Edição 743 do Jornal O Notícias da Trofa

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Quinzenário | 3 de junho de 2021 | Nº 743 Ano 18 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €

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Trofense sobe à 2.ª divisão

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PS aprova candidatos Hospital deve 75 mil euros às freguesias aos bombeiros da Trofa pub


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O NOTÍCIAS DA TROFA

3 de junho de 2021

Atualidade

Associação Humanitária quer segunda EIP A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa está a preparar a constituição de uma segunda Equipa de Intervenção Permanente (EIP). O pedido, segundo avançou o presidente da instituição, Luís Elias, já foi feito “ao presidente da Câmara Municipal”, que “aceitou a parte do encargo” que compete à autarquia – 50 por cento da remuneração dos cinco bombeiros contratados -, estando agora a ser “formalizado” por escrito, para que, em termos legais, possa ser deliberado pelo executivo municipal. Esta oportunidade surgiu com a “disponibilidade” mostrada pelo Ministério da Administração Interna, revelada há cerca de 15 dias, aquando a constituição de mais 60 EIP no país. Segundo Luís Elias, esta segunda EIP não serviria para colmatar falhas no serviço de voluntariado, no horário noturno, mas sim para o período diurno de oito horas que fica a descoberto. “Nós tínhamos admitido cinco

Nova EIP complementará o socorro diurno funcionários que faziam o transporte de doentes para o Hospital de Santo Tirso e que, quando tinham serviço, faziam a cobertura das horas em que a EIP não estava, mas com o fim desse serviço para o hospital, teremos de os libertar. Mas com a constituição da segunda EIP, já não teríamos de os despedir e assegurávamos o serviço de socorro em permanência por um período mais alargado. Acabávamos por matar dois coelhos numa cajadada”, detalhou. A constituição de uma nova EIP representaria para a Câmara Mu-

nicipal da Trofa um encargo de mais 36 mil euros, 50 por cento do valor, e o restante seria assumido pela Associação Nacional de Emergência e Proteção Civil. Quanto ao voluntariado, Luís Elias garante: “Continuará a ser uma prioridade. Aliás, temos mais 14 alunos na escola de bombeiros, que têm sido assíduos e que já vão, salvo erro, no quarto módulo de formação”. A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa tem uma EIP constituída desde 1 de outubro de 2009.

“Hospital deve cerca de 75 mil euros” à Associação Humanitária, diz Luís Elias Desde esta terça-feira que a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntarios da Trofa não presta serviço de transporte de doentes para o Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA). O concurso foi vencido pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Famalicenses, única que apresentou proposta ao concurso lançado pelo CHMA. Luís Elias mostrou-se desagradado com a forma como aquela

entidade geriu o contrato com a associação da Trofa, revelando que estão por pagar “cerca de 75 mil euros” dos serviços prestados. Sobre o novo concurso lançado, Elias criticou o preço base apresentado e as contrapartidas no caso de incumprimento dos tempos. “O preço base era de 26 cêntimos, quando a lei diz 51 cêntimos. E depois queriam que qualquer não resposta representasse um por cento de penalização na

Meteorologia

faturação mensal e 1,5 por cento por qualquer atraso superior a 20 minutos”, referiu. Em resposta a um pedido de esclarecimento, a administração do Centro Hospital do Médio Ave refere “não existe dívida para além do pagamento habitual”. “Existem, isso sim, algumas faturas cuja liquidação aguarda notas de crédito dos Bombeiros da Trofa, pelo que não é verdade que exista dívida vencida”, concluiu.

Participação pública do Plano de Pormenor de S. Martinho Até 11 de junho, decorre o período de participação pública do Plano de Pormenor de S. Martinho. Segundo a autarquia da Trofa, a documentação relacionada com este processo está disponível para consulta no site do Município e pode ainda ser consultada na Divisão de Planeamento, Urbanismo, Mobilidade e Ambiente, no polo 2 da Câmara Municipal. “A área de intervenção do plano localiza-se na freguesia de Bougado (São Martinho e Santiago). Abrange uma área com cerca de

13 hectares, delimitada a norte pela Rua do Abade António Gonçalves de Azevedo e terreno privado, a sul pela Rua de Alberto Pimentel, Rua de São Martinho, Rua Monge Pedro, Rua da Saudade e pelo cemitério de São Martinho, a nascente pela Rua Abade Alberto Pinheiro Machado e a poente pela Rua D. Pedro V (EN 14)”, informou a edilidade. Integrante da Área de Requalificação do Núcleo Central da Cidade da Trofa, o Plano deverá estar concluído nos próximos dois anos.

Recolha de alimentos em Santiago Os Escuteiros e os Vicentinos promovem, a 12 e 13 de junho, uma recolha de alimentos na Casa Paroquial Padre Serra, em Santiago de Bougado. Os interessados em contribuir com a doação de bens, preferencialmente não pe-

recíveis, podem fazê-lo entre as 10h00 e as 20h00 do dia 12 e entre as 10h00 e as 12h00 do dia 13. Os alimentos serão, posteriormente, entregues no Banco Alimentar Contra a Fome.


3 de junho de 2021

O NOTÍCIAS DA TROFA

Mulher com ferimentos graves em violenta colisão Um acidente de viação na Rua Dona Goncinha, Estrada Nacional 104, no lugar de Ervosa, em S. Martinho de Bougado, provocou dois feridos, um dos quais grave, na noite de 24 de maio. A colisão entre duas viaturas aconteceu poucos minutos depois das 23h00. Segundo Pedro Ferreira, bombeiro de 1.ª dos Bombeiros Voluntários da Trofa, à chegada dos primeiros meios de socorro ao local, o condutor de uma das viaturas “já se encontrava fora da viatura” e o outro “estava encarcerado” no outro veículo envolvido. “Procedemos às operações necessárias para retirar a vítima, que depois foi socorrida pelos bombeiros e, posteriormente, pelas equipas do INEM”, explicou, em declarações ao NT. A mulher, com cerca de 20 anos,

Vítima encarcerada foi transportada para o Hospital de S. João em estado grave foi transportada com acompanhamento médico para o Hospital de S.

João do Porto, com ferimentos graves. Já o outro condutor, um homem

de 63 anos, foi transportado para a unidade de Vila Nova de Famali-

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Atualidade

cão do Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA) com ferimentos leves. No socorro estiveram os Bombeiros Voluntários da Trofa, com nove elementos apoiados por duas ambulâncias e uma viatura de desencarceramento, a equipa da ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV) de Santo Tirso e a da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de S. João. Os militares da GNR dos postos territoriais da Trofa e de Santo Tirso orientaram o trânsito e registaram a ocorrência. A via esteve cortada cerca de uma hora e meia. Recorde-se que, há cinco meses, naquele exato local, um outro acidente grave tirou a vida a um homem de 27 anos, que conduzia uma viatura de transporte de pão, que entrou em despiste, colidindo com o muro.

GNR detém quatro homens por tráfico de droga Dois homens foram detidos em flagrante a vender droga, no concelho da Trofa. A investigação policial esteve a cargo do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) do destacamento territorial de Santo Tirso da GNR e culminou na detenção, a 20 de maio. Na sequência da ação, foi feita uma busca domiciliária, da qual resultou na apreensão de 41 doses de heroína e duas navalhas. Os detidos, de 46 e 48 anos, foram constituídos arguidos, e os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Santo Tirso. Já no dia 25, o NIC deteve dois jovens de 19 e 20 anos, também em flagrante, por tráfico de estupefacientes. Sob os mesmos recaem suspeitas de que integram

uma rede de tráfico que operava nos concelhos da Trofa, Vila Nova de Famalicão, Paços de Ferreira e Póvoa de Varzim. A detenção ocorreu em Nine, depois de “diversas diligências policiais que permitiram presenciar a venda de produto estupefaciente a consumidores”. Na sequência da ação, os militares deram cumprimento a duas buscas domiciliárias, nas quais resultaram na apreensão de 13 doses de cocaína, 36 de liamba, 44 de canábis, três telemóveis, duas balanças, uma soqueira e 2850 euros em dinheiro. Os detidos foram constituídos arguidos e os factos remetidos ao Tribunal Judicial de Santo Tirso.

Foram apreendidos 2850€ em dinheiro

Incidência da Covid-19 sobe no concelho Apesar de ainda com número de novos infetados residual, a taxa de incidência de casos Covid-19 no concelho da Trofa subiu pela segunda semana consecutiva. No período compreendido entre 13 e 26 de maio, foram registados 19 infetados – taxa de incidência de 49 casos por 100 mil habitantes -, mais sete que na quinze-

na de 6 a 19 de maio, segundo dados fornecidos pela Direção-Geral da Saúde. Estão, por isso, contabilizados no concelho 4028 casos positivos para o novo coronavírus desde o início da pandemia, ou seja, 10,56 por cento da população trofense. Na maioria dos concelhos vizinhos também houve um cresci-

mento do número de novos casos em 14 dias. Em Santo Tirso, a taxa de incidência subiu de 43 para 60 casos por 100 mil habitantes e em Vila do Conde de 40 para 68 casos por 100 mil habitantes. Em Vila Nova de Famalicão, a incidência desceu de 47 para 37 casos por 100 mil habitantes e na Maia manteve-se em 40/100 mil.


