O Setubalense, diário regional de Setúbal nº 293

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SEGUNDA-FEIRA |2.DEZEMBRO.2019 | N.º 293 | Ano II | 5.ª Série

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REPORTAGENS

Sem abrigo na Península de Setúbal são mais de 150

FILHOS DA AMBULÂNCIA

P.12 a 15

Números negam maternidade no Litoral Alentejano

31

73

51

em Setúbal

em Almada em Barreiro-Moita

P.10 e 11

ABANDONADOS VEREADORES PS E PSD FAZEM BALANÇO DE DOIS ANOS DE MANDATO

RUI OLIVEIRA COSTA P.8 e 9

Inês Medeiros diz que Almada está melhor PUBLICIDADE

VITÓRIA P.21

Empate 1-1 com Guimarães no Bonfim

“Setúbal tem um eleitorado bem informado” P.16 e 17

Û

2

FIGURA DO DIA SEGUNDA-FEIRA, 02/12/2019

MIRADOURO DA ARRÁBIDA

REPARO DO DIA

INÊS GRÁCIO A jovem atleta do Vitória está no Japão para competir no Campeonato do Mundo de Tumbling. Com apenas 13 anos, Inês Grácio prepara-se para cumprir a segunda presença em campeonatos mundiais.

SETÚBAL MAIS BONITA

Delegação do Panamá esteve no Porto de Sines

MARÉS CUSTÓDIO PINTO Sócio n.º 27

Ainda o 109.º aniversário do VFC O Fórum Luísa Todi foi palco de uma noite da família vitoriana, que festejou no dia 20/11/2019 o seu 109.º aniversário, com o fórum cheio de alegria e calor vitoriano.

O programa foi aliciante, abertura com orquestra, muitos artistas setubalenses, entre eles o Toy. Foi apresentado um pequeno slide, que demonstrou um pouco do passado e do presente do nosso glorioso, com as seguintes modalidades: aikido, andebol, atletismo, e-sports, futsal, ginástica, judo, karaté, kickboxing, rugby, taekwondo, ténis de mesa e trail running e mil atletas amadores.

Recordo ainda o saudoso campo dos arcos, o memorável VIII exército, os célebres bailes e cinema ao ar livre, a sede na praça Bocage “Palácio Salema” – foi uma grande mágoa o Vitória ter perdido essa pérola –, enfim tantas histórias de alegria e de tristeza da vida do nosso Vitória.

No decorrer do espetáculo, foram homenageados os atletas das referidas modalidades, que têm enriquecido o património desportivo do nosso clube.

Foram distinguidos os sócios com filiação de 25 anos ao clube (119), de 50 anos (30), além dos de 75 anos (11): Baltazar Tiago Estrela Leão, Custódio Carvalho Pinto, Francisco José Buchinho, Joaquim Aurélio Faria, Joaquim Dias LaranjoHerd., Maria José Cruz de Goís, Mário Alberto Rodrigues, Ricardo José Silva Gomes-Herd., Rogério Miguens Gonçalves, Rui Benjamin Palhão da Cruz, Rui F. Conceição Mota-Herd.

E assim terminou esta maravilhosa gala em apoteose, com a assistência de pé, cantando a marcha do nosso glorioso.

Viva o Vitória Viva Setúbal

PARA HOJE

SETÚBAL - TRÓIA 06:23 3.0 m Preia-mar 12:40 1.1 m Baixa-mar 18:53 2.6 m Preia-mar

SINES 06:00 2.9 m Preia-mar 12:20 1.2 m Baixa-mar 18:34 2.6 m Preia-mar

SESIMBRA 06:05 2.9 m Preia-mar 12:25 1.3 m Baixa-mar 18:40 2.6 m Preia-mar

ALMADA 06:45 3.3 m Preia-mar 12:26 1.2 m Baixa-mar 19:20 2.9 m Preia-mar

O Porto de Sines recebeu uma delegação do Panamá composta por representantes da agência para a atração de investimentos e promoção das exportações daquele país, da Associação Panamiana de Exportadores e da própria embaixada do Panamá em Portugal. A visita coordenada pela aicep Global Parques, teve como objetivo dar a conhecer as potencialidades do Porto de Sines e da ZILS – Zona Industrial e Logística de Sines, com vista ao reforço do relacio-

namento económico entre os dois países, quer através do aumento da carga movimentada, quer através da localização de investimentos panamianos em Sines. Com um tráfego anual de cerca de 35 mil TEU (contentores de 20 pés) entre o Porto de Sines e portos panamianos, este país é atualmente servido por dois serviços regulares semanais que passam pelo Canal do Panamá com destino à América do Norte e América do Sul.

OPINIÃO PENSAR SETÚBAL

O Coro Setúbal Voz e a Companhia de Teatro ‘O Bando’ no Teatro Nacional D. Maria II

GIOVANNI LICCIARDELLO Professor

No período compreendido entre os dias 14 e 24 de Novembro de 2019, a Companhia de Teatro O Bando e o Coro Setúbal Voz estiveram mais uma vez de mãos dadas, levando o espectáculo intitulado “Purgatório” de Dante Alighieri, aos palcos do prestigiado Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa.

Estes espectáculos são o corolário de uma feliz e oportuna parceria entre estas duas instituições, iniciada em Fevereiro de 2019 e que já conta com dezenas e dezenas de ensaios e 14 concertos, realizados em Lisboa (9), Setúbal (4) e Coimbra (1).

A equipa artística que nos proporcio-

nou estes espectáculos foi constituída por João Brites, encenação; Miguel Jesus, dramaturgia; Jorge Salgueiro, música e direcção musical; Juliana Pinho, corporalidade, Rui Francisco, cenografia; Clara Bento, figurinos e adereços; Nicolas Manfredini, desenho de luz; Miguel Lima, desenho de som; Dora Sales, assistência à encenação e cenografia; com os actores Fernando Luís (Vergílio), Nélson Monforte (Dante), Rita Brito (Matilde) e Sara Belo (Beatriz).

Pelo Coro Setúbal Voz estiveram os seguintes elementos: • Baixos: Adalberto Petinga, Benedito Marques, Carlos Oliveira, Francisco Canteiro, Giovanni Licciardello, João Carvalho, João Oliveira, José Saraiva, Luís Torres, Manuel Alexandre, Mário Neves, Osvaldo Picoito, Pedro Andrade, Rafael Narciso.

• Contraltos: Ana Cláudia Sousa, Ana Cristina Ferreira, Ana Paula Rosa, Anaísa Rato, Antónia Godinho, Antonieta Saragoça, Carolina Pinto, Cláudia Martinheira, Dinora Ferreira, Isabel Soares, Isabel Vieira, Manuela Palma Rodrigues, Maria Celeste Gomes, Maria do Carmo Barbosa, Sónia Tchissole Silva, Susana

Couto, Teresa Barreto, Teresa Hiêu, Teresa Jesus, Teresa Olaio.

• Sopranos: Amália Marrafa, Ana Arruda, Ana Leão, Carme Juncadela, Cátia Rodrigues, Célia Nascimento, Dina Alves, Eduarda Azinheira, Esperança Cadima, Eulália Matta, Fátima Afonso, Fátima Brito, Filomena Murtinheira, Isabel Marques, Juliana Telmo, Maria do Carmo Nunes, Maria João Viegas, Maria José Gervásio, Marisa Rodrigues, Odete Lula, Paula Coelho, Regina Dinis, Salomé Cunha.

• Tenores: Alexandre Machado, David Martins, Frederico Prazeres, Jaime Torres, João Rato, José António Raposo, Néu Silva, Paulo Luz, Paulo Nunes, Paulo Simões.

Para nós, Coro Setúbal Voz, constituiu uma grande honra, um enorme prazer e privilégio poder contracenar com a Companhia de Teatro O Bando, seguramente uma das companhias de teatro mais categorizadas e prestigiadas do nosso país.

Muito Obrigado e Bem Hajam!

Por tudo! Pela vossa amizade, disponibilidade, simpatia, informalidade, ca-

rinho, cumplicidade, profissionalismo e também pelo afecto demonstrado em todas as ocasiões.

Coro Setúbal Voz no Teatro Nacional D. Maria II. Grande honra. Tremenda responsabilidade. Sala sempre cheia.

Público rendido. Satisfação em todos os rostos, os olhares, os sorrisos, os beijos e abraços colectivos.

Uma sensação de júbilo indescritível.

Individual, mas, sobretudo, colectiva.

Aí fomos nós ao encontro do público, com Jorge Salgueiro e João Brites na frente da locomotiva, seguidos de perto por todos nós.

Em palco, as palmas são o alimento da nossa Alma. É o nosso trabalho e prestígio que também saíram reforçados.

Só com muito amor, carinho, determinação e perseverança se tornou possível tudo aquilo que se conseguiu.

Estivemos presentes no nosso encontro com o Destino.

Unidos pela amizade, pela música e pelo afecto.

A região de Setúbal saiu seguramente valorizada com o desempenho destas duas prestigiadas instituições.

FICHA TÉCNICA

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SETÚBAL ALMADA SEIXAL PALMELA BARREIRO ALCOCHETE OUTROS CONCELHOS MONTIJO MOITA 212 383 228 265 520 716 265 094 354 265 092 725 212 318 392 212 047 599 212 047 599 212 384 894 937 081 515

Registo de Título N.º 107552 | Depósito Legal N.º 8/84

Propriedade: Outra Margem - Publicações e Publicidade, Lda. Contribuinte: 515 047 325. (Detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro). Editor: Primeira Hora - Editora e Comunicação, Lda. Contribuinte: 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress, Lda., Losango Mágico, Lda., Carla Rito e Gabriel Rito) Sede de Administração e Redacção: Travessa Gaspar Agostinho, 1 - 1.º, 2900-389 Setúbal.

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Humberto Lameiras (CPJ 2321 A); Ana Martins Ventura (CPJ 7230 A). Colaboradores: Inês Antunes Malta (CPJ 7226 A); Miguel Nunes Azevedo (TP 2608); Fátima Brinca (CPJ 2574); Rogério Matos (CPJ 9929); Helga Nobre; André Rosa; Ricardo Lopes Pereira e José Pina. Fotografia: Mário Prata, Alexandre Gaspar e Arsénio Franco.

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Edição online www.diariodaregiao.pt Digital Media Officer: José Luís Andrade

Os artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores

SETÚBAL

Mais 80 mil do que o deste ano

SEGUNDA-FEIRA, 02/12/2019

Misericórdia aprova orçamento de 4,8 milhões para 2020

ACTUAL

A Santa Casa da Misericórdia de Setúbal aprovou o orçamento para o próximo ano no valor total de 4,835 milhões de euros, mais 80 mil do que o deste ano, infor-

Sector espera que propostas sejam incluídas no Orçamento do Estado de 2020

mou a instituição este fim-de-semana. Segundo o provedor, tratase de um orçamento de continuidade. “É um Orçamento de rigor, com o objetivo de consolidar a re-

cuperação económica e financeira da Misericórdia de Setúbal, iniciada há alguns mandatos, bem como realizar investimentos que permitam modernizar os serviços e

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melhorar o seu desempenho”, disse Cardoso Ferreira. O orçamento, aprovado por unanimidade em assembleia geral, prevê um resultado liquido de 103 mil euros.

OPINIÃO Associação Nacional de Municípios Portugueses

Medidas necessárias para fortalecer a Imprensa regional

Crónica de um congresso anestesiado ANDRÉ MARTINS

A

sustentabilidade dos media, em particular da Imprensa regional, necessita urgentemente de implementação de políticas públicas que permitam fortalecer e apoiar o sector , de forma a que seja reforçada a independência, o pluralismo do jornalismo e aprofundada a qualidade da democracia em Portugal. Para o efeito, as associações do ramo apresentaram um conjunto de medidas que esperam ver incluídas no Orçamento do Estado de 2020.

A necessidade não é apenas vista no interior do sector e tem motivado reflexão e debate desde há muito, sendo que recentemente quer o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quer o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, têm juntado as vozes ao coro de todos – desde políticos, passando por estudantes universitários e, sobretudo, cidadãos interessados – os que defendem a adopção de medidas de apoio da parte do Governo, que visem fortalecer e apoiar a Imprensa no País.

Entre as várias propostas, já apresentadas às entidades competentes, a Associação Portuguesa de Imprensa (API) defende que sejam implementadas para o próximo quadriénio medidas de redução de impacte fiscal, como “bonificação das aquisições de jornais e revistas no IRS familiar”, “bonificação das aquisições de espaço publicitário no IRC das empresas”, “crédito fiscal para acções de modernização, internacionalização e capacitação” e “operações de compensação de IRC e IVA”. Mas também medidas de impacte financeiro: “linha de crédito bonificado; fundo de apoio à tesouraria; cumprimento da Lei da Publicidade Institucional do Estado; cumprimento dos prazos dos Apoios do Estado à Comunicação Social; e incentivo à leitura”.

Além destas, a API pretende ver modelos de estruturação do negócio ao nível da “internacionalização”, “capacitação e formação” e “promoção

do acesso à informação jornalística editada e a assinaturas”.

Educar e estimular Também a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã defende o “cumprimento efectivo da lei da publicidade institucional”, bem como a “publicidade obrigatória nos jornais regionais”, desde a “publicidade dos actos oficiais dos tribunais (hastas públicas, por exemplo), conservatórias e ao Portugal 2020”.

Já o Remedialab – Laboratório e Incubadora de Media Regionais aponta medidas de incentivo como a oferta “a todos os jovens que atingem os 18 anos ou estudantes, bem como à população sénior, de uma assinatura anual de um jornal generalista (nacional ou local) à sua escolha (papel ou online)”.

Obrigar “todos os organismos públicos (nacionais, regionais e locais) com atendimento ao cidadão a disponibilizar dois jornais generalistas (nacional e local) nos espaços de espera (papel e online)” e “incluir nos contratos de concessão de transportes públicos a obrigatoriedade do concessionário disponibilizar jornais generalistas em papel nos autocarros/carruagens e/ou rede wi-fi com acesso livre a sites de jornais”.

Outras das medidas defendidas passam pela distribuição de “10% do valor da taxa turística de cada cidade aos jornais locais”, assim como pela criação de “uma taxa anual 'Contribuição Jornalismo' (idêntica à Contribuição Audiovisual na factura EDP), a ser paga por todos os assinantes de Pacotes de Internet”. Incluir “módulos de literacia mediática e educação para os media no sistema de ensino, em contexto informal e de sala de aula, nos quais surjam jornais (nacionais e locais)” e, paralelamente, estimular “a criação de jornais escolares”, são, entre outras, medidas que podem contribuir para um fortalecimento da Imprensa.

Presidente da Assembleia Municipal de Setúbal

Face ao lema e objectivos determinados para o congresso dos municípios portugueses no sentido de termos um Portugal melhor, mais parece que, com a intervenção do Presidente da República, as conclusões e o texto da resolução final, aprovado por maioria de votos, ficaram um pouco anestesiados

O XXIV Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses decorreu este fim-de-semana, nos dias 29 e 30 de Novembro, na acolhedora cidade transmontana de Vila Real, (cada município é representado pelo presidente de câmara, presidente da assembleia municipal e um presidente de junta de freguesia). O congresso tinha este ano como lema “Descentralizar, Regionalizar, melhor Portugal”.

Ou seja: para um Portugal melhor importava aprofundar a discussão e avançar, como e em que moldes, com o processo de descentralizacāo e de regionalização do País.

