Desporto
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Judo sadino em força para o Mundial
O Complexo Muncipal de Atletismo de Setúbal abriu as portas há nove anos. O presidente da associação distrital da modalidade, Manuel Aguiar, diz que o equipamento é de eleição mas carece de melhoramentos.
A judoca vitoriana Ana Cachola está, a par de mais dois atletas sadinos, envolvida no estágio da Selecção com vista ao próximo Mundial de seniores, que é realizado já no final do mês, na Rússia.
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SEXTA-FEIRA 08.AGOSTO.2014
N.º 69 | Ano I | 4.ª Série www. issuu.com/osetubalense
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Pescadores rumam à Caldeira para mais uma festa de Tróia Suplemento
Págs I a IV
Barcos engalanados, comida e bebidas na bagagem para três dias de muita animação, devoção à padroeira e pedido de protecção para mais um ano de trabalho, convívio, baile, brincadeiras na praia, a procissão na Caldeira e os círios fluviais… Será assim mais um ano das “Festas da Caldeira”, que decorrem até Segunda-feira. Desporto
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[ A-GOSTO.COM
Vitória procura golos à Domingos O treinador vitoriano reconhece estar preocupado com a ineficácia ofensiva da equipa. No final do último particular, o técnico revelou que o clube está no mercado à procura de mais um ponta-de-lança.
Cidade
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Autor de “Rio Azul” recebe Medalha A Câmara de Setúbal vai homenagear, a título póstumo, o músico Mário Regalado, o célebre autor do tema “Rio Azul”, com a entrega de uma Medalha de Honra da Cidade, no dia 15 de Setembro. Álvaro Dias, fundador dos “Papéis do Sado”, será outro dos 15 homenageados
Sociedade Pág 06
Sado sem novos golfinhos há um ano A comunidade de roazes corvineiros no Rio Sado tem vindo a diminuir nos últimos dois anos e a ausência de nascimentos este ano está a preocupar a Quercus. A associação ambiental entrega à poluição das águas a principal responsabilidade pela fragilidade do eco-sistema em que os golfinhos estão inseridos.
Tipografia Rápida de Setúbal, Lda.
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Travessa Gaspar Agostinho, n.º 1, 2º andar - 2900-389 SETÚBAL | Telef. 265 539 690 | e-mail: trapida@bpl.pt
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Pista municipal de atletismo pede obras
VER BEM NÃO CUSTA NADA
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BLOCO CLÍNICO
SEXTA-FEIRA 08.AGOSTO.2014
Doe sangue, seja herói por uma vida
O
sangue é um bem precioso que faz sempre falta nos hospitais, por isso é muito importante doar sangue, já que com um simples gesto pode salvar uma vida. É uma forma rápida, segura e bonita de ajudar alguém. O sangue é insubstituível e não é produzido artificialmente. E doar sangue é muito simples e não dói. Podem doar sangue todas as pessoas com bom estado de saúde, com hábitos de vida saudáveis, peso igual ou superior a 50 kg e idade compreendida entre os 18 e 65 anos. Para uma primeira dádiva o limite de idade é aos 60 anos. Pode doar sangue nos Centros Regionais de Sangue (CRS) de Lisboa, Coimbra e Porto, nos locais onde se efectuam brigadas móveis de colheita de sangue e nos serviços de imunohemoterapia hospitala-
res, com colheita a dadores. Para tal, tem de estar munido do Cartão do Cidadão ou Bilhete de Identidade se for a primeira vez que dá sangue. Caso seja dador regular, deve levar apenas o Cartão Nacional do Dador de Sangue. A doação de sangue pode ser feita de quatro em quatro meses pelas mulheres e de três em três meses pelos homens. Quem poderá necessitar de doação de sangue? Todas as pessoas que recebem tratamentos de saúde, quimioterapia, recuperação de uma cirurgia, para além de acidentados e portadores de algumas doenças do sangue. O doador espontâneo geralmente não sabe quem será o receptor do seu sangue, mas sabe que tal atitude é fundamental para salvar vidas. O doador sabe que um dia po-
derá também necessitar do sangue de outros, daí que seja necessário ter a consciência de que doar sangue é uma responsabilidade social e pode salvar vidas. Aférese, uma forma diferente de dar sangue A aférese consiste em colher selectivamente uma pequena percentagem de um componente sanguíneo (plaquetas, glóbulos vermelhos ou plasma), com a ajuda de um aparelho automático – separador celular – sendo os restantes componentes sanguíneos restituídos ao dador, através da mesma punção. Existem três tipos de
aférese: Plaquetaférese - doação de plaquetas – as plaquetas são células sanguíneas que controlam a hemorragia. Destinam-se a doentes com leucemia, linfoma, cancro, doentes sujeitos a cirurgia cardíaca ou transplante de medula óssea. São substituídas 48 horas após a dádiva. E r i t r a fé rese - doação de glóbulos vermelhos – os glóbulos vermelhos são células sanguíneas que têm como função transportar o oxigénio. Destinam-se a doentes politraumatizados, submetidos a cirurgias, doentes transplantados, com doenças crónicas como leucemia ou outra forma de cancro.
Instituto de Cardiologia de Setúbal
Director Clínico: Dr. Arnaldo Fernandes Dr. Arnaldo Fernandes - Cardiologista Dr. Hugo Pereira - Clínica Geral Dr. Victor Fonseca - Pneumologista Dr. Agostinho Borges - Cardiologista Pediátrico Dra. Leonor Parreira - Cardiologista Arritmologista Dra. Sofia Marcelino - Psicóloga C/0058
GentilCare cuidamos dos seus Serviços de Apoio Domiciliário. Licenciado pela SS (AF 13/2012) Tel.: 265 185 750 • 936 951 486 www.gentilcare.pt C/0068
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Onde pode dar sangue por aférese? Nos Centros Regionais de Sangue (CRS) de Lisboa, Coimbra e Porto do Instituto Português do Sangue. Adaptado de: Portal da Saúde
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Quanto tempo demora? Demora entre 30 a 50 minutos, conforme o tipo de dádiva seleccionada. É mais demorada que a colheita de sangue total, embora com grandes vantagens para os doentes que necessitam de
Quem pode ser dador por aférese? Todo o indivíduo saudável, dos 18 anos aos 60 anos, que pese mais de 50 Kg; que tenha doado, pelo menos, duas vezes sangue total sem qualquer tipo de reacção adversa; não possua história pessoal ou familiar de hemorragia e/ou trombose; não tenha ingerido aspirina ou anti-inflamatório não esteróide nos últimos cinco dias (impedimento só no caso de plaquetaférese); e não ser multípara (três ou mais filhos).
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A aférese é segura? Sim. É supervisionada durante todo o procedimento por uma equipa atenta e treinada. Todo o material utilizado é esterilizado e eliminado após cada doação, sendo impossível contrair alguma doença.
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OPINIÃO
SEXTA FEIRA 08.AGOSTO.2014
Dito Assim!
FAZER A CIDADE
Jacinto Brissos
Um drama chamado sucesso
Á
gata anunciou, recentemente, a sua retirada dos palcos prevista para o final do corrente ano. A popular cantora queixa-se da falta de espectáculos, drama que alastra a outros artistas nacionais cujas carreiras parecem ter entrado em falência. Artistas com muitos quilómetros de estrada e com duas ou três décadas de carreira consolidada são hoje arremessados para o esquecimento em detrimento de novos valores que se vão impondo nos programas televisivos que são, neste particular, a melhor montra para as escolhas das comissões de festas que contratam os seus artistas. Aos mais velhos resta a memória de tempos áureos conquistados pela força dos êxitos que, se outrora fizeram vibrar o público, hoje não passam de meras relíquias alojadas no baú da memória de cada um. Faltam espectáculos, oportunidades e, essencialmente, a novidade que já não regressa porque está gasta e está tudo visto.
Toy, na entrevista que me concedeu para este mesmo trissemanário, não afina pelo drama, diz que enquanto houver festa há música e há vinho. Meia verdade, quanto a mim, porque havendo vinho nem sempre será de todos os produtores e a música não contemplará todos os cantores. Diga-se que os mais antigos (como é o caso de Ágata, e até o meu, confesso), passam hoje muitas horas à espera que o telefone toque e que do outro lado da linha apareça alguém a solicitar uma actuação. De resto são os jovens cantores que singram nos dias de hoje. Exige-se um tema engraçado, alegre, ritmado e várias raparigas a dançar a seu lado no palco. Cumpridos os requisitos têm, pelo menos durante uma época, os palcos a seus pés. O drama é, como se percebe, inerente aos mais antigos embora se ressalvem dois casos únicos de popularidade continuada: José Cid e Quim barreiros. Ambos são a confirmação do quanto vale o chavão “mais va-
le cair em graça do que ser engraçado”. Méritos e tributos à parte digamos que nos dois casos tem sido a graça que o povo lhes encontra a manter acesa a chama da popularidade. Depois de alguns anos em que o seu nome andou de certa forma esquecido numa constante luta contra a maré, José Cid volta àibalta e aos grandes palcos pela mão dos jovens que lhe descobriram um jeito, uma graça e um encanto catapultando-o para um galarim que, digamos, até merece. Quanto a Quim Barreiros, nem serão precisas grandes considerações. Não há festa, feira, romaria ou queima das fitas que dispense a sua música e o seu sotaque nortenho que tanta graça lhe dá no dizer das palavras mais ou menos maliciosas das suas canções. Recorde-se o exemplo de Fernando Tordo, ainda recente, quando pegou na viola e rumou ao Brasil, em busca de novas oportunidades. Paulo de carvalho, dizem-me canta para plateis que não ultra-
Lá longe, em casa, há a prece: / “Que volte cedo, e bem!” / (Malhas que o Império tece!) / Jaz morto e apodrece / O menino da sua mãe Fernando Pessoa, “O menino de sua mãe”
Joaquim Gouveia passam os vinte espectadores. Carlos Mendes, Simone de Oliveira, Paco bandeira e outros são hoje nomes do passado sem êxito no presente. A televisão dá uma ajuda promovendo apenas os novos talentos que por aí deambulam ostentando fama e algum lucro (às vezes prejuízo), em detrimento da qualidade, profissionalismo e tarimba dos grandes artistas nacionais. Ágata, pelos vistos vai-se retirar mas, digamos que a retirada é transversal a muitos outros nomes. Não nos resta grandes margens de manobra. O mundo, também na música é para os mais novos, para a novidade e para a ousadia. Ora pimba!
Recordar é Viver
Setúbal, que tinha tantas fábricas de conservas, hoje não tem nenhuma porquê?
