co nt a ct o s: 80 0 2 1 7 2 1 7 / 2 65 5 2 3 5 1 5 / www. fu n e r ari a - arm i n d o.c om
Festas do Pinhal Novo com lugares sentados Vila experimenta festas com modelo de controlo apertado. Concertos são no coreto, com lugares distanciados e envolvente vedada p7 MÁRIO ROMÃO
O SEU DIÁRIO DA REGIÃO TERÇA-FEIRA, 1 DE JUNHO DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 634 | ANO III | 5.ª SÉRIE
DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO PUBLICIDADE
“Falta visão estratégica à actual gestão municipal” Palmela Carlos de Sousa em entrevista p12 e 13
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PALMELA PSD apresenta Paulo Ribeiro e BE lança Carlos Oliveira p10 e 11
SEIXAL CDU apresenta candidatos com líder do PCP p14
EU PARTICIPO Recorde de sugestões em quatro anos p3 PUBLICIDADE
2 O SETUBALENSE 1 de Junho de 2021
Abertura
Mensagens de paz em Grândola no Dia da Criança
O Jardim 1.º de Maio, em Grândola, vai ser hoje, Dia Mundial da Criança, “inundado” de mensagens pela paz, cada uma escrita sob a forma de um tsuru, ave sagrada do Japão, revelou a Câmara. “Foi proposto que cada criança do concelho
elaborasse pelo menos um tsuru com uma mensagem de paz, saúde e prosperidade para todo o mundo”, disse o município. A colocação no Jardim 1.º de Maio, hoje, está a cargo da turma de artes do 12.º ano do agrupamento de escolas de Grândola.
O congresso d'Os Verdes OPINIÃO Francisco Ramalho
Patrioteiros
A
o serviço da Marinha, fui a Espanha, França, EUA, Brasil, África do Sul, Hong Kong, Austrália, Açores, Madeira e a todas as ex-colónias. Depois, por minha conta, voltei a Espanha e à França e visitei ainda a Inglaterra, Itália, Escócia, Áustria, República Checa, Eslováquia, Hungria, Croácia, Eslovénia e Bulgária. Vi paisagens, aldeias, vilas e cidades deslumbrantes. Outras, nem tanto. Vi coisas boas, mas, evidentemente, também vi miséria. O contacto com todos esses povos, enriqueceu-me cultural e pessoalmente. Mas, e suponho não ser surpresa para os estimados leitores, houve uma coisa que em nenhum desses países gostei mais, nem sequer tanto, como no nosso; a comida. Com certeza, já ouviram repetir esta constatação. Temos uma das melhores, quiçá, a melhor gastronomia do mundo. Por isso, não será uma aberração, o sucesso que a chamada fast food, comida rápida, de plástico, atingiu entre nós? Mesmo, segundo especialistas na matéria, ter tanta influência nesse flagelo dos chamados países desenvolvidos (?), a obesidade. Mais grave ainda, a obesidade infantil. De tão rica em calorias e acompanhada da bebida açucarada e viciante que a geração do 25 de Abril chamava “água suja do imperialismo”. Ainda em termos gastronómicos vindos da estranja a que o pessoal também tanto aderiu, principalmente a faixa etária dos 40 para baixo, foi a troca do café servido nas tradicionais chávenas e pires de loiça nos nossos cafés e pastelarias, pelo dos estabelecimentos de grandes empórios que o servem em copos de plástico. Aliás, recipientes e copos de plástico, é também o que
usa a tão conhecida multinacional americana da especialidade gastronómica acima referida. Plástico e mais plástico! A avassaladora poluição terrestre e marítima dos nossos dias. Esta deplorável tendência para a imitação, para a subordinação à publicidade, ao marketing e ao ancestral provincianismo de valorizar o que é de fora. Veja-se o caso da música que até regrediu em relação ao século passado que se ouvia também em castelhano, francês, italiano. Agora, nos concertos de verão, na rádio e TV, não é o inglês que impera? Até nos concursos televisivos mesmo para crianças. O último grande exemplo, foi o grupo concorrente ao concurso da Eurovisão. Não estando em causa a qualidade da canção, mas sim a recusa à língua de Camões, Aquilino, Saramago e tantos outros mestres. Uma soberana oportunidade para a sua divulgação para largos milhões. Neste caso, a oportunidade de internacionalização da banda, em inglês, com os respetivos dividendos, falou mais alto. Em termos patrióticos, apenas o futebol, mais concretamente, a seleção nacional do dito, conta para estes patriotas futeboleiros ou patrioteiros. Mas, patrioteiros, são, em primeiro lugar, os donos ou quem manda nos media, sobretudo na televisão, que em vez de divulgarem o nosso vasto e rico património material e imaterial, atribuem uma importância desmedida ao futebol, a concursos simplórios, telenovelas e à música anglo-saxónica.
Ex-bancário, Corroios
A
pesar do generalizado, mas não menos estranho, silencio da comunicação social, no fim de semana de 22 e 23 de maio, decorreu em Lisboa a XV Convenção do Partido Ecologista Os Verdes. No XV Congresso dos Verdes, para além da eleição dos novos órgãos nacionais do Partido, que no seu conjunto conta com uma participação feminina superior a 58%, e da discussão e aprovação dos novos instrumentos de ação política, reafirmamos ainda a importância do projeto ecologista em Portugal. Delineamos orientações estratégicas, desbravamos caminhos de ação e procuramos soluções para melhorar a qualidade de vida das populações e garantir os direitos dos cidadãos, mas também soluções que permitam um mundo de paz, socialmente justo e ambientalmente equilibrado. Trouxemos para cima da mesa, a natureza alternativa dos Verdes, um projeto de intervenção e de transformação da sociedade e imprescindível para as respostas que se impõem, tanto do ponto de vista social como ambiental. Um projeto democrático, construído com a participação e o envolvimento dos seus membros e dos seus coletivos, como se viu nesses dois dias, mas também na construção da Moção Global, que para além de ter sido amplamente discutida e participada, conheceu mais de 500 propostas de alteração, tendo sido acolhidas cerca de 90% desse universo de propostas apresentadas. Um projeto responsável, que mesmo em tempos difíceis como os que vivemos face à pandemia, conseguiu organizar o seu congresso, respeitando todas as regras sanitárias, dando prova de que os direitos e sobretudo os direitos políticos não estão confinados, nem
OPINIÃO José Luis Ferreira
Não haverá equilíbrio ambiental se não houver justiça social, até porque a defesa do ambiente não é compatível com modelos económicos que assentam na ideia do crescimento ilimitado
a democracia congelada, mas também um testemunho de que, com respeito pelas regras sanitárias, podemos nos ir aproximando da normalidade. Uma palavra bem merecida para todo o coletivo ecologista, que levantou a Convenção e para os delegados e convidados que, vindos de todos os cantos do País, corajosamente confiaram no sentido de responsabilidade dos Verdes e quiseram participar presencialmente nos trabalhos. Infelizmente o mesmo não poderemos dizer do acompanhamento e da cobertura que este Congresso mereceu por parte da comunicação social, um silêncio difícil de compreender e muito menos aceitar, que nós sabemos nada ter a ver com o medo da pandemia, bem sabemos que os medos são outros. Mas nós ali estivemos, animados pelas nossas convicções e com um propósito comum: lutar e lutar com vista a estabelecer uma relação de harmonia entre o Homem e a natureza, o que só é possível, sabemo-lo, com justiça social. E sabemo-lo, porque não haverá nunca equilíbrio ambiental se não houver justiça social, até porque a defesa do ambiente não é compatível com modelos económicos que assentam na ideia do crescimento ilimitado, como se ilimitado fosse o nosso planeta e como se ilimitados fossem os seus recursos. É também por isso que afirmamos que os verdadeiros ecologistas têm de ser de esquerda. E Os Verdes são um partido de esquerda e assumem-no, como sempre o fizemos, porque nada temos a esconder. A comunicação social não esteve, ou esteve muito pouco, mas o Congresso foi um facto.
Deputado do PEV
1 de Junho de 2021 O SETUBALENSE 3 CONVOCATÓRIA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA DA CAIXA DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO DA COSTA AZUL, C.R.L. Nos termos do n.º 2 do artigo 26.º e dos artigos 27º e 28º dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Azul, C.R.L., com sede em Avenida D. Nuno Álvares Pereira, 2, em Santiago do Cacém, pessoa colectiva n.º 500 892 784, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Santiago do Cacém sob o mesmo número, com o capital social realizado de € 58.946.850,00 (variável), e na convicção de que, não obstante a actual situação de pandemia, a sua realização venha a ser possível, convoco todos os Associados no pleno gozo dos seus direitos a reunirem-se, em Assembleia Geral Ordinária, no dia 17 de Junho de 2021, pelas 9h30 horas, no Auditório António Chainho, sito na Rua Engº Costa Serrão 38, em Santiago do Cacém, para discutir e votar as matérias da seguinte ORDEM DE TRABALHOS
PALMELA
“Eu Participo" de 2020 foi o que teve mais sugestões de munícipes nos últimos anos Intervenções para as redes viária e de esgotos foram as acções mais votadas O ano passado foi aquele em que, desde 2016, a Câmara Municipal de Palmela registou maior número de sugestões de munícipes no âmbito do processo “Eu Participo". “Registaram-se 3 409 participações (o número mais elevado desde 2016), maioritariamente de munícipes na faixa etária dos 40 aos 49 anos. As áreas de intervenção municipal identificadas como prioritárias foram a rede viária e sinalização de trânsito (45,9%), a rede de esgotos (34,2%) e a Educação (26,4%)”, revela a autarquia, com base no balanço que foi apresentado por Álvaro Balseiro Amaro, presidente da câmara, durante as reuniões presenciais com as populações de Poceirão, Marateca, Palmela, Pinhal Novo e Quinta do Anjo. Estas sessões, realizadas de 24 a 28 de Maio, marcaram assim a retoma do processo no habitual formato de contacto directo com os munícipes. Para já, avança o município, “a concretização das propostas mais votadas em cada freguesia está a avançar: em Marateca, o Parque Infantil em Cajados está em fase de negociação para aquisição do terreno; em Poceirão, o asfaltamento da Rua João Pedro Monteiro (Lagameças) já está em concurso público; em Quinta do Anjo, está em
elaboração o estudo prévio para o asfaltamento do acesso entre a Estrada Municipal 510 e a Urbanização da Quinta (via ETA) - Pinhal das Formas”. Já em Pinhal Novo “está também em elaboração o estudo prévio (orçamento de €120.000) para o asfaltamento da Rua dos Cavaleiros (Arraiados)". Tal como em Palmela, onde “decorre, igualmente, o estudo prévio para lançamento do projecto de melhoria dos acessos à Urbanização Casas da Quinta/ criação de rotunda - Cabeço Velhinho/ Palmela Gare e Cabeço Velhinho/Volta da Pedra”, adianta a edilidade. Entre obras concluídas, a decorrer, adjudicadas, em concurso ou em projecto encontram-se já “mais de três dezenas”, resultantes do “Eu Participo" em 2019 e 2020, de acordo com os dados apresentados por Álvaro Amaro. “No período 2019-2021 o valor dos investimentos incluídos nas Grandes Opções do Plano em resultado das votações do ‘Eu Participo’ ascende a mais de 3 milhões de euros, o valor mais elevado de sempre desde o arranque deste modelo do ‘Eu Participo Munícipes’, em 2014”, realça a autarquia. A apresentação de propostas decorre até 30 de Junho. “Os interessados podem preencher o questionário de avaliação ‘Eu Participo Munícipes’ e propor as acções e investimentos que consideram prioritários para a sua freguesia”, lembra o município. O questionário está disponível para preenchimento on-line em www.cm-palmela.pt. Em papel pode ser feito nas juntas de freguesia e equipamentos municipais.
1.
