Quinzenário | 19 de março de 2020 | Nº 713 Ano 17 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €
Coronavírus
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Agrupamento pede que pais orientem alunos no ensino à distância //PÁG. 16
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Como se prevenir quando vai às compras
Pelo menos 6 infetados estiveram na Feira Anual
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Tudo o que precisa saber sobre a Covid-19
Entrevista a enfermeira dos cuidados intensivos do Hospital de S. João “Têm surgido situações com alguma gravidade, mesmo nos mais jovens”
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O NOTÍCIAS DA TROFA 19 de março de 2020
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Coronavírus
Coronavírus: a vida (como a conhecemos) segue dentro de momentos Estamos perante um problema de saúde pública sem precedentes desde que entramos no novo milénio. O novo coronavírus alterou, por completo, a vida de milhões de pessoas em todo o mundo e a Portugal chegou no início de março, comprovando que, o tal “cantinho do céu” que tantos apregoam, não é imune a uma doença que não escolhe géneros, idades ou classes sociais. “É como uma gripe”, dizem muitos... Não é! E por não ser é dever de todos – dever - tomarmos precauções para que esta pandemia esmoreça e desapareça o mais rapidamente possível.
Até podemos ser as pessoas mais to preponderante para que este saudáveis do mundo, mas com surto não provoque um estado certeza conhecemos pessoas de calamidade no nosso “canticom perfil de risco. Certo é que nho do céu”. Protegermo-nos é também uma não queremos que pais, filhos, irmãos, avós, tios, primos e amigos questão de respeito por todos os com doenças crónicas ou proble- profissionais de saúde que têm de mas respiratórios tenham de se se expor muito mais do que qualconfrontar com a doença - e com quer um de nós - e na maior partudo o que isso representa para te das circunstâncias sem as coneles - só porque nós somos saudá- dições devidas -, para que esta tal veis e podemos apanhar a tal “gri- “gripe” não faça de Portugal uma pe”, que facilmente nos safamos. Itália... Que o nosso pensamento Vamo-nos recolher o mais pos- esteja também com eles, os versível, fazer alguns sacrifícios que, dadeiros heróis nacionais. Responsabilidade! Respeito! à primeira vista, podem parecer parvoíce, mas que, mais tar- Humanidade! Vamos lá fazer um de representarão um contribu- esforço, sim?
A Beatriz tem 9 anos, é aluna da EB1 de Feira Nova, em S.Mamede do Coronado e enviou para a redação do jornal O Notícias da Trofa uma mensagem positiva, para ser partilhada com todos. Para além do desenho, que a foto mostra, a mensagem dizia "Um grande beijinho e vocês jornalistas tenham muito cuidado️". Pegamos na deixa da Beatriz e desafiamos todas as crianças da Trofa que façam também um arco-iris e o partilhem connosco, através dos comentários da publicação que temos na página de Facebook do jornal, em facebook.com/onoticiasdatrofa Esta é também uma forma de ter uma atividade para as crianças. Obrigado Beatriz... Vai ficar tudo bem!
Meteorologia
Correio do Leitor
A Propagação
Nem na Segunda Guerra Mundial as escolas fecharam em Itália, o país europeu mais afetado pelo covid-19! E, de facto, à escala global, será a primeira vez que, em setenta e cinco anos, nos confrontamos com um vulto que nos ameaça, que nos povoa os pensamentos e que, para o bem e para o mal, até nos faz mudar alguns hábitos de vida! Li algures que, em Itália, um médico comparava o surto de coronavírus à guerra: doentes quase despidos, “ligados às máquinas”, proteções da cabeça aos pés para fazer frente a este inimigo comum, que atormenta sem olhar à classe social, à religião, à etnia ou raça, a tudo aquilo que (insensatamente) nos separa! O inimigo comum, invisível aos nossos olhos, surge num momento em que nos debatemos com a indiferença, o individualismo, a ausência de empatia, os discursos de ódio e, entre outros, o populismo “Salviano” que, lentamente, ultrapassa fronteiras e parece enraizar-se nas conversas de café, em que o (novo) monstro começa a ganhar forma, normalizando o desencontro com os valores humanistas (e cristãos) europeus. E, de forma análoga, temos vindo a assumir a chegada do coronavírus às nossas vidas: primeiro, desvalorizando o seu impacto e a sua força de propagação; depois, reconhecendo a sua existência entre nós e, atualmente, tendo-o em consideração nas nossas narrativas e preconceitos, na organização das nossas vidas, na alteração de hábitos, de rotinas. Tentemos evitar a sua propagação! Tossir ou espirrar para o braço com o cotovelo fletido, e não para as mãos; usar lenços de papel (de utilização única) para se assoar; lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir; evitar tocar nos olhos, no nariz e na boca com as mãos sujas ou contaminadas com secreções respiratórias; manter contacto telefónico regular com pessoas afetadas; partilhar informação fidedigna que combata estigmas; construir sociedades inclusivas; credibilizar as instituições. Tantas são as transformações que estamos a viver e tantas são as reações que estamos a despoletar, nomeadamente nas questões da ansiedade e dos comportamentos de relacionamento social! Ora, devemos, por isso, mantermo-nos permanentemente informados, bebendo esclarecimentos e recomendações – sempre – de fontes fidedignas, seguindo as advertências e os conselhos. Esta imensa consternação que nos une, bem gerida, pode trazer-nos mais preocupações, mas também mais civismo e humanidade. Antonio Gramsci, em Cadernos do Cárcere (1926-1937), referiu “o velho mundo agoniza, um novo mundo tarda a nascer e, nesse claro-escuro, irrompem os monstros”. Durante décadas, acreditámos que os monstros de Gramsci tardariam a voltar. Enganámo-nos. Os monstros voltaram. Mas podemos combater a sua propagação e, desta forma, acreditar na sua metamorfose.
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Primeiro caso de Covid-19 na Trofa
Editorial Na história da democracia Portuguesa esta é a primeira vez que é decretado o Estado de Emergência para “abrir guerra” ao COVID-19, uma Pandemia que atravessou países e continentes e prolifera agora pelo mundo. Esta época que vivemos é de verdadeiro teste ao Serviço Nacional de Saúde, a todos os portugueses e portuguesas e a quantos vivem este drama. As medidas impostas de distanciamento social e resguardo obrigam os jornalistas e toda a equipa do nosso órgão de comunicação social a cumprir também as indicações das autoridades de saúde. Assim, e tendo em consideração o que a todos é pedido, foi decidido que esta semana não publicaremos edição em papel do jornal O Notícias da Trofa e que a vamos disponibilizar gratuitamente na nossa página de internet, para evitar transformar-se num veículo de propagação do COVID-19. Muitos de nós, ao ler um jornal, desfolhamos com os dedos cada folha para ler cada palavra, devorando cada texto e cada fotografia...e aqui está o problema da propagação do vírus. Porque somos todos chamados a proteger os nossos e a todos os que nos rodeiam, tomamos esta difícil, mas responsável e necessária decisão de publicar a nossa edição desta semana apenas em suporte digital. Voltaremos a um quiosque perto de si muito em breve! Proteger é um dever de todos!
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Coronavírus
Jovem estava a ser monitorizado pelas autoridades de saúde, desde que foi conhecido que o DJ que participou numa festa no Hard Club, no Porto, testou positivo. Um homem de 27 anos, residente na Trofa, testou positivo para o novo coronavírus, a 11 de março. O homem esteve na festa do Hard Club, no Porto, a 6 de março, onde participou o DJ que testou positivo para o vírus, e já estava a ser monitorizado pelas autoridades de saúde. Uma vez que não apresenta sintomas, mantém-se isolado em casa. No concelho da Trofa são muitos os relatos de pessoas em quarentena, ora voluntária, ora imposta, mas não são conhecidos, até ao fecho desta edição, mais casos com diagnóstico confirmado de Covid-19.
São vários os relatos de pessoas em quarentena
Seis casos de Covid-19 têm em comum visita à Feira Anual Um homem de 56 anos, natural de Outiz, Vila Nova de Famalicão, testou positivo para a Covid-19, na segunda-feira, 16 de março. O teste terá sido o primeiro feito no Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA), a dar positivo dos cerca de 200 já realizados. O doente deu entrada no serviço de urgência da unidade de Vila Nova de Famalicão do CHMA, no dia 16, ao início da tarde, com suspeitas de estar infetado pelo novo coronavírus. Depois de confirmada a doença, acabou por ser transferido para o Hospital de Braga, onde deu entrada na unidade de cuidados intensivos, devido ao agravamento significativo do seu estado de saúde. Durante o diagnóstico epidemiológico, terá referido que esteve na Feira Anual da Trofa, uma feira agrícola que decorreu entre 6 e 8 de março, em Bougado, concelho da Trofa,
evento no qual também terá participado outro homem, também infetado por coronavírus. Este, residente em Brufe, foi o primeiro caso a ser identificado no concelho de Vila Nova de Famalicão, a 12 de março. O homem, com cerca de 50 anos, testou positivo e esteve internado no Hospital de S. João, no Porto, acabando por completar a sua recuperação em casa. O filho, estudante, também foi sujeito a testes, que deram negativo. O foco de contágio terá estado na origem do contacto do jovem com um professor, infetado com a doença. A informação de que este homem infetado esteve na Feira Anual da Trofa foi confirmada ao JA pelo presidente da Junta da União de Freguesias de Gondifelos, Cavalões e Outiz, Manuel Novais, que explicou que soube quando uma pessoa de Gondifelos “se prontificou a dizer” que tinha esta-
F eira A nual foi local de passagem de duas pessoas que testaram positivo para a Covid -19 do com ele na Feira da Trofa. “Acabei por falar com um senhor que esteve na Feira Anual com ele (infetado). Teve o cuidado de partilhar essa informação para não criar problemas com ninguém”, referiu Manuel Novais. O presidente da Junta não conseguiu “precisar” em que dia é que o encontro aconteceu, mas garante que “estiveram lá”.
Mais quatro casos relacionados com a Feira Ao NT chegou o relato de um empresário que esteve na Feira de que mais pessoas testaram positivo, depois de visitarem o evento. Três pessoas de Matosinhos estiveram no certame no primeiro dia, 6 de março, e no dia 15, depois de suspeitarem estarem infetados, confirmaram a doença num
teste feito no Hospital de S. João, no Porto. Outra pessoa, funcionário de uma empresa de Vila do Conde, esteve de serviço durante os três dias da Feira Anual. Durante a semana seguinte apresentou sintomas e testou positivo para a Covid-19. Feiras semanais suspensas Contactado pelo NT, Luís
Paulo, presidente da Junta de Freguesia de Bougado, organizadora da Feira Anual, afirmou “desconhecer” que no certame tenha estado alguém infetado com o novo coronavírus. O auta rca comprome teu-se a “encetar todos os contactos devidos com as autoridades de saúde, incluindo a Direção Geral de Saúde”, pa ra perce ber se era viável manter a realização da feira semanal, que se realizou no passado sábado, mas acabou por ser suspensa pela Junta Freguesia, conforme comunicado que a entidade lançou. “Este encerramento vigorará até que se recebam indicações em contrário por parte da Direção Geral de Saúde”, declarou a Junta. No Coronado, a feira que se realiza em S. Mamede à quinta-feira também foi suspensa pela Junta de Freguesia.
