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Central de 200 milhões deixa Palmela na frente Acordo para investimento da LOGZ foi assinado ontem. Município diz que já ultrapassou as metas para a redução da pegada de carbono p6 MÁRIO ROMÃO
“Vamos ter uma votação melhor do que há quatro anos” José Calado Candidato do MIM/CDS/MPT em entrevista p8 e 9
O SEU DIÁRIO DA REGIÃO TERÇA-FEIRA, 20 DE JULHO DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 667| ANO III | 5.ª SÉRIE
DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO
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SETÚBAL Unidade móvel começa hoje a fazer testes à covid-19 p4 ALMADA BE apresenta diploma para a ampliação do Hospital Garcia de Orta p2
HENRIQUE FREIRE DO CHEGA “Conheço o Seixal como nenhum outro candidato” p12 e 13 PUBLICIDADE
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2 O SETUBALENSE 20 de Julho de 2021
Abertura
DR
OPINIÃO Francisco Ramalho
Incêndios florestais, vira o disco…
N
ão vamos aqui enumerar todas as causas da praga que constituem os incêndios florestais. São tantas, nem de longe, temos a pretensão de as conhecer todas. Talvez as principais sejam, desde logo, as condições atmosféricas. Altas temperaturas, ventos, etc. Claro que sempre se verificaram. Mas agora, mais incertas, frequentes e graves, devido às alterações climatéricas(AC). Mas esta não deve ser a principal. A falta de prevenção, sim. A falta de limpeza e de desmatação das bermas de estradas em locais de vegetação alta e de matas, tão comum por esse país fora, associada à irresponsabilidade de se atirarem de veículos em andamento pontas de cigarro a arder, descuidos e abusos com queimadas, o abandono dos campos devido à crise na agricultura, principalmente de pequenas e até médias explorações por falta de incentivos, de pouca rentabilidade, tudo mais ou menos relacionado com a Política Agrícola Comum(PAC) da União Europeia que privilegia as grandes propriedades, nomeadamente os latifúndios do Alentejo e Ribatejo, o crime de fogo posto por incendiários com ou sem mandantes que deve ser muito mais investigado e punido, e a não diversificação de espécies onde avulta, de longe, o eucalipto. Estas sim, são os principais rastilhos que originam o tão grande numero de incêndios. Portanto, fundamental, seria, prevenção, planeamento e uma política séria e consequente para os nossos campos e florestas. Fundamental, por todas as razões e mais esta agora da sustentabilidade do
ambiente, do país, do planeta, perante os já tão visíveis e terríveis efeitos das AC. Infelizmente, não é isso que se verifica. Veja-se, por exemplo, o caso do pinhal de Leiria. O histórico pinhal de Leiria também denominado Pinhal d`El-Rei, ou Mata Nacional de Leiria com os seus 11.080 hectares e já com oito séculos de existência e de tanta importância para os Descobrimentos (da sua madeira construiriam-se caravelas para a façanha que nos orgulha) e para a proteção de terrenos agrícolas das areias transportadas pelos ventos. No passado, durante séculos, sempre que se abatiam pinheiros, eles eram de seguida replantados. Agora, D. FernandoIII e D. Dinis, devem dar voltas de indignação nos respetivos túmulos. Se não vejamos: depois do grande incêndio de Outubro de 2017 que consumiu 86% da sua área, passados estes longos 5 anos, apenas foram replantados 11%. Aqui está refletido, nesta tão importante matéria, o exemplo, principalmente do atual Governo, mas também dos anteriores, porque poderíamos citar tantos outros exemplos. Valha-nos a boa vontade e dedicação dos esforçados bombeiros. Mas, como recorrentemente se constata, não chega. O que chegava, seriam campanhas de sensibilização da opinião pública, mais fiscalização , limpeza e manutenção das bermas de estradas com cantoneiros como no passado acontecia, punição dos prevaricadores, e políticas sérias e eficazes para este setor de vital importância. Ganhava o ambiente, a economia, o país, ganhávamos todos. Ex-bancário, Corroios
Catarina Martins reuniu com a administração do hospital
ALMADA
BE apresenta diploma esta semana para ampliar Hospital Garcia de Orta Coordenadora bloquista não especificou o tipo de diploma que vai apresentar no Parlamento O grupo parlamentar bloquista vai apresentar esta semana um diploma para a ampliação do Hospital Garcia de Orta, em Almada, sustentando a decisão com a necessidade de investimento nesta unidade de saúde que serve o dobro da capacidade prevista. “Apresentaremos ainda esta semana no parlamento um projeto, precisamente, para que haja investimento para a ampliação do Garcia de Orta”, disse a coordenadora do BE, Catarina Martins, em conferência de imprensa, no final de uma reunião com a administração do hospital. A dirigente bloquista disse que o projeto de ampliação - que existe, mas não tem início previsto - “é mui-
to importante”, já que o Garcia de Orta foi projetado para “servir uma população de 150 mil pessoas”, no entanto, atualmente recebe mais do dobro desse número. “Vivemos aqui o problema, em Almada, com o Garcia de Orta, que tem vivido, aliás, todo o distrito de Setúbal, da falta de investimentos previsto para esta região. A ampliação do Hospital Garcia de Orta não está prevista neste momento, temos um
Coordenadora do BE, Catarina Martins, reiterou a necessidade de contratar profissionais de saúde
programa de recuperação, a promessa de investimento, nomeadamente, na saúde, mas é preciso não esquecer zonas com uma enorme pressão populacional”, sustentou. Catarina Martins não especificou o tipo de diploma que vai ser apresentado na Assembleia da República. A propósito da visita a esta unidade de saúde, a coordenadora do BE reiterou a necessidade de contratar profissionais de saúde, advogando que, apesar das contratações anunciadas pelo Governo, o número de profissionais que abandonou o Serviço Nacional de Saúde (SNS) durante a pandemia foi maior. “É fundamental olharmos para a necessidade de fixação de profissionais do SNS. Acresce que há muitos profissionais a temor que foram sendo contratados e que devem ser vinculados”, vincou Catarina Martins, acrescentando que há urgência em “vincular já”.
AFE / Lusa
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CDU vai apresentar candidatos à freguesia de Pinhal Novo
A Coligação Democrática Unitária (CDU) vai apresentar na próxima quinta-feira, 22, a lista de candidatos à Junta de Freguesia de Pinhal Novo, que é encabeçada por Carlos Jorge de Almeida, actual vereador na
Câmara Municipal do Montijo. A cerimónia está marcada para as 18h30 e terá lugar na Praça da Independência, na freguesia pinhalnovense, informou a coordenadora concelhia da CDU. À Câmara Municipal de
SETÚBAL
Palmela, a CDU recandidata o actual presidente da autarquia, Álvaro Amaro, e no que toca à Assembleia Municipal repete, também, a aposta em Ana Teresa Vicente, que também lidera os destinos deste órgão autárquico.
SÉTIMA ARTE
‘Bairro das Ideias’ fomenta ligação Pinhal Novo apresenta da criação artística ao público cinema no feminino com três dezenas de eventos DR
Rua Arronches Junqueiro, juntamente com A Gráfica, acolheu terceira edição da Mostra de Artes Performativas da cidade A Rua Arronches Junqueiro, classificada como o ‘Bairro das Ideias’, foi um dos palcos escolhidos para a realização de perto de três dezenas de eventos nas duas últimas semanas, organizados no âmbito da terceira edição da Mostra de Artes Performativas em Setúbal (MAPS) com o objectivo de promover a aproximação da criação artística ao público. Juntamente com a Gráfica – Centro de Criação Artística, o centro histórico da cidade sadina acolheu, entre os dias 8 e 17 de Julho, “27 intervenções artísticas, como performances, encontros, teatro, exposições e música”, garantiu a Câmara Municipal, responsável pela organização da iniciativa. O programa para os dez dias contribuiu também para “reafirmar a MAPS no panorama nacional como um evento determinante, com o debate de temas fundamentais da actualidade que envolvem a comunidade no fazer artístico”. Exemplo disso foi o concerto do Grupo de Limpeza Urbana Musical’,
Trata-se de uma extensão do festival internacional 'Olhares do Mediterrâneo' Mário Rui Sobral
Grande novidade desta edição foi o Mini-Maps, pensado para os jovens
no passado sábado, 16, em A Gráfica, “em que trabalhadores daquele sector da higiene urbana foram equipados com ferramentas de trabalho especificamente pensadas para criar música”. Houve igualmente tempo para as “Performances do Bairro”, inspiradas no distanciamento social, que contaram “com a colaboração dos comerciantes e moradores”. A grande novidade desta edição, “que contribuiu para a criação de novos públicos, foi o Mini-MAPS, especificamente pensado para o público mais jovem, que contou com a peça de teatro "Rojo" e "A Estranha Viagem do Senhor Tonet". Patente esteve também a exposi-
"Performances do Bairro” assumiram 'controlo' da Arronches Junqueiro
ção "Blackest Dogs" em A Gráfica, assim como o ‘Bairro das Ideias’ recebeu as instalações "A.braço.te" e "Patrõa e o tempo". Do programa fez igualmente parte a dança, com destaque para os espectáculos "Viagem Sentimental # Setúbal", "Arranjo Floral", "On the road: das Sutilezas ao Jardim do Éden" e "URNA – CeAtchim! Ne Pàs! Un SssspeTaque!le". Já ao nível da música, “o evento contou com uma diversidade de concertos, tais como Huesos del Niño versus Carlota Oliveira e Museum Museum versus Tiago Hesp”. A MAPS ficou ainda marcada pela realização de momentos dedicados à “reflexão sobre a cultura”, com encontros sobre "Artivismo", "Residências e experiências" e "Projectos Colaborativos". As “Performances do Bairro” regressaram no último dia do programa, ao “ocuparem montras, varandas e janelas do ‘Bairro das Ideias’ com várias intervenções artísticas, visando a dinamização do comércio local”. O último dia terminou “nas instalações de A Gráfica, no âmbito da secção Versus da FOmE, com o concerto Branco versus Cante Alentejano, numa mistura aparentemente contrastante entre rap e o tradicional cantar do Alentejo”.
