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Ex-dux nega praxe na tragédia do Meco Tribunal de Setúbal João Gouveia garante que não houve praxe na noite em que morreram seis jovens. Pais não acreditam p3 DR
"Não encho a boca de democracia para depois praticar o contrário"
O SEU DIÁRIO DA REGIÃO
Entrevista Bruno Vitorino, candidato do PSD à Câmara do Barreiro p8 e 9
QUARTA-FEIRA, 14 DE ABRIL DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 600 | ANO III | 5.ª SÉRIE
DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO PUBLICIDADE
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25 DE ABRIL Quinta do Conde celebra Liberdade na rádio e nas redes sociais p13 SETÚBAL Sílvia Maldonado imortalizada com nome em rua p4
SESIMBRA MSU apresenta cabeças-delista e Hélder Gaboleiro é candidato à Câmara p12 PUBLICIDADE
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Abertura
DR
OPINIÃO Mário Moura
Tribunais populares
A
pós o 25 de Abril houve um delírio de Liberdade que atingiu quase todas as pessoas reprimidas há décadas pela ditadura. Como era inevitável manifestaram-se as várias ideologias políticas e – como sabemos - os partidos de esquerda, em especial o PCP, atuante na clandestinidade, tomava o comando das alterações da sociedade. Depois foram surgindo outros como a JDP, o RMRPP e outros de menos expressão. E naquele período cometeram-se exageros como a expulsão de quadros superiores das empresas (os chamados saneamentos) sem qualquer processo organizado – apenas uma manifestação de força contra as hierarquias cuja relação com os trabalhadores era pouco respeitadora da sua dignidade. E nos campos formaram-se igualmente tribunais populares sem obedecerem a uma estrutura legislativa apropriada – as condenações às vezes não obedeciam bem ao que apelidamos de justiça. Ora, mais recentemente, normalizou-se acompanhar a par e passo nos meios de informação social certos julgamentos de maior sensação por via da banalização das fugas de informação. E os processos iam sendo discutidos na praça pública. E nos julgamentos de pessoas de renome, nos julgamentos muito complicados e excessivamente demorados (alguns vários anos|) ia sendo inevitável que fossem inquinados pela política, por imensas opiniões de comentadores (nem sempre iníquas) feitas sem quaisquer bases jurídicas, em geral. E o julgamento ia-se consolidando na opinião publica, tudo agravado e estendido no tempo, ou por exemplo, por neles se falar de números astronómicos de dinheiros envolvidos nos processos. Ora um julgamento que
Tenhamos calma, não nos armemos em juízes, não esqueçamos que vivemos num estado de direito
dura há quase dez anos envolvendo um ex primeiro ministro (o que já por si era inédito), grandes figuras da Banca e gestores de renome de grandes firmas, foi provocando o julgamento por este “tribunal popular – todos tínham ideias firmes sobre quem estava já condenado|! Ora acontece que finalmente o processo se aproxima das “démarches” processuais finais e um dos juízes que decidirá se a longa investigação, e as penas propostas feitas têm o devido fundamento nas provas, nos factos, nas muito numerosas inquirições as numerosas testemunhas, e verificar se tudo bate certo, se não faltaram ouvir outros inevitáveis intervenientes e, afastados juízos preconcebidos, se tudo batia certo para se poder tirar conclusões. Ora eis que um juiz faz durante quase quatro horas (|) todos estes relacionamentos e conclui que muitas conclusões não
eram lógicas pois faltavam-lhe provas que lhes dessem consistência e até às vezes eram apenas baseadas em presunções e outras justificadas por amizades entre visados cuja relação institucional não permitia favores – será que quem agora considera sem jeito as conclusões tiradas dos factos reais e das afirmações testemunhais ou da falta delas, para que o raciocínio seja correto, têm razão na sua exaltação e na sua agressividade verbal contra o tal juiz? Entendem que deve prevalecer o “julgamento popular” e não ligar ao trabalho rigoroso do tal juiz?. É necessário que esperemos pelos recursos vários que vão durar mais uns anitos para que apliquemos as nossas iras contra o os juízes e o sistema judiciário, e – claro- contra os réus! Tenhamos calma, não nos armemos em juízes, não esqueçamos que vivemos num estado de direito. Escuso dizer que não me move qualquer simpatia com qualquer dos réus ou dos juízes do processo, mas sou um defensor acérrimo do direito e da justiça, pilares da vida dum estado democrático. E desculpem, eu ouvi com muito interesse as quatro horas da leitura do texto do tal juiz que achei dum rigor fora do vulgar e muito bem elaborado e com bases sólidas – se da sua leitura se podia tirar uma critica a quem elaborou a acusação, é inevitável numa crítica na divergência de opinião. E como muita gente espero pacientemente que a verdadeira Justiça seja feita, nunca na Praça Pública. Confiemos na justiça e peçamos que seja mais célere! Espero que não me queimem vivo por esta minha análise que considero isenta – para mim Justiça é justiça a sério. Médico
Colocação de monos na rua foi uma das questões levantada
BARREIRO
Bruno Vitorino questiona Frederico Rosa sobre contra-ordenações Luís Geirinhas O vereador do PSD, Bruno Vitorino, questionou recentemente o presidente da Câmara do Barreiro, Frederico Rosa, sobre o número de autos de contra-ordenação que foram passados pela autarquia, por violação do Regulamento Municipal de Resíduos Urbanos e Higiene Urbana e “se estes deram origem à aplicação de multas ou outro tipo de sanções”. O social-democrata sublinha que “uma cidade bem-cuidada é sinónimo de mais qualidade de vida para todos que nela habitam”, lembrando que ruas e espaços limpos “dão ar de zelo e proporcionam bem-estar”. E lamenta “que esse não seja o caso” do Barreiro. “Basta circular na via pública para constatar que muitas ruas se apresentam com dejectos de animais nos passeios, resíduos volumosos vulgarmente designados de ‘monos’, entulho de obras na via pública, paredes e muros grafitados”.
Bruno Vitorino recorda que “muitos dos regulamentos municipais prevêem a aplicação de coimas e sanções acessórias na eventualidade de serem violadas algumas disposições neles constantes”, mediante o levamento do respectivo auto de contra-ordenação. “A fiscalização do estabelecido nos regulamentos e na legislação, compete à Câmara Municipal e, em alguns casos previstos, também, às autoridades policiais”, salienta o vereador, que quer saber quantos autos foram já levantados, sobretudo, em casos relacionados com grafittis, falta de recolha de dejectos de animais, colocação de monos na rua ou de lançamento e abandono de produtos e resíduos domésticos, entre outros, na via pública. A resposta a estas questões “é fundamental” para se perceber “se o modelo de fiscalização do município é ou não eficaz e capaz de fazer com que o Barreiro seja uma terra limpa e com regras”, adianta. “Não sendo eficaz, temos mesmo de avançar com a Polícia Municipal”, conclui.
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Assembleia Municipal analisa adesão ao Tarifário Social de Água
A Assembleia Municipal do Barreiro volta a reunir na próxima sexta-feira, no Auditório Manuel Cabanas, a partir das 21h00. Na reunião, extraordinária, será analisada a adesão ao tarifário social dos serviços de Água, Saneamento e Resíduos, com a
fixação da respectiva tarifa. Os deputados vão também debater o regulamento do tarifário daqueles serviços. De acordo com a autarquia local, apesar de não se encontrar aberta à presença do público, os interessados poderão assistir aos trabalhos através da
habitual transmissão em directo nas redes sociais oficiais do município. Assim, os munícipes que pretendam intervir no período do público devem efectuar inscrição por escrito através de email, para assembleia.municipal@cmbarreiro.pt, até esta quinta-feira.
TRIBUNAL DE SETÚBAL
Ex-dux da Lusófona nega praxe na tragédia da Praia do Meco RUI MINDERICO / LUSA
João Gouveia garante que não houve praxe na noite em que morreram seis jovens. Pais não acreditam O ex-dux da Universidade Lusófona João Miguel Gouveia, único sobrevivente da tragédia que vitimou seis jovens na praia do Meco, em Sesimbra, afirmou ontem no Tribunal de Setúbal que não havia nenhuma praxe quando ocorreu a morte dos colegas. João Miguel Gouveia respondia a perguntas do advogado das famílias das vítimas, na primeira audiência de julgamento do processo cível em que familiares dos seis jovens que morreram na praia do Meco, em 15 de Dezembro de 2013, reclamam indemnizações no valor global de 1,3 milhões de euros. Durante a manhã, em que respondeu a perguntas da juíza do processo e do advogado das famílias Vítor Parente Ribeiro, João Miguel Gouveia negou sempre que a ida à praia do Meco tivesse sido uma actividade de praxe, alegando ter sido um passeio sugerido por Tiago e por Ana Catarina, dois dos seis jovens falecidos. Confrontado pelo advogado Vítor Parente Ribeiro com as mensagens de telemóvel que enviou a alguns colegas, nomeadamente uma mensagem em que perguntava se os jovens já teriam bebido um `penalti´ - que na perspectiva do representante das famílias demonstram que os jovens falecidos estavam obrigados a executar as actividades por ele determinadas -, João Miguel Gouveia negou que tivesse incentivado os seis jovens a consumirem álcool e recusou várias vezes que a ida à praia tivesse sido uma praxe. Na primeira audiência de julgamento, o réu disse que se conseguiu livrar da capa do traje académico quando foi arrastado para o mar e garantiu que ainda conseguiu tocar
João Miguel Gouveia à chegada ao Tribunal de Setúbal. Depoimento começou de manhã e prolongou-se até meio da tarde
a mão de Ana Catarina, mas não a conseguiu puxar para fora mar, tendo também ouvido um pedido de socorro de Joana, outra jovem que perdeu a vida na noite trágica de 15 de Dezembro de 2013, na praia do Meco, em Sesimbra. As respostas de João Miguel Gouveia não convenceram o advogado das famílias, que disse não ter dúvidas de que o fim de semana em que os sete jovens se reuniram numa casa alugada em Aiana de Cima, Sesimbra, foi um fim de semana de praxe. “Penso que não há dúvidas de que foi um fim de semana de praxe. O réu tentou desvalorizar isso e passar a responsabilidade para os outros jovens, que falecerem e já cá não estão para se defender, mas fica evidente que ele tinha a responsabilidade do fim de semana, foi ele que o organizou, foi ele que definiu as atividades
Não há dúvida nenhuma de que naquela praia, naquela noite, aconteceram actos de praxe Vítor Parente Ribeiro
que tinham de fazer”, afirmou. “Não há dúvida nenhuma de que naquela praia, naquela noite, aconteceram actos de praxe”, insistiu. Vítor Parente Ribeiro reconheceu, contudo, que “é muito difícil contraditar aquela que é a única versão” dos acontecimentos, mas sublinhou alegadas contradições nas declarações que João Gouveia prestou ao procurador da República e o que disse no Tribunal de Setúbal. “O réu disse ao procurador que a Ana Catarina pediu autorização para levar o telemóvel e ao tribunal disse que cada um levava o que queria. E que só levaram alguns telemóveis para a praia [por razões de segurança] porque eram os mais baratos”, disse Vítor Parente Ribeiro. O advogado sublinhou também alegadas contradições nos depoimentos do réu João Miguel Gouveia
sobre a forma como terá conseguido sobreviver e sair do mar, depois de ter sido arrastado pela mesma onda que vitimou seis alunos da Universidade Lusófona. As famílias dos seis jovens falecidos interpuseram seis acções cíveis em 2016, contra o ‘dux’ João Gouveia e a COFAC – Cooperativa de Formação e Animação Cultural, CRL (Universidade Lusófona). Em cada uma das seis petições iniciais (PI) é pedida uma indemnização de cerca de 225 mil euros, o que perfaz um valor global que ronda um milhão e 350 mil euros. O julgamento cível que agora começou em Setúbal tem 30 testemunhas, sendo que as primeiras a serem ouvidas são os pais das vítimas, cujos depoimentos se iniciaram ontem, e já está marcada cerca de uma dezena de audiências até dia 9 de Junho.
