Edição 739 do Jornal O Notícias da Trofa

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Quinzenário | 8 de Abril de 2021 | Nº 739 Ano 18 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €

Bailarinos em audição final do projeto Território IV //PÁG.14

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Assalto à CEPSA rende 60 mil euros //PÁG.3

Amadeu Dias em entrevista como candidato

Número de casos COVID-19 volta a subir na Trofa

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PDR 2020 apoia com 15 milhões compra de tratores agrícolas pub


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O NOTÍCIAS DA TROFA

8 de abril de 2021

Atualidade

PDR 2020 apoia com 15 milhões compra de Tratores Agrícolas

Memórias e Histórias da Trofa

“Quando o comboio parava em toda a linha”

direitos reservados a aleksandarlittlewolf

O Programa Operacional PDR 2020 abriu candidaturas ao Aviso de concurso ‘Pequenos Investimentos na Exploração Agrícola Renovação do Parque de Tratores Agrícola’, com uma dotação de 15 milhões de euros, e um prazo de dois meses à data da publicação. O objetivo é apoiar a aquisição de tratores e, consequentemente, melhorar as condições de vida, de trabalho e de produção dos agricultores, contribuir para o processo de modernização das empresas do setor agrícola e aumentar a segurança dos operadores de máquinas agrícolas e melhorar a eficiência energética dos equipamentos. A dotação deste Aviso será integralmente financiada pelo pacote Next Generation EU, aprovado para o PDR 2020 - Programa de Desenvolvimento Rural 20142020, na componente que pretende promover o desenvolvimento económico e social nas zonas rurais e contribuir para uma recuperação económica resiliente, sustentável e digital, em consonância, nomeadamente, com os objetivos agrícolas, ambientais e climáticos. O anúncio foi feito pela Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, numa conferência de imprensa que contou ainda com as presenças da Secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, e do Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Rui Martinho. Pretende-se que o processo de submissão e seleção de candidaturas decorra de forma ágil e rápida, sendo as operações aprovadas e executadas no regime de

José Pedro Maia Reis

A bertas candidaturas para compra de tratores custos simplificados. “Queremos que, desta forma, a aquisição dos novos tratores possa ocorrer no mais curto espaço de tempo. Queremos reduzir a carga administrativa quer junto dos promotores, na elaboração da candidatura e submissão dos pedidos de pagamento, quer ao nível da Administração Pública, nas várias fases do processo de análise, aprovação e controlo administrativo das candidaturas e pedidos de pagamento”, esclareceu a Ministra da Agricultura que sublinhou, ainda, que "as candidaturas apresentadas por detentores do Estatuto da Agricultura Familiar e por beneficiários cujas explorações agrícolas se situem maioritariamente em zonas de territórios vulneráveis e em zonas desfavorecidas de montanha serão objeto de discriminização positiva na valorização dos critérios de seleção". Uma das principais causas de

Meteorologia

acidentes mortais com tratores agrícolas é o capotamento durante a realização de trabalhos agrícolas ou resultante de acidente rodoviário, associado à não utilização do arco de proteção e do cinto de segurança. Estima-se que mais de 80 000 tratores não tenham estas estruturas de segurança, sendo a proteção anti-capotamento fundamental para concretizar o objetivo de reduzir o número de mortes por este tipo de sinistralidade. Assim, esta medida, para além de enquadrada nas metas identificadas no âmbito da Agenda de Inovação "Terra Futura", resulta ainda das conclusões que têm vindo a ser alcançadas no contexto do Grupo de Trabalho formado para análise da sinistralidade com tratores e para definição de ações, criado conjuntamente pelas áreas governativas da Administração.

Por vezes, naqueles momentos de critica da sociedade, ou até mesmo de resignação da sociedade relativamente à falta de investimentos de capital público na construção dos caminhos de ferro que o comboio não pode parar ou passar em todos os sítios. Uma desculpa muito ligeira para desculpar a falta de investimentos, todavia, no passado tal situação já foi possível de acontecer. Escrevia-se nos seus primórdios, ainda nos finais do século XIX, concretamente a junho de 1899 que o comboio iria ter horários especiais que tinham o principal prepósito de deixar maior comodidade para o seu utilizador. A referida comodidade era suportada igualmente na baixa de preço das viagens, para segundo o autor desta ideia, alimentar mais facilmente o número de utilizadores das feiras que se realizavam na cidade berço como também nas restantes localidades que eram servidas pelo caminho de ferro. A surpresa ocorria no apontamento que era concretizado na cobertura religiosa, referir que os comboios não tinham só paragens em todas as estações, mas, nos vários pontos da linha para materializar e elevar a questão da comunidade, permitindo que o comboio vá parando para largar passageiros e fazer com que o seu nível de atratividade da sua utilização sofresse um enorme crescimento. O referido modelo de funcionamento iria se compreender entre junho de 1899 e o mês de setembro, ocorrendo igualmente o reforço do número de viagens em ambos os sentidos, para segundo os autores das notícias: “… com concorrência direta para o Porto e para as estações do Minho do norte da Trofa”. Um exemplo flagrante em que a concorrência por vezes é mesmo a melhor amiga dos clientes. Indagando para fundamentando a importância comercial desta medida, era também justificado com a facilidade de utilização para quem se desejava deslocar para Caldas de Vizela, Taipas e a referida feira que se concretizava na cidade de Guimarães. Dissecando esta informação presente nos vários artigos realizados pela imprensa local do concelho de Santo Tirso sobre estas alterações é possível perceber e identificar a livre iniciativa no setor ferroviário em que o Estado permitia que uma empresa ou entidade privada investisse e tentasse rentabilizar o serviço público da melhor maneira, o que permitia claramente para o cidadão uma melhoria na sua utilização com mais paragens, mais viagens e até mesmo pagar pela utilização do serviço. Uns pequenos espirros de um Estado liberal que iria ter o seu término com o passar das décadas, sobretudo após a subida de Salazar ao poder em que após várias promessas de apoios através de reforço de verbas e até mesmo de investimento para com essas empresas privadas de transporte, acabariam por não as concretizar e num momento de elevada independência financeira acabariam por cortar os apoios e assim fazer com que a atividade ferroviária se concentrasse na CP que todos nós conhecemos.


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Atualidade

Número de casos volta a subir na Trofa A propagação do novo coro- 42 casos por cem mil habitantes navírus voltou a subir. Na Tro- – que representa 16 casos idenfa, entre o período de 10 a 23 de tificados – este território regismarço e de 17 a 30 do mesmo tou, entre 17 e 30 do mesmo mês, mês, houve um crescimento 96 casos por cem mil habitantes, de novos casos de mais de 130 ou seja, 37 casos. Uma subida de por cento. mais de 130 por cento, que deve fazer soar alguns alarmes e serDepois de uma descida cons- vir de efeito dissuasor de atitutante desde o início do segundo des menos cautelosas por parte confinamento, o concelho da Tro- da população. Estes são os dados da Direção fa registou nova subida do número de casos Covid-19. Depois de, Geral da Saúde, mas segundo a entre 10 e 23 de março, apresen- Lusa, o crescimento continua a vetar uma taxa de incidência (TI) de rificar-se. Segundo a agência no-

ticiosa, citando um documento da Administração Regional de Saúde do Norte, na penúltima (21 a 27 de março) e última semana de março (28 a 03 de abril), a Trofa registou 11 e 20 casos, respetivamente, num crescimento de 82 por cento. O concelho é um dos 25 no Norte que apresentam subidas acima dos 50 por cento. Passados 13 meses desde o início da pandemia 3947 trofenses já foram infetados com coronavírus, o que representa 10,27% da população do comcelho. Só 29 conce-

lhos atingiram a fasquia dos 10 % das infeções, entre os quais Famalicão (11,04) e Santo Tirso (10,04). O desconfinamento abriu-nos as portas de parques e esplanadas, mas esta nova normalidade deve ser encarada com cuidados redobrados. As regras básicas de contenção do vírus – higiene das mãos, uso de máscara e distanciamento social – continuam a ser primordiais para que o nível de propagação se mantenha baixo. Relativamente aos concelhos vizinhos, a tendência de crescimen-

to também se verificou em Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão: de 17 a 30 de março, foram identificados 61 casos (TI de 90/100 mil habitantes) no primeiro e 83 no segundo (63/100 mil habitantes). Em Vila do Conde houve redução do número de casos: a taxa de incidência desceu de 48/100 mil para 28/100 mil (22 casos). Na Maia também: 58 infetados na última quinzena do mês (TI de 42/100 mil), menos seis que no período anterior.

Junta do Coronado dá “boleia” para centros de vacinação Moradores da Vila do Coronado com dificuldades em deslocar-se aos centros de vacinação podem solicitar apoio à Junta de Freguesia, que disponibiliza um autocarro para garantir a viagem de ida e volta a quem for convocado para a vacina contra a Covid-19. Com nervoso miudinho à espera de um futuro sem pandemia. Foi assim, e em silêncio, que António Ferreira fez a viagem de S. Mamede do Coronado até ao centro de vacinação da Trofa para re-

ceber a inoculação contra a Covid-19. Antes de o autocarro da Junta de Freguesia arrancar, admitiu ao NT/TrofaTv que estava “a meio pau”. “Chamaram-me e eu vou. É a minha obrigação e pela minha saúde também não é?”, atirou o homem, que das maleitas da vida destaca os “problemas respiratórios”. Assim como António, mais um morador de S. Mamede conseguiu marcar presença no centro de vacinação na manhã de 26 de março, dia em que a equipa de reportaJunta do Coronado decidiu garantir o transporte das pessoas que necessitassem gem acompanhou a viagem providenciada pela Junta de Freguesia. “Há pessoas que, quando contactadas para se deslocarem aos centros de vacinação, quer seja na Trofa ou em Santo Tirso, vêm-se confrontadas com a falta de transporte e, naturalmente, recorrem à Junta a pedir auxílio”, explicou o autarca José Ferreira. Antes de agilizar a “boleia”, a Junta de Freguesia, detalhou José Ferreira, entrou “em contacto com a Câmara Municipal” a fim

de “perceber se garantia o serviço de transporte”. “O que nos foi dito por mais do que um dos serviços da Câmara Municipal foi de que, realmente, dispunha desse serviço, mas que não foi divulgado, propositadamente, para não criar uma procura muito grande desse serviço”, acrescentou. Face a este cenário, a Junta de Freguesia “decidiu agilizar” o processo e garantir, ela própria, o transporte a quem necessitar e, em articulação com o Agrupa-

mento de Centros de Saúde Santo Tirso/Trofa - que é a entidade de faz a gestão da agenda da vacinação -, “tenta conciliar os horários”, para transportar o maior número de utentes na mesma viagem. A Junta de Freguesia mantém disponível o serviço de transporte aos centros de vacinação aos habitantes da vila que comuniquem essa necessidade. Câmara emite comunicado sobre transportes Pela voz de Sérgio Araújo, vereador da Proteção Civil, a Câmara Municipal emitiu um comunicado em que acusa José Ferreira de “faltar à verdade” e garante “estar a fazer o transporte de munícipes” ao centro de vacinação, inclusive de pessoas “acamadas e em cadeira de rodas”, numa “parceria importante com os Bombeiros”. Sérgio Araújo garantiu que a autarquia garantiu o transporte “a mais de 120” pessoas “de todas as freguesias”, que “têm contactado a Câmara Municipal e os centros de saúde”.


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O NOTÍCIAS DA TROFA

8 de abril de 2021

Atualidade Santa Casa Da Misericórdia da Trofa adapta-se à pandemia

“O nosso lar é um lugar de vida” No â m bito do “ Su mmit LA Mask”, iniciativa da empresa trofense LA Mask, Zélia Reis, diretora delegada da Santa Casa da Misericórdia da Trofa, participou com a abordagem do tema “Cuidar em Humanitude em tempos de pandemia”.

o estabelecimento de “quatros pilares” em que assenta o conceito de humanitude: olhar, toque, palavra e verticalidade. A s medidas passaram por adaptações dos próprios funcionários, que tiveram de arranjar outras formas de darem afeto sem contarem com os abraços, ANA BARREIRAS/CÁTIA VELOSO recorrendo mais ao olhar Nesta iniciativa, a con- e às palavras de conforto. vidada teve oportunidade Zélia Reis afirma que, asde falar sobre o funciona- sim, os idosos sentiram-se mento da instituição, mas “abraçados de outra forma”. A instituição, que é comtambém das medidas que foram tomadas para fazer posta por cerca de cem recom que os residentes se sidentes, teve de recorrer a sentissem seguros e em funcionários de uma outra família. Um dos pontos im- unidade que lhes pertenportantes que salientou foi ce para fazer face ao perío-

do mais difícil vivido com o pico de casos de Covid-19 que o concelho da Trofa registou. Segundo Zélia Reis, a autoridade de saúde permitiu também que funcionárias que testaram positivo pudessem cuidar dos idosos também infetados, o que tornou todo o processo muito mais ágil. “Se assim não fosse, não teríamos recursos humanos suficientes para cuidar destes residentes”, sublinhou. A família também teve um papel importante nestas adaptações, pois, apesar de não poder tocar nos seus idosos, contou com a ajuda da instituição para chegar mais perto deles,

por exemplo, através de vídeochamadas ou de visitas, em que residentes e familiares estavam separados por um vidro. A Santa Casa da Misericórdia tentou sempre que os seus residentes se sentissem perto da família e foi, por isso, que nunca proibiu a entrada no lar de presente e outros “mimos” que os familiares quisessem fazer chegar, cumprindo sempre o período de quarentena que estava estabelecido para os produtos. “Mais do que nunca, fazia sentido, e termos a família a colaborar foi bom. Neste processo, tivemos de conciliar a necessidade de cumprir com

Não são possíveis visitas nas estruturas residenciais as regras sanitárias com as da que, apesar do abrandanecessidades das famílias, mento do número de casos, uma vez que, do ponto de e para assegurar a máxima vista afetivo, elas tinham de segurança dos idosos, conestar presentes”, explicou tinua a não serem possíveis “visitas no interior das esZélia Reis. Zélia Reis acrescenta ain- truturas residenciais”.

