Os segredos de uma colheita florestal - OpCP47

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produtores

falhas na implantação do

processo de colheita

Coautor: Luciano Budant Schaaf – Diretor de Operações, Planejamento e Tecnologia da Amata

Colheita é um dos assuntos mais apaixonantes da área florestal. É o futebol-política-religião da área florestal. "

Wagner Itria Jr. Gerente de Operações da Amata

Colheita é um dos assuntos mais apaixonantes da área florestal. É comum nos depararmos com discussões sobre qual o melhor sistema de colheita, os melhores equipamentos ou as melhores marcas e modelos. É o futebol-política-religião da área florestal. E é exatamente pela diversidade de opiniões e gostos que cada empresa tem uma solução mais personalizada. Muitas variáveis são consideradas na tomada de decisões sobre a colheita, como alinhamento com a visão, a missão e os valores da empresa, aderência às políticas da organização e certificações, condições de caixa e crédito, metas de custo e endividamento, disponibilidade de recursos humanos – próprios ou terceirizados – para a operação e manutenção, escala de produção e características e qualidade da madeira para abastecimento fabril ou requisitos do cliente final. Com tamanha complexidade, é impossível ter respostas para todas as situações. Para reduzir as incertezas, na etapa de planejamento da implantação de um processo de colheita, é comum a contratação de consultorias, a realização de benchmarking, a visita a feiras florestais e a realização de testes com máquinas. Apesar de todos os cuidados, vivenciei processos de implantação de dois tipos: com poucas falhas e com muitas falhas. Uma busca na internet, ou consulta à bibliografia técnica, apresentará uma

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série de artigos com informações sobre planejamento, implementação e operação de colheita, mas dificilmente serão apresentados, de forma tão transparente, os problemas e as dificuldades encontrados pelas empresas florestais. O meu objetivo, neste artigo, é compartilhar as principais dificuldades e as “cascas de banana” que vivenciei no processo de implantação de processos de colheita. São quatro os pontos a serem abordados: planejamento, simplicidade no controle, gente e gestão, e máquinas e equipamentos. Dentre as falhas de planejamento, a principal diz respeito às informações básicas. Informações cadastrais devem estar atualizadas e, obviamente, corretas. Já deparei com um planejamento que foi feito e revisado em escritório por uma equipe formada por excelentes profissionais, mas, na hora de iniciar a colheita, o volume era muito menor do que o planejado, porque a idade que constava no cadastro estava errada. Além da data de plantio correta, o apontamento de intervenções realizadas, principalmente desbastes, podas e também de sinistros, pode evitar a escolha indevida de áreas para colheita. Uma ferramenta de planejamento imprescindível são os mapas contendo a realidade de campo, curvas de nível e detalhes do terreno. Houve uma ocasião em que, ao final da colheita, houve diferença significativa no volume de madeira. Houve desconfiança sobre a qualidade do inventário, ineficácia dos controles e até furto de madeira. Mas qual foi o real motivo do desvio? Diferença entre a área cadastral e a área efetivamente colhida. Houve retalhonamento da área, mas os mapas não foram atualizados. O segundo ponto diz respeito à simplicidade nos controles. O controle deve ser entendido tanto pela alta administração ;


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