O Setubalense, o seu diário da região nº704, de 30 de Setembro de 2021

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Taça de Portugal traz três clubes da I Liga ao distrito de Setúbal Vitória recebe Vizela. Moreirense defronta Oriental Dragon. Moitense enfrenta o SC Braga no Juncal p14 PEDRO CUSTÓDIO

“Havia um evidente desgaste da CDU” Carlos Albino Presidente eleito explica triunfo do PS na Moita p5

O SEU DIÁRIO DA REGIÃO QUINTA-FEIRA, 30 DE SETEMBRO DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 704 | ANO III | 5.ª SÉRIE

DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO

U. Banheirense Avançado quer ser campeão p15

MOITA CDU garante que concelho pode continuar a contar com o seu trabalho p6 ALMADA Município na Rede de Autarquias que Cuidam dos Cuidadores Informais p12

DISTRITO Líder distrital diz que PS já é maior força autárquica p13

SETÚBAL Negrão vai ser vereador mas recusa pelouros p4 PUBLICIDADE


2 O SETUBALENSE 30 de Setembro de 2021

Abertura

Portugueses, um peculiar caso de estudo

N

ós os portugueses somos enquanto povo muito sui generis. Apesar de todas as virtudes e potencialidades que temos, temos uma atitude penitente, em alguns casos mesmo autoflageladora, perante os nossos defeitos e as nossas qualidades menos positivas. Porém não admitimos que ninguém (não português, naturalmente) as enuncie, pois aí activamos o modo sobrevivência e apontamos todas as baterias a quem ousa denegrir ou macular o bom nome do povo lusitano. Essa tarefa é única e exclusivamente nossa. Das muitas qualidades que temos enquanto povo gostamos todos de destacar uma, a nossa capacidade de improviso, o que todos chamamos de “desenrascanço”. Todos nós nos sentimos um verdadeiro MacGyver, e que apenas com um canivete suíço, ou uma navalhinha alentejana para quem preferir, somos capazes de colocar um space shuttle em órbita. Creio que essa nossa capacidade de improviso tenha sido apurada durante séculos por termos um território com alguma limitação de recursos, o que nos obrigou sempre a tentar encontrar soluções simples e inovadoras. No entanto não creio que este seja o nosso melhor atributo, e pelo contrário seja exactamente o seu oposto, isto é, a nossa melhor qualidade é mesmo a nossa capacidade de organização. Apenas não estamos muito habituados a coloca-la em prática. Todos sabemos que os portugueses que imigram para países tradicionalmente mais organizados, em que tudo funciona como um relógio suíço, se conseguem destacar e mesmo quebrar as barreiras socioeconómicas que tantos limitam dentro de portas. Para não falar das empresas multinacionais, que quando se instalam no nosso país são sempre uma referência de performance e organização, no entanto os seus trabalhadores são naturalmente os “desorganizados portugueses”.

OPINIÃO Rui Carvalheira

O que se alcançou nos últimos meses só nos pode deixar orgulhosos, e naturalmente deixar uma palavra de apreço a todos os que participaram no processo de vacinação

Para encontrarmos exemplos da mitológica organização portuguesa não é preciso recuar muito no tempo, pois temos um bem presente, aliás terminou esta semana, falo naturalmente na task-force responsável pela vacinação contra a Covid-19. Em apenas seis meses foi possível fazer chegar a vacinação a mais de 8,5 milhões de pessoas, número que os cientistas e especialistas consideram o limite para podermos voltar aos poucos a ter uma vida normal. Apesar de ter começado envolvido em algum caos e polémica, explicado exclusivamente por estarmos no pico de uma mortífera quarta vaga, paulatinamente todos os profissionais envolvidos conseguiram montar uma operação inédita no nosso país, não só pela sua dimensão, pela escassez de vacinas, mas também pelo facto de urgência de alcançar a imunidade de grupo. E não é pois de estranhar que com a real organização portuguesa tenhamos consigo atingir todos os objectivos dentro dos prazos estabelecidos e assim conseguirmos um lugar de destaque quando comparando com os processos de vacinação em países mais ricos e com mais recursos, e mesmo supostamente com melhor organização. Os números falam por si. O que se alcançou nos últimos meses só nos pode deixar orgulhosos, e naturalmente deixar uma palavra de apreço a todos os que participaram no processo de vacinação. Naturalmente aos líderes: ao Vice-Almirante Gouveia e Melo, ao Governo, nomeadamente ao Primeiro-Ministro António Costa e à Ministra Marta Temido, mas principalmente a todos os profissionais de saúde e todos os outros profissionais que no terreno incansavelmente e com espírito de missão diariamente estiveram na linha da frente e claro a todos os portugueses que compreenderam que a vacinação era a única arma que dispúnhamos para vencer. WeMob Mobilidade de Almada E.M.S.A.

SETÚBAL

Obras para segurar encostas da Arrábida obrigam a cortes prolongados de trânsito A empreitada está a cargo da Infraestruturas de Portugal e impede acesso às praias O trânsito vai ficar cortado na ligação às praias, a partir de 6 de Outubro. Segundo a Câmara de Setúbal, vão ser cortes de “longa duração”, e devem-se a uma “obra de aumento da segurança das encostas da Arrábida, a cargo da Infraestruturas de Portugal. O calendário para esta intervenção indica que esta empresa estatal inicia os trabalhos às 08h00 de 6 de Outubro, e vai reabilitar os Sistemas de Contenção e Protecção das Arribas, denominada de “EN379-1 – quilómetro 20+680 a 23+770 LD – Reabilitação de Sistemas de Contenção/Protecção”, na zona da Arrábida, com duração prevista até dia 28 de Fevereiro de 2022. A primeira fase da empreitada tem uma duração prevista de 87 dias, ou seja, entre 6 de Outubro e 30 de Dezembro. “Há necessidade de proceder

a um corte total do trânsito, rodoviário e pedonal, na ex-EN379-1, entre os quilómetros 22+250 e 23+770, por questões de segurança de pessoas e bens”, informa a autarquia. Assim, a partir do dia de início da empreitada, aquele troço da actualmente denominada Rua Círio da Arrábida, localizado entre a Praia da Figueirinha (a partir do túnel) e a Praia de Galapos (entrada das escadas de acesso), fica totalmente encerrado ao trânsito automóvel e pedonal, com excepção dos veículos de emergência e bombeiros. Esta medida resulta em restrições do acesso às praias de Galapos, Galapinhos e Creiro/Portinho da Arrábida a todos os utentes e condutores provenientes do lado nascente da cidade de Setúbal. O acesso às praias e ao Portinho da Arrábida, a partir de Setúbal, efectua-se pelos circuitos alternativos: EN10-4, EN379-1 (parte de cima da serra), até à Praia de Galapos, e Rua Orlando Curto, Rua Círio da Arrábida (ex-EN379-1), até a Praia da Figueirinha (parte de baixo da serra).

H.L.

Administrativa d'O Setubalense de luto pelo pai Branca Belchior, funcionária do departamento administrativo d'O SETUBALENSE, está de luto pelo falecimento do pai. Ernesto Francisco Troncão Belchior, de 57 anos, faleceu de doença prolongada.

O velório começou ontem à tarde, na Capela de São Paulo e o funeral realiza-se hoje, às 10 horas, para o Cemitério da Paz, em Setúbal. À colega, restante família enlutada e amigos, endereçamos as mais sentidas condolências.