Logo no inicio dos trabalhos, o presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Rui Santos (PSD), dava as boas-vindas aos congressistas e, enquanto acentuava a importância das temáticas em debate, desafiava o Presidente da República, presente na sessão de abertura, a associar-se a esses grandes objectivos definidos para este congresso: Descentralizar, regionalizar o País.

Na sua intervenção, o Presidente da República afirmou a importância de avançar com o processo de descentralização, mas, no que diz respeito à regionalização o Presidente optou por dizer aos autarcas para não porem o carro à frente dos bois, considerando que esse processo, sendo importante, precisa de ser mais amadurecido.

Logo na primeira intervenção a seguir à sessão de abertura, Ribau Esteves (PSD), presidente da Câ-

mara Municipal de Aveiro, veio afirmar que ficou bem claro que o Presidente da República é a favor da regionalização (como se o Presidente da República, quando tomou posse, não tivesse jurado cumprir e fazer cumprir a Constituição), ao contrário do que há algum tempo terá sugerido o primeiro-ministro, quando disse que, no actual quadro institucional, não era fácil avançar com este processo, dado que Marcelo Rebelo de Sousa, há 20 anos, quando era presidente do PSD, tinha sido o grande ganhador do referendo contra a regionalização.

Na sequência desta afirmação veio Bernardino Soares (CDU), presidente da Câmara Municipal de Loures, considerar que, na sua intervenção, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa tinha metido a ideia de regionalizar no congelador. A este propósito, outros oradores terão considerado que, com boa-vontade, em vez do congelador poderíamos considerar o frigorífico.

Os trabalhos do congresso continuaram animados sobre as temáticas em debate até à sessão de encerramento, no final da tarde de sábado, que contou com a presença do primeiro-ministro António Costa.

O ex-presidente da Câmara Municipal de Lisboa e da Área Metropolitana de Lisboa, que tantas vezes se tinha pronunciado a favor da regionalização e da eleição directa dos órgãos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, no seu discurso enquanto primeiro-

ministro veio dizer aos congressistas que o seu Governo não quer fazer nada que impeça, no futuro, o processo de regionalização e que, por isso, não avançará com a eleição directa dos órgãos das regiões metropolitanas de Lisboa e Porto e que se vai avançar com a eleição indirecta dos presidentes das actuais Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, que, até agora, são nomeados pelo governo, passando a ser eleitos pelos executivos municipais e pelos membros das assembleias municipais das áreas respectivas.

Face ao lema e objectivos determinados para o congresso dos municípios portugueses no sentido de termos um Portugal melhor, mais parece que, com a intervenção do Presidente da República, as conclusões e o texto da resolução final, aprovado por maioria de votos, ficaram um pouco anestesiados.

Reconhecendo todos a dinâmica realizadora do Poder Local Democrático, e quando está em causa servir melhor as populações que nos elegem e o desenvolvimento mais harmonioso do todo nacional, estamos certos de que a descentralização do Estado e a criação e instituição, em concreto, das regiões administrativas, tal como estabelece a Constituição da República portuguesa desde 1976, é um caminho irreversível.

Quando há razões fortes, os obstáculos caem por si, porque o Povo é quem mais ordena.

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GNR apreende mais de meia tonelada de amêijoa japonesa em Palmela

SEGUNDA-FEIRA, 02/12/2019

receção, acabamento, lavagem, limpeza, calibragem, acondicionamento e embalagem dos produtos provenientes da aquicultura ou da pesca, próprios para consumo humano, e que ali aguardavam a entrada nos circuitos comerciais, sem licenças. “Além da ausência do licenciamento do estabelecimento, os

bivalves ali existentes não possuíam qualquer documento de registo de moluscos bivalves, gastrópodes marinhos, equinodermes e tunicados vivos, que comprovassem a sua origem”, explica a GNR em comunicado. Foram apreendidos 519 quilogramas de amêijoa japonesa durante a operação. A GNR explica

DIREITOS RESERVADOS

REGIONAL

A GNR anunciou a apreensão de mais de meia tonelada de amêijoa japonesa, com um valor estimado de cerca de cinco mil euros, numa operação que decorreu em Palmela. Numa acção de fiscalização, a GNR identificou um homem, de 66 anos, proprietário de um armazém que efetuava a

REGIÃO

que a captura, depósito e expedição deste tipo de bivalves, sem que sejam sujeitos a depuração ou ao controlo higiossanitário, pode “colocar em causa a saúde pública, caso sejam introduzidas no consumo, devido à possível contaminação com toxinas e poluição fecal”.

Protocolo assinado em Sesimbra

DIREITOS RESERVADOS

APSS adere à rede de estações náuticas

Próximo concerto está marcado para 14 de Dezembro na Homenagem a Fernando Lopes-Graça

Coral Infantil de Setúbal há 40 anos nos palcos Com actuações pelo país, participações em programas de televisão e ao lado de cantores de nomeada, o Coral Infantil de Setúbal assume-se pelo seu reportório variado e de qualidade

POR HUMBERTO LAMEIRAS

O

Coral Infantil de Setúbal acabou de comemorar o 40º aniversário e é considerado um dos “que tem maior longevidade e qualidade do país”, afirma Isabel Mendes.

Para a presidente da direcção, o coro marca também a diferença por apresentar um reportório “variado”, do popular ao clássico, passando pelo tradicional, actuações à cappella, ou somente acompanhado por piano.

Com o maestro Nuno Batalha e Gonçalo Simões ao piano, o Coral Infantil de Setúbal já tem agendados três concertos até ao final do ano; a 14 de Dezembro actua na Homenagem a Fernando Lopes-Graça, às 17h30, no dia seguinte, às 18h00, tem o Concerto de Natal na Igreja de

S. Sebastião e dia 23, pelas 16h00, o actua na Setúbal Christmas Festa, na Praça do Bocage.

Entretanto, no passado dia 16 de Novembro, para assinalar as suas quatro décadas nos palcos, realizou um concerto no Fórum Municipal Luísa Todi, onde revisitou temas clássicos de pop e rock das últimas quatro décadas. Um espectáculo onde estiveram 38 crianças e jovens coralistas do grupo infantil e elementos do Coro Feminino TuttiEncantus, tendo interpretado temas dos GNR, Extreme, Kiss e Adele.

“Temos dois coros, o infantil com cerca de 40 crianças, e o feminino com 15 elementos”, diz Isabel Mendes que ao mesmo tempo lembra que nesse domingo de aniversários estiveram presentes antigos membros do coro. E nesse dia foi homenageado Nuno Batalha, que dirige há vinte anos o grupo coral infantil, e aos antigos maestros Adriano Pereira, Maurício Vieira da Silva, Jorge Salgueiro e Paulo Tavares.

Esta viagem musical a temas marcantes das últimas quatro décadas foi complementada pela actuação da Associação de Setúbal de Dança Desportiva, tudo isto numa organização que contou com o apoio da autarquia da União das Freguesias de Setúbal, da Secil Group e da Fundação INATEL e com a presença do vereador da

Cultura, Pedro Pina.

Constituído por crianças e jovens dos 6 aos 16 anos, que frequentam aulas de Técnica Vocal, para além dos ensaios regulares, o Coral Infantil de Setúbal foi fundado em 1979 e inscrecve na sua história centenas de concertos e atuações, bem como várias participações em programas televisivos, e com artistas de renome.

Entre outros realizações, desde 1991 que é responsável pela organização dos Encontros de Coros Infantis da Cidade de Setúbal. Organizou, entre 1988 e 2001, o Festival da Canção Infantil e Juvenil da Costa Azul. Em 1995 apresentou o musical infantil em 1 acto “A Festa da Bicharada” (Mário Gomes Silvério, Jorge Salgueiro) e em 2005 apresentou, em estreia absoluta, o musical infantil “Kate e o Skate” e ”(Risoleta Pinto Pedro, Jorge Salgueiro).

Já com gravações em CD, das quais se destacam “enCANTAR” (1997, sob a Direcção do Maestro Jorge Salgueiro) e “VOZES” (2002, sob a Direcção do Maestro Nuno Batalha).

Quanto ao Coro Feminino Tuttiencantus, foi criado em 2006 e funciona na dependência do Coral Infantil de Setúbal, sendo constituído, maioritariamente, por ex-coralistas do mesmo. É constituído exclusivamente por elementos do sexo feminino, a partir dos 17 anos.

TURISMO. Os recursos naturais de Sesimbra são um potencial acarinhado por várias entidades

Meio milhar de parceiros, nacionais e internacionais, trabalham em conjunto para potenciar recursos naturais, assim como infra-estruturas

A

Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) aderiu à Estação Náutica de Sesimbra (ENS). O protocolo já foi formalizado, e contou também com as assinaturas da Câmara de Sesimbra, Instituto Politécnico de Setúbal, Entidade Regional de Turismo de Lisboa, Clube Naval de Sesimbra, FOR-MA, entre outras entidades. A cerimónia realizou-se em Sesimbra, no Auditório Conde Ferreira.

A ENS é um instrumento que permite potenciar o aproveitamento dos recursos patrimoniais e naturais, assim como os equipamentos e infra-estruturas de Sesimbra, e a sua oferta turística, de forma concertada, e planeada pelos in-

tegrantes da ENS, oriundos do sector público e privado actuantes no território.

A APSS, através do protocolo assinado com a ENS, passa a integrar a rede de quinze estações náuticas espalhadas por todo o território e com grande implantação no estrangeiro, envolvendo cerca de 500 parceiros, dos quais, 300 são empresas.

A APSS vê a ENS “como instrumento importante para a requalificação do espelho de água de Sesimbra, que irá surgir com a construção, em 2020, da ponte cais nº 4 e, por isso, apoiou a criação e desenvolvimento desta estação náutica desde o primeiro momento”, refere comunicado da administração portuária.

A ENS foi certificada em 12 de Novembro, no 1º Encontro da Rede das Estações Náuticas, inserido no Fórum do Mar/BusinessSea, evento que contou com a presença da Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, e que teve lugar no Edifício da Alfândega no Porto.

SEGUNDA-FEIRA 02/12/2019

REGIONAL

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

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BARREIRO Deputados municipais voltam a reunir amanhã

Projecto para requalificar Braamcamp viabilizado em Assembleia Municipal

SETÚBAL Requalificação urbana dos bairros dos Pescadores e Grito do Povo

Uma caminhada mais apontamentos culturais e de animação popular assinalam as obras de requalificação nos dois bairros

FOTOS: DIREITOS RESERVADSOS

Dois milhões de euros requalificam dois bairros

A

s obras de requalificação urbana dos bairros dos Pescadores e Grito do Povo, em Setúbal, vão ser inauguradas esta quinta-feira, às 15h00, em cerimónia que inclui uma caminhada com animação cultural pelas ruas daqueles dois bairros. Uma intervenção que corresponde a dois milhões de euros.

A comemoração vai decorrer na Rua de São Pedro, no Bairro dos Pescadores, com a "Caminhada Setúbal Conserva", a qual conta com a participação da presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, a par de vereadores.

Ao longo do percurso pelas ruas destes bairros, haverá um conjunto de apontamentos culturais de animação para a população com actuações de Bombo'Sapiens, da ESTuna e da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, bem como um espectáculo de estátuas vivas.

Um dos destaques do programa realiza-se às 15h45, na Rua de Nossa Senhora no Carmo, no jardim junto do mural "Aqui Sou Livre", para inau-

CONCLUSÃO. Obras são inauguradas na próxima quinta-feira

guração de uma escultura de homenagem à indústria conserveira e visita às intervenções de requalificação executadas no campo de jogos da EB 1 do Viso.

A caminhada culmina na Rua Grito do Povo, junto do mural "Grito dos Pescadores", onde a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, irá intervir. Seguese um lanche-convívio e um apontamento musical a cargo de Jorge Nice.

As obras de reabilitação urbana executadas nos bairros dos Pescadores e Grito do Povo resultam de uma candidatura apresentada pela Câmara Municipal de Setúbal a financiamento comunitário, com fundos canalizados através do Programa

Operacional Regional de Lisboa Portugal 2020.

A empreitada de "Requalificação Urbana do Bairro dos Pescadores e Grito do Povo", implica um “investimento global superior a dois milhões de euros, financiada com uma taxa de 50%, foi dinamizada no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano”, refere a autarquia.

A operação realizada nestes bairros “permitiu a criação de zonas de laser, de estadia e de circulação, assim como áreas de enquadramento, incluindo espaços verdes, que contribuem para uma maior versatilidade de usos do espaço público e em condições favoráveis de maior conforto urbano”.

Procedimentos e peças conexas do plano foram aprovados pela maioria socialista, com duas abstenções e um voto contra do PSD e os votos contra da CDU, do BE e PAN. No total houve 15 votos a favor e 14 contra

CDU, PSD e Bloco de Esquerda, para a retirada da proposta e pela sugestão bloquista para a mesma ser submetida a um referendo local.

Uma posição afastada no imediato pelo presidente de câmara Frederico Rosa. “É com surpresa que oiço estes pedidos de requerimentos e quero lembrar que fizemos várias reuniões individuais com os partidos e pelo menos quatro reuniões de comissão sobre este tema”, disse, tendo sublinhado que, “acolhemos os contributos que foram chegando e levámos a reunião de câmara”.

Dirigindo-se aos deputados, o autarca apontou que era chegada a vez dos mesmos decidirem, razão pela qual não retirou a proposta a votação.

“Opção de construção pretende dinamizar espaço”

POR LUÍS GEIRINHAS

O

s procedimentos e peças conexas do projecto de requalificação da Quinta do Braamcamp, foram aprovados pela maioria socialista em Assembleia Municipal do Barreiro (AMB), com 15 votos favoráveis, duas abstenções do PSD e 14 votos contra da CDU (10), BE (2) PAN (1) e PSD (1), numa reunião marcada por uma elevada participação da população e por alguns momentos de contestação por parte das bancadas de oposição à decisão daquele executivo camarário.

O presidente da AMB, André Pinotes Baptista (PS), começou por congratular-se com o facto de a sessão acontecer com a sala da Biblioteca Municipal “cheia” e assinalou que a participação cívica tem sido importante para o trabalho desenvolvido por aquela que é “a casa da Democracia” do concelho. “Aqui ninguém nos deixa pressionar nem impressionar”, frisou, referindo-se às “manifestações que nos foram trazidas e formuladas, e até por cartas abertas que foram dirigidas”, que apelavam ao sentido de responsabilidade e maturidade política dos deputados municipais, que afirmou “serem desprovidas de sentido”. O presidente daquele órgão garantiu ainda que nenhum dos 31 membros que fazem parte da AMB “foi silenciado ou tirado o direito de poder exprimir em plena liberdade aquilo que sentia”.

Não obstante, os trabalhos foram iniciados com recomendações da

Foi este o momento da reunião em que Frederico Rosa destacou que, “a opção por viabilizar construção” na Braamcamp “é feita porque acreditamos que, com habitação e espaço público, teremos uma vivência e dinamização do espaço”, que tem o dobro da dimensão do Parque da Cidade e que não fica situada “numa zona de passagem”.

Na sua opinião, a requalificação nos termos apresentados, com construção imobiliária e espaços de lazer, dará lugar a uma área “vivida, fruída e à disposição de todos, mas com capacidade de criar valor para o território” onde a Quinta está inserida e, desta forma, possibilitar “criar emprego e suprir necessidades do concelho”.

Apesar de algumas interrupções e perante uma assistência de 265 pessoas, no local e pela internet através da página do município, Frederico Rosa recordou que, “não existia nenhum projecto para esta área” e esclareceu que “as medidas de mitigação previstas para aquela construção” vão obrigar a autarquia à criação de “mecanismos concretos de combate às alterações climáticas”, para evitar situações de inundação do território e coloca-lo “ao serviço de todos os barreirenses”, em prol do que salientou ser mais um passo para o “progresso” do Barreiro.

