Quinzenário | 3 de dezembro de 2020 | Nº 730 Ano 17 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €
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Motorista ferido ao descarregar camião //PÁG.7
Mulher sofre queimaduras graves a assar chouriça
Detidos a vender droga junto a escola
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Vereador da Câmara será julgado na Trofa pub
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O NOTÍCIAS DA TROFA
3 de dezembro de 2020
Atualidade
Uma loja com tudo à distância de um clique Ferramentas, artigos de decoração para a casa, mobiliário de jardim, utensílios de cozinha, artigos de papelaria e de escritório, jogos e brinquedos. A Muroplaco montou uma loja gigante que está à distância de um clique. Esta tem sido a resposta das empresas à quebra de receitas, consequência da pandemia. É certo e sabido que a Covid-19 veio mudar, e muito, os nossos hábitos caseiros, laborais e até de consumo. Até à chegada da pandemia, Portugal era ainda um país muito atrás de outras nações no que toca a compras online, mas, a partir de março, com o confinamento e necessidades para colmatar, os portugueses aceleraram nesta área do e-commerce. Dizem os entendidos que, não fosse a Covid-19, os níveis atuais de vendas através da internet em
Portugal demorariam a ser atingidos em cerca de cinco anos. Por este cenário percebe-se que o “boom” aconteceu – houve um crescimento de 77 por cento em relação ao ano passado - e as empresas, fortemente atingidas com a crise que já deu o ar da sua graça, embalam nesta estratégia para recuperar terreno. É o que acontece com empresas trofenses, como a Muroplaco. À partida, e se tiver algum conhecimento de causa, olhará para a empresa como especializada em materiais e ferramentas. E não é mentira. Mas agora, com a loja online que abriu há cerca de três meses – em muroplaco.pt -, é muito mais do que isso. “Temos entre 12 mil a 13 mil produtos disponíveis. E todos os dias vamos acrescentando mais. Estamos, neste momento, numa evolução constante, aproveitando este canal, que já é muito procurado”,
Muroplaco tem cerca de 13 mil artigos disponíveis explicou ao NT Fábio Silva, funcionário da Muroplaco e responsável pela área do e-commerce da empresa. Uma loja onde pode encontrar tudo No site pode encontrar, literalmente, de tudo, por isso, se não tiver ideias para presentes de Natal, visitar www.muroplaco.pt é uma boa solução. Se não, vejamos: caixas de ferramentas para quem gosta de bricolage, produtos para jardim, desde mobília a artigos de decoração e arranjos florais, churrasqueiras para prometer aquele jantar de fim de tarde aos amigos, já longe da Covid-19, utensílios de cozinha para os que acham que lhe falta sempre mais um novo artigo no apoio
Meteorologia
à criação daquele prato gastronómico que vai surpreender a família. A lista já vai longa, mas ainda falta referir que ainda há artigos de decoração do lar, como velas, plantas e iluminação, artigos de papelaria e escritório, artigos de desporto, jogos para miúdos e graúdos e brinquedos. Tudo isto, numa só plataforma. E se variedade é um ponto forte nesta loja à distância de um clique, melhor ainda é perceber que consegue competir, ao nível de preços, com outras grandes plataformas. “Tenho o cuidado de avaliar a concorrência e sei que conseguimos apresentar preços mais baixos do que plataformas como a Amazon”, assegurou Fábio Silva. O feedback que tem recebido dos clientes é satisfatório: “Temos vendido bem e as visitas ao site
crescem todos os dias. Ainda no outro dia, quando íamos almoçar, um senhor veio ter connosco com o site aberto no telemóvel a perguntar se tínhamos aquele produto disponível. Devido à grande oferta, não temos capacidade de armazenar todos os produtos, mas garantimos entregas, quase sempre, em dois dias úteis. Para quem for de perto, há a possibilidade de levantar os produtos em loja, senão, despachamos as encomendas através de transportadoras”. O lançamento do site já estava a ser equacionado há algum tempo e surgiu no momento certo, reconhece. “Juntou-se o útil ao agradável. Desta forma conseguimos chegar a todo o lado. Já tivemos encomendas do Algarve e de Lisboa, por exemplo”, sublinhou.
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Atualidade
734 infetados de 15 a 30 de novembro Nas duas últimas semanas, a Trofa registou 734 casos de Covid-19. Houve um decréscimo do número de infetados de 24 a 30 de novembro, o que pode indiciar que o concelho terá atingido o pico da curva epidemiológica. CÁTIA VELOSO Depois de várias semanas a subir, o número de novos casos de Covid-19 começou a descer, no concelho da Trofa. É o que indicam os dados mais recentes da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), que revelam que, de 24 a 30 de novembro, houve 339 casos identificados no município, menos 14 por cento do que os registados na semana anterior (395). Ainda assim, a taxa de incidência, tendo em conta o período de 17 a 30 de novembro, ainda é preocupante: está situada nos 1910 casos por cem mil habitantes. Estes indicadores indiciam que a Trofa já terá atingido o pico da curva, mas certezas só no boletim da próxima semana da ARSN. Enquanto isso, é premente continuar a respeitar as medidas de segurança e de higiene para que a propagação seja contida. Durante a última quinzena, os Agrupamentos de Escolas viram-se obrigados a isolar turmas e en-
cerrar estabelecimentos. A Escola Básica do Paranho, onde funcionam as atividades letivas das turmas do 2.º, 3.º e 4.º anos, está encerrada até 9 de dezembro. Em isolamento estão todos os alunos, professores e auxiliares, depois de confirmados três casos de Covid-19, em alunos, de diferentes turmas. Dias antes, o edifício do Paranho onde funciona o ensino pré-escolar e o 1.º ano também foi encerrado, depois de uma funcionária, que dá apoio às crianças nas refeições, ter testado positivo. Para isolamento foram ainda duas turmas da Escola de Paradela, uma da EB de Cedões, uma da EB de Bairros e outra da Escola Secundária da Trofa. No Agrupamento de Escolas do Coronado e Castro, duas salas do jardim de infância de Giesta também encerraram, depois de confirmados dois casos. A creche do Centro Social e Paroquial de S. Martinho de Bougado também foi obrigada a encerrar, depois de confirmado um caso positivo entre as crianças que frequentam esta valência. Três turmas da creche e jardim de infância da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa foram colocadas em isolamento profilático, em casa, de-
pois de 2 alunos terem dado positivo no teste à Covid-19. Segundo Luís Elias, presidente da direção da Associação “por determinação da autoridade de
“Os números estão em níveis extremamente elevados”, diz delegado de saúde Os concelhos da Trofa e Santo Tirso registaram, nas últimas semanas, um crescimento significativo do número de casos de Covid-19. Segundo um dos clínicos da equipa de saúde pública do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) destes municípios, Gustavo Tato Borges, “os números estão em níveis extremamente elevados”. Ainda assim, há indicadores positivos, como o facto de “o aumento do crescimento não ser tão grande como era há uns tempos”. “Poderemos estar numa fase de começar a controlar”, vaticinou Gustavo Tato Borges, crente de que “o trabalho de cada cidadão a assumir os comportamentos seguros” e “a intervenção que pode ser feita o nível político e das autoridades de saúde” serão o caminho para “a viragem” da tendência de crescimento. O número de casos de Covid-19 nos concelhos de Santo Tirso e Trofa já não permitem à equipa de saúde pública do Agrupa-
mento de Centros de Saúde (ACES) acudir a todas as necessidades de contacto. Num esforço de contribuir para a resolução do problema, as câmaras municipais montaram call centers, que vão colaborar na vigilância ativa dos concelhos. Enquanto os contactos não são colocados em dia, há quem permaneça em casa ansioso por uma chamada que lhe resolva a situação de impasse. A essas pessoas, Gustavo Tato Borges deixa uma “mensagem de calma”. “Há pessoas que estão descontentes e que têm a sua situação por resolver, nomeadamente a justificação para o trabalho, mas queremos deixar uma mensagem de tranquilidade, porque iremos chegar à sua necessidade e emitir o seu atestado, desde que sejam identificados como contactos de alto risco”, referiu, sem deixar de reconhecer “a ansiedade” sentida pelas pessoas que ainda aguardam por um contacto.
saúde, ficarão em confinamento profilático de 23 de novembro a 4 de dezembro, inclusive”. Os alunos “pertencentes a um grupo de creche e outro de jar-
dim de infância” são 7 e 18, respetivamente. A 19 de novembro foi conhecido que uma educadora da instituição tinha testado positivo à Covid-19.
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Atualidade
Vacinas em tempos de pandemia Protege-te da Covid-19, protegendo-te da gripe!
Junta do Coronado apoiou restauração na entrega de refeições A equipa de voluntários que a Junta de Freguesia do Coronado criou para ajudar os estabelecimentos de restauração durante o período de confinamento do fim de semana de 21 e 22 de novembro, realizou “54 entregas”, confirmou ao NT José Ferreira, presidente daquela autarquia. “Para a primeira experiência, correu muito bem. Sentimos que foi, indiscutivelmente, uma grande ajuda à restauração da Vila do Coronado”, sublinhou o autarca. A ideia era simples: já que o cliente não
podia ir à refeição, a refeição ia até ao cliente. Doze restaurantes aderiram à iniciativa, que contou ainda com o apoio de empresas na disponibilização de viaturas. Durante esse fim de semana, os estabelecimentos de restauração estavam impedidos de servir refeições depois das 13 horas, a não ser que tivessem serviço de entrega ao domicílio. Entretanto, nas novas regras, ao Governo incluiu a possibilidade de servir em regime de take away.
Câmara disponibiliza funcionários para vigiar contactos diretos O município da Trofa mobilizou uma equipa de colaboradores da autarquia para apoiar os delegados de saúde nos contactos de vigilância das pessoas que tiveram contacto direto com infetados com Covid-19 no concelho. O call center começou a funcionar a 27 de de novembro, uma semana depois do anúncio feito pelo diretor executivo do Agrupamento de Centros de Saúde Santo Tirso/Trofa, Nuno Carvalho, à margem da abertura de uma estrutura igual, no concelho tirsense, na manhã de 19 de novembro. Esta valência foi criada para aliviar a carga de trabalho à qual a equipa de saúde pública do ACES, por falta de meios e tempo, já não consegue dar resposta, uma vez que
o número de casos não para de aumentar. “A nossa equipa terá sempre acompanhamento e orientação de um técnico de saúde do ACeS, sendo que todos os casos confirmados de Covid-19 serão unicamente acompanhados por técnicos do ACeS e com formação na área da saúde”, fez saber a autarquia. Os 14 trabalhadores da autarquia mobilizados para fazer esta trabalho são de “serviços como a ação social e a proteção civil, entre outros”. O serviço vai funcionar de segunda a sexta-feira, no horário habitual da autarquia, no Fórum Trofa XXI, referiu a Câmara Municipal.