O Auditório Municipal de Pinhal Novo vai receber “uma extensão do 'Olhares do Mediterrâneo - Women’s Film Festival', o primeiro festival internacional de cinema dedicado exclusivamente à cinematografia feminina”, anunciou a Câmara Municipal de Palmela. A iniciativa arranca na próxima sexta-feira e estende-se até domingo, 25. “A programação do 'Olhares do Mediterrâneo' é retomada em 2021 com este evento, organizado pela Câmara Municipal de Palmela, que apresenta uma eclética combinação de filmes (longas e curtas metragens) das sete edições do festival”, indica a autarquia, que explica o ponto comum entre as películas que vão ser exibidas. “São filmes feitos por mulheres de países do Mediterrâneo, que demonstram a vitalidade do trabalho destas cineastas, cuja obra versa uma grande transversalidade de temas”, revela a edilidade, ao mesmo tempo que aponta o objectivo da mostra de cinema que promove. “É despertar a
curiosidade para a 8.ª edição, que vai decorrer de 10 a 14 de Novembro, no Cinema São Jorge, em Lisboa.” A sessão de abertura, pelas 20h30 da próxima sexta-feira, vai contar com a presença da directora do festival, Sara David Lopes, salienta a autarquia, que destaca do programa a “Sessão de Curtas-metragens para Miúdas e Miúdos”, com entrada gratuita. Os bilhetes para as restantes sessões têm o valor de €2,16. “I Am The Revolution”, da autoria de Benedetta Argentieri, e a curta-metragem “Monday” marcam o arranque da iniciativa na sexta-feira (20h30). Para sábado, pelas 16h00, está agendada a exibição de “When The Apricots Bloom”, de Tal Michael, além da curta-metragem intitulada “Teus Braços, Minhas Ondas”. Ainda no sábado, mas pelas 21h00, é projectada a película “Eva Wishes”, de Lisa Diaz, e a curta-metragem “Cindy”. O último dia da mostra de cinema no feminino vai contemplar, a partir das 16h00, a exibição da “Sessão de Curtas-metragens para Miúdas e Miúdos”, “The First Step”, “Claudete e o Bolo”, “Boriya”, “The Stained Club”, e “O28”. Os três dias de cinema no feminino fecham, a partir das 17h30, com “Via San Cipriano”, filme que venceu a edição de 2019, da autoria de Lea Schlude, e as curtas-metragens “Sonder” e “Gas Station”. DR
'I Am the Revolution', de Benedetta Argentieri, marca o arranque da iniciativa
4 O SETUBALENSE 20 de Julho de 2021
Setúbal
BREVES LUÍSA TODI
“Deambulações Musicais” no Fórum Municipal O Fórum Municipal Luísa Todi foi palco de um concerto da Orquestra Metropolitana de Lisboa, que veio na tarde de domingo à cidade sadina para apresentar “Deambulações Musicais”. No espectáculo, com direcção musical do maestro Pedro Neves, foram apresentadas as obras dos compositores Johann Nepomuk Hummel e Joly Braga Santos.
AMANHÃ
Rua do Mormugão interdita A Rua do Mormugão, em Setúbal, vai amanhã permanecer encerrada ao trânsito automóvel, entre as 10 e as 12 horas, devido a trabalhos de limpeza e manutenção de infraestruturas de saneamento. Em alternativa, os condutores devem utilizar a Rua Amílcar Cabral e as avenidas Independência das Colónias e da Guiné-Bissau.
FIM-DE-SEMANA
Piscinas das Manteigadas fechadas
O Complexo Municipal de Piscinas das Manteigadas volta este fim-de-semana a receber uma competição de natação, motivo pelo qual vai permanecer fechado entre sexta-feira e domingo. No local vão realizar-se os Campeonatos Nacionais de Infantis, organizados pela Federação Portuguesa de Natação com o apoio da autarquia.
COVID-19
Unidade móvel começa hoje a fazer testes à população DR
Rastreios de antigénio rápidos e gratuitos são feitos entre as 09 e as 13 horas e as 14 e as 18 horas
Custódio Pinto
O Forte de Albarquel foi inaugurado
Maria Carolina Coelho Uma unidade móvel começa hoje a percorrer o concelho de Setúbal para a realização de testes rápidos à covid-19, de forma gratuita, na população, entre as 09 e as 13 horas e as 14 e as 18 horas. Na viatura, “operacionalizada por elementos da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal”, vão ser executados rastreios “rápidos de antigénio, certificados e fornecidos pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo”, explicou a autarquia sadina em comunicado. A primeira paragem vai acontecer na Praça da República, em Vila Nogueira de Azeitão, seguindo amanhã para a Avenida Rodrigues Manito, em Setúbal, “concretamente no cruzamento desta via com a Avenida de Moçambique”. Na quinta-feira, por sua vez, “a unidade regressa a território azeitonense, desta vez à Travessa 29 de Dezembro, em Vendas de Azeitão”. Já no dia seguinte, volta a estacionar na cidade sadina, “desta vez com a dis-
Viatura é operacionalizada por elementos dos Sapadores de Setúbal
ponibilização testes rápidos a partir do Alegro Setúbal, na lateral defronte ao acesso à auto-estrada A2”. No que diz respeito ao fim-de-semana, o veículo vai estar no sábado a rastrear a população “na Avenida Luísa Todi, na zona próxima do Mercado do Livramento”, enquanto que no domingo segue para a Avenida José Mourinho, no jardim perto da Estacada do Carvão”. A primeira semana desta iniciativa termina na próxima segunda-feira, 26, na Praça da Independência, na zona do Monte Belo. O procedimento, garante a autarquia, “entre admissão, testagem e re-
sultado, é simples e demora apenas cerca de 20 minutos”. Os “interessados em realizar o teste” necessitam apenas de comparecer junto da unidade móvel num dos referidos locais. No entanto, os munícipes devem “fazer-se acompanhar do documento de identificação e fornecer o número de utente do Serviço Nacional de Saúde”. Quando concluído o processo, é emitido um “certificado de resultado negativo à covid-19”. Se detectado algum caso positivo, “a pessoa é encaminhada para o domicílio e o resultado reportado à Autoridade de Saúde Pública local”.
NOSSO BAIRRO, NOSSA CIDADE
Projecto de apoio ao sucesso escolar de dezenas de crianças recebe dez portáteis O projecto ‘Estudo Acompanhado’, desenvolvido no âmbito do programa ‘Nosso Bairro, Nossa Cidade’, com vista ao sucesso escolar de dezenas de crianças do 1.º e 2.º ciclos, recebeu uma oferta de dez computadores portáteis. Os equipamentos foram entregues por Fausto Dionísio, representante da Comissão de Trabalhadores da Volkswa-
OPINIÃO
gen Autoeuropa, no passado sábado, no Parque Verde da Bela Vista, espaço onde se concretizou o II Convívio dos Voluntários da iniciativa. A doação, que representa um investimento de seis mil e 985 euros, “foi um dos momentos altos” do encontro, onde marcaram presença “os dez voluntários que, no ano lectivo 2020/2021, deram apoio ao estudo a
23 crianças dos bairros abrangidos pelo programa”, referiu a autarquia em comunicado. “O convívio terminou com a entrega de certificados de participação e marcadores de livros” pela autarquia, e de lanches fornecidos pela Junta de São Sebastião”. No evento estiveram presentes o vereador Carlos Rabaçal e o presidente da autarquia, Nuno Costa.
Fui esquecido e não convidado para a sua inauguração. Enfim, é o que temos
O
desactivado e abandonado Forte de Albarquel, que representou uma luta de 40 anos, foi recuperado e inaugurado. A luta valeu a pena, com muitas histórias e peripécias e com a valiosa colaboração financeira da Helen Hamlyn Trust e da Câmara Municipal de Setúbal. Ambos enriqueceram o património cultural de Setúbal, cidade com uma das mais belas baías do mundo, e do País. Deixo aqui o meu desabafo, com muita tristeza e mágoa. Fui esquecido e não convidado para a sua inauguração. Já da minha luta, também de há 40 anos, da construção da piscina, fui igualmente esquecido e não convidado para a sua inauguração. Enfim, é o que temos e é a sociedade que, por vezes, ainda temos, mas até quando? Viva Setúbal
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Tenor João Mendonza apresenta “Concerto a Maria” na Igreja do Convento de Jesus
O tenor João Mendonza prepara-se para apresentar o seu mais recente projecto, “Concerto a Maria”, na Igreja do Convento de Jesus no próximo dia 31 de Julho. Pelas 11h30, o setubalense sobe ‘a palco’ do renovado espaço, acompanhado ao piano por João Romeiras. O recital,
que representa uma homenagem a Nossa Senhora de Fátima, surge no âmbito do ciclo de concertos Convento ConVida, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal. Os bilhetes para a actuação podem ser adquiridos na bilheteira do Museu de Setúbal/Convento de Jesus.
JUNTO À ESCULTURA “ZÉFIRO”
Instalação de semáforos na Avenida Álvaro Cunhal garante mais segurança aos peões DR
Sistema é activado em exclusivo pelos transeuntes que atravessem a via Maria Carolina Coelho
A Câmara Municipal de Setúbal terminou ontem de instalar um novo sistema de semáforos na Avenida Álvaro Cunhal, “numa zona de passadeira, nas imediações da rotunda
do Monte Belo”, com o objectivo de garantir mais segurança aos peões. Em comunicado, a autarquia ex-
plica que o equipamento rodoviário, colocado junto à escultura “Zéfiro”, é activado exclusivamente pelos
transeuntes que desejem atravessar a via. Para José Madeira, chefe da divisão de Mobilidade e Transportes do município sadino, “esta beneficiação assume particular importância” porque “salvaguarda a segurança rodoviária nos atravessamentos, uma vez que se trata de uma via em que, por vezes, ocorrem velocidades muito elevadas”. O sistema começou a ser montado na passada quinta-feira, 15, “maioritariamente através dos serviços municipais, com intervenções pontuais realizadas através de empreitada contratualizada”.
