O Setubalense, o seu diário da região no 654, dia 01 de Julho de 2021

Page 1

1392

co nt a ct o s: 80 0 2 1 7 2 1 7 / 2 65 5 2 3 5 1 5 / www. fu n e r ari a - arm i n d o.c om

Investidor do Vitória já entrou com 2 M€ Hugo Pinto revela o que já investiu no clube. Treinador Alexandre Santana não continua na nova época p14 DR

“Se nosso eleitorado das legislativas votar, podemos ganhar" QUINTA-FEIRA, 1 DE JULHO DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 654 | ANO III | 5.ª SÉRIE

DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO

“Devemos admitir a regionalização em legítima defesa” Viriato Soromenho-Marques em entrevista no dia dos 166 anos do jornal O Setubalense p4 e 5

Nuno Matias, candidato à Câmara de Almada p12 e 13

Apresentação de livro sobre golfinho juntou comunidade educativa na Moita Evento no cais da vila destacou zona ribeirinha e biodiversidade p7

SETÚBAL Autarquia paga bolsas a jovens pelo ambiente p3

MOITA Bibliotecas regressam à praia e ao parque p3

AUTÁRQUICAS BE apresenta candidatos à Moita p8 PUBLICIDADE

1679

O SEU DIÁRIO DA REGIÃO


2 O SETUBALENSE 1 de Julho de 2021

Abertura

Reforço dos direitos dos trabalhadores OPINIÃO Rui Carvalheira

A cidade dos 15 minutos

A

qualidade de vida, a proximidade, o não perder horas infindáveis no trânsito, são factores que quem vive em grandes centros urbanos inveja aos que residem em meios mais pequenos. Todos nós conhecemos alguém, familiar ou amigo, que vivendo em cidades pequenas, consegue aproveitar melhor o seu tempo, conseguindo uma melhor conciliação da sua vida pessoal e profissional. O modo como se organizam as cidades tem vindo a evoluir ao longo dos tempos, muitas das vezes não da melhor maneira. A criação de cidades monofuncionais, onde estão concentrados núcleos específicos com uma só função, veio trazer a necessidade de deslocações pendulares entre os diferentes núcleos, que normalmente ocorrem de um modo sincronizado, criando congestionamentos e aumentado a pressão sobre as redes viárias e de transportes públicos. Para além do óbvio aumento dos tempos de deslocamento entre os vários pontos das cidades, roubando tempo precioso às famílias e às comunidades, provoca também um aumento das emissões de carbono e gases poluentes que irão ter fortes impactos ambientais, nomeadamente nas alterações climáticas, qualidade do ar, nível de ruído, entre outros. É assim imperativo alterar o paradigma de como planeamos e vivemos as nossas cidades, desenvolvendo soluções que permitam transformações que reduzam as distâncias entre os vários serviços, locais de trabalho e lazer, e que tornem as cidades mais inclusivas e criativas, onde tudo o que necessitamos no nosso quotidiano estará apenas a 15 minutos de distância. Os novos conceitos urbanos têm de obrigatoriamente assentar em modelos mais sustentáveis, que

permitam também ir ao encontro das metas definidas nos acordos internacionais para a redução das emissões de carbono e assim assegurar o futuro das novas gerações. Criar corredores verdes, para além da retenção do dióxido de carbono e da natural redução da temperatura ambiente, permite ainda a criação de espaços lúdicos e de convívio, que permitirão aproximar muito mais as comunidades. A mobilidade terá também de ser repensada, adoptando meios de ligeiros de deslocação como as bicicletas ou mesmo as tão famosas trotinetes eléctricas, mas para que isso seja possível terão que ser implementadas um conjunto de medidas que crie as condições para que estas deslocações sejam realizadas comodamente e em segurança. Terão de ser criadas as condições para o desenvolvimento de um comércio de proximidade, permitindo assim que as comunidades tenham acesso aos bens e serviços de que necessitam no seu dia-a-dia, e que sejam asseguradas as seis funções sociais de proximidade: viver, trabalhar fornecimento, lazer, saúde e aprendizagem. Esta mudança no paradigma de como entendemos as nossas cidades, irá permitir que se consiga poupar o bem mais escasso de que dispomos, que é o tempo. E assim conseguirmos viver mais devagar e obter uma maior qualidade de vida, mas principalmente voltarmos a ter tempo para o que é mais importante, estarmos com as nossas famílias e podermos ter tempo para nós próprios.

WeMob Mobilidade de Almada E.M.S.A.

O

ntem, o debate na Assembleia da República foi marcado por um agendamento do PCP sobre a alteração da legislação laboral, em torno de quatro iniciativas, nomeadamente o Projecto de Lei 5/XIV/1.ª – Reduz para 35 horas o limite máximo do horário semanal de trabalho para todos os trabalhadores; o Projecto de Lei 43/XIV/1.ª – Consagra o direito a 25 dias de férias anuais; o Projecto de Lei 525/XIV/2.ª – Combate a precariedade laboral e reforça os direitos dos trabalhadores; e o Projecto de Lei 825/XIV/2.ª – Altera o regime do despedimento coletivo e do despedimento por extinção do posto de trabalho e revoga o despedimento por inadaptação, reforçando os direitos dos trabalhadores. Neste conjunto de iniciativas propomos a redução do horário semanal de trabalho para as 35 horas para todos os trabalhadores, uma medida fundamental para assegurar a compatibilização da vida profissional com a vida pessoal e para garantir o pleno emprego, num contexto em que a inovação científica e tecnológica permite fazer mais em menos tempo; a reposição do direito a 25 dias de férias anuais; o combate à precariedade, garantindo que a um posto de trabalho permanente deve corresponder um contrato de trabalho efectivo, através do reforço dos mecanismos para conversão de vínculos precários em vínculos efectivos, da eliminação do contrato de muito curta duração e do fim do alargamento do período experimental para 180 dias; a restrição de critérios e requisitos para o despedimento colectivo e para o despedimento por extinção do posto de trabalho; a garantia de que, no caso de ilicitude do despedimento, a indemnização em substituição da reintegração corresponda a um mês de retribuição por cada ano de antiguidade ou fracção, não podendo ser inferior a três meses, contando-se

OPINIÃO Paula Santos

Para o PCP está muito claro que o reforço dos direitos dos trabalhadores é essencial para o desenvolvimento e progresso do País, e por isso mantém a sua intervenção pelo aumento dos salários

para o efeito todo o tempo decorrido até à data da decisão final do processo; a alteração dos critérios de cálculo da compensação, em que o cálculo é feito sobre a retribuição e não apenas sobre a retribuição base, a revoga-

ção dos limites do montante da compensação a pagar e o afastamento da presunção de aceitação do despedimento pela aceitação da compensação pelo trabalhador; e no caso do despedimento por extinção do posto de trabalho propõe-se o afastamento do despedimento sempre que exista posto de trabalho compatível para colocação dos trabalhadores. A epidemia tem sido o pretexto do patronato para o despedimento de milhares de trabalhadores, para condicionar salários e empresas, e revelado como é urgente alterar a legislação laboral em sentido favorável aos trabalhadores, removendo as normas gravosas impostas por PSD e CDS e que o PS continua a manter. Este debate assume uma particular importância para confrontar o Governo PS, que ultimamente tem-se multiplicado em declarações sobre a necessidade de alterar a legislação laboral, mas no concreto mantém-se contra os trabalhadores. Para o PCP está muito claro que o reforço dos direitos dos trabalhadores é essencial para o desenvolvimento e progresso do País, e por isso mantém a sua intervenção pelo aumento dos salários, a revogação das normas gravosas da legislação laboral, a eliminação da caducidade da contratação colectiva e da reposição do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador, o combate à desregulação dos horários, a prevenção, reparação e compensação do trabalho por turnos, a protecção no teletrabalho recusando que a residência do trabalhador seja extensão da empresa, o combate aos despedimentos com a reposição das indemnizações cortadas, o combate à precariedade, e pelo aumento da eficácia da Autoridade para as Condições de Trabalho com o reforço de meios e acção executiva. Deputada do PCP


1 de Julho de 2021 O SETUBALENSE 3

Câmara de Grândola reabilita estrada de acesso a Vale Figueira por 150 mil euros

A Câmara Municipal de Grândola está a realizar obras de reabilitação da estrada de acesso a Vale Figueira e à estrada “Cai-Logo”, em Melides, num investimento superior a 150 mil euros, foi ontem divulgado. Segundo o município, a intervenção inclui a execução de saneamentos,

pavimentação pontual e pintura de sinalização horizontal. Esta via apresenta um piso de faixa de rodagem em “mau estado”, o qual foi “provocado pela passagem de tráfego pesado e ligeiro e pelo desenvolvimento das raízes dos pinheiros junto das bermas”.

NAS CINCO FREGUESIAS DO CONCELHO SADINO

Projecto da autarquia convida jovens a defender o meio ambiente através de voluntariado

Evento vai apenas contar com a presença do presidente da instituição e com um representante de cada escola Maria Carolina Coelho

Projecto garante igualmente aos participantes lanche, seguro e certificado de participação

construir hotéis para insectos, realizar limpezas e fazer esculturas com o lixo recolhido e, ainda, efectuar questionários em zonas ribeirinhas, com vista à sensibilização de comerciantes e pescadores para questões ambientais”. Na freguesia do Sado, as actividades vão acontecer de 5 a 9 de Julho, en-

quanto que na União das Freguesias de Setúbal os projectos estão programados para os dias 12 a 16 do mesmo mês. Já em Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, as iniciativas previstas decorrerão de 19 a 23 de Julho, chegando ao território de São Sebastião de 26 a 30. Em Agosto, por sua vez, entre os dias 2 e 6, as acções chegam a Azeitão.

“O projecto, com o apoio das cinco juntas de freguesia, garante aos participantes uma bolsa diária de 12 euros, lanche, seguro e certificado de participação. As inscrições são gratuitas, pelo preenchimento de formulário online, solicitado para o endereço de correio electrónico dijuve@mun-setubal.pt”. M.C.C.

MOITA

Bibliotecas ao ar livre regressam à praia do Rosário e ao Parque José Afonso até final de Agosto O concelho da Moita volta a disponibilizar no decorrer dos meses de Julho e Agosto, a biblioteca estival situada na praia do Rosário e um outro espaço semelhante, na Baixa da Banheira, no interior do parque José Afonso. Os postos de leitura ao ar livre, voltam deste modo a colocar ao dispor dos veraneantes, a possibi-

IPS felicita recém-diplomados este sábado em festa de graduação virtual

DR

Participantes na segunda edição do “Consciente(mente)!”, a decorrer entre Julho e Agosto, recebem bolsa diária de 12 euros O projecto “Consciente(mente)!”, promovido pela Divisão da Juventude da Câmara Municipal de Setúbal, está prestes a arrancar a sua segunda edição, convidando os jovens sadinos a realizarem acções de voluntariado nas cinco freguesias do concelho, em promoção da defesa do meio ambiente. A iniciativa, que vai decorrer entre os meses de Julho e Agosto, está aberta aos munícipes com idades compreendidas entre os 18 e os 30 anos, sendo desenvolvida “ao abrigo do Programa de Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas do Instituto Português do Desporto e Juventude”, explicou a autarquia em comunicado. Os interessados vão ter a oportunidade de realizar “actividades de promoção da biodiversidade e da sensibilização da população para questões ambientais”. “Consoante as freguesias onde vão participar, os voluntários vão criar canteiros para promover a presença de polinizadores, conceber casas para pássaros,

SETÚBAL

lidade de poderem consultar livros, revistas e jornais. No Rosário, o espaço funciona de terça a sexta-feira, entre o próximo dia 6 e 29 de Agosto, das 10 às 13h00, e das 14 às 18h00, com os sábados, domingos e feriados a abrirem ao público das 9 às 14h00 ou das 14 às 19h00, conforme as marés.

