O Notícias da Trofa nº748

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Quinzenário | 9 de setembro de 2021 | Nº 748 Ano 18 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €

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Ex-presidente do Trofense confessa ter usado dinheiro da Câmara no futebol profissional //PÁG. 8

Rodrigo Reis candidato do PAN à Câmara da Trofa

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Apreendidas armas e mais de 70 munições em caso de violência doméstica pub


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9 de setembro de 2021

Atualidade

Mais de 4 mil alunos iniciam aulas a 20 de setembro A 20 de setembro é dado o arranque oficial do ano letivo 2021/2022, no concelho da Trofa. Ao todo, são 4026 as crianças e jovens que iniciam as aulas, desde o pré-escolar ao ensino secundário, em todo o território do concelho. Antes, no dia 17, é feita a receção aos alunos nos dois agrupamentos de escolas, com atenção especial para aqueles que começam uma nova etapa, nomeadamente novos ciclo de ensino ou mudança de estabelecimento. Relativamente às condicionantes que a Covid-19 ainda provoca, há já experiência adquirida do ano letivo passado, pelo A s maiores dificuldades prendem- se com o número de alunos por turma que as principais medidas adotadas manter-se-ão. No Agrupa- “evitar grandes concentrações nos das salas no 2.º e 3.º ciclo do enmento de Escolas do Coronado intervalos, pausas para refeições sino básico e do ensino secundáe Castro, “além das medidas ge- e acesso aos serviços internos”. rio. Apesar de os alunos terem em rais de prevenção de contágio”, Nestas escolas, foi ainda feito cada escola circuitos definidos e como a utilização de máscara pe- um esforço para atribuir salas fi- espaços próprios para cada turlos adultos e pelos alunos a par- xas a cada turma, mas há obstácu- ma no recreio, é muito difícil fatir do 5.º ano e facultativa para o los difíceis de ultrapassar, como zer o seu controlo. Com a neces1.º ciclo, higienização das mãos, testemunha Renato Carneiro: “As sidade de implementar todas esetiqueta respiratória, distancia- principais dificuldades para cum- tas medidas e considerando, ainmento físico, arejamento de es- prir as determinações das autori- da, a necessidade de reforço da paços e reforço na limpeza e de- dades de saúde prendem-se, es- limpeza e desinfeção das salas e sinfeção das salas e das escolas”, sencialmente, com o número de das escolas, constata-se uma falestarão em vigor outras regras. alunos por turma e o tamanho ta de funcionários com perfil adeEstão definidos “circuitos de entrada e saída nos recintos escolares”, assim como foi imposta limitação de acesso às instalações escolares a alunos e trabalhadores docentes e não docentes. “O atendimento a pais e encarregados de educação é, preferencialmente, realizado, por telefone, e-mail e/ou por videoconferência”, explicou Renato Carneiro, diretor do Agrupamento. Os horários nas escolas de 2.º e 3.º ciclo e secundário, tal como no Agrupamento da Trofa, foram definidos para “minimizar os contactos entre grupos de alunos” e

quado para o desempenho destas funções”. Quanto às Atividades de Enriquecimento Curricular e contratação de profissionais, os diretores garantem que o processo estará concluído no início do ano letivo. No Agrupamento da Trofa, refere o diretor Paulino Macedo, o Ensino do Inglês foi substituído por Atividade Lúdico Expressiva. Já no que respeita a pessoal não docente, “o número de profissionais em exercício de funções nas nossas escolas preenche o rácio da Portaria n.º 245-A/2020, de 16 de outubro”. “Para colmatar eventuais dificuldades que a Portaria não soluciona, a Câmara Municipal está a colocar pessoas em situação de desemprego (Contratos de Emprego e Inserção)”, detalhou Paulino Macedo. No Agrupamento de Escolas do Coronado e Castro assiste-se ao mesmo cenário. “Algumas faltas devido à caducidade de contratos anteriores está a ser providenciada pela Câmara Municipal da Trofa”, referiu Renato Carneiro.

Agrupamento de Escolas do Coronado e Castro Pré-escolar: 301 alunos 1.º ciclo: 492 alunos 2.º ciclo: 274 alunos 3.º ciclo: 400 alunos Secundário: 107 alunos Total: 1574 Agrupamento de Escolas da Trofa Pré-escolar: 328 alunos 1.º Ciclo: 596 alunos 2.º Ciclo: 337 alunos 3.º Ciclo: 559 alunos; Secundário (regular): 398 alunos Secundário (profissional): 170 alunos Curso de Educação e Formação (1 turma): 15 alunos Curso Educação e Formação de Adultos (2 turmas): 34 alunos 1 Turma de Português Língua de Acolhimento – 17 alunos Total: 2452


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Atualidade

GNR recupera peças em ouro e prata furtadas em residência

GNR apreende armas e mais de 70 munições em caso de violência doméstica A Guarda Nacional Republicana, através do Núcleo de Investigação a Vítimas Específicas (NIAVE) de Guimarães e com o apoio dos militares dos postos territoriais da Trofa e Vila Nova de Famalicão, apreendeu duas armas e mais de 70 munições a um homem indiciado da prática de violência doméstica. A apreensão decorreu a 2 de setembro, após os militares apurarem que “o suspeito infligiu agressões, injúrias e ameaças contra a vítima, sua ex-companheira de 60 anos, e que era detentor de armas”. “Após diligências policiais, foi dado cumprimento a quatro mandados de busca, duas domiciliárias e duas em veículos, nos concelhos de Vila Nova Famalicão e Trofa”, detalhou a Guarda, em comunicado. O indivíduo, de 61 anos, foi constituído arguido e os factos foram remetidos ao Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão.

Diversas peças em ouro e prata furtadas foram recuperadas pelo Núcleo de Investigação Criminal (NIC) do Destacamento Territorial de Santo Tirso e com o apoio da GNR da Trofa, no domingo, dia 5 de setembro, na rua de Sena, em Santiago de Bougado. “No âmbito de uma denúncia de

que dois suspeitos estariam a tentar entrar para uma residência, os militares da Guarda deslocaram-se de imediato ao local, onde abordaram e identificaram um dos suspeitos nas imediações da mesma. No seguimento da ação policial, foi efetuada uma busca em veículo, onde foi possível

recuperar e apreender diversas peças em ouro e prata, resultando também na apreensão do veículo”, documentou a Guarda, em comunicado. O suspeito, de 51 anos, foi detido e constituído arguido, tendo os factos sido remetidos para o Tribunal Judicial de Santo Tirso.


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Mulher colhida na passadeira no centro da cidade Uma mulher, com cerca de 50 anos, ficou ferida na sequência de um atropelamento na passadeira junto à entrada do Parque Nossa Senhora das Dores, na Rua D. Pedro V, ao início da tarde de sexta-feira, dia 3 de setembro. O alerta aos Bombeiros Voluntários da Trofa chegou às 14h20 e para o local a corporação mobilizou uma ambulância e dois operacionais. Depois de socorrida, a mulher, com ferimentos considerados leves, foi transportada para a unidade de Vila Nova de Famalicão do Centro Hospitalar do Médio Ave No local estiveram ainda dois militares da Guarda Nacional Republicana, a registar a ocorrência.

Vítima foi transportada para a unidade de Vila Nova de Famalicão do CHMA

ASAE apreende 300 mil artigos falsificados em operação com buscas na Trofa Na sequência de várias ações de investigação centralizadas em unidades fabris, visando alegados crimes de contrafação e ocultação de artigos falsificados, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) desenvolveu diligências na Trofa, um dos concelhos onde foi dado cumprimento aos 11 mandados de busca domiciliária, 20 mandados de busca não domiciliária (incluindo fábricas e veículos) e seis mandados de pesquisa digital a suportes informáticos. Em comunicado, a ASAE deu conta que

as ações também tiveram lugar em Esposende, Fafe, Felgueiras, Póvoa de Varzim e Vila do Conde. Nove pessoas foram constituídas arguidas, estando sujeitas a termo de identidade e residência. “A investigação envolveu também o crime de fraude sobre mercadorias (a produção e venda de produtos falsificados, fazendo-os passar por autênticos), já que os artigos têxteis saíam da fábrica, já finalizados e embalados, ostentando marcas internacionais registadas e com etiquetas de 'Made in Portugal', com preço de venda ao

público com montantes similares aos produtos originais, tendo como destino, maioritariamente, o mercado espanhol”, detalha aquela autoridade. Segundo a ASAE, outro dos ângulos da investigação incidiu sobre a “tendência crescente da contrafação como crime precedente de branqueamento de capitais”, resultando na apreensão, em duas residências dos responsáveis por unidades fabris, 277.110 euros em numerário, por suspeita de resultarem da venda de produtos da atividade criminosa, bem como de constituí-

rem forte evidência de fraude fiscal. No final da operação, contabilizou-se a apreensão de cerca de 300 mil artigos falsificados, entre vestuário, calçado, acessórios e etiquetas, cujo valor patrimonial está avaliado em 406 mil euros e, ainda, 14 máquinas industriais, avaliadas em 10.500 euros. Desta ação resultou também a apreensão de produto estupefaciente, nomeadamente 17,65 gramas de canábis e dois selos por suspeita de conterem LSD.

Bombeiros agredidos quando prestavam socorro Dois elementos dos Bombeiros dos Voluntários da Trofa foram agredidos por um homem a quem estavam a prestar assistência, na Rua António Adão, perto do quartel. O incidente aconteceu na noite de 13 de agosto. Cerca das 20h00, na sequência de um caso de violência doméstica, a Guarda Nacional Republicana deu o alerta à corporação, que se deslocou para o local com uma ambulância e dois operacionais. Segundo Rui Ferreira, adjunto de comando dos BV Trofa, “depois de terem prestado assistência a um cidadão de nacionali-

dade estrangeira, quando lhe pediram os documentos de identificação, o indivíduo tornou-se violento, tentou fugir da ambulância e agrediu os bombeiros”. “Foi necessário pedir reforço da GNR, tendo mesmo vindo elementos do Corpo de Intervenção”, acrescentou. O indivíduo foi levado pela GNR para o posto da Trofa para identificação. Os dois bombeiros, um chefe e um sub-chefe, necessitaram de tratamento hospitalar e foram transportados para a unidade de Famalicão do Centro Hospitalar do Médio Ave.