ONZE ESCOLAS
Espectáculo de dança e música anima crianças do concelho Um espectáculo de dança e música, aliado à literatura e ilustração, percorreu onze estabelecimentos de ensino público pré-escolar do concelho na passada semana, para animar mais de duzentas crianças. A peça “A Grande Viagem do Pequeno Mi”, criada por Madalena Victorino, Ana Raquel e Beatriz Marques Dias, contou com apresentações nos jardins de infância dos Arcos, Bairro Afonso Costa, Azeda, Viso, Amoreiras, Montalvão, Faralhão, Bela Vista, Luísa Todi, São Gabriel e Peixe Frito. PUBLICIDADE
6 O SETUBALENSE 20 de Julho de 2021
Palmela
PROTOCOLO ASSINADO ONTEM
BREVES
Central solar de 200 milhões deixa Palmela na linha da frente no pacto de autarcas
PINHAL NOVO
Paragens de carreiras da TST alteradas DR
Município já ultrapassou as metas definidas para a redução da pegada de carbono. LOGZ avança com investimento Mário Rui Sobral Quando ontem Álvaro Balseiro Amaro colocou o preto no branco já sabia que o município de Palmela estava a colocar-se muito à frente no cumprimento das metas estabelecidas no pacto (internacional) de autarcas, em matéria de clima e energia, para redução da pegada carbónica. A autarquia acabava de celebrar com a LOGZ – Atlantic Hub, na Biblioteca de Palmela, um protocolo de cooperação para mais um investimento “verde” de monta no concelho: superior a 200 milhões de euros. A construção da Central Solar Fotovoltaica de Rio Frio deverá permitir reduzir, pelo menos, a emissão directa de cerca de 133 mil e 650 toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano. “Este é mais um investimento que se insere na estratégia de combate às alterações climáticas, na qual o município tem estado muito empenhado, tirando partido das condições do território do concelho para contribuir para a estratégia nacional e para o plano municipal de energia sustentável”, disse o presidente da autarquia palmelense, Álvaro Amaro, a O SETUBALENSE, poucas horas antes de rubricar o acordo com a LOGZ. A instalar numa parte dos terrenos da Plataforma Logística do Poceirão – que “ficará ainda com muitos hectares de área disponíveis”, adiantou o autarca –, o futuro equipamento ocupará aproximadamente 133 hectares e será composto por 614,016 módulos solares fotovoltaicos de 440 Wp (watt-pico), estimando-se que apresente uma potência máxima de injecção na rede de 200 MVA (megavolt-ampère). E a produção anual prevista é de 472,500 MWh
Face a obras na rede de águas, desde ontem e até à próxima sexta-feira “as carreiras 413, 563 e 565 da Transportes Sul do Tejo (TST) não vão parar junto ao n.º 61 da Rua Gago Coutinho e Sacadura Cabral, em Pinhal Novo”, informou a Câmara de Palmela. “Em alternativa, estas carreiras vão circular pela Av. dos Ferroviários, no troço entre o café Dovari e a Rua do Fogueiro”, adiantou a autarquia.
LAU
Pavimentação de rua adjudicada (megawatt-hora), o equivalente a 1 750 horas de produção por ano. “Com mais este investimento ultrapassamos em muito as metas do pacto [internacional] de autarcas [em matéria de clima e energia], para redução da pegada de carbono”, realçou o autarca, que lembrou ainda que este parque solar, à imagem de outros igualmente já garantidos para o concelho, permite salvaguardar questões relacionadas com vertentes paisagísticas, por ter aproveitamento de plantação do solo.
Contrapartidas e criação de emprego
Além do desenvolvimento empresarial, a criação de emprego é outra das vantagens, já que, segundo Álvaro Amaro, o investimento “aponta para a contratação local”. Desde logo, prevê-se a contratação de “umas dezenas largas na área da construção” bem como para “a manutenção do espaço”, embora neste último caso “em número mais reduzido”. A estas vantagens juntam-se ainda as contrapartidas exigidas pelo município, como a pavimentação de várias vias que estão em terra batida, no acesso e na envolvente ao futuro
equipamento. “As ruas do Caramelo e do Bocage” são, entre outras, vias contempladas, que vão começar a ser asfaltadas dentro de um ano, ou seja “a contar da data de assinatura do protocolo [hoje]”, destacou o edil. A autarquia vai ainda receber, no âmbito do protocolo, 10 carregadores para automóveis eléctricos. O início da exploração da central solar fotovoltaica está previsto para o primeiro semestre de 2024, sendo que até lá são necessários alguns licenciamentos a atribuir pelas entidades competentes. O projecto resulta da parceria entre o Grupo Mota-Engil, através da sua participada LOGZ – Atlantic Hub, e o Grupo EcoDev, sediado no Reino Unido. Em Junho último, a autarquia já havia promovido a apresentação de outras três centrais fotovoltaicas – em Algeruz, Poceirão e Pinhal Novo – a construir pela empresa suíça Smartenergy, num investimento de mais de 83 milhões de euros. Dias antes já havia sido lançada a primeira pedra da Central Fotovoltaica da Quinta do Anjo, que ascende a 35 milhões de euros, da responsabilidade da NextEnergy Capital.
Com um prazo de execução de 120 dias, a pavimentação do prolongamento da Rua Joaquim Maria Afonso até à EN10, no Lau, foi adjudicada pela Câmara Municipal de Palmela pelo valor de €276.953,39. Vai ser asfaltada uma extensão de 2 415 metros de via e executadas bermas, valetas e passagens hidráulicas e sinalização horizontal. Esta foi uma das obras mais votadas no âmbito do “Eu Participo Munícipes”.
QUINTA DO ANJO
Aplicação para comércio apresentada
A Câmara de Palmela, a Junta de Quinta do Anjo e a WIINK apresentam hoje, pelas 19h30, no Salão da Junta, uma aplicação móvel da WIINK para ligar as empresas locais aos clientes através do digital. “A iniciativa é aberta a todos os interessados em saber como podem ter a sua loja na Internet”, indica a autarquia.
AUTÁRQUICAS
PSD aposta em seis independentes nos primeiros nove lugares Mário Rui Sobral Dos nove candidatos que compõem os primeiros lugares da lista do PSD à Câmara Municipal de Palmela seis são independentes e quatro são mulheres. Entre os independentes, a candidatura “Acima de Tudo Palmela”, encabeçada por Paulo Ribeiro, apresenta Vítor Caldeirinha, ex-presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, e também Luís Neto, ex-comandante dos Bombeiros Voluntários do Pinhal Novo. As escolhas, salientam os social-democratas em comunicado, representam o cumprimento de “uma promessa de abrir o partido à sociedade civil”. “Prometemos abrir as nosssa listas a independentes, pessoas sem ligação ao partido, mas que ao longo da sua vida têm contribuído, quer a nível profissional quer noutras áreas, para o desenvolvimento de Palmela”, lembra o cabeça-de-lista, Paulo Ribeiro, citado no documento. Para o actual vereador e recandidato à presidência da autarquia, a candidatura do 'partido laranja' “é composta por pessoas com provas dadas, que em muito vão contribuir para a concretização de propostas com o objectivo de melhorar a qualidade de vida das populações do concelho”. A lista social-democrata à Câmara Municipal apresenta, respectivamente, nos primeiros lugares, além de Paulo Ribeiro, Roberto Cortegano, Rita Tapadinhas (independente), Ana Assis Lobo (independente), Custódio Portásio e Carmen Moreira (independente). Seguem-se o ex-comandante dos Bombeiros de Pinhal Novo, Luís Neto (independente), Maria do Rosário Martins (independente) e o professor universitário e ex-presidente da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra Vítor Caldeirinha (independente). As eleições autárquicas realizam-se no próximo dia 26 de Setembro.
20 de Julho de 2021 O SETUBALENSE 7
Programação do Micro Fiar adiada para 2022
A edição do Micro Fiar deste ano que pretendia ocupar o vazio das ruas da vila de Palmela com arte entre os dias 23 e 25 não se irá realizar. A programação transitará na íntegra para o Fiar 2022. De acordo com Alexandre Nobre e Inês Pucarinho, da equipa Fiar, a
decisão prende-se “com o facto de a situação pandémica estar a agravar-se por todo o País. Enquanto estrutura, sentimos que a realização do evento acarreta riscos e a incerteza instalada impede o exercício das nossas funções com a tranquilidade
e planeamento necessários”. Tendo presente a importância de “proporcionar a todos o conforto e segurança necessários”, a equipa Fiar deseja ainda poder “muito em breve celebrar a cultura e a comunidade que connosco se envolve em plenitude”.
“ENVELHECER COM OS AMIGOS DE OXIGÉNIO E SOL”
Cooperativa de habitação e solidariedade social desenvolve projecto para preparar envelhecimento Aldeia do Caos é inclusiva e pioneira em Portugal Inês Antunes Malta (Texto) André Rainho (Fotografia)
Um grupo de companheiros de caminhadas, denominado Círculo de Actividades de Oxigénio e Sol (CAOS), e existente há 25 anos, decidiu criar uma cooperativa de habitação e construção e de solidariedade social para poder concretizar o “Projecto Envelhecer Com os Amigos de Oxigénio e Sol (PECAOS)”, idealizado a pensar na comunidade que o constitui. A cooperativa nasceu em Fevereiro de 2020, tem sede em Palmela e chama-se Aldeia do Caos. Com o objectivo de criar um complexo residencial, no qual as palavras-chave são “conviver e envelhecer com os amigos”, até ao momento o grupo já visitou mais de 60 terrenos, numa procura que continua a decorrer, a menos de 100 quilómetros de Lisboa, com valor limite de 500 mil euros para cerca de 10 hectares. O presidente da cooperativa, Francisco Duarte Marques, começa por dizer que “o espaço tem de ter visibilidade e de se encontrar próximo, para percorrer a pé, de uma outra aldeia, servida de transportes públicos”, acrescentando que “o projecto não é, nem poderia ser, mercantilista e pode ser uma bandeira para nós e para qualquer concelho que o acolha, porque pelas suas características e dimensão é pioneiro em Portugal”. Com sede no município palmelense, a quem estão agradecidos pela cedência do espaço da Biblioteca Municipal para realizar as suas assembleias, a equipa dinamizadora da Aldeia do Caos esclarece ainda que este “não é um projecto só para pessoas mais velhas, uma vez que todos envelhecemos desde que nascemos. Numa fase inicial há uma tendência para que seja para residentes seniores mas depois poderá evoluir para
Francisco Marques e Gabriela Acabado integram a cooperativa que pretende dar corpo ao projecto residencial diferenciado
todas as faixas etárias”. Nas palavras de Francisco Marques, os maiores obstáculos sentidos até agora prendem-se com “conseguir chegar ao contacto com autarquias e outras entidades. Não posso apresentar um terreno ao grupo sem saber se a autarquia local está de acordo. Temos recebido feedback positivo sobre o projecto mas com a posterior ausência de resposta ficamos num impasse”.
