O Setubalense, o seu diário da região nº 753 de 14 de Dezembro de 2021

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Moradores em Azeitão decidem continuar luta 41 famílias ameaçadas de perderem casa que já pagaram a cooperativa falida recusam dar ao IHRU mais 13 mil euros por cada habitação p4 DR

Alberto Santos ‘guarda’ arte de reparar instrumentos de sopro p22 e 23 O SEU DIÁRIO DA REGIÃO TERÇA-FEIRA, 14 DE DEZEMBRO DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 753 | ANO III | 5.ª SÉRIE

DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO PUBLICIDADE

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IEFP vai ter campus de 20 milhões de euros em Vila Nova de Santo André Antigas instalações do Instituto Piaget vão ser um espaço de formação p28

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PALMELA Caixa Agrícola inaugurou nova agência na vila p15

Câmara aprova Orçamento Municipal de 60,2 M€ p10

SEIXAL 64 famílias do bairro da Jamaica já estão realizadas. Faltam 170 p19 PUBLICIDADE


2 O SETUBALENSE 14 de Dezembro de 2021

Abertura

Direito de resposta

OPINIÃO Francisco Cantanhede

As contradições de Salazar

C

aro leitor, num tempo em que alguns insistem em ressuscitar o que deveria estar morto e bem enterrado, é pertinente relembrar o que a propaganda salazarista impediu que chegasse ao conhecimento dos Portugueses: a prática do homem que apregoou o slogan «Deus, Pátria, Família», foi a antítese daquilo que defendeu. O governante construído pela propaganda do regime seria um celibatário, sem mácula de pecado, defensor da moral católica. Por exemplo, as relações sexuais tinham como fim único a procriação, tal como tinha acontecido na Idade Média. A realidade mostrou um homem bem diferente. Ainda adolescente, quando estudava em Viseu, quebrou as regras impostas pelo colégio religioso que frequentava para se encontrar, às escondidas, com uma apaixonada. Aos vinte e cinco anos, foi expulso da casa dos padrinhos de batismo, que o tinham acolhido com vista a poder fazer os estudos universitários, por ter cortejado a sua filha com dezasseis anos de idade. Envolveu-se com a aristocrata Carolina de Asseca, a quem prometeu casamento, obviamente católico, ou seja, perante Deus, o que levou a revista Times, em 1946, a recordar-lhe as suas origens rurais: «o decano dos ditadores da Europa, tem a ambição de juntar as suas botifarras de rústico aos chapins aristocráticos da condessa.» Logo que tomou conhecimento da notícia da Times, o ditador português abandonou a sua amada, esquecendo as promessas de casamento. Outra das suas amantes, jornalista francesa, mulher casada, acabou por se divorciar devido ao envolvimento amoroso com Salazar. «O decano dos ditadores da Europa» passou horas ao telefone falando sobre assuntos de Estado com uma cartomante, mulher que influenciava a governação de Portugal. O seu relacionamento com alguém que não respeitava a afirmação «a Deus o que é de Deus, aos homens o que é dos homens», se tivesse acontecido antes do fim da Inquisição, em 1820, poderia

ter levado os dois a serem queimados vivos numa das fogueiras do Tribunal da Inquisição. Dirigindo-se aos Portugueses, no contexto da Segunda Guerra Mundial, Salazar afirmou: «salvei-vos da guerra, mas não consigo salvar-vos da fome.» Ora, este homem que «salvou os Portugueses da guerra» foi o responsável direto pelo conflito armado em Angola, em Moçambique e na Guiné. Quantos filhos de Deus, maridos, irmãos morreram na Guerra Colonial? A moral salazarista impôs que fosse publicada legislação específica para as medidas dos fatos de banho de mulheres e de homens, contudo o ministro da justiça que exigiu uma investigação séria ao caso Ballet Rose- o escândalo de pedofilia que abalou o regime- foi demitido. Salazar, além de nunca ter constituído família, pois não casou nem foi pai, destruiu várias famílias. O homem que tanto amou a sua mãe, não se compadeceu por milhares de mães saírem de casa antes do sol nascer e regressarem depois de o astro rei desaparecer no horizonte, deixando os seus filhos de tenra idade- filhos de Deus- entregues aos irmãos com cinco, seis, sete anos, como se de adultos se tratasse. Quantas criancinhas morreram por o meio de transporte- o burro- ser demasiado lento, chegando tarde ao hospital? Recentemente, o líder de uma força política de extrema-direita afirmou: «Deus, Pátria, Família e Trabalho, é nisso que este partido acredita.» Eu acredito nos partidos democráticos- CDS, PSD, PS, PCP e BE-, criados antes ou logo após Abril de 1974, partidos estruturantes da nossa democracia, partidos que respeitam a Constituição da República Portuguesa, ou seja, que não «se estão nas tintas» para a «mãe de todas as leis.» Em democracia o «povo é quem mais ordena», pois, «o voto é a arma do povo»; dia trinta de janeiro próximo que o voto seja usado em defesa da democracia. Professor