Summit La Mask aborda a questão da espiritualidade

“Como assistente espiritual, eu não visito crentes. Visito pessoas doentes” Sobre o tema geral “Covid-19, o desafio do mundo moderno”, o “Summit La Mask” teve como um dos temas abordados a espiritualidade em tempos de exceção. MIGUEL LOPES/CÁTIA VELOSO

Assistente espiritual no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, a irmã Inês Vasconcelos foi uma das oradoras do summit, realizado de forma inteiramente digital para toda a população. A oradora a bordou a questão da espiritualidade e as mudanças que esta di-

mensão sofreu com a pan- afirma de forma categórica: demia da Covid-19, reve- “Como assistente espiritual, lando que este é um “mo- eu não visito crentes. Visimento novo” pelo facto de, to pessoas doentes”. Esta há um ano, não existir co- ideia, acrescenta, explinhecimento suficiente da ca-se pelo facto de as pesdoença e de, agora, já se- soas esperarem desta figurem conhecidos alguns da- ra “empatia, escuta e acodos que possibilitam en- lhimento, um momento difrentar este, já menos, “des- ferente no dia de um doente que, quando sujeito a um conhecido”. Sublinhando que as ques- longo período de internatões da espiritualidade são mento, se torna cansativo e de todos, uma vez que são pesado”. Afirmando que a “pandetratadas “sem obrigatoriedade de recorrer a uma reli- mia alterou todos os nossos gião” e que “toda a pessoa é hábitos sociais”, Inês Vasespiritual - os crentes, os re- concelos defende que esta ligiosos, os agnósticos e até deve ser uma “oportunios ateus -, Inês Vasconcelos dade de crescermos e sa-

Dedicada a ajudar os oubermos aquilo que conhe- ferente do habitual, em que cemos”. As mudanças que circulava livremente “entre tros, Inês Vasconcelos foi obrigada a restringir a sua a pandemia da Covid-19 o 10.º piso e -3”. Na sua inter venção, a atividade, numa altura em trouxe foram várias a nível social e a espiritualidade assistente espiritual refe- que Portugal enfrentava a pode, igualmente, ter um riu ainda que “os cuidado- segunda vaga da Covid, lires devem ser cuidados”, mitando as suas visitas a papel importante através do “silêncio que tem as pa- numa referência aos os pro- “quem estava mais necesfissionais que estão na li- sitado”. Mas nunca parou. lavras”, frisou. A católica apresentou o nha de frente no combate “Todos somos chamados a seu agradecimento aos pro- à Covid-19, revelando que uma solidariedade maior, fissionais de saúde, que “nunca como nesta altura, a uma atenção mais terna contactava por mensagens houve tanta visita à cape- e mais próxima da pessoa”, ou nos rápidos encontros no la como há agora” por par- alertou a assistente espirielevador, onde aproveitava te dos profissionais de saú- tual, que desafiou as pespara saber como estavam de, que recorrem a este es- soas a “saborearem a preos doentes, assim como os paço à procura “de força” e sença terrena dos entes próprios enfermeiros, mé- para “agradecer” ter con- queridos” e “viverem com dicos e assistentes opera- seguido aguentar mais um confiança”, porque “isto vai passar”. cionais. Um cenário bem di- turno de serviço.

Summit La Mask revelou “vontade” do público de “conhecer melhor o vírus e a doença” De 29 de março a 4 de abril, cerca de duas dezenas de especialistas de diversas áreas, desde a medicina à assistência espiritual, passando pelo desporto à economia e apoio social, falaram dos impactos e dos desafios com que a população se confrontou com a pandemia de Covid-19.

O Summit La Mask foi promovido pela empresa trofense La Mask, de forma inteiramente digital e de participação gratuita. “Chegamos ao fim com a sensação de que cumprimos com responsabilidade social o nosso dever cívico de bem informar e capacitar o cidadão comum para o

grande desafio da era Covid-19. O evento foi muito bem recebido pelo nosso público, tendo contado com a inscrição de 600 pessoas e uma participação assídua de 450 pessoas”, contou Filipa Couto, responsável pela organização do evento. Destacando “a necessidade que o público em ge-

ral sente de estar bem informado”, Filipa Couto defende que “eventos que conjugam especialistas de várias áreas cumprem um papel fundamental na capacitação do cidadão comum através da facilidade, proximidade e rapidez com que são capazes de disseminar informações de qualidade”.

“Ficou claro aqui o bene- ponsável, os “dedicados à fício que este tipo de even- saúde”, o que é tido como tos pode oferecer para me- “uma vontade” do público lhor resolver ou atenuar o de “conhecer mais e meimpacto de um problema lhor” o vírus e a doença. “Não podemos de facto de saúde pública e esse é o feedback que muito posi- baixar a guarda e, mesmo tivamente nos foi chegan- apesar da vacinação, as medidas de prevenção devem do”, frisou. Os vídeos mais concorri- continuar”, concluiu. dos foram, segundo a res-


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Atualidade

“A maioria da população ainda não sentiu a crise de forma direta” Numa visão multidisciplinar dos impactos que a Covid-19 provocou na vida de todos, a empresa La Mask não deixou a economia de fora no Summit que promoveu de 29 de março a 4 de abril. João Cerejeira, professor doutorado da Universidade do Minho, abordou as características que tornam esta crise diferente da anterior e da forma como está a afetar o rendimento das famílias. A produção do País baixa, o rendimento das famílias também. A equação é fácil de perceber, face aos impactos que a pandemia tem provocado desde o início de 2020 em todo o mundo. Segundo João Cerejeira, “se produzimos menos, aquilo que irá chegar ás famílias vai ser menos ainda”. Porém, o impacto desta contração ainda não se fez sentir totalmente. “Há uma entidade que tem tido um papel fundamental no amortecimento da crise, que é o Estado, que fez um esforço financeiro grande, com aumento de endividamento enorme no último ano. A grande parte deste endividamento foi emprestado pelo Banco Central Europeu (BCE), por-

tanto nem foi dívida colocada no mercado, foi mesmo adquirida pelo BCE, é dinheiro que entrou em Portugal com juros muitos baixos, por vezes até negativo, mas que permitiu amortecer o impacto que a crise teve nas famílias”, explicou o economista. Por outro lado, “os depósitos bancários das famílias e também das empresas estão a aumentar muito”, o que, detalhou João Cerejeira, quer dizer “que as famílias também estão a gastar menos e tem havido mais poupança, por vários motivos, como não haver tantas oportunidades de consumo”. Ao contrário da crise que afetou Portugal há cerca de uma década, esta “afetou toda a gente de uma maneira ou de outra”, tornando-se “muito mais assimétrica”. “A maioria da população ainda não sentiu a crise de forma direta, porque ou tem emprego que permitiu passar para teletrabalho, ou está na função pública e não sentiu um impacto direto no trabalho ou na renumeração, ou porque está em empresas que não foram obrigadas a encerrar no período da pandemia”, explanou. Por outro lado, os primeiros a

sentirem os efeitos da pandemia foram “aqueles que têm contratos de trabalho mais precários e frágeis”. Tendo em conta a experiência que diz que “quanto mais as crises se prolongam, mais cicatrizes deixam”, João Cerejeira traça dois cenários que resultam no mesmo: toda a sociedade a sofrer os efeitos da crise. Mas para isso acontecer terá de haver uma condição: “O Estado não conseguir diminuir o défice”. “Se isso acontecer, ou vai ter de cortar despesas sociais, como salários dos funcionários ou corte nas pensões, ou cortes no investimento público, onde já não há muito mais por onde cortar, ou pode ser cortes nas pensões. Ou João Cerejeira professor doutorado da Universidade de M inho então, tem de aumentar a receita, e para isto tem de haver um au- ganhar, como, naturalmente, as mília “como suporte daqueles que mento dos impostos. Quer uma das áreas da saúde e da tecnolo- são mais frágeis”. “A família tem solução ou outra, resulta numa gia, onde se prevê mais proteção de funcionar como um amorteceperda de rendimentos nas famí- relativamente aos impactos a lon- dor de tensões sociais. O isolalias e aí é onde a crise se expan- go prazo desta crise. mento não é bom para ninguém, Considerando ainda “interes- mas também não é bom do ponto de a toda a sociedade”. Se por um lado, aclarou o eco- sante” a forma como a Covid-19 de vista económico, se nós perdenomista, há profissões cujo futu- “acelerou” as tendências relacio- mos os laços com as pessoas que ro é “muito incerto”, como aque- nadas com as “profissões do futu- interagimos, também não conseles relacionados com o turismo – ro”, associadas a formação quali- guimos mudar de emprego e perárea fortemente afetada pela pan- ficada, João Cerejeira assinalou, ceber as oportunidades que exisdemia -, outras há que ficaram a igualmente, a importância da fa- tem”, asseverou.

“Não há poupanças que aguentem estes meses todos” soas que se ofereceram para ajudar. Mais de 60 mil pediram ajuda”, contou Isabel Jonet. Esta crise traçou um novo perfil das pessoas necessitadas. De acordo com a presidente das Federação dos Bancos Alimentares, “não estavam habituadas a lidar com estes canais de assistência”, porque “tinham empregos e vidas estáveis”. “Em Portugal, temos um problema terrível ligado à habitação, que, em A última oradora do Summit brar “na totalidade”. Com o país La Mask foi Isabel Jonet, pre- atingido pela crise pandémica, sidente da Federação dos Ban- foi criada a Rede de Emergência cos Alimentares, marcou a ini- Alimentar (REA), que fez com que ciativa com um retrato das ca- “a ajuda não parasse”, apesar dos rências sócio-económicas que constrangimentos criados pelo a pandemia de Covid-19 provo- confinamento, com o encerramencou ao longo do último ano. to forçado de muitas instituições. “Conseguimos chegar às pessoas São cada vez mais famílias através de outras entidades, como que estão com mais dificuldades, entidades que se mantiveram em porque “não há poupanças que funcionamento, juntas de fregueaguentem estes meses todos”. Isa- sia e câmaras municipais, conbel Jonet retrata um cenário difícil tando ainda com muitos voluntápara os agregados portugueses, rios que se inscreveram desde a que ainda está longe de se vislum- criação da REA. Foram 1104 pes-

muitos casos, cobre 2/3 do rendimento dos agregados familiares. Quando ficam sem parte do que ganham, essas pessoas não podem ir para a rua e o que sucede é que muitas ficaram de mãos atadas: não tinham dinheiro, não podiam trabalhar, tinham os filhos em casa e a necessidade de lhes dar de comer. Além disso, ainda há a luz, a água e o carro para pagar”, explicou. Em muitos casos, os apoios so-

ciais oriundos do Estado “não foram imediatos” nem em proporção suficiente, à conta da “economia informal”, alimentada por muitos que, tendo dois empregos, só declaram um. E isto, concluiu Isabel Jonet, “causou muita pressão nas famílias”. Através da REA, disponível online, foi possível “resguardar o anonimato” das famílias, muitas delas a pedir ajuda pela primeira vez.

Na Trofa, apoio social aumentou exponencialmente Todos os meses, a delegação da Trofa da Cruz lha conseguiu apoiar 997 pessoas, em março deste Vermelha Portuguesa revela o número de apoios ano, com a doação de quase 15 mil bens alimentaconcedidos. A diferença entre março de 2020, pri- res. A estes beneficiários somam-se mais 58, atrameiro mês da pandemia em Portugal, e entre mar- vés do Apoio Alimentar de Emergência (com mais ço deste ano é assinalável: de pouco mais de cem 1662 alimentos). A cantina social “Porta dos Sabores” conta, atualpessoas, a instituição passou a ajudar mais de mil. Este crescimento exponencial dos apoios tam- mente, com quase o dobro dos utilizadores que em bém foi possível graças à “maior sensibilidade” março de 2020. São agora 30 as pessoas que recordas superfícies comerciais, que, com a crise pan- rem a esta valência da instituição, que abastece, démica, decidiram doar os excedentes alimentares. também, os frigoríficos solidários, que se enconAtravés desta nova resposta social, a Cruz Verme- tram nas freguesias do Muro e Coronado (S. Romão).


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8 de abril de 2021

Atualidade Empresa da Trofa promoveu colheita de sangue

“Um dia podemos ser nós a necessitar desta ajuda”

João Mendes

CRÓNICA

Concessão das barragens da EDP: a anatomia de um golpe

A lém de se voluntariarem para doar sangue, os funcionários também se envolvem “na organização” da colheita A empresa MTC People, com filial em Santiago de Bougado, organizou uma colheita de sangue para reforçar as reservas nacionais, em resposta aos apelos lançados pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST). MIGUEL LOPES/CÁTIA VELOSO

Depois de tomar conhecimento dos procedimentos necessários para uma ação que exige algumas regras do ponto de vista da segurança dos voluntários, a MTC People, empresa de recrutamento para o setor da metalomecânica, lançou-se, este ano, na realização de colheitas de sangue. No dia 31 de março, promoveu a segunda ação, com apoio de uma equipa do IPST. A responsável da empresa, Daniela Gonçalves, afirma que a ideia surgiu depois de tomar conhecimento dos “alertas” deixados pelo Instituto, que davam conta dos níveis baixos das reservas de sangue existentes nos hospitais portugueses, devido à pandemia da Covid-19. Contagiados pela solidariedade de muitos funcionários da empresa, que “já são dadores de sangue”, a administração decidiu pôr em prática a responsabilidade social da MTC People, disponibilizando as instalações para realizar as ações de colheita. A empresa, integrante do grupo metalomecânica TDM, pretende continuar com esta iniciativa no futuro, uma vez que “traba-

lha com muitas pessoas” e sente o dever de manter a “responsabilidade social” e mostrar que as organizações podem ter um papel importante nas causas solidárias. A iniciativa, que vai decorrer duas vezes por ano, tem captado cada vez mais interessados, num processo passa por envolver todos os colaboradores nas diversas fases da colheita. Segundo Daniela Gonçalves, além de se voluntariarem para doar sangue, os funcionários também se envolvem “na organização” da colheita, desde a logística até à “divulgação, através de meios de comunicação”. “Depois, contactamos o próprio Instituto Português de Saúde e de Transplantação, responsável pela organização do ponto de vista médico, enquanto recebemos as inscrições”, explicou. O processo de uma colheita de sangue passa por várias etapas, desde análises a colheitas para que os dadores estejam dentro dos parâmetros exigidos, sendo vigiados antes e depois de darem o sangue para benefício de outras pessoas. O número de participantes tem aumentado, uma vez que na primeira vez participaram “30 pessoas” e, na segunda, foram já “50” as que compareceram, revelou a responsável. Os trabalhadores da empresa, desde estreantes a mais experientes, responderam a esta chamada e congratularam a empresa por esta iniciativa, como por

exemplo José Machado, que considerou a ação “muito gratificante” e capaz de “dar o exemplo na zona da Trofa”. Rui Rodrigues, trabalhador da empresa, foi um dos estreantes a dar sangue, numa atitude que recompensa a “iniciativa exemplar” que considera que a MTC People assumiu, sem deixar de a abrir a toda a comunidade. Já para Germano Gonçalves, também a doar sangue pela primeira vez, esta é uma atividade que tanto as entidades privadas, como as públicas deviam realizar, com vista a alcançar o maior número de pessoas. Por sua vez, José Machado diz que este é um processo em que todos se devem envolver, porque não se sabe se um dia, “podemos ser nós a precisar desta ajuda”.

Lions promove duas colheitas em abril O Lions Club da Trofa vai promover duas colheitas de sangue este mês. A primeira acontece no sábado, 10 de abril, entre as 9h00 e as 12h30, na empresa Eurico Ferreira, do Grupo PROEF, na Rua do Poente, em Santiago de Bougado. No dia 16, a colheita de sangue tem lugar no polo do Coronado da Câmara Municipal da Trofa, junto à estação ferroviária.