Já a Biblioteca do Parque estará em funcionamento das 09h30 às 13h00 e das 15h30 às 19h00, todos os dias úteis, entre 5 de Julho e 27 de Agosto. Dirigido a alunos das creches e famílias, este espaço recebe no próximo dia 7 as “Histórias do Colinho”, pelas 11h00, sobre o livro “S. Pancas e os Mal-Entendidos no Zoo”, de Kevin

Waldron e a 27 de Agosto, à mesma hora, o livro “A Estória do Sol e do Rinoceronte”, da autoria de Ondjaki e Catalina Vásquez. A iniciativa da autarquia local tem por objectivo “fomentar o gosto pelo livro e pela leitura” e “atrair mais leitores para as bibliotecas municipais”.

L.G.

O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) volta este ano a felicitar os estudantes que terminaram as suas licenciaturas e mestrados em formato virtual, num evento agendado para o próximo sábado, dia 3, a partir das 15h30, com transmissão em directo através do canal de Youtube e Facebook da instituição. A festa de graduação online vem, pelo segundo ano consecutivo, substituir a cerimónia de entrega das cartas de curso aos graduados, derivado da propagação da covid-19, uma vez que esta reúne anualmente “cerca de mil pessoas no Clube Desportivo”. “Este ano, no contexto excepcional em que vivemos e atendendo a importância de salvaguardar a segurança e a saúde de todos e de atender às regras de distanciamento social impostas pelas autoridades de saúde, foi decidido adiar a cerimónia prevista para o próximo ano”, explicou o IPS em comunicado. Desta forma, o evento, que pretende assinalar “o sucesso, o talento e a transição para uma nova etapa” dos estudantes, contará essencialmente com a presença “dos melhores diplomados do ano lectivo 2019/2020, em representação de cada uma das cinco escolas superiores, do presidente do IPS, Pedro Dominguinhos, e da presidente do Conselho Geral da instituição, Paula Lampreia”. “A celebração prevê também a transmissão de mensagens de felicitações dos directores das escolas, associação académica e de outros convidados no seio da comunidade académica”.


4 O SETUBALENSE 1 de Julho de 2021

Setúbal

ENTREVISTA VIRIATO SOROMENHO MARQUES

“Devemos admitir a regionalização em legítima defesa” Professor académico vê na criação das regiões administrativas a resposta necessária à “crescente ausência do Estado” e ao “sequestro do futuro colectivo” Francisco Alves Rito (Texto) Mário Romão (Fotografia) No dia em que o jornal celebra 166 anos, o prestigiado professor universitário sadino explica, em entrevista, porque aceitou o convite para ser director da edição de aniversário que O SETUBALENSE está a preparar e que será publicada na última semana deste mês. Viriato Soromenho-Marques partilha o seu pensamento sobre a região, a Europa e o mundo e revela que mudou de opinião sobre a regionalização. Começou por ser contra porque, em 1998, “a matriz era medíocre”. Agora vê numa futura região administrativa uma esperança para um futuro melhor, construído pelos que cá vivem. Porque aceitou ser director da edição dos 166 anos d'O SETUBALENSE? Por duas razões principais. A primeira prende-se com o respeito que tenho por este jornal que é o mais antigo do território continental e o segundo a nível nacional (só o Açoriano Oriental antecedeu O SETUBALENSE e conseguiu manter a sua publicação ao longo deste período que se encaminha para completar dois séculos). Como tenho repetido muitas vezes: O SETUBALENSE é uma fonte histórica fundamental da nossa cidade e região, que se amplia em cada edição. A segunda razão prende-se com a admiração que tenho pelo trabalho de ressurreição e renovação do jornal levado a cabo pelo Francisco

Alves Rito e pela sua equipa. Pareceme ser um trabalho que, embora já apresentando resultados tanto na modernização tecnológica como na própria redefinição do auditório a que se destina, ainda tem promessas por cumprir. Mostra uma preocupação constante pelo momento que vivemos. A situação é assim tão grave? Há um ditado sensato que afirma: “o futuro a Deus pertence”. Penso, contudo, que essa frase não nos convida a uma posição de fatalismo e indiferença. Bem pelo contrário. É porque a incerteza é o factor dominante quando pensamos o futuro, que nos devemos agarrar com

Portugal e a região de Setúbal precisam de estar na linha da frente de uma mudança estrutural da sociedade

unhas e dentes àquilo que, com os poderosos meios actuais das ciências, podemos antecipar com enorme margem de probabilidade. Desde 1976 que tive a intuição, confirmada pelo quase meio século que desde aí decorreu, de que o maior desafio existencial da humanidade consiste na necessidade de compreender e enfrentar a crise global do ambiente. Ao longo das décadas, apesar do aumento da consciência e de algumas vitórias parcelares, a situação agravouse exponencialmente. A emergência climática, que continua fora de controlo, tal como as devastadoras consequências da destruição da biodiversidade são duas faces da dura realidade que nos irá acompanhar, necessariamente, no futuro. Não me resigno ao analfabetismo ético e à incompetência cultural básica de muitos responsáveis políticos e económicos que nos querem obrigar a colocar a cabeça na areia, e nos incitam a manter o rumo de uma economia predatória, que marcha de olhos vendados para uma catástrofe, que tem de ser evitada nas suas piores consequências. Portugal e a região de Setúbal precisam de estar na linha da frente de uma mudança estrutural das sociedades humanas, que as habilitem política, social e economicamente a reorganizar-se em função da adaptação aos, e na minimização dos, choques inevitáveis que as próximas décadas irão trazer. Ainda há esperança numa saída deste caos? Sim. Para evitar o aprofundar do caos que já se sente um pouco por

todo o lado, temos de ter a virtude da coragem, o que conduz ao abraçar da lucidez e ao afastar das ilusões que, constantemente, nos convidam a ficar paralisados numa atitude de espera e impotência. Isso traduz-se, por exemplo, na preparação para antecipar e responder aos impactos das alterações climáticas sobre a linha costeira e as actividades económicas na região. Temos de apostar em estudos que nos ajudem a desenhar estratégias de adaptação robustas. Um caso muito sério é o de decidir sobre o que fazer em relação à fatal subida do nível médio do mar. Que critérios para decidir onde deveremos investir na protecção ou no recuo? Na perspectiva local e regional, o que o preocupa mais? A nossa região tem um rico património natural que deveria alavancar uma economia baseada no uso sustentável do capital natural. Isso pode e deve ser combinado com um melhor ordenamento do território, visando explorar complementaridades, com o

aproveitamento do capital intelectual e com a inovação tecnológica, nomeadamente, nas tecnologias digitais e nas energias renováveis, como parte de um tecido empresarial com compromisso ambiental e decrescentes emissões de gases de estufa. Deveríamos também promover mercados regionais para estimular os produtores locais, na agricultura e no artesanato, por exemplo. Infelizmente, os governos tendem a não seguir na prática a sua própria retórica “verde” e por isso multiplicam-se projectos sem racionalidade, com forte impacto ambiental e económico negativo. É o escândalo do aeroporto do Montijo. Uma absurda destruição de capital natural em zonas húmidas classificadas. Ou as recentes dragagens no Sado, penalizando a biodiversidade, os pescadores e os empresários turísticos. É a situação de abandono a que se encontram votadas as áreas naturais protegidas. O Ministério do


1 de Julho de 2021 O SETUBALENSE 5 PUBLICIDADE

CAMPANHA DE ASSINATURAS Assine já

Só o federalismo permite conciliar a grande escala política com o respeito pela subsidiariedade das regiões Ambiente é praticamente inexistente como as constantes agressões e obras ilegais no Parque Natural da Arrábida provam. Tenho sido contra a regionalização, porque a sua matriz em 1998 era medíocre. Mas agora, com a crescente ausência do Estado,

inclino-me para que deveremos contemplar a possibilidade de uma regionalização de legítima defesa, impulsionada pelos actores regionais, na base de propostas comuns desenhadas pelos responsáveis políticos, pelos empresários, pelas escolas de ensino superior, pelas associações e forças cívicas que não querem assistir passivamente ao sequestro do nosso futuro colectivo. É um europeísta convicto. Acha que Setúbal tem motivos para sentir-se uma região europeia e partilhar da sua visão? Quais? Portugal tem um lugar sem complexos na história do mundo construído a partir da Europa. Foi a partir de Portugal que se fez a primeira globalização da modernidade. Voltaire dizia que o novo calendário da história mundial deveria começar em 1498, com a chegada de Vasco da Gama à Índia. Durante o reinado de D. João II, Setúbal foi o centro nevrálgico das Descobertas. Aqui se assinou o Tratado de Tordesilhas. Foi de Setúbal que partiram para a Ásia missionários, como Francisco Xavier, que ajudaram a transformar o cristianismo numa religião planetária e a construir o mundo actual que é uma Europa-mundo. Se quisermos evitar uma débacle do sistema internacional, uma guerra de todos contra todos num planeta ecologicamente devastado, teremos de colaborar, obrigatoriamente, uns com os outros, na defesa da nossa habitação planetária. A Europa, até por todo o seu passivo imperial e colonial, tem o dever de dar o exemplo ao mundo, começando por arrumar a sua casa, combatendo as desigualdades e impedindo lógicas de hegemonia. Mais do que um europeísta, considero-me um federalista europeu, pois só o federalismo permite conciliar a grande escala política com o respeito pela democracia como modo de governo, com as liberdades dos cidadãos e a subsidiariedade dos Estados-membros e das regiões. O que falta para a União Europeia chegar melhor ao coração de todas as regiões? A UE ainda não fala directamente com os cidadãos. Essa relação directa em política só se estabelece por uma tripla via eleitoral, fiscal e orçamental. Isso implicaria que também a Comissão Europeia, e não apenas o Parlamento, Europeu deveria ser eleita por voto universal. Por outro lado, o orçamento europeu deveria ser formado a partir de uma percentagem comum do IRS e do IRC

Temos de ter a virtude da coragem, que conduz ao abraçar da lucidez e ao afastar das ilusões cobrado pelos Estados-membros, de modo a constituir um orçamento europeu comum que, ultrapassando a miséria actual (até 2019, apenas 1% do PIB europeu), possa participar nas despesas sociais dos Estados (o pilar social europeu hoje é uma fantasia, pois é uma competência orçamental exclusiva dos Estados) e alavancar a coesão através de uma mais justa redistribuição de recursos. Que papel pode e deve ter um jornal como O SETUBALENSE na construção desse novo mundo que aponta? Um bom jornal é aquele que contribui para alimentar a formação de uma opinião pública esclarecida e interveniente. Claro que isso, hoje, não se faz do mesmo modo que no século XIX ou XX. Hoje a realidade mediática é muito mais plural e até desregulada, no sentido em que nem todos se submetem à mesma disciplina de rigor, como é o caso das redes sociais ainda em busca de formas de auto e hétero-regulação. Penso que O SETUBALENSE poderá e deverá alargar e aprofundar as suas alianças com outros actores regionais, nos mais diversos campos - da ciência, ensino, economia, associativismo, cultura e artes - contribuindo com isso para a formação de uma massa crítica de inteligência e cidadania activa de que estamos tão precisados. O que gostava que a edição de aniversário pudesse ser para os leitores? Que fosse um número para guardar, como um livro. Isso significaria que muitos leitores perceberiam o papel de uma imprensa regional renovada e exigente, a única que contém as notícias e a opinião sobre o território onde habitam e vivem.