I
sto vem a propósito da demolição de alguns edifícios de fábricas de conservas na estrada da Graça, que me fez recuar no tempo em que Setúbal chegou a ter cerca de uma centena de fábricas e hoje não tem nenhuma. Porquê? Nessa altura, eram a principal indústria de Setúbal, juntamente com a Secil e a Sapec, pois a cidade vivia à base destas três indústrias. Quando não havia peixe, as fábricas não trabalhavam por falda de matéria-prima e quando essa crise coincidia com a quadra do Natal e da Feira de Sant’Iago era uma miséria e uma tristeza. Mas quando havia peixe e com as fábricas a laborar em pleno, a imagem era outra tanto para os operários, como para o comércio em geral, igualmente nas quadras festivas. Ainda me recordo com saudades dos nomes de algumas fábricas de conservas, litografias de empresas de adubos e as estivas: Fábrica Perienes; J. Antunes
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Fragoso; Francisco Alves & Filhos (Estrela do Sul); Viegas & Lopes: António Alonso (Espanhóis do Bonfim); Lopez & Valeras; Gandara Haz Rabago; Soc. Conservas Atlas; Lino da Silva; L. Branco; Veiga; Gargalo; Tenório & Madeira; Alves Mendanha (Aurora); Algarve Exportador; Mariano Coelho; Unitas; Société Conservas de Setúbal; Délori; Saupiquet; Silvas & Silvas; Supremo; Forreta; Janelas Verdes; Marques Neves; União Industrial de Conservas; Fábrica de Conservas Poker; Nascimento & Ramos (Fábrica Lé Lé); Santarém & Palhão; P. Monteiros; Fábrica Estrela; e Vasco da Gama. E depois havia as litografias que faziam todo o tipo de latas de folha de Flandres: Empresa Cooperadora da Indústria de Conservas; Sociedade Mecânica Setubalense; Astória; Sol-Soc. Outão Lda; Litografia Sado. Por fim, as empresas de adubos que faziam as farinhas e os óleos de peixe e derivado, como a Soc. de Adubos Vale da Rosa e
a Adubos Luís Garcia (Sangue Forte), e as estivas que eram instalações fabris que preparavam e conservavam o peixe em salmoura em barricas, principalmente o biqueirão para as anchovas, e que ainda me lembro das seguintes: O Bonifácio Lázaro, Soc. Triangular de Anchovas Lda e a da Fábrica António Alonso. Alguns fabricantes também tinham fábricas em Matosinhos e no Algarve, como o Gargalo, Unitas, Francisco Alves e Filhos, Algarve Exportador, Marques Neves e Vasco da Gama. Naquele tempo, os trabalhadores só trabalhavam e ganhavam quando as fábricas tinham peixe e, quando assim sucedia, as fábricas tinhas duas modalidades para chamar os operários: a sirene, e quando a ouviam sabiam logo de que fábrica era; e a outra, um operário de bicicleta ia às casas avisar que a fábrica tinha peixe. Quem visitar a antiga fábrica Perienes, hoje museu, pode ver em exposição, além da maquinaria e uten-
Custódio Pinto sílios desta indústria, o homem da bicicleta. A fábrica Perienes, depois de desactivada, teve o edifício em venda com vários pretendentes e boas ofertas. Mas os herdeiros, de origem francesa, preferiram vender à Câmara de Setúbal por um preço mais baixo, com a finalidade de enriquecer o património da cidade com mais um museu histórico para perpetuar a extinta indústria conserveira de Setúbal. É de louvar este gesto da família Perienes pelo reconhecimento que tem por Setúbal. Viva Setúbal!
F
oi um Portugal republicano, pobre e instável que entrou na Grande Guerra. A duras penas. O contingente enviado para combater os alemães no Norte de Moçambique sofreu um autêntico massacre, a sua maior
Santiago do Cacém, foi um dos mancebos que partiu do Quartel do 11, em Setúbal, no ano de 1917, para França e que por lá morreu, em nome da pátria, mas na realidade em razão duma decisão política criminosa dos aprendizes de fei-
derrota em África desde Alcácer Quibir. Não tanto pelo combate mas devido ao clima adverso, à fome e sede, à loucura das febres, ao paludismo e disenteria. Numa palavra, à incúria. Sofreram-se aí muito mais baixas do que na Flandres, onde o Corpo Expedicionário Português também não estava preparado para aquele teatro de guerra, mas por outras razões. Constituído em grande parte por camponeses mal preparados, o nosso exército deparou-se em França com equipamento e armamento do inimigo que lhe era desconhecido, como carros e aviões de combate, metralhadoras automáticas e gases tóxicos. O drama destes últimos até deu origem a uma nova palavra na nossa língua. Durante anos se falou em “esgazeados”, como sendo indivíduos perturbados ou com problemas de comportamento. Na verdade queria dizer-se “gaseados”. O exército português revisitou o trauma, décadas mais tarde, com os militares que tinham combatido na Guiné, e o Stress Pós-Traumático. Jacinto Brissos, o meu avô materno vindo de
ticeiro, de chapéu alto, que por essa época pululavam entre o governo e o parlamento, em Lisboa. O novo regime queria legitimar-se internacionalmente e enviou soldados para morrerem como gado, especialmente os pobres, já que os ricos podiam comprar a sua dispensa de ir à guerra. A Grande Guerra registou 38 milhões de baixas entre os combatentes (mais de 50%), entre os quais 9,5 milhões de mortos, dos quais 7.200 mortos e desaparecidos eram portugueses. O meu avô lá está sepultado no Cemitério Militar Português, em Richebourg. O soldado 639 morreu jovem, a 7 de Janeiro de 1918, cinco dias antes de lhe nascer a filha que nunca chegou a conhecer. Passados quase cem anos descobri agora a lápide da sua sepultura, devido ao trabalho meritório do Arquivo Histórico-Militar. O meu avô era um homem do campo e acabou sepultado no seu meio, no verde eloquente dos belos campos agrícolas da França profunda. José Brissos-Lino
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CULTURA
SEXTA FEIRA 08.AGOSTO.2014
Escapadelas Concerto
O
Ricardo Ribeiro actua hoje em Setúbal
fadista Ricardo Ribeiro apresenta em Setúbal, esta Sexta-Feira, o seu último álbum “Largo da Memória”, editado em 2013. O espectáculo terá lugar, às 21h30, no Fórum Luísa Todi. O concerto de Ricardo Ribeiro, fadista lisboeta de 32 anos que faz a estreia na principal sala de espectáculos de Setúbal, integra a digressão de apresentação de “Largo da Memória”. No fado desde muito novo, Ricardo Ribeiro edita em 2004 o
primeiro álbum, com o título homónimo. Quatro anos mais tarde, com Rabih Abou-Khalil, lança “Em Português”, ao qual se seguem outros trabalhos de parceria. Em 2010 edita “Porta no Coração”, obra que alcança o Disco de Ouro em 2012, e em 2011 recebe o prémio de melhor intérprete masculino atribuído pela Fundação Amália Rodrigues, distinção que atesta a auspiciosa carreira e confirma
a sua voz enorme como um talento inegável. Em Fevereiro de 2014 esgota, em dois espectáculos, o Centro Cultural de Belém e a Casa da Música, e canta para uma sala repleta no Elebash Recital Hall, em Nova Iorque, Estados Unidos. Os ingressos para o espectáculo em Setúbal de Ricardo Ribeiro, a 14 euros, estão disponíveis na bilheteira do Fórum Luísa Todi e em www.bilheteiraonline.pt.
MÚSICA
LAZER
EXPOSIÇÕES
Amanhã - 22h00 Maestro Concerto com banda que, através da música, procura promover a cultura de países como Moldávia, Roménia, Rússia e Ucrânia, com acordeão, teclas, saxofone e voz. Atividade do ciclo Música do Mundo - Europa de Leste. Gratuito. Org.: CMS Casa da Cultura Pátio do Dimas
Domingo – Das 10h00 às 19h00 Há Música no Jardim Música, artesanato e animações infantis. Actuação de 4Sixties, às 16h00. Gratuito. Org.: CMS Parque do Bonfim
Até 28 Agosto 11.ª Meia Maratona Fotográfica de Setúbal Mostra com os melhores trabalhos do concurso. Gratuito. Org.: CMS Casa da Cultura
13 a 17 Agosto 12.ª Festanima Gastronomia e música na festa das colectividades da freguesia de São Sebastião. Org.: Âssociação de Festas Populares de São Sebastião, com o apoio da Junta de Freguesia de São Sebastião e CMS. Escarpas de Santos Nicolau
Poemas do País da Vida Tenho o lápis e o papel seguros na minha mão e o desejo de escrever o que sente o coração. Mas nada posso fazer pois falta-me o principal que é a palavra adequada que não vem no dicionário por não ter sido inventada. Talvez seja até melhor guardar este meu sentir na palavra não “criada” que ninguém deturpará e eu já não serei julgada. Assim, só eu, junto à Vida me olho, faço e refaço as vezes que for preciso para que a “obra” final possa ser eternamente a pureza dum sorriso.
www.poemasdopaisdavida.wordpress.com
Até 30 Agosto Recordações Infindáveis Humberto Marçal, nascido em Setúbal, mestre da litografia e da gravura, é apresentado numa mostra antológica. As suas gravuras editadas por prestigiadas entidades estão incluídas em importantes colecções de arte, quer nacionais, quer estrangeiras. Org.: CMS Galeria Municipal do 11 Até 04 Outubro Todas as cores de Setúbal Fotografia de Christophe-Paul Sauvage sobre estados emocionais, ambíguos e em constante mutação das pessoas afectadas pela crise em Setúbal. Gratuito Casa Bocage
INFANTIL E JUVENIL Domingo - 10h30 D’embalar Concerto para grávidas e bebés até 1 ano de trio musical com Voz, Viola braguesa e harpa. O reportório é composto por canções de embalar de tradição oral, compiladas em recolhas de Ernesto Veiga de Oliveira e Michel Giacometti. Um adulto e uma criança pagam 7,5 euros e com uma pessoa extra são mais quatro euros. Org.: CMS | D’Embalar Casa da Cultura Sala José Afonso
O Setubalense e Teatro Politeama oferecem bilhetes para revista de La Féria
O
Teatro Politeama e o jornal O Setubalense estão a promover um passatempo para oferecer bilhetes aos nossos leitores para a mais recente revista de Filipe Lá Féria, “Portugal à Gargalhada”, que estará em cena nos próximos meses no Teatro Politeama. Ao comprar a edição de hoje do jornal O Setubalense, terá de apresentá-la depois nas nossas instalações, na Travessa Gaspar Agostinho, nº1, 1º andar, por detrás da Igreja de Santa Maria, para ganhar um bilhete duplo para o espectáculo de 13 de Agosto. Temos um total de dez bilhetes duplos para oferecer para este espectáculo. No entanto, se não tiver sorte desta vez, fique atento, pois nas próximas semanas iremos oferecer mais bilhetes duplos para este espectáculo. “Portugal à Gargalhada” é a mais recente Revista de Filipe La Féria que junta em
[ RICARDO RODRIGUES. PHOTOGRAPHY
palco um elenco absolutamente irrepreensível encabeçado por Marina Mota, Joaquim Monchique, José Raposo e Maria João Abreu, ao lado de um leque de jovens actores e cantores de qualidades artísticas multifacetadas, tais como Paula Sá, Ricardo Soler e ainda Patrícia Resende, Filipe Albuquerque, Bruna Andrade, David Mesquita, Paulo Miguel e um exímio corpo de baile com coreografias assinadas por Marco Mercier. A música está a cargo de uma grande orquestra dirigida
por Mário Rui. La Féria escreveu, musicou, encenou e criou os cenários desta nova grande aposta que é uma homenagem à cidade de Lisboa, e tal como acontece sempre nos seus trabalhos, fez-se acompanhar de um leque de profissionais como o Mestre José Costa Reis que assina figurinos e telões, Helena Rocha na dramaturgia e Nuno Guerreiro na assistência de encenação. Um espectáculo a não perder, com a assinatura de qualidade de Filipe Lá Féria.
