Edição 741 do Jornal O Noticias da Trofa

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Quinzenário | 6 de maio de 2021 | Nº 741 Ano 18 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €

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S. Mamede com novo polo da Junta e Espaço do Cidadão

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Câmara faz empréstimo de 8 milhões //PÁG. 03

Governo aloca verbas para reabilitar o Ave

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Trofense foi a Pevidém buscar 1.º lugar pub


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Atualidade José Pedro Maia Reis Memórias e Histórias da Trofa

As minas do Coronado

S. Mamede conta com novo polo da Junta e Espaço do Cidadão Foi inaugurado o novo polo da Junta de Freguesia do Coronado, em S. Mamede. O novo espaço, situado no mesmo edifício do anterior, nas antigas instalações de uma dependência bancária, é maior e concentra mais dois serviços: o balcão dos CTT e o ambicionado Espaço do Cidadão. JOANA COUTO A valência foi inaugurada a 22 de abril, com a presença da ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, que referiu ao NT e à TrofaTv acreditar ter estado perante um equipamento que vai “beneficiar

realmente, merecem”, além de muito” a população mamedense. A governante salientou que os que “dá para garantir, neste atual espaços do cidadão têm vindo contexto de pandemia, todas as a crescer, graças à “muita ade- condições necessárias de atendisão das freguesias a este mode- mento que não se conseguia ter no lo”. “Desde o início do mandato espaço antigo”. Além deste novo Espaço do Cideste Governo houve um aumento enorme, com a abertura de mais dadão, a freguesia do Coronade 150, relativamente aos cerca de do conta com outro instalado em S. Romão, mas gerido pela autar500 que havia”. Em concordância com a Ministra, quia municipal, no edifício da esJosé Ferreira, presidente da Junta tação ferroviária. Segundo José Ferreira, o investide Freguesia do Coronado, considera que a junção de três servi- mento na criação do novo polo de ços num só trará maior qualidade S. Mamede “rondou os 2500 eude vida à população, explicando ros”, utilizado, sobretudo, para a que o novo polo permite “receber “aquisição de equipamento inforas pessoas com a dignidade que, mático e mobiliário”.

Meteorologia

Decorria o ano de 1876, estávamos a passar pelos seus meados e em julho era anunciada a descoberta de uma mina de ferro, na “Boiça da Cavada”, território pertencente à freguesia de S. Romão do Coronado. O cidadão José Hey tinha descoberto uma mina de ferro naquele território e a mesma era bastante extensa, com a área de exploração a ser estendida por 50 hectares, o que equivale a 50 campos de futebol. Uma dimensão que pode ser um pouco exagerada, atendendo às dimensões geográficas reduzidas daquela antiga freguesia do concelho do Trofa. Uma mina de ferro em S. Romão do Coronado será, seguramente, uma novidade para muitos dos leitores e até, possivelmente, para os habitantes daquele território, contudo, as surpresas não ficariam por ali. Acabaria também por ser descoberta uma outra mina de ferro, na freguesia de S. Mamede do Coronado, concretamente no Alto do Monte Redondo, numa área de exploração que também seria de 50 hectares. Foi, igualmente, encontrado um filão de ferro na “Boiça de Agrello”, localizada na mesma freguesia, cuja área de exploração intercetava com a da mina anterior. As minas em questão tinham sido descobertas pelo mesmo elemento, que tinha de pagar uma quantia de 1$000 reis, por cada ponto de exploração para conseguir obter a concessão provisória. Caso não o fizesse, aquela concessão iria ser colocada em leilão público , no qual quem desse a proposta mais alta iria poder fazer a exploração daqueles filões. Desconhecemos se o pagamento foi efetuado ou não, se inclusivamente as minas seriam exploradas, o que, obviamente, iria dinamizar a economia local, mas surpreendente é a existência de filões de ferro, numa localidade que não se tinha aproximado da existência daqueles elementos no conhecimento da atualidade. É fundamental elucidar o leitor que neste momento da história várias foram as minas que foram sendo encontradas, um pouco por todo o território que ia alimentando a tentativa de concretizar um crescimento económico suportado em várias atividades económicas, sendo uma dessas atividades as minas de ferro que poderia ser a salvação para um território.


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Governo e municípios unidos na reabilitação do Rio Ave O Rio Ave faz parte dos projetos de reabilitação e valorização fluvial que o Governo vai colocar em marcha, no âmbito do programa Assistência para a Coesão e os Territórios da Europa (REACT-EU). Ao todo são 30 as intervenções, a desenvolver “até 2023” e que implicarão um investimento de “50 milhões de euros”, anunciou o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, na cerimónia de assinatura de protocolos entre a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e 45 municípios, a 30 de abril, em Coimbra. Dos 150 quilómetros de linhas de água que serão alvo de intervenção, 40 dizem respeito aos rios Ave e Vizela, envolvendo os municípios da Trofa, Santo Tirso, Vila Nova de Famalicão, Vi-

zela, Guimarães, Fafe e Felgueiras. O projeto prevê um investimento de nove milhões de euros, para a “consolidação e renaturalização de margens do rio, corte e limpeza de vegetação e criação de espaços de inundação preferencial e de trilhos ecológicos”. “É fundamental os rios serem um espaço de convívio, em que se preserva e que se cria condições para melhorar a qualidade da água, um espaço de união e não de separação”, assinalou o ministro à margem do lançamento da primeira pedra do Parque Silvestre do Verdeal, que vai reabilitar o rio Vizela, em Vila das Aves, concelho de Santo Tirso. Aos 50 milhões de euros a investir nos próximos três anos em 150 quilómetros de linhas de água e 50 massas de água, acrescem 116

M argens do rio vão ser reabilitadas milhões de euros que já foram mento foi possível devido a uma investidos em 1450 quilómetros “vontade política que reconhede rios e ribeiras, desde 2017. ce a relevância ambiental, ecoMatos Fernandes referiu ainda, nómica e social destas intervenem Coimbra, que este investi- ções”, através de um “compro-

misso com o poder local e de alocação dos meios financeiros necessários, de que o REACT-EU é um bom exemplo”.

ASVA e PORTUCALEA combatem a praga do Eucalipto em Covelas A ASVA – Associação de Silvicultores do Vale do Ave e a PORTUCALEA – Associação Florestal do Grande Porto, estão a dinamizar uma ação de controlo da praga do eucalipto na freguesia de Covelas. A ação decorre no âmbito do Plano de Ação Nacional “para o controlo das populações de gorgulho do eucalipto”. Está em fun-

Ação de controlo decorre até este mês

cionamento desde abril, estendendo-se até ao mês de maio, e abrange áreas florestais ocupadas por eucalipto, dentro dos concelhos da Trofa, Maia e Santo Tirso, sendo que o trabalho irá depender “das condições atmosféricas e do estado de desenvolvimento da praga”, explicou a autarquia da Trofa. O objetivo da ação é “reduzir

as populações deste agente biótico nocivo e, deste modo, reduzir os efeitos negativos causados ao eucalipto”. Para tal, “serão efetuadas aplicações do produto fitofarmacêutico autorizado em território nacional, EPIK 20 SG”, que é vulgarmente utilizado e generalizado na agricultura em “diversas culturas agrícolas”. JOANA COUTO


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Atualidade

A Assembleia Municipal da Trofa aprovou, a 30 de abril, a proposta da autarquia de contração de um empréstimo por parte da Câmara para executar alguns investimentos no espaço público, como na praça do Município. Oito milhões de euros é o valor estimado pela autarquia para pôr de pé todos os projetos que visam “revolucionar a requalificação urbana e a coesão territorial local”. O de maior monta é a requalificação do espaço envolvente aos novos Paços do Concelho, estimada em 3,8 milhões de euros. Estão também projetadas obras de reabilitação no Largo Padre Manuel António Moreira (663 mil euros), junto à Igreja Paroquial de Alvarelhos, e no Souto de Bairros (488 mil euros), e no Largo dos Salgueiros (122 mil euros), na Maganha, em Santiago de Bougado. Na educação, a Câmara tenciona executar obras de requalificação da Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro, em S. Romão do Coronado (1,7 milhões de euros) e da Escola Básica do Paranho (450 mil euros), em S. Martinho de Bougado. Integram também este “pacote” de investimento as requalificações da Rua dos Descobrimentos e área pedonal envolvente (584 mil euros), em S. Romão do

Coronado, e da Nova Abelheira (138 mil euros), em S. Martinho de Bougado. A autarquia vai recorrer a um empréstimo bancário, que, segundo o presidente Sérgio Humberto, será reposto quase na totalidade pelos fundos comunitários aos quais se está a candidatar. “O empréstimo destina-se a aproveitar uma oportunidade, em bolsa de overbooking, que, de outro modo, seria desperdiçada. Nenhum trofense compreenderia que não o fizéssemos. Este é o momento para dar expressão à aposta na educação e na valorização do território. Assim, os concursos vão ser lançados até junho deste ano, de modo a garantirmos o financiamento comunitário, que é crucial para o desenvolvimento da Trofa a médio e longo prazo”, referiu o autarca, em comunicado. A proposta para pedido de empréstimo foi aprovada, com votos contra dos vereadores do Partido Socialista, em reunião de Câmara, seguindo-se agora a sua aprovação em Assembleia Municipal. Em sintonia com os eleitos no executivo municipal, os membros do PS no órgão deliberativo votaram contra a proposta. Luís Cameirão, em nome dos socialistas, justificou a posição com o facto de “estar subjacente endividamento” e de “na documentação nada estar dito quanto a financiamentos

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Câmara vê aprovado empréstimo de 8 milhões

M aior investimento será na requalificação do espaço envolvente aos novos paços do concelho de 85 por cento ou o que quer que seja”. “Se olharmos para as obras que ali estão, todas elas têm a sua razoabilidade, algumas nem têm projetos desenvolvidos, hão de se desenvolver, algumas hão de ser feitas, outras, se calhar, nunca serão feitas, mas há uma coisa que já está subjacente: endividamento de oito milhões de euros. Segundo resulta das contas do município, temos uma margem de endividamento na ordem dos dez milhões de euros, portanto, admitindo que vamos usar esta linha aberta de financiamento, vamos encurtar essa margem para dois

milhões de euros”, argumentou o dicionado pela maneira como foi eleito do PS, que também se mani- apresentado este ponto, dando a festou “preocupado” com “o pas- entender que quem votasse consivo contingente” relativo a pro- tra era um herege e alguém anticessos judiciais da Câmara Mu- -Trofa dos sete costados. Eu não admito que ninguém diga que nicipal. Cameirão aproveitou ainda qualquer voto feito por nós é conpara reiterar o que “havia dito há tra a Trofa”, referiu. Em resposta, Sérgio Humberto um ano”, de que “a obra dos paços do concelho e sua envolven- manteve as críticas aos elemente iriam secar o orçamento mu- tos do PS, acusando-os de “irresponsáveis e imaturos” por votanicipal”. Já o elemento da CDU, Paulo rem contra a proposta e referinQueirós, absteve-se na votação do que, relativamente ao dinheida proposta, mas criticou a for- ro do empréstimo, “possivelmenma como o executivo municipal a te, nem o vamos utilizar”. apresentou. “Senti-me quase con-

