Semanário | 18 de janeiro de 2018 | Nº 656 Ano 15 | Diretor Hermano Martins | 0,70 €
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Lagoncinha interdita para obras
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Encontrado morto com fogareiro no quarto
Café da Estação assaltado
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Utilizaram um machado que estava num abrigo de madeira de uma habitação próxima para estroncar a porta e entrar no café
Metalogalva investe 7 milhões para criar emprego
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O NOTÍCIAS DA TROFA 18 JANEIRO 2018
Atualidade
Luís Cameirão apresenta projeto nas freguesias O único candidato à Comissão Política Concelhia do PS Trofa tem percorrido as diferentes freguesias numa tentativa de “ouvir e de se aproximar das bases do partido, os militantes e simpatizantes”. Em sete sessões, Luís Cameirão, bem como o mandatário da sua candidatura, Amadeu Dias, têm levado aos socialistas da Trofa o lema “Mudar, Unir e Vencer”. De acordo com os socialistas, tem-se verificado uma “crescente adesão em plenário”, sendo assim uma boa oportunidade para Luís Cameirão apresentar “as linhas gerais daquilo que pretende implementar dentro do PS ao longo dos próximos dois anos: Discutir os grandes dossiês políticos da atualidade, formar os quadros do
Trofa deu vitória a Santana R
ui Rio ou Santana Lopes? Esta era a escolha que os militantes do Partido Social Democrata (PSD) tinham que fazer a 14 de janeiro. E fizeram. Deram vitória inequívoca a Rui Rio, que venceu com 54,37 por cento da votação. Mas a Trofa deu vitória a Santana Lopes. Dos 1029 votantes, 725 foram às urnas e destes 423 vota-
partido, profissionalizar a estrutura, aproximar as bases e os simpatizantes, articular as agendas dos secretariados das secções com os membros eleitos nas diferentes assembleias, e ser uma oposição municipal rigorosa e construtiva”. Apesar de ser lista única, a candidatura espera que os militantes do partido expressem “massivamente a sua vontade em ver o partido arrancar para uma nova fase”. As eleições decorrem este sábado, dia 20, entre as 15 e as 19 horas, nas diferentes secções. Além do presidente da concelhia, serão também eleitos os secretários coordenadores em cada secção (Trofa, Santiago de Bougado e Coronado). L.O.
ram em Santana e 291 em Rui Rio. nal do PSD, Rui Rio afirmou que A concelhia do PSD da Trofa es- “os portugueses terão um partido tava claramente dividida. Enquan- com a vontade inabalável de serto, por exemplo, Sérgio Humberto, vir Portugal e de procurar contriedil trofense, apoiava Santana Lo- buir para dar a todos a oportunipes, Isabel Cruz, presidente da As- dade de um futuro melhor”. Rio sembleia Municipal, e Alberto Fon- apresentou-se às eleições com o seca, presidente da Comissão Po- lema “É Hora de Agir”, tendo sido lítica Concelhia, apoiavam Rui Rio. eleito o 18.º presidente do PSD. O Depois de ter sido eleito presi- objetivo, adiantou em declaradente da Comissão Política Nacio- ções públicas, é vencer por maioria absoluta as próximas eleições legislativas. A nível nacional, nota para uma grande mobilização dos militantes social-democratas, com mais de 60 por cento a marcar presença nas urnas. O momento foi ainda de votação para os delegados ao Congresso Nacional para Comissão Política da Secção da Trofa, ambas com lista única encabeçada por Alberto Fonseca, e para a Mesa do Plenário da Secção Trofa, lista única encabeçada por António Pontes. L.O.
Luís Cameirão vai a eleições sábado
Previsão meteorológica de 18 a 25 de janeiro
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Atualidade
Café da Estação assaltado Utilizaram um machado que estava num abrigo de madeira de uma habitação próxima para estroncar a porta e entrar no café. Do estabelecimento levaram quase tudo o que tinha algum valor comercial. CÁTIA VELOSO
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inheiro, tabaco, bebidas, isqueiros, pilhas e colunas de som. Quase tudo que tinha algum valor comercial serviu para os amigos do alheio que, na madrugada de terça-feira, assaltaram o Café da
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Estação, na freguesia do Muro. Os larápios tentaram entrar no estabelecimento por uma janela, chegando a amolgar uma grade, mas sem sucesso. Trataram, então, de aceder por uma das entradas, estroncando uma porta de alumínio e a interior de madeira. Apesar de terem o cuidado de encostar as portas de alumínio, que também tinham vidro, numa das paredes do café, o cenário de destruição que provocaram ainda era visível de manhã, com pedaços de vidro e bocados de madeira no chão. A máquina do taba-
Lárapios estroncaram portas e colocaram-nas encostadas à parede
co também foi estroncada e acabou vazia. Segundo a proprietária do espaço, Dolores Ribeiro, da caixa os ladrões subtraíram mais de uma centena de euros. Todo o espaço foi revirado pelos larápios, que deixaram papéis e revistas no chão, tendo ainda levado cartões de telemóvel, outrora para venda, que já estavam desativados. Só deixaram ficar dois
Máquina de tabaco ficou vazia
Jovem ferido quando praticava motocrosse
Jovem fraturou perna
Um jovem de 20 anos, residente em S. Mamede do Coronado, ficou ferido quando praticava motocrosse na pista da Urbanização de Trinaterra, em S. Mamede do Coronado, na manhã de 12 de janeiro. O rapaz estava acompanhado de duas pessoas, que pediram socorro quando este caiu da mota. Os Bombeiros Voluntários da Trofa tiveram dificuldades em chegar
ao local, uma vez que o terreno privado estava vedado com cabo de aço, tendo mobilizado quatro elementos da corporação com um veículo todo o terreno e uma ambulância. O jovem, que apresentava uma fratura na perna direita, foi transportado para o Hospital de S. João, no Porto. C.V./H.M.
telemóveis que estavam à vista, possivelmente para evitar serem localizados via georreferenciação. O Núcleo de Investigação Criminal da Guarda Nacional Republicana esteve no local a recolher indícios do crime, que terá sido cometido cerca das três horas da madrugada. Há quem acredite que os ladrões conheciam bem o café e o local envolvente, uma vez que,
para estroncar a porta, utilizaram um machado que estava num abrigo de madeira de uma habitação próxima. A este facto acresce a estranheza manifestada pelos proprietários do café e alguns populares pelo facto de os cães das redondezas não terem sinalizado, como é habitual, a presença de pessoas desconhecidas na zona.
Encontrado morto com fogareiro no quarto Já não era visto há alguns dias e os colegas de trabalho estranharam a ausência. Alertadas, as autoridades chegaram a casa do homem de 41 anos e encontraram-no sem vida, no quarto localizado no 1.º andar de uma habitação, no Largo dos Salgueiros, na Maganha, em Santiago de Bougado. O homem vivia na casa do irmão, que está emigrado, e foi encontrado sem vida cerca das 21.10 horas de terça-feira, 16 de janeiro. Segundo o NT apurou, já apresentava rigidez cadavérica, o que indicia que estava morto há muitas horas. Junto ao corpo estava um fogareiro com cinzas, que poderá ter estado na origem da morte do homem que possivelmente inalou monóxido de carbono. O óbito foi declarado pela equipa da VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação) de Famalicão e, cerca das 23 horas, o corpo foi leva-
Homem encontrado sem vida no quarto
do para o Gabinete Médico-Legal e Forense do Ave, em Guimarães, para ser autopsiado. No local estiveram ainda os
Bombeiros Voluntários da Trofa e a Guarda Nacional Republicana, não havendo indícios de crime. C.V./H.M.
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Atualidade
Cantaram-se as janeiras na Junta de Freguesia
Miguel 7 Estacas
Coro da paróquia foi um dos participantes
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ornou-se habitual que, todos os anos, em janeiro, as portas da Junta de Freguesia de Bougado, assim como as casas da localidade, se abrem para os grupos que anunciam o nascimento de Jesus e desejam um bom ano. A iniciativa, promovida na sede da Junta pela mão do executivo bougadense, realizou-se na noite de 12 de janeiro, com a participação de todos os grupos e ranchos folclóricos de Bougado, assim como o grupo da paróquia de S. Martinho.
“Nós já fazemos isto há quatro anos e achamos que, desta maneira simples, colaboramos para a nossa cultura e para a preservação das nossas tradições”, adiantou Luís Paulo, presidente da Junta de Freguesia. Para o autarca, transformar a visita dos grupos num pequeno espetáculo de cantares das janeiras é uma forma de dignificar o trabalho desenvolvido por eles durante os dias de janeiro. “Torna-se mais fácil recebê-los e damos a oportunidade às pessoas que gostam
de ouvir de também estarem presentes. Cria-se uma dinâmica diferente do que se fosse só um grupo”, sublinhou. E o facto de esta atividade se realizar sempre no polo de S. Martinho da Junta de Freguesia tem uma explicação: “Existe um evento deste género em Santiago. E como não há nenhum rancho a organizar um encontro deste tipo no polo de S. Martinho, achamos que seria oportuno haver esta distribuição”. C.V./H.M.
