1392
co nt a ct o s: 80 0 2 1 7 2 1 7 / 2 65 5 2 3 5 1 5 / www. fu n e r ari a - arm i n d o.c om
Setúbal celebra poeta Bocage como símbolo e unificador Dores Meira aproveitou para destacar obra feita. Sapadores manifestaram-se contra a Câmara p3 e 4 MÁRIO ROMÃO
“A ambição que temos para Almada não se cumpre em quatro anos" Inês de Medeiros Candidata do PS em entrevista p12 e 13
O SEU DIÁRIO DA REGIÃO QUINTA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 694 | ANO III | 5.ª SÉRIE
DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO PUBLICIDADE
Candidatos debateram estratégias de desenvolvimento para concelho da Moita p10 e 11 PUBLICIDADE
2 O SETUBALENSE 16 de Setembro de 2021
Abertura
Reabertura da Urgência Pediátrica do Hospital Garcia de Orta OPINIÃO José Luís Ferreira
O Barreiro precisa de recuperar capacidade reivindicativa
C
omo já foi referido neste jornal Os Verdes promoveram nos dias 28 e 29 de junho, as suas Jornadas Parlamentares, que incidiram sobre a sustentabilidade das Áreas Protegidas e Estuário do Tejo, na Península de Setúbal. Dos vários assuntos abordados nesses intensos dias de trabalhos, esteve o problema da apanha de Bivalves no Estuário do Tejo, que aliás levou Os Verdes a requerer um debate de atualidade no plenário da A.R. imediatamente a seguir às Jornadas. Durante o debate insistimos na necessidade do Governo dar respostas ao conjunto dos problemas que a apanha de bivalves sem regras, está a potenciar no Estuário do Tejo, nomeadamente a elaboração de um plano de gestão de recursos, que estabeleça o universo de licenças a atribuir face aos recursos disponíveis e que regulamente toda a cadeia de comercialização, que reforce a fiscalização, assuma como prioritário a recuperação das espécies e habitats e procure mitigar ou eliminar o problema da contaminação das águas e sedimentos no Estuário do Tejo. Mas neste contexto, a importância da unidade de transformação de bivalves no Barreiro, não pode ser minimizada, até porque, o projeto Biovalor tem como principais objetivos, regularizar a atividade da apanha de bivalves no Tejo, minimizar os graves impactes ambientais que esta atividade está a provocar e sensibilizar os sectores da apanha, mas também da sua comercialização para as questões relacionadas com a salubridade. Trata-se de um projeto de investigação e ao mesmo tempo de um projeto de transformação de bivalves que exijam tratamento ou “co-
zedura”, de forma a garantir que os bivalves chegam ao mercado para consumo sem quaisquer riscos em termos de saúde publica. Como sabemos a construção desta infraestrutura foi anunciada pelo governo em 2017, mas o processo está parado devido a problemas com as fundações. Ora, no debate que Os Verdes agendaram no início de julho e perante a nossa insistência, foi anunciado pelo Ministro do Mar, que a construção dessa unidade no Barreiro arrancaria em agosto. Sucede que agosto já passou e setembro já vai a meio, mas obras… nada. Pior ainda, do que se conhece não foram solicitados ao Governo por parte da Camara do Barreiro, quaisquer pedidos de esclarecimentos sobre o arrastar do reinício das obras, nem tão pouco, aliás, se conhece qualquer diligência deste executivo camarário, com vista a chamar atenção do Governo para o impasse que decorreu desde o anuncio da obra em 2017 até hoje. Vamos esperar que depois de setembro, o Barreiro volte a ter um executivo camarário que recupere a natureza reivindicativa junto do Governo, nesta e noutras matérias, que esteja ao lado das populações quando nos impõem estacionamento pago no Hospital, ou que não troque “meia dúzia de rebuçados”, pela saúde e qualidade de vida dos barreirenses, como sucedeu no caso da localização do aeroporto no Montijo, ainda que aqui será mais adequado falar de “subserviência” ao Governo e aos interesses da multinacional Vinci, do que propriamente capacidade reivindicativa. Deputado do PEV
R
eabriu no início desta semana, após um longo período de encerramento que se iniciou em Novembro de 2019, o atendimento noturno na urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta (HGO) em Almada, permitindo assegurar a prestação de cuidados de saúde urgentes a crianças e jovens até aos 18 anos, e que estes não se tenham de deslocar a outras unidades hospitalares, nomeadamente em Lisboa, para receberem esses tratamentos. A resolução deste problema reveste-se de especial importância, em primeiro lugar porque estava em causa a prestação de cuidados médicos urgentes a uma franja mais sensível da população, os mais novos. Em segundo lugar porque esta unidade de saúde serve uma extensa área geográfica e uma enorme população. Este encerramento prolongado deveu-se à dificuldade que o Serviço Nacional de Saúde tem actualmente em contratar médicos, sobretudo especialistas. Não só pela concorrência do sector privado, que permite maior leque de oportunidades de carreira e remuneratórias aos profissionais de saúde, mas principalmente pela escassez de mão-de-obra fruto de vários anos de políticas que limitam o acesso de estudantes aos cursos de medicina e impedem a criação de novos cursos. Esta postura corporativa é na minha opinião uma das causas principais para a falta de médicos que existe em hospitais do SNS do norte a sul do país, criando uma pressão adicional aos serviços e profissionais de saúde, aumentando em muito os tempos de espera, e se não for revista com urgência, pode vir a criar novamente situações similares. Gostaria de enaltecer o papel do governo, em especial do ministério de saúde, da administração do HGO bem como as das autarquias que durante todo este tempo não deixaram que este tema caísse no esquecimento e empreenderam todos os seus esforços para conseguir
OPINIÃO Rui Carvalheira
encontrar soluções que permitiram a sua resolução e voltar a prestar assistência médica urgente aos mais novos 24 horas por dia. Por fim uma palavra especial de apreço e consideração aos médicos, enfermeiros e auxiliares de saúde que nestes meses, com todos os constrangimentos causados pela falta de pessoal e pela crise sanitária que atravessamos, nunca baixaram os braços e colocaram todo o seu esforço e empenho a cuidar das nossas crianças.
In memoriam
Este encerramento prolongado deveu-se à dificuldade que o Serviço Nacional de Saúde tem actualmente em contratar médicos, sobretudo especialistas
Despedimo-nos neste fim de semana de Jorge Sampaio, Presidente da República Portuguesa entre 1996 e 2006. Jorge Sampaio dedicou a sua vida a trabalhar para a causa pública. Nos seus tempos de estudante teve um papel importante na revolta estudantil de 1962. Mais tarde foi advogado de defesa de vários presos políticos, vítimas da ditadura. Após ter sido deputado e líder da bancada parlamentar do PS, Secretário-geral do PS e Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, foi eleito Presidente da República. Nos dois mandatos demonstrou sempre a sua coragem, determinação e sensibilidade tendo tido um papel fundamental na resolução do problema de Timor-Leste e do acesso ao seu povo à autodeterminação. Após concluir os seus mandatos presidenciais continuou o seu trabalho pelos outros sendo enviado especial da ONU para a luta contra a tuberculose e Alto Representante para a Aliança das Nações. Fundou a Plataforma Global de Assistência Académica de Emergência a Estudantes Sírios, tendo permitido a atribuição de várias bolsas de estudo do ensino superior a refugiados. Preparava-se para fazer o mesmo com os refugiados afegãos, mostrando assim a sua força, determinação e humanismo. Até sempre Presidente Sampaio. Obrigado pelo seu exemplo. WeMob Mobilidade de Almada E.M.S.A.
16 de Setembro de 2021 O SETUBALENSE 3
Recital de piano de Teresa da Palma no Convento de Jesus adiado para 3 de Outubro
O recital de piano de Teresa da Palma Pereira, inicialmente marcado para o dia 18 deste mês, foi reagendado para 3 de Outubro, pelas 18 horas. A actuação vai ter lugar na Igreja do Convento de Jesus e as entradas para o espectáculo integrado no programa
Setúbal
cultural Convento ConVida têm um custo de cinco euros. Os bilhetes para o recital protagonizado por Teresa da Palma Pereira, detentora de distinções nacionais e internacionais, devem ser adquiridos no Museu de Setúbal/ Convento de Jesus.