Discussão e votação do Relatório de Gestão e das Contas da Caixa Agrícola relativo ao exercício de 2020 e do Relatório e Parecer do Conselho Fiscal; 2. Deliberação sobre a Proposta de Aplicação de Resultados; 3. Proposta de Distribuição de Dividendos aos Associados da Caixa Agrícola referente a 2020; 4. Apreciação geral sobre a Administração e Fiscalização da Caixa Agrícola; 5. Apresentação e apreciação do relatório com os resultados da avaliação anual das Políticas de Remuneração praticadas na Caixa Agrícola; 6. Deliberação sobre a Política de Remuneração dos Órgãos de Administração e Fiscalização da Caixa Agrícola para 2021; 7. Discussão e votação da alteração da Política Interna de Selecção e Avaliação da Adequação dos Membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização da Caixa Agrícola; 8. Discussão e votação da alteração do Regulamento Eleitoral da Caixa Agrícola; 9. Fixação do valor do reembolso dos títulos de capital referente ao ano de 2020; 10. Discussão de outros assuntos com interesse para a Caixa Agrícola. Se, à hora marcada, não se encontrar presente mais de metade dos Associados, a Assembleia Geral reunirá, em segunda convocatória, uma hora depois, com qualquer número. A Assembleia reunirá fora da sede social da Caixa Agrícola devido à inexistência, nesse local, de sala com condições para a realização da mesma, atenta a necessidade de serem adoptadas medidas de segurança e de distanciamento social. Tomando em consideração as medidas em vigor restritivas da aglomeração de pessoas, as quais poderão ainda vigorar à data da realização da Assembleia Geral, incentivam-se os Senhores Associados a privilegiarem o recurso ao voto por correspondência ou por representação. A. Voto por Correspondência
“No período 2019-2021 o valor dos investimentos incluídos nas Grandes Opções do Plano em resultado das votações do ‘Eu Participo’ ascende a mais de 3 milhões de euros, o valor mais elevado de sempre desde o arranque deste modelo do ‘Eu Participo Munícipes’, em 2014”, realça a autarquia DR
Os Associados podem exercer o seu direito de voto por correspondência, nos termos do artigo 31.º, n.ºs 3 a 6 dos Estatutos da Caixa Agrícola desde que sejam cumpridos, cumulativamente, os seguintes requisitos: i. solicitem atempadamente, por escrito, ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, os boletins correspondentes a cada ponto da ordem de trabalhos e a carta que os deverá capear; ii. o sentido do voto seja expressamente indicado em relação a todos os pontos da ordem de trabalhos; iii. os boletins dêem entrada na sede da Caixa Agrícola até às dezasseis horas do segundo dia útil anterior ao da Assembleia Geral, sendo a data e hora da entrada registada em livro, registo que será encerrado pelo Presidente da Mesa da Assembleia Geral logo que terminado o prazo da sua válida recepção. Cada boletim deverá ser dobrado em quatro e inserido em sobrescrito, em cujo rosto será inscrito “Votação do(a) Associado(a) … [nome ou designação do Associado] para o Ponto … [inscrever o número] da Ordem de Trabalhos da Assembleia Geral da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Azul, C.R.L., convocada para as 9 horas e 30 minutos do dia 17 de Junho de 2021”, sendo os referidos boletins capeados pela carta a que alude o requisito i. supra com a assinatura do Assciado reconhecida nos termos legais. B. Voto por Representação Nos termos do artigo 31.º, n.ºs 7 e seguintes dos Estatutos da Caixa Agrícola, qualquer Associado poderá votar por procuração, conquanto constitua como mandatário familiar seu, desde que maior de idade, ou outro Associado, sendo que este só poderá representar um mandante. A procuração deve ser outorgada em documento escrito, dele constando a identificação do mandante e a identificação do mandatário, pelo menos através dos seus nomes completos, números de identificação civil e respectivas moradas, data, hora e local da realização da Assembleia e ponto ou pontos da ordem de trabalhos para a qual confere o mandato e, querendo, o respectivo sentido de voto. A procuração deverá ainda ser datada e dirigida ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, com a assinatura do mandante reconhecida nos termos legais. C. Presença na Assembleia Geral Para o caso dos Associados que ainda assim desejem estar presentes na Assembleia Geral, advertese que, na data da sua realização, serão seguidas as orientações específicas que venham a ser dimanadas quer por dispositivo legal subsequente à publicação desta Convocatória e que então se encontre em vigor, quer pela Direcção-Geral de Saúde ou por qualquer outra autoridade competente, designadamente quanto aos procedimentos de segurança, saúde e higiene a adoptar na reunião, as quais serão devidamente divulgadas aos Associados. Sem embargo do anteriormente expresso, mais se adverte que, no mínimo, serão sempre adoptados os seguintes procedimentos: a. restrição de presença no local da reunião de uma pessoa em representação de cada Associado, designadamente no que se refere a Associados pessoas colectivas; b. distanciamento físico mínimo de dois (2) metros entre os presentes na reunião; c. uso obrigatório de máscara ou viseira; d. utilização das soluções desinfectantes cutâneas aquando da entrada na reunião. Santiago do Cacém, 01 de junho de 2021 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral - Horácio Carvalho Pereira -
4 O SETUBALENSE 1 de Junho de 2021
Setúbal
AUTÁRQUICAS 2021
PS lança às freguesias colectivo de “gente positiva” DR
Humberto Lameiras O PS de Setúbal revelou ontem os cabeças-de-lista à juntas e uniões de freguesia do concelho. “Gente positiva [de Setúbal] que quer fazer o que ainda não foi feito nos seus territórios, não de uma forma isolada, mas na perspectiva do todo que inclui em equilíbrio e que com todos conta”, realça o secretariado da Comissão Política Concelhia do PS sadino. Defendendo a “necessária mudança que está a chegar a Setúbal”, os socialistas apenas apresentam uma recandidatura relativamente às autárquicas de 2017; é Osvaldo Valente, 48 anos, actual líder da bancada do PS na AssemPUBLICIDADE
Os socialistas confiam que a CDU vai ser afastada do poder em Setúbal
bleia de Freguesia do Sado, que volta a apresentar-se à mesma presidência. Na reunião da Assembleia Geral, da passada sexta-feira, os militantes das secções socialistas de Setúbal e Azeitão votaram e aprovaram, também
por maioria, Bruno Frazão, 39 anos, como candidato à presidência da Junta de Freguesia de São Sebastião, Fernando Paulino, 61 anos, à União de Freguesias de Setúbal, Sérgio Silva, 44 anos, para vencer na Gâmbia, Pontes
e Alto da Guerra, e Teresa Andrade, 47 anos, para disputar a União de Freguesias de Azeitão. Com todas as freguesias governadas pela CDU, os candidatos socialistas apresentam-se como um “colectivo positivo” para levar ao terreno “um projecto vencedor para uma cidade inteira e para um concelho completo”, assim o define a Comissão Política Concelhia que tem pela frente também o desafio de afastar a coligação comunista da governação da Câmara e Assembleia Municipal de Setúbal. Para isso conta com Fernando José, deputado à Assembleia da República e actual vereador em Setúbal, para ocupar a cadeira dos Paços do Concelho, e Ana Catarina Mendes, líder parlamentar do PS, à Assembleia Municipal.
AMOR E AFECTO
Peças em tricot 'abraçam' árvores de Azeitão Os moradores da aldeia de Vendas de Azeitão investiram o seu “amor e afecto” na elaboração de peças em tricot, que ‘abraçam’ agora diversas árvores da Rua Miguel Bombarda, numa iniciativa desenvolvida “com o apoio da junta de freguesia”. Em comunicado, a Câmara de Setúbal explica que o processo demorou “cerca de duas semanas” a estar concluído, resultando em “criativas e coloridas criações”, com “diferentes formas e em materiais recicláveis”. Os azeitonenses procederam igualmente à elaboração de “bonecas de pano, quadros e motivos florais, a par de mensagens e versos que partilham sentimentos".
1 de Junho de 2021 O SETUBALENSE 5
Município convida Palmela e Sesimbra a participarem no projecto de ilustração
A Câmara de Setúbal convida os munícipes de Palmela e Sesimbra a participarem no projecto ‘Ver ao Perto’, “de divulgação do trabalho de autores no âmbito da Festa da Ilustração, cuja sétima edição decorre em Outubro” na cidade sadina. O município decidiu permitir
“a participação dos outros dois concelhos do território Arrábida” na iniciativa derivado “do crescimento registado ao longo das várias edições”, explicou a autarquia em comunicado. Para participar no evento, “que assume uma dimensão de relevo no panorama
nacional, com a presença de autores internacionais, nacionais e locais”, “os interessados devem enviar, até 20 de Junho, entre seis e oito ilustrações executadas nos últimos dois anos para festailustracaosetubal@munsetubal.pt”.
SUSTENTABILIDADE
Investigadores do Instituto Politécnico conversam amanhã sobre potencialidades da biorrefinaria Encontro decorre online, a partir das 13h00, e é acessível tanto à comunidade académica como à “comunidade local interessada” Maria Carolina Coelho Os investigadores do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) promovem
amanhã uma conversa online, com o objectivo de esclarecerem a população sobre quais as potencialidades da biorrefinaria. A partir das 13h00, os profissionais dão início à sessão, “dedicada ao Centro Interdisciplinar de Ciências Químicas e Biológicas” e inserida no ciclo Ciência à Conversa, explicou a instituição em comunicado. No encontro, a partir da questão “Como pode a biorrefinaria produzir ingredientes sustentáveis a baixo custo”, “as docentes Catarina Paz e Carla Santos falarão dos vários projectos de natureza interdisciplinar
em curso, nas áreas da Engenharia Química e Biotecnologia”. Vão ser abordados “o OLIVESIM - Gestão dos serviços de ecossistema no olival utilizando modelos espaciais avançados e REDWINE - Increasing microalgae biomass feedstock by valorising wine gaseous and liquid residue”. Além de dirigida à comunidade académica, também a “comunidade local interessada” pode assistir à conversa, que tem igualmente previstas “pequenas apresentações a cargo de outros dois centros de investigação do IPS, nomeadamente a
NURSE'IN - Unidade de Investigação em Enfermagem do Sul e Ilhas e o CiEF - Centro de Investigação em Educação e Formação”. Neste âmbito, a “docente Andreia Cerqueira, da NURSE'IN, fará uma apresentação dos projectos existentes na temática do bem-estar, enquanto Carla Cibele, coordenadora do CiEF, dará conta do desenvolvimento do projecto idoSOS - Intertwined Voices, que investiga estratégias eficazes para quebrar o isolamento social da população idosa em contexto de pandemia”. A iniciativa “Ciência à Conversa
acontece sempre na primeira quarta-feira do mês, às 13h00, tendo como finalidade a divulgação dos novos conhecimentos produzidos no IPS, num registo informal e acessível a todos”. “Com este ciclo mensal de encontros, o IPS, através da sua Unidade de Apoio à Inovação, Investigação & Desenvolvimento e Empreendedorismo (UAIIDE-IPS), pretende demonstrar que a ciência está presente em tudo o que fazemos e nas várias dimensões da vida em sociedade, podendo ser tema de conversa numa pausa para almoço”, refere a mesma nota. PUBLICIDADE
Legenda
6 O SETUBALENSE 1 de Junho de 2021
Palmela
QUINTA DO ANJO
COM A HELEXIA
Comissão Europeia volta a renovar confiança na ADREPES para gerir Centro Europe Direct
Palmetal inaugura posto de carregamento eléctrico na Autoeuropa Luís Bandadas DR
Dar a conhecer a União Europeia nas escolas vai ser uma das prioridades nos próximos cinco anos Luís Bandadas A ADREPES – Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal – teve a candidatura aprovada pela Comissão Europeia, pela terceira vez consecutiva, para continuar acolher o Centro Europe Direct da Área Metropolitana de Lisboa para o período 2021-2025. A cerimónia de inauguração oficial teve lugar na passada sexta-feira no Espaço Fortuna Artes e Ofícios, em Quinta do Anjo onde está sediada a ADREPES. Joaquim Carapeto, presidente da ADREPES, considera que a decisão resulta “do bom trabalho feito até aqui, desde 2013, e de uma candidatura de qualidade”. O papel da Europe Direct da Área Metropolitana de Lisboa é informar, sensibilizar, formar e capacitar os cidadãos individual ou colectivamente para o que é e o que pode oferecer a União Europeia sem motivações políticas, frisa Joaquim Carapeto. “Embora nalguns casos as nossas acções possam ser contestadas, a nossa intervenção é sempre no sentido de que o pensamento europeu será sempre livre e democrático, que nos irá permitir sempre analisar e ajudar a tomar uma decisão que seja mais a favor ou mais contra. O facto de sermos representantes da Europa não quer dizer de modo algum que sejamos um braço operacional daquilo que é a política directa da União Europeia, pelo contrário, utilizando toda esta informação e instrumentos disponíveis podemos distribui-los de forma pedagógica”, vincou.
Focos principais
O responsável assume uma lógica de continuidade do trabalho que vem
Joaquim Carapeto, presidente da ADREPES, realça trabalho feito desde 2013
sendo feito e aponta dois focos principais: o trabalho junto das autarquias e na área educativa. “Nas escolas numa lógica de educação pedagógica, temos um conjunto de equipamentos, materiais e jogos didácticos para os mais novos conhecerem o que é a Europa, o Parlamento Europeu, o Conselho de Ministros, quais as suas funções, onde estão sediados”. A nível de autarquias há uma informação muito mais dirigida e especifica. “Trabalhamos com as questões de aplicação dos fundos comunitários, quais os programas disponíveis em termos dos quadros comunitários, o horizonte 20/30, as parcerias intermunicipais com fundos comunitários até numa lógica internacional. Ou seja, projectos transnacionais com parceiros europeus. Temos também uma ligação directa com o Instituto de Emprego e Formação Profissional para se perceber quais são as linhas
directas na área do emprego e empreendedorismo e desemprego na perspectiva da sua mitigação”, explicou. “Nas questões relacionadas com a agricultura e as pescas trabalhamos com as respectivas associações dando a informação do que é que a Europa está a pensar, quais as linhas de orientação, que programas estão disponíveis para que as pessoas, depois, de uma forma associada ou individualmente, se possam candidatar e beneficiar de todos os recursos que a Europa pode dispor”, adiantou. A nova geração da rede Europe Direct entrou em funções em toda a União Europeia no dia 1 Maio. Em Portugal, a nova rede conta com 15 centros que cobrem todo o território nacional, com uma distribuição geográfica abrangente, incluindo as Regiões Autónomas. Estes centros fazem parte de uma rede constituída por cerca de 420 centros a nível europeu.
