gestão florestal
Opiniões
o papel da gestão florestal no
futuro das florestas plantadas
Quando recebi o convite para escrever sobre o tema “o papel da gestão florestal no futuro das florestas plantadas”, logo me recordei de uma pergunta que sempre faço em minhas aulas na disciplina Gestão Florestal: como é a gestão florestal atualmente? Após uma profunda reflexão, me dei conta da evolução da resposta a essa pergunta. Inicialmente, tínhamos a ideia de que, no geral, algumas empresas atuantes no setor florestal consideravam a gestão como uma “receita de bolo” a ser seguida. Claro que alguns empreendedores da área ainda mantêm essa visão, seguindo a tradição que “passa de pai para filho”, ou simplesmente a ideia que “atravessa a porteira”, pois está funcionando com fulano ou sicrano. Não que seguir uma “receita de bolo” não possa nos levar ao sucesso, no entanto, felizmente, cada vez mais as empresas atuantes no setor de florestas plantadas estão atentas às suas especificidades e passam a dar mais atenção a assuntos relacionados à gestão, como planejamento, marketing, recursos humanos, qualidade, entre outros.
Uma grande evolução para a gestão de empresas florestais. Vale destacar que a importância dessa mudança de pensamento se torna maior quando falamos de ambientes altamente competitivos, como observado em diversos segmentos do setor florestal. Acompanham essa evolução o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de tecnologias e técnicas para o manejo de florestas plantadas e nativas, realizados principalmente em parcerias entre empresas e instituições de pesquisa. Nesse contexto, a silvicultura de precisão, que despende tempo e recursos para o planejamento das atividades, facilita a administração pela alocação eficiente desses recursos para alcançar os objetivos empresariais. No entanto, quando pensamos sobre ferramentas e técnicas de gestão, seu desenvolvimento predominantemente ocorre dentro de empresas com maior controle do processo produtivo, em ambientes industriais. Talvez o fato de as especificidades do ambiente florestal não serem consideradas nessa concepção seja um ponto positivo para os apoiadores da “receita de bolo”. Cabe aos gestores florestais o trabalho de adaptação de tais ferramentas e técnicas à realidade enfrentada no campo, aproveitando ao máximo seus benefícios.
As empresas precisam definir estratégias claras de marketing. Não me refiro apenas à propaganda, algo que particularmente considero que falta às empresas florestais, especialmente para tentar eliminar os preconceitos contra as florestas plantadas e o setor como um todo. "
Philipe Ricardo Casemiro Soares Professor de Economia Florestal da UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina
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