SEXTA FEIRA 08.AGOSTO.2014
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PARTICIPAÇÃO - AGRADECIMENTO
PARTICIPAÇÃO - AGRADECIMENTO
Sua irmã, sobrinhos e restante família, têm o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente muito querido e de agradecer reconhecidamente, a todos quantos se dignaram acompanhá-lo á sua última morada, bem como aos que das mais diversas formas lhes manifestaram pesar.
Seus filhos, neto e restante família, têm o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente muito querido e de agradecer reconhecidamente, a todos quantos se dignaram acompanhá-lo á sua última morada, bem como aos que das mais diversas formas lhes manifestaram pesar. AGÊNCIA FUNERÁRIA COSTA * SETÚBAL * TELEF. 265 523 496 www. funeráriacosta.com
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Tempo em Setúbal
PARTICIPAÇÃO - AGRADECIMENTO E MISSA DE 7º DIA
AGÊNCIA FUNERÁRIA JOLIBER
OP/ 0276
O Setubalense está online
Oferece-se
6ª FEIRA
Seu esposo, filhos, noras, netos e restante família vêm por este meio participar o falecimento da sua ente querida, cujo o seu corpo se encontra em Câmara Ardente na Capela do Socorro realizando-se o funeral hoje dia 8 pelas 10.00 horas para o Cemitério Nossa Senhora da Piedade, agradecendo desde já a todas a pessoas que se dignarem a acompanhar à sua última morada ou que de outra forma lhes manifestarem o seu pesar. Mais informam que se irá realizar Missa de 7ºDia, quarta - feira dia 13-08-2014 pelas 18.00 horas na Igreja dos Grilos em Setúbal.
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Protecção Civilde Setúbal 800 212 216 Protecção à Floresta 177 Táxis 913 201 015 935 910 222 962 012 727 TST Setúbal 265 009 721 LINHA DE EMERGÊNCIA Bombeiros Sapadores de Setúbal 265 522 122 Bombeiros Voluntários 265 523 523 Protecção Civil 265 523 223 Cruz Vermelha Portuguesa 965 394 3910
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SOCIEDADE
SEXTA FEIRA 08.AGOSTO.2014
Ausência de novos golfinhos no Sado preocupa Quercus A POR ROGÉRIO MATOS
comunidade de roazes corvineiros no Rio Sado tem vindo a diminuir desde há dois anos e a ausência de nascimentos este ano está a preocupar a Quercus. A associação ambiental entrega à poluição das águas a principal responsabilidade pela fragilidade do ecosistema em que os golfinhos estão inseridos. “A actividade agrícola contribui em grande parte para a contaminação da flora no Estuário do Sado que, por seu lado, contamina o leite materno dos golfinhos”, explica Carla Graça, presidente do Núcleo Regional de Setúbal da Quercus, que adverte ainda para a realização de um estudo mais aprofundado sobre o assunto, para serem tomadas medidas mais eficazes na resolução do problema. Em 2013, o mais novo membro da comunida-
de, Sapal, acabou por falecer cerca de duas semanas após o nascimento e, este ano, ainda não houve inserção de golfinhos provenientes de outras comunidades na residente do Estuário do Sado, casos que são frequentes. Em 2012, a comunidade possuía 29 elementos, sendo que nos anos anteriores vinha sendo registado um aumento gradual numa média de dois nascimentos por ano. Com o desaparecimento em 2013 do golfinho mais velho, o Asa, do adolescente Bocage e do Sapal, passaram a existir na população de roazes do Sado cinco crias, quatro juvenis e 18 adultos, num total de 27 elementos que perduram este ano. Porém, com a grande predominância de elementos já bastante adultos e sem a renovação da espécie, é de prever que o número volte a baixar ainda este Verão. No sentido da protecção da espécie, a Reserva Natural do Estuário do
Sado (RNES) tem desenvolvido acções de formação sobre a preservação dos golfinhos onde participam diversas entidades que atuam neste local, sendo o principal objectivo a consciencialização ambiental. Carla Graça entende que estas acções de formação devem ser estendidas aos proprietários de produções agrícolas “que muitas vezes excedem na quantidade de pesticidas utilizados”. Por outro lado, o melhor tratamento das águas residuais urbanas, aliado à menor actividade das indústrias, fruto do abrandamento da economia, “tem minimizado o impacto na Reserva Natural do Estuário do Sado, mas tal ainda existe e a sua origem está muito bem identificada, ao contrário das explorações agrícolas”. “Até 2008, eram os próprios pescadores a queixar-se da muito baixa qualidade do pescado no Estuário do Sado, que era impróprio para
[ DR
Este ano ainda não terá nascido nenhum golfinho na comunidade residente do Sado
consumo”, diz a presidente do Núcleo Regional de Setúbal da Quercus, que entrega as responsabilidades à contaminação dos sedimentos no fundo do rio por parte das indústrias. Os primeiros estudos da população de roazes do Sado datam do início dos anos 80. Nessa altura contaram-se perto de 40 golfinhos, mas nas úl-
timas décadas registou-se um declínio. Nos anos 90, o número de roazes manteve uma média de 30 indivíduos. Em 2005, chegou a contar-se apenas 22 animais. O aumento do número de roazes no Sado até 2012 pode estar relacionado com o facto de se ter deixado de registar a emigração de alguns ani-
mais desta população, por outro lado, com o sucesso reprodutor deste grupo, uma vez que a taxa de sobrevivência das suas crias passou a superar os 80 por cento. Entre 1998 e 2005, registou-se o nascimento de 14 crias e apenas três ficaram na população. Entre 2005 e 2011, nasceram 11 crias e nove sobrevivem.
Arrábida em destaque Entidade espanhola parceira na National Geographic de Centro de Gestão de Emergência em Setúbal
[ DR
A
POR VERA MARIANO
A
serra da Arrábida está em destaque na edição de Agosto da prestigiada revista National Geographic com uma grande reportagem e um mapa destacável, onde são sublinhadas as principais riquezas e pontos de interesse da Arrábida. Com texto do jornalista Paulo Jorge Carmona e fotografias de Luís Quinta, o artigo “Arrábida a Descoberto” refere-se a este território com “milhões de anos para contar” como um reservatório de “co-
nhecimento, património e histórias por contar”. “Poucos territórios naturais foram tão estudados em Portugal como a Arrábida e, no entanto, ela guarda ainda incontáveis segredos e tem o poder de contagiar o visitante, tornando-o viciado nos seus pequenos mistérios”, refere a revista. O jornalista Paulo Carmona percorreu alguns caminhos da Arrábida, observou a fauna e vegetação únicas na Europa e até a nível mundial e faz um pouco a história da evolução deste território, ilustrada com fotografias do
património desta área protegida. Está também em destaque a beleza e a importância geológica das grutas existentes na serra. O artigo refere ainda o facto de, apesar de ter um grande “conjunto de riquezas”, a candidatura da Arrábida a Património Mundial não ter sido aprovada pela UNESCO, o que “defraudou as expectativas da região”. O mapa destacável no interior da revista é um bom guia para quem quer visitar a Arrábida pela primeira vez, mas também ajuda aqueles que já a conhecem a conhecê-la ainda melhor.
ASELF - Asociación Española de Lucha Contra el Fuego será uma das entidades internacionais que vai desenvolver parcerias, em Setúbal, com o CIGE - Centro Internacional de Gestão da Emergência, um projecto que a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários está a desenvolver desde 2013. A colaboração com a ASELF, entidade que se pode equiparar à Liga dos Bombeiros Portugueses, foi estabelecida em protocolo assinado entre representantes das duas entidades no fim de Julho passado. A associação espanhola – que representa o CTIF (Comité Técnico Internacional do Fogo) − compromete-se,
no documento, a integrar a associação que será constituída para a criação do CIGE, entidade na qual está prevista a participação, além da AHBVS, de várias entidades privadas e públicas. A parceria estabelecida com a ASELF incide na partilha de conhecimento técnico, disponibilização de formadores qualificados e fornecimento de know-how, quer por parte da associação a constituir, quer por parte desta organização espanhola. A AHBVS - Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Setúbal assinou, desde o princípio deste ano, protocolos semelhantes com seis entidades públicas e 21 entidades privadas. A Liga dos
Bombeiros Portugueses está entre as entidades a quem foi proposto idêntico protocolo e que estão ainda a apreciar o projecto. O CIGE deverá ocupar uma área com 3,5 hectares, na zona da Mitrena, e, segundo o presidente da AHBVS, José Luís Bucho, “será único em Portugal pela quantidade qualidade dos simuladores” que albergará. O centro está vocacionado para dar formação teórica e prática na área da protecção civil, mas também a empresas, a instituições públicas e a tripulantes de navios. Um Centro de Interpretação de Riscos Naturais e Tecnológicos e um Centro Documental são outras duas valências do centro.
festas tróia de
SEXTA-FEIRA 08.AGOSTO.2014 08.A
N.º 69 | Ano 1 | 4.ª Série
[ FOTOS: DR
Mais de 500 anos de devoção
A
s tradicionais festas em honra de Nossa Senhora do Rosário de Tróia já têm mais de 500 anos de história e homenageiam a santa padroeira dos pescadores de Setúbal. Uma tradição que é aguardada durante todo o ano com muita ansiedade pelos pescadores, que aproveitam não só para pedir protecção e dias melhores no mar, mas são também três dias de férias, para descansar e conviver. As festas contam, anualmente, com a participação de milhares de pessoas, entre os que acampam em Tróia, os que não acampam mas não perdem a festa e os que assistem na Segunda-feira à tarde, na zona ribeirinha de Setúbal, ao regresso dos pescadores com Nossa Senhora de Tróia a “liderar” o círio fluvial. Este
é considerado um dos pontos mais altos do evento que começa hoje, mas que já teve antes os três dias de tríduos na igreja de São Sebastião. Os barcos engalanados, cada um transportando o seu santo, a comida e as bebidas na bagagem para três dias de muita animação, a devoção à padroeira dos pescadores e o pedido de protecção para mais um ano de trabalho, o convívio, o baile, as brincadeiras na praia, a procissão na Caldeira e os círios fluviais… Será assim mais um ano daquelas que por todos os setubalenses são chamadas de “Festas da Caldeira”.
