O Setubalense, o seu diário da região nº 638, dia 08 de Junho de 2021

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O concelho do Seixal é um dos mais falados do País Há, inegavelmente, uma dinâmica de construção colectiva, coisa que não se vê, por exemplo, no Partido Socialista, onde as ambições pessoais, alcançadas através da política, se sobrepõem a tudo o resto. E no PSD a mesma coisa se passa, para não nomear outros partidos. Nós estamos na política com outra grandeza, outra seriedade. Ora veja: eu ganho a mesmo coisa que ganhava em 2002, quando entrei para a Câmara do Seixal. O resto vai para o PCP. Como todos os outros militantes que ocupam cargos institucionais, não posso sair beneficiado, nem prejudicado em termos de vencimento. Por conseguinte, dantes era vereador e agora sou presidente, mas ganho a mesma coisa. É uma forma diferente de estarmos na vida. Quanto ao Seixal: só tem futuro se tiver raízes, como uma árvore. Olhese para Almada, que já foi a primeira cidade da Península e hoje é a terceira: perdeu a embalagem social, cultural e desportiva que já teve, com outra visão de desenvolvimento. Tenho de dizer que aprendi muito com os meus camaradas, sobretudo com o Alfredo Monteiro, mas quando abandonar funções certamente que alimentarei o mesmo desígnio, o mesmo projecto. Entretanto, a população saberá reconhecer no momento do voto que o Seixal hoje está melhor, por isso vamos continuar na liderança. É essa a sua previsão eleitoral? Os indicadores que temos daqui e dali e os contactos pessoais são muto positivos. O concelho é um dos mais falados do País, já são muitas as pessoas que residem e trabalham aqui. É grande a confiança que as pessoas nos transmitem. Vamos ter um bom resultado e recuperar a Junta de Fernão Ferro, que chegou a parecer uma associação de estudantes, muito entusiasmo de início e depois… As obras que se podem ver em Fernão Ferro foram feitas por nós, apesar do seu presidente ter votado contra o Orçamento de 2019, bloqueando assim os esforços da Câmara. Esse voto em nada beneficiou o concelho nem a população. Foi um chumbo assente apenas em questões políticas. Consta que tem dificuldade em ouvir a oposição. Como comenta? É totalmente falso. Se há câmara democrática é a nossa. Passe por esses corredores e verá que as instalações dos vereadores da oposição são exactamente iguais a todas as outras. Todos tiveram oportunidade de abraçar um pelouro. Para nós, as querelas políticas devem acabar nas eleições, mas o PS está

No Partido Socialista as ambições pessoais, alcançadas através da política, sobrepõem-se a tudo o resto. E no PSD a mesma coisa se passa, para não nomear outros partidos envolvido numa guerrilha política permanente. Eu falo com todos e todos falam comigo. Não se pode dizer a mesma coisa de elementos do PS e PSD, onde ressaltam os maus princípios e a má educação. Basta assistir a uma reunião de Câmara para se perceber. Soubemos. Por exemplo, que o PS gravava furtivamente as reuniões. Desse ponto de vista, quem está mal são os outros. Lembre-se que um elemento do PS agrediu um cidadão à entrada de uma Assembleia Municipal. Como encara as movimentações de um partido da extrema-direita que chegou ao Parlamento e vai concorrer às autárquicas, e também no concelho do Seixal? Não devia ser permitido a existência de qualquer partido de tendência nazi ou fascista, cujas ideologias estão associadas aos maiores horrores que o mundo viveu. E é uma tristeza quando sabemos de jovens a ele associados. No Seixal, todos os homens de todas as raças, crenças e ideologias têm o seu lugar, todos podem viver em paz. Combatemos o fascismo antes e depois do 25 de Abril. Fascismo nunca mais! Há três anos, estive na Palestina subjugada por Israel e observei como é viver sob um regime fascista: discriminação racial, cidadãos de primeira e de segunda, militarização, privação de direitos. Vi tudo isso nos pouco dias em que visitei sete cidades da Jordânia. O que vi, ainda me dá mais forças pra