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Mostra “O Rio e a Moita na Azulejaria” recorda artista Luís Guerreiro na FAVO

É inaugurada amanhã em Alhos Vedros, pelas 20h30, na FAVO – Fábrica de Artes Visuais e Ofícios, a exposição de Luís Guerreiro “O Rio e a Moita na Azulejaria”, no âmbito da homenagem a este artista do concelho, recentemente falecido. A Câmara da Moita decidiu

conceber esta mostra na sequência da cedência de dois conjuntos de azulejos: “Imagens do Concelho da Moita” (24 azulejos) e “Barcos d’O Rio”, composta por 16 outras peças do extinto jornal ‘O Rio’. Recorde-se que no município existem vários painéis de sua

NO PRÓXIMO DIA 5

Miguel Ângelo Quarteto apresenta “Dança dos Desastrados” na Capricho Setubalense DR

Músicas foram inspiradas nas vivências e nas pessoas que rodeiam o músico que dá o nome ao grupo A Sociedade Musical Capricho Setubalense vai ser, no próximo dia 5, palco do concerto de Miguel Ângelo Quarteto, a partir do qual o grupo de música Jazz vai apresentar o seu último trabalho, intitulado “Dança dos Desastrados”. O espectáculo está inserido na digressão com o mesmo nome, iniciada em Agosto de 2021, e que conta já com algumas apresentações a nível nacional e internacional, sempre com o apoio do Programa Garantir Cultura. Formado em 2013, Miguel Ângelo Quarteto é constituído pelos músicos João Guimarães, no saxofone alto, Joaquim Rodrigues, no piano, e Marcos Cavaleiro ou Mário Costa, na bateria. O quarto membro, Miguel Ângelo, que assume o contrabaixo e a composição, é quem dá o nome ao grupo. Em entrevista a O SETUBALENSE, o músico conta que há oito anos, quando os membros se juntaram, nascera o seu primeiro projecto original, que veio enriquecer o seu já longo percurso no Jazz, apontando-o como um meio de trazer a sua música à luz do dia e de comunicar aquilo que pensa e imagina musicalmente. “O grupo surge no contexto da Escola Superior de Música do Porto, porque a frequentámos quase todos ao mesmo tempo. Cruzámo-nos por lá e, de repente, fez-se luz”, explica. A afinidade entre os elementos, tanto a nível pessoal como musical, e o seu profissionalismo, são dois pontos que Miguel Ângelo frisa como facilitadores da entrega ao mundo. Apesar de ser quem compõe as músicas, o compositor descarta a importância do trabalho conjunto para um bom resultado final, admitindo que a troca de ideias faz parte do processo.

Miguel Ângelo assume o contrabaixo e a composição das músicas

“Eu apresento o tema, a música, dou a minha ideia, tocamos e, de repente, as coisas seguem o caminho que têm de seguir. De alguma forma acabam todos por contribuir, mas a caneta é minha”, admite. Desde o seu lançamento, em Maio de 2021, o álbum “Dança dos Desastrados” tem sido aclamado pela crítica especializada nacional e internacional, ao ponto de ser eleito um dos melhores do mês de Junho em lançamentos de Jazz pela empresa Bandcamp. No entanto, é a óptima receptividade por parte do público e das pessoas que mais motiva o músico. “Agrada-me sobretudo essa proximidade com as pessoas que compram o disco e que comentam ‘adorei’ e que comunicam comigo”, confessa. Na origem das letras diz não contar com nenhuma inspiração em particular, mas apenas com algumas das suas próprias vivências, com o seu dia-a-dia e com as pessoas que sempre o rodearam e que contribuíram para a sua existência. Ao planear a sua digressão, o quarteto tentou chegar a alguns dos locais

que viveram a pandemia de covid-19 de forma difícil e que tentaram continuar a sua actividade musical. Por este motivo, a Sociedade Musical Capricho Setubalense não foi excepção, cuja decisão foi também tomada tendo em conta a empatia para com o presidente da direcção, Sérgio Gabriel, e pelo carinho demonstrado por Setúbal. “Tenho andado encantado com essa zona [Setúbal], na verdade, porque é uma pérola. A Sociedade Capricho Setubalense tem feito um trabalho incrível em prol da música e da cultura em Setúbal, por isso faz todo o sentido lá estar”, afirma. Em defesa da música e da cultura, que passaram por uma fase de estagnação durante a pandemia, Miguel Ângelo apela a que todas as pessoas estejam presentes no concerto, para que se possam criar novamente hábitos de cultura, de música e de presença, e se possa conhecer outras propostas musicais. Além das apresentações ao vivo, o álbum pode ser ouvido nas plataformas digitais habituais, como o Spotify, Youtube e Deezer.

autoria. Mais recentemente, finalizou o restauro dos azulejos da Igreja da Misericórdia, encontrando-se a produzir um painel de grande dimensão na mesma freguesia. Em 2018 recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Município da Moita.

SETÚBAL

Politécnico desenvolve novas técnicas para mitigar contágio da covid-19 Instituição pretende optimizar o sistema de testagem, assim como estudar a prevalência de anticorpos O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) está a investigar, no âmbito da covid-19, um método de optimizar o sistema de testagem, estudar a prevalência de anticorpos e ainda as interacções Animal-Homem associadas ao vírus SARS-CoV-2. Estes são os três grandes objectivos do projecto ‘DizCOVer@Setúbal’, que está a ser desenvolvido no laboratório de testes de despistagem à covid-19, o ‘IPS COVID-LAB’. Segundo informação da instituição, este projecto “terá a duração de três anos”, sendo “financiado pelo Programa Lisboa2020 com o montante de 300 mil euros, e pretende contribuir, não só para o conhecimento científico relacionado com o SARS-CoV-2, como também para a mitigação do contágio”. A primeira vertente do projecto é “optimizar o sistema de testagem à covid-19 (da colheita à comunicação de resultados), prevendo-se um aumento de 66% face à actual capacidade e também uma diminuição de entre 30 e 50% dos custos e tempo associados, sem descurar a fiabilidade”. O trabalho está a ser desenvolvido por uma equipa multidisciplinar de oito investigadores, liderada pela docente Marta Justino. “Esta optimização permitirá, ainda,

aumentar a celeridade de identificação de casos positivos e a consequente passagem para o próximo nível de decisão, em caso de surto, tendo assim impacto directo na mitigação do contágio e diminuição da infecção”, comenta a docente e investigadora. Refere o Instituto, em nota de Imprensa, que “sendo ainda escasso o conhecimento sobre a extensão e durabilidade da imunidade adquirida pela vacina ou na sequência da infecção, pretende igualmente contribuir para o avanço do conhecimento nesta área, propondo estudar a prevalência de anticorpos anti-SARS-CoV-2 em indivíduos já recuperados ou vacinados, através da sua análise periódica até um ano após vacinação ou infecção”. A isto acrescenta que o projecto ‘DizCOVer@Setúbal’ “prevê dedicar-se ao estudo das interacções Animal-Homem associadas ao SARS-CoV-2, a partir de bivalves do Sado que actuam como reservatórios naturais de vírus”. “A ocorrência de SARS-CoV-2, entre outros coronavírus, em rios, lagos e mares, proveniente de efluentes de ETAR [Estações de Tratamento de Águas Residuais] e por descargas directas, está descrita em diversos estudos a nível mundial”, explica a equipa do projecto. Neste contexto, os investigadores reconhecem a “necessidade de se conhecerem os efeitos que estes vírus podem ter sobre os animais aquáticos e do seu impacto nas zonas onde existe utilização da água”, como contributo “para a criação de medidas de prevenção de possíveis novos fenómenos epidemiológicos”. DR


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Setúbal

Rua José Augusto Coelho encerrada durante uma semana por trabalhos na via pública

A execução de trabalhos de “reparação num colector de águas residuais” provoca, a partir de amanhã, o encerramento de um troço da Rua José Augusto Coelho, em Vila Nogueira de Azeitão. A circulação automóvel vai estar interdita no troço compreendido entre

as ruas Poeta Sebastião da Gama e Helena Conceição Santos Silva por o período estimado de uma semana. “Durante o decorrer dos trabalhos, a circulação é realizada em regime de alternância, assegurado por um sistema semafórico temporário”, refere a autarquia em comunicado.

GESTÃO DA CÂMARA MUNICIPAL

Fernando Negrão assume lugar na vereação mas rejeita atribuição de pelouros MÁRIO ROMÃO

Eleito do PSD explica que funções devem ser da responsabilidade da CDU, “que foi quem ganhou as eleições”

O PSD estará disponível para votar aquilo que, de facto, for importante para o desenvolvimento do concelho e para o bem-estar dos setubalenses Fernando Negrão

Maria Carolina Coelho Fernando Negrão, que encabeçou a lista do Partido Social Democrata (PSD) à Câmara de Setúbal, diz assumir o lugar de vereador da oposição na gestão da autarquia, mas que não vai aceitar pelouros. “A responsabilidade de assumir os pelouros é da CDU, que foi quem ganhou as eleições autárquicas”, explicou a O SETUBALENSE. Face aos resultados obtidos no passado domingo, a força política social-democrata conseguiu duplicar o número de eleitos de um para dois, pelo que também Sónia Isabel Martins, a número dois da lista, tem garantido um assento na vereação. No entanto, e apesar de o PSD ter conquistado 7 377 votos (16,57%), mais 2 467 do que há quatro anos, Fernando Negrão explica que este não era o objectivo primordial. “A nossa vontade, o nosso projecto, era ganhar as eleições, mas isso não aconteceu”. Sobre a conquista da Coligação Democrática Unitária (CDU), que conseguiu eleger André Martins como presidente do município, com maioria relativa, o social-democrata expressou desejar “que se faça um trabalho em prol do desenvolvimento