Retóricas novilinguísticas sobre socialismos e liberalismos à parte, o caso da concessão das barragens no rio Douro pela EDP à Engie é um daqueles sinais, por demais evidentes, de um longo historial de vassalagem do Estado aos mais poderosos interesses privados. Este negócio, que remonta a 2019, traduziu-se numa venda na ordem dos 2.200.000.000€, estando sujeito ao pagamento de Imposto de Selo de 5% do valor total da transacção, os tais 110 milhões de euros de que tanto temos ouvido falar nos últimos dias. No ano seguinte, estávamos nós já demasiadamente ocupados com vírus e outras pandemias, o governo decide alterar o artigo 60 do Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) alargando a isenção do Imposto de Selo a qualquer estabelecimento comercial, industrial ou agrícola que esteja abrangido por operações de reestruturação. E o que fez a EDP? Reestruturou-se. Assim, no final de 2020, a EDP criou uma empresa de fachada, com apenas um funcionário: a Camirengia. Constituído o veículo de apoio à negociata, a EDP transferiu a propriedade das barragens para essa nova empresa, que foi posteriormente comprada por uma outra empresa, a Águas Profundas, criada - imaginem lá - pela Engie. Curiosidade: a Camirengia foi criada a 14 de Dezembro de 2020 e vendida à Águas Profundas cinco dias depois, a 19 de Dezembro. Quase nem deu tempo para levar para lá as barragens todas. Aquele funcionário deve ter tido uma trabalheira que nem é bom pensar. Parecem negócios feitos à moda de uma certa câmara municipal que conhecemos bem. Na semana seguinte, para não perder o ritmo, a Camirengia e a Águas Profundas, ambas sob controle da francesa Engie, avançaram para um processo de fusão. Estava feita a necessária reestruturação que, juntamente com as alterações ao EBF, levadas a cabo pelo governo, garantiram a tal isenção de Imposto de Selo. Uma fusão realizada a 25 de Dezembro, já com o bacalhau na panela a cozer, que isto é malta que empreende todos os dias, Natal incluído. Resumindo: à luz da lei portuguesa, criar uma empresa de fachada, para lá colocar um imóvel, e de seguida vender essa mesma empresa a uma outra, com a qual posteriormente se funde, é uma reestruturação. Só que isto tem tanto de reestruturação como esta sandes mista que estou a comer tem de cabrito assado. No fundo, estamos perante mais um assalto ao contribuinte, com o alto patrocínio da passividade colaboracionista de um governo que facilitou o esquema e depois assobiou para o lado, fazendo de conta que não era nada com ele. Apesar de estar a par de todos os passos deste esquema, e de ter sido alertado para a possibilidade de fuga aos impostos. Mais um prego no caixão da democracia, com o alto patrocínio do Partido Socialista.


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Atualidade

Assalto à Cepsa rende “60 mil euros” Em protesto com o número de vezes que já foi assaltado, o proprietário do posto de abastecimento Cepsa, em Santiago de Bougado, decidiu manter o estabelecimento fechado durante a manhã, depois de mais uma visita dos amigos do alheio. Foi o segundo assalto no espaço de uma semana. Cerca das 3h30 da madrugada de 26 de março, quatro homens, mascarados e munidos de luvas, partiram tudo o que encontraram pela frente. Além do vidro da porta principal, três dos indivíduos que acederam ao interior do estabelecimento estroncaram portas e carregaram o carro em que se fize-

ram transportar com “raspadinhas, tabaco e dinheiro que existia em dois fundos de caixa”, testemunhou ao NT o proprietário do posto de abastecimento. O cenário da destruição que provocaram ainda era bem visível de manhã, ao contrário de outras ocasiões em que os responsáveis do espaço se esforçaram para colocar o posto em funcionamento na hora de abrir. Sem querer falar à frente das câmaras, o proprietário disse ao NT/TrofaTv que está “cansado dos assaltos” de que tem sido vítima e “em jeito de protesto” decidiu não esconder os efeitos de mais um assalto, do qual resultaram prejuízos de “cerca de 60 mil

euros”, referiu. A GNR esteve no local a registar a ocorrência e a reunir possíveis

indícios que possam levar à identificação dos ladrões, incluindo as imagens de videovigilância que,

segundo o proprietário, permitiram perceber quantos eram e em que veículo se faziam transportar.

GNR detém “principal colaborador” de rede de tráfico a operar na Trofa

Carro colidiu com T do Catulo Não foi o primeiro e, quiçá, não será o último. Um automóvel chocou, este sábado, com a peça escultórica em forma de T, que decora a rotunda do Catulo, no centro da cidade da Trofa. O veículo ligeiro de passageiros despistou-se, cerca das 00h00,

e, apesar do aparato, o condutor, depois de assistido pelos Bombeiros Voluntários da Trofa, não necessitou de ser transportado para a unidade hospitalar, apresentando apenas pequenas escoriações. A GNR da Trofa tomou conta da ocorrência.

É tido pelas autoridades como o “principal colaborador de uma rede de tráfico de droga que proliferava no concelho da Trofa” e foi detido, ontem, pela Guarda Nacional Republicana. A investigação, levada a cabo pelo Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Santo Tirso, levou ao paradeiro deste indivíduo de 22 anos, no concelho de Paços de Ferreira. “O suspeito recebia e preparava o produto estupefaciente, dividindo-o em doses, procedendo posteriormente à sua transação”, explico a Guarda, em comunicado. Na sequência da detenção, foi realizada uma busca domiciliária onde foi possível apreender 2228

doses de haxixe, 24 doses de canábis, uma balança de precisão e 420 euros em dinheiro. Com antecedentes criminais por ilícitos da mesma natureza, o deti-

do será presente hoje, a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Instrução Criminal de Matosinhos, para aplicação das medidas de coação.


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8 de abril de 2021

Política

PS debateu importância da relação entre empresas e ensino profissional e superior A relação entre o ensino pro- ções impostas pela Covid-19. Para fissional e superior com as em- o empresário, as empresas da Tropresas foi o tema que marcou a fa devem aproveitar o contexto de última conferência do Partido oportunidade e alimentar-se do Socialista dedicada à Educação, “enorme potencial” da indústria inno âmbito da iniciativa “A Tro- teligente, para “criar condições de fa merece +”, encabeçada pelo crescimento para a abordagem ao candidato à Câmara Municipal, mercado externo e elevar a capaAmadeu Dias. cidade de competição”. E neste processo, é premente A iniciativa, que decorreu online, cultivar um relacionamento “de na última segunda-feira de março, proximidade” com “as autarquias e contou com a participação da pro- os centros de conhecimento”, com fessora e deputada Rosário Gam- vista a “dotar as novas gerações de bôa, do chairman do Grupo Frezi- informação e conhecimento sufite, José Manuel Fernandes, do di- ciente para desenvolverem as suas retor do CENFIM da Trofa, Adeli- capacidades empreendedoras”. no Santos, e do vereador do PS MiAdelino Santos, engenheiro e diguel Tato Diogo. retor do CENFIM da Trofa, enten“A reindustrialização, a digitali- de, por sua vez, que um dos maiozação e a preservação da susten- res desafios a enfrentar na formatabilidade assumiram-se, unani- ção profissional prende-se “com a memente, como os principais desa- implementação da nova indústria fios a enfrentar para as três verten- inteligente, que vai obrigar ao detes: empresarial, ensino superior e saparecimento de profissões mais ensino profissional”, fez saber o PS antigas, mas implementando noem nota informativa. vas profissões mais exigentes ao José Manuel Fernandes falou da nível da qualificação, promovenemergência da indústria 4.0, que do a digitalização da indústria, a deu “passos largos” na Europa e evolução tecnológica e a robotizano país, como resposta às limita- ção dos processos”.

criação de “um protocolo com um estabelecimento de ensino superior no concelho”, com vista à qualificação das pessoas do território, aproveitando a excelente localização da Trofa para mostrar que este é um concelho capaz de atrair e reter os jovens, o chamado talento tão importante para as empresas, que “garante a sustentabilidade do futuro, quer em termos sociais, quer em termos económicos”.

“Com este conjunto de iniciativas E com os olhos nas necessidades do tecido empresarial da região, com quem está em “constante colaboração”, o CENFIM adapta a sua função, moldando, se necessário, as formações ministradas aos estudantes. Uma “especialização inteligente enquadrada na orientação estratégica 2030, promovida pela CCDR-N”, que permita uma análise e diagnóstico concreto aos ativos do concelho foi a proposta deixada por Rosário Gambôa. A docente, que já presidiu o Po-

litécnico do Porto, acredita que a Trofa só tem a ganhar com uma “colaboração mais estreita entre o tecido empresarial e as instituições de sistema científico/ensino superior”, para que a reindustrialização e o novo paradigma socio-económico “se traduzam num mundo mais sustentável, ecológico e desenvolvido socialmente”. Amadeu Dias, candidato socialista à Câmara Municipal da Trofa, aproveitou para defender uma articulação entre o tecido empresarial trofense e o ensino profissional e a

pretendemos construir um programa eleitoral que sirva de base à nova forma de organização e desenvolvimento da governação municipal num modelo de proximidade a pais, alunos, professores, pessoal não docente e às próprias empresas e instituições, numa relação de cooperação, que ajudará a criar um município da Trofa mais coeso, mais inovador e empreendedor ao nível das políticas de educação e de dinamização económica . Amadeu Dias, candidato do PS à Câmara Municipal da Trofa

PAN reclama fim da “má gestão do arvoredo urbano” Humberto justificou o abate com o facto de as árvores apresentarem “um desenvolvimento muito deficiente, resultante de podas severas ao longo de vários anos, que lhes conferiram não só uma imagem deformada, como uma agoniante e decadente vivência enquanto seres vivos”, acrescentando que os “sucessivos cortes efetuados comprometem a qualidade de vida das árvores, conferin-

A Comissão Política Concelhia do PAN - Pessoas-Animais-Natureza manifestou-se contra as “situações de poda severa (vulgo rolagens) em árvores ornamentais de várias zonas do concelho”. Considerando que “já é tempo de acabar com a má gestão do arvoredo urbano”, a estrutura fez saber, em comunicado, que “solicitou esclarecimentos ao presidente da Câmara Municipal sobre as razões que levaram à poda, severa, de árvores ornamentais no concelho, bem como as motivações técnicas que conduziram a essas intervenções”.

“O PA N procura ainda saber quais as justificações do executivo camarário para a contratação de empresas externas para efetuar podas em determinadas zonas do concelho, enquanto em outras essa tarefa é delegada a técnicos municipais”, pode ler-se no documento. Este tipo de atuação revela, segundo o PAN, uma postura “contraditória” da autarquia municipal face às “declarações que o presidente da Câmara prestou em resposta ao questionamento do PAN, sobre o abate de árvores na Ciclovia do Coronado”, acrescenta o partido, no mesmo comunicado. Nesse caso, revela o PAN, Sérgio

do-lhe feridas que com o passar dos anos geram podridões e enfraquecimento dos ramos, podendo em última análise constituir um perigo de queda de ramos sobre a via pública”. “É sabido que este tipo de intervenção, agressiva, para além de deformar completamente as árvores, pode colocar em causa a sua sobrevivência, o que se revela um ataque aos ecossistemas e ao zelo

pela qualidade dos espaços verdes do concelho da Trofa”, acrescentou Fernando Geração. O porta-voz do PAN relembrou que, relativamente à gestão do arvoredo, “o PAN apresentou no corrente mês um Projeto de Lei na Assembleia da República para que as podas e os abates sejam feitos com critérios mais apertados, para além de regulamentar a profissão de arborista”.

PAN quer público com direito a participar nas sessões online da Assembleia O PAN Trofa defende a retoma da participação dos cidadãos nas sessões da Assembleia Municipal da Trofa “como se verificava antes da pandemia Covid-19”. Em comunicado, a comissão política concelhia do partido reconhece as “limitações” que a pandemia trouxe “a todos os tipo de atividade” e elogia as adaptações que a Assembleia Municipal fez para conseguir chegar à população através da transmissão online das sessões, mas sublinha que “formato escolhido para que as

intervenções do público se realizem pode e deve ser melhorado, por forma a que as condições de participação se mantenham o mais similar possível às circunstâncias de intervenção pré-Covid”, referiu o porta-voz do PAN, Fernando Geração. Esta posição motivou uma interpelação à presidente daquele órgão, solicitando que os trofenses que queiram esclarecimentos do poder local municipal tenham direito a “participar, em direto, a partir do local onde se encontram”

nas conferências onde decorrem as sessões da Assembleia, “tal como se verifica noutros concelhos, nomeadamente Famalicão”. “É fundamental voltar a dar voz à população, para que os munícipes possam apresentar por si mesmos quer as suas preocupações, quer os esclarecimentos devidos. Não se encontra justificação para esta limitação, tendo em consideração que não existe nenhuma condicionante sanitária que a justifique”, acrescentou Fernando Geração.


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Atualidade

Nasceu na Trofa nova plataforma de entrega de refeições O projeto nasceu na Trofa e é a partir deste concelho que começa a dar os primeiros passos. A Bloop.pt é uma plataforma online de entrega de refeições ao domicílio, que garante entregas a distâncias de cerca de sete quilómetros do restaurante onde é feita a encomenda. A plataforma já está em funcionamento em www.bloop.pt. Ao cobrar apenas a taxa de entrega, a Bloop.pt destaca-se de outras plataformas, que chegam a exigir 30 por cento do valor da refeição, obrigando os restaurantes a subir o valor dos produtos na modalidade de delivery. A plataforma foi desenvolvida por André Carvalho e Leandro Castro, que adquiriram experiência como estafetas, percebendo que, na Trofa, as plataformas de entrega de refeições não estavam a cativar os clientes. “Abordei alguns restaurantes e perguntei a vários clientes por que é que não aderiam à plataforma e a maior parte das vezes respondiam-me que o preço era muito elevado. Então, decidi criar a Bloop, que é

muito mais em conta para o consumidor final, uma vez que não cobra comissões, conseguindo apresentar ao consumidor final um preço quase idêntico àquele que se pratica no restaurante”, explicou André Carvalho, em entrevista ao NT. Resultado: em poucos dias conseguiu o mesmo número de restaurantes aderentes que as outras plataformas conseguiram em meses. Fazem parte da lista Os Melhores Kebabs do Mundo, Teorias, o Restaurante Grill Steak House Artur ou o Ninki Sushi Trofa entre outros, Além de chegar mais longe atualmente, abrange território de Ribeirão, chegando até muito perto do cruzamento da Carriça -, a Bloop assumiu uma política mais exigente na contratação de estafetas, para garantir qualidade no serviço de entrega. Além disso, o serviço de apoio, tanto para os restaurantes como para os consumidores, é “permanente, mais ágil e mais célere que nas outras plataformas”, garantiu André Carvalho, às quais atribui “muita demora” na resolução de

E fetue a encomenda em www.bloop.pt algum problema. Com um site intuitivo, a Bloop.pt apresenta um caminho fácil para adesão. Os estabelecimentos de restauração do concelho interessados, podem preencher um bre-

ve formulário, sendo, depois, contactados por um administrador da plataforma. Já os clientes, podem aceder ao site, em www.bloop.pt, registar-se em poucos passos e esco-

lher a refeição que desejarem, entre pizza, kebabs, sushi e gastronomia portuguesa. As encomendas são fáceis de fazer e o pagamento pode ser feito por MBWay ou por cartão Visa ou Mastercard.