As festas decorrem entre 9 e 11 de Agosto
Rosário Mãe de Tróia Na Tróia o povo varino Junto ao sereno Sado Deixava a sua bateira. Como fiel peregrino Na Tróia do passado Acampava na Caldeira. Mal as giestas floriam Juntava-se a varinagem Debaixo da sua vela. Fogueiras à noite ardiam Sã era a camaradagem Com Rosário na capela. Mãe Rosário Padroeira Que a Tróia deste fama Com teu milagre sagrado. Põe na praia a bateira Que de areia, faço a cama E da vela, o meu telhado. Carlos Crispim
II |
FESTAS DE TRÓIA
SEXTA-FEIRA 08.AGOSTO.2014
Festas de Nossa Senhora do Rosário de Tróia precisam de mais apoios e voluntariado
Apesar de ter boas expectativas, o coordenador da comissão organizadora das festas em honra de Nossa Senhora do Rosário de Tróia, que se realizam entre os dias 6 e 11 de Agosto, deixa transparecer as suas preocupações relativamente aos custos da realização do evento religioso. Armando Oliveira pede mais apoios financeiros à festa e apela também a uma maior participação de voluntários, na organização da mesma. [ DR
Barcos que transportam as imagens
POR VERA GOMES
A
s festas de Nª Srª do Rosário de Tróia, que se iniciam na paróquia de S. Sebastião e se prolongam até à Caldeira de Tróia, têm cada vez mais participação popular, sendo que, durante os três dias de acampamento, contabiliza-se um movimento de cerca de 10 mil pessoas. “É uma festa que já tem uma dimensão muito grande e é uma grande responsabilidade para nós”, refere o coordenador da comissão organizadora, em declarações a O Setubalense. “Somos apenas cinco pessoas e começamos a organizar a festa em Maio”, acrescenta, indicando que a preparação é feita durante os fins-de-semana, dado que os membros da comissão têm outras ocupações, sendo que a maioria são pescadores. Para que nada falte durante os três dias de acampamento, a organização prepara a electricidade, a água, o som, os sanitários e os pavilhões para fazer as refeições e receber as entidades convidadas. Nestas montagens, além dos membros da comissão, existem “outras cinco ou seis pessoas que, voluntariamen-
Setúbal - Tróia “João Francisco” – Nossa Senhora “Jesus Nazaré” – São Pedro “Benhur” – Sagrado Coração de Jesus “Júlio António” – São Sebastião “Nau do Sado” – Menino Deus “Carolina Conceição” – São José “Virgem Medianeira” – São Vicente “João Elsa” – Anjo da Guarda “Marta Filipa” – Santa Conceição Tróia - Setúbal
te, nos ajudam”. No entanto, Armando Oliveira revela a necessidade de haver um interesse mais abrangente por parte da juventude que participa nesta centenária manifestação religiosa. “Eu tenho 57 anos, e os outros membros são ainda mais velhos que eu. Precisamos de pessoas jovens que nos ajudem e dêem continuidade ao nosso trabalho”, manifestou o responsável, que coordena a comissão festeira há 25 anos. O organizador alerta também para a falta de respeito e colaboração por parte de alguns campistas que não recolhem os seus detritos, após a festa. “Nós criamos as condições para todos e as pessoas tam-
bém têm que nos dar condições a nós, para quando desmanchamos tudo, as coisas estejam minimamente limpas. Chegamos a andar desde as 6h da manhã até à hora de almoço, a recolher o lixo que as pessoas deixam”.
Apoio financeiro insuficiente Embora estes percalços sejam desagradáveis, existem outras dificuldades, bem mais angustiantes, como a falta dinheiro para fazer face a todas as despesas, inerentes à realização dos festejos, estimadas em cerca de 40 mil euros. Valor bastante superior ao do ano passado, dado que, recentemente, houve a necessida-
de de realizar obras na Capela da Caldeira, tendo sido substituída parte do telhado, por cima da sacristia, e os portões, que estavam em muito mau estado. O apoio das entidades oficiais não tem faltado, mas é insuficiente para financiar a totalidade desta festa secular. De acordo com o coordenador da comissão, a Câmara Municipal de Setúbal dá cerca de mil euros; a Câmara Municipal de Grândola fornece o gasóleo e 250 euros; as juntas de freguesia de S. Sebastião e da União das Freguesias de Setúbal também dão o seu contributo, assim como os pescadores e alguns estabelecimentos comerciais. A
“Mãe do Mar” - Nossa Senhora “Filipe Pedro” - São Pedro “João Francisco” - Sagrado Coração de Jesus “Até Amanhã Camarada” - São Sebastião “Pajó” - Menino Deus “Cinco Estrelas” - São José “Sónia e João” - São Vicente “Senhora do Amparo” - Anjo da Guarda “Maria Ajuda” - Santa Conceição
restante verba é conseguida através dos peditórios, em Setúbal e em Tróia, durante a procissão. “Quero frisar que as entidades da cidade olham para a festa da Tróia como se fosse uma coisa delas. Chego a qualquer entidade e tratam-me como se fosse uma pessoa da casa e fazem o seu melhor para resolver os problemas da comissão, seja a PSP, a GNR, as autarquias, os bombeiros…”, esclarece Ar-
mando Oliveira. Muito embora a organização da festa implique “muito trabalho e sacrifício”, o responsável alega que se sente “realizado ao pertencer a este grupo, que comigo organiza a festa da Tróia” e mostra a sua vontade de continuar a “trabalhar e participar na festa, porque como cristão, tenho a minha fé, e, enquanto tiver forças, hei-de continuar”.
Programa para três dias de animação A manifestação religiosa tem início no dia 6 de Agosto, às 21h30, com o tríduo em honra de Nossa Senhora do Rosário de Tróia, na Igreja de São Sebastião, que se prolonga até dia 8. No sábado, dia 9, realiza-se a missa por alma dos marítimos falecidos, na Igreja de São Sebastião, logo pelas 9h30. Isto porque, a maré não permite que a eucaristia se rea-
lize durante a tarde, como é habitual. Às 14h10 dá-se início à procissão, desde a Igreja de São Sebastião, até Tróia, com a Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Setúbal e a Banda Musical Charranga de Sarilhos Grandes. Já na Caldeira de Tróia, a procissão de velas, pela praia, está programada para as 21h30, seguida, meia hora depois, de um baile com o Vocalista João Carlos.
A missa e a procissão pela praia, com a Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Setúbal e o Grupo Musical Charranga de Sarilhos Grandes, realiza-se no domingo, dia 10, pelas 10h30. Durante a tarde, a partir das 16 horas, têm lugar alguns divertimentos na praia e, às 17 horas, tem início o concurso de barcos engalanados. O baile, programado para as 22 horas, se-
rá animado pelo artista André Patrão e, por volta da meia-noite, é libertado o fogo de artifício que fecha a última noite da festa na Caldeira. Na segunda-feira, dia 11, é celebrada a missa por alma dos marítimos falecidos e seus familiares, às 10h30. Seguem-se os divertimentos na Praia, a partir das 11 horas e, meia hora depois, são distribuídos os prémios do concur-
so de barcos engalanados. O círio fluvial, de regresso a Setúbal, parte de Tróia às 16 horas, percorre a frente da praia e atravessa o rio, em direcção ao Hospital do Outão. Ali, realiza-se uma paragem, onde o padre faz uma pequena introdução. A viagem prossegue pela margem esquerda do Sado, até à imagem de Nª Srª do Cais, no Jardim da Praça da Repúbli-
ca, onde é feita nova paragem para saudar a padroeira dos pescadores de Setúbal, e o padre faz novamente uma locução. A romaria termina na Doca das Fontainhas, onde é feita a última introdução e é deixado um agradecimento às pessoas e entidades que apoiam a festa. Finalmente, as imagens regressam novamente a Tróia, onde permanecem por mais um ano.
FESTAS DE TRÓIA
SEXTA-FEIRA 08.AGOSTO.2014
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Animação e desejo de futuro risonho na pesca comandam o pescador rumo à Caldeira [ FOTOS: DR
tem muito a tradição”. Na próxima Terça-feira, estão mesmo previstas vagas de quatro metros para toda a costa. Com o final das festas, Carlos Rebelo já tem em agenda idas ao mar para Terça-feira e o optimismo é evidente.
POR ROGÉRIO MATOS
A
embarcação Júlio António é responsável este ano, tal como em 2013, por transportar o santo patrono de Setúbal São Sebastião para as tão aguardadas Festas em Honra de Nossa Senhora do Rosário de Tróia, num fim-de-semana com muita animação, convívio e esperança na vinda de melhores tempos para os pescadores. Este espírito espera por todos aqueles que vão rumar à Caldeira, sejam profissionais da pesca e suas famílias, sejam turistas e apreciadores deste tipo de eventos ao ar livre, com muita mosca à mistura na margem sul do Sado. A embarcação Júlio António, cujo mestre Carlos Rebelo venceu no ano passado o concurso dos barcos engalanados, terá um total de 160 metros de fitas ornamentais da ré à proa, onde estará Santo António. 16 fitas com dez metros cada, das quais seis azuis, outras seis brancas e quatro amarelas, respeitando a cor da embarcação. “Já são muit o s anos a particip a r nestas festas, desde os tempos de criança”, conta a O Setubalense Carlos Rebelo, pescador com 34 anos de carreira que leva consigo para as festas a mulher, duas filhas, respectivos genros e netos. Maria Bela, esposa de Carlos Rebelo, refere o grande investimento feito para ornamentar a embarcação para a “festa da Caldeira”, mas em nada se arrepende, já que “é tudo pela tradição que deve ser honrada pelos pescado-
Revitalização da pesca é conversa que traz desânimo Ao falar da profissão do mar, não se pode deixar de referir as já avançadas idades que os pescadores em Setúbal possuem e devido ao desinte-
res”. “Estas festas mexem com todos os pescadores porque já vêm dos tempos de crianças e nada muda com o passar dos anos, o que é muito bom”, desabafa Maria Bela.
Marisco, peixe assado e grelhados na ementa para o fim-de-semana A ementa na Caldeira depende, claro, da opção de cada embarcação, mas Maria Bela conta que não vai faltar variedade gastronómica na altura de alimentar a família que
vai ter a bordo. “No Sábado, o almoço vai ser peixe assado, já o jantar será galinha à cabidela”. Pelo meio, há sempre uma grande quantidade de cerveja partilhada por todos os pescadores e que já é um mote das festas, devido às grandes celebrações e animação potenciadas por mini atrás de mini. “Há sempre um grande abuso de cerveja mas o que há a fazer?”, questiona Maria Bela. N o Domingo, por ser dia de procissão na Caldeira, a família Rebelo conta para o almoço com carne grelhada, seguida de um jantar composto por marisco. Carlos Rebelo conta que a procissão no Domingo é sempre “muito linda” e seguida por todos sem excepção. “Almoça-se mais tarde que o costume, mas vale a pena”, explica o pescador. Já a Segunda-feira, “o dia do enjoo” do álcool e comidas em excesso, é dedicada à preparação dos bar-
cos para a romaria de volta a Setúbal. “Por ser um evento mais sério e com cuidados extras, quase ninguém abusa nesse dia de forma a evitar um acidente no mar”, diz Carlos Rebelo, que classifica esta romaria como o ponto alto de todas as festas, devido ao mar de gente que aflui à zona ribeirinha de Setúbal para assistir às embarcações ornamentadas transportando os santos.