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3 de junho de 2021

Atualidade

PAN quer saber para quando arranque da rede intermunicipal de transportes públicos A Comissão Política Concelhia do PAN – Pessoas-Animais-Natureza – considera importante avançar com o serviço de transportes intermunicipal Mobiave,como ferramenta de “combate às alterações climáticas” e de criação de “melhores condições possíveis de mobilidade a toda a população promovendo a coesão territorial e combatendo as desigualdades”. Em comunicado, o partido fez saber que questionou a Câmara Municipal da Trofa sobre a execução do protocolo de gestão intermunicipal de transportes, criado em conjunto com os municípios PAN lamenta a falta de respostas do executivo municipal de Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão, solicitando ainda “da- freguesias do Muro, Alvarelhos uma oferta de transportes públidos sobre o traçado previsto, as- e Guidões, assegurados por em- cos rodoviários”. sim como das características dos No mesmo comunicado, o PAN presas privadas, foram suspensos, veículos a utilizar e o investimen- por estas considerarem que o ser- da Trofa “lamenta a falta de resto previsto no âmbito da execução viço tinha deixado de ser econo- posta do executivo municipal às do projeto”. micamente vantajoso”, sublinhou questões colocadas” sobre este “A importância da mitigação dos o porta-voz do PAN na Trofa, Fer- processo, assim como das “diverriscos de isolamento das popula- nando Geração, que acrescen- sas” interpelações “que lhe endeções, em particular dos residen- ta que a população fica refém da reçou”. “O PAN está na Trofa para tes nas zonas mais remotas do “gestão” dos privados, “que re- contribuir para o bem comum, nosso concelho, ficou bem evi- gem a sua atividade consideran- numa democracia que se espera dente em abril de 2020, em ple- do a rentabilidade da operação”. inclusiva, para que seja possível no contexto pandémico, quan“Esta situação poderá ser, efe- beneficiar de todos os contribudo os serviços de transporte das tivamente, melhorada se existir tos que possam existir”, rematou.

Assembleia da República aprova novos limites entre Trofa e Maia A Assembleia da República aprovou, no dia 28 de maio, os novos limites territoriais das freguesias do Coronado, Alvarelhos e Guidões e Muro com o concelho da Maia. Em três projetos de lei apresentados pelo PSD, os deputados, à exceção dos eleitos pelo PAN, que se abstiveram, aprovaram os novos limites entre a vila do Coronado e a União de Freguesias de Nogueira e Silva Escura, entre Alvarelhos e Guidões, Muro e Coronado e o Castêlo da Maia e entre o Coronado e Covelas e a freguesia de Folgosa. Nos projetos de lei é referido que os municípios da Trofa e da

Maia “acordaram entre si a alteração dos limites administrativos anteriormente fixados na Carta Administrativa Oficial de Portugal, procedendo à sua correção, observando critérios objetivos de ordem geográfica e carácter histórico”. Foram tidos em conta “os marcos de delimitação administrativa”, assim como “outros elementos físicos de carácter permanente, tais como vias (estradas, caminhos agrícolas ou florestais e vias férreas, entre outros) e elementos naturais (linhas de água, festos e talvegues, entre outros)”. “Ao mesmo tempo, os limites

acordados tiveram em consideração os limites cadastrais de propriedade, tendo-se recorrido à análise do registo predial e de cadastro, aferindo a divisão administrativa onde se encontram registadas as parcelas fundiárias do território onde se desenvolvem os limites. A título complementar foram também, sempre que necessário, analisados os registos históricos de Procedimentos de Controlo Prévio de Operações Urbanísticas”, pode ler-se nas propostas. Com os novos limites territoriais, a indústria farmacêutica Bial passará a estar totalmente integrada no concelho da Trofa.

José Pedro Maia Reis Memórias e Histórias da Trofa

Grande Prémio de Ciclismo do Coronado e Covelas 1913 O título escrito de forma inflamada, certamente, irá fazer com que o estimado leitor pense que se tratava de uma grande prova de ciclismo, daquelas que se vê na televisão com aquele aparato mediático tradicional. A referida prova tratava-se de uma entre as dezenas que iam acontecendo, no início do século XX, no seu primeiro quartel, em que a bicicleta, depois de ser um meio de transporte caro apenas ao alcance de alguns, se tornava universal e eram cada vez mais os seus utilizadores. Recordo que, possivelmente, estará lembrado de ouvir contar histórias sobre familiares, em tempos idos, que faziam as viagens para o trabalho naquele meio de transporte, algumas dessas viagens a ser na ordem das dezenas de quilómetros. O ciclismo, no início exclusivo dos elementos das classes sociais mais elevadas, iria ser das modalidades que, rapidamente, iria obter grande popularidade entre a sociedade e para isso ter acontecido, as provas de ciclismo, seguramente, tiveram um papel fundamental. Decorria o ano de 1913 e estava cada vez mais próximo do seu término e, no mês de novembro, iria realizar-se uma corrida de bicicletas com indivíduos do Coronado, e também de Covelas, desconhecendo o percurso. Todavia, o mesmo deveria ser nestas três freguesias, considerando que os corredores moravam naquele território. As corridas de ciclismo eram eventos bastante festivos, com várias pessoas a aproximarem-se dos caminhos poeirentos para tentar ver e perceber quem liderava a corrida e os outros elementos da competição. Numa tentativa de ser uma competição mais justa, existia, inclusivamente, a classe dos rápidos e dos lentos, desconhecendo como se organizava este formato de competição, seria pelos registos de provas anteriores? Pela qualidade da bicicleta? Pela estampa física dos atletas? Não sabemos. Se existe uma prova, tem de existir vencedores e a vitória iria surgir ao Sr. Gaudêncio de Sousa Marques e o segundo lugar seria para Manoel Moreira Mendes, ambos de Covelas. Os concorrentes do Coronado seriam suplantados pelos corredores de Covelas, não havendo informações relativamente aos prémios que estavam em disputa, mas, na maioria das vezes, esses prémios eram simbólicos e apenas tinham o valor de terem ganhado a competição. Outras provas foram acontecendo, o número de participantes também ia aumentando, demonstrando que, de facto, o ciclismo era dos desportos mais acarinhados pelas massas populares e fazia parte da agenda recreativas das suas comunidades.


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Política PS anunciou cabeças de lista a quatro assembleias de freguesia

José Ferreira e 3 independentes avançam ao Coronado, Bougado, Covelas e Muro São, segundo Amadeu Dias, exemplos da “abertura” do partido à sociedade civil e mereceram a aclamação dos militantes quando colocados à votação interna para encabeçarem as listas a quatro assembleias de freguesia do concelho da Trofa. Só falta anunciar o candidato à união de freguesias de Alvarelhos e Guidões. Já são conhecidos os nomes dos candidatos que o Partido Socialista escolheu para correrem por quatro juntas de freguesia, nas próximas eleições autárquicas. Com a exceção de José Ferreira, que se candidata para um terceiro mandato à freguesia do Coronado, todos os outros são novidades. Ao Coronado, concorre, pela terceira vez, José Ferreira, depois de duas vitórias folgadas nas eleições de 2013 e 2017. É, por isso, a “escolha natural” do PS para esta freguesia, a única governada pelo partido no território trofense. Amadeu Dias, presidente da concelhia do PS e candidato à Câmara Municipal, elogia-lhe o que considera ser o “excelente

trabalho que tem desempenhado na Vila” e sublinha que “a renovação do voto de confiança por parte do Partido Socialista era totalmente merecida”. Para a maior freguesia do concelho, Bougado, o PS decidiu apoiar o independente João Teixeira da Cruz, empresário de 32 anos. “Tem um percurso profissional ímpar e tantas e tão boas ideias para São Martinho e Santiago que temos a certeza que será imparável na luta pelo desenvolvimento da União de Freguesias a que se candidata”, referiu Amadeu Dias. Para a freguesia do Muro, os socialistas depositam também confiança na candidatura da independente Ana Sá, funcionária pública e pessoa ligada ao movimento associativo local, nomeadamente a Muro de Abrigo. O “amor à causa pública” e o “espírito de missão” são os predicados que fazem o Partido Socialista apoiar a murense no próximo sufrágio. Na freguesia de Covelas, Mário Oliveira, ligado ao Movimento Independente por Covelas (MIC) e uma das vozes do movimento con-

A madeu Dias apresentou quatro candidatos tra a construção do aterro, avança para as eleições com o apoio do PS. Deste candidato, o PS sublinha a “enorme vontade de colocar sempre os covelenses em primeiro lugar”. Estas candidaturas foram aprovadas pelos militantes socialistas a 24 de maio, em sede de reunião

