Anti Complexo Viário da Lagoinha

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C O M P L E X O V I Á R I O D A L A G O I N H A A N T I

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Samuel Braga

Beatriz Lombardi Bianca Lacerda

COMPLEXO VIÁRIO DA LAGOINHA

O surgimento do bairro Lagoinha remonta ao início do século XVIII, com a ocupação de seus terrenos alagadiços e pantanosos para o cultivo de arroz e trigo. A prática da agricultura se manteve até os primeiros anos seguintes à construção de Belo Horizonte, dois séculos mais tarde, quando a região passou a ser ocupada por chácaras de cultivo de famílias de imigrantes italianos (BELO HORIZONTE, 1973).

A construção da nova capital acelerou o processo de ocupação da região, dado o movimento de fixação da população de baixa renda nos territórios pericentrais, em “ um crescimento descontrolado totalmente avesso às intenções embelezadoras da zona urbana” (TEIXEIRA, 1998, p. 120). Dessa forma, além dos imigrantes, a Lagoinha passou também a ser ocupada por operários, de modo que, já nos anos 1920 constituía um dos bairros mais populosos da zona suburbana, cultivando diversidade econômica, cultural e social opostas à pacatez e à artificialidade da cidade planejada (COUTINHO, 2016).

Com a crescente ocupação, firmou-se um comércio local, especialmente ao longo das ruas Itapecerica e Além Paraíba, na

Praça Vaz de Melo e no Mercado Popular da Lagoinha (substituído pelo atual Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro em 1965), de grande importância na história da economia de Belo Horizonte (BELO HORIZONTE, 1950). Concomitantemente, afloraram também uma forte tradição religiosa, em contraposição à boemia emergente na “instalação de bares, pensões, hotéis, bordéis e pequenos restaurantes na Praça Vaz de Melo e na Rua Paquequer, influenciados pelos arredores da Estação Ferroviária e do Mercado Central (COUTINHO, 2016, p. 67). É pela boemia que a Lagoinha ficou marcada, caráter pelo qual o bairro se distingue na memória simbólica da cidade (MACHADO, PEREIRA,1997), na lembrança da Praça Vaz de Melo como coração pulsante do bairro durante suas décadas de maior vitalidade, onde acontecia o comércio, o encontro familiar e o lazer da crianças durante o dia e, à noite, ganhavam vida os bares e bordéis (COUTINHO, 2016, p. 67).

Todavia, a ocupação e o desenvolvimento imprevistos da Lagoinha garantiam ao bairro uma desarticulação com a Belo Horizonte planejada, ao que a resposta foram as obras viárias. Com perspectiva de construção de uma avenida sanitária, com a finalidade de canalizar o Córrego da Lagoinha e desafogar o tráfego no bairro, em 1927, a prefeitura decretou a desapropriação de terrenos ribeirinhos e a construção da atual Avenida Presidente Antônio Carlos (COUTINHO, 2016, p. 63). Com o nome de Pedro I, a avenida se estenderia da Rua Formiga à Praça Vaz de Melo, marcando o início do infindável processo de obras viárias impostas à Lagoinha.

Segundo Coutinho, a década de 1940 marca o auge do segmento inicial da avenida, que desempenhava então o papel de via de trânsito local e regional, dispondo de várias linhas de bonde que conectavam

Traçado do bairro Lagoinha, 1953 (FJP, 1997, p. 50 - Lagoinha em Estudo, 2011)

a zona central aos populosos bairros da zona suburbana. Também a criação de grandes equipamentos, como o Conjunto IAPI, o Mercado Popular e Hospital Municipal Odilon Behrens contribuíram para a importância da avenida. Nas duas décadas seguintes, a conformação da avenida enquanto eixo de ligação com a crescente região norte da cidade garantiu “ um processo progressivo de saturação da Avenida Antônio Carlos” (COUTINHO, 2016, p. 69). Assim, um anúncio da prefeitura acerca da necessidade de ampliação das pistas de rolamento (que aconteceria somente décadas depois) foi responsável pela estagnação do desenvolvimento da Lagoinha, ameaçado pelas desapropriações resultantes do alargamento da avenida.