Vem a Iniciativa Liberal exercer o seu direito de resposta, ao abrigo dos artigos 24 e seguintes da Lei 2/99 (Lei da Impressa), de forma a corrigir a notícia publicada no Jornal O SETUBALENSE (por remissão da Lusa) na sua edição de 12 de dezembro de 2021: “Assembleia Municipal de Setúbal confirma retorno da água e saneamento à gestão pública”. É referido no artigo acima mencionado que “(..) foi aprovado por maioria na Assembleia Municipal, apenas com sete abstenções e nenhum voto contra(..)”, o que não corresponde à realidade. O deputado municipal Flávio Lança votou contra esta proposta na sessão extraordinária de 10 de Dezembro, tendo inclusive usado da palavra para justificar perante o executivo e a Assembleia o sentido de voto da Iniciativa Liberal, que passamos a resumir de forma a repor a verdade dos factos: 1. O estudo da consultora PWC menciona claramente que existem riscos na passagem para a gestão publica em perdas operacionais associadas a destruição de economias de escala, falta de conhecimento do setor e menor poder negocial por parte do operador publico. 2. A passagem das águas do Sado irá contribuir, com grande probabilidade, para um aumento das despesas de funcionamento do município, salientando a preocupação com a manutenção da qualidade do serviço prestado, tendo em conta o elevado endividamento da Câmara de Setúbal. 3. Existem alternativas não exploradas pelo executivo, como o lançamento de novo concurso público, o que poderia resultar em poupanças significativas e que apenas não o fez por manifesta opção ideológica. 4. Mostrou preocupação que, sendo as Águas do Sado uma empresa com lucros, não é claro que esses lucros continuem a ser investidos nas infraestruturas de captação e tratamento da água, podendo ser alocados a outros fins, com prejuízo para a qualidade do serviço prestado aos setubalenses. Juntamos em anexo a declaração de voto do nosso deputado. Setúbal,12 de dezembro de 2021

José Magoito, coordenador-geral do Núcleo de Setúbal da IL

Declaração de voto Para constar da Ata da reunião extraordinária da Assembleia Municipal Setúbal de 10.12.2021 O deputado único na Assembleia Municipal de Setúbal da Iniciativa Liberal, declara que vota contra a proposta nº Delib. CMS 103-A/2021 – Regresso dos sistemas de abastecimento de água e de saneamento à gestão pública municipal, com referência de deliberação na Assembleia Municipal nº 06-A/2021/ AMS, em virtude de: a) Considerar que o executivo deverá realizar um concurso público nos termos que entende serem os mais vantajosos para o município, aferindo se a atual concessionária ou outra tem interesse em prestar o serviço nessas condições. A atual proposta apenas apresenta hipóteses entre manter concessionária nos termos atuais ou passar para gestão municipal (com ou sem delegação de algumas atividades); b) Entender ainda que o peso atual da despesa com o funcionamento do Município é expressivo. Por cada 100 euros de receita recebida o município gasta mais de 60 euros com o seu funcionamento. A passagem das águas do Sado irá contribuir, com grande probabilidade, para um aumento das despesas de funcionamento do município. Adicionalmente, a integração dos trabalhadores da Águas do Sado no município poderá implicar ineficiências, pois existirão algumas funções que se irão duplicar com as já existentes no município. Como exemplo deixo as funções de contabilidade e eventualmente engenharia. O executivo do município, deve, na nossa opinião, concentrar-se e ter meios para fiscalizar se uma concessionária cumpre com o estabelecido nos contratos, não qualquer necessidade de ter funções de gestão em empresas nas áreas de interesse publico, como é o caso da água. c) Dar importância ao indicado no relatório da consultora que realizou a análise dos cenários já referidos, onde refere que existem