ANIVERSÁRIO

O Setubalense faz hoje 166 anos e lança campanha de assinaturas Associe-se ao aniversário do jornal e passe a receber a edição todos os dias O jornal O SETUBALENSE, fundado a 1 de Julho de 1855, completa hoje o 166.º aniversário e dá início a uma campanha de angariação de assinantes, com recurso a telemarketing e divulgação em diversos meios de promoção, incluindo nacionais, como a rádio TSF. A edição especial de aniversário, que está a ser preparada, vai ser publicada na última semana deste mês e tem como director convidado o professor académico setubalense Viriato Soromenho-Marques. Constituída por um caderno em formato tradicional de jornal com mais de 100 páginas e uma revista, a edição comemorativa dos 166 anos, terá a Verdade como tema de fundo e, além de Soromenho-Marques, contará com a colaboração de outros convidados. Albérico Afonso Costa, conhecido historiador de Setúbal, escreve sobre alguns dos episódios menos

escrutinados da história local e Carlos Cupeto, geólogo e professor da Universidade de Évora, ajuda-nos a descobrir as principais actividades, produtos e valores que fazem o Up Local, a identidade de cada um dos 13 concelhos do distrito. João Reis Ribeiro, Luís Carvalho e Pedro Fernandes, investigadores, apresentam algumas personagens, do presente e do passado, que todos devíamos conhecer. Fundado a 1 de Julho de 1855, O SETUBALENSE é o jornal mais antigo de Portugal continental e o segundo mais antigo de todo o País, dos que estão ainda em publicação, depois do Açoriano Oriental. O Aurora do Lima, que inaugurou recentemente um novo espaço museológico, em cooperação com o município local, é o terceiro título mais antigo. Para ajudar a construir um jornal mais sustentável e independente, torne-se assinante. Há um desconto de lançamento e passa receber o jornal diariamente. Para tratar, telefone para o jornal, para o número 265 094 354. Uma forma de se associar ao aniversário do jornal e à vida da comunidade.


6 O SETUBALENSE 1 de Julho de 2021

MUNICÍPIO DE SETÚBAL Câmara Municipal EDITAL MARIA DAS DORES MARQUES BANHEIRO MEIRA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO CONCELHO DE SETÚBAL: -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAZ PÚBLICO QUE, o Município de Setúbal, levará a efeito, no dia 3 de agosto de 2021, pelas 11,00 horas, na Sala de Sessões do Edifício dos Paços do Município, sito em Praça de Bocage, perante a Comissão designada para o efeito, a HASTA PÚBLICA PARA OCUPAÇÃO DE BANCAS, LOJAS E MESAS DOS MERCADO MUNICIPAL DO LIVRAMENTO, MERCADO MUNICIPAL 2 DE ABRIL E MERCADO MUNICIPAL DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO.-------------------------------------------- Todos os elementos respeitantes a este processo estão disponíveis para consulta pública, na página oficial da Câmara Municipal de Setúbal, em www.mun-setubal.pt ou, em alternativa, junto da Divisão de Atividades Económicas e Serviços Urbanos, instalada no edifício Sado, em Rua Acácio Barradas, Setúbal, dentro do horário das 9h30 às 16h30. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Que a comissão encarregue de promover e conduzir a presente hasta pública seja composta pelos seguintes elementos: --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Membros efetivos: Presidente – Paulo Jorge Simões Hortênsio; 1.º Vogal efetivo – Rodrigo Parreira Mateus; 2.º Vogal efetivo – Helena Isabel de Oliveira Moreira; ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Membros suplentes: Vogais – Eduardo Jorge Duarte e Suzete Conceição Atafona Valido; --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Os membros suplentes da comissão substituirão, nas faltas e impedimentos, os membros efetivos, sendo que o presidente será substituído pelo 1.º vogal efetivo;----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A supramencionada Hasta Pública, será sujeita às seguintes condições, aprovadas pela Câmara Municipal, em reunião pública, realizada em 23 de junho de 2021: -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------1. O valor base de licitação de cada espaço é de: --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------MERCADO MUNICIPAL DO LIVRAMENTO Descrição da Banca / Loja

Área m²

Banca n.º 3 - setor peixe Banca n.º 5 - setor peixe Banca n.º 10 - setor peixe Banca n.º 19 - setor peixe Banca n.º 26 - setor peixe Banca n.º 31 - setor peixe Banca n.º 39 - setor peixe Banca n.º 40 - setor peixe Banca n.º 43 setor peixe Banca n.º 44 - setor peixe Banca n.º 53 - setor peixe Banca n.º 54 - setor peixe Banca n.º 30 - setor horto Banca n.º 38-B - setor horto Banca n.º 41 - setor horto

2,40m² 3,50m² 3,00m² 2,40m² 2,40m² 2,40m² 2,40m² 2,40m² 3,50m² 2,40m² 3,50m² 2,40m² 4,00m² 3,60m² 4,00m²

Valor Mensal (tabela taxas) €144,00 €210,00 €180,00 €144,00 €144,00 €144,00 €144,00 €144,00 €210,00 €144,00 €210,00 €144,00 €60,00 €54,00 €60,00

Valor Base Licitação (10 mensalidades p/ setor peixe e 24 mensalidades p/ outros) €1440,00 €2100,00 €1800,00 €1440,00 €1440,00 €1440,00 €1440,00 €1440,00 €2100,00 €1440,00 €2100,00 €1440,00 €1440,00 €1296,00 €1440,00

Setor de venda Peixe \ marisco Peixe \ marisco Peixe \ marisco Peixe \ marisco Peixe \ marisco Peixe \ marisco Peixe \ marisco Peixe \ marisco Peixe \ marisco Peixe \ marisco Peixe \ marisco Peixe \ marisco Qualquer atividade comercial compatível com a infraestrutura e condições existentes no espaço de venda Qualquer atividade comercial compatível com a infraestrutura e condições existentes no espaço de venda Qualquer atividade comercial compatível com a infraestrutura e condições existentes no espaço de venda

MERCADO MUNICIPAL 2 DE ABRIL Piso

Descrição da Banca / Loja

Área m2

Valor Taxa Mensal/m²

Valor Mensal (tabela taxas)

0 0

Banca Peixe n.º 1 setor peixe Banca peixe n.º 11 setor peixe

2,00m² 2,00m²

€18,90 €18,90

€37,80 €37,80

Valor Base Licitação (10 mensalidades) €378,00 €378,00

0

Loja 9 - interior

9,90m²

€3,45

€34,16

€341,60

Setor de venda Peixe e marisco Peixe e marisco Qualquer atividade comercial compatível com a infraestrutura e condições existentes no espaço de venda

MERCADO MUNICIPAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO Descrição da Banca / Loja

Valor por espaço / Área m²

Valor Mensal (tabela taxas)

Valor Base Licitação (10 mensalidades)

Bancas 1 a 18 – antiga zona do peixe

28,25€/banca

€508,50

€5 085,00

€28,25 €28,25

€282,50 €282,50

Banca n.º 36 - Setor Peixe Banca n.º 38 - Setor Peixe Banca n.º 1 – Setor Horto (mesa de 1ª)

3,40m²

€23,25

€236,50

Banca n.º 15 – setor horto (mesa de 1ª)

3,40m²

€23,65

€236,50

€201,35

€2013,50

Bancas 22 (1ª Classe) 23 (1ª Classe) 25 (2ª Classe) 26 (2ª Classe) 27 (2ª Classe) 28 (2ª Classe) 29 (1ª Classe) 30 (1º Classe) 31 (2ª Classe) 32 (2ª Classe) 33 (2ª Classe)

2,30m² (1ª classe) = €15,25 3,40m² (2ª classe) = €23,65

Setor de venda Qualquer atividade comercial compatível com a infraestrutura e condições existentes no espaço de venda Peixe de Mariscos Peixe e Mariscos Qualquer atividade comercial compatível com a infraestrutura e condições existentes no espaço de venda Qualquer atividade comercial compatível com a infraestrutura e condições existentes no espaço de venda

Qualquer atividade comercial compatível com a infraestrutura e condições existentes no espaço de venda

Notas Banca situada na rua nascente do mercado Banca situada na rua sul do mercado Banca situada na rua sul do mercado Banca situada na rua sul do mercado Banca situada na rua norte do mercado

Grupo de bancas situadas na rua norte do mercado

2. Todos os elementos respeitantes a este processo estão disponíveis para consulta pública, na página oficial da Câmara Municipal de Setúbal, em www.mun-setubal.pt ou, em alternativa, junto da Divisão de Atividades Económicas e Serviços Urbanos, instalada no edifício Sado, em Rua Acácio Barradas, Setúbal, dentro do horário das 9h30 às 16h00. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------3. À hasta pública pode assistir qualquer interessado e o público, em geral, podendo intervir na praça, concorrendo à arrematação, qualquer interessado e/ou preferentes, pessoas singulares, em nome próprio ou legalmente representadas, ou pessoas coletivas, através dos seus representantes legais, com poderes bastantes para o feito. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------4. Os eventuais preferentes deverão identifica-se antes do inicio da praça, com documentos comprovativos de tal condição; --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------5. A seleção do adjudicatário será efetuada mediante licitação verbal, a realizar no próprio ato da hasta pública nos termos específicos no presente edital; --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------6. Poderão ser prestados todos os esclarecimentos sobre o presente procedimento e seu objeto, a todos os interessados, porém, uma vez iniciada a licitação, não serão dadas quaisquer explicações; -----------------------------------------------------------------------7. A praça inicia-se quando o presidente da comissão declarar aberta a hasta pública, procedendo à identificação da mesma, com a leitura e explicação das condições que a regem, com prestação de eventuais esclarecimentos; -------------------------------------8. Não serão aceites lances inferiores a €20,00 (vinte euro); ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------9. É dada por terminada a licitação quando o presidente da comissão tiver anunciado por três vezes o laço, mais elevado e este não for coberto; -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------10. O Município reserva-se o direito de, por sua iniciativa ou a requerimento de qualquer interessado, adiar a arrematação se, em qualquer momento, existirem fundadas suspeitas de conluio entre os concorrentes à hasta pública; ---------------------------------11. Em caso de comprovada irregularidade, o Município anulará ou declarará a nulidade da arrematação, independentemente de esta já se ter verificado; -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------12. Uma vez concluída a licitação nos termos do artigo anterior, a comissão adjudica provisoriamente os espaços de venda; -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------13. O adjudicatário do direito de ocupação de banca, loja ou mesa, depositará no próprio dia da sua realização ou no primeiro dia útil seguinte na Tesouraria desta Câmara Municipal ou em conta bancária PT50 0035 0774 00043054232 41, importância que não será devolvida em caso de posterior desistência por parte do adjudicatário; ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------14. Nos oito dias uteis seguintes à adjudicação definitiva, deve o adjudicatário proceder ao depósito de uma quantia correspondente ao triplo da taxa mensal de exploração; -----------------------------------------------------------------------------------------------------15. A quantia referida no numero anterior constitui uma caução, não corresponde a qualquer antecipação de pagamento, sendo restituída ao explorador no termo da exploração, se nessa data não existirem dividas por liquidar ao Município; ----------------------16. Sempre qua a entrega do espaço de venda ocorra fora dos primeiros cinco dias uteis do mês, a primeira taxa mensal devida será reduzida a metade, não sendo devida aquela taxa mensal se faltarem menos de doze dias para o termo do mês; ----------------17. O adjudicatário do direito de ocupação de banca, loja ou mesa deverá iniciar a atividade no prazo de 30 dias a contar da entrega do alvará de ocupação; ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------18. Não poderão ser feitas quaisquer beneficiações ou modificações em bancas, lojas ou mesas sem autorização da Sra. Presidente da Câmara Municipal ou de quem tiver competência delegada para o efeito. Sempre que as beneficiações ou modificações impliquem a realização de obras, devem as mesmas ser requeridas nos termos legais e sujeitas ao pagamento das respetivas licenças, conforme o n.º 1 do art.º 35º, do Regulamento dos Mercados Municipais de Setúbal; -----------------------------------------19. A realização de quaisquer benfeitorias não confere ao titular de exploração o direto a qualquer indemnização, conforme n.º 2 do art.º 35º do Regulamento dos Mercados Municipais de Setúbal; ------------------------------------------------------------------------20. O adjudicatário de banca, loja ou mesa deverá efetuar o pagamento da taxa de ocupação mensal, conforme o disposto no Regulamento de Taxas e Outras Receitas do Município de Setúbal; -----------------------------------------------------------------------------21. Os interessados na ocupação de lugares devem reunir as condições exigíveis para o exercício da atividade de comerciante e possuir a situação contributiva e fiscal devidamente regularizada, devendo apresentar documento comprovativo do pagamento das contribuições e impostos do referido exercício do comercio, indústria ou profissão; ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------22. Os valores indicados são acrescidos de IVA, quando aplicável. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------23. O incumprimento pelo adjudicatário das obrigações previstas no presente programa de procedimento implica a perda de quaisquer direitos eventualmente adquiridos, bem como das importâncias já entregues; -----------------------------------------------------24. Reserva-se à Câmara Municipal de Setúbal o direito de não adjudicar o direito de ocupação de banca, loja ou mesa, sem que daí decorra qualquer obrigação de indemnização, seja a que título for; e --------------------------------------------------------------------25. Caso a hasta pública tenha ficado deserta ou quando não haja lugar à adjudicação definitiva ou esta seja anulada por motivos não imputáveis à Câmara Municipal, poderá esta proceder à alienação do prédio por ajuste direto. -----------------------------------26. E para constar, se mandou lavrar o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