Ainda nesse contexto, teve início a derrocada dos trens na Lagoinha. Já em déficit nacionalmente com a política rodoviarista de Kubitschek, as ferrovias agora também se ausentaram dentro da cidade. Na região central, os acidentes com bondes e trens de carga envolveram tantos descarrilamentos e atropelamentos que, em 1960, foram removidos os trilhos da Rede Mineira de Viação que atravessavam a região da Lagoinha e que seguiam pela Avenida Nossa Senhora de Fátima, considerada as passagens de nível mais perigosas da capital. (BLOG CURRAL DEL REY)

Na década de 1970, o Grupo Executivo do Plano Metropolitano de Belo Horizonte (PLAMBEL) consolida a Avenida Presidente Antônio Carlos enquanto articulador viário a nível metropolitano, acentuando as questões relacionadas ao fluxo de veículos na avenida. Dessa forma, para resolver o tráfego no encontro entre a Avenida Presidente Antônio Carlos e a Avenida do Contorno, construiu-se o primeiro viaduto de transposição, que, descendo

Linhas da EFCB (RFFSA) na Avenida do Contorno na década de 60 (Blob Curral del Rey)

Viaduto da Rodoviária em construção (Blog Curral del Rey)

sobre a Praça Vaz de Melo, inaugurou um intenso processo de descaracterização da Lagoinha (BELO HORIZONTE, 2011).

Viaduto descendo sobre Praça Vaz de Melo (circulada), cerca de 1970 (BELO HORIZONTE, 2011)

A CONSTRUÇÃO

Na década de 1980, foram impostas à Lagoinha as mais drásticas alterações já realizadas. Com o objetivo de resolver a articulação viária entre o centro e as zonas norte, leste e oeste, iniciaram-se as obras do Complexo Viário da Lagoinha. A construção do complexo demandou uma série de intervenções no bairro e em vias existentes, além de ter gerado desapropriações e o surgimento de grandes áreas sem uso ao redor e abaixo das vias elevadas.

A linha do tempo a seguir destrincha os principais acontecimentos ligados à construção e as constantes modificações do Complexo.

1973

Construção dos primeiros viadutos de transposição da Av. do Contorno

Descaracterização da Praça Vaz de Melo

1971

Implantação da Rodoviária

198X

Tamponamento do Córrego do Pastinho

Aumento da capacidade viária da Av. Pedro II

1974

Início da construção do Túnel da Lagoinha

1995

Início do Projeto Lagoinha

1981

Fim da construção do Túnel da Lagoinha

Implosão do Hotel Panorama

Início da construção do Complexo Viário da Lagoinha

1986

Início da operação do metrô e da Estação da Lagoinha

Conclusão da duplicação do Túnel da Lagoinha

1997

Suspensão do Projeto

Lagoinha, parcialmente implantado

Nova alça de acesso direto à Itapecerica

1996

Implantação da passarela de transposição da Av. N. S. de Fátima

Primeira obra de alargamento de avenida

2009

Início da duplicação da Av.

Antônio Carlos no trecho da Lagoinha

2014

Inauguração do MOVE (BRT)

2008

Ampliação do Complexo da Lagoinha, sem desapropriações

Substituição da passarela

2010

Reinauguração da Av. Antônio Carlos

2018

Conclusão da ampliação do Viaduto Leste

2015

Início da ampliação do Viaduto Leste

S í n t e s e d a s t r a n s f o r m a ç õ e s n o b a i r r o L a g o i n h a ( E l a b o r a d o p o r G P U R , 2 0 0 9L a g o i n h a e m E s t u d o , 2 0 1 1 )

Em outubro de 1981, deu-se a implosão do “último reduto da história da praça” (COUTINHO, 2016, p. 72), o Hotel Panorama, detonado diante de uma plateia de cinquenta mil pessoas. O desaparecimento da praça, tido como símbolo de maior importância para a população do bairro, marcou a consolidação do processo de descaracterização do bairro, inaugurando a construção do complexo. Segundo Fernanda Moraes e Maria de Lourdes Pereira, a quebra da continuidade do espaço é um dos maiores impactos resultantes da articulação viária baseada em túneis, viadutos e pistas de alta velocidade e que dependem de desapropriações e da subtração de quarteirões. A Lagoinha, já dividida pela Avenida Presidente Antônio Carlos, tornou-se um “meandro ao redor do qual a cidade se desenvolveu”, sem estímulo ao desenvolvimento em seu interior (COUTINHO, 2016, p. 75).

Ao longo dos anos, as soluções propostas para os problemas que surgiam no Complexo em função do intenso tráfego sempre se basearam (e continuam se baseando) na mesma estratégia: a duplicação de pistas e a construção de novos viadutos. Entretanto, pela primeira vez, entre 1993 e 1995, as atenções se voltaram para os aspectos urbanísticos, arquitetônicos e socioeconômicos da Lagoinha. Desenvolvido pela Prefeitura Municipal e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Inventário do Patrimônio Urbano e Cultural da Lagoinha (IPUC-Lagoinha) resultou no Plano de Reabilitação Integrada da Lagoinha, ou Plano Lagoinha, que previu uma série de ações de intervenção e revitalização do bairro, projetos culturais, urbanos e sociais, tendo como princípio, pela primeira vez desde o início das intervenções da administração na Lagoinha, com a participação efetiva da comunidade local.