União de Freguesias do Coronado José Ferreira

União de Freguesias de Bougado João Teixeira da Cruz

50 anos, casado, uma filha Licenciado em Relações Internacionais Foi maquinista na CP 1 mandato enquanto Presidente da Junta de Freguesia de São Mamede do Coronado, 2 mandatos enquanto Presidente da União de Freguesias do Coronado

32 anos, em união de facto, dois filhos Licenciado em História Sócio-gerente da Teixeira da Cruz, de empresa de mediação de seguros sediada na Trofa Consultor no Conselho de Administração de duas empresas e uma holding Candidato independente, simpatizante do Partido Socialista

da Comissão Política Concelhia. “Tenho vindo a afirmar que o PS Trofa é um partido aberto à sociedade civil, tal como mostram os nomes agora a votação e unanimemente aprovados. Foram todos aplaudidos de pé pelos seus valores, pelos seus percursos profissionais e cívicos e pela sua ousa-

Freguesia do Muro Ana Sá

49 anos, casada, um filho Funcionária pública Ativa nas associações da freguesia – Muro de Abrigo, grupo Danças Pra’Pular do Muro – e voluntária no centro de vacinação de Matosinhos Candidata independente, simpatizante do Partido Socialista

dia”, sustentou Amadeu Dias. “É de pessoas assim, com garra, que esta candidatura é feita, e não podia estar mais orgulhoso destes rostos que agora a mim se juntam”, acrescentou. Está ainda por conhecer o candidato do PS à assembleia de freguesia de Alvarelhos e Guidões.

Freguesia de Covelas Mário oliveira

48 anos, casado, um filho Funcionário da Brisa há 28 anos Instrutor de condução e formador Candidato pelo Movimento Independente por Covelas em 2017, encabeça agora uma candidatura que congrega o Movimento e o PS


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3 de junho de 2021

Atualidade

Projetos de samba e de promoção do desporto vencem OPJ José Calheiros

Os projetos “Atelier do Samba” e “We Love Sports” foram os vencedores da edição de 2020 do Orçamento Participativo Jovem (OPJ) da Trofa. O veredito foi dado pelos que participaram na 10.ª Assembleia Municipal Jovem, a 22 de maio. O projeto de âmbito geral, que visa desenvolver um projeto ligado ao samba, foi contemplado com 17.500 euros, que serão utilizados para o desenvolvimento de aulas de dança, de bateria (banda que acompanha as passistas), de costura e de workshops de artes plásticas. Este projeto surgiu da participação de um grupo de amigos, no desfile de Carnaval da Trofa, em 2019 e 2020. Com o valor angariado, a escola de samba conseguirá elaborar a própria indumentária e adquirir os instrumentos musicais relacionados com o espetáculo de samba. O “Atelier do Samba” - com 1029 votos - foi o mais pontuado dos três projetos de âmbito geral, à frente de “IntergeraSom” (974) e “Dispositivo de avaliação do es-

Escrita com Norte A minha causa

Atelier do Samba foi contemplado com 17 500 € tado das estradas” (817). No âmbito escolar, venceu o projeto “We Love Sports”, candidatado por um grupo de alunos e professores da Escola Secundária da Trofa, que pretendem “melhores condições” para a prática desportiva, “quer em quantidade, como na qualidade dos mate-

We love sports recebeu 7 500 €

riais”. Com os 7500 euros angariados com a vitória, vai ser possível adquirirem bolas e equipamentos para a prática de diversas modalidades, assim como de um plinto em espuma, colchões e tapetes de ginástica. Em votação no âmbito escolar estavam cinco projetos. O “We Love Sports” conseguiu 800 votos, ficando à frente de “Mais diversão e melhor educação na EB 2/3” Professor Napoleão Sousa Marques (726); “Ludoteca do Futuro” (477), da Associação de Pais da Escola de Fonteleite; “Digital e Robótica” (426), sala digital na EB/JI de Portela, e “Desporto e lazer dá saúde e prazer” (391), da Escola Básica n.º 2 do Cerro. Durante a Assembleia Municipal Jovem, foi anunciado que a próxima edição do OPJ contará com reforço financeiro: a dotação para o projeto de âmbito geral vencedor passará de 17.500 para 20.000 euros.

Ação de informação para cuidadores informais “Estatuto do Cuidador Informal concelho e decorrerá também e Apoios Municipais” é o tema da em formato online, contando com ação de informação que a Câma- a participação de Nélia Aguiar, ra Municipal da Trofa vai levar a da Associação Nacional de Cuicabo no dia 8 de junho, às 15h00, dadores Informais. no auditório do Fórum Trofa XXI, O principal objetivo desta inino Parque Nossa Senhora das Do- ciativa é, segundo a autarquia, res e Dr. Lima Carneiro. “sensibilizar e esclarecer os cuiA iniciativa é direcionada aos dadores informais sobre as mecuidadores informais de todo o didas de apoio e constrangimen-

tos do Estatuto do Cuidador Informal”, bem como “informar sobre apoios/serviços disponibilizados” pelo Município. Os interessados em assistir à ação devem inscrever-se, através do email saude@mun-trofa.pt. DANIELA RIBEIRO

Num mundo cada vez mais estranho (para mim), apesar da juventude dos meus 47 anos, em que se trocassem a ordem das velas no meu bolo de aniversário, isso sim, me envelheceria, eu tenho uma causa. E a estranheza do mundo actual começa precisamente nas “causas”, em que na pretensa defesa de géneros, minorias, classes, grupos, ..., defende-se a causa A, para, sem perder tempo, acorrermos à defesa da causa B e, se ainda houver tempo, darmos o corpo às balas pela causa C. Tudo isto antes da hora do almoço. Da parte da tarde, e até ao deitar, a saga continua, dependendo do número de petições que aparecerem para aderirmos. Se abrandássemos para pensar, provavelmente, entenderíamos que a defesa de umas invalida a defesa de outras. Eu, por exemplo, que defendo a emancipação das mulheres, o respeito pela orientação sexual de cada um e a liberdade religiosa, em qualquer ponto do globo terrestre (em qualquer ponto), defender o Islão é tão incongruente como pertencer à Juventude Leonina e ser sócio do Benfica. Mas, no meio de causas tão elevadas, eu tenho a minha, a que chamo de “causa primordial”, mas que se fica pelo “rés do chão” das causas. Quero que a mim, Homem, Heterossexual, Claro (não me incomoda que me chamem de Branco), seja reconhecido, e não tem que ser por todos, apenas pela minha esposa, o direito à minha condição básica de distraído. E num constante esforço de combate a esta característica genética para manter o equilíbrio familiar, faço o que para o meu avô era impensável: Depois de tirar a louça da máquina, colocar a roupa no armário e alinhar os meus chinelos, distanciados um do outro 4 centímetros e orientados para sudoeste, conforme a minha Senhora gosta, quando chega a casa exclama: - Oh, e não aspiraste?!!! - Não. Procurei o aspirador e não o encontrei. - Pois não, foi para arranjar. Não sabias? – pergunta-me, como se eu tivesse uma bola de cristal. Claro que não sabia, ela não me disse! Mas não respondi, senti que a pergunta tinha rasteira e havia uma procura óbvia pelo confronto. Numa tentativa de estabelecer uma trégua, pelo menos até às 21 horas, momento em que iria sair de casa para um jogo de bola com os amigos, alinhei dois pares de sapatos e arrisquei tudo ao dizer: - O teu cabelo está muito bonito! Foste à cabeleireira? (parecia-me) - O cabelo está feio e já marquei na cabeleireira para lá ir amanhã de manhã. TU NÃO REPARAS EM MIM?!!! Bem, não chegou a haver nenhum tipo de tréguas. Para evitar males maiores, fui preparar-lhe o jantar e antes de sair para a bola, arrisquei (aliás, tudo o que nós homens dizemos é arriscado) o seguinte reparo: - São novos esses brincos? (pareciam-me) A expressão na cara dela, fez-me lembrar a menina possuída do filme, “O exorcista”. - Seu banana! Estes brincos são os que me ofereceste há três semanas! Com medo que a Cristina vomitasse em cima de mim (a menina do exorcista vomitava muito) fugi para o futebol onde encontrei amigos na mesma aflição. No dia seguinte, enviamos uma queixa para a SOS Racismo, a pedir protecção e defesa do Homem, Heterossexual, Claro e Distraído, das nossas Senhoras!