As movimentações dos suspeitos deram nas vistas e alertaram populares, que se apressaram a fazer denúncia à Guarda Nacional Republicana, cerca das 04h00 do dia 27 de agosto. Os militares deslocaram-se para local indicado, na freguesia do Muro, e surpreenderam dois homens, de 24 e 46 anos, em flagrante delito, a furtar o interior de uma viatu-

ra automóvel. Durante as diligências, os guardas apreenderam um veículo, assim como uma arma de fogo, seis munições, diversos pares de óculos de sol e material associado à prática de furtos. Depois de detidos, os suspeitos foram presentes a primeiro interrogatório, no Tribunal de Santo Tirso, para aplicação das medidas de coação.

Colisão na EN 104 Detidos em flagrante a assaltar provoca três feridos Uma colisão entre duas viaturas ligeiras provocou três feridos, na tarde de 28 de agosto, na Estrada Nacional 104, perto da Cêpa, Abelheira, S. Martinho de Bougado. O alerta foi dado cerca das 18 horas e para o local os Bombeiros Voluntários da Trofa mobilizaram 12 operacionais, apoia-

dos por cinco viaturas. Dois homens e uma mulher sofreram ferimentos e foram encaminhados para a unidade de Vila Nova de Famalicão do Centro Hospitalar do Médio Ave. A via esteve cortada mais de uma hora. A GNR da Trofa registou a ocorrência.


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Atualidade Julgamento processo Trofense

Ex-presidente do Trofense confessa ter usado dinheiro da Câmara no futebol profissional Depois de ter sido adiado por três vezes, o julgamento do processo de desvio de verbas camarárias destinadas ao departamento de formação do Clube Desportivo Trofense (CDT) começou na segunda-feira, nos Bombeiros de Valadares, em Vila Nova de Gaia, com o vereador Renato Pinto Ribeiro, um dos sete arguidos, a negar todas as acusações do Ministério Público (MP). Paulo Melro, ex-presidente do clube é outro dos principais arguidos e está acusado, entre outros crimes, de fraude na obtenção e desvio de subsídio. Numa longa declaração, Renato Pinto Ribeiro, autarca do CDS eleiContrato -programa foi assinado no Be L ive de 2014 to pela coligação Unidos pela Trofa (liderada pelo PSD) declinou técnicos dizem respeito”, escla- o pagamento”. qualquer responsabilidade so- receu o arguido, que explicou “Não vi fatura nenhuma” bre a fiscalização da aplicação das ter dado seguimento ao procesO autarca assegurou ainda que verbas e afirmou que apenas to- so “com base em pareceres técnimou a “decisão política” de apro- cos”. “Os técnicos é que auxiliam, não passaram por ele as faturas var, em 2014, o estabelecimento muitas vezes, as decisões dos po- que teriam de ser apresentadas de um contrato-programa de de- líticos”, justificou, argumentando pelo CDT para comprovar a reasenvolvimento desportivo com o ser-lhe “humanamente impossí- lização das obras no Complexo de Trofense (que, à data, passava por vel” verificar o cumprimento de Paradela, afeto à formação. “Não apertos financeiros). O subsídio, todos os protocolos que valida, vi fatura nenhuma”, afirmou Reque totalizava 135 mil euros, se- pelo que declarou manter “com- nato Pinto Ribeiro, que assumiu, ria pago em tranches e distribuído pletamente” a confiança nos pro- no entanto, ter visitado aquele recinto e ter sido “confrontado com por duas áreas, ficando 75 mil eu- fissionais que o assessoram. ros destinados a apoiar atividades Renato Pinto Ribeiro ressalvou, melhorias”. Também o chefe da regulares da formação e 60 mil contudo, que o facto de ter despa- Divisão de Desporto, Artur Costa, para obras de conservação e ma- chado favoravelmente a informa- igualmente arguido no processo, nutenção do Complexo Desporti- ção não se traduz num pagamento depôs no mesmo sentido, durante vo de Paradela, o qual, de acordo imediato, porque “o processo vai a manhã de segunda-feira. “Que com a acusação do MP, não foi alvo para a Divisão Financeira, que vai vi obra no Complexo Desportivo de intervenções nesse valor, ten- ver se ele está bem instruído. En- de Paradela, vi. Se me pergundo o dinheiro municipal sido ale- viar para a Financeira não consti- tar se corresponde aos 60 mil eugadamente desviado para o fute- tui ordem de pagamento”, porque ros, não sei”, testemunhou o técbol profissional, sendo apresenta- a informação tem de ser depois nico, que, confrontado com uma das faturas falsas para comprovar “validada pelo vereador com o pe- questão do coletivo de juízes soa aplicação das verbas e continuar louro das finanças, que é o vice- bre uma fatura de 6150 euros rea receber as prestações. -presidente António Azevedo [não lativa a obras no estádio do Tro“Os factos que me são imputados é arguido no processo] ou, na au- fense, alegou que “o departamensão falsos. Nunca agi com o intui- sência deste, o presidente da Câ- to de formação também trabalha to de prejudicar o Município da mara Sérgio Humberto, é teste- no estádio”. “Parti do princípio da boa-fé, e Trofa”, garantiu Renato Pinto Ri- munha no processo, para emitir beiro, que está acusado de abuso de poderes. “Nunca houve desvio de conduta da minha parte ou de qualquer técnico neste processo”, sublinhou o autarca, que no depoimento fez questão de “esclarecer o que são competências técnicas e políticas e poder de fiscalização”. Ordem de pagamento é do presidente ou do vice “Não há vereador nenhum que ande a fiscalizar seja o que for. Isso são questões técnicas, e aos

achei que estava tudo direito”, alegou Artur Costa, assumindo que não foi efetuada fiscalização à aplicação das verbas que foram sendo transferidas para o CDT entre 2014 e 2015. “Limitei-me a fazer o que estava a ser feito até ali, porque só tinha dois dias de casa. Fui nomeado chefe de Divisão a 1 de junho de 2014, e uma das primeiras informações que foi feita na Divisão que eu chefiava foi o subsídio do Trofense”, recordou Artur Costa, afirmando que “estava muito seguro do que estava a fazer”. “Estou certo de que o que os técnicos fizeram foi semelhante a situações de anos anteriores de processos idênticos de atribuição de subsídios. Era chapa cinco. Os procedimentos foram exatamente iguais aos que existiam no Município da Trofa”, confirmou Renato Pinto Ribeiro. Depois de ouvir o depoimento de réus e testemunhas, ao terceiro dia de audiência, o ex-presidente do Trofense Paulo Melro mudou de ideias e resolver falar na audiência de julgamento. Mes-

mo sem ter sido questionado e depois de uma breve alusão à forma como entrou no CD Trofense, “por vezes tive de usar verbas do clube para pagar verbas da SDUQ. Interrompido pela Juiz presidente e questionado se usou verbas do contrato programa o ex-presidente disse que “parte do dinheiro ficou no clube”, não conseguindo precisar quanto foi utilizado no futebol profissional. Outro elemento do coletivo de Juizes questionou Paulo Melro se parte do dinheiro do protocolo foi gasto em pagamento de salários, a fornecedores e a prestadores de serviços do futebol profissional. Melro confirmou que sim e precisou que “20 mil euros foram pagos em dinheiro ao Dr. Rui Silva por um empréstimo que fez ao Trofense” durante a época 2013/2014. “Na minha perspetiva estava a fazer uma gestão correta. Movimentava dinheiro do clube para a SDUQ e por vezes também em sentido contrário. Sabia que estava a movimentar verbas do contrato programa”. O dirigente desportivo afirmou ainda que fez fé” na informação que foi prestada pelos elementos do departamento de formação que fizeram chegar as faturas, acreditando que as obras tinham sido executadas”. Reconheceu que ele próprio não fiscalizou a execução da obra assim como confirmou que a câmara municipal também não fiscalizou, acrescentando que Artur Costa- Chefe de Divisão da CMT esteve lá (no complexo de Paradela) institucionalmente a representar a câmara municipal, mas não esteve a fiscalizar”. Hermano Martins com LUSA


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Atualidade

Grupo Cerealis vendido a duas sociedades de investimento O grupo Cerealis, empresa de moagem de cereais, produção de massas alimentícias, bolachas e flocos de cereais com fábrica na Trofa, foi vendida pelas famílias Amorim e Lage às sociedades de investimentos Tangor Capital e Teak Capital. Mantendo-se “100 por cento portuguesa”, a empresa informou a Autoridade da Concorrência da operação de venda às famílias Moreira da Silva e Silva Domingues, detentoras das sociedades de investimentos nos setores industriais, financeiro, imo-

biliário, da educação e da saúde (este último apenas aplicável à Teak Capital). Fundada em 1919 e gerida por três gerações das famílias Amorim e Lage, a Cerealis conta ainda com unidades fabris na Maia, Porto, Coimbra e Lisboa, detendo marcas como Milaneza, Nacional, Harmonia e Concordia. Além da produção, também se ocupa do comércio, distribuição, exportação e importação de cereais e produtos derivados, além de serviços no âmbito da comercialização e

distribuição daqueles produtos. A Cerealis conta ainda com um terço das participações da Europasta, empresa de massas alimentícias com sede na República Checa. Em julho de 2018, a empresa anunciou o investimento de sete milhões de euros para a ampliação da fábrica da Trofa, que ganhou uma linha de barra de cereais e automatização das linhas de embalamento de cereais de pequeno-almoço.