Recenseadores dos Censos 2021 estão a percorrer freguesias O XVI Recenseamento da Po- resposta aos Censos através da pulação e o VI Recenseamento da Internet”, explica o INE, em coHabitação – Censos – já começa- municado enviado aos órgãos de ram esta segunda-feira, 5 de abril, comunicação. em todo o país e na Trofa as equiA fase de distribuição das carpas escolhidas pela câmara muni- tas para resposta aos Censos cipal da Trofa já estão no terreno. “terá a duração de duas semanas, As cartas “serão colocadas nas estando a sua conclusão previscaixas de correio pelos recensea- ta para o dia 18 de abril”, adianta dores e contêm os códigos e toda o INE. Já a 19 de abril arranca a a informação necessária para a fase de resposta aos Censos pela

Internet, no site da iniciativa, que deve ser feita preferencialmente até dia 3 de maio. Para poder responder terá de aceder ao website, colocar o código e a password indicados na carta do INE, responder às questões e quando terminar sele cionar “Entregar”. Ainda assim, para aqueles que não conseguirem responder pela Internet, há outras formas de participar: por telefone, para grupos da população com maior dificuldade na resposta pela Internet ou impedidos de contacto presencial; E-balcão nas Juntas de Freguesia, mediante “condições de acessibilidade locais e em função da respetiva situação de saúde pública”; autopreenchimento dos questionários em papel entregues pelos recenseadores. Será na “fase de conclusão dos Censos, a partir de 31 de maio, que a resposta resultará do contacto presencial dos recenseado-

res e apenas junto dos alojamentos que ainda não tenham respondido por outro modo”, esclarece o INE. O organismo ressalva que foi delineado “um Plano de Contingência de forma a garantir a realização da operação censitária com qualidade e protegendo a saúde de toda a população”. O INE abriu um processo de recrutamento de 11 mil recenseadores, mas as candidaturas superaram largamente o número de vagas. Foram cerca de 60 mil as candidaturas a nível nacional para esta operação estatística, que pas-

saram pelo processo de seleção pelas autarquias locais durante o mês de março. Ao longo de mais de 150 anos os Censos têm colocado à disposição da sociedade o maior retrato estatístico de Portugal. Os organismos públicos, as entidades privadas e os cidadãos em geral, reconhecem a utilidade da informação censitária, enquanto fator essencial para a planificação de serviços ou para a definição de políticas em áreas como a educação, a saúde, a habitação e o emprego.


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Política

Amadeu Dias é o candidato pelo PS à Câmara da Trofa Amadeu Dias é o candidato pelo Partido Socialista à Câmara Municipal da Trofa. Professor de profissão, Pós Graduado em Gestão de Recursos Humanos e Diretor de Porjetos de Internacionalização, o candidato deu uma entrevista ao NT e TrofaTv onde falou dos projetos e da construção do seu programa autárquico. O Notícias da Trofa (NT) - De- lançado pelos militantes de base, pois da primeira experiência da por dirigentes e ex-dirigentes, e candidatura, em 2017, por que por muitos simpatizantes, para decidiu apresentar-se de novo conduzir os destinos do partido a eleições? Não convenceu a durante 2 anos. Fui eleito com um maioria do eleitorado há quatro resultado expressivo e inequívoanos, que condições foram reu- co, recebendo a confiança absonidas, entretanto, para acredi- luta dos militantes do PS Trofa. A tar que será possível conquistá- confiança depositada e o resulta-lo desta vez? do expressivo voltaram a repetirAmadeu Dias (AD)- Estamos a -se na escolha do meu nome para construir um projeto para a Tro- encabeçar a candidatura do partifa que engloba todos os habitan- do à Câmara Municipal nestas eleites das nossas 8 freguesias; É um ções autárquicas. projeto que não excluiu ninguém, Sinto que este apoio não se esé agregador e tem como objetivo gota na Trofa. Na própria Federaelevar a qualidade de vida, as con- ção Distrital do Porto, o presidente dições económicas e sociais, me- Manuel Pizarro e outros dirigentes lhorar acessibilidades, em suma, desta estrutura, têm demonstraassumir um posicionamento que do uma confiança inequívoca em coloque a Trofa no patamar onde mim para liderar este projeto para deve ser colocada em termos na- a Trofa nos próximos quatro anos. cionais e internacionais pois não Também sinto esse apoio por partemos dúvidas que a Trofa Merece te da direção nacional, aliás é bem Mais, os Trofenses merecem Mais. explícito, nomeadamente através A forma pouco transparente da Líder Parlamentar Ana Cataricomo somos governados, as su- na Mendes que ainda recentemencessivas desculpas para os erros te, numa intervenção pública, elocometidos, e o facto de este execu- giou o projeto do PS Trofa. tivo não falar verdade aos trofenses, escondendo informação, a falNT - Já começou o seu trabalho ta de liberdade democrática que político e uma das ações mais se sente na Trofa desde que assu- visíveis é o ciclo de conferênmiram o poder, tentando aniquilar cias “A Trofa merece +”. O que quem ousa tornar pública uma vi- pretende com estas iniciativas? são discordante de quem nos goAD - A prioridade desta candiverna, são inúmeras razões para datura é envolver a sociedade ciacreditar que os Trofenses que- vil e ouvir. Temos o dever de ourem iniciar um novo ciclo politico. vir a opinião e as preocupações Hoje, depois de uma experiên- dos Trofenses. Até outubro vamos cia de quatro anos como vereador discutir os assuntos que realmenna Câmara Municipal da Trofa, e te preocupam as e os trofenses em como Professor que sou, dedico- temáticas como Educação, Saúde, -me ao estudo aprofundado não Economia, Mobilidade, Ambiensó dos dossiers importantes para te, Habitação, Ação Social, Cultuo nosso concelho, assim como tam- ra e Desporto. bém dos dossiers com escala naÉ um trabalho que vai servir cional e europeia, nomeadamente para abrir as políticas de governanas áreas da economia, sustentabi- ção à sociedade civil. Posso confilidade e ação climática, educação, denciar que vários membros desdesporto e juventude, mobilidade, tes grupos de trabalho, que prehabitação e governança. Acredi- param este ciclo de conferências, to que é com este estudo contínuo, são pessoas que não militam em através da procura de mais infor- nenhum partido político, mas aceimação, e da auscultação às pes- taram participar nesta candidatusoas e a todos os agentes que fa- ra, precisamente porque existiu da zem parte da nossa sociedade, que minha parte uma grande preocuestarei melhor preparado para li- pação de envolver homens e muderar a Câmara Municipal da Tro- lheres, muito qualificados e com fa nos próximos anos. percursos profissionais e acadéImporta também dizer que sou micos ímpares. presidente da concelhia da Trofa Quem tem assistido ao Ciclo de do PS apenas desde fevereiro de Conferências percebe que esta2020. Assumi o desafio que me foi mos a procurar oradores de refe-

de de vida.

rência nas suas áreas de atividade. São pessoas que se têm disponibilizado para discutir no seio da candidatura do PS Trofa, sempre com o propósito de encontrar as melhores soluções para garantir uma Trofa com mais qualidade de vida, mais atrativa, e isso culminará com mais e melhor desenvolvimento económico e social no futuro. São exemplos desta participação, o Eng.ºJosé Manuel Fernandes, Chairman do Grupo Frezite, o Diretor Clínico do Grupo Trofa Saúde Dr. José Vila Nova, o Eng.º Adelino Santos, Diretor do CENFIM Trofa, considerada uma escola de referência no país, os Diretores dos Agrupamentos de Escolas da Trofa e Coronado/Castro, Paulino Macedo e Renato Carneiro, o Presidente do Conselho de Administração do CH S. João no Porto Fernando Araújo, o Presidente do Conselho de Administração do CH Médio Ave, António Barbosa, o anterior Ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes, o Secretário de Estado da Educação, João Costa, o Presidente da CONFAP, mas sempre com a preocupação de conjugar nestas iniciativas uma jovem geração de quadros de excelência, altamente qualificados do concelho da Trofa, como são os casos do médico João Azevedo ou da docente universitária e investigadora Joana Torres. NT - O PS também desafiou os trofenses a contribuírem para a elaboração do manifesto eleitoral do partido para as próximas eleições. Porquê chamar os ci-

dadãos a este trabalho que, normalmente, está associado aos agentes políticos? AD - Como já tive a oportunidade de afirmar, para mim um projeto autárquico é feito de pessoas e com as pessoas. E por isso a aposta é envolver todos os trofenses, uma vez que o futuro tem de corresponder às necessidades de cada um, e não aos gostos ou preferências dos políticos. Pretendemos que as nossas propostas sejam o reflexo das pretensões e necessidades dos e das Trofenses. Queremos mais representatividade da sociedade civil nas listas do PS e temos feito um percurso que tem aberto o nosso partido a pessoas de outras sensibilidades, pessoas que não militam no partido, mas que pensam e querem participar na construção da Trofa, porque também acreditam que as nossas 8 freguesias merecem muito mais. NT - Desse trabalho de auscultação à população, já foi possível identificar alguma reivindicação ou necessidade premente comuns a uma franja considerável da comunidade? AD - Já identificámos muitas áreas em que as pessoas esperam muito mais da intervenção direta e profunda por parte da Câmara Municipal da Trofa. O nosso projeto está a ser construído em cima destas bases, que estão a ser identificadas por todos, e muito brevemente começaremos a apresentar publicamente as nossas propostas para a construção de uma Trofa que merece mais qualida-

NT - Têm focado este trabalho inicial na Educação. Que outras áreas vão aprofundar no futuro? AD - O foco inicial na educação tem um propósito. Para mim a educação é o pilar e o garante do desenvolvimento social e pessoal das nossas crianças e jovens, que são o nosso futuro. E quero deixar claro que o investimento nesta área será elevadíssimo porque é fundamental para garantirmos que nenhum Trofense fica para trás. A título de exemplo percebemos, através de uma das iniciativas que realizámos no mês de março, que o documento que deveria orientar as políticas de educação é o que foi elaborado pelo Partido Socialista durante os anos de 2012 e 2013, e nunca foi atualizado demonstrando falta de cuidado, abandono e inércia por parte deste Executivo. Passaram-se 8 anos! A gestão e administração de um território como a Trofa deve ser orientada e planeada através dos instrumentos próprios. Considero que os planos municipais são instrumentos vitais para orientar e regular a atividade municipal. Infelizmente na Trofa, este Executivo Municipal no poder há 8 anos, tem uma mão cheia de nada em termos de documentos estratégicos que orientem e determinem as estratégias a seguir em diferentes áreas, nomeadamente na Educação, Igualdade, Saúde, Juventude, entre outras. Não existem políticas que permitam atrair e fixar talento para reforçar as empresas e falta ainda uma verdadeira política de habitação que torne o concelho da Trofa mais atrativo para viver e trabalhar. NT - Já tem equipa para formar lista à Câmara Municipal? E como está o trabalho de elaboração das listas à Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia? Os principais candidatos já estão escolhidos? AD - O Partido Socialista está a fazer o seu trabalho internamente e também procurando junto da sociedade civil encontrar as melhores soluções para servir os Trofenses. Queremos fazer desta candidatura uma plataforma mais plural onde todos, que acompanhem os nossos valores, tenham o seu espaço e contribuam para uma Trofa melhor. Posso garantir que vamos apresentar uma equipa que dará totais garantias de gerir os nossos destinos com transparên-


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Política cia, rigor, ambição, criatividade, proximidade e sempre com foco em cada uma e em cada um dos trofenses. Em relação às equipas para a Assembleia Municipal e para as Juntas de Freguesia poderão esperar nas próximas semanas a revelação dos candidatos e candidatas a estes órgãos autárquicos. Uma coisa posso garantir; serão equipas com total disponibilidade, dedicação e paixão ao nosso concelho. NT - Para o PS quais os momentos/decisões que marcam este mandato da Câmara Municipal? AD - Bem, esta é daquelas questões que podíamos ficar umas horas à conversa, porque infelizmente para a Trofa e para os Trofenses não são poucos os momentos que marcam negativamente o mandato. Creio que há três que têm uma dimensão nacional que prejudicaram a imagem do nosso concelho. E depois há outros que teimam a levar a que a Trofa seja falada pelos piores motivos. A Operação Éter, em que o Presidente da Câmara tentou fugir às suas responsabilidades, atirando responsabilidades para outros, nada que seja surpreendente. Estamos a falar de um processo nacional, que envolve muitos autarcas, alguns ainda em funções e outros que já abandonaram a vida politica, empresários e a entidade de Turismo Porto e Norte de Portugal, diretamente visada na pessoa do seu Presidente à data, Melchior Moreira. Depois temos igualmente a negociação, em absoluto secretismo, para a instalação de um Aterro sanitário na freguesia de Covelas, paredes meias com Ervosa e Abelheira da Freguesia de Bougado (São Martinho). Um processo vergonhoso, com inúmeros volte-faces, em momentos dignos da melhor ficção científica e atos circenses por parte do Sr. Presidente da Câmara Municipal da Trofa. Quem ouviu a forma tão convicta como defendeu a vinda do aterro para a Trofa, explicando as suas vantagens, como se alguma houvesse, não pode, nem vai descansar, porque a confiança com os Trofenses ficou irremediavelmente quebrada. Enganou todos, a ter em conta as palavras do Presidente da Junta de Freguesia de Covelas, nem a ele deu conhecimento dessa intenção. Para o PS Trofa este dossier é absolutamente vergonhoso, e deixou a nu que para o Presidente Sérgio Humberto, a Trofa tem um preço. Para o PS Trofa não há valor algum que pague a nossa qualidade de vida e

a saúde de todos. Mas não esquecemos o pedido, que o Presidente através de uma carta começou por negar aos habitantes da Abelheira, para a instalação de uma atividade semelhante, prejudicial à saúde pública naquela zona. Meses mais tarde, afinal já confirmou que tinha entrado um pedido de licenciamento na Câmara. Como é que se pode confiar neste Executivo quando o seu líder máximo não é confiável? O caso judicial que se arrasta com uma acusação a um Vereador por causa de um apoio concedido ao Clube Desportivo Trofense e que não teve a finalidade proposta. Veja-se o caso do prémio atribuído aos Santeiros de São Mamede do Coronado. Comprar um prémio, forjando dessa forma o mérito, a qualidade e a beleza que a Arte Sacra e os trabalhos dos seus Mestres têm, embaraçam os próprios. Está claro para nós, até porque isso levou a Trofa a ser alvo de chacota num dos programas mais vistos em horário nobre ao domingo à noite, que o caminho de promoção e valorização desta Arte não se faz pagando prémios. E em relação ao pagamento de prémios, estarei muito atento nos próximos tempos, porque ainda na semana passada assistimos a mais um escândalo nas capas de vários órgãos de comunicação social do país, que envolve o pagamento de quantias elevadíssimas por parte das autarquias e outras entidades para “ganhar” este tipo de prémios. Depois há ainda outro episódio, que foi noticiado pelos órgãos de comunicação social a nível nacional, revelador da forma como reiteradamente o Presidente se tenta desculpar dos seus erros. A validação que fez, por duas vezes, a um comentário absurdo, hediondo, inqualificável, maquiavélico, feito por parte de um funcionário da autarquia, numa clara alusão a que a Assembleia da República fosse transformada numa Câmara de gás, atesta bem da sua conduta. Uma conduta que viola os mais elementares valores humanos que devem nortear qualquer cidadão. Depois temos outras decisões que evidenciam sectarismo político e inércia. Sectarismo político quando não aceitaram as propostas que o PS foi apresentando, num trabalho que é desigual. Apresentámos propostas para reduzir o preço a pagar na fatura da água e na recolha dos resíduos por todos os Trofenses, logo nos primeiros meses de pandemia, onde muitas famílias tiveram uma redução acentuada dos seus rendimentos. Apresentámos igualmente propos-

te ausência do Sr. Presidente nessa reunião. Portanto é curioso que o PSD apelide o PS de ser contra os Paços do Concelho, o que repito é falso e pura demagogia, aprovámos mais de 10 pontos deste dossier, quando o seu Presidente de Câmara nem na reunião marcou presença.