A vacinação não é um termo novo para nenhum de nós, não é algo inédito, não é uma tendência. Atualmente, vivemos uma incessável busca pela vacina contra o vírus SARS-CoV-2, no entanto existem outras doenças, que, recorrentemente, nos afetam em períodos específicos do ano, sendo que para algumas temos vacinas disponíveis. A gripe sazonal é um dos exemplos, e apesar da sua recomendação habitual em anos anteriores, no momento de pandemia que atualmente vivemos, considero a sua administração ainda mais importante, ponderando a toma simultânea da vacina da pneumonia em grupos com risco acrescido. Não pretendo dizer que ao ser vacinado estará protegido para a Covid-19, pelo menos não de forma direta. Contudo, na minha opinião, representará um importante aliado no seu combate. Algumas semanas após o início da disponibilização da vacina da gripe, é notável uma elevada procura desta relativamente a anos anteriores. Os sentimentos de insegurança e preocupações face a pandemia são evidentes pelos utentes que passam pelas consultas/teleconsultas onde sou confrontada com dúvidas frequentes sobre a decisão de ser (ou não ser), sentindo na maioria delas o expresso desejo de o ser. Porém, a procura excessiva resulta num “problema” adicional - a falta de vacinas que se começa a notar - podendo parecer um contrassenso perante a tentativa de sensibilização da sua toma. O culminar desta situação é comportamentos menos adequados, desde aglomerados de pessoas à porta de farmácias a relatos de “ameaças” aos profissionais por falta de vacinas. No entanto, a administração da vacina da gripe a um maior número de pessoas levará uma redução dos casos de gripe sazonal. Como resultado, a afluência aos serviços de saúde será menor, reduzindo os aglomerados de pessoas e desta forma a propagação de gripe e Covid-19. É da consciência de todos que os recursos do Sistema Nacional de Saúde se encontram sobrelotados, sendo o seu limite um horizonte cada vez mais visível. Do meu ponto de vista, isto pode representar um alívio do Sistema Nacional de Saúde, esperando-se uma melhoria da capacidade de prestação de cuidados a quem a assistência é indispensável. Em termos do indivíduo de forma singular, a toma da vacina resulta no fortalecimento do sistema imunológico pelo aumento das defesas do organismo contra a gripe, deixando disponível um maior foco no combate a uma possível infeção por Covid-19. Além do referido, considero que ajude a evitar também eventuais confusões entre hipóteses diagnósticas (gripe e Covid19) por sobreposição de sintomas. A vacina da gripe deve ser administrada durante os meses de outono/inverno. Com base nos dados da norma n.º 016/2020 de 25/09/2020, a vacinação contra a gripe é gratuita, no Sistema Nacional de Saúde, para determinados grupos de risco. Estes abrangem: • grupos etários de idade igual ou superior a 65 anos; • grávidas; • pessoas com mais de 6 meses de idade: - Com determinadas patologias crónicas. - Residentes em instituições, incluindo estruturas residenciais para pessoas idosas, utentes de Serviço de Apoio Domiciliário e Doentes da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e reclusos em estabelecimentos prisionais. • Saúde ocupacional. Se pertence a um dos grupos de risco, não deve adiar a sua administração! Não é apenas uma proteção individual, mas também coletiva! Contudo, importa salientar que não funcionará como substituto das medidas atualmente vigentes como o distanciamento social, o uso de máscara e a lavagem das mãos. É uma medida adicional! Deixo-vos um pensamento com uma premissa: se o tratamento de uma pessoa infetada com Covid-19 só por si exige um esforço elevado, numa pessoa que tenha contraído Covid-19 e, simultaneamente, gripe sazonal ou pneumonia, o aumento da dificuldade e dos riscos associados é exponencial. Assim, não tenho dúvidas que a vacinação constitui um recurso de vital importância perante o atual panorama de saúde pública. Como profissional de saúde, considero que os médicos desempenham um papel fulcral na transmissão da informação mais adequada aos nossos doentes, de forma a cultivar uma toma de decisão informada e corresponsável. Por vezes, talvez muitas vezes, vezes demais do que aquelas que gostaria, esta comunicação tem sido comprometida, pela sobrecarga de tarefas impostas, fruto da pandemia. Contudo, são feitos os possíveis (e impossíveis), para que no meio do caos, alguma ordem prevaleça e a sua saúde seja a prioridade. Sílvia Garcia Médica na USF Uma Ponte Para a Saúde - Trofa
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Atualidade José Pedro Maia Reis Memórias e Histórias da Trofa
A mpliação da A ntiga Estação da Trofa em 1905 O silvar dos comboios fez-se ouvir na Trofa, em 1875, e conforme tem vindo a ser explanado ao longo de várias crónicas, aquele momento marcou o início do progresso industrial e o respetivo desenvolvimento económico desta nossa cidade e futuro concelho. A zona próxima à antiga estação ia-se desenvolvendo, a paisagem urbana ia mudando num curto espaço de tempo e nesse mesmo espaço temporal havia cada vez menos espaço para a ruralidade. Rapidamente, os terrenos agrícolas iriam sendo transformados em unidades industriais com algum improviso em que a parte debaixo de uma casa serviria, perfeitamente, para a instalação de equipamentos industriais. Não ignorar também que surgiam cada vez mais as edificações destinadas ao uso habitacional para albergar aqueles que escolhiam viver na Trofa para fugir a uma vida difícil de trabalho no campo. Obviamente que com a crescente aparição de unidades industriais, o número de passageiros e respetivas viagens de transporte de mercadorias também aumentava, enquanto a estação ia ganhando cada vez mais importância. Tornava-se imperioso perceber se os equipamentos ferroviários estavam à altura daqueles desafios. Passados 20 anos, as primitivas instalações estavam ultrapassadas, não conseguindo acompanhar aquele ritmo de crescimento, o número de passageiros era cada vez mais elevado e as instalações eram exíguas e, inclusivamente, causavam desconforto a quem utilizava o comboio para se movimentar. A falta de condições chegou a ser complexa, com os passageiros a terem de aguardar ao ar livre até à chegada do seu comboio, com claras agravantes nos tempos de inverno em que o mau tempo deixava marcas nos seus utilizadores. Nesse sentido, em 1905, era aguardada uma obra profunda de todo aquele complexo ferroviário, com um investimento na ordem dos 17.200$00, uma verba elevadíssima para os padrões da época, possivelmente o maior investimento a realizar na Trofa naquele período da história, como também nos anos anteriores e talvez posteriores, demonstrando alguma preocupação do poder central para com a Trofa. Uma terra que padecia de grandes investimentos públicos para acompanhar as suas dinâmicas de crescimento económico que seria uma vantagem para todos, todavia, conforme tem vindo a ser explanado nesta rubrica, os investimentos públicos iam demorando a sua vinda e condicionando o seu crescimento.
Cruz Vermelha recebe apoio da Mercadona A delegação da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa firmou protocolo com o retalhista Mercadona, que, diariamente, doa géneros alimentares ainda em bom estado de consumo. Este apoio é concedido desde 2 de setembro, dia de abertura da loja, na Trofa. “Esta doação tem permitido alargar o apoio prestado pela Delegação da Trofa, permitindo melhorar os cabazes de emergência alimentar, apoiar a cantina 'Porta de Sabores', aumentar os apoios em excedentes alimentares e apoiar diferentes instituições do concelho”, explicou fonte da ins-
tituição, que sublinha que as respostas sociais estão a ser garantidas, “respeitando as recomendações das autoridades de saúde pública, destinadas a reduzir o contágio, acautelando a higiene e a segurança”. “Este apoio é uma mais-valia para a nossa missão, estando a ajudar a multiplicar sorrisos na população que nos procura e que neste momento de fragilidade se revela fundamental”, acrescentou a mesma fonte. Nos dados mais recentes divulgados, relativos aos apoios concedidos no mês de novembro, a delegação dá conta de que “o apoio
em excedentes alimentares chegou a 997 pessoas com mais de 9000 alimentos”, aos quais acrescem as 430 refeições oferecidas na cantina social e os 1539 alimentos concedidos no apoio de emergência alimentar, que respondeu à necessidade de mais 54 pessoas. “De salientar que, durante este mês, apoiamos 20 vezes diferentes instituições do concelho com géneros alimentares, porque continuamos a acreditar que juntos vamos mais longe”, sublinhou, ainda a instituição, que, no toca ao apoio de medicação, acudiu a 48 solicitações.
Motorista ferido ao descarregar camião
Homem de 33 anos ficou ferido nos membros inferiores Um homem, motorista de um veículo pesado de mercadorias, sofreu ferimentos quando estava a descarregar, numa empresa na rua da Ribeira, em Santiago de Bougado, cerca das 18h30 de 25 de novembro. Segundo o NT apurou, o homem,
de 33 anos, ficou com os membros inferiores presos debaixo de uma máquina que era descarregada da sua viatura. Foi socorrido pelos Bombeiros Voluntários da Trofa, que mobilizaram para o local sete elementos, uma ambulância e uma viatura de desen-
carceramento. Houve ainda apoio das equipas da SIV de Santo Tirso e VMER de Famalicão, do INEM. A vítima foi transportada para a unidade de Vila Nova de Famalicão do Centro Hospitalar do Médio Ave com ferimentos leves.