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Setúbal
Junta de São Sebastião protege espaços verdes da EB da Azeda com nova cerca
A Junta de Freguesia de São Sebastião procedeu recentemente à instalação de uma cerca na Escola Básica da Azeda, com o objectivo de proteger os espaços verdes existentes no parque escolar. Em comunicado, a autarquia explicou que “a fixação da estrutura,
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composta por estacas de madeira e corda, pretende, por um lado, adicionar um elemento decorativo, tornando o local esteticamente mais apelativo, e, por outro lado, promover a protecção e conservação do espaço, demovendo as crianças de o pisotearem”.
ANTIGA PRESIDENTE DA JF DE SÃO JULIÃO
Câmara Municipal imortaliza Sílvia Maldonado com atribuição do seu nome a rua Placa toponímica situada entre a Piscina das Palmeiras e o Clube de Ténis de Setúbal Maria Carolina Coelho
INICIATIVA INTERROMPIDA DEVIDO À PANDEMIA
Programa de alerta às alterações climáticas regressa com novas actividades nas escolas Uma das novidades passa pelo “envolvimento dos alunos do 1.º ciclo com o Sal, uma raposa vermelha da Serra da Arrábida Maria Carolina Coelho A Câmara Municipal de Setúbal retoma agora o seu programa de alerta para os riscos das alterações climáticas com novas actividades nas escolas do concelho, “depois de uma interrupção motivada pelas medidas de contenção da pandemia”, explicou a autarquia em comunicado. A iniciativa “Mês dos Riscos e das Alterações Climáticas” tem como objectivo sensibilizar a população para a importância da adopção de comportamentos ‘amigos’ do planeta, no sentido de mitigar os riscos resultantes das actuais alterações climáticas registadas. Uma das novidades nesta nova fase passa pelo “envolvimento dos alunos do 1.º ciclo do ensino bási-
co com o mais recente membro da equipa da Protecção Civil Municipal de Setúbal, o Salvador, ou Sal para os amigos, uma raposa vermelha da Serra da Arrábida”. “O Sal chega a Azeitão no decorrer desta semana, e posteriormente a todas as escolas do concelho, em formato vídeo, para acompanhar a entrega de um Kit de Emergência em Protecção Civil aos alunos dos 3.º e 4.º anos de escolaridade”. Por sua vez, até ao final do presente ano lectivo, prevê-se que “a programação chegue aos Agrupamentos de Escolas Luísa Todi, Bocage e Ordem de Sant’Iago, embora dependente da evolução da pandemia”. Implementada no âmbito do projecto “Comunicação e Sensibilização em Cenários de Risco Associados às Alterações Climáticas”, a acção conta “com financiamento comunitário do PO SEUR, através do Portugal 2020”. Arrancou em Janeiro do ano passado, tendo já diversas actividades desenvolvidas, como “a pintura de murais nas escolas Básica de Aranguez e Básica e Secundária Lima de Freitas
e a entrega de kits de emergência no Agrupamento de Escolas Sebastião da Gama e na Escola Básica e Secundária Lima de Freitas”. O projecto, interrompido desde Março de 2020, regressou no passado mês com as “necessárias adaptações”. A primeira iniciativa desenvolvida foi “a pintura do mural “Perigo da perda da biodiversidade”, igualmente pelo artista Smile, na Escola Básica de Azeitão”. O projecto conta com a participação “do Centro Hospitalar de Setúbal, do Agrupamento de Centros de Saúde Arrábida, da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, do Instituto Ricardo Jorge – Polo de Águas de Moura e da ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida”. “Este programa, que converge com a Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas para gerar participação, divulgação e sensibilização junto da população sobre a problemática, inclui os contributos da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal e da Polícia Marítima”.
A Câmara Municipal de Setúbal homenageou Sílvia Maldonado, professora, activista política e antiga presidente da extinta Junta de Freguesia de São Julião, através da atribuição do seu nome a uma rua da cidade. A nova placa toponímica, situada entre a Piscina das Palmeiras e o Clube de Ténis de Setúbal, foi inaugurada em cerimónia realizada na passada segunda-feira, sob o olhar atento de diversos familiares e amigos de Sílvia Maldonado, vereadores e deputados municipais. No evento participaram “individualidades como os presidentes da Assembleia Municipal, André Martins, e da União das Freguesias de Setúbal, Rui Canas”. O nome de “uma das primeiras três mulheres autarcas no País” passou, assim, a estar imortalizado na cidade sadina, explicou a autarquia em nota de Imprensa. Maria das Dores Meira, presidente do município, classificou Sílvia Coelho Pereira Amália Maldonado, nascida em Setúbal a 26 de Novembro de 1939 e falecida em 2019, como uma “mulher que desde sempre se afirmou empenhada”. “Depois do 25 de Abril, vencida a besta fascista que combateu activa-
mente, fez de Setúbal, a par da militância no partido em que praticamente nasceu, as duas grandes bandeiras da sua vida”, acrescentou. Filha de Salvador Amália e Clementina Amália, “activos antifascistas e membros do Partido Comunista Português”, Maria das Dores Meira explicou que esta homenagem também a eles se dirigiu. “Além de integrar a Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos, Sílvia Maldonado foi uma das organizadoras dos protestos contra a guerra colonial que decorreram em Setúbal em Maio de 1962”. Entre Maio 1969 e 1973, por sua vez, “participou no movimento e na campanha da Oposição Democrática, através da Comissão Democrática Eleitoral". Foi, igualmente, “membro activo, entre outros, do Clube de Campismo de Setúbal, da União dos Resistentes Antifascistas Portugueses, do Conselho Português para a Paz e Cooperação e da Associação Portuguesa de Deficientes”. A nível associativo, fez parte do Cine Clube de Setúbal, da Salpa – Associação para a Salvaguarda do Património e na fundação da APPACDM de Setúbal. “É esta mulher, professora, autarca, antifascista e activista pela liberdade, que muito justamente homenageamos. Mulheres como Sílvia Maldonado, que dedicaram a vida à causa da liberdade, da luta contra o fascismo, são absolutamente merecedoras de reconhecimento público”, concluiu Maria das Dores Meira. A cerimónia terminou com “Isabel Maldonado, filha da homenageada, a agradecer, em nome da família”. DR
Cerimónia terminou com a filha da homenageada a agradecer
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N
a edição de 23 de Novembro de 1914 da “Ilustração Portuguesa”, Augusto de Castro assina uma crónica emocionada cujo assunto é o poema “Ode à Bélgica”, de João de Barros (1881-1960), publicado por essa altura: “canta, num ritmo emotivo e poético, as lágrimas e as ruínas da Bélgica violada e massacrada. (...) Chora a dor da Bruges triste, das cidades incendiadas, dos lares enlutados, dos templos destruídos - e a sua visão evoca a Bélgica redimida de amanhã.” Em causa estava o sofrimento belga, no contexto da Primeira Guerra Mundial, pois, logo no início de Agosto, o país, que se afirmara neutro, foi invadido pelos alemães e, até Outubro de 1914, padeceu de violência sobre a população civil em elevado grau, sendo referência maior o massacre de Dinant, em 23 de Agosto, com 674 civis fuzilados. Dedicado aos “amigos de Bruxelas”, o poema é organizado em seis partes, composto por dísticos e um monóstico no final da primeira parte, em métrica hendecassilábica. O tom do sofrimento surge logo no início - “Bélgica formosa, Bélgica fecunda, / Bárbaros sem alma vão-te assassinar! // Na loucura torpe, que incendeia e mata, / sobre ti lançaram garras de ambição! // Sobre ti lançaram, corpo e tenro moço, / mãos de violência,
500 PALAVRAS João Reis Ribeiro
João de Barros: memórias de Bruges em apoio à Bélgica de extermínio e roubo!” -, sendo toda a primeira parte povoada com imagens da destruição por causa da guerra. Perante tal devastação, o poeta lembra na parte seguinte os aspectos bons que o ligam à Bélgica - pessoas, paisagem, paz até chegar à memória das cidades, ao mencionar “a melancolia dessa Bruges morta, / da cidade morta dos canais que sonham”, imagem em que ressoa o título de Georges Rodenbach (1855-1898), “Bruges, a morta”, de 1892, personificação daquele espaço, ou um conhecido poema de Mallarmé (1842-1898) dirigido aos amigos belgas, textos que quase conferem o estatuto de
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romantismo e de arquétipo àquela cidade. A terceira e a quarta partes constituem uma tela de saudade e de evocação sobre Bruges, onde o poeta ouviu “um Passado inteiro palpitar, erguer-se”: figuras das rendeiras de bilros, “cantos esquecidos”, imagens do passado de artistas e de príncipes, sonoridades dos sinos e dos canais, luminosidade e névoa, uma “paleta” para se “combinarem os mais raros tons”, um espaço para amar. Este êxtase é contrariado quando o poema se aproxima do final, perante uma cidade esmagada e melancólica sob o peso invasor - “Pois o teu encan-
to, pois a tua graça, / Bruges sem defesa, já tos violaram! // Bruges dolorosa, Bárbaros sem alma / pisam tuas ruas, turvam teus canais!” O poema conclui com a esperança na recuperação dos valores que a Bélgica representava, assentando sobre um tom exortativo e heróico - “Tu, caminha e luta; tu, combate e canta / Alma de coragem, Força de triunfo!” - e anunciando um ressurgimento “que há-de ser em breve, Bélgica formosa, / Bélgica fecunda, teu Futuro altivo!” Em 7 de Março de 1915, em Lisboa, no Politeama, “Ode à Bélgica” era apresentada como poema sinfónico, em composição do grandolense Teófilo Saguer, estruturado em três números - “Bélgica invadida”, “Rendeiras de Bruges” e “Bélgica heróica” -, que “recebeu muitos aplausos, o que também não nos admira, pois o assunto está na ordem do dia”, assinalava o crítico da revista “A Arte Musical”, de 15 de Março. Com esta obra, João de Barros enfileirava no rol dos artistas e pensadores republicanos cuja arte favorecia a propaganda contra a Alemanha no conflito da Grande Guerra.