Assembleia Jovem vota vencedores do OPJ a 22 de maio

Atualize a assinatura anual

No próximo dia 22 de maio, pelas 14h00, a Assembleia Municipal Jovem da Trofa vai eleger mais dois projetos desenvolvidos no âmbito do Orçamento Participativo Jovem (OPJ). A sessão contará com a presença de representantes de cada projeto concorrente e dos elementos da mesa da Assembleia eleita no Conselho Municipal da Juventude. “Os projetos a concurso no Orçamento Participativo Jovem vão a votação pelos jovens da Assembleia Municipal, feita de forma presencial ao longo da tarde”, informou a a Câmara Municipal em nota informativa. “O período de funcionamento do secretariado e de votação

dos projetos decorre até às 18h00”, Carvalho e Carolina Ferreira, alusendo que “a contagem dos votos e nos da Escola Secundária da Trofa. Por sua vez, a nível concelhio, apuramento dos resultados será feita até às 19h00”, hora em que serão foram validadas três propostas: “Atelier do Samba”, de Duarte Sanconhecidos os resultados. No âmbito escolar, concorrem tos, Mafalda Nunes e Manuela Sil5 projetos: “Desporto e lazer, dá va; “Dispositivo de avaliação do saúde e prazer!”, da Associação estado das estradas”, de Nuno Node Pais da Escola Básica n.º 2 do gueira, e “IntergeraSom”, de Ana Cerro; “Digital e Robótica”, de Veiga, Rui Costa e Inês Oliveira. Anualmente, a Câmara MuniTomás Santos, estudante na Trofa; “Ludoteca do Futuro”, da As- cipal dispõe de uma verba de 25 sociação de Pais da Escola Básica mil euros do Orçamento Municide Fonteleite; “Mais diversão me- pal para a concretização dos prolhor educação, na EB23”, de Maria jetos vencedores, dos quais 17.500 Lima, Afonso Dias, Márcia Morei- euros são atribuídos à proposta de ra e Mariana Moreira, alunas da EB âmbito geral ou associativo e 7500 2/3 Professor Napoleão Sousa Mar- euros à de âmbito escolar”. ques e “We Love Sports”, de Pedro JOANA COUTO


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Cruz Vermelha lança iniciativa para alertar aos maus-tratos na infância Abril significa mês da prevenção dos maus-tratos na infância. A Cruz Vermelha da Trofa, no âmbito do projeto “CLDS 4GIR”, lançou um desafio aos alunos do ensino pré-escolar e 1.º ciclo para sensibilizar a população relativamente a este flagelo que se agravou durante a pandemia. JOANA COUTO

As crianças que frequentam o ensino pré-escolar e o 1º ciclo do concelho foram os escolhidos para a campanha desenvolvida pelo CLDS 4AGIR, que queria, através de “uma mensagem positiva” - como é que o amor nos ajuda a crescer – sensibilizar toda a população. A coordenadora do CLDS da Trofa, Carla Lima, explicou ao NT e à TrofaTv que cerca de 1500 crianças foram desafiadas a “de-

senharem uma forma ou escreverem o que achassem por forma de amor ou de um crescimento saudável”. O resultado foram outros tantos corações, que se encontram expostos na sede da instituição, em Santiago de Bougado. Carla Lima reforçou a importância deste projeto, numa altura em que os maus-tratos “se agravaram com a questão da pandemia”. “Mais do que nunca, é preciso sensibilizar a comunidade para este flagelo que, infelizmente, ainda está muito presente na comunidade, não só na Trofa, mas em todo o país”. A coordenadora acredita que “se todos tivermos e dermos amor, se calhar, os maus tratos não existem”. O coração pintado pelas crianças ia “junto com outro, que dei-

1500 corações decoram sede da Cruz Vermelha xava um pouco da história do laço azul”, símbolo da efeméride, e continha os contactos dos “organismos competentes”, no caso de haver necessidade de reportar algum caso de abuso contra

crianças. A iniciativa pretende sensibilizar as pessoas para “um problema que existe e cuja denúncia é um dever de todos”. A coordenadora do CLDS refor-

çou ainda a importância do papel das famílias, “para que cada vez mais percebam que, só com amor, é que as crianças, e todos, crescemos saudáveis e mais felizes”.

ASAS desenvolve projeto de apoio à parentalidade A primeira implementação do programa “Anos Incríveis” terminou a 7 de abril, com “balanço positivo”. A iniciativa, dinamizada pela associação ASAS, destinou-se a pais do concelho da Trofa. A ação integra as “atividades previstas no protocolo assinado com a Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção de Crianças”, no âmbito do Projeto Adélia, um projeto nacional “de apoio à parentalidade positiva e à capacitação parental”. “Anos Incríveis” é parte integrante de uma série criada pela

P rojeto da ASAS foi desenvolvido na T rofa

Detido por ameaças à mãe e comportamento violento com o filho Um homem de 34 anos ficou sujeito ao controlo por pulseira eletrónica, na sequência de um caso de violência doméstica ocorrido, a 3 de maio, em Ervosa, concelho da Trofa, referiu a Guarda Nacional Republicana, em comunicado. A investigação, a cargo do Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) do Porto, que teve o apoio dos militares do posto da Trofa, resultou no apuramento de que “o suspeito, habi-

tual consumidor de produtos estupefacientes, terá injuriado e ameaçado de morte a vítima, sua mãe de 58 anos, com quem vivia e partilhava habitação”. “Atualmente desempregado, o suspeito também adotava comportamentos violentos contra o seu filho menor, em virtude da guarda do mesmo estar atribuída à mãe do agressor. Perante a gravidade dos factos e o escalar dos episódios de violência, o agressor foi

detido”, fez saber a GNR. Presente a primeiro interrogatório judicial, na terça-feira, no Tribunal de Instrução Criminal de Matosinhos, o homem viu-lhe serem aplicadas as medidas de coação de afastamento da residência da vítima, proibição de a contactar por qualquer meio ou forma, proibição de se aproximar dos locais habitualmente frequentados pela mesma, num raio de 500 metros, controlado por pulseira eletrónica.

psicóloga Carolyn Webster-Strat- o comportamento das crianças, ton, com o objetivo de “reduzir “sem desrespeitá-las”. A atividade teve início em noproblemas de comportamento e promover competências sociais vembro de 2020 e contou com a e emocionais em crianças”. A sé- presença de um grupo de seis rie consiste num conjunto de pro- pais e mães de crianças com idagramas, implementados também des compreendidas entre os dois a nível internacional, que já são e os cinco anos. De acordo com a “considerados uma referência nos ASAS, os pais responderam “de diretórios internacionais de in- forma bastante positiva” aos “detervenções baseadas em evidên- safios levantados pelo período cias”. A série é ainda composta pandémico”, demonstrando que por “14 sessões semanais”, onde “todos” podemos encarar e lidar através de “uma aprendizagem de forma positiva com os “períocolaborativa”, se pretende apren- dos de crise e adversidade”. der a melhor forma de lidar com JOANA COUTO


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Atualidade

Mulheres socialistas homenageiam militantes dos anos da Revolução Com a comemoração do 25 de abril e do 48.º aniversário da fundação do Partido Socialista, a estrutura concelhia das Mulheres Socialistas da Trofa homenageou, na Junta de Freguesia de Coronado, os militantes que se filiaram no PS nos anos de 1974 e 1975. No total, foram laureados sete elementos da comunidade trofense. “Nada melhor do que honrar aqueles que diretamente contribuíram para despertar a consciência política no concelho”. Foi assim que Ângela Moreira, presidente da estrutura, se referiu sobre a iniciativa, que visou refletir sobre a história do PS na luta por um poder local justo. “Num gesto simples, mas repleto de simbolismo, enaltecemos o inestimável contributo de seis homens e uma mulher, no dignificar da história e dos valores humanistas, mas foram igualmente lembrados todos quantos contribuíram para uma Trofa mais demo-

Homenagem realizou- se na Junta de F reguesia do Coronado, em S. Romão crática e para a dignificação do poder local”, acrescentou. Esta iniciativa contou com a presença de Manuel Pizarro, presidente da Federação Distrital do Porto do Partido Socialista, Ama-

deu Dias, presidente da concelhia do PS Trofa; José Ferreira, presidente da Junta de Freguesia de Coronado; e da presidente da Estrutura Distrital das Mulheres Socialistas, Patrícia Faro. DANIELA RIBEIRO

Julgamento de vereador reagendado para junho Depois de adiado, pela segunda vez, em fevereiro deste ano, devido à pandemia, o início do julgamento do Caso Trofense foi reagendado para 7 de junho. As sessões, que estavam previstas acontecer no Fórum Trofa XXI, no Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, vão agora realizar-se na sala dos Bombeiros Voluntários de Valadares.

Este é já o terceiro local escolhido para acolher o julgamento, depois de, no primeiro adiamento, em outubro de 2020, os advogados se terem queixado da “falta de condições de trabalho”, no auditório municipal de Vila Nova de Gaia. Recorde-se que o Caso Trofense tem entre os arguidos o vereador da Câmara Municipal da Trofa, Renato Pinto Ribeiro, e resulta

de uma investigação do Ministério Público (MP) sobre uma alegada “falta de fiscalização” das “verbas públicas atribuídas pela autarquia para obras de manutenção e requalificação do Complexo Desportivo do Trofense, em Paradela”, acabando o dinheiro, alegadamente, desviado pelo então presidente do clube Paulo Melro, para pagamentos de salários e outras despesas do futebol profissional do Trofense. No ano de 2014, o Clube Desportivo Trofense viu ser-lhe atribuído um valor global de 135 mil euros de subsídios por parte do município. As verbas em causa estariam destinadas à requalificação dos relvados e apoio na construção de uma sala de estudos no complexo do clube em Paradela. A Câmara Municipal da Trofa terá pago a totalidade do subsídio previsto no referido contrato-programa, dos quais 60 mil se destinavam a “obras de conservação e manutenção no complexo desportivo de Paradela”. No entanto, de acordo com a acusação do MP, “não foram efetuadas” as obras.