A próxima sessão da Assembleia Municipal do Barreiro está agendada para amanhã, pelas 21h00, também na Biblioteca Municipal.

A inaugurou da exposição “Marchas Populares 2019” contou com cerca de duas centenas de pessoas na inauguração. Esta mostra de longa duração, que pode ser visitada de terça a sextafeira das 09h30 às 18h00 e ao sábado das 15h00 às 19h00, celebra a tradição

LOCAL

bairrista das Marchas Populares de Setúbal, e está patente no Museu do Trabalho Michel Giacometti. A mostra “Marchas Populares 2019”, inaugurada pelo vereador da Cultura da Câmara Municipal de Setúbal, Pedro Pina, homenageia a dedicação das pessoas que, durante

vários meses, preparam a realização do concurso festivo que comemora os Santos Populares no mês de junho. Os visitantes têm acesso aos mais distintos pormenores das Marchas Populares, numa viagem pelo mundo das várias vertentes que constituem a composição

das coreografias, dos trajes aos objectos como arcos e outros acessórios. Ao longo da exposição há ainda recursos audiovisuais e testemunhos escritos nas paredes, como frases, relatos de memórias e emoções vividas por quem se dedica à arte das Marchas Populares.

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“MARCHAS POPULARES 2019” Tradição bairrista no Museu Michel Giacometti

SGUNDA-FEIRA, 02/12/2019

União das Freguesias de Setúbal em alegria no Fórum Luísa Todi

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Duas mil crianças fazem Festa de Natal

O Grupo de Animação e Teatro Espelho Mágico levou “O QuebraNozes” a palco e fez feliz a comunidade escolar

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Fórum Municipal Luísa Todi voltou a libertar o espírito natalício e, em dois dias, da semana viveu na alegria de cerca de duas mil crianças que estiveram na Festa de Natal da Comunidade Escolar da União das Freguesias de Setúbal.

Ou seja, mais uma vez a União

das Freguesias reuniu as crianças dos jardins de infância e escolas básicas do território, concretizando a sexta edição desta festa dedicada à comunidade educativa.

Em várias sessões, o Grupo de Animação e Teatro Espelho Mágico (GATEM) encantou a Comunidade Escolar com a apresentação da peça “O Quebra-Nozes”, no Fórum Municipal Luísa Todi.

A Festa de Natal “procurou reunir as crianças num momento lúdico, de convívio e contemplação sobre esta época do ano, pondo em destaque valores como o amor, a amizade e a união”, comenta o executivo da União das Freguesias de Setúbal.

Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra as Mulheres

MDM pintou mural de alerta em Setúbal A Avenida São Francisco Xavier exibe agora um mural onde reforça a consciencialização contra a violência sobre as mulheres, e não é só violência doméstica

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ara assinalar o Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra as Mulheres, no pas-

sado dia 25 de Novembro, o Movimento Democrático de Mulheres, a par da Câmara de Setúbal, descerrou um mural na Avenida São Francisco Xavier.

Este acto simbólico, ao qual se associou a União das Freguesias de Setúbal, teve como objectivo consciencializar a sociedade para as várias formas de violência de que as mulheres são as principais vítimas, casos da violência doméstica, da prostituição, do tráfico de seres humanos, do assédio ou da exploração no trabalho.

O MDM tem vindo a assinalar esta data com acções simbólicas, em que o principal objectivo é o de alertar as mulheres para o exercício dos seus direitos e para a importância

de não se banalizar a violência, sob qualquer forma.

Durante a apresentação do mural, onde esteve a vereadora Carla Guerreiro, o movimento deixou o alerta e que “a violência doméstica pode ser uma das facetas mais visíveis da violência contra as mulheres, mas que existem outras formas que são silenciadas e até toleradas”.

No sentido de combater a violência doméstica, o MDM disponibiliza a aplicação móvel "Vive+Aqui", uma ferramenta gratuita de ajuda a pessoas em risco ou em situação de violência doméstica. Através do telemóvel, a aplicação permite consultar informação útil, realizar pedidos de apoio e/ou denunciar casos de violência doméstica.

SEGUNDA-FEIRA 02/12/2019

LOCAL

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

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ALCÁCER DO SAL Dez mil metros vão servir para estacionamento

Comércio, restauração e hotelaria vão beneficiar de lugares até para autocarros, diz Vítor Proença

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Município compra terreno para ligar cidade ao sul do Sado

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SOLUÇÃO DE ESTACIONAMENTO. Novo espaço municipal já está a ser preparado para acolher viaturas e servirá também para a PIMEL enquanto o Parque de Feiras e Exposições estiver em obras

ao Ministério da Educação. Questionado pela vereadora do Clarisse Campos (PS), o vereador Manuel Vítor de Jesus (CDU) informou que, ao abrigo do concurso lançado recentemente, o agrupamento de escolas poderá admitir cinco funcionários dentro de uma ou duas semanas, “se não houver reclamações” ao procedimento.

Manifesto gera polémica O manifesto que a Câmara Muni-

cipal propôs recentemente à Assembleia Municipal aprovar, para enviar ao Governo, gerou uma acesa polémica entre a maioria CDU e a oposição PS na reunião de ontem, com o executivo comunista “indignado” com um direito de resposta que Clarisse Campos publicou na comunicação social.

A vereadora diz que pretendeu explicar que o PS se ausentou na altura de votar o manifesto não por discordar das 10 medidas que a autarquia DIREITOS RESERVADOS

O SETUBALENBSE

Câmara de Alcácer do Sal comprou um terreno de dez mil metros no lado sul do rio Sado para alargar o conceito de cidade de duas margens, revelou o presidente da autarquia na última reunião pública do executivo municipal.

Segundo Vítor Proença, a escritura pública de compra do terreno, por 60 mil euros, já foi feita, e o espaço vai ser transformado em estacionamento, incluindo de autocarros, numa solução de apoio à acessibilidade ao centro da cidade. O autarca apontou a criação de mais estacionamento como importante para a dinamização do comércio local, restauração e até hotelaria, uma vez que haverá melhores condições para “os autocarros que queiram vir a Alcácer”.

O terreno na margem sul, que já foi usado este ano para a Feira de Outubro, servirá também para acolher a próxima edição da Pimel, uma vez que o Parque de Feiras e Exposições estará em obras.

Na mesma reunião, na quinta-feira, foi abordada a falta de funcionários no Agrupamento de Escolas de Alcácer do Sal, que motivou recentemente uma pergunta do PCP no Parlamento

exige ao Governo, mas por tratar-se de matéria da competência da Assembleia e não da Câmara.

A CDU reiterou que a Câmara pode fazer propostas à Assembleia Municipal sobre as competências desta, e Vítor Proença concluiu que a posição da vereadora do PS tem duas justificações: “ou desconhece as competências da Câmara Municipal ou está a descartar e a atirar para a Assembleia Municipal”, disse, aludindo ao facto de a eleita ser do

partido do Governo a quem o manifesto se destina.

O manifesto que a Câmara aprovou para submeter à Assembleia Municipal reivindica mais atenção e investimento da Administração Central no concelho, designadamente no reforço do abastecimento de água do Alqueva, desassoreamento do rio Sado, reabertura estação do comboio em Alcácer, e recuperação do estatuto do tribunal e da conservatória, além de mais médicos e meios para a GNR.

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LOCAL

ALMADA

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O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

Balanço dos primeiros dois anos de mandato do executivo municipal

A presidente da Câmara de Almada diz que o município ganhou um novo fôlego, e refere a gestão partilhada entre o PS e PSD. Fala de um executivo unido e elogiou os trabalhadores neste novo ritmo para ultrapassar antigos hábitos

FOTOS: DIREITOS RESERVADOS

Inês de Medeiros afirma que a Câmara tem funcionamento mais eficaz

POR HUMBERTO LAMEIRAS

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Câmara de Almada juntou toda a vereação executiva no Auditório Municipal Fernando Lopes-Graça, no centro da cidade, para fazer o balanço público dos primeiros dois anos de governância da autarquia por eleitos socialistas; uma gestão partilhada com os vereadores PSD. Durante o balanço a presidente Inês de Medeiros evitou referir-se aos 41 anos de domínio comunista na Câmara de Almada, e fez questão de afirmar que o seu executivo tem “uma nova forma de funcionamento”, portanto, “há hábitos que têm de mudar”, os quais “demoram o seu tempo”, admitiu. Mas também disse que enquanto decorre essa mudança, “a Câmara não parou e todos os serviços têm mostrado total disponibilidade para essa alteração”.

Sobre os eleitos da CDU no actual mandato, a presidente socialista dei-

INÊS DE MEDEIROS. Presidente da Câmara Municipal de Almada

xou quase um elogio quando referiu que “os vereadores não executivos são desafiantes para nova exigência, e a cumprirmos o programa sufragado pelos almadenses”.

Um programa que resultou nas Grandes Opções do Plano e Orçamento 2020 com uma verba inscrita de 109.6 M€, e uma previsão inicial de investimento de 25 M€. Frisou ainda, Inês de Medeiros, que para

chegar a este patamar orçamental, foi necessário “acabar com saldos operacionais negativos do ponto de vista financeiro”, e isso foi “essencial para termos em 2020 o maior orçamento municipal”.

Depois de referir o actual executivo como um elenco com “espírito de equipa e complementaridade” – incluindo os dois vereadores eleitos pelo PSD –, o que permite que “as

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coisas funcionem e com maior agilidade de acção”, Inês de Medeiros acrescentou o agradecimento aos funcionários da autarquia “sem os quais não seria possível realizar o muito trabalho já feito”.

Com os cinco vereadores executivos a apresentarem o trabalho feito no último biénio, para além de dossiês a decorrerem até ao fim do mandato, Inês de Medeiros, que para além da presidência da Câmara acumula os pelouros da Administração e Finanças, Comunicação, Planeamento Estratégico, Mobilidade e Transportes, Cultura, colocou-se no mesmo patamar dos seus camaradas de vereação, neste mandato com o lema “Um Presente com Futuro”, e deu contas do que foi realizado nas suas pastas.

Para além de apontar o que está a ser feito ao nível da operacionalização do novo sistema de normalização contabilística e novo modelo de avaliação do património, deu grande enfoque ao realizado no sector da Cultura. “Almada é a Cidade das Artes”, afirmou.

E aqui falou da aposta no programa de exposições da Casa da Cerca; que passou de cinco exposições anuais

para treze, e a reformulação da programação do Museu da Cidade. A isto acrescentou a criação do espaço no Ponto de Encontro de Cacilhas para a Companhia de Dança de Almada e o reforço da programação tanto para jovens artistas como para os já conceituados.

Ainda no plano de programações, a autarca apontou o que de cinema tem sido exibido no Fórum Municipal de Almada, e não teve dúvidas em afirmar que “é do melhor no país”.

Um processo destacado pela presidente foi o do espaço arqueológico da Quinta do Almaraz. Trata-se de uma zona que tem sido alvo de prospecções e promete contar uma nova história sobre o delta do Tejo. “Lisboa pode ter começado na nossa margem”, dizia, com sorrisos, sobre o que até agora tem sido identificado neste espaço; daí que esteja a ser preparada uma candidatura para retomar a licença de escavações e outra para elevar esta quinta à qualidade de património.

Depois de elencar o mais feito no sector da Cultura, caso de O Sol da Caparica que “é para continuar”, assim como o Caparica Surf Fest e “reforço” do apoio ao Festival de Almada, Inês de Medeiros ‘saltou’ para a área da mobilidade para referir o “esforço” da equipa da Wemob (ex-ERCALMA).

“Espero que a antiga mal-amada ECALMA seja a bem-amada Wemob”, comentou referindo-se ao trabalho feito por este serviço em “criar justiça no estacionamento e no desempenho de novas tarefas na área da mobilidade”.

A finalizar a sua intervenção, Inês de Medeiros referiu ainda o trabalho das Obras Municipais sobre o património edificado público, e deu relevo ao projecto urbanístico para revitalização da zona do Ginjal.

Já quanto ao projecto Cidade da Água, pensado para o espaço dos antigos estaleiros da Lisnave, disse que apesar dos esforços da autarquia para ficar a par da situação, deparase com um processo que “está no segredo dos deuses”, aqui uma provável critica ao Governo do qual espera ainda agilidade para requalificar as escolas do Estado.

“Já fizemos um levantamento do que é preciso fazer nas escolas no município. [Faremos a nossa parte] e esperamos que o Governo faça o que está na sua esfera” de acção.

“Vamos alertar para isso”, garantiu Inês de Medeiros.

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LOCAL

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

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Vereadores destacam obras principais Os cinco vereadores do executivo da Câmara de Almada deram conta de algumas das grandes decisões dos seus pelouros, nos primeiros dois anos de mandato

Teodolinda Silveira (PS) Vereadora dos Recursos Humanos, Saúde Ocupacional, Higiene Urbana, Manutenção e Logística, Acção e Intervenção Social, Habitação.

João Couvaneiro (PS)

Nuno Matias (PSD)

Francisca Parreira (PS)

Miguel Salvado (PSD)

Vice-presidente da Câmara, com os pelouros de Economia, Emprego e Empreendedorismo, Turismo, Sistemas de Informação, Educação, Juventude e Desporto.

Vereador dos Espaços Verdes, Ambiente e Energia.

Vereadora da Protecção Civil e Segurança, Assuntos Jurídicos e Fiscalização, Administração Urbanística, Planeamento Urbanístico, e Atendimento ao Munícipe.

Vereador da Rede Viária, Logística e Frota municipal

Educação - Conclusão da obra da Escola Básica de Santa Maria - Festival Red On - Lançamento do Orçamento Participativo Jovem - Intervenções de reabilitação em nove escolas Mercados e Desenvolvimento Económico - Requalificação da Feira do Levante, no Feijó Requalificação e Animação do Mercado das Torcatas, em Almada Desporto - Rali, no espaço do antigo estaleiro da Lisnave - Mundialito de Futebol de Praia - Maior aula de surf do mundo

Parques Infantis - Remodelação do Parque Infantil das bicicletas.

- Reabilitação de espaços verdes.

- Melhoria da segurança e qualidade em parques urbanos.