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Barreiro
150 ANOS DO NASCIMENTO DE ALFREDO DA SILVA
Frederico Rosa destaca que legado deixado pelo industrial deve servir para projectar o futuro DR
Autarca marcou presença na sessão de apresentação de dois novos livros
Autarca recorda exemplo e tenacidade do industrial
Luís Geirinhas A Fundação Amélia de Mello (FAM) lançou na última sexta-feira, integradas na “Colecção 150 anos do nascimento de Alfredo da Silva”, duas importantes obras, com a primeira a reunir testemunhos acerca do património arquivístico da Companhia União Fabril (CUF), denominada “O Arquivo Histórico CUF – Alfredo da Silva: um Passado com Futuro”, coordenada por Álvaro Ferreira da Silva, e uma segunda, centrada no tema “Arte, Arquitectura e Urbanismo na Obra da CFU no Barreiro (1907-1975)”, da autoria da jovem investigadora Ana Lourenço Pinto. O início da sessão ficou marcada por uma intervenção do Director-Geral da Brotéria, padre Francisco Mota, que acolheu a cerimónia nas instalações daquela instituição. O responsável destacou que tanto aquela casa da cultura de jesuítas portugueses como aquele que ficou conhecido como o maior industrial português do século XX, ficaram unidos pelo facto de serem “instituições centenárias” e pelo “compromisso permanente que a FAM e este grupo empresarial sempre teve com o desenvolvimento social do país”. O director-geral referiu-se ainda ao objectivo da FAM em “dar vida aos Arquivos”, transformando-os em ferramentas de futuro, que “é aquilo que a Brotéria pretende ser, daí associarmo-nos a estes lançamentos” da Principia Editora. Vasco de Mello, presidente da Fundação, começou por agradecer a presença de todos, em par-
memória e a história, mas acima de tudo para podermos lançar o futuro”, explicou.
O presidente Frederico Rosa participou na sessão de apresentação das duas novas obras da Principia Editora
O património no concelho não pode apenas ser um traço da memória, mas uma projecção para o futuro do território Frederico Rosa
ticular ao presidente da Câmara do Barreiro, Frederico Rosa, e a Jacinto Pereira, presidente da Baía do Tejo, mostrando-se igualmente satisfeito com o número elevado de jovens em “estudar e conhecer a história, em preservar e conhecer a memória”, condições que considera serem “indispensáveis para tirarmos as respectivas lições do passado e pensarmos nas melhores soluções para o futuro”. Na altura, Vasco de Mello destacou também o facto de serem cada vez mais os investigadores portugueses que se interessam pelo estudo da história empresarial e social do Grupo CUF, sublinhando que a autora do segundo
livro “teve um excelente apoio do Arquivo Municipal do Barreiro e do parque empresarial Baía do Tejo, que também guarda muita documentação histórica de assinalável interesse”, frisou. Para o presidente do município barreirense, Frederico Rosa, falar de Alfredo da Silva e do Barreiro “é quase falar da mesma coisa”, tendo relembrado o empreendedorismo do industrial e a obra social por ele deixada no território. “Apresentamos aqui duas obras que também são centrais para o Barreiro, não só porque nós, em conjunto com a Baía do Tejo, estamos a fazer, a celebrar e a criar raízes com uma autêntica cidade dos Arquivos, recuperando a
O autarca sublinhou que o património existente no concelho “não pode apenas ser um traço da memória”, mas “uma projecção para o futuro” do território, com o nascimento em breve numa antiga fábrica da CUF da Startup Barreiro, para que “possa acolher jovens” e deste modo poderem “fazer aquilo que Alfredo da Silva nos ensinou”, tendo recordado “o exemplo, a tenacidade, mas também a marca que não queremos perder, mas recuperar, que é o ser fabricado no Barreiro e o ser fabricado em Portugal”, concluiu. Recorde-se que para 4 de Junho está prevista decorrer, no Barreiro, a conferência “A Obra Social da CUF”, nas instalações da Escola Alfredo da Silva, onde será analisado o “espírito profundamente humanista” do industrial, que o levou “a fazer um forte investimento numa política social empresarial”, considerada exemplar, isto numa época em que os empresários “pouco se preocupavam com estas questões”, numa iniciativa desenvolvida em “benefício dos milhares de trabalhadores do Grupo e suas famílias, mas também da comunidade e meio envolvente”. A génese e o impacto desta política social empresarial, que se estendeu aos domínio da educação e formação profissional, da previdência e assistência social, habitação, saúde, cultura, lazer e desporto, serão o foco daquele encontro, em que vão estar ainda em análise “os motivos que terão impulsionado a adopção desta política, o seu pioneirismo e inovação à luz do percurso da política social em Portugal e de outros grupos nacionais e multinacionais”, assim como a sua relevância para a sustentabilidade social e económica do Barreiro.
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Luso Futebol Clube deu início a modalidade de Corfebol
A direcção do Luso Futebol Clube assinou na última semana, um protocolo com a Federação Portuguesa de Corfebol, para dar início à prática desta modalidade no concelho do Barreiro. Rui Pedro Pereira, presidente do clube, adianta: “vamos fazer este caminho, pelo desenvolvimento da modalidade e oferecer à cidade mais alternativas desportivas”, refere
ESTÁTUA FOI INAUGURADA EM JUNHO DE 1965
Câmara estuda solução para instalar plataforma na base do Monumento a Alfredo da Silva DR
Objectivo passa por dar ‘mais dignidade’ à figura escultórica do industrial Luís Geirinhas
A Câmara do Barreiro deverá iniciar, em breve, uma pequena intervenção no local onde se encontra actualmente o Monumento a Alfredo da Silva, junto ao Parque Catarina Eufémia, para “dar mais dignidade à memória” do industrial e ao simbolismo que a sua figura representa para o município barreirense. A obra, que será “relativamente simples”, ao que O SETUBALENSE apurou, está a ser estudada em termos de arquitectura e dos pormenores técnicos a executar, mas o objectivo é que a intervenção avance ainda no âmbito das comemorações dos 150 anos do nascimento do “patrão” da Companhia União Fabril (CUF). Neste momento, o modelo existente no concelho está a ser trabalhado por
Dar a conhecer o industrial e o Barreiro
um arquicteto para tornar “possível” um “desafio que seja exequível”, mesmo em termos financeiros para a autarquia local. A ideia já é do conhecimento da Fundação Amélia de Mello, no entanto, os trabalhos previstos serão da inteira responsabilidade daquela Câmara, para criação de uma plataforma mais elevada, que retire a estátua do chão sem a colocar num pedestal e utilizar
uma frase emblemática de Alfredo da Silva, com pequenos elementos de luz, para dar uma nova iluminação à escultura, inaugurada no centenário do industrial, em sua homenagem, a 30 de junho de 1965. O objectivo passa ainda por dotar o espaço com um elemento tecnológico, que ajude a contar a sua história e a do Barreiro para que, quem visite a cidade, possa obter mais informações acerca daquela comunidade. O monumento, da autoria do escultor Barata Feyo, construído em bronze, tem cerca de quatro metros de altura. Em tempos, a estátua esteve assente numa outra plataforma, com a delimitação da mesma a contar com espelho de água, animado por um painel policromático, construído em basalto e da autoria do pintor Júlio Resende. Recorde-se que, em 2009, o projecto do arquitecto catalão Joan Busquets para o Mercado 1º de Maio – também ali situado –, e para a requalificação urbanística da Avenida Alfredo da Silva, levou a que a parte arquitectónica e o espelho de água fossem retirados, permanecendo apenas a estátua rente ao solo.
PROJECTO “OKHALA MOÇAMBIQUE”
Associação Desportiva e Cultural dos Fidalguinhos promove ajuda a deslocados de Cabo Delgado Face à necessidade de apoio urgente a milhares de crianças em Moçambique, a Associação Desportiva e Cultural dos Fidalguinhos (ADCF), no Lavradio, em conjunto com o Projecto Gratitude e a ONG Helpo, está a angariar bens para os deslocados que necessitam de socorro devido aos acontecimentos de grande violência que ocorreram recentemente naquele país africano. “700 mil pessoas, metade das quais crianças, precisam de ajuda urgente”, lembra a ADCF, que recorda que estes moçambicanos foram obrigados “a deixar as suas casas” e a “fugir de ataques armados, com nada mais do que medo e esperança de uma ajuda urgente”, refere a associação. Tratam-se de “homens, mu-
lheres, muitas delas grávidas, crianças e bebés e dos bens e cuidados mais básicos para sobreviver”, acrescenta. Para fazer “uma pequena diferença”, a ADCF decidiu criar o projecto “Okhala Moçambique”, sendo que a expressão ‘Okhala’ na língua macua, é sinónimo da palavra viver, tendo por meta o envio de bens no próximo mês de Junho, através da ONG Helpo, que vai enviar um contentor com destino ao Porto de Nacala, na província de Nampula, a sul de Cabo Delgado, dado que é nesse local que a organização “tem capacidade logística para fazer essa recepção e armazenamento” de bens angariados. De acordo com a ADC dos Fidalguinhos, os bens necessários e mais importantes já
estão identificados e incluem termómetros digitais, cremes para muda de fralda de bebé, fraldas de pano e roupa para bebés até dois anos de idade. Necessários são ainda utensílios para a primeira papa para bebé, cremes e papas para estas crianças, lanternas de dínamo, mantas tipo polar – sendo importante que sejam apenas mantas e não cobertores, por causa do volume que ocupam e para que sejam todas iguais –, sendo que, no final, todos os bens serão doados à ONG Helpo, com sede no concelho de Cascais. A ADCF solicita anda que todas as associações, clubes, empresas, farmácias e lojas, assim como particulares, partilhem esta iniciativa e façam parte deste projecto. L.G.
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em comunicado. O responsável lembra que o presidente daquela federação, Mário Almeida, tem sido “incansável”, pelo que “agradecemos todo o apoio” prestado ao clube. O Luso, recorde-se, filiou-se na respectiva federação no ano passado, com o objectivo de apostar na formação, “à semelhança de outras modalidades”, caso do Badminton.