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Atualidade
Câmara apresenta orçamento de mais de 40 milhões de euros O executivo que lidera a Câmara Municipal da Trofa fez aprovar na semana passada um orçamento para 2021 no valor de 40,8 milhões de euros, uma subida de 5,1 milhões de euros relativamente a 2020. No documento aprovado com a abstenção dos vereadores eleitos pelo partido Socialista, o executivo prevê que as receitas correntes atinjam os 24,4 milhões de euros e despesas correntes sejam 21,5 milhões de euros, lê-se no documento enviado à Agência Lusa. Apontando para um investimento em 2021 de 19,2 milhões de euros, o executivo quer traduzi-lo na “conclusão do edifício dos Paços do Concelho, da ciclovia do Coronado e da ciclovia norte, da Distribuidora 21, continuação da requalificação da rede viária e urbana, aquisição de terrenos para a requalificação da zona envolvente aos Paços Concelho e construção da futura Praça do Município”. O executivo aprovou uma “redução da taxa do Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) familiar para agregados com um, dois, três ou mais dependentes”, mantendo-se inalterada a taxa aplicada aos prédios rústicos nos 0,44 por cento. Segundo o executivo, há também uma “redução no IRS para todos os cidadãos residentes na
Autarquia pretende investir em 2021 19,2 milhões de euros Trofa de 4 por cento , fixando-se nos 0,48”, bem como na Derrama, para os pequenos empresários, de 50 por cento, passando a taxa para 0,75”. O executivo assinala também uma “redução de 50 por cento do valor da fatura da água, lixo e saneamento aos pequenos empresários, do comércio e serviços”, apoio apenas garantido nos primeiros três meses de 2021. Também as famílias no 1.º, 2.º e 3.º escalão “terão diminuição no preço da água para 2021”, num valor de “360 mil euros” que a câmara estima poupar aos trofenses. Da parte da oposição, Amadeu Dias afirmou que a abstenção “segue a linha do que foi feito nos últimos três anos, porque o orçamen-
to não vem isolado, mas acompanha o plano de atividades e o plano plurianual de investimento”. “Fizemos o de sempre que é manter-nos vigilantes e apresentar as nossas propostas para melhorar o documento. Os números mostram que há uma recuperação, mas teríamos feito de outra forma”, assinalou. Por seu lado o Partido Socialista apresentou uma proposta que os vereadores afirmam ser “na linha de coerência “com as propostas que apresentámos nos últimos três anos, deve ser priorizada a melhoria das acessibilidades e mobilidade, numa verdadeira coesão territorial, a ação social, procurando responder ao flagelo dos mais carenciados, e a
gestão municipal.” Os vereadores socialistas apresentaram como proposta “a Redução da Taxa de IMI para 0.40% em prédios urbanos; a Comparticipação da taxa variável da água conforme proposta apresentada pelos Vereadores do PS em sede de reunião de câmara e a isenção do pagamento de taxas de esplanadas e similares de 1 de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2021 . Para os socialista a coesão territorial e as acessibilidades devem ser priorizadas propondo assim “ requalificar a rede viária municipal, em particular o troço que liga Santiago de Bougado a São Romão do Coronado e dotar o concelho da Trofa de uma rede de transpor-
tes urbanos eficaz e que assegure regularmente a ligação de todas as freguesias à sede do Concelho”, ajudando assim não só à “deslocação dos munícipes para o trabalho mas permitindo assim aproximar o comércio e os habitantes do concelho”. Os socialistas propõe ainda a “criação da figura do provedor municipal para o cidadão com deficiência de forma a que as pessoas com necessidades especiais se sintam apoiadas e possam dar conta dos problemas e dificuldades com que se deparam no dia a dia”, adiantam os vereadores Amadeu Dias e Tato Diogo. Mas as juntas de freguesia e os parcos recursos financeiros para resolver os problemas da população são outra das preocupações dos vereadores socialistas que desafiaram o executivo de Sérgio Humberto a “aumentar em 20 por cento o valor do contrato inter-administrativo com as Juntas de Freguesia” assim como à oferta a todos os alunos do concelho que frequentam o ensino obrigatório dos livros de atividades e fichas de todas as disciplinas”, contribuindo assim para a educação universal e acessível a todos os alunos em igualdade de acesso, uma vez que o governo de António Costa instituiu que o acesso aos manuais escolares é gratuito para todos os alunos do primeiro ciclo.
Trofa reconhecida como Município Mais Redução na água, Familiarmente Responsável saneamento e resíduos às empresas garantida por “3 meses” Os apoios da Câmara Municipal da Trofa às empresas, relativos à redução de 50 por cento na fatura da água, saneamento e resíduos, vigoram por três meses, em 2021. A informação foi dada pelo presidente da autarquia, Sérgio Humberto, numa comunicação que fez à população em vídeo, na rede social Facebook, em que admite que se trata de “uma medida excecional, por um período de três meses”, que, depois, “será avaliada”. O período de vigência deste
apoio ainda não era conhecido, uma vez que não estava refletido no comunicado da Câmara Municipal da Trofa, aquando do anúncio do pacote de medidas para o ano de 2021. Recorde-se que, para ajudar as empresas, a autarquia vai também reduzir, em 50 por cento, a taxa da derrama. IMI familiar e descontos no abastecimento de água Já para as famílias, a Câma-
ra Municipal garantiu a atribuição de um desconto no Imposto Municipal de Imóveis, ajustado para famílias com um, dois ou três ou mais dependentes. Já a taxa variável de IRS das famílias será reduzida em quatro por cento e o preço da fatura da água será reduzido de acordo com o escalão: no 1.º, o valor da tarifa da água passará de €0,99 para €0,71; para o 2.º altera de €1,62 para €1,12, e para o 3.º passa de €3,25 para €1,87.
O município da Trofa foi distinguido no Observatório dos Municípios Familiarmente Responsáveis com o selo “Autarquia Mais Familiarmente Responsável”. Esta distinção, atribuída pela Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, além de reconhecer as boas práticas de apoio às famílias promovidas nos últimos anos, também destaca as políticas sociais excecionais adotadas como resposta à pandemia da Covid-19. O Observatório das Autarquias Familiarmente Responsáveis é uma iniciativa da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, em parceria com Instituto da Segurança Social, que tem como principais objetivos acompanhar, galardoar e divulgar as melhores práticas das autarquias portuguesas em matéria de responsabilidade familiar.
Trofa Senhor de 73 anos, viúvo procura companheira entre os 65 e 70 anos para fazer vida a dois Contacto 966726659
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José Calheiros
Escrita com Norte Papelzinho Margarida, desde há 40 anos, faz todos os dias úteis o mesmo percurso a pé para o local de trabalho, o “Departamento de Licenças das Finanças”, e há 52 anos que faz o mesmo percurso todos os dias úteis, desde os seis anos, quando foi para escola primária, onde viria a ser instalado o “Departamento de Licenças das Finanças” e faz, desde que se recorda, o mesmo percurso todos os fins-de-semana e dias de feriado até ao parque, que fica situado após a antiga escola primária. De tanta ida e volta, os sapatos rasos de Margarida estão marcados no passeio e todos respeitam estas marcas como se fossem uma passadeira válida apenas para ela. Fora do serviço acham-na simpática, em virtude do sorriso que mantém no vai e vem casa-trabalho, mas preso ao passado, em que recorda o boato transmitido por uma prima, de que um primo do amigo do primo, irmão da prima, estaria apaixonado por ela e com intenções sérias de casar. O casamento nunca chegou a acontecer, porque eles nunca se chegaram a conhecer! Ainda hoje, Margarida diz-se solteira por opção, apesar de ter vivido um grande amor! Nesta vida, aparentemente marcada pelos hábitos, tudo desmorona à noite, no segredo do quarto da casa, desde que a sua mãe faleceu. Debaixo dos cobertores, enquanto dura a reza do “terço”, Margarida contrai e relaxa os glúteos, mantendo-os em boa forma relativamente ao resto do corpo e permitindo-lhe usar as saias ligeiramente travadas e com folhos abaixo do joelho, estilo atrevido adoptado quando jovem e parolo com o passar dos anos…para a parte de cima, camisa coberta sempre por um casaco de malha e um lenço ao pescoço Sendo chefe da Secção para “Atribuição de Licenças”, Margarida está sempre atenta às conversas dos seus colaboradores com os empreiteiros. Sempre que uma licença está prestes a ser atribuída, ela levanta-se da secretária, aproxima-se e pergunta – E o papelzinho? Já tem o papelzinho?! Esta pergunta maldita para os promotores imobiliários, é o “click” para, atarefados, mexerem em toda a papelada que trazem na pasta. Depois de vasculharem impressos, selos e certificados, o papelzinho nunca é encontrado e a licença não é atribuída. Quase não há construções novas na terra de Margarida desde 1980 e as poucas que foram realizadas, foi à custa de licenças atribuídas em período de doença ou de férias desta, atribuídas pela sua substituta. Sentindo-se desautorizada, quando regressava, após a doença ou das férias, quase sempre passadas nas termas, tratava de as embargar. Naquele dia, quando passa pela obra do Centro Comercial, licenciado durante uma gripe, mas devidamente embargada e com inauguração marcada para dali a duas semanas, cai num buraco e bate com a cabeça num tijolo. (...) Quando recupera os sentidos, levanta-se, olha para si, tem a saia composta mas o casaco está rasgado no braço – Ainda tenho umas cotoveleiras lá em casa! – pensa. Levanta a cabeça, olha à sua volta e – Uuiiii!!! – exclama. Por todos os lados, o deserto... milhares de homens mal vestidos são chicoteados enquanto puxam pesadas pedras. Olha para a sua direita e abismada, Margarida vê uma construção a tomar forma de uma pirâmide e em frente, um homem aos berros – Deve ser este o empreiteiro! – pensou. - Ó senhor. – chamou num tom bem audível. O homem de trajes estranhos e tez muito morena aproxima-se. - A licença para esta obra? – pergunta. - Licença?! Eu fui mandado fazer esta pirâmide. - Por quem? – pergunta Margarida, começando a perder a paciência. - Pelo meu Amo, o Grande Tutankhamon! Incomodada, Margarida manda chamar o Faraó e pede-lhe o papelzinho da obra. Perante a inexistência de papelzinho, Margarida embarga a obra e fiscaliza outras em curso: estátuas gigantes com corpo de gato e rosto humano, sete templos e quatro fortificações. Perante a ilegalidade, todas as obras ficaram suspensas. Actualmente, nas aulas de História fala-se de uma civilização antiga, que antes de atingir o seu apogeu, caiu em desgraça por falta do “papelzinho”!
Vereador da Câmara da Trofa vai ser julgado em “casa”
Já está definida a nova data “falta de condições de trabalho”. “falta de fiscalização” das “verpara o início do julgamento do Na altura, o coletivo de juízes de- bas públicas atribuídas pela auCaso Trofense, depois de ter cidiu que os mesmos deveriam tarquia para obras de manutensido adiado, a 19 de outubro, sugerir “outros locais”, para que ção e requalificação do Compledevido ao isolamento profilá- uma alternativa fosse proposta ao xo Desportivo do Trofense, em Patico do vereador Renato Pinto juiz presidente do Tribunal Judi- radela”, acabando o dinheiro, aleRibeiro, um dos arguidos do cial da Comarca do Porto. gadamente, desviado pelo então processo. Foi, então, determinado que as presidente do clube Paulo Melro, audiências de um caso que envol- para pagamentos de salários e ouO julgamento realiza-se de 8 a ve a Câmara Municipal se reali- tras despesas do futebol profissio11 de fevereiro, mas na Trofa, no zassem num edifício gerido pela nal do Trofense. Fórum Trofa XXI, no Parque Nos- própria autarquia, que, aliás, já As verbas em causa estariam sa Senhora das Dores e Dr. Lima recebeu outro julgamento, de oito destinadas à requalificação dos Carneiro. indivíduos indiciados por rou- relvados e apoio na construção Esta alteração de local estará bos violentos a idosos, num caso de uma sala de estudos no comrelacionada com o facto de, na que ficou conhecido pela fuga de plexo do clube em Paradela. Nesprimeira audiência, realizada no três deles do Tribunal de Instru- se ano (2014), o Clube Desportivo auditório municipal de Vila Nova ção Criminal do Porto, após a de- Trofense viu ser-lhe atribuído um de Gaia que ditou o adiamento do tenção. valor global de 135 mil euros de julgamento, os advogados terem Recorde-se que o Caso Trofen- subsídios por parte do município. mostrado descontentamento pela se relaciona-se com uma alegada
Detidos em flagrante a vender droga junto a escola Dois jovens, de 20 e 25 anos, foram detidos, em flagrante, pelo Núcleo de Investigação Criminal de Santo Tirso do destacamento de Santo Tirso da GNR, por tráfico de estupefacientes, na cidade da Trofa. Na sequência desta ação, que culminou na detenção dos dois indivíduos, a 24 de novembro, foram ainda constituídos arguidos outros quatro suspeitos, com idades entre os 18 e os 25 anos. Em causa está, segundo a Guarda, uma investigação que durava já há um ano e meio sobre uma rede que se organizou na Trofa para vender droga. A detenção aconteceu junto a uma escola, onde os indivíduos se encontravam a vender o produto estupefaciente, mas o grupo atuava em diversos locais, entre os quais na zona da Alameda da Estação.