Marés Vivas de Agosto levam consigo o caranguejo pelado Coincidência ou não, as Festas em Honra de Nossa Senhora de Tróia adivinham todos os anos a ocorrência das maresias e marés vivas, com vagas de quatro metros. Esta agitação marítima é bastante boa para a pesca, uma vez que leva consigo o caranguejo pelado que, para os pescadores com redes, ar-
ruína o pescado e obriga muitas vezes às tradicionais senoites ou madrugadas. Ao invés de deixarem a rede de um dia para o outro no mar de forma a apanhar maior quantidade de pescado, as senoites realizam-se ao pôr-do-sol, ou madrugadas durante o nascer do sol, altura em que há maior movimentação por parte dos cardumes e não há grandes hipóteses para os caranguejos alimentarem-se do peixe capturado nas redes. “Este Verão, o pouco peixe que se aproveita rende muito para o pescador”, diz Carlos Rebelo, referindo-se ao custo, por exemplo, do linguado que no Inverno está nos seis euros e nesta altura sobe para mais de 20 euros por quilo. “É esta previsão quase certa de bom agoiro para a pesca que leva a que a animação na Caldeira seja constante e a maior parte dos pescadores que a frequentam sejam fiéis e respei-
resse geral das novas gerações em embarcar numa vida dedicada à pesca, a perspectiva de futuro para o sector está colocada em causa já num futuro bastante próximo. “Daqui a 20 anos, é possível que só haja meia dúzia de embarcações na Doca dos Pescadores”, reflecte Carlos Rebelo que, com 34 anos de actividade, pondera daqui a cinco ou seis anos, abandonar a actividade profissional e dedicar-se à pesca de recreio, “muito mais calma e que permite passar mais tempo com a família, ao mesmo tempo que põe comida no prato”. Sem perspectiva de passar a embarcação para os familiares mais próximos, Carlos Rebelo desabafa. “Se os netos optarem por esta profissão ficam com o barco, mas a pesca tem muito má fama junto dos mais jovens que optam na grande maioria por algo com os pés assentes na terra”, conclui.
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SEXTA-FEIRA 08.AGOSTO.2014
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CIDADE
SEXTA FEIRA 08.AGOSTO.2014
Câmara aprovou medalhas para entregar no Dia da Cidade
A
Câmara de Setúbal aprovou Quarta-feira, em reunião pública, a lista de personalidades e entidades que serão homenageadas este ano, no feriado municipal, com a Medalha de Honra da Cidade. O músico Mário Regalado, autor do tema “Rio Azul”, será um dos homenageados a título póstumo, bem como o conhecido empresário Álvaro Dias, falecido recentemente. No Dia de Bocage e da Cidade, 15 de Setembro, o Município sadino distingue anualmente um grupo de cidadãos e de instituições com “actividade desenvolvida no concelho de forma particularmente notória e nas mais diversas áreas”. Em 2014, na área “Actividades Culturais”, a autarquia atribui ao estilista António Simões e ao artista plástico Humberto Marçal a Medalha de Honra da Cidade. Na mesma classe, a título póstumo, serão
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epois de mais de 16 anos à frente da Casa das Sandes, os proprietários entendem que é altura de passar o negócio a quem queira pegar neste que sempre teve grande influência na baixa setubalense e que, apesar da crise, nunca baixou a qualidade do serviço. A sempre sorridente Dona Fernanda explica a O Setubalense o segredo por detrás do negócio que, tal como no início da actividade, continua a ser uma referência para os mais jovens e para quem quer tomar uma refeição na baixa, constituindo até uma concorrência bastante forte à cadeia de fast food Mac Donalds, instalada a poucos metros. “Os fornecedores são os mesmos desde sempre e como os clientes continuam a voltar não mudo por nada”, admite Fernanda Wergikoski.
Clube Setubalense promove debate sobre jogos electrónicos O
Clube Setubalense promove hoje, pelas 19h00, na sua sede, um jantar/debate sobre “O vício dos jogos electrónicos”, que conta a com a presença de especialistas sobre a matéria. Onde estão os rapazes? Será que se justifica a criação dos jogadores anónimos do mesmo modo que existe os alcoólicos anónimos? Será que alguns de nós estão a deixar de viver a sua vida para viver nestes mundos virtuais? São estas algumas das questões sobre as quais os es-
pecialistas vão reflectir durante a iniciativa, “Há familiares aflitos e gostariam de ter mais informação sobre esta praga que se abateu sobre os jovens portugueses, os rapazes em particular, sentados horas a fio sem ligar a mais nada. Sabe-se que 90% dos viciados neste tipo de jogo são rapazes, ficam horas a fio em frente à consola ou ao computador. Será mesmo um problema? Onde estão os rapazes?”. É este o mote do debate lançado pelo Clube Setubalense,
Câmara responde a reparo a i n da homenageados o músico e célebre autor de “Rio Azul”, Mário Regalado, o bancário Álvaro Pinto e o escritor Miguel de Castro. Em “Ciência e Tecnologia” as distinções deste ano recaem na gestora Isabel Vaz, nas professoras aposentadas Maria de Fátima Viegas e Ana Maria Fortuna, e ainda nos agrupamentos verticais de escolas Cetóbriga e de Azeitão.
Na classe “Desporto”, além do gestor desportivo e antigo presidente da Federação Portuguesa de Natação Paulo Frischknecht, a lista de homenageados contempla a atribuição de uma medalha, a título póstumo, ao antigo bancário e árbitro de futebol Fernando José Valério. A família Mateus, que há três gerações mantém viva a arte ancestral da olaria, é homenageada com a Medalha de Honra da Cidade na classe “Indústria”.
Em “Paz e Liberdade”, a medalha será entregue a título póstumo ao empresário Álvaro Dias, criador da empresa gráfica Armazém Papéis dos Sado, antifascista que foi um dos primeiros vereadores eleitos para a Câmara de Setúbal, nas primeiras eleições democráticas para o Poder Local. A lista de medalhados deste ano contempla ainda, na classe “Associativismo e Sindicalismo” o bancário Florival Cardoso.
Proprietários da Casa das Sandes querem passar negócio POR ROGÉRIO MATOS
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“Há muitos que vinham quando eram jovens há 15 anos e agora voltam com os seus filhos pelo significado que esta casa tem para eles”. As constantes filas de rapazes e raparigas durante a época escolar é realmente a imagem de marca da Casa das Sandes e é a própria Dona Fernanda que conta algumas histórias engraçadas sobre a sua actividade. “Ainda há pouco tempo apareceu um homem que reconheci pela cor do olhos e depois de alguma conversa confessou-me que costumava vir aqui na altura da escola e agora, emigrado em França, faz questão de cá voltar sempre que possível”. A reforma dos proprietários não significa o abandono da actividade, já que o intuito principal é o de passar o negócio, tal e qual como está, para quem o queira aproveitar. A intenção de deixar o
negócio não passa por nenhuma quebra de actividade, como salienta Artur Wergikoski, mas por “estar na altura de aproveitar a reforma devidamente, sem horários e deveres próprios de quem gere um negócio”. Apesar de a intenção principal ser a passagem do negócio tal como está, até porque dá lu-
cro, os actuais proprietários não colocam de parte a hipótese de ver esta casa convertida num outro tipo de actividade comercial. Caso não consigam o seu objectivo e não surgir ninguém interessado, Artur e Fernanda Wergikoski continuarão no local sem fechar as portas, como asseguram a O Setubalense.
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m resposta a um reparo publicado na edição de 4 de Julho de O Setubalense, sobre um piso em mau estado com pedras levantadas junto à entrada do prédio nº 9, na Rua José Luciano de Carvalho, ao redor
3 Reparos
de uma tampa de saneamento, a Câmara de Setúbal informa que já foi resolvida a questão. Com efeito, o piso, que já se encontrava naquele estado há alguns anos, foi reparado no dia 18 de Julho.
Reparámos que junto ao prédio número 13 do Bairro 25 de Abril, antes da passadeira, no sentido Avenida Infante D. Henrique – Grupo Desportivo O independente, há uma tampa de esgoto que está solta. Esta situação pode não só representar um eventual risco de queda, mas também incomoda os moradores pelo barulho a que estão sujeitos “dia e noite”, segundo dizem, quando os carros passam por cima da tampa. A denúncia do problema foi feita em Julho do ano passado na Câmara de Setúbal e, passado um ano, a tampa continua solta. Reparámos que foi retirado um dos pilaretes que impedia a entrada de carros no Largo Joaquim António de Aguiar pela Rua Arronches Junqueiro. O largo é utilizado para estacionamento, mas a entrada de carros era apenas permitida pela Travessa do Cabral, tendo sido colocados os pilaretes para evitar a circulação vinda da Arronches Junqueiro. O pilarete foi retirado há alguns dias e colocado junto a um edifício, mas não se sabe quem o retirou. DR
[ O SETUBALENSE
Reparámos que a ponte de acesso ao passadiço da Doca dos Pescadores que está mais perto da Lota, e que foi retirada há alguns meses, continua no passeio ribeirinho, junto às estátuas dos golfinhos. Assim, o acesso ao passadiço é feito apenas por uma ponte. Para fazer reparos, pode contactar O Setubalense através do telefone 265 092 633 ou enviar para o email: redaccao@osetubalense.com
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DESPORTO
SEXTA-FEIRA 08.AGOSTO.2014
Nove anos depois a pista de Setúbal sprinta por um renovado futuro Equipamento O presidente da Associação de Atletismo do Distrito de Setúbal alerta para a necessidade de melhorar o piso da pista de atletismo. A edificação da infra-estrutura não foi factor de maior adesão à modalidade. [ FOTOS: ARQUIVO
O presidente do atletismo regional não corta a meta, antes de deixar nova sugestão. “Há muito que tentamos ver facilitado o acesso à pista, com a colocação de uma carreira que tenha paragem perto do complexo. Seria um contributo importante para encurtar distâncias e facilitar a vida aos atletas”.
POR JOAQUIM GUERRA
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naugurado em 30 de Julho de 2005, o Complexo Municipal de Atletismo de Setúbal, em Vale da Rosa, custou mais de três milhões de euros e é um dos equipamentos desportivos mais importantes do concelho. Todavia, a infra-estrutura municipal não foi sinónimo de aumento significativo do número de praticantes. Nove anos depois de abrir as portas, a pista pede obras de melhoramento, sob pena de deixar de ser um palco de eleição. A O Setubalense, Manuel Aguiar, presidente da direcção da Associação de Atletismo do Distrito de Setúbal, não hesita em considerar que “a pista, ao longo desde anos, tem dado um grande apoio à modalidade”. “Veio valorizar o atletismo na cidade e na região”. O dirigente associativo não esquece o suporte, fundamental, da autarquia no que respeita à aquisição de materiais e apoio logístico, mas teme pelo futuro da qualidade “de excelência” da infra-estrutura.