- Nova estratégia para o bem-estar animal - Plano plurianual de investimento em parques infantis Sensibilização Ambiental - Criada a primeira estação de biodiversidade em contexto urbano Ambiente e Energia - Monitorização e defesa da costa do concelho - Aquisição de veículos eléctricos ao serviço do município - Novos pontos públicos de carregamento de veículos eléctricos Serviço Cemiterial - Melhoria dos espaços dos cemitérios

Protecção Civil - Planeamento da estratégia e sensibilização de medidas parta a auto-protecção - Aprovação Plano Municipal de Emergência e Protecção Civil - Aprovação do Plano Municipal de Defesa da Floresta contra incêndios - Planos de Segurança dedicados a vários sectores - Assinatura do protocolo com a FCTNova para a prevenção de riscos costeiros e sismos - Semana da Protecção Civil - Criadas três Equipas de Intervenção Permanentes Administração Urbanística - Conclusão de instrumentos para a gestão territorial, caso do Plano Director Municipal - Conclusão do Plano de Reconversão da Quinta do Guarda Mór - Plano de consulta pública para o Cais do Ginjal e elaboração do contrato de urbanização - Acompanhamento de ARUS - Diagnóstico dos parques de campismo da Costa da Caparica Atendimento ao Munícipe - Instalação de cinco Espaços do Cidadão

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Frota Municipal - Aquisição de 46 viaturas e máquinas (4,3 M€) Rede Viária - Adjudicadas empreitadas para a via pública (6M€) - Melhorias na iluminação pública do paredão norte da Costa da Caparica e no Largo de Cacilhas - Colocação de sistemas led na rede iluminação pública Logística - Elaborados mais de 50 estudos e projectos - Analisados 26 pedidos de licença de táxis - Emitidos quase 600 pareceres sobre condicionamentos de trânsito, ocupação de via pública e estacionamento para deficientes

Acção e Intervenção Social - Coordenação do plano de intervenção para as pessoas sem-abrigo, que antes estava a cargo de uma associação - Aprovado o Plano Municipal de Pessoas Sem-abrigo - Instalação de 90 aparelhos de teleassistência para pessoas em situações de dependência - Aprovação do Plano Municipal de Integração de Imigrantes - Candidatura ao Plano Local de Integração das Comunidades Ciganas Habitação - Aprovada Estratégia Local de Habitação - Assinado protocolo para Almada Poente com o IHRU (3 500 fogos de renda acessível) Aprovado o regulamento do programa Habit’ Almada Higiene Urbana - Instalação de novos equipamentos - Reparação de viaturas e aquisição de outras - Reorganização dos serviços - Aquisição de software para a gestão dos circuitos de recolha de resíduos Recursos Humanos - Contratados 64 assistentes operacionais - Acções de Formação para a qualificação de trabalhadores e criado pólo Qualifica - Mobilidade das carreiras profissionais

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SGUNDA-FEIRA, 02/12/2019

REPORTAGEM

“Não se pode ter um serviço onde em 24 horas iríamos ter poucos partos ou nenhuns. Seria uma má gestão de recursos humanos e físicos”, Sónia Tojinha, enfermeira no HLA

Fraca média de partos por dia tem sido justificação para deixar cair maternidade no Hospital do Litoral Alentejano

Quando os números obrigam bebés a nascer em ambulâncias Partos sucedem-se em pleno transporte para a maternidade mais próxima, que fica a hora e meia de distância.

Condições são poucas e o risco sempre maior, em cada uma dessas situações

POR MARTA RAIMUNDO

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Hospital do Litoral Alentejano (HLA), em Santiago do Cacém, foi inaugurado em 2005. Dá resposta a cinco concelhos do Alentejo, abrangendo uma vasta área.

Nesse mesmo ano, Luís Filipe Pereira (PSD), ministro da Saúde à data, assumiu que a maternidade do HLA, pedida e esperada, não era uma prioridade, dado que a média de partos por ano, nos concelhos não excedia

os 450, sendo que “uma média de um parto por dia não permite a fixação de equipas médicas”.

No ano seguinte, após pequena manifestação de populares, o então ministro Correia de Campos (PS) foi ainda mais longe do que o seu antecessor na pasta da Saúde ao afirmar: “Não é possível criar aqui uma maternidade. Seria um erro gravíssimo porque o dinheiro que seria gasto não seria aplicado no tratamento de pessoas idosas e doentes.”

De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2013 ocorreram cerca de 600 partos no domicílio, na zona do Litoral Alentejano. Nesse mesmo ano, conta-se apenas um hospital a funcionar para atender Sines, Grândola, Santiago do Cacém, Alcácer do Sal e Odemira, o HLA. Estima-se que, também em 2013 e por local de residência das mães, tenham sido registados 89 nados-vivos em Grândola, 145 em Sines e 173 em Santiago do Cacém. Em todo o Alentejo, entre 2014 e 2018, os nados-vivos rondam os cinco mil por ano. Na última década, o Baixo Alentejo – que engloba 18 concelhos no total – teve uma

“Tive uma hemorragia às duas da manhã e tive de ir de imediato para Setúbal.

Fiquei internada e de Setúbal fui para Loures. Estava bastante longe de casa. Não podia ter visitas diárias e são muitos gastos”, Cátia Gonçalves

CÁTIA GONÇALVES. O filho Diego nasceu numa ambulância no passado dia 5 de Outubro

média anual de quase dois mil nascimentos por ano. Odemira representa 10% desse número.

Volvidos 14 anos sabe-se que o HLA vai ser alvo de um “investimento de 5,7 milhões de euros para renovação de instalações e equipamentos”, de acordo com declarações de fonte da administração da unidade hospitalar à agência Lusa. Estão em vista melhoramentos nas urgências e nos blocos operatórios e uma renovação geral, face à idade da cons-

SEGUNDA-FEIRA 02/12/2019

trução. Em momento algum se fala na possibilidade de ter uma maternidade quando, também este ano, ocorreram alguns partos em ambulâncias, pois a unidade mais próxima, com especialidade, fica a hora e meia de caminho.

O médico e investigador João Bernardes, em declarações à Imprensa, explicou que há apenas cinco especialistas no bloco de parto do Hospital de Beja, o único com maternidade a funcionar no Baixo Alentejo, e no Alentejo Litoral, "quando seriam necessários entre 16 a 18 para assegurar todas as escalas". O clínico diz que o problema se agrava de ano para ano.

“[A minha filha] nasceu em andamento um pouco antes da ponte de Alcácer do Sal. Teve de ser logo aspirada porque ingeriu líquido amniótico. Teve de ficar 10 dias numa incubadora”, Sílvia Lopes

Mães em andamento Cátia Gonçalves teve um dos seus filhos o mês passado, numa ambulância. No dia 5 de Outubro, a mulher de 32 anos, residente no Cercal do Alentejo, Santiago do Cacém, chamou os bombeiros quando percebeu que já estava com fortes contracções.

“Estava perto do Cercal e ponderei ir para Setúbal, mas os bombeiros aconselharam-me Beja.”

Porém, não houve tempo para percorrer esses quilómetros. “Os bombeiros pararam a ambulância à entrada de Alvalade”, contou. “Foi uma bombeira de Alvalade que fez o parto, que foi ter connosco à ambulância, com uma colega.”

Considera que correu tudo bem, na medida do possível. “Eles deram sem dúvida o seu melhor e foram bastante profissionais.” Ainda assim, sublinha que preferia ter tido o bebé numa unidade hospitalar. “Acho essencial a existência de uma maternidade no HLA. A gravidez é algo que envolve alguns riscos. Existem sempre muitos alertas, muitas situações que podem meter em causa a vida do bebé e nós estamos a muitos quilómetros de ajuda médica. Torna-se assustador e pode provocar alguma ansiedade e receios.” E continuou: “A minha preocupação, quando me apercebi que fazer o parto na ambulância, foi a falta da toma do antibiótico para uma eventual bactéria que o bebé podia apanhar ao nascer, pois era prematuro.”

Cátia Gonçalves já tinha tido uma ameaça e dirigira-se a Setúbal. “Tive numa situação complicada às 32 semanas. Tive uma hemorragia às duas da manhã e tive de ir de imediato para Setúbal. Nem passei por Santiago. Fiquei internada e de Setúbal fui para Loures. Estava bastante longe de casa. Não podia ter visitas diárias e são muitos gastos.”

Sílvia Lopes, de Azinheira dos Barros, Grândola, também teve um bebé este ano, a 12 de Fevereiro, numa ambulância. “Os bombeiros [quando chegaram] avaliaram e disseram-me que não chegava ao Hospital de Se-

REPORTAGEM

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

SILVIA LOPES. A pequena Mara nasceu a caminho de Setúbal

túbal nem ao de Beja”. Conta que estes pediram ordem para a levar para o HLA, mas sem sucesso. “Foilhes dito que ali não era maternidade nenhuma”, recusando.

“Estive mais ou menos hora e meia à espera que [lhes] dessem ordens.

Chamaram uma equipa médica para seguirem comigo na ambulância, até à maternidade de Setúbal”. Porém, a filha de Sílvia Lopes nasceu em andamento, “um pouco antes da ponte de Alcácer do Sal”. Segundo esta mãe, os bombeiros “não têm os materiais necessários para fazer um parto e não têm espaço suficiente”.

Lembra que a filha “teve de ser logo aspirada porque ingeriu água do parto”, ou seja, líquido amniótico. “Teve de ir para a incubadora, ficou lá 10 dias. Fez uma infecção e teve de tomar antibiótico. Se fosse no hospital nada disso tinha acontecido”, afirmou Sílvia Lopes, acrescentando ainda que uma semana depois nasceram mais dois bebés em ambulâncias.

Opiniões profissionais O SETUBALENSE falou com uma profissional do HLA que pertence a um grupo de Enfermeiras Especialistas de Saúde Materna e Obstétrica e com uma bombeira que assistiu este ano a um parto, para perceber melhor quais as consequências da falta de maternidade no Litoral Alentejano.

Sónia Tojinha, enfermeira no HLA desde a sua inauguração, confessa que todos os dias ouve queixas de casais sobre a falta de maternidade na referida unidade hospitalar. “Ex-

plico sempre o porquê de não existir.

Acho que a população não tem noção disso e deve ser informada. Pensam que é só ter uma maternidade, não sabem a quantidade de profissionais envolvidos num parto e os serviços de apoio necessários. Não se pode ter um serviço onde em 24 horas iríamos ter poucos partos ou nenhuns.

Seria uma má gestão de recursos humanos e físicos”, explicou, mas não escondeu ter dúvidas quanto à principal razão para tal.

O grupo de trabalho constituído pelas Enfermeiras Especialistas de Saúde Materna e Obstétrica da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, que engloba os Cuidados de Saúde Primários e o Hospital, existe deste 2014, por haver “necessidade de uniformizar procedimentos e estreitar a partilha de informação entre o hospital e os centros de saúde”.

Trata-se de um grupo que “aposta na valorização dos cuidados especializados à mulher nas várias fases da sua vida”.

Sónia Tojinha conta que “o HLA não tem efectivamente bloco de partos, mas oferece à população outros serviços importantes na vigilância perinatal. Todas as grávidas, que são acompanhadas nos Cuidados de Saúde Primários, são encaminhadas para a Consulta Externa onde realizam as ecografias necessárias durante a gestação”. Há consultas de obstetrícia para as mães que tenham uma gravidez de risco e consultas multidisciplinares para grávidas diabéticas. E há cursos de preparação de partos.

“Quanto mais informado está o ca-

sal menos risco há de acontecer um parto fora do meio hospitalar”, afirma.

“Os casais são informados dos sinais de alarme e dos timings certos para recorrer à maternidade. E a grande maioria chega muito a tempo. Insiste-se para que os casais se dirijam logo às maternidades na altura de parto, sem passarem pelo HLA, porém, quando são chamadas ambulâncias, mesmo que não cheguem a sair, as grávidas têm obrigatoriamente de passar pelo HLA”, explicou.

Já houve partos no serviço desta profissional. “Todos eles de utentes que já não podiam ser transportadas para a maternidade, situações limite em que é sempre preferível fazer o parto em contexto hospitalar, mesmo sem bloco de partos, do que no caminho”, admitiu.

Segundo a bombeira, que este ano já assistiu a um parto, as ambulâncias estão equipadas com material básico – kit de partos – para a realização de um parto normal. “Se for algo mais complicado, não estamos propriamente equipados”, salientou. Se não houver condições para se realizar um parto normal, tenta-se “pedir apoio da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER)”, adiantou. “O HLA quando recebe uma grávida acaba por pedir o transporte de ambulância para Setúbal, por norma, e muitas das vezes sem acompanhamento de médico ou enfermeiro”, tornando-se o reencaminhamento para longe de casa uma prática comum.

Na sua opinião, haver maternidade no HLA, quer seja para muitos ou poucos utentes, seria “sempre uma mais-valia e mais seguro, [pois] os partos devem ser realizados em meio hospitalar”, atirou, reforçando a finalizar: “Se a mãe e o bebé precisarem de cuidados, todos os minutos fazem a diferença”.

Posição da CMSC e dos partidos “A questão da maternidade tem sido esquecida, mas não pela Câmara”, afirmou Álvaro Beijinha, presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém (CMSC), em declarações a O SETUBALENSE. De

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acordo com o autarca, a falta de maternidade no HLA é um assunto que continua a ser falado em assembleias municipais. Álvaro Beijinha defende que devia haver uma “avaliação actual” sobre o assunto, dado que hoje o concelho de Santiago do Cacém tem mais 100 mil pessoas do que quando o HLA abriu. O hospital “serve 100 mil pessoas, mais a população flutuante”, nomeadamente os trabalhadores das fábricas e do Porto de Sines, os “imigrantes hortícolas” de entre os quais “muitos jovens casais”. O edil não esquece o facto de se tratar de “uma zona turística” e isso leva ao concelho “mais uns quantos milhares”.

De resto, sublinhou, a autarquia sempre defendeu a maternidade desde a fase de projecto, que a contemplava. “O território é grande e as distâncias são todas muito grandes”, lembrou Álvaro Beijinha. Se se tiver em conta o interior de Odemira, daí até ao HLA são cerca de 90 quilómetros, exemplificou, sublinhando que “a distância faz com que haja risco para as mães e bebés”.

Quanto aos partidos, PCP e CDSPP destacam-se na luta pela abertura de uma maternidade em Santiago do Cacém. A Organização Regional do Litoral Alentejano (ORLA) do PCP, em 2009, denunciou a rejeição por parte de PS e PSD, da instalação, estudo e projecto da maternidade.

Em Abril de 2011, a direcção da ORLA lançou um comunicado a exigir a construção da mesma. “Não é mais admissível que uma população de 100 mil habitantes esteja privada desse serviço”. E as urgências também estavam em causa. “Os serviços de urgência no HLA não têm capacidade de resposta às necessidades da população da região”, lê-se no documento. Em Junho do ano seguinte, numa conferência de Imprensa da direcção da ORLA do PCP sobre a situação da Saúde no Litoral Alentejano, o mesmo assunto veio à tona.

Já o CDS-PP pronunciou-se mais recentemente, na altura de campanha para as eleições legislativas. A concelhia centrista de Sines fez uma publicação na rede social Instagram para frisar que o partido “tem tomado a liderança na luta por uma maternidade no Hospital do Litoral Alentejano, de modo a evitar problemas e que haja bebés a nascer a caminho de outras unidades hospitalares”. Porém, em esclarecimentos a O SETUBALENSE, foi dito que a primeira reunião sobre o assunto aconteceu em 2010 “com a presença do Dr. Paulo Portas, que foi ao Hospital do Litoral Alentejano para ver a parte dos Cuidados Paliativos e dar o enfoque à falta da maternidade”. O partido fez uma petição que ainda está activa e garante que incluiu “esta matéria nos últimos programas autárquicos, tanto em 2013 como em 2017”.

12 GRANDE REPORTAGEM

SEGUNDA-FEIRA 02/12/2019

O DIÁRIO DA REGIÃO DE SETÚBAL

ABANDONAD DOS DOS Em Portugal são cerca de 4 mil. Na península de Setúbal, talvez, 300. Sem-tecto ou sem-casa, eles vivem no distrito de que ninguém fala, suspensos pelas promessas do Estado, à espera de respostas que a rede de apoio não tem, num cenário que, dentro de um ano, pode ser “assustador”

POR ANA MARTINS VENTURA FOTOGRAFIA ALEX GASPAR

J

oão apareceu há pouco tempo na baixa de Setúbal. Provavelmente, ainda não faz parte dos 73 casos de sem-abrigo registados no concelho de Setúbal, porque os dados são de Dezembro de 2018 e ele apenas vive no Largo da Misericórdia desde Setembro.

Da sua vida não conseguimos saber muito. Auto-intitula-se “dono do jornal O Setubalense” e revela ter a extraordinária idade de “400 anos”. Um privilégio, talvez, de quem esqueceu o quanto o tempo passou, deitado em cartões, aos pés de quem por ali passa.