Fernando Negrão diz que é necessário "a CDU perceber que é preciso pôr Setúbal no mapa", em benefício "do futuro"

da cidade e do concelho de Setúbal”. “O PSD estará disponível para votar aquilo que, de facto, for importante para este desenvolvimento e para o bem-estar dos setubalenses”, acrescentou. Por considerar que “este é o momento de viragem para a cidade e o concelho”, Fernando Negrão garante que “a CDU, de uma vez por todas,

tem de perceber que é preciso pôr Setúbal no mapa”, em benefício “do seu futuro”. “Nós na oposição vamos ser muito firmes neste ponto. Tem de haver competência, arrojo e ambição, sob pena de Setúbal continuar fora do mapa e de ser só um lugar em que alguém vem fazer visitas e volta ou-

tra vez para Lisboa. Não é isso que nós queremos. O trabalho a fazer nos próximos quatro anos será nesse sentido. Será a insistir”. Questionado sobre o facto de André Martins ter garantido que a CDU está aberta “a encontrar entendimentos com as forças políticas que estiverem disponíveis”, explicou

que “as primeiras pessoas a quem o PSD responderá a essa pergunta será à própria [Coligação Democrática Unitária]”. “Daremos a nossa opinião primeiro à CDU e depois é que tornaremos pública a nossa posição”. Com o reforço do número de eleitos, os social-democratas acabaram por suster o avanço do Chega no concelho, que acabou por não conseguir marcar a sua posição na gestão camarária. “Cada um fará a sua análise, mas essa pode ter sido uma das razões. Há uma probabilidade de isso ter acontecido”, comentou Fernando Negrão, a concluir. PUBLICIDADE


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Moita ENTREVISTA CARLOS ALBINO

“Havia um evidente desgaste de quem se perpetuava no poder” PEDRO CUSTÓDIO

Novo presidente eleito promete relação de proximidade com a população Luís Geirinhas Carlos Albino, presidente eleito pelo PS na Câmara da Moita, no passado domingo, dá, a O SETUBALENSE, a primeira entrevista. A vitória do PS na Moita foi a grande surpresa das autárquicas no distrito. Como vê este resultado? A vitória histórica que obtivemos é fruto de um longo trabalho, com reforço nos últimos anos, no contacto directo com as populações. Fomos ao encontro das pessoas, ouvindo os seus anseios e procurando apontar soluções adequadas e isso trouxe confiança. Havia um evidente desgaste de quem se perpetuava no poder e penso ter sido essa proximidade e, consequentemente, a necessidade de uma mudança urgente, que levou a que as pessoas acreditassem no nosso projecto e depositassem confiança em nós. Que papel poderão ter os eleitos da CDU e do Chega no executivo? E os novos presidentes das juntas de freguesia? Essa é uma matéria que iremos, com certeza, discutir. O PS conta com todos os partidos para uma governação séria, pacífica e centrada nas pessoas, que são o que realmente importa. Para podermos solucionar os problemas das nossas populações tem de haver genuína disponibilidade de todos para apoiar as melhores decisões, respeitando a vontade do povo. Nas freguesias, o factor mais importante para o sucesso de qualquer mandato é o trabalho conjunto, pelo que desejamos que exista disponibilidade de todos os novos autarcas. No caso das vitórias [obtidas], obviamente que traz ajuda acrescida porque temos visões políticas similares, mas isso não exclui o envolvimento dos

outros eleitos, pelo contrário. O que pretende mudar no município? Manter essa relação de proximidade, construir para a Moita o que sempre lhe faltou: projecto. Além de garantir melhores respostas no caso da higiene e limpeza públicas, manutenção de espaços verdes, estradas e arruamentos. É imperativo que tenhamos a visão de conjunto do concelho a fim de, gradualmente, dotá-lo dos equipamentos públicos de utilização colectiva necessários, envolver o movimento associativo e não prescindir da diplomacia junto da administração central, para

Queremos construir o que sempre faltou à Moita: projecto

conseguir parcerias que garantam o que é justo termos. Pretendemos ser atractivos para a instalação de novas empresas, o que nos obriga a ter novas respostas de circulação que facilitem o escoamento das mercadorias. O rio – a nossa jóia da coroa –, terá de entrar nesta reviravolta que pretendemos dar. É um trabalho que não se faz de um dia para o outro, mas estamos cá para o implementar. Não quero ser um presidente de gabinete e é com as pessoas que iremos fazer as alterações que se impõem. Das propostas apresentadas na campanha, quais são as prioridades? Uma das áreas que mais nos preocupa é o acesso à habitação condigna a preços que as pessoas possam pagar. Pretendemos incentivar e promover a habitação de rendas acessíveis. Queremos também que as famílias tenham onde deixar os seus filhos e possam ir trabalhar descansadas, aumentando a cobertura do ensino pré-escolar. Consideramos urgente a limpeza das ruas e jardins, devolver o espaço público à dignidade e transformá-lo num sítio onde todos

tenham prazer em estar. Como deseja solucionar os problemas que sempre apontou a nível ambiental e do saneamento? É urgente conceber um plano, de implementação gradual, de inovadores sistemas de recolha de resíduos, para pôr fim a este problema. Assim como elaborar respostas rápidas que ponham termo às descargas irregulares que vão directas para o rio. Um rio que as populações deveriam poder usufruir na sua plenitude. O século XXI não é compatível com situações terceiromundistas. Não é possível fazer tudo ao mesmo tempo, mas haverá planeamento. Com os projectos em curso, que herda do presidente comunista Rui Garcia, de que forma conta atrair mais investimento? A máxima “juntos somos mais fortes” nunca fez tanto sentido. É preciso criar parcerias para que as nossas áreas industriais se modernizem e ganhem novas valências, criando um ambiente mais favorável para os investidores. Apoiar as empresas do concelho que, na sua maioria, são micro e

pequenas. A autarquia tem um papel fundamental com a criação de um Gabinete de Apoio ao Empresário que ajude a identificar oportunidades de acesso a fundos, formação e apoios, que mais tarde se traduzirão em mais e melhor emprego. Também quero ajudar a que o Plano de Recuperação e Resiliência - a chamada bazuca -, seja uma oportunidade para os projectos estruturantes e nos ajude a dar a volta ao que encontrámos. Quais as prioridades em termos de acessibilidades e para quando a revisão do PDM? Com a enorme procura que existe, neste momento, do nó de ligação da Moita à A33, é urgente desenvolver um conjunto de contactos de forma a criar alternativas, como a construção de um novo nó de acesso à auto-estrada que, não só desbloqueie os constrangimentos existentes, mas que crie um novo canal de acesso, que serviria as zonas industriais já existentes em Alhos Vedros. É igualmente importante tirar partido do que hoje está estabelecido no Plano Director Municipal (PDM), para a construção da Circular Externa da Moita (CREM), privilegiando as ligações aos concelhos vizinhos, nomeadamente ao Barreiro. É também preciso criar verdadeiras redes de ciclovias por todo o território e percursos pedonais qualificados, devidamente iluminados e sinalizados. Além disso, neste mandato, existe a obrigatoriedade de rever o PDM. O município tem vários problemas de âmbito social, como a falta de emprego. Qual a sua aposta a este nível? A esse nível, no topo das nossas prioridades, está a captação de empresas geradoras de mais e melhor emprego local, regulamentando a atribuição de incentivos municipais à fixação de empresas. Uma das áreas que tem que ser olhada com outros olhos é o Turismo. Temos que tirar partido da nossa ligação ao rio, das tradições, da história e do papel importantíssimo da sua situação geográfica.


6 O SETUBALENSE 30 de Setembro de 2021

Moita DR

BB BLUES FEST TERMINA DOMINGO

Blues ‘pic-nic’ encerra festival no Parque José Afonso

CDU diz ter deixado obras e projectos "que vão marcar os próximos anos”

RESULTADOS AUTÁRQUICAS 2021

CDU da Moita reconhece “falhas, como deve acontecer com quem faz” Coligação garante que concelho pode continuar a contar com o seu trabalho Luís Geirinhas A CDU da Moita emitiu esta semana um comunicado acerca dos resultados eleitorais das autárquicas do último domingo no concelho, onde realça que, “se é verdade que em democracia se ganham e perdem eleições, também é verdade que a democracia não se esgota num acto eleitoral”. Apesar da vitória do PS e da eleição de Carlos Albino para presidir à Câmara Municipal – recorde-se que o partido também venceu em todas as Uniões e Juntas de Freguesia –, a coligação garante que a Moita “pode continuar a contar com a CDU enquanto projecto colectivo que sempre se bateu pela defesa da população e da sua qualidade de vida”. “Nunca faltámos ao trabalho em conjunto com as forças vivas do concelho, do desporto à cultura e à acção social, como ficou bem patente durante a pandemia”, exem-

plificam, a par da “luta diária por mais e melhores serviços na saúde, segurança social, nos transportes ou na excepcional rede de bibliotecas”. E acrescentam: “Reconhecemos as nossas falhas, como deve acontecer com quem faz, mas esta campanha demostrou também uma mobilização e um empenho de muitas centenas de activistas e candidatos que se reuniram em redor do nosso projecto colectivo”, que classificam ter sido de “trabalho, honestidade e competência”. Os comunistas afirmam ter conseguido “travar a construção de um aeroporto na Base Aérea do Montijo que, se tivesse ido para a frente, constituiria um dano irreparável para a qualidade de vida de todos nós, com aviões a sobrevoar a baixa altitude a Baixa da Banheira e o Vale da Amoreira, tornando impossível a utilização do Parque José Afonso tal como a hoje a conhecemos”, destacam.