DIA DA CIDADE
Bocage evocado em dia comemorativo por “simbolizar e unir” setubalenses MARIA MARTINS
Programa recheado de actividades dedicadas ao poeta contou ainda com assinatura de protocolos com dois municípios franceses
Setúbal estabelece protocolos com dois municípios franceses
Maria Carolina Coelho Chegadas as 9 horas de ontem, foram muitos os setubalenses que pararam frente aos Paços do Concelho para ver hastear a bandeira do município, ao som do seu Hino, interpretado pelo Coro Afina Setúbal. Assim arrancaram as comemorações do Dia da Cidade sadina, dia em que é igualmente assinalado o 256.º aniversário de Bocage. Em seguida, foi tempo de assistir a uma performance dedicada ao poeta, pela Associação Cultural TOMA - Teatro Oficina Multi Artes, e de depositar flores na estátua erigida em homenagem ao ‘filho’ ilustre de Setúbal, momento acompanhado da actuação dos Toca a Rufar. Já no palco do Fórum Municipal Luísa Todi, Maria das Dores Meira, presidente da Câmara Municipal, deu início à habitual sessão solene evocativa do feriado municipal, ao afirmar que “todos os dias 15 de Setembro são dias especiais”. “Estes são os dias em que celebramos o poeta e em que, acima de tudo, celebramos Setúbal. Em que celebramos quem somos, a nossa história, a nossa identidade. Bocage simboliza-nos e une-nos no que é fundamental: a nossa terra”, expressou. Por todo o legado que o poeta deixou à cidade através da poesia, Maria das Dores Meira considera importante continuar-se a celebrar Bocage “com tanta intensidade e alegria”, principalmente através “de actos e acções”, já “visíveis por toda a terra, de Gâmbia a Azeitão, das Manteigadas ao Viso, da Avenida Luísa Todi às Colinas de São Francisco”. No entanto, mais do que obra feita,
sado assegura, agora, melhor futuro para a cidade e para o concelho”, afirmou, a concluir.
Dores Meira aproveitou as comemorações do Dia da Cidade para lembrar os 15 anos que esteve a gerir o concelho
a “maior conquista” da edil é ter devolvido “aos que vivem e trabalham [em Setúbal] o sentido de pertença, o amor próprio e o orgulho de ser da terra”.
Em seguida, acabou por ‘lançar farpas’ ao principal partido da oposição, ao afirmar que o concelho, “durante muitos anos, teve dificuldades em respeitar-se a si próprio”.
“Numa terra que maltratava os seus monumentos. Numa terra em que os escassos equipamentos culturais estavam degradados e eram desprezados, que era vista como uma das mais sujas do País. Hoje, há quem se incomode quando se fala deste passado”, disse. Sobre o trabalho desenvolvido nos 15 anos em que exerceu o cargo de presidente da Câmara de Setúbal, dedicado “a qualificar intensamente um concelho de que hoje todos se orgulham”, Maria das Dores Meira destacou a resolução de “problemas que eram considerados insolúveis”, entre os quais a reabilitação do Fórum Municipal Luísa Todi e do Convento de Jesus. Foi ainda mencionada “a grande obra de criação de um Interface de Transportes”, inaugurado hoje, pelas 10h00, assim como “as bacias de retenção da Várzea, que contribuem para resolver parte muito significativa das cheias na zona baixa da cidade”. “Tenho a certeza de que este pas-
A Câmara Municipal escolheu o Dia de Bocage e da Cidade para assinar protocolos com dois municípios franceses, com o objectivo de ver reforçada a cooperação de Setúbal com Nanterre e Bobigny. A colaboração estabelecida com a autarquia de Nanterre, representada na sessão solene pela vice-presidente Zahra Boudjemaï, dá seguimento ao trabalho que tem vindo a ser desenvolvido desde 2018. A assinatura do acordo vai permitir, de acordo com a edilidade, o desenvolvimento de projectos nas áreas da inclusão e direitos sociais, democracia participativa, juventude, desporto, educação, cultura, saúde e desenvolvimento económico. “Com a aproximação das populações das duas cidades vamos fazer um trabalho de cooperação muito forte. Já fizemos muitas coisas com Setúbal. Esperamos puder continuar a cooperar com Setúbal”, referiu Zahra Boudjemaï. Já com o município de Bobigny, presente na pessoa do presidente Abdel Sadi, foi celebrado um protocolo de intenções, que pretende permitir o recomeço da cooperação entre as duas autarquias, desenvolvida entre 2003 e 2013. Depois de considerar que este protoloco vai ser “muito vantajoso para as duas cidades”, Abdel Sadi disse esperar que este “seja aproveitado para retirar aprendizagens em áreas como desporto, juventude, cultura e igualdade de género”. A sessão solene prosseguiu com uma homenagem aos cerca de 50 trabalhadores que se aposentaram no último ano na autarquia. O dia de ontem ficou igualmente marcado pela realização de outras iniciativas, também dedicadas à comemoração do Dia de Bocage e da Cidade, sobre as quais daremos nota na edição de amanhã.
4 O SETUBALENSE 16 de Setembro de 2021
Setúbal MANIFESTAÇÃO
Sapadores reivindicam “condições e diálogo” com a autarquia em protesto frente aos Paços do Concelho Munidos de buzinas, apitos e cartazes, cerca de quatro dezenas de bombeiros dos Sapadores de Setúbal fizeram-se ontem ouvir frente aos Paços do Concelho, ao reivindicarem “melhores condições e mais diálogo por parte da Câmara Municipal de Setúbal”. No dia dedicado à cidade e a Bocage, os profissionais estiveram igualmente em greve “para que tivessem o direito de não participar nas comemorações”, uma vez que “são obrigados a participar na formatura”. Quem o explica é Ricardo Cunha, dirigente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores, para em seguida afirmar que “esta acção resulta do culminar de muitos anos de perseguições e maus-tratos”. “Os profissionais tinham de vir PUBLICIDADE
MARIA MARTINS
mostrar a sua indignação. Decidimos hoje [ontem] porque é um dia simbólico e para que a presidente da Câmara Municipal veja que os bom-
beiros não estão contentes”, disse. A manifestação, acrescenta, foi planeada tendo em conta a não comparência do vereador da Protecção
Civil, Carlos Rabaçal, e do comandante dos Sapadores de Setúbal, Paulo Lamego, a uma reunião marcada pela estrutura sindical a 24 de Junho com a autarquia. O encontro, entre outros pontos, serviria para abordar igualmente “a falta de materiais”, nomeadamente “a necessidade de uma escada de alumínio”. “A Câmara Municipal não gasta dinheiro a equipar os bombeiros com uma escada de alumínio, mas gasta meio milhão de euros a embelezar uma rotunda. Com meio milhão de euros compra-se uma escada de alumínio com rodas e motor”, ataca. Os “vinte processos disciplinares aplicados no último ano” foram também relembrados por Ricardo Cunha, ao garantir que “alguns bombeiros precisaram de ser seguidos por psi-
quiatras devido a estas situações”. Também presente esteve Luís Maurício, presidente da distrital de Setúbal do Chega e cabeça-de-lista do partido à Câmara nas próximas autárquicas, que aproveitou para se juntar aos manifestantes. Para Luís Maurício, um dos maiores problemas na Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal é “a falta de uma embarcação”. “Se alguém cair ao rio, os bombeiros não têm meios para ir buscar a pessoa. Numa cidade que tem um estaleiro naval e muita indústria, como é que isto é possível?”, questionou. O SETUBALENSE tentou novamente chegar à fala com a vereação, mas a autarquia informou apenas remeter comentários sobre o assunto posteriormente. M.C.C.