Muitos sabem quem são estas pessoas que vagueiam pelas ruas e praças da cidade. Há quem conheça casos em particular e quem ajude todos os dias, com comida, roupa, atenção. O que poucos sabem é que a rede de apoio existente – o NPISA Setúbal - Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo – assume não ter respostas e que está enterrado em burocracias, prestes a enfrentar um cenário que, dentro de pouco tempo, pode ser incontrolável em Setúbal.

Este é o ponto comum que toca as palavras do centenário sonhador; de Carlos, que vive debaixo da ponte; e de Nuno e Carla, que foram salvos a tempo pelo NPISA Setúbal. “Não há respostas”.

Em Setembro, quando O Setubalense começou a questionar quais as razões para o número crescente de casos sem-abrigo em Setúbal, a comunicação social mantinha o tema adormecido. Estava assim desde a promessa do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em 2017, comprometido a solucionar todos os casos do país até 2023.

Metas definidas e tempo de espera decorrido, há três meses atrás pouco se questionava, publicamente, o tempo que o projecto Housing First (na tradução livre, Casas Primeiro) levava parado na Segurança Social, a aguardar sinal verde do Governo. Assim como pouco se questionava como e onde estariam os sem-abrigo a viver, até as soluções saírem do papel.

Entretanto, todos os dias passamos por eles, sem reparar que existem, dois passos ao nosso lado na calçada, abandonados, à espera de respostas ao “Porquê? Como? Quando? Onde?”.

No contacto com a Cáritas Diocesana de Setúbal, entidade coordenadora do NPISA Setúbal, ficou claro o “Porquê”.

Segundo Clara Vilhena, directora técnica do Centro Social São Francisco Xavier da Cáritas Diocesana, dedicado à ajuda a pessoas sem-abrigo na cidade, onde são servidas diariamente 300 refeições e dadas medicações, “não há outra resposta para além da ajuda de emergência”.

Clara Vilhena assume que a Cáritas não tem conhecimento de planos de futuro a serem concretizados em Setúbal. E datas precisas para a implementação do Housing First no concelho, nem a Segurança Social, nem a Câmara Municipal de Setúbal, podem confirmar.

Presidente da Presidente da República não não república respondeu respondeu a O SETUBALENSE a O Setubalense Sucessivos pedidos de informação sobre o contexto de Setúbal, foram submetidos pelo jornal ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mas ficaram sem resposta.

O terceiro distrito Com 73 casos registados no concelho de Setúbal, mais 31 entre os concelhos da Moita e Barreiro, e 51 casos em Almada, o distrito ocupa a terceira posição no país, enquanto território com maior número de sem-abrigo.E aqui, o realojamento de emergência responde a menos de 10% dos casos.

A estes casos adicionam-se mais

144 agregados considerados “sem-casa”. Representam a população que tem onde residir a curto prazo, com apoio de subsídios ou de instituições, embora em quartos alugados, camaratas sociais ou casas que não apresentam condições mínimas de salubridade e segurança.

Estes são os últimos números registados pela Cáritas Diocesana de Setúbal, em Dezembro de 2018, com Clara Vilhena a assumir que “o número de casos aumentou”.

No entanto, da direcção geral da Segurança Social a resposta que chega a O Setubalense tem dados contraditórios. “Trinta sem-tecto e 105 sem-casa”.

Já na associação C.A.S.A. Setúbal, Susana Marques aponta, “pelo menos 67 casos”. Mas revela que, “ninguém conhece a real dimensão do contexto sem-abrigo no concelho, que dirá no distrito” e reconhece questões “urgentes” por resolver num sistema ao qual pertence, enquanto representante de uma associação que é membro do NPISA. “Isso fica claro nas reuniões de parceiros”, comenta. “Perdem-se sessões atrás de sessões à espera de aprovar um regulamento que até agora, que

eu tenha conhecimento, o NPISA não tem. No entanto, não se avançam soluções para esta população, que está a crescer de mês a mês. E, os nossos recursos neste momento são apenas centrados na resposta de emergência.

Um penso rápido que não vai resolver os cerca de 300 casos que, possivelmente, estão nas mãos deste NPISA, entre sem-tecto e sem-casa”.

Questionada sobre o porquê deste constante “possivelmente”, Susana Marques explica, “porque nem mesmo os registos recolhidos pelas diferentes entidades estão a ser cruzados e a realidade pode ser ainda maior do que aquela que conhecemos. Isso é assustador”.

“Assustador”, é a mesma palavra usada por Clara Vilhena para descrever a situação actual de Setúbal.

Clara Vilhena justifica porquê.

“A única resposta de emergência que temos são catorze camas. Doze para homens e duas para mulheres no Centro São Francisco Xavier”. Quanto a outras respostas possíveis no acolhimento temporário e a longo prazo, “não existem”, afirma.

Para além desta população sem-tecto existem ainda os casos sem-ca-

sa. Aqueles que têm, ou tinham, quartos alugados, “porque no Verão o valor destes alojamentos sobe significativamente e depois, apenas com Rendimento Social de Inserção [RSI], deixa de ser possível manter o alojamento”.

Enquanto isso o projecto de alojamento Housing First aguarda por apro-

Existem 14 camas em Setúbal para ajuda de emergência a sem-abrigo e estes representam 73 casos, que podem dobrar num ano

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vação. Submetido pela Cáritas à Segurança Social desde 2017, para aplicação à realidade de Setúbal.

Casas tardam em chegar A Segurança Social de Setúbal recebeu em 2017, um pedido da Cáritas

GRANDE REPORTAGEM

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Diocesana de Setúbal, enquanto entidade coordenadora do NPISA Setúbal, para que fosse implementado no concelho o projecto Housing First (na tradução livre, As Casas Primeiro), enquanto resposta de alojamento para pessoas sem-abrigo. Segundo Clara Vilhena “continua-se a aguardar resposta”.

Questionada sobre o porquê desta situação, a directora técnica do Centro São Francisco Xavier desconhece, embora a Segurança Social de Setúbal também seja uma das entidades parceiras que integra o NPISA. Housing First foi proposto pelo Presidente da República em 2017, como grande solução para retirar das ruas as pessoas em situação sem-abrigo, mas até hoje o projecto não saiu do papel.

“Com o Housing First a actuação dos NPISA seria feita de forma inversa. No lugar de primeiro acolhermos em centro social, dar-mos o apoio alimentar, de saúde e higiene e só depois começarmos a trabalhar a estrutura para realojar as pessoas, neste projecto as casas viriam em primeiro lugar.

Só depois é que começaríamos a trabalhar as outras situações associadas, como a saúde e documentação para pensões e subsídios”.

Clara Vilhena recorda que, na época a Cáritas estava “muito confiante”.

O plano era adaptar também o projecto a pessoas com doença mental. “Um contexto que está muitas vezes associado aos casos sem-abrigo, devido à falta de respostas em determinado momento das suas vidas”. Mas o tempo continua a decorrer sem respostas.

Em Setúbal, a necessidade urgente de ter Housing First no terreno surgiu devido ao número crescente de casos sem-abrigo e face à resposta limitada existente. Com apenas quatorze camas para ajuda de emergência mantidas pelo NPISA no Centro Social São Francisco Xavier e “uma única pensão na baixa de Setúbal [na Rua Dr. Estevam de Vasconcelos], que ainda recebe beneficiários de Rendimento Social de Inserção, em quartos alugados especificamente para casos de alojamento de emergência”. Clara Vilhena afirma que, se esta pensão encerrar portas a situação em Setúbal “ganhará contornos inimagináveis”.

E, segundo a representante do NPISA, não são apenas os casos de sem-abrigo, hoje oficialmente designados por sem-tecto, que estão a deixar preocupações crescentes.

“Também os sem-casa precisam de respostas de emergência para realojamento. Os casos têm vindo a aumentar

CLARA VILHENA. Directora Técnica do Centro Social São Francisco Xavier, da Cáritas Diocesana

entre a população mais idosa e reformada”. Um contexto relacionado com a especulação imobiliária, “que está a levar senhorios, proprietários de casas antigas, em especial no bairro da Fonte Nova, a venderam-nas a investidores interessados no alojamento local para turistas”, explica.

“Ninguém

“Ninguém conhece conhece a real a real dimensão dimensão do docontexto contexto sem-abrigo no sem-abrigo concelho, quanto no concelho, que mais no distrito” dirá no distrito” Neste cenário, idosos, com baixos rendimentos ficam desalojados a precisar de respostas imediatas, muitas vezes apenas conseguidas através de lar de acolhimento, outras vezes pelo apoio de familiares. “Mas, nos casos em que nenhuma destas respostas é articulada ficam na rua”.

Segurança Social aponta crise económica como causa de inação Reafirmando que a crise levou ao cancelamento de ajudas, a direcção geral da Segurança Social assume que, “o lançamento da nova estratégia ENIPSSA 2017-2023 [Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo] vem trazer uma ténue motivação e esperança”.

Na reunião de parceiros desta estratégia, realizada a 18 de Novembro, com a presença do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ficou confirmada a expectativa em relação “ao financiamento de respostas cujas necessidades estão amplamente diagnosticadas, como o acolhimento e a habitação”. O que pode tornar mais próxima a possível concretização do projecto Housing First.

No entanto, considerando que no âmbito da Estratégia Europa 2020, uma das prioridades é o combate à pobreza, “com ênfase na criação de políticas para combater o fenómeno de sem-abrigo e exclusão habitacional”, a Segurança Social admite que, o que tem sido articulado até ao momento “não está a corresponder ao estabelecido nos objectivos estratégicos”, sendo necessária mais acção “e não apenas boa intenção”.

Perante este cenário a Segurança Social afirma mesmo que, “as expetativas e promessas de financiamento da estratégia, para desenvolver trabalho e efectivar respostas essenciais para estas pessoas foram goradas”, pela crise económica e pelo desinvestimento em políticas sociais. Sendo por isso que, “as entidades desta área estão confrontadas com a exigência de facultar, apenas, respostas

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de emergência” a famílias e casos isolados.

Presidente da Câmara crente em recursos suficientes, vereador nega Apesar desta visão transmitida por parceiros do NPISA Setúbal e pelo Segurança Social, membro da estratégia nacional, na Câmara Municipal de Setúbal os pareceres dividem-se entre “a resposta adequada” e “a resposta está longe de ser suficiente”.

Na Sessão de Câmara do dia 24 de Outubro, a presidente da autarquia, Maria das Dores Meira, afirmou durante a votação do Orçamento Municipal para 2020 que o apoio financeiro dado à população sem-abrigo é suficiente e que a resposta tem sido adequada às necessidades registadas em diferentes momentos, como durante vagas de frio, com os planos de acção colocados em prática pela Protecção Civil. A autarca referiu ainda e, sobretudo, que o número de casos sem-abrigo é “cada vez menor”.

O Setubalense questionou se a presidente da Câmara Municipal, sendo esta entidade membro do NPISA Setúbal, tem conhecimento de que, no concelho, o número de pessoas sem-tecto ascende a 70 e que o número de pessoas sem-casa é superior a 140, com risco de aumentar em mais 100 casos, devido à especulação imobiliária.

No entanto, foi Pedro Pina, vereador responsável pelo departamento de Direitos Sociais, quem apontou números recentes e considerações sobre a realidade vivida em Setúbal.

Em 2011, o NPISA Setúbal registou 120 pessoas em risco de se tornarem sem-abrigo e 91 em situação de sem-abrigo. Os números apenas voltaram a ser actualizados em 2018, com 73 pessoas registadas como sem-tecto e 74 sem-casa, mais catorze em alojamento temporário no Centro Social São Francisco Xavier.

Questionada a autarquia sobre o porquê deste intervalo de sete anos, as causas não foram indicadas. E o vereador Pedro Pina considera que a população sem-abrigo “não se encontra muito visível, uma vez que pernoita em locais precários, geralmente casas ou fábricas/armazéns devolutos, sem quaisquer condições de habitabilidade”.

No entanto, O Setubalense verifica casos em plena cidade e à luz do dia: no Largo da Misericórdia, na Travessa do Bonfim e na Rua da Tebaida.

Todos casos em que a rede de apoio não funcionou quando foi perdida a estrutura familiar, por falecimento ou quebra de relações. Todos casos de pessoas com aparente doença mental e consumo de álcool. Não apenas homens, mulheres também.

Na resposta a estes e outros casos Pedro Pina admite que são urgentes mais recursos, entre os quais “alojamento de emergência e pós emergência”. Algo que não está ser possível concretizar devido à “falta de programas de alojamento”, como o Housing First.

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Debaixo da ponte Carlos não está debaixo da ponte porque o Rendimento Social de Inserção falhou, perdeu o quarto que alugava ou porque quando chegou à porta do Centro Social São Francisco Xavier a resposta não era suficiente.

Ele simplesmente nunca percorreu qualquer um destes passos

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“Não sei” é expressão de Carlos Miguel para cada vez que perguntam se sabe onde fica o Centro Social São Francisco Xavier. Tem 47 anos e está há nove na rua, desconhece se foi contactado esta semana ou a semana passada por uma associação de apoio a sem-abrigo. Sabe apenas o que repete todas as vezes que o encontramos.

“Nunca ninguém veio ao meu encontro perguntar se precisava de ajuda. Nem no tempo em que vivi numa vivenda abandonada mais o meu amigo. Nem desde que vim para aqui [debaixo da ponte do comboio, na Rua da Tebaida, em Setúbal]. Ouço contar que há ajuda na Fonte Nova, mas eu não quero isso, nem ficar fechado. Quero

“Eu quero um abrigo. Só isso.

Uma casa, um lugar onde eu possa viver sem medo da morte” SILÊNCIO. Carlos está na rua há nove anos e diz que nunca recebeu ajuda

uma casa para viver”.

Está debaixo da ponte há nove meses. À primeira vista não se percebe esta casa, nem damos conta de duas pessoas deitadas naquele espaço com a largura de um metro, rodeados de pedras, ervas e lixo. Carlos com 47 anos, o amigo, José, com 75 anos.

“Na outra noite foi ele que me salvou. A epilepsia voltou a dar.

Eu apaguei. Cai ao chão e ele é que foi pedir ajuda. Veio o INEM e, como sempre, levaram-me para o hospital [São Bernardo].

Fui assistido, deram-me medicação e...”. Depois, o desfecho repete-se. Carlos vem para a rua.

Questionado sobre se alguém propõe ajuda durante as idas ao Hospital São Bernardo, Carlos repete “não sei, nunca ninguém diz nada. Eu quero um abrigo. Só isso. Uma casa, um lugar onde eu possa viver sem medo da morte”.

Mas, segundo Carlos, o seu caso é bem conhecido no hospital, porque uma familiar que o acolhe todos os sábados em casa, para banho e roupa lavada,

trabalha no São Bernardo. A rotina de Carlos é assim desde que ficou na rua, depois dos pais morrerem e do irmão ser preso. “O meu irmão consumia muito [droga] e mesmo que não fosse preso, não ia conseguir viver com ele”, explica.

A O Setubalense o Centro Hospitalar de Setúbal confirma que são atendidos, por mês, em média, cinco casos referentes a pessoas em situação sem-abrigo. E todos são acompanhados por um técnico do Serviço Social “sempre que aceite e solicitado” pelo utente. Embora as características de cada caso sejam sempre apresentadas ao Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo de Setúbal.