“Uma das facturas de água mais baratas da AML”

Em jeito de balanço do último mandato, a CDU recorda que interveio em todas as escolas da sua responsabilidade e “retirámos as coberturas de amianto em todas as escolas do

Ministério da Educação”, tendo conseguido “atrair investimento privado de relevo, e hoje são já bem visíveis novas empresas no concelho, assim como soubemos criar condições para a reabilitação de edifícios nos centros urbanos mais antigos”, salientam. O documento refere ainda que os eleitos da coligação conseguiram que a “água fosse consecutivamente distinguida com o ‘Selo de Qualidade Exemplar de Água Para Consumo Humano’ da ERSAR, ao mesmo tempo que temos uma das facturas de água mais baratas da Área Metropolitana de Lisboa”, sublinham. Para o futuro, a CDU diz ainda ter deixado “projectos e obras planeadas e lançadas que vão marcar os próximos anos”, tais como a reabilitação do Largo do Descarregador e a recuperação do Palacete dos Condes de Sampayo, em Alhos Vedros, onde “perspectivávamos a instalação do Museu Municipal”. A nova piscina da Moita e o futuro Centro de Saúde Dr. Raul Coelho, na Baixa da Banheira, assim como a pista simplificada de atletismo, prevista iniciar em 2022 no Parque José Afonso, estão entre outros dos projectos que se encontravam em curso, a par dos asfaltamentos que ainda decorrem pelo território.

O tradicional Blues ‘Pic-Nic’ volta a marcar o encerramento da edição deste ano do BB BLUES FEST, no próximo domingo, a partir das 15h00, no Parque José Afonso, na freguesia da Baixa da Banheira. A iniciativa, com entrada gratuita, mediante reserva antecipada em www.bbbluesfest.com, vai contar no cartaz com nomes como os Stonebones & Bad Spaghetti, Mojo Hand, Catman & the Blues Doozers e os BBBF All Stars. Os espectáculos realizados arrancaram dia 23, com o Grupo Dixieland da Banda da Armada, no Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, prosseguindo na última sexta-feira e no sábado com mais actuações no recinto do Mercado Mensal da Moita. Nesta décima edição do BB Blues Fest, subiram ao palco Tail Dragger, Richard Ray Farrel, The Black Mamba e Rick Estrin & The Nightcats. Os portugueses Stonebones & Bad Spaguetti são, provavelmente, a única banda nacional de bluegrass, que se distingue pela “incrível energia” da sua música e pela “entusiástica” performance em palco. Ao vivo, apresentam canções originais, cantadas em português, e também, uma grande colecção de músicas tradicionais. Já o duo Mojo Hand, formado pelo norte-americano Joe Mac – residente em Portugal –, e pelo holandês Gerrit Ekelenkamp, levam até ao ‘pic-nic’ da Baixa da Banheira, um projecto que

vai à raiz do blues, em busca de sons originais. Ao evento musical, vão juntar-se ainda os portugueses Catman & The Blues Doozers – projecto nascido no antigo espaço Catacumbas Jazz Bar, no Bairro Alto, em Lisboa –, com um repertório de blues, influenciado pelo Swing e Jazz, assim como os BBBF All Stars, que terminam o encontro ao ar livre com mais uma actuação no festival, sob a batuta de Fast Eddie Nelson. Recorde-se que o BB Blues Fest resulta de uma parceria entra a Associação BB Blues Portugal, a Câmara da Moita e a União de Freguesias da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira. L.G.

'Pic-nic' ao som dos blues é no próximo domingo, a partir das 15 horas, no Parque José Afonso, na Baixa da Banheira ALEX COELHO

A banda The Black Mamba actuou na última semana na Moita


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António Mendes: “O PS é hoje a primeira força autárquica no distrito" p13 FÓRUM CULTURAL

BREVES

Luís Varatojo apresenta concerto “Luta Livre” DR

Músico mostra projecto resultante de olhar interventivo sobre a sociedade

Concerto para famílias anima Fórum Cultural O Fórum Cultural José Manuel Figueiredo recebe no próximo sábado, pelas 16h00, no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Música, o concerto para famílias Fábulas do Tempo em que os Animais Cantavam”, pela Musicamera, sendo a entrada gratuita, medante reserva antecipada. Neste espectáculo, a música empresta “novos e

Luís Geirinhas O músico Luís Varatojo apresenta-se a amanhã, pelas 21h30, no Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, com o espectáculo “Luta Livre”, que pretende assinalar o Dia Mundial da Música no concelho da Moita. O novo projecto resulta de “um olhar interventivo sobre a sociedade e a actualidade” e vai ainda contar com as presenças da convidade Kika Santos, João Pedro Almendra e Nelson Cabral. Varatojo vai trazer ao município, música de intervenção “alicerçada na melhor tradição de Zeca Afonso, José Mário Branco, Clash ou Gil Scott-Heron, mas com uma linguagem estética aplicada à vida contemporânea, feita de ecrãs, redes sociais, frases curtas [e] movimen-

BAIXA DA BANHEIRA

Luís Varatojo assinala amanhã, em palco, o Dia Mundial da Música

tos rápidos”, segundo palavras do jornalista Manuel Halpern. Na sua perspectiva, musicalmente, também “responde a essa nova essência mesclada, algures entre o jazz, o pop e o hip-hop, mas sem nunca se dispersar ao ponto de pôr em causa a clareza da mensagem”, explica. Com duração de 80 minutos, a actuação contará igualmente com a participação de Diogo Santos (te-

inebriantes matizes à narrativa das histórias que alimentaram a imaginação de todos os povos e todas as gerações”. Destinada a maiores de seis anos, a iniciativa conta com as participações do actor F. Pedro Oliveira, de Taíssa Poliakova (piano), NatasaSibalic (soprano), Luís Pacheco Cunha (violino) e Catherine Strynckx (violoncelo).

MOITA

clados), Ricardo Pires (baixo), Pedro Mourato (guitarra), Edgar Caramelo (saxofone), Ivo Palitos (bateria) e Ricardo Toscano (músico convidado no saxofone). Os bilhetes ainda podem ser reservados através de contacto telefónico (210 888 900) ou no horário de funcionamento da bilheteira daquele equipamento cultural, sendo possível efectuar um limite de cinco bilhetes por reserva. L.G.

BAIXA DA BANHEIRA

Varino “O Boa Viagem” navega até ao início de Novembro Os passeios no Varino “O Boa Viagem”, com embarque no Cais da Moita, ainda têm programadas 14 saídas para navegar nas águas do Tejo, durante o mês de Outubro e até 1 de Novembro, com vista a proporcionar aos interessados “momentos de descontracção e lazer”. A iniciativa, promovida pela autarquia local, mune-se

de interesse cultural, ecológico e turístico, dando a conhecer o concelho e os municípios vizinhos numa perspectiva diferente, assim como a riqueza dos sapais e das salinas. Em simultâneo, são também divulgados os barcos típicos e as suas características únicas, sendo os passeios individuais adquiridos no Posto de Turismo Municipal. DR

Filme colectivo “Terra Comum” em exibição Entusiasmo e emoção marcaram estreia de projecto documental sobre a freguesia O filme colectivo “Terra Comum” estreou recentemente na Baixa da Banheira, no Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, tendo recebido “uma calorosa recepção por parte do público” que, após a sua exibição, falou sobre a película com “muito entusiasmo e emoção”, tendo partilhado outras histórias sobre aquela vila e as memórias que se mantém vivas em torno desta “terra comum”. Realizado durante a oficina de formação em cinema documental “Arquivo Especial de uma Vida Normal”, o documentário fala sobre a história da freguesia banheirense, contada na primeira pessoa pelos seus cons-

trutores, constituídos por gentes de várias origens e culturas, que se juntaram neste lugar “à procura de uma vida melhor”. No espírito da forte tradição cooperativa da Baixa da Banheira, a curta-metragem foi realizada, na íntegra, pelos alunos e professores da oficina de forma colaborativa e “em comum”,

tendo sido escrita, filmada e realizada por Ana Rita Correia e António Calado, Carlos Gonçalves e Fred Rocha, além de Joaquim Escoval e João Hortelão, João Pedro Figueiredo, Madalena Marques e Ricardo Guerreiro, com direcção artística de António-Pedro e Luísa Mello, responsáveis por orientarem toda a formação. DR

Película realizada em comum foi exibida pela primeira vez no Fórum Cultural

VALE DA AMOREIRA

EA acolheu mostra final de Danças Urbanass O Centro de Experimentação Artística (CEA) do Vale da Amoreira, acolheu no último fim-de-semana, a mostra final de Danças Urbanas, iniciada naquele espaço em Janeiro deste ano. Recordese que parte das aulas foi desenvolvida online, possibilitando a participação de

pessoas de várias zonas do país, que desta forma juntaram-se aos participantes do concelho para uma apresentação pública final, coreografada pelos formadores Obelixx (Marco Menezes) e Sérgio Alegria, com música original criada pelo grupo numa oficina de produção musical.


