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Thomas Nagy
é necessário trabalhar em parceria
One must work in partnership
Thomas Nagy Vice-presidente mundial da Novozymes Worldwide Vice-president of Novozymes
A Novozymes é uma empresa de enzimas, líder mundial na área de biotecnologia e micro-organismos, com mais de 700 prudutos utilizados em 130 países e em mais de 30 diferentes tipos de indústria. Possuímos 47% do mercado mundial na indústria de enzimas, com vendas globais da ordem de US$ 1,6 bilhão e margem de lucros operacionais de 20%, sendo 14% do valor de vendas aplicados em pesquisa e desenvolvimento. Trabalhamos no desenvolvimento dos biocombustíveis de primeira e de segunda geração, em parcerias com várias empresas, em diferentes setores ao redor do mundo, em lugares como China, Estados Unidos, Europa e Brasil. No Brasil temos quatro parcerias: CTC, Dedini, Petrobras e a Braskem. Com as três primeiras, desenvolvemos pesquisas para o etanol celulósico e, com a Braskem, pesquisas para a produção de plásticos.
No Fórum Econômico Mundial, focamos as projeções para o volume de etanol a ser consumido até 2030. Os Estados Unidos estão no meio termo, pois têm regras claras para combustíveis renováveis, e há uma previsão de que produzam, aproximadamente, 22 bilhões de galões, até 2022, com projeção de crescer ainda mais. Na América Latina, também há potencial de crescimento, mas alguns países estão bem à frente. A China, por exemplo, terá todo esse processo pronto já nos próximos dois ou três anos, e a biomassa integrará a estratégia, trazendo contribuição para essa área.
Novozymes is an enzyme company, the world leader in the field of biotechnology and microorganisms, with more than 700 products used in 130 countries and in over 30 different industries. We have a 47% share of the industrial enzyme market worldwide, with global sales in a magnitude of US$ 1.6 billion, operational margin of 20%, and 14% of sales revenues being invested in R&D. We work on developing first and second generation biofuels in partnership with several companies, in different industries around the world, in countries like China, United States, Europe and Brazil. In the latter, we have four partnerships: with CTC, Dedini, Petrobras and Braskem. With the first three we develop research on cellulosic ethanol and with Braskem, on the production of plastics.
At the World Economic Forum one focused on projections of the ethanol volume to be consumed by 2030. The United States rank about in the middle, given that the country has clear rules for renewable fuels and a forecast of approximately 22 billion gallons, until 2022, with the expectation of growing even more. In Latin America there is also potential for growth, but some countries are well ahead. China, for instance, will already have concluded this entire process in the next two or three years, with biomass being part of the strategy, contributing to this field of knowledge.
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Na Europa, quando falamos de segunda geração, todo mundo diz “ah, legal, essa é a tecnologia para o amanhã, todo mundo sabe disso”, mas temos que torná-la viável agora. E com esse objetivo, lançamos, nos Estados Unidos, este ano, uma família de enzimas (a Cellic 2), para produzir etanol celulósico a vinte e cinco centavos o galão. A tendência é diminuir ainda mais o preço e aproximá-lo ao da primeira geração. Precisamos trabalhar com custo, benefícios e vantagens especiais para o etanol celulósico de forma direta, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa. Temos, portanto, que trazer o custo do etanol celulósico a um patamar comercialmente viável.
Precisamos também dar um estímulo para os biocombustíveis de segunda geração, pois isso pode estimular toda a cadeia produtiva. Quando se fala de etanol, o Brasil está à frente em infraestrutura e logística, mas, quando se fala em desenvolvimento de tecnologia para segunda geração, arrisco dizer que o Brasil ainda está atrás dos Estados Unidos e da Europa em relação ao suporte do governo. A Dinamarca, por exemplo, produz seu etanol de segunda geração com apoio do governo. Nesse quesito, o Brasil ainda está atrás. É importante dizer que já estamos trabalhando muito junto com o CTC e outros parceiros e sei que há grandes possibilidades para que o Brasil continue sendo o líder em etanol no futuro.
Em 2009, fizemos uma parceria com a Braskem para a produção de plástico renovável a partir da cana-de-açúcar. Os micro-organismos que são utilizados no processo de fermentação são os mesmos. Então, para nós não interessa se a base é açúcar ou açúcar de biomassa. O fato é que estamos lidando com mercados crescentes e emergentes. Então, de novo, quero convencê-los de que os benefícios são muitos, as vantagens são enormes e fantásticas, e a tecnologia já está disponível. Isso significa que não precisamos voltar aos laboratórios, reinventar a roda, como fazíamos há 20, 30 anos; nós podemos seguir em direção ao futuro para a escala comercial.
Por que nós estamos fazendo isso? Por que é importante discutirmos isso? Que tendências temos por trás de todos esses números e processos? A resposta é: precisamos lidar com as mudanças climáticas e com a agricultura sustentável, pois haverá um grande crescimento da população mundial para nove bilhões de pessoas por volta de 2050, 50% a mais de pessoas em relação ao que temos hoje.
Alguns países serão mais ricos, outros mais pobres e, em 2050, a demanda de toda essa população continuará a crescer muito. Precisamos sair do lado esquerdo e passar para o lado direito, onde há sustentabilidade, melhorando as colheitas, usando a agricultura integrada ao crescimento sustentável. A biomassa é uma das melhores oportunidades que temos para balancear ou equilibrar o crescimento e proteger o meio ambiente, em relação aos combustíveis fósseis. Ela é um grande benefício na plataforma da cana-de-açúcar. A maioria dos renováveis produzem eletricidade de todas as formas. Se você comprar um carro ou um caminhão, há necessidade de combustível líquido e é por essa razão que acreditamos haver um mercado muito grande para combustíveis líquidos. Em dez anos, veremos alguns híbridos recarregáveis e, em 2030, basicamente, 20% da frota será composta por motores movidos por combustíveis líquidos. Esse é um mercado de US$ 1,5 bilhões. Não sei em que estradas iremos dirigir no futuro, mas, certamente, saberemos que tipos de motores serão utilizados e desenvolvidos.