I nvestigação durava já há ano e meio No âmbito das diligências poli- co telemóveis e 260 euros em diciais, foi dado cumprimento a seis nheiro. Os detidos, um deles com antemandados de busca domiciliária, que resultou na apreensão de di- cedentes criminais por ilícitos da verso material estupefaciente – 80 mesma natureza, foram presentes, a 26 de novembro, a primeiro indoses de pólen de haxixe e 52 doses de canábis -, vários terrogatório judicial no Tribunal objetos de corte e dosagem, três de Instrução Criminal de Matosimunições, um carregador de nhos, para aplicação de medidas arma de fogo, um veículo, cin- de coação.
Mulher com queimaduras graves ao assar chouriça Uma mulher, moradora na Abelheira, em S. Martinho de Bougado, sofreu ferimentos de terceiro grau quando assava uma chouriça em álcool, cerca das 14 horas de 22 de novembro.
A jovem, de 23 anos, teve queimaduras graves num braço, peito, face, língua e vias respiratórias. Foi socorrida pelos Bombeiros Voluntários da Trofa, que foram apoiados pela SIV de Santo Tirso
e VMR do Hospital Pedro Hispano, do Porto. Foi transportada para a sala de urgência do Hospital de S. João, no Porto, e, devido à gravidade das queimaduras, foi-lhe induzido coma.
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Atualidade
ASAS organiza venda de Natal Santo Tirso recebe, até 24 de dezembro, o mercado de Natal da ASAS, que, devido à pandemia, se transferiu do Mercado Ferreira Borges, no Porto. ASAS apoia, na Trofa, 25 idosos em situação de isolamento. L imitada pela pandemia, a ASAS - Associação de Solidariedade e Ação Social de Santo Tirso substituiu o seu mercado de Natal, no mercado Ferreira Borges, no Porto, por uma iniciativa semelhante de venda de produtos em Santo Tirso. Em pleno centro da cidade, e apesar de haver muitas restrições por questões de seM ercado de Natal está aberto todos os dias, entre as 10 e as 19h30 gurança e saúde pública, a ASAS ASAS reinventa apoio não quis deixar de, em parceria Com a duração de quase um do Centro Comunitário com as marcas que todos os anos mês, decorrendo até 24 de deA Associação, que é detentoapoiam esta venda de Natal, vol- zembro, o mercado realiza-se “na tar a lançar mãos à obra. mesma lógica e filosofia do layout ra de um Centro Comunitário no Assim, desde 28 de novembro da Asas Weekend, com as mes- concelho da Trofa, apesar de ter, que na rua Dr. Carneiro Pacheco, mas marcas, mesmas parcerias, fisicamente, as portas fechadas no coração de Santo Tirso, a soli- com os mesmos amigos, permi- para receber os idosos, reinvendariedade e apoio à instituição se tindo compras em segurança e li- tou a forma de os apoiar. “Não pofazem notar. mite de pessoas dentro do espa- dendo eles ir ao nosso centro coGilda Torrão, diretora técni- ço”. Ao durar quase um mês, há munitário, nós estamos a visitá-los ca da instituição, lamenta não ter possibilidade de “as pessoas de na casa deles, fazemos recados, sido possível realizar “o merca- outros concelhos possam visitar” vamos passear com eles, vamos à do Asas Weekend, no mercado e fazer a suas compras de Natal, farmácia, vamos à mercearia, joFerreira Borges”. “Diligenciamos com oportunidades únicas ao ní- gamos, lemos, rezamos”. Gilda Torrão explica que esta tudo a partir de junho, trabalhan- vel da qualidade/preço. do em parceria com a Câmara MuO Mercado de Natal da ASAS mudança de estratégia, fruto nicipal do Porto e do Hard Club, está aberto todos os dias, entre das restrições da pandemia, tem mas com o evoluir da pandemia, as 10h00 e as 19h30, e “nos dias como objetivo “garantir a feliciconsideramos que não podería- em que há restrições, no âmbito dade e o bem-estar de tanta genmos expor a nossa equipa, que da pandemia”, a organização vai te que está desprotegida e desamdepois está a trabalhar com as “ajustando às orientações”, adian- parada”. “Estamos a acompanhar 25 idosos em casa. Sem dúvida, nossas crianças e jovens. E tam- tou Gilda Torrão. bém pensamos nas pessoas que O produto desta venda é utili- a nossa redescoberta do trabanos visitam desde há sete anos e zado pela ASAS “na sua missão, lho com os idosos tem sido muito que tínhamos de dar outras condi- que é proteger as crianças e jo- engraçada, vai ser uma área que ções na organização deste even- vens em perigo e as famílias des- se vai manter”, realçou a diretora técnica da ASAS. to”, explicou. protegidas”.
3 de dezembro de 2020
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Religião
Diácono portuense estagia na Trofa
19 casais comemoram jubileus matrimoniais Promovidos pelas equipas da Pastoral Familiar das paróquias de São Martinho de Bougado e Santiago de Bougado, realizaram-se no domingo, 29 de novembro, as comemorações dos jubileus de casamento de 19 casais, que celebraram, neste ano de 2020, os 10.º, 25.º, 50.º ou 60.º aniversário de matrimónio. Esta cerimónia de Ação de Graças, que esteve inicialmente programada para ser a nível da diocese do Porto, devido à pandemia, foi limitada a casais das duas paróquias. A.C.
Na manhã de domingo, 22 de novembro, o jovem Luís Filipe Menéres de Faria Lencastre foi ordenado diácono na igreja dos Grilos, pelo Bispo de Porto, juntamente com outros quatro seminaristas. Este jovem recém-ordenado está, atualmente, a fazer “estágio” na paróquia de São Martinho de Bougado. Luís Lencastre nasceu em 26 de maio de 1989, na paróquia de Nossa Senhora do Porto, em Ramalde. Foi admitido no Seminário aos 25 anos, onde estudou e acabou o curso de Mestrado Integrado em Teologia. Defendeu, no passado mês de outubro, a tese “Lugar de Água e Luz”, que é um estudo teológico sobre a Pastoral do Porto. A palavra diácono provém do grego “diákovos”, significa “servo”, “ajudante”, “ministro” e é aplicado à primeira das chamadas “Ordens Maiores” na hierarquia do Sacramento da “Ordem”. A origem dos diáconos vem dos primórdios do Cristianismo. Logo a seguir à Ascensão de Cristo e do Pentecostes, os apóstolos começaram a pregar pelas aldeias e vilas e em pouco tempo aumentaram os seguidores da “nova religião”, pelo que houve necessidade de recorrer a fiéis que os ajudassem no serviço dos pobres e de socorro às viúvas e para a proclamação da palavra de Deus. E assim aconteceu: foram escolhidos os primeiros sete diáconos,
L uís L encastre
ordenado diácono a
entre eles Estêvão e Filipe. Na Igreja Católica (Romana), os diáconos subdividem-se em duas
22 de novembro naturezas: uma delas “transitória”, em direção ao sacerdócio, e a outra “permanente”. A.C.
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Religião
Advento e festa da Imaculada Conceição Advento, cuja raiz etimológica vem do latim “Adventus”, quer dizer “chegada” é o primeiro tempo do chamado Ano Litúrgico, que antecede o Natal, e é um tempo de preparação (quatro semanas) para a festa do Natal, festa em que a Igreja Católica celebra o (aniversário do) nascimento de Jesus. É neste período do Advento que os cristãos vivem na expectativa e na esperança de celebrar o mistério da Encarnação de Cristo. A origem do Tempo do Advento na era cristã vem do século IV (ano 380 da nossa era), em que se realizou o Sínodo de Saragoça Espanha, e este prescreveu uma preparação de três semanas para a Epifania, data em que se celebrava, no mesmo dia, a festa do Natal. Na Gália, o bispo Perpétuo (de Tours) instituiu 70 semanas de preparação para o Natal, e em Roma, o Sacramentário Gelasiano cita o Advento no fim do século V. Há relatos de que o Advento começou a ser observado entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. Entretanto, no final do século VI, em Roma, é acrescentado o aspeto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda de Cristo. As duas principais figuras e/ou
personagens que caracterizam o tempo do Advento são: o profeta João Baptista (primo de Jesus), aquele que se definiu: “...Eu sou a voz que clama no deserto... Preparai os caminhos do Senhor. Endireitai as suas veredas”. E a outra personagem é a Virgem Maria, Mãe de Jesus. São várias as tradições que os diversos povos preparam durante o tempo do Advento, onde pontuam as coroas do Advento (tradição iniciada pelas Igrejas Protestantes, na Alemanha, há cerca de 500 anos), a preparação da Árvore do Natal e o Presépio. Festa da Imaculada Conceição A Imaculada Conceição é um dos dogmas católicos relacionados com Maria, Mãe de Jesus Cristo, e que celebra a conceção da Virgem Maria sem mancha do pecado original. Embora a festa da Imaculada Conceição tenha sido inscrita no calendário litúrgico, em 28 de fevereiro de 1477, pelo Papa Sisto IV, a Imaculada Conceição da Virgem Maria só foi definida, solenemente, como dogma pelo Papa Pio IX, na Bula “Inefabilis Deus”, em 8 de dezembro de 1854. A Igreja Católica considera que o dogma é apoiado pelos textos bíblico, por
exemplo: Maria foi cumprimentada pelo Arcanjo Gabriel, chamando-lhe “Cheia de Graça”, assim como outros padres da Igreja, como Ireneu de Lyon ou Ambrósio de Milão. História Desde os primeiros séculos do cristianismo, diversos bispos e padres da Igreja defenderam a Imaculada Conceição da Virgem Maria, tanto no Oriente, como no Ocidente. Já no século VII se celebrava a festa litúrgica no dia 8 de dezembro, ou nove meses antes da sua natividade (a 8 de setembro). A existência desta festa na liturgia é um forte indício da crença da Igreja Católica sobre a Imaculada Conceição, mesmo antes da sua definição como um dogma, em 1854. Em Portugal, a devoção e veneração do povo português à Nossa Senhora da Conceição é muito antiga e está muito ligada à História de Portugal, sobretudo aos grandes acontecimentos, relacionados e decisivos para a Independência e identidade de Portugal. Logo nos primórdios da Nacionalidade Portuguesa, foi mandada celebrar uma Missa Pontifical de ação de graças em honra da Imaculada Conceição, após a batalha pela conquista de Lisboa aos
Paróquia desafia a criar coroa do Advento e estrela com Menino Jesus A paróquia de S. Martinho de Bougado convida a comunidade católica a sentir o Advento de forma especial, apresentando quatro propostas para iluminar o lar. Uma das sugestões é que, em cada casa, exista uma coroa do Advento com quatro velas, que deverão ser acesas, individual-
mente, a cada domingo até ficaram todas acesas. O momento de acender a vela deve ser acompanhado de uma oração. A paróquia desafia também os fiéis a prepararem e decorarem uma estrela de cinco pontas com uma imagem do Menino Jesus no centro que se poderá colocar num local da casa
como seja a porta exterior, uma janela ou varanda, a partir do dia 20 de dezembro. A construção do presépio e participação na criação de esquemas de oração, através das redes sociais da paróquia, como o Facebook, são as outras propostas apresentadas.