“A pista deve estar em condições satisfatórias...” “Foi um investimento importante para o concelho e não se pode perder depois de tanto trabalho”, alerta Manuel Aguiar O piso acusa desgaste O pavimento dos oito corredores da pista de 400 metros apresenta, por esta altura, sinais de evidente desgaste, que contrastam com a imagem de excelência que foi preconizada aquando da sua edificação. “É um problema da qualidade do pavimento que foi escolhido e que desde, há dois ou três anos, tem revelado uma degradação preocu-
pante”, aponta o presidente da associação de atletismo. Manuel Aguiar tem alertado, publicamente, para o mau estado do piso e por isso, reivindica uma intervenção, tão rápida quanto possível. “A pista deve estar em condições satisfatórias para os atletas que a procuraram. Agora, se deixarem continuar esta degradação vamos ficar sem pista. Foi um investimento importante para o concelho e
não se pode perder depois de tanto trabalho para a vermos construída”. Alerta.
Maior projecção e uma paragem O complexo desportivo é utilizado por grande parte dos cerca de 800 atletas filiados na associação ao abrigo de um protocolo celebrado desde o início com a câmara sadina, que é renovado anualmente. Um lugar de eleição que, além
Cativar é tarefa difícil
do normal treino e de provas pontuais, poderia ter outra finalidade. “A pista merecia ter mais dinâmica. Maior presença a nível nacional. Fazer dali um centro de treinos, de apoio a atletas de alta competição, mesmo a nível internacional, que permitiria tirar maiores proveitos e projectar a sua qualidade”, avançou Manuel Aguiar, há 29 anos na frente da gestão associativa.
A chegada da pista de atletismo a Vale da Rosa, por si só, não trouxe mais atletas. Uma garantia deixada por Manuel Aguiar, que continua a tentar, junto dos emblemas sadinos, uma maior aposta no incremento da modalidade. “Não tem sido fácil sensibilizar os dirigentes para esse propósito. Por isto ou por aquilo, os clubes não aderem e não veem a importância que a modalidade pode ter no seu seio”. Recorde-se que esta época, a associação festejou, entre outros títulos, o 2.º lugar no Olímpico Jovem.”Fizemos história, fruto do bom trabalho que tem sido realizado na formação”.
Setúbal Vitoriana Ana Cachola Vice-título europeu AF vai arrancar aponta ao Mundial de judo saudado na Câmara com sorteios O O O [ DR
s judocas vitorianos Ana Cachola, João Martinho e Patrícia Matias estão em Anadia, envolvidos na primeira fase do estágio de preparação, que decorre em Anadia, até domingo, com vista ao Mundial de Seniores. Os três atletas do Vitória regressam a Norte, no dia 12, para integrarem a segunda etapa do estágio, que terminará no dia 16. A jornada de preparação dos judocas tem, no que respeita à representatividade do emblema sadino, em Ana Cachola a principal protagonista, uma vez que será a única com participação garantida no mundial da modalidade, competição agendada para
Ana Cachola continua empenhada em garantir uma presença nos Jogos
realizar-se entre os dias 25 e 30 deste mês, em Chelyabinsk, na Rússia. Recorde-se que Ana Cachola, nas suas primeiras provas internacionais pelo Vitória, disputadas recentemente, foi 5ª classifica-
da nos opens pan-americanos de Santiago do Chile e de Miami, conquistando 40 pontos para o apuramento olímpico, qualificação que vai continuar a perseguir até aos Jogos do Brasil.
Seleccionador Nacional da equipa de futebol sub-19, e antigo jogador e treinador do Vitória, Hélio Sousa, foi alvo de uma saudação institucional, promovida, esta quarta-feira, pelos vereadores socialistas da Câmara de Setúbal, à qual se associaram todos os demais representantes políticos da edilidade. “Parabéns Hélio Sousa, parabéns ‘Eterno Capitão’ intitulou a saudação, que felicitou a campanha da equipa lusa no último Europeu, onde conquistou o vice-título.”Este feito orgulha-nos na qualidade de portugueses, mais orgulhosos ficamos sendo o Hélio, co-
mo diria Jorge Nice, um ‘setubalense de gema’. Lê-se na felicitação. Recorde-se que Hélio Sousa representou o Vitória durante 24 anos, clube no qual foi capitão e treinador da equipa profissional, pela qual ganhou a terceira Taça de Portugal para os sadinos. Vestiu por 49 vezes a camisola das ‘quinas’ e foi Campeão Mundial sub-20, em 1989. A saudação foi extensiva ao jovem jogador sadino João Nunes, actualmente ao serviço do SL Benfica, “que, como defesa-central da seleção nacional sub-19, também se sagrou vice-campeão europeu do escalão.
s campeonatos distritais de juniores e juvenis (futsal) e juvenis, II divisão, e iniciados, I divisão, em futebol, vão realizar-se no próximo dia 22, às 15h30, e serão as primeiras quatro provas organizadas pela AF Setúbal a conhecer o calendário para a época 2014/15. Para o dia 25, às 21h30, estão marcados os sorteios referentes ao campeonato sénior da I divisão e Taça AFS, ambos em futebol sénior. Para já, a associação reservou o dia 29 para sortear as provas de iniciados (I divisão), juniores (I divisão) e infantis. Todas em futebol.
DESPORTO
Procura-se uma referência para dar ânimo ao ataque Pré-época A equipa do Vitória mostra necessidade de encontrar um goleador. Na quarta-feira, ao oitavo jogo particular, os vitorianos perderam, por 1-0. O treinador Domingos Paciência pede mais dois reforços.
[ A-GOSTO.COM
RESULTADO
0 1 VITÓRIA
WAC Casablanca
No teste contra os marroquinos o jovem médio brasileiro João Schmidt actuou na primeira parte e foi dos melhores sadinos em campo
POR JOAQUIM GUERRA
O
s cerca de 500 adeptos que viram, pela primeira vez, esta quarta-feira, a equipa de futebol profissional do Vitória actuar no relvado do Complexo Municipal de Atletismo de Setúbal, devem ter saído algo inquietados com a produção ofensiva da equipa. Naquele que foi o oitavo jogo-teste da pré-temporada, frente aos marroquinos do WAC Casablanca, os sadinos apresentaram-se melhor na etapa inicial, mas mostraram que a rotação do motor ainda está intermitente. O treinador Domingos Paciência reconhece que ainda há peças por encaixar (um ponta-de-lança e um lateral-direito), mas mostra confiança para o futuro. Foi a alguns metros do local para onde esteve prevista a construção de um novo estádio para o Vitória, que os sadinos efectuaram o seu segundo particular de pré-época em terras setubalenses. Um teste para o qual o técnico vitoriano nomeou oito reforços para entrar de início, dois dos quais (Hélder Cabral e Manú), acabados de chegar (ver caixa). E, nos primeiros 45 mi-
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nutos, em que o Vitória foi superior ao adversário (muito fechado), foram mesmo as caras novas a dar mais nas vistas, pela positiva. Manú foi dos que mais teve a bola nos pés nas incursões ofensivas da equipa. Dotado de boa qualidade técnica, não se esgotou nos extremos, fazendo diagonais interiores e ajudando a defender. O experiente jogador mostrou ter certificado de garantia. Aliás, Manú foi o protagonista do lance que originou, aos 21 minutos, a melhor oportunidade de
todo o jogo para os sadinos marcarem, depois de sofrer falta, que o árbitro entendeu merecedora de penálti. Ocasião, que Miguel Pedro veio a desperdiçar, permitindo a defesa ao guardião marroquino. Por seu turno, o defesa-esquerdo, Hélder Cabral, ainda que tal como Manú, apresentasse alguma falta de ritmo, foi bastante para suster os ímpetos marroquinos pelo seu lado e teve sempre os olhos no apoio ofensivo. Mostrou estar na linha da frente das primeiras opções.
Hoje é com o Pinhalnovense N
a agenda dos jogos de preparação dos vitorianos, esta manhã, no relvado do complexo desportivo em Vale da Rosa, a partir das 10h30, o opositor será o Pinhalnovense. A equipa do Campeonato Nacional de Seniores (CNS), agora treinada por Quim, e que conta com vários atletas cedidos pelo Vitória, no âmbito da parceria encetada esta época entre os dois clubes, vai testar os comandados por Domingos Paciência.
um dia antes de novo amigável a realizar com o Moura. Para amanhã, às mesma hora e no mesmo local, há novo particular, com os alentejanos do Moura, conjunto treinador pelo ex-vitoriano Bruno Ribeiro, que vai competir também no CNS. Refira-se que, em ambos os jogos, a entrada para os sócios com as quotas em dia será gratuita. O público em geral terá que pagar cinco euros.
Quem estará nas contas do treinador para assumir a titularidade será João Schmidt. O médio brasileiro não complica, e do seu pé esquerdo nascem passes bem medidos.
[ A-GOSTO.COM
Hélder Cabral (na foto, à esquerda) e Manú são reforços
Experiência reforçada O
Vitória oficializou na quarta-feira as contratações, com vínculo por uma temporada, de Manú, extremo, e Hélder Cabral, defesa-esquerdo. Dois jogadores conhecedores do futebol nacional que chegam ao Bonfim para conferirem maior dose de experiência ao renovado plantel vitoriano. Hélder Cabral, de 30 anos, que chega a Setúbal com o estatuto de campeão do Chipre, ao serviço do APOEL, assumiu que “voltar a Portugal era uma prioridade e reencontrar o mister Domingos Paciência tornou mais fácil a decisã”. “É um orgulho enorme representar este clube com tanta história e em que os adeptos vivem o futebol de uma forma única”, afirmou. “Vou trabalhar nos limites
Declarações do Mister
Pelkas teve o golo na cabeça Na etapa complementar, o técnico optou por fazer seis alterações. A equipa não esteve tão compacta, mas ainda assim, chegou mais vezes à área marroquina, com o grego Pelkas a ser protagonista em dois lances. Primeiro, aos 53 minutos, a ser carregado com uma falta dura. Depois, logo a seguir, a ter na cabeça a oportunidade para inaugurar o marcador. Saiu a rasar o poste. Os marroquinos, mais desenvoltos, acabaram por chegar ao golo, quando o Vitória apresentava uma linha defensiva de recurso, em que Ney fez de central. Uma grande penalidade cometida por Ericson, à qual Reda vincou, aos 68 minutos, com o remate certeiro sem hipótese para Lukas Raeder. O Vitória ainda tentou marcar, mas, numa altura em que não havia um ponta-lança em campo, ficou claro a necessidade da equipa em procurar um ‘matador’.
para honrar esta camisola centenária”, concluiu o atleta que foi treinado por Paciência na Académica. Por seu turno, igualmente ao site dos sadinos, o extremo Manú, natural de Setúbal e que foi formado no Bonfim, não escondeu a satisfação de regressar a casa. “É um grande orgulho voltar à minha cidade e ter oportunidade de representar, de novo e ao fim de alguns anos, o maior emblema a Sul do Tejo. Vejo que a equipa tem muita qualidade e estou certo que iremos alcançar os objectivos a que nos propusemos. Sou mais um para ajudar o grupo e a minha entrega vai ser total.” Garantiu o sadino , que representou na última época os cipriotas do Ermis Aradippou.
