Carta Aberta Ao Sindicato dos Bancários de BH e Região
Companheiros/as diretores, O dia 10 de setembro foi um dia bem complicado para todos os bancários, em especial àqueles que trabalham em agência. Coincidiu ser o 5º dia útil do mês (em que empresas e funcionários procuram os bancos para depositar e sacar salários), ser uma segunda-feira seguida de um feriado (o que gera um acumulo na demanda dos serviços bancários) e ainda ser dia 10 (data comum para o vencimento de boletos, prestações, etc). Na semana anterior já se comentava que teríamos uma segunda-feira de agências cheias e muita demanda. Apesar disso os gestores dos bancos não se dedicaram em tomar medidas efetivas de prevenção e o resultado foi que, na grande maioria das agências, principalmente nas da CEF, ocorreram inúmeras irregularidades trabalhistas, caindo sobre os ombros dos funcionários (em especial aqueles que a função está ligada à movimentação de numerários como os caixas e os tesoureiros) a responsabilidade de dar conta de uma demanda da qual o banco não se planejou. Para se ter uma ideia, algumas agencias abriram antes das 10h, e muitos funcionários trabalharam neste dia até as 20hs, havendo casos de agencias funcionando até as 22h. Assim, nós da oposição bancária, observamos em nossos locais de trabalho e também recebemos denúncias dos seguintes casos: Assédio moral por causa do tempo de atendimento Funcionários que trabalharam mais de 2h extras (há casos de quase 12h de jornada); Funcionários que trabalharam fora do ponto; Funcionários que trabalharam mais do que 7h sem intervalo de almoço; Funcionários que trabalharam períodos longos, com digitação repetitiva e não fizeram nenhuma parada de descanso (muito menos os 10min, como manda a lei) Apesar de tratar-se de um dia atípico, estes casos estão se tornando rotina, e não ocorrem somete nos dias de muito movimento. É comum ver funcionários com a função de caixa, desviados para outras funções nas agências (sobrecarregando os que ficam na bateria de caixa e são pressionados a atender os clientes cada vez mais rápido, e ao final do expediente, a fazer o processamento dos envelopes de caixa rápido). Assim, hora extra não é opcional, é regra. Esta situação agravou-se ainda mais com a greve dos funcionários dos transportes de valores (que com o nosso total apoio, em sua campanha salarial, reivindicam melhoria nas condições de trabalho). Em várias agencias da CEF, por exemplo, para reabastecer as máquinas e a bateria de caixa, alguns funcionários foram colocados na exaustiva tarefa de contar o dinheiro que as agencias estão solicitando às casas lotéricas, em uma jornada cansativa e repetitiva, deixando de atender os clientes. Desta forma, o Movimento de Oposição Bancária de BH e Região, solicita ao Sindicato dos Bancários, no papel de entidade representativa da nossa categoria, que visite nossos locais de trabalho e fiscalize as principais agencias da cidade (em especial na CEF), questionando sobre as citadas irregularidades (e possíveis outras), ocorridas no dia 10/09/2012, denunciando ao DRT - Delegacia Regional de Trabalho - os casos irregulares. Destacamos que estas irregularidades podem inclusive serem comprovadas a partir de fita de caixa indicando situações como o horário de entrada e saída dos funcionários, inexistências de intervalos de descanso, ou verificando-se o elevado número de pontos em aberto, ou regularizados pelos gestores, na referia data. Belo Horizonte, 10 de setembro de 2012
Oposição Bancária de BH e Região MNOB – Movimento Nacional de Oposição Bancária / CSP-Conlutas