BREVES VERDERENA
Obras na Escola n.º 3 deverão estar concluídas a 15 de Julho Rui Braga, vereador responsável pelo pelouro das Obras Municipais da Câmara do Barreiro, revelou na última reunião daquela autarquia, que estão reunidas as condições para que as obras de construção da nova Escola n.º 3, na Verderena, estejam concluídas a tempo de reabrir aquele estabelecimento de ensino “no próximo ano lectivo”. O autarca realçou, na mesma
altura, que o final da obra está apontado para 15 de Julho, estando os trabalhos desta empreitada a decorrer “a todo o vapor”, assinalou. Para esta semana está prevista a instalação das janelas da escola o que, segundo o vereador, permitirá “dar um avanço grande à obra, no seu interior, para que esta caminhe para a sua conclusão”.
CENTENÁRIO DO LUSO
Mercado 25 de Abril recebe pintura do artista Ricardo Tota No âmbito do centenário do Luso Foot-Ball Clube (1920-2020), o novo Mercado 25 de Abril, no centro da cidade do Barreiro, recebeu na última semana uma pintura da autoria do artista barreirense Ricardo Tota, alusiva ao antigo Campo da Quinta Pequena. Para este efeito, o muralista interpretou duas fotografias do Jornal “Eco dos Sports”, datado de Maio de 1926, que se encontra na Biblioteca Municipal, em Lisboa, e que mostram imagens do jogo de inauguração daquele campo, entre o Luso Foot-Ball Club e o
Carcavelinhos Football Club, que posteriormente se sagrou campeão nacional. O clube já agradeceu à Câmara do Barreiro pelo espaço disponibilizado, e a Nuno Teixeira, membro da Associação Cultural Ephemera, pelo “entusiamo com que se dedicou ao projecto”. DR
PANDEMIA
Testagem à covid-19 abrange munícipes de várias freguesias Ao longo dos próximos sábados, o município do Barreiro vai dar continuidade à testagem voluntária e gratuita à covid-19, iniciada na última semana junto da população do concelho, com o “intuito de identificar, o mais precocemente possível, munícipes com a infecção e evitar eventuais surtos”. O programa de testagem, onde são efectuados centenas de testes, vai continuar de forma
a abranger todas as freguesias, estando as próximas acções agendadas para as localidades com maior densidade populacional. No que diz respeita aos trabalhadores da autarquia, foi já iniciada a testagem de técnicos dos serviços essenciais, que constam do plano de contingência, num total de 165 elementos, estando prevista finalizar esta semana a acção com mais duas iniciativas.
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Barreiro ENTREVISTA BRUNO VITORINO
"O Barreiro precisa de criar emprego e riqueza para fixar mais pessoas, esse é um dos grandes eixos" DR
Candidato do PSD garante que avança com uma equipa preparada para governar a Câmara Luís Geirinhas O social-democrata Bruno Vitorino volta a candidatar-se à presidência da Câmara do Barreiro, e aposta num concelho mais seguro e com regras, mais qualidade de vida e menos impostos para a classe média. O actual autarca do PSD no municípo barreirense faz uma análise ao trabalho desenvolvido na autarquia e reafirma a importância da Polícia Municipal e da videovigilância para garantir a implementação de uma estratégia de sensibilização, prevenção e fiscalização. Para “Dar Futuro ao Barreiro”, conta com uma equipa maioritariamente formada por independentes, acreditando que em eleições autárquicas as pessoas são mais importantes do que os partidos. Desde as últimas autárquicas, que retrato faz do Barreiro de hoje? O Barreiro continua a definhar e continuamos a ter um problema demográfico muito grande. Somos o concelho da Área Metropolitana de Lisboa com um maior envelhecimento e se dentro de algumas décadas não invertermos essa tendência, o município terá menos de metade da população. Temos outros problemas, que os indicadores sociais e económicos demonstram, como uma perda real do poder de compra e também não se conseguir fixar população jovem, em idade activa. Em termos económicos temos igualmente uma perda da capacidade, que existe, de fixar riqueza. Conjugados, esses indicadores são dramáticos para o futuro.
O nosso programa eleitoral vai ser bem feito e irá percorrer todas as áreas da Câmara Bruno Vitorino
Em termos de gestão autárquica, penso que nem está tudo bem, nem está tudo mal, tendo o município evoluído em algumas áreas, mantendo-se na mesma em outros sectores. Houve aspectos positivos na resolução de grandes problemas, que se arrastavam há algum tempo, mas são coisas que têm ocorrido de forma avulsa, porque à cidade falta uma estratégia, um modelo e uma visão de desenvolvimento que aponte o caminho a seguir, e nesse aspecto não mudámos. Quais os eixos principais da sua candidatura nestas eleições? O nosso programa eleitoral vai ser bem feito e irá percorrer todas as áreas da Câmara, desde as operacionais – que podem fazer a
diferença na qualidade de vida das pessoas –, aos nossos principais eixos de desenvolvimento e à nossa visão para o futuro da cidade. No Barreiro temos presentemente dois modelos; um ligado à ideologia e outro livre das amarras do passado que quer pensar o desenvolvimento de forma harmoniosa, com um concelho moderno e que não tem preconceito ideológico em relação aos proprietários, querendo envolve-los num projecto de reabilitação do território. São os empresários que criam postos de trabalho, e o Barreiro precisa desesperadamente de criar emprego e riqueza, para fixar mais pessoas, e esse é um dos grandes
eixos. Temos de tratar bem quem aqui está, facilitar a vida às pessoas, criando condições de atractividade e nesse aspecto, neste mandato, considero que já se fez mais qualquer coisa nesse sentido. O Barreiro não evoluiu ainda naquilo que defendemos ser uma Agência Local de Investimento, que possa ajudar um empresário a implantar o seu projecto, sendo tudo ainda muito lento e demorado, e sem uma estrutura profissional por trás que promova a cidade e o seu potencial alémfronteiras. Defendemos um Barreiro seguro e com regras, sem trânsito caótico e estacionamento abusivo, onde o lixo não seja depositado entre os monos ou o entulho depositado nas zonas ribeirinhas, pelo que é necessário haver sensibilização e fiscalização, até porque os nossos regulamentos prevêem coimas para estas situações. É necessário termos um concelho limpo e recuperado, dando uma outra imagem, com a retirada dos graffitis, tornando o espaço público mais atractivo. Seja em que zona for, temos de pensar no trabalho a fazer para cuidar dessas áreas, nomeadamente nas zonas mais antigas. Temos que pensar no Barreiro das pessoas e numa política do ponto de vista social onde a classe média não seja esquecida ao nível de habitação, e há quer ter uma autarquia preparada para apoiar as pessoas para que estas saibam que podem contar com a mesma. Tendo sido responsável por alguns dos pelouros na Câmara, conseguiu dar resposta a áreas problemáticas? Julgo que sim. Nas minhas áreas, não sendo operacionais, como a Sustentabilidade Ambiental e a Eficiência Energética, conseguimos dar continuidade ao nosso trabalho, apesar da pandemia, tanto nas escolas como na Mata Nacional da
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Alexandre Santana destaca equipa técnica na campanha vitoriana p14 Machada. Tivemos um projecto emblemático, que queríamos que marcasse a nossa actuação até em termos regionais, que era um local de acampamento permanente com o Agrupamento de Escuteiros do CNE. Com a chegada da crise pandémica, o projecto continua a andar, embora a um ritmo lento, no entanto, estamos convencidos que também aqui é possível colocar o Barreiro no mapa. Ao nível da Eficiência Energética, onde gostava de ter mais meios, se fosse presidente de Câmara apostaria imenso. Ao passo gigante que apoiei na área da iluminação pública, onde em cerca de 15% do concelho ainda existem problemas por resolver, junta-se a iluminação em todas as escolas básicas, num projecto liderado pela S.ENERGIA, numa candidatura que fizemos e onde foi possível substituir integramente a iluminação em 20 escolas, seguiram-se os equipamentos municipais, onde se apostou na questão do autoconsumo, com a instalação de painéis solares e cujo potencial de poupança é muito significativo. Neste momento estamos a aliviar os bolsos dos contribuintes barreirenses na ordem dos 600 mil euros só a este nível, e se conseguíssemos acelerar estas intervenções a poupança seria brutal, verba que permitira baixar os impostos municipais. Porquê o slogan “Dar Futuro ao Barreiro” para a campanha das Autárquicas 2021? Criámos este movimento porque temos muita gente independente nas nossas listas, que não sendo filiada no PSD ou por não se identificar com o partido (muitos deles são apartidários ou com pensamento conhecido mais à esquerda), decidiram integrar esta nossa candidatura. A nossa máxima é que, em eleições autárquicas, contam muito mais as pessoas do que os partidos. Penso que, a nível nacional, temos bons e maus exemplos de autarcas de todas as cores políticas, sendo que o slogan se prende com o envolvimento de independentes. Vai continuar a insistir na criação da Polícia Municipal e na videovigilância em zonas críticas do concelho? Na última reunião de Câmara conseguiu-se uma meia-vitória e uma predisposição real do presidente da autarquia para estudar e quantificar a nossa proposta. É algo que é bom para o município e que nos ajudava, aos poucos, a começar a ter regras
A nossa máxima é que, em eleições autárquicas, contam muito mais as pessoas do que os partidos Bruno Vitorino
sempre cumpridas, e com isso poupávamos imenso dinheiro. A implementação deste serviço passa por uma estratégia de sensibilização, prevenção e fiscalização. Se for preciso sermos mais duros no cumprimento de regras, se for preciso multar poderemos fazê-lo. É nesse sentido que surge a videovigilância, sendo que há questões que têm a ver com segurança, onde tivemos o registo de casos de homicídios e tiros em plena via pública. Este cenário não existia no Barreiro, podíamos ter alguma violência ou episódios de furtos, mas não estes casos mais mais graves que começaram a ocorrer repetidamente. O reforço dos efectivos das forças policiais e o Conselho Municipal de Segurança, permitem à autarquia ter uma responsabilidade grande até na definição e na coordenação da política de proximidade no combate ao crime e ao policiamento. Poderemos fazer planos de prevenção da criminalidade ao nível local e até uma pressão legítima junto dos órgãos envolvidos, percebendo quais as dificuldades das forças de segurança. Esta é uma questão que já é discutida pelo menos desde 2004, sendo algo extremamente importante e necessário para protecção da população. Também o reforço da rede de guardas-nocturnos é fundamental, além de ser preciso reforçar os meios da GNR da Cidade Sol que, desde que foi