Torres & Cunha promove formação sobre caixas de velocidade automáticas A empresa trofense Torres & Cunha promove, a 19 de novembro, uma formação presencial em manutenção de caixas de velocidade automáticas. Numa ação dinamizada em conjunto com a Polivapor, a retalhista de peças

auto pretende “explicar o funcionamento destas caixas, mas também realizar operações de manutenção nas caixas de velocidades automáticas e robotizadas”. A formação, que se realiza nas instalações da Torres & Cunha, é

destinada a técnicos de reparação e manutenção automóvel em caixas de velocidade automáticas e as inscrições podem ser feitas através de telefone, para o número 252 409 530, ou de email, para o endereço geral@torrescunha.pt.

Pedro Caldeira Cabral em concerto na Capela da Senhora das Dores O compositor português e insPedro Caldeira Cabral é autor mónio cultural local, material e trumentista de guitarra portu- de um grande número de peças imaterial", com "performances guesa Pedro Caldeira Cabral vai para Guitarra Portuguesa, como artísticas, visitas a espaços assoatuar na Capela Nossa Senhora "Baile das Meninas", "Baile dos Ca- ciados às tradições e aos saberesdas Dores a 10 de setembro, às rêtos", "Balada da Oliveira", "Can- -fazer locais orientados por mem21h00. ção", "Canto da Mulher de Pedra", bros da comunidade, circuitos de O concerto insere-se na iniciati- "Cantos da Lua", "Contraponto I", jogos tradicionais portugueses va Sons no Património, da chance- "Dança das Sombras", "Improviso pensados para famílias alargadas, la da Área Metropolitana do Porto, à Partida", "Jogo de Sons", "Toa- projeção de documentários sobre que se realiza em 17 municípios. da de Lisboa", "Variações sobre o património cultural imaterial de A entrada é livre, mas a marcação o Fado Alberto" e "Variações so- cada concelho e os seus protagoé obrigatória, através do e-mail bre o Fado Varella". nistas, entre muitas outras ativipatrimoniocultural@mun-trofa. O Sons no Património está inse- dades, que consigam propor nopt. Os bilhetes devem ser levan- rido no projeto MATER17, da AMP vas formas de olhar e valorizar o tados, presencialmente, na Casa e financiado pelo Norte2020, que património cultural do território", da Cultura da Trofa, até às 17h00 dará à área metropolitana "17 dias explicou a entidade promotora. do dia do concerto. de atividades em torno do patri-

Correio do leitor

Novas pontes para a Trofa A Trofa é um território de amplas oportunidades e parte deste potencial reside na nossa proximidade e centralidade. Estamos próximos de porto e aeroporto, somos atravessados por auto-estrada e caminhos de ferro e rodeados por algumas das mais importantes zonas industriais do Norte. Somos centrais nessa importantíssima “cidade” portuguesa que vai do Porto até Braga ou dessa “euro-cidade” que liga Aveiro a Vigo. Não perceber que a forma como nos ligamos aos outros é central no nosso progresso é não perceber nada sobre o futuro da nossa terra. Outra parte do nosso potencial reside naquilo que somos. O nosso território tem em si a vida da costureira e do torneiro mecânico, do agricultor e do produtor de leite, do jovem que emigrou, de tantos que já voltaram depois de vidas na Alemanha, França ou Venezuela. Somos o produto daqueles que todos os dias vão e vêm para trabalhar e dos pequenos empresários que têm a sua mercearia, a sua confeção e o seu negócio. E dos empresários que empreenderam empresas históricas, entre as maiores do país nas suas áreas. Uma história de trabalho e trabalhadores. Muitos que continuam mal pagos e a viver uma vida pobre mesmo trabalhando muito e trabalhando bem. A Trofa não deixou de ser uma terra de gente de trabalho que continua pobre e falta-nos fazer algo para mudar isso. É necessário aproximar pessoas diferentes, muitas vezes ideologicamente diferentes, para concretizar o nosso potencial. É muito mais o que nos liga do que aquilo que nos separa. O atual poder autárquico termina agora um percurso autárquico de 8 anos. Tiveram tempo para fazer algumas coisas bem e para cometer erros e tiveram receitas de impostos excecionais. E este contexto não é ignorável. É difícil ter orgulho num mandato marcado pelo conflito. Concretizar o nosso potencial depende da formo com nos ligamos. E nos últimos anos afastamo-nos. Os conflitos entre a nossa autarquia e o governo, o parlamento, com os partidos, com outros presidentes da câmara, com as entidades regionais, com diversas entidades públicas, foram evidentes, públicos e feios. Que orgulho sobra no conflito pueril e na birra inconsequente? Que orgulho fica na vontade de instalação de um novo aterro sanitário em Covelas contra tudo e todos? Quem se orgulha da esmagadora derrapagem financeira nas obras dos paços do concelho? Um novo mandato do atual poder autárquico traria o reforço da postura birrenta e conflituosa face às já visíveis disputas de sucessão e ao desviar de prioridades dos membros do executivo para a sua carreira política. O esgotamento e o cansaço que se verificam na atual equipa mostram a necessidade de dar novo fôlego à liderança autárquica da Trofa. Acredito que o Amadeu Dias é esse novo fôlego e saberá captar o potencial da Trofa. Quem acompanha a sua carreira política há quase duas décadas não deixa de notar a sua responsabilidade, energia e maturidade. Associando estas características a um sentido de serviço, de ambição coletiva e de pertença à comunidade exemplares. No seu percurso geriu bem o Partido Socialista da Trofa, mantendo-o coeso e interventivo. Conseguindo juntar uma equipa de qualidade à vereação e às juntas de freguesia. Demonstrou ser um homem de pontes e de diálogo, junto do governo e das instituições públicas. Sabe ouvir e sabe construir aproximando pessoas de diferentes proveniências e ideologias. E é um bom retrato de uma história trofense. É alguém que percebe e que está próximo da realidade de cada trabalhador trofense e que, em cada atitude ou desígnio, não esquece a necessidade de defender os direitos de quem trabalha, de quem estuda e dos que trabalharam uma vida inteira. Estou convicto que governará construindo as pontes que mais importam: as que aproximam os trofenses. Marco Ferreira


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Acessibilidades

Governo autoriza despesa de 8 milhões na nova ligação da variante à EN14 Oito milhões de euros é o valor global autorizado pelo Governo para a construção da variante à EN14, que ligará a Trofa a Vila Nova de Famalicão, entre a estação ferroviária e Santana, incluindo a nova ponte sobre o Rio Ave. Milhares de veículos passarão a percorrer a Avenida 19 de novembro, em pleno coração e zona residencial da cidade. De acordo com o despacho publicado a 2 de setembro em Diário da República e assinado pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, está autorizada a execução plurianual de oito milhões de euros, entre 2022 a 2024 ,sendo que para o primeiro ano está alocado o menor montante: 457.143 euros. O maior montante está autorizado para 2023, ano em que a empresa estatal Infraestruturas de Portugal (IP), responsável pela empreitada, poderá utilizar 4,7 milhões de euros. Para 2024, está autorizada a despesa de 2,4 milhões de euros. Esta fase da obra da variante à EN14 será executada ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que vai utilizar fundos oriundos da chamada “bazuca”. Este investimento surge, segundo o primeiro-ministro, António Costa, com o objetivo de reduzir “custos de contexto” ao tecido empresarial. Reconhecendo que a necessidade da variante à EN14 é “crítica”, o governante anunciou uma intervenção no sentido de melhorar esta acessibilidade. “Já vimos, sucessivas vezes, todo o mundo empresarial a protestar contra o estado em que está a Estrada Nacional 14, a Continental é uma das aliadas mais vocais, reclamando o estado em que se encontra essa infraestrutura que vamos fazer”, referiu o primeiro-ministro, aquando da apresentação do documento final do PRR, a 16 de abril. Este investimento estava no pacote de “investimento direto nas empresas”, constante do PRR, com valor estimado de 4909 milhões de euros. No documento da consulta pública do PRR, era possível verificar que o projeto da variante à EN14 estava inserida no pacote “Missing links e Aumento de capacidade da Rede”, cujo investimento estava estimado em 362,9 milhões de euros e incluía outras 15 obras.

Variante vai “despejar” centenas de camiões na Avenida 19 de Novembro A 23 de outubro de 2020, foi lançado o concurso público para a execução da 2.ª fase da variante à Estrada Nacional 14, entre a Via Diagonal, na Maia, cuja requalificação ficou concluída em dezembro, e o interface rodoferroviário da Trofa (estação de caminhos de ferro da Trofa). Nesta empreitada, será feita uma nova ligação entre a Maia e a Trofa, num troço que ronda os dez quilómetros, que se apresentará em perfil 1×1. A obra contempla a criação de três ligações à rede local, através da Estrada Nacional 318, junto das zonas industriais do Soeiro e da Carriça, através da Estrada Nacional 14, em Lantemil, e através da rotunda existente EN14, que irá permitir a ligação da Variante ao Interface Rodoferroviário da Trofa e a sua continuidade para norte, através da Avenida 19 de Novembro (junto o Vale de S. Roque (472 metros). Ao Porto Canal o presidente da à estação), em pleno coração urbano de S. Martinho de Bougado, autarquia da Trofa, Sérgio Humpor onde deverão circular cen- berto, considera a EN14 uma estenas de camiões e outros veícu- trada fundamental, pois “tem 50 los e milhares de viaturas ligei- mil veículos diários e vai esta ras que diariamente usam a EN14 obra permitir descongestioná-la”. Por seu lado, o edil de Famapara se deslocarem, transferindo o problema para a também mui- licão Paulo Cunha mostra-se sato congestionada EN104 que liga tisfeito com a empreitada, pois a Trofa a Santo Tirso e para jun- “vai permitir a instalação de muito da EB 2/3 Professor Napoleão tas empresas” e critica o facto de Sousa Marques, zona que serve “termos de passar por uma pancentenas de famílias que vivem demia para que o Governo deciem habitações multifamiliares disse avançar com a obra”, frisou. A ligação entre Santana e Trofa naquela artéria que será transcontempla a construção da nova formada em variante. Este troço contempla a criação ponte sobre o Rio Ave, construíde uma ponte sobre o Rio Trofa da na zona de Carqueijoso, ligei(750 metros), e dos viadutos so- ramente a norte do Hospital da bre a Ribeira do Arquinho (374 Trofa, a cerca de um quilómetro metros), de Vilares (264 metros), a montante da atual ponte sobre o das Covas (180 metros) e sobre Rio Ave na EN14. O tabuleiro des-