COMUNICADO Paços do Concelho: assim vai a conta! Caras e caros trofenses, Uma mentira repetida várias vezes não se torna numa verdade. Neste sentido, e visto que o atual Executivo camarário teima em não informar de forma honesta e transparente os Trofenses, o Partido Socialista da Trofa vê-se obrigado a clarificar os munícipes relativamente aos valores gastos na obra que todos aguardamos ansiosamente: os Paços do Concelho. O PS Trofa nunca foi, nem nunca será, contra a construção dos Paços do Concelho pois é uma obra necessária e essencial para reforçar a identidade do nosso Concelho da Trofa. Nos últimos anos temos ouvido, sistematicamente, pelo executivo PSD/CDS, garantias que a Câmara Municipal da Trofa não se iria endividar porque não precisava disso, uma vez que goza de boa saúde financeira. No entanto, e para espanto nosso, levou à última reunião de câmara um pedido de empréstimo no valor de 8 milhões de euros sendo que, quase quatro milhões, serão gastos na Praça do Município. Como temos vindo a fazer ao longo de todo o mandato, solicitámos por mais que uma vez, a clarificação sobre o real custo da construção dos Paços do Concelho e da Praça do Município, ao Sr. Presidente da Câmara, mas até ao momento continuamos sem obter resposta aos sucessivos requerimentos. Os vereadores do PS Trofa – Amadeu Dias e Miguel Tato Diogo –, de boa fé, de forma cooperante e, por mais de 13 vezes, aprovaram todos os pontos levados a reunião de Câmara, até ao momento da adjudicação, para que os Paços do Concelho fossem uma realidade. Apesar da nossa cooperação o Sr. Presidente da Câmara não respondeu aos nossos requerimentos e, até hoje, não sabemos quanto vai custar o edifício sede da nossa Câmara Municipal nem a sua zona envolvente. Nem os Vereadores do PS, nem o PS Trofa são contra esta obra. No entanto e importa que os Trofenses saibam, o Sr. Presidente da Câmara Municipal - Sérgio Humberto - faltou à reunião em que se votou a adjudicação da obra. Até agora, os valores que conseguimos apurar ultrapassam os 13 milhões de euros: - O valor de adjudicação dos Paços do Concelho é de 8.254.071,60 milhões de euros; - A primeira derrapagem corresponde a 165.199,03 mil euros; - A segunda derrapagem corresponde a 146.223,55€ mil euros; - A terceira derrapagem corresponde a 949.614,68€. - Para a praça do município a Câmara vai pedir um empréstimo de quase 3 milhões e 900 mil euros. No total estão já apurados quase 13,4 milhões de euros, a que falta ainda juntar o valor que está a ser gasto nas expropriações de casas e terrenos. E a obra ainda não acabou! Quantas derrapagens mais teremos? Importa, no entanto, salientar o seguinte: com o empréstimo de 8 milhões de euros que a coligação PSD/CDS aprovou, tal como o PS alertou na última Assembleia Municipal, o Município da Trofa fica novamente próximo do limite de endividamento permitido. Endividamento colossal esse que não foi, como é apregoado há anos, da responsabilidade do Executivo Socialista durante o mandato 2009-2013, mas antes do Executivo do PSD que até 2009 governou o nosso concelho. É prática comum do PSD/Trofa, como os trofenses se devem recordar, empurrar os empréstimos e dívidas que contrai descontroladamente para o Executivo que vier a seguir, obrigando depois os Trofenses a pagarem taxas e impostos altíssimos, como é o caso do IMI. A prova de que as sucessivas derrapagens não vão ficar por aqui está no próprio outdoor colocado pela JSD que, faltando à verdade, acusa o PS de ser contra os Paços do Concelho mas, ao contrário de outros espalhados pelo concelho omite, propositadamente, o valor total da obra. Será porque nem eles próprios sabem onde vão parar os gastos e quantos milhões de euros custará o nosso edifício municipal? O PS Trofa e os seus Vereadores não são contra a realização de obras. São contra hipotecar o futuro da Trofa, como estes empréstimos podem sugerir. Esta sim é a verdade, e a verdade valerá sempre mais que muitas mentiras, por mais repetidas que sejam. O Presidente do Partido Socialista da Trofa, Amadeu Dias


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André Fernandes é o novo presidente do Bougadense

Dentista da Trofa recebe prémio internacional O médico dentista e diretor clínico da Clitrofa, Fernando Duarte, foi galardoado com o Prémio International Innovation & Excellence Awards 2021, na categoria International Businesses & Professionals, como Personalidade do Ano na área da medicina dentária. Em entrevista a uma revista da especialidade, Fernando Duarte, fala do significado e impacto que este prémio representa para a sua vida profissional e da importância da sua ligação ao mercado médico-dentário estrangeiro. Em 2019, o diretor da Clitrofa tinha sido galardoado com o Prémio Português de Valor, num evento organizado pela Lusopress, organização sediada em Paris, que reconhece e premeia os portugueses que se destacam nas diversas áreas de atividade profissional, pelo contributo demonstrado em prol das comu-

nidades portuguesas no mundo. “Este prémio foi de uma importância imensurável, uma vez que é atribuído pela comunidade portuguesa espalhada pelo mundo. Quem já foi emigrante compreende estes sentimentos de portugalidade e saudade de forma singular. Todos os prémios são importantes, fruto de muito trabalho, dedicação, perseverança e espírito de equipa, funcionam como peças douradas de um puzzle que é a carreira de cada profissional”, adiantou Fernando Duarte, em entrevista à Saúde Oral. O Prémio instituído pela Corporate LiveWire, organização sediada em Londres, tem como objetivo distinguir personalidades e projetos cuja inovação, conhecimento, profissionalismo e qualidade de serviço se tenham destacado a nível nacional e internacional.

Foram os “pedidos” de “vários diretores, sócios e amigos do Bougadense” e a “vontade” de fazer mais pelo clube que fizeram André Fernandes avançar para a presidência da direção. O até agora vice-presidente e diretor desportivo da coletividade foi eleito a 3 de maio, na assembleia eleitoral, ao apresentar a única lista candidata. André Fernandes mostrou-se convicto das suas capacidades em conseguir levar o Bougadense a patamares superiores e de conseguir que o clube alcance os vários objetivos a que propôs. “O meu projeto passa por melhorar a estrutura e fazê-la crescer de forma sustentada”, referiu, em declarações ao NT. O plano para a equipa sénior “já começou há dois anos” e prossegue neste mandato, com o horizonte de conseguir “uma subida de divisão”. Mas é na formação que será feita a grande aposta da nova direção. “É nas camadas jovens que vamos empenhar os nossos esforços. Para isso, conto com a aju-

A ndré F ernandes foi eleito a 3 de maio da do Pedro Carvalho, que tem já experiência adquirida no CD Trofense, e que já está a trabalhar para conseguir construir um departamento forte, com treinadores de qualidade”, revelou o novo presidente do Bougadense.

A acompanhá-lo na direção André Fernandes tem, além de Pedro Carvalho, como vice-presidente, Hilário Duque, também vice-presidente, Nuno Resende, como secretário, e Luís Maia, como tesoureiro.

Manuel Alves volta a apostar no troféu Kia Picanto GT “É uma aposta que faz sentido na minha carreira, de forma a continuar a evoluir na Velocidade e a aproveitar a experiência que acumulámos no troféu em 2020”. É desta forma que o piloto trofense Manuel Alves projeta a nova época a competir no Kia Picanto GT Cup. Depois de terminar no top 5 da categoria Júnior, este amante das quatro rodas - que já deu nas vistas no karting e no Campeonato Legends – repete a competição organizada pela CRM e pela Kia Portugal, preparado e assistido pela equipa Veloso Motosport. “Aprendi muito ao longo do ano passado e agora estou mais preparado, mais confiante para poder lutar pelos primeiros lugares da Júnior em todas as provas. A pré-temporada correu bem e vamos para o Algarve com a motivação em alta. A concorrência deverá ser muito forte, mas sempre gostei desses desafios, desde os tempos do Karting. Uma palavra muito especial para o meu tio,

Piloto da T rofa quer melhorar resultado do ano passado Paulo Alves, um dos meus grandes pilares neste desporto e que passou recentemente por um momento difícil, algo que, felizmente, já faz parte do passado. Vou correr também por ele", afirmou o piloto de 17 anos.

O calendário do Kia GT Cup deste ano é composto por cinco eventos na Península Ibérica: Portimão (8/9 maio), Estoril (10/11 julho), Braga (11/12 setembro), Jerez de la Frontera (6/7 novembro) e Estoril (11/12 dezembro).


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Religião

Dia da Mãe O Dia da Mãe é uma data comemorativa que homenageia anualmente a figura familiar materna( Mãe) e a maternidade. A data da comemoração varia de acordo com o país e em Portugal, assim como nos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa - é comemorada no primeiro domingo do mês de maio. A antiga comemoração do dia das mães é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a mãe dos deuses. Por seu turno, em Roma, as festas comemorativas do Dia da Mãe, eram dedicadas a Cibele, a mãe dos deuses romanos. O dia dedicado a esta deusa foi criado cerca de 250 anos antes do nascimento de Cristo. A propósito do dia da Mãe, a En-

ciclopédia Britânica refere: “Uma festividade derivada do costume de adorar a mãe, na antiga Grécia. A adoração formal da mãe, com cerimónias para Cibele ou Rhea, a Grande Mãe dos Deuses, era realizada nos meses de março, em toda a Ásia Menor”. Nos Estados Unidos da América, as primeiras sugestões em prol da criação de uma data para a celebração das mães foi dada pela ativista Ann Maria Reeves Jarvis, que fundou, em 1858, os Mothers Days Works Clubs, com o objetivo de diminuir a mortalidade de crianças em famílias de trabalhadores. Jarvis organizou, em 1865, o Mothers Friendships Days (dia da amizade para as mães) para melhorar as condições dos feridos na Guerra de Secessão, que assolou os EUA naquele perío-

do. A filha de Ann Maria conseguiu que o Congresso dos Estados Unidos aprovasse uma resolução, instalando o 2.º domingo de maio em Dia das Mães, tendo sido celebrado pela primeira vez em 9 de maio de 1914. Em Portugal, o dia da Mãe começou por ser celebrado no dia 8 de dezembro, dia da festa da Imaculada Conceição. A data foi, depois, alterada para o primeiro domingo de maio, na década de 70 do século passado. A paróquia de São Martinho de Bougado, através da Equipa da Pastoral familiar, como já é habitual, realizou, neste domingo, dia da Mãe, a Bênção das Grávidas, cerimónia que foi efetuada durante a eucaristia das 11 horas, na Igreja Nova. O mesmo aconteceu nas paró-

Jipe transporta Nossa Senhora de Fátima pelas ruas de S. Martinho Nos domingos de maio, após a missa das 19h00, a imagem de Nossa Senhora de Fátima vai percorrer os lugares da paróquia de S. Martinho de Bougado, à “boleia” de um jipe, “preparado para o efeito”. “O percurso de Nossa Senhora será realizado sem paragens e pede-se às pessoas que não saiam de casa, observando as normas sanitárias vigentes”, sublinhou a paróquia, em comunicado. No primeiro domingo, dia 2, a imagem percorreu os lugares de Ervosa e Abelheira. Segue-se, no dia 9, Esprela, Gandra, Cavadas Coroa, Real, Carqueijoso e S. Martinho e, no dia 16, os lugares de Paradela e Paranho. No dia 23, a imagem passará por Valdeirigo, Mosteirô, Bairro da Capela e Castêlo. Finzes e Padrão são os últimos lugares percorridos pela imagem, no dia 30. “As ruas que Nossa Senhora visitará serão apenas as mais impor-

Senhora de Fátima percorre ruas aos domingos tantes. Poderá não ser possível percorrer todas as ruas de cada lugar, pelo que pedimos compreensão. Este percurso terminará cerca das 21h30”, informou a paróquia, que sugere aos fiéis que iluminem janelas e varandas com velas ou qualquer outro tipo de luz. “Durante o Mês de Maio, seria interessante que cada casa arranjasse um pequeno local, com a imagem de Nossa Senhora, para se rezar o terço ou alguma outra oração mariana”, acrescentou.