3 de junho de 2021

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Atualidade

Mundos de Vida inaugura novo módulo escolar

Novo modulo teve um investimento de 750 mil euros A Mundos de Vida inaugurou o novo módulo escolar do 2.º ciclo, completando, assim, o projeto educativo que iniciou há seis anos, com o arranque do ensino bilingue. A cerimónia foi simples, devido às restrições impostas pela Covid-19, mas não menos emotivas, até porque aproxima-se o fim de percurso dos primeiros alunos que estrearam o modelo da Mundos de Vida. O aluno trofense Afonso Magalhães é um dos finalistas do 6.º ano e em declarações aos jornalistas respondeu, em surdina”, que preferia aprender em inglês do que em português. E ele que ao início até “nem encaixava bem” com a língua anglo-saxónica. Hoje, é perentório na afirmação que os 30 por cento das aulas em que aprendeu as diversas disciplinas em inglês serão determinantes para o futuro. “Vai-me ajudar muito na minha vida. Se eu quiser tirar um curso melhor, o inglês vai me ajudar muito”, referiu. Com um investimento de 750 mil euros, o novo módulo escolar foi pensado para um projeto que, em termos estruturais, está

completo e cuja capacidade não irá além dos 150 alunos, apesar da elevada procura. Manuel Araújo, presidente da Mundos de Vida, explica a decisão com a convicção de que, só assim, a instituição continuará a garantir qualidade no ensino. “Nós seguimos o modelo de muitos países, em que o ensino primário tem a duração de seis anos e o nosso projeto foca-se exatamente na ideia de que os seis primeiros anos são fundamentais na formação de uma criança. E durante este período, o professor é o especialista na criança. Dá várias disciplinas, mas tem poucos alunos, enquanto a partir do 7.º ano de escolaridade, as disciplinas complicam-se e os professores passam a ser especialistas nas disciplinas, têm mais turmas já não têm possibilidade de conhecer tão bem as crianças”, argumentou. Para o presidente da Mundos de Vida, o número de pedidos de inscrição, que excede “sempre” as vagas disponíveis, significa que o projeto “afirmou-se” na região, porque “acrescenta valor para as famílias”.

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1800 crianças recebem terceiro livro das Histórias do Trofi Após quase dois anos a “marinar”, está já nas mãos de cerca de 1800 crianças o terceiro volume das “Histórias do Trofi”. O projeto é do Clube Slotcar da Trofa, que decidiu distribuir o livro pelos alunos do jardim de infância e 1.º ciclo do ensino público do concelho no Dia da Criança, 1 de junho. O lançamento aconteceu no dia 29 de maio, numa iniciativa mais intimista do que habitual, devido à pandemia de Covid-19, na Quintinha de Cidai, local que até serve de palco da primeira história do livro, em que o Trofi conhece a Bianca, a mais recente mascote do clube. A partir daí, os dois amigos avançam para uma jornada pelo património da Trofa, de onde se destaca o Castro de Alvarelhos e outros monumentos, tendo sempre como tónica “a promoção de valores e ideais que devem acompanhar as crianças e os adultos na vida em sociedade”, explicou Alexandra Santos, autora dos contos desde o pri-

lo, a direção do Clube Slotcar da meiro volume deste projeto. A ela, que é professora, a histó- Trofa congratulou-se pelo resulria que mais lhe toca é a que abor- tado final. “A Alexandra brindouda o “bullying”. “É algo que se vê -nos com histórias que dizem muimuito nas escolas e esta história dá to do que são os valores e ideais ferramentas às crianças para que que defendemos, pelo que só tesaibam como agir nestes casos”, mos de estar contentes com este livro, até porque ficamos com a desvendou. Mas também há histórias sobre ideia de que nos conseguimos sua igualdade de género e a ques- perar a cada novo volume”, adiantão dos brinquedos para meninos tou Tiago Azevedo, presidente da e para meninas e até a pandemia associação. O dirigente considera que, asganha protagonismo com um conto, que “dá sugestões” aos mais pe- sim como o lançamento, o momenquenos de “como se devem prote- to mais significativo do projeto é aquele em que as crianças receger e ajudar os outros”. Para dar forma e cor à escrita bem o livro. Ao contrário do que de Alexandra Santos, foi também, é habitual, não podemos ter o Tronovamente, convocado Paulo Fer- fi nas escolas a distribui-lo, mas, nandes. Para o ilustrador, foi “um ainda assim, será, certamente, um divertimento” fazer este trabalho. bom presente para eles no Dia da “A Alexandra fez histórias muito bo- Criança”, acrescentou. E no lançamento do terceiro vonitas e foi muito fácil pegar nas dicas que os textos dão e transcrever lume ficou já no ar a “boa-nova” para a imagem, porque estão mui- de que “na calha” está já o desento orientados e com muitos ensina- volvimento do quarto volume das “Histórias do Trofi”. “É um projeto mento”, descreveu. Já a desenvolver este projeto há ainda embrionário, mas já temos quase dois anos, período em que algumas histórias preparadas”, a pandemia também foi obstácu- anunciou Tiago Azevedo.

Ranking das escolas

Trofa foi o concelho com a melhor média nos exames Na análise do ranking das escolas, a Trofa é considerada o concelho com a melhor média nos exames nacionais. Segundo o Expresso, a Trofa tem uma média de 14,4, num ano em que nenhum concelho apresentou média negativa. Relativamente à Escola Secundária da Trofa, apresentou uma média de 13,9, com 506 provas

realizadas, ocupando o 114.º lugar a nível nacional. Se considerarmos só as escolas com mais de 100 provas, o estabelecimento de ensino situa-se nos 83 melhores a nível nacional. No distrito do Porto, a Escola Secundária é a 21.ª, num universo de 92. Entre os quatros exames com maior número de provas, a melhor média foi obtida em Biologia

e Geologia, com 14,54, seguin- gar). A nível distrital, surge em do-se Física e Química (14,18), 39.º lugar. Nos exames, a melhor média Matemática (13,07) e Português foi conseguida na disciplina de (12,68). Já a Escola Básica e Secundá- Biologia e Geologia, com 13,92, ria do Coronado e Castro, com enquanto a de Matemática situou120 provas realizadas, teve uma -se nos 13,54. Física e Química média de 13,3, ocupando a posi- foi o terceiro exame com melhor ção 216, melhorando se se consi- média, 12,36, e, por último, Porderarem apenas as instituições tuguês teve média de 12,08. O Colégio da Trofa, com ensicom mais de 100 provas (175.º lu-

no privado, realizou 456 provas e conseguiu uma média de 15,6, ocupando o 36.º lugar a nível nacional (27.º com mais de 100 provas realizadas) e o 9.º no distrito. Considerando os exames, a melhor média foi obtida em Biologia e Geologia (16,17). A de Física e Química fixou-se nos 16,13, a de Matemática nos 15,7 e a de Português nos 14,25.


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3 de junho de 2021

Desporto

Trofense está de regresso à 2.ª Liga Seis anos depois, a Segunda Liga está de volta à Trofa. O Clube Desportivo Trofense garantiu o regresso ao segundo escalão de futebol português no sábado, dia 29 de maio, depois de empatar com o Sporting de Braga. A festa fez-se desde Fão, em “caravana automóvel”, e depois junto ao estádio, com centenas de adeptos a saudarem jogadores, equipa técnica e dirigentes. O jogo até nem começou de feição. O penálti que dava a vantagem ao Sporting de Braga B e o Pevidém a ganhar ao Anadia, em casa, colocavam o Trofense de fora da 2.ª Liga, mas os adeptos já estão habituados a sofrer... mas também a ver Bruno Almeida a surpreender nesta segunda fase do campeonato. Em cima do intervalo, o avançado decidiu tirar o coelho da cartola e marcar de canto direto, garantindo o empate mais saboroso da equipa esta temporada. O ponto conquistado foi suficiente para garantir o 1.º lugar da Zona Norte, uma vez que o Pevidém acabou por permitir a reviravolta do Anadia, que até lhe “roubou” o 2.º lugar. A festa, uma vez que o resultado em Guimarães interessava, esteve “adiada” uns segundos após o apito final e não deixou de ser atípica, porque aos gritos de euforia dos jogadores faltou o “sal”

que condimenta o espetáculo: os adeptos. Esses estiveram sempre muito longe do Complexo Desportivo de Fão, porque, a cerca de um quilómetro já um forte dispositivo de segurança impedia a passagem de quem não estivesse acreditado para o jogo. Ainda se ouviram, por breves momentos, uns cânticos de apoio ao Trofense vindos da área florestal, mas a força dos adeptos foi visível quando o autocarro que levava a equipa de regresso à Trofa entrou na autoestrada. Dezenas de veículos identificados com cachecóis e bandeiras acompanharam o autocarro até ao estádio, numa verdadeira “caravana automóvel”, que fez o preâmbulo da festa, que se prolongou já de pés assentes no chão, junto ao estádio. Também muito condicionados pelas medidas de segurança diligenciadas pela Guarda Nacional Republicana, devido à situação pandémica que o país ainda atravessa, centenas de pessoas aplaudiram a equipa, treinadores e dirigentes, naquele que foi mais um dia histórico para o clube e para o concelho da Trofa. Mas domingo, pode haver mais festejos. Em Coimbra, o Trofense vai disputar o título de campeão com o Estrela SAD, da Amadora, num jogo que começa às 16h00. Mais um “caneco” a caminho da Trofa?