“O Complexo Viário da Lagoinha, criado na década de 1980, será, ao mesmo tempo, o extremo da articulação (viária) e da segregação (espacial).

(BELO HORIZONTE, 2011, p. 28)

O projeto alcançou visibilidade, teve consultoria especial do arquiteto português Álvaro Siza - responsável pela restauração da bairro histórico do Chiado, e, ao final de 1996, entregou à população uma série de obras em andamento, dentre as quais a reconstrução da Praça Vaz de Melo em local distinto do original, a restauração do Mercado Popular, a reforma do Hospital Odilon Behrens, a reurbanização da Vila Senhor dos Passos, e uma frente de recuperação e conservação dos imóveis do bairro, atuando junto aos comerciantes e moradores, com a parceria da iniciativa privada (MACHADO; PEREIRA, 1997, p. 47). Infelizmente, em função da mudança na administração municipal, o Projeto Lagoinha se perdeu e foi substituído por outro conjunto de ações (COUTINHO, 2016, p. 77).

Uma década mais tarde, era anunciada, como obra prioritária, a duplicação da Avenida Presidente Antônio Carlos, junto da criação do Boulevard Arrudas e da Linhas Verde e da restauração do Anel Rodoviário. Em 2010, a avenida foi reinaugurada, dessa vez com cinquenta e dois metros de largura, quatro pistas de rolamento para cada sentido e um faixa central exclusiva para ônibus. Ligadas a ele, quatros novos viadutos também foram construídos. Nesse mesmo

ano, a Prefeitura anunciava a implementação de um sistema de Transporte Rápido por Ônibus (ou BRT, Bus Rapid Transport), que seria inaugurado em 2014, transformando a pista para ônibus, utilizada por poucos anos, em um corredor exclusivo com estações de integração.

Como várias das obras da Copa do Mundo de 2014, o sistema de BRT belo-horizontino é alvo de críticas por parte de técnicos e da população. Trata-se de um sistema que não atende à demanda da cidade, “ por vezes considerado obsoleto e ineficiente” (COUTINHO, 2016, p. 81). Segundo o engenheiro de transportes Ronaldo Guimarães Gouvêa, ainda que o BRT seja uma herança positiva das obras realizadas no período, “ a cidade desperdiçou a chance de conquistar melhorias significativas na área de mobilidade urbana” (FILHO, 2013) Gouvêa aposta na ampliação e na melhoria do sistema de metrô existente na cidade.

Segundo Coutinho (2016), em 2016, os viadutos da Lagoinha passavam por outra duplicação, a fim de aumentar sua capacidade viária e possibilitar a implementação de uma alça exclusiva para os ônibus do MOVE, como é conhecido o BRT em Belo Horizonte. Essa ampliação do viaduto leste do complexo, que tinha previsão de ser concluída ainda em 2016, prolongou-se até 2018. Além disso, de acordo com o jornal O Tempo (CÂMARA, 2015), a obra foi realizada “às escuras”, sendo a disponibilização de informações por parte de SUDECAP (Superintendência de Desenvolvimento da Capital) e da BHTRANS (Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte) deficientes.

A Lagoinha atual é resultado de um conjunto de ações frias e distan-

tes da realidade do bairro por parte da administração. De um lado, o poder público municipal. Do outro, a população, os costumes, a boemia, o comércio, as edificações e a história da Lagoinha. É o processo infindável de esvaziamento do espaço, do passado e da identidade. É a construção de um lugar de passagem, nunca de permanência. Destruição infinita.

Mutilações na Lagoinha, 1973/1994/1999/2008 (PMBH, 1973, 1994, 1999; Google Maps - Lagoinha em Estudo, 2011)

IMPACTOS SOCIOESPACIAIS

É sabido, a partir do que foi exposto, que o Complexo Viário da Lagoinha se consolida, por um lado, como o extremo da articulação viária, e, por outro, como o extremo da segregação socioespacial. O bairro, antes conhecido pela sua boemia e pela sua importância comercial, sofre, após a chegada desse grande complexo de concreto, um processo de esvaziamento, exclusão e carência.

