talhadia
Opiniões
manejoeconomicamente atraente A presença de gemas nos tocos remanescentes, após a colheita das árvores, possibilita ao eucalipto a emissão vigorosa de novas brotações e o estabelecimento de uma nova floresta. A esse sistema silvicultural denomina-se “talhadia”. O rápido crescimento inicial na talhadia, e consequente cobertura do solo, advém do fato de os tocos já possuírem um sistema radicular estabelecido e com reservas, possibilitando prover adequadamente água, carboidratos e nutrientes para as brotações jovens. Esse vigor de crescimento reduz os riscos, e os custos, da fase inicial de uma floresta estabelecida com mudas, as quais possuem um sistema radicular restrito e menor ritmo de crescimento. A talhadia é, assim, mais resiliente e possui menor custo de formação, comparativamente ao plantio de uma nova floresta (reforma). Esse menor custo advém do fato de a talhadia não requerer operações intensivas e onerosas, como o rebaixamento de tocos, o preparo de solo,
nos preocuparmos mais com os plantios realizados na reforma ou implantação, uma vez que eles apresentam maior investimento inicial e são mais sensíveis às intempéries ambientais. Nas empresas de base florestal, normalmente menos de 30% da área de eucalipto colhida anualmente é conduzida por talhadia. Considerando que ela é um manejo tão eficiente e vantajoso, pode-se perguntar: por que esse percentual não é maior? Existem, basicamente, dois fatores principais que tendem a limitar o aumento das áreas conduzidas por talhadia no Brasil. A primeira condição está relacionada à necessidade de substituição dos genótipos atuais por materiais com maior resistência a pragas e a doenças, com maior produtividade ou com melhor qualidade de madeira para os fins industriais. O segundo aspecto diz respeito à qualidade da floresta a ser conduzida, pois, para viabilizarmos a condução de brotação, é preciso que, ao final da rotação, ela tenha adequada sanidade, sobrevivência e produtividade.
Não basta confiar a análise apenas em números e banco de dados. É preciso colocar o capacete e validar no campo, efetuando-se o microplanejamento de colheita e pós-colheita. "
Sergio Ricardo Bentivenha
Gerente de Tecnologia Florestal Suzano
o plantio das mudas, o replantio, as irrigações e o uso maior de herbicidas pré-emergentes. Pode-se afirmar que as reduções no custo de formação florestal com a talhadia é de 50%, ou mais, comparativamente à reforma da mesma área. Contudo, para que a talhadia tenha pleno êxito de estabelecimento, há necessidade de uma criteriosa observância de procedimentos operacionais, pré, durante e pós-colheita, para garantir a qualidade e a produtividade final das brotações. Apesar disso, existe uma tendência natural de nós técnicos
Walter
UFV - Universidade Federal de Viçosa