“Foi uma época difícil. Às vezes, não temos noção do quão complexo é este campeonato, com 92 equipas, das quais só duas sobem à 2.ª Liga. Fizemos algo fantástico e merecido, foi, sem dúvida, uma época fantástica da nossa parte. Há um momento particular, a derrota em casa com o Leça, ainda no decorrer da primeira fase do campeonato, em que senti que a equipa se uniu ainda mais. Criamos ali um verdadeiro grupo, uma verdadeira família e a partir daí começamos a trabalhar sossegados, com a cabeça no lugar e começamos a acreditar no nosso trabalho, dedicação e resiliência”. Mika, capitão CD Trofense “Estou extremamente feliz, feliz pelos jogadores, feliz pelos adeptos, pelas nossas famílias e pela administração, que fez um trabalho fantástico e que proporcionou todas as condições para chegarmos até aqui. Mas uma palavra, sobretudo, para os jogadores, que foram excedíveis e conseguiram transformar esta forma de jogar numa fórmula ganhadora. O acreditar foi determinante: acreditar que tínhamos qualidade, acreditar que éramos fortes como equipa. Não posso esconder que mudamos alguns comportamentos na nossa forma de estar, durante a primeira fase, e depois disso sentimos que tínhamos hipóteses, porque as outras equipas não eram mais fortes que nós e se nós estivéssemos ao nosso nível conseguiríamos chegar onde chegamos”. Rui Duarte, treinador CD Trofense


3 de junho de 2021

O NOTÍCIAS DA TROFA

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Desporto

Hoje é um dia muito feliz para mim. Sonhei com ele desde o dia em que tomei posse pela primeira vez como presidente deste clube. Mas é resultado de muito trabalho, muitas horas sem dormir, muita dedicação a esta instituição que, agora, está onde merece estar. Houve momentos difíceis esta época, momentos em que, inevitavelmente, nos questionamos se chegaríamos a este resultado, mas com o trabalho e a crença de toda a estrutura conseguimos. Não posso deixar de relevar o papel do diretor desportivo, João Tomás, que é um excelente profissional e uma pessoa, cujo potencial eu acredito muito. Daqui para a frente podemos esperar tudo, porque a Trofa merece. Foi impressionante a receção que tivemos. Agradeço a todos os trofenses que acreditaram em nós. Franco Couto, presidente CD Trofense

Era um objetivo que sabíamos que era difícil de alcançar, mas com a equipa que montamos quer fora, quer dentro do relvado, conseguimos algo que nem sequer esperávamos. Nós acreditamos sempre (na subida à 2.ª Liga), embora, por vezes, as coisas podem não acontecer. Agora, trabalhamos muito para isso e o mérito total é dos jogadores e da equipa técnica, porque eles é que foram os grandes obreiros disto. Nós estivemos só na estrutura a auxiliar e conseguimos algo de tão significativo num ano tão difícil, em que tivemos de mudar muita coisa e ainda não pudemos ter público no nosso estádio. Este é o dia zero, praticamente. Amanhã, já devemos pensar no que vamos fazer para o ano, que será de uma exigência maior, mas também muito mais motivadora. João Tomás, diretor desportivo CD Trofense


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3 de junho de 2021

Desporto

Bougadense solidário dá goleadas fora do relvado

Escola de Atletismo apurada para a 3.ª Divisão A Escola de Atletismo da Trofa apurou-se para a final da 3.ª Divisão Nacional de Clubes em femininos, com 231,5 pontos. A equipa superou a competição da época passada, batendo o recorde a nível de pontos – na qual obteve 117 pontos - e subindo um lugar na classificação. Na classificação geral nacional, a formação trofense classificou-se no 18.º lugar, num universo de 34 equipas. Sofia Santos, Mónica Rodrigues, Sandra Sá, Vânia Sousa, Júlia Sousa, Alice Oliveira, Deolinda Oliveira, Diana Rodrigues, Ana Mota, Ana Silva e Daniela Gregório foram as atletas que contribuíram para este feito. Sandra Sá conseguiu o 8.º lugar nos 400 metros e o 16.º nos 200 metros, enquanto Alice Oliveira

foi 9.ª classificada nos 3000 metros e 13.ª nos 1500 metros. Daniela Gregório alcançou o 9.º posto nos 5000 metros e a equipa de estafetas 400 metros (Mónica Rodrigues, Ana Silva, Daniela Gregório, Diana Rodrigues) terminou em 16.º lugar. Deolinda Oliveira conseguiu o 18.º lugar nos 3000 metros obstáculos, enquanto Ana Silva conquistou a mesma posição nos 800 metros. Para esta classificação da EAT contaram ainda o 26.º lugar de Sofia Santos no lançamento do martelo e o 24.º nos 100 metros barreiras; o 28.º de Mónica Rodrigues no salto em comprimento e nos 100 metros; o 25.º de Júlia Sousa nos 3000 metros marcha; o 24.º de Diana Rodrigues nos 400 metros barreiras; o 27.º

de Ana Mota no lançamento do peso; o 32.º de Vânia Sousa no lançamento do disco e o 35.º no lançamento do dardo. A equipa de estafeta de 100 metros, composta por Diana Rodrigues, Ana Silva, Sofia Santos e Sandra Sá, alcançou o 20.º posto. Na mesma competição, mas sem equipa estruturada, participaram ainda os atletas masculinos Leonardo Teixeira (46.º nos 100 metros), Rúben Pinto (41.° no lançamento do dardo e 39.° no lançamento do disco), Francisco Paredes (44.° nos 400 metros) e João Abreu (47.° nos 800 metros). Estes atletas, em conjunto com Ludgero Moreira, competiram nos 100 e 400 metros estafetas, conseguindo o 36.º e 37.º lugares, respetivamente.

M artim conheceu os bastidores do jogo Contagiada pela ação do treina- garam bens alimentares e medidor da equipa sénior, conhecido cação a uma família na Trofa e, um pelas ações solidárias a favor de dia depois, realizaram o sonho ao crianças desfavorecidas, a estru- Martim, que, depois de ter conhetura do futebol do Atlético Clube cido os bastidores do jogo, na desBougadense começou a dar “go- locação ao Águias de Eiriz, receleadas” fora do relvado, nas ini- beu do clube um equipamento do ciativas que tem levado a cabo Futebol Clube do Porto. para arrancar sorrisos aos mais “Apesar das dificuldades, o A.C. pequenos. Bougadense luta constantemente Desde há algumas semanas que para que também possa marcar têm sido recorrentes as ações de golos fora das quatro linhas, ajusolidariedade. No dia 23 de maio, dando quem mais precisa. Vamos dia de futebol no Parque de Jogos continuar a fazer famílias felizes”, da Ribeira, a equipa sénior rece- referiu a direção. beu a visita do pequeno Fábio, um A nível competitivo, a faltar um menino de quatro anos, invisual, jogo para o fim da época, o Bouque teve oportunidade de falar gadense ocupa o último lugar da com os atletas, pisar o relvado, re- série 6 da Fase Final da Divisão ceber brinquedos e bens alimen- de Honra da Associação de Futetares e sair de Santiago de Bouga- bol do Porto, com quatro pontos. do equipado a rigor com a cami- No domingo, perdeu com o Gulsola do clube e uma bola. pilhares por 1-0. Esta quarta-feiJá no dia 26, os capitães de equi- ra, a equipa tinha jogo marcado pa, treinador e presidente entre- com o Lagares, às 21h00.

CR Bougado perde e não avança para próxima fase O Centro Recreativo Bougado perdeu, este sábado, diante do FC Estrelas Susanenses e ficou pelo caminho na fase de subida ao Campeonato Nacional da 3.ª Divisão de futsal. A equipa bougadense somou a segunda derrota consecutiva, desta feita por 6-1, e viu a Académica de Leça vencer e tomar o lugar válido para a próxima eliminatória.