riscos na passagem para a gestão publica em perdas operacionais associadas a destruição de economias de escala, falta de conhecimento do setor e menor poder negocial por parte do operador publico. Esta destruição é tão relevante quanto maior for a necessidade de investimentos na rede de abastecimento de água ou de águas residuais. Temos uma enorme preocupação em saber como é que o executivo irá financiar as novas operações uma vez que está limitado no financiamento. Iremos assistir a uma perda na qualidade do serviço? d) Neste momento é esperado que as taxas de juro comecem a subir e por isso o custo do financiamento também subirá, implicando mais juros a pagar pelos empréstimo que o Município tem. Mais responsabilidades poderão significar mais despesas, que serão financiadas com mais divida ou mais impostos. Assim nunca irá haver redução da divida do município nem dos impostos/taxas onde têm mando. Decisões, como baixar a derrama, imi ou a devolução de irs serão impensáveis. As decisões sobre aumentar a despesa hoje significam sempre mais impostos ou mais dívida (são a mesma coisa). Quem perde são os munícipes! e) Destacar que as Águas do Sado é uma empresa com lucros, e não é claro que esses lucros continuem a ser investidos nas infraestruturas de captação e tratamento da água. Pretende o executivo utilizar estes valores para outros fins? É de todo relevante, uma vez que esta Assembleia decidiu aprovar a passagem para a gestão publica das águas, que o executivo disponibilize os meios necessários para que a Assembleia possa avaliar se os benefícios apresentados se concretizam, nomeadamente disponibilizando os valores de receitas e custos desta operação claramente identificados nas contas do município. Setúbal, 10 de dezembro de 2021

Flávio Lança, deputado municipal em Setúbal pela IL


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Aberto auto-agendamento de vacinação de crianças

O auto-agendamento para a vacinação das crianças contra a covid-19 ficou disponível cerca das 20h00 de ontem, permitindo marcações de menores de 10 e 11 anos para o próximo fimde-semana. No portal da covid-19 do Ministério da Saúde, é também possível fazer a marcação para a toma da vacina

para a gripe e contra a covid-19 para a faixa etária das pessoas com 65 ou mais anos. Na sexta-feira, em conferência de imprensa, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Lacerda Sales, anunciou que hoje seriam abertas as marcações `online´ para esta faixa etária, cuja vacinação arranca a 18 e

19 de Dezembro, prolongando-se até Março. As crianças com comorbilidades terão prioridade para serem vacinadas, independentemente da idade, desde que tenham prescrição médica, bastando que se se dirijam aos centros para receberem a vacina contra o SARS-CoV-2.

DR

CENTRAL DO BENFICA

Otamendi assaltado em casa na Aroeira por encapuzados Os suspeitos colocaram-se em fuga com relógios e jóias que o jogador tinha em casa. Ninguém ficou ferido Rogério Matos O jogador do Benfica Otamendi foi na madrugada de segunda-feira, alvo de um assalto violento em casa na Herdade da Aroeira, Seixal, onde reside com a mulher e filhos. Os suspeitos, que serão entre cinco ou

sete, colocaram-se em fuga com relógios e jóias que o jogador tinha em casa. Ninguém ficou ferido. O internacional argentino foi surpreendido quando entrava em casa depois do jogo com o Famalicão, perto da uma hora da madrugada. Assim que abriu a porta, os suspeitos empurraram-no para dentro de casa, tendo sido levado à força para junto da mulher e filhos. Os encapuzados exigiram ao jogador as jóias e relógios, pedido a que Otamendi acedeu, indicando onde estavam os bens e sem reagir contra os assaltantes. Na posse da mala com os relógios e jóias, os assaltantes colocaram-se em fuga, sem procurar por qualquer

outros valores que tivesse em casa. Nenhuma das vítimas reagiu aos assaltantes e ninguém foi agredido no assalto que durou cerca de dez minutos. A GNR da Charneca da Caparica, concelho de Almada, acorreu ao local, onde encontrou as vítimas em estado de choque. Foi emitido um alerta para todas as polícias como tentativa de interceptar os assaltantes, mas sem sucesso. As viaturas que estes utilizaram na fuga não foi identificada, dificultando a tarefa. Por se tratar de um assalto violento com sequestro das vítimas, o caso passou para a Polícia Judiciária de Setúbal, que vai agora tentar identificar e localizar os suspeitos.