A Palmetal, localizada no parque industrial da Autoeuropa, inaugurou na passada quinta-feira o seu posto de carregamento eléctrico com dois terminais de abastecimento. Um polo que irá servir todo o parque industrial. Este é o resultado de uma parceria estabelecida entre a Palmetal e a Helexia, empresa responsável pela produção e instalação do posto. Também, acrescenta António Novais, director-geral da Palmetal, da aposta que a empresa fez nos últimos anos na redução do impacto ambiental. “Nós somos certificados ISO 50001 e temos uma política lean de gestão de energia. Este é mais um passo no reforço dessa estratégia que já está em vigor há mais de 5 anos”. O responsável da Palmetal frisa o alcance desta iniciativa. “Nos últimos anos temos vindo a mudar toda a nossa tecnologia primeiro para empilhadores exclusivamente eléctricos e, hoje em dia, quase todos com baterias lítio de forma a reduzir o impacto ambiental. Estamos também a auxiliar todos os nossos colaboradores e todo o parque industrial a promover a mobilidade eléctrica com a correspondente redução de CO2”. Luís Pinho, CEO da Helexia, realçou a importância do momento tendo em conta o potencial que, na sua perspectiva, a região de Setúbal
tem para este tipo de oferta. “Esta zona tem uma forte ligação ao sector automóvel, por isso achámos que era fundamental ter aqui um primeiro projecto, abordámos a Palmetal que gostou do nosso modelo de negócio e da nossa forma de trabalhar e a partir daí o acordo foi fácil”. O empresário confia que este seja o primeiro de muitos postos de carregamento na margem sul. “Queremos apostar mais nas empresas nesta zona, queremos estar aqui também para ajudar as empresas no processo de transição energética, desde a produção de energia nas suas coberturas e nos seus parques de estacionamento, mas também com a eficiência energética, auditoria, certificações e mobilidade eléctrica”. Já Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, que marcou presença na cerimónia, elogiou a iniciativa. “É uma atitude de grande de responsabilidade ambiental que, esperemos, contagie outras empresas”, disse. O autarca destaca que neste campo Palmela está a fazer o seu papel e avança com dados e números em detalhe. “Queremos ter 15 destes postos instalados no território em locais estratégicos, este ano já teremos nove a funcionar. Em todos os nossos novos espaços e parques intermodais, situados em cada uma das freguesias, os postos de carregamento eléctrico vão ser uma realidade”. DR
Álvaro Amaro testou o posto de carregamento eléctrico
1 de Junho de 2021 O SETUBALENSE 7
'Mary Anne' vencem concurso de bandas amadoras
Os “Mary Anne”, de Palmela, venceram o concurso de bandas amadoras de Palmela - Warm Up “Março a Partir” 2021, que decorreu no passado fim-desemana no Centro Cultural de Poceirão, com transmissão on-line, em directo. A banda
vencedora vai representar o concelho no Festival Liberdade 2021, a 2 e 3 de Julho, na Quinta do Conde (Sesimbra). Os 2.º e 3.º postos foram para as bandas “Julio” e “Pálidos” (ambas de Almada). “Cigarette Vagina” (Palmela) ficou em 4.º lugar.
DE 3 A 13 DE JUNHO
BREVES
SFUA abre e Belito Campos fecha Festas do Pinhal Novo DR
Rosinha, Orquestra Novas de Guitarras, Acção Teatral Artimanha e uma noite de fado são algumas das propostas em programa As Festas do Pinhal Novo arrancam já na próxima quinta-feira, 3, com um concerto da banda da Sociedade Filarmónica União Agrícola (SFUA), no coreto da vila, com o espaço envolvente vedado, lugares sentados e entradas controladas, face aos condicionalismos impostos pela pandemia. Este será o local das várias actuações musicais previstas nas comemorações, que encerram no dia 13, com Belito Campos em palco. De 4 a 9 deste mês, haverá um espectáculo por cada uma das noites, sempre a partir das 21 horas: vão subir ao palco montado no coreto Kris Rosa & Zé Carolina (dia 4); Rosinha (5); Orquestra Nova de Guitarras (6); Acção Teatral Artimanha (7); Colectivo Alexandre Miguel (8); e Shivers/ Orquestra Nova de Guitarras (9). O 10 de Junho – Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas – será preenchido com actividades desde a manhã até à noite. A 1.ª Estafeta Jovem de Pinhal Novo, organizada pela Associação
PINHAL NOVO
O Dia do Concelho de Palmela, que se celebra hoje, 1 de Junho, vai ficar marcado pela inauguração do “Museu – A Estação”, que a Câmara Municipal leva a efeito pelas 10h30, no edifício da antiga estação ferroviária de Pinhal Novo. “Este novo espaço, evocativo da identidade da comunidade ferroviária local, está instalado na zona central do edifício (inclui a gare e a fachada
Belito Campos sobe ao palco no próximo dia 13
Académica Pinhalnovense e pela associação das festas, é a primeira iniciativa programada (9h00) para o dia feriado. Segue-se, a partir das 10h30, a 11.ª edição do Passeio das Pasteleiras, promovido pela BTTascaduxico e pela associação de festas, e à tarde, com início agendado para as 15h00, tem lugar uma demonstração de xadrez, numa organização a cargo do Grupo Desportivo Ferroviário do Barreiro. A noite é reservada ao fado: sobem ao palco, a partir das 21h00, M. Graça, Jezelde Zabelo, Inês Calado, Nuno Rocha, António Marto, Gilberto Santos e Laurinda Alves, acompanhados à guitarra por-
3 de Junho
21h00 Shivers/O.N.G
4 de Junho
9h00 1.ª Estafeta Jovem de Pinhal Novo. Organização: Associação Académica Pinhalnovense e Festas Populares 10h30 – 11.ª Passeio das Pasteleiras. Organização: BTTascaduxico e Festas Populares 15h00 Demonstração Xadrez Organização Grupo Desportivo Ferroviário do Barreiro e Festas Populares 21h00 Noite de Fado. M. Graça,
21h00 Kris Rosa & Zé Carolino
5 de Junho
21h00 Rosinha
6 de Junho
21h00 O.N.G – Orquestra Nova Guitarras
7 de Junho
21h00 A.T.A – Ação Teatral Artimanha
8 de Junho
21h00 Colectivo Alexandre Miguel
9 de Junho
com os painéis azulejares)”, revela a autarquia. O museu terá em exposição “peças doadas ao Museu Municipal de Palmela ou depositadas por antigos ferroviários e/ou famílias” e permitirá o “acesso a informação sobre a freguesia e as tradições caramelas”. O espaço estará aberto ao público, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00.
NA ESTREIA
tuguesa por Custódio Magalhães e à viola por Carlos Pinto. Ricardo Savedra e Jorge Nice são os artistas que vão actuar, respectivamente, nos dias 11 e 12, também a partir das 21h00. As Festas do Pinhal Novo, em formato condicionado, encerram no dia 13. Para a manhã (9h00) está programado um passeio BTT e para o fecho, à noite, está previsto um espectáculo com Belito Campos. A estrutura física do evento vai limitar-se ao perímetro do Jardim José Maria dos Santos e estradas circundantes. As actuações musicais têm todas lugar no coreto da vila.
Programa Festas do Pinhal Novo 21h00 SFUA
Museu – A Estação é inaugurado hoje
10 de Junho
Arrábida Walking Festival foi um “sucesso” A primeira edição do Arrábida Walking Festival, realizado no passado fim-de-semana, entre 28 e 30, saldou-se pelo “sucesso”, revelou a Câmara Municipal de Palmela. A iniciativa contou com “mais de 30 percursos”, dedicados “à descoberta do património natural, cultural e da biodiversidade”. Segundo a autarquia, “a Grande Rota Arqueológica, que ligou as Serras do Louro e de S. Francisco às Serras da Arrábida, Pinheirinhos, Azóia, Achada e Cabo Espichel, foi
complementada com uma selecção de outros percursos, onde cerca de 300 participantes puderam percorrer mais de 100 quilómetros e conhecer mais de seis mil anos da história da região”. O programa englobou ainda “uma caminhada e visita acessível a pessoas com deficiência visual às Grutas Artificiais do Casal do Pardo, em Quinta do Anjo, provas de vinhos e produtos regionais”, entre outras actividades. A iniciativa foi promovida pela Biotrails e pelos municípios de Palmela, Setúbal e Sesimbra. DR
Jezelde Zabelo, Inês Calado, Nuno Rocha, António Marto, Gilberto Santos, Laurinda Alves Guitarra Portuguesa – Custódio Magalhães; Viola de Fado – Carlos Pinto
11 de Junho
21h00 Ricardo Savedra
12 de Junho
21h00 Jorge Nice
13 de Junho
9h00 Passeio BTT “Festas Populares” Organização Pinhalbike Team e Festas Populares 21h00 Belito Campos
8 O SETUBALENSE 1 de Junho de 2021
1 de Junho de 2021 O SETUBALENSE 9
Opinião
C
aro leitor, em 15/5 disse que esse seria o meu penúltimo artigo e que no último diria porquê: leia no final. Despeço-me com um caderno de encargos para Aires, onde moro há 17 anos. Era uma pequena e antiga localidade a 3 Km de Palmela, junto à EN 252 para Setúbal, outrora dedicada à pequena agricultura (há ainda vestígios de velhas quintas). A industrialização dos anos 60 mudou-lhe o perfil e, a partir de finais de 90, cresceram três urbanizações até à Estação Ferroviária de Palmela (nova). Em redor surgiram outras e, ainda, cinco supermercados e outros espaços comerciais, fazendo uma malha urbana quase contínua com a Volta da Pedra, Palmela e Setúbal. Mas o enorme crescimento urbano e as receitas de IMT e IMI que gerou não serviram para as obras essenciais e urgentes. Além da escassa manutenção, só houve três pequenos investimentos (na Av. Fundadores do Airense): 28 mil euros em 280 metros de ciclovia que liga nada a coisa nenhuma; 10 mil euros a rebaixar os passeios para a Estação
Um caderno de encargos para Aires perto desta, esquecendo-se o outro lado (e a obra ficou inútil); subida do pavimento num cruzamento e três lombas (estas depois de um abaixo-assinado de mais de cem pessoas). E ainda a nova EB1/Jardim de Infância (investimento vultuoso, mas com verbas do Governo no âmbito da transferência de competências na Educação). E há tanto para fazer há mais de 20 anos, quando as novas urbanizações aumentaram os residentes para mais de cinco mil. Aqui fica a lista do que é muito urgente, sem a esperança de a ver realizada algum dia. 1.ª – Passeios entre Aires e a Estação Ferroviária (nova, mas já de 2004). Além do que disse atrás, violam o Decreto-Lei n.º 163/2006 e obrigam uma pessoa em cadeira de rodas a circular na estrada, no meio dos carros. O PRR, para melhorar a acessibilidade para pessoas com deficiência, tem 45 milhões de euros. 2.ª – Acabamento da Av. Joaquim Lino dos Reis. É o que impede, há 20 anos, os autocarros de atravessar Aires, entrando no Bairro Padre Nabeto e saindo na Estrada da Estação (velha). Prometido para
OPINIÃO Manuel Henrique Figueira
2018, mas só até à Rua de Aljubarrota. E por onde passará o Ciclop7, projecto da ciclovia de Setúbal ao Montijo, sem este acabamento? Perde-se o financiamento europeu? Setúbal e o Montijo fizeram a sua parte, em Palmela nada mexe. 3.ª – Ligação do Bairro Casas da Quinta (em franca expansão) e do Colégio St. Peter’s School (contíguo) à Estrada da Estação (velha) e à Av. Joaquim Lino dos Reis, no Cabeço Velhinho. Há 20 anos que faltam 50
metros de estrada do lado do colégio. 4.ª – Reparação de 700 metros da Estrada do Vale de Mulatas (liga a Pontes, Cemitério de Algeruz / zona comercial do Atlântic Park / Controlauto /Jumbo e Monte Belo). O piso e as bermas são miseráveis. 5.ª – Rotunda no entroncamento da EN 252 com o Bairro Padre Nabeto (junto à Repsol / Macdonald’s). 6.ª – Prolongamento da Rua Heróis do Ultramar (no centro de Aires antiga) até ao entroncamentodaEN252comoBairroPadreNabeto(juntoàRepsol/Macdonald’s). 7.ª – Conclusão da rede de saneamento na parte final da Av. Antoine Velge (Quinta das Asseadas). É triste que em 2021 haja disto. E que se tenha de requerer à Câmara para não se pagar, ao mesmo tempo, o saneamento sem o ter e a limpeza das fossas. 8.ª – Ligação do saneamento da Repsol / Macdonald’s à rede. O esgoto corre a céu aberto, terras abaixo, para o Bairro Padre Nabeto. 9.ª – Repavimentação do piso do estacionamento na Rua Agostinho Pereira e pintura das passadeiras de peões. Sem reparação há 20 anos, prometido para 2019.