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Coronavírus
Covid-19: Tudo o que precisa de saber Covid-19 é o nome atribuído pela Organização Mundial da Saúde à doença provocada pelo novo coronavírus (SARS-COV-2). Declarado como uma pandemia pela Organização Mundial de Saúde, assim como rapidamente se disseminou na população mundial, este novo vírus resultou também na circulação online de muita informação falsa e maldosa. Num compromisso com a verdade e para contribuir para o esclarecimento da comunidade, elaboramos este texto com toda a informação fidedigna relacionada com o vírus. LEONOR DE LEMOS/CAROLINA SILVA/CÁTIA VELOSO
Segundo a Direção Geral da Saúde, os coronavírus são “um grupo de vírus que podem causar infeções nas pessoas”, que “normalmente estão associadas ao sistema respiratório, podendo ser parecidas a uma gripe comum ou evoluir para uma doença mais grave, como pneumonia”. Este vírus foi, pela primeira vez, identificado no final do ano de 2019, na cidade de Wuhan, na China. Segundo algumas autoridades internacionais, a fonte de infeção é desconhecida e ainda pode estar ativa. Os primeiros casos estão relacionados com pessoas que frequentaram um mercado de Wuhan, específico para alimentos e animais vivos (peixe, mariscos e aves). Investigadores suspeitam que o vírus possa ter origem animal, mas tal ainda não está confirmado. Os sintomas mais frequentes associados à infeção pela Covid-19 são febre (superior a 37,5ºC), tosse ou dificuldade respiratória (falta de ar). Pode ainda surgir dor de gar-
Período de contágio e diagnóstico
O vírus foi identificado, pela primeira vez, na cidade de Wuhan, na China ganta, corrimento nasal, dores de cabeça e/ou musculares e cansaço. Em casos mais graves, pode levar a pneumonia grave com insuficiên-
cia respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos, e eventual morte. No entanto, a maioria dos casos recupera sem sequelas.
principal via de transmissão do vírus é de pessoa a pessoa , através de gotículas que são libertadas por um infetado
T ransmissão A Covid-19 transmite-se, essencialmente, por contacto próximo com pessoas infetadas pelo vírus e por contacto com superfícies ou objetos contaminados. Desta forma, a principal via de transmissão é de pessoa a pessoa, através de gotículas que são libertadas por um infetado quando este fala, tosse ou espirra. Essas gotículas podem chegar às bocas e narizes de pessoas que estejam por perto. Essas mesmas gotículas são demasiado pesadas para que possam percorrer grandes distâncias pelo ar, conseguindo propagar-se cerca de um metro e rapidamente assentam nas superfícies. Essa é a razão pela qual o contágio de pessoa para pessoa apenas acontece, na maior parte dos casos, através de contactos próximos. O tempo exato em que o vírus consegue sobreviver nas superfícies ainda não é conhecido, por isso é aconselhável limpá-las de forma regular. As nossas mãos tocam em muitas superfícies, que podem estar contaminadas com o vírus, por isso deve-se evitar tocar nos olhos, nariz ou boca, uma vez que as mãos contaminadas podem transferir o vírus das superfícies para o nosso corpo.
O período de incubação é o tempo decorrido entre a exposição ao vírus e o aparecimento de sintomas e, atualmente, está estimado entre dois a 14 dias. A transmissão por pessoas assintomáticas (que não apresentam sintomas) ainda está a ser investigada. O diagnóstico é feito através de um inquérito epidemiológico, para que se perceba qual foi a fonte da infeção, ou seja, quem transmitiu o vírus. Se esta fonte não for detetada, diz-se que estamos perante uma “área de transmissão comunitária”. Se estiver com febre, tosse ou dificuldade respiratória e tiver estado em contacto com uma pessoa infetada pela Covid-19 ou tiver regressado recentemente de uma área afetada, deve ligar para o SNS 24 (808 24 24 24). Depois deste contacto e de validação da história clínica, os profissionais de saúde irão determinar se é necessário ser testado. Para mais informações, o SNS 24 reforçou a sua capacidade de resposta através do serviço de triagem onde sempre que necessário são ativados os mecanismos de resposta de casos suspeitos e onde se encontram médicos que validam, ou não, o caso (através do contacto com a linha de apoio ao médico da DGS). Pode também recorrer à linha telefónica do SNS 24 (808242424) ou ao website oficial (www.dgs.pt), que tem disponíveis conteúdos informativos e em coerência com as autoridades internacionais, para esclarecer a população. A informação é diariamente atualizada, pelo que poderá sofrer alterações com alguma frequência.
FIQUE EM CASA PROTEJA-SE A SI AOS OUTROS
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Pessoas com perfil de risco têm de redobrar cuidados As pessoas que correm maior risco de doença grave por Covid-19 são os idosos e pessoas com doenças crónicas, como problemas cardíacos, pulmonares ou oncológicos, diabetes ou hipertensão, assim como quem tem imunidade reduzida (desde doenças autoimunes até grávidas). É nestas pessoas que reside maior probabilidade de requisição de cuidados intensivos. Se tiver risco de doença grave, é recomendado que, de forma mais incisiva e atenta, lave frequentemente as mãos, evite locais fechados, mantenha a distância de outras pessoas, evitando multidões, se afaste de pessoas doentes e limite o contacto próximo. A idade também é um fator de risco, devido “à fraqueza do sistema imunitário e ao aumento da inflamação associados à idade, I dade é um fator de risco devido à fraqueza do sistema imunitário que podem promover a replicação viral e respostas mais pro- sados por outras infeções virais, se, falta de ar e cansaço, o novo longadas à inflamação, causan- como a gripe, mas obrigam a coronavírus “afeta a compensado danos duradouros no coração, “maior vigilância e controlo”. “É ção da diabetes”. cérebro e outros órgãos”, expli- crucial o indivíduo manter-se Sobre reser vas de medicacou o investigador e médico no hidratado, controlar a sua glice- mentos, investigadores aconseHospital Jinyintan em Wuhan, mia, controlar a sua temperatura lham a que qualquer doente que Zhibo Liu. corporal, seguir as recomenda- tenha de tomar medicação deve No que respeita aos diabéticos, ções da equipa de saúde e, em ter uma reserva para mais de um a Associação Protectora dos Dia- caso de diabetes tipo 1, contro- mês, acautelando assim alguma béticos de Portugal (APDP) fez lar os corpos cetónicos”, aconse- falha na distribuição ou a impossaber que os efeitos deste novo lha a associação, que revela que, sibilidade de se deslocar”. vírus não são diferentes dos cau- além dos sintomas de febre, tos-
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Coronavírus Os animais podem transmitir Covid-19? Não existe qualquer evidência científica de cães e gatos, sejam eles domésticos ou não, possam transmitir o novo coronavírus para os humanos ou outros animais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) já afirmou.
O vírus não sobrevive ao calor? Não existe conhecimento que o clima e a temperatura afeta na sua propagação. Mas indica-se de forma geral que as temperaturas mais baixas aumentam o tempo de sobrevivência do vírus no ar.
O vírus pode ser transmitido através de alimentos? Os cientistas ainda estão a aprender as especificidades de como este vírus é transmitido, mas sabe-se que o mesmo pode espalhar-se através de gotículas que são libertadas pelo nariz ou pela boca quando alguém tosse ou espirra. De momento, não há evidências de transmissão do coronavírus por meio de alimentos. Mas é importante ressalvar: Antes de preparar ou consumir alimentos, é importante lavar sempre as mãos com água e sabão durante 20 segundos.
Recomendações • Lavar as mãos com frequência é básico e vem sendo apontado como o método mais eficaz. Deve lavá-las durante 20 segundos (o tempo que leva a cantar os “Parabéns”) ou passá-las por uma solução de base alcoólica; • Fundamental usar um lenço quando se tosse e espirra e, de seguida, deitá-lo fora; • Evitar levar mãos à boca, nariz e olhos, para evitar que o vírus entre por zonas aéreas; • Não partilhar objetos pessoais e comida em que tenha tocado com outras pessoas; • Caso tenha gripe, evitar contacto com outras pessoas, para não haver a possibilidade de infeção cruzada com outra pessoa; • Manter e continuar hábitos saudáveis, como uma alimentação equilibrada e a prática de exercício físico.
Sobre o uso de máscaras Segundo a Direção Geral da Saúde (DGS), as máscaras faciais descartáveis só devem ser utilizadas por suspeitos de infeção ou doentes infetados, profissionais de saúde, cuidadores de saúde e mães que estão a amamentar. Não se recomenda até à data o uso de máscaras por quem não apresentar sintomas. O uso da mesma de forma incorreta pode aumentar o risco de infeção.
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Coronavírus
Centro Hospitalar suspende atividade não urgente e canaliza esforços para combater Covid-19 Nos próximos dias, estão suspensas todas as atividades cirúrgicas programadas não urgentes no Centro Hospitalar do Médio Ave (CHMA), que abrange os hospitais de Santo Tirso e Vila Nova de Famalicão. A medida, tomada a 17 de março, surge no âmbito do plano de contingência das unidades de saúde, no sentido de “ajustar os recursos” para responder com maior eficiência ao surto de Covid-19. A suspensão abrange a cirurgia convencional e de ambulatório e os utentes devem aguardar a remarcação, que será feira “logo que possível”. “O CHMA agradece a atenção dos seus utentes para a informação que vai sendo divulgada sobre alteração ou suspensão da atividade programada (consultas, exames, tratamentos) e pede a melhor compreensão para as súbitas, mas inevitáveis, mudanças que estão e vão continuar a ocor-
rer nos próximos dias”, comunicou a administração do Centro Hospitalar. Já sobre consultas externas e meios complementares de diagnóstico (colheitas de sangue, exames e tratamentos) não urgentes, estão a ser tomadas “outras medidas”, que “serão oportunamente divulgadas”, complementou. Estas foram as últimas re- dao.santotirso@chma.mingras colocadas em ação. An- -saude.pt ou gabinete.cidates, o CHMA já tinha sus- dao.famalicao@chma.minpendido o acesso às suas -saude.pt. Os serviços de apoio adinstalações de não colaboradores que não sejam fun- ministrativo a não profisdamentais para o funciona- sionais do CHMA também mento do Centro Hospitalar. suspenderam o atendimenAs sessões de preparação to presencial, sendo que para o parto e as cerimónias o contacto terá de ser feito na capela da unidade de Fa- pelo email balcaounico@ malicão – assim como a visi- chma.min-saude.pt ou pelo ta pascal nos dois hospitais – telefone 914438737. O atendimento do Serviço foram suspensas. Foi ainda suprimido o Social está restrito. “Em casos imperiosos e atendimento presencial no Gabinete do Cidadão, que inadiáveis, que exijam conestá apenas disponível atra- tacto presencial, deverão vés de contacto telefónico ou ser utilizados pontos de dos emails gabinete.cida- acesso existentes nas duas
CAROLINA SILVA/CÁTIA VELOSO
Será que a morte por infeção por esta doença é coberta pelo seguro de vida? E em relação à viagens? Será que reembolsam por cancelamento e por prolongamento da estadia? Se quiser fazer um teste para despiste de infeção por coronavírus o seguro de saúde cobre essa despesa? São várias as questões que Associação Portuguesa de Seguradores (APS)
e a DECO procuraram es- rem que fazer o teste de despiste ao Covid-19 por presclarecer. No caso de uma pessoa crição médica”. Sobre se os seguros de que queira fazer despiste de infeção por coronavírus saúde cobrem os gastos no setor privado, segundo de saúde associados à Coa APS, seguradoras “estão vid-19, a DECO fez um lea suportar os custos dos tes- vantamento que dá conta tes de diagnóstico sempre “todos os seguros de saúque haja a necessária pres- de analisados, à exceção crição médica”. As empre- de um (pertencente a sesas do ramo – que não fo- guradora que é uma mútua ram identificadas pela APS francesa), excluem as desno comunicado, disponibili- pesas relacionadas com zaram ainda as linhas de as- doenças epidémicas oficialsistência aos clientes para o mente declaradas” e “a deesclarecimento de dúvidas claração oficial de pandee no apoio ao diagnóstico, mia não determinou, por si, pelo que é aconselhável qualquer alteração no norcontactar para saber mais mal funcionamento destes sobre se a sua seguradora seguros”. Esta exclusão relacionaestá neste grupo. A Fidelidade comunicou, -se com a necessidade de entretanto, que irá “isentar se encaminhar os casos de os clientes do seu Seguro de infeção para o Serviço NaSaúde Multicare do custo de cional de Saúde (SNS), para copagamento no caso de te- onde “as empresas de segu-
Memórias e Histórias da Trofa
Uma lição de história em tempos de pandemia
unidades, com contacto subsequente com o serviço respetivo e, caso seja necessário, com a deslocação de um profissional à zona de atendimento definida. Na Unidade de Famalicão, o ponto de acesso situa-se no Balcão Único da Consulta Externa e na Unidade de Santo Tirso no Posto Informativo do átrio principal”, informou a administração do CHMA. Nos últimos dias, o Centro Hospitalar está a promover a realização de consultas subsequentes sem a presença do doente, quando os critérios clínicos o permitam. C.V.