Capela cheia para ouvir Cantares ao Menino Para Joaquim Martins, a edição deste ano dos Cantares ao Menino, na Capela da Nossa Senhora da Livração, foi a que mais público atraiu. O presidente do Rancho Etnográfico de Santiago de Bougado fez um balanço positivo da atividade, que decorreu na tarde de domingo, 14 de janeiro, contando com a participação do Rancho Folclórico Cultural Etnográfico Casa do Povo de S. Pedro de Alva, Grupo das Cantadeiras do Vale do Neiva e Rancho Folclórico do Divino Espírito Santo. “As pessoas estavam maravilhadas. Foi esse o feedback que recebi”, afirmou em declarações ao NT. Para 2018, o Rancho Etnográfico de Santiago de Bougado já tem uma agenda composta, com cerca de uma dezena de saídas, além das atividades internas, como a
“A piada tem que ter classe quando o assunto é sensível” O Dia Internacional do Riso assinala-se a 18 de janeiro. O Notícias da Trofa não quis que a data passasse despercebida aos leitores e para isso contou a ajuda do trofense Miguel 7 Estacas, um dos humoristas mais aclamados de Portugal. O NT desafiou-o a responder a um pequeno questionário sobre a atividade daqueles que fazem do riso dos outros modo de vida. E, já agora, o que faz rir o humorista. CÁTIA VELOSO
O Notícias da Trofa (NT): Quem é que tem o riso mais engraçado? Miguel Sete Estacas (MSE): Não tenho nenhuma referência em particular. Adoro aquele riso d as mulheres de mais idade, que libertam aquela gargalhada sem conter o volume, que normalmente é contagiante. NT: Qual o tipo de pessoa que é mais difícil fazer rir? MSE: A maior parte dessas pessoas são as egocêntricas.
Rancho Etnográfico tem agenda composta para este ano
atuação na Feira Anual da Trofa, o Festival da Primavera e o Festival do grupo. Joaquim Martins revelou ainda que está em cima da mesa a possibilidade de o Rancho
viajar ao estrangeiro, mas, para já, não quer adiantar pormenores. C.V.
NT: Qual é a piada que tem sempre piada mesmo contada muitas vezes? MSE: Há uma piada que eu acho que vai estar sempre atualizada. Refere-se àquelas pessoas que não gostam nada de trabalhar: Paciente no médico: - Oh Senhor Doutor, não se ponha aí a receitar mais medicamentos para eu ficar bom, porque eu estou de baixa…!
NT: Qual a piada que já não tem piada nenhuma? MSE: Todas aquelas anedotas que começam por: Era uma vez um Português um Francês e um Inglês… NT: O que é que o faz rir? MSE: Fazem-me rir histórias bizarras, comportamentos do ser humano que são genuinamente comuns e diferenças entre sexos. Faz-me rir o humor que me surpreende. Também me rio de parvoíces e de coisas básicas, tal como crises de flatulência… NT: Qual o humorista que mais o faz rir? MSE: Não tenho um nome em concreto.. São vários e com registos diferentes. Eu não sou fã de apenas um tipo de humor, portante, é difícil de avaliar. NT: Tem algum limite em termos de humor? MSE: Tenho, dependendo do ambiente onde me encontro. Tento não ser corrosivo, se entender que determinado tema é inoportuno. Contudo, sou da opinião que não se devem impor limites no humor. Quando se trata de algum assunto mais sensível, a piada tem que ter classe. NT: Se fosse um super-herói que nome teria? MSE: Seria o LOL ou Super LOL
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Ponte da Lagoncinha interdita para obras até ao fim de maio
João Mendes
CRÓNICA
Ao S. Gonçalo quero ir, quero ir Perdoem-me os puristas e os centralistas da capital, onde resido, mas para mim não há festa neste concelho como o São Gonçalo. Longe dos holofotes e dos orçamentos inflacionados que caracterizam os eventos no centro do concelho, em Covelas bebemos todos da malga, comemos os mesmos petiscos, estacionamos onde der e poucas coisas distinguem os simples mortais das elites políticas, para além do restaurante onde comem e do lugar que protocolarmente ocupam na procissão. Mas ninguém está particularmente preocupado como esse tipo de detalhes. Excepto os profissionais da política, para quem uma festa como o São Gonçalo não é muito mais que uma oportunidade para verter propaganda. O São Gonçalo de Covelas abre portas ao sagrado e ao profano a partir desta Quinta-feira, dia 18 de Janeiro, apesar de, oficialmente, a festa começar apenas no dia seguinte, prologando-se até Segunda-feira, dia 22. Espera-se um fim de semana de temperaturas pouco convidativas, como é apanágio desta grande festa, apesar do sol, que insiste em brilhar quase todos os anos para iluminar o caminho
daqueles que se aventuram pelos caminhos tortuosos do monte no Domingo de manhã. Mas nem só de Domingo de manhã se faz esta grande festa. Cada vez mais concorridas, as noites de Sexta e Sábado enchem as ruas de Covelas para serões animados, amigos reencontram-se, os brindes sucedem-se e as concertinas podem estar ao virar da esquina. Eu, que não perco uma há muitos anos, lá estarei, no sítio do Ponte vai estar interdita até 31 de maio costume, com o Sérgio, o Natcha e o Mota, herdeiros do São GonConstitui uma das ligações trangimento é tão grande por forçalo que mantém a chama ace- mais utilizadas pelos auto- ça da grande utilização que essa sa. Basicamente sabes disso, ago- mobilistas que têm de circu- travessia tem”. “As pessoas, nora pensa! lar entre Santo Tirso e Vila meadamente as que vêm de Santo Teremos as habituais cerimó- Nova de Famalicão e entre a Tirso para Famalicão, usam aquenias religiosas, com promessas Trofa e Vila Nova de Famali- la ponte para aceder à Forave e às a São Gonçalo à mistura, as tas- cão, mas entre 22 de janeiro e empresas”, acrescentou o edil faquinhas multiplicar-se-ão, reple- 31 de maio vai estar interdita. malicense, que crê que “as pestas de cozido, rojões e verde tin- CÁTIA VELOSO/HERMANO MARTINS soas compreendem esta intervento, haverá música e bailarico para ção, porque é necessária”, garanquem o desejar, com os concertindo ainda “fazer a obra no mais tos e as bandas de música que poPonte da Lagoncinha, em curto espaço de tempo”. dem ver no cartaz em cima, e um Lousado, está em obras de con“Eliminar os fatores de risco e enorme monte que vai de Parade- servação e valorização, graças a de degradação infraestrutural” e la até Covelas, que no próximo Do- um financiamento garantido por “salvaguardar os elementos pamingo recebe milhares de romei- ter integrado, recentemente, a trimoniais” são os principais obros, artilhados com calçado con- Rota do Românico do Ave. Segun- jetivos da obra que, com a durafortável, farnel e paus de marme- do Carlos Franco, chefe da Divisão ção prevista de seis meses, prevê leiro. Este fim-de-semana, todos de Mobilidade, Vias e Trânsito da o tratamento e limpeza das canos caminhos vão dar a Covelas. autarquia famalicense, a emprei- tarias em granito, o restauro e nitada “era desejada há muito tem- velamento do tabuleiro da ponpo” e com o financiamento surgiu te com pendentes para a drenaa oportunidade de a executar. “As gem das águas pluviais e consoliobras vão passar pela limpeza da dações estruturais e pontuais de ponte, depois será feito o levanta- fissuras existentes nos paramenmento e reposição do pavimento tos e intradorso do tabuleiro. Paulo Cunha não deixou de sada via”, explicou. E é nessa última fase que a ponte, construída sobre o Ave no século XII, será interdita ao trânsito. De 22 de janeiro a 30 de março, a interdição é feita entre as 7.30 horas e as 17.30 horas. Depois, até 31 de maio, o trânsito não poderá circular em qualquer período do dia. A intervenção vai causar constrangimentos a quem utiliza aquela estrutura e o melhor é já ir estudando as alternativas, que passam pela utilização da Estrada Nacional 204 ou a ponte sobre o Rio Ave, na Estrada Nacional 14. A autoestrada número 3, com custos associados, constitui a melhor opção em termos de distância e tempo de viagem. Paulo Cunha, presidente da autarquia, salientou que “o cons-
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lientar que esta obra não resolve o problema de acessibilidades, só solucionado com “uma nova travessia”. “Temos procurado apelar ao Governo para que reúna condições para que essa intervenção se faça. Estou certo que este tempo que vamos viver de constrangimentos na travessia sobre o Ave vai servir para mostrar o quão essa nova travessia é necessária”, sublinhou. Essa nova ponte, na opinião de Paulo Cunha, também é importante até para que o tráfego na Ponte da Lagoncinha diminua e assim se reforce a preservação da estrutura que é património nacional. As várias intervenções implicam um investimento de cerca de 154 mil euros contando com o cofinanciamento de cerca de 128 mil euros, pelo Programa Operacional Regional do Norte – Norte 2020, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
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Convívio reúne à mesa Rancho Folclórico da Trofa Rancho Folclórico deseja bom ano à redação do NT O dia de fecho de edição, a 3 de janeiro, foi mais alegre que o costume, graças à visita do Rancho Folclórico da Trofa, que quis deElementos do rancho juntaram-se em convívio
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dente, “em termos de números ca andamos com menos de 30 eleRancho Folclórico da Tro- compensou”, conseguindo “mais mentos no porta a porta. O grupo fa terminou a tradição do cantar qualquer coisa que o ano ante- tem 44”, frisou. A tradição do candos Reis num jantar convívio, na rior”. Para isso, explicou, contri- tar as boas festas e os reis, garansede da associação, na noite de buiu a “aposta” em cantar nos tiu Fernando Jesus, “é para con13 de janeiro. restaurantes às sextas-feiras. E, tinuar”, aproveitando para agraSentados à mesa, os membros perante “o sacrifício” de os com- decer “a toda a população da Trodo Rancho reuniram “componen- ponentes “deixarem as suas coi- fa” que contribui. “O Rancho está tes e amigos que ajudam duran- sas”, irem para o porta a porta de boa saúde”, garantiu e, para já, te o ano a associação”, explicou com “chuva e frio” e pelos “gastos” está nos planos da associação “ir o presidente da direção, Fernan- que tiveram por se deslocar nas aos Açores”, por isso, “é bem predo Jesus. Passados “mais de 20 suas viaturas, o Rancho Folclóri- ciso dinheiro”. dias”, o Rancho terminou o “por- co da Trofa quis “compensá-los”. ta a porta” que, segundo o presi- “Eu estou satisfeito, porque nunL.O./A.C.