ta nova ponte terá uma extensão de 163 metros. “Com um investimento associado de oito milhões de euros para uma extensão de 2,4 quilómetros, tem por objetivo eliminar os constrangimentos no atravessamento do centro urbano da Trofa e da travessia do Rio Ave, através da construção de uma nova ponte na sua zona mais estreita, melhorar as acessibilidades ao Hospital da Trofa e à Estação de caminho-de-ferro, diminuir os tempos de percurso para o tráfego com destino ao tecido industrial e comercial existente implantado nas margens do rio e reabilitar as margens do Rio Ave”, detalha a IP. Segundo esta entidade, “o investimento neste corredor é prioritário, tendo em conta a necessidade de solucionar os proble-

mas de fluidez de tráfego, mas também para possibilitar a concretização de três grandes objetivos”, a saber: “aproximar a indústria aos eixos que constituem a malha fundamental para o transporte de pessoas e mercadorias, tendo como foco a rede de autoestradas que caracteriza a envolvente (A3, A7 e A28)”; “potenciar a zona de influência do Aeroporto Sá Carneiro e do Porto de Leixões” e “melhorar a articulação com as infraestruturas ferroviárias”. Recorde-se que está já concluída a fase da obra no concelho de Vila Nova de Famalicão, que visou requalificação e apetrechamento de quatro quilómetros da Estrada Nacional, num investimento de 3,2 milhões de euros. Já no território da Maia, a empreitada entre o Nó do Jumbo e a Via Diagonal encontra-se concluída, numa extensão de 1,8 quilómetros. “As intervenções no corredor da EN14 entre Maia e Vila Nova de Famalicão visam melhorar as condições de segurança e acessibilidade numa zona densamente povoada e com grande dinâmica empresarial, mas fortemente condicionada pelo elevado grau de congestionamento e pressão marginal que caraterizam a atual Estrada Nacional”, sublinha a IP.


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9 de setembro de 2021

Política

Rodrigo Reis é o primeiro candidato do PAN à Câmara da Trofa Pela primeira vez, o PAN – Pessoais-Animais-Natureza – apresenta uma candidatura à Câmara Municipal da Trofa. Rodrigo Reis, 20 anos, vegano, pelos animais e pelo planeta, é o cabeça de lista à autarquia, e também à Assembleia Municipal, e já definiu como objetivo mínimo a eleição de um deputado municipal para conseguir que o partido tenha representação no órgão deliberativo. Ainda sem ter promovido uma ação pública de campanha de apresentação dos candidatos, a concelhia do partido preferiu as redes sociais para o primeiro contacto com o eleitorado, publicando um vídeo que começa com intervenções da porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, e da líder parlamentar, Bebiana Cunha. “O PAN pode fazer diferença se conseguir mais representação nas autarquias locais, como sei que assim acontecerá no concelho da Trofa. É urgente darmos voz ao planeta, aos animais e à causa social e humana que até aqui têm ficado para trás”, referiu Inês Sousa Real, que elege como “centro das preocupações das políticas autárquicas” a mobilidade suave, a habitação, a proteção animal e do arvoredo e a eficiência energética”. E é por esse caminho que Rodrigo Reis encarreira o manifesto político. Apostado em tornar a Trofa “um concelho voltado para o futuro”, o candidato defende o melhoramento das acessibilidades “entre freguesias”, a “construção de infraestruturas desportivas e culturais”, o apoio ao tecido empresarial, através de um “projeto sustentável para criar mais emprego responsável”, e a dinamização do comércio local. Como jovem que é, Rodrigo Reis sente que, atualmente, a Trofa faz pouco para fixar a juventude e contribuir para a qualidade de vida, assente no desporto e cultura. Por isso, propõe a “criação de mais espaços verdes de proximidade”, assim como

a construção de uma “piscina ao ar livre”, de um “parque de desportos radicais em Covelas” e a criação de uma agenda cultural, que inclua uma semana dedicada a artistas trofenses. Neste âmbito, o PAN sugere para a Trofa a construção de um centro cultural, com auditório, biblioteca e espaço para exposições. No que respeita ao ambiente, um dos temas centrais do PAN, o candidato defende a “gestão de resíduos mais eficiente e justa, de forma a que quem recicle tenha uma redução no valor da sua fatura”, a “construção de um ecocentro” e o desenvolvimento de um projeto de recuperação do Rio Ave. A criação de hortas urbanas e a aposta na educação para a alimentação saudável são outras propostas do PAN que, no que concerne à proteção animal, apresenta como soluções a criação de um centro de recolha oficial de animais e de parques caninos em todas as freguesias. Rodrigo Reis que está no 4.º ano do curso de Engenharia Informática e computação, na Universidade do Porto, aponta a habitação acessível como outra das preocupações a ter em conta num mandato, que também deverá ser capaz de construir políticas de não discriminação, em busca de uma Trofa “mais inclusiva”. Sílvia Coutinho é candidata à freguesia de Bougado Conhecida pelo trabalho voluntarioso realizado em prol dos animais errantes do concelho – e cara da associação AUAUA -, Sílvia Coutinho aceitou encabeçar a lista para a assembleia de freguesia de Bougado. A candidata a presidente de Junta defende como prioridades o “apoio ao comércio tradicional, aos seniores e jovens”, assim como “a criação de mais espaços verdes” e de um parque canino. “Queremos uma junta de freguesia mais resiliente, dinâmica mais próxima das pessoas, animais e natureza”, sublinhou.


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O NOTÍCIAS DA TROFA

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Religião

Procissão marcou festa de Nossa Senhora das Dores Mais um ano atípico nas celebrações em honra de Nossa Senhora das Dores. A pandemia de Covid-19 voltou a condicionar, e muito, a programação alusiva à romaria, mas já foi possível, ao contrário do que aconteceu em 2020, realizar uma procissão em honra de Nossa Senhora das Dores, no dia 22 de agosto. Ainda assim, nada parecido com o que é habitual. Os andores gigantes, que atraem sempre muitas centenas de pessoas às ruas da cidade, foram substituídos por dois mais pequenos, que sustentaram as imagens de Nossa Senhora das Dores e o padroeiro da paróquia, S. Martinho. Seguiu-se uma celebração campal, na concha acústica do Parque Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro, presidida pelo pároco Luciano Lagoa.

Festa de S. Gens de Cidai celebrada há 70 anos

Celebração campal decorreu na concha acústica

Desde há cerca de 70 anos que os bougadenses celebram, no primeiro fim de semana de setembro, a festa de São Gens, cuja “Capela-monumento” - como lhe chamava o seu fundador - acolhe, como orago, a imagem do antigo ator e comediante romano “Genésio de Roma” (Gens, em português). Segundo os jornais da épo ca, cerca das 9h30 da manhã do

dia 23 do mês de setembro, uma grande multidão acompanhou o andor de S. Gens, muito bem ornamentado, desde a igreja matriz de Santiago de Bougado até ao monte de São Gens. Presidiram a esta majestosa procissão o cardeal Manuel Gonçalves Cerejeira, patriarca de Lisboa, e D. Agostinho de Jesus, bispo da diocese do Porto de então. Marcaram

presença, ainda, altas individualidades civis, militares e religiosas dos distritos do Porto e Braga. Este ano, devido às contingências, provocadas pela pandemia, apenas houve uma Eucaristia Solene campal, em honra de São Gens, cerca das 11h00, presidida pelo bispo do Porto, D. Manuel Linda, na qual participaram várias centenas de pessoas.

Jubileus matrimoniais A vigararia Trofa/Vila do Conde promove os jubileus matrimoniais dos casais que celebram dez, 25, 50 ou 60 anos de matrimónio a 17 de outubro, às 15h00, na Igreja Nova da Trofa. “Os casais receberão um diploma assinado pelo senhor Bispo do Porto”, informa a paróquia de S. Martinho de Bougado, que solicita aos interessados que se inscrevam no cartório paroquial.