tas para a aquisição e distribuição de máscaras por toda a população, para a criação de um centro de testagem, um conjunto de apoios para o comércio local, para a restauração e para as empresas. Por tacticismo político e sectarismo, algumas delas apareceram agora, quase um ano depois. Quem perde com estas atitudes não é o PS Trofa, até porque a implementação, ainda que tardia das propostas, só valida o que apresentámos. Quem perdeu foram as famílias, os comerciantes e as empresas trofenses que necessitavam de respostas imediatas, tal como a esmagadora maioria das autarquias atuou. Mas acho que as pessoas não têm noção deste trabalho desigual que a oposição tem para poder fazer um trabalho positivo. Não temos assessores, adjuntos, nem tão pouco um gabinete para trabalhar. Não temos acesso a toda a documentação necessária, e a propósito de documentos, a título de exemplo, os Vereadores do PS já apresentaram mais de uma dezena de requerimentos por escrito, ainda não recebemos uma resposta. A documentação para uma reunião de câmara: muitas vezes falamos de documentos que totalizam mais de 500 páginas por reunião, e que nos são disponibilizados com cerca de 36 horas de antecedência. Tendo em conta que temos o nosso trabalho, acabamos por passar as noites a ler a documentação para representarmos da melhor forma cada voto que os Trofenses nos confiaram. E temos igualmente o dossier Paços do Concelho. Um processo longo, em que os Vereadores do PS foram sucessivamente aprovan-

do todos os pontos em sede de reunião de câmara. Desde os projetos, declarações de utilidade pública com carácter de urgência, empréstimos e financiamentos, mesmo que nunca nos tenham respondido aos sucessivos requerimentos, onde perguntamos reiteradamente quais os valores previstos para a totalidade dos trabalhos que envolviam este projeto. O PS Trofa sabe da importância de termos um espaço digno para uma sede de concelho. Sabemos que é uma obra há muito ansiada por todos, e também por nós. Agora não podemos fechar os olhos a um processo que culminou com a adjudicação da obra, depois de aprovados 14 documentos relativos ao processo, ao 4.º preço mais baixo apresentado, quando todos sabemos que o Município ainda enfrenta muitos constrangimentos financeiro, que impedem o investimento noutras áreas fundamentais para o desenvolvimento do nosso concelho. Aliás meses antes tinha sido recusada a redução do IMI porque não tínhamos condições financeiras para essa descida. Aqui poderíamos ter poupado umas centenas de milhares de euros. Mas este dossier tem mais pormenores. Ao valor de cerca de 8.5 milhões de euros ainda temos que somar as derrapagens que já quase totalizam 1.5 milhões de euros. Não sei se ficaremos por aqui, tenho receio que não. E falta apurar o valor total das expropriações, a requalificação da Praça do Município, não sei se daqui a uns anos não estaremos a falar de um total a rondar os 15 milhões de euros. Mas há mais um aspeto curioso que marcou essa votação, a surpreenden-

NT - Considera que poderão fazer mossa na popularidade deste executivo? A obra dos Paços do Concelho são um trunfo político importante, não acha? AD - O escrutínio ao trabalho dos políticos é cada vez mais rigoroso e exigente por parte dos cidadãos. Atendendo a todos estes processos que enumerei anteriormente, sejam de ordem judicial, com possibilidade de perda de mandato, sejam pelas sucessivas falhas à verdade por parte do Presidente de Câmara, acredito que os Trofenses queiram iniciar um novo ciclo político nestas eleições autárquicas. A obra dos Paços do Concelho é emblemática e um desejo de todos. Mas as derrapagens no orçamento que envolvem a mesma, o previsível valor elevadíssimo que vai custar, pode ter impacto negativo na opinião dos Trofenses. De qualquer das formas, um mandato não se esgota nas obras, há muitos mais fatores que os Trofenses avaliarão. NT - Nos últimos tempos, o Amadeu tem reiterado a necessidade de haver uma verdadeira coesão municipal. Refere-se concretamente à relação da autarquia com o Coronado? Ou à forma como têm decorrido os trabalhos nas sessões da Assembleia Municipal? AD - Ambas são lamentáveis, e já tive a oportunidade de as condenar mais do que uma vez. Se por um lado, assistimos por parte do Sr. Presidente e do seu partido, o PSD, a constantes ataques ao Presidente da Junta de Freguesia do Coronado José Ferreira e ao Executivo Socialista, não é melhor o ambiente que se vive nas Assembleias Municipais. E há um denominador comum nestes comportamentos autoritários e desrespeitosos, ambos são protagonizados por eleitos afetos ao PSD. Na Assembleia Municipal são sucessivos os momentos em que é visível uma atitude antidemocrática da falta de respeito pelos eleitos pela oposição. E nestes momentos convém relembrar que a condução dos trabalhos numa Assembleia tem que ser neutra, e não tendenciosa ou colaborante com o partido como acontece.


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Política

Quanto à falta de coesão, ela é ção Central, nomeadamente a evidente no nosso concelho. Con- variante à Estrada Nacional 14 quistámos a nossa autonomia ad- e o metro da Trofa? AD - É momento de desmistifiministrativa há 22 anos e basta passarmos umas horas na Fregue- car estes assuntos que o PSD Trofa sia do Coronado e percebemos tenta construir assentes em menque a população prefere fazer a tiras e deturpação de factos. Para sua vida no concelho da Maia do que fique bem claro, o PS Trofa deque na Trofa. Este sintoma é re- fende sempre, independentemenvelador do quão estamos a falhar te de estar no Governo o PS ou o com estas pessoas. E parece-me PSD o melhor para a Trofa. E é preciso que os trofenses seevidente que o facto de estarem a cerca de 10 minutos da sede do jam esclarecidos de uma vez por concelho, quando em apenas 5 todas. Na Assembleia da Repúbliminutos conseguem estar na Maia ca o PS votou contra a constituição pode ser um fator determinan- do concelho, mas, como é público, te. Temos a obrigação de encur- o PS Trofa foi a favor da nossa autotar esta barreira, e o PS apostará nomia administrativa, e prova disdeterminantemente na ligação de so são os elementos do PS que inteSão Romão do Coronado à zona de graram a comissão instaladora enLantemil em Santiago de Bouga- tre 98 e 2001, o Dr. Afonso Paixão do, requalificando os cerca de 2 e o Sr. José Agostinho Azevedo. Em relação às decisões que os km que faltarão, para que a sede do concelho da Trofa e os respe- sucessivos governos tomaram nos tivos serviços que as pessoas pre- dossiers relativos á Trofa, o PS cisam, distem de 5 minutos. Mas o Trofa mostrou sempre uma posinvestimento no Coronado e nas tura de defesa dos interesses dos restantes freguesias não pode fi- Trofenses. A título de exemplo, insurgimocar por aqui. Temos a obrigação de articular com os presidentes -nos contra os sucessivos adiade junta, independentemente da mentos da vinda do metro, e prosua cor política, os investimentos va disso é a detenção de vários a fazer em cada junta, ao contrário elementos da Juventude Socialista do sectarismo com que este Presi- da Trofa, na ponte D. Luís no Pordente de Câmara governa e per- to, quando demonstrámos o dessegue o Presidente de Junta do PS contentamento da população da no Coronado. Não há ninguém que Trofa colocando tarjas pela defeconheça melhor a sua freguesia sa da vinda do metro à Trofa. Não que o seu Presidente. E para nós, é que este momento seja mais ou trabalhar diariamente em articu- menos importante que outros, mas lação com eles, é um compromis- demonstra bem, numa altura em so de honra. Posso adiantar, que que o Governo do nosso país era com o PS na Câmara Municipal, do PS, na Trofa nada nos impediu os Presidentes de Junta terão um de lutar pelo que era devido. Outro exemplo, o PS Trofa semprotocolo de competências com um envelope financeiro mais ro- pre defendeu a importância da vabusto e preparado para que pos- riante à N14. No entanto, este trasam fazer mais investimento nas jeto negociado entre o atual presuas freguesias, sem estarem re- sidente da Câmara da Trofa e Passos Coelho não vai servir da meféns da autarquia. lhor forma os interesses dos TroNT - Não considera que o PS fenses. Aliás preocupa-me muito o está refém de algumas deci- que irá acontecer na Avenida Cesões que cabem à Administra- sário Verde, na zona envolvente à

estação rodoferroviária da Trofa. Falamos de uma zona de habitação muito populosa, onde se encontra uma escola EB 2/3, uma estação de comboios, uma zona que é aproveitada pelos Trofenses para a prática desportiva e para alguns momentos de lazer. E de repente, será transformada numa zona de passagem para milhares de veículos diariamente. A qualidade de vida daquela zona cairá drasticamente e a segurança será muito menor. O PS procurou sempre uma solução que desviasse mais para Norte a variante, de modo a salvaguardar esta zona. Não obstante estas preocupações manifestadas mais que uma vez, e em tempo útil, sabemos que esta é uma obra muito necessária para o desenvolvimento e crescimento do nosso tecido empresarial. NT - Muito se falou nos últimos anos em dívida acumulada pelo executivo do PSD, pois seguem as mesmas acusações relativamente ao PS. Não teme que se for eleito este ano para presidir aos destinos da Trofa encontre uma situação financeira difícil tendo em conta os elevados compromissos assumidos pelo atual executivo? AD - Sem dúvida que as dívidas devem preocupar-nos a todos e, desde a criação do concelho da Trofa e da tomada de posse dos seus órgãos próprios temos sido surpreendidos por dívidas colossais, nomeadamente os mais de 67 milhões de euros herdadas pelo PS quando em 2009 assumiu os destinos da trofa depois de mais de 10 anos de governação do PSD. Não esqueço que nestes 22 anos da nossa autonomia administrativa, apenas durante 4 anos os destinos da Câmara Municipal da Trofa foram liderados pelo PS, tendo o PSD a responsabilidade por uma governação de 18 anos sem projetos estruturais além do sanea-

mento básico, obra executada antes de 2009. Coube ao PS, numa época fortemente condicionada pela crise financeira e pela ruína financeira que herdou do PSD, levar a cabo a requalificação de várias escolas do concelho, a construção do Parque das Azenhas e o extraordinário projeto que o PS foi capaz de reformular e colocar no terreno, a obra da Requalificação dos Parques Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, para que hoje os Trofenses possam usufruir dele. Mas aquilo que me preocupa nunca será o investimento que é feito, desde que bem planeado e estruturado, de preferência sem derrapagens orçamentais, facto que infelizmente tem sido recorrente neste mandato. E isto pode ser revelador de uma preparação pouco rigorosa ou negligente, porque não é suposto que os trabalhos a mais existam. É possível recorrer a eles, mas não é desejável. Além desta preocupação, há uma outra que me deixa indignado. A quantidade de contratos, dos mais variados tipos, que é estabelecido com elementos afetos ao PSD e/ou JSD. A função pública e principalmente o dinheiro público não pode servir para alimentar uma determinada clientela nem tão pouco as pessoas da nossa proximidade pessoal ou política. Lamento que este executivo esteja a voltar aos vícios do passado, aumentando a estrutura da autarquia com pessoas do aparelho partidário, uma imagem e um processo tão familiar ao presidente de Câmara, ou não tivesse ele sido um dos contemplados no passado com um contrato de avença neste género. NT - Há instrumentos de gestão territorial de extrema importância como o Plano Diretor Municipal que deveriam ser implementados e revistos de for-

ma mais célere e mais eficiente para permitir uma gestão mais coerente e ajustada do território. Concorda? AD - Sendo o principal instrumento de gestão territorial e de definição de políticas urbanas, o PDM tem impacto em inúmeras áreas, sendo aquelas de maior impacto e que afetam de forma mais direta os munícipes: A alteração da qualificação (entre solos urbanos e rurais) e de classificação do solo (solos urbanizados, urbanizáveis, afetos à estrutura ecológica; solos rurais de exploração mineira; espaços naturais, agrícolas, florestais); a definição dos índices de edificabilidade que determina os termos pelo qual se deve reger a construção e edificação. Cabe à Câmara Municipal alteração do PDM com rigor e flexibilidade, com transparência e participação. Fazer sessões de esclarecimento em todas as freguesias, ouvindo as populações e os autarcas; Aumentar as áreas de construção, não pressionando os centros urbanos, mas dando resposta à crescente necessidade de ocupação do solo com habitação - os valores dos imóveis para arrendar e comprar são muito elevados e há necessidade de aumentar a oferta. Organizar, estruturar e expandir as zonas industriais, criando condições para a localização de serviços e indústria no nosso concelho apoiadas por boas acessibilidades aos principais eixos rodoviários. Ter em conta a preservação do Património Arquitetónico, Arqueológico e o Património Natural do nosso concelho. Especial atenção para a preservação de zonas sensíveis, com manchas florestais, junto de linhas de àguas e com relevo ambiental junto dos agregados populacionais; Devemos incentivar a reflorestação de espécies autóctones, em detrimento do eucalipto e levar a cabo ações de sensibilização para a limpeza das matas e para a utilização de espécies mais resilientes ao fogo, com destaque para importância dos caminhos florestais e para a organização das manchas florestais. Preservar a floresta implica também diminuir o risco de incêndio. Temos um imenso património natural que deve valorizar e preservar. Tendo em conta a importância das atividades económicas do setor agrícola na nossa eco nomia, a preservação dos campos agrícolas e potenciar o cultivo de produtos a serem consumidos pela população em mercados locais e a criação de hortas pedagógicas intergeracionais.