inaugurado o posto territorial de Santo António, nunca esteve tão desfalcada de efectivos. Enquanto vereador responsável pela Reserva Natural Local do Rio Coina e da Mata da Machada, que políticas de dinamização e preservação ficaram por concluir e que metas estabelece para um próximo mandato? Provavelmente teremos de proceder à alteração dos limites da reserva. Penso que na altura fomos demasiadamente ambiciosos. Temos de nos concentrar naquilo que temos capacidade efectiva de fazer. Teremos de nos cingir à Mata da Machada e à zona de sapal, mas não temos de nos imiscuir noutras áreas e zonas para as quais não temos capacidade técnica ou de fiscalização. Precisávamos que a gestão florestal daquele espaço fosse da responsabilidade da Câmara e, garantidamente, estaria mais bem entregue. Estamos a pensar continuar com as acções de voluntariado das escolas, escuteiros, empresas e de um trabalho mais pesado, propondo, assim que a pandemia o permitir, ao Estabelecimento Prisional do Montijo dar continuidade ao projecto que tivemos com os reclusos e do qual faço uma avaliação muito positiva. Quais as prioridades para que a reabilitação do Barreiro Antigo possa ser concretizada? O Barreiro Antigo carece de uma estratégia e essa não passa por anunciar milhões. Não há verbas que paguem as necessidades de investimento que são precisos realizar nesta área, porque quando queremos agir numa determinada zona, não precisamos apenas de actuar nos edifícios ou no espaço público, mas agir em edifícios que são de proprietários e colocar as associações daquela zona envolvente a pensar no tecido social, no apoio às famílias de idosos e até em habitação a custos controlados, que regenere o centro histórico e lhe dê novos habitantes. Devemos ter um pensamento de que a estratégia tem de ser pública, a Câmara tem de saber o que quer e tem de envolver um conjunto de parceiros. O investimento, esse, não tem de ser obrigatoriamente da autarquia, pode ser privado, e se convencermos que vale a pena investir nesta área o dinheiro acaba por aparecer. A visão do PSD é definir uma estratégia pública e procurar parceiros privados porque não vamos ter dinheiro para poder investir naquela zona. O
investimento público da autarquia poderá colmatar as falhas do que falhar no investimento privado. Se for eleito presidente de Câmara, que medidas pretende tomar para reforçar o combate aos efeitos sócio-económicos no período pós-covid? Apresentámos um pacote de medidas muito concretas em reunião de Câmara. É preciso agir rapidamente em três frentes: ao nível das famílias, das empresas, sobretudo das micro e pequenas empresas, do comércio local, claramente, e é preciso agir ao nível das instituições e, neste caso, penso que a Câmara agiu. Era preciso perceber que as IPSS ou que as colectividades, as chamadas forças vivas do concelho, conseguissem ser apoiadas, bem como reforçar as cantinas sociais. A seis meses do acto eleitoral, quais as suas expectativas para estas eleições? As nossas listas vão ser constituídas por pessoas que são muito conhecidas no Barreiro, pela sua capacidade de trabalho ao nível profissional, pela sua intervenção social e por pessoas que se destacaram na sua vida académica. Queremos o seu envolvimento na definição das ideias do programa eleitoral, mas também, o envolvimento das mesmas na disponibilidade para trabalhar a nosso lado. A aposta em muitos independentes, na lógica de que valem mais as pessoas do que os partidos é claramente a nossa ideia e é aquilo que estamos a conseguir fazer. As listas vão ser um misto de renovação e continuidade, tal como aconteceu em 2017. Não quero antecipar resultados eleitorais, até porque são sabidas as dificuldades de implantação que o PSD tem tido no Barreiro por questões ideológicas, mas também já se percebeu que isso já mudou e que as pessoas começam a votar em pessoas, não sendo apenas uma questão partidária. Há neste momento um Barreiro moderado que já não pensa em ideologia e que já pensa Barreiro, e são esses que queremos conquistar. Vamos ter uma equipa preparada para governar a Câmara, pelo que não vou dizer que vou ganhar ou perder, mas que estaremos preparados com pessoas capazes para o fazer. Qual a sua posição face a críticas à sua recandidatura? Não encho a boca de democracia, para depois praticar o contrário. Venho de uma família que foi de diversos partidos políticos,
dou-me bem com toda a gente e conseguíamos discutir, por vezes de forma veemente, vários assuntos e sempre soubemos nos respeitar uns aos outros e aprendi a conviver na diferença e a aceitar com naturalidade as opiniões. Saúdo todos os candidatos, mesmo quem venha do Chega e só o irei combater com as ideias, pela minha capacidade de trabalho e pelos resultados que apresento nas áreas de que sou responsável. Quero vencê-los pela positiva, penso que tenho condições efectivas com a equipa que estamos a apresentar para sermos melhor e as pessoas reconhecerem isso. O Barreiro, se não mudar de vida, é uma terra sem futuro. Temos um modelo e uma visão para um Barreiro moderado, despido de conceito ideológico, novo e virado para o futuro, que envolva as empresas e os empresários. Gostaríamos de ter uma oportunidade para demonstrar a nossa capacidade de executar essa visão.
Equipa PSD fecha lista de candidatos O PSD Barreiro anunciou ontem que a lista dos candidatos que fazem parte da sua equipa na corrida à Câmara do Barreiro, nas próximas autárquicas, já está fechada, voltando a destacar “o grande número de pessoas sem qualquer ligação partidária”. Ao cabeça de lista Bruno Vitorino, além do independente e gestor de sistemas informáticos José Paulo Rodrigues e da dirigente associativa Teresa Costa, junta-se agora à lista o independente Pedro Martins, especialista em comunicação. Em quinto lugar surge o nome do presidente da Direcção dos Bombeiros Sul e Sueste, o engenheiro Eduardo Correia, seguindo-se a técnica bancária Rosa Fonseca. José Filipe Nunes, enfermeiro em funções de chefia no Hospital do Barreiro, a consultora imobiliária Rosália Santos e o empresário e ex-dirigente associativo Mauro Silva, completam a lista apresentada pelo partido.
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O SEGREDO DAS CARTAS TARÓLOGO e ASTRÓLOGO FRANCISCO GUERREIRO
Resolva todos os seus problemas sentimentais, profissionais, financeiros e de saúde, marcando uma consulta pelo número 96 377 05 04. Após a 1.ª consulta efectua tratamentos espirituais. Consultório: Rua Serpa Pinto n.º 127 - 3.º Esq. - Montijo
O Centro Hospitalar de Setúbal em debate no Parlamento
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CARNEIRO 21.03 a 20.04 No plano amoroso – não rejeite a possibilidade de se envolver um novo relacionamento. Poderá ser surpreendido, muito favoravelmente, com as atitudes e gestos de alguém que entrou há pouco na sua vida. No plano profissional – poderá entrar numa nova fase profissional, comece a pensar em novos projetos ou novas aplicações financeiras. Carta da semana – O SOL – semana muito luminosa e feliz para Peixes. Vai sentir-se com muita vontade de viver a vida e demonstrar a força das suas emoções e sentimentos. TOURO 21.04 a 21.05 No plano amoroso, sente-se muito apaixonado e tem receio de mostrar os seus sentimentos. No plano profissional, terá algumas propostas, mas não se iluda com as mais vantajosas. Carta da Semana – A Lua, esta carta mostraque você estará sensível e um pouco frágil, mas ao mesmo tempo estará com um grande poder de análise. GÉMEOS 22.05 a 21.06 No plano amoroso – poderá travar novos conhecimentos, embora deva amadurecer bem as ideias antes de lançar num novo romance. Poderá ter de enfrentar oposições familiares para poder levar em frente uma relação. No plano profissional – deve manter a calma em todas as circunstâncias, até porque esta semana tudo está ao seu alcance. Carta da semana – O CARRO – a conjuntura anuncia progressos. CARANGUEJO 22.06 a 22.07 No plano amoroso – possibilidade de os seus sentimentos serem completamente renovados. Numa situação inesperada ou mesmo sem estar disponível pode sentir novas emoções. No plano profissional – se estiver envolvido em atos de representação ou de cariz público, sair-se-á muito bem. Carta da semana – O AMOROSO – esta carta define uma semana intensa em que todos os comportamentos estão marcados pela paixão. LEÃO 23.07 a 23.08 No plano amoroso – não aceite opiniões ou que se metam demasiado na sua vida, o seu coração é o seu melhor amigo e só poderá arrepender-se do que não fizer. No plano profissional – todos os negócios ou investimentos em que se envolver, desde que estruturados e calculados darão bons resultados. Carta da semana – O IMPERADOR – está muito lúcido, objetivo e eficaz marcando pontos em todas as situações que se envolver. VIRGEM 24.08 a 23.09 No plano amoroso – não permita que o orgulho atrapalhe ou ponha em causa em relação. No plano profissional – alguns colaboradores podem interferir ou pôr em causa as suas opiniões, mas é aconselhável que não baixe os braços e faça persistir as suas ideias. Carta da semana – A FORÇA – fomenta novas ideias confere rapidez de raciocínio e força de vontade não permitindo que se instalem na sua vida indecisões ou qualquer tipo de medo. BALANÇA 24.09 a 23.10 No plano amoroso – é uma semana adequada a que faça alterações na sua forma de vida; pode iniciar uma fase mais límpida e intensa. No plano profissional – algumas situações podem assumir contornos que não esperava e perante os quais terá de tomar uma posição. Carta da semana – A MORTE – é uma carta forte que permite conduzir a sua vida de forma objetiva e eficaz. Fim de uma etapa e inicio de uma nova etapa próspera. ESCORPIÃO 24.10 a 22.11 No plano amoroso – não entregue o seu amora quem não o merece, corre o risco de deceções. Nem todas as promessas serão cumpridas esta semana. No plano profissional – dê atenção a um negócio ou a um projeto que pode esconder problemas, procure novos apoios. Carta da semana – A LUA – a conjuntura leva-o para o mundo dos sonhos em que é difícil ser racional, tente manter-se lúcido para não ser enganado. SAGITÁRIO 23.11 a 20.12 No plano amoroso, relações são correspondidas e regidas por si e pelos seus interesses. Controle o seu feitio pois numa relação toma decisões a dois. No plano profissional, mostre-se mais activo e mais empenhado com trabalhos que lhe são solicitados. Carta da Semana – O Mundo, esta carta mostra que as conquistas e os seus êxitos estão ao seu alcance, basta que consiga reunir todas as suas potencialidades para atingir os seus fins. CAPRICÓRNIO 21.12 a 20.01 No plano amoroso – escute o que lhe dita o coração sempre que tomar uma decisão ou fizer uma escolha sentimental; todos os gestos deverão ser fruto de reflexão solitária e amadurecida. No plano profissional – está perfeitamente apto a atuar em proveito próprio e fazer bom uso das suas habilitações e conhecimentos. Carta da semana – A PAPISA – a semana promete ser muito importante. AQUÁRIO 21.01 a 19.02 No plano amoroso, poderá estar a passar uma fase conflituosa, que se deve á indefinição de sentimentos, clarifique-os. No plano profissional, os trabalhos que tem em curso irão sofrer alguns atrasos, devido á falta de recursos. Carta da Semana – O Eremita, esta carta mostra que deve agir com rigor e cuidado em todas as situações. PEIXES 20.02 a 20.03 No plano amoroso – momento propicio á evolução sentimental; conseguirá compreender alguns gestos e lidar melhor com os afetos. No plano profissional – vida financeira sujeita a flutuações que merecerão medidas adequadas em cima dos acontecimentos. Carta da semana – O JULGAMENTO – traz uma semana marcante pródiga em acontecimentos importantes que lhe possibilitarão análises e iniciativas fundamentadas.