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Religião

Festas da invenção e da exaltação da Santa Cruz No calendário litúrgico da Igreja Católica e outras Igrejas cristãs celebram-se várias festas relacionadas com a cruz de Cristo, todas com a intenção de relembrar a crucificação de Jesus, evento central da fé, como diz o apóstolo Paulo “...Nós, porém, pregamos o Messias crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos” (I Cor.22-23). Assim, além da Sexta-feira da Paixão, há outras datas de comemoração, conforme se assinala a seguir: 1- Festa da Invenção da Santa Cruz Esta festa, que se celebra no dia 3 de maio, regista a descoberta da Cruz de Cristo, a “Vera Cruz”, em 326, por Santa Helena, mãe do imperador Constantino, e ainda a recuperação da mesma Cruz, em 628, por Heráclio, que a reconquistou aos Persas e a levou às costas para Jerusalém, tendo entregue ao Patriarca Zacarias, no dia 3 de maio de 630. A data recebeu a designação de Dia da Invenção da Santa Cruz, sendo celebrado na Gália, em 3 de maio. Em Portugal, e em muitos países do mundo, há a tradição de se realizar festas e romarias por volta deste dia, assim como decorar portas, fontes e cruzeiros com diversas flores, verduras, giestas,

rosmaninho, entre outros para proteger as pessoas em “males que andam à solta à noite”. Na cidade de Barcelos realiza-se a tradicional Festa das Cruzes, sendo o dia 3 de maio considerado o feriado municipal. 2- Festa da Exaltação da Santa Cruz (ou festa da Cruz Gloriosa) Esta festa, cuja designação em latim é “Exaltatio Sanctae Crucis”, comemora a cruz como instrumento de salvação, fonte de santidade e símbolo revelador da vitória de Jesus Cristo sobre o pecado e a morte. Escolheu-se o dia 14 de setembro para esta celebração, pois foi neste dia do ano 335 que, segundo a tradição (“Lenda Dourada”), se colocou a Santa Cruz em exposição na Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém, para que os fiéis pudessem orar e venerá-la. Esta festa, também é chamada de “Festa da Exaltação Universal da Honorável e Vivificante Cruz” pelos cristãos orientais. Note-se que a cruz que se “exaltava” neste dia 14 de setembro não era exatamente a mesma de Jesus a sofrer no Calvário, mas antes (em sentido figurado) a de Cristo glorioso subindo para o Pai, depois de vencer a morte e salvar o Mundo. “O que se recorda na festa actual é o triunfo de Cristo e a mu-

dança por ele causado na condição humana...” A propósito da comemoração da Festa da Santa Cruz, a Igreja Católica procede, dentro das principais cerimónias litúrgicas de Sexta-feira Santa, à Adoração da Cruz . É o único dia em que a Cruz de Cristo é adorada (depois do presidente da celebração apresentar) e se cantar “Eis o Madeiro da Cruz” (Ecce lignum crucis). Na reforma do calendário litúrgico, realizada pelo Concílio Vaticano II (1962-1965), a comemoração da chamada “Invenção da Santa Cruz” foi transferida e unificada numa só festa, em 14 de setembro, e com a denominação de “Festa da Exaltação da Santa Cruz”. tória da Igreja” sobre a descoberHistória (“Lenda Dourada”) so- ta, em Jerusalém, da “Vera Cruz”, pela mãe do Imperador Constanbre “Vera Cruz” “Vera Cruz” é a denominação tino (que impôs o Cristianismo dada à “verdadeira cruz em que como religião oficial do Império). A história, aludida por outros Jesus foi crucificado”. Na narrativa do Evangelho, após a morte historiadores e escritores, como de Jesus, na cruz, o seu corpo foi Tiago de Voraigne no seu livro levado para um túmulo “cravado “Lenda Dourada”, do século VIII, na rocha” na hoje chamada Cida- indica que Helena, enviada por seu filho para encontrar a Cruz de Velha de Jerusalém. Durante 300 anos, não há notí- de Cristo, é levada para um lucias sobre esse pedaço de madei- gar do monte Gólgota, onde Jera. Foi cerca do século IV que se sus terá sido crucificado e lá enacredita que um historiador cha- controu três cruzes. Algumas versões indicam que mado Gelásio de Cesareia publicou um relato no seu livro “A his- Helena, duvidando de qual seria

a verdadeira, colocou uma mulher doente em cada uma das cruzes e aquela que, finalmente, a curou foi considerada autêntica. Outros historiadores afirmam que Helena a reconheceu por ser a única das três que apresentava indícios de ter sido utilizada para crucificação com pregos, já que, segundo o evangelho de João, Jesus foi o único que foi crucificado com aquele método naquele dia. “Toda essa história foi parte do desejo por relíquias sagradas que começou a ocorrer no Cristianismo durante os séculos III e IV”, diz Goodacre.

Solenidade de Nossa Senhora das Dores e a associação da festa das dores de Maria à Paixão de Cristo A Igreja Católica celebra, nos dias 14 e 15 de setembro, respetivamente, a Festa da Exaltação da Santa Cruz e a Memória de Nossa Senhora das Dores. Ambas as comemorações estão associadas intimamente, pois remetem ao mesmo “acontecimento”: a Paixão de Cristo. O culto (devoção) à “Mater Dolorosa” (Mãe das Dores) iniciou em 1221 (cujo 800.º aniversário ocorre neste ano de 2021), no mosteiro de Schonau, na Germânia, hoje Alemanha. Em 1239, passou a ser venerada a partir de 15 de setembro, em Florença (Itália), pela Ordem dos Servitas. São vários os títulos conhecidos em honra de Nossa Senhora das Dores, a saber: Nossa Senhora da Piedade; Nossa Senhora da Soledade; Nossa Senhora das Angústias; Nossa Senhora da Agonia; Nossa Senhora das Lágri-

mas; Nossa Senhora das Sete Dores; Nossa Senhora do Calvário; Nossa Senhora do Pranto e Mãe Soberana. Em latim, é invocada como Beata Maria Virgo Perdolens ou Mater Dolorosa. Imagem de Nossa Senhora das Dores Nossa Senhora das Dores é representada com um semblante carregado de dor e sofrimento, tendo sete espadas ferindo o seu coração. Às vezes, uma só espada trespassa o seu coração, simbolizando todas as dores que ela sofreu. Ela é também representada com expressão sofrida diante da Cruz (muitas vezes com lágrimas a cair pela sua face), contemplando o Seu filho morto. Foi daí (este quadro) que deu origem a um hino medieval, muito conhe-

cido, chamado “Stabat Mater Dolorosa”( Estava 'de pé' a Mãe Dolorosa). É igualmente representada segurando Jesus morto nos seus braços, depois de seu corpo ser descido da Cruz, dando assim lugar à famosa escultura apelidada de “Pietá”.

As sete dores de Maria 1- Profecia do velho Simeão, sobre Jesus 2 - A fuga da Sagrada Família para o Egipto 3 - O desaparecimento do Menino Jesus durante 3 dias, em Jerusalém

4 - O encontro de Maria com Jesus, a caminho do Calvário 5 - O sofrimento e morte de Jesus, na Cruz 6 - Maria recebe o corpo de Jesus (morto) 7 - A sepultura do corpo de Jesus, no Sepulcro.


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Atualidade

José Pedro Maia Reis Memórias e Histórias da Trofa

Apanharam o assassino do Pacheco No ano de 2017, foi escrita uma crónica neste jornal relativamente a um crime que tinha acontecido em Covelas, concretamente no lugar de Vale do Alvite, e que poucas pistas existiam para apanhar o criminoso e resolvê-lo respetivamente. Alusão para um crime de homicídio de um cidadão que era querido em Covelas, sendo popularmente tratado por “António Pacheco”, que desempenhava funções laborais na cidade do Porto. Os primeiros passos da investigação concluía que o homicida, certamente, era conhecido da vítima, que tinha estudado os seus passos e que o tinha atacado junto à linha férrea, com várias facadas e pancadas violentíssimas na cabeça que quase o decapitaram. Um crime que ocorria em julho de 1927 e sobressaltava aquela pequena comunidade que não estava habituada a lidar com tanta brutalidade. Enquanto se investigava para outros temas de história, eis que foi possível perceber que era noticiado vários meses depois, concretamente em dezembro desse mesmo ano, que finalmente as investigações tinham dado fruto. Após a dificuldade da polícia em descobrir o homicida, os patrões da vítima iriam colocar dois investigadores por conta própria para descobrir o homicida ou os homicidas, mas também não iriam ter sucesso. Dois agentes de polícia, Filipe Souto e Ribeiro, acabariam por se oferecer para investigar aquela morte e com o apoio de uma denúncia de um habitante de S. Romão iriam, finalmente, conseguir fazer luz sobre todo aquele mistério. Um habitante de S. Romão afirmava que um dos pertences da vítima estava, alegadamente, com um outro habitante de Covelas. Alusão para uma simples agenda que o denunciante tinha visto a vítima a transportar em dias idos e que, na altura, era o alegado homicida que a transportava, captando a sua atenção. Os dois agentes encaminharam-se para Covelas e, rapidamente, iriam deter o suspeito. O mesmo acabaria por confessar ser um amigo íntimo da vítima e tê-lo assassinado. A causa do crime ficou um pouco difícil de perceber. Não sabemos se se tratou de um simples roubo, mas será a causa mais plausível, até porque a vítima tinha ficado sem várias peças em ouro que trazia consigo. A imprensa local era bastante dura com o homicida, escrevia-se que o processo dele estava bem encaminhado e que ele, seguramente, seria condenado à pena máxima e que nunca mais voltaria à sua terra, descrevendo-o como um bandido. O crime ganhou contornos de extrema gravidade e extrapolação na praça pública, porque o homicida era o melhor amigo da vítima e pela violência que envolveu o crime, com agressões, tanto à pedrada como à facada, que quase decapitaram a vítima, como também por último, o facto de a vítima ter deixado uma filha menor. A freguesia de Covelas via um dos atos mais violentos que ocorreram nos seus limites geográficos a ser resolvido, o servente de mercearia António Pacheco, residente em Quereledo, finalmente, poderia ter paz, e aquela comunidade poderia regressar à tranquilidade, porque o assassino tinha sido descoberto ao final de cinco meses. O que não parecia ser solução foi resolvido por ação energética de dois agentes de polícia.