2869
16 de Setembro de 2021 O SETUBALENSE 5
6 O SETUBALENSE 16 de Setembro de 2021
Moita
DR
DIA DO MUNICÍPIO
Câmara atribuiu medalhas a entidades, personalidades e instituições DR
Cerimónia decorreu nas instalações da Biblioteca da Moita devido ao mau tempo Luís Geirinhas Como é habitual, o município da Moita atribui neste feriado municipal, assinalado na terça-feira, medalhas a personalidades, entidades e instituições concelhias que, ao longo do seu percurso e em diferentes áreas, elevaram o nome do concelho. As distinções foram entregues no auditório da Biblioteca Municipal Bento de Jesus Caraça, devido ao mau tempo, com o presidente de Câmara, Rui Garcia, a destacar que as condecorações “não resultam de ganhar uma competição ou chegar primeiro”. “Para receber uma destas medalhas é preciso algo muito mais importante e difícil [...] ser reconhecido pela sua comunidade, pelo contributo dado com o seu trabalho e sucesso”, destacou. Este ano, a autarquia atribuiu a Me-
FEIRA TAURINA DE SETEMBRO
Entrega de medalhas teve lugar no auditório da Biblioteca da Moita
dalha de Mérito Económico e Social aos estabelecimentos comerciais café “O Ninho da Águia” (Baixa da Banheira), à Oculista Ideal da Moita e a Maria da Luz – Pronto-a-Vestir e Retrosaria, em Alhos Vedros. Na altura, foram entregues duas Medalhas de Mérito Desportivo a Orlando Alexandre, que se afirmou no ciclismo, e a Liliana Cá, residente do Vale da Amoreira, especializada no lançamento do Disco
e que bateu o recorde nacional da disciplina, em Março de 2021. A Medalha de Honra do Município foi entregue ao Agrupamento 371 do Corpo Nacional de Escutas, pelo reconhecimento da sua história e do seu papel nas últimas cinco décadas, tendo ainda sido entregues medalhas de Bons Serviços ao Município a trabalhadores que completaram 40 anos de serviço.
Nomes maiores do toureio a cavalo enfrentam hoje imponente curro Passanha
A PARTIR DE SÁBADO
Última das três corridas do certame realizase esta noite na Praça de Toiros Daniel do Nascimento. Amanhã há novilhada
A exposição “A Ocupação do Território através dos Vestígios Arqueológicos: do Paleolítico à Idade Contemporânea”, abre ao público na Moita, no próximo sábado, pelas 17h00, na Capela de S. Sebastião. A mostra, segundo a autarquia, faz “uma abordagem da ocupação do território, através de materiais arqueológicos encontrados nos diferentes sítios do concelho”, que se encontram depositados na Reserva do Município da Moita. A exibição em causa tem como objectivo estabele-
É já esta noite a Monumental Daniel do Nascimento, na Moita, recebe a última de três grandiosas corridas de toiros inseridas na programação de um dos momentos mais emblemáticos da festa brava no nosso país: a Feira Taurina de Setembro. A partir das 22 horas, o espectáculo evocativo do 70.º aniversário da Casa das Enguias vai mostrar em acção cinco nomes maiores do toureio a cavalo, aos quais se juntam ainda duas grandes promessas. Os cavaleiros Rui Fernandes, Gilberto Filipe, Filipe Gonçalves, João Ribeiro Telles, Luís Rouxinol Jr. e Duarte Fernandes (praticante), além de Tristão Ribeiro Telles (amador), vão lidar , respectivamente, seis toiros e
Capela de São Sebastião acolhe exposição de arqueologia cer uma linha cronológica, cujo circuito se inicia na geologia do território e prossegue pelos módulos dedicados aos períodos do Paleolítico, Neolítico, Romano, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Para cada uma das temporalidades expostas e a partir das peças selecionadas, informa o município, são “abordadas as realidades sociais e económicas das comunidades que então viveram neste território”. A Câmara recorda ainda que, recentemente, foram realizadas obras
de manutenção no interior e exterior da referida Capela, nomeadamente ao nível das paredes, com “picagem dos rebocos antigos que se encontravam com salinidade, apliacação de novos revestimentos e pintura”. A intervenção teve por objectivo preparar aquele espaço para acolher esta exposição permanente. As visitas guiadas poderão ser feitas em grupos de oito e dez pessoas, por marcação prévia, através de contacto telefónico (210 817 048) ou via email (div.cultura@mail.cm-moita.pt). L.G.
um novilho com ferro da ganadaria Passanha. O cartel, bem montado, é completado com a valentia do grupo de forcados amadores do Aposento da Moita, capitaneado por Leonardo Mathias. A Feira Taurina de Setembro – que arrancou nesta terça-feira, juntando em praça os cavaleiros António Ribeiro Telles e João Ribeiro Telles, além do matador Morante de la Puebla e dos forcados Amadores da Moita, liderados por Pedro Raposo, prosseguiu na quarta-feira com o mano-a-mano entre os toureiros Cuqui e Juanito – chega esta sexta-feira ao fim, com a realização de uma novilhada popular. O espectáculo está agendado para as 18 horas e vai contar com as participações do cavaleiro praticante Diogo Oliveira e dos forcados do Aposento da Moita, que se juntam aos novilheiros praticantes German Vidal “El Melli”, Filipe Martinho, Duarte Silva, Tristán Barroso e Juan Alonso. Os novilhos em praça vão ser sete, cedidos por vários ganaderos. A Banda Musical do Rosário abrilhanta todos os espectáculos.
16 de Setembro de 2021 O SETUBALENSE 7
Sábados a Ler em Família prosseguem este sábado na Biblioteca da Moita
As Bibliotecas Municipais do concelho da Moita continuam a receber, regularmente, a iniciativa “Sábados a Ler em Família”, dirigida a crianças a partir dos três anos e famílias, com vista a “promover uma aproximação com as bibliotecas
e o livro e hábitos permanentes de leitura”. A próxima sessão está agendada para o próximo sábado, pelas 15h30, na Biblioteca Bento de Jesus Caraça, onde estará em destaque a obra “O Cuquedo e os Aprendizes do Medo”, da autoria de Clara Cunha, ilustrada por
COM PARTICIPAÇÃO DE 55 ENTIDADES
AMBIENTE
Plano de Desenvolvimento Cultural promove cooperação, planeamento e coordenação
Município celebra acordo com Amarsul para recolha de biorresíduos DR
Cem agentes culturais assistem à apresentação de documento no Fórum da Baixa da Banheira
Projecto-piloto avança em breve em algumas freguesias rurais Luís Geirinhas
Luís Geirinhas A autarquia moitense deu a conhecer na manhã do último sábado, no auditório do Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na freguesia da Baixa da Banheira, o Plano de Desenvolvimento Cultural do Município da Moita, perante uma plateia composta por mais de uma centena de agentes culturais e cidadãos do concelho que estão comprometidos com a cultura. Durante a sessão, o presidente da edilidade, Rui Garcia, considerou que neste documento “está expresso o que se faz no concelho e o que se quer fazer num futuro próximo” neste âmbito e que terá como protagonistas “os criadores, artistas, investigadores, associativistas e as instituições que trabalham no concelho, a criar, produ-
Paulo Galindro. A 25 de Setembro e à mesma hora, na Biblioteca de Alhos Vedros, estará em realce o livro “Ainda Nada?”, escrito por Christian Voltz, num texto simples que encerra a mensagem da descoberta da paciência e a virtude da perseverança.
Apresentação do documento juntou uma centena de agentes culturais
zir, a preservar e a divulgar a cultura”. O plano em causa tem como principal missão “promover a cooperação, planeamento e coordenação, sistematizando um processo de acção global e integrada, concretizando de forma coerente a participação dos diferentes actores sociais referidos directa ou indirectamente à práctica cultural” no município. O objectivo passa por integrar, concertar e comprometer todos os agentes culturais concelhios. De acordo com a Câmara Municipal, o processo de construção
deste plano contou com a participação de 55 entidades e cerca de 300 participantes, em diferentes momentos de auscultação e diálogo. De acordo com este plano, a intervenção para o desenvolvimento cultural “deverá permitir a valorização das experiências culturais, desde as quotidianas às especializadas”, criando condições para que seja “vividas e apropriadas”, e fomentem as condições ao seu exercício livre, criador e consciente, alimentando de forma recíproca “o indivíduo e a sociedade”.