Lavradeiras da Trofa promoveram encontro para cantar as janeiras Pão, vinho e enchidos. O cenário foi digno de se recuar no tempo e relembrar tradições. E foi o que fez o Rancho das Lavradeiras da Trofa no 21.° Encontro de Cantares de Janeiras. O auditório do Fórum Trofa XXI recebeu, na noite de 13 de janeiro, além do grupo da casa, o Grupo Folclórico e Etnográfico de Belide, de Condeixa, o
Grupo Folclórico de Corredouro, de Guimarães, e o Rancho Etnográfico de Santa Maria de Touguinha, de Vila do Conde. “Há tradições que dizem respeito ao ciclo natalício e há 21 anos começamos com esta tradição de cantares de janeiras”, afirmou o presidente da associação, Luís Elias, que, adiantou também que
esta procura “diversificar em termos geográficos”. A agenda do Rancho das Lavradeiras da Trofa parece estar já cheia para o verão de 2018, mas, adiantou o presidente, ainda poderá “assumir outros compromissos que resultem de convites que são feitos para época mais baixa”. L.O./A.C.
sejar um bom ano à equipa da redação, que também valoriza a preservação das tradições. C.V.
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Romagem a São Gonçalo “é absolutamente única”
Não se sabe muito sobre Gonçalo de Amarante que, apesar de invocado como santo, nunca foi canonizado. A verdade é que, todos os anos, em janeiro é o motivo de atração de milhares de pessoas a Covelas. LILIANA OLIVEIRA
N
chegou a ser canonizado. São muitas as lendas a ele associadas, uma delas faz saber que, “no dia do seu batizado, viu uma imagem de Cristo crucificado”. Para o pároco de Covelas, a festa de S. Gonçalo “é absolutamente única nas 477 paróquias da diocese do Porto”. José Ramos considera a festa não uma romaria mas antes uma romagem, com destaque para a componente gastronómica, o convívio, o passeio e, obviamente, a devoção ao santo, que se denota “pela quantidade de promessas”. Aos olhos do pároco de Covelas, essa mesma devoção “tem aumentado”. “A devoção a S. Gonçalo é antiquíssima. Já em 1758 havia romagem, não a esta capela, mas à ermida, que devia ser muito pequenina. Em 1893 é que é construída a atual”, recordou.
ascido no princípio do século XII em Arriconha, na freguesia de Tagilde, em Guimarães, Gonçalo de Amarante, tornou-se pároco de São Paio de Vizela e decidiu, algum tempo depois, ir em peregrinação a Roma e à Terra Santa. Segundo um documento da autoria de José Ramos, pároco de Covelas, “volvidos 14 anos, regressou a Portugal”. “Quis retomar o pastoreio da comunidade de São Paio-de-Riba, Vizela, mas o seu sobrinho, que não o reconheceu, não lhe deu a chave da igreja que lhe “Quem faz a festa é o povo” fora confiada”. Faça chuva, sol ou frio a multiGonçalo de Amarante viveu, então, vida eremítica e percorreu a dão de gente mantém-se. “Quanprovíncia de Entre- Douro-e-Mi- do eu vou para Covelas, para celenho em pregações, sendo-lhe re- brar a primeira missa, às 8 horas, conhecidos muitos milagres. Fi- na igreja matriz, já encontro gruxou-se em Amarante, onde con- pos a pé e, às vezes, quando vou tinuou a pregar e a multiplicar da matriz para a capela, perto das os milagres. Morreu por volta de 9.15 horas, já estão grupos e gru1260. Acabou por ser beatificado pos a comer por lá acima”, despelo Papa Pio IV, a 16 de setembro creveu o sacerdote, que admite: de 1561, mas, embora seja invo- “As pessoas não vêm só pela decado como santo, Gonçalo nunca voção, temos também a compo-
Para o pároco José Ramos, São Gonçalo é mais que uma romaria, é uma romagem
nente gastronómica. Ir a Covelas ao S. Gonçalo e não comer uma malga de papas é como ir a Roma e não ver Papa”. “Quem faz a festa é o povo, que vai de carro, de bicicleta, a pé, de mota, a cavalo. São centenas e centenas”, descreveu, para logo depois acrescentar que “passam por ali muitas dezenas de milhar de pessoas”. Há cerca de “quatro décadas”, um grupo de Gonçalos mantém viva a tradição e, no sábado de S.
Gonçalo, “vão em romagem a Covelas, passam, de manhã, por alguns cemitérios, para fazer memória de Gonçalos que percorreram os caminhos de Covelas e que já partiram, vão à missa ao meio dia e, depois, têm um convívio que se prolonga pela tarde fora”, enumerou José Ramos. Outra das tradições que não passa despercebida é a causa à qual associam o santo. Santo António partilha a fama de santo casamenteiro com S. Gonçalo, mas
este último é direcionado às mulheres encalhadas, que puxam pelo “bordão do peregrino” na esperança deste lhes arranjar um companheiro. Muitos são os jovens que, por estes dias, se encontram em Covelas. Uma boa oportunidade para que as gerações mais novas mantenham “viva uma tradição que vem não sabemos de onde”. “Os mais novos vão fazendo o caminho com os mais velhos e isto é muito importante”, enalteceu José Ramos.
Preparar a festa mais cedo à espera da enchente A festa de S. Gonçalo é uma das mais esperadas no concelho da Trofa. De 19 a 22 de janeiro, são esperados milhares de pessoas vindas de toda a região. A comissão de festas teve mais tempo para as preparar e reza a S. Pedro para que a chuva seja a única a não aparecer. CÁTIA VELOSO Fernando Rocha já perdeu a conta às vezes que integrou comissões de festas em honra de S. Gonçalo. Consecutivamente, conta agora o segundo ano como presidente, tendo a seu lado uma equipa que também quase não mudou. Mas ao contrário da corrida contra o tempo em 2017, por se ter constituído a comissão já muito tarde, para este ano houve oportunidade de preparar as festividades com calma, realizando eventos de angariação de fundos que permitiram preparar um progra-
ma “melhor” do que os anteriores. 2013, também Fernando Rocha esA cantora Maria Lisboa é a cabe- tava à frente da comissão, a chuça de cartaz, com espetáculo no va até obrigou ao cancelamento sábado à noite. Esta foi uma das de atividades. Fernando Rocha não tem dúvigrandes apostas da comissão de festas, que espera ver “mais pú- das de que esta festa, depois da blico” do que o habitual neste dia. que é realizada em honra de NosFernando Rocha recusa-se a es- sa Senhora das Dores, é a mais timar o número de pessoas que importante do concelho da Trofa. passa por Covelas durante a fes- “Nada se compara ao S. Gonçalo”, ta de S. Gonçalo, pelas dificulda- sublinhou, para depois sustentar des inerentes a contabilizar num a tese com “o maior bairrismo das raio de ação tão grande, mas Jor- gentes e a grande movimentação ge Pinto, também elemento da de pessoas”. “Apesar da modernicomissão, arrisca a lançar um nú- dade, a tradição mantém-se e vai mero: “O ano passado tivemos à ser difícil acabar”, vaticinou. volta de 40 mil pessoas a passar pelo recinto”. Puxar a “bengala” No entanto, como diz Fernando ao santo errado Fernando Rocha e Jorge Pinto fazem parte da comissão de festas Rocha, as condições atmosféricas são “o fator número um” que dita Uma tradição que também se xadelas”, algumas até na “bengala” se aplique nesses casos e, outras, o sucesso ou o fracasso da fes- mantém viva é a de as mulheres do santo errado. “Algumas, como que vêm de longe para cumprir o ta. “Esperamos que alguém olhe solteiras puxarem a bengala a S. não conhecem a imagem de S. ritual. “Num domingo à noite, uma por nós”, afirmou, olhando para o Gonçalo, para que este santo ca- Gonçalo, vão puxar a bengala ao senhora de Braga pediu-nos para céu, como quem lança preces a S. samenteiro as acuda na vida amo- S. Martinho”, contaram. Há aque- abrir a capela, porque queria muiPedro. É que, se o ano passado o rosa. Fernando Rocha e Jorge Pin- las que são divorciadas e têm a es- to puxar a bengala ao S. Gonçalo”, sol foi sinónimo de enchente, em to já testemunharam muitas “pu- perança de que o milagre também contou Jorge Pinto.