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Moita

O poder local enquanto catalisador da inclusão

ÁGUAS MOITA-ONLINE

Balcão digital disponível ganha novas ferramentas A Câmara da Moita, em resultado de um trabalho desenvolvido com a empresa responsável pela gestão da facturação da água no concelho, disponibilizou recentemente à população o novo balcão digital “Águas Moita-Online”, que pretende “promover uma maior comodidade e rapidez no acesso aos serviços”, estando agora também acessível através do site do município (www.cm-moita.pt) e de uma nova aplicação móvel, com o mesmo nome, disponível na App Store e Google Play. Através da aplicação e após o registo neste balcão digital, o munícipe pode comunicar a leitura do seu contador, aderir à factura electrónica, consultar o histórico de leituras, acompanhar os consumos e aceder às suas últimas facturas, podendo, em alternativa, instalar a App no seu dispositivo móvel. O balcão digital das águas reúne

ainda um conjunto de informações úteis, como o acesso a tarifários e regulamentos, comunicados e avisos deste serviço. A autarquia lembra que a Moita “tem a tarifa mais baixa de água, saneamento e resíduos da Área Metropolitana de Lisboa, mantendo elevados índices na sua qualidade”. Acrescenta que foi ainda distinguida com “o selo de qualidade exemplar de água para consumo humano”, pelo sétimo ano consecutivo.

MÁ NUTRIÇÃO NAS ESCOLAS

Projecto ‘Heróis da Fruta’ com inscrições abertas Já estão abertas as inscrições, relativas ao presente ano lectivo, para o projecto nacional de combate à má nutrição nas escolas “Heróis da Fruta”, dinamizado pela Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI). A autarquia da Moita recorda que, com este projecto que entrou em vigor no ano de 2011, já foi possível melhorar os hábitos alimentares de “mais de meio milhão de crianças”, provenientes de milhares de estabelecimentos de ensino espalhados pelo país. As inscrições gratuitas, para todas as escolas públicas e privadas, de pré-escolar e 1.º Ciclo, podem ser efectuadas em www.heroisdafruta.

com até ao próximo dia 16, data em que o projecto celebra uma década de existência. O município recorda ainda que o mesmo está “acessível a educadores de infância, professores de 1.º Ciclo, monitores de ATL, docentes responsáveis por bibliotecas escolares ou projectos de educação para a saúde”, assim como “directores de agrupamento ou técnicos municipais”, tais como nutricionistas. A Câmara explica que após a realização da inscrição, os responsáveis receberão por e-mail o respectivo “Guia Heróis da Fruta”, com todas as orientações sobre a implementação do projecto nos espaços escolares.

O

modelo social da deficiência afirma que as pessoas com deficiência não se encontram limitadas somente pela sua deficiência, mas sim, pelas barreiras existentes na comunidade que impedem a igualdade no acesso à informação, serviços, transporte, habitação, educação, formação e emprego. No rescaldo das eleições, importa muito reforçar que as autarquias, no âmbito das suas competências, podem ter um importante papel na eliminação destas barreiras promovendo, na prática, a inclusão das pessoas com deficiência no respeito pelos seus direitos. É possível termos cidades que correspondam efetivamente às necessidades de quem as habita, lá trabalha ou simplesmente visita. Numa cidade assim, o aumento da qualidade de vida de muitos cidadãos que se encontram numa situação de exclusão social será evidente, mas tudo aponta também para a existência de ganhos económicos significativos numa sociedade inclusiva. Ao proporcionar condições para que as pessoas com deficiência se integrem no mercado de trabalho, existem ganhos financeiros tanto para os indivíduos como para a economia em geral. Passam a ser contribuintes líquidos do ponto de vista económico, deixando de ser meros recetores de apoios sociais que assim poderão tornar-se mesmo desnecessários. Para além das vantagens já referidas é ainda de considerar a mais valia, também do ponto de vista económico, que significa para a atividade turística a existência de um ambiente acessível e inclusivo, quando se consideram públicos alvo como as pessoas mais velhas e as pessoas com deficiência, sectores da atividade turística em crescimento – como é o caso do Distrito de Setúbal - que já contribuem com percentagens significativas dos fluxos turísticos, principalmente na época baixa. A inclusão das pessoas com

OPINIÃO Diana Santos

Uma autarquia que tenha uma prática exemplar ao nível da inclusão será um exemplo para outros sectores sociais, políticos e económicos da comunidade

deficiência é um contributo importante para a sustentabilidade social e económica das cidades e todos, sem exceção, consideramos necessária e urgente a inclusão das pessoas com deficiência, mas a rotina e a falta de informação fazem com que continuem a existir decisores políticos e funcionários das autarquias que todos os dias, nas mais diversas áreas e níveis de intervenção, resultado das suas decisões ou intervenção em processos, estão na prática a excluir ou a discriminar pessoas com deficiência, sem ter muitas vezes sequer conhecimento de que o estão a fazer. Para esta situação contribui a invisibilidade das pessoas com deficiência e o desconhecimento generalizado das suas necessidades. É necessário alterar esta realidade que persiste enraizada na maioria das autarquias e na sociedade em geral. As Câmaras e Juntas de Freguesia não podem continuar a construir mais barreiras – físicas, sensoriais, comunicacionais, etc. - nem deixar de destruir a existentes. Só assim, criando um ambiente favorável à inclusão, as pessoas com deficiência poderão participar plenamente na vida comunitária, diminuindo a dependência de outras pessoas, de serviços especializados (mais ou menos assistencialistas ou caritativos) ou mesmo de prestações sociais. As autarquias têm de assumir um compromisso com a inclusão, em permanente diálogo com pessoas com deficiência, no reconhecimento e proteção dos seus direitos. Uma autarquia que tenha uma prática exemplar a este nível será um exemplo para outros sectores sociais, políticos e económicos da comunidade, induzindo alterações nas práticas dessas entidades, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa. Deputada do BE


30 de Setembro de 2021 O SETUBALENSE 11 PUBLICIDADE

ELISIA DOS ANJOS BARTOLOMEU LAURINDO

LUÍS MANUEL SANTANA CAEIRO RICO

JOSÉ FERNANDES AVELINO

FERNANDO MANUEL DOS SANTOS JORGE

(1941 – 2021)

(1957 – 2021)

(1938 – 2021)

(1959 – 2021)

Participação, Agradecimento

Participação, Agradecimento

Participação, Agradecimento

Participação, Agradecimento

A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Luís Manuel Santana Caeiro Rico. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.

A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de José Fernandes Avelino. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.

A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Fernando Manuel dos Santos Jorge. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.

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Necrologia

A família de Ernesto Francisco Troncão Belchior, vem agradecer à equipa comunitária de suporte em Cuidados Paliativos, Agrupamento Centro de Saúde da Arrábida, pelos cuidados prestados ao nosso pai, marido, avô, irmão e amigo.

Classificados

Precisa-se ajudante de cozinha e copeira para Setúbal. Contacto: 918 321 987

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Precisa-se de auxiliar para lar em Palmela. Um especial agradecimento às médicas, Ana Cristina Telm: 917 417 583 Fryxell, Lúcia Ramalheiro e Ana Rita Aguadeiro e às enfermeiras, Carla Palmeirinha e Margarida Ferreira.

O vosso carinho, dedicação, profissionalismo e conforto desmedido no acompanhamento prestado ao nosso querido Ernesto, proporcionaram-lhe os cuidados médicos fundamentais para um fim de vida digno e humano. À sua família, possibilitaram o equilíbrio emocional necessário, que nos permitiu viver esta dura etapa, da melhor maneira que a mesma puderia ser vivida.