Susana Marques, do C.A.S.A. Setúbal, também contradiz a solidão do Carlos. “Já sinalizamos o caso e há um voluntário que o vê todas as semanas. O Carlos é um dos casos em que mais se percebe que a rede não funciona. Tem uma doença mental e alguma deficiência cognitiva e depois, uma

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vez na rua, associou a este quadro o consumo de álcool, o escape de quem está nesta situação e quer anestesiar-se. Sem os pais ele perdeu a estrutura e não teve quem desse resposta a tempo.

Alguém que reparasse que ele não sabia ou não podia procurar a resposta sozinho. Toma medicação regularmente através do Centro Hospitalar de Setúbal. Diz que não quer estar na rua. Mas nenhuma das instituições do NPISA deu resposta até hoje”.

O silêncio que cerca Carlos é o mesmo que, por pouco, não cercava a vida de Nuno e Carla. O casal representa aqueles que, no futuro, “se não tiverem resposta, vão tornar a realidade muito mais grave do que podemos imaginar”, afirma Susana Marques.

Novos “sem-casa” Dois anos. Desde 2017 até há algumas semanas atrás. Este foi o tempo que Nuno e Carla levaram até conseguir respostas da Segurança Social de Setúbal. Admitem que também não tinham a informação de como deveriam pedir apoio formal para resolver a sua situação e que, nem sempre, tomaram as melhores decisões.

Mas, também não negam que esperavam “mais respostas e menos dúvidas” de cada vez que o Estado interveio no seu caso.

Os novos semcasa são pessoas com rotinas organizadas, mas com um equilíbrio frágil.

A determinado momento perdem recursos até ficarem na rua Nuno recorda a história desde o início. “As coisas desabaram quando a mãe da Carla faleceu.

Vivamos em Almada e a senhora ajudava-nos muito para que conseguíssemos alimentar as nossas três filhas e pagar a renda. Quando faleceu ficámos sem esse apoio”.

A casa em Almada perdeu-se por falta de pagamento e o casal decidiu vir para Setúbal, onde Nuno tem familiares. Aqui valeram mais os amigos do que os familiares. Acolheram-nos em casa, no Bairro Afonso Costa, e depois indicaram uma casa vazia da Câmara Municipal de Setúbal, no mesmo prédio em que estavam, daí pas-

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“Uma manhã, pelas 6h00, um fiscal da Câmara, acompanhado da polícia bateu à porta. Fomos despejados”

saram ainda para outros locais.

De solução em solução, as condições de vida degradaram-se.

“Nem pensei duas vezes, precisava de um lugar para a minha família. Arrombei a porta e aos poucos fui arranjando as coisas por dentro. Entretanto fui à Câmara dizer o que tinha feito e apresentar a minha intenção de ficar com a casa e pagar uma renda. Apenas fiz o que fiz porque precisava de uma solução urgente para a minha família”.

“Na época, em 2017, a Dra. Raquel Levi ficou com o processo do que estava a acontecer e durante alguns meses recebia-nos todas as semanas, para acompanhar o caso. E, na Segurança Social de Setúbal, a Dra. Idalina Silvestre foi a primeira Assistente Social a acompanhar-nos. Uma manhã, pelas 6h00, um fiscal da Câmara, acompanhado da polícia bateu à porta. Fomos despejados sem qualquer consideração pelas minhas filhas pequenas e não deram indicação para um abrigo de emergência”.

“Ainda tinha o meu carro, estacionei pelo bairro Che Setúbal e ficamos ali a viver. Ao fim de uma semana, a polícia cercou o carro e com a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens levou as minhas filhas. Aí foram rápidos. Tiveram logo resposta. Mas quando pedimos ajuda para continuar a ser uma família deitaram-nos à rua”.

“As meninas foram para o Lar da Nossa Senhora da Saúde [em Setúbal]. E eu e a Carla ficámos no carro. Fomos multados. E como não podemos pagar a multa fiquei 54 dias detido”.

No bairro Che Setúbal, pessoas que ajudavam o casal diariamente com alimentação comentaram que as ruínas nas Manteigadas podiam ser uma solução temporária. A casa de uma só divisão não tinha telhado, apenas paredes e chão. Um amigo ajudou Nuno a passar plástico na cobertura. E ali viveram durante quatro meses.

Em Novembro depois de contactarem O Setubalense e lançarem um

pedido de ajuda nas redes sociais, Nuno e Carla conseguiram deixar as ruínas. “Não aguentava mais.

Tinha que fazer alguma coisa. Foi quando lancei o apelo e o C.A.S.A. apareceu, uma noite”.

Susana Marques admite que não conseguiu ficar imparcial.

“Quando cheguei e olhei para o lugar em que viviam, antes de entrar as lágrimas já corriam pelo meu rosto. Lá dentro chovia. A situação era totalmente desumana. Disse que não ficavam nem mais uma noite ali. Assim ficaram nas nossas instalações [na Fonte Nova], até encontrarmos solução.

Entretanto a Carla conseguiu trabalho e o Nuno, que tem dificuldade em mover-se está a receber RSI. Depois de ter passado dois anos com papéis para a frente e para trás, pouco tempo antes de sair da ruína já havia conseguido finalmente ter o RSI deferido [aprovado]. Agora vamos dar os próximos passos com aquilo que tivermos ao nosso alcance para conseguirmos uma casa”.

Para a activista social este é um dos casos de “novos sem casa”.

Pessoas com rotinas organizadas, mas com um equilíbrio frágil que, a determinado momento, muda.

E perdem recursos de forma gra-

dual, até ficarem na rua.

“A questão aqui é: se o casal procurou a Câmara Municipal de Setúbal e a Segurança Social, porque é que não foi dada a informa-

Processos são “demasiado burocratizados”, quando as soluções devem ser “imediatas e adaptadas a cada caso”

ção e apoio que precisavam? Sai mais barato ao Estado gastar recursos com profissionais e reuniões, com impressos para habitação social e RSI recusados várias vezes, com o fiscal e as autoridades a deslocarem-se para despejar uma família, a mobili-

zar uma Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, ficar com crianças à sua guarda que custam bastante à Segurança Social, passar uma multa e manter uma pessoa detida por 54 dias e, agora, pagar agora prestações RSI? Ou sairia muito mais barato ao Estado acelerar o processo para que esta família ficasse na casa camarária e apoiar o casal a encontrar trabalho? Teríamos uma família, em parte, autónoma, a cuidar-se entre si. Mas, no lugar desse modelo temos dois adultos que sofreram uma grande desestruturação devido ao abandono. E três crianças que passaram por situações inimagináveis”.

Para Susana Marques os processos são “demasiado burocratizados”, quando as soluções devem ser “imediatas e adaptadas a cada caso”.

Erros que aponta ao sistema do qual também faz parte e no qual reconhece que o próprio C.A.S.A. deveria ser mais activo. “Contra mim falo, porque faço parte de uma associação parceira do NPISA, que não tem estado representada nas reuniões de parceiros. E quando estive presente também eu fui conivente com o tempo perdido em debates. Quando é urgente agir agora”.

C.A.S.A. Susana Marques considera os novos “sem-casa” como um flagêlo que dominará Setúbal

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ENTREVISTA

RUI OLIVEIRA COSTA

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Administrador da Eurosondagem em entrevista

“Setúbal tem um eleitorado bem informado politicamente” O rosto visível de um gigante das sondagens em Portugal fez, para O SETUBALENSE, uma avaliação política e social do distrito. Destaca a importância e as particularidades de Setúbal em comparação com o todo nacional, e chama a atenção para os estudos de mercado políticos a meio dos mandatos, essencialmente ao nível autárquico

POR LUÍS BANDADAS FOTOS MÁRIO ROMÃO

É

professor de Ciência Política, foi deputado, fundador da UGT, dirigente partidário e autarca, mas a imagem pública e marca profissional de Rui Oliveira Costa está, indelevelmente, ligada ao projecto que pensou, construiu e solidificou ao longo dos anos: a Eurosondagem.

Nesta entrevista a O SETUBALENSE, o “senhor sondagens”, faz um rastreio político e social pormenorizado do distrito de Setúbal. Revela a recente aposta no trabalho com a imprensa regional, e deixa uma chamada a atenção para a importância das sondagens a meio dos mandatos autárquicos. No plano estrutural da Eurosondagem, mostra-se satisfeito com a passagem de testemunho a uma nova geração dentro de portas. Rui

Oliveira Costa e António Rebelo de Sousa são os accionistas da empresa, mas os filhos de ambos, Marta Oliveira Costa e Luís Rebelo de Sousa, já assumem o cargo de sócios-gerentes.

Fundada em 1996,a Eurosondagem é, desde há muito, uma referência no sector de estudos de mercado em Portugal.Para a longevidade e sucesso da empresa, Rui Oliveira Costa aponta, nesta entrevista, os factores mais decisivos.

Como profundo conhecedor da realidade político-social do país, pode fazer-nos o retrato político do distrito de Setúbal com base nos estudos de mercado que tem feito ao longo dos anos? É um distrito que conheço muito

bem. É o quarto do país em número de recenseados e tem duas facetas: uma, inserida na Área Metropolitana de Lisboa, e a outra, com os quatro concelhos no Alentejo, Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines, que, do ponto de vista eleitoral, contam relativamente pouco, pois elegem apenas dois deputados. A Península de Setúbal tem outra faceta quanto aos votos. Se o Barreiro, Almada e Seixal têm uma ligação nacional devido à proximidade a Lisboa, Setúbal, Palmela e Sesimbra já têm um foco local. O voto não é muito diferente, mas também não é igual. É um distrito que se situa, nos votos, à esquerda da média nacional, claramente. Dentro da esquerda, com uma predominância da

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“A meio do mandato é importante saber como estão as correr as coisas. Um bom autarca, a meio do mandato, deve ter uma ideia do que está a correr bem e o que não está a correr tão bem”

“Trabalhar Setúbal tem um grau de dificuldade idêntico aos outros distritos.

Não há uma taxa mais elevada de respostas “não sabe” ou “não responde” do que se verifica no resto do país. É um eleitorado, de uma forma geral, bem informado do ponto de vista político

CDU face ao BE, igual ao Alentejo, o que não se verifica em mais nenhum ponto do país; e tem uma forte presença do PS, com nove deputados eleitos. Setúbal tem ainda a particularidade de ser a capital com o terceiro concelho em número de eleitores. Não ocorre em mais nenhum distrito.

Setúbal, diria, não é bem um distrito padrão. Santarém é o que reflecte mais fielmente o resultado nacional. É a Ohio de Portugal. Em relação à influência partidária, em Setúbal verifica-se uma preponderância da CDU, um CDS bastante fraco, a meu ver, de forma irreversível, e constata-se um grande resultado do PAN. Fora Lisboa e do Porto, o melhor resultado é o de Setúbal. Na minha opinião, é uma força política que, em Setúbal, veio para ficar. Os novos partidos, nem por isso. O Livre, Iniciativa Liberal e Chega, em Setúbal, estão na média nacional.

Que cenário social traça para a região de Setúbal? É uma região onde o rendimento per-capita não é comparável ao de outras regiões do país, como as dos grandes centros, Braga ou Guimarães. Não é bem um dormitório como Odivelas ou a Amadora, mas quase. E esta é uma das situações que influi na abstenção, que normalmente é alta nas autárquicas, e Setúbal não é excepção. Quem trabalha fora da cidade, a grande maioria em Lisboa, nas autárquicas participa menos porque a questão local não é para essas pessoas tão relevante, porque não vivenciam essa realidade diariamente; nas legislativas tudo muda, porque o voto é nacional. Setúbal é, por isso, um bom exemplo do porquê do voto na-

cional ser diferente do local. É um eleitorado fácil de trabalhar para a Eurosondagem?

Sim! Tem um grau de dificuldade, diria, idêntico aos outros distritos.

Não há uma taxa mais elevada de respostas “não sabe” ou “não responde” do que se verifica no resto do país. É um eleitorado, de uma forma geral, bem informado do ponto de vista político.

Cada região tem a sua especificidade. Eu sei onde ficam em todos os distritos os 308 concelhos de Portugal, e conheço-os bem. É fundamental esse conhecimento político e social para chegarmos aos resultados que se pretende.

Com a acção focada, quase a cem por cento, na área política, a carteira de clientes não deve ter muita expressão no sector privado?

De facto, as autarquias são os nossos melhores clientes. Setúbal, globalmente, tem menos pedidos de estudos do que Lisboa, Porto, Braga ou Aveiro. Para isso contribui o facto de nesses distritos haver uma disputa de câmaras mais acesa e incerta.

Nos intervalos dos períodos eleitorais, que trabalho desenvolve uma empresa como a Eurosondagem?

Nos períodos entre eleições, temos um barómetro político que sai todos os meses e que é o mais antigo do país, já com 20 anos. Esta sondagem dá a intenção de voto e mede a popularidade do Presidente da República, Governo, primeiro-ministro e líderes partidários, e também questões de conjuntura. Isso é relevante. Depois, temos as câmaras municipais que são um dos principais clientes que nos pedem estu-

dos políticos. A meio do mandato é importante saber como estão a correr as coisas. Um bom autarca, a meio do mandato, deve ter uma ideia do que está a correr bem e o que não está a correr tão bem. É o que eu faria e, por isso, aconselho que se faça.

Alguns só fazem esse tipo de estudo a dois meses das eleições e aí já não há nada a fazer. Há ainda situações pontuais para as quais também estamos capacitados. Dou-lhe vários exemplos: o Porto, agora, tem um problema com o pavilhão Rosa Mota, Braga vai ter a venda do estádio de futebol. Situações que necessitam de ser analisadas antes de os autarcas tomarem as decisões, que podem ter consequências políticas.

Outro tipo de estudos para os quais estamos habilitados são questões sobre o tabagismo, que passam pela Direcção-Geral de Saúde, saber os locais onde se deve poder fumar, proibições etc. São questões de âmbito nacional, que fogem ao espectro da política. Agora estamos a desenvolver um trabalho com a imprensa regional, que envolve a Associação Mutualista Montepio, e que permite que nós pratiquemos preços com um valor quase simbólico, para que a imprensa regional possa passar às populações a realidade do momento nos seus concelhos. Temos já parcerias estabelecidas com 13 órgãos de comunicação social de norte a sul do país.

Mas a Eurosondagem não está sozinha no mercado. O que faz a diferença na hora de o cliente se decidir pelos seus serviços em detrimento de outros concorrentes?

Para nós, é a experiência. Fazemos presidenciais, legislativas e autár-

quicas há 20 anos. Nas últimas autárquicas tudo bateu certo. As capitais de distrito não falhámos nenhuma, mesmo a perda da CDU em Beja. Foi a única capital de distrito que mudou de mãos, não falhámos. Tudo certinho. Na Madeira, também correu muito bem. Conheço muito bem as regiões autónomas e, para o ano, vamos ter as eleições no Açores em relação às quais temos boas perspectivas.

Este é o nosso melhor argumento, os resultados.Mas também o cumprimento de prazos e os preços muito competitivos que praticamos. A Eurosondagem é uma PME, não é uma grande empresa, mas pomos muito rigor no que fazemos.A experiência e o conhecimento são muito importantes e, nessa matéria, o meu passado fala por si.

Temos supervisores, mas eu supervisiono os supervisores.

Quanto ao futuro, como vê a Eurosondagem no curto e médio prazo?

Do ponto de vista qualitativo, queremos sempre melhorar, mas, quantitativamente, não vamos crescer, nem queremos, porque não nos metemos naquilo que não sabemos fazer bem. Somos especialistas em estudos de natureza política. Esse é, e será sempre, o nosso foco. Neste momento, diria que estamos numa fase de preparação para a passagem de testemunho a uma nova geração. A Marta, minha filha, já é a nossa chefe operacional, o Luís, filho do António Rebelo de Sousa, o outro acionista da empresa, ainda não tem uma presença tão intensa, mas o futuro da empresa passa por eles; contudo, por enquanto, nenhum estudo é publicado sem a minha assinatura.