Como se constitui a Aldeia do Caos
No projecto, consta um terreno “num sítio aprazível”, polvilhado de pequenas habitações ajardinadas, “em dimensões que permitam uma tipologia T2, térreas e com alguns agrupamentos associados a círculos mais restritos de amigos”. Cada uma tem cerca de 75 m2 e dispõe de uma
sala com kitchenette, um ou dois quartos, casa de banho e arrecadação. São modulares, pré-fabricadas e eco-sustentáveis, uma vez que respeitarão “os princípios de racionalização energética, sustentabilidade ambiental e preservação dos valores naturais”. Na Aldeia do Caos, uma das principais preocupações passa pela sustentabilidade, a par da acessibilidade, para todos, e tudo está pensado ao pormenor. “Terá uma dimensão e massa populacional apelativa para motivar pequenos empresários dos diversos sectores económicos a investir na instalação de serviços que possam interessar aos residentes e à população do entorno exterior”. Serão, neste sentido, incluídos serviços como refeitório, restaurante, lavandaria, mercearia, posto médico e de enfermagem, um
salão multiusos para dinamização de actividades culturais, espaços comunitários e outros. As hortas, a zona de estacionamento, o serviço de limpezas domiciliárias e a prestação de cuidados pessoais são outras das valências previstas. A aldeia não deverá ter uma dimensão que ultrapasse a sua capacidade previsível de auto-gestão e, em primeira aproximação, uma capacidade de instalação de 150 moradias e serviços de apoio compatíveis, o que se traduz em mais de 200 pessoas entre residentes e trabalhadores, será, na procura do terreno que se encontra a decorrer, o objectivo a alcançar.
Sinergias intergeracionais entre os planos
No entender de Gabriela Acabado, também membro da cooperativa, “há que terminar com a separação entre
pessoas mais novas e pessoas mais velhas, com as respectivas conotações que normalmente lhe são atribuídas. Temos de fazer uma sinergia entre os menos novos, os mais velhos e os mais velhos ainda, e pretendemos fazê-lo, entre outras coisas, com a dinamização de actividades lúdicas e culturais e a criação de um centro de estudos a partir do qual podemos transmitir conhecimento e saberes ao sítio onde nos integrarmos”. Como sugestão apresenta ainda a realização de intercâmbios “quando existirem mais aldeias destas”. Elsa, por sua vez, entusiasta do projecto desde o seu início, conta com experiência no âmbito da segurança social e afirma ser “cada vez mais importante motivar as pessoas até ao final da sua vida para serem os mais dinâmicas possível. Isso é possível através deste projecto”.
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Entrevista JOSÉ CALADO CANDIDATO A PALMELA
“Vamos ter uma votação melhor do que há quatro anos” Cabeça-de-lista da coligação MIM/CDS-PP/MPT diz que vai reforçar a votação porque desta vez escolheu melhor os candidatos Francisco Alves Rito (Texto) Mário Romão (Fotografia) Empresário do ramo imobiliário e presidente do Bombeiros Voluntários do Pinhal Novo há uma década, aos 63 anos apresentase novamente a eleições, depois de, em 2017, ter fundado o Movimento Independente pela Mudança (MIM) e conseguido ser eleito vereador. Nasceu em Mora, rumou a Lisboa muito jovem, para trabalhar, frequentou o Curso Industrial, e aos vinte anos já era empresário. Fixou-se no concelho de Palmela há 30 anos e evolveuse na vida associativa, no folclore, CD Pinhalnovense e nas Festas do Pinhal Novo. A sondagem que O SETUBALENSE publicou recentemente indica que pode não ser eleito. Como vê essa possibilidade? As sondagens são o que são. Não penso que isso vá acontecer, penso que vou ser eleito e até reforçar os votos. Com que base pensa isso? Com base naquilo que encontro diariamente na rua, no contacto com a população e com os candidatos. Tive muito mais facilidade em ter candidatos, escolhi os melhores, da outra vez não tive essa possibilidade. Da outra vez fiz campanha cerca de um mês, os candidatos foram escolhidos o mais rapidamente possível, porque era preciso apresentar as listas. Nesta altura as coisas funcionam de forma diferente. Os candidatos são escolhidos com rigor, aqueles que entendemos que podem trazer mais-valia para as freguesias ou
para o concelho. Penso que tenho condições para ter uma melhor votação do que há quatro anos. É essa selecção que explica que algumas pessoas do início não estejam agora no movimento? Há vários abandonos, como, por exemplo, Luísa Paulino. Isso faz parte. É natural. Nos movimentos independentes, como em muitos partidos políticos, as pessoas mudam, naturalmente, e em democracia é salutar que isso aconteça. Quando a pessoa não se sente bem num movimento político, ou não está de acordo com os caminhos seguidos pelo seu líder, é natural que as pessoas saiam. Isso, na democracia, é saudável, não tem qualquer problema. Do MIM saíram umas quatro pessoas, de resto mantém-
O Departa mento de Urbanismo presta um péssimo serviço. A recolha de lixo é catastrófica
se toda a gente. Em coligação com partidos é mais fácil também apresentar a candidatura, não é preciso recolher assinaturas. Esse trabalho, da outra vez, foi muito complicado e agora houve alteração da lei em relação aos movimentos independentes. Estávamos com algumas dificuldades, felizmente as coisas alteraram-se, mas nessa altura, há quatros anos, já deu muito trabalho e agora iria dar muito mais, se a lei anterior se tivesse mantido. Foi por essa razão que se coligou com partidos? Para simplificar a possibilidade de ser candidato? Sim. Quando nós vimos que a lei tornaria mais difícil a nossa candidatura, a presidente da concelhia do CDS em Palmela telefonou-me e disse-me que gostaria de falar comigo. Se a lei que se fez em Agosto do ano passado não fosse revogada, para concorrer às juntas de freguesia, Assembleia Municipal e Câmara municipal, tínhamos de fazer cinco movimentos independentes. Era impossível concorrer nessas circunstâncias. Mas concorrer com partidos não desvirtua a génese da sua actuação como movimento independente? Chegou a criticar o sistema e os partidos. Não. Como estava a dizer, a presidente da concelhia do CDS ligou-me e, sabendo das circunstâncias em que estava e as dificuldades que havia para concorrer, com a lei que existia, disse-me que estava disponível para colaborar connosco, no sentido de nós podermos participar em todas as freguesias, com o apoio do CDS, mas que respeitava a nossa
total independência. Como deve ter reparado, na nossa campanha publicitária, nos outdoors principalmente, o que encontra é praticamente um MIM com o apoio do CDS. O CDS também tem valores e também traz alguns elementos que vão concorrer na nossa lista. Mas a independência vai manter-se totalmente, tal como era anteriormente. Não vai ser beliscada de maneira nenhuma. Álvaro Amaro, quando se lhe pergunta, sobre os movimentos independentes diz que há pessoas que têm sede protagonismo, que há interesses”… Mas será ele que tem sede de protagonismo ou sou eu? Se ele diz isso, ele também é candidato de um partido político. Se calhar também tem sede de protagonismo. Sente que estas acusações são dirigidas à sua candidatura? Provavelmente são dirigidas à
minha candidatura, mas também podem ser dirigida à outra candidatura independente. Pode ser dirigida a qualquer um. O senhor presidente da Câmara, Álvaro Amaro, tem toda a liberdade para fazer as críticas que entender; se eu quiser, também posso fazer e já lhe tenho feito muitas. Isso é democracia. Aceito perfeitamente qualquer tipo de crítica, desde que seja dentro da razoabilidade. Quando se candidatou pela primeira vez, era o único candidato independente; agora, como já referiu, há um outro, Carlos de Sousa. Não receia que esta outra candidatura possa ocupar o espaço que inicialmente era seu? Não, de maneira nenhuma. Aliás, o Carlos de Sousa esteve no MIM durante um ano. As coisas não aconteceram porque ele tem uma perspectiva diferente daquilo que quero para o concelho. Ao
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Veja a entrevista completa, em vídeo, no site ou nas redes sociais d'O Setubalense
longo desse tempo, chegamos à conclusão de que o melhor era cada um seguir a sua candidatura e foi isso que aconteceu. Em democracia é salutar. Como vê estes quatro anos de actividade do MIM e dos seus eleitos? O que é que Palmela ganhou em ter, por exemplo, um vereador do MIM? Ganhou muita coisa. Chamadas de atenção sobre várias situações do concelho com que não estávamos de acordo e que era preciso melhorar. Ganhou uma análise, propostas e ideias diferentes na Câmara Municipal. Dou-lhe o exemplo da viatura da prestação de serviços de cuidados médicos que foi inaugurada há pouco tempo, que foi o MIM que propôs à Câmara Municipal. Todo o apoio que foi dado, nestes últimos anos, aos bombeiros, foi, por norma, o MIM que pressionou para que isso acontecesse. Ultimamente temos
pressionado a Câmara por causa da limpeza dos espaços públicos e da recolha dos resíduos. Temos feito aquilo que é possível a quem tem um vereador. Temos lutado o máximo possível para termos um concelho melhor e para que as pessoas possam ter qualidade de vida. Sobre a limpeza do espaço público, já referiu que “chegámos a um estado caótico”. É assim tão mau? É. O espaço da Freguesia de Pinhal Novo ou na Freguesia da Quinta do Anjo, naqueles espaços verdes e principalmente na zona rural. O que se encontra é catastrófico, uma calamidade autêntica. O presidente da Câmara diz que isso se justifica pela dimensão geográfica do concelho e também porque as pessoas não cumprem o seu dever e colocam os monos de qualquer maneira. Não é apenas isso? É responsabilidade municipal? Eu preferia que o presidente da Câmara enfrentasse as coisas e as resolvesse, que não viesse constantemente, quando há um problema qualquer, com uma desculpazinha aqui outra acolá. Aliás, ele é muito hábil nesse aspecto. Por isso, preferia que ele enfrentasse as coisas quando lhe são propostas e resolvesse os problemas. A higiene e limpeza é uma área que está atribuída a um vereador da oposição. Responsabiliza mais a CDU ou o PS? Responsabilizo os dois. Se é uma área que não está a ser tratada como deve ser, os vereadores que têm os pelouros dessa área são os dois responsáveis por não estarem a fazer um trabalho em condições para darem qualidade de vida às populações. Porque é que esse trabalho está a falhar e como pode ser melhor? Pode ser melhor de várias maneiras. Já apresentei propostas em reunião de Câmara, como a possibilidade de fazer um protocolo com a GNR, para se fazer uma fiscalização mais “em cima”, para se poder acabar com esse problema. Penso que a GNR traz uma postura diferente à fiscalização das pessoas que não deviam colocar esses monos de lixo em locais que não são permitidos. Álvaro Amaro diz que a GNR vai participar mais nessa fiscalização. Essa foi uma sugestão do MIM. Se o presidente aceita, está de parabéns porque não aceita muitas coisas, mas algumas vai aceitando e isso já é bom. Essa era uma das situações. Outra coisa era existir