2857

A PRESIDENTE DA CÂMARA, Maria das Dores Meira


1 de Julho de 2021 O SETUBALENSE 7

Oficinas ajudam assistentes de jardins-de-infância da Moita ao relaxamento

A Câmara da Moita promoveu recentemente, no Centro de Experimentação Artística do Vale da Amoreira, um conjunto de oficinas de relaxamento e movimento, destinadas às assistentes operacionais que exercem funções nos jardins-de-infância da rede

pública do concelho. As acções, dinamizadas pela bailarina e coreógrafa Marina Nabais, procuraram “encontrar a relação que o corpo estabelece em simultâneo entre interior e exterior”, através de ferramentas que possam ajudar a desfrutar do silêncio no quotidiano.

Moita

PROJECTO ENVOLVEU COMUNIDADE EDUCATIVA

Cais da Moita acolheu apresentação de novo livro sobre Golfinho que se apega à terra e suas gentes DR

Imaginação dos alunos foi fundamental para a elaboração de textos Luís Geirinhas O cais da vila moitense recebeu na última semana, o lançamento do livro “Gregório, o Golfinho e o Varino das Histórias – Recolha de Histórias nas Escolas do Concelho da Moita”, numa publicação que está agora disponível para consulta nas bibliotecas municipais espalhadas por este município, tendo o presidente da autarquia, Rui Garcia, considerado que esta “é uma riqueza inestimável que estamos aqui a preservar”, relativamente ao “valor insubstituível que tem o estuário do Tejo”. Para o autarca, aquela é uma das zonas estuarinas “mais importante da Península Ibérica e da Europa”, por toda a biodiversidade e “com tudo o que contribui para a sustentabilidade das pescas”. O edil acrescentou que esta sempre foi “uma base de actividades económicas importante para o crescimento e desenvolvimento desta região”, frisou. Na sua perspectiva, todos estes valores ambientais estão associados à cultura “que marca estas terras ribeirinhas”, lembrando que defender o estuário “é defender a cultura, o ambiente, a nossa identidade, a sustentabilidade económica de muitas famílias e de importantes

A sessão de apresentação do livro juntou várias pessoas à beira-Tejo, junto ao Cais da Moita

ramos de actividade”, num objectivo que a câmara tem “procurado promover, contribuindo para a preservação ambiental”, designadamente, através do tratamento de efluentes. “O regresso dos golfinhos ao Tejo é um indicador da melhoria da qualidade da água do nosso estuário”, afirmou Rui Garcia, recordando que a autarquia tem “apostado fortemente na valorização da cultura ribeirinha

através dos seus barcos e das diversas expressões que esta cultura assume”. O edil realçou também ser necessário continuar a valorizar este património, com “a preservação desta riqueza contra todas as ameaças como a da construção de um aeroporto no meio do estuário”, sublinhou. Recorde-se que a história da obra, lançada ao ar livre, conta a aventura de um Golfinho que, seguindo um

dos marítimos daquela vila, chegou ao Cais da Moita e “estabeleceu uma relação afectiva” com as gentes do concelho, servindo de mote para a acção desenvolvida pelo serviço educativo e dinamizada pela câmara nos estabelecimentos escolares, em todos os graus de ensino. A comunidade educativa, refera-se, trabalhou as questões do património local e ambiental, tendo valorizado a

narrativa oral e a componente escrita, o que incentivou à “imaginação dos alunos para a elaboração de textos” que se reuniram nesta publicação. Presentes na apresentação estiveram anda a escritora Fátima Effe, a ilustradora Andreia Valente e o Mestre do Varino João Gregório, assim como Elizabete Carvalho, coordenadora da rede de Bibliotecas Escolares do concelho.

COMEMORAÇÕES DO 88º ANIVERSÁRIO

Bombeiros foram presenteados com novo veículo para combate a incêndios Juntas ofereceram desfibrilhadores para ambulâncias dos soldados da paz A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Concelho da Moita comemorou no passado domingo o

seu 88º aniversário, numa data muito especial para a corporação, que ficou marcada pela presença, entre outros, do presidente da autarquia, Rui Garcia, e dos restantes presidentes de juntas e uniões de freguesia daquele concelho, a par do presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal, João Ludovico. Durante a sessão foram atribuídas as medalhas de Bons Serviços Municipais

20 anos, ao Comandante Sérgio Miguel Pereira Moura, ao adjunto de Comando, Bruno Pimenta, e à bombeira Carla Cristina Silva Ferreira. Na mesma altura foi também inaugurado um novo veículo de combate a incêndios, tendo as juntas de freguesia aproveitado a ocasião para oferecerem desfibrilhadores àquela associação, para desta forma equiparem as suas

ambulâncias. A este propósito, Nuno Cavaco, presidente da União de Freguesias de Baixa da Banheira e do Vale da Amoreira, afirmou esta semana que a junta a que preside tem apoiado os bombeiros “reconhecendo o seu papel insubstituível, mas não entende [e] nunca entendeu, a falta de apoio do Governo”, que considera ser “insensível aos problemas e às

dificuldades sentidas por estes homens e mulheres”, disse. Neste âmbito, o autarca banheirense defende que “é preciso garantir que os principais agentes de protecção civil tenham condições para trabalhar” e assegurar que os voluntários façam este trabalho voluntário e que “nunca faltem homens e mulheres para garantir o trabalho frequente e efectivo”. L.G.


8 O SETUBALENSE 1 de Julho de 2021

Moita AUTÁRQUICAS 2021

BREVES

Parque das Salinas acolheu apresentação de candidatos do Bloco de Esquerda

MOITA

Projecto melhora eficiência energética na biblioteca Está aprovado o projecto referente à melhoria da eficiência energética da Biblioteca Municipal Bento de Jesus Caraça, na Moita, cuja estimativa orçamental daquela autarquia ultrapassa os 203 mil euros. Prevista está a substituição dos sistemas de climatização e da iluminação por LED, existentes naquele

equipamento do concelho, assim como a “instalação [no local] de sistema solar fotovoltaico para auto-consumo equipamento para gestão técnica centralizada”, adianta o município em comunicado. A operação, sublinha a câmara, será executada ao abrigo de uma candidatura aprovada pelo POR Lisboa, financiado pelo FEDER.

ALHOS VEDROS

Câmara cede habitação à Santa Casa da Misericórdia A cedência de um fogo habitacional pela autarquia moitense à Santa Casa da Misericórdia de Alhos Vedros, foi aprovada por unanimidade, na última reunião pública do executivo. A decisão prendese com a necessidade da instituição de obter um espaço para desenvolvimento do projecto de “Acolhimento de Emergência para Pessoas Sem-

Abrigo”. Na mesma altura, o município aprovou igualemente a adjudicação de um valor superior a cinco milhões e 454 mil euros, destinado à aquisição de almoços e lanches para crianças do pré-escolar e alunos do 1º ciclo do ensino básico, que frequentam os estabelecimentos pertencentes à rede pública, para os próximos três anos lectivos. DR

REDE SOCIAL

Instituições e associações recebem apoio excepcional O município da Moita aprovou em reunião de câmara, por unanimidade, atribuição de um apoio extraordinário, no valor de 41 500 euros, a 15 instituições e associações deste território, como forma de “apoiar, reconhecer e valorizar” o papel desempenhado por estas entidades, no actual contexto pandémico. A decisão camarária teve em conta “o aumento de

solicitações por parte de pessoas em situação de vulnerabilidade” e o “aumento das respostas dadas” em sequência do trabalho de parceria que tem vindo a ser realizado no âmbito da Rede Social da Moita. Na altura, foi ainda atribuído um apoio de 7 500 euros ao Banco Alimentar Contra a Fome de Setúbal, para ajudar as instituições de solidariedade social.

DR

Encontro contou com presença de Catarina Martins, coordenadora nacional do partido Luís Geirinhas O Bloco de Esquerda da Moita procedeu à apresentação da sua candidatura autárquica, no último domingo, durante uma iniciativa ao ar livre que teve lugar no Parque das Salinas, em Alhos Vedros, e que contou com as presenças da coordenadora nacional do partido, Catarina Martins, de Diana Silva e José Beiramar, mandatários da Juventude e da campanha, respectivamente, além dos candidatos à presidência desta Câmara, Joaquim Raminhos e de António Chora, à Assembleia Municipal. Na altura, foram também apresentados os cabeças-de-lista às freguesias do concelho. Gabriela Filipe será candidata à Junta de Alhos Vedros e João Cercas, à União de Freguesias do Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos. Por seu turno, Paulo Alfama foi o escolhido para se candidatar à União de Freguesias de Baixa da Banheira e do Vale da Amoreira, enquanto Eduardo Rocha vai encabeçar a corrida à Junta de Freguesia da Moita. Joaquim Raminhos, cabeça-de-lista à autarquia moitense, afirmou que o Bloco está apostado em defender “um programa que exija mais democracia e mais cidadania”, tendo apelado a uma “maior participação dos munícipes na vida do poder local”. “Combateremos todas as inércias que se foram instalando ao longo de décadas, apostando na requalificação urbana dos núcleos urbanos mais envelhecidos, onde proliferam dezenas e dezenas de habitações em ruínas e encerradas, quando existem famílias que não têm casa para morar”, garantiu. Para Raminhos “é urgente” a implementação de “um plano estratégico local para a habitação social no concelho”. O Bloco voltou a dizer não ao previsto aeroporto do Montijo e realça que dará continuidade ao projecto das hortas urbanas. “Constituem um incentivo a uma outra relação com a Natureza e a nossa qualidade de vida”, explicou o candidato. Joaquim Raminhos sublinha que a candidatura do Bloco de Esquerda, na

A sessão de apresentação dos bloquistas teve lugar no Parque das Salinas

Moita, pretende empenhar todos os esforços para que a revisão do Plano Director Municipal se concretize no próximo mandato, “promovendo um processo amplamente participativo” e “mobilizando e esclarecendo a população”. Já António Chora, candidato à Assembleia Municipal, lembrou os presentes que, naquele local [Parque das Salinas], “existem dois esgotos a céu aberto” e lamentou que esta seja uma realidade naquela freguesia, mais de quatro décadas após o 25 de Abril. “A freguesia de Alhos Vedros é liderada pela CDU desde 1976, sempre com maioria absoluta, à excepção do último mandato em que, para fazer uma maioria absoluta no executivo [...] aliou-se ao PSD oferecendo-lhe um lugar a tempo inteiro”, disse, denunciando a “incapacidade de gestão” da autarquia moitense e a “ausência de habitação social municipal”.