Agora as razões para deixar de escrever: a) – Escrevo aqui, regularmente, há oito anos, é tempo de dar o lugar a outros; b) – A pré-campanha autárquica começou, não sou candidato, nem pré-candidato, não quero influenciar ninguém. Só tenho alertado para a diferença entre a publicidade enganosa que nos vendem e a realidade em que vivemos: cada um que decida por si; c) – Como só alerto para casos concretos (não falo de retórica política vazia) e já disse o essencial, corro o risco de me repetir, pois a esperança de que tudo isto se resolva é nula; d) – O panorama político pós-eleições em Palmela não promete: se estamos muito mal, poderemos ficar muito pior; e) – A quinta razão fica comigo e com os meus botões. Agradeço aos leitores que me leram e deram sugestões. Mas o maior agradecimento – INFINITO – é para o director do jornal, que, mesmo que tenha discordado do que escrevi (não sei), sempre pôs em primeiro lugar a Liberdade de Expressão. No futuro, colaborarei, esporadicamente, noutros temas. Munícipe de Palmela manuelhenrique1@gmail.com PUBLICIDADE
10 O SETUBALENSE 1 de Junho de 2021
Palmela APRESENTAÇÃO JUNTOU MEIA CENTENA
Paulo Ribeiro elege abstenção como principal adversário na corrida à presidência da Câmara DR
Social-democrata quer maior afluência às urnas para retirar a CDU do poder Luís Bandadas O Partido Social Democrata (PSD) oficializou, na passada sexta-feira, os cabeças-de-lista à Câmara (Paulo Ribeiro) e à Assembleia Municipal de Palmela (Carlos Vitorino). Maria João Oliveira, provedora da Santa Casa da Misericórdia de Palmela é a mandatária da candidatura. O actual vereador do PSD na Câmara de Palmela concorre pela terceira vez consecutiva à presidência da autarquia. Na cerimónia, que decorreu na Quinta do Piloto em Palmela, perante uma plateia perto de meia centena de apoiantes, Paulo Ribeiro deixou claro qual o seu principal opositor nas próximas eleições autárquicas. “O maior adversário desta candidatura não é a CDU nem o Partido Socialista, é a abstenção. Em 2013, 62% dos eleitores ficaram em casa e a CDU ganhou com maioria absoluta, em 2017, 56,5% dos eleitores ficaram em casa, bastaram votar mais 3.286 pessoas para que a CDU perdesse a maioria absoluta. Reparem no que é que nós podemos fazer se multiplicarmos estas pessoas a virem votar, de conseguirmos fazer as pessoas sair de casa, saírem do seu conforto, e vir votar e dar uma esperança e dar um voto de mudança a Palmela”. Paulo Ribeiro acredita nesse cenário pelo que tem visto no terreno. ”Nós sentimos na rua que as pessoas estão fartas, estão cansadas desta maioria comunista, nós sentimos que as pessoas sabem que a opção nas próximas eleições é entre o comunismo e a liberdade. E é isso que nós temos de repetir, temos de dizer claramente aos nossos concidadãos que ficar em casa é deixar a CDU no lugar que está”. No seu discurso, o candidato ignorou toda a concorrência à excepção da CDU que qualifica de “incompetente” e o PS que acusa de ser “uma força de bloqueio”. A CDU, aponta, “nestes 45 anos que governa o concelho tem demonstrado uma grande falta de capacidade para encontrar soluções para apoiar as fa-
Paulo Ribeiro, cabeça-de-lista à Câmara, ao lado de Carlos Vitorino, candidato à Assembleia Municipal
mílias e empresas do nosso concelho. Findo este mandato da CDU, com o apoio do PS, como está hoje Palmela? O lixo continua a acumular-se nas várias ruas e aceiros do concelho, os jardins e os espaços públicos continuam ao abandono, apesar de algumas obras que agora são feitas à pressa porque se aproximam as eleições, as estradas
Paulo Ribeiro diz que a gestão de 45 anos da CDU tem evidenciado falta de capacidade para responder às famílias e às empresas
continuam esburacadas, não existem planos para atrair empresas nem para a consequente criação de emprego, os nossos jovens continuam a sair do concelho à procura de novas oportunidades porque a autarquia não lhes dá um estimulo para que fiquem aqui, no seu dia-a-dia as pessoas não conseguem ser atendidas pelos serviços municipais, desesperam à espera de licenças e os empresários aguardam meses, e até anos, para respostas aos seus requerimentos junto dos serviços camarários”.
Balanço “positivo” na oposição
Paulo Ribeiro enumerou uma vasta lista de razões para a sua recandidatura a começar pelo desenvolvimento do concelho de Palmela “que não pode continuar a ser adiado”. O candidato faz um balanço positivo do PSD na oposição e destaca a conquista do IMI familiar por proposta sua. Por terra ficou, na sua luta pela descida dos impostos municipais, a diminuição da participação da Câma-
ra Municipal na receita do IRS porque, acusa, “o Partido Socialista mudou de campo”. “No passado quando a CDU tinha maioria, em que os nossos votos não contavam tanto, a luta pela diminuição do IRS em Palmela uniu o PS e o PSD mas quando mais precisávamos do Partido Socialista este falhou a Palmela, colocou-se ao lado da CDU e chumbou a diminuição do IRS para os munícipes de Palmela. Nestes quatro anos repetidamente apresentei esta proposta e a CDU com o contributo do PS continuou a chumbá-la”. Nas linhas orientadoras da sua candidatura, Paulo Ribeiro manifesta a intenção de avançar, se for eleito, com uma Feira Internacional de Vinhos da Península de Setúbal, a criação de uma agência “Invest in Palmela” para apoiar investidores empreendedores e empresas a instalarem-se no concelho e para os mais novos o programa “startupalmela.com” para apoiar a criação de novas empresas no concelho”.
ALTERAÇÕES
Nós Cidadãos muda três cabeças-delista a órgãos autárquicos O Nós Cidadãos alterou três dos quatro nomes que havia anunciado como cabeças-de-lista aos orgãos autárquicos do concelho de Palmela. A candidatura à presidência da Câmara Municipal vai ser encabeçada por Anabela Pessoa, quando anteriormente havia sido anunciado como candidato Carlos Carromeu, que passou do primeiro para o terceiro lugar da lista. Segundo José Pedro Pereira, que se assume como responsável pelo projecto Nós Cidadãos Concelho de Palmela – e que é o único cabeça-de-lista a manter-se dos quatro inicialmente anunciados –, a troca de Carlos Carromeu ficou a dever-se “a motivos profissionais”, já que a vida do candidato “alterou-se devido à covid-19”. No entanto, Carlos Carromeu mantém-se na lista candidata à Câmara (no terceiro lugar). O Nós Cidadãos já tinha igualmente anunciado os cabeças-de-lista às juntas de Palmela (Daniel Domingos), Pinhal Novo (Sara Coelho) e União das Freguesias de Poceirão e Marateca (José Pedro Pereira, que se mantém). As opções por Palmela e Pinhal Novo foram reformuladas: Teresa Nunes passou a ser a cabeça-de-lista à junta palmelense e Carla Raposo passou a encabeçar a candidatura à junta pinhalnovense. “Motivos iguais”, de índole profissional, é também a justificação apresentada por José Pedro Pereira para substituição de Daniel Domingos por Teresa Nunes, como cabeça-de-lista à Junta de Palmela. Já a troca de Sara Coelho por Carla Raposo, para liderar a lista candidata à junta de Pinhal Novo, explica ainda José Pedro Pereira, teve por base “motivos pessoais”. Ao Nós Cidadão falta agora anunciar os candidatos à Assembleia Municipal e à Junta de Quinta do Anjo. A lista candidata à Câmara Municipal está completa e apresenta, além de Anabela Pessoa, Lília Oliveira, Carlos Carromeu, Daniela Adrião e Paulo Santos, respectivamente nos cinco primeiro lugares. Os candidatos têm prevista para o próximo dia 3, pelas 16h00, uma visita à Lagoa do Calvo. Dois dias depois,5, pelas 9h00, visitam o Bairro Sousa Cintra, em Palmela, e, a partir das 10h30, o Pinhal Novo, junto ao coreto. M.R.S.
1 de Junho de 2021 O SETUBALENSE 11
Colectividades do Seixal sofreram forte embate da pandemia mas resistiram p15 SOB O LEMA “PALMELA, COMPROMISSO E IGUALDADE”
NO CINE-TEATRO
Bloco de Esquerda volta a apostar em Carlos Oliveira para a Câmara Municipal
Bombeiros distinguidos pelo município DR
Os bloquistas apresentaram os cabeças-de-lista a todos órgãos autárquicos com muitas caras novas Luís Bandadas O Bloco de Esquerda escolheu o bonito cenário do Castelo de Palmela para, no último domingo, revelar oficialmente os candidatos à Câmara, à Assembleia Municipal e às juntas de freguesia do concelho. São quatro homens e duas mulheres as escolhas dos bloquistas para a corrida eleitoral deste ano. Destaque para as recandidaturas de Carlos Oliveira, à Câmara Municipal, e de Tânia Ramos à Assembleia Municipal. Mas também para três caras novas para as freguesias. À presidência das quatros freguesias do concelho vão apresentar-se Bruno Pereira (Pinhal Novo), que também se recandidata, Márcia Lima Soares (Palmela), Tomás Barão (Quinta do Anjo) e Pedro Alexandre (Poceirão e Marateca), estes últimos três nomes são as caras da renovação bloquista para este acto eleitoral. No arranque desta corrida autárquica os candidatos contaram com a presença e apoio de um histórico do partido, Luís Fazenda, da actual deputada Joana Mortágua, candidata do Bloco à Câmara de Almada, e da ex-deputada Mariana Aiveca. Sob o lema “Palmela, Compromisso e Igualdade”, Carlos Oliveira revelou o que considera que seria um bom resultado para o Bloco de Esquerda nas eleições que se avizinham. “[Para] continuar a lutar por aquilo que faz mais falta aos palmelenses, manter e reforçar o número dos eleitos que temos nos diferentes órgãos autárquicos é o nosso objectivo. A partir daí o que vier em termos de votos e lugares será sempre um bom resultado”. Uma meta mais fácil de alcançar se a lógica de voto no Bloco de Esquerda a nível nacional se aplicar a nível local, considera o candidato. “O objectivo de qualquer autarca do Bloco de Esquerda é que a mesma projecção de votos alcançada para as
Tânia Ramos e Carlos Oliveira voltam a ir a votos pela Câmara e pela Assembleia Municipal
legislativas ou europeias seja aquela que se repercuta nas eleições autárquicas e a verdade é que o partido tem muito eleitos por este país fora, inclusive em Palmela. É um trabalho imenso que temos de fazer para convencer as pessoas que o nosso programa dá resposta aos anseios das populações”, disse.
Transportes públicos são prioridade
Carlos Oliveira aponta os transportes públicos como a prioridade principal do Bloco de Esquerda, área, aponta, onde nos últimos quatro anos pouca coisa mudou. “Num concelho tão vasto há populações que são mal servidas pelos transportes públicos. Há pessoas, mais na zona rural, mas também aqui numa zona com mais densidade populacional, sem um serviço rodoviário com a frequência e qualidade desejável. Quando as empresas concessionárias apostam numa lógica de lucro a questão do serviço à população fica para trás e nós o que entendemos é que a Câ-
mara Municipal tem aqui um papel complementar. Ou seja, onde a rede implementada não é suficiente para garantir o melhor transporte a todos, a autarquia tem de providenciar esse serviço”, assumiu. Tânia Ramos, de novo candidata à Assembleia Municipal, garante que com o Bloco de Esquerda as promessas autárquicas têm de ser cumpridas. “Prometemos fazer o
Carlos Oliveira considera que a Câmara tem de intervir para melhorar resposta dos transportes públicos no concelho
que fizemos até aqui, agir com transparência e reivindicar as promessas feitas que nunca saem da gaveta. Queremos um projecto para Palmela que respeite as suas gentes e o seu património”, frisou. A candidata acusa a CDU de “um gestão deficitária que arranca somente em anos de eleições e não respeita a vontade dos eleitores nem as suas reais necessidades”. “As obras e os projectos devem servir a população e nunca interesses políticos”, juntou. E a concluir atirou: “Com a nossa candidatura exigimos responsabilidades. Não podemos viver na sombra do imenso que se pode fazer por Palmela. Não podemos ter gente de primeira e gente de segunda só porque uns escolhem viver numa zona mais rural e outros escolhem viver nas vilas ou cidades. Igualdade e compromisso foi isso que fizemos enquanto eleitos nas assembleias durante os últimos anos. A estas eleições apresentamo-nos com a mesma ambição mas com objectivos renovados”.