3 de junho de 2021

O NOTÍCIAS DA TROFA

Desporto

Espetáculo, emoção e... público Depois do interregno de um ano devido ao Covid-19, o ACP voltou a mandar para a estrada mais uma edição do Vodafone Rali de Portugal, que decorreu entre os dias 20 e 23 de Maio. Elfyn Evans venceu nos WRC e o tirsense Armindo Araújo voltou a ser o melhor português. TEXTO MIGUEL MASCARENHAS FOTOS MARCO MONTEIRO

Muita tinta correu nos mais diversos órgãos de comunicação social quando o ACP, em conjunto com a DGS, anunciou que o Rali de Portugal ia para a estrada e com público. Muita coisa foi dita, mas uma é certa: era humanamente impossível fechar todos os troços aos espectadores. Um estádio é fácil de fechar, assim como um pavilhão, mas especiais com mais de 20 quilómetros com centenas de acessos, seja por estrada ou pelo meio do monte, é impossível. Assim, o ACP criou várias zonas de espetáculo, extremamente amplas e com acesso limitado, ou seja, por exemplo, a Zona Espetáculo (ZE) 1 tinha capacidade para 2000 pessoas, atingido esse número as autoridades (mais de 3000), fechavam-na e não entrava mais ninguém. Desta forma foi possível controlar o público e, felizmente, tudo correu muito bem e, mais uma vez, os portugueses deram um excelente exemplo de respeito e de civismo. Desportivamente falando, o britânico Elfyn Evans, num Toyota

Yaris WRC, aproveitou os erros e azares dos seus adversários e com uma condução “limpinha” venceu a edição de 2021 do Vodafone Rali de Portugal. Quem saiu de Portugal com poucos motivos para sorrir foi a Hyunday, que depois de ver os três carros nas três primeiras posições no primeiro dia, já no final do mesmo, começou o descalabro. Primeiro foi Thierry Neuville, já no final de sexta-feira, que bateu num morro, capotou e destruiu a suspensão traseira do seu Hyundai 120 WRC, sendo obrigado a desistir. No sábado e na segunda passagem pelo troço de Amarante, o mais extenso do rali, com mais de 37 quilómetros, foi a vez de Ott Tänak, quando liderava o rali e com uma boa margem para o 2.º classificado, viu a suspensão traseira do Hyunday ceder e o abandono foi inevitável. Cabia ao espanhol Dani Sordo salvar a honra da Hyunday e, felizmente, conseguiu levar o seu carro ao 2.º lugar final. Quem aproveitou o azar alheio

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E lfyn E vans venceu rali foi o campeão em título, Sebastien Ogier, que depois de uma prova bastante discreta levou o Toyota Yaris WRC ao lugar mais baixo do pódio, baralhando ainda mais as contas do campeonato. No WRC2, Isapekka Lappi ven-

A rmindo A raújo foi o melhor português

ceu e convenceu, ganhando por larga margem e provando aquilo que já há muito se vem dizendo nos bastidores, que o lugar deste jovem talento não é no WRC2, mas sim no WRC. Quanto aos portugueses, o tirsense Armindo Araújo foi rei e senhor. Para as contas do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), apenas contava a nível de classificação o primeiro dia e, aí, Armindo Araújo, ao volante de um Skoda Fabia R5 EVO 2, pura e simplesmente cilindrou a concorrência e venceu com toda a naturalidade. Mas o piloto de Santo Tirso foi até ao fim da prova e sagrou-se pela sexta vez o melhor português. Já o regressado Bernardo Sousa, com uma viatura idêntica, mas da

1.ª geração, demonstrou que quem sabe nunca esquece e alcançou um fantástico 2.° lugar, à frente do grande favorito, o algarvio Ricardo Teodósio, ele que corre com o mesmo carro de Armindo Araújo. Assim o CPR ficou ao rubro e a próxima prova em Castelo Branco, disputada em asfalto, a primeira da época, vai ser emocionante. Cai assim o pano em mais uma edição do Rali de Portugal, com a certeza de que para o ano vamos ter rali, mas vai ser diferente, porque dizem os entendidos de que vamos ter carros híbridos (meio motor de combustão interna, meio motor elétrico). Será diferente, mas o espetáculo está garantido, com toda a certeza. Até lá, saúde e da boa.

Ciclismo

O trofense Fábio Costa conquistou a camisola branca da Volta a Albergaria, terceira prova pontuável a Taça de Portugal de ciclismo, que se realizou no dia 30 de maio. O corredor da Efapel conquistou o 12.º lugar da classificação geral e conseguiu ser o melhor jovem da corrida, com 03:48:49 horas, a mais de quatro minutos do 2.º classificado, Pedro Pinto (Tavfer - Measindot – Mortágua) e a mais de sete de João Medeiros (L. A. Alumínios / L. A. Sport). Na mesma classificação, destaque ainda para o 7.º lugar de Diogo Almeida, da equipa trofense Porminho Team sub-23. A ACDC Trofa/

WPROTEK viu Renan Quadri como melhor corredor jovem, ao alcançar o 18.º lugar. Na classificação final da Taça de Portugal para equipas UCI, Fábio Costa, que não pontuou nas duas primeiras provas da competição, classificou-se no 28.º lugar, com os 15 pontos conquistados em Albergaria-a-Velha. Luís Gomes (Kelly/Simoldes/ UDO) foi o vencedor da Taça de Portugal. O pódio de Albergaria compôs-se com António Carvalho (Efapel) e Gonçalo Carvalho (Rádio Popular-Boavista), segundo e terceiro, respetivamente. No ranking das equipas de clu-

bes, a Porminho Team sub23 teve Diogo Almeida e Tiago Sousa como atletas mais pontuados (11.º e 13.º lugares), enquanto a ACDC Trofa/WPROTEK teve como melhor representante Fábio Oliveira (14.º lugar). No dia anterior, 29 de maio, Fábio Costa conseguiu o 8.º lugar da prova Memorial Bruno Neves, realizada em Oliveira de Azeméis, classificando-se também em 2.º lugar na juventude e em 4.º na montanha. Diogo Almeida, da Porminho Team Sub23, foi 45.º classificado (e 4.º na juventude por equipas de clube) e Renan Quadri, da ACDC Trofa/WPROTEK, 63.º.

foto DR

Fábio Costa melhor jovem na última prova da Taça de Portugal

Fábio Costa com fim de semana produtivo


12 O NOTÍCIAS DA TROFA

3 de junho de 2021

Religião

Festa do Corpo de Deus Na próxima quinta feira, dia 3, a paróquia de S. Martinho de Bougado celebra a festa do Corpo de Deus de forma diferente do habitual. Devido à situação pandémica, e à semelhança do que aconteceu o ano passado, não será possível realizar a procissão que, habitualmente, é organizada em conjunto com a paróquia de Santiago de Bougado. As celebrações restringem-se, então, à missa na Igreja Matriz, às 8h00, finda a qual há lugar à adoração do Santíssimo Sacramento, com a presença dos vários grupos paroquiais. Às 12h00, decorre a bênção e recolha do Santíssimo Sacramento. Para terminar, há missa no Parque Nossa Senhora das Dores, às 18h00, com bênção do Santíssimo Sacramento. Em Santiago de Bougado, a eucaristia de

festa decorre às 11h00, na Igreja Matriz, seguindo-se a adoração do Santíssimo Sacramento entre as 13h00 e as 17h30, terminando com a oração de vésperas e bênção. Em S. Mamede do Coronado, a missa decorre na Igreja Paroquial, às 8h30. A adoração ao Santíssimo Sacramento decorre entre as 10h00 e as 12h00, na Capela do Divino Espírito Santo.

Peregrinos estrangeiros experimentam caminhos de Santiago pela Trofa O caminho de Santiago, associado à Via Romana XVI, já começa a ser explorado pelos peregrinos estrangeiros. Na manhã de 25 de maio, Patrik, Lena e Katia atravessaram o percurso e o concelho da Trofa, tendo sido “apanhados” pela objetiva do colaborador d'O Notícias da

Peregrinação mariana em Guidões Cumpriu-se a peregrinação de Nossa Senhora de Fátima pelas ruas de Guidões. Colocada numa carrinha, a imagem da Virgem foi levada pela freguesia, acompanhada do padre José Ramos, ao som da oração e de cânticos marianos, na noite de sábado, dia 22.

Apesar das restrições relacionadas com a Covid - que obrigou a paróquia a optar por este modelo de peregrinação alternativo, os fiéis receberam a curta visita da Virgem, colocando tapetes de flores e até foguetes.

Obras de restauro da Igreja Matriz arrancam este mês As obras na Igreja Matriz de S. Martinho de Bougado vão começar no dia 14 de junho, anunciou a paróquia no boletim semanal. Segundo pode ler-se no comunicado, das cinco empresas consultadas para a empreitada de caráter geral, duas apresentaram orçamento, estando a comissão de fábrica da Igreja a “ultimar a entrega das obras”.

No que concerne às intervenção de restauro para “a requalificação da talha dourada, imagens, pinturas e azulejos”, foi igualmente solicitado orçamento a cinco empresas e a comissão de fábrica encontra-se também “na última fase de adjudicação”. O programa de obras será apresentado publicamente “em breve”.

Trofa, António Costa. Recorde-se que o caminho de Santiago pela Via Romana foi, recentemente, marcado pelo trofense Xavier Costa e está a ser promovido como um dos percursos a fazer para chegar até Braga e, posteriormente, até à Catedral do apóstolo Tiago Maior.