gritar fascismo nunca mais! Espero sinceramente que os povos de Israel, da Palestina e de todo o mundo árabe possam finalmente viver em paz. Chega de fascismo! Quais as perspectivas para os trabalhadores da Câmara do Seixal no pós-covid? Há uma coisa que tem de se dizer: se eu já tinha grande apreço pelos trabalhadores, em tempos de covid eles deram-nos uma demonstração de toda a sua grande importância. Dou exemplos. Certo dia, fui aos Serviços Operacionais para dizer aos trabalhadores que estávamos a precisar deles, que se mantivessem nos seus postos de trabalho, pois grande parte já tinha ido para casa. Pois regressaram aos seus postos e reinventaram-se, adaptaram-se às novas condições. Assim, adoptaram os equipamentos de que dispunham à desinfecção de ruas. Outro exemplo: havia escassez de máscaras cirúrgicas. Portanto, a Câmara comprou essa defesa para a distribuir pela população. Ora, os trabalhadores mobilizaram-se e embalaram um milhão de máscaras que, depois, chegaram a casa de cada munícipe. Esta tarefa não foi imposta, eles é que se voluntariaram. Vi também trabalhadores com camisolas onde se podia ler ‘Estou em greve mas em defesa da saúde pública’. Por isso, a Câmara distinguiu com a Medalha de Honra, a mais alta condecoração municipal, aos trabalhadores que estiveram na linha da frente. Houve trabalhadores da Câmara que viram os seus salários aumentados. Neste mandato, há trabalhadores que viram o seu salário crescer em dois ou três momentos, justo porque estiveram dez anos com os vencimentos congelados. Como os salários da função pública são muito baixos, procuraremos valorizá-los e criar melhor condições de trabalho no próximo mandato. A nossa deve ser a única câmara que não tem empresas municipais, nem privadas, facto que também diferencia o projecto da CDU do das outras foças políticas. São os nossos trabalhadores que prestam serviço público, não os das empresas privadas. Veja-se o que se está a passar com o buraco que condiciona o trânsito na rotunda junto à Ponte da Fraternidade: as Infraestruturas de Portugal não têm trabalhadores; nós, temos máquinas, pedreiros, canalizadores que vão concluir a obra num mês, e não em seis como previa e empresa do Estado. Esta é a grande diferença da CDU nas autarquias locais.

OPINIÃO Francisco Ramalho

Os altos e baixos da covid

T

oda a gente sabe que o vírus da Covid-19, não perde uma única oportunidade para atacar. Portanto, há que não lhe dar qualquer hipótese. Assim, a prevenção, nesta matéria, como em tantas, é essencial. Por ela ter sido descurada, como se sabe, enormes problemas foram criados à economia, à saúde e à própria vida. Diversos fatores têm influência no contágio. Talvez os mais importantes sejam alguns comportamentos individuais ou de grupo que por vezes se pautam pelo incumprimento das normas impostas e algumas decisões das autoridades políticas. Sobretudo! De uma maneira geral, com as exceções referidas, o comportamento das pessoas tem sido positivo. Mas, uma vez que se trata de um vírus bastante contagioso, o problema está exatamente nas exceções. Por exemplo, manifestações de negacionistas e outras também não cumprindo as normas sanitárias referentes à máscara e ao distanciamento. Tais manifestações, têm sido toleradas. As dos negacionistas, já foram diversas. Grave, também, têm sido algumas decisões do Governo. Claro que a economia e a rotina das pessoas não podem parar! E elas não têm parado! Mas, cumprindo-se as tais normas. Diversas atividades económicas mais ou menos importantes mas também políticas e culturais, têm decorrido e, conforme a vacinação aumenta, assim elas se multiplicam. Aliás, tal como recentes medidas anunciadas pelo Executivo. O problema, foram decisões do Governo, algumas com apoio do PR. Como, os dias sem restrições pelo Natal, a permissão dos festejos do Sporting e agora, de bradar aos céus, a autorização do jogo das duas equipas inglesas no Porto com assistência e todo o regabofe, mais que previsível, na cidade. Mas há outros exageros que também deviam ser corrigidos e a culpa não é das pessoas. Os comboios das linhas suburbanas e do Metro de Lisboa voltaram a andar à cunha. Assim como os autocarros em hora de ponta. No Metropolitano, aos fins- de- semana

Claro que a economia e a rotina das pessoas não podem parar! E elas não têm parado! Mas, cumprindo-se as normas mas também já com muita gente, como temos constatado, comboios só com metade das carruagens. Portanto, o problema, não foi a Festa do Avante, as comemorações do 25 de Abril e do 1.º de Maio, o congresso do PCP, as manifestações pela paz do CPPC e agora a Convenção do PEV (estas duas, vergonhosamente omitidas pela grande maioria da comunicação social ), nem a abertura das salas de cinema, teatro e outros eventos culturais, porque nestas iniciativas e atividades, são cumpridas as normas sanitárias de segurança. Em relação à época balnear, ir-se de máscara até à praia ou não, é apenas um pormenor. Se se for isolado, qual o problema? Problema, São jogos e brincadeiras, sobretudo de jovens, em grupo. E para não o permitir ou sancionar, é tão pouca Polícia Marítima para tanto quilómetro de praia! Problema ainda, são, como já se disse, transportes públicos mais que lotados. Quanto aos Santos Populares, não ficarão zangados se os festejarmos para o ano. Solução? É o comportamento cívico voluntário ou imposto, e vacinar-se, quanto antes, quem ainda tiver de o ser. Ex-bancário, Corroios


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