

O NOTÍCIAS DA TROFA

Atualidade

APPACDM uma das contempladas Escuteiros de Santiago recolhem alimentos do Prémio BPI “la Caixa” no fim de semana

A Associação de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) da Trofa foi uma das instituições contempladas do Prémio BPI “la Caixa” Capacitar, anunciaram os promotores do programa, ao início da tarde desta quarta-feira, 18 de novembro. CÁTIA VELOSO Com u m fina ncia mento de 32.270 euros, a APPACDM vai poder “criar uma academia de culinária”, para “capacitar os utentes com conhecimentos e competências nas áreas da pastelaria”. Para a execução do projeto, a instituição vai “requalificar as instalações já existentes” para “criar um espaço adequado à formação, devidamente equipado, na área da pastelaria e restauração”, pode ler-se na descrição da candidatura trofense. Este projeto é um dos 28, provenientes de instituições privadas sem fins lucrativos, que foram distinguidos no âmbito da 11.ª edição do Prémio BPI “la Caixa” Capacitar, que, para a sua concreti-

O Agrupamento de Escuteiros de Santiago de Bougado está a promover a campanha de recolha de alimentos para o Banco Alimentar. Devido à pandemia, a habitual iniciativa de recolha nos supermercados não se pode realizar, pelo que as doações deverão ser entregues na sede do Agrupamento de Escuteiros, na

APPACDM vai criar uma academia de culinária zação, disponibilizará um total de 750 mil euros. “Os projetos financiados pelo Prémio Capacitar vão apoiar cerca de 1400 pessoas em situação de vulnerabilidade acrescida devido à suspensão das atividades terapêuticas, pedagógicas e de apoio social durante a pandemia de Covid-19. Esta situação provocou a

perda de autonomia e agravou os problemas de inclusão de pessoas com deficiência, exigindo aos seus cuidadores que, na ausência de qualquer tipo de apoio, assumissem em exclusivo a prestação dos cuidados do dia a dia, criando situações de absoluta exaustão dos mesmos”, explicaram os promotores do Prémio.

Casa Pastoral Padre Serra, nos dias 21 e 22 de novembro (sábado e domingo), entre as 9h00 e as 12h30. “Todos os artigos recolhidos serão entregues nos armazéns do Banco Alimentar do Porto, para acudir às necessidades desta região”, fez saber o grupo.


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