O que cobrem os seguros de saúde em cenário de pandemia? Em Portugal, dos 642 infetados anunciados até ao momento pela Covid-19, já há duas mortes registadas. Perante esta situação excecional, muitas são as dúvidas dos portugueses perante o cenário de pandemia, principalmente em casos relacionados com seguros de saúde.
José Pedro Maia Reis
ros, em conformidade com as orientações definidas pela Direção-Geral de Saúde, estão obrigadas a encaminhar”, esclareceu a APS. No caso das viagens, se tiver de cancelar ou ficar retido no estrangeiro e receber tratamento médico, o que acontece? Segundo a APS, o seguro de assistência de viagem pode ser acionado se o cliente estiver impedido de viajar se tiver provado estar infetado pela Covid-19, estando em quarentena ou no hospital. Convém confirmar sempre se o seguro abrange este tipo de situações por causas dos vários seguros das agências de viagem. Em relação a cancelamentos de viagens, não existe apólice que cubra o cancelamento por receio de contágio.
Atendendo a ser uma semana diferente de todas as outras, vivemos tempos que são possivelmente ímpares para a maioria dos elementos da comunidade e temos de dar o melhor de nós para poder ajudar a nossa comunidade. Reconheço que os meus conhecimentos sobre medicina são limitados, em miúdo só conheci as urgências de ortopedia e de enfermaria, cabeças e dedos partidos, coisas típicas de miúdo. Perante esta situação, não vos poderei transmitir grandes conhecimentos para combater esta nova pandemia, mas o estudo de história deu-me algumas “luzes” sobre este tipo de situação. Escrevo este texto para aquele que compra 50 iogurtes, duas paletes de papel higiénico, carne ao nível da alimentação diária de um leão e pergunto para quê? Não sejas egoísta, no passado, especialmente em 1918 com o pico da Gripe Espanhola, muitos passaram fome, porque outros açambarcaram tudo e nada deixaram para os seus semelhantes. Imperioso não esquecer também evitar o contacto ao máximo, não acredito que na internet, não consigas ver os teus filmes, a tua tv com 170 canais, será que não dá a tua série? Será que é justo andares na rua enquanto outros se protegem em casa e depois contaminas quem partilha casa contigo? Sabias que a Gripe Espanhola entrou em Braga, porque um “iluminado” que tinha sintomas se lembrou de seguir por estrada indo a pé desde o Porto até Braga para evitar os controlos sanitários que eram realizados nas estações de comboios e recolheu ao seu lar naquela cidade que até então não tinha registado casos? Nos dias seguintes, vários foram os casos que surgiram em Braga e esse “iluminado” contaminava a sua família, os seus familiares contaminavam colegas e amigos e, no final de contas, em Braga foram 754 as vítimas mortais. Podes alegar, “ah e tal, isso foi antigamente, eles eram atrasadinhos”, mas coisa estranha, tens mais e melhores comunicações, consegues ter mais informação e existem sempre indivíduos que, passados cem anos, conseguiram fazer as mesmas coisas. Não te iludas que apenas acontece aos outros, que tu és diferente do teu amigo, familiar ou companheiro/a. Não, não és igual a eles, mas também adoeces e podes sofrer as consequências da tua irresponsabilidade. Se juntos fizermos um esforço, se nos unirmos, se respeitarmos o próximo e se imperar o bom senso, certamente que dentro de pouco tempo iremos estar juntos a realizar a nossa vida normal. Ainda para mais, está a chegar o verão, já te imaginas a beber uma cerveja e ver o por do sol na praia? Não faças deste sonho uma ilusão, protege-te a ti e a todos os teus familiares e amigos. Rapidamente, iremos ultrapassar este pesadelo, este pânico e esta ameaça, no passado já passamos por este tipo de situações, com menos recursos, com menos avanços científicos e conseguimos superá-los. Conto contigo para mostrarmos a esta pandemia de que fibra somos feitos.
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Coronavírus
João Mendes
CRÓNICA
Pacote de medidas extraordinárias de apoio às situações de crise empresarial
Sejamos excepcionais São dias de angústia, ansiedade e medo, estes que vivemos. Dias em que a humanidade mais precisa de líderes inspiradores, pese embora casos como o de Trump, que esta semana tentou desviar a investigação de uma empresa alemã para os EUA, de modo a obter uma vacina exclusiva para o país, de Bolsonaro, que tem argumentado que o pânico em torno da Covid-19 mais não é do que “histeria”, ou mesmo do discípulo português da corrente neofascista que integra os dois anteriores, André Ventura, para quem Marcelo não está de quarentena, está escondido. Para quem perturbar (ainda mais) os hospitais portugueses, para lá poder encenar um dos seus números de propaganda, é imperativo. Para quem, convém não esquecer, o SNS era para privatizar. Ventura não olha a meios. Nunca olhou. E é bom que não nos esqueçamos, quando tudo isto passar, que, no momento mais difícil, Ventura escolheu-se a si próprio. Populistas demagogos à parte, o comportamento dos políticos europeus e nacionais tem sido exemplar. Em Portugal respira-se uma unanimidade rara, com um alinhamento de posições e intenções que vai dos libertários aos comunistas. A guerrilha política não cessou, é certo, e tivemos, nos últimos dias, péssimos exemplos disso mesmo. Não obstante, é notório que existe um raro espírito de união entre partidos e instituições. Outra coisa não seria de esperar, de quem se afirma democrata e comprometido com o superior interesse da nação. Nestes tempos de excepção, é meu entendimento que todos, de uma maneira geral, temos respondido de forma excepcional. Não só os profissionais de saúde, incansáveis na linha da frente do combate ao vírus, mas também os bombeiros, as diferentes forças de segurança, os camionistas, aqueles que cuidam dos nossos idosos em lares ou nos seus domicílios, os funcionários das farmácias e dos supermercados, entre muitos outros, que continuam a sair de suas casas, todos os dias, para que a economia não pare. Todavia, a opção pela excepcionalidade não compete apenas aos que estão lá fora, nas várias frentes de batalha desta guerra. Também aqueles que estão em casa podem e devem ser excepcionais. E, neste caso, ser excepcional passa por algo tão simples ficar em casa. Parafraseando Rodrigo Guedes de Carvalho, por estes dias um dos faróis do bom senso e da moderação que deveriam imperar, “aos vossos avós foi-lhes pedido para irem à guerra. A vocês, pedem-vos que fiquem no sofá. Tenham noção”. Desengane-se, porém, quem acha que esta foi uma mensagem dirigida exclusivamente à miudagem inconsequente que invadiu a praia de Carcavelos e o Cais do Sodré em plena pandemia. Esta mensagem é também um apelo aos avós, os tais que foram para a guerra. Porque a falta de noção não escolhe idades. Atinge, de igual maneira, crianças ingénuas e idosos experientes. E é por isso que nunca é demais recordar o essencial. E o essencial, resumidamente, é que as instruções das autoridades são para cumprir. Que as mãos são para lavar. Muitas vezes. Que sair de casa só para o estritamente essencial. Que o café pode esperar, o jantar com amigos pode esperar, as férias podem esperar e o cabelo e as unhas também podem esperar. Ser cuidadoso e ter medo deste vírus não faz de ninguém um cobarde. Revela maturidade. Dar abraços e beijos, seja a quem for, é arriscado e irresponsável. Também pode esperar. Gozar com quem cumpre as medidas sugeridas ou impostas é estúpido e merece forte repúdio. Divulgar notícias falsas, áudios alarmistas e conspirações sem pés nem cabeça, provenientes de fontes duvidosas, apenas contribuem para aumentar ainda mais o medo e a ansiedade e deviam ser punidos com pena de prisão. E lembrem-se que o Covid-19 não é algo que só acontece aos outros. Estamos todos sujeitos. Sejamos, por isso, excepcionais. Sejamos responsáveis e estejamos alerta. Cuidemos de nós, dos nossos e de todos os outros que possamos ajudar. Ânimo, muita força e coragem! A tempestade passará!