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BLOCO CLÍNICO Medisete - Centro Médico, Lda. Direcção Clinica – Dr. Norberto Gomes Dra. Anabela Nabais - Neurocirurgia Dra. Nélia Alegria - Medicina Geral e Familiar Dra. Teresa Bertolo - Medicina Geral e Familiar Dra. Maria José Leitão - Psicologia | Hipnoterapia (Acordos) Dra. Estefânia Campos - Tratamentos de Incontinência Urinária e Fecal Dr. Norberto Gomes - Medicina Desportiva Tratamento Não Cirúrgico de Varizes (Derrames) - Esclerose, Laser Co2, Laser Vascular, Carboxiterapia

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS DRA. MARIA FILOMENA LOPES PERDIGÃO DR. ALFREDO PERDIGÃO

Dr. Carlos Góis - Psiquiatria Dr. Norberto Gomes e Dr. V. Pedro Correia - Tratamento de Obesidade

Horário 2ª a 6ª-feira: 08.00/12.30 - 14/18.00h Sábado: 09.00/12.00h Rua Jorge de Sousa, 8 | 2900-428 Setúbal www.precilab.pt | tel. 265 529 400/1 telm.: 910 959 933 | Fax: 265 529 408

Rua Augusto da Costa, nº 1 - 1 A - 2910-410 Setubal 265 239 390 | 265 419 488 | e-mail: medisete@gmail.com

Farmácia Marques DIRECÇÃO TÉCNICA Dr. Valter Manuel C. Gomes De Segunda a Sexta das 9h às 19h Sábado das 9h às 13h Ru a A r r o n ch es J u n q u ei r o , 1 0 9 Tel . 2 6 5 5 2 2 7 8 3 • S e t ú b a l

Farmácia Portugal DIRECTOR TÉCNICO Fernando Gamito Rodrigues Av. Jaime Cortesão, 77-B Tel. 265 539 060 • Setúbal Horário: 09h00 - 13h00; 14h00 - 20h00 Sábado: 09h00 - 13h00

Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Canha Rua António Sérgio n°1 - 2985 -001 Canha Tel: 265897956 / 265897117 bombeiroscanha@hotmail.com

CONVOCATÓRIA Ao abrigo do Artigo Vigésimo Segundo dos Estatutos desta Associação, convocam-se todos os Sócios para uma AssembleiaGeral Ordinária a realizar no dia 13/12/2019, pelas 20h30m, no Quartel desta Associação, com a seguinte Ordem de Trabalhos: ORDEM DE TRABALHOS 1.º - Apresentação do Orçamento e Plano de Actividades para o ano de 2020.

2.º - Informações; N.B. No caso de à hora marcado não se encontrarem presentes o número legal de Sócios para a Assembleia poder deliberar, a mesma funcionará meia hora depois em segunda convocatória, com qualquer número de Sócios presentes.

Quartel em Canha, 28 de Novembro de 2019 O Presidente da Assembleia-Geral António José Lopes Saltão

VENDE-SE APARTAMENTO T2 com Área de 140m2 na Baixa da Cidade de Setúbal junto à Câmara Municipal Contacto: 917 60 75 30

Precisa-se de Cozinheiro/a e Ajudante de Cozinha Contacto 918 086 128

CHESETÚBAL

COOPERATIVA DE HABITAÇÃO E CONSTRUÇÃO ECONÓMICA DE SETÚBAL, C. R. L.

COOPERATIVA DE HABITAÇÃO E CONSTRUÇÃO ECONÓMICA DE SETÚBAL, C. R. L.

ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DIA 20 DE DEZEMBRO DE 2019 CONVOCATÓRIA

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA DIA 20 DE DEZEMBRO DE 2019 CONVOCATÓRIA

Nos termos do n° 2 do artigo 40.º, dos Estatutos da CHESETÚBALCooperativa de Habitação e Construção Económica de Setúbal,CRL., convoco os Sócios/Cooperadores, em pleno gozo dos seus direitos Estatutários, a reunirem em Assembleia Geral Ordinária, a realizar NO DIA 20 DE DEZEMBRO DE 2019 PELAS 22,00 HORAS, na Sede Social da Cooperativa, sita na Rua João Albino, n.º 3 (Loja) Praça de Portugal em Setúbal, com a seguinte:

Nos termos do n° 3 do artigo 40, conjugado com o artigo 42°, 43°, 44°, 45° e 46° dos Estatutos da CHESETÚBAL-Cooperativa de Habitação e Constaição Económica de Setúbal,CRL., convoco os Sócios/Cooperadores, em pleno gozo dos seus direitos Estatutários, a reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, a realizar NO DIA 20 DE DEZEMBRO DE 2019 PELAS 20 30 HORAS, na Sede Social da Cooperativa, sita na Rua João Albino, n° 3 (Loja) Praça de Portugal em Setúbal, com a seguinte: ORDEM DE TRABALHOS 1. Proposta de demissão da Chesetübal,C.R.L. de filiada da Fenache Federação Nacional de Cooperativas de Habitação Económica, F.C.R.L.; 2. Autorização para Transmissão do Direito de Habitação por ato inter-vivos, nos termos do n° 1 do Art.º 76° dos Estatutos; 3. Apresentação, discussão e votação de alterações aos Estatutos; 4.

Exclusão de Sócios/Cooperadores em situação irregular n° art° 30º.

5. Diversos.

Setúbal, 02 de Dezembro de 2019.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral.

ORDEM DE TRABALHOS Ponto único - Apreciação e votação do Plano de Atividades e Orçamento para 2020, bem como do parecer do Conselho Fiscal; Setúbal, 02 de Dezembro de 2019.

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral.

Graciliano Costa Ramos Nota: Se à hora para a Assembleia Geral, não se verificar quorum, a Assembleia reunirá com qualquer número de Cooperadores meia hora depois (Artigo 43° n° 2 dos Estatutos).

Graciliano Costa Ramos Nota: Se à hora para a Assembleia Geral, não se verificar quorum, a Assembleia reunirá com qualquer número de Cooperadores meia hora depois (Artigo 43° n° 2 dos Estatutos).

PRECISA-SE

ANTÓNIO ANICETOM PAULINO DE CARVALHO

Entrada imediata Com ou sem experiência Para cozinha e mesas Telf: 212 033 897 / 916 159 259 PALMELA

Faleceu a 22-11-2019 PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

VENDE-SE EMPILHADOR

Sua esposa, filhos, noras, neta, restante família e amigos cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido cujo funeral se realizou no dia 27-11-2019 para o Crematório da Quinta do Conde. Na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram acompanhar ou que de outra forma manifestaram o seu pesar.

Nissan com capacidade até 900 quilos A gasolina e gás. Bom estado Barreiro. 3.950 euros 967 196 769

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CHESETÚBAL

Telef. 265 718 605 Serviço Permanente

SEGUNDA-FEIRA 02/12/2019

ANA DA PIEDADE CURTO BAPTISTA (NITA) (1930 – 2019) Participação

A funerĂĄria Armindo lamenta informar o falecimento de Ana da Piedade Curto Baptista. A famĂ­lia vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolĂŞncias.

JOĂƒO JACINTO DUARTE BAILĂƒO

JOSÉ TORRES BAMOND

JOSÉ DA CONCEIĂ‡ĂƒO PARRANO

(1932 – 2019)

(1931 – 2019)

(1934 – 2019)

Participação e Agradecimento

Participação e Agradecimento

Participação e Agradecimento

A funerĂĄria Armindo lamenta informar o falecimento de JoĂŁo Jacinto Duarte BailĂŁo. A famĂ­lia vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolĂŞncias.

MARIA HERMOGÉNIA DOS SANTOS CANELAS MARTINS PARTICIPAĂ‡ĂƒO E AGRADECIMENTO Seus filhos, noras, netos, bisnetas e restante famĂ­lia tĂŞm o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente muito querido e de agradecer reconhecidamente a todos os que se dignaram acompanhĂĄ-lo Ă sua Ăşltima morada, bem como aos que das mais diversas formas, lhes manifestaram pesar.

AGĂŠNCIA FUNERĂ RIA COSTA SETĂšBAL 265 523 496 www.funerariacosta.com

A funerĂĄria Armindo lamenta informar o falecimento de JosĂŠ Torres Bamond. A famĂ­lia vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolĂŞncias.

JOSÉ TORRES BAMOND (1931 – 2019)

AGRADECIMENTO

A família do Sr. JosÊ Torres Bamond, vem por este meio agradecer ao Dr. Hugo Viegas do serviço de Medicina e tambÊm aos mÊdicos, enfermeiros e auxiliares do serviço de Urologia. A todos um muito obrigado.

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A funeråria Armindo lamenta informar o falecimento de JosÊ da Conceição Parrano. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.

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FALECEU A 30/11/2019

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SOCIEDADE

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AZEITÃO

SEGUNDA-FEIRA 02/12/2019

Uma centena de voluntários participaram numa acção de reflorestação

Pinhal de Negreiros recebeu mais mil árvores e arbustos O plano para prevenção de fogos obrigou ao abate de algumas árvores, entretanto a Câmara pôs em prática um programa para um concelho mais verde

FOTOS: DIREITOS RESERVADOS

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O

Pinhal de Negreiros, em Azeitão, Setúbal, acabou de receber mais sete centenas de árvores e três centenas de arbustos plantados por voluntários que aderiram à campanha “Plantação de Árvores em Pinhal de Negreiros – participe e contribua para um concelho mais verde”.

A iniciativa, que mobilizou mais de uma centena de pessoas, está relacionada com o programa de reflorestamento de Pinhal de Negreiros, executado pela Câmara Municipal de Setúbal com o apoio da Junta de Freguesia de Azeitão.

Trata-se de um projecto conduzido pelo município, criado “no seguimento de um corte de árvores realizado recentemente no local ao abrigo da legislação em vigor sobre segurança contra incêndios”, esclarece a autarquia.

Além dos voluntários provenientes de vários pontos da freguesia, entre os quais dois agrupamentos de escuteiros, a acção contou com a participação da presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Mara das Dores Meira, de outros elementos do Executivo municipal e tam-

bém da Junta de Freguesia de Azeitão, Celestina Neves.

Os espécimes foram cedidos pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e pela Quercus, através

do programa Floresta Comum, de fomento e incentivo à criação de uma floresta autóctone com altos índices de biodiversidade, ao qual Setúbal se candidatou em 2017.

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DESPORTO

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Franco-argelino Ghilas fez o golo da igualdade no Bonfim, estádio onde a equipa continua invicta em 2019/20

Ambos os golos foram, apontados na segunda parte. Setubalenses e vimaranenses voltam a medir forças na quintafeira, em jogo do grupo B da Taça da Liga

LUSA

Crença sadina vale empate entre Vitórias

POR RICARDO LOPES PEREIRA

O

Vitória FC e o V. Guimarães empataram ontem (1-1), no Estádio do Bonfim, em jogo da 12.ª jornada da I Liga, que marcou a estreia do treinador espanhol Julio Velázquez em jogos do campeonato pelos sadinos. O jogo no Estádio do Bonfim teve como marcadores os avançados André Pereira, que inaugurou marcador aos 50 minutos para os vimaranenses, e Ghilas, que repôs a igualdade para os sadinos, aos 62 minutos.

Em relação ao encontro com o FC Porto da Taça de Portugal (derrota por 4-0), Julio Velázquez promoveu cinco alterações no onze dos sadinos: Sílvio, Nuno Pinto, Éber Bessa, Carlinhos e Ghilas foram as novidades, sendo a titularidade de Nuno Pinto a que merece maior destaque. O lateral voltou a atuar os 90 minutos na I Liga quase um ano depois de ter atuado a última vez devido à batalha que travou contra um linfoma.

No lado do emblema vimaranense, em comparação com o duelo de quinta-feira na Liga Europa com os belgas do Standard Liège (1-1), Ivo Vieira mudou apenas um jogador em Setúbal com a entrada de Rochinha para o lugar de Bruno Duarte. Nota ainda

para o regresso de Ola John, que começou a partida no banco de suplentes e foi a jogo durante a segunda parte. O extremo holandês não entrava nas contas do técnico desde agosto.

O Vitória sadino teve um ligeiro ascendente territorial nos primeiros minutos, mas foi o seu homónimo de Guimarães a criar o primeiro lance de perigo no jogo. Aos 13 minutos, uma perda de bola de Zequinha permitiu um contra-ataque aos minhotos que só não marcaram por Edwards porque o guardião Makaridze fez uma defesa atenta.

O Vitória de dominou os primeiros 30 minutos do encontro. Conseguindo por várias vezes deixar em sobressalto a baliza sadina. Num desses lances, aos 21 minutos, Rochinha rematou em arco, levando a bola a desviar na cabeça de um adversário e a sair perto da baliza. Só nos últimos 15

minutos da primeira parte, os comandados de Julio Velázquez, que teve em Mansilla o elemento mais desequilibrador, conseguiram impor o seu futebol aos vimaranenses. Na melhor ocasião que dispuseram para desfazer o nulo, os setubalenses, aos 37, viram Ghilas, depois de um contra-ataque rápido, rematar para defesa de Douglas.

O Vitória de Guimarães voltou a ver a sua baliza ameaçada mais duas vezes antes do intervalo. Aos 40, a defesa minhota não conseguiu tirar a bola da área e Jubal quase empurrou com sucesso para a baliza. Volvidos três minutos, Mansilla cruzou para Zequinha que cabeceou ao lado da baliza de Douglas. Antes do árbitro Manuel Oliveira apitar para o intervalo, Edwards, junto à linha de baliza, testou atenção de Makaridze, guarda-redes georgiano dos da casa que afastou perigo num cruzamento ras-

teiro venenoso.

No segundo tempo, o Vitória de Guimarães entrou da melhor forma ao inaugurar o marcador por André Pereira, aos 50 minutos. O avançado, que em 2017/18 representou os sadinos, concluiu com um remate forte e colocado do lado direito uma jogada de contra-ataque da sua equipa.

O conjunto setubalense não se ressentiu do golo e chegou ao empate, aos 62 minutos. O franco-argelino Ghilas aproveitou uma assistência de Éber Bessa para fugir e ficar na cara de Douglas, que foi incapaz de impedir o tento da igualdade dos comandados de Julio Velázquez.

Até ao final, ambos os conjuntos dispuseram de oportunidades para marcar e conquistarem os três pontos, mas a eficácia nunca foi a melhor, mantendo-se por isso o 1-1 até ao apito final. Na quarta-feira, a contar para a segunda jornada do grupo B

da Taça da Liga, os dois Vitórias voltam a medir forças no Estádio do Bonfim, em Setúbal.

Sócios aprovam orçamento de 2020 em AG Com 42 votos a favor, 11 contra e 24 abstenções, os sócios do Vitória aprovaram na passada quinta-feira em assembleia geral, realizada no pavilhão Antoine Velge, o orçamento de receitas e despesas do clube para 2020, que prevê um saldo final de tesouraria de 24,125 euros.

Com um total de recebimentos de 2.283,664 euros (a maior fatia advém das quotizações: 650.000) e um total de pagamentos de 2.285,018 euros (quase metade 1.077,005 - em fornecimentos e serviços externos), o clube apresenta um balanço positivo devido ao saldo inicial de 25,479 euros.