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Atualidade CARTÓRIO NOTARAL DA TROFA Extrato Notarial de Escritura de Justificação

Certifico que por escritura de “Justificação”, outorgada no dia 2203-2021. neste Cartório Notarial da Trofa, sito na Rua D. Pedro v, n° 527, freguesia de Bougado (São Martinho e Santiago), concelho da Trofa, exarada no Livro de Escrituras N° 40-E, a folhas 24 e seguintes, perante mim respetivo Notário Tomás Machado Lima de Sousa Rio, compareceram como Outorgantes: - Luís Paulo Ferreira de Sousa, casado, natural da freguesia de Bougado (São Martinho), concelho de Santo Tirso: e José António Torres Barbosa, casado, natural da freguesia de Bougado (São Martinho), concelho de Santo Tirso; ambos com domicílio profissional na Av. Paradela, n° 248, na união de freguesias de Bougado (São Martinho e Santiago), concelho da Trofa que outorgam nas invocadas qualidades de Presidente e Tesoureiro respetivamente, em nome e representação da Junta de Freguesia da UNIÃO DE FREGUESIAS DE BOUGADO (SÃO MARTINHO E SANTIAGO), concelho da Trofa, NIPC 510835155, com sede na Av. Paradela, n° 248, na união de freguesias de Bougado (São Martinho e Santiago), concelho da Trofa. E declararam, nas invocadas qualidades, que a UNIÃO DE FREGUESIAS DE BOUGADO (SÃO MARTINHO E SANTIAGO), sua representada, é dona e legítima possuidora, com exclusão de outrem, do Prédio Urbano, omisso na Conservatória do Registo Predial da Trofa, composto por Cemitério de São Martinho, sito em São Martinho, na união das freguesias de Bougado (São Martinho e Santiago), concelho da Trofa, com a área de 10.171m 2, a confrontar do Norte com José da Costa Pereira Serra, do Sul com Rua Adriano Fernandes Azevedo e Outros, do Nascente com Rua José Maria Machado e Outros, e do Poente com José da Costa Pereira Serra e Outros; inscrito na matriz sob o Artigo provisório P-11622. Que pela presente escritura a UNIÃO DE FREGUESIAS DE BOUGADO (SÃO MARTINHO E SANTIAGO), vem justificar a aquisição do imóvel atrás identificado, que não está registada a seu favor. Que não é detentora de qualquer título formal que legitime o domínio do mencionado imóvel, que veio à posse da Freguesia de Bougado (São Martinho e Santiago) por doação meramente verbal da Paróquia de São Martinho de Bougado, efetuada em tempos imemoriais, certamente há mais de 80 anos, nunca tendo formalizado o respetivo contrato por escritura; sendo que no ano de dois mil e treze a freguesia de Santiago do Bougado agregou-se com a de São Martinho do Bougado; sendo que há mais de 80 anos, que a freguesia entrou na posse, e de imediato ocupou e passou a usufruir do imóvel, vedando-o, mantendo-o, vigiando-o, tratando da sua conservação e limpeza, efetuando benfeitorias, obras de manutenção e melhoramentos, limpando-o sempre que necessário, isto é, gozando de todas as suas utilidades e benefícios por ele proporcionadas; sempre administrando-o com o conhecimento de toda a gente, sem qualquer interrupção, sem oposição de quem quer que seja, e com o ânimo de quem exerce direito próprio, ou seja, exercendo essa mesma posse de forma pública, contínua, pacífica, e de boa-fé. Que dadas as características de tal posse, a UNIÃO DE FREGUESIAS DE BOUGADO (SÃO MARTINHOE SANTIAGO), invoca aquisição do imóvel por usucapião, justificando o seu direito de propriedade, para efeitos de primeira inscrição na Conservatória do Registo Predial da Trofa, dado que esta forma de aquisição não pode ser comprovada por qualquer outro título formal extrajudicial. Que conforme tudo melhor consta na certidão predial negativa, emitida pela Conservatória do Registo Predial da Trofa em 03-03-2021, comprovativa da omissão na descrição do imóvel, foram adquiridas pelo atual possuidor UNIÃO DE FREGUESIAS DE BOUGADO (SÃO MARTINHO E SANTIAGO), duas parcelas de terreno que se encontram integradas na área atual do prédio, a saber: a) Uma parcela de terreno com a área de 122m 2, desanexada da superfície descoberta do prédio descrito sob o número 3047 de São Martinho do Bougado, prédio esse que fazia parte da herança aberta por óbito de Luís Manuel Reis Oliveira (Número Fiscal da herança 743350855), conforme escritura de Compra e venda outorgada na data de 31-10-2016 no Cartório Notarial da Trofa exarada no Livro de Escrituras Número 111 a folhas 63 e seguintes; b) Uma parcela de terreno com a área de 122m2, desanexada da superfície descoberta do prédio descrito sob o número 5335 de São Martinho do Bougado, propriedade de Jorge Reis Oliveira (Número Fiscal pessoal 176987061) e mulher Deolinda Maria da Costa Santos (Número Fiscal pessoal 164611843), residentes na Rua Mouzinho de Albuquerque, n° 79, Trofa, conforme escritura de Compra e venda outorgada na data de 31-10-2016 no Cartório Notarial da Trofa exarada no Livro de Escrituras Número 111 a folhas 59 e seguintes. Cartório Notarial da Trofa, 22-03-2021 O Notário, Tomás Machado Lima de Sousa Rio

Covelas é freguesia prioritária para fiscalização da gestão de combustível Covelas é uma das 1002 freguesias prioritárias para a fiscalização da gestão de combustível, no âmbito da defesa da floresta contra incêndios. Está já publicado, em Diário da República, o despacho que apresenta a lista das freguesias determinadas pelos ministérios da Administração Interna e do Ambiente como prioritárias na fiscalização das áreas de gestão de combustível, medida que visa proteger o território florestal dos incêndios. “A identificação destas freguesias prioritárias permite uma eficiente utilização dos recursos humanos e técnicos das entidades envolvidas na fiscalização do

cumprimento das regras de limpeza dos terrenos, num contexto de enorme pressão sobre os recursos públicos, decorrente do combate à pandemia de Covid19 e quando está em causa uma dimensão territorial que excede os seis milhões de hectares”, pode ler-se no comunicado enviado pela tutela. Desta forma, Covelas é prioritária no cumprimento dos prazos de limpeza das faixas, nomeadamente, até 30 de junho, os terrenos confinantes a edifícios em espaços rurais (numa faixa de 50 metros) e os aglomerados populacionais, parques de campismo, parques industriais, plataformas de logística e aterros sanitários em espaços florestais (numa fai-

xa de 100 metros) e, entre 1 e 30 de junho, nas redes viária, ferroviária e nas linhas de transporte e distribuição de energia elétrica em muito alta e alta tensão (numa faixa de 10 metros para cada um dos lados), bem como nas linhas de distribuição de energia elétrica em média tensão e na rede de transporte de gás natural (numa faixa de 7 metros para cada um dos lados). A tutela sublinha ainda, no mesmo comunicado, que “o estabelecimento de prioridades não isenta os agentes fiscalizadores de avaliar o cumprimento de todas as regras previstas legalmente, não limitando a fiscalização às áreas e períodos referidos”.

Trofa acolhe refugiados A Trofa foi um dos quatro concelhos que recebeu os 24 refugiados oriundos do Egito, na passada terça-feira. “Todos eles beneficiam do Estatuto de Refugiado concedido por despacho do Ministro da Administração interna e são titulares de uma Declaração comprovativa do Estatuto de Proteção Internacional, enquanto aguardam a emissão do Título de Residência

para Refugiado nos termos da Lei de Asilo”, informou o Ministério da Administração. Loures, Lisboa e Almada foram as outras autarquias a receber estes cidadãos, que são nacionais da Somália, Etiópia, Sudão e Síria. Com este grupo, são já 696 os cidadãos acolhidos em Portugal ao abrigo do Programa Nacional de Reinstalação do Alto Comissariado das Nações Unidas para os

Refugiados (ACNUR). Foram, igualmente, acolhidos 232 migrantes resgatados por navios humanitários no Mediterrâneo. “No âmbito do compromisso português com a Comissão Europeia para a recolocação de até 500 menores não acompanhados, encontram-se já 78 menores no país”, informou ainda a tutela.


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Atualidade

Bailarinos da Passos de Dança em audição final do projeto Território IV O projeto Território IV é uma oportunidade de viver uma “experiência de criação” com “coreógrafos estabelecidos em companhias europeias” e Mafalda Oliveira e Francisco Leocádio estão perto de o alcançar. Os bailarinos da Passos de Dança foram selecionados para a audição final do projeto, que se realiza a 15 de maio. “Este programa foi desenvolvido em parceria entre os Estúdios Victor Córdon (Companhia Nacional de Bailado) e escolas de dança a nível nacional”, explicou fonte da escola de dança, em comunicado. Wayne McGregor e Shahar Binyamini são os coreógrafos que participam na quarta edição deste projeto, considerado como “plataforma para o início de carreiras” e contributo “para alargar o espectro de opções profissionais e clarificar o olhar de cada participante relativamente

Escrita com Norte Acordei sobressaltado!

Audição final realiza- se a 15 de maio ao seu futuro”. Nas primeiras audições, sete alunos da Escola Passos de Dança realizaram uma candidatura com o intuito de se selecionarem para o projeto Território IV, no qual fizeram parte 74 alunos de 25 instituições de ensino de dan-

ça nacionais. “A Escola Passos de Dança não poderia estar mais orgulhosa de todos os participantes e do excelente feedback que obtivemos. O trabalho dos nossos alunos continua a ser reconhecido”, acrescentou a instituição.

Banda da Trofa dá música em programa televisivo No dia de Páscoa, houve um bom motivo para os trofenses sintonizarem na TVI. A Banda de Música marcou presença no programa “Somos Família”, dedicado às tradições da Páscoa. O grupo esteve representado por 27 elementos, em consonân-

José Calheiros

cia com as condições possíveis devido à Covid-19. Depois da participação, o maestro Luís Campos mostrou satisfação pelo resultado e agradeceu “o esforço dos músicos presentes e dos que não estiveram também”, numa demonstração, diz, de que

Grupo esteve representado por 27 elementos

esta é “uma só família numa só voz”. “Dentro das limitações garantimos sempre as regras impostas pela DGS em todos os sentidos, mas acima de tudo foi um representar de um trabalho filarmónico em prol das bandas portuguesas”, acrescentou.

Se por norma odeio ser acordado pelo despertador, que me lembra que é cedo e tenho de ir trabalhar, puxando-me para a realidade da minha condição de remediado e dependente de um saláro, hoje, sábado, adorava que tivesse dado sinal de vida, não fosse a bateria do telemóvel ter acabado. Liguei a televisão num dos canais de notícias, que dava a mesma não novidade dos últimos meses, e horrorizo-me com a hora que a televisão me mostra…11h43m. Coloco o telemóvel a carregar e dou passos em direcção à casa de banho…ele toca. “Logo agora!” – penso eu. Desfaço os passos dados e pego no telemóvel. Apesar da pressa, queria saber a pessoa que eu não iria atender…é o Miguel. Sempre que falamos, ele lembra-me que nunca atendo as chamadas à primeira, coincidindo os seus telefonemas com os momentos em que estou no trabalho, no ginásio ou a conduzir, mas ligo à primeira oportunidade. Como o estado de “pressa”, em que me encontrava, não se enquadra num dos estados anteriores, “trabalho”, “ginásio” ou “condução”, por fortes motivos morais (ele é meu amigo desde a primária) vi-me obrigado a atender, não sem antes ter expressado um, “Fogo, tinhas que ligar agora!”. - Estou, Miguel! Diz? – atendo de forma apressada. - Tudo bem? – pergunta-me - Estou com pressa. – e explico-lhe – ontem conheci uma miúda a meio do corredor de casa e convidei-a para sairmos hoje. Conbinamos, no mesmo sítio, a meio do corredor, em frente a um espelho que lá tem, ao meio dia e pouco. - Não te preocupes – diz ele – pela minha experiência com o sexo feminino, meio dia e pouco é sempre depois da meia hora, quase uma. Se fosse meio dia e pico, isso seria até ao meio dia e vinte, mas nunca antes do meio dia e quinze. Estas palavras do Miguel deram-me tempo e em troca dei-lhe pormenores. - Vou levá-la a almoçar fora, arrancamos do corredor e vamos até à cozinha… - Olha, se o tempo estiver bom, conheço um restaurante muito bom, chama-se “Varanda”. – sugere. - …Depois vamos em passeio até à sala e apreciar a paisagem, a decoração é muito bonita,… - Ela é boa? - …não é exagerada nem demasiado minimalista, depois vamos ao cinema num qualquer canal de televisão, vou arriscar dar-lhe a mão! - E ela é boa? - …Vai ser um dia em grande! Estou a pensar regressar ao quarto de dormir só à noitinha…depois de passar pelo quarto de despir. - Ui, e ela è boa? - Chama-se Cristina! Penso deitar-me com ela todas as noites! - Então ela è mesmo boa?!!! - Sinto que a mulher que conheci ontem a meio do corredor, conheço desde sempre…esta casa é um mundo! - Por falar em mundo. Ouvi dizer que os cientistas descobriram vida fora das casas e condominios, em pequenas luas chamadas de “esplanadas”. Amanhã sou capaz de ir a uma delas de escafandro e botija de oxigénio! Queres vir? - Não, Miguel! Olha, agora tenho de ir. – e desliguei o telemóvel.

Sempre fantasioso, o meu amigo Miguel!


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Atualidade

APPACDM da Trofa recebe 2.º prémio pela separação de resíduos A APPACDM da Trofa foi uma das 378 instituições sociais que participaram na campanha nacional “Toneladas de Ajuda em 2020”, dirigida às instituições sociais e disponível em cerca de 60 por cento do território nacional. Foram

mais de 450 mil pessoas que, apesar da pandemia, implementaram boas práticas de redução e reutilização de resíduos e reciclaram 2332 toneladas de embalagens, superando significativamente os valores de 2019.

As instituições que participaram nesta campanha encaminharam para reciclar 1550 toneladas de papel e cartão, 502 toneladas de plástico, metal e pacotes de bebida e 47 toneladas de vidro. O material separado pelas instituições

foi encaminhado para reciclar e cada entidade recebe o seu prémio em função da quantidade reciclada, num total de 307.880 euros. Ao nível nacional, há a destacar o Banco Alimentar do Algarve, em 1.º lugar, com 318 toneladas, segui-

do da APPACDM da Trofa (206 toneladas) e da do Projeto Lousã Recicla Mais (184 toneladas). Estas foram as instituições vencedoras, reconhecidas pela EGF e pela concessionária da sua região, no caso da Trofa, pela Resinorte.