E mpresas passam por momento dramático Com paragem total ou quebra de faturação de 40 por cento, as empresas vão ter isenção temporária do pagamento de contribuições para a Segurança Social. Os trabalhadores terão apoios no valor igual a 2/3 da retribuição ilíquida do trabalhador, até 1.905 euros, no máximo, sendo 70por cento assegurado pela Segurança Social e 30 por cento pelo empregador, com duração de um mês prorrogável mensalmente, até um máximo de 6 meses. Os pacotes de medidas de apoios imediatos lançados pelo Governo de Portugal, neste domingo, 15 de março, são de carácter “extraordinário, temporário e transitório, destinados aos trabalhadores e empregadores afetados pelo surto do vírus COVID-19”. Têm como objetivo manter os postos de trabalho e atenuar a crise empresarial. As medidas previstas, segundo a portaria publicada no Diário da República, aplicam-se aos empregadores de natureza privada, incluindo as entidades empregadoras do setor social, e trabalhadores ao seu serviço, afetados pelo surto do vírus COVID-19, que em consequência se encontrem, comprovadamente, em situação de crise empresarial. “As demais situações de encerramento temporário ou diminuição temporária da atividade da empresa ocorridas no período de vigência desta portaria, mas que
não sejam consequência de si- ta exatamente por não implicar a tuação de crise empresarial, apli- suspensão dos contratos de trabacam-se as outras regras previstas lho e definir uma operacionalizano Código do Trabalho.”adiantou ção procedimental simplificada. Este apoio extraordinário tomaa ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. “Segun- rá a forma de um apoio financeiro do as novas regras, esta nova me- que será destinado apenas ao padida exige a obrigação de infor- gamento de remunerações. “Dumar, por escrito, os trabalhado- rante o período de aplicação desres abrangidos e o prazo previ- ta medida, a empresa tem direito sível da interrupção da atividade, a um apoio financeiro nos mesmos corolário do direito à informação”. termos do previsto no n.º 4 do arPara quem iniciou a atividade tigo 305.º do Código do Trabalho, há menos de doze meses, têm com duração de um mês”, expliacesso a um apoio extraordiná- ca o Executivo, frisando que este rio para auxílio ao pagamento da apoio pode prolongar-se mensalretribuição dos seus trabalhado- mente, até um máximo de 6 meres, durante o período máximo de ses,, apenas quando os trabalhadores da empresa tenham gozado seis meses. As circunstâncias referidas o limite máximo de férias anuais para situação de crise empresa- e quando a entidade empregadorial terão de ser atestadas me- ra tenha adotado os mecanismos diante declaração do emprega- de flexibilidade dos horários de dor conjuntamente com certidão trabalho previstos na lei. Para além disto, os empregado contabilista certificado da empresa, e poderão ser fiscalizadas, dores que beneficiem destas meem qualquer momento, pelas enti- didas serão isentos do pagamento das contribuições à Segurança dades públicas competentes. Relativamente ao apoio aos tra- Social a cargo da entidade embalhadores, é salientado na porta- pregadora. Este direito aplicaria que “não se compadecem com -se igualmente aos trabalhadoa complexidade procedimental res independentes que sejam ende regimes já existentes como tidades empregadoras benefio da suspensão dos contratos de ciárias das mediadas e respetitrabalho efetuada por iniciativa vos cônjuges. Segundo o Governo, a isenção das empresas, prevista no Código do Trabalho, vulgarmente de- do pagamento de contribuições nominado de lay off”. O Governo relativamente aos trabalhadores dá conta de que é, no entanto, na abrangidos é reconhecida oficiofigura do lay off que esta medida samente, designadamente com se inspira, quer na estruturação, base na informação transmitida quer nas formas e montantes de pelo IEFP, I. P. pagamento, mas que dela se afas-
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Coronavírus
Portugal em Estado de Emergência desde a meia noite O Parlamento Português aprovou esta Para evitar o risco de contágio com o quarta-feira o projeto de declaração do es- novo coronavírus, as autoridades poderão tado de emergência que lhe foi submetido impor o "confinamento compulsivo no dopelo Presidente da República com o obje- micílio ou em estabelecimento de saúde" tivo de combater a pandemia de Covid-19. de doentes, bem como o estabelecimento O projeto foi aprovado pelo plenário da de "cercas sanitárias". Assembleia da República sem votos contra Prevê-se também a suspensão do direito e com os votos favoráveis do PS, PSD, PSD, à greve se “comprometer o funcionamenCDS-PP, BE, PAN e Chega. to de infraestruturas críticas” ou a “presAbsteve-se o PCP, os Verdes, a deputada tação de cuidados de saúde” no combate não inscrita Joacine Katar Moreira e o de- à pandemia da Covid-19. putado da Iniciativa Liberal, João Cotrim O Presidente da Republica, Marcelo Rede Figueiredo. belo de Sousa explicou que apresentou as De acordo com o decreto presidencial, cinco razões para propor e decretar o eso estado de emergência abrange todo o tado de emergência em Portugal para comterritório nacional e tem a duração de 15 bater a pandemia de Covid-19, solidariedias, que podem ser prorrogados em caso dade, prevenção, certeza, contenção e flede necessidade. xibilidade. O texto enviado por Marcelo Rebelo de Marcelo Rebelo de Sousa falou durante Sousa ao parlamento visa obter “cobertura 13:40, numa comunicação aos portugueconstitucional a medidas mais abrangentes ses, a partir do Palácio de Belém, em Lisque se revele necessário adotar para com- boa, para explicar os motivos da sua deciM arcelo R ebelo de Sousa falou ao País ao início da noite de quarta-feira bater esta calamidade pública”, a pande- são para conter a pandemia e os seus efei“tomar decisões” com rapidez, “ajustadas” ção do país dentro de 15 dia pelo Governo, mia da Covid-19, segundo o decreto, que tos na economia e na sociedade. tendo em conta a evolução da pandemia. se prevê entrar imediatamente em vigor A primeira é o “reforço da solidarieda- e que seja “necessárias no futuro”. O novo coronavírus, responsável pela Em terceiro ligar, a “certeza”, dado que após a publicação. de dos poderes públicos e deles com o Ficam suspensos alguns direitos e ga- povo”, justificando que Portugal precisa é preciso prever que um “quadro legal de pandemia da Covid-19, infetou mais de 210 rantias dos cidadãos, como a liberdade de de “aprender com os outros” países que, intervenção” e garantir que, no futuro, não mil pessoas em todo o mundo, das quais deslocação ou de manifestação, mas man- enfrentaram a epidemia há mais tempo e venha a ser “questionado o fundamento ju- mais de 8.750 morreram. Das pessoas infetadas, mais de 84.000 têm-se os direitos essenciais, como o di- com “passos graduais”, e agora adotar me- rídico” das decisões. Em quarto lugar está a “contenção”, de recuperaram da doença. reito à vida, a liberdade religiosa ou a li- didas fortes. Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde berdade de informação mas o Primeiro-mi“Mesmo parecendo que pecamos por ex- forma a garantir que o decreto de estado de emergência não “atinge o essencial dos (DGS) elevou o número de casos confirmanistro António Costa Garante que “a demo- cesso”, disse. dos de infeção para 642, mais 194 do que cracia não está suspensa” deixando para A segunda razão foi a prevenção, para direitos fundamentais”. Por último, em quinto lugar, o decreto ga- na terça-feira. O número de mortos no país esta quinta-feira o anúncio das medidas a que o executivo de António Costa, que tem implementar. “uma tarefa hercúlea” pela frente, possa rante flexibilidade na reavaliação da situa- subiu para dois.
Como se prevenir durante as saídas para compras A ordem é para ficar em casa e sair apenas para comprar bens essenciais como alimentos ou medicamentos e até agora “não há nada que indique que os alimentos possam ser uma via particular de transmissão des-
te novo coronavírus”, adianta Duarte Torres, investigador no Instituto de Saúde Pública da Universidade de Porto em declarações ao Público. A Covid-19 continua a ser muito
desconhecida e a sua presença em superfícies ainda não está esclarecida. “Os alimentos têm também uma superfície e ainda não sabemos muito bem se há transmissão via superfície”, explica. Os investigadores da área da segurança alimentar sublinham, ainda assim, que é importante ter alguns cuidados na ida ao supermercado e no regresso a casa. “Uma boa aposta são as compras online”, aconselha a engenheira de segurança alimentar Diana Duarte. Antes de sair de casa para fazer compras faça uma lista do que precisa, para quantos dias e quantas pessoas. Além dos sacos para as compras, leve consigo gel desinfetante ou álcool. Ao entrar no carro, desinfete novamente as mãos. Ainda que as grandes superfícies estejam a higienizar com frequência os carrinhos de compras, pode fazer a sua própria desinfeção. Ou então, melhor ainda,coloque as compras nos
sacos que levou para as transportar para casa. Mesmo a ntes de entra r na loja,“lave as mãos para cuidar de quem lá trabalha”, relembra Diana Duarte. Não se esqueça de que o uso de máscara só está aconselhado para os grupos de riscos ou para quem apresente sintomas. Se estiver doente, o melhor é evitar a ida ao supermercado. Durante as compras devem higienizar as mãos sempre que possível e evitar tocar no rosto. Quanto ao uso de luvas durante as compras, as opiniões dividem-se e há quem defenda o uso e quem entenda que o melhor é mesmo não as usar. Evite pagar com dinheiro e use o cartão Multibanco. Se o seu cartão tiver o sistema contactless, esta é uma oportunidade para utilizar essa funcionalidade. Depois de tocar nas teclas do terminal Multibanco, desinfecte as mãos. Já em casa, coloque a roupa e o
calçado que levou ao supermercado “a arejar devidamente”, aconselha Diana Duarte. E quanto à comida que trouxe para casa? “Lidamos com o desconhecido. Sabemos de outros coronavírus em que não há relatos de transmissão via alimentos. Não sabemos se este novo coronavírus se vai comportar de forma semelhante”, insiste Duarte Torres. Assim, os especialistas aconselham a ter atenção ao consumo de alimentos crus e a dar preferência a tudo o que for cozinhado. A fruta crua deve ser sempre descascada ou cozida. O que for para comer em cru, por exemplo a alface, deve ser previamente desinfectado. Os legumes devem, assim, ser demolhados numa solução de vinagre com água. “Duas colheres de sopa de vinagre para dez de água deverá ser suficiente para fazer essa pré-lavagem”, sugere Diana Duarte.
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Concelho com espaços públicos fechados e eventos cancelados O país estava em alerta e vários municípios já tinham diligenciado no sentido de prevenir a propagação do coronavírus, mas a Câmara Municipal da Trofa só tomou medidas a 12 de março, dia seguinte à declaração da Organização Mundial de Saúde de classificar o surto como pandemia. Em comunicado, a autarquia fez saber que, “na sequência da reunião presencial” entre o presidente da Câmara Municipal, Sérgio Humberto, a vereadora do pelouro da Saúde, Lina Ramos, e as autoridades de saúde local e regional, estava decretado o encerramento de espaços públicos e cancelados os eventos municipais. Entretanto, e mediante a evo-
lução da propagação da doença, a autarquia atualizou as medidas, anunciando o encerramento dos parques infantis municipais e casa de banho públicas, assim como o encerramento do atendimento ao público presencial nos edifícios municipais. Este deverá ser feito através de telefone, para o número 252409290, do email geral@mun-trofa.pt ou do eBalcao (https://ebalcao.mun-trofa.pt) “Sem prejuízo do disposto no número anterior, nos casos em que se revele necessário realizar um atendimento presencial, o qual terá que revestir carácter urgente e inadiável, o mesmo será objeto de análise e marcação prévia, por via telefónica ou eletró-
nica”, acrescenta o comunicado da autarquia. Os espaços do cidadão também estão fechados e a Câmara Municipal assegura os “serviços mínimos, em todas as unidades orgânicas”, salvaguardando “todas as medidas profiláticas aplicáveis”. Esta terça-feira, foi comunicado que os parcómetros iam ficar suspensos, por tempo indeterminado. Criada Linha de Conforto Psicológico Um dia depois, a autarquia divulgou a Linha de Conforto Psicológico, 252403690, “direcionada a todos os munícipes, com o objetivo de combater a solidão, a ansiedade e as inquietações que
E spaços públicos estão encerrados possam surgir nesta situação e também para ajudar os pais que precisem de algum apoio para manterem os seus filhos ativos e
ocupados”. A linha funciona de segunda a sexta-feira, das 9 às 13 horas e das 14 às 16.30 horas.
Fisitrofa disponibiliza instalações e colaboradores para combater o vírus A Fisitrofa, clínica de medicina e de reabilitação, está disponível para ajudar o Serviço Nacional de Saúde no combate ao surto de Covid-19. A empresa contactou, por email, o Agrupamento de Cen-
tros de Saúde Santo Tirso/Trofa, disponibilizando “as suas instalações e alguns colaboradores para ajudar nesta altura difícil que nos encontramos”. Em declarações ao NT, Pedro
Queirós, representante da empresa, afirmou que “a clínica está fechada desde o dia 16 de março, por questões de segurança dos colaboradores e utentes”. “As nossas instalações têm cerca de
40 boxes que podem ser utilizadas para descanso dos profissionais de saúde, equipadas com balneários e chuveiros”, revelou. Segundo Pedro Queirós, o espaço está, de resto, “disponível
para aquilo que o ACeS julgue possível”. A resposta do Agrupamento, disse, foi de “agradecimento” e abertura para, “caso seja necessário, “contactar a clínica”.
Águas do Norte prolonga prazo de pagamento de faturas O prazo para pagamentos por multibanco, de faturas e avisos de dívida da empresa Águas do Norte será alargado até 20 dias após a data limite de pagamento. Em comunicado enviado ao NT, a empresa, responsável pelo saneamento de águas residuais no concelho da Trofa explicou a medida com “a situação atual e
o Plano de Contingência interno jas de atendimento encontra-se que foi ativado em consequência encerrado desde 17 de março e do aparecimento do novo Coro- “até orientações em contrário”. “Os atendimentos presenciais navírus”. Além de aconselhar os clien- apenas ocorrerão em situações tes a “privilegiarem o pagamen- de extrema necessidade com to de faturas via multibanco” ou prévio agendamento e validaa “aderirem ao débito direto”, a ção”, esclareceu a empresa, que Águas do Norte informou que o na Trofa pode ser contactada atendimento presencial nas lo- através do número 253 919 038.
Para outras situações e esclarecimentos diversos, nomeadamente, nos procedimentos a adotar, durante esta fase, para celebração de contratos, denúncia de contratos, alteração de dados nos contratos, pedidos de ramais, comunicação de leituras, reclamações, pedidos de licenciamento, informações rela-
tivas a cadastro de redes, pedidos de esclarecimento e marcação de vistorias, devem ser tratadas através do email cliente. adnorte@adp.pt, dos números de telefone 808 253 000 ou 253 520 779 ou do portal do cliente, em www.adnorte.pt/pt/clientes/ portal-do-cliente.