mais publicidade, indicando os locais onde se faz a recolha ou haver mais locais de recolha de lixo. As pessoas, normalmente, atiram os monos para o lado do caixote. Se houvesse mais locais de recolha de monos, a situação teria tendência a resolver-se. Tem sido também muito crítico do funcionamento do Departamento do Urbanismo. Diz que “presta um mau serviço”. Neste mandato, houve melhorias ou não? Não. Presta um péssimo serviço ao concelho. Sei até que há empresários que tem dificuldade quando precisam de qualquer documentação para poderem investir no concelho. O urbanismo funciona tão mal que basta ver as dificuldades que os empresários que estão a contruir em Vale Flores. Para terem energia elétrica tem que ser com geradores, e trabalham com geradores há anos. Há prédios que estão prontos e as pessoas não podem habita-los porque não têm eletricidade. Isto é prestar um bom serviço aos empresários? Não é. Que responsabilidade tem a Câmara nisso? Acho que tem toda, ou o Pinhal Novo não pertence ao município de Palmela? Ou Vale Flores não está no município de Palmela? Se calhar, quando receberam os dinheiros das infraestruturas, se tivessem feito tudo… Como sabe essa urbanização foi de uma empresa que entretanto faliu. A infraestruturação tem vindo a ser feito pela Câmara inclusive os PT para a electricidade. As poucos vai fazendo e atrasado, muito atrasado. E como podia melhorar o serviço de urbanismo? Temos que ter técnicos em quantidade e em qualidade. Isso é importantíssimo, é o caminho a seguir. Há câmaras municipais, à nossa volta, que, qualquer tipo de projeto que se entregue, ao fim de uma semana as pessoas estão a ser contactadas para lá ir e tentar rapidamente resolver. Na câmara de Palmela entrega-se o projeto e ao fim de meses é que se chamam as pessoas para poder avançar e depois demora. Até para fazer uma simples casa demora um ano e meio, às vezes, dois anos para as pessoas conseguirem tirar o alvará. O município apresenta o Gabinete de Recuperação do Centro Histórico como exemplo de que há áreas desse departamento que funcionam bem. Reconhece? Tem feito algumas coisas, se calhar
A viatura da prestação de serviços de cuidados médicos, inaugurada há pouco tempo, foi proposta do MIM
podia ter feito muito mais. Por exemplo, há críticas em relação às obras do castelo e acho que ai o acompanhamento não foi muito bem feito. Quais são as linhas principais do seu programa para estes quatros anos? Essencialmente alterar e preparar o urbanismo para que possa responder aos municípios e às empresas. Isso é importantíssimo para desenvolvimento do concelho. Depois a recolha do lixo, que é uma situação que tem que de ser resolvida urgentemente. Porque os visitantes ficam com má imagem do concelho. Podemos fazer muita campanha publicitária, mas quando as pessoas nos visitam e encontram o estado em que está o concelho, vai tudo por água abaixo. Não sei se há mais alguma coisa que queira destacar do seu programa? O nosso programa vai sair em breve, com muitas novidades de apoio à terceira idade e aos jovens, e mais apoio à Proteção Civil no concelho. A Câmara não é das que apoia pior os bombeiros mas é preciso apoiar um pouco mais porque, actualmente, dá para fazer a gestão corrente, mas não chega para a renovação da frota, principalmente para combate de incêndios florestais e urbanos. Estamos com carros com 20 e tal anos, precisamos de outro tipo de apoio para podermos, aos
poucos, ir renovando essa frota que é importante para garantir a segurança dos cidadãos do concelho de palmela. Há quatro anos teve menos votos nas freguesias mais rurais. Como procurou enfrentar isso desta vez? Melhorámos os candidatos nessas zonas rurais. Por acaso no PoceirãoMarateca temos uma candidata que é presidente do rancho folclórico, está muito ligada ao meio rural e penso que vamos melhorar a votação. Em Palmela temos a Linda Oliveira, que é a actual tesoureira da Junta de Freguesia, que está a fazer um bom trabalho. Penso que também ai vamos melhorar na votação. No Pinhal Novo espero melhorar também. No Pinhal Novo ultrapassou os 10%. Acha que ainda é possível subir essa fasquia? Acho que é possível subir. A minha perspetiva é que vamos melhorar o resultado na votação Como vê o facto de haver tantos recandidatos? Os principais partidos e também o MIM, apresentam as mesmas figuras. Que significado é que isto tem? Não sei. Acho que todos querem contribuir para o desenvolvimento do nosso concelho. É a democracia a funcionar. E a quantidade de candidaturas, terá alguma relevância? Vai ser um ano diferente, sim. Serão à volta de nove forças políticas a concorrer para nove lugares no executivo. Vai ser complicado, vai-se dividir o eleitorado. Mesmo aqueles que vão ter poucos votos sempre tiram votos. O José Calado já disse que, neste quadro, é possível haver maioria na Câmara só com dois vereadores. Não tenho dúvidas. Estou convencido que vai acontecer isso e que com dois vereadores é possível ser presidente de Camara. Estou convencido até que vai acontecer isso. Se não houver uma maioria absoluta, sendo eleito está disponível para ajudar a fazer um executivo maioritário? Depende. Da outra vez cheguei a ser convidado também para participar no executivo e não aceitei, porque não chegámos a acordo. Depende das circunstâncias. Vamos ver quem ganha as eleições, depois o que propõe para o MIM poder participar no executivo. Apoio à produção: Adrepal - Espaço Fortuna, Artes e Ofícios
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Seixal
“O Lugre” encenado por Maria João Luís sobe ao palco já quinta-feira
O Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal vai receber, de 22 a 24 e de 29 a 31 de Julho, a peça “O Lugre”, levada à cena pelo Teatro da Terra. Joaquim Santos, presidente da Câmara Municipal do Seixal, valorizou "o trabalho de excelência do Teatro da Terra, agora residente no concelho do
Seixal, com mais esta peça de teatro que todos devem ver". A peça, escrita em 1959 por Bernardo Santareno e com encenação de Maria João Luís, versa a pesca do bacalhau, praticada com regularidade a partir do século XV no Atlântico Noroeste até aos nossos dia,
MENOS 2 MILHÕES NOS COFRES DA CÂMARA
23 A 25 DE JULHO
Autarquia mantém redução de 20% na tarifa da água, saneamento e resíduos sólidos DR
Ocupação de espaços públicos isenta de taxas, e mais de 800 mil euros para apoios a associações locais
Humberto Lameiras
José Augusto A Câmara do Seixal decidiu manter a redução em 20% da tarifa integrada de água, saneamento e resíduos sólidos urbanos, por um período de mais três meses, dadas as condições difíceis vividas por muitos agregados familiares impostas pela pandemia. Esta prorrogação visa também apoiar a economia local, que tem sido “bastante lesada” financeiramente pelas mesmas condições. Com isto são dois milhões de euros que deixam de entrar nos cofres da autarquia, em favor das famílias e do tecido económico do concelho. A decisão foi aprovada na reunião de câmara de 14 de Julho, presidida pelo vereador Joaquim Tavares, na ausência do presidente Joaquim Santos, onde foi também aprovada a resolução de manter a isenção de taxas por ocupação de espaços públicos, pelo menos, até 30 de Setembro. O Seixal “tem água de excelente qualidade” e a tarifa de água e saneamento e resíduos “mais baixa das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto”, referiu na altura Joaquim Tavares. Contudo, diante da realidade da covid-19, “que tem imposto dificuldades acrescidas às famílias e às actividades económicas", o executivo entendeu ser seu "dever prolongar esta redução”, acrescentou. Na mesma reunião, o executivo aprovou o Plano de Mobilidade e Transportes do Concelho do Seixal, instrumento de planeamento que “permitirá orientar as políticas de investimento público local e central na área da mobilidade”, refere a autarquia em comunicado. Foi também aprovada a “abertura do procedimento para a aquisição de serviços de fornecimento de refeições escolares, a
Amoroso comemora centenário com viagens no Tejo
Entre várias matérias, os eleitos aprovaram o Plano de Mobilidade e Transportes do Concelho do Seixal
serem confeccionadas nos refeitórios dos jardins de infância e escolas do 1.º ciclo da rede pública do concelho, para o ano lectivo 2021-2022”, acrescenta o mesmo documento. Em matéria de apoios financeiros, foi aprovada a atribuição a várias colectividades, assim, a Casa do Educador vai receber um novo montante de 200 mil euros a serem canalizados para a construção das instalações da Universidade Sénior, no Fogueteiro, igual
montante, e também não o primeiro, foi dirigido ao Clube Lobatos Volley, que serão apontados para a construção do Pavilhão Municipal Cidade de Amora. Por sua vez a Sociedade Filarmónica União Seixalense foi considerada com 83 mil euros para atender às obras na sua sede social. O Clube de Canoagem de Amora e a Associação Naval Amorense receberão também novas comparticipações, no valor de 150 mil euros cada, para tornarem realidade
o Centro de Canoagem de Amora. Quanto à Animateatro, foi contemplada com 22 mil euros, destinados a custear a montagem de espectáculos, a programação e acções de formação. Na mesma reunião foi ainda aprovado o programa Seixal Férias – Ajudar e Vacinar, abertos a jovens participantes do Movimento Associativo que estejam dispostos a dar uma ajuda nos três centros de vacinação em funcionamento no concelho.
Homenagem Prémio Eufrázio Filipe O presidente da Câmara Municipal do Seixal, eleito nas primeiras autárquicas a seguir ao 25 de Abril de 1974, vai dar nome ao Prémio Literário e de Estudos Eufrázio Filipe. O objectivo é “impulsionar a publicação de obras de ficção e de estudos locais, com prémios de 5 000 e 2 500 euros respectivamente”, firma o documento aprovado na reunião pública da passada semana. A escolha do nome Eufrázio Filipe, levantou uma certa polémica, com Eduardo Rodrigues, da bancada do PS, a afirmar estar de acordo com
a instituição do prémio, mas a questionar sobre quais os critérios que subsistiram para a escolha do nome. “Há outras pessoas do município que também mereciam dar o nome ao prémio, como o Manuel Lima, Joel Lira ou Manuel Pires. Acontece que Eufrázio foi presidente da Câmara e é do Partido Comunista. Portanto, terá sido esse o critério. Por que não escolher o nome através de uma consulta popular”, inquiriu. Também Manuel Pires, vereador independente - eleito pelo PSD mas que perdeu a confiança do partido -, levantou
algumas dúvidas sobre o regulamento do prémio e a discrepância dos valores dos prémios atribuídos aos vencedores. Em defesa da designação do prémio, o vereador comunista Joaquim Tavares, que dirigiu a reunião, lembrou que “Eufrázio Filipe foi presidente num período difícil, tendo contribuído para a afirmação e consolidação da democracia. Além disso, tem um percurso literário e político de significativa importância”, e concluiu: “Por conseguinte, achamos por bem escolher o seu nome”.