3 de junho de 2021

O NOTÍCIAS DA TROFA

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Religião

Confraria do Santíssimo Sacramento A palavra Confraria vem da junção dos termos em latim “COM”, que quer dizer “JUNTO”, mais “FRATER”, que quer dizer “IRMÃO”. Assim, surgiu a palavra Confraria (de irmãos juntos). ANTÓNIO COSTA No âmbito religioso, as Confrarias ou Irmandades são associações religiosas de leigos fundamentadas em princípios religiosos, que se reúnem para promover o culto a um santo, a Deus, ou à Virgem Maria, e que geralmente realizam obras de caridade e formam uma espécie de apoio aos irmãos associados. Surgiram na Europa, durante a Idade Média, e espalharam-se por todo o Mundo, incluindo pelas ex-colónias portuguesas. As Confrarias do Santíssimo (SSmo.) Sacramento têm a sua origem também na Idade Média; estão entre as mais respeitáveis e antigas irmandades religiosas da Igreja Católica e o seu aparecimento deve-se à devoção e piedade dos fiéis para com a Eucaristia. Sabe-se que a celebração do “Corpus Christi” (Corpo de Deus, agora Corpo e Sangue de Cristo), criada por Urbano IV, em 1264, teve a participação da citada confraria. A sua autorização canónica viria mais tarde, através da “Bula Dominus Noster Jesus Christi”, de 30 de novembro de 1539, a qual concedia grandes privilégios à Irmandade do SSmo. Sacramento existente na Santa Maria sopra Minerva e de lá espalhou-se por todo o mundo católico. Em Portugal, sabe-se que em 1403 já existia, na arquidiocese de Braga, a Confraria do Corpo de Deus e que a mesma congregava naquele ano mais de cem irmãos. Confraria do SSmo. Sacramento ( ou do Senhor) de S. Martinho de Bougado A “Confraria do Senhor”, como atualmente é designada a Confraria do SSmo. Sacramento da paróquia de São Martinho de Bougado, foi “fundada” em 30 de maio de 1753, conforme consta do despacho do Bispo do Porto, à época D. João da Silva Ferreira, bispo de Tânger, Administrador Apostólico do Bispado do Porto e Prelado Deão da Real Capela dos Paços de Vila Viçosa: “Excelentíssimo Reverendíssimo Senhor: Dizem os moradores da freguesia de S. Martinho de Bouga-

se dirigem as nossas diligências; para que até ao fim do mundo tenha nesta nossa igreja de S. Martinho de Bougado o filho de Deus feito homem e para nosso remédio Sacramentado, aquele culto e adoração que é devida ao nosso amante Redentor Cristo Jesus- Para o que se fará no domingo infra oitava do Corpo de Deus, podendo ser com Missa cantada de três padres, música e pregação; e se armará a Igreja com a maior decência que for possível e no fim se fará a Procissão com o Santíssimo e haverá cuidado que esteja o caminho da procissão limpo, e com toda a decência possível como quem o prepara para passar por ele o Rei dos Reis. (...) Poderão os oficiais da mesa havendo alguma causa transferir a festa para alguns dos domingos seguintes mas sempre que possa ser, se fará no referido dia, o Senhor exposto, e Procissão com toda a magnificência possível às posses da Confraria.(...)”

do, comarca da Maia deste Bispado que na mesma não há ainda Confraria do Senhor e porque a querem erigir com autoridade ordinária necessitam para isso de licença de Vossa Excelência, para Vossa Excelência Reverendíssima se digne conceder licença para se erigir a dita confraria visto ser para maior utilidade de Igreja e Culto divino mandando-se-lhe passe alvará de Provisão para se formarem os estatutos e de proceder neles na forma canónica. E.R. M.cê. De ordem de Sua Excelência Reverendíssima P. Provisão= J.P Vergolino. Dom João da Silva Ferreira por Graça de Deus e da Santa Sé Apostólica Bispo de Tânger, Prelado Deão da Real Capela dos Paços de Vila Viçosa, Governador e Administrador Apostólico deste Bispado do Porto do Conselho de Sua Magestade etc. Aos que a presente Provisão virem saúde em Deus Nosso Senhor que de todos é verdadeiro remédio e salvação, etc. Fazemos saber que atendendo ao que pela petição retro nos enviaram a dizer os moradores da freguesia de S. Martinho de Bougado, da comarca da Maia deste Bispado lhe concedemos licença para que possam erigir a confraria do SSmo.

Sacramento na sua Igreja a que serão obrigados a fazer logo Estatutos concernentes em tudo ao serviço de Deus e bem das almas e que não ofendam a jurisdição ordinária e direitos paroquiais para o que serão por nós vistos e confirmados, tendo muito cuidado no ornato do altar do SSmo. Sacramento, e quanto a contas que devem dar, e esmolas que pedirem o reverendo pároco fará observar em tudo a constituição do Bispado para o que lhe interpomos a nossa autoridade ordinária. Dada no Porto sob nosso selo, e sinal do Nosso Reverendo Provisão aos trinta de Maio de 1753. E Eu Padre Francisco da Costa escrivão da Câmara Eclesiástica que escrevi: Doutor Joseph Pedro Vergolino- Aos selo cem reis-desta cem paga trinta. Provisão para erecção da Confraria do Santíssimo Sacramento- Figueiredo”. Os seus Estatutos foram aprovados em 7 de junho de 1753. O capítulo 1.º dos Estatutos refere-se à festa do SSmo. Sacramento (Festa do Senhor): “Capítulo 1º – Da Festa do Santíssimo Como é a primeira e natural obri-

gação do homem, tributar a Deus único Senhor de tudo, o mais profundo rendimento, veneração e culto, em reconhecimento da altíssima e suprema dignidade que essencialmente goza; e dos inumeráveis benefícios da sua divina mão com santa liberalidade o mesmo homem recebe, determinamos todos com grande júbilo de nossos corações se faça a festa do Santíssimo Sacramento, como o tempo e posses desta nossa Confraria permitirem. Lembrando aos irmãos que ao diante forem a importância deste capítulo que é o fim todo a que

De acordo com os estatutos, a Confraria do Senhor é formada pelos seguintes elementos: Juíz, quatro Mordomos, Tesoureiro, Escrivão(Secretário) e dois Procuradores. Pela festa do “Corpo de Deus”, a Confraria organiza a procissão em honra do SSmo. Sacramento. De há uns anos a esta parte, esta procissão é realizada em conjunto com a paróquia de Santiago de Bougado. No terceiro domingo de cada mês, a Confraria celebrará Missa Solene Cantada Esta Missa será pela intenção dos Irmãos vivos e defuntos. Cada associado-irmão tem direito à presença da Confraria (no funeral) no acompanhamento à “última morada”. Durante o ano, a Confraria mandará celebrar missas pelos associados.


14 O NOTÍCIAS DA TROFA

3 de junho de 2021

Crónica Especial

Esboço da Agricultura em Guidões no antigamente IV LOUVORES DA TERRA PEDRA DO LAR Na primeira crónica, salientava a importância da pedra do lar, sem todavia especificar. Todos nós ignoramos a realidade da vivência no antigamente. Existem descrições idílicas desse passado recente, não descrevendo, fielmente, o homem e a casa, numa vivência indissociável. Algumas casas eram, por vezes, simples pardieiros, onde não havia paredes a separar as dependências, o chão era em terra batida e o telhado era, por vezes, de colmo ou de telhas de canudo à vista. Outros tinham casas um pouco mais confortáveis, onde existia a separação das divisões por tábuas, chão de soalho em madeira, com excepção da cozinha, que era em terra batida e o telhado era isolado com tecto em madeira, com excepção da cozinha sempre sem forro. As casas mais afortunadas eram sobradas, existindo no rés-do-chão a adega e o celeiro e, muito raramente, era corte do gado, e a cozinha era térrea. Alberto Sampaio descreve-nos os primórdios: “Aí, nessa cozinha térrea, sem chaminé, segundo o uso romano, passou-se, como se passa ainda, quase toda a vida do cultivador, de portas a dentro; aí tem velado os serões das longas noites de Inverno, e descansado as horas da sesta na força do Estio; aí dormiram as mulheres e as crianças enquanto não pode construir o sobrado, pois aos adultos masculinos bastava um ninho de palha nas barras, sobrepostas aos estábulos….”. Esta realidade descrita por Alberto Sampaio espelha o quanto foi penosa a colonização do nosso Entre Douro e Minho, mas também consolida a afirmação de que era na pedra do lar que se concebia a família e delineava a vivência quotidiana e o futuro. Tive a oportunidade de ver uma dessas cozinhas em terra batida, ainda com a pedra do lar e o trasfogueiro, em Guidões. Vamos conhecer o típico assento de lavoura, que era constituído pela casa, com a cozinha térrea, o rés-do-chão, cortes do gado ou a adega, o primeiro andar, sobrado, com a varanda ou varandim, acessível pela escada exterior, com os quartos e o salão, onde se guardavam as arcas. A cozinha, com chão em terra batida, tinha um enorme “lar” em pedra de granito com as panelas de três pés, o “trasfogueiro” ou “borralheira”, formado por uma pedra sobre o “lar”, criando um fosso entre este e a parede, onde se deitava a borralha e cinza, um banco grande de lado, telhado à vista e sem chaminé, mas com uma abertura para sair o fumo, mesa com bancos corridos, masseira, forno, banca e louceiro e, já nos finais do século XIX, o chão era de cimento e tinha uma chaminé a toda a largura cobrindo o lar e o forno, nas casas mais abastadas.