Rotary promoveu encontro de jovens para debater ambiente e empreendedorismo Em parceria com o Rotaract e o Interact Clube da Trofa, o Rotary da Trofa organizou o Rotary Youth Leadership Awards (RYLA), em formato online, entre 1 e 3 de abril. No primeiro dia do evento, após a sessão de abertura, Alexandre Teixeira, presidente da Associação Empresarial do Baixo Ave (AEBA), deu o mote para o arranque das conferências, abordando a importância da AEBA no contextual atual. A sessão da tarde, alusiva à temática do Ambiente, ficou marcada pela intervenção de Jorge Moreira da Silva, diretor-geral de Desenvolvimento e Cooperação da OCDE. No dia 2, dedicado ao “Empreendedorismo”, houve intervenções de Mário Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e do Vestuário de Portugal (ATP), Rui Fonseca, diretor executivo da Altronix, e Rui Alheiro, da Proef. O último dia do evento contou com a participação de Pedro Silva, presidente da Método, empresa de consultoria e coaching, e de jovens que participaram no Programa Elevate Leadership da Academia Paul Harris, que abordaram o tema “Liderança e Espírito de Equipa”. O RYLA contou ainda com momentos de animação e dois momentos de “avaliação” dos participantes, com Quiz. Estes tiveram direito a certificado de participação, que poderão integrar no currículo como prova de aquisição de conhecimentos através deste evento.

Jovens discutiram o ambiente

Com pássaro a voar, Trofense tenta caçá-lo na última jornada O Trofense empatou a zero bolas com o Marítimo B, em Lousada, e perdeu a oportunidade de subir ao primeiro lugar da série C do Campeonato de Portugal, quando falta uma jornada para o fim da primeira fase.

Equipa da EAT no pódio do Regional de Corta-Mato Longo A equipa feminina da Escola de Atletismo da Trofa (EAT) alcançou o pódio do Campeonato Regional de Corta-Mato Longo, disputado em Felgueiras, a 27 de março.

Alice Oliveira, Daniela Gregório, Ana Silva, Deolinda Oliveira e Júlia Sousa conseguiram o 3.º lugar absoluto na prova de oito quilómetros. Individualmente, Alice

Oliveira alcanço a 7.ª posição, Daniela Gregório do 21.ª classificada e Ana Silva 23.ª. Seguiram-se Deolinda Oliveira, no lugar 25, e Júlia Sousa, no 26.º posto.

Com os adversários diretos a “escorregar” diante dos últimos classificados – Leça empatou em Vila Real 2-2 e o líder Gondomar perdeu com o Coimbrões por 1-2 – bastava ao Trofense vencer para assumir a liderança. Só que, com o empate, continua em 3.º lugar, com 33 pontos, menos um que o Leça – agora o novo líder – e o Gondomar. As decisões sobre quem é a

equipa que disputará a fase de acesso à 2.ª Liga ficam adiadas para a última jornada. O Trofense desloca-se ao Paredes, o Leça recebe o Amarante e o Gondomar joga em casa com o Marítimo B. Para chegar ao 1.º lugar, o Trofense - que em confronto direto tem vantagem sobre o Gondomar e desvantagem com o Leça – só tem um cenário possível: vencer e esperar que Leça e Gondomar não vençam. Adivinham-se emoções à flor da pele, no próximo domingo, a partir das 11h30, hora em que começam os jogos da derradeira jornada da série C, na 1.ª fase do Campeonato de Portugal.

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16 O NOTÍCIAS DA TROFA

8 de abril de 2021

Crónica Especial

Esboço da Agricultura em Guidões no antigamente II OS LAVORES DA TERRA E DA BOUÇA AO EIRADO Toda a casa de lavoura tinha uma ou mais parcelas de terreno inculto onde predominava a vegetação espontânea que era roçada de três em três anos para astrar o quinteiro e as cortes do gado, porque o mato era essencial para a produção do adubo natural, estrume de unha, fundamental na fertilização do solo, pelo que, nalguns casos, a área a mato era superior á cultivada. As bouças, assim se denominavam, eram propriedades pedregosas, esqueléticos, ou localizadas nas encostas dos outeiros que rodeiam a freguesia e a sua vegetação nascia espontaneamente constituída por plantas arbustivas silvestre conhecidas por mato (tojo, arbusto silvestre espinhoso de flores amarelas), urzes, carqueja, fetos, etc., onde pastavam os rebanhos de ovelhas e enxames de abelhas. Alberto Sampaio Nas Vilas do Norte de Portugal descreve-nos: “…As bouças e bravios não denotam um retrocesso agrícola, mas antes existiram sempre, tão intimamente se ligaram ao sistema cultural, que ainda hoje são a base fundamental dele. A sua vegetação espontânea era uma riqueza natural a que recorreram os fundadores, destinando-a ora à pastagem e preparação de estrume (stramem,*strume), ora o fornecimento de madeira e lenha para as construções e usos domésticos. Os terrenos de bravio representaram sempre um papel importante; sendo pouco férteis, não pagavam outra cultura: dentro das vilas distribuíam-se pelas piores secções, aqui e ali, irregularmente, …” O lavrador via a bouça não como um terreno inculto e improdutivo, mas como o sustento para os animais, aproveitando as ovelhas o mato mais tenro ou alguma erva moleirinha ou outra que nasce por entre o tojo, carqueja, entre outras, tal como nos descreve o ilustre in-

tante era “esgalhar” as árvores e a vestigador. O mato roçado era empilhado rama obtida era amontoada junto junto do assento da lavoura para do assento de lavoura ou num codepois astrar a cama dos animais berto, denominado o frascal, esou o quinteiro originando a sua de- sencial para alimentar a lareira e composição com o calcar e os de- o formo para cozer a fornada ou jectos transformava num excelen- nos dias de festa assar o borrego ou cabrito. te adubo. Vejamos uma descrição feita por Além do mato aproveitavam as giestas para vassouras e lenha para uma escritura antenupcial: “…terceira outorgante mulher sustentar a lareira ou o forno, além disso era um mealheiro, pois as ár- reserva para uso que lhe convier vores eram derrubadas para obter uma torre e metade d’uma loja algum dinheiro para superar algu- da casa doada, uma das cosinhas ma eventualidade ou mesmo para existentes na mesma casa à escoobras de manutenção do assento lha da doadora, um coberto, metade da terra da horta fora da porta de lavoura. Era no Inverno, quando as lides da Cortinha, a liberdade de poder abrandavam, que os agricultores passear por todos os bens doados cortavam os matos, palmilhando com todas as entradas livres e franos caminhos seculares de terra cas, poder queimar lenha do frasbatida e pedregosos, com sulcos cal se os donatários a tiverem; e não abertos pelos rodados dos carros tendo poder exigir que os mesmos de bois, ladeados por tufos de erva, donatários com bois e carro, lhe onde os cabaneiros apascentavam vão buscar a lenha precisa às bouças da doadora onde ela a mandar as ovelhas. Os agricultores e jornaleiros, cortar, na certeza de que deva ser de chancas ou socos, calçando as cortada pelos donatários ou à cusmeias de lã de ovelha feitas pelas ta destes;…” Pela aurora o lavrador levantavamãos hábeis das mulheres, e de enxada larga bem afiada ao ombro se -se, e, depois de se benzer e agradirigiam-se para as bouças, roça- decer a Deus o descanso e as bênvam o mato, sendo distribuído um çoas recebidas, abeirava-se das eito por cada um, ao desafio roça- cortes do gado e retirava o mato vam e amontoavam para no dia se- da cama do animal e amontoava guinte ou no próprio dia carrega- a um canto e deitava nova camada de mato. vam o carro de bois. Era um ritual, enquanto a mulher O rigor do tempo, com camadas de geada ou um vento cortan- preparava o caldo e o homem cuite não amedrontavam a tenacidade dava dos animais, astrava, dava de destes homens e no próprio dia ou beber e enchia a manjedoura, só seguinte era a vez dos galegos ou depois se acercava da cozinha aonos barrosãs, atrelados ao carro de de o esperava uma tigela de caldo bois de fueiros altos, recolherem fumegante, um naco de pão, um boos montes de mato utilizando as for- cado de carne da barriga do porco quilhas e em cima do carro estava e uma tijela de vinho. Ainda me recordo nos anos sesum homem mais experiente distrisenta essa tijela de caldo, que era buindo a carga. degustada a garfo. Carro carregado era altura de reNo quinteiro era despejado as colher ao assento de lavoura e era águas russas e com a passagem nesta fase que se ouvia os carros das pessoas e animais o mato apoa “cantar”. Os agricultores eram primorosos e o chiar dos carros tinham um som único e facilmente se identificava a quem pertencia. Outra tarefa não menos impor-

drecia e misturado com o da corte dos animais era o adubo de excelência, porque os adubos eram inacessíveis. Havia lavradores que empilhavam num canto o estrume retido das cortes e do quinteiro. Outros só o retiravam quando fosse para o levarem para o campo e distribuir para ser enterrado com a lavoura. A bouça era essencial para a fertilidade das terras e por isso os agricultores as conservavam e delas dependia as colheitas. Não eram só o mato e as árvores o rendimento que os agricultores tiravam das bouças, mas também as ervas medicinais. Entre a vegetação apareciam muitas ervas que o saber milenar de alguns eram colhidas para fazer tisanas e mesinhas essenciais para a cura de algumas maleitas. Recordar que o farmacêutico se chamava boticário nessa época. Recuando um pouco e consultando as memórias paroquiais de 1758: “…Ao que se procurada saber da serra, Respondo ao primeiro interrogatorio. Ao 1-Respondo e uma serra piquena que se chama a serra Abobagueira ………. Ao 8-que as plantas que cria são queirozes e carqueija que servem para pasto de abelhas; e ervas medicinais, só cria em parte alguma essa alcaria e em alguma parte carvalhos e sobreiros …….. Ao 11-Nam há nella criação de gado ou de outros animais. Só se criam algumas perdizes poucas…” Destes elementos ficamos a saber, pela pena do padre, que o monte que delimita a paróquia a poente chamava-se Abobagueira e a vegetação era constituída por arbustos, queirós e carqueja, algumas árvores, carvalhos e sobreiros, algumas ervas medicinais e criavam algumas perdizes. Conhecendo as obras dos ilustre investigadores, Francisco Martins Sarmento e Orlando Ribeiro, as

nossas bouças granitas, os arbustos predominantes são o tojo, urzes, carqueja, queiró e giesta. Importa recordar que o tojo era essencial para a cama dos animais, como leguminosa um excelente adubo natural e também fazia parte da dieta alimentar dos animais em pastoreio. A carqueja era aproveitada para astrar os animais e consequentemente para produzir estrume e o mais importante era a sua utilização em chás, como um reportório muito vasto a começar como antibiótico, antigripal, anti-inflamatório, bom funcionamento do fígado e vesicula, etc. A queiró, pouco abordada era utilizada sobretudo para aquecer os fornos de cozer o pão, entre outras qualidades. As giesta era utilizada para a produção de vassouras. A bouça tem uma riqueza impar de flora e fauna outrora muito utilizada no cotidiano dos nossos aldeões desde o aproveitamento para pastoreio à farmacologia passando pelo aproveitamento para a produção de adubos naturais. Importa realçar que alguns frutos, como a bolota, fazia parte da alimentação dos humanos e dos animais. Recordar que também se fazia pão de bolota e a castanha foi substituída no século XIX na cozinha pela batata. As abelhas que apascentavam nessa flora, produziam méis de excelente qualidade, utilizado essencialmente para remédios. Em resumo: as bouças eram pedregosas, mas entre os seus espinhos produziam o “pão da terra”, o fogo das lareiras e fornos, alimento dos animais e a cura das maleitas do homem. Por entre os arbustos pulavam coelhos, lebres, perdizes, raposas, entre outros que eram o deleite dos mais afoitos que os caçassem, sem armas de fogo. José Manuel da Cunha


8 de abril de 2021

O NOTÍCIAS DA TROFA

Da Páscoa ao Pentecostes O Tempo Pascal é o período do Ano Litúrgico de 50 (cinquenta) dias e que vai do Domingo de Páscoa até ao Domingo de Pentecostes. Segundo alguns “liturgistas,” O Pentecostes é o “Coroamento/Remate de todo o ciclo da Páscoa”. António Costa

dizer-se que representa uma espécie de diminutivo da palavra Páscoa. Em diversas localidades do norte do País, o Domingo de Pascoela é uma espécie de “continuação” do Domingo de Páscoa, sendo usual, em muitas dessas terras, realizar-se o encerramento da Visita Pascal ( ou Compasso) neste domingo. Desde o ano 2000 que este 2ª Domingo da Páscoa recebe o nome de “Domingo da Divina Misericórdia”, conforme foi disposto pelo Papa João Paulo II. A Divina Misericórdia é vinculada, de modo especial, ao trecho do Evangelho deste domingo( 2º Domingo da Páscoa), representada no momento em que Jesus aparece aos discípulos, reunidos no Cenáculo, após a sua ressurreição, e lhes dá o poder de perdoar ou reter os pecados. Esta passagem está registada em João 20,19-31; também lembra a aparição de Jesus Ressuscitado ao apóstolo Tomé, quando Jesus o convida a tocar nas suas chagas, no Oitavo dia depois da Ressurreição (João, 20, 26).