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Micas Restaurante Campos vive tradição de S. Gonçalo há mais de um século
São muitos os que dizem que ir ao S. Gonçalo e não comer o rojão ou beber o vinho novo é como ir a Roma e não ver o Papa. A verdade é que a gastronomia desta romaria ultrapassou fronteiras e atrai milhares a Covelas, no penúltimo fim de semana de janeiro. LILIANA OLIVEIRA
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ano começa em grande na freguesia de Covelas, sendo mesmo caso para dizer que todos os caminhos vão dar ao S. Gonçalo. E todos os que por lá passam não
passam sem o rojão, o cozido, as papas ou o vinho. Um dos locais que serve de ponto de encontro para os romeiros no fim de semana é o número 47 do Largo de Senhora dos Caminhos, o já centenário Micas Restaurante Campos. Fernando Ferreira é o quarto na linha geracional que gere o estabelecimento em Covelas. Maria da Conceição Vieira, sua bisavó, foi quem deu nome ao restaurante, passando depois para a avó e, mais tarde, para a mãe. Por isso, Fernando sempre viveu a tradição de S. Gonçalo e desde cedo per-
cebeu que o vinho era a razão da popularidade desta romaria. “Antigamente, só havia vinho branco da vindima até meados de março. Depois era só tinto. A primeira romaria onde havia vinho branco era o S. Gonçalo e daí a dimensão e o motivo de ser tão procurado”, explicou. Até à altura da romaria, normalmente, o vinho ainda não reúne as condições para ser bebido, uma vez que passa pelo processo de fermentação e tratamento necessário. “Ele fica turvo e com a neve vai clareando, mas como o frio não tem vindo o suficiente para clarear o vinho, ele chega a janeiro ainda com um aspeto turvo. Mas continua a ser a preferên-
cia”, asseverou. Qualidade e simplicidade são os segredos do sucesso Ao vinho juntou-se a carne, nomeadamente o rojão, que é hoje um dos fortes motivos de atração da festa. Dos petiscos que se serviam antigamente, desde “a chouriça caseira, o salpicão, os rojões, as papas e as fêveras em pão”, passaram, nos dias de hoje, a uma ementa mais alargada, com as refeições como “feijoada, rojões, cozido à portuguesa, caldo de nabos e arroz de grelos”, com preços entre os quatro e os 25 euros. Os romeiros, disse o proprietário do restaurante, “são cada vez
mais”, embora a crise tenha afastado as pessoas dos restaurantes. “Com as coisas a melhorarem”, Fernando acredita que a restauração “vai usufruir”. O gerente do restaurante não consegue contabilizar o número de clientes que passam pelo espaço nos dias de festa, mas a quantidade de pessoas deixa o rasto no estado em que fica “o chão, o balcão, as mesas e cadeiras”. “Há um desgaste em tudo o que é materiais, são muitas, mesmo muitas, pessoas”, afirmou. No restaurante “o dia alto é o domingo” e, entre as 8 e as 16 horas, Fernando diz que não sabe “se chove ou não”. “Não consigo olhar
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lá para fora sequer”, frisou. Os preparativos são feitos de um dia para o outro, com o tempero das carnes e a preparação da sala. E para os quatro dias de festa são necessárias “centenas de quilos de carne e mais de dois mil litros só de vinho branco”. E o segredo desta casa é não ter segredo nenhum que não seja “o tamanho e a qualidade” da carne. A aposta, desvendou o proprietário, é no “porco preto”. Depois, é “fazer o mais simples possível” e “não estragar”. “Se o produto for bom não é preciso segredos nem truques”, considerou Fernando Ferreira. A verdade é que há clientes que escolhem o Restaurante Micas “há cerca de 50 anos”, garantiu. Cozinharam à luz das velas para servir os clientes E para garantir a qualidade do serviço, em dia de festa a equipa tem que ser reforçada, passando de oito a 26 pessoas. Os horários são indefinidos, havendo quem trabalhe entre 16 a 20 horas, já o proprietário trabalha “dias seguidos”. “As coisas encadeiam-se e temos que estar preparados para resolver os problemas que vão surgindo”, apontou. No meio de mais de um século ao serviço da gastronomia do S. Gonçalo, muitas histórias há para contar. A luz passou a ser um pro-
blema na hora de cozinhar. Contou Fernando Ferreira que “todos os anos falhava a luz”. “Eles montavam o palco e quando iam para atuar nós ficávamos sem luz”, contou, sendo mesmo necessário recorrer “à luz das velas” para po-
der confecionar os pratos. “Era um stress. Um ano tivemos quase a fechar. Foi um sábado, chovia torrencialmente, eram 14 horas, e nós sempre na esperança que a luz vinha. Chegou a noite, com as encomendas e as pessoas
todas marcadas, e nós não íamos atender às escuras e precisávamos de ver para cozinhar. Usamos velas e ligamos às pessoas para não vir, porque não tínhamos luz. As pessoas vieram na mesma e, felizmente, a luz veio já perto da hora
de servir”, recordou. O desgaste físico e psicológico ao fim de tantas horas de trabalho é notório, mas a satisfação de ver que “as pessoas da Trofa fizeram de uma romaria pequena uma festa enorme” supera o esforço.
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O NOTÍCIAS DA TROFA 18 JANEIRO 2018
Atualidade
O dia em que os betetistas invadem a Petisqueira pelo rojão
O evento da associação Amigos do Pedal ganhou fama, muito graças à sande de rojão servida na Petisqueira Marques. Atualmente, cerca de mil betetistas de vários locais da região partem de Vila Nova de Famalicão rumo a Covelas no domingo das festas de S. Gonçalo e já ninguém abdica do petisco servido pelo estabelecimento gerido pela família Santos. CÁTIA VELOSO
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ara Marlene Santos, filha dos proprietários, apesar de mais exaustivo, esse “é o momento mais fascinante” que vive nos quatro dias de romaria. “É impressionante ver tanto ciclista no pátio. São filas e filas de gente para comer a nossa sande de rojão. Temos quatro pessoas na garagem e quatro fora a servir o mais rápido possível, porque às 11.30 horas já temos a casa cheia para os almoços. É uma corrida desenfreada”, contou em entrevista ao NT. A sande do rojão da Petisqueira Marques é famosa e o segredo mantém-se, pelo que o melhor, garante Marlene, “é mesmo comê-la”. Sabe-se apenas que a carne fica
a temperar “cerca de oito horas” e que, ao longo da festa, o estabelecimento serve “cerca de dois mil rojões”. Pelo espaço passam cerca de três mil pessoas, mil só do evento organizado pelos Amigos do Pedal. Para a história fica o episódio de há dois anos, em que o rojão acabou e não chegou para a procura. “Não estávamos à espera de tantas solicitações, até porque estava a chover”, explicou Júlio Santos. Mas não é só do rojão que se faz o menu da Petisqueira. Ao longo dos quatro dias também há, ao almoço e jantar, vitela, lombo e cozido à portuguesa, que assume papel de destaque. As papas de sarrabulho e a sopa de nabos também gozam de fama neste espaço, assim como o vinho da casa. Durante a romaria, estima Júlio Santos, servem-se “à volta de mil litros”. A adesão é tanta que o melhor é mesmo reservar mesa. Por lá passam pessoas de “Famalicão, Porto, Matosinhos, Esposende, Ponte de Lima e Braga”, complementou Maria de Fátima Santos. Na segunda-feira, para o fecho, há sempre um grupo de concertinas a animar o espaço. Durante o fim de semana são
Na Petisqueira Marques servem-se cerca de dois mil rojões durante a festa
inúmeros os grupos que se deslo- conhecida, nas antigas instalações, cam ao estabelecimento, mas há uns metros ao lado das atuais, na uns que têm estatuto pela fidelida- Rua da Costa. de. Exemplo disso é um grupo de Os dias de romaria são, obviacerca de 40 mulheres que, aos sá- mente, aqueles em que a família bados, vêm a pé da cidade da Tro- Santos mais fatura, mas, como diz fa, e almoçam na Petisqueira de- o ditado, “sai-lhes do corpo”. “Despois de assistirem à missa. Há ain- cansamos, em média, quatro hoda um outro grupo que faz o “trei- ras por noite. A sexta-feira é o dia no” para as festividades uma se- em que trabalhamos até mais tarmana antes e que prefere a Petis- de. O domingo é o dia de mais traqueira Marques desde 1998, altu- balho”, explicou Marlene Santos. ra em que o espaço ainda era geAlém de compensador financeirido pela “dona Deolinda”, como é ramente, o trabalho realizado du-
rante a festa de S. Gonçalo acaba por dar frutos para o ano inteiro, uma vez que as pessoas que lá param durante a romaria “gostam e voltam noutra altura”. Durante o resto do ano, o estabelecimento continua a servir o cozido à portuguesa, o arroz de cabidela, a sopa de nabos e as papas de sarrabulho. O misto de carnes – parecido com cozido à portuguesa, mas sem hortaliça e batata – é um dos petiscos preferidos dos clientes.