A Câmara da Moita aprovou recentemente, por unanimidade, a minuta do protocolo de colaboração a celebrar com a Amarsul, para a recolha selectiva de biorresíduos no concelho. De acordo com a autarquia, o projecto que será implementado em algumas áreas do município, surge na sequência da aprovação da candidatura daquela edilidade ao Programa Operacional Sustentatbilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR). Neste âmbito, o protocolo estabelece que a empresa de referência no sector ambiental na região da península de Setúbal, ficará responsável por “receber, caracterizar e proceder ao tratamento e valorização dos biorresíduos, que serão recolhidos, transportados e entregues pelo município”. Recorde-se que estes consistem
numa fracção dos Resíduos Urbanos Biodegradáveis, onde estão incluídos os resíduos biodegradáveis de jardins, alimentares e de cozinha das habitações, assim como os que são oriundos de cantinas e restaurantes. O projecto-piloto de recolha porta-a-porta, vai avançar inicialmente em habitações unifamiliares, localizadas nas zonas urbanas das freguesias de Alhos Vedros [Arroteias], Moita [Chão Duro], Gaio-Rosário e Sarilhos Pequenos. Segundo a autarquia local, os moradores abrangidos na primeira fase do projecto “serão contactados pela Câmara Municipal”, para a entrega dos contentores apropriados e onde deverão ser depositados os biorresíduos, tais como resíduos de jardins ou restos de comida. A entrega dos contadores, adianta o município, será “efectuada por técnico de uma empresa na área do ambiente, que explicarão como se deve proceder”. Quando forem entregues em cada moradia, a recolha dos equipamentos será assegurada pela Câmara, duas vezes por semana e em dias e horários a anunciar posteriormente. DR
BAIXA DA BANHEIRA
Ciclo de cinema revive resistência na 2.ª Guerra a partir de sábado O Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, vai acolher no próximo sábado, nos dias 22 e 29 e a 6 de Outubro, o ciclo de cinema “A Resistência Durante a Segunda Guerra Mundial”, com quatro sessões marcadas para as 21h00, que vão contar com a intervenção de convidados, resistentes antifascistas, que irão partilhar com o público presente os seus testemunhos. O ciclo começa dia 18, com a exibição da versão restaurada do filme “Vem e Vê”, de Elem Klimov, onde estará presente o ex-preso político
José Pedro Santos, da Direcção Nacional da URAP. Dia 22, será exibida a película de Roberta Grossman “Quem escreverá a nossa história”, baseada no livro de Samuel D. Kassow, que contará com a participação do Conselheiro de Estado e ex-preso político, Domingos Abrantes. Dirigidas a maiores de 12 anos, as sessões prosseguem a 29 de Setembro com o filme “Debaixo do Céu”, de Nicholas Oulman, que terá como convidado o resistente antifascista Armando S. Teixeira. Finalmente, a 6 de Outubro, será exibida a pelícu-
la “O Espírito de ‘45”, realizada por Ken Loach, sobre “saúde, habitação, transportes, e públicos para todos!”, que fez parte do Festival de Berlim e contará com a intervenção do jornalista e escritor de política internacional, José Goulão. A iniciativa é organizada pelo núcleo da Moita da União de Resistentes Antifascistas Portugueses, Câmara Municipal e União de Freguesias de Baixa da Banheira e Vale da Amoreira, sendo a entrada gratuita, mediante reserva prévia na bilheteira do Fórum.
Projecto de biorresíduos avança em breve na Moita
8 O SETUBALENSE 16 de Setembro de 2021
16 de Setembro de 2021 O SETUBALENSE 9
10 O SETUBALENSE 16 de Setembro de 2021
Moita AUTÁRQUICAS 2021
Habitação e estratégias de desenvolvimento dominaram debate de candidatos Candidatos apontam necessidade de criação de mais postos de trabalho, através da atracção de mais investimento privado para concelho. Actual presidente (CDU) garante que município “tem progredido” Luís Geirinhas O auditório da Biblioteca Bento de Jesus Caraça, na Moita, recebeu na manhã de ontem o debate dos candidatos àquela Câmara Municipal nas Autárquicas do próximo dia 26, numa iniciativa d’O SETUBALENSE, promovida em parceria com a Rádio Sines, Rádio M24, Popular FM e o jornal ‘O Leme’, com o apoio à produção da empresa Morning Panorama, num encontro onde não esteve presente o candidato do PAN, Hélder Silva. As questões sobre a habitação e a estratégia de desenvolvimento concelhio dominaram parte do encontro. Neste âmbito, Luís Nascimento, candidato da coligação Merecemos Mais, considera que o progresso do município não pode continuar a “depender exclusivamente das suas obras públicas, da Câmara [e] daquilo que o Governo faz ou não faz no concelho”, apontando como solução a necessidade de “trazermos mais investimento privado” que permita a criação de emprego e “dar mais apoio ao comércio local”. O social-democrata lembrou ainda que “um dos grandes dramas do concelho são os transportes públicos”, que “precisamos [que sejam] mais e melhores”, e que as pessoas que trabalhem em Lisboa possam
ter os seus postos de trabalho fixados no município. Na perspectiva de Ivo Pedaço, candidato do Chega, “não há estratégia [de desenvolvimento] no concelho, que tem vindo sempre a regredir, com empresas a fecharem e emprego em falta”, daí a urgência em gerar mais postos de trabalho através do investimento privado, “proporcionando condições para que as pessoas venham para a Moita, aproveitando as estruturas que estão devolutas em Alhos Vedros [e] criando uma incubadora de Startup’s”. Por sua vez, Joaquim Raminhos, do Bloco de Esquerda, realçou que o desenvolvimento está sempre associado à melhoria da qualidade de vida da população. “Incluímos a frente ribeirinha do Tejo como um dos polos de desenvolvimento [e a sua] dinamização está na mão da autarquia”, disse. A título de exemplo, o bloquista referiu que “os aspectos turísticos têm estado demasiado enrolados e envergonhados”, criticou, e por esse motivo “temos de ser mais agressivos nesta área”. Carlos Albino, candidato do Partido Socialista (PS), recordou que de acordo com os diversos indicadores da qualidade de vida e do desenvolvimento, a Moita, quer na Área Metropolitana de Lisboa, quer no distrito de Setúbal “aparece sempre
entre os piores”. Para o actual autarca sem pelouro “não se pode falar de turismo [ou] voltar o concelho para o rio, se primeiro não tivermos as infra-estruturas e passadiços onde as pessoas possam estar e circular [por toda a zona ribeirinha] fazendo este percurso”. “Isto é possível se os esgotos deixarem de ir para o rio, temos de apostar nas acessibilidades, na habitação e na dinamização do comércio”, salientou. Por sua vez, Rui Garcia, candidato da CDU e actual presidente do município, considera que “a nossa estratégia está patente no desenvolvimento do concelho ao longo das últimas décadas”, realçando que o território “tem progredido” e que existem “equipamentos públicos idênticos, e nalguns casos superiores, aos do resto do país”, tanto a nível cultural como desportivo. “Temos índices de desenvolvimento idênticos [...] aos outros concelhos da nossa região”, assegurou, afirmando que “estamos a recuperar, com empresas a instalar-se, equipamentos a serem construídos, investimento a acontecer, mobilidade a melhorar, [mas] falta que todos façam o seu papel”, assinalou.