Por outro lado, durante este mês, as celebrações da eucaristia semanal passarão todas para as 21h00, na Igreja Nova, e nelas será integrada a recitação do terço, incluindo à segunda-feira. No fim de semana, a recitação do terço será realizada na missa das 19h00, também na Igreja Nova. Todas estas celebrações serão transmitidas pelas redes sociais: Facebook do Padre Luciano Lagoa e da Paróquia de S. Martinho de Bougado e pelo Youtube.

Bênção marcou eucaristia de domingo de manhã, em S. M artinho de Bougado quias de S. Romão e S. Mamede do Coronado, com a bênção rea-

lizada nas eucaristias de domingo, pelo pároco Micael Silva.


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Desporto

0 2 LOCAL Parque de Jogos Albano Martins ÁRBITRO João Afonso (Bragança) PEVIDÉM André Preto; Emanuel, Chico (Totas, 60), Sérgio Duarte (Rúben, 82), Vítor Hugo (Diogo Lopes, 82), Pedrinho, Tiago Vieira, Tiago Francisco, Filipe Sousa (Moreira, 73), Costinha e Tiago Ronaldo Treinador João Pedro Coelho TROFENSE Serginho; Beni (Yair, 68), João Faria, Mika, Tito, Alan Júnior (Adilson, 46), João Paulo, Vasco Rocha, Bruno Almeida (Yohan, 79), Luís Santos (Matheus, 68) e Simão Martins (Keffel, 88) Treinador Rui Duarte AMARELOS Filipe Sousa (38), Alan Júnior (39), Pedrinho (48), João Paulo (60), João Faria (62) e Tiago Francisco (90) AO INTERVALO: 0-1 GOLOS: Mika (9) e João Paulo (55)

Cabeçada de líder Depois do empate em Anadia, o Clube Desportivo Trofense foi “buscar” o primeiro lugar a Pevidém, onde venceu a equipa local por 0-2. Num jogo em que os centrais fizeram o papel dos avançados, a equipa da Trofa foi premiada com a eficácia nas bolas paradas e maturidade defensiva. O central Mika deu o mote para a vitória trofense, aos 9 minutos, a partir de um pontapé de canto, ao qual respondeu com uma cabeçaJoão Faria marcou o segundo golo do T rofense da certeira. Trofa para impor o ritmo, levando A resposta do Pevidém foi “enér- acabou penalizado por um certo gica”. A formação vimaranense as- “egoísmo” dentro da grande área, por vencida uma partida “imporsumiu o controlo do jogo e causou a formação treinada por Rui Duar- tante” para as aspirações que alimenta agora que está mais perto alguns “calafrios” ao adversário, te ampliou a vantagem, pelo outro mostrando, inclusive, por que é central de serviço: também num da 2.ª Liga. No final da partida, Rui Duarte que não perdia há 17 jogos. Ser- canto, igualmente de cabeça, com ginho teve de se empenhar num a bola a entrar “ao ângulo”, sem hi- elogiou o adversário e considerou remate traiçoeiro e, nas outras in- pótese de defesa para André Preto. que o Trofense esteve “quase perA partir do 0-2, o Pevidém acu- feito a nível tático”. “Nos primeiros vestidas ofensivas faltou clarividência aos jogadores do Pevidém. sou algum nervosismo e displi- 25 minutos, alguns desacertos custaram mais posse de bola para o Na segunda parte, o Trofense cência na construção de jogo, com mostrou-se mais dono do jogo. De- sucessivas perdas de bola e pre- adversário, que teve uma oportunidade flagrante, mas na segunda pois de uma perdida de Luís San- visibilidade na abordagem aos parte controlamos o jogo”, referiu tos que, depois de falhar isolado, lances. Aproveitou o conjunto da

o treinador. Já João Pedro Coelho, técnico do Pevidém, considera que a equipa “mostrou alma e intensidade”, mas “pecou no controlo das bolas paradas, onde o adversário foi eficaz”. O Trofense vai agora cumprir três jogos em casa, recebendo, já no domingo, o Braga B. O jogo começa às 18h00 e contará com relato da TrofaTv. Camp. Portugal Fase subida Zona norte 2.ª jornada Pevidém 0-2 Trofense Braga B 3-1 Anadia Classificação 1 Trofense 4 2 Pevidém 3 3 Braga B 3 4 Anadia 1 3.ª jornada 09-05-2021 Trofense - Braga B (18h00) 08-05-2021 Anadia-Pevidém (16h00)


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Atualidade

José Calheiros

Escrita com Norte Terráqueo! Eu?

“Quinzas” ajuda seleção a qualificar-se para Europeu de futebol virtual Elemento da equipa técnica da seleção nacional de futebol virtual, o trofense Francisco Cruz – conhecido nos videojogos como “Quinzas”, ajudou Portugal a qualificar-se para o campeonato europeu.

para os dias 9 e 10 de julho, em Londres, com 100.000 euros de prizemoney. Assim como Portugal, seguem em frente Espanha, Polónia, Croácia, Montenegro, Sérvia, Israel, Roménia, França e Grécia.

A seleção nacional de futebol virtual garantiu, na noite de ontem, a participação de Portugal para o UEFA eEURO 2021, ao conseguir o 1.º lugar de um do grupo H da fase de qualificação. A equipa convocada pelos selecionadores Francisco “Quinzas” Cruz, jovem da Trofa que foi campeão mundial de FIFA em 2011, e Armando Vale, conseguiu nove vitórias. Ao conseguir uma primeira volta em e xce lente n íve l , Ch r i stophe r “Christopher_M_M” Morais, Pedro “barboza12” Barbosa e Bruno “B10_Joker” Duarte acabaram por não conseguir levar por vencida a campeã europeia em título, a Itália, que triunfou por 3-1, colando-se ao topo da tabela, no entanto, acabaria por dar margem aos portugueses, ao perder com a Moldávia (agregado de 6-4). Portugal aproveitou o deslize triunfou diante da Islândia (7-4) e Inglaterra e Irlanda do Norte (10-2), apurando-se diretamente para o Europeu em duas mãos emocionantes frente à Moldávia, que acabaram num agregado de 5-4 favorável à formação lusa. Depois de não ter conseguido competir no na edição do ano passado, a seleção nacional de futebol virtual está, desta vez, na fase final da UEFA eEURO 2021, agendada

“Quinzas” é reflexo da profissionalização dos videojogos Dois mil e onze foi o ano áureo de Francisco “Quinzas” Cruz. Então com 16 anos, tornou-se o primeiro português – e até agora único – a sagrar-se campeão do mundo de FIFA, videojogo de futebol. Já antes, em 2009, conseguiu o título nacional e o apuramento para o primeiro campeonato do mundo, tornando-se o jogador mais jovem de sempre a participar naquela competição. Logo na estreia, em Barcelona, foi 3.º classificado. Em 2012, a defender o título mundial, conseguiu chegar aos quartos de final, colocando a carreira em pausa até 2017, ano de “explosão” do FIFA competitivo. Foi contratado pelo Sporting Clube de Portugal para ser o jogador a iniciar a modalidade de esports e, dois anos depois, tornou-se team manager dos “leões”. Esteve presente no quarto campeonato do mundo, mas desta vez, como treinador. Já em 2020, “Quinzas” lançou um projeto de coaching, no qual ajuda outros jogadores que querem evoluir o seu nível de FIFA e, em fevereiro deste ano, foi anunciado como elemento da equipa técnica da seleção nacional de futebol virtual, acompanhando Armando Vale.

Já ouvi um pouco de tudo, desde a Ciência e a Religião serem antagónicas, passando pelos cientistas crentes em Deus até à Religião e Ciência se complementarem. E neste último caso, é facto, que muitos historiadores e arqueólogos se basearam na Bíblia para descobrirem ou identificarem lugares julgados perdidos. Apesar de me achar um ser evoluído e utilizador da razão,o que me dá um toque moderno e sofisticado, permitindo-me deambular entre teorias (e nestas alturas peço a Deus para que ninguém me interrompa, porque não as sei explicar), quero crer, porque me interessa, que a Bíblia tem razão ao identificar vida apenas no nosso planeta, apesar de não entender porque Deus fez o Homem à sua imagem, quando pelo que se vê, podia tê-lo feito um pouco melhor... Esta minha crença da existência de vida apenas no nosso planeta tem a ver com vergonha e status, da mesma forma que, certamente, um habitante de Mogege tem vergonha em dizer onde mora. Não é muito bonito dizer numa intervenção inter-planetária, “Eu sou um Terráqueo”. Já estou a imaginar o sorrisinho dos Venusianos e Uranianos, habitantes de planetas com estilo, equivalente ou melhor do que um Terráqueo a morar no Parque das Nações! Um dia que me apareça um ser extraterrestre e me pedir o cartão de cidadão, ele vai verificar que sou naturalmente Terráqueo e Terráqueo de residência… que parolice! Se ao menos houvesse maternidades na Lua e a minha mãe lá tivesse o parto, poderia dizer que sou naturalmente Lunático e Terráqueo por obrigação. Como vêem, tenho vergonha de ser Terráqueo e se fosse rico e pudesse escolher, vivia em Neptuno e escondiria a minha origem saloia, diria apenas, “Sou Neptuniano e Sportinguista!”. Estava uma destas noites em casa a olhar cá para fora e a ver a chuva a cair, quando vejo uma luz, a piscar, a atravessar o céu....que susto…afinal era um avião! E com o susto “tombei” num sono que me trouxe um sonho! “Saturday night, vinte aninhos, estava eu na Gravity Disco Sound, de Marte, local onde não me sentia muito mal, porque os marcianos são tão parolos quan-