Catarina Martins: é preciso “substituir a raiva por luta”

Para a coordenadora nacional do Bloco, Catarina Martins, a pandemia “tem sido desculpa para tantos atropelos” e mostra “cicatrizes de uma sociedade profundamente desigual”. Neste

Joaquim Raminhos, candidato do Bloco à Câmara da Moita

contexto, defendeu, “a esquerda não pode ficar paralisada” e “tem de apresentar soluções e lutar por quem vive do seu trabalho”. A responsável realçou a importância do trabalho autárquico, referindo que “o poder local é o que está mais próximo das pessoas e é o primeiro que tem responsabilidade de garantir que ninguém fica para trás”, destacou. A dirigente bloquista referiu que “a proclamação não responde à vida das pessoas e nunca vai combater a política do ódio”, acrescentando que “é preciso substituir a raiva por luta”. Na sua perspectiva, “é assim que se constrói um país mais justo”, concluiu.


1 de Julho de 2021 O SETUBALENSE 9

Nuno Matias Candidato da coligação AD a Almada em entrevista p12 e 13 11º RESTAURANTE DA MARCA NA REGIÃO

Burger King já abriu portas na Moita DR

Novo espaço cria 25 postos de trabalho e ocupa mais de 300 metros quadrados Luís Geirinhas A cadeia de restaurantes Burger King abriu ao público recentemente, a sua primeira unidade no concelho da Moita, naquele que é o 11º estabelecimento em todo o distrito, continuando deste modo a cumprir o seu plano de expansão no mercado nacional e a reforçar a sua presença na região. Localizado no Lugar do Matão, em Alhos Vedros, entre a vila moitense e a Quinta Fonte da Prata, o novo espaço ocupa mais de 300 metros quadrados, está apetrechado com os serviços Drive Thru e de Take Away, este último a funcionar diariamente, entre as 11h30 e as 23h00. No local, onde foram criados 25 postos de trabalho directos, os clientes podem agora usufruir do sistema ‘refill’ de bebidas e de um quiosque pré-order, além de wi-fi gratuito.

Unidade fica no Lugar do Matão, perto da Quinta Fonte da Prata

O restaurante segue ainda, rigorosamente, o Plano Mais Seguro do que Nunca, que assegura a segurança e higiene deste espaço, a pensar na segurança de colaboradores e clientes, de acordo com todas as indicações da Direcção-Geral de Saúde, com a obrigatoriedade de todos os que ali trabalham usarem máscara de protecção, sendo que, no âmbito do actual contexto de pandemia, são ainda alvo de medição de tempera-

tura corporal no início de cada turno. Jorge Carvalho, director-geral do Burger King para Portugal e Espanha, espera que 2021 – altura em que a marca assinala duas décadas de presença no nosso país –, seja “um ano recorde em termos de aberturas”. Para o responsável, “esta nova abertura no distrito de Setúbal é mais um passo gigante para concretizar o nosso objectivo”, afirma. O restaurante agora inaugura-

do foi concebido de acordo com o conceito Prime e inclui uma Open Kitchen, tendo sido decorado para “criar um ambiente rústico e acolhedor, combinando cores brilhantes e irreverentes”. A decoração possui um grande leque de texturas e materiais naturais, como a madeira e outros, além do metal e tijolo. Com tectos abertos, as vigas da estrutura, bem como os sistemas de ventilação e iluminação “estão propositadamente expostos, com lâmpadas metálicas instaladas a média altura, o que, conjuntamente com as mesas e cadeiras, feitas em madeira natural, “conferem um toque mais acolhedor ao espaço”. Naquele espaço, além de mesas comunitárias, o restaurante dispõe ainda de uma área de refeições aberta, com zonas mais pequenas – com separadores –, para os clientes que desejem mais privacidade. A essência da marca está também vincada no novo estabelecimento de restauração, através da colocação de fotografias históricas na decoração das paredes. Acrescente-se que o primeiro restaurante da marca foi inaugurado em 2001, no Centro Comercial Colombo, em Lisboa.

BLUES NIGHT BY BBBF

Portugueses Dog’s Bollocks dão espectáculo ao ar livre DR

Palco exterior fica junto ao Fórum Cultural O palco exterior situado junto ao Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, recebe no próximo dia 10, pelas 21h00, uma actuação dos portugueses Dog’s Bollocks, no âmbito da próxima Blues Night By BBBF. O agrupamento, composto por dois elementos – duas guitarras, voz e meia bateria –, movimenta-se “livremente” entre os Blues e o Rock’n’Roll, com influências que vão de Jack White a Legendary Tigerman, “dando uma abordagem moderna” àquele género musical de antigamente. Formado em Torres Vedras, em 2014, por Luís Leitão e Daniel Martins, o grupo lançou no ano de 2015 o seu primeiro trabalho de originais, que têm vindo a promover, desde

Banda criada em 2014 é formada por Luís Leitão e Daniel Martins

então, em inúmeros espectáculos por auditórios, bares e festivais. Já em 2019, os Dog’s Bollock’s iniciaram as gravações do sucessor de “Single Malt Blues”, continuando a

apresentar as suas canções ao vivo, em concertos de norte a sul do país. Após “Special Needs”, single apresentado no ano passado, a banda começou 2021 com o lançamento

de “Deathwish”, uma música “que nos leva de volta ao rock’n’roll cru, feito de riffs e batidas contagiantes”. Agora e depois de terem passado pelo auditório daquele equipamento municipal do concelho da Moita e pelo Blues Pic-nic, apresentam-se na Blues Night by BBBF, numa noite de verão com palco exterior, para darem a conhecer as suas novas composições. Para maiores de seis anos, o concerto terá entrada gratuita (mediante inscrição prévia em www.bbbluesportugal.com) e lotação limitada, respeitando as regras decretadas pela Direcção-Geral de Saúde no que toca ao actual contexto de pandemia, sendo obrigatório o uso de máscara. O espectáculo ao ar livre é organizado pela Associação BB Blues Portugal, em parceria com a Câmara da Moita e a União de Freguesias de Baixa da Banheira e Vale da Amoreira. L.G.

ALHOS VEDROS

Fábrica de Artes e Ofícios acolhe mostra de trabalhos a concurso Inauguração será marcada por anúncio de vencedores da décima edição A Fábrica de Artes e Ofícios (FAVO), na freguesia de Alhos Vedros, recebe entre 3 de Julho e 1 de Agosto, a mostra de trabalhos a concurso na X Bienal de Pintura de Pequeno Formato – Prémio Joaquim Afonso Madeira, com a data de inauguração deste evento a ficar marcada, a partir das 17h00, pelo anúncio dos vencedores desta edição, que contou com um total de 363 candidaturas. A exposição poderá ser visitada naquele espaço à sexta-feira e aos sábados, das 17 às 19h30 e, aos domingos, entre as 17 e as 19h30. A iniciativa, organizada pela autarquia moitense, pela Junta de Freguesia e pelo Círculo de Animação Cultural de Alhos Vedros (CACAV), pretende ser “um incentivo à criação artística, no domínio da pintura, através do apoio aos artistas, na valorização do seu trabalho e no encontro deste com a comunidade”. Recorde-se que o Prémio Joaquim Afonso Madeira, atribuído pela Câmara da Moita, tem o valor de mil euros, sendo que o Prémio Revelação, atribuído pela Junta, está fixado em 350 euros. DR

Mostra de trabalhos a concurso estarão em exposição no espaço FAVO entre 3 de Julho e 1 de Agosto


10 O SETUBALENSE 1 de Julho de 2021

Almada

Mercado do Gato para vender e trocar este domingo na Cova da Piedade

O Jardim da Cova da Piedade recebe este domingo a primeira edição do Mercado do Gato, que decorre entre as 9h00 e as 13h00. Tratase de um mercado onde se pode trocar e vender e, assim, dar uma nova vida a artigos que, cada um, já não usa. Os artigos podem ser

livros, música, brinquedos, moda e acessórios e artigos de desporto. A inscrição para participar é feita através da conta https://forms.gle/ Yx5rb8ERyoVy6DdS9. O evento é co-organizado pela Câmara Municipal de Almada e a Feira do Mocho, promotor de eventos.

SOBRE PAIXÃO E DESEJO

Festival abre amanhã com “Hipólito” encenado por Rogério de Carvalho A construção de “outro ponto de vista” esteve na base da criação da peça “Hipólito”, de Eurípides, com que a Companhia de Teatro de Almada (CTA) abre, amanhã o 38.º Festival de Almada. A criação de “Hipólito” não teve como objectivo “fazer um retorno” à peça “Fedra”, de Racine, que a CTA estreou em 2006, diz o encenador Rogério de Carvalho, que encenara “Fedra” e que agora também dirige “Hipólito”. Por isso, a primeira das duas criações da CTA para a edição deste ano do festival, surgiu “por memória” da companhia que assim acaba por fazer dois espectáculos referentes à mesma personagem, mas com a intenção de “construir um outro ponto de vista”, acrescentou Rogério de Carvalho aos jornalistas no final de um ensaio da peça para a imprensa. “É uma espécie de complementaridade e de vontade”, precisou o encenador, acrescentando tratar-se de “uma oportunidade” que lhe foi dada. “Onde poderia fazer esta peça?”, referiu, sublinhando que a CTA lhe tem

DR

Teresa Gafeira no papel de “Fedra”

dado oportunidade “de fazer grandes textos”. “Hipólito”, tragédia de Eurípides apresentada em 428 a.C., poucos anos antes do início da Guerra do Peloponeso, centra-se na personagem homónima e no desejo de que é alvo por parte da madrasta, Fedra. Hipólito é filho bastardo de Teseu, fruto de uma

ligação deste com uma amazona. A paixão de Fedra por Hipólito é, contudo, apresentada como a concretização de uma vingança lançada por Afrodite sobre Hipólito, já que este se recusa a adorar a deusa grega do amor, direccionando a sua adoração apenas para Ártemis, deusa da caça e da vida selvagem.

“Hipólito” é assim, segundo Teresa Gafeira, actriz que encarna a personagem de Fedra – como a interpretara no texto de Racine –, “um texto extremamente revelador e que, por alguns motivos, chega até hoje”. Para a actriz, a personagem faz, sobretudo no texto que diz antes de se suicidar, uma “defesa extraordinária das mulheres”. “Nunca enfrentarei o olhar de Teseu nem nunca envergonharei a casa de Creta depois dos actos vergonhosos que pratiquei”, diz Fedra. Contudo, a personagem nunca pratica qualquer acto criminoso, excepto o de acusar Hipólito, acrescentou Teresa Gafeira. Já Hipólito surge nesta peça como um homem puro, que recusa o amor, e que se mantém íntegro até ao final. “[Fedra] apenas sentiu desejo”, argumentou Teresa Gafeira. E este texto de Eurípides continua bastante actual, acrescentou a atriz, sublinhando que traz a público um tema que “continua actual”. Apesar de na actualidade as relações entre homens e mulheres serem “mais liberais e mais abertas”

a actriz está convicta de que “ainda hoje uma mulher com desejo não é tão bem aceite [pela sociedade] como um homem com desejo”. Fedra tem apenas “a alma trabalhada pelo desejo, e não tem culpa nenhuma. Contudo, mata-se”. Hipólito acaba por morrer, após ter sido expulso por seu pai, mas Teseu acaba também por conhecer a verdade que lhe é revelada quase no final da peça por Ártemis. Num cenário despojado assinado por José Manuel Castanheira, onde pontuam cinco cadeiras, “Hipólito” tem figurinos de Mariana Sá Nogueira, luz de Guilherme Frazão e voz e elocução de Luís Madureira. A interpretar estão Anabela Ribeiro, Carolina Dominguez, Cláudio da Silva, Elsa Valentim, Joana Francampos, Marques D’Arede, Miguel Eloy, Pedro Fiúza, Sofia Correia e Teresa Gafeira. A peça é representada no palco da sala principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, na sexta e sábado, às 20h30, e, no domingo, às 16h00. Regressa ao mesmo palco no início de 2022. CP / Lusa