Organizar território para atrair mais empresas e criar emprego No que toca ao tema do ordena-
mento do território e da gestão do espaço público, o candidato à presidência da autarquia pelo Chega, destacou que “o Plano Director Municipal [PDM] deverá ser revisto e já vai com muitos anos de atraso”, propondo a descentralização dos serviços municipais, passando vereações para outras freguesias como o Vale da Amoreira, aproveitando o espaço anteriormente ocupado pela Junta de Freguesia. Para Ivo Pedaço, é fundamental organizar o território de forma a atrair mais
Vídeo da transmissão do debate pode ser visto nas redes sociais onde vai continuar disponível. Pode ver, por exemplo, na página do jornal O SETUBALENSE no Facebook
empresas. “Defendo muito o emprego porque proporciona o bem-estar da população e no concelho temos muito desemprego e muita pobreza”, realçou. O candidato do BE considerou que o processo de revisão do PDM “é um elemento-chave para que possamos fazer um ‘desenho’ do ordenamento do território, para um [crescimento] que se quer ecológico, equilibrado e que tenha a ver com [a necessidade] de criar condições para que haja desenvolvimento”. Raminhos destaca a existência de núcleos urbanos, tanto em Alhos Vedros como na Moita, que estão “bastante envelhecidos” e que precisam de requalificação urbana. “É preciso haver mais investimento na área de gestão dos espaços públicos, com os respectivos cuidados nas zonas verdes”, acrescentou. Já o candidato socialista, Carlos Albino, frisou que o PDM é de extrema importância e afirmou: “é necessário ter uma Câmara ao serviço da população, apoiada pelos seus técnicos, trabalhadores e pelos demais serviços, encontrando soluções para resolver questões como [...] a falta de acessibilidades” a muitas empresas que se encontram distribuídas pelo município. Sobre o PDM, Rui Garcia lembrou que o documento da Moita foi um dos primeiros a ser realizado no país. “Temos andado sempre à frente nos processos de revisão, fizemos o Plano da 2.ª geração antes de alguns municípios que hoje ainda não o fizeram, foi aprovado em 2010,
16 de Setembro de 2021 O SETUBALENSE 11
Centro de prevenção, rastreio e tratamento da Sida já a funcionar no Laranjeiro p14 O SETUBALENSE
depois de ter sido violentamente travado e combatido, mas está em vigor e está neste momento a ser alterado para adequação ao novo regime jurídico e para correcção de um ou outro aspecto”, explicou. Adiantou ainda que “temos em curso um conjunto enorme de investimentos, muitos deles elevados, que estão espalhados por todo o território para requalificação de espaço público”. O candidato comunista referiu igualmente: “temos um território agradável para se viver, do ponto de vista do equilíbrio que se alcançou entre a preservação do ambiente e a expansão urbana, e esse é um caminho que precisa de ser mantido porque hoje em dia [temos] de olhar para os territórios, com formas que harmonizem a preservação dos valores paisagísticos e ambientais com o crescimento urbano”, disse.
Mais investimento na área da habitação e requalificação
Durante o debate, outro dos temas em destaque foi a questão da habitação. Joaquim Raminhos (BE) defendeu que “a requalificação urbana das zonas mais antigas ainda está bastante atrasada no concelho” e “tem de haver mais investimento [nesse sentido]”. O candidato recordou que, também nas zonas da Baixa da Banheira e do Vale da Amoreira “encontram-se centenas de casas que estão devolutas e outras seladas com tijolo e cimento, quando milhares de pessoas precisam de uma casa para morar”. Na opinião de Raminhos, deverá existir
“uma intervenção mais acutilante por parte da autarquia”. “O nosso município tem de ter o seu plano estratégico para a habitação, para se poder também candidatar a fundos ao Programa 1.º Direito”, recordou, o que “exigirá um trabalho de levantamento das habitações que hoje estão devolutas no concelho”. Desta forma, explicou que a Câmara deve caminhar para a habitação de arrendamentos, que possibilitem às pessoas e aos jovens “que têm as suas economias mais debilitadas, terem acesso à habita-
Debates prosseguem até à próxima semana. Hoje é a vez de Alcochete e sexta-feira será no Seixal. Acompanhe em directo
ção, que é um direito fundamental nas suas vidas”. Nesta área, Carlos Albino (PS) lembrou que a autarquia tem em sua posse 172 fogos. “É necessário colocar de uma vez por todas este parque urbano ao serviço da nossa população, não só a mais carenciada como os jovens que se querem emancipar, sair de casa dos pais e que querem constituir a sua vida, precisando de terem casas a rendas acessíveis”. Para o socialista, a aposta na habitação tem de ser feita para os próximos quatro anos, aproveitando o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que “privilegia” esta matéria. O actual presidente (CDU) considera que a Moita “está no tempo certo” para aproveitar estas verbas. “Estamos a trabalhar, numa fase já adiantada, a nossa estratégia de habitação”, sendo “um documento que apontará propostas, soluções e caminhos, para que neste próximo mandato possamos intervir de forma mais incisiva”. O candidato comunista explicou que, neste sentido, “sinalizámos a nossa intenção - e está também anunciada –, de construir 100 novos fogos nos próximos quatro anos”. Luís Nascimento (Merecemos Mais) recordou que, neste âmbito, só neste mandato entrou em vigor a medida de aumento do IMI para casas devolutas, enquanto Ivo Pedaço (Chega) defendeu que deverá baixar-se o IMI dos proprietários para que estes possam baixar as rendas das casas.
12 O SETUBALENSE 16 de Setembro de 2021
Entrevista INÊS DE MEDEIROS
Vamos continuar a RECANDIDATA A ALMADA
“A ambição que temos para o concelho não se cumpre em quatro anos, é algo mais profundo” A recandidata socialista à Câmara de Almada não tem dúvidas de que o projecto da CDU é um regresso ao passado Humberto Lameiras Inês de Medeiros, 53 anos, foi uma das maiores surpresas das autárquicas de 2017 ao afastar a CDU de 40 anos de poder em Almada. Agora confia que vai reforçar a maioria conquistada e levar por diante o projecto socialista para desenvolver o concelho. Fala do trabalho feito, e em andamento, no actual mandato, em áreas como a habitação pública, obras e mobilidade. Diz que não desiste do Metro Sul do Tejo até à Costa de Caparica, e que o prazo de revisão do Plano Director Municipal vai ser cumprido pela Câmara. Sobre a candidata da CDU, Maria das Dores Meira, pouco diz, mas não perde oportunidade para algumas 'beliscadelas' à sua visão de futuro para o concelho. Encarou a sua recandidatura à presidência da Câmara de Almada sempre como uma certeza? Houve quem tivesse dúvidas? Desde o início do meu mandato que se diz muita coisa. Houve uma estratégia de fazer correr boatos, o primeiro deles era que eu nem iria assumir o primeiro mandato. Dentro da lógica do que foram estes quatro anos, daqueles que nunca conviveram bem com a vitória democrática, o último boato foi que eu não me iria recandidatar. Todos temos um contrato a cumprir e esse deve ser encarado até ao último dia. A partir do momento em que nos declaramos candidatos, existe sempre uma questão complicada na percepção se é presidente ou candidato, e achei que só o deveria fazer no tempo razoável para declarar abertamente a minha recandidatura. A ambição que temos para Almada não se cumpre em
quatro anos, é algo mais profundo e os projectos que lançámos precisam de mais tempo. Nas autárquicas de 2017 ganhou a Câmara de Almada à CDU por apenas 413 votos. Confia que o trabalho feito neste mandato lhe vai dar uma vitória mais confortável? Sim! Claro, sem dúvidas. Há quatro anos, na noite das eleições, venci por duzentos e poucos votos. Depois houve dois pedidos de recontagem e, em cada uma delas, ganhei mais cem votos, depois deixaram de pedir recontagens. Naturalmente que confio no trabalho feito na autarquia. Para quem é novo na candidatura ou mesmo repetente, mas que não teve funções, é fácil dizer tudo o que se vai fazer, mas para o incumbente a tarefa principal é mostrar o que foi feito e, naturalmente, anunciar o que se vai continuar a fazer. Que obras e projectos elege nestes quatro anos à frente da gestão do município? Nós iniciámos transformações muito profundas em Almada com grandes projectos. Uma grande parte do trabalho é de continuidade. Existe uma prioridade absoluta, que já está a decorrer, referente às questões da habitação [pública]; até porque temos um prazo muito curto no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]. A habitação é uma grande matéria, mas o PRR não se esgota na habitação. Estamos a trabalhar em todas as frentes, em projectos para poder aproveitar ao máximo a tal ‘bazuca’ financeira. Há também uma dimensão muito importante de tudo o que é financiamentos na questão ambiental e reabilitação da frente marítima e ribeirinha, mas aí