A festa é rija, “Basicamente” Pelas redondezas da igreja pululam espaços improvisados, montados exclusivamente pouco antes da festa para acudir a quem tem fome e, sobretudo, sede. Num ano aqui, no outro uns metros mais ao lado, o importante é montar a “tasca” e que haja fartura de chouriço, moelas, bifanas, rojões, papas de sarrabulho, caldo verde... e vinho. A história do “Basicamente” começa mais ou menos assim, há 11 anos. Criado por um grupo de amigos, o espaço informal de comes e bebes nasceu junto à igreja numa “barraca” feita de troncos e toldos, com mesas improvisadas e cadeiras. Ao ambiente juntou-se música, “regada” com a boa disposição de quem lá para. Sérgio, Bruno e Ricardo compõem o trio que, todos os anos, não deixa cair o conceito do “Basicamente”. Outrora com epíteto bem mais extenso - “Basicamente Sabes Disso, Agora Pensa!!!” foi “rebatizado” apenas com o ad-
vérbio de modo por quem lá pas- ludidos, com o vinho verde, bransa. Para conseguirem ter o espaço co e tinto, da região. E, claro está, aberto, os jovens começam a tra- não faltará o “abafadinho”, que balhar no início do mês, e acabam mantém reinado no espaço, assim no fim deste. Um fim de semana como “a boa da receita” e, para os é exclusivo para a prova do vinho, resistentes, as bebidas brancas já porque, sustenta Sérgio Araú- quando a noite não for uma crianjo, “fazemos questão de escolher ça. As bifanas e a sande de rojão sempre o vinho que esta bela ter- - são servidas “mais de três mil” -, ra nos dá”. No final, as contas mais confessa Sérgio Araújo, “fazem as fáceis de se fazer são às horas de delícias do povo”. A fama da festa galga fronteiras sono: “No início, a média era de uma hora e meia a duas horas por a cada ano que passa, prova disnoite. Atualmente, como estamos so são as pessoas que já passaram três casais, procuramos fazer es- pelo “Basicamente” e que se discalas. Ainda assim, devem rondar seram provenientes de “Guimaas quatro horas por noite”. rães, Braga, Vila do Conde, Porto, Gaia, Resende, Torres Vedras, Lei“Abafadinho” é rei num espaço ria e Nazaré”. onde se serve “3 mil sandes” No final, o primeiro pensamento que surge é “dormir”, o segunEste ano, o espaço estará mon- do “desistir”. Só que, em setemtado junto ao viaduto da autoes- bro, o cansaço já não se sente, os trada, mantendo-se o menu de- amigos começam a reservar mesa gustativo à boa moda portugue- e já só há lugar na cabeça para sa, com uma carta de bebidas programar a próxima “maratona”. que, segundo os organizadores, “O ambiente da festa compensa”, não vai deixar os romeiros desi- responde Sérgio Araújo.
À procura da placa dos dentes E, depois, há as lembranças de episódios memoráveis, alguns que ainda hoje arrancam gargalhadas. Como aquela em que os jovens, a preparar o dia seguinte, encontraram uma placa dos dentes dentro de um copo de vinho tinto, quando estavam a levantar a loiça das mesas e do balcão. “Não queríamos acreditar… e entre risos e piadas não conseguimos mexer no copo, apenas o
escondemos não fosse aparecer o dono. E ele apareceu, já no último dia, a reclamar a placa, após ter corrido várias tascas à procura”, contou Sérgio Araújo. Noutro ano, apesar do ambiente de festa que não alertou ninguém, o temporal que se fazia sentir obrigou os jovens a encostar-se aos troncos que seguravam a “barraca”. “A expressão 'até a barraca abana' estava na boca do povo”, relatou.
Espaço informal de comes e bebes é gerido por três amigos
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18 JANEIRO 2018 O NOTÍCIAS DA TROFA
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Atualidade
Os Gonçalos reclamam título de “grupo mais antigo” a caminhar no domingo da festa Vinte e quatro de janeiro de 1988. A data marca a primeira caminhada oficial do grupo “Os Gonçalos”, aquele que se assume como o mais antigo a caminhar até Covelas no domingo de S. Gonçalo. CÁTIA VELOSO
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rgulhosamente “herdeiros” da “Canalha da Estação” - antepassados assim conhecidos por “roubar fruta” na zona mais agrícola de S. Martinho de Bougado -, os cerca de 40 elementos do grupo “Os Gonçalos” cumprem, religiosamente, a tradição de rumar à festa todos os anos, faça chuva, faça sol. Aliás, a primeira caminhada, a de 1988, até ficou marcada pelo capricho de S. Pedro, que brindou os romeiros com “chuva torrencial”. Eduardo Ribeiro lembra-se bem desse dia: “Foi dos dias mais chuvosos que presenciei em toda a minha vida. Pensei que não ia ninguém, mas a verdade é que nenhum dos 26 elementos que se comprometeram a ir faltou”. Abalaram debaixo de chuva, que “alternava entre forte a torrencial”, recordou. O momento em que o tempo melhorou foi aproveitado para tirar a fotografia de grupo para, logo a seguir, voltar a chover. “Foi uma estreia abençoada. Por isso dissemos que se o santo não conseguiu fazer-nos desistir, então o grupo nunca mais iria acabar”, complementou Luís Elias, outro “Gonçalo”. O grupo surgiu no Paranho depois do “desafio lançado por pessoas mais velhas” e “da vontade de ir dos mais novos”. Nele há regras a cumprir e estatutos a respeitar. Desde logo as etapas a percorrer até Covelas. Desde há muitos anos que a caminhada começa cerca das 8.30 horas, junto ao Café S. Martinho, seguindo pela rua do Colégio da Trofa prosseguindo pelo monte. “Antigamente, parávamos na casa do senhor Joaquim Perrete para se tomar o pequeno-almoço e lançar foguetes. Atualmente, paramos em casa do senhor Tomé, da Falual, para fazermos o ‘mata-bicho’, com uma bebida espiritual e o pequeno-almoço, numas instalações temporárias junto à TorniTrofa, com carne de porco assada, papas de sarrabulho, bolinhos de bacalhau, queijo e outros petiscos”, relatou Luís Elias. Após reconfortarem estômago, os “Gonçalos” retomam o caminho, parando, mais à frente, já perto do campo de futebol de Co-
velas, para reforço alimentar e, principalmente, “abastecimento de líquidos”. À lei de que era castigo ir de carro para Covelas foi incluída uma adenda para aceitar exceções aos elementos que, principalmente por limitações físicas, já não conseguem cumprir a jornada completa a pé. “Houve um ano em que um elemento, o Artur, foi condenado e teve de levar a carrinha de apoio”, contou. Outra lei com alterações foi a que proibia bebidas não alcoólicas. Explica Luís Elias que, por motivos de saúde, atualmente aceita-se “água e cerveja sem álcool”. “Mas é excecional”, reitera. O almoço é feito numa casa, perLuís Elias exibe primeira e última fotos tiradas pelo grupo no S. Gonçalo to da Petisqueira Marques, que só serve de acolhimento, uma vez de noite, porque entre o primeiro a romaria “continuaria” se “deique o almoço já vem confeciona- que chega e o último passam mais xasse de haver celebrações na do da Trofa. Durante muitos anos, de duas horas”. Capela”. “O que torna a festa de contou Eduardo Ribeiro, a emenO dia acaba na casa de Elias, lo- S. Gonçalo especial é o facto ser ta limitou-se a caldeirada de ca- cal que substituiu a adega do “se- mais profana que religiosa, porbrito, mas hoje em dia inclui tam- nhor Aníbal”, onde se come sopa à que as pessoas vão quase exclubém feijoada e massa à lavrador. lavrador e os “restos do almoço”. sivamente para comer e beber”, No fim, uma visita à Petisqueira O encerramento das comemora- sustentou Elias. para “tomar café ou beber qual- ções é feito no dia seguinte, altuquer coisa” e cantar à “dona Deo- ra em que fazem “o balanço” e co“Soltem os prisioneiros” linda”, antiga gerente do espaço. mem “mais uma pá de porco assaE por falar em cantar, essa é uma da e um caldo de nabos”. Em 30 anos de grupo há muitas, das atividades que marcam hisEduardo Ribeiro acredita que os muitas histórias para contar... e tórias caricatas do grupo. “Quan- “Gonçalos” têm uma grande res- para manter em segredo. Das que do éramos recebidos pelo senhor ponsabilidade por manter viva a podem ser reveladas, destacamJoaquim Perrete, ele, que era de tradição da romaria até Covelas. -se episódios motivados pela reuma grande religiosidade, queria O trofense lembra-se que, antiga- beldia própria da juventude dos que cantássemos o ‘Avé Maria’. En- mente, era um “fervilhar de gente “Gonçalos”, que chegaram a “cortão, o pessoal começou a cantar, a partir para o lado de Paradela e tar uma emissão da rádio” e quamas em vez de usarem o Avé, di- Valdeirigo”, costume que perdeu se “interromperam uma missa”, ziam ‘Ó Zé, ó Zé, ó Zé Maria’”, re- fulgor ao longo dos anos e voltou tal o barulho que faziam quando cordou, entre risos, Luís Elias. ao que era com o surgimento do chegavam à festa. Antigamente, os novos elemen- grupo. Hoje, dizem, “é moda ir ao “Houve um ano em que passatos também tinham de subir a S. Gonçalo”. mos por uma pessoa que estava uma escarpa e cantar o “Avé” e, Sem nenhuma ligação à compo- a vender souvenirs num tabuleidepois de obrigados a repetir mui- nente religiosa da festa, Luís Elias ro pendurado ao pescoço e decitas vezes, eram “agraciados” pe- e Eduardo Ribeiro acreditam que dimos arrematar tudo o que ele tilos mais velhos com fruta e outros objetos que encontravam no chão. Parar em todas as “capelinhas” Depois do almoço, há quem fique para ver a procissão, mas a maior parte faz-se de novo à estrada, para regressar à Trofa. Só que o caminho é feito mais lentamente. Luís e Eduardo explicam porquê: “Vamos parando pelos cafés para fazermos uma visita e beber um copo. À vinda o grupo desintegra-se e volta a juntar-se já
nha para depois atirar pelo ar. Os carros tiveram de parar, porque as pessoas estavam todas agachadas no chão a apanhar os souvenirs”, contou Luís Elias. Há um outro episódio, que está eternizado num quadro caricatural desenhado por Jorge Barata, sobre alguns elementos que foram presos pela GNR. “Houve uma confusão a GNR deu ordem de prisão a cinco. Quatro foram para o posto da GNR e o outro fugiu. O Barata fez um quadro em que colocou a fotografia de cada um deles vestidos com fatos listados atrás das grades, enquanto o outro foge. Entre nós ficou então célebre a frase ‘soltem os prisioneiros’”, recordaram. Esse quadro, a página do “Comércio do Porto” quando foram motivo de reportagem e as fotografias do grupo no S. Gonçalo nos últimos 30 anos estão organizados, numa galeria, que Luís Elias guarda em casa.