Uma dúzia de bombeiros das corporações do concelho de Palmela receberam, no último domingo, a Medalha Municipal de Comportamento Exemplar, durante uma sessão de homenagem inserida nas celebrações do Dia Municipal do Bombeiro que decorreu no Cine-Teatro S. João. Na cerimónia foi ainda entregue, simbolicamente, o Cartão Municipal do Bombeiro aos comandantes das três corporações: Palmela, Pinhal Novo e Águas de Moura. “Palmela foi o primeiro município do Pais a implementar um conjunto de benefícios aos bombeiros e famílias, de que já usufruíram este ano, consubstanciados no Cartão Municipal do Bombeiro”, lembra a autarquia. Durante a cerimónia, Álvaro Balseiro Amaro, presidente da Câmara, apontou as “preocupações e desafios que se prendem com a reestruturação do sistema nacional de Protecção Civil e da Nova Lei de Bases da Protecção Civil”. Preocupações face à “extinção do Comando Distrital de Operações de Socorro de Setúbal e do Gabinete Técnico Florestal Intermunicipal da Arrábida”, indicou o autarca, que enalteceu ainda o contributo “imprescindível” de bombeiros e agentes da protecção civil no combate realizado na linha da frente contra a covid-19. Esta foi a 20.ª edição do Dia Municipal do Bombeiro comemorada em Palmela. Condicionadas pela actual conjuntura pandémica, as comemorações promovidas pelo município e pelas três corporações do concelho englobaram ainda a realização de um desfile motorizado no Largo S. João.
12 O SETUBALENSE 1 de Junho de 2021
Entrevista CARLOS DE SOUSA CANDIDATO A PALMELA
“Falta visão estratégica à actual gestão municipal” Antigo presidente e candidato independente pelo Movimento Cidadãos pelo Concelho de Palmela, diz que Álvaro Amaro tem sido pior que Ana Teresa Vicente Francisco Alves Rito (Texto) Mário Romão (Fotografia) Natural de Lisboa, reside em Palmela há 30 anos. Casado, com seis filhos, tem 68 anos, e é conhecido como autarca pelo PCP. Foi vereador em Almada, presidente da Câmara de Palmela (1994.2001) e da Câmara de Setúbal (2001-2006). É presidente do Centro Social de Palmela. Foi militante do PCP 33 anos. Se não ganhar e retirar a Câmara ao PCP não ficará incomodado? Claro que vou ganhar! Fui corrido da Câmara de Setúbal pelo meu partido da altura, em 2006. Em 2008, entendi que deveria sair do partido. Já lá vão 13 anos. A minha ligação emocional é mais ao passado, conforme o partido era quando entrei, em 1975, no ‘Verão quente’. Hoje, o PCP é muito diferente. De vez em quando penso no Manuel Sobral, no Luís Sá, pessoas com quem tive uma íntima ligação de amizade, lembro-me deles com saudade. Sintome perfeitamente à vontade porque isto não tem nada a ver com vinganças. Se fosse vingança, tinha sido logo na altura. Espera ter votos dos comunistas? Todos os partidos têm votos fixos. Pelas eleições legislativas poderia fazer a leitura de que CDU/PCP têm 14% de votos fixos, mas, olhando para as últimas presidenciais, o João Ferreira teve cerca de 7,7% no concelho. Na nossa análise, os votos fixos no PCP, são mesmo esses 7,7%. A diferença para os 14% das legislativas são daquelas pessoas que sentiram que o que interessava era o Chega não ficar em segundo lugar e decidiram votar em quem tinha mais probabilidades de ficar a seguir ao professor Marcelo Rebelo de Sousa. Saí de Palmela para Setúbal há 20 anos, 75% da população
conhece-me. Nem todos gostaram de mim, como é óbvio. Diz que foi corrido de Setúbal pelo PCP. Tem dado algumas explicações, mas superficiais, como se não houvesse razão verdadeiramente justificativa para uma coisa de tanta relevância. Não vamos focar a entrevista nisso, já passaram muitos anos. Aquilo que me disseram naquela tarde de um dia de Agosto foi simplesmente isto: “Carlos, nós achamos que para o melhor funcionamento da Câmara Municipal tu tens que te ir embora”. Foi só isto. Sabe-se que teve um conflito com o vereador Aranha Figueiredo, saíram os dois ao mesmo tempo. E nessa altura, a IGAT confirmou irregularidades na Câmara de Setúbal, arriscava-se até a perder o mandato. Não é por aí que se
Comparar o arranjo dos espaços exteriores de Setúbal e Palmela é o 8 e o 80. Em Setúbal houve exagero e em Palmela não houve nada
explica a sua saída? Não. Do IGAT não. Vamos lá ver… O PCP era muito organizado, na célula da vereação tínhamos reuniões semanais ou quinzenais, onde os problemas mais pesados eram discutidos em profundidade. Portanto, o PCP sabida de tudo o que se passou com a Inspecção-Geral da Administração do Território e com a tal história das reformas compulsivas, todas as decisões que tomávamos eram discutidas. E penso que o Francisco se lembra qual foi a conclusão, que o senhor juiz retirou do processo. Tive um elogio. A conclusão foi que actuei de acordo com a lei. E sobre o conflito com o vereador Aranha Figueiredo? Não havia conflito nenhum. Conflito pessoal não havia. Havia era formas… Eu, enquanto presidente, entendi que o pelouro do urbanismo não estava a ter a gestão que devia, mas isso foi visto antes das segundas eleições. Disse que se candidata porque Palmela está mal. Com Ana Teresa Vicente a gestão foi melhor? Sim. Enquanto cidadão mais informado que os outros cidadãos, porque estive na Câmara durante muitos anos, acho que sim. No tempo da Ana Teresa era diferente. Tanto que, quando a Ana Teresa me pediu, dei-lhe apoio público. Pode apontar áreas ou exemplos da má governação de Álvaro Amaro? Coisas simples, mas todas somadas são pesadas. A limpeza urbana nunca esteve tão mal como agora. A rede viária, independentemente de serem feitos bastantes alcatroamentos em alguns aceiros do concelho, não é vista como deve ser. Por exemplo, a estrada Palmela-Poceirão, basta ver o estado em que está e o grave perigo que é, não só a nível dos buracos, mas, inclusive, da sinalização horizontal e vertical. O atraso que tem havido na
implementação das alternativas às estradas nacionais 252, no Pinhal Novo, e 369, Palmela-Aires, que já vinham no PDM com espaços canal. Que alternativa podia arranjar, por exemplo, no Pinhal Novo? Soluções provisórias que fizessem com que o fluxo de tráfego, que vai todo desencadear na EN 252 até à nova Avenida das Palmeiras, fosse mais leve. É possível estudar. Tem de haver empenho da nossa parte em pressionar o governo, ou, quiçá, fazer uma parceria público-Estado. No centro de saúde do Pinhal Novo a Câmara já fez isso. Reconhece que há obra neste mandato? A Câmara não esteve parada, como é óbvio. Se uma Câmara tem dinheiro para gerir, felizmente esta tem e tem fundos comunitários, e não fizesse nada… Não é esse o problema. Falei na rede viária, a rede de águas precisa de ser requalificada. No Pinhal Novo há problemas de pressão de anos e anos. No meu tempo a rede de águas tinha menos 20 anos e havia menos gente. Não se pode fazer comparação entre agora e há 20 anos. Se, por acaso, eu estivesse ainda na Câmara, nestes 20 anos teria oportunidade de fazer coisas que, na minha opinião, deviam ter sido
feitas agora. Deixe-me falar de dois aspectos concretos. Um é a política de urbanismo que seguiu, de dispersão para as zonas limítrofes, e agora, nos últimos mandatos, têmse vindo a pagar a factura de levar água e esgotos a essas zonas. Este concelho é o maior da AML. Eu, no meu tempo, penso que a Ana Teresa continuou com isso, entendíamos que a política de toda a gente sair do campo e vir fixar-se em Palmela, em Aires, na Quinta do Anjo, ou no Pinhal Novo, era errada, era deixar aquelas zonas completamente despovoadas. As características do concelho deveriam continuar a ser as mesmas. No meu tempo, no Lau, começou aquela pequena zona industrial, com o objectivo de que os filhos do Lau e Lagameças ficassem lá. Na zona sul do Pinhal Novo, os prédios, do seu tempo, eram de quatro pisos. A cércea modal (altura média de construção permitida na zona) está praticamente atingida, e quem for construir agora não pode fazer prédios. É mais difícil para se reabilitarem as pequenas casas que ficaram. E os prédios foram feitos sem estacionamento suficiente.
1 de Junho de 2021 O SETUBALENSE 13
Veja a entrevista completa, em vídeo, no site ou nas redes sociais d'O Setubalense
Eu continuo a ser adepto dos prédios de quatro pisos. Porque, a partir dos cinco pisos, o elevador já é obrigatório. Está provado que os prédios baixos incentivam que as relações de vizinhança sejam muito maiores. Portanto, do ponto de vista sociológico, olhando a vila como um todo, isso é bom. Como pode resolver o problema das construções antigas? Tem que se criar um sistema de incentivos nas zonas históricas, em alguns casos a nível de IMI, para que as pessoas sintam que é a sua terra e que é uma vergonha ter uma casa a cair. Repare que há uma diferença entre as zonas históricas das zonas mais urbanas, perto de Lisboa, e as do Alentejo, porque o sentido de pertença para as pessoas do Alentejo é diferente. É uma das questões por que se tem de lutar aqui em Palmela, e na zona antiga do Pinhal Novo. Na zona sul do Pinhal Novo tem que se criar um evento público, ou público-privado, para que aquela zona seja apetecível. Mas não para deitar abaixo prédios de um piso e construir de quatro. Está a pensar no quê? Num espaço comercial, por exemplo? Logo se verá. Não deve ser uma
iniciativa só da Câmara. Tem de ser uma iniciativa público-privada e temos que estudar o que, do ponto de vista económico, é importante para um investidor e que se coadune com os nossos objectivos dos pontos de vista urbano e sociológico para aquela zona. É um trabalho conjunto. Faz má avaliação do trabalho de Álvaro Amaro, no entanto, ele pede maioria absoluta. Como vê isso? É natural que peça maioria absoluta, coitado, já a perdeu, nas últimas eleições. Ele está no poder, tem obrigação de fazer isso. Mas a resposta não vai ser essa. A falta de visão estratégica que a actual Câmara tem em relação, por exemplo, às alterações climáticas. Os espaços verdes estão muito abandonados. A sensibilidade que este executivo municipal tem para o arranjo de espaço exteriores… Comparar com a nossa vizinha Setúbal seria 8 ou 80. Lá houve o exagero, aqui não houve nada. A qualidade de vida dos cidadãos passa também pela imagem da cidade no sítio onde moram. Isso foi muito esquecido nestes anos de Álvaro Amaro. No movimento “Cidadãos pelo concelho de Palmela”, lutamos para a diversidade económica… Álvaro Amaro diz que, nos últimos dois anos, tem vindo a desenvolver uma estratégia económica que aposta noutros sectores, como a logística ou a tecnologia. Na página oficial, na internet, da Câmara, vê uma quantidade de coisas muito interessantes - estou a falar a sério - o problema é o que é levado à prática. Não vou dizer zero, mas é muito pouca coisa. Se formos comparar, o nosso município está extremamente atrasado para apanhar o barco da AML e de muitos outros municípios, que estão muito à frente, no que diz respeito às alterações climáticas. Pode ir à esplanada do castelo, como é conhecido aquele espaço verde magnifico, e ver que a requalificação não tem sido feita. Ou no Largo José Maria dos Santos, em que as plantas são as mesmas desde há 20 anos. A pedra já está gasta. Nesse jardim foi feita uma profunda intervenção. Completamente errada. Foi substituído um espelho de água que no Verão ajudava a equilibrar a temperatura local, refrescava a temperatura, com os esguichos. Tem a ver com os gostos das pessoas. Quais são as linhas principais da sua estratégia para Palmela? Uma muito importante é o urbanismo. Orgulho-me de, quando era presidente em Palmela, havia empresários que fugiam de Setúbal, onde o urbanismo estava mal naquela altura, e diziam: “para mim é preferível ir para Setúbal, mais perto do porto, mas as coisas lá
demoram dois ou três anos, no mínimo, a serem tratadas, e, portanto, vou para Palmela”. O que se tem passado nos últimos anos é exactamente o contrário. Ainda não encontrei nenhuma análise positiva em relação ao funcionamento do Departamento de Urbanismo. As empresas não podem estar três ou quatro anos à espera de uma licença. A forma de pedir a documentação não pode ser hoje um elemento e amanhã outro. Isto não é só para o investimento, é também para os particulares, para quem quer fazer um muro ou uma vivenda. O desenvolvimento económico de um concelho pode ser completamente bloqueado pelo mau funcionamento do urbanismo. Do lado da CDU dizem que agora há rigor no urbanismo. Pois, eu sei que o actual presidente já disse isso em relação aos tempos em que era presidente da Câmara também o camarada dele. Isto reflecte as características pessoais deste presidente porque ele esquece-se que está a criticar as pessoas, no meu tempo e provavelmente no tempo da Ana Teresa, mas também o PCP. No seu tempo não havia facilitismo? Isso é mentira. Nós nunca tivemos problema com IGAT. Desafio este senhor a dizer isso! Ele pode não estar de acordo, mas o PCP na altura esteve. Ele é livre de não estar de acordo com algumas soluções urbanísticas, mas foram feitas com os planos gerais de urbanização. Isso é uma profunda mentira. Como podemos ter o urbanismo a funcionar melhor? É muito simples. Como funcionava no meu tempo, quando era vereador do urbanismo. As pessoas que se lembram estão perfeitamente de acordo. Não se facilitava, era simplesmente a estrutura técnica, que tem que ser rápida na resposta ao cidadão. Não tem a ver com ultrapassagem da lei. Quando alguém diz: “Olhe eu não fico em Palmela mas vou para a Moita”, espere aí, a Moita também é da CDU e do PCP. Isto não tem nada a ver com isso, tem a ver com formas de trabalhar e de gestão. A que está a ser feita em Palmela é uma má gestão urbanística, inclusive na gestão de tempos. Não culpo os técnicos, culpo os eleitos. O que estou a dizer não é ultrapassar os pareceres, os procedimentos é que têm de ser alterados e a responsabilidade maior é da vereadora que tem a responsabilidade ou do presidente. Essa vai ser umas das minhas principais preocupações porque o urbanismo é mais importante que as águas ou esgotos, tem a ver com o desenvolvimento económico e com criação de emprego E outros eixos da sua estratégia? Os cidadãos queixam-se muito da