O varino Amoroso, a maior embarcação tradicional ainda a navegar no Tejo, comemora este ano o seu centenário. Propriedade da Câmara do Seixal, a ‘passagem’ do tempo está a ser assinalada nomeadamente com passeios a bordo. As próximas viagens pelo rio estão marcadas de 23 a 25 de Julho, das 10h00 às 11h00, obrigando a inscrições no site da autarquia. Este barco é considerado um guardião da memória colectiva das comunidades ribeirinhas do Tejo e um dos maiores símbolos do concelho. "É muito importante preservar e divulgar a história e as memórias dos nossos antepassados, pois constituem legados para as novas gerações", comenta o presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos. A história do varino Amoroso e aquilo que este representa “vai muito além dos relatos sobre um barco que sulcou as águas do Tejo, regendo-se pelas suas marés, ao longo de 100 anos. Trata-se de um símbolo único do património flúvio-marítimo e um verdadeiro guardião da memória colectiva das comunidades ribeirinhas da região, assumindo-se como um verdadeiro embaixador do Seixal, sendo a embarcação tradicional de maior porte actualmente em actividade”, recorda a autarquia em comunicado. “Comemorar este centenário é um tributo a um meio de transporte que, durante séculos, foi o sustento das gentes que fizeram deste estuário o seu modo de vida, gentes cujas vidas se confundem e foram marcadas pelas cadências do Tejo e pelas vivências por este propiciadas”, acrescenta o mesmo comunicado. Construído em Abrantes em 1921, a embarcação passou por cargas e descargas, e hoje navega pela Baía do Seixal.
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Entrevista HENRIQUE FREIRE CANDIDATO AO SEIXAL
“Conheço o concelho como nenhum outro candidato” O Chega diz que vem mudar o paradigma político nacional e autárquico. Confia que vai eleger um vereador no Seixal José Augusto Henrique José Livreiro Viçoso Freire nasceu em Grândola, a 3 de Junho de 1971. Aos 7 anos os pais fixaram residência no concelho do Seixal, pelo que é seixalense há 43 anos. Aos 21 anos ingressa no corpo de Paraquedistas e de seguida opta pelos quadros da Guarda Nacional Republicana. Em 1998 ingressa na Câmara Municipal do Seixal onde desempenha várias funções: Fiscalização Municipal, Desenvolvimento Social e Cidadania, Habitação e Divisão Jurídica, onde actualmente exerce funções. Licenciado em Direito e em Psicopedagogia Curativa, foi aluno do presidente do Chega, André Ventura, na faculdade. É conselheiro nacional do partido, presidente da Mesa da Assembleia do Distrito de Setúbal e Coordenador do Núcleo do Seixal. Tem uma parceria com o “Seixal Clube 1925” onde, utilizando técnicas de Psicopedagogia Curativa, lida com os atletas mais jovens. Diz-se habilitado a produzir um retrato bastante fiel dos problemas, dos desafios e das expectativas que se colocarão aos futuros eleitos do Poder Local nas eleições Autárquicas 2021. O que o move para aceitar o desafio de se candidatar à presidência da Câmara? Procurar marcar a diferença, pois conheço o concelho como as minhas mãos. Senti essa necessidade porque acho, francamente, que é possível fazer melhor. Vemos que, no nosso concelho, há freguesias esquecidas, e outras que são protegidas. Garantidamente, como
disse, conheço o concelho como nenhum outro candidato, conheço os problemas e as necessidades das várias freguesias. Penso no quadro de uma linha de intervenção, que é a qualidade de marca do nosso partido. Portanto, o Chega poderá fazer a diferença. Em que bases assenta a campanha do Chega? Na ideia de que é preciso mudar o paradigma político. As populações trabalham para os políticos e não o contrário. Há muitos anos que estas funções estão invertidas. A população tem dificuldade em chegar a quem gere a Câmara Municipal. Nesse aspecto, há dificuldades sociais e empresariais. Ainda que o concelho seja populoso, há maneira de ouvir as pessoas. Estamos, agora, na fase do alcatrão, sem tempo para ouvir os munícipes. E estes não poderão continuar a ser atendidos apenas a 6 ou 7 meses antes das eleições. Qual é o suporte ideológico do Chega? É saudável, sem fantasmas, nem hipocrisias. Os componentes dos grupos de trabalho no concelho têm idades compreendidas entre os 24 e 66 anos, são pedreiros, professores universitários, bombeiros, licenciados em filosofia, empresário de animação e da restauração, contabilistas, exmilitares, tradutores… Ou seja, estamos perante uma panóplia que abrange praticamente todas as profissões. Em termos institucionais, somos liberais, conservadores e nacionalistas. Somos um partido não racista, nem xenófobo, nem fascista, nem homofóbico. Não nos identificamos com rótulos. Somos
cidadãos normais, integrados em famílias normais. Os rótulos são uma manobra de diversão para iludir os mais distraídos. Que modelo de desenvolvimento advoga para o Seixal? Defendo um modelo sustentado, mas primeiro é preciso saber qual a situação financeira da autarquia, embora saibamos que se debate com constrangimentos orçamentais. Apostaríamos no investimento privado, na capacidade de atracção de empresas que proporcionem a criação de postos de trabalho, sem cedências a clientelismos. Apostaríamos na redução para metade do Imposto Municipal sobre Imóveis, numa primeira fase, até à sua completa extinção. Claro que seria preciso mudar a lei, pois actualmente a redução só pode avançar até os 3%. As empresas que se queiram sediar, terão isenção
Apostaríamos na redução para metade do Imposto Municipal sobre Imóveis, numa primeira fase, até à sua completa extinção
de taxas nos primeiros três meses, bem como as lojas de rua e outras, que ficarão eximidas das taxas de ocupação de espaços públicos. Que razões encontra para tão longa permanência da CDU ao leme do município? Na verdade, é uma gestão que vem desde o 25 de Abril [primeiras eleições autárquicas em 1976], portanto, com tempo de construir um concelho seguro e agradável para nele se viver. Arrentela, por exemplo, carece de outra imagem da sua marginal, há estradas dos Foros de Amora à Verdizela que parecem abandonadas, nas vias de circulação desta última parecem surgir, a todo o instante, crateras da lua. Tem havido desperdício com certas zonas verdes, enquanto outros espaços nas freguesias parecem esquecidos. Não se pode dizer que a gestão da autarquia tenha sido 100% negativa, mas muita coisa tem sido esquecida. Quero dizer com isto que há ainda muito trabalho pela frente. A permanência tem a ver com uma tendência histórica do País, em que
o PCP sempre esteve presente nas autarquias. Todavia, as pessoas vão percebendo que há outras opções políticas, que há pessoas com outras capacidades e outros tipos de estratégia. A aplicação destas ideias faz parte da nossa maneira de pensar. Por isso, o nosso partido prima pela inovação, equidade na escolha das opções e da estratégia. O Chega veio mudar o paradigma político nacional e, seguramente, tal se reflectirá nas autárquicas. Se for eleito, e em posição de tomar iniciativas, quais lhe parecem as mais urgentes? Uma análise da segurança, um levantamento das necessidades das micro, pequenas e médias empresas. Estudar as necessidades prioritárias das freguesias e da população que nelas reside. Em termos de realizações, qual o sonho que o alimenta, mesmo que hoje lhe pareça irrealizável? O Hospital no Seixal, torná-lo uma realidade. Requalificar a Baía com gastos mínimos, recorrendo ao investimento privado. Recuperar o núcleo histórico do Seixal e trazer
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SEM MEMÓRIA NÃO HÁ FUTURO
A eleição de um vereador seria um bom resultado. Acreditamos que chegaremos aos 8%. É uma opinião ponderada e sem muita euforia
uma rota turística para a cidade. O Seixal possui uma enorme potencialidade turística, embora tema que possa converter-se muito depressa num dormitório. A história e a arquitectura da parte antiga do Seixal são um verdadeiro diamante. Que lhe parece necessário para desbloquear a construção do hospital? Tem que haver uma união política, uma pressão junto das entidades competentes. É certo que existe má vontade política. Por muitas justificações que nos dêem, não vejo qualquer razão que impeça o início da obra. O Hospital no Seixal é um bem de primeira necessidade. Em que nível estão as relações institucionais do Chega com a CDU? Quando me candidatei, e até porque sou funcionário da Câmara Municipal do Seixal, achei correcto informar, pessoalmente e não por qualquer outro meio, o presidente da autarquia [Joaquim Santos] da minha candidatura. A votação na CDU e no PS, 36,54% e 31,44%, respectivamente, nas
autarquicas de 2017 no Seixal, não o assusta? De maneira alguma. Este é um desafio a que nos propusemos. No entanto, temos plena consciência do caminho à nossa frente, dos obstáculos e dificuldades. Somos a formação política que menos gasta em propaganda. Mas partimos todos juntos para a campanha, estamos na mesma corrida, se bem que com os pés bem assentes no chão, plenos de sensatez e espírito de missão. Estamos a dar tudo o que nos é possível, temos um grande grupo de trabalho, reunimos todos os sábados e observamos uma grande homogeneidade interventiva. O que seria para a Chega um bom resultado no Seixal? A eleição de um vereador seria por nós considerado um bom resultado. Acreditamos que chegaremos aos 8%. É uma opinião ponderada e tomada sem muita euforia. Está realmente assim tão optimista? Sou um conhecedor da realidade autárquica, ouço conversas de corredor, observo manifestações de desagrado. Noto um certo desconforto em certas áreas da autarquia, algumas divisões. Seja como for, podem contar comigo para encontrar soluções, podem contar com a minha total disponibilidade para ouvir individual ou colectivamente. Se for eleito, o que poderão esperar de si os trabalhadores da autarquia? Comprometo-mo a ser parte da sua voz e da sua visão. Independentemente do resultado eleitoral, continuarei a ser um deles, um transmissor e defensor das suas reivindicações.