(ARAÚJO, 2016)

O bairro Lagoinha em primeiro plano, em 1947 (Blog Curral del Rey)

Isso acontece porque esse projeto viário está inserido em um modelo de planejamento urbano que prioriza o tráfego de veículos automotores frente às demais alternativas de deslocamento, em que os pedestres são os mais prejudicados. Assim, a Lagoinha que, anteriormente, era uma continuação direta do centro, agora, se vê isolado por uma barreira física. (LAET, 2021) Seus moradores alegam temer a extinção do bairro por completo, o qual é visto, cada vez mais, como uma ‘pedra no sapato’ para o trânsito da cidade, já que está no meio do caminho das regiões norte e sul. (FREIRE, 2009)

O bairro Lagoinha em segundo plano, por volta de 2012. (Blog Wikimapia)

PRAÇA VAZ DE MELO

O nome do bairro denota a presença de lagoas na praça Vaz de Melo, que, por sua vez, era tida como o local mais emblemático do bairro. A supressão desta se estabelece como uma das maiores perdas para o local e os seus habitantes. Ela passa de uma área de permanência, a qual fazia parte do lazer das crianças e dos adultos, com atividades de diversão e boemia, para uma área de passagem, gerando um sentimento de não pertencimento por parte de seus antigos usuários. (FREIRE, 2009; SILVA, 2014)

Em contrapartida, pode-se considerar sua apropriação pela população em situação de rua e pelos usuários de drogas, o que também contribui para distanciar os moradores do bairro da praça. Isso pode ser explicado na medida em que as obras do complexo viário produziram diversos espaços vazios em seu entornosobretudo embaixo dos viadutos, os quais servem de abrigo para essas pessoas, que buscam proteção das intempéries e certa privacidade dos olhares condenadores. Destaca-se, aqui, que essa apropriação resistiu até os dias de hoje, mesmo após uma política de construção de obstáculos, implementada no governo do ex-prefeito Márcio Lacerda (2009-2016), para inviabilizar a permanência desse grupo social nesses ambientes. (LAET, 2021)

Praça Vaz de Melo, em 1960 (Blog Curral del Rey) Praça Vaz de Melo, nos dias atuais. (Google Street View)

O COMPLEXO HOJE

As reformas de expansão do complexo viário na região da Lagoinha se colocam de maneira emblemática quando se analisa o contexto e a realidade atual do bairro. As transformações do espaço urbano na capital mineira muitas vezes se dão por modos excludentes das vivências ali postas. O chamado pela modernização e o processo de urbanização na cidade são, por vezes, perversos. A Lagoinha é apenas um dos exemplos da implosão gerada nas grandes cidades em resposta do progresso quisto e executado pelos governantes e produtores mercantis do espaço.

No tempo aqui examinado, moradores e indivíduos que cruzam diariamente a cidade pelo eixo norte-sul, viveram e ainda vivem mais de uma década de transtornos causados pelas obras viárias na região dos viadutos e avenidas abertas na Lagoinha. Não somente pelos problemas causados pelas obras, que vai desde o impedimento de passagem, do lixo, do acúmulo dos resíduos de construção que impactam o planeta das mais variadas formas, mas também pelo caos urbano gerado, como os engarrafamentos, a sujeira, o barulho e a repelência gerada aos pedestres que desejam passar por ali (COUTINHO, 2016, p. p. 137).

Complexo Viário da Lagoinha, nos dias atuais. (Google Earth)

Demolições na região da Lagoinha

Ainda que antiga, a lógica rodoviarista implantada por JK confere a todos os habitantes uma vivência limitadora do espaço, que abre lugar aos carros ao invés dos pedestres, às rodovias e avenidas ao invés de praças, aos vazios urbanos à vivacidade humana. O statement do Estado é claro: não queremos vocês aqui.

Se por um lado o processo de desapropriação, esvaziamento e demolição de casas, edifícios e comércio no bairro foram responsáveis por escancarar a iminência do desaparecimento de um lugar, esse mesmo processo foi e vem sendo sentido, registrado e reinterpretado pelos moradores dos modos mais distintos desde a década de 1950 (COUTINHO, 2016, p. 137). Seja pela fotografia, pelo cinema, pelos grafites e pixos, as mais variadas apropriações artísticas se constituem hoje no espaço do complexo viário da Lagoinha de modo a reunir o que é real, do que é lembrado e ao que é imaginado através das experiências desse lugar.