FOTOLEGENDA DR

SETÚBAL

Estúdio de tatuagem entrega centenas de donativos à Casa Gaiato Equipa que promoveu a recolha de bens ficou surpreendida com onda de solidariedade que se gerou com o ‘Dia Flash da Tatuagem’ David Marcos

Vólei Clube de Setúbal imbatível em competição nacional

A equipa sénior masculina do Vólei Clube de Setúbal, que voltou este ano aos campeonatos nacionais, conquistou “na primeira fase do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão seis vitórias em seis jogos”. Em comunicado, o clube garante que “a equipa sadina apresenta-se bastante forte, com um misto de atletas experientes, e é considerada a principal candidata à subida à 2.ª divisão”. “Agora segue-se a fase interzonal, com as melhores equipas da zona centro Alentejo/Algarve”.

Foram centenas os sacos com roupa, brinquedos, livros, bens alimentares e produtos de higiene que aos poucos foram enchendo o estúdio Koro Tattoo, em Setúbal. A equipa do estúdio havia planeado um pequeno evento, de promoção de recolha de bens em troca de uma tatuagem, mas rapidamente viu esse plano completamente superado. O Tattoo Flash Day [Dia Flash da Tatuagem], decorreu no passado fim-de-semana e consistia na realização de uma doação, no mínimo, de um saco com bens, para serem entregues

a crianças carenciadas, em troca de uma tatuagem. As vagas para esse evento rapidamente esgotaram-se, gerando-se, ainda assim, uma onda enorme de solidariedade. Na terça-feira passada, ainda longe da realização do evento, já estavam a chegar vários donativos e começava já a haver pouco espaço para os sacos com os bens na sala destinada para a entrega. “Já estamos assim e ainda nem começámos. Vamos ter de utilizar mais espaço”, referia Ricardo Sousa, um dos elementos da equipa, na altura. E as expectativas confirmaram-se. No sábado de manhã, mal tinha começado o evento, já o cenário do estúdio se misturava com os sacos com os donativos. “As pessoas têm sido espectaculares. Começámos com aquela sala pequenina e já temos isto tudo cheio de sacos” afirmou Pedro Pais, também elemento da Koro Tattoo. Os donativos recolhidos foram esta segunda-feira distribuídos pela Casa Gaiato Setúbal e Casa Gaiato Maputo.


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Setúbal

Coral Luísa Todi estreia concerto dedicado à música portuguesa no dia 22

O Coral Luísa Todi vai estrear no dia 22 de Dezembro, no palco do Fórum Municipal Luísa Todi, um espectáculo em homenagem à música portuguesa, “numa viagem por alguns dos temas mais icónicos produzidos nas últimas cinco décadas, temas que fazem

parte do imaginário e da memória colectiva”. O “concerto diferente”, em que “arranjos para coro misto a quatro vozes permitirão recrear temas inesquecíveis”, tem início marcado para as 21h30, com a “habitual direcção do maestro Fernando Malão”.

AZEITÃO

Moradores contestam posição do IHRU e decidem continuar a alertar “para injustiça” Instituto público quer mais 13 mil euros por habitação, valor que diz colmatar os 530 mil euros de dívida deixada aquando da falência da cooperativa Maria Carolina Coelho As 41 famílias que residem nas casas da falida Cooperativa de Habitação e Construção Económica Bairro dos Trabalhadores, em Azeitão, contestam a posição do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) de querer assegurar a posse das casas onde residem para as arrendar ou PUBLICIDADE

vender “por 13 mil euros”, valor a acrescentar ao que já pagaram durante os últimos 25 anos. Para os moradores, na voz de Diogo Duarte, um dos elementos destas 41 famílias, a decisão do IHRU representa uma “injustiça que se corre o risco de cometer, com consequências directas sobre a vida de algumas dezenas de pessoas”, mesmo depois do tribunal ter reconhecido que as famílias têm o direito de ficar nas casas onde vivem e que pagaram. Por este motivo, realizaram no passado sábado uma assembleia no pólo da Junta de Freguesia em Vendas de Azeitão, onde discutiram com os advogados “o que fazer de seguida”, tendo ficado decidida a contestação da posição do IHRU, que coloca “em risco os moradores perderem as habitações”. Isto depois de a decisão da justiça, datada de 11 de Novembro passado,