Grupo de Jovens disponível para ajudar doentes ou isolados O Grupo de Jovens de Santiago de Bougado está disposto a prestar auxílio a pessoas que se encontrem em casa, por motivos de doença, isolamento profilático ou por fazerem parte do grupo de risco. Deste modo, os Jovens es-
tão disponíveis, entre várias situações, para ir ao supermercado e à farmácia, fazer recados de 1.ª necessidade e também abertos a conversar com aqueles que se sintam um pouco sós ou até desanimados pelo facto de se verem
fechados em casa. O Grupo pode ser contactado através das redes sociais, pelo número de telefone do Cartório Paroquial ou pelo email grupodejovens@paroquiadebougado.pt.
Mouros, em 1147, pelo fundador de Portugal, D. Afonso Henriques. Após a vitória portuguesa na Batalha de Aljubarrota, em 1385, contra os Castelhanos, o Santo Condestável Nuno Álvares Pereira mandou construir a Igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e deliberou consagrar aquele templo sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, tendo para o efeito encomendado uma valiosa imagem de Nossa Senhora da Conceição, para ser venerada nessa igreja. Após a Restauração da Independência (de Portugal) em 1640, na guerra contra Espanha (dos Filipes), o Rei de Portugal D. João IV jurou e proclamou, solenemente, por provisão régia de 25 de março de 1646, Nossa Senhora da Conceição como Rainha e Padroeira de Portugal e todos os seus territórios ultramarinos e coroou a imagem da igreja de Vila Viçosa com a sua coroa real. O rei D. João V enviou uma circular, em 1717, à Universidade de Coimbra e a todas as dioceses de Portugal, a recomendar-lhes a celebração anual da festa da Imaculada Conceição nas suas igrejas. Em 1818, o rei D. João VI fundou a Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Por todo o País, em muitas paróquias
das várias dioceses portuguesas, foram construídas muitas capelas e igrejas sob a invocação da Virgem Maria, com o título de Imaculada Conceição, dando corpo à devoção e piedade popular que os portugueses nutrem pela Mãe de Jesus. Foram erigidas, também, várias confrarias com os títulos de Nossa Senhora da Conceição e celebram-se várias festas e romarias de Norte a Sul de Portugal, por ocasião do dia 8 de dezembro, que em Portugal é considerado feriado nacional.
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA CONVOCATÓRIA António Manuel Silva e Sousa, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa, ao abrigo do disposto no ponto dois, alínea b), do artigo 47º dos Estatutos, convoca os senhores Associados para uma Assembleia Geral Ordinária a realizar no dia 22 de Dezembro de 2020, pelas 20:30 horas, no Salão Nobre da Associação, sita na Rua D. Pedro V, cidade da Trofa, com a seguinte Ordem de Trabalhos: Ponto um: Apreciar e votar o Plano de Atividades e Orçamento para 2021; Ponto dois: Assuntos de interesse para a Associação. Nota: Se à hora marcada não estiver presente o número suficiente de Associados, a mesma funcionará, meia hora depois, conforme o disposto no artigo 49º.
Trofa, 23 de Novembro de 2020 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral António Manuel Silva e Sousa, Eng.
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Atualidade
A ousadia da juventude que nem a pandemia abalou Criar o próprio negócio é um processo difícil. Ter sucesso é um processo muito mais difícil... e demorado. Há quem resfrie ambições, com medo do futuro, mas outros há que decidem arriscar, em busca de uma condição financeira melhor ou realização pessoal. O NT foi conhecer a história de seis jovens trofenses que criaram o próprio negócio e que, apesar da pandemia, não esmorecem na vontade de serem bem-sucedidos. CÁTIA VELOSO
ção. “Aqui não havia nenhum barbeiro e, na Trofa, não havia nada com este conceito. Fomos pioneiros”, regozija-se. Por outro lado, sabendo tão bem como funciona um espaço como estes, potenciou as particularidades desta profissão. Dentro daquele espaço, “fala-se de tudo”, futebol, política e até religião. “A história do barbeiro já vem da Grécia antiga. Era aquele que, mais do que cortar cabelo, também era dentista, fazia pequenas cirurgias. Tinha um lugar de destaque na sociedade por causa disso, mas também por ser um conselheiro. Com o tempo, o barbeiro foi adaptando a sua função, mas continua, sem dúvida, a ter um papel muito importante como conselheiro dos clientes”. É caso para dizer: o homem sai do barbeiro mais aliviado da cabeça. Por fora e por dentro! Depois da tormenta, ventos favoráveis. Atualmente, tem clientes de todas as faixas etárias. Quanto àquele cliente que o tocou, a história que o liga ao jovem barbeiro merece ser contada: “Foi um dos meus primeiros clientes. Estava muito debilitado e disse-me que aquela seria a primeira e a última vez que lhe cortava o cabelo. Voltou muitas mais vezes ao longo deste tempo todo. Faleceu este ano e o último corte de cabelo fui fazê-lo ao domicílio. Merecia da minha parte todo o respeito, por me ter motivado sempre a não desistir de seguir este sonho”.
Um tiro no escuro
Se, há dez anos, alguém dissesse a Carla Patrícia Pereira que ela, em 2020, teria dois negócios, certamente que esse alguém veria a sua sanidade mental colocada em causa. Habituada, desde pequena, a ouvir os pais, gerentes de restaurante, falar das dificuldades de gerir o próprio negócio, Carla foi alimentando a ideia de que era melhor tentar progredir profissionalmente por conta de outrem. Mas tomando a ousadia de usar o cliché, a vida é recheada de surpresas e Carla Patrícia, com 29 anos e influenciada pelo marido, acabou por se render à “liberdade” profissional. Liberdade entre aspas, porque, afinal, de livre um negócio próprio não tem nada. “Pensa-se na empresa o tempo inteiro. Damos por nós em momento de lazer a falar de ideias para introduzir no negócio. É como se fosse um filho”, conta. E desde a abertura do primeiro espaço, há sete anos, que Tita, assim conhecida desde os tempos de escola, progride profissionalmente. Abriu, primeiro, num pequeno espaço em Guidões e tal foi o sucesso do negócio que teve necessidade de “migrar” para Alvarelhos, para uma loja maior em frente ao salão paroquial. A filosofia, apesar dos anos de experiência, é a mesma com que iniciou o negócio: transparência e igualdade. “Seja o serviço que estiver a vender, sou sempre sincera com o cliente. Se achar que não vale a pena, digo, porque não sei trabalhar de outra forma. No início, apostei em apresentar soluções acessíveis a todos os clientes, principalmente às jovens, que não têm tanto poder de compra. E tratei sempre os clientes da mesma maneira, seja um que venha várias vezes ao centro, seja outro que só pode vir uma vez a cada dois meses”. Mas se Tita conhecia de perto a realidade de um negócio e não se via a lidar com todos os problemas associados a essa gestão, há quem, também conhecedor do que é trabalhar por conta própria, sempre sonhasse criar o próprio emprego. Foi o que fez Tiago Marques, ou melhor, Gusto. Com 26 anos, abriu uma barbearia em Guidões, para concretizar um sonho “de menino”. “Sempre tive habilidade. Os meus pais sempre tiveram empresas, e sempre me fascinou ter a minha própria empresa. Investi muito do meu tempo para
tirar formação e ser capaz de abrir um espaço meu”, conta. E, diga-se, um “senhor” espaço. Quem entra na barbearia do Gusto quase pode pensar que está diante de um museu, tal é o tesouro cultural que embeleza aqueles metros quadrados. Cadeiras centenárias, malas de barbeiro que ajudam a contar a história do ofício... por aqui é fácil perceber o nível de dedicação e investimento pessoal neste negócio... que para arrancar sofreu alguns solavancos. “Barbeiro é coisa que o homem não troca. Isso só acontece se o barbeiro estiver doente ou deixar de exercer a profissão. No início não foi fácil, tive, pelo menos, dois dias sem um único cliente”. Mas isso era no início. Pouco tempo antes da pandemia vir mudar a vida de todos, à porta da barbearia “chegava a ter uma fila de 40 pessoas, que eram grupos de amigos que se juntavam para vir cortar o cabelo ou a barba”.