Trofa e Famalicão elaboram programa para requalificar margens do Ave e reconstruir Ponte Pênsil O protocolo sela o compromisso para o desenvolvimento de um programa estratégico, que vai em busca de fundos comunitários que possibilitem a concretização de um projeto ambicioso e abraçado pelas autarquias da Trofa e Vila Nova de Famalicão. S é r g io H u m b e r to e P au lo Cunha, presidentes das duas autarquias, apresentaram, no Parque das Azenhas, a intenção de assumir um investimento que tem como pedra de toque a recuperação do património molinológico dos dois concelhos, a construção de novos parques de lazer e construção de uma réplica da Ponte Pênsil, demolida em 1935, com vocação pedonal e ciclável. O protocolo assinado no Parque das Azenhas é a assunção de um compromisso das câmaras municipais de investir 72 mil euros para a elaboração técnica do programa estratégico, que contemple uma panóplia de ações intermunicipais que visem a valorização ambiental e paisagística do território comum, através da criação de um itinerário cultural, patrimonial, ambiental, turístico e social. Lousado, Ribeirão, Fradelos, S. Martinho e Santiago de Bougado são as freguesias que estão abrangidas neste projeto de criação, que não só estende o Parque das Azenhas, como dá especial atenção às estruturas que outrora contribuíram para o progresso do território com a técnica da utilização da água, nomeadamente a indústria moageira. “A ponte de Pênsil é um dos grandes objetivos desta ação, mas não só, queremos também avançar com a recuperação dos açudes, dos moinhos, com a recriação da travessia da Barca e sobretudo criar novos parques de lazer junto ao rio”, referiu Sér-

Autarcas assinam protocolo na margem do Ave gio Humberto, que justifica a sinergia com a partilha de “objetivos comuns para este território”. Paulo Cunha, autarca famalicense, utiliza o mote dos três “erres”, normalmente utilizado na reciclagem, para enfatizar o projeto: “Recuperar, reerguer e restaurar são palavras importantes que vão permitir que as povoações retomem as suas relações e

os seus laços”. “Os municípios de Famalicão e da Trofa assumem o seu papel de impulsionadores de um projeto que vai beneficiar as pessoas e valorizar o património. É preciso dar outra dimensão ao Rio Ave, uma dimensão recreativa e de bem-estar das populações”, acrescentou.


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9 de setembro de 2021

Desporto

Trofenses em destaque no campeonato nacional de estrada

Davide Figueiredo campeão nacional de estrada

O atleta da Trofa Davide Figueiredo sagrou-se, no sábado, 4 de setembro, campeão nacional de estrada de M50, na prova que decorreu em Felgueiras, com organização da Federação Portuguesa de Atletismo. Na prova que contou com centenas de participantes de vários escalões, Davide Figueiredo, que representa a equipa familiar Associação Figueiredo’s Runners and Friends, garantiu um tempo de 33:24 minutos, posicionando-se no 33.º lugar a nível geral. Já o trofense Rui Pedro Silva classificou-se no 6.º lugar da prova, contribuindo para o título coletivo do Sporting Clube de Portugal. Silva fez um tempo de 00:30:46 minutos, ficando a 16 segundos do vencedor, Luís Saraiva, do SC Braga. A Escola de Atletismo da Trofa esteve representada por vários atletas, dos quais se destaca Deolinda Oliveira, que se classificou no 3.º lugar em F50, Júlia Sousa, 6.ª no mesmo escalão, e Daniela Gregório, 18.ª em seniores femininos. Ana Silva foi 24.ª em seniores, enquanto Basílio Sousa terminou no 37.º posto em M45.

M. Moutinho

Duarte O ciclo do linho

NO PÓ DOS ARQUIVOS

Recordo, com saudade, as desfolhadas e as vindimas que, num ambiente festivo, envolviam os vizinhos da minha aldeia, para a produção do pão e do vinho. Lamento não ter nascido a tempo de viver – ou, ao menos, de guardar memória - do ciclo do linho, trabalho igualmente festivo, em casa avoenga. Procuro conforto nalguns utensílios utilizados e nalgumas roupas produzidas. Mais ainda na beleza poética que, hoje, peço licença para transcrever.(1) “Triste linho, o que ele padeceu para chegar a ser branco e útil! Seu corpo de mártir subiu um calvário e foi pregado numa cruz, para, sofrendo e apurando-se, dar-se a Deus, servindo os homens. Foi semeado, arrancado, ripado, curtido, secado, malhado, moído, espadelado, sedado, fiado, ensarilhado, meado, cozido, còrado, dobado, novelado, urdido e tecido. Certa manhã de fins de Abril, numa lua nova – lua forte – depois de lavrada uma terrinha fundável, sòlheira e de fácil regadio; depois de bem gradada, primeiro com os dentes, em seguida com as costas, e regada; em Junho, emerge verde e tímido, e pelo Santo António o linho sorri na terra, mas este sorriso vem laivado de choro: - a sua flor, de azul celeste, é tão frágil que a menor viração a quebra, e o seu destino, vê-se, é viver a correr. E este foi o primeiro e último brincar de uma adolescência passageira. Começam agora para o linho os duríssimos trabalhos da vida, os sofrimentos de toda a hora, os martírios sem nome. Queimada sua flor pelos calores do estio, a haste amadurecida, entre vizinhos e amigos, o seu corpo seco é arrancado da terra para passar a um ripanço onde se aparta da baganha, sua fraternal amiga que, nas eiras, às ardências do sol, estala de saudade. Em seguida, durante dois quartos de lua, o linho, em aguadouros, é enriado na corrente de uma ribeira. O seu cadáver macerado não ouve os insultos dos que adoeceram por beber essa água venenosa onde ele se curtiu. Enxovalhado, desfigurado, tiram-no do rio e põem-no num campo, em estendal, a secar. O sol não o reconhece. Mas, deus sábio e forte, sabendo, de antemão, todo o giro de dor que o linho tem ainda de percorrer na vida, diz-lhe grandes palavras de calor e de luz, ressuscita-o e avigora-o, dando-lhe tenacidade às fibras, enrijecendo-o, encorajando-o. Ele lutará, ele vencerá. Então, em horas abertas de calor ardente, o linho é malhado todo o santo dia, com manguais de carvalho duro como ferro, batendo-o com pancadas cavas que fazem estremecer os corações. Não satisfeitos, os homens levam-no daí, em molhadas, a um engenho onde o trituram, quebrando-lhe os ossos. Depois, numa eira, ao som de violas, harmónios e requintas, e por entre descantes de mulheres garridas, sentadas em redor, sob o luar que meigamente as empalidece, nas mãos femininas o tomam em manadinhas, fixam-no de encontro ao cortiço e, de novo, o açoitam com espadelas, de lâminas quasi cortantes, que o limpam das fibras mais grossas e ásperas, dos tomentos – os seus pecados. Mas ainda isto não é suficiente. Um tormento maior o espera: o sedeiro – infernal instrumento de bicos de pregos afiados, por onde o seu corpo vai ser passado, rastelado, assedado, separando a estopa e a estopinha, até ficar como cabelo, transformando-se em espiga fôfa e brilhante, tal qual os fiados do ouro das fadas e das lendas. Agora tomam conta dele mãos carinhosas de velhas, da cabelos brancos e faces encarquilhadas, que o põem em arejada roca e, condoídas, tratando-o como filho, de noite à lareira, de dia à porta dos casais, ou nas courelas a guardar o gado, beijando-o e torcendo-o, entre os seus dedos ensalivados, o recolhem em maçaroca, no fuso que rodopia, sibilando a sua cantiga feita de palavras de aragem. Este meigo contacto foi um momento e alívio que lhe fez minorar a pena de se sentir torcer. A velhice, comovida e prudente, tratou-o com relativo carinho. Essas mãos cansadas o passam da maçaroca para a meada que um sarilho alegre recebe. Mas o bem, bem pouco dura: - essa meada, afogada em água e abafada em cinza, é metida em panelas de ferro e posta a ferver, a referver em cachão, horas seguidas, até branquear, e depois, deceinada ao sol, còrando muitos dias, até alvejar. Em seguida, vai para a dobadoira que, bailando de roda, como fogaceira em romaria, a passa para novelos e daí à urdidura e ao tear onde a lançadeira, tecendo, brinca num vaivém constante, - hino do triunfo ao redentor. Finalmente, numa última barrela entre perfumadas folhas de loureiro e de mentastres, ele se alimpa, se purifica, se espiritualiza, tendo atingido, assim, a sua missão na terra: - a teia E o linho, cordeiro de Deus, sorri na beatitude da sua cândida alvura, pois sabe quanto vai ser útil aos homens. Já a minhota acaricia a teia, a ata com fitas encarnadas e, avaramente, como bragal precioso que diz a fartura com que se veneram as gentes, a guarda no fundo das arcas, entre maçãs camoesas, còradas e cheirosas, para dela fazer a roupa branca da sua casa: - os lençóis, os travesseiros, as fronhas, as camisas com rendas que os bilros enastraram, as toalhas dos altares e das mesas da comunhão, as alvas e os sanguinhos; - peças para os dias alegres dos baptizados e dos casamentos; para as doenças prolongadas; para o penso das feridas; para a hora da morte..., para o último afago do rosto ao fechar do caixão! Que o linho, o linho santo e mártir, que muito sofreu pelos homens, para todo o sempre seja louvado e bendito!” (1) Antero de Figueiredo, JORNADAS EM PORTUGAL, Quarta Edição, 7.º Milhar. Livraria Aillaud & Bertrand. 1921. Págs. 109-115. O autor nasceu em Coimbra em 1866 e faleceu no Porto em 1953.