reconhecer que os moradores, que não chegaram a fazer a escritura de compra da casa por a referida cooperativa ter falido, têm os seus créditos "garantidos" e "reconhecidos" pelos montantes que já pagaram, e que como “consumidores” e por "tradição", têm o “direito de retenção” das casas, ou seja, de não as restituir. Contudo, e apesar de admitirem a legitimidade de o instituto público querer recuperar os valores da dívida deixada pela cooperativa, que diz serem superiores a 530 mil euros, afirma Diogo Duarte que “o desejo de ajudar os moradores, que o IHRU tem declarado publicamente nos últimos anos, tem de passar por assumir, de uma vez por todas, uma postura consonante com essas declarações e uma posição clara e livre de ambiguidades, tanto no campo jurídico como no político”. “Especialmente porque, com o recurso apresentado [pelo IHRU da decisão judicial], o reconhecimento do direito de retenção dos moradores, e da sua posição como credores privilegiados acima do instituto pú-

blico, volta a ser colocado em causa”, acrescenta. “Entretanto, um Acórdão da Relação publicado no final da semana passada, estipulou que as casas devem voltar a leilão público e, como tal, perante a posição do IHRU de contestar a decisão da graduação de créditos, o risco de os moradores perderem as habitações continua a ser uma ameaça presente”, revela, em seguida. Além disso, “para lá da injustiça e da perversidade de se verem expropriadas das casas que pagaram na íntegra, a maior parte das famílias em causa não tem qualquer alternativa habitacional”, explica Diogo Duarte, sublinhando que estas “não têm recursos para adquirir casa no mercado e não tem condições para satisfazer as condições exigidas pelo IHRU, caso este assuma a propriedade das habitações”. “Acresce o absurdo de o IHRU não ter qualquer conhecimento sobre as condições em que se encontram as habitações e, como tal, não tem ideia

do investimento necessário na reabilitação material das mesmas, de modo a incluí-las no seu parque habitacional. Consequentemente, o argumento de que agem no sentido de proteger o “erário público” é puramente falacioso”, revela Diogo Duarte. O caso remonta há oito anos, com as 41 famílias a serem ameaçadas desde então de perderem as suas casas por a cooperativa a quem pagaram rendas durante 25 anos não ter cumprido os compromissos de crédito assumidos com o IHRU. A Cooperativa de Habitação e Construção Económica Bairro dos Trabalhadores foi declarada insolvente em 2012 e, depois disso, o IHRU, credor de 5% das dívidas da cooperativa, prometeu tudo fazer para assegurar a permanência dos moradores nas casas que habitam, mas tem sido reiteradamente um alvo preferencial das críticas das 41 famílias, por também nunca as ter alertado para a situação de incumprimento por parte da direcção da cooperativa. Com Lusa MARIA MARTINS

Moradores reuniram-se no passado sábado no pólo da Junta de Freguesia em Vendas de Azeitão


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Setúbal DR

MERCADO NO ROSSIO

Pai Natal passa este fim-de-semana pela vila azeitonense

TESTES RÁPIDOS À COVID-19

Unidade Móvel continua a percorrer concelho com locais definidos até ao fim do mês Nos dias com condições meteorológicas adversas, local de testagem transita para o quartel dos Bombeiros Voluntários Maria Carolina Coelho A Unidade Móvel de Testes Rápidos à Covid-19 continua a percorrer o concelho de Setúbal, tendo a Câmara Municipal sadina já definido os locais em que o serviço vai estar disponível até ao final do presente mês. Durante o dia de hoje, a viatura vai estar estacionada na Praça Vitória Futebol Clube, entre as 09 e as 13 horas e as 14 e as 18 horas. Amanhã, por sua vez, os setubalenses vão puder realizar um teste rápido de antigénio, de forma gratuita, na Rua da Escola Preparatória, em Azeitão, no mesmo horário. Já quinta-feira, a unidade móvel estará de regresso à Praça Vitória Futebol Clube, enquanto no dia seguinte vai estar a rastrear a população junto ao Alegro Setúbal, no

parque de estacionamento exterior nascente. No fim-de-semana vai permanecer no quartel dos Bombeiros Voluntários de Setúbal. O procedimento estará disponível, por seu turno, na segunda-feira, dia 20, na Avenida Bento de Jesus Caraça, em frente à Junta de Freguesia de São Sebastião. A 21 de Dezembro a viatura vai estar parada na Praça Vitória Futebol Clube – local onde estará também no dia 23 –, e a 22 ‘viaja’ até ao Parque do Morango, em Azeitão. O mês encerra com a realização de testes rápidos no dia 24, apenas na parte da manhã, junto do Alegro Setúbal – horário em que vai encontrar-se disponível no dia 31 -, no dia 26 no quartel dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, no dia 27 na Avenida Bento