É natural que Álvaro Amaro peça maioria absoluta, coitado, já a perdeu" limpeza pública. O sistema de recolha diferenciada de resíduos passa por uma revisão completa. Uma reorganização do sistema público, internamente, e depois por reuniões fortes com a Amarsul. As câmaras municipais têm 49%, têm de bater o pé à Amarsul. A Câmara de Palmela é a que se tem queixado mais da Amarsul. O que me interessa, e aos cidadãos, é ver os resultados práticos, que até agora têm sido muito poucos ou nenhuns. Não estou aqui a defender a câmara municipal, você é que está a fazer um pouco esse papel. Tenho de fazer contraditório. O Francisco está a fazer de advogado do diabo e faz muito bem. Na Câmara Municipal tem que haver um plano de sensibilização sanitária e educação ambiental para os cidadãos e para as empresas, mas não um plano que dure dois ou três meses, como tem sido. Mudar hábitos de higiene e limpeza, leva, no mínimo, dez anos. Aquilo que proponho é fazer campanhas sucessivas durante, pelo menos, quatro anos para os diferentes públicos-alvo, em paralelo com a melhoria do trabalho da Câmara Municipal e da Amarsul. Simultaneamente deve haver um salto qualitativo, na requalificação dos espaços verdes, fazer pulmões verdes em todas os agregados populacionais. Qualificar o que temos em Palmela, no Pinhal Novo e nos outros espaços urbanos, com espaços verdes, mini Monsantos, os chamados parques de bolso. Utilizar espaços públicos que são pouco usados, como uma rua ou praceta, para fazer pequenos parques. Temos essa grande preocupação, melhorar a qualidade de vida face às alterações climáticas. Ciclovias, a Câmara já fez algumas, eu pretendo implementar mais. Na diversificação económica; quando era presidente, era acusado de falar mais da maça riscadinha do que da Autoeuropa. Obviamente interessa-nos que o investimento da Autoeuropa, que é tão importante, continue cheio de força e energia. Tenciono, através do diálogo, fazer o máximo para que não, só a Autoeuropa, mas as empresas que
fornecem componentes, continuem de boa saúde. Mas também temos que ajudar a qualificar as zonas industriais que existem no concelho e criar associações de empresários. Estive há pouco tempo no Vale do Alecrim, e perguntei: “vocês aqui não estão organizados?”. Muitas vezes é preciso ser a Câmara a dar o pontapé de saída, a incentivar a que haja essa organização, como foi feito no meu tempo, na Associação do Parque Industrial das Carrascas e funcionou muito bem. Não nos podemos esquecer da agricultura, os produtos regionais, o vinho. Nas vinhas, tem que se começar a pensar – penso que os nossos vinhateiros já estão a pensar isso -, como no Alentejo, em voltar um pouco à antiga, no bom sentido, em irmos buscar as videiras que estavam adaptadas a solos com menos água, que, há 40 ou 50 anos, não tinham sistema de rega. A Câmara deve ter um papel importante na agricultura, junto do investidor, para a sustentabilidade. O que lhe parece o leque de candidatos que tem como adversários? Alguns já conheço, como o Raúl Cristóvão (PS) e o Paulo Ribeiro, do PSD, que é o mesmo candidato há vários anos. Convidou-me para a apresentação pública e, se não tivesse assembleia geral do Centro Social de Palmela, ia dar-lhe um abraço. Esta é a minha forma de ver a política e acho que é também a dos cidadãos. Não compreendo a coligação de pessoas do MIM com o CDS. Um movimento independente existe porque os cidadãos não se revêm na oferta partidária e vão como independentes. Qual vai ser o resultado eleitoral desta pulverização de candidatos? José Calado (MIM/CDS) diz que se pode ganhar a Câmara com dois vereadores. Isso é o que ele diz. Os votos que o MIM teve, em 2017, que retiraram a maioria relativa à CDU, foram de protesto. Os 400 votos que obteve na freguesia de Palmela não foram votos MIM, foram votos de protesto contra a CDU. Quero contabilizar esses votos de protesto. Vai haver uma grande confusão. Moro em Palmela há 30 anos, tenho amizades em todo o lado e em todos os partidos, e acredito que há muita gente que votaria no MIM ou que podia votar no PS, que não vai votar no candidato da coligação MIM/CDS do José Calado. A pulverização, se calhar, até vai beneficiar o meu movimento independente, prejudica a CDU e o PS. Se não ganhar as eleições mas for eleito vereador tenciona aceitar pelouros? Ainda é cedo para dizer isso. Apoio à produção: Adrepal - Espaço Fortuna, Artes e Ofícios
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Seixal
DR
CABEÇAS-DE-LISTA DA CDU JOAQUIM SANTOS Recandidato à presidência da câmara, é natural de Beja, 45 anos, licenciado em Engenharia Civil e em Gestão. Vereador desde 2001 e presidente desde 2013, tem chamado a si responsabilidades em diversas áreas, como o Desenvolvimento Estratégico, a Mobilidade e Trânsito, o Desporto e Associativismo, Obras e Equipamentos Municipais, Finanças, Comunicação, Turismo, Saúde, Infraestruturas, Água, Saneamento e Espaços Verdes.
ALFREDO MONTEIRO AUTÁRQUICAS 2021
Comunista Joaquim Santos confirmado à presidência da Câmara e Alfredo Monteiro à Assembleia Presidente da Câmara realça trabalho feito e garante cumprir na totalidade até ao fim do mandato José Augusto A CDU recandidata Joaquim Santos à presidência da Câmara do Seixal e Alfredo Monteiro à Assembleia Municipal. Ambos os nomes eram já dados como certos, e foram confirmados na tarde da passada sexta-feira numa apresentação que contou com a presença de Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP. Na mesma apresentação pública, foi reafirmado o slogan de campanha da coligação comunista “trabalho, competência e honestidade”, e lançada a recandidatura de António Santos à presidência da União das Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, e Manuel Araújo à Junta de Freguesia de Amora. As novidades nestas autárquicas são as candidaturas de Hugo Constantino e António Cardoso às autarquias de Corroios e Fernão Ferro, respectivamente.
CDU cumpre com palavra dada
Frente à baía do Seixal, Maria João, do
Teatro da Terra, apresentou os candidatos e, logo a seguir, Joaquim Santos descreveu a obra já feita durante o mandato. “Só 14% das medidas consagradas no nosso programa estão por materializar, o que acontecerá até final do mandato”, enalteceu, ficando assim demonstrado que a “CDU cumpre com a palavra dada”. O actual presidente da Câmara afiançou que canalizou, no mandato, 15 milhões de euros para a educação. “Priorizamos a educação dos jovens, pelo que requalificámos 40 estabelecimentos, retiramos o amianto de todas as instalações escolares, construímos pavilhões”, e vamos insistir com o Governo para que “edifique a escola de Fernão Ferro e os pavilhões desportivos em falta”. O candidato, para sustentar que a “cultura é uma marca do projecto da CDU”, enumerou o Fórum Cultural, o primeiro a ser construído fora da Área Metropolitana de Lisboa, e o Ecomuseu, ou realizações como o Festival de Jazz. O Seixal é, segundo o autarca, um concelho do desporto, “pioneiro da Seixalíada, que tem por lema desporto para todos”. Refira-se, que no Seixal, foram construídos três pavilhões, a Piscina de Paio Pires, o Centro de Treino de Amora, estando em edificação o Centro Náutico de Amora, entre outros. Entretanto, a construção do hos-
pital no Seixal, velha reivindicação da população e da autarquia, não sai de ponto morto. “Se o hospital já fosse uma realidade, por certo que a luta contra o covid teria sido outra, para muito melhor”, frisou. O autarca salientou outras medidas a favor da população, como a “redução do IMI pelo sexto ano consecutivo” ou a “manutenção do preço da água”, que, sendo de qualidade superior, é um dos mais baixos do País. Entre várias outras medidas, Joaquim Santos realçou a compra dos edifícios dos Serviços Operacionais e dos Serviços Centrais, o que significa uma economia de milhões em aluguer. Jerónimo de Sousa debruçou-se mais sobre a política do País, mas elogiou o trabalha da CDU no concelho. “É admirável o empenho dos trabalhadores desta autarquia, que abre novos caminho ao progresso com o objectivo central de servir as populações, a cultura, o desporto e o ambiente”, enfatizou. “São razões para termos ainda mais confiança na CDU”. Também o secretário-geral lembrou que a construção do hospital esteve inscrita em orçamentos de há anos, pelo que comentou: “É incrível que o Governo ande a enganar a população do Seixal desta maneira”.
Presidente da Assembleia Municipal desde 2013, recandidata-se ao cargo. Nascido em 1955, em Coruche, foi professor do ensino secundário. Em 1985, na Assembleia de Freguesia de Corroios, iniciou-se como autarca. Eleito para a Câmara do Seixal, em 1990, foi vereador durante dois mandatos tendo assumido a presidência em 1998, funções que desempenhou ininterruptamente até 2013.
ANTÓNIO SANTOS Recandidata-se às presidências da Assembleia e da União das Freguesias de Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, cargos que ocupa desde 2013. Natural do Seixal, 56 anos, é licenciado em Gestão de Recursos Humanos e Psicologia do Trabalho, pelo Instituto Superior de Línguas e Administração. Trabalha na Câmara do Seixal desde 1989, onde, entre outras funções, foi adjunto da vereação durante 12 anos.
MANUEL ARAÚJO É o cabeça de lista à Assembleia de Freguesia de Amora e à presidência da Junta de Freguesia, cargo que ocupa desde 2011. Natural de Mirando do Corvo, tem 65 anos, foi encarregado naval na Lisnave, ainda que tenha iniciado a sua vida profissional em 1970, no Arsenal do Alfeite, como aprendiz de soldador. Tem o curso industrial da Escola Emídio Navarro.
HUGO CONSTANTINO Licenciado em Ciências do Desporto, natural de Paranhos, Porto, 41 anos, candidata-se à Assembleia de Freguesia e Junta de Corroios, estreando-se assim na actividade autárquica. É técnico superior no Departamento de Desporto da Câmara do Seixal e formador em Gestão Desportiva, Socorrismo e Exploração na Natureza. É Secretário do Conselho de Disciplina da Federação de Desportos de Combate - FNKDA.
ANTÓNIO CARDOSO Candidata-se às presidências da Assembleia e à Freguesia de Fernão Ferro. Com 47 anos, licenciado em Fiscalidade e pós-graduado em Contabilidade Internacional, pós-graduado em Reabilitação, Regeneração e Requalificação Urbana, formador certificado, exerce profissão na área dos seguros e intermediação de créditos.
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Arranjos exteriores do Centro de Saúde de Corroios quase concluídos
As obras dos arranjos exteriores do novo Centro de Saúde de Corroios estão em fase de conclusão. As intervenções envolveram um investimento de 550 mil euros por parte da Câmara do Seixal, e incluem a criação
Colectividades sofreram forte embate com a pandemia mas não se dão por vencidas
Mercado reabre com condições reforçadas para comerciantes e público DR
José Augusto Cerca de 3 milhões de praticantes associativistas cumpriram o confinamento. Outros dados da Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD), indicam que com a pandemia fecharam 33 mil colectividades, associações e clubes, tendo sido ainda suspensas 120 mil actividades. “Tratou-se apenas de um período de incubação. Nessa paragem, observaram-se coisas belíssimas no campo da cidadania, da aprendizagem e literacia. Nunca se viu tanta gente a olhar para, e pelos outros”, afirma Francisco Barbosa, presidente da Mesa da Assembleia Geral da CPCCRD, para quem o Movimento Associativo está “cada vez mais forte”. Foi neste contexto que a CPCCRD realizou, no Auditório da Câmara do Seixal, na tarde de sábado, a sessão comemorativa do seu 97.º aniversário e assinalou o Dia das Colectividades. Para o vereador da Câmara do Seixal, José Carlos Gomes, responsável pelo pelouro do Desporto, “as colectividades estão assentes no empenho de homens e mulheres de aço de boa têmpera”, e lembrou que o concelho da baía “nunca vira as costas ao Movimento Associativo, seja a nível local, regional ou nacional”. É vendo “esse trabalho benévolo de homens e mulheres a bem da comunidade e das populações que nos faz estar próximos do Movimento Associativo”, sublinhou. Referiu ainda o autarca que durante a pandemia a Câmara do Seixal “não deixou de satisfazer os seus compromissos com o Movimento Associativo, apesar de a actividade
O encontro no Seixal reuniu dirigentes associativos de todo o País
deste estar praticamente suspensa”. E assegurou que a autarquia vai “insistir com o Governo para que liberte os apoios que são devidos a este movimento”. E rematou, dirigindo-se aos dirigentes associativos: “O vosso exemplo é muito importante para o nosso trabalho de autarcas”. Na sessão comemorativa, onde estiveram ainda presentes o presidente da Mesa da Assembleia Geral da CPCCRD, Francisco Barbosa Costa, o presidente da Confederação, Augusto Flor, e os presidentes das associações do Seixal e Almada, Hélder Rosa e Paulo Santos, respectivamente, além de muitos dirigentes e activistas de norte a sul do País, Francisco Barbosa, criticou as “aves agoirentes que diziam que ia acabar tudo”. “Pois enganaram-se: tratou-se apenas de um período de incubação. Nessa paragem, observaram-se coisas belíssimas no campo da cidadania, da aprendizagem e literacia. Nunca se viu tanta gente a olhar para e pelos outros”. Por conseguinte, confia “num Movimento Associativo cada vez mais forte”.