ENTRE AS MAIORES DO PAÍS

Junta de Laranjeiro e Feijó distinguida com Galardão Eco-Freguesias XXI 2021 por ser das mais sustentáveis A Bandeira Verde avalia o desempenho dos indicadores relacionados com a dimensão populacional

DR

Humberto Lameiras A Junta de Freguesia de Laranjeiro e Feijó foi distinguida com a atribuição do Galardão Eco-Freguesias XXI 2021 para o biénio 2021-2022, o qual visa reconhecer e premiar as freguesias mais sustentáveis do País, através

Presidente Luís Palma exibe o galardão que a freguesia já recebeu por três vezes

de um conjunto de dez indicadores. Os resultados das 111 candidaturas à 3.ª edição do Eco-Freguesias XXI, foram divulgados a 21 de Junho, tendo sido 93 as que receberam o certificado e a respectiva Bandeira Verde, que corresponde a uma avaliação que teve em conta o desempenho dos indicadores relacionados com a dimensão populacional. No caso da Junta de Freguesia de Laranjeiro e Feijó, por estar entre as maiores freguesias do País, recebeu a distinção bronze no escalão máximo. A iniciativa decorreu no Cine-Teatro de Pombal e foi organizada pela Associação Bandeira Azul da Eu-

ropa, com o apoio do Município de Pombal. Contou com a presença de Jorge Botelho, Secretário de Estado da Descentralização e Administração Local e de Jorge Amador, Membro do Conselho Directivo da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE). Esteve também presente o presidente da Junta de Freguesia de Laranjeiro e Feijó, Luís Palma. “Este prémio que a freguesia obtém pela terceira vez consecutiva, envolve as escolas, as famílias, os trabalhadores e a população em geral, pelo que todos estão reconhecidos neste galardão”, comenta o executivo da junta.


1 de Julho de 2021 O SETUBALENSE 11 PUBLICIDADE

Você sabia?

Em caso de ...

... que um funeral de

cremação, considerando todos os custos envolvidos, é tipicamente mais barato que o funeral para sepultura?

Serviço disponível todos os dias, a qualquer hora!

Necrologia

1392

3

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL SANDRA BOLHÃO

EXTRACTO

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Sua filha, genro, netos, bisneta e restante familia , têm o doloroso dever de participar o falecimento da sua ente muito querida e de agradecer reconhecidamente a todos os que se dignaram acompanhá-la à sua última morada, bem como aos que das mais diversas formas lhes manifestaram pesar. 1771

AGÊNCIA FUNERÁRIA COSTA TELEF: 265 523 496

Bloco Clínico

Reg. sob o n.º 305

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS

DRA. MARIA FILOMENA LOPES PERDIGÃO DR. ALFREDO PERDIGÃO

Horário 2ª a 6ª-feira: 08.00/12.30 - 14/18.00h Sábado: 09.00/12.00h

Rua Jorge de Sousa, 8 | 2900-428 Setúbal www.precilab.pt | tel. 265 529 400/1 telm.: 910 959 933 | Fax: 265 529 408

1747

Anuncie

Aqui!

2854

FALECEU A 29/06/2021

LUCINDA D`ASSUNÇÃO FERNANDES JESUS

---Eu, SANDRA MORAIS TELES BOLHÃO, Notária com Cartório em Setúbal, na Avenida Bento Gonçalves, número 19-B, CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por Escritura de Justificação lavrada neste Cartório no dia vinte e nove de Junho de dois mil e vinte e um, a folhas cento e cinco e seguintes do Livro Cento e Cinquenta e Dois - A, LUÍS FILIPE CEIA DE ALMEIDA, e mulher CARMEN ISABEL DIAS MONTEIRO, casados sob o regime da comunhão de bens adquiridos, residentes na Rua Francisco Caçoete Romão, número 15, rés-do-chão esquerdo, Pinhal Novo, Palmela, retificou a Escritura de Justificação Notarial outorgada no dia vinte e dois de Abril de dois mil e vinte e um, lavrada a folhas cento e doze e seguintes do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Cento e Quarenta e seis - A, deste Cartório Notarial de Setúbal, onde declararam ser donos e legitimos possuidores do PRÉDIO URBANO, com a área total de mil e seiscentos metros quadrados, composto por rés-do-chão para habitação com a área coberta de cinquenta e um vírgula vinte metros quadrados e logradouro com a área de mil, quinhentos e quarenta e oito vírgula oitenta metros quadrados, a confrontar a norte e a poente com Paulo Monteiro, a sul com Aceiro dos Arraiados e a nascente com Manuel da Silva, sito em Aceiro dos Arraiados, freguesia de Pinhal Novo, concelho de Palmela, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Palmela, inscrito na matriz predial urbana sob o artigo provisório P11395, da freguesia de Pinhal Novo, que proveio do artigo 9435, o qual proveio do artigo 3497, da freguesia de Pinhal Novo. ---------------------------- Que, RECTIFICARAM a mencionada Escritura de Justificação no sentido de nela ficar a constar que o prédio urbano justificado, reveste a natureza de bem próprio de CARMEN ISABEL DIAS MONTEIRO, atendendo a que, o mesmo lhe adveio por doação, meramente verbal, que a avó da declarante, Emília Ribeiro Jorge, lhe fez, no primeiro trimestre do ano de dois mil e um, no estado de solteira, maior. Por erro na prestação das declarações, ficou exarado no titulo ora retificado que o prédio pertenceria à comunhão conjugal dos declarantes. ----------------------- ESTÁ CONFORME. ---------------------------------------------------------------------Setúbal, aos vinte e nove de Junho de dois mil e vinte e um. ------------------------

ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 265 520 716 ALCOCHETE 212 318 392 OUTROS CONCELHOS 265 520 716


12 O SETUBALENSE 1 de Julho de 2021

Almada NUNO MATIAS CANDIDATO À CÂMARA DE ALMADA

“Se nosso eleitorado das legislativas votar, podemos ganhar" Cabeça-de-lista da coligação AD - Almada Desenvolvida, confia que projecto moderado de centro-direita tem potencial para alavancar o concelho Humberto Lameiras Natural de Almada e um nome forte do PSD no concelho, Nuno Matias lidera nestas autárquicas a coligação que integra o seu partido e também o CDS, Aliança, MPT e PPM. No actual mandato, ao lado do também social-democrata Miguel Salvado, que avança em segundo lugar na lista, teve funções executivas na governação socialista de Almada mas nem considerou a possibilidade de candidatura conjunta do PSD e PS. Sobre a actual presidente socialista, Inês de Medeiros, diz que faz bem em recandidatar-se, mas à candidata comunista, Dores Meira, não poupa em criticas”. Por vontade de que partido surge a coligação AD – Almada Desenvolvida formada pelo PSD, CDS-PP, Aliança, MPT e PPM? Foi uma conjugação de vontades que começou há quatro anos quando se abordou essa hipótese, mas na altura não se criaram as condições adequadas para se concretizar. Agora surgiu a oportunidade de termos um projecto mais abrangente neste espaço moderado de centro-direita, para se apresentar com mais ambição aos olhos dos cidadãos. Confia que a coligação de centrodireita tem peso estrutural e eleitoral para afastar a esquerda, ou esquerdas, do poder em Almada? A AD – Almada Desenvolvida não é uma luta entre direita e esquerda. Não temos uma lógica de nós contra alguém. O que existe é um conjunto de pessoas, de partidos com uma visão programática similar, de médio longo prazo, que pode fazer a diferença com um projecto diferente

e mais ambicioso com medidas feitas a pensar nos almadenses, e ser vencedor. Sabemos que se o eleitorado que temos em legislativas votar nestas autárquicas, podemos ganhar as eleições em Almada. Nas legislativas de 2011 este espaço político teve 35 mil votos no concelho e, em 2013, quem ganhou as eleições autárquicas em Almada, com maioria absoluta, [CDU] teve 23 mil votos. Portanto, há aqui um potencial em que se a abstenção baixar e se o eleitorado que temos nas legislativas votar agora nas autárquicas, a AD é efectivamente um projecto ganhador. As ideias dos partidos que integram este projecto defendem a criação de valor, apoio sustentável à vida das pessoas, requalificação do espaço público e respeito pelos cidadãos num princípio moderado no relacionamento com o próximo. Este é um projecto feito por almadenses. Almadense, como é o seu caso. Tenho uma relação emocional e de orgulho com esta terra. Tenho 44 anos de idade e 44 anos de Almada, sendo almadense, sinto que o projecto AD pode construir algo que fique para a nossa gente e para a nossa terra. E são muitas as soluções desde a requalificação do espaço público a projectos para uma frente ribeirinha e atlântica mais desenvolvida e sustentável do ponto de vista ambiental, considerando as alterações climáticas. Sou autarca em Almada há vinte anos, e nunca fui, nem serei, em mais lado algum. Por isso quero liderar um projecto para a minha terra. Foi por isso que não aceitei voltar a ser deputado à Assembleia da República. No actual mandato, a Câmara

de Almada é governada pela coligação, pós-eleitoral, PS/ PSD. Houve alguma tentativa de entendimento para que se apresentassem juntos às autárquicas deste ano? Não. Quando assumimos um acordo de governabilidade com o Partido Socialista foi para o levar até ao fim com a mesma lealdade, com a mesma dedicação e com o mesmo espírito de serviço público; mas como é obvio o PSD tinha, e tem, um projecto que quer liderar. Ora se fui candidato a presidente da Câmara de Almada em 2017, e o objectivo do PSD, enquanto partido da AD, continua a ser terme como presidente da câmara, obviamente que não era possível fazer uma coligação com o Partido Socialista, partido que, certamente, quer que a actual presidente, Inês de Mendeiros, e recandidata, continue como presidente. Fazendo o PSD parte do actual executivo, como vai a AD fazer campanha sem fragilizar o PSD? Não temos nada a fragilizar nem criticar. Aliás, nós queremos apresentar um projecto pela positiva. Aquilo que sabemos é que Almada, ao longo de várias décadas, perdeu muitas oportunidades. Fizeram-se coisas boas, mas Almada desenvolveu-se muito menos do que devia; e muito menos no aproveitar das oportunidades que poderiam permitir alavancar a melhoria da vida das pessoas, e das empresas. Ou seja, termos mais empresas e melhor emprego, e requalificação de áreas vitais do nosso concelho. Sabendo nós tudo isto, temos um projecto para acrescentar mais valor. Portanto, vamos fazer uma campanha mostrando exactamente o nosso

caminho e as nossas propostas diferenciadas. Também vamos mostrar aquilo que começámos a fazer, porque no fio condutor deste mandato, há muitos pontos que temos em comum com o Partido Socialista. Contudo, não temos dúvidas que se fosse o PSD a liderar haveria algumas opções e outros ritmos de execução. Mas, nestes quatro anos, conseguiuse governar com estabilidade, houve convergência no decorrer de processos e encontrámos mais soluções e fizemos mais claro. Não se recupera de um atraso de mais de quarenta anos [mandatos da CDU de 1976 a 2017] num só mandato. Considera que a candidata comunista, Maria das Dores Meira, tem força para levar a CDU a recuperar a vitória em Almada? A actual presidente da Camara de Setúbal tem toda legitimidade de ser candidata a Almada, isso para mim é inquestionável. Mas acho que mal vai um partido quando usa mecanismos para saltitar de candidatura em candidatura, de município em município, e já ouvi a CDU criticar outros partidos por o fazerem. Não faz sentido a CDU, que esteve mais de quarenta anos à frente da Câmara de Almada, não encontrar personalidades com percurso político autárquico no concelho para

conseguirem protagonizar uma candidatura da coligação. Pareceme um atestado de minoridade em capacidade. Esta é a primeira prova da incapacidade da CDU ao longo de mais de quarenta anos na Câmara de Almada: nem sequer conseguiu promover gente do concelho com capacidade de liderança para ter agora uma candidatura à Câmara e, portanto, foi buscar a presidente da Câmara de Setúbal. Dores Meira até pode morar em Almada, não sei se sim, mas o certo é que durante os últimos doze anos ouvi-a muitas vezes dizer “somos Setúbal”, a mim ninguém me vai ouvir dizer outra coisa que não seja “somos Almada”. A motivação de Dores Meira em ser candidata a Almada é porque, por limitação de mandatos, não pode recandidatar-se a Setúbal. Isto é um atestado de menor capacidade aos seus camaradas e não é um bom cartão de visita para os almadenses. Como comenta o trabalho feito pela actual presidente e recandidata pelo PS, Inês de Medeiros? Foi uma pessoa que, como nós, [os dois vereadores do PSD] procurou mudar o rumo; mudar a agulha da intervenção no município e fazer mais obra de requalificação do espaço público. Foi um trabalho conjunto para