O telhado à mostra e a abertura no telhado a servir de chaminé ga ou a corte do gado, para aquecer a casa. As paredes eram em pedra, “mãe e filha”, rebocadas com saibro e cal, caiadas com uma faixa em óxido de ferro, uma porta grande, porta carreira, com ombreiras e padieira em granito à vista, igualmente nas janelas, pequenas, em formato de guilhotina, com portadas no interior, trancadas com uma barra em madeira e mais tarde em ferro, sendo as divisórias interiores feitas de madeira ou tabique (madeira ripada coberta com saibro e cal). Existindo gravado na porta carreira, na padieira, a era de construção nalguns casos as iniciais do nome do proprietário e alguns símbolos como a cruz de Cristo. No rés-do-chão existia pequenos postigos rectangulares, ao alto ou ao baixo, com uma grossa barra de ferro, que serviam para arejar ou observar quando batiam ao portão. A casa, com duas ou quatro águas, coberta a telha nacional (canudo), mais tarde com marselhesa, não havendo registos de cobertura de colmo. Importa realçar a casa com os aidos, frascal e coberto a formarem um quadrado ou rectângulo, virados para um terreiro, quinteiro, coberto muitas das vezes por uma ramada alta para fazer o ensombramento nas tardes de estio, “astrado” de mato, onde se despejava as águas ruças e se amontoava o mato para as cortes do gado. Quando não constituíam em rectângulo, este era formado por uma parede alta e com um portão aberto para a cortinha. A este conjunto chamava-se “cerrado”. A azáfama era tanta que só recolhiam já a noite dentro e recomeçavam ainda sem o romper da aurora, e o local onde passavam a maior parte do tempo era junto da lareira, principalmente no Inverno, quando abrandavam as tarefas. As casas dos chamados “cabaneiros” eram mais modestas e sobretudo térreas, com o chão em terra e as divisórias, por vezes, simples “farrapos”, a cama com uma enxerga

Pedra do lar, panela de três pés, trasfogueiro, vassoura de varrer o lar, masseira e o forno

Casa do Outeiro de Baixo, podendo observar-se a data na padieira e uma cruz ao centro

O primeiro andar ou sobrado, soalhado em madeira, era formado por uma sala grande com as arcas, os quartos pequenos onde cabia a cama e uma mesinha de cabeceira. Uma varanda corrida, coberta. O rés-do-chão era a ade-

de palha sobre umas tábuas ou um simples monte de palha, sem tecto, e as paredes não eram rebocadas, de pedras sobrepostas cheias de frestas, por onde entrava as agruras do tempo, algumas mais não eram do que simples par-

Casa do “Caibra”, observando-se a ramada a cobrir o quinteiro, o espigueiro e ao fundo as cortes e o alpendre dieiros. Com uma porta tosca e um ou dois postigos. Nesta promiscuidade se criaram gerações até aos nossos dias, vencendo epidemias e misérias, como a fome e o desconforto, cultivando cada palmo de terra disponível e criando os animais precisos para contrariar as aflições da vida. Fazia ainda parte do assento de lavoura a eira, situada num lugar desafogado e soalheiro, ladrilhadas em lousa (ardósia) ou em granito, com os bordos rematado com lancis de granito. A casa da eira, virada a sul, térrea ou com rés-do-chão e o primeiro andar com portas largas, abertas para fora ou para dentro, estas penduradas na padieira. O primeiro andar, na casa da eira, surge quando apareceu a debulhadeira, facilitando o descarregar na tremonha da malhadeira as espigas que se amontoavam para secar. O espigueiro era muito rudimentar, ao contrário de outras regiões, feitos de madeira ripada, mais tarde em rede. Os alpendres, frascal e os cobertos, construções primárias, eram essenciais para o abrigo de palhas, lenha, animais, alfaias, etc. As edificações foram evoluindo, aparecendo já no século XIX casas mais abastadas como a do Capitão, no Cerro, entre outras, existindo dessa época duas casas de “Torna-viagem”, característica de emigrante no Brasil, com as águas furtadas e imponentes que permitiam vislumbrar o horizonte, de estilo apalaçado. Desta descrição, muito genérica, fica vincada a importância da cozinha, porque era aí que as mulheres cozinhavam, coziam o pão, se lavavam, criavam os filhos, fiavam, oravam, partilhavam e se amavam. Os homens descansavam seus corpos martirizados pelo trabalho nos bancos em redor da lareira, se deleitavam nas noites longas de Inverno com a malga do caldo e do vinho aquecida na pedra do lar, oravam, partilhavam com os filhos os saberes que gerações anteriores lhe transmitiram e traçavam o futuro. Essa dependência muito escura, pois tinha, por vezes, um simples postigo e a porta era de duas metades, para arejar, mais não era do que coração da família. Os quartos eram exíguos pois só serviam para dormirem escassas horas. A sala era de dimensões razoáveis pa ra acol her, em dias solenes, a família. Desta si m biose, homem, casa e família, se criaram gerações, se formaram novas famílias e, sobretudo, se aprendeu a respeitar e amar a vida como um todo. José Manuel da Silva Cunha


3 de junho de 2021

O NOTÍCIAS DA TROFA

Necrologia Ribeirão - VNFamalicão Rosa da Cunha Oliveira Faleceu no dia 21 de Maio com 91 anos. Viúva de António Gomes de Araújo Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Lousado - VNFamalicão Maria Fernanda Silva Maia Faleceu no dia 21 de Maio com 89 anos. Viúva de Manuel Cândido Moreira Maia Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

S. Martinho de Bougado Norberta Ferreira de Azevedo Faleceu no dia 30 de Maio com 73 anos. Agência Funerária Trofense, Lda

S. Martinho de Bougado Ambolinda da Costa Pereira Faleceu no dia 30 de Maio com 88 anos. Viúva de Serafim de Sousa Diniz Agência Funerária Trofense, Lda

Lousado - VNFamalicão João de Sousa Magalhães Faleceu no dia 31 de Maio com 87 anos. Casado com Camila do Maciel

Farmácias Dia 3 Farmácia Ribeirão Dia 4 Farmácia Nova Dia 5 Farmácia Moreira Padrão Dia 6 Farmácia Ribeirão Dia 7 Farmácia Trofense Dia 8 Farmácia Barreto Dia 9 Farmácia Nova Dia 10 Farmácia Trofense Dia 11 Farmácia Ribeirão Dia 12 Farmácia Trofense Dia 13 Farmácia Barreto Dia 14 Farmácia Nova Dia 15 Farmácia Moreira Padrão Dia 16 Farmácia Ribeirão Dia 17 Farmácia Trofense

Sudoku

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Atualidade *

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7 diferenças

Agência Funerária Trofense, Lda

Lousado - VNFamalicão Emília da Costa Martins Faleceu no dia 30 de Maio com 93 anos. Viúva de José da Costa Veloso Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700 GNR da Trofa 252 499 180 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520 Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060

Enigma Quatro amigos devem atravessar uma frágil ponte de madeira à noite e é indispensável usar uma lanterna. A ponte somente pode suportar o peso de 2 pessoas e os amigos possuem apenas uma lanterna. Camila demora 8 minutos para atravessar, Manolo demora 4 minutos, Carlos demora 2 e Romero 1 minuto. Como devem fazer para chegar ao outro lado, os 4, em apenas 15 minutos?

Soluções da edição passada Sudoku

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Enigma

Comparar 9 bolas quaisquer com outras 9 e deixar as nove restantes na caixa. Se a balança se equilibra, a bola mais pesada estará entre as nove bolas que ficaram na caixa, se não, estará entre as 9 do prato que mais pesou. Divide-se em 3 grupos de 3 esse conjunto e repete-se a operação. Dessa forma, com duas pesadas ter-se-á isolado a bola mais pesada de um grupo de 3 bolas. Ao repetir a operação uma terceira vez, consegue-se isolar a bola mais pesada das outras.

F icha T écnica Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: We do com unipessoal, Lda. Redação: Magda Machado de Araújo Colaboradores: Atanagildo Lobo, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Magda Araújo | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda., Rua de S, Brás, n.º 1 Gualtar, Braga| Assinatura anual: Continente: 18,50 euros; Extra europa: 45 euros; Europa: 35 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,70 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: We do com unipessoal, Lda. NIF.: 506 529 002 Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 100 % do capital: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.


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O NOTÍCIAS DA TROFA

Religião

As paróquias de Santiago e S. Martinho de Bougado voltaram a assinalar o encerramento do Mês de Maria, com um “drive-in”. Esta segunda-feira, dia 31, depois da peregrinação, os fiéis foram desafiados a integrar “uma caravana automóvel” desde as igrejas paroquiais de Santiago e S. Martinho até ao recinto da feira, onde se reuniram para a recitação do terço, bênção e o cântico do adeus. Sem saírem dos veículos, assistiram à cerimónia, que marca o fim das celebrações marianas.

3 de junho de 2021


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