to eu, e é com eles que, nós terráqueos, disputamos o derby mais quentinho desse desporto chamado futebol, a cair em desuso no Universo! Enquanto dava uns “goles” numa bebida espirituosa, cuja fórmula química é segredo do barman que já trabalhou no Via Láctea Swing Stereo Sound, de Plutão, e batia o pé ao som de uma nova banda de música de discoteca, os “BeeXees” de Saturno, uma miúda, pelo menos parecia-me, vem ter comigo e diz-me: - Olá! Pelo aspecto não é terráquea e pelo sotaque não me pareceu marciana. - Olá! – respondo com outro cumprimento. - És bem feiinho! – diz-me, insinuando-se. Apesar de, certamente, não o ser como terráqueo, naquele espaço nocturno de onde vinham seres de todo o Sistema Solar, de aspectos muito diferentes, como aquele ser com quem conversava (não sei de que planeta) tínhamos algo em comum…tínhamos dois olhos na cara! - Há quem ache o contrário. – respondo. - Já agora eu sou a XW, vim com a minha prima OW, e somos de Júpiter. E tu? - Eu sou o Zéquinha! – respondo. - Que nome! – diz a XW, prosseguindo – E aonde moras? - Na Trofa. - Aonde fica? – insiste a XW. - Em Portugal. - Sim, mas onde? - Na Europa. - Não estás a perceber Zéquinha! De que planeta vens? A XW fez a pergunta à qual tento escapar e, que feita de forma tão directa, obriga-me a mentir. - Sou Neptuniano, moro em Neptuno! - Uau, que chique, Neptuno! Sabeis cuidar do que è vosso e tendes o planeta sempre limpinho! – diz XW, entusiasmada. A noite prosseguiu animada, baseada numa mentira! À hora de ir embora despeço-me e vou para o terminal do Metropolitano Inter-galáctico. Sem saber, fui seguido pela XW que queria ver partir por quem se apaixonou. Estranhou ao não me ver entrar no Metropolitano para Neptuno e desiludiu-se quando entrei no Desmetropolitano com destino para a Terra via Lua! Oh, afinal é um Terráqueo, que bimbo!”


6 de maio de 2021

O NOTÍCIAS DA TROFA

História

Caminhos de Santiago Os caminhos de Santiago são percursos dos peregrinos que afluem a Santiago de Compostela, desde o século IX, para venerar as relíquias do apóstolo Tiago Maior, cujo “suposto sepulcro” se encontra na Catedral de Santiago de Compostela. ANTÓNIO COSTA Segundo a Bíblia (Novo Testamento), Tiago era filho de Zebedeu e Salomé, irmão de João Evangelista. Também de acordo com os evangelhos, Tiago fazia parte do círculo “íntimo” de Jesus, tendo estado presente na transfiguração de Cristo no Monte Tabor e, depois, no Monte das Oliveiras, pouco antes da prisão de Jesus. Em espanhol e português a aglutinação de Sant’Iago deu origem a Santiago, em francês Saint Jacques e inglês Saint James. Segundo a tradição, após a ressurreição de Cristo e a posterior subida ao céu, na Ascensão, os apóstolos dispersaram por todo o Mundo para anunciar a Boa Nova, e Tiago teria iniciado a sua pregação na Hispânia (atual Península Ibérica), na cidade de Iria Flavia (a cidade mais importante daquela região durante o período romano), situada a cerca de 20 quilómetros a sudoeste de Compostela. Também numa dessas viagens, Tiago terá convertido várias pessoas e ordenado o primeiro bispo de Braga (São Pedro de Rates). Depois desta digressão por várias localidades de Portugal e Espanha, Tiago decide voltar a Jerusalém, já que a sua missão por estas paragens não teve o “sucesso” esperado. Ao retornar à sua terra, Herodes Agripa I, rei da Judeia, decreta a sua decapitação, no ano 44 d.C. Conta-se que os seus restos mortais (corpo e cabeça) terão sido colocados numa arca de pedra por dois dos seus discípulos e levados para a região da Galícia. A lenda prossegue com a descoberta do seu corpo por um eremita chamado Pelágio, entre os anos 813 e 814. Diz-se que ele avistou uma “chuva de estrelas” e, seguindo a luz, encontrou três sepulturas. Nesta exata região, hoje conhecida como Santiago de Compostela, foi construída uma catedral com o seu nome. Uma destas tumbas encontradas pertencia ao Apóstolo Tiago, contendo, inclusive, inscrições na lateral desta, com um resumo da biografia do apóstolo. As outras duas sepulturas seriam, provavelmente, dos seus dois discípulos, responsá-

Santiago de Compostela recebe peregrinos de todo o mundo imediato, o “locus Sancti Jacobi”, o lugar sagrado para venerar os seus restos. Os soberanos asturianos Afonso II e Afonso III (de Espanha), juntamente com a Corte de Oviedo, são os primeiros peregrinos conhecidos do século IX a rumar a Santiago de Compostela. Afonso III doou ao “apóstolo” uma cruz em ouro e Avedraria, emblema das Astúrias. Seguiram-se Bretenaldo, o rei Ramiro II e o bispo Goldescalc de Le Puy, acompanhado de outros clérigos. Compostela consolida-se, rapidamente, como centro de peregrinação internacional, entre os séculos XI e XIII. É, precisamente, durante estes tempos áureos de desenvolvimento na Europa que Espanha (e sobretudo esta região de Compostela), incluindo a Coroa, a Igreja e o próprio povo, fundam uma grande quantidade de hospitais no Caminho da peregrinação. No final do século XIV, inicia-se um período de expansão económica que se desenvolve no século seguinte. Neste período, camponeses, guerreiros, burgueses, nobres e religiosos peregrinam, sob o manto de uma cosmovisão, que interpretava a Via Láctea como um “caminho de almas rumo ao Paraíso”. “Reza” a história que a Rainha Santa Isabel de Aragão (e Rainha de Portugal), após ter ficado viúva, peregrinou em 1325, “doando a sua coroa, entre outras posses e riquezas pessoais”. Terá Dos primeiros peregrinos feito uma segunda peregrinação, à atualidade Após a descoberta do túmulo alguns anos mais tarde. No século XVI, o Caminho de do Apóstolo pelo eremita Pelágio (ou Pelayo), este informou o Santiago vive uma profunda cribispo Teodomiro. Foi criado, de se, motivada por várias razões:

veis pela trasladação do corpo. A notícia da descoberta do seu corpo (e cabeça) espalhou-se por toda a Espanha, a seguir por Portugal e França, e em pouco tempo, por todo o mundo. A história constituiu motivo suficiente para que muitos religiosos e monarcas passassem a peregrinar “desde a porta das suas casas/ou palacetes até Santiago de Compostela”. E assim, ao longo de vários séculos, a fé, simples curiosidade (ou até incredulidade) levaram milhares de pessoas a formar uma rota, “um caminho.” O Caminho de Santiago é popularmente associado, desde séculos, à Via Láctea, por, supostamente, indicar o caminho para Santiago de Compostela, à noite. Via Láctea é um dos nomes dados ao Caminho e um dos nomes populares da galáxia em Espanha e Portugal é “Caminho ou Estrada de Santiago”. Poder-se-á referir que o Caminho de Santiago é considerado a maior rota de peregrinação cristã no mundo e não há só um caminho por cada país, porque cada peregrino “faz o seu próprio caminho”. Para os católicos, Santiago de Compostela é designado como o terceiro mais importante ponto de peregrinação, a seguir a Jerusalém e Roma.

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em primeiro lugar, influiu negativamente a sensibilidade dos intelectuais humanistas, que partiram da crítica que Erasmus de Roterdão dedicou ao assunto. Uma crítica que endurece com Lutero. A reforma protestante e as guerras religiosas nos territórios alemães e em França diminuem muito o número de peregrinos em direção a Compostela. Com a guerra aberta entre a Espanha imperial de Carlos V e a França, esta situação de rutura mantêm-se e piora com Filipe II, com o fecho de fronteiras para evitar a entrada do luteranismo nos seus reinos. Em maio de 1589, em face de um possível (e com medo de) ataque dos ingleses a Compostela, o arcebispo Juan de Sanclemente ordenou a ocultação do corpo do apóstolo (que ficou “esquecido”?) O Cardeal Miguel Paya e Rico, muitos anos mais tarde, ordenou escavações no chão da catedral que duraram muito tempo. Em 1884, após análise dos restos mortais (entretanto achados) pela Universidade de Compostela, a Santa Sé, através do Papa Leão XIII declarou a autenticidade da segunda descoberta do corpo do Apóstolo Tiago, através da Bula “Deus Omnipotens”, assim como decretou a celebração do Ano Santo Extraordinário (1885). Após esta “segunda descoberta” das relíquias, o Caminho de Santiago (leia-se peregrinação), volta a recuperar, embora timidamente, com as primeiras Associações Jacobeias de Paris (1950) e Estela (1963), e a celebração dos Anos Santos de 1965 e 1971; mas só a partir dos anos

80 do século passado e, sobretudo, no início deste século e milénio, a peregrinação jacobeia passa a ser um fenómeno transversal: por um lado, espiritual e ecuménico, por outro, também aberto ao conhecimento, à amizade e à compreensão mútua. Um Caminho, cujos peregrinos contam também com a vivência da paisagem, da história, da cultura partilhada e da solidariedade. O peregrino encontra-se hoje com um espaço considerado sagrado durante séculos. Uma geografia sacralizada, que também é itinerário histórico e cultural. É, em última análise, uma forma diferente de peregrinação, que não nega a tradicional, mas que a esta soma os desejos e as motivações das sociedades contemporâneas. “O Caminho”, como é carinhosamente chamado pelos amantes da peregrinação a Compostela, tornou-se um dos percursos preferidos para quem procura encontrar-se consigo próprio, com o outro, com a natureza, com o Universo, com algo superior, e, para os crentes, com Deus. O “Caminho de Santiago” foi declarado o “Primeiro Itinerário Cultural Europeu”, em 1987, e “Património da Humanidade”, na Espanha, em 1993, e na França, em 1998.