Pelos calabouços da ditadura passaram 1755 mulheres DR
O relevante papel das mulheres portugueses no combate à ditadura fascista José Augusto
O livro “Elas Estiveram nas Prisões do Fascismo”, lançado pela URAP – União de Resistentes Antifascistas Portugueses, foi apresentado na tarde de sábado, na Sociedade Filarmónica Operária Amorense. A obra pretende “dar uma contribuição para, como é de elementar justiça, resgatar de um relativo esquecimento o relevante papel das mulheres portugueses no combate à ditadura fascista”, lê-se na contracapa. E continua: “Na verdade, bem se pode afirmar que sem a coragem, a firmeza e a tenacidade de tantas e tantas mulheres, bem diferente, porque menos amplos e vigoroso, teria sido o processo de resistência ao regime de Salazar e Marcelo Caetano”. O livro “é dedicado às mulheres portuguesas que, em tempo de medo, silêncio e opressão, contribuíram com palavras e actos de resistência para construir o caminho solidário para com a liberdade e democracia”. Ao todo, foram 1 755 as mulheres que passaram pelos presídios fascistas. A obra inclui uma lista com o nome de todas elas, bem como a respectiva data de nascimento, naturalidade, profissão, residência e datas de entrada e saída da prisão.
Elas escondiam as lágrimas
Marília Vilaverde Cabral, dirigente nacional da URAP, saudou a mulheres que “participaram em numerosas lutas, sociais, sindicais ou laborais”, mesmo na clandestinidade, sabendo que estavam sujeitas ao “sofrimento e à tortura”. Mais: “O esforço que elas faziam para esconderem as lágrimas para que o inimigo não as visse chorar”. Na verdade, continuou Marília Vilaverde, estavam reduzidas à condição de “fada do lar”, viam-se discriminadas no “plano social e político” e até o “acesso a várias profissões lhes era negado”. Mesmo assim, foram criando as suas organizações, como o Movimento Democrático das Mulheres, “ainda hoje muito activo porque há muito caminho
Marília Vilaverde Cabral saudou a mulheres que participaram na lutas
a percorrer”, como o direito a “um salário igual para trabalho igual”. A oradora lembrou batalhas antigas travadas pelas mulheres, como a Luta do Leite, na
Há muita coisa escrita sobre o tema, mas este é o livro que faltava (...) as mulheres continuam as primeiras a serem sacrificadas, as primeiras a serem despedidas Manuela Calado
Madeira, em 1956, à qual a “PIDE respondeu com muitas prisões”, ou as lutas estudantis e pela paz. Lembrou, ainda, o concurso de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta, autoras das “Novas Cartas Portuguesas”, obra saída em Maio de 1971, para a libertação social das portuguesas. A concluir prometeu que as mulheres “continuarão a lutar para que o fascismo nunca mais volte à nossa terra”.
O livro que faltava
Por seu turno, a vereadora Manuela Calado, em nome da Câmara do Seixal, salientou que “há muita coisa escrita sobre o tema, mas este é o livro que faltava”, ao mesmo tempo que elogiou a “luta das mulheres, enquanto mães, esposas ou trabalhadoras, por um país mais livre e com mais direitos”. Contudo, as “mulheres continuam as primeiras a serem sacrificadas, as primeiras a serem despedidas”. Seja como for, a vereadora acredita no êxito da luta dos homens, mulheres e jovens, porque “esta é também uma luta pelas gerações futuras, uma luta que tem de ser de todos”, A sessão abriu com um filme baseado em pequenas entrevistas a mulheres que estiveram presas, resistindo à violência fascistas da tortura do sono ou da estátua, tendo como único apoio o sonho pela liberdade.
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O SEGREDO DAS CARTAS TARÓLOGO e ASTRÓLOGO FRANCISCO GUERREIRO
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CARNEIRO 21.03 a 20.04 No plano amoroso – não deixe que fantasmas prejudiquem a sua relação atual, mostre-se entusiasmado com o seu parceiro e verá todos os seus sentimentos consolidados. No plano profissional – momento ótimo em que terá inspiração aliada á concretização dos seus projetos. Carta da semana – O SOL – esta carta mostra que terá as energias que precisa para se manter forte e otimista. TOURO 21.04 a 21.05 No plano amoroso – se tem alguma relação pendente ou mal terminada, é altura indicada para esclarecer os mal entendidos e arrumar o assunto de uma vez por todas. Se chegar á conclusão que a relação terminou reserve um tempo para si, mas não se feche ao amor. Viva a vida de uma forma alegre e descontraída. No plano profissional – terá algumas decisões importantes a tomar mas sentir-se-á confuso, por mais que lhe custe deve esfriar a cabeça para que consiga tomar decisões. Carta da semana – O AMOROSO – esta carta mostra que esta semana sentirá uma forte insegurança. Confie na sua intuição para conseguir tomar decisões. GÉMEOS 22.05 a 21.06 No plano amoroso – se está interessado em alguém aconselha-se que se aproxime dessa pessoa de forma prudente e só vá mais longe se essa pessoa lhe enviar algum sinal de consentimento. Não invada o território da pessoa de forma brusca. No plano profissional – esta semana talvez a rotina se altere e terá de fazer algum trabalho extra, isto devido ao grande afluxo de trabalho. Carta da semana – A PAPISA – esta carta mostra que a semana corre muito bem, mas deverá estipular muito bem todos os passos que tem para dar. CARANGUEJO 22.06 a 22.07 No plano amoroso – está muito seguro de si o que fará com que alcance progressos neste plano. Provocará bem estar em todos os que se aproximem de si. No plano profissional – vai realizar os seus projetos pessoais. Faça investimentos. Carta da semana – O IMPERADOR – esta carta mostra que esta semana estará com energias que farão com que seja bem sucedido em todos os planos. LEÃO 23.07 a 23.08 No plano amoroso – dias de intenso romance, de proximidade, o que o fará muito bem disposto e alegre. Nada nem ninguém conseguirá quebrar a sua boa disposição. No plano profissional – sucesso e muito trabalho são as duas máximas desta semana. Alcançará os seus objetivos. Carta da semana – A ESTRELA – esta carta iluminará o seu caminho. As suas capacidades e os seus atributos estão no auge. VIRGEM 24.08 a 23.09 No plano amoroso – reforce laços familiares, use de bom senso para aliviar ambientes tensos. No plano profissional – se não está satisfeito, repense a sua situação, pode seguir por outros meios para atingir os seus fins. Carta da semana – O PAPA – esta carta mostra que esta será uma semana tranquila em que deve aproveitar para ler e desenvolver a sua vida intelectual. BALANÇA 24.09 a 23.10 No plano amoroso – semana de conquista, aproveite e dê o melhor de si na arte de seduzir, mas não se deixe influenciar pelo passado e aproveite o melhor da vida. No plano profissional – este plano está brilhante consegue convencer tudo e todos do seu poder, pode ter acesso a um cargo de liderança. Carta da semana – O IMPERADOR – esta carta mostra que consegue dominar todos os acontecimentos e controlar agitações. ESCORPIÃO 24.10 a 22.11 No plano amoroso – se está só dê uma oportunidade a si mesmo de voltar a amar sem receios. Se mantém uma relação estável dê a sim mesmo a oportunidade de repensar a situação, o que o mantêm preso a essa pessoa e valorize-a. No plano profissional – este plano da sua vida está mais claro do que nunca para si e poderá agir de uma forma mais segura pensando no futuro. Carta da semana – A MORTE – esta carta mostra que irá conduzir a semana da forma que mais lhe agradar e conseguirá tomar as melhores decisões nos momentos certos. SAGITÁRIO 23.11 a 20.12 No plano amoroso – está muito apaixonado e inseguro. Confie na sua cara metade e não tenha receio de dar mais do que recebe. No plano profissional – não é altura indicada para correr riscos, situação financeira estável, se possível faça algumas economias. Carta da semana – A LUA – esta carta mostra que a semana será muito desgastante, pois as preocupações que terá serão constantes. CAPRICÓRNIO 21.12 a 20.01 No plano amoroso – deverá dedicar mais tempo ao amor e o resultado será uma semana repleta de paixão e de harmonia. No plano profissional – arrisque, tente ir mais além pois tem todas as hipóteses de triunfar. Carta da semana – O MUNDO – esta carta mostra que deve aproveitar todas as oportunidades que tem para mostrar aquilo que vale. Bons resultados em todas as áreas graças á sua determinação e garra. AQUÁRIO 21.01 a 19.02 No plano amoroso – irá desenvolver de forma harmoniosa o seu relacionamento, desde que seja claro e sincero sobre os seus sentimentos. No plano profissional – esta semana terá êxito no trabalho e nas suas finanças. Carta da semana – A IMPERATRIZ – esta carta mostra que esta semana tudo o que semear irá colher em abundância futuramente. PEIXES 20.02 a 20.03 No plano amoroso – mesmo que se sinta indeciso evite alterar as suas decisões, e ao fazer uma escolha deve estar certo que algumas decisões são irreversíveis. No plano profissional – sente que alguém o pode prejudicar, mantenha a calma pois se isso acontecer você notará e saberá como agir. Carta da semana – O CARRO – esta carta mostra que irá obter excelentes resultados em todos os aspetos da sua vida, mas que para isso, tem que dar o seu melhor. 2426
OPINIÃO Francisco Cantanhede
Educação: não há nada de novo, mas tudo mudou
A
pandemia demonstrou que o modelo escolar atual está esgotado. No contexto pandémico em que vivemos, pode afirmar-se que «não há nada de novo, mas tudo mudou». Os primeiros sinais que indiciam a mudança do paradigma educativo podem ser considerados pouco felizes, nomeadamente a hipervalorização das novas tecnologias, assim como a ideia de que o ensino aprendizagem pode ser garantido à distância. Estas evidências não podem deixar de ser associadas à desvalorização da classe docente, iniciada com Maria de Lurdes Rodrigues e continuada pelos seus sucessores. Sobre o uso exagerado das novas tecnologias, uma professora amiga comentava: «consigo motivar os alunos através do relato de uma pequena história, mas não com o visionamento de um filme; eles começam a estar fartos de écrans na sala de aula.» Quanto ao ensino à distância, é tempo de recordar que a escola é um espaço de socialização, o que não acontece em frente a um ecrã na casa de cada aluno. António Nóvoa alerta: «Nós, educadores, somos uma espécie de impertinentes otimistas. Acreditamos que pode não ser. Mas o retrocesso pode dar-se também- e está a dar-se durante a pandemiana questão do modelo escolar. O modelo está a ser transformado, mas da pior maneira. Com uma crença de que a escola talvez não seja necessária, de que provavelmente possamos educar as crianças em casa, ou em outros espaços com recurso às tecnologias e ao di-
Quanto ao ensino à distância, é tempo de recordar que a escola é um espaço de socialização, o que não acontece em frente a um ecrã na casa de cada aluno gital. Pode haver uma transformação do modelo, mas num sentido profundamente negativo.» Se a porta da mudança está entreaberta, o que se deve fazer? Ouvir os professores- o que esta tutela tem demonstrado não querer ao contrário dos tempos dos governos de António Guterres-ouvir os alunos, os encarregados de educação, os sindicatos e outras instituições. Definir linhas orientadoras para um período de, pelo menos, 10 anos, não esquecendo que é fundamental garantir a equidade,
já que a escola para todos- marca de Abril - é hoje uma evidência. Ao longo desses 10 anos, deve fazer-se a avaliação contínua do novo modelo e os respetivos reajustamentos, sem, contudo, se alterarem as suas linhas mestras sempre que se muda de governo. Sempre que seja publicada nova legislação, a tutela deve ser bem cuidadosa na seleção do contexto temporal. Veja-se um péssimo exemplo: terminado o período de adoções de novos manuais para os 7º e 10º anos, é publicada legislação sobre os documentos orientadores, onde são revogados os programas e as metas curriculares. Ora, quase todos os novos manuais- pelo menos os de Históriaincluem conteúdos descontextualizados da nova legislação. Assim, os conteúdos obrigatórios aparecem misturados com opcionais, o que não contribui para que os alunos desenvolvam as suas capacidades de organização e de saber estudar. Outra questão colocada- e bempelo professor António Nóvoa tem a ver com a previsível redução das verbas para a educação, em benefício da saúde e da segurança. Refira-se que o alarmismo provocado por certas forças políticas sobre «o perigo» que representam os imigrantes e os refugiados propicia o desvio de verbas da educação para a segurança. Embora reconhecendo que tem de haver mudança na escola, é oportuno dar voz ao poeta: «sim pr’a melhor está bem, está bem, pois pr’a pior já basta assim.» Professor
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Pinhalnovense autorizado a participar no Campeonato de Portugal
As dúvidas e incertezas que existiam sobre a participação do Pinhalnovense no Campeonato de Portugal da próxima época estão dissipadas porque a sua inscrição foi aceite pela Federação Portuguesa de Futebol. A informação foi avançada em comunicado pelo Clube Desportivo Pinhalnovense Futebol SAD
que, “no dia 16 de Julho, foi notificado e autorizado pela Federação Portuguesa de Futebol de que a inscrição na edição 2021/2022 foi devidamente analisada e validada, bem como a participação na Taça de Portugal, competindo assim pela 24.ª época consecutiva no Campeonato de Portugal”.