Os medos de avançar Estudos feitos a meio da última década davam conta de que o medo do futuro era o principal motivo para que os jovens não avançassem com negócio próprio. Na realidade, aponta Tita, “é preciso muita coragem e perseverança”. “Tive muitos medos. Investimos muito dinheiro e só queria ter o meu ordenado e capacidade para pagar as contas. No início, trabalhava das sete da manhã à meia-noite ou uma da manhã. Estava a construir uma casa e queria agradar a todos os clientes. Mais do que investimento financeiro, ter um emprego próprio exige de nós também muito investimento pessoal”. Gusto cita um dos clientes que mais o marcou: “Não podemos querer abraçar o mundo logo no início”. Sabia, pelo conhecimento que tinha do ofício, que seria muito difícil captar clientes, mas apostou na novidade e especializa-
Por vezes, a necessidade aguça o engenho e serve de trampolim para a aventura. Helena Pinho, 34 anos, trabalhou oito anos num supermercado e, apesar de sempre ter gostado da área, viu-se obrigada a sair, porque “precisava de ganhar mais”. “Como a fábrica para onde fui fechou, agarrei a oportunidade para investir num negocio próprio. Investi tudo, este é o meu projeto de vida. Tenho aqui o meu passado e tenho aqui o meu futuro, seja ele qual for”, diz, no entanto, satisfeita com o primeiro ano de atividade do supermercado que montou, em Alvarelhos, próximo do Monte de Santa Eufémia. Apesar da experiência na área, Helena deu um tiro no escuro, porque “não fazia a mínima ideia de quanto ia faturar”, mas “superou todas as expectativas”. Os resultados positivos são, porém, fruto das energias que canaliza para agradar os clientes. “Pensar que um supermercado com estas características não é viável é uma ideia errada. Temos é de lutar para isso. Tento explorar todas as potencialidades, uso muito as redes sociais para divulgar os produtos e contactar clientes, faço entregas ao domicílio e, durante a pandemia, dediquei-me àqueles que necessitavam de ajuda porque estavam em isolamento. Cheguei a ir à farmácia e ao pão, porque já que ia levar compras, também satisfazia essas necessidades. Depois, essas pessoas vieram cá e disseram-me nos olhos que não havia dinheiro que pagasse estes gestos”, recorda. Filipe Portela também decidiu arriscar num negócio próprio por questões financeiras. Sem horizonte para ter um contrato efetivo, decidiu avançar. “Foi no dia em que o
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3 de dezembro de 2020
Atualidade
Trump ganhou as eleições nos Estados Unidos, em 2016, que surgiu na minha cabeça toda a ideia de negócio”, recordou. Até ao nascimento da IOTech, passou-se pouco mais de um ano, até janeiro de 2018. Embalado pelo conhecimento adquirido na formação académica de que “a tecnologia pode ajudar muito as pessoas e as empresas” e que até então “não tinha havido uma evolução para colocar essa vantagem em prática para o bem das pessoas”, Filipe Portela quis dizer presente e por isso abdicou de ter uma presença tão efetiva na vida política – através da qual foi candidato a presidente da Junta – para criar um projeto empresarial diferenciador. Conseguiu chamar a atenção e até ganhar um sócio – a “gigante” Riopele detém 10 por cento da empresa –, mas a realidade é que a ideia inicial não vingou. “Queríamos ter uma rede que permitia ligar todas as pessoas e empresas em tempo real. Ou seja, se uma pessoa precisasse de um canalizador, entrava na plataforma e consultava aqueles que estavam disponíveis para lhe resolver o problema. Só que esbarramos numa dificuldade: as pessoas ainda resistem muito a entrarem no mundo tecnológico”, reconheceu. Apesar do dissabor, Filipe Portela não desistiu. Tomou outro caminho, que, foi, novamente interrompido. Causa: Covid-19. “Desenvolvemos uma solução multiplataforma inovadora para a marcação de presenças, em contexto de trabalho, que não obrigasse o trabalhador a ter de estar, fisicamente, dentro da empresa. Com o telemóvel, podia ‘picar o ponto’, em qualquer lugar. Quando íamos avançar para a prova do conceito, em que precisamos de parceiros para testar a solução, veio a pandemia e tivemos de interromper o desenvolvimento do projeto”.
O que trouxe e levou a pandemia
A pandemia veio dar-nos uma perspetiva muito diferente da vida que tínhamos antes de março. Assim como foi capaz de transformar o negócio de Helena Pinho, que
pelas suas características até permitiu um reforço da faturação, também mudou o figurino de muitas profissões. Gusto Marques viu os grupos que se juntavam na barbearia desaparecerem, à conta do distanciamento social, e, com sentido de responsabilidade, é capaz de ficar a perder para não expor clientes mais vulneráveis. “Tento, ao máximo, fazer marcações para que um cliente mais velho seja atendido sem mais ninguém na barbearia. O meu foco agora é fazer um serviço com segurança, porque trabalhamos a milímetros das pessoas, com contacto, por isso, há que fazer um esforço redobrado para não colocarmos ninguém em risco”, sublinhou. Helena confessa que, no seu caso, os meses de pandemia não deram “hipótese, sequer, para pensar ter medo”. Mas há uma constatação que a tem feito refletir: a duração deste flagelo, que pode pôr em causa muitos negócios, postos de trabalho e estabilidade financeira das famílias: “Rezo para que não haja mais confinamentos totais, porque as pessoas não iam aguentar. Na primeira vaga, eu notava que as pessoas vinham fazer compras com notas de 50 e de 100 euros. Eram poupanças. Muitas já se esgotaram”. Por outro lado, a pandemia foi capaz de fazer nascer novos negócios. Sandra Araújo não perdeu o emprego, mas durante o confinamento, e dada a gravidez da melhor amiga, decidiu dar aso ao gosto pelas artes manuais e pintar peças para o enxoval do bebé. Foi assim que decidiu coletar-se como artesã e criar o projeto “Gotas de Tinta”, que explora no horário pós-laboral e cujos produtos dá a conhecer na rede social Facebook. Todo o conhecimento adquiriu-o de forma autodidata: “O meu forte é pintar as típicas fraldinhas à mão, mas componho o enxoval com o body, a toalha de banho e o tapa-ovo”. O Mickey e a Minnie são os bonecos mais solicitados e, por coincidência, aqueles que Sandra menos gosta de explorar, já que o forte destas personagens são as orelhas pretas, cor que a artesã evita utilizar. “Nestes casos, uso o cinza”, conta, entre risos, antes de reconhecer que o lhe dá mais gozo é o momento em que o cliente diz para pintar ao seu gosto. No reverso da moeda, lamenta o facto de “haver quem não valorize o trabalho que é feito à mão e diga que as peças são caras”. Pintar uma fralda, por exemplo, pode durar “três horas”, garante. Já para não falar do custo dos materiais. A Filipe Portela, a Covid-19 também lhe veio dar outras formas de explorar o negócio, umas lucrativas outras solidárias. No primeiro plano, a IOTech explorou a prestação de serviços, tendo também desenvolvido uma plataforma que ajuda os médicos a caracterizar os doentes e o nível de risco que correm se forem infetados pelo novo coronavírus. No plano mais cívico, a empresa desenvolveu um projeto que está prestes a arrancar. O “IoVoucher” é o nome da aplicação criada para ajudar o comércio local a reforçar as vendas durante a época natalícia: o emissor adquire um voucher em benefício de um recetor, que poderá usá-lo, no período máximo de um ano, numa das entidades comerciais registadas na plataforma. E o sucesso traduz-se em vontade de almejar mais? Regra geral, sim. Tita, quer montar um novo centro de estética junto ao solário que abriu, mais recentemente, com o marido, Sérgio Sousa. Helena Pinho abriu um negócio e, pouco tempo depois, viu o marido abrir outro, ligado à construção e decoração. A responsabilidade cresceu, exponencialmente, mas o sonho também: “Quero abrir um novo supermercado mas numa zona mais urbana”, vaticina. Para quem sentiu vontade de também arriscar, aqui vai o conselho de Filipe Portela: “Para criar um negócio é preciso saber de contabilidade, finanças, gestão e direito. E ter um conhecimento aprofundado dos apoios que o Estado ou a União Europeia vão dando”.
A ousadia de sonhar Estas histórias revelam a ousadia de quem, mesmo jovem, decidiu lutar por uma vida melhor, recusando-se a engrossar os números que, em agosto deste ano, revelavam que
40 por cento dos jovens adultos portugueses, entre os 25 e os 34 anos, ainda continuavam a viver em casa dos pais. Entre as várias razões, esta: incapacidade financeira. Nani Macedo só não é exceção porque é ainda mais novo: com 22 anos, já vive em casa própria, tem um filho e um negócio próprio. A New Wave Store, loja de vestuário situada na Rua Conde S. Bento é a segunda oportunidade que o jovem dá ao sonho que acalenta desde miúdo. “Sempre fiz desfiles de moda e depois de trabalhar numa loja, fiquei convicto de que este era o meu objetivo, ter uma loja de roupa”, referiu. Ainda explorou uma loja online, mas o que queria mesmo era ter um espaço próprio. Abriu uma primeira loja ainda antes da pandemia, com a ajuda da mãe, e fechou-a durante a primeira vaga. Quando a situação melhorou, arriscou lançar-se novo negócio na área, no coração do comércio da cidade. “As pessoas passam mais despercebidas de máscara e chapéu e era assim que eu estava, um dia, na rua, quando ouvi duas senhoras a conversar e a questionar-se como é que o Nani ia abrir uma loja numa altura como estas. Fiquei com medo. Estava eu a fazer algo de errado, estaria a cometer um crime?” Apesar de muito conhecido na cidade, poucas pessoas deverão saber que este jovem está, durante o dia, na loja, e à noite, noutro emprego. “Estou a começar a tentar construir a minha vida. Quero dar o melhor aos meus e a mim próprio”. Nani não está, portanto, a cometer nenhum crime. Está apenas a tentar concretizar um sonho, com todas as dificuldades que um caminho até ao sucesso acarreta.