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Religião

O Tempo Pascal tem início na Vigília Pascal; este tempo litúrgico dura cinquenta dias que são “como um só”, porque todos os dias são “Dias de Páscoa”. “Os 50 dias entre o Domingo da Ressurreição e o Domingo de Pentecostes devem ser celebrados com alegria e júbilo, como se se tratasse de um só e único dia festivo, como um grande Domingo”(Normas universais do O Pentecostes vem do gre - mesmo lugar. De repente, veio tuição dos Apóstolos. A “PeregriAno Litúrgico, nº 22. ” nação de Egéria” fala de uma Vi- go “Penteckosté”, que significa do céu um ruído, como se soprasSobre a ligação do dia de Páscoa gília antes da festa. É até possível “Quinquagésima”. A origem des- se um vento impetuoso, e encheu ao Pentecostes, o Catecismo da que antes do século V a festa da As- ta festa está baseada em uma an- toda a casa onde estavam sentaIgreja Católica refere, a dado pascensão fosse celebrada juntamen- tiga tradição hebraica, chamada dos. Apareceu-lhes então uma so”...No dia de Pentecostes, a PásShavuoth, que significa semanas. espécie de línguas de fogo que te com a Páscoa e o Pentecostes. coa de Cristo completou-se com Os termos em latim “ascensio” Era uma celebração de “acção de se repartiram e pousaram sobre a efusão do Espírito Santo que se derivou o seu nome. No catolicis- graças ” (agradecimento) a Deus cada um deles. Ficaram todos manifestou, se deu e se comunicou mo romano a “Ascensão do Se- pela colheita realizada pelos ju- cheios do Espírito Santo e comecomo Pessoa divina: da Sua pleninhor” é um dos “dias santos de deus 50 (cinquenta) dias após a çaram a falar em línguas, confortude Cristo Senhor derrama em Páscoa judaica. A data também me o Espírito Santo lhes concedia guarda” (obrigação). Os três dias Festa da Ascensão do Senhor profusão o Espírito “(CIC.nº 731). antes da quinta-feira da Ascensão homenageia a memória do dia em que falassem “ (Ac.2: 1-4). O Tempo Pascal é celebrado duAo contrário do Pentecostes rante sete (7) semanas, até à vin- “... E subiu aos céus, onde está são às vezes, chamados de “Dias que Moisés recebeu as Tábuas da de Rogação” e o domingo anterior, lei com as Leis Sagradas, conhe- cristão, o Pentecostes judeu duda do Espírito Santo, no Domingo sentado à direita do Pai...” o 6º domingo da Páscoa “Domin- cidas por Torah. Essa festa reu- rava sete dias e começava a parde Pentecostes ( que significa, em nia na cidade de Jerusalém mul- tir do Pessach, festa da libertação grego “cinquenta dias”). A festa da Ascensão, conheci- go das Rogações”. Há alguns costumes ligados à tidões de judeus, vindos de vá- do Egipto, (ocorrida a 14 de NisEste tempo litúrgico, de imensa da também como Quinta-feira da san do ano 1446 a.C). força e significado é uma profunda Ascensão, ou apenas como Ascen- festa da Ascensão: Bênção dos rios países. Com a solenidade do PenteNo Antigo Testamento, o Dia comemoração da Páscoa de Cris- são comemora a Ascensão de Je- grãos e das uvas, bênção dos prito que “passa da morte à vida”-es- sus ao céu. É uma das festas ecu- meiros frutos; o “dia da Espiga”, de Pentecostes é citado com ou- costes e o encerramento do temta é a definição da Páscoa que sig- ménicas, ou seja, é uma das fes- ou “ “5ª feira da Espiga” é uma ce- tros nomes, como Festa das Se- po pascal, o Círio Pascal é retinifica precisamente “passagem”- tas que são celebradas e comemo- lebração portuguesa que consiste manas (Deuteronómio 34:22) e rado do presbitério (na capelaconforme o sentido literal do ter- radas por todas as igrejas cristãs( em ir aos campos colher espigas Dia das primícias dos Frutos (Nú- -mor) e conduzido ao baptistério, onde permanece ao longo de mo, na tradição judaica. O Tempo juntamente com as celebrações de vários cereais, flores campes- meros 28.26). No Novo Testamento, a come- todo o ano para ser aceso duranPascal é também a Páscoa da Igre- da Semana da Paixão, Páscoa e tres e ramos de oliveira. O dia litúrgico da Ascensão do moração do Pentecostes é citada te as cerimónias do Baptismo (ou ja, como Corpo de Cristo, que pas- Pentecostes). sa para a Vida Nova de Jesus Cristo. Na Igreja Católica é conhecida Senhor, é celebrado, este ano, no no Livro dos Actos dos Apóstolos Profissão de Fé): “ Na verdade, o 2, episódio que narra o momento Círio Pascal é apagado, para simUm testemunho de Tertuliano, no também como a Solenidade da dia 16 de Maio, em Portugal. em que os apóstolos receberam bolizar a conclusão da presença século II, dá-nos conta que neste Ascensão do Senhor. A Ascenos dons do Espírito Santo, após a 'visível' e o início daquela visível Festa do Pentecostes período pascal não se jejua, apenas são é tradicionalmente celebrapor obra do Espírito. Esse gesto subida de Jesus aos céus: se vive em pleno a alegria pascal. da numa quinta-feira, a 6ª da Pás“ Chegando o dia de Pentecos- indica a diferença entre Páscoa e A primeira das sete semanas coa (segundo a contagem de Ac- “ Creio...no Espírito Santo, tes, estavam todos reunidos no Pentecostes”. deste tempo (pascal) litúrgico é tos 1:3 ) embora alguns paises ce- Senhor que dá a vida...” chamada de Oitava da Páscoa e lebrem no domingo seguinte ( o A festa de Pentecostes é uma desemboca no chamado “Domin- 7º domingo da Páscoa) em razão go da Oitava da Páscoa”, ou “Do- de não poderem comemorar na celebração religiosa cristã que comemora a descida do Espírito mingo de Pascoela”, ou ainda Do- quinta-feira. Santo sobre os apóstolos de Jesus mingo “in albis,” que quer dizer Cristo, 50 dias depois da Páscoa. domingo “Vestido de Branco”, já História Actualmente o Pentecostes é coque nos primórdios do Cristianismo, nesse dia os “neófitos”(novos A observância desta festa é mui- memorado pela Igreja Católica e baptizados) depunham a túnica to antiga. Embora não haja evidên- Ortodoxa, no entanto, ambas cebranca do baptismo, que tinham cias documentadas anteriores ao lebram em datas diferentes. Este usado desde a Vigília Pascal, Do- século V, Santo Agostinho afirma ano (2021) o dia de Pentecostes mingo de Páscoa, e durante toda a que ela é de origem apostólica e será comemorado a 23 de maio. semana da Oitava da Páscoa. deixou claro que era observada Para os cristãos, o Pentecostes é “A Pascoela” simboliza o prolon- por toda a Igreja antiga muito an- uma das datas mais importantes gamento do próprio Domingo de tes do seu tempo. Aparecem re- do calendário litúrgico juntamenPáscoa, numa atitude festiva da gistos nas obras de João Crisósto- te com a Páscoa e Natal, e com diIgreja e dos seus fiéis, podendo mo, Gregório de Nisa e na Consti- reito a Vigília.


18 O NOTÍCIAS DA TROFA

8 de abril de 2021

Religião

Páscoa sem cruz, mas com tradição Apesar de ter sido ainda mais restrita que o ano passado – em que a cruz não percorreu as casas dos fiéis mas circulou pelas ruas de toda a paróquia à “boleia” do padre Bruno Ferreira – a Páscoa fez-se sentir com igual simbolismo na casa de Alfredo da Costa Azevedo. Cumprindo a tradição “de sempre”, a família daquele que é conhecido, no mundo escutista, por

Páscoa sem Cruz, mas com muita participação nas eucaristias Foi uma Páscoa diferente daquilo que os católicos trofenses estão habituados, mas igualmente digna graças aos esforços envidados pelos párocos de todo o concelho. Sem visita pascal nem Cruzes a percorrerem, sobre rodas, as ruas dos fiéis, o dia da Ressurreição de Cristo foi assinalado através das habituais eucaristias, umas no interior dos templos outras no exterior, como aconteceu em Santiago de Bougado, onde a paróquia reforçou o número de celebrações e promoveu-as no Souto da Lagoa, junto à Igreja Matriz. A comunidade aderiu em massa, enchendo os bancos colocados de acordo com as regras impostas pelas autoridades de saúde. Em S. Romão do Coronado, a missa de Páscoa foi, igualmente, muito participada, com os fiéis a receberem a bênção do padre Micael Silva. Nas outras paróquias, cenários semelhantes, com as eucaristias de Páscoa a acontecerem nas igrejas, à exceção do Muro, que teve lugar no salão paroquial.

Chefe Alfredo, embelezou o chão de casa com um belo e colorido tapete, assinalando, assim, a Ressurreição de Cristo. Ao longo do período da Quaresma, também foram muitos os trofenses que, por todo o concelho, acederam ao desafio dos párocos e decoraram uma cruz, que penduraram no exterior das habitações.


8 de abril de 2021

O NOTÍCIAS DA TROFA

Necrologia

Sudoku S. Martinho de Bougado

Santiago de Bougado

Pantaleão Ferreira Lima Faleceu no dia 5 de abril com 75 anos. Casado com Cremilde Silva e Sousa

Maria da Conceição Pais da Fonseca Faleceu no dia 4 de abril com 75 anos. Casada com José Moreira dos Santos

Maria Raquel da Silva Pinheiro Faleceu no dia 2 de abril com 80 anos. Casada com Manuel António Moreira

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

S.Martinho de Bougado

Lousado

Ribeirão

Dulce de Maia Cardoso Faleceu no dia 5 de abril com 80 anos. Casada com Fernando Sampaio

Armando Ribeiro Silva Faleceu no dia 27 Março com 83 anos. Viúvo de Maria do Sameiro Ferreira Azevedo

Joaquim Rego Mendes Faleceu no dia 1 de abril com 82 anos.

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Agência Funerária Trofense, Lda

S.Martinho de Bougado

Guidões

Avelino Dias do Couto Faleceu no dia 3 de abril com 61 anos. Filho de Cândido Pereira do Couto da Barca

Maurício Maia de Castro Faleceu no dia 6 de abril com 69 anos. Casado com Maria de Lurdes da Costa Fernandes Castro

Agência Funerária Trofense, Lda

Rocha Funerárias, Lda

Beiriz- Póvoa de Varzim

Muro

António Oliveira Cardoso

Antero Pinto Moreira Faleceu no dia 5 de abril com 72 anos. Casado com Marília da Costa Carneiro

Faleceu no dia 28 de março com 69 anos. Agência Funerária Trofense, Lda

Rocha Funerárias, Lda

S.Martinho de Bougado

Muro

Arnaldo Sampaio de Freitas Faleceu no dia 28 de março com 69 anos.

Maria Luísa Vieira Alves MaiaFaleceu no dia 29 Março com 70 anos. Casada com Manuel Joaquim Ascenção Maia

Agência Funerária Trofense, Lda

Atualidade **

S.Martinho de Bougado

Agência Funerária Trofense, Lda

19

Rocha Funerárias, Lda

***

Farmácias Dia 8 Farmácia Trofense Dia 9 Farmácia Barreto Dia 10 Farmácia Nova Dia 11 Farmácia Moreira Padrão Dia 12 Farmácia Ribeirão Dia 13 Farmácia Trofense Dia 14 Farmácia Barreto Dia 15 Farmácia Nova Dia 16 Farmácia Moreira Padrão Dia 17 Farmácia Ribeirão Dia 18 Farmácia Trofense Dia 19 Farmácia Barreto Dia 20 Farmácia Nova Dia 21 Farmácia Moreira Padrão Dia 22 Farmácia Ribeirão

Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700 GNR da Trofa 252 499 180 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520 Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060

7 diferenças

Enigma Três homens querem atravessar um rio. O barco suporta no máximo 130 kg. Eles pesam 60, 65 e 80 kg. Como devem proceder para atravessar o rio, sem afundar o barco?

Soluções da edição passada Sudoku

Enigma O número 1999 duplicado dá 3998. Pressionando a tecla T, tem-se 399. Apertando D, temos o dobro de 399, que é 798. Com a tecla T apagamos o algarismo da unidade, obtendo 79.

F icha T écnica Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: We do com unipessoal, Lda. Redação: Magda Machado de Araújo Colaboradores: Atanagildo Lobo, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Magda Araújo | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda., Rua de S, Brás, n.º 1 Gualtar, Braga| Assinatura anual: Continente: 18,50 euros; Extra europa: 45 euros; Europa: 35 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,70 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: We do com unipessoal, Lda. NIF.: 506 529 002 Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 100 % do capital: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.


20 O NOTÍCIAS DA TROFA

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Empresas

“Saber valorizar e não ter memória curta é muito importante para quem gere pessoas” A Teixeira da Cruz Lda faz este ano nove anos de atividade no setor da mediação e consultoria em seguros, nos ramos Vida e Não Vida, em separado, conforme as disposições legais exigidas pela ASF - Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões. João Teixeira da Cruz é a cara desta empresa que apresenta um volume de negócios de quase três milhões de euros. Com 32 anos, afirma-se um homem realizado e apesar de se ter licenciado em História e candidatado a uma bolsa de investigação, no dia em que se apresentou perante o júri, pediu desculpa, porque os sonhos dele eram outros. Em entrevista ao NT, revelou que os atingiu. O Notícias da Trofa (NT): Quais são os números da empresa, atualmente? João Teixeira da Cruz (JTC):

Atualmente, a Teixeira da Cruz Lda conta com quatro pessoas no seu quadro de pessoal, tem sede na Trofa e filial em Guimarães. Com mais de 2000 clientes em carteira e um volume de negócios superior a 2,7 milhões de euros, é estimado que o ano de 2021 seja um ano de crescimento, possivelmente o maior desde que abrimos portas. Recentemente, a Teixeira da Cruz, Lda conquistou o primeiro lugar a nível nacional na primeira dinâmica comercial de 2021, promovida pela Liberty Seguros, terminando em 5.º lugar nacional no concurso anual de produção desta companhia no ano de 2020. A este prémio somam-se diversas distinções que, desde 2015, têm vindo a somar, sendo já nove as grandes distinções. NT: E como é possível alimentar estas expectativas num ano João T eixeira da Cruz diz- se um homem realizado profissionalmente marcado para crise pandémica? JTC: A Teixeira da Cruz, Lda trabalha diretamente com várias seguradoras a operar no mercado nacional, e dispõe de parcerias que possibilitam arranjar soluções para nichos de mercado (transportes, vida animal, riscos especiais), através de correspondentes internacionais. Promovemos junto dos nossos clientes empresariais, um serviço de consultoria que não tenho conhecimento de existir igual no mercado nacional, nomeadamente no setor dos transportes. Aliás, a título individual, sou consultor externo na área da gestão do risco e avarias num dos maiores grupos empresariais de transportes internacionais e logística em Portugal. Foi um setor no qual nos espe-

cializamos, por força de uma ligação forte à área e por eu próprio ter a faculdade de escrever e falar quatro línguas, sendo que, às vezes, preciso do dicionário e de outros suportes (risos). Não tenho vergonha nenhuma de pedir ajuda e amo aprender. NT: Mas a pandemia mudou alguma coisa na atuação das empresas da área dos seguros? JTC: A atividade seguradora em Portugal está a mudar de forma radical. A pandemia acelerou o processo de digital em década e meia. O que estava projetado para fazer em 15 anos, passou para dois ou três anos. Isso acarreta grandes desafios no que à relação com as companhias e com os clientes diz respeito.

NT: Ainda é jovem, mas gere já uma empresa que movimenta muito capital. Como é que foi o seu percurso até atingir esta posição profissional? JTC: Sempre fui um aluno com muito bom aproveitamento. Licenciei-me em História na Universidade do Minho com média de 17 valores. Na altura, uma professora pela qual guardo grande estima, pediu-me para nunca parar de estudar. Essa mesma professora, através do Fundo de Ciência e Tecnologia da Universidade do Minho e Universidade Católica Portuguesa, apoiou a minha candidatura a uma bolsa de investigação, mas quando fui ouvido pelo júri, pedi desculpa e expliquei que não deveria ter sido candidato, porque desde muito cedo alimentava o desejo de cumprir dois sonhos, ter uma empresa com solvência e empregar pessoas de forma digna. Naquela fase da minha vida, a vida académica não estava nos meus planos. NT: Portanto, atingiu agora os seus sonhos. JTC: Posso dizer que sim. Na Teixeira da Cruz, Lda, as pessoas que lá trabalham são respeitadas e remuneradas acima da média. Todos têm seguro de saúde, para si e para os seus filhos, ou cônjuge caso não tenha filhos. Todos têm seguro de vida e seguros de acidentes pessoais extra-profissional. Todos têm um plano de complemento à reforma. Acho que é uma alegria trabalhar na Teixeira da Cruz, Lda, contudo não há casamentos perfeitos e, às vezes, todos nós temos dias menos felizes. O saber valorizar e não ter memória curta é muito importante para quem gere pessoas. Porque os negócios são feitos de pessoas, por pessoas, para pessoas.


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