Domingos Paciência
“A equipa da primeira parte esteve melhor. Já se viu muitas coisas boas. A segunda não foi tão boa, devido aos problemas com os centrais que motivou a alterações, mudando a dinâmica da equipa”. “O resultado não espelha o que foi o jogo, em que houve mais Vitória. Nós tivemos um penálti falhado e eles tiveram um que marcaram. É sempre bom ganhar, mas acima de tudo, acho que é bom ver alguns jogadores que estão melhor”. “Esta equipa, de certeza absoluta, no primeira jogo de campeonato estará de acordo com aquilo que eu pretendo. Esse é o objectivo”. “O Hélder Cabral e o Manú vêm para ajudar. Estiveram bem, apesar do pouco tempo de trabalho. Não estão ainda nas melhores condições
em termos físicos”. “O plantel não está fechado. Necessitamos de mais dois jogadores. Um ponta-de-lança e um lateral-direito para equilibrar o plantel. É natural que ainda vá sair mais um ou outro jogador (Cohene e Diogo Rosado já foram dispensados) e assim ficará o plantel definitivo”. “A equipa joga, faz circulação, tem momentos bons no jogo, agora falta realmente a questão da finalização. Quando digo que há necessidade de um ponta-de-lança é porque apesar de termos três avançados, há dois a recuperar de lesões (Forbes e Diego Mauricio) e um (Giovani) que ainda não está nas melhores condições. Por isso, há necessidade de um quarto avançado para colmatar aquilo que é , neste momento, a lacuna da equipa que é em termos de golos. Temos de marcar mais golos e isso não tem acontecido e esperemos que isso resolva o mais rápido possível”. “Esta equipa tem jogadores de qualidade e acredito que vamos conseguir os objectivos traçados, que é a manutenção”.
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REGIÃO
SEXTA FEIRA 08.AGOSTO.2014
Primeira prova equestre tem por palco Rio Frio
Exposição Sesimbra é Peixe anima marginal [ DR
Filipe Caixeirinha vai coordenar a primeira prova hípica na Herdade de Rio Frio. O novo espaço foi alvo de intervenções e ficou dotado de todas as condições para receber o “Raide Rio Frio”.
A
primeira prova hípica na Herdade de Rio Frio vai ser coordenada por Filipe Caixeirinha, instrutor e cavaleiro da equipa nacional de endurance. O “Raide Rio Frio” inclui quatro concursos de endurance: 20 km de promoção iniciação, 40 Km de promoção, 80 Km de qualificação e 80 Km de velocidade livre. Esta iniciativa é encarada pelos responsáveis da Herdade de Rio Frio como um “passo importante na consolidação do projecto”, com fins agrícolas e turísticos, que vai culminar na abertura de um hotel rural em 2017. A Herdade localizada na freguesia de Pinhal Novo, concelho de Palmela, inclui, para além da Coudelaria de Rio Frio, um Centro Hípico dotado de 52 novas boxes, balneários, zona social, vários picadeiros descobertos e instalações de apoio, assim como uma Academia de Equitação a instalar nas antigas cavalariças, picadeiro e instalações anexas. A herdade tem ainda mais de 180 km de percursos equestres e parqueamentos. As primeiras instalações serão também reforçadas com novas boxes, um picadeiro coberto, novas pistas exteriores e um
U
ma das festas mais esperadas da região e um dos mais importantes eventos do concelho de Palmela arranca dentro de um mês. A 52ª edição da Festa das Vindimas decorre entre os dias 4 e 9 de Setembro. Fortemente ligada à tradição vitivinícola do concelho e, em geral, à celebração do trabalho na terra, a Festa continua a integrar no seu programa momentos de grande simbolismo, como a Pisa da Uva e Bênção do 1º Mosto, o Cortejo dos Camponeses e os Cortejos Alegóricos, que atraem, anualmente, milhares de visitantes. A feira de vinhos da Península de Setúbal, no Largo de S. João, onde o Moscatel de Setúbal é rei, continua a ser, também, um dos principais atracti-
[ FOTOS: DR
Pólo Equestre de Rio Frio recebe a primeira prova de hipismo
Vinhos de Rio Frio já estão disponíveis no mercado
Poney Club. Vítor Costa, presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, explicou que o equipamento “foi concebido à escala da Área Metropolitana de Lisboa e permitirá realizar em Rio Frio um conjunto de actividades equestres que se pretendem de dimensão nacional e internacional e
afirmar a região como referência para o treino a prática de desportos equestres”. O projecto para a Herdade de Rio Frio inclui uma componente de vinhos e enoturismo, com base numa vinha de 118 hectares plantada nos últimos quatro anos, e cujos novos vinhos “Herdade de Rio Frio”, branco e tinto da colheita
de 2013, foram colocados no mercado durante este mês. Inclusivamente já participaram no Wine, que se realizou no Castelo de Palmela. Um dos próximos investimentos será o Hotel Rural Rio Frio, que tem conclusão prevista para 2017. José Ramos Rocha, presidente da Sociedade Agrícola de Rio Frio, explica “para além de vir a ser um centro de produção agrícola, aposta em afirmar-se também como um grande centro de lazer e atracção da região de Lisboa, vocacionado para actividades de animação turística em torno do turismo equestre, enoturismo, turismo natureza e alojamento turístico em espaço rural”. O Pólo Equestre Rio Frio, localizado na Herdade de Rio Frio, estende-se pelos concelhos de Alcochete e Palmela, ocupa uma área de 25 hectares, junto ao Monte de Rio Frio e no centro dos 5.200 hectares da Herdade. A prova é organizada pela Sociedade Agrícola de Rio Frio S.A e apoiada, além da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa (ERT-RL), pela Federação Equestre Portuguesa e os Municípios de Pamela e de Alcochete. [ DR
Festa das Vindimas de Palmela começa daqui a um mês
A zona ribeirinha de Sesimbra acolhe a Exposição do Peixe
A
Câmara de Sesimbra resolveu dar destaque ao peixe, mas desta vez com uma exposição, que está patente na Marginal e que é uma autêntica “história” da pesca ao longo dos séculos. Na exposição os visitantes terão oportunidade de ver imagens alusivas à pesca desportiva do espadarte nos anos 50, a lota na praia, as artes de pesca, o mercado ou as principais espécies
capturadas pela frota local. A mostra inclui também imagens de pratos confeccionados por restaurantes locais, que demonstram a riqueza e originalidade da gastronomia local, à base do peixe de Sesimbra. A exposição conta com a participação de empresários da área do turismo e com apoio da Câmara Municipal, que apostam em destacar a qualidade do peixe de Sesimbra.
Montijo acolhe Feira Quinhentista O
Foral Manuelino do Montijo vai assinalar os 500 anos de existência com a realização de uma Feira Quinhentista de Aldeia Galega. A Feira Quinhentista de Aldeia Galega, nome antigo do Montijo, é realizada pela Associação Cultural História e Património com apoio da Junta de Freguesia da União de Freguesias do Montijo/ Afonsoeiro, entre os dias 12 e 14 de Agosto, no Centro Histórico da Cidade. O evento propõe uma viagem ao passado, tendo como foco o ambiente social e cultural do século XVI, onde será feita a reconstituição do tipo de
mercado e produtos comercializados na época. A Feira inclui animação musical, dança, tascas típicas do período medieval, tabernas e grelhadores para comes e bebes. As lendas da Aldeia Galega do Ribatejo, nas primeiras décadas do século XVI, serão recriadas em quadros históricos. A Aldeia Galega do Ribatejo, tal como era conhecido o Montijo, recebeu a carta de foral no dia 15 de Setembro de 1514, outorgada pelo Rei D. Manuel I, dado o reconhecimento da importância da vila na rede de comunicações, na época, entre Lisboa, o Alentejo e a vizinha Espanha. [ DR
A Festa das Vindimas começa a 4 de Setembro e prolonga-se até dia 9.
vos desta festividade, local privilegiado de encontro e convívio na recta final do verão. Muita música, gastronomia, desporto, animação e exposição e venda de produtos regionais são mais alguns
dos motivos de interesse para uma visita. A anteceder a Festa, no dia 3 de Setembro, Palmela elege a sua Rainha das Vindimas 2014, numa Gala que terá lugar no Cineteatro S. João, a partir das
21h30. Na ocasião, será, também, apresentada a Marcha das Vindimas 2014. O certame é uma organização da Associação das Festas de Palmela, com o apoio da Câmara Municipal.
O Centro Histórico do Montijo vai ser palco da Feira Quinhentista
REGIÃO
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Festas de S. Lourenço animam Bacalhoa Parque [ DR
Acordo laboral da Autoeuropa defende o emprego como prioridade
A O Bacalhoa Parque recebe as Festas de S. Lourenço
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s Festas de S. Lourenço, organizadas pela paróquia local, com os apoios da Câmara de Setúbal e da Junta de Freguesia de Azeitão, começam hoje, às 20h00, no Bacalhoa Parque. Depois da inauguração segue-se a animação, que conta com a actuação do grupo “Os Arautos”. Nesta noite, realiza-se também o concerto do saxofonista Gonçalo Ferreira e baile pelo conjunto “The Pilgrims”. Os festejos continuam no dia 9 com a realização da procissão, que sai às 18h00 da Igreja de S. Lourenço para o Bacalhoa
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Coordenação Região FÁTIMA BRINCA
Parque, onde será rezada uma missa solene. A segunda noite das festas terá a animação da Orquestra Bohémia, que actua às 21h00, e duas horas depois subirá ao palco Rui Drumond, vencedor da “Voice de Portugal”. A noite termina com um baile animado pela Sociedade Filarmónica Providência. As Festas terminam no domingo, dia 10, com a realização da missa, às 11h30, na Igreja de S. Lourenço. As tasquinhas de comes e bebes, artesanato e produtos locais são também atracção nos festejos.
Comissão de Trabalhadores da Volkswagen Autoeuropa inicia as negociações do próximo acordo laboral em Setembro. António Chora, coordenador da Comissão de Trabalhadores, considera que o principal objectivo do acordo “será manter o emprego enquanto o novo modelo da VW não chega e a produção automóvel continua abaixo da capacidade da fábrica de Palmela”. António Chora defende como linhas mestras “a defesa do emprego,
[ DR
melhoria do nível de vida e das condições de trabalho". O sindicalista explica que as conversações começam depois das férias de Verão e "a aprovação depende, em primeiro lugar, de chegarmos (CT e administração) a um pré-acordo". O pré-acordo será distribuído aos trabalhadores e discutido em plenário e só depois será sujeito à votação. O actual acordo começou em 1 de Outubro de 2012 e termina a 30 de Setembro do corrente ano.