Desporto
ÁGUAS DE MOURA TRABALHA NA CONSTRUÇÃO DO PLANTEL
Gonçalo Cruz, o novo treinador, conta já com cinco reforços e duas renovações DR
José Pina O Clube Desportivo e Recreativo Águas de Moura, que na época passada abdicou de participar na retoma do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão da Associação de Futebol de Setúbal, já trabalha na construção do plantel para a época desportiva de 2021/2022. O novo treinador, Gonçalo Cruz (ex-adjunto do Pinhalnovense no Campeonato de Portugal), de 28 anos, que já tinha sido apresentado pelo clube, vai comandar a equipa técnica que integra também João Cacela, João Bagão, Miguel Costa e António Gonelha como adjuntos, Miguel Perdigão como treinador de guarda-redes e Geraldo Sousa que desempenhará as funções de observador. O guarda-redes Rúben Colaço, de 27 anos, que vai cumprir a quinta época ao serviço do clube, e o avançado Hugo Figueiras, de 24 anos, que representa o Águas de Moura desde 2018/2019, foram até ao momento
Gonçalo Cruz, treinador principal do Águas de Moura
os dois jogadores que chegaram a acordo para a renovação do vínculo contratual. Para além destes, o clube
STOP VIOLÊNCIA
Projecto do Seixal Clube 1925 merece aplausos O Seixal Clube 1925, que para além da vertente desportiva tem desenvolvido também alguns projectos de âmbito solidário e cariz social, viu recentemente reconhecido o seu trabalho por uma campanha que lançou relativa à não-violência. A iniciativa, que se prolonga até Julho do próximo ano, começou por abordar a temática do bullying e do cyberbullying e promete desenvolver também outras temáticas, como é o caso da violência no namoro, violência contra pessoas idosas, racismo e discriminação, violência verbal no desporto e violência doméstica. O clube, que colocou também nas suas camisolas a mensagem “Stop Vio-
lência” tem recebido vários elogios. Um deles chegou por intermédio do coordenador do PNED (Plano Nacional de Ética no Desporto), prof. José Carlos Lima, que deu os parabéns ao Seixal Clube 1925 pela iniciativa de combate à violência. Outra referência ao projecto foi feita há dias atrás pelo presidente da Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto, Rodrigo Cavaleiro, numa extensa entrevista que deu ao diário desportivo Record que citou o clube como um dos bons exemplos a seguir. “Há clubes a trabalharem com os próprios adeptos. Um deles é o Seixal Clube 1925 que está a ser um exemplo na promoção dos bons valores”. J.P.
já assegurou também cinco reforços. Rúben Aroeira, avançado de 19 anos, chega dos juniores do Vitória
FC. Antes havia passado pelo Olímpico do Montijo, Pelezinhos, Sacavenense e Benfica (sub-9 e sub-10). Diogo Lopes, de 21 anos, foi formado no Vitória FC e nas duas últimas épocas representou o Cova da Piedade, jogando pela equipa B e pela equipa de sub-23. Tomás Simão, 19 anos, fez a sua iniciação nos Pelezinhos, daí transitou para o Comércio Indústria e representou também o Vitória FC e o Pinhalnovense. Na época anterior estava na equipa B do Comércio Indústria. João Santos, 22 anos, deu os primeiros pontapés na bola no GDR 1.º Maio, ingressou depois no Vitória FC, Pinhalnovense, Cabrela, Quintajense e Quinta do Conde. Está de regresso ao Águas de Moura, clube que representou em 2018/2019. Tiago Grilo, 22 anos, começou a jogar no Vitória FC, passou pelos Amarelos, Palmelense, Quinta do Conde, C. Piedade, Pinhalnovense, Comércio Indústria e jogou também futebol de praia em Itália, no Atlético Licata, da Série A, onde jogava também o setubalense Nuno Tavares.
LIGA 3
Amora oficializa treinador Bruno Dias e anuncia estágio no Algarve Bruno Dias, de 34 anos, foi oficializado como treinador do Amora, depois do acordo estabelecido entre as duas partes para a renovação do contrato por mais uma época. O técnico, que fez um excelente trabalho na época anterior, vai ter oportunidade de orientar o clube na Liga 3, a nova competição da FPF. A SAD do Amora, recentemente adquirida pela Odemira Capital, propriedade de José Maria Gallego, director e accionista do Bétis (Sevilha), já começou a preparar a nova época desportiva e também a anunciar os jogadores que vão integrar o plantel.
André Gomes, David Grilo, Gildo, Joca e Gabriel Capixaba, que faziam parte do plantel da época anterior, são jogadores já garantidos para esta época e o primeiro reforço a ser anunciado é o avançado António Xavier (ex-Sintrense), de 22 anos, utilizado em 17 jogos com 9 golos marcados. Novidade é o estágio que a equipa vai realizar no Algarve a partir de hoje, 20 de Julho, até ao dia 5 de Agosto, onde irá realizar alguns jogos-treino, com adversários ainda por definir.
J.P.
PATINAGEM
Juventude Azeitonense é campeão distrital absoluto por equipas A Juventude Azeitonense participou com sucesso no Campeonato Distrital de Patinagem Livre que se realizou no passado fim-de-semana no Pavilhão do Complexo Desportivo Municipal José Afonso, em Grândola. Na competição participaram 82 atletas de diversos escalões em representação de 12 clubes do distrito, tendo a Juventude Azeitonense conquistado três títulos de campeão e dois de vice-campeão, para além de outras honrosas classificações. No escalão de infantis, Maria Marques terminou em 8.º lugar. Em iniciados, Maria Bordallo-Pinheiro foi vice-campeã, Irina Conde terminou em quarto lugar, Catarina Rosa em quinto e Mariana Mariz em 12.º lugar. Em cadetes, Beatriz Saraiva, foi vice-campeã, Viviane Amaro e Sofia Lapa classificaram-se em 14.º e 15.º lugar, respectivamente. Micael Santos, campeão distrital, em cadetes masculinos. Em juvenis, Rita Maló foi campeã distrital, Mariana Cardoso obteve o 4.º lugar, Mariana Capitolino o 5.º e Diana Rodrigues o 9.º lugar. Catarina Martins conquistou o título de campeã distrital na categoria de seniores e Ana Rita Silva terminou na quarta posição. Face ao excelente desempenho dos seus atletas e dos ensinamentos da equipa técnica constituída por Pedro Guerreiro, Carlos Oliveira e Andreia Monteiro, a Juventude Azeitonense conquistou pela primeira vez na sua história o título absoluto de campeão distrital por equipas. No final, a Juventude Azeitonense deixou os agradecimentos à Associação de Patinagem de Setúbal pela “excelente organização”, cumprindo com todas as regras e procedimentos impostos pela DGS, bem como ao HCP Grândola pela “fantástica recepção, disponibilidade e simpatia durante os três dias de provas”.
00:55 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:22 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:45 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 20:04 ~ 2.6 m ~ Preia-mar
ALMADA
00:48 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:16 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:41 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 19:58 ~ 2.5 m ~ Preia-mar
SESIMBRA
01:09 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:36 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:55 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 20:12 ~ 2.6 m ~ Preia-mar
SINES
SETÚBAL TRÓIA
MARÉS
01:02 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:55 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 13:56 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 20:34 ~ 2.9 m ~ Preia-mar
FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras; Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Dulce Soeiro, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Baptista, Célia Félix, Mauro Sérgio IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com