3 de dezembro de 2020
CARTÓRIO NOTARIAL DA TROFA Extrato Notarial de Escritura de Justificação” Certifico que por escritura de “Justificação e Compra e Venda”, outorgada no dia 18-11-2020, neste “Cartório Notarial da Trofa”, sito na Rua D. Pedro V, n° 527, freguesia de Bougado (São Martinho e Santiago), concelho da Trofa, exarada no Livro de Escrituras N° 36E, a folhas 31 e seguintes, perante mim respetivo Notário, Tomás Machado Lima de Sousa Rio, compareceram como Outorgantes: Maria de Campos Maia Ferreira, Número de Identificação Fiscal 157140873, viúva, natural da freguesia de Guidões, concelho de Santo Tirso, onde reside no Largo da Carvalheira, n° 94; e Maria Manuela Maia Ferreira, Número de ldentificação Fiscal 217937080, casada, natural da freguesia e concelho de Vila Nova de Famalicão, residente no Largo da Carvalheira, n° 94, Alvarelhos e Guidões, Trofa. E declararam invocar serem donas e legítimas possuidores, com exclusão de outrem do seguinte imóvel: Prédio Rústico, omisso na Conservatória do Registo Predial da Trofa, composto por pinhal e mato, sito em Casais, na união das freguesias de Alvarelhos e Guidões, concelho da Trofa, com a área de 18.000m2, a confrontar a Norte com Limite de Freguesias, a Sul com Maria Cândida Rodrigues Vieira e outro, a Nascente com Caminho, e a Poente com Caminho; e inscrito na respetiva matriz predial sob o Artigo 1123 (teve origem no Artigo 1237 da extinta freguesia de Alvarelhos). Que pela escritura justificam a aquisição do imóvel, que não esta registada a seu favor, sendo que não são detentoras de qualquer titulo formal que legitime o domínio do mencionado imóvel, que ora justificam, que veio à sua posse por partilha meramente verbal por óbito de António Neves Ferreira, residente que foi no Lugar da Póvoa, Guidões, Santo Tirso; efetuada no ano de 1994, em dia do mês de junho, que já não conseguem precisar, nunca tendo formalizado o respetivo contrato por escritura; Que desde esse ano, ou seja há mais de 20 anos, entraram na posse, e de imediato o ocuparam e passaram a usufrui-lo, vedando-o, desbastando-o, plantando-o, colhendo os respetivos frutos, pinhas e lenha, limpando-o se necessário, isto é, gozando de todas as suas utilidades e benefícios por ele proporcionadas; sendo que sempre administraram o imóvel com o conhecimento de toda a gente, sem qualquer interrupção, sem oposição de quem quer que seja, e com o ânimo de quem exerce direito próprio, ou seja, exercendo essa mesma posse de forma pública, continua, pacífica, e de boa-fé; Que dadas as características de tal posse, invocam a aquisição do imóvel por usucapião, justificando o seu direito de propriedade, para efeitos de primeira inscrição na Conservatória do Registo Predial da Trofa, dado que esta forma de aquisição não pode ser comprovada por qualquer outro titulo formal extrajudicial. Está conforme. Cartório Notarial da Trofa, 18-11-2020. O Notário, Tomás Machado Lima de Sousa Rio
O NOTÍCIAS DA TROFA
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Atualidade
Meco da Guerra ganha baloiço miradouro
Deste local podemos observar a cidade da T rofa Local de passagem de muitos amantes as bicicletas e das motas – e um dos locais obrigatórios na jornada até ao S. Gonçalo de Covelas, o Meco da Guerra, em Paradela, tem, desde o início desta semana, mais um motivo para ser visitado. Neste que é um dos locais mais altos do concelho, foi colocado um baloiço miradouro, que promete vistas inspiradoras
sobre a cidade e fotografias capazes de surpreender os amigos nas redes sociais. A estrutura foi montada pela Associação Recreativa de Paradela, organizadora de eventos de ciclismo, como o Raid BTT e o Trofa Urban Race. “Há muito tempo que já tínhamos ideia de o construir. Como este ano, devido à Covid-19, vi-
mos todas as atividades organizadas por nós canceladas, decidimos criar este baloiço miradouro. Achamos que fazia sentido colocá-lo, porque está num local emblemático de Paradela, de onde a associação é e por ser ter um miradouro lindíssimo sobre a cidade da Trofa”, explicou Xavier Costa, da coletividade.
Incêndio em lavandaria de apartamento
Fogo consumiu essencialmente roupa Um incêndio deflagrou, na noite desta terça-feira, numa divisão de um apartamento na Rua D. João VI, em S. Martinho de Bougado. Após o alerta, cerca das 21h30, para o local, os Bombeiros Volun-
tários da Trofa mobilizaram uma viatura urbana de combate a incêndios com quatro elementos, que extinguiram o fogo que consumiu, essencialmente, vestuário que se encontrava na lavandaria
da habitação. As causas do incêndio estão em apuramento. A GNR da Trofa tomou conta da ocorrência e a proteção civil municipal também esteve no local.
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3 de dezembro de 2020
Crónica Especial
Paróquia de Guidões - Fragmentos da sua génese 11.º Capítulo - A Implantação da República e a Lei de 1911 (continuação) No número anterior do jornal, a crónica publicada não tinha sido rectificada, pelo que peço desculpa. Contactado o Arquivo Digital do Ministério das Finanças, foi possível encontrar novos documentos. A 22 de Fevereiro de 1918, é publicado o Decreto n.º 3.856 que vai dar origem a um conjunto de diplomas revertendo a situação, permitindo à Igreja a recuperação dos seus bens espoliados. Os Decretos n.º 11.887, de 6 de Julho, e o n.º 12.485, de 13 de Outubro de 1926, puseram definitivamente termo a esta usurpação. O s u m á r i o d o D e c r eto n .º 11.887: Concede personalidade jurídica às corporações encarregadas do culto de quaisquer agremiações ou confissões religiosas - Permite o ensino religioso nas escolas particulares - Reconhece o direito de aposentação aos ministros da religião católica que à data da proclamação da República exerciam funções religiosas por nomeação ou apresentação do Estado. Baseando-se neste Decreto, foi criada na paróquia uma comissão que elaborou os estatutos e agregou um punhado de homens bons, liderado pelo pároco, e nomearam o secretário e tesoureiro. Em conformidade com os estatutos, o presidente eleito foi o pároco da freguesia, Joaquim Moreira da Costa, conforme determina os estatutos, e o tesoureiro Camilo Gonçalves da Costa e o secretário Firmino Dias do Couto, estes eleitos entre os pares. O cargo de presidente é vitalício, indicado pelo prelado, e os restantes membros são eleitos de três em três anos, com o beneplácito do prelado. Aprovados os estatutos da Corporação Fabriqueira Paroquial de Guidões, a 6 de Novembro de 1926, depois de submetidos e validados pelo Prelado, foram entregues no Governo Civil do Porto que os reconheceu a 20 de Dezembro de 1926, enviando para a Secretaria Geral do Ministério da Justiça e dos Cultos em 1932: Porto 19 de Março de 1932 Exmo. Senhor Director Geral da Justiça e dos Cultos LISBOA Cumpre-me informar V. Excª
que a corporação encarregue do culto catolico na freguesia de Guidões, do concelho de Santo Tirso, cumpriu com as disposições dos artgs. 3, 5, 6 do Decretos n.º 11.887 de 6 de Julho, tem idoneidade para usufruir bens do Estado e os seus estatutos foram apresentados neste Governo Civil pelo Bispo desta diocese. Saude e Fraternidade O Governador Civil ASSINATURA ILEGIVEL Os estatutos são a pedra essencial para dar cumprimento aos Art.º 3-5-6 do Decreto n.º 11.887, e, como informação exarada pela 2º Repartição do Ministério da Justiça e dos Cultos a 22 de Março de 1932: …Verifica-se que a requerente satifez ao preceituado nos artigo 3º, 5º e 6º do Decretos n.º 11.887 de 6 de Julho, que tem idoneidade para usufruir bens do estado e que os bens pedidos estão abrangidos pelo artigo 10º do citado decreto. Por isso, a 2º Repartição é de parecer, se V. Exª nisso não vir inconveniente, que se defira ao presente requerimento. A Corporação encarregue do Culto Católico de Guidões enviou a 30 de Abril de 1926 um requerimento a solicitar a entrega dos bens dirigida ao Ministério da Justiça e dos Cultos: Exmo Sr. Ministro da Justiça Pe Joaquim Moreira da Costa, Presidente da Corporação encarregue do Culto Católico na freguesia de Guidões, do concelho de Santo Tirso, distrito do Porto, diocese do Porto, corporação há pouco constituída, como se vê da publica forma dos Estatutos, que vai junto, vem na qualidade de Presidente desta Corporação pedir a V. Excia se digne mandar entregar os bens seguintes, conforme os art.os 10º e 11º do Decretos n.º 11.887 de 6 de Julho: Egreja parochial de Guidões com as suas dependências e alfaias. Pede deferimento Guidões 30 de Abril de 1929 Em Agosto do mesmo ano o Padre Joaquim Moreira da Costa faz o seguinte rol dos bens e envia para o Ministério da Justiça: Relação dos bens que reclama a Corporação de culto da freguesia de Guidões, concelho de Santo Tirso 4 Alvas, 7 casulas, sendo 2 brancas, 2 vermelhas, 1 preta, 1 verde e uma roxa. 4 Bolsas de corporaes,
sendo 2 brancas d’um lado e vermelha do outro; 1 preto, 1 roxae 1 verde. 1 capa de asperges branca e 1 roxa. 2 dalmáticas. 8 corporais, 3 palas 4 amitos, 3 cordões, 15 sanguineas. 3 missais, 2 veus de hombros, 2 thuribulos sendo um de prata e outro de metal; uma custódia de prata, 1 caldeirinha de metal; 2 nabetas (uma de prata e outra de metal); 2 calices de prata; 2 chaves do sacrário; 1 pavilhão; 2 toalhas de linho da comunhão; 2 veus brancos de cobrir o calice: um vermelho, 1 preto, 1 roxo, um verde; 2 estolas parochiais; uma galheta de vinho e respectivo prato; 2 toalhas na sacristia; 4 bancos de palhinha; 1……. De madeira, 1 de prata e outro pequeno de porta dos enfermos; um palio branco; 3 sacras novas e 3 usadas; 1 Egreja com 9 altares, com uma torre de 4 campanários com 2 sinos e um relógio na mesma torre e uma sacristia e casa da fabrica e adro que circunda toda a Egreja Guidões 26 de agosto de 1929 O presidente da Corporação Pe Joaquim Moreira da Costa Provavelmente, foi este rol que despoletou o surgimento do inventário adicional de 25 de Fevereiro de 1931. Vejamos o teor da informação: Ministério da Justiça e dos Cultos Comissão Jurisdicional Informação Do auto de arrolamento dos bens da igreja da freguesia de Guidões, concelho de Santo Tirso, realizado em 15 de Setembro de 1911, constatados os bens pedidos no requerimento de 30 de Abril de 1929 e relação de 26 de Agosto de 1929 com excepção (?) de: A igreja paroquial com a sua sacristia, casa da fábrica e adro No dia 25 de Fevereiro de 1931, é feito o inventário adicional, publicado no número anterior. Este inventário adicional deu entrada na Comissão Jurisdicional do Ministério da Justiça e dos Cultos, conforme consta num ofício enviado ao Ministério, a 3 de Março de 1931, a dar conhecimento desse facto. A 23 de Março de 1932, o Ministério da Justiça e dos Cultos envia um ofício estereotipado ao Ex.mo Senhor Administrador do Concelho de Santo Tirso a autorizar a entrega dos bens:
Os bens a entregar A Igreja paroquial, dependências, sacristia, casa da fábrica e adro e objectos de culto. Depois de todo este imbróglio é feito o auto da entrega no dia 8 de Abril de 1932: Auto de entrega á Corporação encarregue do Culto Catolico da freguesia de São João de Guidões concelho de Santo Tirso, distrito do Porto dos bens a que se refere o despacho do Ministro da Justiça e dos Cultos de 23 De março de 1932 Aos oito dias do mês de abril do ano de mil novecentos trinta e dois, na sacristia da Igreja paroquial de São João Batista de Guidões, concelho de Santo Tirso, distrito do Porto, em cumprimento do despacho do Ministro da Justiça e dos Cultos de vinte e três de março de mil novecentos e trinta e dois, a Comissão Administrativa dos bens Culturais destes concelho, composta dos senhores doutor Adriano Fernandes de Azevedo, doutor Luiz Simões Trepa e Manuel Maria Teixeira, estando presente o senhor Jose Francisco da Silva Castro, presidente da junta desta freguesia, entregou á Comissão encarregada do Culto Católico desta mesma freguesia, constituída pelos senhores P. Joaquim Moreira da Costa, paroco e presidente, Camilo Gonçalves da Costa, tesoureiro, Firmino Dias do Couto, secretario, Joaquim Luiz Ferreira Torres, Manuel Gonçalves d’Azevedo Maia, António de Oliveira Torres, Jose Gonçalves dos Santos Ferreira e Joaquim da Costa Oliveira Cerejo, associados, a Igreja Paroquial e dependências, a sacristia e a casa da fabrica e adro e objetos do Culto, bens que estavam em poder daquela Comissão e constam do inventario organizado por efeito da lei de vinte de abril de mil novecentos e onze e arquivado na Secretaria da Camara Municipal e que neste ato foi presente, conferido e devidamente rubricado e que aqui se considera reproduzido para todos os efeitos. A referida Comissão encarregue do Culto Catolico, tomando posse destes bens, declarou que se responsabiliza pelas despezas com a guarda, conservação e reparação dos bens recebidos e que se obrigava a apresentar no Ministerio da Justiça e dos Cultos o duplicado do Auto da entrega, o qual caducará na hipótese do artigo treze do De-
creto numero onze mil novecentos vinte e seis, digo, onze mil oitocentos oitenta e sete, de seis de julho de mil novecentos vinte e seis, ou se deixarem de ser cumpridas as obrigações acima consignadas. E para constar e mais efeitos legais se lavrou o presente Auto, que depois de ser lido em voz alta para lê (?)todos, vai ser assinado por mim ……… Segue-se as assinaturas Concluído o processo de entrega, reparamos que, entre o primeiro rol de 1911 e o de 1926, desaparece a residência paroquial e passal, que no arrolamento inicial tem um carimbo de transferência para o Ministério das Finanças e, possivelmente, vendido, desconhecendo-se onde era e quem comprou, e as capelas que não constam no rol de 1926, nem mesmo no Auto de entrega. Neste hiato de tempo, 15 anos, muitas transformações se dão na freguesia a começar pelo alargamento e arranjo do caminho que vinha da Casa do Real até à capela de Santa Bárbara e o seu seguimento, todavia, não consegui encontrar provas documentais neste período, tornado tudo nubloso, direi mesmo muito obscuro. Em 1940, com a concordata de 7 de Maio, estatuída pelo Decreto-Lei n.º 30.165 de 25 de Julho de 1940, é, definitivamente, entregue todos os bens expropriados. Existindo, no entanto, aqueles que foram vendidos em hasta pública, como a residência paroquial e o passal, entre outros, que não foram devolvidos e nem a Igreja foi ressarcida, como foi o que aconteceu em Guidões.
José Manuel da Silva Cunha
3 de dezembro de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
Necrologia S. Martinho de Bougado
S. Martinho de Bougado
Lousado - VN Famalicão
Fernando Ferreira Guimarães Faleceu no dia 30 de novembro com 69 anos.
João Meira da Silva Faleceu no dia 30 de novembro com 94 anos. Casado com Maria Fernanda Ferrer de Oliveira Dias
Maria Elza Jesus Albuquerque. Faleceu no dia 17 de novembro com 77 anos. Casada com Cândido Maia da Silva
Agência Funerária Trofense, Lda
Agência Funerária Trofense, Lda
S. Martinho de Bougado
Alvarelhos
Manuel Ramos dos Santos Faleceu no dia 26 de novembro com 80 anos. Viúvo de Cacilda Pereira
Carlos Manuel da Costa Marques
Maria Augusta da Rocha Oliveira. Faleceu no dia 18 de novembro com 95 anos. Viúva de Isaurindo da Silva Rocha
Agência Funerária Trofense, Lda
Agência Funerária Trofense, Lda
S. Martinho de Bougado
Muro
Maria Amélia da Silva Costa Faleceu no dia 25 de novembro com 79 anos. Viúva de Alexandre José Ferreira
António de Sousa Fernandes Faleceu no dia 20 de novembro com 84 anos. Casado com Deolinda da Costa Arantes
Maria Rosalina Maia de Oliveira Faleceu no dia 16 de novembro com 77 anos. Casada com Manuel Joaquim da Silva Pinheiro
Agência Funerária Trofense, Lda
Santiago de Bougado
Ribeirão - VN Famalicão
Ana da Silva Faleceu no dia 22 de novembro com 92 anos. Viúva de Dimas Carvalho Araújo
Rosa Barbosa Correia Faleceu no dia 27 de novembro com 78 anos. Casada com Francisco Fernando Rosas
Agência Funerária Trofense, Lda
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Ribeirão - VN Famalicão
Agrela - Santo Tirso
Cândida Azevedo Ribeiro Faleceu no dia 30 de novembro com 82 anos. Viúva de António Ferreira da Costa
Maria Rosa Carneiro Faleceu no dia 26 de novembro com 94 anos.
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Lousado - VN Famalicão
Lousado - VN Famalicão
Alice Rodrigues Ferreira Faleceu no dia 26 de novembro com 92 anos. Viúva de António Rodrigues da Silva
José António da Costa Moreira Faleceu no dia 23 de novembro com 64 anos. Filho de Silvério Moreira
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Santiago de Bougado
Ribeirão - VN Famalicão
Clarinda Ferreira da Cuz Faleceu no dia 24 de novembro com 85 anos. Viúva de António José Brites Monteiro
Maria Santos Silva Faleceu no dia 20 de novembro com 86 anos. Casado com Lucinda Amélia Costa Santos
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Ribeirão - VN Famalicão
Ribeirão - VN Famalicão
José Santos Silva Faleceu no dia 21 de novembro com 60 anos. Casado com Lucinda Amélia Costa Santos
Maria da Conceição da Costa e Silva Faleceu no dia 19 de novembro com 92 anos.
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
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Rocha Funerárias, Lda
S. Martinho de Bougado
Agência Funerária Trofense, Lda
Atualidade
Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda
S. Martinho de Bougado
Faleceu no dia 23 de novembro com 59 anos
Sudoku
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Rocha Funerárias, Lda
Farmácias Dia 3 Farmácia Ribeirão Dia 4 Farmácia Trofense Dia 5 Farmácia Barreto Dia 6 Farmácia Nova Dia 7 Farmácia Moreira Padrão Dia 8 Farmácia de Ribeirão Dia 9 Farmácia Trofense Dia 10 Farmácia Barreto Dia 11 Farmácia Nova Dia 12 Farmácia Moreira Padrão Dia 13 Farmácia de Ribeirão Dia 14 Farmácia Trofense Dia 15 Farmácia Barreto Dia 16 Farmácia Nova Dia 17 Farmácia Moreira Padrão
Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700
Enigma Professor: Nos 8 testes que realizaste, a tua média foi de 84. Aluno: Como eu estive a Português? Professor: Bem, a tua média no teste de Gramática e no de Literatura é de 75. Aluno: Então, como foi o meu desempenho nas outras matérias? Professor: Eu tenho certeza que consegues descobrir por ti mesmo. Consegue ajudar o aluno a descobrir a sua média nas outras matérias?
Soluções da edição passada Sudoku
GNR da Trofa 252 499 180 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520 Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060 F icha T écnica
Enigma Tot a l esforço requer ido por 8 pintores por 17 dia s = 8 × 17 = 136 homem- dia s. Esforço inicial por 8 pintores por 5 dias = 8 × 5 = 40 homem-dias. O trabalho ainda requer 136 − 40 = 96 homem-dias, e há 32 pintores disponíveis para tal. Esforço adicional requerido por 32 pintores por 96 homem-dias = 96 / 32 = 3 dia. Portanto, são necessários mais 3 dias para completar o trabalho de pintura.
Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: We do com unipessoal, Lda. Redação: Cátia Veloso, Magda Machado de Araújo Colaboradores: Atanagildo Lobo, Jaime Toga, José Moreira da Silva, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Cátia Veloso e Magda Araújo | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda., Rua de S, Brás, n.º 1 Gualtar, Braga| Assinatura anual: Continente: 18,50 euros; Extra europa: 45 euros; Europa: 35 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,70 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Sede e Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: We do com unipessoal, Lda. NIF.: 506 529 002 Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 100 % do capital: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.
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3 de dezembro de 2020
O NOTÍCIAS DA TROFA
Atualidade
Trofense prepara receção ao Vila Real
Jogo com o Vila R eal realiza- se este sábado, 5 de dezembro Depois de um jogo em que vendeu muito cara a eliminação da Taça de Portugal, diante do Sporting de Braga da 1.ª Liga, o Clube Desportivo Trofense somou um importante triunfo na tentativa de se destacar na série C do Campeonato de Portugal. No terreno do histórico Salgueiros, venceu por 0-1, mantendo a liderança, à condição, com 14 pontos. À hora de fecho da edição, o
Leça, 2.º classificado e com 13 perdeu para o Campeonato esta pontos, cumpria um dos dois jo- temporada, enquanto o Vila Real gos em atraso que tem, diante do é um dos aflitos, com um ponto, apenas à frente de União da MaPedras Rubras. O jogo que a equipa da Trofa deira e Câmara de Lobos, que aintem em atraso, frente ao Marítimo da não pontuaram. O jogo com o Vila Real realizaB, realiza-se no dia 9 de dezembro, mas antes, há encontro com -se este sábado, 5 de dezembro, o Vila Real, a contar para a 8.ª jor- às 11 horas, e tem transmissão a página de Facebook do Clube nada da competição. Na teoria, o favoritismo está do Desportivo Trofense. lado do Trofense, que ainda não
Trofa natalícia O espírito natalício já se sente na cidade e um pouco por todo o território do concelho da Trofa. A iluminação alusiva à quadra já foi ligada e dá um brilho especial às noites, que agora surgem mais cedo e mais frias. Este ano, um dos chamarizes desta estação na cidade, a árvore de Natal, foi montada no Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, e convida a uma selfie... mas com todo o cuidado e segurança, porque o novo coronavírus ainda não dá tréguas.