E
sta quarta-feira, 13 de abril, a Comissão de Saúde da Assembleia da República realiza a sua audição com os Diretores de Serviços do Centro Hospitalar de Setúbal. Estes Diretores têm vindo a alertar os responsáveis políticos, incluindo a AR, para os problemas e a necessidade de investimentos no Centro Hospitalar – referindo que se deparam com uma situação insustentável para tratarem os inúmeros doentes que acorrem com gravidade crescente ao seu Serviço de Urgência. A epidemia da COVID-19 evidenciou os problemas estruturais que afetam o centro Hospitalar de Setúbal ao nível das instalações, ao nível do financiamento e ao nível da falta de profissionais de saúde. O Centro Hospitalar de Setúbal enfrenta um sério problema no plano financeiro. A sua classificação atual não se coaduna com o seu nível de diferenciação, o que tem impedido o adequado investimento, seja nas infraestruturas, seja no reforço do número de profissionais de saúde, o que pode vir a colocar em causa a continuidade das suas valências. Há inclusivamente, o risco de o Centro Hospitalar de Setúbal perder valências, devido à falta de profissionais de saúde, nomeadamente de médicos especialistas e devido às limitações decorrentes das atuais instalações. Por um lado, a maioria dos médicos tem mais de 55 anos; por outro lado, devido à desvalorização profissional, social e remuneratória dos profissionais de saúde não há rejuvenescimento das equipas e estruturas e não são contratados os profissionais de saúde necessários para o Centro Hospitalar, o que constitui mais uma preocupação. A carência de profissionais de saúde está a levar à acumulação de carga horária, o que se traduz num cansaço extremo e por sua vez em mais situações de baixa, ficando nos serviços muito menos trabalhadores para o desempenho das mesmas funções. Desta forma a situação torna-se insustentável. A falta de meios humanos reflete-se nos utentes, nomeadamente nos elevados tempos de espera para consulta. A alteração da área de abran-
OPINIÃO Bruno Dias
A valorização do Centro Hospitalar de Setúbal é urgente e indispensável. E tem de ser feita o quanto antes gência do Centro Hospitalar de Setúbal, passando a incluir o concelho de Sesimbra, levou a um crescimento de afluência ao serviço de urgência, que já se encontrava numa situação de rutura. Há anos e anos que vimos confrontando os sucessivos governos para esta situação do CHS. Alertámos para o subfinanciamento do Serviço Nacional de Saúde que se reflete no Centro Hospitalar de Setúbal. Os critérios de financiamento não são adequados face aos cuidados de saúde que presta. O Hospital de São Bernardo em Setúbal presta cuidados de saúde característicos de hospitais mais diferenciados, como são exemplo as áreas da infeciologia e da hemodinâmica, para além de prestar apoio a hospitais de outras regiões. No entanto, o financiamento não tem
isso em consideração, ficando muito aquém das necessidades para responder adequadamente aos utentes. Ao nível das instalações, o Centro Hospitalar de Setúbal aguarda pelo menos há cinco anos pela construção de um novo edifício do Hospital de São Bernardo. Apesar de a ampliação do Hospital de São Bernardo integrar o Plano de Investimento na Área da Saúde e ter sido assumido o compromisso pelo Governo, este continua a não adotar as medidas necessárias que permitam o desenvolvimento dos procedimentos, nomeadamente o lançamento do concurso público para a empreitada. No Orçamento do Estado para 2021, por proposta do PCP, foi aprovada a transferência de 17, 2 milhões de euros para o Centro Hospitalar de Setúbal com vista ao lançamento do concurso público para a ampliação do Hospital de São Bernardo e início da respetiva empreitada. A ampliação do Hospital de São Bernardo, com a construção de um novo edifício, permitirá a reorganização dos espaços e novas instalações para vários serviços, em particular novas instalações para o serviço de urgências, tendo em conta que as atuais estão em situação de rutura, está por concretizar. Não se pode é perder (mais) tempo! A valorização do Centro Hospitalar de Setúbal é urgente e indispensável. E tem de ser feita o quanto antes, através da adequação do financiamento considerando a sua real diferenciação, a contratação de profissionais de saúde e o investimento na ampliação das suas instalações. O trabalho no Parlamento prossegue, e estas abordagens têm de ser consequentes, têm de se traduzir em respostas efetivas por parte dos responsáveis, que têm de prestar contas e apresentar soluções e medidas concretas. Por isso os deputados do PCP promoveram já a audição na Comissão Parlamentar de Saúde do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal e da Ministra da Saúde, sobre este mesmo assunto. Deputado PCP
14 de Abril de 2021 O SETUBALENSE 11 PUBLICIDADE
COMUNICADO
Em caso de ...
A funerária Armindo informa que subiu o nível de contingência para o nível máximo, uma vez que a quantidade de óbitos atingiu níveis absolutamente inéditos. Como sempre, a funerária Armindo tem todos os recursos aplicados ao serviço da sociedade e pede a compreensão de todos para eventuais atrasos ou incómodos que possam resultar desta situação de exceção.
Serviço disponível todos os dias, a qualquer hora!
Apelamos a toda a população para que respeite, com o maior zelo, as regras definidas ao abrigo do atual estado de emergência, para que a situação se possa normalizar o mais rapidamente possível.
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Bloco Clínico
Necrologia LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS
DRA. MARIA FILOMENA LOPES PERDIGÃO DR. ALFREDO PERDIGÃO
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NASCEU A: 06-10-1934 | FALECEU A: 10-04-2021
HÉLDER JOSÉ BRANCO RODRIGUES
LUCÍLIA DA SILVA CAETANO
Sua esposa, filhos, neta e restante familia têm o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente muito querido e de agradecer reconhecidamente a todos os que se dignaram a acompanhá-lo até à sua última morada, bem como aos que das mais diversas formas lhes manifestaram pesar.
A morte deixa um vazio e provoca uma dor que ninguém pode curar, mãe é sinónimo de amor, vida, proteção, carinho e por vezes também de tristeza. Guardamos nos nossos corações as memórias dos momentos felizes que passámos juntos, e que perpetuaremos para sempre. Do teu Filho, nora e netos. Mais se informa que o seu corpo estará em Câmara Ardente hoje pelas 18:00 horas na Capela Nossa Senhora da Anunciada, realizando-se o funeral amanhã dia 15 pelas 10:30 horas para o Crematório de Setúbal, agradecendo desde já a todos os quantos que queiram participar neste acto religioso ou que de diversas formas nos manifestaram o nosso pesar. A todos um bem haja.
PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
AGÊNCIA FUNERÁRIA COSTA TELEF: 265 523 496
PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
12 O SETUBALENSE 14 de Abril de 2021
Sesimbra
Interrompido hoje abastecimento de água na Carrasqueira
Entre as 09h00 e as 17h00 de hoje, devido à instalação de equipamentos de controlo de pressão e caudais na zona da Carrasqueira, será necessário interromper o abastecimento de água nas ruas dos Agapantos, AmoresPerfeitos, Orquídeas, Pinhal, Camélias, Acácias, Beladona, Sobreiro, Dálias,
DR
Eucaliptos, Gladíolos, Girassóis, Malmequeres, Rosas, Cravos, Tulipas, Urzes, Valverdes, Jacintos, Lilases, Narcisos, Lírios, Plátanos e Guarda Mor. A intervenção integra-se numa candidatura da autarquia ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos do Portugal 2020.
EQUIPAMENTO
Francisco Jesus diz que o concelho vai ter uma das melhores unidades de saúde Prevê-se que a obra esteja terminada entre Maio e Agosto de 2022 Inês Antunes Malta
O movimento independente surgiu há oito anos, tendo-se candidatado às eleições em 2013
AUTÁRQUICAS
Movimento Sesimbra Unida apresenta cabeças de lista Descentralização e aumento de competências é principal bandeira do movimento independente Inês Antunes Malta Hélder Gaboleiro, candidato à Câmara Municipal de Sesimbra, João Albuquerque, à Assembleia Municipal, Ema Fuzeta, à Junta de Freguesia da Quinta do Conde, Sofia Mendes, à Junta de Freguesia de Santiago, e Tiago Ezequiel, à Junta de Freguesia do Castelo, são os cinco cabeças de lista do Movimento Sesimbra Unida para as autárquicas deste ano. “O Movimento Sesimbra Unida sempre defendeu e continua a defender que a delegação de competências da administração central para as autarquias é uma mais valia para as populações, face à proximidade entre o órgão decisor e os destinatários, permitindo assim uma melhor e mais rápida avaliação das necessidades e uma mais eficiente afectação dos recursos humanos, financeiros ou outros”, começa por dizer Hélder Gaboleiro, candidato
à Câmara Municipal de Sesimbra pelo Movimento Sesimbra Unida, a O SETUBALENSE. “O executivo CDU sempre as rejeitou com o argumento de que com o aumento de competências o Governo não atribui as respectivas verbas e o MSU entende que será mais fácil reivindicar tendo a competência”, continua. O movimento independente surgiu há oito anos, tendo-se candidatado às eleições em 2013, num projecto liderado por Carlos Sargedas, o seu fundador. Neste primeiro ano, conseguiram, no seu entender, “um excelente resultado”, com eleitos nas três freguesias e na Assembleia Municipal. Quatro anos depois, duplicaram a votação na Quinta do Conde e mantiveram a presença nas restantes freguesias e na Assembleia Municipal. “Já conto com oito anos a defender desta forma os interesses da população da Quinta do Conde e entendemos agora que é altura de poder defender não apenas os interesses dos quintacondenses mas de todos no concelho. Chegou a altura de dar voz ao cidadão”, afirma. O grupo enfrenta desta vez “desafios diferentes”. No ano passado foi aprovada uma lei que regula a criação e actuação de movimentos de cida-
dãos. “O nosso movimento, se quiser, com a actual lei, pode concorrer como Movimento Sesimbra Unida à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal”, explica. “Se quiser concorrer, e irá fazê-lo, para as três freguesias, terá de criar mais três movimentos. Se a lei não for alterada, quando for tempo de recolher assinaturas para as freguesias, teremos de explicar claramente às pessoas que estas são as caras que estiveram no movimento mas por estas razões não podemos concorrer como movimento único. O nosso movimento chama-se Sesimbra Unida e nesse caso teremos de o partir”, partilha, esclarecendo que “só depois de o tribunal aprovar a nossa candidatura podemos dizer que somos candidatos, até lá somos candidatos a candidatos” e garantindo que “independentemente das regras que nos possam pôr, o MSU irá manter a sua identidade e apresentar-se como movimento de cidadãos”. Neste momento, o Movimento Sesimbra Unidade já se encontra a recolher assinaturas, com todas as medidas de segurança necessárias, e assegura que a sua campanha se vai pautar “por muita responsabilidade social” porque “somos, acima de tudo, cidadãos”, remata.