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O NOTÍCIAS DA TROFA

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Desporto

José Calheiros

Escrita com Norte Daniel, o vampiro (parte I) Lembro-me perfeitamente desse final de tarde em que o Daniel, convictamente, nos transmite, a mim e ao António, que faz parte de uma lista candidata à freguesia onde reside. Prático como sempre, o António pergunta: - Vais delapidar o erário público?! - Não! – responde prontamente o Daniel, prosseguindo: – Tenho um projecto para o bem da comunidade! A sinceridade expressa nas palavras no Daniel, causou-nos surpresa… parecia um menino grande que ainda acredita no “Pai Natal”! - Não te dou muito tempo para seres corrompido pelo lamaçal que é o meio político. – alerta o António, fino como o rato, que aos oito anos já sabia que o “Pai Natal” que lhe entrava pela casa era o seu Tio Fernando, disfarçado. Na primeira reunião do Partido a que pertence, Daniel vai preparado com propostas para serem discutidas, mas os restantes membros passam o tempo a praticar os vários tipos de “cumprimentos” que terão que ser aplicados durante a campanha: O beijinho às crianças, o abraço acompanhado de vários beijos a peixeiras e floristas, a palmadinha nas costas aos idosos, o chapadão no braço dos jovens adultos (porque cria uma empatia natural),… e o cumprimento firme acompanhado de um sorriso piedoso à pessoa de cadeira de rodas, que sempre aparece. Urge tratar com urgência os assuntos da campanha e nova reunião é marcada para o dia seguinte. Novamente, crente e desfasado da realidade, como a Miss Universo que pede paz para o mundo, Daniel aparece com o mesmo dossier do dia anterior, empolgado para a discussão de temas úteis à comunidade, mas desta vez, os restantes membros do partido passam o tempo a praticar “expressões de naturalidade”, para quando o imprevisto acontecer, como na última campanha, quando o candidato ao receber um beijinho de uma idosa, fica com a dentadura pendurada na orelha. Nesta situação é prudente o candidato recolocar a dentadura na boca da idosa, chamar-lhe de “querida” e controlar a expressão de nojo! Várias reuniões depois, e naquela mais importante em que são distribuídos a todos os elementos pertencentes à lista, os horários das missas, Daniel insiste em apresentar a sua proposta. Foi uma desilusão para o aparelho partidário, que esperava que Daniel apresentasse nomes de gente disposta para colar os cartazes de campanha e em vez disso, o “político honestozinho”, propõe a criação de um condomínio público, para se cuidar dos espaços exteriores das casas dos habitantes da freguesia, tornando-a num local agradável para viver. No dia seguinte, a notícia desta proposta correu a freguesia e despertou o apetite dos lobbys dos Hortos, que se apressaram a ir a casa do Daniel, tentá-lo com negociatas em troca de um jardim luxuriante + manutenção. Firme como uma virgem que quer casar imaculada, Daniel insistia no raio da honestidade! Certo dia, numa acção de rua, quando uma senhora bastante idosa lhe pergunta se, caso seja eleito, vai fazer milagres, Daniel com toda a educação, reponde: - Não minha senhora! Os milagres acabaram com Jesus e os apóstolos. E eu não sou apóstolo e muito menos Jesus! A resposta sincera de Daniel deixou todo o aparelho partidário irritado. O Partido tinha perdido mais um voto, porque, Daniel, mais uma vez, não respondeu o que o eleitor queria ouvir! Sem alternativa, membros do Partido metem o Daniel num colete de forças e levam-no a uma clínica privada, onde lhe fazem uma hemodiálise política. Tiram-lhe o sangue bom e metem-lhe sangue “adaptável”. A transfusão foi feita a tempo! Daniel deixou de ter princípios e convicções e a sua lista venceu! Daniel tem agora um jardim luxuriante e até o quintal do dependente do RSI, tem plantas exóticas…e assim, a Junta de freguesia caiu na bancarrota, enchendo a “pança” dos Hortos. Quem tinha razão era o António!

Trofa em alta rodagem no ciclismo de elite A Trofa está em alta rodagem nas principais provas de ciclismo nacional. Esta época, as equipas da União de Ciclismo da Trofa (UCT) e da ACDC Trofa pedalaram pelo país, em mais um passo na afirmação entre a elite da modalidade, e terminaram com chave de ouro, entre os melhores, no Grande Prémio JN. Com novo patrocinador que até dá nome à equipa de sub-23, a UCT somou alguns momentos felizes na temporada, principalmente na Volta a Portugal ao Futuro, com a vitória de Marcelo Gabriel na primeira etapa. “O dia em que começamos a segunda etapa com a camisola amarela foi bastante prestigiante e um momento inesquecível, que vai marcar a história da UCT”, confessou Bruno Cunha, responsável pela equipa. Com 25 atletas nos escalões de formação e dez na sub-23, a União de Ciclismo começa a dar os primeiros passos nas competições de elite, mas tem já muitos quilómetros de estrada com os corredores mais jovens, num projeto que privilegia o crescimento sustentado. “Antes de agir, a UCT analisa o que pode fazer e sustentar ao longo do tempo, porque não temos interesse nenhum em dar um passo em frente e passado um ano dar dois para trás. Quando damos um passo em frente temos consciência de que é um passo seguro, para darmos aos patrocinadores um sinal de que serão valorizados, para que se sintam confiantes em dar-nos apoio”, acrescentou Bruno Cunha, que garante que a UCT “vai continuar a dar à juventude a possibilidade de praticar ciclismo e de estar em sociedade de uma forma sã”.

Joaquim Silva teve muito apoio à passagem pela T rofa Também com vários anos de experiência na modalidade, a ACDC tentou fazer a melhor temporada possível, apesar de alguns contratempos associados à incerteza provocada pela pandemia. “Já começamos a época tarde, porque havia da parte dos dirigentes a expectativa de que as provas não iam para a estrada por causa da Covid-19. E porque não queríamos bater à porta dos patrocinadores e, no final, não conseguirmos que eles tivessem o retorno merecido, atrasamo-nos a formar a equipa e a época acabou por não correr como esperávamos”, admitiu José Martins, diretor desportivo da ACDC. Ainda assim, a equipa participou, à exceção da Volta ao Algarve e Volta a Portugal, em todas as provas nacionais, com alguns resultados positivos, em que foi possível conquistar camisolas. Com Renan Quadri e Márcio Barbosa como atletas mais em destaque na época que agora termina, a ACDC apressa-se a preparar a próxima. “Já estamos a fazer contratações e a criar uma nova estrutura para estarmos mais sólidos na próxi-

ma campanha e termos uma equipa muito melhor, para dignificar a Trofa”, sublinhou José Martins. No Grande Prémio JN, a Trofa esteve ainda representada por Fábio Costa, ciclista em progressão que esta época foi contratado pela EFAPEL, e por Joaquim Silva, que venceu a prova. De amarelo desde a primeira etapa, o corredor do Mortágua foi consagrado na última, que passou pela cidade da Trofa, onde lhe esperava grande apoio. “É sempre bom levar as cidades às costas. Sou natural de Penafiel e toda gente fala da minha terra nem que seja pelos meus resultados e agora que estou aqui na Trofa também muita gente me apoia e vai-me conhecendo. Apesar de estar a viver na cidade há pouco mais de cinco anos, sinto muito o apoio dos trofenses”, sublinhou o corredor em declarações ao NT. Na prova, a UCT teve como melhor corredor, Marcelo Gabriel, que acabou no 54.º lugar, logo seguido de Márcio Barbosa, o mais bem classificado da ACDC. Fábio Costa terminou no 46.º posto, garantindo ainda o 9.º lugar entre os sub-23.

ASSOCIAÇÃO CULTURAL E RECREATIVA DO PARANHO (A.C.R.P) TROFA, 07/09/ 2021 Convocatória Vimos por este meio convocar os associados da A.C.R.P., nos termos dos artigos 24º e 25º dos estatutos, para uma Assembleia Geral Extraordinária, para sábado dia 18 de Setembro, pelas 14.30 horas, ou meia hora mais tarde, pelas 15.00 horas caso não exista sócios estabelecidos nos estatutos, nas instalações da sede da A.C.R.P., sitas na Rua Dr. Serafim Lima, 110, trofa, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto – 1 Apresentação de contas dos anos de 2019 / 2020 e 2021, discussão e aprovação, ou tomada de medidas face a não apresentação das mesmas. Ponto – 2 Eleição dos corpos gerentes para o biénio de 2022 / 2023. Ponto – 3 Outros assuntos de interesse geral da A.C.R.P.

Nota – no final haverá um jantar comemorativo do 33º aniversário da A.C.R.P., e despedida das actuais instalações sede da A.C.R.P. A mesa da Assembleia Geral Joaquim Oliveira, Júlio Oliveira e Eduardo Ribeiro


14 O NOTÍCIAS DA TROFA

9 de setembro de 2021

Desporto

Bougadense inicia época com olho na manutenção Equipa sénior do Bougadense apresentou-se aos adeptos com empate a um golo com o Bairro, clube do concelho de Vila Nova de Famalicão a militar na Divisão de Honra da AF Braga. Manutenção é objetivo central do clube, que a 12 de setembro começa a competição, diante do Lagares. Ambições comedidas, porque a pandemia veio trazer incerteza e mais obstáculos à vida já muito difícil das coletividades locais. O Atlético Clube Bougadense apresentou a equipa sénior de futebol na tarde de domingo, 5 de domingo, e voltou a receber adeptos no Parque de Jogos da Ribeira, depois de meses impedido devido à Covid-19. Na série 2 da Divisão de Honra da Associação de Futebol do Porto, a equipa lutará “pela manutenção”, anunciou o treinador, Tiago Velho, em entrevista ao NT e TrofaTv, que espera que 2021/2022 seja sinónimo de “regresso à normalidade”. “De janeiro de 2020 até agora, ti-

P lantel ACBougadense 2021/2022 vemos quatro paragens de campeonato. Isto mexe com o psicológico dos jogadores e da estrutura. O último ano foi para esquecer, muito desgastante, e só espero que este seja mais confortável”, sublinhou o técnico. Os trabalhos decorrem “lentamente”, porque “os atletas estão a chegar a conta-gotas, num contexto difícil, porque há vidas profissionais e pessoais a gerir”, no entanto, Tiago Velho está “confiante” de que o Bougadense poderá “fazer uma grande época, em que a manutenção é o mais importante”.

