5 minute read
Miguel Rubens Tranin
legado: dificuldades e aprendizado
O período de profunda crise por que passou o setor sucroenergético nos últimos anos trouxe muitas difi culdades para as indústrias, mas também lições e aprendizados. Agora, no momento em que fi nalmente avistamos uma luz no fi nal do túnel, percebida por uma mudança governamental e uma visão mais clara do Estado, precisamos estar preparados para aplicar os conhecimentos adquiridos em meio a tantos desafi os e saber aproveitar as oportunidades.
O ciclo que se apresenta é, sem dúvida, de recuperação para o setor. No entanto não devemos nos preocupar apenas com os nossos produtos mais tradicionais, caso do açúcar e do etanol – esse último em demanda muito aquecida no País. Faz-se necessário perscrutar um horizonte mais amplo, que se apresenta bastante promissor.
Antes, vale lembrar que a implementação do RenovaBio, a grande conquista do setor, avança na certifi cação das usinas, conferindo otimismo entre os investidores. O programa, do qual muito já se falou, é o reconhecimento dos ativos ambientais da atividade sucroenergética por parte da sociedade como um todo. Os indicativos são animadores. Contudo é providencial manter a atenção redobrada.
por algo que terá impacto direto em sua capacidade produtiva e, por extensão, na geração de postos de trabalho. É indispensável que os atores envolvidos nesse processo tenham uma visão mais ampla e detalhada do setor para que sejam evitados possíveis arroubos e distorções. Não se pode levar em conta, apenas, o produto fi nal.
Para esses novos tempos, é preciso, como já se afi rmou, que estejamos devidamente preparados e fazer a lição de casa, uma vez que nossas perdas foram vultosas durante o período de crise. Ampliar nossa produtividade é urgente, assim como aumentar a efi ciência e olhar para a capacidade industrial. Começando pela matéria-prima, temos que buscar variedades mais produtivas, adequadas à colheita mecânica, reduzir os custos de implantação da lavoura e desenvolver parcerias sinérgicas. A propósito de parcerias, uma prática sustentável vem ganhando força em alguns estados, a meiosi, pela qual usinas implementam projetos a quatro mãos, com cooperativas agropecuárias para a reforma de áreas de canaviais a partir do saudável cultivo de soja nas entrelinhas.
Miguel Rubens Tranin Presidente da Alcopar
Neste início de 2020, em que se intensifi cam as discussões acerca de uma inadiável reforma tributária, surgem ruídos de toda parte, inclusive sobre uma possível tributação do açúcar, o que seria extremamente danoso ao segmento, em termos de competitividade. Não podemos permitir que o agronegócio, o carro-chefe da economia e principal vetor do desenvolvimento, venha a ser penalizado
Em vez de a indústria instalar uma estrutura própria para esse fim, recorre à expertise de produtores especializados, num sistema bem planejado e ágil, em que todas partes envolvidas só têm a ganhar.
Todo esforço é necessário. Vemos, de um lado, a China se posicionando a favor do etanol, possivelmente projetando a adição à gasolina e, com isso, reduzir os elevados níveis de poluição nos centros urbanos. Se vai produzir ou importar, isso só o tempo nos dirá, mas é um tema que requer toda a atenção.
De outro, ainda em relação ao plano externo, vemos que há espaço para o estímulo à produção e ao consumo de etanol de milho no Sul do Brasil, e, dessa forma, não só abastecer a região, mas ultrapassar fronteiras e conquistar mercados vizinhos, o que serve também, é claro, para o etanol de cana. A exemplo do Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul são importantes produtores do cereal.
Nos países do Mercosul, surgindo uma possibilidade de adicionar etanol na gasolina, ou mesmo em se tratando do futuro veículo a célula de combustível, estaremos preparados. A tendência é que isso venha a acontecer, mais cedo ou mais tarde. Tudo isso faz parte de um novo cenário que se vislumbra para o setor e, naturalmente, nós, os brasileiros, temos que continuar sendo protagonistas do desenvolvimento de uma cultura voltada ao
consumo de combustível renovável. Falamos em âmbito de Brasil, Mercosul e da própria América Latina como um todo. A questão ambiental, obviamente, precisa respeitar as particularidades de cada país, mas é inegável que, em resumo, ela traz oportunidades para os produtores brasileiros.
Ainda em relação ao etanol de milho, seja em paralelo à produção de etanol de cana, implantando uma indústria flex ou no intervalo oferecido pela entressafra, temos que aproveitar a oportunidade. Por meio de parcerias com cooperativas e empresas cerealistas, há como otimizar a capacidade ociosa e aumentar a eficiência de tempo nas indústrias. Nas plantas paranaenses, é possível incluir o etanol de milho ao portfólio, o DDG (subproduto destinado à alimentação animal) e também o biodiesel. Não podemos abrir mão disso. A maior eficiência tem que ser conquistada, e o ganho de tempo é fundamental.
Por fim, outra questão diz respeito à cogeração. Contamos com enorme potencial a ampliar e, no caso do Paraná, estamos abrindo um novo diálogo com a companhia estadual, a Copel, visando expandir e incrementar essa atividade a partir do aumento da capacidade de cada indústria, atendendo, com isso, a uma demanda que se fortalece cada vez mais diante das perspectivas de crescimento do País. n
A sua moenda trabalha 24h?
Garanta que ela nunca pare de girar. As capas de bronze TM 23 são especialmente fabricadas para proteger o eixo e livrar a sua moenda do travamento.
Além do semi-casquilho convencional, você pode optar pelo semicasquilho com sistema interno de refrigeração por serpentina em aço, que confere mais eficiência na troca de calor e maior vida útil ao mancal.
Termomecanica, líder no mercado semielaborado de cobre e suas ligas, possibilita diversas opções de aplicação para o seu produto.
Entre em contato e conheça a nossa linha completa.
Av. Caminho do Mar, 2652 São Bernardo do Campo - SP - Brasil CEP 09611-900