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É o número de minutos reservado no fim de cada período, que serve para verificar resultados e emissão de certificados

de Jesus Caraça, no dia 28 (e dia 30) na Praça Vitória Futebol Clube e no dia 29 na Rua da Escola Preparatória, em Azeitão. Com excepção dos dias 24, 25 e 31, a unidade móvel vai igualmente estar em funcionamento todos os dias, no período da noite, no quartel dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, sendo que de segunda a quinta-feira e ao domingo vai trabalhar entre as 19 e as 22 horas e às sextas-feiras e sábados o horário estende-se até à 01 hora. Já nos dias em que se registem condições meteorológicas adversas, o local de testagem transita também para o quartel. De acordo com a autarquia, existe a “reserva de 15 minutos no fim de cada período, que serve para verificar resultados e emissão de certificados atempadamente antes da hora de fecho”. Caso o resultado do teste dê positivo, a pessoa é encaminhada para o domicílio e o caso é reportado à Autoridade de Saúde Pública local, se não existirem sintomas, ou requerido transporte hospitalar, nos casos sintomáticos. Se o resultado for negativo, a unidade móvel faculta a emissão de um certificado, podendo este ser apresentado nas situações em que seja exigido.

Em Azeitão começa-se já a entrar no espírito de Natal, com as ruas e os edifícios a vestirem-se a preceito para a aguardada época. É que o ‘velhinho de barbas brancas’ chega este fim-de-semana à vila e consigo ‘traz’ até ao Rossio o Mercado de Natal, cuja abertura acontece sexta-feira, pelas 16 horas. Já sábado, pelas 11 horas, as crianças vão puder escrever uma carta ao Pai Natal, na sua casinha, com a ajuda da Mãe Natal. Passada meia hora, é tempo de assistir à actuação da Banda Filarmónica da Sociedade Providência de Vila Fresca. Para as 14h30, por sua vez, está agendada a chegada oficial do Pai Natal a Azeitão, seguida, pelas 15h30, da realização do atelier “Pintura em Diamante”, assegurado pela Brico Brilho. O evento “Espírito de Natal em Azeitão” arranca no domingo pelas

MARIA MARTINS

11 horas, com a actuação da Banda Filarmónica Perpétua Azeitonense. Chegadas as 11h45 será “hora do conto ‘Já é Natal’, de Jane Chapman, por Idalina Veríssimo”. Enquanto isso, ao meio dia há nova oportunidade para a pequenada enviar a sua carta ao Pai Natal, momento que conta novamente com o apoio da Mãe Natal. O Mercado de Natal termina pelas 15 horas, com uma segunda sessão do atelier “Pintura em Diamante”.

AMANHÃ À TARDE E À NOITE

Teatro do Politécnico com duas sessões esgotadas para estreia da peça ‘O Fim’ David Marcos A peça de teatro ‘O Fim’, da autoria de António Patrício, é a próxima grande estreia do Teatro do Politécnico, o grupo de teatro do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS). “A peça varia entre a fábula e a história de Portugal”, explicou José Gil, responsável pelo grupo e encenador da peça, a O SETUBALENSE. “O enredo vai pegar nos momentos finais da monarquia, na sua decadência a partir do Regicídio e na morte do Rei D. Carlos”, revelou o professor. O espectáculo que marca a estreia, a acontecer amanhã, pelas 19 horas, na sala de Drama da Escola Superior de Educação, teve uma enorme procura e esgotou rapidamente. “Tivemos muita procura e fomos ‘obrigados’ a fazer mais uma sessão para chegar a todo o público”, acrescentou José Gil. Desta forma, a nova sessão, que decorre no mesmo dia

e no mesmo espaço, acontece pelas 21h45, tendo também já esgotado. Os ensaios “têm sido feitos, na sua maioria, presencialmente e têm corrido muito bem”. “Estamos confiantes”, garante o responsável. Já o elenco da peça é composto por José Caldeira Duarte, Miká Nunes, Paula Reis, Lígia Cruz e Óscar Martins, enquanto o som e luz estão a cargo de Eugénia Martins.

“Finura” já está na calha

Para o futuro, o Teatro do Politécnico tem já planeada outra estreia. Está previsto que, no próximo mês de Janeiro, estreie a peça “Finura”. “É uma estória sobre uma personagem de Setúbal, o conserveiro Finura, que fez a sua fábrica na garagem de casa. A peça foi, em parte, construída com testemunhos e outro material que fomos recolhendo. Foi o elenco, juntamente comigo, que foi construindo a peça”, desvela José Gil.