A Câmara Municipal de Sesimbra assinalou o Dia Mundial da Saúde, 7 de Abril, com uma visita à obra de construção da Unidade de Saúde de Sesimbra e uma apresentação online do projecto pelo arquitecto responsável, Marinho Pinto. Inicialmente prevista para ser repartida entre dois edifícios situados em pontos diferentes da vila, um na Rua Aníbal Esmeriz, no Largo 5 de Outubro, e o outro no antigo dispensário, na Rua Amélia Frade, a Unidade de Saúde de Sesimbra evoluiu, nas palavras do presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, “para esta solução de um edifício único, numa zona central, no coração da vila de Sesimbra, que do ponto de vista de funcionalidade, manutenção e gestão é bem melhor do que a solução inicialmente preconizada”. Francisco Jesus define a concretização desta obra como “um anseio mais do que justificado e já antigo da população do concelho de Sesimbra e com certeza dos profissionais de saúde”, considerando que “do ponto de vista de equipamento, projecto e edifício, estão criadas todas as condições para termos uma das melhores unidades de saúde primárias que pro-
vavelmente teremos conhecido aqui à nossa volta” e assegurando que “a construção de uma nova Unidade de Saúde Familiar na Quinta do Conde será a próxima batalha” do município. Estima-se que a obra de Sesimbra, que se encontra neste momento acima dos 10 por cento de execução, esteja pronta entre Maio e Agosto do próximo ano. No que diz respeito à acessibilidade, o presidente sesimbrense disse ainda que “com o previsível reforço do transporte público no concelho, em 2022, prevê-se que a futura unidade de saúde venha a ser servida por carreiras regulares de autocarros”. Para além de uma elevada eficiência energética, o novo edifício terá ainda uma zona de estacionamento, com cerca de 100 lugares, no Largo do Calvário, para utentes e viaturas de emergência, bem como espaço para tomada e largada de pessoas. Depois de ter dado a conhecer o processo desde o início, as características do novo equipamento e o enquadramento do mesmo com o Bairro dos Pescadores e com o Largo do Calvário, o arquitecto Marinho Pinto explicou também como vai acontecer a requalificação do Morro do Calvário, com a criação de um espaço interpretativo que dá a conhecer a história do local. Será realizada a reabilitação da base do cruzeiro, a reconstrução da escada e a pavimentação do percurso, com uma árvore centenária, protecção arbustiva e iluminação do percurso. DR
Unidade terá estacionamento para utentes e viaturas de emergência
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Assembleia de Freguesia reúne sexta-feira na Voz do Alentejo
A sede do Grupo Cultural, Social e Recreativo a Voz do Alentejo, na Quinta do Conde, recebe esta sexta-feira, 16, a Assembleia de Freguesia, para apreciar a prestação de contas do executivo correspondente a 2020, dois relatórios da actividade, a revisão do regulamento geral e tabela de taxas da Junta de
Quinta do Conde
Freguesia. Também a eleição de vogal para preenchimento de vaga no executivo será assunto a tratar. Será permitida a presença de um máximo de dez pessoas, condicionada a inscrição prévia, que deverá ser submetida até às 15h00 de sexta-feira para o e-mail assembleia. freguesia@jf-quintadoconde.pt.
MOVIMENTO ASSOCIATIVO E JUNTA DE FREGUESIA
Celebração do 25 de Abril acontece através da rádio local e das redes sociais Ao longo de dois dias, a RQC emitirá depoimentos das associações quintacondenses Inês Antunes Malta
Nos 47 anos sobre o 25 de Abril, as colectividades e a Junta de Freguesia da Quinta do Conde tencionam assinalar a data através da Rádio Quinta do Conde, que nos dias 24 e 25 terá uma programação especial dedicada à efeméride. A rádio local irá emitir ao longo desses dois dias depoimentos de responsáveis de cada uma das associações sedeadas na freguesia, a par de imagens de anteriores celebrações. Perspectivar as possibilidades de
celebrar o aniversário da Revolução de Abril, face às limitações que a actual situação epidémica impõe e ao consequente respeito pelas indispensáveis medidas preventivas, foi o mote para a mais recente reunião entre a Junta de Freguesia e o movimento associativo da Quinta do Conde. Nas palavras de Vítor Antunes, presidente da Junta de Freguesia quintacondense, este encontro marcou “o gradual regresso à normalidade, depois de um ano de suspensão, situação que impediu o normal funcionamento das instituições associativas da freguesia”. Do encontro, realizado nas instalações do Centro Cultural Social e Recreativo a Voz do Alentejo na passada sexta-feira, concluiu-se que devido "à incerteza que caracteriza o actual quadro pandémico, não estão reunidas as condições que permitam levar a cabo o modelo de festejos anterior à crise de saúde pública que assola o País e o mundo”.
A reunião contou igualmente com a participação de Joaquim Escoval, secretário-executivo da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto, que definiu esta iniciativa como “um sinal de resistência e resiliência do movimento associativo”, dando ainda nota da edição, para breve, de um manual
Revolução dos Cravos assinalada com um espectáculo transmitido online
de sobrevivência que contemple “um alargado leque de instruções de apoio às actuais circunstâncias e que será distribuído às agremiações”. Também Ana Cruz, técnica do recém-criado Gabinete de Apoio ao Movimento Associativo e Juntas de Freguesia, marcou presença na reunião. Apresentou objectivos e funções do gabinete e dos instrumentos que o mesmo coloca à disposição das colectividades para preenchimento de candidaturas a programas de apoio, tanto municipais como outros.
Protocolos abrangem diversas colectividades
Na última reunião de Junta de Freguesia, foi aprovada a celebração de contratos-programa com várias associações locais de forma a “conferir-lhes o apoio financeiro que lhe tem sido concedido em anos anteriores”. São exemplos o Centro Cultural, Social e Recreativo a Voz do Alentejo na Quinta do Conde, a MGBOOS, a Rádio DR
Encontro concretizou gradual regresso à normalidade e definiu celebrações de Abril
Quinta do Conde, a Associação Sócio-Cultural e de Capoeira Bem Viver, a União Desportiva e Recreativa da Quinta do Conde e o Grupo Folclórico e Humanitário do Concelho de Sesimbra. Também o clube de natação Desperta Recorde, o Agrupamento 718 da Quinta do Conde do Corpo Nacional de Escutas, o Grupo Recreativo Escola de Samba Corvo de Prata e o Grupo Recreativo Escola de Samba Batuque do Conde celebraram protocolos de cooperação. De igual forma, foram abrangidas a Associação para o Desenvolvimento da Quinta do Conde, o Centro Social, Cultural e Desportivo da Quinta do Conde, o Grupo Desportivo e Cultural do Casal do Sapo, o Clube de Lutas do Bastos, o Grupo 232 da Quinta do Conde da Associação de Escoteiros de Portugal e a Sui Generis Associação Cultural.
Sesimbra comemora “com gente de cá”
Na impossibilidade de celebrar presencialmente a noite de 24 para 25, Sesimbra assinala o aniversário da Revolução de Abril com um espectáculo transmitido online. Barry White Gone Wrong, Espantalho, Eterna Galé, Flak, Luís Taklin, Nuno Reis Trio, Ricardo Alves “Chora” e Medusa são músicos sesimbrenses, ou com fortes ligações ao concelho, que nos últimos três anos têm feito parte dos concertos “Gente de cá” no Cineteatro Municipal João Mota e juntam-se agora num concerto para apresentar uma música original e uma versão sua de uma canção de intervenção. O anfiteatro da Boa Água, na Quinta do Conde, e a Fortaleza de Santiago, em Sesimbra, são os locais eleitos para comemorar o 25 de Abril ao ar livre. A 24, no anfiteatro, pelas 10h30, têm lugar os discursos oficiais, seguidos do espectáculo “Por terras do Zeca”. No próprio dia 25, a celebração é feita na parada da fortaleza, no mesmo horário, com as intervenções oficiais. A partir das 11h00, pode assistir-se ao espectáculo “Abril vezes mil”, que festeja a liberdade com a reinvenção de canções emblemáticas por todos conhecidas.
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Desporto
TREINADOR DESTACA PAPEL DA EQUIPA TÉCNICA NA CAMPANHA VITORIANA
“Sou o rosto mais visível mas não conseguiria sem eles fazer o trabalho que tenho feito” DR
“A minha confiança neles é assustadoramente grande”, confessou Alexandre Santana Ricardo Lopes Pereira O trajecto realizado pelo Vitória Futebol Clube na série H do Campeonato de Portugal tem merecido rasgados elogios de vários quadrantes do futebol. Com 50 pontos somados em 20 jornadas, resultantes de 15 triunfos e cinco empates, os sadinos terminaram a fase regular invictos. A par dos jogadores, o treinador Alexandre Santana é o rosto mais visível de um plantel em que outras pessoas merecem ser destacadas pelo seu contributo para o êxito. Consumada a primeira posição e a consequente passagem ao play-off de subida à II Liga, o timoneiro dos sadinos fez questão de mencionar os nomes que integram a equipa técnica, referindo que sem eles as coisas poderiam não ter corrido da mesma forma. “O observador João Gato, o preparador físico Ricardo Cavaco, o treinador de guarda-redes Diego Silva e os adjuntos Rúben Conceição e João Nicolau são peças fundamentais no nosso sucesso”. O treinador nascido em Alcácer do Sal há 42 anos sublinha a relação profunda que se estabeleceu entre todos e o precioso auxílio que advém do trabalho de grupo. “Equipa técnica é família. São pessoas que me tentam ajudar, que acrescentam e tentam fazer das minhas fraquezas forças, colmatando os meus defeitos e dificuldades em determinadas áreas do treino e do jogo”. Desde que assumiu no arranque da temporada o comando da equipa principal, Alexandre Santana contou com o apoio dos seus adjuntos, que lhe merecem todo o reconhecimento. “São pessoas fantásticas que têm feito um trabalho que tenho de elogiar desde o primeiro dia até agora. Claramente, eu sou o rosto mais visível,
Treinador Alexandre Santana ao lado da equipa técnica e do restante staff
mas não conseguiria sem eles fazer o trabalho que tenho feito”. O treinador frisa que na relação profissional que se estabelece com os restantes elementos consegue beber conhecimento, conseguindo dessa forma fortalecer-se enquanto treinador. “Tenho que ser esperto para conseguir tirar deles e sacar-lhes o que têm para me dar nos pontos em que são mais fortes e em que sou mais frágil”, admite o treinador que antes tem no currículo passagens
pelo Comércio e Indústria, Cova da Piedade e Fabril do Barreiro. De forma a reforçar a sua visão acrescenta: “Um dos grande factores para que os treinadores de sucesso o tenham está relacionado com o facto de conseguirem retirar de todas as pessoas da estrutura, directiva, técnica e dos jogadores, tudo o que têm para dar. Quem for mais inteligente a gerir, a ouvir e a agarrar tudo aquilo que essas pessoas nos podem dar vai estar mais próximo de atingir o sucesso”.