Oração do Peregrino Ao começar este caminho até ao sepulcro, /me dirijo a ti, Senhor, nosso Deus,/ para te pedir ajuda e protecção. /Tu, que foste o guia do povo hebreu através do deserto, / Que conduziste o teu servo Abraão por remotas paragens, /peço-te que protejas este teu filho,/ que por amor a ti peregrina a Santiago de Compostela./ Sê para mim o companheiro nos caminhos,/ o guia nas encruzilhadas,/ o alento no cansaço,/ a protecção nos perigos,/ o albergue no caminho,/ a sombra no calor,/ a luz na escuridão,/ o consolo nos momentos de desalento,/ a firmeza dos meus propósitos./ Que, pela Tua mão chegue são e salvo/ a Santiago de Compostela,/ e regresse ileso ao meu lar, com saúde e felicidade./ E a ti apóstolo Santiago, por esta peregrinação,/ por tua bondade te rogo, ajuda e protecção, em todo caminho,/ até chegar à Catedral de Compostela, para te honrar com o meu abraço./ Em nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo./ Amém


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História

História do(s) Caminho(s) de Santiago em Portugal Em Portugal, a história das peregrinações pode ser dividida em quatro épocas: Antes da Nacionalidade, depois da Nacionalidade, Idade Moderna e Atualidade. Na verdade, a devoção ao Santo (apóstolo) existe no nosso país há muitos séculos, sendo Santiago Maior considerado Patrono da Reconquista. Pensa-se que a primeira peregrinação portuguesa (ao mais alto nível) terá sido realizada por Fernando Magno, em 1064, e no século XII, com a independência nacional, os peregrinos começaram a aumentar, assumindo particular relevo a estrada Porto-Barcelos-Ponte de Lima-Valença, onde acabam por confluir praticamente quase todos os percursos. Atualmente, o Caminho é constituído por várias vias, sendo que a mais longa é a que parte de Lagos, no Algarve, ainda que o principal ponto de partida se encontre no Porto (junto à Sé). A riqueza espiritual do percurso cruza-se à riqueza histórica e paisagística, com a passagem por florestas, bosques, terras agrícolas, aldeias, vilas, cidades históricas e ainda capelas, igrejas e conventos, verdadeiros testemunhos de um fluxo de pessoas que povoam e fortalecem os laços de intercâmbio cultural, económico e ideológico. Símbolos ou rituais do “Caminho” * Concha ou Vieira: A concha passou a chamar-se Concha de S. Tiago, porque, ao chegar à Catedral de Compostela, o peregrino recebia um pergaminho e colocava-o sobre o chapéu/ou chapa uma concha que sinalizava a presença em Santiago de Compostela. * Bordão, Bastão, Vara ou Cajado: O bastão acompanha o peregrino e serve para enfrentar as dificuldades e/ou perigos do caminho para atravessar riachos, apoio para saltar obstáculos, ou em defesa própria. * Cabaça: é usada para transporte de água ou outras bebidas

(e sempre foi usada na época medieval). * Chapéu com aba dobrada em meia-lua. Em tempos medievais fazia parte da indumentária das vestes do peregrino. * Escarcela ou Bolça: Hoje é substituída por bolsas de cinta. Antigamente, prendia-se a bolsa à cintura e servia para transporte de moedas para despesas de deslocação. * Botafumeiro: É uma palavra galega para referir o grande incensário (grande turíbulo) da catedral. É o maior e mais conhecido do mundo. O majestoso ritual do botafumeiro que voa pelas alturas da nave do cruzeiro da catedral. * Seta Amarela: Símbolo popular orientador do percurso do caminho: o padre espanhol Elias Valina foi o primeiro a aplicar esta sinalização por meio de setas amarelas. * Cruz de Santiago: É uma cruz latina simulando um lírio em forma de espada. * Vieira Etilizada: Símbolo universal com identificação do Caminho de Santiago. * Credencial do Peregrino: É o documento que identifica o Peregrino ao longo de todo o Caminho, dando-lhe acesso aos albergues. Durante o Caminho, vai recolhendo os carimbos nos albergues, igrejas, entidades públicas ou comerciais para comprovar o seu percurso. É aconselhável recolher pelo menos três carimbos por etapa. Deve apresentar a sua credencial na chegada a Santiago na Oficina do Peregrino, onde irão autenticar e validar o Caminho efetuado e é nessa altura que recebe a “Compostela”. * Compostela: É um Certificado outorgado pelo Secretariado Capitular, que comprova o cumprimento da Peregrinação. Para receber, terá que apresentar a Credencial do Peregrino que comprova que percorreu pelo menos 100 Km a pé, a cavalo, ou 200 Km de bicicleta. * Abraço do Apóstolo: É dos mais emocionantes e antigos ritos jacobeus. * Porta Santa da Catedral de Santiago de Compostela: É uma porta que se abre apenas durante o Ano Jacobéu, ano este celebrado cada vez que o dia de S. Tiago (25 de julho) calha num domingo. Passar por esta porta, confessar-se e comungar, leva os fiéis a obter indulgência. * Mapas dos Caminhos de Santiago: Mapas, percursos, rotas e trilhas (tracks) GPS Caminho de Santiago em formato GPX

grinos do Porto, Albergue de Peregrinos de Nª Sª do Rosário de Vilar(Porto), Albergue de Peregrinos do Mosteiro de Vairão, Albergue de Peregrinos de S. Pedro de Rates, Albergue Residência do Senhor do Galo (Barcelos), Albergue de Peregrinos Amigos da Montanha, Albergue de Peregrinos da Cidade de Barcelos, Albergue Cidade de Barcelos, Albergue Casa de Recoleta (Tamel), Albergue de Peregrinos de Ponte de Lima, Albergue de Peregrinos de Rubiães e Albergue de Peregrinos S. Teotónio (Valença do Minho)... * ULTREIA e SUSEIA (termos de Incentivo e Entusiasmo). As expressões Ultreia e Suseia são referenciadas numa música do livro V do Codex Calistinus. De acordo com relatos históricos, é o primeiro guia sobre o Caminho de Santiago, a saber, lançado por volta do século XII. Ultreia-uma saudação usada entre peregrinos para dar incentivo e motivação aos caminhantes que seguem rumo a Compostela, ou qualquer outra caminhada. Desta forma significa algo como: “Vá em frente. Muito além. Coragem”. Suseia - também é uma saudação entre peregrinos, como resposta ao peregrino que expressou Ultreia e significa: “Vamos lá. Estamos juntos”. Ultreia e Suseia são dois termos que significam mais do que uma saudação, significam uma confraternização entre seres humanos na busca permanente da sua razão de ser e estar neste mundo... Onde obter a Credencial e os Carimbos? - Na Associação Portuguesa dos Amigos do Apóstolo Santiago (APPAS Lisboa) - Sé(s) Catedral do Porto e Braga - Associações Espaço Jacobéus (Confrarias de Santiago), nas delegações de Amarante, Barcelos, Braga, Fátima, Fafe, Guimarães, Porto, Oliveira de Azeméis, Lamego e Açores - Em vários albergues. Albergues Os albergues de peregrinos têm como objetivo fornecer as condições básicas ao peregrino que ruma a Santiago. Regra geral, oferecem uma cama/beliche num dormitório, casas de banho/banheiros, duches, espaço de lavandaria, espaço de convívio e cozinha comunitária, onde o peregrino pode preparar as suas refeições. Listagem de alguns albergues portugueses: Albergue de Pere-

Primeiro Albergue Português (da era moderna) está em Rates S. Pedro de Rates, que a tradição faz discípulo de Santiago e primeiro bispo de Braga, de acordo com a lenda elaborada no século XVI, teria sofrido o martírio após converter a filha e a esposa do legado romano, que aceitaram o cristianismo por ter curado a primeira. Anos mais tarde, segundo a lenda, um eremita, de nome Félix, enquanto orava, viu um clarão e terá avistado o corpo do santo (S. Pedro), sepultara-o e o local passaria a ser um centro de devoção (igreja de S. Pedro de Rates), até que as relíquias, em 1552, foram mandadas transferir para a catedral de Braga pelo Arcebispo que governava a arquidiocese D. Frei Baltazar Limpo. Hoje, Rates pode orgulhar-se por ser a vila pioneira a ter o primeiro Albergue de Peregrinos da época moderna. Seria fundado em 25-07-2004 (dia de S. Tiago) o Albergue de S. Pedro de Rates, um espaço dedicado ao acolhimento de peregrinos de Santiago de Compostela. Um grupo de voluntários garante a hospitalidade e o acolhimento aos peregrinos desde a sua fundação. Neste momento, o albergue é gerido pela “Ventos Peregrinos” - Associação de Hospitaleiros.

se, é o mais longo e segue uma estrada romana *Caminho primitivo, com saída de Oviedo-Espanha *Caminho do Norte: parte de Irun, passa por S. Sebastian e segue por cerca de 1100 Km *Caminho Senabrés *Caminho da Ria de Aronse de Padron *Caminho Inglês. Parte de Ferrol ou Corunha e estende-se por 120 Km *Caminho de Finisterra *Caminho da pequena Polónia *Caminho Português Central (ou Principal): Lisboa, Porto, Braga *Caminho Via Portugal Nascente, que tem início na Atalaia (Tavira), Évora, Vila Velha de Ródão, Castelo Branco, Guarda, Trancoso, segue para Torres(Espanha)...S. Tiago de Compostela *Caminho Português do Interior. Parte de Viseu, com passagem por Lamego, Régua, Vila Real, Chaves, entra em Espanha, por Verin. *Caminho do Norte (Sé do Porto, S. Pedro Rates, Barcelos, Pte de Lima e Valença...) A partir do Porto, há duas variantes “formalmente reconhecidas” e uma terceira, que não consta do “manual” oficial, mas terá sido, “provavelmente”, a mais antiga, visto que já existia antes (da nossa) era cristã, quando a Península estava sob o domínio dos Romanos *Caminho pela Costa (Caminho percorrido sobretudo por estrangeiros) *Caminho Português por Braga (Porto, Vila do Coronado, Covelas...Braga) *Caminho pela (antiga) Via Romana XVI

Caminho Português Central (ou Principal) O mais concorrido Caminho Português de Santiago é o Caminho Central que passa por Lisboa, Coimbra e Porto. Está, totalmente, assinalado desde Lisboa com as “inconfundíveis setas amarelas”, que marcam os Caminhos de CAMINHOS Santiago e, por vezes, com uma *Caminho Francês: No século X “Vieira” amarela sobre fundo azul, começou a desenvolver-se “ofi- o símbolo oficial. cialmente” o Caminho Francês, passando a haver peregrinos vin- CAMINHO PORTUGUÊS dos de Tours, Limoges e de Le Puy. DA COSTA, ATLÂNTICO Mas o mais célebre e o mais con- OU OCIDENTAL corrido é aquele que liga Saint O Caminho Português da CosJean-Pied-de Port, na França, en- ta é o nome pela qual foi batizatra na Espanha por Roncesvalles da a rota que comunica Porto com (nos Pirinéus) e de lá segue por Santiago de Compostela, seguincerca de 800 Km até Compostela. do o trajeto que faz a linha do lito*Caminho de Prata (Via de la Pla- ral. Está perfeitamente definido a ta), com saída de Sevilha, passan- partir do século XVI, tendo o rei do por Chaves (Portugal)) Ouren- D. Manuel I feito a “inauguração