Sobre a série 2, o treinador considera que é “equilibrada”. “Já percebi que o futebol nesta divisão é mais físico e que o meu modelo de jogo não se consegue impor por causa disso. Vamos optar por sermos nós próprios, mais inteligentes na abordagem ao jogo e uma equipa coesa, uma família dentro de campo”, acrescentou. O treinador está, igualmente, apostado em contribuir com o clube para melhorar as condições estruturais do parque de jogos, como o relvado sintético, que, diz, já foi responsável por “três le-

sões graves”. “Equipas que convidamos para fazerem jogos-treino, pediam-nos para sermos nós a deslocarmo-nos aos campos delas, porque tinham medo de jogar neste piso. É muito importante o melhoramento do relvado”, referiu Tiago Velho. Sobre esta preocupação do treinador, a direção admite estar “a trabalhar nesse sentido”, mas avisa que o investimento “é muito elevado”, na ordem dos “120 mil euros”. “O meu desejo é que, daqui a um ano, possamos estar aqui com um relvado novo, mas vamos ter de trabalhar muito para conseguirmos esse objetivo”, respondeu o presidente André Fernandes, que espera “contar com a ajuda de todos”, empresas e entidades públicas. Relativamente ao departamento de formação, André Fernandes refere que o “principal objetivo” do mandato é “dar às camadas jovens mais do que tinha”. “Foi um trabalho duro, mas temos vindo a ter resultados positivos. Os pais também já começam a deixar os

filhos virem treinar, mas estamos em condições de garantir que estão a ser tomadas todas as medidas de segurança”, garantiu. Esta época, o Bougadense terá em competição os escalões de benjamins, iniciados, infantis, juvenis e juniores. Ex-Atlético de Madrid espera crescer em Bougado O antigo clube soou nos altifalantes do Parque de Jogos da Ribeira e deixou muitos adeptos admirados. Edgar Gonzalez foi apresentado como reforço do Atlético Clube Bougadense, oriundo do Atlético de Madrid, de Espanha. O jovem mexicano de 17 anos veio, segundo o presidente do Bougadense, viver para o concelho da Trofa e poderá ser peça central no plantel. “Temos elevadas expectativas neste jogador, porque nos treinos apresenta muita qualidade. Acredito que poderá dar muitas alegrias ao nosso clube”, vaticinou André Fernandes.


9 de setembro de 2021

O NOTÍCIAS DA TROFA

Necrologia

Farmácias

Ribeirão

Santiago de Bougado

Maria Celeste Gomes Miranda Faleceu no dia 28 de agosto com 55 anos. Casada com Manuel José Caldas da Silva

Albina de Sousa Reis Faleceu no dia 19 de agosto com 86 anos. Viúva de Celestino Friães

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão Lda

Agência Funerária Trofense, Lda

Ribeirão

Santiago de Bougado

Paulo Bernardo Sampaio Faleceu no dia 28 de agosto com 47 anos. Casado com Ana Maria Marques de Sousa

José Ferreira Lopes Faleceu no dia 10 de agosto com 81 anos. Ex-funcionário das Máquinas Pinheiro

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão Lda

Agência Funerária Trofense, Lda

Ribeirão

S. Martinho de Bougado

Fernando da Costa Fernandes. Faleceu no dia 12 de agosto com 71 anos. Casado com Maria Fernanda Arnaldo da Cunha Fernandes

Maria Delfina da Silva Faleceu no dia 11 de agosto com 83 anos. Viúva de José Machado Ribeiro

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão Lda

Agência Funerária Trofense, Lda

Ribeirão

S. Martinho de Bougado

José Dias Andrade. Faleceu no dia 3 de agosto com 85 anos. Casado com Maria Amélia Reis de Oliveira

Manuel da Silva Areal Faleceu no dia 7 de agosto com 84 anos.

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão Lda

Agência Funerária Trofense, Lda

S. Martinho de Bougado

Lousado

Edgard José Mangeon de Sá Lima Faleceu no dia 31 de agosto com 75 anos.

Delfim Rodrigues da Silva Faleceu no dia 8 de setembro com 91 anos. Casdo com Adelina Silva

Agência Funerária Trofense, Lda

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

S. Martinho de Bougado

Santiago de Bougado

José Maria da Silva Ferreira Faleceu no dia 27 de agosto com 68 anos. Motorista do Quadro de Honra dos Bombeiros Voluntários da Trofa

Maria Antónia Neves da Cruz Faleceu no dia 4 de setembro com 85 anos. Casdo com Bernardino Silva Paiva

Agência Funerária Trofense, Lda

Funerária Ribeirense - Paiva & Irmão, Lda

S. Martinho de Bougado

S. Martinho de Bougado

Amélia de Jesus Pestana Faleceu no dia 23 de agosto com 87 anos. Mãe de Maria Helena Pestana

Maria Manuela Rios Soares Leite Faleceu no dia 19 de agosto com 76 anos. D. Manuela da Bordave

Agência Funerária Trofense, Lda

Agência Funerária Trofense, Lda

S. Martinho de Bougado

S. Martinho de Bougado

Carlos Manuel da Costa Azevedo Faleceu no dia 22 de agosto com 62 anos.

Augusto da Costa Reis Faleceu no dia 19 de agosto com 94 anos. Augusto da loja

Agência Funerária Trofense, Lda

Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700 GNR da Trofa 252 499 180 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520 Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060

Agência Funerária Trofense, Lda

S. Martinho de Bougado

S. Martinho de Bougado

Maria Fernanda Almeida Monteiro Faleceu no dia 20 de agosto com 85 anos. Viúva do ex-árbitro Santos

Manuel Costa Pinto

Agência Funerária Trofense, Lda

Dia 9 Farmácia Ribeirão Dia 10 Farmácia Trofense Dia 11 Farmácia Barreto Dia 12 Farmácia Nova Dia 13 Farmácia Moreira Padrão Dia 14 Farmácia Ribeirão Dia 15 Farmácia Trofense Dia 16 Farmácia Barreto Dia 17 Farmácia Nova Dia 18 Farmácia Moreira Padrão Dia 19 Farmácia Ribeirão Dia 20 Farmácia Trofense Dia 21 Farmácia Barreto Dia 22 Farmácia Nova Dia 23 Farmácia Moreira Padrão

Faleceu no dia 7 de setembro com 74 anos. Agência Funerária Trofense, Lda

F icha T écnica Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: We do com unipessoal, Lda. Redação: Magda Machado de Araújo Colaboradores: Atanagildo Lobo, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Magda Araújo | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda., Rua de S, Brás, n.º 1 Gualtar, Braga| Assinatura anual: Continente: 18,50 euros; Extra europa: 45 euros; Europa: 35 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,70 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: We do com unipessoal, Lda. NIF.: 506 529 002 Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 100 % do capital: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.

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Diversos

Sudoku **

****

7 diferenças

Enigma Utilizando três noves e apenas um sinal de operação, como consegue encontrar o resultado 1?

Soluções da edição passada Sudoku

Enigma Guardas noturnos não devem dormir em serviço.


Próxima edição dia 23 de setembro de 2021

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9 de setembro de 2021

O NOTÍCIAS DA TROFA

Produtores pararam EN 14 a pedir “preço justo para o leite” Centenas de produtores de lei- dutores de Leite de Portugal, conte participaram numa manifes- vocou o protesto numa altura em tação, na EN 14, entre Ribeirão e que, diz o presidente, o trofense Bougado, para reivindicar “pre- Jorge Oliveira, a produção está a ço justo para o leite”. Presiden- “tornar-se insustentável” e a maior te da Associação de Produtores cota de culpa é “da distribuição”. de Leite de Portugal sublinha “A nossa margem está negativa. que o setor vive “situação in- Não conseguimos produzir leite a sustentável”. este preço. A média nacional do preço do litro é de 29,9 cêntimos. Feitos de cartão, com uma cruz Uma embalagem custa dez cêntinegra e uma mensagem a alertar mos e há supermercados a venpara a “morte do setor”, os cai- der leite a 43 cêntimos, com IVA. xões foram depositados à porta de Isso é matar a produção”, alertodos os supermercados da gran- tou, sem deixar de indicar a sude distribuição entre Ribeirão e bida do preço das rações, que reBougado, na Trofa. Aproveitando presentam metade das despesas a via que os liga – e contribuindo de uma vacaria, da energia e da para o agravamento do conges- mão de obra. Jorge Oliveira relata que os apetionamento de uma estrada já de si saturada – centenas de produto- los dos produtores tiveram como res de leite encheram a EN 14 na destino “o Governo, a indústria e manhã de 25 de agosto para “exi- a distribuição”. “O Governo resgir respeito”. “Lutamos pelo futu- pondeu-nos que as ajudas que nos ro do leite português”, podia ler- podiam dar eram apenas para in-se numa das várias tarjas negras vestimento e a indústria disse-nos que só conseguiria pagar mais se exibidas pelos manifestantes. A APROLEP, Associação de Pro- o preço se refletisse no preço final,

“A produção de leite está a tornar- se insustentável” de venda ao público. Ora, a distribuição ignorou-nos completamente”, acrescentou. São as “promoções”, dizem os produtores, que estão a “asfixiar a produção”. “Andarem a colocar o leite como isco para atraírem as pessoas aos hipermercados está a

destruir o setor”, sublinhou o presidente da APROLEP, que indicou os “50 cêntimos” como preço mínimo a que o litro de leite devia ser vendido nos supermercados para que a tendência de regressão fosse revertida. Com o manifesto surge o “grito”

de revolta: “Parem com as guerras entre as grandes distribuidoras. Parem com as promoções, porque isto vai destruir a produção”. Sensível às dificuldades vividas pelos associados, a Cooperativa dos Agricultores de Santo Tirso e Trofa – cuja administração é composta por elementos ligados ao setor leiteiro – decidiu, na última assembleia-geral, “reduzir as margens das entregas diretas”. “É um sinal que damos para que os produtores sintam que a estrutura cooperativa está com eles nesta luta”, referiu Joaquim Ferreira Dias, presidente da Cooperativa, aquela que “entre Douro e Minho”, mais produtores vê “a desistir”. Na Trofa, elementos da CDU também vestiram a camisola negra da revolta. Fernando Sá, cabeça de lista à Câmara Municipal da Trofa, tinha alertado, aquando da apresentação da candidatura, para “a situação difícil que muitos agricultores da Trofa estão a atravessar”.


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