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Talvez não existam palavras significativas o suficiente para vos agradecer, mas que esta mensagem de profunda gratidão, vos transmita força e coragem, para continuarem a fazer o que fazem. A vossa missão é das mais nobres e necessárias. Obrigado por fazerem a diferença, Obrigado por tudo!

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funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Elisia dos Anjos Bartolomeu Laurindo. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.


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Almada

Bienal de Artes Contemporâneas no palco de espaços culturais e urbanos

A BoCA – Bienal de Artes Contemporâneas vai passar, pela primeira vez, por Almada. Até 17 de Outubro o concelho junta-se assim a Lisboa e Faro para receber a terceira edição BoCA, que propõe como desafio o tema “Prove You Are Human”,

um projecto “extradisciplinar”, que "implica mudança e reflexão nesta nova era civilizacional". Em Almada decorrem sete intervenções artísticas, entre instalações e performances, da dança ao teatro, que vão percorrer os espaços culturais e urbanos.

AUTÁRQUICAS

PS elege mais um vereador mas continua com o peso político do lado da oposição MÁRIO ROMÃO

Inês de Medeiros repete surpresa eleitoral, desta vez ao reforçar a vitória com mais de 10% sobre a CDU Humberto Lameiras A primeira sondagem tornada pública, em Julho, dava o PS e a CDU com empate técnico nas autárquicas 2021. A socialista Inês de Medeiros apenas conseguia mais 1% do que a comunista Maria das Dores Meira. A 13 de Setembro, nova projecção já dava uma distância de 4% com o PS à frente, entretanto uma sondagem interna dos socialistas dava-lhes uma vantagem de 8%. No domingo, Inês de Medeiros acabou por ser reeleita com mais 10,18% do que a CDU. Caía assim por terra o desejo da coligação PCP-PEV de reconquistar aquele que foi um bastião comunistas desde 1976 até às autárquicas de há quatro anos. Na noite das eleições, Maria das Dores Meira assumia a derrota e ter falhado a sua missão de “devolver a Almada uma vida nova”, enquanto o PCP, dias depois, analisava que a vitória do PS ficou a dever-se a “vários factores”, entre eles a “expressiva

Inês de Medeiros diz que a vitória do PS foi a vitória do trabalho

deslocação de votos de vários partidos, em particular do PSD para o PS”. Um comentário feito na página do Facebook do partido. Esta rede social foi também a

escolha de Inês de Medeiros para a gradecer a “todos os almadenses que foram às urnas”, e escrever que a vitória socialista foi a “vitória do trabalho”. O social-democrata Nuno

Matias, que encabeçou a lista de coligação AD, destacou o “sinal” dado pela candidatura do ‘acordo’ PSD, CDS, Aliança, MPT e PPM, à União das freguesias Charneca de Caparica e Sobreda “através do seu programa e dos seus integrantes. Era a sua opção e reunia os elementos necessários para levar à prática esse programa”. E deixa ainda, talvez em jeito de mensagem: “é ao Partido Socialista que compete formar o governo das freguesias”, e termina com uma garantia à população: “Contem connosco para ser uma força de equilíbrio, de procura de consensos, de respeito pelo princípio da legalidade, de busca de entendimentos e de construção de soluções”. Já o Bloco de Esquerda, numa curta publicação, saúda a reeleição de Joana Mortágua e deixa a garantia que a vereadora “continuará a fazer ouvir as vozes de todas e todos os almadenses”. Estes os partidos que elegeram mandatos. O PS com 39,87%, resultado dos 28 203 votos, elege 5 vereadores, mais um do que em 2017, e a CDU com 21 006 votos obteve 29,69% e mantém os 4 vereadores. A coligação AD perde significativamente na comparação com os resultados do PSD há quatro anos (CDS não elegeu vereadores); de dois mandatos passou a apenas um, perdeu votos (7 574 com a AD,

quanto os social-democratas sozinhos tinham recolhido 9 362) e ficou-se pelos 10,71%. O bloco de esquerda vai continuar com Joana Mortágua na Câmara, mas perdeu votos e percentagem ficando com 6,83% (9,64% anteriormente). A questão agora é saber como vai funcionar o novo executivo. Apesar de ter ganho mais um vereador, Inês de Medeiros - com quem O SETUBALENSE não conseguiu falar até ao fecho da edição –, tem o PS com cinco eleitos, e vai ter seis vereadores do lado da oposição (total de 11 mandatos na Câmara Municipal). No último mandato o PS estabeleceu um acordo pós-eleitoral com o PSD e governou num acordo PS/PSD, a CDU não aceitou pelouros e o BE também não. Na campanha eleitoral, Dores Meira afirmou que a CDU não irá estabelecer acordo governativo com o PS, Joana Mortágua disse que não entrava em executivos de direita, presume-se que se estava a dirigir à presença do PSD no anterior executivo, e Nuno Matias, ainda não disse não, nem sim. Certo é, que o social-democrata tem afirmado estar disponível para soluções e encontrar equilíbrios. Caso surja novo acordo pós-eleitoral, repete-se uma governação de Almada bipartidária, com seis vereadores do lado do executivo e cinco na oposição.

CANDIDATURAS

Município seleccionado para integrar Rede de Autarquias que Cuidam dos Cuidadores Informais Almada é uma das 24 autarquias do País seleccionadas para integrar a 1.ª edição da Rede de Autarquias que Cuidam dos Cuidadores Informais, isto acontece depois de o município ter sido distinguido pelo projecto “Tempo para Si”. Trata-se de um projecto que “permite aos cuidadores informais recorrerem a uma bolsa de cuidadores formais para acompanhamento das pessoas a

seu cargo durante breves períodos”, explica a autarquia, sendo que o objectivo “é proporcionar aos cuidadores informais a possibilidade de usufruírem de tempos livres e de lazer”. “Tempo para Si” é uma resposta de parceria entre o Município de Almada, a APPACDM – Centro Quinta dos Inglesinhos, enquanto entidade gestora, e a APCAS – Associação de Paralisia Cerebral de Almada Seixal,

enquanto entidade executora, concretizada pela Câmara Municipal de Almada através de um protocolo de colaboração, estabelecido em Julho deste ano. “O projecto permite o gozo de tempos de descanso e lazer do cuidador informal, com recurso a uma bolsa de cuidadores formais, devidamente qualificados, que se propõem a acompanhar as pessoas cuidadas no domi-

cílio destas”, refere nota informativa da autarquia. Quanto à Rede de Autarquias que Cuidam dos Cuidadores Informais, é uma iniciativa do Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais, que tem por missão “distinguir, divulgar e amplificar as melhores práticas levadas a cabo ou formalmente por municípios e freguesias nesta área, em Portugal, através da atribuição

de selos de mérito”. Explica a autarquia que podem candidatar-se ao projecto “Tempo para Si” “os cuidadores informais que residam no concelho de Almada, que prestem cuidados a pessoa dependente, podendo ser um familiar, amigo ou pessoa próxima que assume a função de cuidador principal a tempo inteiro, desempenhando tarefas de apoio a outrem”.


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Inscrições abertas para a Universidade Sénior de Alcácer do Sal

A Universidade Sénior de Alcácer do Sal – USAS vai retomar a sua actividade e está a receber inscrições dos interessados em frequentar a mesma no ano lectivo de 2021/2022. A inscrição é feita no Gabinete de Educação e Acção Social da

Região

Câmara Municipal de Alcácer do Sal, localizado no edifício dos Serviços Técnicos da Câmara (Abegoaria), e preencher e entregar a respectiva ficha de inscrição. A USAS funciona entre Outubro e Junho, na antiga escola dos Açougues e, em 2021/2022.

ANTÓNIO MENDES PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DO PS

“O PS é hoje a primeira força autárquica no distrito, o nosso objectivo foi cumprido” O SETUBALENSE

O socialista acredita que Setúbal ‘está por um fio’ e, em breve, a câmara será governada pelo PS. Das treze câmaras do distrito, o PS gere seis Humberto Lameiras “Muito positivo”, é a avaliação que António Mendes, presidente da Federação do Partido Socialista de Setúbal, faz do resultado eleitoral nas autárquicas obtido pelo partido, no passado domingo. “O PS é hoje a primeira força política autárquica no Distrito de Setúbal, tem mais votos e mais mandatos, o que corresponde ao objectivo que tínhamos traçado, e que foi plenamente cumprindo”, afirma a O SETUBALENSE. Das treze câmaras municipais do Distrito de Setúbal, o Partido Socialista governa agora em seis e a CDU em sete. Ou seja, ao ganharem no município da Moita, os socialistas acrescentaram mais um concelho aos que passaram a governar depois das autárquicas de 2017. Além disso, reforçaram em muito a posição eleitoral na presidência no concelho de Almada, com Inês de Medeiros (39,87% com 5 mandatos em 11), também no Barreiro com Frederico Rosa (56,48%, e a passar de 4 mandatos para 7, em 9 no total), ainda em Alcochete através de Fernando Pinto (52,95% a arrecadar 5 mandatos em 7), e em Sines Nuno Mascarenhas foi reeleito com maioria absoluta (50,24%, mas passou a 4 mandatos em 7, em vez dos 5 do anterior mandato). Só no Montijo, o socialista Nuno Canta perdeu votos e com isto a maioria absoluta (29,49% que lhe deu 3 mandatos em 7 no global).