Trofenses com desfiles cancelados no Portugal Fashion Depois de impor medidas restritivas de acesso aos desfiles, com porta fechada para público e acesso controlado a jornalistas, no primeiro dia do evento, a organização do Portugal Fashion decidiu cancelar as apresentações marcadas para o segundo e terceiro dias. Antes, já a trofense Inês Torcato tinha anunciado que cancelava o desfile da sua autoria, devido ao surto.
Em comunicado, a designer de moda referiu que tomou a decisão “depois de muita ponderação e sem qualquer extremismo ou alarmismo” e tendo em consideração “as mais recentes orientações do Governo e da Direcção Geral da Saúde para conter a pandemia, em particular as recomendações relativas à organização de eventos públicos”. “Uma decisão com base na mi-
nha vida diária tanto pessoal como profissional e a dos que me rodeiam e todos os prejuízos foram muito pesados na balança. À organização do Portugal Fashion agradeço a compreensão neste momento e desejo a maior sorte para todos os meus colegas designers”, escreveu Inês Torcato, sublinhando que não tomou a decisão “de ânimo leve”, pois “a apresentação da coleção é o culminar
de muitos meses de trabalho que agora ficam postos de parte, mas por respeito à minha equipa, a mim mesma e a todas as pessoas envolvidas nesta apresentação”. A trofense revelou ainda que, como alternativa, vai divulgar o seu trabalho a todos os interessados através de um “lookbook”. O pai, Júlio Torcato, também se viu obrigado a cancelar, uma vez que a sua apresentação contava
com a Orquestra Urbana da Trofa, composto por dezenas de músicos. Seguiu-se Alexandra Moura, que também anunciou nas redes sociais o cancelamento do seu desfile. O desfile do designer italiano Gilberto Calzolari, agendado para o segundo dia, também foi cancelado, porque o criador e equipa são oriundos de Itália, país com transmissão comunitária ativa do surto de Covid-19.
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Escolas de referência sem alunos A Escola Secundária da Trofa e a Escola Básica e Secundária do Coronado e Castro estão no lote dos quase 800 estabelecimentos de ensino que se mantêm abertos, para acolher os filhos de profissionais hospitalares e de emergência. Contactados, os diretores dos agrupamentos de escolas da Trofa e do Coronado e Castro referiram que não há nenhum aluno a usufruir do funcionamento dos estabelecimentos. No Coronado e Castro, concretamente, houve apenas “dois contactos” de encarregados de educação “a solicitar informações acerca do funcionamento da escola”, revelou, acrescentando que, “caso seja necessário”, poderá abrir a Escola do Castro, em Alvarelhos. No Agrupamento de Escolas da Trofa, Paulino Macedo mostra também disponibilidade para abrir a Escola Básica de Finzes, caso os alunos, filhos de profis-
cola Básica de Finzes, em S. Martinho de Bougado, é aque disponibilizará refeições para os alunos da freguesia de Bougado. O pedido de refeições deve ser feito através de um contacto por email educacao@mun-trofa.pt ou por telefone para o 252403690, até às 16 horas do dia anterior, no qual deve estar indicado o nome do aluno e a zona de residência. Agrupamento pede que pais orientem alunos no ensino à distância Secundária da T rofa é uma das escolas de referência durante o surto sionais de saúde ou das forças de segurança, socorro, Forças Armadas ou trabalhadores de serviços p, sejam do 1.º ciclo. A partir desta quinta-feira, os alunos do concelho abrangidos pelos escalões A e B podem ter acesso à refeição escolar gratuitamente. O almoço, servido em regime de take-away, só pode ser levantado pelo encarregado de
educação ou pessoa designada, entre as 12 e as 13 horas, de segunda a sexta-feira. Para os alunos das freguesias do Muro e Alvarelhos e Guidões, as refeições estão disponíveis na Escola Básica do Cerro 1. Para as crianças do Coronado e Covelas, a escola onde devem ser levantadas as refeições é a de Feira Nova, em S. Mamede do Coronado. A Es-
“Num momento em que as escolas se encontram com as atividades presenciais suspensas, adotamos para o seu educando a utilização de metodologias de ensino à distância que lhes permitirá dar continuidade aos processos de ensino e aprendizagem”. Foi desta forma que Paulino Macedo se dirigiu aos encarregados de educação na segunda-feira, numa comunicação em que pede o apoio na orientação dos
alunos durante a suspensão letiva. No documento a que o NT teve acesso, o diretor do Agrupamento de Escolas pede aos encarregados de educação que “supervisionem o horário” que “os professores estabeleceram” com o aluno, que, sempre que possível, será o mesmo “que tinham na escola”. “Os professores das várias disciplinas vão contactá-lo a si e/ ou ao seu educando, por email ou através de outras ferramentas eletrónicas, para marcar tarefas escolares”, referiu o Paulino Macedo, que solicita aos pais que questionem as crianças ou jovens “sobre o que fizeram” e “verifiquem se os trabalhos foram realizados”. “Mantenha o contacto com os professores. O diretor de turma do seu educando continua, agora à distância, disponível para o atender”, acrescentou, sem deixar de ressalvar que os alunos “não estão de férias”. Os encarregados de educação devem utilizar o email institucional que lhe foi atribuído no início do ano letivo.
TrofaTv transmitiu eucaristia vedada aos fiéis A TrofaTv e a paróquia de S. Martinho de Bougado celebraram uma parceria para possibilitar que a comunidade desta e de outras freguesias pudessem assistir à eucaristia das 11 horas de domingo, 15 de março. A eucaristia, celebrada pelo pároco Luciano Lagoa, com a presença do sacristão e seminaristas, foi transmitida em direto pela TrofaTv, através da página de Facebook, em www.facebook.com/ trofatv. Desde então que está disponível para todos os que quiserem assistir noutro horário, contando com mais de 13 mil visualizações. A TrofaTv já diligenciou para, nas próximas semanas, trans-
mitir eucaristias noutras paróquias, mas o aval está dependente das determinações do estado de emergência decretado pelo Presidente da República e cujas medidas concretas só deverão conhecidas esta quinta-feira, 19 de março. A Vigararia Trofa/Vila do Conde, representada pelo pároco Luciano Lagoa, lançou um comunicado, a 13 de março, a anunciar que as eucaristias estão suspensas por tempo indeterminado, devido ao agravamento da situação de saúde pública provocado pelo surto de coronavírus. No documento enviado ao NT, a Vigararia deu conta de que “os párocos celebrarão diariamente
sem presença dos fiéis pelas intenções das suas comunidades” e que a “administração de todos os sacramentos será apenas feita em casos de urgência e para o menor número possível de pessoas”. “Os funerais serão celebrados exclusivamente com a presença dos familiares diretos”, sendo aconselhável que as pessoas evitam contactos físicos. Estão igualmente suspensas a catequese, confissões e “todas as devoções populares e atividades pastorais a partir desta data”. “Exortam-se os fiéis a viverem o tempo quaresmal valorizando a oração em família. Embora a transmissão televisiva nunca supra a presença na comunidade
Vídeo da eucaristia já tem mais de 13 mil visualizações orante que participa na Eucaristia, enquanto se mantiver esta emergência de saúde pública, aconselhamos os fiéis a que assistam
à transmissão da Santa Missa Dominical pela televisão, rádio e internet”, pode ainda ler-se no comunicado.
Padre Rui pede “atenção” a necessidades da comunidade “Estarmos atentos ao nosso vizinho do lado, ou de cima, ou de baixo, e dentro das nossas possibilidades fazermos a diferença”. Foi desta forma que Rui Alves, pároco de S. Mamede do Coronado, de S. Romão do Coronado e de S. Cristóvão do Muro, apelou às três comunidades que se mantenham vigilantes quanto às necessidades do próximo, solicitando que
seja informado quando houver algum caso identificado, através do contacto telefónico do pároco ( 916987634) ou de Camilo Faria (917741234). “Estamos num período delicado da história humana. Nunca, como hoje, senti que devemos dar as mãos a sério: deixar de parte todas as coisas que nos possam separar e percebermos que é mui-
to mais o que nos une, do que o que nos separa. Precisamos definitivamente e desta vez, mesmo a sério, de irmos de encontro com as periferias humanas, como tanto nos tem pedido o nosso querido Papa Francisco”, sublinhou. Já na paróquia de S. Romão do Coronado, o Grupo de Jovens Mensageiros do Coronado, está, desde sábado, disponível para
ajudar os mais idosos, os doentes e as pessoas que vivem sozinhas na paróquia, na ida ao supermercado, farmácia, padaria, correios, centro de saúde e outras situações que forem solicitadas. Se está nestas condições ou se sabe de alguém que pode estar a precisar da ajuda, entre em contacto com o responsável do grupo, Camilo Faria, pelo número de telemóvel 917741234.
Se quiser ser voluntário neste projeto social, o grupo está de mãos abertas para o/a receber. A Junta de Feguesia do Coronado também está apoiar as pessoas com mais de 65 anos e sem retaguarda familiar, disponibilizando-se a ir à farmácia ou a comprar pão e outros alimentos e comida para os animais para que não tenham de sair de casa.
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Iniciativas virtuais para facilitar o isolamento Com o país em estado de alerta causado pela Covid-19, a Direção Geral de Saúde recomenda que as pessoas fiquem em casa, para que seja diminuído o risco de contágio. Porém, estar em casa não tem de ser um fardo. LEONOR DE LEMOS/CÁTIA VELOSO Muitos são os esforços que têm sido feitos e muitas organizações estão a criar iniciativas para tornar este isolamento quase forçado um pouco menos entediante. Após a decisão do Governo de encerrar as escolas, a Porto Editora decidiu dar acesso gratuito, a professores e alunos, à Escola Virtual, uma plataforma de ensino à distância. Também a Leya informou os professores da gratuitidade de um serviço que é habitualmente pago, a Aula Digital. “Estas são medidas excecionais para uma situação excecional, que nos desafia enquanto sociedade a encontrar soluções”, declara Vasco Teixeira, administrador da Porto Editora. “Além das versões digitais dos manuais, os alunos podem ver vídeos, animações e resumos da matéria, ou mesmo fazer testes interativos”, acrescenta a Leya. Para além do ensino, outra das preocupações é como manter as crianças ocupadas nesta quarentena temporária. Para isso, a Academia STAT, dedicada às artes marciais, decidiu dar aulas online através da plataforma Youtube. O programa é composto por vídeos protagonizados pelos instrutores da academia que se adequam a diferentes idades e pretende não só manter os alunos da STAT atualizados nos seus treinos, como também dar oportunidade a outras crianças que gostariam de
experimentar este tipo de desporto, de o fazer no conforto de sua casa e em família.Também alguns músicos tomaram a iniciativa de dar concertos gratuitos através de diretos nas plataformas digitais Instagram e Facebook, entre eles Salvador Sobral e Diogo Piçarra. Por sua vez, a Rádio Mega Hits também anunciou uma série de concertos online, ainda com datas a definir, com participação de Agir, April, Bárbara Bandeira, Biya, Carolina Deslandes, Ivo Lucas, Mar, Paulo Sousa e Pedro Gonçalves. Por sua vez, Imprensa Naciona lCasa da Moeda disponibilizou alguns dos seus conteúdos digitais, de forma inteiramente gratuita e partilhável, como os 15 mais recentes títulos da coleção “O Essencial Sobre...”. Pode encontrar-se obras sobre Pablo Picasso, Mário de Sá Carneiro, Charles Chaplin, Dom Quixote, Vergílio Ferreira, Jorge de Sena, entre outros, no link https://www.incm.pt/portal/livros_edicoes_gratuitas.jsp. Para os mais religiosos, o Santuário de Fátima informa que decidiu que vai continuar a assegurar a transmissão em direto, através da página online, de quatro celebrações diárias, de segunda a domingo, “todas celebradas à porta fechada”. O santuário mariano explica que as celebrações são duas missas, às 11 e às 19.15 horas, e dois momentos do Terço às 18.30 e 21.30 horas, a partir da Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima. A Google Arte e Cultura decidiu unir-se com mais de 500 museus e estão a oferecer visitas virtuais através do seu site. A lista é verdadeiramente extensa, e Portugal está representado com 36 Mu-
P edro A brunhosa atua esta sexta-feira no festival “E u F ico em Casa”, que pode ser visto na internet seus, maioritariamente na zona de ras, com dezenas de artistas naLisboa. No entanto, nem todos os cionais. Por exemplo, esta quintamuseus estão incluídos, como por -feira, cantam Paulo Sousa, Fábia exemplo o Louvre, que oferece al- Rebordão, António Zambujo, Magumas visitas guiadas através do tias Damásio, Mafalda Veiga, entre muitos outros. Na sexta-feira, site oficial. Desde o dia 17 de março que cantam Nelson Freitas, Agir, Pedecorre o Festival #EuFicoEmCa- dro Abrunhosa, Capicua e Cláusa. Ao longo de seis dias, há con- dia Pascoal. Para ver o programa certos na internet, das 17 às 23 ho- completo, basta pesquisar na in-
TrofaTv deu cinema aos espectadores No primeiro fim de semana de isolamento social em Portugal, a TrofaTv celebrou uma parceria com o trofense José Calheiros, para transmitir, em cinco sessões, o filme “A Vida de Gusto (igual à de quase todos). Trata-se de um projeto de José Calheiros, que além de ter escrito e realizado o filme, interpreta também a personagem central da pelícu-
dos devido à falta de pagamento”, referiu a empresa, em comunicado, esclarecendo que reforçou a capacidade de resposta dos canais digitais (endesa.pt e My Endesa), por forma a diminuir as deslocações dos clientes às lojas de Lisboa e Porto. Já a EDP, por sua vez, fez saber que a decisão de suspender os cortes de energia e flexibilizar o prazo e modo de pagamento das faturas, sempre que seja manifestada essa necessidade,
la, Gusto, que tenta sobreviver à pergunta de rotina da sua mulher: “Não notas nada de diferente?”. Uma trama bem-disposta para toda a família acerca do dia a dia de um casal, que contou com uma média de 1800 visualizações em cada uma das sessões, transmitidas em direto.