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O NOTÍCIAS DA TROFA 18 JANEIRO 2018
Atualidade
Uma caminhada bem “regada” H
da que tenha havido uma tentatiá 43 anos que Nuno Cruz ca- va de introduzir “bebidas destilaminha, desde a cidade da Trofa até das”, sem sucesso. “Entrávamos Covelas, durante a festa em honra em aceleração cedo demais. Houde S. Gonçalo. A infância, juventu- ve um ano que cheguei ao S. Gonde e maioridade traçaram “nuan- çalo e percebi que não estava em ces” distintas na forma como cum- condições de fruir da festa e enpriu a tradição, ao longo dos anos. tão sentei-me e pedi à GNR que Se em jovem até se arriscou por me arranjasse boleia. Lá enconpercursos alternativos, chegan- trei alguém conhecido que me ledo mesmo a entrar no comboio vou, de novo, para a Trofa. Foi a com amigos para sair no Muro e única vez que desisti. Então, estipartir daí até Covelas, nos últimos pulou-se que, apesar não ser proianos, o itinerário é sempre o mes- bido, não era aconselhável levar mo, por Paradela, um dos cami- bebidas destiladas”, relatou, ennhos mais utilizados pelos romei- tre risos. ros de S. Gonçalo. Há já vários anos que o grupo de Com os mesmos amigos de anti- Nuno Cruz escolhe o mesmo local gamente, e outros elementos que para estender a toalha do almoço, se foram juntando, Nuno Cruz in- atrás da capela. “É muito raro não tegra um grupo que faz da cami- pararmos ali. Mesmo quando chonhada até ao S. Gonçalo uma ode ve ficamos naquele local. Há ouà diversão. Mas o grupo, ao con- tros grupos que passam exclusitrário dos “Gonçalos” tem como vamente por ali só para nos cumlema “não é obrigatório nem é primentarem”, referiu. proibido”. Ou seja, tem “uma orSe a ida para Covelas é mais ou ganização horizontal” - portanto, menos fácil, a vinda é bem mais ausente de hierarquia – e pode desafiante. Em jeito de brincadeijuntar-se a ele quem quiser, assim ra, Nuno Cruz diz que o caminho, como, sem motivo aparente, pode apesar de ser o mesmo, “tem mais ter ponto de partida diferente. No armadilhas”: “Porque aparecem à entanto, contou, “à partida, toda tua frente com um copo na mão e a gente sabe que partimos na Rua dizem ‘prova!’”. Abade Inácio Pimentel”. “Desde há A componente religiosa assouns anos que há um que deita fo- ciada à romaria não é o que move guetes para sinalizar o nosso ar- Nuno Cruz para estas caminharanque para a caminhada de cer- das, mas sim a oportunidade de ca de cinco quilómetros e meio até estar com os amigos e “conhecer Covelas”, acrescentou. pessoas”. Se há três décadas a ida à festa E a Nuno Cruz e amigos juntouera bem mais moderada, hoje em -se um outro grupo, com os resdia é regra chegar a Covelas bem petivos filhos, que também faabastecido de líquidos. O vinho e zem questão de cumprir a tradia cerveja, claro está, reinam, ain- ção. O trofense garante que, nos
Trilho de S. Gonçalo A primeira atividade das secções O percurso é de cerca de 12 quide pedestrianismo do Clube de lómetros, com dificuldade baixa/ Campismo da Trofa e dos Restaura- média, e tem a duração estimadores da Granja de Fafe tem como da de quatro horas. Os caminheidestino Covelas. O Trilho de S. Gon- ros deverão levar calçado conforçalo, agendado para domingo, 21 tável e vestuário prático e adequade janeiro, começa na nova esta- do para a época do ano. “Não esção ferroviária da Trofa e termina quecer, ainda, a máquina fotográjunto à Capela de S. Gonçalo. “Nos fica e a boa disposição”, desafiou tempos medievos, este era tam- ainda a organização, que propõe bém o local onde ocorria a primei- ainda um lanche partilhado entre ra paragem para descanso dos pe- os participantes, sendo oferecido regrinos, que saíam da Sé do Por- o tradicional caldo de nabos. to a caminho de Santiago de ComAs inscrições podem ser feitas postela, por Braga, Ponte de Lima e junto de Nelo Lobo (963 215 968), Valença. Pretende-se que os cami- Américo Lapa (939 253 134), Antónheiros, imbuídos num espírito fes- nio Sá (917 531 913) e Serafim Teitivo, percorram os mesmos cami- xeira (914 163 951) ou através de nhos que os romeiros, em grande email para restauradoresdagrannúmero nesta festa”, explicou fon- ja@gmail.com ou ccampismotrote do Clube de Campismo da Trofa. fa@gmail.com. C.V.
O ponto de encontro da família de Jéssica Soares é “no S. Gonçalo Pequeno” em Paradela
últimos anos, assistiu-se a um aumento de romeiros, a pé, até Covelas. “Eu acho que se deve ao fenómeno do turismo, porque vemos muitas pessoas de fora. Ainda no sábado fui ao treino para a festa, em Covelas, e estavam lá pessoas de Santo Tirso e um ciclista de Valongo foi lá fazer o reconhecimento do percurso, para voltar no próximo domingo”, contou. O convívio familiar e a recompensa para o estômago Bem mais jovem, mas já com 17 anos de experiência em caminhadas até ao S. Gonçalo, Jéssica Soares ganhou o gosto com a famí-
lia. “Tudo começou com uma promessa que a minha tia mais velha fez de lá ir todos os anos enquanto conseguisse andar. Desde aí, a minha família fez da caminhada uma tradição que tem mais de 24 anos”, adiantou. O ponto de encontro é “o S. Gonçalo Pequeno”, em Paradela, e pela frente Jéssica e os familiares têm alguns quilómetros pelo monte, que são percorridos “faça sol ou faça chuva”. “Nada nos impede de ir”, garante. O convívio familiar é uma das principais motivações de Jéssica Soares para continuar a caminhar até ao S. Gonçalo, mas a essa também se junta a oportunidade
de “interagir com outras pessoas” e “fazer amizades”. E a recompensa pela chegada também não é esquecida: “Vamos comer o nosso famoso pão com rojão e um copinho de vinho do S. Gonçalo”. Ao longo destes anos, as histórias hilariantes envoltas desta tradição familiar “são muitas”, a maior parte relacionadas com quedas. “Lembro-me que houve um ano em que chovia muito e como íamos pelo monte havia muita lama. Numa subida, lá ia eu com muito cuidado quando, de repente, escorrego, caio e sujo-me toda. É claro que fui alvo de chacota durante o caminho todo”, contou.