António Mendes aponta que a CDU não tem nenhuma maioria absoluta na Península de Setúbal

A vitória do PS na Moita foi um efeito de arrastamento pela boa gestão dos eleitos do PS no Barreiro, Alcochete e Montijo

Na Moita, que era governada pela Coligação Democrática Unitária (PCP-PEV), o Partido Socialista com Carlos Albino foi eleito com 37,63% o que lhe deu 4 vereadores entre os 9 eleitos.

Havia confiança de reforçar em Almada

“A vitória do PS na Moita foi um efeito de arrastamento pela boa gestão autárquica dos eleitos socialistas no Barreiro, Alcochete e Montijo", comenta António Mendes, destacando que toda a faixa naquela zona da Península de Setúbal “passa a ser governada pelo PS; e reafirma: “há efeito de arrastamento dos vários mandatos autárquicos” do partido.

Quanto ao reforço da votação no PS em Almada, revela que “havia confiança” neste resultado: “Não só pelos estudos internos que tínhamos, mas também pela forma como sentíamos a população reagir”. Onde se esperava mais do partido era no concelho do Seixal, onde o comunista Joaquim Santos reforçou a percentagem de votos. Mesmo assim, apesar da CDU ter aumentado o número de votos, o mesmo aconteceu com o PS, o que dá confiança ao líder dos socialistas para, “a curto prazo, o PS conseguir discutir a eleição”: “O resultado foi muito idêntico aos das autárquicas de 2017, o que nos dá a expectativa de ter consolidado a posição”.

As contas do distrito fazem-se agora para o PS com 50 mandatos nas câmaras municipais, - a CDU passa a ter 44 mandatos -, seis presidentes de câmara, 28 presidentes de junta de freguesia, 298 mandatos nas freguesias e 131 deputados municipais eleitos. É isto que permite ao presidente da Federação socialista afirmar que “o PS cumpriu plenamente o objectivo de ser a maior força política autárquica”, e acrescentar: “Foi a primeira vez que isso aconteceu, não só consolidámos os bons resultados que tínhamos obtido em 2017, como reforçámos, o que é uma nota muito positiva”. No caso dos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Sesimbra e Setúbal, António Mendes salienta que o PS “conseguiu tirar a maioria absoluta à CDU”. Aliás, “o PCP não tem nenhuma maioria absoluta na Península de Setúbal”, vinca. Além de Almada, onde todas as atenções estavam centradas sobre se a comunista Maria das Dores Meira, que durante 15 anos governou Setúbal, conseguia devolver o concelho à CDU, também em Setúbal quase tudo se esperava. Mas a coligação PCP-Verdes, com André Martins, conseguiu segurar a cidade do Sado, embora tenha perdido a maioria absoluta e muitos votos. “Em Setúbal partimos de uma diferença de 12 652 votos, [conseguidos pela CDU em 2017] para ficarmos agora a apenas 3 mil votos”, compara António Mendes. “O PS teve a melhor votação dos últimos 20 anos. Estou convencido que fica agora em posição favorável de disputar, em breve, as eleições em Setúbal, para ganhar”, prevê. Com base nos resultados do PS no distrito, além do “sentimento de que foi cumprido o objectivo proposto, há um sentimento de grande responsabilidade pela confiança depositada no PS”, afirma o presidente da Federação. Agora: “é trabalhar para sermos merecedores dessa confiança e retribuir com muito trabalho”, diz.


14 O SETUBALENSE 30 de Setembro de 2021

Desporto

SORTEIO DA TAÇA DE PORTUGAL TRAZ ADVERSÁRIOS DA I LIGA A TRIO DA REGIÃO

Vitória defronta Vizela no regresso aos duelos de primeira no Estádio do Bonfim DR

Oriental DragonMoreirense e Moitense-Braga são os outros jogos Ricardo Lopes Pereira O Estádio do Bonfim vai na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal voltar a possibilitar que os adeptos do Vitória FC assistam a um duelo com um clube da I Liga. O sorteio realizado ontem ditou que o Vizela, actual 11.º classificado do escalão principal, se desloque a Setúbal no fim-de-semana de 16/17 de Outubro para medir forças com os sadinos, que ocupam a 3.ª posição da Liga 3. Além dos vitorianos, Oriental Dragon (Liga 3), e Moitense (1.ª divisão distrital da AF Setúbal) são os outros clubes da região ainda em prova e ambos vão também ter pela frente oponentes da I Liga, respectivamente, o Moreirense e Sp. Braga. O Oriental Dragon, que na ronda anterior afastou no desempate através de grandes penalidades o Loures por 9-10, após uma igualdade (2-2) nos 120 minutos, vai jogar com os cónegos, actual 14.º lugar da I Liga. Mais especial ainda será o jogo do Moitense, um dos três clubes das provas distritais ainda em competição. Depois de eliminarem o Ançã, por 2-1, o conjunto da Margem Sul do Tejo foi premiado com a visita do Sp. Braga, 5.º classificado da I Liga e actual detentor da Taça de Portugal. Apesar de o trio da região ter pela frente oponentes do escalão principal, todos acalentam o sonhe de ser ‘tomba-gigantes’ na 3.ª eliminatória da prova rainha. Recorde-se que da eliminatória anterior transitaram 46 clubes: 18 da I Liga, 15 da II Liga, 12 militam na Liga 3, 16 no Campeonato de Portugal e três dos Campeonatos Distritais, perfazendo um total de 64 clubes que estiveram representados no sorteio em que Fernando Tomé, antiga glória do Vitória, foi o homem responsável

Fernando Tomé, antiga glória do Vitória, retirou as bolas que ditaram os adversários do trio da AF Setúbal em prova

por selecionar a sorte de cada um dos clubes participantes.

Foco total no duelo de sábado para o campeonato

Entretanto, o treinador Toni Pereira, que celebrou segunda-feira o seu 65.º aniversário, continuou ontem a preparar a estratégia a colocar em prática no sábado, dia em que os sadinos, a partir das 19:30 horas, defrontam o U. Santarém, em jogo da quinta jornada da Liga 3. A recepção ao conjunto ribatejano acontece mais de um mês depois de a equipa ter actuado pela última vez no Bonfim. Tal como fizeram a 28 de Agosto, quando golearam (5-2) o Oliveira do Hospital, os verdes e brancos têm como objectivo voltar a conquistar os três pontos. Refira-se que depois da partida no Bonfim com os beirões, os setubalenses somaram por vitória os outros duelos travados, ambos fora de casa: 0-1 com o Sporting B, a

contar para a 4.ª ronda do campeonato, e 0-2 com o Vianense, em jogo da segunda eliminatória da Taça de Portugal. Frente ao U. Santarém há expectativa de perceber se algum dos capitães de equipa – Nuno Pinto, José Semedo e Zequinha – que não jogaram no encontro da Taça de Portugal vão voltar a dar o contributo à equipa. Se no caso de Nuno Pinto, defesa que esteve no banco em Viana do Castelo, e José Semedo, médio que não integrou a convocatória no Minho, os seus regressos são prováveis, a expectativa maior reside em torno do avançado Zequinha, que não foi opção nos últimos dois jogos oficiais. Todas as dúvidas serão dissipadas já próximo da hora do jogo, altura em que o treinador Toni Pereira já terá revelado o onze inicial para o confronto com os escalabitanos, que ocupam a nona posição da Liga 3 com três pon-

tos em quatro jornadas. Já os vitorianos seguem na terceira posição com nove pontos amealhados, menos um que os líderes U. Leiria e Torreense.