Família a mexer com planos de treino No desporto, o NT e a TrofaTv aliou-se ao personal trainer Miguel Guimarães, que tem feito vídeos de planos de treino físico. Estes podem ser feitos por
EDP e Endesa suspendem cortes de energia A EDP Comercial decidiu suspender todos os cortes de energia agendados para esta semana, tendo em conta os constrangimentos criados pela propagação da Covid-19, divulgou a empresa, na segunda-feira. Um dia depois, a Endesa anunciou a mesma medida. “Perante as dificuldades que podem surgir nos próximos dias para o pagamento normal das faturas, a Endesa decidiu suspender todos os cortes de fornecimento de luz e gás programa-
ternet como pela hashtag #EuFicoEmCasa. Perante o estado atual das coisas, a criatividade das pessoas está constantemente a ser posta à prova. Porém, todas estas iniciativas permitem que as pessoas se sintam menos isoladas e que levem uma vida mais normal, dentro daquilo que é possível.
foi tomada “ em resposta aos últimos desenvolvimentos da semana passada e do fim de semana” relacionados com os casos de Covid-19. Esta medida “deverá ser mantida no decurso das próximas semanas”, informou a empresa, que decretou ainda o encerramento de 50 por cento das lojas e a redução de um terço do número de trabalhadores em loja, assim como o acesso controlado aos espaços.
toda a família, basta acederem às páginas no Facebook, em www.facebook.com/onoticiasdatrofa ou www.facebook.com/trofatv.
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O NOTÍCIAS DA TROFA 19 de março de 2020
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Atualidade
Osfama promove 2.ª edição da Gastro Sessions Depois do sucesso da primeira edição, a Osfama quis juntar, de novo, fornecedores e clientes numa iniciativa que tem o condão de divulgar os produtos disponíveis na empresa através do convívio entre quem vende e quem compra. A Gastro Sessions, rea li zada nas instalações da empresa em Vilarinho das Cambas, Vila Nova de Famalicão, fomenta o networking através de um momento de degustação, no qual se prova o que há para vender e se desfruta de momento de ócio, em ambiente de negócio. Sandra Correia representa o restaurante “Francesinhas XL”, da Póvoa de Varzim, e é cliente da Osfama, a quem elogia a muito boa qualidade dos produtos e o preço competitivo. Esteve presente na iniciativa, da qual exalta a oportunidade de “conhecer outros produtos” e de “alimentar
a relação pessoal com a gerência da empresa”. “Afinal de contas, nós somos colegas de trabalho, mantemos um contacto indireto, mas ambos operamos com o mesmo objetivo, que é lucrativo”, sustentou. Nesta segunda edição do Gastro Sessions, a “montra” de produtos era diferente do primeiro evento. “O nosso objetivo é que cada uma das Gastro Sessions seja feito com fornecedores diferentes. Queremos sempre apostar na novidade, para que os nossos clientes que estiveram na primeira, possam voltar a vir à segunda e que estejam presentes novos clientes para a segunda Gastro Sessions. Aos variados produtos gastronómicos que ficam sempre bem em qualquer mesa, a Osfama combina agora a área vinícola, com um parceiro que apresenta vinhos vegan. A Ribafreixo Wines também esteve representada
E vento foi elogiado pelo vereador da Economia da autarquia de Vila Nova de Famalicão para conquistar, pelo palato, os – na degustação. “É sempre bom clientes da Osfama. “No meio de ver o bom que se faz e se produz toda a panóplia de oferta de gas- em Portugal e também perceber tronomia que a Osfama tem, para o que temos à nossa disposição nós torna-se uma vantagem, por- para trabalhar”, sustentou. Sediada em Guidões, no munique acabamos também por conseguir enquadrar, dentro dos nos- cípio da Trofa, mas com uma unisos vinhos, tudo aquilo que a em- dade de distribuição instalada em presa tem para oferecer”, expli- Vilarinho das Cambas, concelho cou Vítor Oliveira, representan- de Vila Nova de Famalicão, a Osfama é reconhecida pela capacite da marca. Entre caras mais ou menos co- dade empreendedora e sabedoria ao agregar-se a outros bons nhecidas, muitos foram os clientes que acederam ao convite da Osfa- exemplos da região. Foi disso mesmo que falou o vema para conhecer de perto, e pelo sabor, alguns dos produtos que reador da Economia da Câmara fazem parte do portfólio da em- Municipal de Famalicão, Auguspresa. Afonso Vilela, ator e figu- to Lima. “Felizmente, Famalicão ra conhecida da televisão, marcou é reconhecido pelo seu dinamispresença na iniciativa e assumiu- mo, pela sua veia empreendedora -se como “potencial futuro clien- e cá está mais um excelente exemte”, graças ao que viu – e provou plo de uma empresa que veio para
o nosso concelho e que, além de fazer o seu dia a dia com resultados fantásticos, está também a ter iniciativas que fazem promover aquilo que de bom se faz também em Famalicão”, frisou. A Osfama fechou 2019 com um volume de negócios a rondar os oito milhões de euros. Do leque diversificado de produtos alimentares destacam-se os de charcutaria, congelados, laticínios, carnes verdes, peixe, carnes em vácuo, vinhos e azeites. “O crescimento da Osfama é, sem dúvida, sinónimo da relação qualidade/preço dos nossos produtos e a motivação que todos os dias tentamos passar aos nossos vendedores”, sublinhou Mara Campos.
Loja histórica da Trofa assaltada A loja de ferramentas e ferragens Morim & Filhos, Lda, localizada junto à Rotunda do Catulo, no centro da cidade da Trofa, foi alvo dos amigos do alheio, na madrugada de 7 de março. José Cerqueira Morim, responsável por este estabelecimento comercial há cerca de 70 anos, apercebeu-se do assalto naquela manhã, quando chegou à loja e viu que o interior estava todo remexido e algumas mercadorias tinham desaparecido. O acesso à loja terá sido feito através de um muro que a separa da Farmácia Moreira Padrão. Os assaltantes estroncaram uma porta lateral e conseguiram aceder ao interior, tendo furtado vários materiais de ferragens. Os assaltantes ainda tentaram abrir o cofre da loja, tendo conseguido fazer um pequeno furo,
Vandalismo destrói papeleira e ecopontos José Morim deparou- se com a loja remexida mas acabaram por desistir, sem conseguir levar nada do seu interior. Conseguiram, porém, levar umas dezenas de euros que esta-
vam na caixa registadora. Na vizinhança, ninguém se terá apercebido de nada. A GNR tomou conta da ocorrência.
Na madrugada de 17 de março, cerca das 3 horas ,os Bombeiros Voluntários da Trofa foram chamados para combater as chamas que destruíram três ecopontos, na rua Américo Campos e uma papeleira na Avenida das Pateiras, em Santiago de Bougado, na Trofa. Quando os Bombeiros Voluntários da Trofa chegaram ao local os equipamentos estavam já totalmente consumidos pelas chamas. No combate ao fogo estiveram três elementos da corporação de Bombeiros da Trofa, apoiados por uma viatura.
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José Calheiros
Escrita com Norte Biografia Caros(as) Leitores(as) do “Notícias da Trofa”, começo hoje a minha colaboração com este jornal, apresentando crónicas quinzenais, ou mensais, dependendo da inspiração (e da vontade!), num espaço intitulado, “Escrita com Norte”. Daqui a quinze dias apresentar-vos-ei o primeiro texto. Hoje deixo-vos o texto “0”, onde me apresento, tendo que recuar várias décadas atrás, quando ainda não existia! E tudo começou numa noite de lua de mel, em Viana do Castelo, entre os jovens Augusto e Tininha, no ano de 1973. Nove meses...e dois dias depois ( a vizinhança estava curiosa e a fazer contas), nasci, nesse mesmo ano! Vivi até aos dois dias em Famalicão (no hospital), tendo depois regressado à Trofa onde passei a viver com os meus pais. Com quase três anos passo a viver com mais um indivíduo…o meu irmão! Enquanto criança, o meu dia preferido era o sábado, em que via, à tarde, “A conquista do Everest” e de seguida, “Cosmos”, de Carl Sagan, enquanto comia torradas…eu e o meu irmão chegávamos a comer 8…cada um! Sem grande surpresa, aos 10 anos, o meu maior receio era cair...rebolava, parando só quando aparecia um obstáculo! Pouco tempo depois descobri uma apetência natural para o desporto, quando fiquei em terceiro lugar numa prova de atletismo…apesar de sermos apenas três participantes o que está registado na minha memória é o lugar no pódio! A adolescência foi normalíssima…jogar futebol, miúdas e estudar. Se coincidia um joguinho de bola com um convite de uma menina para sair, a decisão era óbvia…jogar futebol! Conheci uma menina chamada Cristina, aos 23 anos, e casei com ela aos 25, em 1999…pouco tempo antes comecei a trabalhar na Continental Mabor. Voltei a casar com ela em 2009! Casar a segunda vez, e com a mesma mulher, garantiu-me um lugar no céu! Em 2010 aconteceu uma das melhores coisas da minha vida, nasceu o meu sobrinho Gonçalo, mais um Leão, tal como o pai e o tio. Esta dinastia de Leões começou com o jovem Augusto, que apesar de pertencer a uma família numerosa (9 pessoas) da Trofa e todas adeptas do FCP, saiu sportinguista! O “jovem Augusto” é o meu pai e pregou-me uma injeção de sportinguismo à nascença e outra ao meu irmão, apesar de ele aos 6 anos se ter vendido por um corneto e mudado para o FCP, doença que durou até aos 12…mas foi mais vezes campeão nesses 6 anos de adepto do FCP, do que em 37 anos como Leão! Hoje, Augusto, com 74 anos desculpa-se com os “cinco violinos” e a delícia que era ver a equipa jogar, afinada como uma orquestra…e um pormenor de classe, ganhava! Todas estas histórias me soam estranhas e a custo aceito que falamos da mesma equipa…! Para compreender o meu pai, por vezes, às escondidas, vejo “O leão da Estrela”, único sítio onde vejo o Sporting a ganhar ao FCP e me dá motivação para dar ao meu sobrinho, agora com 9 anos, mais um cachecol ou outro leão e juntos repetimos, “SPORTING!”…pergunto-me, “Será que estou a ser um bom tio?!” Quanto ao resto…tudo normal… continuo casado com a Cristina (já me avisaram que se houver terceiro casamento não me dão prenda) e a trabalhar na Continental Mabor e continuo à espera que o Sporting seja campeão…graças a esta esperança estou a ser acompanhado por um médico psiquiatra!