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Tarifas das águas e resíduos vão ser actualizadas em Palmela p14 APRESENTAÇÃO DECORREU NO CINEMA CHARLOT

Giovanni Licciardello escreve livro dedicado ao percurso da Associação Setúbal Voz Evento contou com a presença da Embaixadora da Suécia em Portugal, Helena Pilsas Ahlin O percurso da Associação Setúbal Voz, formada em Junho de 2016, assim como os principais acontecimentos experienciados nos últimos cinco anos, dão tema ao mais recente livro de Giovanni Licciardello, apresentado no passado sábado no Cinema Charlot – Auditório Municipal. Na obra, intitulada “Associação Setúbal Voz – Percursos Artísticos e Afectivos”, o coralista retrata o trajecto dos três projectos geridos pela associação: o Coro Setúbal Voz, numa fase inicial, seguido do Ateliê de Ópera de Setúbal e da Companhia de Ópera de Setúbal. “A música e o afecto assumem neste livro uma evidente transversalidade, ao longo de toda esta narrativa”, referiu Giovanni Licciardello. Durante a apresentação, o coralista contou que “um dos momentos mais altos aconteceu em Novembro de 2019, quando o Coro Setúbal Voz e a companhia de teatro “O Bando”

RITA SANTANA

Coralista Giovanni Licciardello

apresentaram nove espectáculos da peça ‘Purgatório’, de Dante Alighieri, no Teatro Nacional D. Maria II”. Já sobre o actual contexto pandémico, explicou que “a Associação Setúbal Voz transformou um grande constrangimento numa imensa oportunidade, tendo efectuado 65 espectáculos até ao momento”. “Dificilmente encontraremos este desempenho numa associação cultural, quer em Portugal, quer na Europa.

A Associação Setúbal Voz deve, portanto, passar a ser encarada de outra maneira”, acrescentou. No evento esteve presente a Embaixadora da Suécia em Portugal, Helena Pilsas Ahlin, que agradeceu o convite e disse ter ficado “encantada e emocionada” pelo facto de o Coro Setúbal Voz ter sonorizado um filme de origem sueca. Isto porque durante uma hora, o Coro Setúbal Voz deu vida ao filme mudo sueco “Terje Vigen”, de 1917, realizado por Victor Sjöström a partir do poema épico de Henrik Ibsen. O momento contou com música da autoria do maestro Jorge Salgueiro, que também dirigiu o coro sadino na sua actuação. “Estamos perante novos paradigmas e novos conceitos, onde a voz coexiste com o corpo, e onde este desempenha um papel crucial, associado a uma consciência cénica, que foi particularmente evidente na coreografia apresentada no filme Terje Vigen”, disse Giovanni Licciardello. Enquanto isso, Pedro Pina, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Setúbal, salientou a importância do presente livro, não só como um legado, mas como um elemento informativo das actividades da associação, factor importante para que “não se perca a memória”.

BREVES TERÇA-FEIRA PELAS 14H30

Pessoas em cadeira de rodas podem aprender a dançar em workshop O Pavilhão Municipal João dos Santos, situado na Escola Secundária Lima de Freitas, recebe na próxima terça- -feira, dia 21, um “workshop de dança destinado a pessoas em cadeira de rodas”. No decorrer da oficina, a começar pelas 14h30, os participantes “vão aprender várias técnicas para movimentar a cadeira num

contexto de dança”, explica a Câmara Municipal de Setúbal em nota publicada na rede social Facebook. A participação é gratuita, mas carece de inscrição prévia através dos e-mails salsaemsetubal@gmail.com ou geral@oridanza.pt e da apresentação de certificado de vacinação ou teste negativo.

COM CASA AGRÍCOLA ASSIS LOBO

Diocese de Setúbal lança vinho para a celebração da Eucaristia A Diocese de Setúbal, com o objectivo de “garantir a qualidade e a adequação do vinho para a celebração da Eucaristia”, lançou recentemente o ‘Grão Prior’, em colaboração com a Casa Agrícola Assis Lobo. Em comunicado, a Diocese sadina garante que se trata de “um vinho de qualidade” e que “a sua

produção e o engarrafamento seguem os mesmos processos que qualquer outro com as mesmas características”. O ‘Grão Prior’ pode ser encomendado “directamente com a Casa Assis Lobo, ou através do serviço de Economato da Diocese de Setúbal”, sendo que “o valor de comercialização é de 6,50 euros por garrafa”. DR