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18 JANEIRO 2018 O NOTÍCIAS DA TROFA
Fábio Pereira substitui António Paris no comando do Bougadense Três jornadas depois de assu- curtar as distâncias e dar um pasmir o comando técnico do Atléti- so para a Divisão acima, para que co Clube Bougadense, somando os objetivos do clube, que passam duas vitórias e um empate, An- por chegar aos nacionais nos prótónio Paris já não treina a equipa. ximos dois ou três anos, possam Ao que o NT conseguiu apurar, ser atingidos”, adiantou. O novo treinador da formação a direção escolheu António Paris apenas como uma solução provi- de Santiago de Bougado reconhesória depois da saída de Agostinho ce “qualidade à equipa” e acha Lima. Fábio Pereira é o escolhido que com o seu “trabalho e um bopara dirigir o comando técnico da cadinho de organização é possível equipa principal. O novo treinador disputar os três pontos em todos assumiu funções desde terça-fei- os jogos que restam até ao final” e, ra, 16 de janeiro. Depois de ter pas- “enquanto for matematicamente sado pelo Sporting Clube de Braga possível”, Fábio Pereira acredita B, na época 2013/2014, e ter sido na subida no final da época. Por adjunto de Bruno Pereira no Clu- enquanto, pensa ter “um plantel be Desportivo Trofense, na épo- equilibrado e suficiente para o ca transata, Fábio Pereira chega campeonato em que está”, mas, ao Bougadense com o objetivo de, no final, fará “uma análise mais “a pedido da direção, levar o clube profunda sobre quais são as nepara os campeonatos nacionais”, cessidades para poder começar a próxima época de forma mais ordisse em entrevista ao NT. “Vamos fazer tudo o que estiver ganizada e estável”. L.O. ao nosso alcance para tentar en-
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Desporto
Fábio Pereira quer levar Bougadense para os campeonatos nacionais
Bougadense empata em Gondomar O Atlético Clube Bougadense empatou a uma bola em casa do Gondomar B, em jogo a contar para a 17.ª jornada da Divisão de Honra, da Associação de Futebol do Porto. António Paris, até então treinador do Bougadense, afirmou ao NT que a equipa teve “um dia a menos de trabalho” e isso “com-
plicou a criação de sistemas alternativos”. O Gondomar B, “a oito pontos de distância e sendo profissional, criou um jogo muito difícil”, acrescentou. O Bougadense até inaugurou o marcador, através da marcação de uma grande penalidade, mas viu o adversário, atual 2.º classificado, empatar logo de seguida. O
resultado final fixou-se no empate a uma bola mas, para António Paris, “houve uma grande penalidade clara” a favor do Bougadense que “não foi marcada”. “Quanto a mim, foi a melhor exibição do Bougadense, já que conseguimos, mesmo contra um adversário difícil e num jogo em que chovia imenso, ter muito controlo so-
bre a bola, uma boa circulação e defesa e os centrais jogaram muito bem”, enalteceu. Embora considere o “resultado positivo”, o técnico achou que a equipa merecia mais por ter sido “dominadora”. O AC Bougadense soma 30 pontos e ocupa o 3.º lugar, a oito do Gondomar B e a dez do líder, Vila Caiz. A 21 de janeiro, pelas 15 ho-
ras, o Bougadense recebe o UD Valonguense. Já o Bougadense B perdeu, pela margem mínima (10), em Paredes, frente ao Vandoma, em jogo a contar para a jornada 14 da série 1 da 2.ª Divisão da Associação de Futebol do Porto. A equipa permanece no 8.º lugar, com 21 pontos. Na próxima jornada recebe o Zebreirense.
Futsal – Associação de Futebol do Porto
Clube Slotcar recupera terreno A equipa sénior masculina do tos, quando estão cumpridas 11 Clube Slotcar recuperou terreno jornadas. O Balio Futsal é o próno campeonato da 2.ª Divisão Dis- ximo adversário. trital, ao vencer o Luso AcadémiAinda no escalão sénior mascuco por 5-3, na 12.ª jornada. A for- lino, mas na Divisão de Honra, o mação trofense cubiu ao 2.º lugar, Centro Recreativo Bougado emcom 21 pontos, mais dois que o patou a dois golos com o ARC MoiFutebol Clube S. Romão, que tam- nhos, em partida a contar para a bém triunfou, desta feita diante 11.ª jornada. Com 13 pontos, a fordo Valadares por 3-1. mação de Bougado está no 7.º luOs romanenses estão na 4.ª po- gar e na próxima ronda recebe o sição e na próxima jornada via- Mocidade Invicta. ja ao reduto do Nau Vitória, enEm juniores, o CR Bougado disquanto o Clube Slotcar defronta putou o 1.º lugar da série 2 da 2.ª O Amanhã da Criança. Divisão Distrital com o JuventuNa série 1 da 1.ª Divisão Distrital, de de Gondomar e saiu derrotao Grupo Desportivo Covelas ven- do por 4-3, segurando, porém, a ceu o Vila Futsal por 3-1 e ascen- vice-liderança, com 34 pontos. Na deu à 10.ª posição, com 11 pon- próxima jornada, a 16.ª, os bou-
gadenses recebem o Gondomar ral e Recreativo Alvarelhos per- rio que se segue. Em infantis, o S. Romão perdeu Futsal Clube. deram com o líder Académico de No mesmo escalão, mas no fe- Leça por 4-7, em partida referen- com o GD Ricardinho 10 na 2.ª jorminino, o FC S. Romão perdeu te à 15.ª jornada. A formação tro- nada da 2.ª Fase do Campeonato com o Novasemente por 1-8, man- fense está na 6.ª posição, com 20 Distrital – Divisão de Honra – mantendo-se como último classifica- pontos, e no próximo jogo mede tendo o ponto conquistado na 1.ª ronda. Os romanenses têm endo do Campeonato Distrital, sem forças com o Miramar Império. pontos. O Santana é o adversário Já na série 2, na 13.ª jornada, o contro marcado com o Novelenque se segue. FC S. Romão empatou a três golos se na próxima ronda. Já os benjamins da mesma coleNa 1.ª Divisão Distrital de juve- com o Estrelas Susanenses. Com nis, o CR Bougado perdeu com o 12 pontos, os romanenses estão tividade golearam o Arcozelo, na Restauradores Brás Oleiro por 4-2, no 8.º posto e na próxima ronda 2.ª jornada da 2.ª Fase do Campeonato Distrital – série 1 da 1.ª continuando, ao fim de 19 jorna- defrontam o S. Pedro de Fins. No escalão de iniciados, na sé- Divisão, somando os primeiros das, como “lanterna vermelha”, sem qualquer ponto conquista- rie 2 da 2.ª Divisão Distrital, o clu- pontos. O União DCR Bela é o pródo. Na próxima ronda, recebe o be de S. Romão bateu o AD Pe- ximo opositor. nafiel por 3-5, somando agora 14 Retorta. Na série 1 da 2.ª Divisão Distri- pontos, que o permite estar no C.V. tal, os juvenis do Grupo Cultu- 10.º lugar. O Amador é o adversá-
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O NOTÍCIAS DA TROFA 18 JANEIRO 2018
Desporto
Villa Zadones premiado na Exposição Canina A
Villa Zadones destacou-se mais uma vez, em provas internacionais. Na 86.ª Exposição Canina do Norte, realizada no Porto, no sábado, 13 de janeiro, o canil privado de Rottweiler, situado em Santiago de Bougado, viu exemplares serem distinguidos, como Varg da Villa Zadones, com 14 meses, considerado o melhor macho e o melhor Rottweiler da exposição. Já Vylla da Villa Zadones venceu na classe júnior. Ch. Jocker del
Norte obteve classificação exce- Zadones foi consagrado como o lente em CCC e RCACIB, que reú- novo campeão de Portugal, com ne os exemplares que estão inscri- o CAC-QC (Certificado de Aptidão tos nas classes Intermédia, Aber- para Campeonato de Beleza, Quata, Trabalho e Campeões. Nuriah lificativo de Campeonato) e CACIB da Villa Zadones foi distinguida (Certificado de Aptidão para Camna categoria RCAC, onde estão peonato Internacional de Beleza), os exemplares inscritos nas clas- com classificação excelente. Nuses Intermédia, Aberta e Trabalho. riah da Villa Zadones venceu obNo dia seguinte, o canil viu no- teve classificação excelente (VI) no vamente Varg da Villa Zadones RCAC-QC RCACIB, enquanto Uskah vencer a categoria de melhor ma- da Villa Zadones mereceu o V2 na cho júnior e melhor Rottweiler da classe Júnior e Cali da Villa Zadoexposição, enquanto Ciro da Villa nes obteve V3 da classe Aberta.
Ciro é o novo campeão de Portugal
Júlia Sousa foi 16.ª no Campeonato Trofense derrotado Nacional de Estrada A Escola de Atletismo da Trofa (EAT) participou, no sábado, no Campeonato Nacional de Estrada em Oeiras, e Júlia Sousa, veterana + 45 anos, foi 16.ª classificada. Já na 15.ª S. Silvestre de Castelões, em Vila Nova de Famalicão, os benjamins A, Mariana Sá e Denis Tsybrvskyy, classificaram-se em 14.º e 18.º, respetivamente. Já o benjamim B, Bruno Sá foi 9.º bem como o infantil Luís Oliveira. Rúben Pinto, iniciado, foi 13.º e Goreti Sá, veterana +40 anos, foi 15.ª. Destaque para a veterana +50 anos, Conceição Correia, que se classificou em 9.º.