(Paulo Ferreira) Demolições na região da Lagoinha (Paulo Ferreira) Cenas do documentário Morada (Joana Oliveira) Intervenções artísticas pela Av. Antônio Carlos (Dereco Machado) Demolições na Lagoinha (Carlos Teixeira)

“Verdade que a cidade é traiçoeira. A casa da infância caiu, construíram um prédio no lugar; o colégio fechou, o campinho onde em criança ele jogava bola virou um estacionamento cimentado, e a prefeitura derrubou a árvore da esquina, comida pelos cupins. O homem comum mudou de bairro uma, duas, dez vezes.” (KEHL, 2015, p.24).

A cidade se mostra para seus habitantes de modo impiedoso. Viver a urbe é estar à deriva dos seus processos constantes de transformação. O novo que vem para dar lugar ao velho muitas vezes está acompanhado de perdas materiais e simbólicas irreparáveis, mas também pode representar a possibilidade de constituir outros espaços e significados (COUTINHO, 2016, p. p. 163). Quem sabe até mesmo não desenterrar as memórias de um lugar devorado, ou então as linhas de bonde engolidas pelo asfalto.

Talvez esteja na hora de ser pelas pessoas, pelas experiências, pelo espaço da praça, pela massa da ágora, agora.

Complexo Viário da Lagoinha (Flávio Tavares)

Adeus, Lagoinha

Adeus, Lagoinha, adeus

Estão levando o que resta de mim

Dizem que é força do progresso

Um minuto eu peço

Para ver seu fim

Praça Vaz de Melo da folia

Da gostosa boemia

E de muito valentão

Vou lembrar Joel compositor

E os amigos lá da praça

Lembrarei com emoção

Coisas da matéria eu não ligo

Mas preciso de um abrigo

Para o meu coração

Adeus Lagoinha, música composta por Gervásio Horta e Milton Rodrigues Horta (Lagoinha)

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Daila Coutinho de. As avenidas da metrópole, as ruas do lugar. Orientadora: Heloisa Soares de Moura Costa. 2016. 176 p. Dissertação (Pós-Graduação) - Curso de Geografia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016.

BELO HORIZONTE. Relatório de 1949, apresentado à Câmara Municipal pelo prefeito Otacílio Negrão de Lima Belo Horizonte: [s n ], 1950

BELO HORIZONTE. Secretaria Municipal Adjunta de Planejamento Urbano. Lagoinha em estudo: análise diagnóstico-propositiva do bairro Lagoinha em Belo Horizonte. Belo Horizonte: PBH; SMAPU, 2011, p. 29.

BELO HORIZONTE. Superintendência de Desenvolvimento da Capital. Complexo viário da Av. Antônio Carlos: incidência de acidentes por quarteirão - abalroamentos Belo Horizonte: PBH; SUDECAP, 1973

BORSAGLI, Alessandro. Benéficos ou Malditos? Os Ramais Férreos na História de Belo Horizonte. Blog Curral Del Rey. Belo Horizonte. [s/d]. Disponível em: <http://curraldelrei.blogspot.com/2012/05/beneficos-ou-malditos-os-ramais-ferreos.html>. Acesso em 10 out. 2022.

CÂMARA, Luciene. Complexo da Lagoinha terá dois novos viadutos até 2016. Jornal O Tempo [online], Belo Horizonte, 21 ago. 2015.

FILHO, Celso. Obras da Copa: sem investimento no metrô, BH aposta em ônibus e táxi. Rede Brasil Atual, Belo Horizonte, 08 jan. 2013.

REIRE, Cíntia Mirlene Pela Cotidiano, Memória e Identidade: o bairro Lagoinha (Belo Horizonte, MG) na voz dos seus moradores. Orientador: Tarcísio Rodrigues Botelho. 2009. 167 p. Dissertação (Pós-Graduação) - Curso de Ciências Sociais, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.

LAET, Ewerton Junio da Silva. População em situação de rua no complexo da Lagoinha (Belo Horizonte - MG): limites e possibilidades para sobrevivências no espaço urbano brasileiro Orientadora: Doralice Barros Pereira 2021 94 p TCC (Graduação) - Curso de Geografia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2021.

MACHADO, Heloisa G., PEREIRA, Maria de Lourdes Dolabela. A recuperação da Lagoinha dentro de uma nova concepção de política urbana. Cadernos de História, Belo Horizonte, v. 2, n. 3, p. 38, out. 1997

SILVA, Diego Tudesco Teixeira (des)COMPLEXO VIÁRIO DA LAGOINHA: ESTUDO BASE

Orientador: Roberto Andrés. 2014. 19 p. TCC (Graduação) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2010.

TEIXEIRA, Carlos Moreira. Em obras: história do vazio em Belo Horizonte. Belo Horizonte: Cosac Naify, 1998.

C O N S T R U Ç Ã O

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