bases para uma tomada de decisões
Opiniões
indicadores para a tomada de
decisão O dinheiro investido na silvicultura deve dar retorno para que o negócio continue prosperando. Essa é uma lógica básica. Quando nos esquecemos disso, os maus resultados aparecem, e o “clima” paga a conta. "
Marcelo Santos Ambrogi Diretor de Operações Florestais da Weyerhaeuser Solutions
Para tratar deste assunto, temos que olhar a silvicultura através de diferentes aspectos, que, de forma resumida, seriam o estratégico, o econômico-financeiro e o operacional. Não se pode, é claro, esquecer-se dos aspectos ambientais, trabalhistas e sociais, mas, neste artigo, focaremos os três primeiros. O que caracteriza um bom indicador é a possibilidade de ser usado para gerenciar, aprender e melhorar. Um indicador, para ser usado em tomadas de decisão, é baseado em bons controles, e bons controles são definidos de forma a serem poucos e precisos. Isso pode requerer uma grande quantidade de dados, mas que devem ser bem tratados. Bem tratados significa que sejam bem capturados, armazenados e, principalmente, verificados. Um bom indicador pode ser mal interpretado. Daí ser bem compreendido, passa por preparar as pessoas, treinar e dar experiência. Percebo bastante, nos cursos que fazemos junto com a Fupef da Universidade Federal do Paraná, que alguns indicadores de alto nível, ou seja, os que resumem uma série de controles para serem produzidos, podem ser interpretados de diferentes formas, de acordo com a experiência do profissional. Parece lógico, mas, em algumas empresas, essa percepção não é avaliada. Silvicultura é um investimento e não uma despesa. Como investimento, é aprovado baseado em várias premissas, mas três delas são básicas: valor a ser investido, representado pelos custos de silvicultura, proteção, gerenciamento que são aplicados para desenvolver o produto (madeira), o volume que se espera produzir e por quanto se espera vender
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ou qual o maior custo esperado. Estão aí, basicamente, os três maiores indicadores de tomada de decisão da silvicultura. Poderiam ser mais precisos, como custo da tonelada de celulose por hectare, custo por volume de lâminas por hectare, e assim vai. Poucas empresas controlam os investimentos em silvicultura como um projeto de investimento. Principalmente as integradas. O controle é o do orçamento do ano. As pessoas da silvicultura olham o inventário como um número médio global, não se interessando muito por números específicos. Grande erro. O dinheiro investido na silvicultura deve dar retorno para que o negócio continue prosperando. Essa é uma lógica básica. Quando nos esquecemos disso, os maus resultados aparecem, e o “clima” paga a conta. Portanto olhar pela parte financeira a silvicultura como um projeto de investimento seria uma primeira forma de definir seus indicadores de tomada de decisão. Mas vamos lá, qual é a meta da silvicultura? Quem já trabalhou comigo sabe o que vou escrever em seguida. Recebi, muitas vezes, a resposta de um programa de silvicultura baseado no número de hectares que devem ser plantados. A minha resposta sempre foi: “Você tem a responsabilidade de entregar, daqui a 6 anos, por exemplo, 500 mil m3 no mínimo. Se conseguir plantar em 1 hectare, para mim está ótimo”. Ou seja, se planta para produzir madeira e não hectares. Sendo assim, todo silvicultor deveria ter no criado-mudo ao lado da cama um inventário florestal detalhado e um controle de investimento por talhão.