Os três pilares
Por sua vez o presidente da Confederação, Augusto Flor, falou dos três pilares que sustentaram a instituição durante a actual crise pandémica. São
agora o Governo a “abrir o centro de saúde com a maior brevidade, para que o acesso à saúde se concretize, dando assim resposta a uma luta da população que já conta com mais de 20 anos”.
CRUZ DE PAU
SESSÃO COMEMORATIVA DO 97.º ANIVERSÁRIO
O trabalho de homens e mulheres de “aço de boa têmpera” foi imprescindível nestes tempos de crise social e económica
de novas acessibilidades pedonais e rodoviárias, o reperfilamento da Avenida Vieira da Silva e a criação de 300 lugares de estacionamento. O presidente da autarquia, Joaquim Santos, exorta
eles: segurança, “quando recomendámos o acatamento das normas da Direcção-Geral da Saúde e do Governo”; responsabilidade: “quando realizámos um diagnóstico rigoroso da situação e o fizemos chegar às autoridades competentes”; e confiança, pois o “futuro não é mais do que aquilo que vem ao nosso encontro todos os dias”. E conseguiu-se sair por cima de um “desafio que muitos julgaram não poder ser vencido”. Ainda segundo Augusto Flor, os últimos tempos puseram a descoberto uma “ética humanitária, o respeito pelos outros com base na cultura e o desporto”. A isto acrescentou que a CPCCRD, que representa o Movimento Associativo no Conselho Económico e Social, no Conselho Nacional do Desporto e no Conselho de Economia, está a preparar o seu Congresso, marcado para Março de 2022, a partir de uma ampla auscultação das colectividades, e que será feita uma distribuição maciça do “Manual de Retoma Associativa Pós-Covid-19”, já impresso. A sessão foi sendo entremeada com momentos musicais interpretados por jovens músicos saídos das escolas das colectividades do concelho do Seixal, que ofereceram virtuosismo e criatividade. Foram sempre muito aplaudidos.
Humberto Lameiras
O Mercado Municipal da Cruz de Pau, em Amora, já reabriu ao público, depois de ter passado por obras de requalificação e ampliação. Um investimento de 351 649 euros assumido pela Câmara do Seixal em parceria com a Junta de Freguesia de Amora. A reabertura do mercado foi no passado sábado, com a presença de autarcas da câmara e de freguesia. “Os comerciantes e utentes deste espaço passam a contar com óptimas condições, num espaço totalmente modernizado e com todas as condições de higiene e segurança alimentar garantidas", comentou Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal. As obras dotaram o mercado com novas instalações sanitárias, novas bancas de venda e de apoio, novo piso e acessos para pessoas com mobilidade reduzida. Foi ainda reformulado o arruamento para cargas e descargas e construído um edifício para armazenamento de frescos. “A requalificação do equipamento proporciona mais qualidade e melhores condições aos comerciantes do mercado e aos munícipes, designadamente no que toca à higienização, acessi-
bilidade, identificação dos espaços e diversificação de oferta, de modo que o mercado recupere a sua capacidade e atractividade, valorizando o comércio local e de proximidade”, refere comunicado da autarquia. Com esta intervenção, “foram melhoradas as condições de trabalho dos comerciantes e os utentes que passam a ter um espaço mais qualificado para fazer as suas compras num local com tradição”, acrescenta o mesmo documento. Este espaço terá uma segunda fase de beneficiação, cujo início está previsto para Outubro, que contemplará a área exterior dos produtos hortícolas. “O objectivo passa por requalificar todo o equipamento sem que o mercado encerre a sua actividade”.
Está previsto que em Outubro decorra uma segunda fase de obra que irá contemplar a área exterior dos hortícolas DR
As obras implicaram um investimento superior a 350 mil euros
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Região
GNR apreende sete veículos na Charneca de Caparica em fiscalização rodoviária
A GNR apreendeu este fim-desemana sete veículos na Charneca de Caparica, no concelho de Almada, “no âmbito de uma operação policial de fiscalização rodoviária”, explicou a força militar em comunicado. Da acção resultou a apreensão
DR
de seis veículos “por alterações às características construtivas”, um “por transformação de veículo” e, ainda, “um auto de contra-ordenação por introdução irregular no consumo de veículo transformado, alterando a sua classificação fiscal”.
ORÇADA EM MAIS DE 2M€
Secretária de Estado do Ambiente inaugura nova Estação de Tratamento de Águas Residuais de Grândola Cerimónia contou igualmente com a presença de Francisco Narciso, presidente da Águas Públicas do Alentejo VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
Atropelamento de Jovem no Seixal leva Bloco a querer ouvir PSP e GNR na Assembleia BE quer ouvir também o grupo de trabalho responsável pela Escola Sem Bullying. Escola Sem Violência O BE pediu ontem a audição na Assembleia da República dos representantes da PSP e da GNR do programa Escola Segura, bem como do grupo de trabalho “Escola Sem Bullying. Escola Sem Violência”. De acordo com a deputada do BE Joana Mortágua, também vereadora na Câmara de Almada, a violência nas escolas “é um fenómeno há muito identificado” e que tem merecido “a preocupação das entidades públicas”. O pedido de audição apresentado pelo Bloco aponta o caso do atropelamento de um jovem, na EN 10-2, em Vale da Romeira, Seixal, a 20 de Maio, “quando estava a fugir dum grupo de colegas. Este é um caso que se destacou devido ao acidente de viação amplamente divulgado nas redes sociais online, mas infelizmente não
é um caso isolado”, refere o requerimento dos bloquistas”. “O grupo parlamentar do Bloco de Esquerda requer a audição dos representantes das forças de segurança (PSP e GNR) responsáveis pelo Programa Escola Segura e do Grupo de Trabalho ‘Escola Sem Bullying. Escola Sem Violência’ sobre a violência nas Escolas”, pode ler-se no mesmo pedido. O BE recorda que, em Setembro de 2019, o Ministério da Educação criou este grupo de trabalho que tinha, entre os seus objectivos, promover a implementação pelas escolas do “Plano de Prevenção e Combate ao Bullying e Ciberbullying”, para além de “monitorizar a nível nacional da existência de situações de violência em contexto escolar”. Os bloquistas referem ainda que em Setembro do ano passado, fizeram aprovar um projecto de resolução (sem força de lei) que “recomenda ao Governo que adopte medidas de prevenção e de resposta à violência em contexto escolar”. Em relação ao programa Escola Segura, o BE aponta a missão de “prevenir e erradicar a ocorrência de comportamentos de risco e ou de ilí-
citos nas escolas e nas áreas envolventes”, recolhendo informações e dados estatísticos e realizando “estudos que permitam dotar as entidades competentes de um conhecimento objectivo sobre a violência, os sentimentos de insegurança e a vitimação na comunidade educativa”. “Considerando que o contexto da pandemia, com o isolamento e o ensino não presencial, veio potenciar fenómenos como cyberbullying e degradar a saúde mental das crianças e dos jovens, é importante fazer um ponto de situação sobre a violência em contexto escolar”, justifica o BE. Em 26 de Maio, a PSP adiantou à agência Lusa que já estavam identificados “todos os intervenientes” no atropelamento de um jovem na Estrada Nacional 10-2, no Seixal, na sequência de ser vítima de uma alegada prática de 'bullying'. Em resposta escrita à agência Lusa, a Direcção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmou então "a veracidade do vídeo captado na passada quinta-feira, no Seixal", que foi partilhado na terça-feira passada nas redes sociais.
JF / Lusa
A secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa, marcou ontem presença no concelho de Grândola para inaugurar a nova Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), acompanhada de Francisco Narciso, presidente do conselho de administração da Águas Públicas do Alentejo. Na cerimónia esteve igualmente
António Figueira Mendes, presidente da Câmara Municipal grandolense, que sublinhou “a importância” da recente infra-estrutura, orçada em 2.185.923,24 euros. Para o autarca, a ETAR, “através do recurso a novas tecnologias, contribui de forma significativa "para o aumento dos índices da qualidade de vida da população”. A empreitada, “co-financiada em 85% pelo PO SEUR” [Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos], foi executada “próximo da antiga ETAR da Ameira”. A obra “entrou em fase de arranque em Novembro de 2018, recebendo a totalidade das águas residuais domésticas da vila de Grândola”. FOTOS: DR
A ETAR recebe a totalidade das águas residuais domésticas da vila de Grândola
1 de Junho de 2021 O SETUBALENSE 19 PUBLICIDADE
LINA ISABEL RAMINHOS (1987 – 2021) Participação, Agradecimento
A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Lina Isabel Raminhos. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.
COMUNICADO
Você sabia? ... que a Funerária Armindo está disponível todos os dias do ano, a quaquer hora, para o apoiar em caso de emergência funerária?
A funerária Armindo informa que subiu o nível de contingência para o nível máximo, uma vez que a quantidade de óbitos atingiu níveis absolutamente inéditos. Como sempre, a funerária Armindo tem todos os recursos aplicados ao serviço da sociedade e pede a compreensão de todos para eventuais atrasos ou incómodos que possam resultar desta situação de exceção. Apelamos a toda a população para que respeite, com o maior zelo, as regras definidas ao abrigo do atual estado de emergência, para que a situação se possa normalizar o mais rapidamente possível.
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Necrologia
FALECEU A 29/05/2021
JOSÉ MARIA BEJA
PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
A família, têm o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente muito querido e de agradecer reconhecidamente a todos os que se dignaram a acompanhá-lo até á sua última morada, bem como aos que das mais diversas formas lhes manifestaram pesar. AGÊNCIA FUNERÁRIA COSTA TELEF: 265 523 496
Classificados ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 265 520 716 ALCOCHETE 212 318 392 OUTROS CONCELHOS 265 520 716
Precisa-se Cozinheiros/as, contrato efetivo 1.500,00€ Mensais. Setúbal: 929 331 693
Precisa-se de cozinheira/o para Setúbal Contacto: 935 505 009 LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS
N. 28-01-1929 F. 24-05-2021
ISABEL MARIA DUARTE TORREJAIS MIRANDA
PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
Seus famíliares cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido. O funeral realizou-se dia 27-05-2021 pelas 15:45h para o Crematório da Quinta do Conde. Agradecendo a todos quanto se dignaram e participaram em tão piedoso acto, bem como a todos que de qualquer outra forma manifestaram o seu pesar. A Gerência e colaboradores agradecem a compreenção dos familiares e amigos por não se efectuar uma despedida digna resultante das regras que temos que respeitar devido ao estado de calamidade a que todos estamos sujeitos.BEM HAJAM. FUNERÁRIA SETUBALENSE 265 550 045 / 265 238 528 ( SERVIÇO PERMANENTE )
DRA. MARIA FILOMENA LOPES PERDIGÃO DR. ALFREDO PERDIGÃO
Bloco Clínico
Horário 2ª a 6ª-feira: 08.00/12.30 - 14/18.00h Sábado: 09.00/12.00h
Rua Jorge de Sousa, 8 | 2900-428 Setúbal www.precilab.pt | tel. 265 529 400/1 telm.: 910 959 933 | Fax: 265 529 408
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Desporto
TÉCNICO DO VITÓRIA FC FRISA IMPORTÂNCIA DOS SADINOS NA CAMINHADA DA EQUIPA
“Gratidão do tamanho do mundo aos adeptos por tudo o que fizeram por nós” DR
“Fomos sentindo no nosso íntimo que não os podíamos defraudar”, disse Alexandre Santana Ricardo Lopes Pereira Concluída a participação do Vitória Futebol Clube na edição 2020/21 da Série Sul do Campeonato de Portugal da fase de acesso à II Liga, o treinador Alexandre Santana fez questão de deixar, em nome do plantel que dirige, uma palavra de apreço aos adeptos que não puderam estar nas bancadas esta época, mas estiveram desde a primeira hora ao lado da equipa. Exemplo disso mesmo foi dado ontem em Torres Vedras, cidade onde se deslocaram muitos adeptos do clube para apoiar a equipa antes do jogo nas artérias de acesso ao Estádio Manuel Marques, recinto em que mediram forças Torreense e Vitória, em partida da sexta e última jornada da prova. “O que vimos aqui hoje dos nossos adeptos foi incrível”, disse o técnico a O SETUBALENSE, após o encontro. E acrescentou: “Deixo-lhes uma palavra de gratidão do tamanho do mundo por tudo o que fizeram por nós, pelas mensagens que nos fizeram chegar e apoio que nos têm dado desde o primeiro dia. Tem sido de louvar e tem-se sentido cá dentro. Fomos sentindo no nosso íntimo que não os podíamos defraudar”, disse depois da derrota (2-0) que, aliada ao triunfo do Estrela da Amadora em Leiria deitou por terra as aspirações de subir de divisão. Não obstante a derrota, que manteve o clube no terceiro lugar da classificação do grupo (com sete pontos, menos quatro que Estrela e Torreense), Alexandre Santana deseja que os vitorianos permaneçam ao lado da equipa. “Espero que continuem com esse sentimento porque a semana passada não éramos os melhores do
Alexandre Santana não esconde orgulho do grupo de trabalho
mundo e hoje não somos os piores. Daremos o nosso melhor todos os dias em prol do que é o clube e a dimensão Vitória. É assim que vamos continuar”. Sobre as contas da subida, o treinador lembrou que ninguém pode acusar os seus jogadores de não terem deixado tudo em campo. “Não ganhámos e mesmo que o fizéssemos não daria para subir, mas, independentemente de dar para subir ou não, há uma coisa que está bem clara para mim e para os jogadores: temos que largar tudo em campo do primeiro ao último minuto. Foi isso que tentámos fazer, umas vezes melhor e outras pior. Ninguém de boa-fé pode dizer o contrário sobre o que foi o nosso trabalho e esforço”. O timoneiro dos sadinos fez ques-
tão de endereçar os parabéns aos adversários, lembrando que tinham condições superiores ao Vitória. “Há também que dar mérito às outras equipas, aos outros jogadores e estruturas, que têm desde início uma sustentabilidade e orçamentos maiores do que o nosso para a subida de divisão. Independentemente desses factores todos, fomo-nos agarrando ao pouco que tínhamos, construindo com todos, interna e externamente”.