até há um excesso de transferência de competências, a minha preocupação é que não venha a tempo para isso. Estamos a fazer um estudo, que está a ser finalizado com a FCT [Faculdade de Ciências e Tecnologia], para a requalificação com base ecológica de toda a frente marítima, e naturalmente que queremos ter esse estudo concluído ainda a tempo de apresentar uma série de projectos para reabilitação. Portanto, há projectos fundamentais no âmbito do PRR habitação, e também requalificação do espaço público. Queremos aproveitar ao máximo esses fundos. Existe ainda um projecto estruturante, que pusemos no Plano Director Municipal, que é a criação de um corredor verde ao longo do IC20, e aqui também temos uma janela de oportunidades para conseguir esses financiamentos. E quanto ao Innovation District, na zona do Monte de Caparica? O Innovation District é parte municipal, outra da Universidade Nova de Lisboa e outra parte de privados. Muitos dos projectos já estão a andar, não todos, mas grande parte como a criação de duzentas camas para estudantes, criação e requalificação de um parque desportivo que era da Universidade que quer também abrir à comunidade. Há também a reabilitação do Lazareto que está na CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional] em fase de final de aprovação. Há ainda um projecto, já aprovado pela Câmara, de agro-turismo no Monte de Caparica, assim como a requalificação do centro histórico desta localidade. Além disso, há uma série de projectos que se misturam
em conversações com os privados devido à disponibilidade de terrenos. Temos elencados outros projectos para requalificação do espaço público, para criação de habitação, comércio, emprego e espaços de actividade, que estarão também presentes no programa; são projectos que já estão em fase de estudo prévio como a requalificação do Centro Sul. Portanto, neste mandato foram lançadas uma série de obras de requalificação que estão à vista; aponto ainda a Estrada Florestal que vai começar agora, assim como a Avenida do Mar. Além disto, temos uma série de outros projectos que começaram neste mandato e vão ser concretizados no próximo. Quais as grandes linhas de rumo que aponta para o próximo mandato? Os programas devem responder a estratégias claras para um município com visão de futuro. Neste primeiro mandato foi urgente dar prioridade à resolução de muitos problemas estruturais de organização e resolver muitos assuntos que estavam pendentes há dez, quinze, vinte, trinta anos. O município de Almada além daquilo que são os desafios da requalificação, como a habitação entre outros, deve encarar como prioridade estratégica atingir as metas 2030 das alterações climáticas, que foram definidas pela ONU. Aliás, nós encomendámos um estudo para ver exactamente o cumprimento dessas metas em Almada. É preciso saber sobre as vantagens dessas metas que
abrangem todos os sectores além da questão ambiental. Nós devemos virar Almada para o futuro com uma estratégia clara de desenvolvimento económico, requalificação do município e mobilidade. Em Almada têm de existir zonas mistas, de carácter habitacional e actividades económicas. Refiro-me à Almada Cidade dos 15 Minutos onde é permitido viver, trabalhar, lazer, ter acesso ao comércio e equipamentos. Hoje sabemos cada vez melhor que as empresas querem estar onde as pessoas estão. O conceito do parque industrial já não funciona. A candidata da CDU, Maria das Dores Meira, diz que o plano para a nova rede de transportes públicos apresentado pelo executivo na Área Metropolitana de Lisboa (AML) não defende Almada. A verdade é que eu nunca me cruzei com a presidente da Câmara de Setúbal em qualquer reunião da Área Metropolita de Lisboa em que todos estes contratos foram discutidos: os lotes, os trajectos, etc… Portanto, é natural que ela não conheça. Das duas, uma, ou quem lá esteve a representar Setúbal não lhe passou a informação, ou de facto foi das poucas presidentes de câmara que eu nunca vi numa destas reuniões; nunca. Almada foi dos poucos municípios que decidiu contratar uma empresa especialista nesta área para ter uma proposta de rede própria. Ter um estudo para uma nova rede e frequências, depois a proposta teve de ser conciliada com a proposta que a
16 de Setembro de 2021 O SETUBALENSE 13
insistir para que o processo do Metro Sul do Tejo até à Costa de Caparica se inicie desde já MÁRIO ROMÃO
própria AML tinha encomendado aos outros municípios. É verdade que a nossa proposta era mais ambiciosa, mas teve de ser encontrado um consenso entre todos. Assim, ficámos a conhecer as propostas de rede de todos os municípios da AML e chegou-se a uma resolução. Um presidente ou uma presidente de câmara dizer que desconhece, nem sei como é possível, depois do trabalho de mais de um ano que todos na AML tivemos, inclusivamente, foi apresentado o número de valor por quilómetros, carreiras… tudo entre todos. A CDU diz que, pelo plano rodoviário apresentado pela Câmara, o centro de Almada vai ter um grande fluxo de autocarros e congestionar muito o trânsito. Existe esse risco? Não temos a mesma visão. Nós defendemos criar alternativas razoáveis e práticas para que as pessoas não tenham de utilizar o carro individual. Uma grande medida já foi tomada graças aos municípios, à AML e ao Governo com a redução do preço do passe-social; foi uma grande
vitória: além da economia das famílias, também tem efeitos nas alterações climáticas. Um dos grandes problemas de Almada é existirem zonas que não têm suficiente resposta dos transportes públicos, nomeadamente a Charneca de Caparica e a Sobreda, outro problema é que as carreiras estavam no papel, mas as frequências são miseráveis, o que obriga as pessoas a demorarem duas horas numa deslocação. Eu só vejo como positivo o aumento das frequências e das carreiras, admito que outros candidatos vejam o contrário. A nova rede de transportes rodoviários vem resolver a situação? Com certeza, o novo contrato prevê a criação de 34 novas carreiras e, em termos de frequências, triplicámos o número. A nossa aposta foi: mais carreiras de transportes públicos e eliminar redundâncias. Também estamos a reduzir o número de transbordos; para os almadenses isto é muito importante. Há que fazer este equilíbrio porque o transporte público só é eficaz se houver carreiras, com boas frequências, e se as pessoas não forem obrigadas a mudar três, quatro, cinco vezes de transporte para chegarem ao seu destino. Isto é um equilíbrio difícil, mas, felizmente, foi esse equilíbrio que eu acho que conseguimos obter naquilo que é a nova rede. Depois de implementada, podemos ainda fazer ajustes, como qualquer outro município, porque o próprio contrato prevê uma margem de ajustes em função da prática. Já tem alguma certeza sobre o Governo avançar com a extensão do Metro Sul do Tejo (MST) até à Costa de Caparica? A confirmação que tenho são as palavras do próprio primeiro-ministro [António Costa] quando esteve, recentemente, em Almada, disse que o MST está no Programa Nacional de Investimentos, financiado pelos novos fundos estruturais e não pelo PRR. Lutámos para que o MST ficasse no PRR, fizemos inclusivamente uma participação conjunta com a empresa concessionária [Metro Transportes do Sul], mas o Governo entende que com os prazos muito apertados do PRR não é possível finalizar este processo a tempo. Eu não concordo,