Academia de formação de andebol homenageia Manuel Manita

De forma a homenagear uma figura incontornável nos quase 111 anos de história do clube, neste caso concreto do andebol, o Vitória anunciou que a Academia de formação da modalidade foi baptizada com o nome de Manuel Manita. “Sendo Manuel Manita uma figura ímpar do andebol sadino e nacional, a Secção de Andebol do Vitória Futebol Clube decidiu atribuir o seu nome à nossa academia de formação andebolística”. A justificação foi dada pelo clube numa publicação que reforça as razões pelas quais foi agora criada a Academia de Andebol Manuel Manita, que foi recentemente homenageado pelos responsáveis pela

modalidade. “No dia 25 de Setembro, por ocasião do aniversário de Manuel Manita, e durante o intervalo do jogo de andebol, entregámos uma lembrança aos seus familiares cuja presença muito nos honrou”. Ainda sobre este assunto, os sadinos frisam a importância de perpetuar os ensinamentos do histórico treinador. “Mantendo presente, e tendo como principal objectivo, a formação do jovem atleta enquanto indivíduo, colocamos sempre em primeiro lugar a formação pessoal e social enquanto cidadão e o desenvolvimento do espírito de grupo e de fair-play. Nesse sentido, a Academia de Andebol Manuel Manita irá desenvolver um conjunto de parcerias e actividades com a sociedade civil direccionadas aos seus atletas, pais e encarregados de educação. Estamos certos de que este é o caminho, por isso, contamos com todos”, finaliza a nota emitida pelo clube.


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Amora recebe U. Leiria em Oliveira de Azeméis

O jogo entre o Amora e a U. Leiria relativo à 5.ª jornada da Liga 3 vai realizar-se no próximo sábado às 13 horas, não no Estádio Alfredo da Silva, no Lavradio, que seria supostamente a sua casa, como inicialmente estava previsto, mas sim no Estádio Carlos Osório, em

Oliveira de Azeméis. A SAD do clube da margem sul do Tejo esclarece em comunicado que “apesar de todos os esforços para encontrar um lugar acessível aos amorenses, esta foi a única alternativa possível, das muitas identificadas de norte a sul do país, que reúne as condições

que a Liga 3 exige, bem como a disponibilidade de calendário”. Porque as obras no Complexo Municipal Carla Sacramento ainda decorrem em causa poderá estar também a realização do encontro com o Sporting B, da 7.ª jornada, no dia 31 de Outubro.

GONÇALO QUINTA-FEIRA GOLEADOR DO BANHEIRENSE

MOITENSE

“Quero ser o melhor marcador da segunda divisão com a faixa de campeão” DR

Avançado do Banheirense, que fez um hat-tick na primeira jornada, espera atingir pelo menos a marca dos 30 golos esta época

José Pina

José Pina O Banheirense foi uma das equipas que mais golos marcou na primeira jornada do Campeonato Distrital da 2.ª Divisão e houve também um jogador que se destacou pelo facto de ter marcado três golos. Trata-se de Gonçalo Quinta-Feira, avançado de 24 anos, que chegou esta época à Baixa da Banheira proveniente do Sesimbra, clube que representou nas duas últimas épocas. Gonçalo Quinta-Feira começou a praticar futebol nas escolinhas do Zambujalense de onde transitou para o Alfarim e posteriormente para o Sesimbra, nos escalões de formação. Como júnior de segundo ano representou o Cova da Piedade no Campeonato Nacional da 2.ª Divisão e depois já como sénior voltou ao Alfarim onde atingiu ao seu age como goleador ao marcar 20 golos em 2017 e outros tantos em 2019, transferindo-se depois para o Sesimbra. Em entrevista ao SETUBALENSE o jogador mostra-se radiante com a opção que tomou e confessou que, para si e para o clube, o campeonato não podia ter começado melhor. Gonçalo Quinta-Feira adiantou que esta não foi a primeira vez que marcou três golos num só jogo mas considera que foi um momento marcante porque esteve muito tempo sem jogar devido à pandemia de Covid-19. Começar o campeonato a ganhar é sempre bom e quando se marca golos ainda melhor.

“Não pensamos somente na manutenção, queremos algo mais”

Gonçalo Quinta-Feira quer chegar aos 30 golos esta época

No teu caso foi um hat-trick, já tinhas feito algum na tua carreira? Sim, começar um campeonato a ganhar é sempre memorável. A equipa queria muito que a competição chegasse. Em relação ao hat-trick foi uma grande sensação porque já não jogava desde que a pandemia covid-19 se instalou e fez parar tudo. Porém, ao longo da minha carreira, que não é muito longa, já tinha feito mais alguns. Mas desta vez foi mesmo fantástico porque há muito tempo que não fazia, foi realmente marcante. O objectivo de um avançado é fazer golos, tens alguma meta traçada para esta época? Sim é verdade, nós, avançados vivemos de golos e eu não sou excepção. Em brincadeira, falei com o mister e estabeleci a meta dos 30 golos. Vamos ver se é possível lá chegar ou mesmo ultrapassar essa meta. Para mim seria também um

recorde. Tens andado por clubes da zona de Sesimbra na 1.ª divisão mas agora surges no Banheirense que está na 2.ª divisão. A que se ficou a dever esta mudança? Foi uma mudança radical. Às vezes temos que dar um passo atrás para depois dar dois para a frente. Quando mister me abordou eu não lhe disse que não. Como ainda ninguém me tinha feito nenhum convite, e como estava quase há um ano sem jogar, aceitei o convite e decidi vir para a 2.ª divisão distrital tentar ajudar o clube. A integração não foi difícil? Inicialmente pensei que sim, que poderia ser difícil. Mas como o clube é composto por pessoas humildes e muito trabalhadoras, os jogadores que ficaram da época passada integraram-me muito bem, isso foi uma grande ajuda porque nunca tinha saído da minha zona de conforto. Quais são os teus objectivos

para esta época? Antes dos meus objectivos pessoais quero falar dos objectivos colectivos para esta época, subir de divisão. Os restantes vêm por acréscimo. Em termos pessoais não escondo que o meu desejo passa por ser o melhor marcador da 2.ª divisão distrital, com a faixa de campeão, obviamente. És ainda jovem, até onde pensas poder chegar como jogador de futebol? Neste momento não penso muito num futuro como jogador de futebol mas se alguma oportunidade surgir e se for compensatória não irei dizer que não. Mas, é como lhe digo, por agora não penso nisso, o que tiver que vir, vem naturalmente. Há algo mais que queiras dizer? Agradecer apenas a oportunidade que o Banheirense me proporcionou. Estou muito feliz e sinto-me a crescer a cada dia que passa.

Depois de ter garantido a qualificação para a terceira eliminatória da Taça de Portugal, o União Futebol Clube Moitense prepara-se agora para o regresso ao Campeonato Distrital da 1.ª Divisão que vai acontecer já este sábado, no Campo Rocha Lobo, frente ao Monte de Caparica. A equipa da Moita, que viu o jogo com o Trafaria ser adiado devido à sua participação na Taça de Portugal, vai fazer agora a segunda partida no campeonato e o objectivo passa pela conquista da vitória, como aconteceu na recepção ao FC Setúbal, porque os objectivos estão bem definidos. “As nossas perspectivas para esta época são fazer o melhor possível em termos classificativos, tirando da ideia de objectivos que no passado eram uma realidade. Isto é, não pensamos somente na manutenção, queremos algo mais”, referiu a propósito o treinador David Nogueira que alertou também para outros pormenores que poderão dificultar a tarefa. “Temos a noção que esta época não terá nada a ver com a época anterior porque teremos o triplo dos jogos e vamos apanhar campos e equipas completamente diferentes. Teremos que ser mais regulares para podermos fazer uma época positiva e alcançarmos de facto os nossos objectivos”, realçou o técnico do Moitense que como acontece com os seus adversários vai ser obrigado a fazer três jogos no espaço de oito dias, por força do calendário e do grande número de jornadas pelo simples facto do campeonato ser disputado por 20 clubes. Neste sábado, dia 2 de Outubro joga no Monte de Caparica; na terça-feira, dia 5 de Outubro, feriado nacional, recebe o Seixal no Juncal Desportos; e, no dia 10 de Outubro (domingo) desloca-se a Sines para defrontar o Vasco da Gama, no estádio municipal.


04:02 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 10:01 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar 16:16 ~ 3.5 m ~ Preia-mar 22:24 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar

ALMADA

04:03 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 10:00 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar 16:16 ~ 3.5 m ~ Preia-mar 22:23 ~ 0.6 m ~ Baixa-mar

SESIMBRA

04:29 ~ 3.4 m ~ Preia-mar 10:29 ~ 0.6 m ~ Baixa-mar 16:44 ~ 3.5 m ~ Preia-mar 22:50 ~ 0.5 m ~ Baixa-mar

SINES

SETÚBAL TRÓIA

MARÉS

04:55 ~ 3.8 m ~ Preia-mar 10:39 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar 17:10 ~ 3.9 m ~ Preia-mar 22:59 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar

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