“Orgulho e gratidão”
Instado por O SETUBALENSE, ainda no relvado do Estádio Manuel Marques, a partilhar as palavras que melhor descrevessem a caminhada da equipa, Alexandre Santana não hesitou. “Orgulho e gratidão. Fomos
criando um grupo do nada e fomos vendo que se acreditássemos, mesmo com uma equipa muito jovem, era possível. Trabalhámos incansavelmente e fomos alimentando um sonho. Estou muito orgulhoso por eles e pelo trabalho que fizemos”. Há muitas pessoas a quem agradecer, frisa o técnico. “Uma gratidão enorme ao clube por toda a sua dimensão e um agradecimento muito grande a todos os que, desde o dia em que cá entrámos, a 25 de Agosto 2020, fizeram tudo para que as coisas corressem o melhor possível. É a nossa alma. Quando não ganhamos e não nos superamos estamos tristes, mas muito orgulhosos por tudo o que procurámos fazer desde o primeiro momento. Isso é inequívoco”. O timoneiro dos sadinos confessa
que no arranque dos trabalhos não pensou chegar à derradeira jornada com hipóteses de subir à II Liga. “Inicialmente, não. Ao longo da primeira fase fomos somando os pontos e começámos a perceber, ao fim de um terço da primeira fase, que ia ser possível. Virámos agulhas para forçar tudo, pelo que sentíamos, pela dimensão do clube e pelo nosso desejo de sermos mais fortes a cada dia que passa, que podíamos ir mais além”. E continua: “Passámos à fase seguinte e, cumprido esse objectivo, estabelecemos uma nova meta, que era claramente passar esta fase. Quem estava aqui e não tinha essa ambição, não podia cá estar. Fomos alimentando o sonho, mas, com as duas derrotas que tivemos em casa com o U. Leiria e Torreense [ambas por 2-1], acabámos por ficar um bocadinho em baixo. A partir daí reconstruímos com os talentos que cá temos, com os miúdos que estão na formação”. Alexandre Santana considera que a estabilidade dada pela direcção contribuiu para o percurso realizado. “Começámos a perspectivar o trabalho que a direcção estava a fazer do ponto de vista da estabilização do clube e dar equilíbrio ao clube do ponto de vista da estrutura. Começámos a projectar o que poderia ser o dia de amanhã. Por incrível que pareça, depois das duas derrotas, vamos à Amadora e ganhamos no último minuto (3-2) e voltámos a seguir a ganhar ao U. Leiria (2-1)”. Os êxitos obtidos alimentaram o sonho à entrada para a última jornada. “Nesse momento acenderam-se as luzes todas e pensámos que matematicamente ainda era possível. Continuámos a trabalhar como sempre o fizemos, continuando a projectar o futuro do clube e contribuindo para a sua estabilidade, para ir à luta na última jornada”. A equipa batalhou e deixou tudo em campo, mas não conseguiu evitar a derrota que, a par do triunfo do Estrela em Leiria, colocou o ponto final no sonho da subida.
1 de Junho de 2021 O SETUBALENSE 23
AMODIN e Vitória FC na final do Distrital de Futsal
AMODIN e Vitória FC vão disputar o título do Campeonato Distrital de Seniores Masculinos de Futsal, depois de terem superado os seus adversários nos jogos das meias-finais disputados durante o fim-de-semana. A formação montijense do AMODIN, que
havia perdido em casa o primeiro jogo por 1-3, foi ao pavilhão da Escola Básica D. João I vencer por 6-3, superiorizando-se assim à equipa do concelho da Moita por 7-6 no conjunto das duas mãos. O Vitória Futebol Clube, por sua vez, afastou da competição o Portugal
DR
Cultura e Recreio vencendo os dois encontros por margem bastante confortável, 3-0 no Pavilhão da Escola Alfredo dos Reis Silveira, na Torre da Marinha (Seixal) e 8-0 no jogo da segunda mão realizado no Pavilhão Antoine Velge, em Setúbal.
II DIVISÃO DISTRITAL
Lagoa da Palha apresentou-se apenas com nove jogadores em campo
Jogadores do Moitense comemoram mais uma vitória
1.ª DIVISÃO A F SETÚBAL
Moitense aumenta vantagem sobre os seus perseguidores Tem cinco pontos de vantagem sobre o Comércio Indústria e mais seis sobre o Barreirense, equipas que se defrontam já esta quinta-feira José Pina O Moitense, que foi a única equipa a vencer na 8.ª jornada, continua a surpreender tudo e todos no Campeonato Distrital da 1.ª Divisão e, face aos excelentes resultados obtidos após a retoma da competição, nesta altura segue em primeiro lugar na tabela classificativa com cinco pontos de vantagem sobre o Comércio Indústria e seis pontos sobre o Barreirense, que têm menos dois jogos mas se
defrontam na próxima quinta-feira, na Verderena. A vitória obtida em Grândola veio confirmar o bom momento que atravessa e ao mesmo tempo indiciar que estamos perante uma equipa que quer ter uma palavra a dizer no desfecho final da competição. O Grandolense foi a primeira equipa a marcar (18’) mas o Moitense deu a volta e foi para o intervalo a vencer por 2-1 com golos de Ary (23’) e David Silva (27’). Na segunda parte, a equipa comandada por David Nogueira aumentou para 3-1 logo no primeiro minuto por Vavá e, aos 87, Maia fechou a contagem marcando o quarto golo da sua equipa. No Campo do Cassapo, Charneca de Caparica e FC Setúbal não conseguiram marcar durante os 90 minutos e cada um amealhou um ponto. No Estádio Vila Amália também se registou um empate mas com golos (1-1). O U. Santiago foi a primeira
equipa a marcar por Miguel Sousa, aos 49 minutos mas o Sesimbra chegou à igualdade aos 68 com um golo de Nuno Moreira. De registar que a equipa sesimbrense foi orientada por Pedro Macedo que vai continuar como treinador principal até ao final da época, após a saída de Pedro Amora. Resultados da 8.ª jornada: Charneca de Caparica 0 FC Setúbal 0; Grandolense 1 Moitense 4; Sesimbra 1 U. Santiago 1. Classificação: 1.º lugar, Moitense, 16 pontos (sete jogos); 2.º lugar, Comércio Indústria, 11 pontos (cinco jogos); 3.º lugar, Barreirense, 10 pontos (cinco jogos); 4.º lugar, Pescadores (seis jogos) e Grandolense (sete jogos), 9 pontos; 6.º lugar, U. Santiago (seis jogos) e Sesimbra (sete jogos), 6 pontos; 8.º lugar, Seixal (quatro jogos) e Palmelense (cinco jogos), 4 pontos; 10.º lugar, FC Setúbal (quatro jogos), 2 pontos; 11.º lugar, Charneca de Caparica (quatro jogos), 1 ponto.
O Campeonato Distrital da 2.ª Divisão prosseguiu no passado fim-de-semana com a realização da 4.ª jornada que ficou marcada por algumas situações menos positivas, uma em cada série. Na Série A, há a registar o facto do Lagoa da Palha se ter apresentado em campo com apenas nove jogadores na partida que disputou com o Comércio Indústria que venceu por 3-0. Resultado idêntico foi obtido no Samouco pelo Vitória FC [com um hat-trick de Eric Sousa] que assumiu a liderança da prova, embora tenha o mesmo número de pontos que o Brejos de Azeitão. E, nas Cabanas, Botafogo e Sonho XXI empataram a duas bolas. Na Série B, a Quinta do Conde foi ao Zambujal ganhar por 1-0 com um golo de Hernâni marcado já relativamente perto do fim, o Monte de Caparica venceu em Corroios por 4-2 e o Trafaria levou a melhor sobre o Banheirense que jogou toda a segunda parte em inferioridade devido à expulsão de Bruno Mendes na compensação para o intervalo. A equipa Baixa da Banheira, por indicação da direcção e do seu treinador, esteve para não regressar dos balneá-
rios mas os jogadores quiserem terminar o jogo e a intenção foi revogada, por respeito aos mesmos. Mais tarde o clube emitiu um comunicado a manifestar a sua “indignação e repúdio pelo que se está a passar no futebol distrital”, adiantando que na Trafaria aconteceu “a maior das decadências, a vergonha das vergonhas”. Série A: Samouquense 0 Vitória FC 3; Botafogo 2 Sonho XXI 2; Lagoa da Palha 0 Comércio Indústria B 3. Classificação: 1.º lugar, Vitória FC e Brejos de Azeitão, 9 pontos; 3.º lugar, Comércio Indústria B, 6 pontos; 4.º lugar, Samouquense, 3 pontos; 5.º lugar, Sonho XXI (mais um jogo), 2 pontos; 6.º Botafogo (menos um jogo) e Lagoa da Palha, 1 ponto. Série B: Trafaria 5 Banheirense 2; Corroios 2 Monte Caparica 4; Zambujalense 0 Quinta do Conde 1 Classificação: 1.º lugar, Quinta do Conde, Trafaria e Monte de Caparica (menos um jogo), 7 pontos; 4.º lugar, Zambujalense (menos um jogo) e Corroios, 4 pontos; 6.º lugar, Almada (menos um jogo), 3 pontos; 7.º lugar, Banheirense (menos um jogo), 1 ponto.
J.P.
AMORA
Obras do Centro Náutico arrancaram As obras do futuro Centro Náutico de Amora que irá servir o Clube de Canoagem de Amora e a Associação Naval Amorense, proporcionando as condições ideais para o desenvolvimento das suas actividades, já começaram. As melhorias introduzidas pelas novas instalações são diversas, nomeadamente as que resultarão da instalação de um corredor de circulação pedonal, que irá permitir um acesso facilitado ao plano de água da Baía, uma das grandes dificuldades actualmente existentes. O novo centro náutico, além de servir melhor os actuais praticantes, terá o potencial de atrair muitos jovens para actividades como a canoagem, vela, windsurf, stand up paddel, embarcações tradicionais ou remo. O presidente da Câmara Municipal do Seixal, que visitou o local no arranque da obra, referiu que “há cerca de
três anos comprámos este terreno aqui na zona ribeirinha de Amora que agora vamos entregar aos clubes para que eles possam, com o nosso financiamento e com a nossa parceria, construir o centro náutico”. João Paulo Duarte, presidente do Clube de Canoagem de Amora, que também marcou presença no local, falou da importância da obra. “Em 18 anos passámos de um clube que nasceu de uma equipa de kayak polo para o quarto melhor clube a nível nacional do ranking da Federação Portuguesa de Canoagem. Com este equipamento vamos ficar com um acesso espectacular à água, num sítio muito bom e com uma área muito boa que nos vai dar certamente um grande impulso e nos vai colocar depois numa posição ainda melhor para podermos competir com os outros clubes”, realçou. J.P.
00:55 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:22 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:45 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 20:04 ~ 2.6 m ~ Preia-mar
ALMADA
00:48 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:16 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:41 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 19:58 ~ 2.5 m ~ Preia-mar
SESIMBRA
01:09 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:36 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:55 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 20:12 ~ 2.6 m ~ Preia-mar
SINES
SETÚBAL TRÓIA
MARÉS
01:02 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:55 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 13:56 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 20:34 ~ 2.9 m ~ Preia-mar
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