1 de Julho de 2021 O SETUBALENSE 13

Sou autarca em Almada há vinte anos, e nunca fui, nem serei, em mais lado algum DR

mudar um paradigma e, portanto, acho que procurou dedicar-se, e tem toda a legitimidade de se recandidatar. O que teria feito o PSD de diferente em Almada se fosse o partido líder do executivo municipal? Teríamos atraído mais valor para Almada. Este território tem potencialidades que não pode continuar a desaproveitar. Existe aqui oportunidade para ter mais empresas e mais emprego para alavancar a capacidade de investimento. A linha condutora do PSD sempre foi criar mais valor para investir nas pessoas, e este aspecto central também faz parte do programa AD. Não quero criar mais empresas pelas empresas, quero é criar mais valor

Se fosse o PSD a liderar a Câmara, poderíamos ter feito diferente e com um ritmo mais rápido

para gerar mais emprego e permitir que as pessoas estejam mais perto dos seus locais de trabalho, em vez de passarem horas numa fila de trânsito. Foi uma pecha do mandato não termos acelerado a capacidade de criação de valor, isso não significa falta de vontade do actual executivo, mas ao longo de 40 anos [governação CDU] muitas frentes ficaram para trás e, em 3 anos e meio, não se consegue fazer tudo de uma só vez. Mas temos a convicção que se fosse o PSD a liderar a Câmara, certamente que poderíamos ter feito diferente, e com um ritmo mais rápido. O sector da habitação pública é um dos problemas mais agudos do concelho. Aponta responsabilidades ao Governo ou ao procedimento da autarquia? Responsabilizo todos, não só neste mandato como ao longo destes mais de 40 anos. Sempre disse que não se pode olhar para o território e chutar responsabilidades para o governo central. Almada teve ao longo de muitos anos o hábito de dizer que tinha barracas porque os governos não faziam casas, que tinha bairros sociais porque os governos promoveram uma política de guetos; mas nunca se colocava como parte da solução, apenas parte da reivindicação. Considero que quando há um problema no território, mesmo que não seja competência directa da Câmara, tem de merecer a nossa intervenção e reflexão; no limite, tem de apresentar uma proposta de solução em que uma parte poderá ser feita pela Câmara e outra parte pelo Governo. Em Almada, ao longo de anos, deixouse incrementar bairros clandestinos, e uma política de guetos e de bairros sociais. A verdade é que nesses bairros há pessoas muito boas que precisam de ser apoiadas e integradas, portanto é necessária uma política de habitação e de coesão social, sustentada. A AD defende que têm de existir também soluções de habitação para jovens e de construção sustentável que permitam financiar a habitação social. Não faz sentido estarmos a pedir ao Governo para investir, apesar de ter essa missão constitucional, e a autarquia conviver com centenas de pessoas a morar em barracas sem controlar o crescimento de habitação clandestina. Tem de existir uma política de habitação e de erradicação de barracas pela positiva. Não tendo a Câmara capacidade para, sozinha, realojar todas as pessoas, quais as soluções? Ter um modelo sustentável de realojamento em que, por exemplo, uma parte pode estar linkada com quem constrói habitação para

colocar alguns fogos à disposição da Câmara, ou para habitação jovem ou mesmo para realojamento. Com isto conseguimos ter mais fogos disponíveis – temos muito poucos para as necessidades de realojamento – e, ao mesmo tempo, ter um projecto sustentável. Só para realojar as pessoas dos bairros clandestinos de barracas, a Câmara teria de gastar cerca de 60 milhões de euros, verba que para uma câmara como a de Almada significa quase três anos de investimento do orçamento municipal. Portanto, tem de existir aqui capacidade criativa e visão estratégica para criar instrumentos de concretização que não sejam exclusivamente dinheiros públicos, daí o envolvimento de promotores que queiram construir habitação no concelho, ou de empresas que queiram investir nas pessoas. A gestão da rede viária no município é um dos pelouros do PSD, na responsabilidade de Miguel Salvado. Em que ponto está este dossier? Esse é um dos temas onde, às vezes, é chocante ouvir alguma crítica da CDU que, nesta matéria, ao longo dos anos fez a política do longe da vista, em que algumas das freguesias do concelho eram quase como filhos e outras parentes afastados. Na realidade, tínhamos muitas ruas que não eram arranjadas há muitos anos, muitas delas nem passeios tinham. Chagas relacionadas com áreas urbanas de género ilegal, sem soluções. Neste mandato, e neste executivo, fez-se um plano constante de intervenção nas infra-estruturas que permitiu recuperar muito. Mas lá está, mais uma vez, não se consegue fazer em três anos e meio aquilo que não foi feito em mais de 40. As pessoas pagam os seus impostos e querem ter arruamentos minimamente dignos, com passeios e iluminação pública digna. Querem ter o máximo de limpeza. Querem ter alguns equipamentos de apoio que lhes permitam viver com qualidade. Hoje temos um Parque da Paz com 60 hectares, que aumentámos este ano em mais quase sete hectares, mas em simultâneo aumentámos a oferta com um novo parque urbano em Vila Nova da Caparica, e já estamos a preparar mais dois. São espaços urbanos, espaços verdes de enquadramento que ajudam a melhorar a qualidade de vida das pessoas. Ou seja, desde a rede viária, ao parque urbano, passando pela requalificação do espaço público, houve muita coisa que Almada não tinha feito. Ou então, quando fez, fez mal. Ainda há pouco tempo, achei inacreditável quando ouvi uma candidata dizer que queria ter o Metro

Sul do Tejo subterrâneo [Dores Meira]. Achei inacreditável porque quando foi possível que ele fosse subterrâneo, ou pelo menos ter troços subterrâneos, foi essa força política [CDU] que não quis. Depois de ter feito a asneira, sabendo que corrigi-la é praticamente impossível, do ponto de vista orçamental, e nem nunca poderia ser a Câmara a fazê-lo. Diria que é irrealista e é até sínico e hipócrita estar-se agora a propor aquilo que não se defendeu aquando da sua criação. O território concelhio é considerado sensível do ponto de vista ambiental e, sendo o pelouro do Ambiente da sua responsabilidade, o que foi feito e o que há ainda a fazer neste sector? Neste mandato temos apostado a dois níveis. Um, a educação e a sensibilização ambiental, porque é fundamental que as pessoas percebam que as alterações climáticas não são um chavão, é algo que está já no meio de nós. Por isso temos que ter políticas de adaptação, mitigação e soluções como são os parques urbanos com espaços verdes e com grandes artérias cada vez mais arborizadas que minimizem as ondas de calor urbano, que também geram efeitos para as alterações climáticas. Outra aposta é intervir no território, protegendo-o. Temos uma frente atlântica que é única, mas que está muito vulnerável aos efeitos das alterações climáticas, por isso, temos vários projectos, cada vez mais incrementados, para a monitorização da costa, para a defesa do mar, e para aumentar a capacidade e resiliência das nossas praias. Na frente ribeirinha, quando se fala, por exemplo, em reabilitar o Ginjal, que é um investimento iminentemente privado, é fundamental um modelo para que seja protegida. Estamos a falar de uma área que é galgável, a médio e longo prazo. Ou seja, Almada tem que reconhecer as suas características de espaço e as suas características naturais, tem de saber defender-se com medidas de mitigação e adaptação; por isso foi um dos municípios liderantes no Plano Metropolitano de Combate às Alterações Climáticas. E quanto a medidas mais direccionadas para as pessoas? Foram desenvolvidas medidas locais que incentivam a mudança de comportamento na questão da reciclagem. Aliás, a campanha “Almada é a tua casa”, lançada pela área do Ambiente em conjunto com a Salubridade, é exactamente para introduzir mudanças de comportamento numa óptica de um compromisso com o nosso modo de vida, mais sustentável, com mais reciclagem, com maior reutilização,

aposta na economia circular e em soluções mais sustentáveis ao nível dos recursos. É por isso que falamos também no consumo energético, em que possamos ter capacidade de gastar menos, desperdiçar menos, porque é isto que também nos leva a utilizar menos recursos e a sermos menos intrusivos sobre o nosso território e o planeta A nossa política de Ambiente tem sido: em primeiro lugar ensinar e sensibilizar; em segundo, intervir no território, identificando vulnerabilidades, identificando medidas que ajudem a melhorar, e implementar medidas que ajudem a incentivar estas práticas mais sustentáveis de vivência colectiva. Quais as principais propostas da AD para melhorar a mobilidade no concelho de Almada? Uma das questões é, exactamente, as pessoas estarem mais próximas dos seus locais de trabalho. Quando dizemos que queremos atrair mais empresas é porque queremos que as pessoas não tenham de fazer um movimento pendular tão significativo para fora de Almada. Portanto, o fenómeno da mobilidade não é só ter um sistema de mobilidade mais eficaz, é também ter um sistema de transportes públicos mais eficaz, mais articulado, e com um plano de tarifário mais racional. Uma das propostas da AD é criar hubs de empresas no concelho. São locais que criam novas centralidades. A pandemia ajudou a demonstrar que uma parte das nossas funções profissionais não precisam de ser feitas no local de trabalho, podem ser feitas à distância. Queremos implementar espaços de coworking, em todas as freguesias, onde as pessoas possam estar em teletrabalho, ou à distância, sem terem de estar sempre em casa. São espaços centrais com algumas valências, como internet e alguns serviços de apoio. Se a AD não vencer as eleições, e o PS não conseguir a maioria absoluta, está disponível para entrar num novo acordo póseleitoral? Faço a pergunta ao contrário. Se a AD ganhar as eleições sem maioria absoluta, estará o Partido Socialista na disposição de fazer exactamente o que o PSD fez neste mandato para criar condições de governabilidade para o concelho de Almada? O Partido Social Democrata e todos os partidos que envolvem esta coligação têm visão de desenvolvimento, e acreditamos que somos os melhores protagonistas para liderar este projecto. Vai depender da vontade dos almadenses, se somos nós que lideramos ou não.