In Europe, when one talks of the second generation, everyone says “oh, great, this is the new technology of tomorrow, everyone knows that”. But we have to make it feasible now, so with that intent we this year launched an enzyme family in the United States (Cellic 2), to produce cellulosic ethanol at 25 cents a gallon. The trend is to reduce the price even more, to approximate it to that of the first generation. We must operate in a direct manner, both in the United States and Europe, in terms of costs, benefits and special advantages of cellulosic ethanol. We must bring down the cost of cellulosic ethanol to a commercially feasible level.
We must foster second generation biofuels, because this can boost the entire production chain. When one talks of ethanol, Brazil is ahead in terms of infrastructure and logistics, but when one talks about second generation technology development, I assume Brazil is still behind the United States and Europe relative to government support.
Denmark, for instance, launched second generation ethanol supported almost entirely by the government. In this respect, Brazil still lags behind. However, I must say, we are working very closely together with the CTC and other partners and I also know that there are big opportunities for Brazil to continue as the leader in ethanol in the future.
In 2009, we set up a partnership with Braskem to produce renewable plastic from sugarcane. The microorganisms used in the fermentation process are the same, so for us it is indifferent if the basis is sugar or sugar from biomass. The fact is that we are dealing with emerging and growth markets. So, again, what I want to do is convince them that there are many benefits, enormous and fantastic advantages and that the technology is already available. This means we need not go back to the lab, reinvent the wheel, like we did 20 or 30 years ago. We can go forward into the future and onto a commercial scale.
Why are we doing this? Why is it important to discuss this? What are the trends behind all these numbers and processes? The answer is: we must deal with climate change and sustainable agriculture, because there is going to be a large population growth in the world, to 9 billion people around 2050. So, there will be 50% more people than there are today.
Some countries will be richer, others poorer, and by 2050, this entire population will continue consuming a lot. We must go from the left side to the right side, to where there is sustainability, better harvests, using agriculture not as something isolated, but integrated into sustainable growth, and biomass is one of the best opportunities to balance growth and protect the environment, in terms of fossil fuels. Biomass is a major benefit on the sugarcane platform. If one looks at most renewable sources, they all can be used to generate energy. If one buys a car or a truck, one needs liquid fuel and that is why we believe this is such a big market for liquid fuels. In 10 years we will see some rechargeable hybrids, and, in 2030, basically 20% of the fleet will have engines powered by liquid fuels. This is a US$ 1.5 billion market. I don’t know on what kind of roads we will drive in the future, but we will surely know what type of engines will be used and developed.
Nosso desafio está na busca constante de novas soluções tecnológicas nos diversos segmentos como:
• CONSTRUÇÃO CIVIL
• INDÚSTRIA E MINERAÇÃO
• GERAÇÃO, TRANSMISSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA
• ÓLEO, GÁS E PETRÓLEO
• ENERGIAS ALTERNATIVAS
• TELECOMUNICAÇÕES E TRANSMISSÃO DE DADOS
• INFRAESTRUTURA
A Phelps Dodge, sempre comprometida com a qualidade e segurança dos Fios e Cabos, afirma sua excelência através das Certificações Internacionais ISO 9001-2008, ISO14001 e OHSAS 18001, garantindo os melhores resultados para sua empresa.
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A tendência é aumentar o número de veículos nas estradas e aí os produtos renováveis terão que ser sustentáveis. Quero finalizar, dizendo que vocês têm um papel de liderança muito importante não só na América Latina, mas no mundo inteiro, pois estudam esse assunto há 30 anos. O Brasil é um país líder em eventos como a COP-15 e todos estão ansiosos para ouvir as ideias do Brasil, que podem influenciar tendências e projeções. Quero dizer também que o Brasil tem um papel significativo em relação ao transporte sustentável e é padrão para todos os países latino-americanos, que devem seguir o modelo e o projeto adotado nestes últimos anos.
Os combustíveis renováveis já são realidade e nós estamos trabalhando intensamente nos Estados Unidos com o milho. Pretendemos fazer muito mais, entretanto isso não acontece de forma isolada. Precisamos de suporte político aqui. Sabemos que as empresas de petróleo não vão, simplesmente, se sentar e esperar que cresçamos e que eles diminuam cada vez mais sua produção. Por isso é necessário trabalharmos juntos.
The trend is to increase the number of vehicles on the roads and that’s when renewable products will have to be sustainable. Let me conclude by saying that you play a very important leadership role not only in Latin America, but throughout the world, because you’ve been studying this subject for 30 years. Brazil is a leading country at events such as the COP-15 and everyone is eager to see your participation, to hear the ideas Brazil has, because it is a country that can influence trends and projections. Let me say this: Brazil plays an important role with respect to sustainable transportation and it is the reference standard for all Latin American countries. It represents the model and the concept adopted in recent years that these countries will likely follow.
Renewable fuels are already reality and we are working hard on corn in the United States. We intend doing much more, but this cannot happen in an isolated manner. We need political support here. We know that the oil companies are not simply going to lay back and wait for us to grow while they progressively decrease in size. That is why we must work together.