Por tudo o que têm vivido dentro e fora do campo e pela forma como o amparam nos momentos mais difíceis, Alexandre Santana mostra-se agradecido aos seus adjuntos. “Quero dar um abraço muito grande a todos. Nos momentos difíceis que vivemos foram eles muitas vezes a puxarem-me para cima. Quando houve algum descontrolo emocional são eles que estão presentes para dar um abraço ou um grito para as coisas avançarem. A minha
Figura histórica Oceana Zarco recordada Entretanto, o Vitória FC assinalou anteontem o 110.º aniversário da data de nascimento (12 de Abril de 2011) de Oceana Zarco, figura incontornável da história do clube. “Atleta da equipa de ciclismo do (seu) Vitória Futebol Clube, no qual entrou com 10 anos. Com apenas 14 anos, em 1925, iniciou o seu
percurso profissional com o valioso contributo do treinador de futebol do Vitória, o checo Arthur John, que a preparou fisicamente ao mais alto nível, tornando-se a primeira mulher ciclista federada em Portugal”. “Nesse mesmo ano, em 15 de Novembro, participou na sua primeira prova desportiva como profissional – a II Volta a Lisboa.
Em 1926, classificou-se em 1.º lugar na III Volta a Lisboa e, em 20 de Setembro do mesmo ano, recebeu a medalha de ouro na I Volta ao Porto. A sua carreira no ciclismo culminaria com o 1.º lugar, alcançado na I Volta a Setúbal em bicicleta, realizada em 1929”, lembrou o clube no texto publicado na sua página oficial.
confiança neles é assustadoramente grande”. A prová-lo está o facto de o treinador não querer perder de vista quem o tem acompanhado no Bonfim. “Vou fazer tudo para nunca os perder não só na minha vida profissional, mas também na pessoal. Quase ponho as mãos no lume de que eles farão o mesmo por mim. O que passámos há uns anos e, sobretudo, esta época não nos vai possibilitar afastarmo-nos deste caminho. Peço-lhes que me continuem a ‘chatear’ e a acrescentar tudo o que têm para acrescentar no processo do nosso trabalho diário”.
Estreia com Estrela da Amadora
A mais de uma semana do início da fase de subida (série Sul), o Vitória, segundo informação veiculada na página oficial da Federação Portuguesa de Futebol, já sabe que vai defrontar, no Estádio do Bonfim, a 22 de Abril (quinta-feira), pelas 15 horas, o Estrela da Amadora, vencedor da série G. Nesse mesmo dia, pelas 17h15, defrontam-se também o Torreense (1.º da série F) e a União de Leiria (1.º da série E).
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Portugal carimbou passaporte para o Euro na Torre da Marinha
A selecção portuguesa de futsal qualificou-se para o Euro2022, ao golear a Noruega, por 7-1, em partida da 5.ª jornada do Grupo 8 de qualificação, que decorreu no Pavilhão Municipal da Torre da Marinha, no Seixal. O triunfo obtido sobre os escandinavos garantiu o
primeiro lugar ao conjunto luso, com 11 pontos, à frente da República Checa e Polónia, que tinham empatado na sexta-feira (3-3) e somam, a uma ronda do final, menos três pontos que Portugal, que tem vantagem sobre ambas no confronto directo. André Galvão, Afonso Jesus,
Bruno Coelho e um ‘bis’ de Tiago Brito colocaram Portugal a vencer por 5-1, ao intervalo. No segundo tempo, André Coelho e Afonso Jesus fixaram o resultado em 7-1. Esta quarta-feira às 18 horas, Portugal volta a defrontar a Noruega, na Torre da Marinha.
FUTEBOL DISTRITAL
Grupo Desportivo de Alfarim não participa na retoma da 1.ª Divisão da AF Setúbal DR
O clube considera absurda a quantia que iria gastar em apenas dois meses. Assim sendo, optou por investir noutras áreas José Pina O Grupo Desportivo de Alfarim é uma das equipas que abdicou de participar na retoma do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão. A informação foi confirmada a O SETUBALENSE pelo presidente do clube, José Fernando Dias. A notícia causa alguma estranheza por se tratar do clube com mais presenças consecutivas na 1.ª Divisão Distrital, que tem vindo a crescer de forma sustentável a nível estrutural e perfeitamente estável a nível económico. Mas, por que razão foi tomada esta decisão foi a questão colocada ao homem que dirige o clube há mais de vinte anos. “A decisão que tomámos foi devidamente ponderada. A direcção teve uma conversa com a equipa técnica e com alguns jogadores e decidiu não retomar a competição, tendo em conta a pandemia, a forma como as coisas estão a decorrer e o ao facto de andarmos nisto há meses, sem en-
José Fernando Dias é líder do clube há mais de vinte anos
contrarmos uma solução. Havia uma grande percentagem de clubes que não queriam continuar e que agora deram o dito por não dito, mas cada um sabe de si”, explicou José Fernando Dias. “Na melhor das hipóteses, o campeonato iria começar no início de Maio. Teríamos apenas dois meses de competição e tínhamos que fazer
testes que custariam cerca de dois mil euros por mês, isto é de doidos. Como só vai haver subidas e esse não é o nosso objectivo, depois de analisarmos bem a situação, tomámos a decisão que entendemos ser a melhor para o clube”. Nas reuniões havidas com os clubes foram avançadas algumas hipóteses, “inicialmente queriam
fazer a retoma com jogos à quarta-feira e ao domingo mas isso não era viável por se tratar de um campeonato amador com jogadores que trabalham durante a semana, depois porque nem todos os campos têm condições para efectuarem jogos à noite e a juntar a tudo isto o facto de não haver receitas. Eu sei muito bem quanto vai custar estes dois meses de competição, para fazer apenas meia dúzia de jogos”, deixou bem patente. Voltando à decisão de não continuar, José Fernando Dias fez questão de dizer que “o Alfarim estava preparado para jogar e tinha condições financeiras para isso mas, tendo em conta a situação, preferimos fazer alguns melhoramentos para regressarmos na próxima época mais fortes, provavelmente já sem pandemia, se grande parte da população estiver vacinada”. E a propósito recordou que no início da época o clube "propôs a disputa de um campeonato por séries e depois uma poule final para encontrar o campeão mas os clubes optaram por um campeonato a uma volta. Portanto, porque a AF Setúbal lhes deu a oportunidade de escolha, são eles os grandes culpados do que está a acontecer”. Recentemente a FPF atribuiu uma verba para apoio às associações e aos clubes mas a insatisfação é grande por ser irrisória.
“O apoio que nos dão a fundo perdido é de 500 euros e 1500 euros de empréstimo que têm de ser pagos em dois anos. É evidente que isso não nos interessa porque temos as contas todas em dia. 500 euros nem sequer dá para pagar a luz. Participar na 1.ª Divisão Distrital, por muito pouco que se pague a treinadores, jogadores, massagistas, roupeiros, lavandaria, policiamento e organização de jogos, não custa menos de 4 mil euros por mês. Se a isto juntarmos os testes, iriamos gastar cerca de 15 mil euros”, referiu.
dois rapazes e duas raparigas defendem no outro. Sempre que se marcam dois golos, os jogadores que estavam a defender vão atacar e vice-versa. O Corfebol joga-se só com as mãos e o principal objectivo é marcar, contudo há seis regras básicas: Não é permitido correr com bola na mão, driblar, tirar bola da mão do adversário, empurrar ou agarrar o adversário, jogar com pés, joelhos, punhos
e os rapazes só defendem rapazes e as raparigas só defendem raparigas. O jogo tem a duração de 50 minutos de tempo real, divididos em duas partes de 25, com intervalo de 10 minutos. Cada cesto vale um ponto, as faltas ligeiras são punidas por recomeço de jogo no local da falta, as faltas grandes são punidas com livre e as faltas muito graves punidas com penalti. J.P.
Formação e futebol de praia
Quanto aos escalões de formação e do futebol de praia, José Fernando Dias diz que "ao nível do futebol de formação, o clube continua a aguardar esclarecimentos mais concretos no que se refere à necessidade de testes obrigatórios em contexto de treino, pelo que não temos certeza da retoma dos treinos a 19 de Abril". Relativamente ao futebol de praia, “temos tudo devidamente organizado mas não sabemos ainda quando vai começar, só sabemos que tem que terminar a 7 a 8 de Agosto. Queremos começar os treinos em Maio porque o campeonato deve ter início em Junho ou Julho. Esperamos que este ano seja diferente porque o ano passado estivemos muito tempo sem treinar e acabámos por ser o bombo da festa”.
BARREIRO TEM UMA NOVA MODALIDADE
Luso Futebol Clube aderiu à prática do Corfebol O Luso Futebol Cube assinou com a Federação Portuguesa de Corfebol um protocolo com vista à prática da modalidade onde irá fazer uma aposta na formação, à semelhança do que tem feito noutras modalidades, como é o caso do Badminton. “Vamos fazer este caminho, pelo desenvolvimento da modalidade e oferecer à cidade do Barreiro mais alternativas desportivas. O Dr. Mário
Almeida, presidente da Federação Portuguesa Corfebol tem sido incansável, agradecemos o apoio”, referiu a propósito o presidente do clube, Rui Pedro Pereira. “Marcamos a diferença, somos únicos com a modalidade de Badminton e agora com o Corfebol”, fez questão salientar, o dirigente associativo. O Corfebol baseia-se na igualdade de géneros e na cooperação. Cada
equipa tem que ter quatro rapazes e quatro raparigas, o campo de jogo é rectangular e divide-se ao meio por uma linha central, em casa meio campo é colocado um poste a um terço da linha de fundo e os jogadores podem jogar em toda a sua volta. Todos os jogadores, rapazes e raparigas, participam no ataque e defesa, enquanto dois rapazes e duas raparigas atacam num meio campo e os outros
00:55 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:22 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:45 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 20:04 ~ 2.6 m ~ Preia-mar
ALMADA
00:48 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:16 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:41 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 19:58 ~ 2.5 m ~ Preia-mar
SESIMBRA
01:09 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:36 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:55 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 20:12 ~ 2.6 m ~ Preia-mar
SINES
SETÚBAL TRÓIA
MARÉS
01:02 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:55 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 13:56 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 20:34 ~ 2.9 m ~ Preia-mar
FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras; Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Dulce Soeiro, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Baptista, Célia Félix, Mauro Sérgio IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com