A proteção que as plantações florestais exigem - OpCP46

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doenças

murchas vasculares

e seus impactos na produção florestal

Quais são as causas da murcha e da morte de árvores no campo? A translocação de água e nutrientes absorvidos pelas raízes é um processo fisiológico essencial para o desenvolvimento das plantas. Quando há falta de água no solo ou a sua translocação é interrompida, a planta murcha e pode morrer, dependendo de sua intensidade e duração. Sintomas de murcha e morte de plantas de eucalipto no campo podem ser resultantes de causas abióticas (não patogênicas) ou bióticas (patogênicas). As primeiras incluem déficit hídrico, malformação radicular (enovelamento e estrangulamento), alta concentração salina no solo e temperaturas excessivamente altas. Por exemplo, a murcha temporária das plantas que ocorre nas horas mais quentes do dia e a recuperação da turgescência nas horas de temperaturas mais baixas são típicas da falta de água no solo e não têm nenhuma relação patogênica, ou seja, são de origem abiótica. Nesse caso, a planta morre se não houver reposição de água em quantidade e em tempo hábil para satisfazer suas exigências hídricas e nutricionais. Entretanto patógenos que infectam o sistema radicular ou que colonizam e lesionam os tecidos vasculares do xilema induzem sintomas de murcha, o que quase sempre culmina na morte da planta, ou seja, são doenças letais, mesmo havendo disponibilidade de água no solo.

Quais são os agentes causais das murchas vasculares e quais são seus impactos na eucaliptocultura? Atualmente, na cultura do eucalipto, as doenças bióticas vasculares são causadas pelo fungo Ceratocystis fimbriata (murcha-de-ceratocystis) ou pelas bactérias fitopatogênicas Ralstonia solanacearum (murcha-bacteriana ou murcha-de-ralstonia) e Erwinia psidii (seca-de-ponteiros ou murcha-de-erwinia). Todos esses patógenos são habitantes naturais do solo, mas a presença e a quantidade de inóculo nos locais de plantio capazes de causar doença variam de região para região e de acordo com a cultura ou a vegetação preexistente. São, portanto, microrganismos fitopatogênicos que, na ausência da planta hospedeira, podem sobreviver como saprófitos no solo e/ou nos restos culturais e, eventualmente, infectar e causar doença, dependendo de sua capacidade patogênica e da suscetibilidade do hospedeiro. No entanto, em muitos casos, esses patógenos são disseminados por mudas contaminadas, aparentemente sadias, produzidas nos viveiros, ou seja, o patógeno em uma muda infectada aparentemente sadia, ao encontrar no campo condições de temperatura e de umidade favoráveis à sua multiplicação, pode causar doença e matar a planta ou reduzir significativamente seu crescimento. Além da diminuição de crescimento e de produção, a madeira

é fundamental buscar novas fontes de resistência e ampliar a base genética do material plantado nos programas de melhoramento genético "

Acelino Couto Alfenas Professor de Patologia Florestal da UF-Viçosa

de árvores infectadas apresenta maior teor de extrativos e de lignina, o que requer maior concentração de produtos químicos para o cozimento e o branqueamento da polpa celulósica, resultando em menor rendimento de celulose. Resultados de pesquisa publicados em revistas científicas de alto impacto indicaram ;


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