e vamos continuar a insistir para que o processo se inicie desde já, e se comece a definir o espaço canal para depois lançar o que tem de ser lançado. O MST tem de se adaptar ao desenvolvimento do município. A falta de habitação pública tem sido um dos problemas no município. Que decisões foram tomadas e o que está previsto? Muita coisa foi feita, o que permitiu ter as bases para lançar todos os projectos. Primeiro foi preciso estabelecer um regulamento para podermos lançar os projectos de candidaturas, nomeadamente ao Programa 1.º Direito; era preciso fazer um levantamento exaustivo das necessidades. O que constatámos quando chegámos a Almada, é que os serviços não tinham conhecimento de quem eram os agregados familiares em situação e necessidade de habitação, isso é fundamental para as candidaturas a este programa. Foi feito um trabalho exaustivo de regularização das pessoas que estavam nas casas. Temos cerca de duas mil casas e o IHRU [Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana] outras duas mil. O levantamento das necessidades de habitação permitiu-nos lançar agora as novas candidaturas. Em concreto, foi feito o protocolo com o IHRU para a criação de 3 500 fogos junto ao Pragal. Refere-se a renda acessível? Temos dito que a maioria tem de ser de renda acessível e uma parte de renda apoiada. O IHRU já lançou um conjunto urbanístico de três lotes com concursos de arquitectura concluídos, onde a Câmara esteve envolvida, e está na fase de se poder lançar a construção. Da parte da Câmara também já concluímos o projecto de arquitectura para a primeira centena de fogos de renda apoiada, em várias zonas do concelho. Entretanto, foi pedido à Câmara que fizesse um levantamento de necessidades no âmbito do PRR, o que já foi feito, onde concluímos que precisamos de construir cerca de 900 fogos de renda apoiada e acessível; a nossa ideia é criar zonas mistas para combater os guetos. Já identificamos 25 operações para reabilitação e construção de fogos. Importante ainda é a regularização de AUGIS [Áreas Urbanas de Génese
Ilegal] e núcleos destacados, onde ainda faltam infra-estruturas e existe habitação indigna. São estas as três frentes de trabalho. Fomos o primeiro município a acabar a Estratégia Local de Habitação (2018/2019), e já fizemos a revisão e adaptação da estratégia em relação ao PRR, que surgiu entretanto, e veio trazer novos instrumentos. Portanto, estamos na segunda versão da nossa Estratégia Local de Habitação, e já depositamos cerca de 30% do nosso plano PRR para habitação, que já foi entregue no IHRU, para candidatura. O facto do grande projecto Cidade da Água, nos terrenos da ex-Lisnave, na Margueira, não ter avançado pode beliscar a sua presidência? Não belisca a Câmara de Almada, belisca o Governo, Portugal e a Área Metropolitana. Aquele é um projecto que ultrapassa Almada. É um projecto estruturante, fulcral, numa das zonas mais nobres da Área Metropolitana de Lisboa, portanto é incompreensível o atraso daquele projecto. Vai ser necessário adaptar aquele plano de urbanização à nova realidade legal, à lei dos solos, e estamos a fazê-lo em articulação com o proprietário do terreno, que é o Estado. Se não conseguimos fazer essa articulação, vamos avançar nós. E relativamente à zona do Ginjal? O Ginjal está pronto. O contrato de urbanização está pronto e só aguarda para ser assinado porque levantaramse questões de domínio público e hídrico e o grupo empresarial AFA aguarda uma decisão do Tribunal de reconhecimento da propriedade para estar legitimado para assinar o contrato da urbanização. É daqueles processos que foi muito penalizado com o fecho dos tribunais. Tenho saudado o empenho do proprietário grupo AFA neste projecto. Em que ponto está a revisão do Plano Director Municipal (PDM)? A CDU tem dito que está longe de concluído. A proposta de revisão do Plano de Director Municipal foi aprovada e entregue à CCDR [Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional]. Ainda este mês vamos ter a primeira reunião da Comissão Consultiva, depois, vamos aguardar os primeiros pareceres e, certamente
a seguir, haverá ajustes a fazer, em função dos pareceres. Está a seguir o curso normal. Foi um esforço enorme porque não havia nada formalizado, onde houve 12 anos de preparação do plano, mas onde ninguém se tinha sentado à mesa a escrever. É preciso sentar, escrever e formalizar, e aqui quero dar uma palavra aos serviços que foram incansáveis nessa matéria, e estávamos a rever um Plano de Director Municipal de 1993, publicado em 1997. Portanto, foi um trabalho hercúleo e extraordinário. Posteriormente, em função dos pareceres que recebermos, vão ter de ser feitos ajustes. A seguir voltará a [reunião] de Câmara, depois à Assembleia Municipal, e é aguardar a publicação. A nossa preocupação são as zonas mais delicadas do concelho, por isso pedimos a antecipação do PDM para esses territórios, é um processo que decorreu em paralelo. É o caso da zona do Innovation District, onde o pedido de antecipação do PDM foi para que pudesse ser avaliada em concreto, e daqui vamos perceber muita matéria que será válida para o resto. Sabemos muito bem quais são os projectos que podem seguir já, e os que estão dependentes da aprovação do PDM, e sobre isso somos claros e transparentes com os investidores, que sabem com o que é que contam. Da nossa parte, o prazo de revisão do PDM será cumprido, embora não sejamos os únicos envolvidos. É importante que as entidades também sejam céleres na apreciação. O histórico da candidata da CDU, Maria das Dores Meira, na condução da Câmara de Setúbal, pode ser uma dor de cabeça para o PS repetir a vitória em Almada? Eu estou aqui para falar de Almada, não de Setúbal. Teria muita coisa a dizer, mas acho que não faz sentido. Os almadenses vão-nos julgar pelo trabalho feito e, sobretudo, pela escolha que existe neste momento: ou continuamos com a actual dinâmica de transformação do concelho, e a compensar também o tempo perdido, ou então voltamos para trás. Sinceramente, acho que o voto na CDU é “recuar para o tempo que Almada perdeu, e voltar tudo ao mesmo, retomando tudo como estava”. A CDU não é um projecto de futuro, é um projecto do passado. PUBLICIDADE
14 O SETUBALENSE 16 de Setembro de 2021
Almada
Dança “Corpo com Lisboa ao fundo” no Jardim da Casa da Cerca este sábado
O bailarino e coreógrafo Luís Guerra apresenta, no próximo sábado, o espectáculo dança/ performance “Corpo com Lisboa ao fundo”, no Jardim da Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea. É um espectáculo único, concebido
e interpretado pelo artista, a convite da Câmara Municipal de Almada. Luís Guerra utiliza a dança e a filosofia para criar uma espécie de poema visual e auditivo que, eventualmente, possa abrir espaço para a contemplação, o questionamento e o silêncio.
DR
AMBIENTE
Semana da Mobilidade arranca hoje em “Segurança e com Saúde” De hoje até 22 de Setembro, o concelho de Almada recebe mais uma edição da Semana Europeia da Mobilidade, que este ano celebra 20 anos. Com milhares de cidades de todo o mundo a associarem-se, esta é a maior campanha mundial de sensibilização para a mobilidade urbana sustentável. Também em Almada foi preparado um programa de actividades diversifi-
cado e inspirado no tema da Semana deste ano: “Mobilidade Sustentável: em Segurança e com Saúde”. “Em tempos marcados por uma pandemia que provocou profundas alterações no quotidiano de todos, a Semana da Mobilidade vem dar destaque ao nosso papel como cidadãos e à importância de termos hábitos mais sustentáveis no nosso dia-a-dia, nomeadamente em termos de mobilidade”, refere a autarquia em comunicado onde desafia à participação da população, nomeadamente a andar a pé, de bicicleta e transportes públicos, nas deslocações para a escola ou trabalho. Cada vez mais é de “optar por soluções de mobilidade como a bicicleta e outros modos suaves, são respostas para a criação de uma sociedade mais sustentável, saudável, humana e resiliente, e fundamentais para alcançar o objectivo de tornar a Europa um continente neutro em termos de carbono”, sublinha o mesmo documento.