Feira Anual renovada e com muito público
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Atualidade
Está cumprida a edição número 74 da Feira Anual da Trofa. O evento que já faz parte da identidade do concelho surgiu renovado na viragem de uma nova década, graças à aposta da Junta de Freguesia de Bougado de lhe dar dimensão, através da construção de um picadeiro no futuro Parque da Samogueira. CÁTIA VELOSO/HERMANO MARTINS
O terreno adquirido no ano passado esteve sempre cheio durante o evento e entre aspetos positivos e negativos parece ter recolhido saldo satisfatório na opinião de visitantes. André Moreira é de Roriz, concelho de Santo Tirso, e considera que apesar de o picadeiro “ficar mais distanciado”, acaba por “dar mais espaço” à outra vertente da Feira. “É sempre bom evoluir”, sublinhou. Joaquim Araújo, empresário e responsável pela MJ Araújo, defende que, desta forma os visitantes “dispersam-se” e “quem quer mesmo comprar tem mais conforto para parar e apreciar os produtos”. Por sua vez, Edua rdo Gouveia, da empresa Redifogo, salienta o ganho de dimensão de uma feira “de nível nacional, mas que estava confinada a um espaço exíguo”. “Está muito melhor”, atestou. A Junta de Freguesia não tem dúvidas de que esta
Concursos pecuários continuam a ser das atividades mais importantes do certame foi uma aposta ganha. “Sonhamos e tentamos realizar, sempre com receio de como é que esta ligação entre os espaços ia acontecer, mas o resultado final acabou por superar as expectativas. Se eu tinha alguma dúvida, está completamente desvanecida. O público das máquinas agrícolas é o público das máquinas agrícolas, o público do gado é o público do gado e o público dos cavalos é o público dos cavalos. Todos eles se complementam e conseguimos criar uma simbiose perfeita”, sublinhou Luís Paulo, presidente da Junta. Quanto ao balanço geral do certame, o autarca fá-lo com uma forte convicção, que nem o receio quanto à (ainda) epidemia do coronavírus conseguiu abalar. “Tivemos cá muita gente. Quero agradecer a todos
Garraiada é um dos eventos com mais público
os expositores e visitantes e prometer que vamos continuar a melhorar”, salientou. As empresas que se associam ao evento continuam a vê-lo como estratégico para se posicionaram no mercado. Exemplo da Redifogo, que vê na Feira Anual “um evento de referência” que se enquadra no corebusiness da empresa. “Chegamos à conclusão que, realmente, o nosso lugar também é aqui, porque também somos uma empresa de referência”, advogou Eduardo Gouveia. Além dos eventos equestres, que foram atraindo muitos visitantes, o certame teve como momentos marcantes os concursos pecuários e os concertos de Zé Amaro, da Banda de Música da Trofa e da Orquestra Urbana da Trofa. Encerrada a edição de
2020, a Junta de Freguesia já aponta baterias para a próxima, que assinalará as bodas de diamante da Feira Grande da Trofa. Junta quer o regresso das corridas de cavalos Ainda quanto ao novo picadeiro, Luís Paulo revelou que estão pensadas para aquele local mais eventos durante o ano. “Vão acontecer novas provas equestres. Ainda não tenho dados objetivos para divulgar, porém gostava também de realizar ali uma corrida de cavalos. Não sei se vamos conseguir ou não, mas pelo menos vamos continuar a sonhar. Normalmente quando sonhamos, e trabalhamos por conseguir, normalmente conseguimos”, revelou.
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Desporto
União de Ciclismo arranca para nova época desportiva
S. Mamede à descoberta através do desporto S. Pedro não ajudou, mas o sucesso da iniciativa já ninguém conseguiu tirar à Comissão de Festas do Divino Espírito Santo, de S. Mamede do Coronado. Com um número de inscritos superior ao que estava inicialmente previsto, o evento desportivo, que juntou caminhada, BTT e trail, proporcionou um ambiente diferente do habitual na vila. “Aproveitamos a ideia para angariar dinheiro para a comissão de festas, mas esta é uma iniciati-
va para se manter no Coronado e para se repetir já no próximo ano, não com a chancela da comissão de festas, mas do Coronado Runners”, explicou Nuno Silva, elemento da organização, que explicou que a caminhada tinha um percurso de cerca de cinco quilómetros, a prova de BTT tinha a distância de 25 quilómetros e o trail 16 quilómetros. Sem carácter competitivo, a iniciativa contou com a participação de vários grupos desportivos or-
ganizados da Trofa e arredores, que estrearam trilhos e conheceram por dentro o território da vila do Coronado. “Isto foi organizado em cerca de dois meses e meio. Estou muito contente com o que conseguimos em tão pouco tempo. Agora, teremos um ano inteiro para preparar o próximo evento, que será ainda maior e melhor”, sublinhou Nuno Silva.
A equipa de ciclismo da Team Lantemil estreou-se na nova época desportiva na vertente de estrada, ao participar no 2.° Grande Prémio Alto Minho. Carlos Santos, Pedro Braga, Daniel Santos, César Matias, Nuno Maia e Aires Braga foram os corredores que marcaram presença na prova, composta por duas etapas em linha e um prólogo, numa zona onde já se previa um traçado muito duro. Na primeira etapa, entre Ponte da Barca e Melgaço, foram 85 quilómetros percorridos, com desnível positivo de 2900 metros, seguindo-se, no dia seguinte, uma etapa no sentido contrário, com 86 quilómetros e 1900 metros de desnível positivo. “Íamos com expectativas de fazer um bom resultado nos escalões de sub-23 e master 30, mas, neste último, uma avaria mecânica fez o Daniel Santos perder mui-
foto: José Amaro
Team Lantemil estreia-se na estrada
Carlos Santos e P edro Braga subiram ao pódio to tempo e acabar por abdicar do top 10. Unimo-nos, então, a trabalhar para que Carlos Santos e Pedro Braga conseguissem uma boa
prova, acabando em 2.º e 3.º em sub-23, respetivamente”, revelou fonte da equipa.
A equipa da União de Ciclismo da Trofa (UCT) já começou a “dar ao pedal” na nova época desportiva, como a 8 de março, no Encontro Regional de Escolas de Ciclismo e na Volta ao Concelho de Cantanhede. Na parte da manhã, Lara Azevedo conseguiu o 2.º lugar em benjamins femininos, enquanto Marco Coelho, alcançou o 6.º posto, no escalão masculino. E m i n ic i ado s , S i m ão S i lv a venceu a prova, enquanto Beatriz Ferreira foi 3.ª classificada. Gonçalo Serra e Gabriel Santos alcançaram o 10.° e o 12.° lugares, respetivamente. No escalão de infantis, Rui Sabino foi o primeiro a concluir a prova, enquanto João Silva ficou-se pela 16.ª posição. Lia Godinho, a competir entre as atletas juvenis, alcançou o 4.º lugar, enquanto Diogo Cruz terminou no lugar 33. A cadete Lara Pereira foi 3.ª. Coletivamente, os escalões de Escolas ficaram na 6.ª posição entre as 16 que se fizeram representar nesta prova. Na parte da tarde, o cadete João Cunha conseguiu o 2.°lugar e Rúben Rodrigues finalizou em 30.°. O colega Francisco Pereira foi obrigado a desistir por problemas físicos e Francisco Lima terminou a pro-
va fora de tempo. No mesmo dia, realizou-se em Barroselas, o XXII Prémio de Ciclismo de Barroselas. Uma prova pontuável para o campeo nato de Juniores da Associação de Ciclismo do Minho, na qual a UCT colocou um atleta no Top 10. João Oliveira conseguiu finalizar a prova no 7.° lugar. A época desportiva iniciou a 1 de março, com alguns ciclistas a representar a UCT na 6.ª Prova BTT XCO na Vila de Melgaço. O benjamin Marco Coelho conseguiu o 3.º lugar, enquanto os iniciados Simão Silva, Gabriel Santos e Gonçalo Serra alcançaram, respetivamente, o 5.º, 10.º e 13.º lugares. No escalão infantis, os atletas Rui Sabino e João Silva arrecadaram o 6.º e 19.º lugar. Na classificação geral de escolas, a União de Ciclismo da Trofa conseguiu o 4.º lugar. A equipa ia ser apresentada no dia 14 de março, mas o evento foi adiado, devido às medidas de prevenção para conter o surto de coronavírus, que afeta o país e a Europa.
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Atualidade
Necrologia S. MAMEDE CORONADO Maria Rosa Moreira Ferreira Faleceu no dia dia 5 de fevereiro, com 82 anos Solteira S. MARTINHO DE BOUGADO Ângelo Manuel Gonçalves de Pinho Faleceu no dia 6 de fevereiro, com 82 anos Casado com Maria Armanda Reis do Couto Luís Filipe Rebelo Simões Alexandre Faleceu no dia 13 de fevereiro, com 53 anos Casado com Ana Paula Pereira Mendonça Simões Alexandre José Ventura Branquinho Faleceu no dia 15 de fevereiro, com 83 anos Casado com Maria da Conceição dos Santos Heitor Branquinho Arminda Fernandes da Fonseca Faleceu no dia 18 de fevereiro, com 82 anos Casada com José Campos Maia Elsa Maria Oliveira da Silva Faleceu no dia 18 de fevereiro, com 49 anos Casada com António Carlos Reis Oliveira
Armando Oliveira de Matos Faleceu no dia 2 de março, com 74 anos Casado com Maria Odete da Silva Azevedo Aurélio Jesuíno Pereira Ramalho Faleceu no dia 3 de março, com 73 anos Divorciado José Hamilton da Silva Reis Faleceu no dia 7 de março, com 74 anos Casado com Ana de Azevedo Pedrosa Reis SANTIAGO DE BOUGADO Horácio Ramos da Cunha Faleceu no dia 10 de fevereiro, com 87 anos Viúvo de Elisa da Silva Pereira Manuel de Oliveira Magalhães Faleceu no dia 11 de fevereiro, com 76 anos Casado com Guilhermina de Oliveira e Sá Magalhães SANTO TIRSO Ana Maria Pires de Moura Faleceu no dia 10 de fevereiro, com 85 anos Solteira SEQUEIRÔ (SANTO TIRSO)
Ester da Costa Azevedo Faleceu no dia 20 de fevereiro, com 90 anos Viúva de Manuel Ferreira da Silva
Rosa da Costa Martins Faleceu no dia 15 de fevereiro, com 83 anos Viúva de Joaquim Rodrigues Ferreira
Mário Francisco Liberal Faleceu no dia 27 de fevereiro, com 85 anos Viúvo de Luísa Ribeiro da Cunha Liberal
PARANHOS (PORTO) Alvarina da Silva Barros Faleceu no dia 29 de fevereiro, com 81 anos
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Viúva de Francisco Ferreira da Silva Rosas
Casado com Maria Amélia da Costa e Sousa
FOLGOSA (MAIA)
Manuel Augusto da Silva Cunha Faleceu no dia 7 de março, com 73 anos Casado com Maria José Sá Duarte
Ismael do Rosário da Silva Faleceu no dia 3 de março, com 73 anos Casado com Gracinda Moutinho da Rocha Funerais realizados por Agência Funerária Trofense, Lda. Gerência de João Silva
RIBEIRÃO Abel Oliveira Fonseca Faleceu no dia 4 de março, com 75 anos
Farmácias Dia 19 Farmácia Trofense Dia 20 Farmácia Barreto Dia 21 Farmácia Nova Dia 22 Farmácia Moreira Padrão Dia 23 Farmácia Ribeirão Dia 24 Farmácia Trofense Dia 25 Farmácia Barreto Dia 26 Farmácia Nova Dia 27 Farmácia Moreira Padrão Dia 28 Farmácia Ribeirão Dia 29 Farmácia Trofense Dia 30 Farmácia Barreto Dia 31 Farmácia Nova Dia 1 Farmácia Moreira Padrão Dia 2 Farmácia Ribeirão
Adriano da Silva Azevedo Faleceu no dia 9 de março, com 54 anos Elisabete Cristina Paiva dos Santos Faleceu no dia 12 de março, com 28 anos Casada com António Ricardo Ribeiro Amorim
ESMERIZ Maria de Lourdes da Silva Ribeiro Faleceu no dia 13 de março, com 74 anos Casada com Luís Carneiro de Barros LOUSADO Maria Arnaldina Silva Reis Faleceu no dia 15 de março, com 86 anos Casada com Bernardino Machado de Azevedo Funerais realizados por Funerária Ribeirense, Paiva & Irmão, Lda.