14 O SETUBALENSE 1 de Julho de 2021

Desporto

VITÓRIA FC

Novo investidor já colocou dois milhões de euros na SAD do clube MÁRIO ROMÃO

“Objectivo é chegar à I Liga no máximo dentro de três anos”, afirma o empresário Ricardo Lopes Pereira Hugo André Paixão Pinto, de 34 anos, é o nome do empresário do ramo imobiliário e hoteleiro, que se apresenta como investidor da SAD do Vitória Futebol Clube. Em entrevista ao jornal O SETUBALENSE, que pode ler na totalidade na edição de amanhã, o gestor, natural de Aveiro e com vários negócios na região de Setúbal, explica as razões que o levaram a investir no clube de que é associado há quase três anos. Entre as revelações que fez na entrevista realizada na sala de imprensa do Estádio do Bonfim, em que também esteve presente o presidente do clube, Carlos Silva, Hugo Pinto avançou que o montante já colocado no Vitória “ronda os dois milhões de euros”, verba essa que permitiu obter as declarações das Finanças e Segurança Social, possibilitando a inscrição da equipa principal de futebol na Liga 3 na temporada 2021/22. Questionado sobre os objectivos que tem para o clube, o empresário foi peremptório. “A curto prazo, precisamos de organizar e profissionalizar, que é o mais importante neste momento. Ter uma estrutura em que cada elemento saiba quais são os seus objectivos, missões e necessidades. A partir do momento em que a casa está arrumada é muito mais fácil trabalhar”, disse. Sobre as metas a obter a médio e longo prazo Hugo Pinto apontou ao sucesso desportivo dentro do campo. “A médio prazo, o objectivo é só um: chegar à I Liga. Depende de nós é fazer uma equipa forte para num curto espaço de tempo, diria que no máximo de três anos, estarmos na I Liga. A longo prazo, queremos voltar

recente. Quando lhe lanço o desafio a reacção dele e a expressão que utilizou foi: “mas esse clube é muito grande!” Perguntou o que queria que fizesse e qual a função que iria desempenhar. Quando lhe expliquei perguntou se eu ia entrar e ao dizer-lhe que sim disse: “podes contar comigo”. Não pensou muito nem foi perguntar à família, aceitou na hora”.

Alexandre Santana sai do comando técnico

Hugo Pinto, de 34 anos, quer “organizar e profissionalizar” o emblema sadino

às competições europeias. Sonhar, acreditar e lutar não custa”, avançou sem rodeios. Na hora de explicar quais os factores que mais o atraíram no projecto, o novo homem forte da SAD frisou a importância da marca Vitória. “Não é todos os dias que se está ligado a um projecto destes. Já andava a estudar há algum tempo a entrada como investidores em alguns clubes nacionais. Quando surgiu o Vitória, olhámos com outro tipo de carinho e atenção. O Vitória não tem valor, é uma marca sólida que é reconhecido em qualquer canto de Portugal e até além-fronteiras”. A acompanhar Hugo Pinto e o presidente do clube, Carlos Silva, na ad-

Vamos apostar de forma muito séria na formação. Achamos que é aí que está o real valor do Vitória Hugo Pinto

ministração da SAD vai estar Francis Obikwelu. Instado a revelar a forma como chegou ao o ex-atleta olímpico, o empresário sublinhou a importância do ‘know-how’ na área. “Primeiro conheço-o já há algum tempo. Não temos uma relação familiar, mas de amizade. Quando surgiu esta oportunidade, obviamente tente juntar pessoas com conhecimento técnico que não possuo. Daí trazer alguém especialista na área do Desporto”. Sobre a forma como Francis Obikwelu respondeu ao convite, Hugo Pinto confidenciou que a dimensão do clube não foi ignorada pelo ex-velocista. “É curioso porque Obikwelu tinha sido abordado por outras entidades neste período. Foi tudo muito

Uma das principais revelações feitas pelo investidor dos setubalenses prende-se com o facto de Alexandre Santana, treinador que liderou a equipa principal sénior em 2020/21, não permanecer em funções na época que se avizinha. “Não vai ser o treinador do Vitória na próxima época. É uma saída a bem e são circunstâncias da vida, que por vezes obriga a mudar”. Neste momento, o clube está já no mercado à procura de sucessor para a equipa. Questionado sobre o perfil do próximo homem do leme, Hugo Pinto avançou que “vai ser alguém com experiência de ligas profissionais”. “Procuramos alguém que tenha a capacidade de agarrar na equipa e nos nossos jovens e potenciá-los”, disse, reconhecendo o bom trabalho realizado por Alexandre Santana e referindo que o dossier está nas mãos de Francis Obikwelu. Tal como tem acontecido nos últimos anos, a nova administração da SAD pretende apostar na prata da casa, caminho esse que tem sido seguido por muitos clubes. “Vamos apostar de forma muito séria na formação. Achamos que é aí que está o real valor do Vitória. Basta olhar para os ditos clubes grandes em Portugal e percebemos que essa é a sua fonte de rendimento. Aqui tem de ser igual”. Recordamos que na edição de sexta-feira publicamos a entrevista completa a Hugo Pinto, investidor do Vitória, em que poderá conhecer mais pormenores sobre o projecto que defende para o centenário emblema setubalense.


1 de Julho de 2021 O SETUBALENSE 15

Cova da Piedade: SAD e clube continuam de costas voltadas

No dia em que o clube tinha programado uma assembleia geral [30 de Junho] a SAD fez sair um comunicado a dar conta da “decisão de recorrer aos meios legais, a fim de obter o reconhecimento da legalidade do seu processo de inscrição, uma

vez cumpridos os critérios legais e financeiros exigidos pela Liga”. A SAD refere que “em época de tão grande dificuldade, temo-nos debatido sozinhos, no campo e fora dele” sem poder contar com a “solidariedade do presidente do clube, que sistematicamente

RUI FONSECA TREINADOR DO BREJOS DE AZEITÃO

WILSON LIMA

“Não fiquei desiludido mas orgulhoso de ter treinado este grupo de jogadores” DR

CCDBA falhou o objectivo mas alimentou o sonho da subida de divisão até à última jornada. Equipa técnica e direcção vão agora reunir para decidir o futuro José Pina O Brejos de Azeitão partiu para a última jornada do Campeonato Distrital da 2.ª Divisão com hipótese de ficar em segundo lugar que lhe permitiria disputar o playoff de promoção mas as coisas não correram bem e o objectivo não foi conseguido. Rui Fonseca, o treinador da equipa, na entrevista que concedeu ao SETUBALENSE fez o balanço da época desportiva, falou do jogo decisivo, do sonho que a equipa alimentou e da importância de ter tido no plantel jogadores com a experiência do Marco Bicho e do Paulo Catarino. O jogo decisivo com o Comércio Indústria até começou bem mas depois a equipa baqueou por completo. Como explica o sucedido? De facto assim foi. Dependíamos apenas de nós para disputar o play-off de subida, mas não conseguimos levar a melhor sobre uma equipa muito bem organizada e a praticar um bom futebol. Até começámos bem, pois estivemos na frente do marcador, mas depois o Comércio reagiu de forma muito competente e nós não tivemos argumentos para contrariar. Ficou desiludido com o que se passou no encontro? Fiquei triste com o resultado que obtivemos, mas não podia ficar desiludido com os rapazes. Eles foram notáveis ao longo destes tempos difíceis, e não só, não

fiquei desiludido, mas sim muito orgulhoso por ter sido o treinador deste grupo de trabalho que trouxe até á última jornada um sonho de subida. Foram estes jogadores que proporcionaram às pessoas do CCDBA andarem satisfeitas e sonhadoras semana após semana, e isso só foi possível, pela forma séria e de grande compromisso que os rapazes tiveram. A equipa foi alimentando o sonho da subida de divisão. Alguma vez sentiu que essa possibilidade corria perigo ou acreditou sempre que seria possível? O que o grupo de trabalho realizou tem de encher de satisfação todas as pessoas que gostam do

persistia na exigência de contrapartidas financeiras, para si e para o clube. Se já era duro lidar com os interesses externos que se movimentam na Liga e fora dela, mais difícil se torna, quando dentro da nossa casa não encontramos solidariedade e entreajuda”.

CCDBA, após os três primeiros jogos tínhamos três vitórias, para os últimos três jogos apenas conseguimos um empate. Haverá com certeza muita justificação para o sucedido, mas eu prefiro dar os parabéns aos nossos adversários ao invés de ir buscar desculpas. Dependíamos de nós, e não conseguimos, não fomos suficientemente fortes. O ingresso do Marco Bicho foi para reforçar o objectivo? O Marco Bicho foi um dos que nos veio dar uma ajuda, juntamente com o Iddy, Baguinho, Edi e Patrick, o que pretendíamos era trazer qualidade e experiência para podermos enriquecer o trabalho com a rapaziada que já cá estava.

Além disso o objectivo principal era dar uma imagem nova ao CCDBA, dar a imagem de bom futebol, de boa organização e de disciplina, para que no futuro o clube possa ser desejado por novos jogadores, e isso já está a acontecer, ainda agora acabou a época e já muito jogadores se ofereceram para jogarem aqui na próxima época. E o Paulo Catarino, que viveu um momento inesquecível no último jogo do campeonato? O Catarino tem uma história no futebol e na vida que é simplesmente linda, e eu podendo contribuir para um dos últimos sonhos dele não iria com certeza deixar de o fazer, o futebol é muito mais do que golos marcados, golos sofridos, é feito também destes momentos mágicos. Relativamente à sua importância no plantel, claro que foi importante, obviamente não tanto em campo, pois a idade já pesa e o Catarino não teve muitos minutos, mas foi muito importante no dia-a-dia, naquilo que trazia e passava aos seus colegas. Qual o balanço que faz deste campeonato? Foi uma passagem bonita do CCDBA neste final de época, mas não nos podemos esquecer do seu início, e que quando cheguei ao clube tínhamos zero pontos e com um plantel completamente desfeito, no dia em que fui apresentado quatro jogadores decidiram sair do clube em solidariedade com o anterior treinador, na semana seguinte saíram mais dois atletas, todos eles com enorme peso e qualidade no plantel. Por isso tivemos de refazer uma equipa nova, e por isso é que digo (na minha opinião) que fizemos uma excelente época. Na próxima época vai continuar no Brejos de Azeitão? Iremos agora reunir, está já agendada para o início da próxima semana uma reunião entre a direcção e a equipa técnica para decidir o que será melhor para ambos.

“O clube esteve algum tempo sem seniores, não foi fácil colocá-lo onde merece” A última vez que Trafaria disputou o Campeonato Distrital da 1.ª Divisão foi na época de 2020/2011 José Pina O Trafaria terminou o Campeonato Distrital da 2.ª Divisão em terceiro lugar após vitória obtida, no desempate por penaltis, sobre o Comércio Indústria B no jogo de apuramento para o terceiro e quarto lugar disputado no Juncal Desportos, na Moita. Para Wilson Lima, presidente do clube, o jogo que colocou o Trafaria no pódio, logo atrás do Vitória de Setúbal e Monte de Caparica “foi uma demonstração da união do grupo. Só tínhamos 12 jogadores disponíveis e dois deles [o guarda-redes e um dos centrais] fizeram os primeiros minutos nesta época. Por isso, foi uma vitória saborosa”. Quanto à subida de divisão, “depois da derrota na primeira jornada as esperanças não eram muitas mas com o espírito que este grupo demonstrou, jogo a jogo fomos ficando mais fortes e acabámos por ter um final feliz porque o objectivo foi conseguido”. Wilson Lima adiantou ao SETUBALENSE que “é um orgulho liderar este grupo de trabalho, com treinadores e jogadores que residem longe da Trafaria a fazerem um grande esforço para que este objectivo fosse alcançado. O Trafaria esteve vários anos sem seniores e não foi fácil colocar o clube no lugar que merece. Como jogador estive nos melhores momentos do clube na 3.ª divisão nacional e agora como presidente, conseguir esta proeza é uma alegria enorme”, rematou. No seu historial o Clube de Futebol da Trafaria conta com sete presenças no antigo Campeonato Nacional da 3.ª Divisão, participou em nove edições da Taça de Portugal e dez vezes na 1.ª Divisão da AF Setúbal, a última das quais na época de 2010/2011.


00:55 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:22 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:45 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 20:04 ~ 2.6 m ~ Preia-mar

ALMADA

00:48 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:16 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:41 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 19:58 ~ 2.5 m ~ Preia-mar

SESIMBRA

01:09 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:36 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:55 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 20:12 ~ 2.6 m ~ Preia-mar

SINES

SETÚBAL TRÓIA

MARÉS

01:02 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:55 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 13:56 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 20:34 ~ 2.9 m ~ Preia-mar

1647

2810

FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras; Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Dulce Soeiro, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Baptista, Célia Félix, Mauro Sérgio IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.