Este sábado, dia 20, a EAT vai marcar presença com os atletas benjamins e infantis no 2.º Torneio de Atletismo de Pavilhão, da Associação de Atletismo do Porto, que
se vai realizar em Leça do Balio. No dia seguinte, a equipa de estafeta feminina vai marcar presença no Campeonato Nacional de Juniores de Pista Coberta, em Pombal. L.O.
pelo Gondomar
O Clube Desportivo Trofense nutos). O terceiro golo dos gonregressou às derrotas para a sé- domarenses surgiu já em cima do rie B do Campeonato de Portugal. tempo regulamentar, por interméDepois de ter triunfado no emba- dio de Ivan Santos. te com o Salgueiros, a equipa da O Trofense ocupa o 13.º lugar, Trofa perdeu diante do Gondomar, com 14 pontos, menos seis ponpor 3-0, na 16.ª jornada, afundan- tos que o Canelas, primeira equido ainda mais na tabela classifi- pa acima da linha de água. cativa. O próximo jogo disputa-se na Frente ao 4.º classificado da sé- Trofa, no domingo, às 15 horas, rie, o Trofense viu-se a perder aos diante do Sousense, penúltimo 14 minutos, com golo de Kiko, que classificado. não demorou muito a bisar (19 miC.V.
Metalogalva investe 7 milhões para aumentar produção e criar emprego Com o objetivo de aumentar a capacidade de produção das suas unidades industriais, na Trofa e em Albergaria-a-Velha, a Metalogalva, empresa do Vigent Group, vai investir mais de sete milhões de euros. LILIANA OLIVEIRA O projeto “HPT – High Productivity and Technology” vai permitir criar “cem novos postos de trabalho, até 2019, e aumentar a produção em mais de 58 por cento”. A ideia passa pela “introdução de novas linhas produtivas, bem como no aumento da capacidade instalada existente”, implicando “a aquisição de linhas produtivas específ icas, com uma forte componente tecnológica no seu grau de automação e integração das TIC no contro-
lo e monitorização do processo produtivo”, explicou fonte da empresa. “Este investimento é fundamental para o desenvolvimento das estruturas e da produção da Metalogalva – algo que, seguramente, nos ajudará a continuar a firmar o cumprimento de uma estratégia de horizontes alargados, dentro e fora do país”, afirmou o CEO do Vigent Group, Sérgio Silva. O projeto é f inanciado pelo Portugal 2020, através do
programa Compete 2020, na categoria de SI Inovação Empresarial Produtiva, no montante total de 9.5 milhões de euros, dos quais 4.9 milhões de euros, sob forma de incentivo reembolsável, são provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. A Metalogalva, líder nacional na sua atividade na área da Engenharia e Proteção de Aço, já havia anunciado o investimento de “cerca de quatro milhões de euros”, até 2019, com o objetivo de atingir “os cem milhões de euros de volume de negócios”. Até ao final do ano passado, a empresa atingiu um volume de faturação de cerca de 84 milhões de euros.
Metalogalva quer aumentar a produção
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18 JANEIRO 2018 O NOTÍCIAS DA TROFA
Necrologia
Agenda De 19 a 22 de janeiro
S. Martinho de Bougado Francisco Oliveira de Sousa, Faleceu no dia 3 de janeiro, com 81 anos. Casado com Maria Fernanda Ventura Ferreira
São Gonçalo, Covelas Dia 20 15 horas: AC Bougadense B vs
Alberto da Costa Machado Faleceu no dia 14 de janeiro, com 81 anos Casado com Arminda Alves Silva
Zebreirense Dia 21 15 horas: CD Trofense vs UD
Ermelinda Dias de Matos Faleceu no dia 15 de janeiro, com 98 anos Viúva de Manuel da Silva Moreira
Sousense 15 horas: AC Bougadense vs UD Valonguense
Farmácias Dia 18 Farmácia Trofense Dia 19 Farmácia Barreto Dia 20 Farmácia Nova
Paula Canossa expõe xailes na Loja de Turismo Paula Canossa vai expor, durante o mesmo de janeiro, os xailes que usa nos seus espetáculos e nos quais se revê a sua realidade e o seu fado. Pintados pela artista, estes xailes representam a forma
Dia 21 Dia 22 Farmácia de Ribeirão Dia 23 Farmácia Trofense Dia 24 Farmácia Barreto Dia 25 Farmácia Nova
Telefones úteis Bombeiros Voluntários Trofa 252 400 700 GNR da Trofa 252 499 180
Santiago de Bougado Olinda Ferreira Maia Faleceu no dia 9 de janeiro, com 86 anos Viúva de Manuel Martins da Fonseca Aníbal Caetano Faleceu no dia 9 de janeiro, com 91 anos Casado com Maria Moreira de Araújo Lousado – Vila Nova de Famalicão Laura Matos dos Santos Faleceu no dia 12 de janeiro, com 83 anos Viúva de Arnaldino da Costa Dias e Silva
Funerais relizados por Agência Funerária Trofense, Lda Gerência de João Silva
Cantinho dos Poetas Sonhei…
Acordei, peguei num jornal e…mais um indivíduo que matou a esposa, mais um incêndio, mais um pai que violou a filha, mais uma casa arrombada, os donos feridos e ameaçados.
Polícia Municipal da Trofa 252 428 109//252 428 110 Jornal O Notícias da Trofa 252 414 714
Que pena, meu sonho não ter sido real.
Centro de Saúde da Trofa 252 416 763//252 415 520
Centro de Saúde Alvarelhos 229 867 060
Atualidade
Que havia eleições, um dos candidatos, não sei se… da esquerda, centro, ou da direita; nada prometia na sua propaganda eleitoral. E venceu as eleições, formou Governo e logo começou a fazer mudanças. Trouxe disciplina, justiça e liberdade. Em casa, na escola, na fábrica, ou na rua, tem de haver disciplina. A disciplina bem ensinada traz justiça e a justiça deve ser aplicada contra o transgressor. Havendo disciplina e justiça, há liberdade para poder passear, a qualquer hora do dia, ou de madrugada, sem sermos molestados. Também trouxe poder, para o cidadão defender a sua família e seus bens. Até que enfim, surgiu um governante a sério.
Farmácia Moreira Padrão
Centro de Saúde S. Romão 229 825 429
como a própria sente o fado, o que os tornam peças únicas. Pode visitar a exposição de segunda a sexta-feira, entre as 10 e as 13 e as 14 e as 18 horas, na Loja de Turismo da Trofa.
Maria José Domingues de Azevedo Faleceu no dia 16 de janeiro, com 77 anos Casada com Joaquim Oliveira Costa
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Luís da Costa Martins Ficha Técnica Diretor: Hermano Martins Sub-diretora: Cátia Veloso Editor: O Notícias da Trofa Publicações Periódicas Lda. Redação: Patrícia Pereira, Cátia Veloso, Magda Machado de Araújo , Liliana Oliveira Colaboradores: Atanagildo Lobo, Jaime Toga, José Moreira da Silva, João Pedro Costa, João Mendes, César Alves, José Pedro Reis, Moutinho Duarte | Fotografia: A.Costa, Miguel Trofa Pereira (C.O. 865) Composição: Cátia Veloso | Impressão: Gráfica do Diário do Minho, Lda. | Assinatura anual: Continente: 22,50 euros; Extra europa: 88,50 euros; Europa: 69,50 euros; | Assinatura em formato digital PDF: 15 euros IBAN: PT50 0007 0605 0039952000684 | Avulso: 0,60 Euros | E-mail: jornal@onoticiasdatrofa.pt | Sede e Redação: Rua das Aldeias de Cima, 280 r/c 4785 - 699 Trofa Telf. e Fax: 252 414 714 Propriedade: O Notícias da Trofa - Publicações Periódicas, Lda. NIF.: 506 529 002 Registo | Nº Exemplares: 5000 | Depósito legal: 324719/11 | ISSN 2183-4598 | Detentores de 50 % do capital ou mais: Magda Araújo | Estatuto Editorial pode ser consultado em www.onoticiasdatrofa.pt | Nota de redação: Os artigos publicados nesta edição do jornal “O Notícias da Trofa” são da inteira responsabilidade dos seus subscritores. Todos os textos e anúncios publicados neste jornal estão escritos ao abrigo do novo Acordo Ortográfico. É totalmente proibida a cópia e reprodução de fotografias, textos e demais conteúdos, sem autorização escrita.
16 O NOTÍCIAS DA TROFA
18 JANEIRO 2018
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Atualidade
Espuma e mau cheiro no ribeiro de Lantemil Uma espuma branca, e um cheiro nauseabundo apareceu durante a manhã de terça-feira no ribeiro de Lantemil e, rapidamente, se espalhou num campo, junto à chamada “curva da morte”, na Estrada Nacional 14. Este é mais um episódio do
atentado ambiental a que aque- Santo Tirso. le curso de água está sujeito há Ao que tudo indica a origem já vários anos. À Guarda Nacional da espuma está na laboração de Republicana da Trofa chegou uma uma empresa situada na zona inparticipação do caso, que passou dustrial localizada na Rua do Propara a alçada do Serviço de Pro- gresso, por onde o ribeiro passa. teção da Natureza e do Ambiente do Destacamento Territorial de C.V./H.M.