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História oficial”, através da sua primeira viagem a Santiago de Compostela, no ano de 1502. Este Caminho era pouco usual, frequentado por alguns peregrinos, que utilizavam as rotas marítimas comerciais que aportavam a Lisboa, Aveiro, Porto e Viana do Castelo, seguindo depois, por terra, em direção a Santiago. O denominado caminho da Costa formata-se, como sucede com a maior parte dos itinerários jacobeus, em função do local de partida do peregrino e da sua escolha pessoal pelo itinerário a seguir. Na realidade, o caminho original passava pelo interior do concelho da Póvoa, pela povoação de Amorim, onde subsiste uma paróquia com a invocação de Santiago. Deste ponto, o trajeto seguia para a Barca do Lago (Esposende), em direção a Viana do Castelo. It i ne r á r io de ste Ca m i n ho: Por to, M a i a , Pó v o a d e Va rzim, Esposende,Viana do Castelo, Camin ha, Vila Nova de Cerveira,Valença, Tuy, Pontevedra, Santiago de Compostela. CAMINHO (PORTUGUÊS) DO NORTE Este caminho segue o que foi a Via (Romana) XIX, que ligava Braga a Lugo, passando por Ponte de Lima, Tui e Pontevedra, e a antiga estrada Real Porto-Barcelos-Valença. É o mais importante caminho português de Santiago, tendo sido utilizado, com regularidade, desde o século XIV por peregrinos anónimos, bem como por altos dignitários do clero e da nobreza. Pontos de passagem deste caminho: Porto, Vairão, Vilarinho, S. Pedro de Rates, Barcelos, Ponte de Lima, Ruibiães, Valença, Tui, Redondela, Pontevedra, Caldas de Reis, Padron, Santiago de Compostela. CAMINHO PORTUGUÊS POR BRAGA: PORTO, COVELAS (TROFA), FAMALICÃO, BRAGA, PONTE DE LIMA O Caminho (Central) Português por Braga foi um itinerário muito utilizado em território português até ao primeiro quartel do século XIV, altura em que se constrói a ponte de Barcelos e se procede à reforma da ponte de Ponte de Lima, situação que favorecerá a alternativa pelo Caminho Central. Descrição atual (resumida) do percurso, por etapas: Etapa 1- Saída do Terreiro da Sé (Porto), segue o mesmo trajeto do Caminho Central (por Barcelos), com a descida pela Igreja dos Grilos...sai da cidade(...) Estrada Nacional 318 em direção a S. Mamede do Coronado, passa junto à Capela do Divino Espírito Santo, jun-

lhado, Portela, S. Vicente de Penso, Figueiredo, S. Miguel, Lomar, Ferreiros e Braga.

Caminhos de Santiago também passam pela T rofa to à Igreja Matriz de S. Mamede do Coronado, Capela de Santa Eulália, Igreja Matriz de S. Romão do Coronado, capela de S. Bartolomeu, Capela de S. Gonçalo (Covelas). Etapa 2 - Capela de S. Gonçalo, Monte de Paradela (junto ao baloiço do Meco), desce o monte, passa pelo “S. Gonçalo Pequeno”, segue, passando junto ao Campo da Louseira, desce até chegar à EN 104 (direcção Trofa-Sto.Tirso), vira à direita, anda cerca de 50 metros, vira à esquerda, pela Rua Vicente Moreira de Sá, contorna o largo de Nossa Senhora do Rosário na Nova Abelheira, segue em frente, contorna nova rotunda e segue em frente, desce cerca de 200 metros, chega a um largo (já na Rua da Ponte - Lousado) onde se encontra (cruza) com o Caminho da Via Romana XVI, passa pela ponte (romana) sobre o ribeiro de Ervosa, e anda cerca de 100 metros, atravessa a Ponte da Lagoncinha, Garrida, Pé de Prata, Santa Catarina (Cabeçudos), Devesa, Esmeriz, Portela de Baixo, Real, Santiago de Antas, (passando ao lado da Igreja Paroquial de Antas.) Etapa 3 - São Tiago de Antas-Braga. CAMINHO “VIA ROMANA XVI” O MAIS ANTIGO DE PORTUGAL?/DESCONHECIDO? As estradas romanas (em latim Viae Romanae) eram uma estrutura física vital para a manutenção e desenvolvimento do Estado romano e foram construídas a partir do século 300 a.C através da expansão e consolidação da República Romana e do Império Romano. Elas forneceram meios eficientes para o movimento terrestre dos exércitos, funcionários do governo e de civis, além de comunicações oficiais e bens de comércio. As estradas romanas eram de vários tipos, que vão desde peque-

nas estradas locais a estradas amplas e de longas distâncias, construídas para ligar cidades, grandes ou pequenas, e bases militares. Estas estradas principais eram, muitas vezes, de calçada, curvadas para a drenagem e eram ladeadas por caminhos pedonais, percursos e vales de drenagem. Muitas dessas estradas ainda existem ou foram transformadas em estradas modernas. Em Portugal, as mais conhecidas vias romanas eram as que ligavam as principais cidades: Lisboa, Porto, Braga, Coimbra e outras. É de acreditar que quem vive em Portugal ou visite o território português, encontre exemplos de antigas vias romanas (ou vestígios delas) que, apesar de terem mais de 2000 anos de idade, serviram e continuarão a servir o seu propósito inicial: a ligação entre cidades, vilas ou, simplesmente, pequenas povoações. Em Portugal, as vias romanas mais conhecidas são as Vias XII, XIV, XVI, XVII, XVIII, XIX. Entre estas, a VIA XVI, que fazia ligação entre Lisboa e Braga (com passagem por várias ruas das freguesias do atual concelho da Trofa), foi, com certeza, uma das mais utilizadas por todos aqueles que peregrinaram à Catedral do Apóstolo Tiago. Por tudo isto, o Caminho (Português) pela Via XVI, pode-se considerar, sem sombra de dúvida, o mais antigo trajeto/percurso/caminho de Santiago (de Portugal), por onde os nossos Reis D. Afonso II e D. João I, Rainha Santa Isabel e muitos vultos da nossa nobreza e da Igreja Católica (e muito povo) rumaram a Compostela, para cumprirem as suas promessas. Itinerário e pontos de passagem (principais) deste Caminho, que foram remarcados com nova sinalização, tendo por base a anti-

ga Via Romana XVI, embora com algumas alterações/desvios do percurso antigo: Vindo de Lisboa, parte do Terreiro da Sé do Porto, passa por Cedofeita, Paranhos, S. Mamede de Infesta, Ponte da Pedra, sobre o rio Leça, Gueifães,/ Leça do Balio, Maia, Barca, Castelo da Maia, S. Pedro de Avioso, Carriça, Rua de Sta. Maria (de Alvarelhos), Quinta do Paiço, Quintão (Muro), Peça Má, Lantemil, Capela Nª Sª da Livração, Ponte sobre o rio Cedões/Trofa Velha, Capela de Nª Sª das Dores, Igreja Matriz de S. Martinho de Bougado, Ponte de Real, Esprela, Ponte da Lagoncinha, (Lousado), Garrida, Santa Catarina, (Cabeçudos), Portela de Baixo, Santiago de Antas, (V. N. Famalicão), S. João Pedra Leital, S. Martinho e S. Cosme do Vale, Te-

A origem do Ano Santo (Compostelano) O Ano Jubilar Compostelano também conhecido como Jubileu ou Ano Santo (Jacobeu ou Xacobeo) - é celebrado desde a Idade Média, por disposição papal, quando o dia do apóstolo Santiago Maior (25 de julho) coincide com um domingo, o que sucede habitualmente a cada 6, 5, 6 e 11 anos. O primeiro Ano Santo da história terá sido o jubileu de 1428 ou 1434, ambos convocados pelo arcebispo D. Lope de Mendoza. O último celebrou-se em 2010. Está a decorrer este ano um novo Ano Santo (2021), o qual foi prorrogado pelo Papa Francisco por mais um ano e os próximos serão em 2027, 2032 e 2038. Esta celebração religiosa tem início na tarde do dia 31 de dezembro anterior ao início do Ano Jubilar e termina no mesmo dia, um ano depois. As cerimónias que assinalam o início e o fim desta celebração são a abertura e o encerramento da Porta Santa, situada na cabeceira da catedral compostelana. As exigências para ganhar o jubileu são muito simples: visitar a Catedral de Santiago, onde se encontra o corpo do apóstolo, e aí rezar pelo menos uma oração. Também é exigida a Confissão e a Comunhão no mesmo dia da peregrinação ou 15 dias antes ou depois desta visita.

Lenda do Galo de Barcelos A Lenda do Galo de Barcelos narra a intervenção “milagrosa” de um galo morto na prova de inocência de um homem erradamente acusado. Está associada ao monumento seiscentista que faz parte do espólio no Museu Arqueológico, situado no Paço dos Condes de Barcelos. Um dia, os habitantes de Barcelos andavam alarmados com um crime do qual ainda não se tinha descoberto o criminoso. Certo dia, apareceu um galego que se tornou suspeito. As autoridades resolveram prendê-lo, apesar dos seus juramentos de inocência, que estava apenas de passagem em peregrinação a Santiago de Compostela, em cumprimento de uma promessa. Tendo sido condenado à morte por enforcamento, o homem pediu que o levasse à presença do juiz que o condenara. Concedida autorização, levaram-no à presença do magistrado, que nesse momento se banqueteava com alguns amigos e aí voltou a afirmar a sua inocência. Como ninguém acreditava nele, o galego apontou para um galo assado que estava sobre a mesa, disse. “É tão certo eu estar inocente, como é certo esse galo cantar quando me enforcarem”. E o que parecia impossível aconteceu. Quando o peregrino estava a ser enforcado, o galo assado ergueu-se da mesa e cantou. O juiz correu à forca ao ver que o nó da corda impedia o estrangulamento (tinha o nó laço), mandou soltar, deixando-o partir em paz. Passados uns anos, o peregrino voltou a Barcelos e fez erguer um monumento em louvor de Santiago e da Virgem. Nota: A representação do colorido galo de Barcelos foi adotada durante muitos anos como o símbolo do Turismo de Portugal.