PUBLICIDADE
CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL SANDRA BOLHÃO EXTRACTO ---Eu, SANDRA MORAIS TELES BOLHÃO, Notária com Cartório em Setúbal, na Avenida Bento Gonçalves, número 19-B, CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por Escritura de Justificação lavrada neste Cartório no dia treze de Setembro de dois mil e vinte e um, a folhas cinquenta e cinco e seguintes do Livro Cento e Cinquenta e Oito - A, DELFIM MANUEL CASTRO GONÇALVES, e mulher MARIA HELENA DE JESUS GRAÇA GONÇALVES, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes na Avenida da Igreja, número 6, primeiro andar esquerdo, Lisboa, DECLARARAM, que, com exclusão de outrem, são donos e legítimos possuidores, do seguinte imóvel PRÉDIO URBANO, com área total de mil seiscentos e oitenta e um virgula cinquenta metros quadrados e com área coberta de vinte e sete virgula vinte e dois metros quadrados, composto por rés-do-chão para habitação e logradouro, sito em Brejos de Vale de Clérigo ou Brejo Clérigos, freguesia de São Simão, concelho de Setúbal, inscrito na respectiva matriz predial urbana sob o artigo 1215, da União das Freguesias de Azeitão (São Lourenço e São Simão), que proveio do artigo 969, da extinta freguesia de São Simão, a destacar do PRÉDIO MISTO atualmente PRÉDIO RÚSTICO, com a área total de catorze mil duzentos e oitenta e três virgula cinquenta metros quadrados (área não atualizada), composto por parcela de terreno de cultura arvense e pinhal, a confrontar a norte com José de Matos Caineta (Herdeiros), a sul com Manuel da Conceição Barata, a nascente com Rua do Roseiral e a poente com Rua da Padaria, sito em Brejos de Vale de Clérigo, freguesia de São Simão, concelho de Setúbal, descrito na Primeira Conservatória do Registo Predial de Setúbal sob o número TRÊS MIL SETECENTOS E NOVENTA, da citada freguesia, inscrito na respectiva matriz predial rústica sob parte do artigo 14, da secção B, da União das Freguesias de Azeitão (São Lourenço e São Simão). ----------------------- Que, Artur Faria Gonçalves e mulher Albertina de Jesus Lopes Gonçalves, avós do justificante marido eram os proprietários da totalidade do prédio urbano ora justificado, por o terem adquirido no ano de mil, novecentos e setenta e um, a Carlos Manuel de Carvalho Henriques, por compra realizada de forma meramente verbal, precedida de desanexação.----------------------------------------- Por ocorrência do falecimento do avô Artur Faria Gonçalves a catorze de Junho de mil, novecentos e setenta e oito, foi o imóvel verbalmente partilhado e adjudicado aos pais do justificante marido, Manuel Lopes Gonçalves e Eulália de Oliveira Castro Gonçalves, que doaram de forma meramente verbal aos justificantes, já no estado de casados, a totalidade do mencionado prédio, no decurso do ano de mil, novecentos e noventa e nove.------------------------------------------------------------------ - Que atendendo a que a duração da sua posse, há mais de vinte anos, se tem mantido continuadamente e de forma ininterrupta, já adquiriram a totalidade do dito prédio, por USUCAPIÃO, invocando, por isso, esta forma originária de aquisição, para todos os efeitos legais.------------------- ESTÁ CONFORME. ----------------------------------------------------------------------------------------Setúbal, aos treze de Setembro de dois mil e vinte e um. Reg. sob o n.º 182
Centro de prevenção, rastreio e tratamento da Sida já a funcionar no Laranjeiro O Hospital de Almada vai ser o primeiro do País a prestar consulta descentralizada de profilaxia pré-exposição Humberto Lameiras
ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 265 520 716 ALCOCHETE 212 318 392 OUTROS CONCELHOS 265 520 716
3080
EDIFÍCIO LUÍS DE CAMÕES
O Centro Integrado de Respostas de Saúde e Sociais (CIRSS) do concelho de Almada entrou ontem em funcionamento. Trata-se de um equipamento que vem “reforçar a resposta complementar aos serviços de saúde já existentes, quer em meio comunitário, quer no contexto das estruturas públicas de saúde no concelho”, explica a autarquia em comunicado. Desenvolvido no âmbito da estratégia “Almada Município Sem SIDA”, este centro actua na promoção da prevenção, rastreio, acesso e retenção em tratamento das pessoas que vivem com VIH, hepatites virais e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). O CIRSS, que vem na sequência da adesão do município de Almada ao Movimento Fast Track Cities, em
Outubro de 2018, centra as suas respostas na pessoa, “mediante avaliação das suas necessidades de saúde e sociais, bem como para aquisição de estratégias e competências com vista à autonomia e melhoria da sua qualidade de vida”. Instalado no Edifício Luís de Camões, no Laranjeiro, espaço disponibilizado pela Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo, o CIRSS do concelho de Almada proporciona “a primeira consulta descentralizada de profilaxia pré-exposição (PrEP) do País, implementada pelo Hospital Garcia de Orta (HGO)”. Uma consulta de prevenção da infecção que “demonstrou ter um impacto muito importante na redução da incidência de VIH”, sublinha a autarquia.
Infecciologista oito horas por semana
O HGO implementará também no CIRSS uma consulta descentralizada para o tratamento hepatites víricas, “disponibilizando um infecciologista, oito horas por semana, assegurando a realização de exames auxiliares de diagnóstico e a cedência de medicação de uso exclusivo hospitalar pres-
critos no âmbito da consulta”. As intervenções de proximidade de base comunitária “facilitam o acesso ao diagnóstico precoce bem como a adequada referenciação para o Serviço Nacional de Saúde”. Os rastreios gratuitos, em contexto de proximidade, “permitem também a detecção das infecções em estádios iniciais o que, não só evita complicações de saúde, como também diminui o custo associado ao tratamento, havendo assim um impacto individual e comunitário com o tratamento curativo ou supressivo interrompendo as cadeias de transmissão”, acrescenta o comunicado da autarquia. O protocolo de colaboração foi assinado na tarde de 14 de Setembro, por Inês de Medeiros, presidente da Câmara Municipal de Almada, Luís Pisco, presidente do Conselho Directivo da Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo, Nuno Marques, director clínico do Hospital Garcia de Orta e Luís Mendão, presidente do GAT – Grupo de Activistas em Tratamentos com vista à implementação e dinamização do Centro Integrado de Respostas de Saúde e Sociais no concelho de Almada.
16 de Setembro de 2021 O SETUBALENSE 15 PUBLICIDADE
HÉLDER FERNANDO DA SILVA
Em caso de ...
Em caso de ...
Serviço disponível todos os dias, a qualquer hora!
Serviço disponível todos os dias, a qualquer hora!
(1954 – 2021) Participação, Agradecimento A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Hélder Fernando da Silva. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.
Necrologia
Restaurante na Mourisca pretende reforçar equipa de colaboradores
Casa d'EI Rei 1939
T3 exclusivo pela melhor oferta acima de 1250€/mês.
939 255 131
Rua Chafariz D'el Rei, 8 Évora 1771
1392
3
certificado energético SCE0000252558431
Procuramos pessoas dinâmicas, com capacidade de trabalho, e transporte próprio, nas seguintes áreas: - Empregados de mesa, com experiência e conhecimentos de inglês. - Copeiras - Empregado de Balcão - Ajudantes de cozinha, com experiência Oferecemos:
Classificados LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS
DRA. MARIA FILOMENA LOPES PERDIGÃO DR. ALFREDO PERDIGÃO
Horário 2ª a 6ª-feira: 08.00/12.30 - 14/18.00h Sábado: 09.00/12.00h
Rua Jorge de Sousa, 8 | 2900-428 Setúbal www.precilab.pt | tel. 265 529 400/1 telm.: 910 959 933 | Fax: 265 529 408
1747
ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 265 520 716 ALCOCHETE 212 318 392 OUTROS CONCELHOS 265 520 716
- Integração em empresa referenciada no sector, distinguida com Prémio PME excelência 2019 - Vencimento de acordo com a exigência e o desempenho - Possibilidade de progressão na carreira
Contacto 912719389
2946
00:55 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:22 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:45 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 20:04 ~ 2.6 m ~ Preia-mar
ALMADA
00:48 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:16 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:41 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 19:58 ~ 2.5 m ~ Preia-mar
SESIMBRA
01:09 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 07:36 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 13:55 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 20:12 ~ 2.6 m ~ Preia-mar
SINES
SETÚBAL TRÓIA
MARÉS
01:02 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 07:55 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 13:56 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 20:34 ~ 2.9 m ~ Preia-mar
FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras; Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Dulce Soeiro, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Baptista, Célia Félix, Luís Bandadas IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@ tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com