mecanização e automação na silvicultura
Opiniões
impactos das operações de colheita de madeira na
compactação do solo o estudo da compressibilidade do solo pode servir como subsídio na tomada de decisão sobre executar ou não uma operação mecanizada ou até mesmo de trafegar ou não uma determinada área " Moacir de Souza Dias Junior Professor do Dpto. de Ciência do Solo da UF-Lavras
O aumento da produtividade das florestas plantadas está associado ao clima e solos favoráveis, à utilização de tecnologia silvicultural avançada e ao rápido crescimento da área de plantações florestais. Além disso, observa-se que o crescimento das exportações se deve à adoção da colheita florestal, tecnologicamente avançada, devido à importação de maquinários, resultando em um maior rendimento das operações de colheita florestal. Devido às importações desses equipamentos, as operações mecanizadas de colheita florestal intensificaram-se, promovendo compactação do solo, a qual provoca diminuição do crescimento das árvores por causa da redução na permeabilidade do solo à água, ao espaço reduzido para o desenvolvimento das raízes, à pobre aeração e ao aumento da resistência do solo à penetração, que podem limitar o crescimento e a penetração das raízes. A compactação do solo pode ser avaliada usando várias propriedades do solo, como densidade, porosidade, resistência à penetração, condutividade hidráulica e a pressão de pré-consolidação, sendo esta a única propriedade capaz de estimar as pressões a serem aplicadas aos solos para evitar que a compactação ocorra. A pressão de pré-consolidação é um indicador da sustentabilidade da estrutura do solo, pois ela divide a curva de compressão do solo em duas regiões: uma de deformações elásticas e recuperáveis (região onde não ocorre compactação adicional do solo) e outra de deformações plásticas e não recuperáveis (região onde ocorre compactação adicional do solo). Assim, a maior pressão que deve ser aplicada aos solos para evitar a sua compactação é a pressão de pré-consolidação.
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Como a umidade do solo varia ao longo do ano, para minimizar o risco de ocorrer sua compactação, o tráfego das operações de colheita florestal deve ser feito considerando os modelos de capacidade de suporte de carga que permitem determinar as variações da pressão de pré-consolidação em função da variação da umidade do solo. Modelos de Capacidade de Suporte de Carga: Nos estudos de compressibilidade do solo, utiliza-se o ensaio de compressão uniaxial. Os resultados desse ensaio permitem obter a curva de compressão do solo, possibilitando quantificar as reduções de volume do solo e estimar, portanto, a suscetibilidade do solo à compactação. O ensaio de compressão uniaxial consiste, basicamente, em aplicar sucessiva e continuamente pressões crescentes e preestabelecidas (25, 50, 100, 200, 400, 800 e 1600 kPa) a uma amostra indeformada de material de solo na condição parcialmente saturada. A curva de compressão do solo representa, graficamente, a relação entre o logaritmo da pressão aplicada e a densidade do solo ou o índice de vazios. Quando o solo não sofreu nenhuma pressão prévia, essa relação é linear, e a aplicação de qualquer pressão resultará em deformações não recuperáveis, causando, portanto, compactação do solo. Entretanto, quando o solo já experimentou pressões prévias ou ciclos de secagem e umedecimento, a variação das pressões atuando sobre o solo determinará a formação de duas regiões distintas na curva de compressão do solo: a curva de compressão secundária (região de deformações pequenas, elásticas e recuperáveis) e a curva de compressão virgem (região de deformações plásticas e não recuperáveis).