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Crónica Especial

Esboço da Agricultura em Guidões no antigamente III OS LAVORES DA CULTURA DA TERRA O saber milenar do cultivo da terra era ensinado na pedra do lar, ao som do crepitar das achas de carvalho ou pinheiro pelos anciãos. Cada quinhão de terra tinha as suas características e por isso merecia sempre um cuidado especial de quando arar ou lavrar, semear, colher, etc. As fases da Lua eram estudadas e os agricultores respeitavam sempre o dizer dos antepassados em que fase deviam realizar qualquer trabalho. São exemplo os almanaques e outra literatura de cordel que transcrevem fielmente esses saber milenar. O arar ou lavrar da terra era antecedido do chascar das beiradas, onde o arado ou a charrua não chegava, fazer as beiradas. Trabalho exigente onde as mulheres e homens munidos de enxadas chascavam uma largura de mais de dois metros, à volta de toda parcela, fazendo espalhar pelo terreno a felga, aliviando as uveiras, videiras e algumas árvores de fruto, como macieiras e castanheiros. Ainda nos anos oitenta do século passado, em terras mais recônditas do Minho e Douro Litoral encontrava essas macieiras nas bordaduras dos campos e era uma delícia colher as maçãs em pleno Novembro. A tarefa era árdua porque tinham de cortar a camada superior da terra e com ela arrancava-se as ervas e algumas silvas que cresciam junto dos muros, ficando o terreno limpo das ervas e pronto para ser mobilizado. Como sempre, o som das cantigas ecoava pelo vale por forma a amenizar a dureza do trabalho. O estrume retirado das cortes do gado e dos eirados ou quinteiros, seguiam para o campo nos carros de bois com taipais de madeira ou verga e distribuído pelo terreno em pequenos montes. Os homens no dia antes ou no próprio dia da vessada, munidos de forquilhas, espalhavam de forma uniforme o estrume.

Terminadas estas tarefas, era altura da vessada. No mesmo carro de boi era transportado o arado ou a charrua de volta aiveca, mais conhecida pela vizela, e a grade de dentes. Falemos um pouco deste arado. O arado que encontrei na freguesia era um arado radial, sem o temão. O arado radial é a sequência da transformação da enxada primitiva feita de um galho de árvore e posteriormente dá origem a um arado de tracção humana até surgir a domesticação dos animais sendo aperfeiçoado, e hoje ainda se observa em algumas regiões mais isoladas. Feito essencialmente de madeira, sendo formado por o dente e a rabiça de uma só peça, com o temão comprido inserido na rabiça e regulado na profundidade pelo teiró que o atravessa e está inserido no dente. O que fotografei é uma variante com aivecas, uma de cada lado, de forma a virar a leiva e na ponta do dente tem um ferro triangular, relha, pregada com pregos forjados. Os grandes etnógrafos falam de arados vessadouros e quadrangulares, mais robustos, todavia no decurso das investigações não encontrei elementos que fundamentassem a sua existência na freguesia. O arado quadrangular era composto por duas aivecas largas que se alongam e formam as rabiças e o dente também se prolonga formando o cabrito onde se insere o temão. Na extremidade do dente tem igualmente a relha em ferro. Tal como o radial, é o teiró que regula a profundidade de trabalho.

A charrua volta aiveca é constituída por aiveca helicoidal, relha, rabiças, roda e gancho, todos inseridos no apo que é parte principal. A relha triangular constitui o elemento para abrir a terra e está aparafusada à aiveca. Este conjunto roda num eixo, rasto, e a aiveca é preza por um gancho. Este está aparafusado no travessão que une as duas rabiças que estão aparafusadas na extremidade do apo e no outro extremo está uma argola, para engatar o cambão, e uma roda em madeira ou ferro suportada por umas alças que regulam a altura do apo ao solo, regulando assim a profundidade da lavoura. Esta charrua depressa se espalhou pela região pela qualidade do trabalho efectuado e pela facilidade do manuseamento, permitindo ao chegar ao extremo do campo não haver necessidade de voltar ao princípio para reiniciar a lavoura.

terrando por completo o estrume e as ervas. Voltemos à vessada onde os barrosões atrelados à charrua puxavam-na e o moço, descalço agarrado à soga conduzia-os e, o lavrador agarrado à rabiça orientava a charrua. Um cenário idílico, mas de esforço, era ver o moço procurando “chamar” os pachorrentos animais conduzindo-os em linha recta, seguindo o sulco aberto. Atrás o lavrador, forçando e orientando a charrua, levantava-a de vez em quando, para aliviar da felga acumulada na relha e com uma vara espicaçava os animais.

Charrua volta aiveca da casa Abelenda

Imagem retirada do calendário da FANORTE 1946

Uma outra característica desta alfaia é a ligação ao jugo, implicando o aparecimento do Cambão. Um cambão que fotografei na Casa Abelenda era essencialmente um barrote de secção quadragualar, com um furo em cada uma das extremidades onde numa engatava uma corrente de ferro com um gancho para ligação ao apo da charrua e na outra à chavelha do que prendia ao jugo.

Os jornaleiros, munidos de enxadas destorroavam alguma leiva ou enterrava felga que não ficava coberta. Toda esta bravura terminava, na maior parte das vezes, com uma toalha de linho estendida debaixo de uma árvore com um repasto de pataniscas e outras iguarias, acompanhadas pela broa de milho e regadas com o verde tinto, que no dizer dos entendidos tinha que tingir a malga. Os animais nunca eram esquecidos, pois eram aliviados do jugo e punham-nos a pastar, distribuindo erva para eles se embucharem. Quando o tempo sobrava atrelavam a grade e gradavam o terreno, caso contrário seria no dia seguinte. Vamos conhecer a grade de dentes que existia na região. A grade era essencialmente de madeira, tirando os dentes que se não fossem de oliveira brava eram em ferro e o respectivo gancho também. Constituída por quatro banzos, equidistantes, espigados nas testeiras, com dentes de ferro, descentrados. Ao centro dos banzos, uma barra em ferro que os une e

Cambão da casa Abelenda

Chavelha da casa Abelenda

Arado radial da casa do Caibra.

Fotografia gentilmente cedida por José Manuel Lopes

O que encontrei foi a charrua de volta aiveca que veio substituir o arado no século XIX

Existem outros cambões feitos de diferentes materiais e tamanhos, mas na não encontrei referências da sua existência. Com a charrua volta aiveca as lavouras ou vessadas eram mais perfeitas, a profundidade maior e o virar da leiva era mais completo, en-

remata com um gancho em cada uma das extremidades para engatar o cambão e o tornadouro. O tornadouro era um pau com uma corrente numa das extremidades que engatava no gancho da grade e servia para o agricultor conduzir a grade.

Grade de dentes de ferro da casa Abelenda, podendo ver-se o tornadouro coma respectiva corrente que liga à grade A gradagem consistia em alisar o terreno, sendo em alguns casos necessário duas passagens em sentidos opostos. O moço puxava os animais e o lavrador conduzia a grade, levantando-a amiudada vezes para aliviar a felga ou estrume acumulado entre os dentes. Por vezes havia necessidade de duas passagens para aperfeiçoar a gradagem, em sentidos opostos. Para alisar melhor o terreno havia agricultores que faziam uma passagem com a grade de costa, colocando uma pedra entre os dentes para fazer peso, ou tinha uma grade específica, sem dentes. Recolhidas as alfaias no carro de bois, era altura de atrelar os animais e rumar a casa, sempre acompanhados pelas cantigas que abafavam as agruras da jornada. José Manuel da Cunha


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Necrologia

Farmácias

S.Martinho de Bougado

Muro

Joaquim Reis Teixeira Faleceu no dia 20 de abril com 87 anos. Marido de Glórinha, antiga funcionária Centro de Saúde

Maria Ferreira Torres Faleceu no dia 1 de maiocom 86 anos. Viúva de Manuel Ferreira Rodrigues

Agência Funerária Trofense, Lda

Rocha Funerárias, Lda

S.Martinho de Bougado

Santiago de Bougado

Armando da Silva Campos Faleceu no dia 26 de abril com 96 anos. Viúvo de Júlia de Sá Couto

Joaquim Ferreira Ramos Faleceu no dia 4 de maio com 73 anos.

Agência Funerária Trofense, Lda

Agência Funerária Trofense, Lda

S.Martinho de Bougado

Ribeirão - V.N.Famalicão

António dos Santos Carneiro Faleceu no dia 29 de abril com 86 anos.

Maria Amélia Pereira da Costa. Faleceu no dia 4 de maio com 88 anos. Viúva de Francisco Duarte Cunha de Sousa

Agência Funerária Trofense, Lda

Funerária Ribeirense, Paiva & Irmão, Lda

Dia 6 Farmácia Moreira Padrão Dia 7 Farmácia Ribeirão Dia 8 Farmácia Trofense Dia 9 Farmácia Barreto Dia 10 Farmácia Nova Dia 11 Farmácia Moreira Padrão Dia 12 Farmácia Ribeirão Dia 13 Farmácia Trofense Dia 14 Farmácia Barreto Dia 15 Farmácia Nova Dia 16 Farmácia Moreira Padrão Dia 17 Farmácia Ribeirão Dia 18 Farmácia Trofense Dia 19 Farmácia Barreto Dia 20 Farmácia Nova

Sudoku

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Atualidade ****

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Sopa de letras

Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700 GNR da Trofa 252 499 180 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520 Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060

PALAVRAS:

la , seda , couro, algodão, sisal , madeira , borracha , alumínio,

ouro, calcário, plástico, papel , vidro, aço, linho, argila , cimento, faiança , co bre , prata , bronze , latão, duralimínio

Enigma O Rui possui diversas bolas de 10 centímetros de diâmetro. Colocando uma por vez, quantas bolas ele poderá colocar numa caixa vazia, de forma cúbica, com um metro de lado?

Soluções da edição passada Sudoku

Enigma

Depois de fumar 27 cigarros, Ana Carolina juntou as pontas de cigarro necessárias para fazer 9 cigarros mais. Estes 9 cigarros deixaram pontas para fazer outros 3. Então com as últimas 3 pontas de cigarro, fez um último cigarro. Total: 40 cigarros

F icha T écnica Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: We do com unipessoal, Lda. Redação: Magda Machado de Araújo Colaboradores: Atanagildo Lobo, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Magda Araújo | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda., Rua de S, Brás, n.º 1 Gualtar, Braga| Assinatura anual: Continente: 18,50 euros; Extra europa: 45 euros; Europa: 35 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,70 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: We do com unipessoal, Lda. NIF.: 506 529 002 Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 100 % do capital: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.


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