Sudoku
Soluções da edição anterior
Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700 GNR da Trofa 252 499 180 Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520 Centro de Saúde S. Romão 229 825 429 Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060
Quebra-cabeças:
O Ricardo ganhou 7 jogos. Se eu ganhei 24 chocolates, eu devo ter ganho 24 jogos a mais do que o meu primo ganhou. Então, eu ganhei um total de 31 jogos, portanto, o número total de jogos 31 e, por conseguinte, o número de dias que o meu primo ficou na minha casa!
F icha T écnica Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: We do com unipessoal, Lda. Redação: Cátia Veloso, Magda Machado de Araújo Colaboradores: Atanagildo Lobo, Jaime Toga, José Moreira da Silva, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Cátia Veloso e Magda Araújo | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda., Rua de S, Brás, n.º 1 Gualtar, Braga| Assinatura anual: Continente: 18,50 euros; Extra europa: 88,50 euros; Europa: 69,50 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,70 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Sede e Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: We do com unipessoal, Lda. NIF.: 506 529 002 Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 100 % do capital: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.
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Entrevista Enfermeira do serviço de cuidados intensivos do Hospital de S. João, no Porto
“Se estivermos à espera de atingir o pico da infeção para agir, aí não vai valer de nada a quarentena obrigatória” Não são heróis hoje e amanhã. Já o eram e logo que o País precisou, colocaram-se na frente da batalha, prontos para defender a nação, muitas vezes sem a “armadura” adequada para, também eles, estarem seguros. Os profissionais de saúde têm revelado um sentido de compromisso e profissionalismo que deve servir de exemplo daqui em diante. O NT esteve à conversa com Ana Sabrina Sousa, uma das enfermeiras que, nesta “guerra”, tem dado o corpo “às balas” no serviço de cuidados intensivos das infecciosas do Hospital de S. João, no Porto. Ao longo da conversa que tivemos, na segunda-feira, e quando ainda não era oficializada a primeira morte por Covid-19 no País, a enfermeira afirmou que a situação tem piorado de dia para dia, com cada vez mais doentes, de todas as idades, a necessitarem de cuidados intensivos. E deixou vários apelos, para que a população se resguarde e saia o menos possível de casa, principalmente os mais velhos. CÁTIA VELOSO
O Notícias da Trofa (NT): Como tem sido o dia a dia no tratamento dos doentes? Ana Sabrina Sousa (ASS): Até então, a maior parte dos doentes têm ido para o internamento e não têm sido situações graves. Mas ao longo desta semana, tem sido cada vez mais o número de situações em que os doentes têm agravado de uma forma exponencial, até porque não tem sido uma clínica semelhante a outras situações de gripe ou pneumonia que já temos verificado, em que as pessoas sentem os sintomas cada vez mais a agravar, principalmente na função respiratória. Neste caso, tem sido uma clínica diferente em que as pessoas têm agravado a nível analítico na sua função respiratória, mas a clínica não é tão clara, por exemplo em outras situações de infeções respiratórias. NT: Ou seja, os sintomas vão agravando ao longo do tempo? ASS: Sim, as pessoas são internadas com alguns sintomas, que vão agravando ao longo do tempo. O que se tem verificado é que as pessoas recorrem ao serviço de urgência quando, na verdade, apresentam sintomas muito ligei-
ros e estão a entupir os serviços de urgência, só para saberem se têm a doença ou não. Ao entupir as urgências, ficam imensas horas à espera do resultados e também condicionam os meios existentes nos locais. O apelo que tem sido feito é para as pessoas que têm sintomas ligeiros, mesmo que suspeitem terem a doença, ficarem em casa, porque não vai ser feito nada no hospital que as pessoas não pudessem fazer em casa. Dessa forma, está a resguardar-se a si e aos outros. E depois, contactarem a linha SNS24 quando começarem a sentir que estão a agravar a sua doença, no caso de a febre não baixar, sentirem dores no corpo que não passa com a medicação, se tiverem problemas respiratórios. É nesse tipo de situações que devem contactar. E antes de contactar a linha, até porque estão muitas vezes está entupida, devem contactar profissionais de saúde conhecidos, o enfermeiro ou médico de família.
que se estivermos à espera de atingir o pico da infeção, aí não vai valer de nada a quarentena obrigatória nem fechar as fronteiras, neste momento é o que tem de se fazer.
Situação nos cuidados intensivos está a piorar nais que se estão a recusar seguir essas recomendações, porque também estão a pensar na precaução e em prevenir as suas famílias.
NT: Há alguma estimativa de quanto tempo os sintomas se podem agravar? ASS: Aquilo que se estima é que na maior parte das pessoas são duas semanas o tempo de duração da doença, até porque já tivemos situações de cura cá em Portugal. A partir do momento em que a doença começa a agravar-se é mais complicado, porque depende da situação de saúde de cada pessoa. Agrava mais em pessoas que já tenham outras doenças, em pessoas mais debilitadas, embora possa acontecer em pessoas mais jovens e já temos tudo situações dessas. Portanto, é difícil prever, daí a nossa preocupação.
NT: Como é que tem estado a saúde física e mental dos profissionais de saúde, numa altura em que estamos longe do pico da propagação? ASS: Neste momento ainda estamos no início, mas só o facto de estarmos a reajustar a resposta dos serviços às necessidades crescentes que vão surgindo e também pelo facto desta doença exigir precauções muito acima daquilo a que nós estamos habituados a dar resposta, está-se a fazer sentir cada vez mais o desgaste físico e psicológico dos profissionais, até porque toda esta gestão é cada vez mais difícil de fazer face às necessidades. No entanto, acho que estamos todos unidos e motivados para dar resposta às necessidades e a fazer o possível para que isso aconteça.
NT: Portanto, a doença não segue um padrão? ASS: Exato. A doença não segue um padrão, até porque é muito recente e é difícil estabelecer um padrão, neste momento. É tudo uma incógnita muito grande. As informações que são transmitidas aos profissionais também, mesmo em termos de medidas de prevenção e de contenção também são contraditórias. Enquanto vemos relatos na China e na Itália, nos equipamentos de proteção que são utilizados para as precauções máximas e aqui pedem-nos para utilizar as precauções básicas, o que também é contraditório. Há profissio-
NT: Que conselhos daria a uma pessoa que ainda é cética relativamente a este problema? ASS: Aconselho a verem e a acreditarem naquilo que estão a ver nas notícias, porque é realmente preocupante e não pensem que estão imunes ou que vamos ser diferentes da China ou de Itália. É verdade que podemos antecipar, porque já vemos o que aconteceu lá e devemos aprender com isso e tentar minimizar o mais possível, mas não pensem que não vai chegar aqui, porque vai. Portanto, temos de fazer todos os possíveis e, principalmente, seguir as recomendações que são enviadas pe-
los nossos colegas italianos para tentar minimizar esta situação e proteger principalmente os mais vulneráveis, ao máximo. Para não saírem de casa, principalmente os mais idosos. NT: Os doentes que estão nos cuidados intensivos estão entre que faixas etárias? ASS: Desde os 17 até aos 82 anos, neste momento. Inicialmente, a informação que era veiculada era que a taxa de mortalidade seria de 0,1 ou 0,2 por cento, sendo que seria mais elevada nos mais idosos, a verdade é que têm surgido situações com alguma gravidade, mesmo nos mais jovens. Ainda estamos numa fase inicial, por isso é previsível que aconteça alguma situação de maior gravidade em todas as faixas etárias. NT: E as mortes vão acontecer... ASS: Eu era muito cética no início, confesso, até porque os dados que eram transmitidos era que este vírus não seria de grande gravidade, face às taxas que foram apresentadas. Na verdade, estamos a ver que não, que, realmente, todas as preocupações que têm sido lançadas são perfeitamente legítimas e têm que ser implementadas mais medidas restritivas, porque as que estão neste momento não são eficientes. Na verdade, saímos à rua e é como se não estivesse a acontecer este cenário, é preocupante. NT: É apologista de que se devia decretar quarentena obrigatória? ASS: Sim, o quanto antes, por-
NT: E pessoalmente, Ana, como tem sido o seu trabalho? Desgastante, suponho. ASS: Esta semana vai ser ainda pior, porque fazer noite e amanhã vou trabalhar todo o dia. Entretanto tenho outro descanso e depois vou trabalhar outra vez todo o dia. Os próximos tempos não se afiguram fáceis porque, entretanto, temos colegas que já estão em casa de quarentena preventiva, porque apresentam sintomas apesar de não apresentarem nenhum diagnóstico positivo da Covid, outros têm filhos e têm de ficar em casa com eles, porque não podem ir à escola. Cada vez mais vai faltar pessoal e, por outro lado, a necessidade é maior, porque estes doentes necessitam de maiores cuidados que não outros doentes na mesma situação clínica. Precisamos de um reforço na equipa, vamos precisar de abrir mais camas de cuidados intensivos, portanto a equipa vai ter ser ainda mais reforçada. Por isso, vai haver a necessidade de fazer ainda mais turnos. Gostaria de agradecer alguns donativos que têm sido feitos. Estão a ser oferecidas refeições ao almoço e ao jantar por um restaurante e várias empresas de uma forma anónima. Queria agradecer também pelos apartamentos que têm sido cedidos no Porto para os profissionais ficarem de quarentena e gostaria de apelar também que isso continuasse a ser feito, porque há profissionais que residem ainda bastante longe do hospital, portanto seria bom terem um lugar onde pudessem descansar nos próximos tempos, próximo do hospital onde trabalham. NT: A Ana resguardou-se da família ou redobrou cuidados? ASS: Tento proteger-me no hospital, tomar todas as precauções, com medidas preventivas também, ao nível de lavagem das mãos e outro tipo de cuidados. Neste momento não saio do hospital sem tomar banho, mudar várias vezes de equipamento e tomar todas as precauções. E é desta forma que tento resguardar a família, porque não posso fazer de outra forma. Sempre com receio.