Prémios O SETUBALENSE - DIÁRIO DA REGIÃO PRÉMIO REGULARIDADE

PRÉMIO MELHOR MARCADOR

PRÉMIO DISCIPLINA

PRÉMIO REVELAÇÃO

PRÉMIO ASSISTÊNCIAS

Classificação 1.º Makaridze 2.º Artur Jorge 3.º José Semedo 4.º Éber Bessa

Classificação 1.º Hachadi 2.º Bruno Pirri 3.º Ghilas

Classificação 1.º André Sousa 2.º Ghilas 3.º Jubal

Será atribuído no final da época ao jogador que mais se destaque nesta categoria

Classificação 1.º Nuno Valente 2.º Éber Bessa

Citações 5 3 2 1

Golos 1 1 1

Assistências 1 1

DESPORTO

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Inês Grácio no Campeonato do Mundo de Tumbling

“Mais do que uma responsabilidade, é um prazer” DIREITOS RESERVADOS

DIREITOS RESERVADOS

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Sadinos perderam em casa frente ao Gaia

Andebol sofre nova derrota

O andebol vitoriano voltou a não conseguiu quebrar o ciclo de derrotas e voltou a perder, desta vez frente ao Gaia no Pavilhão Antoine Velge, por 22-27.

O

andebol do Vitória somou mais uma derrota na época de regresso à I Divisão. Desta vez, os vitorianos não conseguiram ultrapassar o Gaia e saíram derrotados do Pavilhão Antoine Velge por 22-27.

Era esperado um jogo renhido entre as duas formações mas, ao intervalo, os visitantes já lideravam por quatro golos. Os sadinos reagiram mas não conseguiram reduzir, terminando o encontro a perder por

cinco. Joaquim Nazaré (5) e Nikola Egic (4) foram os melhores marcadores da turma setubalense.

De luto por Raúl Gamito Gomes O Vitória está de luto pelo falecimento de Raúl Gamito Gomes, figura de relevo do andebol setubalense.

Em 1954/55, com Álvaro Silva Piteira, levou o andebol à antiga Escola Industrial e Comercial de Setúbal,

hoje Secundária Sebastião da Gama.

Em junho de 1957, integrou a comissão organizadora do torneio popular de andebol de sete, que decorreu no Campo dos Arcos e acompanhou também a criação da Associação de Andebol de Setúbal.

Em setembro de 1957 chegou ao Vitória por convite da direção, onde permaneceu durante seis épocas, nas quais acumulou várias funções.

Deixou o clube para desempenhar o cargo de vogal do conselho técnico da Federação de Andebol em 1964/65 e foi eleito presidente da Associação de Andebol de Setúbal no ano seguinte. Regressou aos vitorianos em 1977/78, época na qual foi coordenador da secção.

MIGUEL NUNES AZEVEDO

Duelo dos sub-23 adiado

P

revisto para a passada sextafeira, o jogo da equipa de sub23 do Vitória frente à congénere do Famalicão foi adiado devido às condições meteorológicas. A decisão

foi tomada no dia anterior à data inicial, numa altura em que os sadinos já viajavam para estágio, e a partida a contar para a 17ª jornada foi reagendada para dia 17 de dezembro.

O duelo entre Vitória e Famalicão irá ser disputado no complexo desportivo dos famalicenses, quatro dias antes dos sadinos jogarem a 21ª jornada frente ao Belenenses.

Sub-19 do Vitória perderam frente ao Sporting por 3-2

Juniores infelizes nos descontos

S

ábado inglório para os juniores do Vitória, que quase conseguiram surpreender o Sporting mas acabaram por cair nos descontos, depois de por duas vezes terem estado em desvantagem e conseguido o empate.

O jogo começou mal para o conjunto setubalense, que logo no primeiro minuto viu os visitantes inaugurarem o marcador por intermédio

de Tiago Tomás. O empate chegou aos 32 minutos, com Bruno Ventura a fazer o 1-1 na conversão de uma grande penalidade. A igualdade manteve-se até ao intervalo e a segunda metade arrancou com novo golo do Sporting, desta vez por Geny (50’).

O Vitória correu atrás do prejuízo e foi recompensado com o 2-2 já na reta final da partida, com Bruno Ventura a converter novo penálti e a

fazer o 2-2. Quando já tudo parecia decidido, os leões voltaram a marcar e sentenciaram o encontro, com um remate certeiro de Tiago Tomás a valer os três pontos.

Este desfecho deixou o Vitória em 9º lugar no final da 14ª jornada. No ronda seguinte, os sadinos esperam regressar aos triunfos e vão medir forças com o Vilafranquense no sábado, dia 7.

Atleta do Vitória, competirá este domingo em Tóquio.

Antes da partida, a jovem falou a O SETUBALENSE e revelou uma grande satisfação por poder voltar a representar Portugal

I

nês Grácio viajou este fim-de-semana para o Japão, onde representará Portugal no Campeonato do Mundo Tumbling por idades. A jovem de 13 anos, atleta do Vitória, prepara-se para cumprir a segunda presença em campeonatos mundiais e, antes da longa viagem para Tóquio, falou da sua experiência.

“Parto menos nervosa do que quando viajei para a Rússia, mas há sempre aquele nervoso miudinho.

Não sei o que esperar de Tóquio.

Tenho a ideia de que é uma cidade onde tudo é muito grande e muito civilizado. Os meus colegas ficaram super admirados, porque é um sítio novo, no outro lado do mundo”, contou a atleta, que já competiu também em Espanha. Em Tóquio, gostaria de repetir a boa experiência vivida em São Petersbugo: “Estava um pouco nervosa mas correu tudo bem e foi espetacular. Conseguimos organizar-nos para podermos fazer uma visita num dos dias.”

Quanto à tarefa de representar o Vitória e Portugal no estrangeiro, Inês Grácio garante que, para além da responsabilidade, é algo que traz satisfação. “Mais do que uma responsabilidade, é um prazer muito

grande saber que há poucas pessoas que conseguem representar um clube e um país”, assegurou a jovem, que lembrou o primeiro contacto com a modalidade. “Vi o sarau do tumbling e gostei muito da atuação.

Queria fazer o que eles faziam. Na escola já fazia rodas e cambalhotas, então gostei do tumbling desde o primeiro dia”, recordou.

Para a treinadora Margarida Maia, que viajará para Tóquio com a jovem, esta participação é uma recompensa merecida. “A Inês porta-se bem, mas como todos os adolescentes tem os seus dias maus”, brincou.

“Quando decidiu seguir para os campeonatos do mundo, evoluiu bastante e nos últimos três anos tem crescido não só como atleta mas também como pessoa, ganhando maturidade.

Não se conseguem fazer saltos difíceis de uma forma imatura. É uma menina que se esforça muito e que tem margem para crescer”, acrescentou, com Inês Grácio a devolver os elogios: “A ‘Guida’ é simpática com todos e dá tudo o que tem para dar. Confia e acredita em nós, mesmo quando nós próprios não o fazemos.”

O objetivo para a prova é fazer as séries da melhor forma possível, sempre com o sonho de chegar às finais, para as quais se conseguem apurar os dezoito melhores atletas da primeira fase. “Claro que num mundial estes dezoito são realmente muito bons. Lutamos para lá chegar, mas é difícil”, disse Margarida Maia.

A comitiva deixou Setúbal este fimde-semana e já aterrou no país oriental. O Campeonato do Mundo decorre entre quinta-feira e domingo, com Inês Grácio em ação no último dia.

MIGUEL NUNES AZEVEDO

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DESPORTO

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II LIGA Perdeu por 4-2 com o FC Porto “B”

Cova da Piedade continua no fundo da tabela classificativa

O

CAMPEONATO DE PORTUGAL Com Diego Zaporo em destaque

Pinhalnovense obteve em Évora a sua quinta vitória consecutiva O Pinhalnovense continua a morder os calcanhares aos candidatos no Campeonato de Portugal. Na 12.ª jornada somou mais uma vitória, a quinta consecutiva, desta vez em Évora, onde impôs a primeira derrota caseira ao Lusitano POR JOSÉ PINA

C

omo se previa o jogo não foi fácil devido à necessidade de pontos que a equipa eborense necessitava para fugir à zona perigosa mas o Pinhalnovense, com uma exibição muito bem conseguida, conseguiu não só contornar as dificuldades como também superá-las, vencendo por 3-2, num jogo em que Diego Zaporo se voltou a destacar com a obtenção de mais dois golos.

A equipa orientada por Luís Manuel adiantou-se no marcador aos 32 minutos num lance infeliz de um jogador da equipa alentejana que introduziu a bola na sua própria baliza, fazendo um autogolo. O Lusitano reagiu e pouco tempo depois (41’) chegou ao empate mas o Pinhalnovense fez o mesmo e dois minutos depois passou

de novo para a frente do marcador por intermédio de Diego Zaporo, saindo assim para o intervalo a ganhar por 2-1.

Na segunda parte o Lusitano entrou com vontade de dar a volta à situação mas quem voltou a marcar foi outra vez o Pinhalnovense, por Diego Zaporo, que bisou aos 67 minutos. Até ao final, o melhor que o Lusitano fez foi reduzir para 2-3.

Fabril vence Aljustrelense Quem também esteve bem nesta jornada foi o Desportivo Fabril que derrotou o Aljustrelense por 2-0, num jogo que se apresentava como crucial para a sua recuperação em termos de tabela classificativa.

Depois de uma primeira parte sem golos, o Desportivo Fabril conseguiu colocar-se em vantagem aos 78 minutos por Fábio Gaião (ex-Oleiros), que se estreou da melhor maneira na equipa orientada por Sérgio Bóris que se continua a se reforçar com o objectivo de sair da zona ingrata em que se encontra. E seria precisamente outro dos reforços acabados de chegar, Adul Seidi (ex-Sintrense), a fazer o golo da tranquilidade que chegou já em período de compensação (90+4’).

Amora perde com Real O Amora voltou a claudicar no Es-

tádio da Medideira, perdendo com o Real (segundo classificado) por 2-1, num jogo que esteve interrompido cerca de 20 minutos, por lesão do árbitro.

O jogo prometia ser interessante e na verdade assim foi com dois golos a serem marcados de rajada nos primeiros minutos. Cissé, aos 4 minutos, colocou o Amora na frente do marcador mas dois minutos depois eram os homens de Massamá a fazerem a festa com o golo de Ballack, que estabeleceu a igualdade. As duas equipas continuavam à procura de mais golos e aos 29 minutos o marcador voltou a funcionar para o Real, com Juan San Martín a fazer o gosto ao pé. Na segunda parte não se registaram golos, tendo o jogo terminado com a vitória da equipa de Massamá.

Sintrense surpreende Montijo No Campo da Liberdade, o Olímpico do Montijo somou também mais uma derrota, desta vez com o Sintrense. Um golo sofrido aos 50 minutos acabou por ser suficiente para a equipa forasteira que acabou por resistir ao maior assédio dos montijenses que lutaram bastante para chegar pelo menos ao empate mas não conseguiram. Com este resultado negativo a equipa perdeu uma boa oportunidade de deixar a zona de despromoção.

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Cova da Piedade continua a não se encontrar no Campeonato da II Liga e por essa razão somou mais uma derrota na competição que o mantém na última posição.

Os dragões que ainda não haviam ganho qualquer jogo em casa obtiveram assim o seu primeiro triunfo enquanto a equipa comandada por Jorge Casquilha que averbou a derrota pela sétima vez consecutiva.

Os portistas chegaram cedo ao golo por intermédio de Madi Queta.

Tony Djim fez o trabalho todo, tirou Celso da frente e cruzou para o avançado encostar, sem dificuldade (13’).

Em vantagem, os dragões assumiram o comando do encontro e, aos 17 minutos, Fábio Vieira teve nos pés a oportunidade de aumentar a vantagem, no entanto, a bola bateu com estrondo no poste.

A insistência junto da baliza de José Costa acabou por dar resultado e o segundo golo aconteceu já perto

do intervalo (42’) na cobrança de uma grande penalidade convertida por Vítor Ferreira, a punir falta cometida por Celso sobre Fábio Vieira.

Na segunda parte o Cova da Piedade entrou mais determinado e, aos 49 minutos, conseguiu reduzir a desvantagem. Diego Landis fez uma falta clara dentro da área e Gustavo Costa, na grande penalidade, não desperdiçou a oportunidade, ficando a ideia de que a partida iria ficar relançada, mas não foi isso que aconteceu.

Os portistas reorganizaram-se rapidamente e, aos 53 minutos, Tony Djim colocou novamente o FC Porto “B “na frente com uma diferença de dois golos. Mas o resultado não ia ficar por aqui. O quarto golo nasceu através de um trabalho entre Vítor Ferreira e Afonso Sousa, que acabou por rematar para o fundo da baliza (74’), carimbando assim a vitória da equipa que mais fez por isso.

JOSÉ PINA

1.ª DIVISÃO AF SETÚBAL Com o empate do Alcochetense

Oriental Dragon assumiu a liderança isolada

O

Oriental Dragon, que goleou o FC Setúbal, aproveitou da melhor forma o empate do Alcochetense em casa com o Sesimbra, e isolou-se no comando da tabela classificativa. Nesta jornada será também de salientar a vitória bem dilatada do Barreirense sobre o Com. Indústria, as primeiras vitórias alcançadas por Vasco da Gama e Alfarim e o empate do Sesimbra em Alcochete.

Resultados: Alcochetense 0 Sesimbra 0; Pescadores 2 Charneca de Caparica 4; FC Setúbal 2 O. Dragon 5; U. Santiago 1 Vasco da Gama 2; Alfarim 3 Beira Mar de Almada 1; Cova da Piedade “B” 4 Grandolense 2; Barreirense 4 Comércio Indústria 1; Moitense 1 Palmelense 1.

Classificação: 1.º lugar, Oriental Dragon, 19 pontos; 2.º Alcochetense, 17 pontos; 3.º Grandolense, 15 pontos; 4.º Barreirense, 14 pontos; 5.º Comércio Indústria, 13 pontos; 6.º C. Piedade “B”, 12 pontos; 7.º Sesimbra e Charneca de Caparica, 11 pontos; 9.º Palmelense, 10 pontos; 10.º Pescadores, 9 pontos; 11.º Moitense, 8 pontos; 12.º Alfarim, 7 pontos; 13.º Beira Mar de Almada e Vasco da Gama, 6

pontos; 15.º U. Santiago e FC Setúbal, 5 pontos.

II Divisão Na 2.ª Divisão os três da frente ganharam e na classificação tudo continua na mesma. Nesta jornada o destaque vai para o Seixal, Banheirense, Alcacerense, Corroios e Zambujalense pelos triunfos que alcançaram fora de casa.

Resultados: Quinta do Conde 2 Brejos de Azeitão 0; Samouquense 2 Seixal 3; Melidense 1 Banheirense 4; Monte de Caparica 0 Trafaria 0; Lagameças 1 Alcacerense 2; Almada 0 Corroios 3; Águas de Moura 1 Quintajense 0; Santo André 2 Zambujalense 3.

Classificação: 1.º Águas de Moura, 20 pontos; 2.º Seixal, 18 pontos; 3.º Quinta do Conde, 17 pontos; 4.º Alcacerense e Trafaria, 14 pontos; 6.º Zambujalense, 13 pontos; 7.º Lagameças e Almada, 12 pontos; 9.º Corroios e Monte de Caparica, 10 pontos; 11.º Samouquense, 9 pontos; 12.º Brejos de Azeitão, 8 pontos; 13.º Santo André, Banheirense e Quintajense, 7 pontos; 16.º Juventude MeJOSÉ PINA lidense, 3 pontos.

BOAS FESTAS