manutenção das florestas
manejo integrado de pragas em plantio de
eucalipto
Com o aumento expressivo da área plantada com espécies florestais no Brasil, se tem constatado aumento na ocorrência de pragas nativas e exóticas do eucalipto. A solução para resolver esse problema é o manejo integrado de pragas (MIP), uma filosofia baseada no uso de técnicas para manipulação do agroecossistema, visando manter os insetos na condição de não praga, de forma econômica e harmoniosa com o meio ambiente. Dessa forma, não é necessária a erradicação da praga no campo, o que é quase impossível, mas apenas mantê-la em níveis baixos, possibilitando a convivência com o inseto no campo. O MIP é baseado em três premissas: 1. Avaliação do ecossistema, envolvendo monitoramento de pragas e inimigos naturais; 2. Tomada de decisão (controle ou não controle); 3. Escolha do método de controle, buscando, se possível, a integração entre eles. Os principais benefícios do MIP são a manutenção da produtividade da cultura florestal e a redução no uso de inseticidas químicos, pela utilização apenas nas áreas com infestação
No caso de formigas cortadeiras, o sistema envolve o monitoramento dos ninhos de saúvas e quenquéns, considerando o tamanho e a densidade de formigueiros por hectare. Após isso, os dados são analisados, considerando as informações do plantio, como idade do povoamento, tipo de clone, espaçamento e estimativa de produção. Após essa análise, que é feita por softwares específicos, é gerada a recomendação de controle ou não controle e a forma desse controle (qual tipo de formicida, quantidade estimada e forma de aplicação). Atualmente, existem sistemas de monitoramento e manejo de formigas cortadeiras desenvolvidos nas próprias empresas florestais, como empresas prestadoras de serviços específicos para esse fim. Como resultado, o sistema de manejo de formigas cortadeiras tem possibilitado otimização na operação de controle e redução de custos, aumentando a precisão da recomendação e evitando desperdício de produto. Outro programa interessante é o monitoramento de cupins em plantios de eucalipto.
não é necessária a erradicação da praga no campo, o que é quase impossível, mas apenas mantê-la em níveis baixos, possibilitando a convivência com o inseto no campo " Carlos Frederico Wilcken Professor de Entomologia Florestal da Unesp-Botucatu e Coordenador do PROTEF/IPEF
da praga, com possibilidade de uso de métodos alternativos ou pela integração entre os métodos. O MIP em florestas foi considerado estratégia básica pelo FSC, tanto que o órgão publicou, em 2009, um guia de manejo de pragas, doenças e plantas daninhas para florestas certificadas pelo selo FSC. No caso de florestas plantadas de eucalipto, há poucos casos de MIP florestal, principalmente falta de mais pesquisas básicas, como a determinação do nível de dano econômico e de controle. Entretanto tecnologias recentes, como o sensoriamento aéreo, com uso de VANTs (veículos aéreos não tripulados), têm auxiliado na detecção de focos de pragas, como na avaliação de danos e perdas por desfolhamento. Os principais exemplos de MIP em florestas de eucalipto no Brasil são para formigas cortadeiras, cupins, lagartas desfolhadoras e pragas de viveiro.
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Os cupins são um tipo de praga de difícil previsão de ocorrência, pois são subterrâneos. Os danos principais são a destruição do sistema radicular ou o anelamento do caule das mudas novas. Na maioria dos casos, o produtor ou a empresa florestal faz controle preventivo, pela imersão das mudas em solução inseticida. O monitoramento de cupins, apesar de não ser considerado MIP, pois não há tomada de decisão baseado no grau de infestação, atinge os principais objetivos do manejo de pragas. O monitoramento avalia a presença ou ausência de cupins-praga pela instalação de iscas de papelão no solo. Após 30 dias, essas iscas são avaliadas, e é feita a recomendação baseada apenas na presença da praga. Mesmo assim, a redução do uso de cupinicidas é expressiva, sendo, em média, acima de 60%, ou seja, esse programa tem demonstrado que os cupins têm ocorrência