António Chora considera que a prioridade é defender o emprego
Cidade do Montijo assinala 29 anos [ DR
Canha ganha 30 camas de cuidados continuados A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo celebrou, na Quarta-feira, um contrato-programa com a Unidade de Cuidados Integrados de Canha, pertença da Santa Casa da Misericórdia, para a abertura de mais de 30 camas de tipologia de longa duração e manutenção. A cerimónia de assinatura do contrato-programa contou com a presença do vice-presidente da Admi-
nistração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, Luís Pisco, da directora do Centro Distrital da Segurança Social de Setúbal, Ana Clara Birrento, bem como dos representantes da Santa Casa da Misericórdia de Canha. Refira-se que a Unidade de Cuidados Integrados de Canha foi financiada ao abrigo do Programa Modelar, cujo investimento público ronda os 750.000 euros.
A Banda da Sociedade 1º de Dezembro actua nas Festas do Dia da Cidade
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Montijo vai estar em festa para assinalar mais um aniversário do Dia da Cidade e que terá como ponto de destaque a assinatura de contratos de execução com as Juntas de Freguesia. O 29.º Aniversário da Elevação do Montijo inclui um conjunto de iniciativas, que se realizam no
dia 14 de Agosto, com início às 16h00, no salão nobre dos Paços do Concelho. As comemorações começam com a cerimónia de assinatura dos contratos de execução entre o município e as Uniões e Juntas de Freguesia do concelho. Outro evento que assinala o Dia da Cidade será a inauguração da exposição “Faz p’Arte”, que in-
clui trabalhos de artistas do concelho, em áreas como a banda desenhada, a ilustração, o desenho, a pintura e a escultura, às 21h00, na Galeria Municipal. O público terá oportunidade de ver trabalhos de Alexandre Henriques, António Fernandes, António João Rodrigues, Daniel Maia, David Campos, Duarte Crispim, Enrique
Williams, José Fragateiro, Sara Loureiro, Sérgio Lemos e Susana Resende, até ao dia 30 de Setembro. As festividades do Dia da Cidade terminam com um espectáculo comemorativo, que inclui fado, dança, música da Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro, Grupo Coral do Montijo e o grupo AB Quinteto.
[ DR
Monte da Lagoa da Palha sofre incêndio T
odos os anos o Monte da Lagoa da Palha, na freguesia de Pinhal Novo, sofre incêndios. Este ano não foi excepção e na noite de Quarta-feira as chamas voltaram a consumir mais de um hectare e meio de feno e restolho. Os Bombeiros de Pinhal Novo foCanha passa a ter mais assistência na saúde
ram alertados para o fogo e pediram a ajuda às corporações de Palmela e da Moita. O fogo terá começado cerca das 21h30 e os bombeiros destacaram para o local 22 operacionais, três carros dos bombeiros de Pinhal Novo, um de Palmela e ou-
tro da Moita. A GNR de Pinhal Novo também esteve presente com três agentes. O Monte da Lagoa da Palha pertence à família de Xavier de Lima e encontra-se abandonado há alguns anos, onde as ervas daninhas e o restolho são alvo fácil para incên-
dios, que se verificam todos os anos, na época de Verão. Duas horas depois o incêndio foi extinto, mas as populações vizinhas continuam a correr perigo, pois há vários anos que os proprietários não procedem à limpeza dos terrenos abandonados.
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ACTUALIDADE
SEXTA-FEIRA 08.AGOSTO.2014
Feira de Sant’Iago diminuiu custos e foi “sucesso” de visitantes
[ CMS
POR VERA MARIANO
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presidente da Câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, faz um balanço “bastante positivo” da edição deste ano da Feira de Sant’Iago e revela que o orçamento final ficou em cerca de 563 mil euros, ou seja, menos 23 por cento do que no ano passado. Para Dores Meira, não restam dúvidas de que o certame foi um sucesso, tendo em conta o número de visitantes, o número de feirantes e expositores e as “reacções de agrado que o certame suscitou em muitos dos que o visitaram e fizeram questão de dar a sua opinião”. “Ao fim de dez anos naquela zona da cidade, a feira mantém a sua importância de sempre e continua a renovar-se, sempre para melhor”, sublinha. Assim, de acordo com
os registos dos funcionários da empresa de segurança que fez o controlo de acessos ao recinto do Parque Sant’Iago, nas Manteigadas, visitaram a feira em 2014 um total de 299.502 pessoas em dez dias, contra os 413.387 visitantes registados nos 15 dias de feira de 2013. Estes números significam que a Feira de Sant’Iago registou, em 2014, uma média de diária de 29.950 visitantes, mais 16 por cento do que os 25.774 visitantes diários de 2013. Quanto aos feirantes e expositores, a autarca refere que também houve um aumento de cerca de 15 por cento, num total de 182 participantes que ocuparam 208 espaços e stands, número que supera os 158 participantes de 2013. Num ano em que a feria realizou-se em apenas dez dias, ao invés dos habituais
16, pra “reduzir custos”, Dores Meira revela que o orçamento final já com IVA é de 563.583 euros, o que “representa uma redução de mais de cerca de 23 por cento em relação ao orçamento de 2013, que encerrou com uma verba de 692.417 euros”. Contudo, acrescenta a edil, “há ainda que contar com seis mil euros angariados por via de patrocínios vários”, bem como cerca de 214 mil euros dos pagamentos dos feirantes. Dores Meira defende que o certame este ano teve uma melhor organização e deu “um grande salto qualitativo” e garante que, apesar de muitas vozes continuarem a defender o regresso ao centro da cidade, “a Feira de Sant’Iago não volta à avenida Luísa Todi”. No entanto, não descarta a hipótese de ouvir “opiniões sobre outras localizações e
A feira recebeu uma média diária de perto de 30 mil visitantes
discutir essas propostas”, tal como referiu em resposta ao vereador do PS, Fernando José, que voltou a defender que a actual localização não é a indicada. Ainda assim, Fernando José reconhece que este ano houve uma melhoria na organização e “excelência em alguns novos conceitos introduzi-
dos que, no entanto, não resultam enquanto a feira estiver naquele espaço”. De salientar ainda que na área dedicada aos partidos políticos na Feira de Sant’Iago, este ano PSD e CDS-PP estiveram ausentes. Mas se o PSD avisou com antecedência que não iria marcar presença, ten-
Estado já desbloqueou verbas em atraso para Escola Profissional de Setúbal POR VERA MARIANO
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Direcção Regional de Educação de Lisboa garantiu à Câmara de Setúbal que já estão a ser processadas as transferências das verbas em atraso para a Escola Profissional de Setúbal, no valor de cerca de 700 mil euros, e que ainda esta semana (que termina hoje) o dinheiro já poderia estar nas contas da escola. A in-
formação foi dada na última Quarta-Feira, em sessão pública, pela presidente da autarquia, Maria das Dores Meira. O atraso nas transferências do Estado tem provocado grandes constrangimentos na gestão da escola, sobretudo ao nível do pagamento dos salários aos funcionários que já têm em atraso os meses de Junho e Julho, bem como o subsídio de férias. “Os trabalha-
dores, muitos dos quais já se encontram de férias, estão a atravessar momentos complicados. Esperamos receber essa verba o mais depressa possível para regularizar tudo”, disse o vereador da CDU, Manuel Pisco, que também é presidente da Fundação da Escola Profissional de Setúbal. A primeira informação de que as transferências já estariam desbloquea-
das surgiu no dia 25 de Julho, mas “as coisas correm a um ritmo lento na Administração Central e ainda estamos à espera de receber o dinheiro”, lamentou o responsável. É de salientar que a administração e os funcionários da escola protestaram no dia 18 de Julho junto ao Ministério da Educação, para exigir o pagamento das verbas em atraso. A Fundação da Escola Profissio-
nal de Setúbal está a passar por um momento de mudança, já que, legislação recente obriga à extinção da fundação, sendo que a gestão da Escola Profissional e demais actividades formativas terão de passar para uma entidade do sector do ensino particular e cooperativo. Segundo Manuel Pisco, neste momento está a ser preparada “uma proposta com uma solução para essa transição”.
Porto de Setúbal aumenta tráfego de viaturas ligeiras
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porto de Setúbal movimenta mais de 90% do tráfego de viaturas ligeiras novas, no universo dos portos nacionais, revela a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS). No primeiro semestre de 2014, foram movimentadas 78,5 mil viaturas, 60% das quais correspondem a viaturas exportadas. “Este modo de acondicionamento teve um desempenho superior em 20,4%, face a igual período do ano de 2013”, refere ainda a APSS.
[ APSS
O peso da exportação de veículos produzidos pela Volkswagen Autoeuropa continua a manifestar-se no cômputo da Carga Roll-on Roll-off no Porto de Setúbal. No primeiro semestre de 2014, foram produzidos para exportação pela fábrica de Palmela, mais de 55 mil veículos, segundo dados da ACAP – Associação Automóvel de Portugal, dos quais 45 mil saíram por Setúbal. A maioria saiu para países da Ásia, que totalizaram mais de 14 mil viaturas, incluindo o
Japão, e a carga directa para a China, para além das habituais cargas para a Europa. O porto de Setúbal prepara-se para expandir o terrapleno do Terminal Roll-on Roll-off em mais cinco hectares para “permitir a oferta de serviços de valor acrescentado na importação e exportação de veículos, aplicando uma prática comum em portos ro-ro europeus”, sublinha a entidade portuária. Estas operações são actualmente executadas em parques de segun-
da linha. O objectivo é tornar o Porto de Setúbal um hub ro-ro na ligação entre as rotas do Atlântico, África, Ásia e as linhas do
Mediterrâneo, igualmente potenciando a distribuição de automóveis para Portugal e Espanha, até Madrid.
do a organização alugado menos um stand, já o CDS “avisou no próprio dia de abertura do certame, a poucas horas da inauguração”, refere Dores Meira. “Considero que foi uma falta de respeito, até porque a organização teve de pagar o stand, mesmo não sendo utilizado”, conclui.
Câmara assina acordo de obras com EP
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Câmara de Setúbal e a EP – Estradas de Portugal vão assinar um contrato para o prolongamento da rede de drenagem de águas residuais domésticas num troço da EN10. O acordo permite à Câmara Municipal avançar para a instalação de um conjunto de infra-estruturas enterradas na zona de passeio de um troço da EN10, no sentido Azeitão/Setúbal, que visa dotar o departamento de Psiquiatria e Saúde Mental do Hospital de Santiago de uma rede de drenagem de águas residuais domésticas. A obra, a promover numa extensão aproximada de 153 metros, inclui a colocação de um colector gravítico, a construção de três caixas de visita, o levantamento e a reposição de pavimentos, a par da ligação deste novo troço da rede de drenagem ao sistema existente naquela unidade hospitalar.