AZEITÃO

Centro Cultural e Desportivo recebe sessão de colheita de sangue esta quinta-feira Inês Antunes Malta A Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Setúbal dinamiza esta quinta-feira a segunda colheita de sangue do mês, depois de ter estado no dia 7 nas instalações do Inatel, na cidade sadina. A iniciativa tem lugar na sede do Centro Cultural e Desportivo de Brejos de Azeitão e decorre entre as 15 e as 19 horas. Hermenegildo Alves, presidente da associação, lembra que se iniciou “agora o habitual período crítico da falta de sangue, de Dezembro a Feve-

reiro”, apelando “à solidariedade dos setubalenses para que neste Natal ofereçam um presente, porque há alguém que precisa”. De acordo com dados fornecidos pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação, “todos os dias são necessários entre 800 e 1 000 unidades de sangue e componentes sanguíneos e nunca é demais relembrar que estes têm tempo limitado de armazenamento”. A Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Setúbal acrescenta que é, por isso, “necessário estabilizar as reservas de sangue para que

ele não falte”, sendo que “os grupos sanguíneos mais afectados são o A positivo, A negativo, B negativo, O negativo e O positivo”. Podem doar sangue pessoas com hábitos de vida saudáveis, com idade compreendida entre os 18 e os 65 anos de idade e peso igual ou superior a 50 quilos. A doação de sangue pode ser feita de quatro em quatro meses pelas mulheres, o que equivale a três vezes por ano, e a cada três meses pelos homens, num total possível de quatro vezes por ano. Para uma primeira dádiva, o limite de idade é aos 60 anos.

CASA DO LARGO

Exibição do drama “Vitalina Varela” sexta marca Dia das Migrações A exibição do drama português “Vitalina Varela” na Casa do Largo – Pousada da Juventude, na próxima sexta-feira, pelas 21 horas, assinala o Dia Internacional das Migrações, celebrado a 18 de Dezembro. O evento, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, em colaboração com a associação cinematográfica

50 CUTS, tem entrada gratuita, mas requer reserva até quinta- -feira, através do e-mail setubal. territoriointercultural@munsetubal.pt. A longa-metragem tem como ponto de partida a história de “Vitalina Varela, cabo-verdiana de 55 anos, que chega a Portugal três dias depois do funeral do marido”.


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Publireportagem MERCADO DO LIVRAMENTO

Qualidade e diversidade de produtos para a mesa de Natal O Mercado do Livramento, em Setúbal, é uma excelente montra dos melhores produtos da região para tornar as mesas apetitosas nesta quadra festiva Todos os dias vendedores e clientes dão vida a este espaço onde, para além do peixe fresco e mariscos, as bancas oferecem uma grande variedade de produtos como é o caso dos frutos e dos legumes cujos vendedores fazem questão de manter de forma organizada e apelativa para o “freguês”.

O pão, os queijos e os enchidos de várias regiões do país e presentes no mercado abrem as festas e preenchem a mesa nesta quadra que logo de seguida dá lugar aos cheiros e sabores dos pratos de carne e peixe regados com vinhos que também lá podem ser encontrados.

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Boas Festas a todos os Clientes e Amigos

Carlos das Caldeiradas

Qualidades em Peixe Fresco O m el ho r p ar a si no Mercado do Livramento em Setúbal

Relativamente aos doces o difícil é escolher de entre as bancas e pastelarias que apresentam uma grande variedade de iguarias como o tradicional bolo-rei, as filhoses e as rabanadas. Bancas de ervas aromáticas, cestos, sementes, flores e artesanato compõem o leque de ofertas neste espaço

que conta também com equipamentos, serviços, lojas de comércio e espaços para iniciativas empresariais no primeiro andar. O mercado inaugurado em 1930 foi alvo de obras de requalificação e reconhecido em 2014, pela revista norte americana USA Today, como um dos

melhores mercados do mundo ao nível de outros como Tóquio e Brooklyn. De destacar o painel de azulejos novecentista, da autoria de Pedro Pinto, com mais de cinco mil peças e que embeleza uma das paredes do mercado. Ponto de paragem de muitos turistas este edifício centenário está aberto todos os dias de manhã, excepto à segunda-feira, e é local obrigatório a visitar para experimentar alguns dos produtos comercializados.


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Setúbal FOTOS: ARQUIVO O SETUBALENSE

PROGRAMA CULTURAL “BOCAGE, O POETA DA LIBERDADE”

Conferência “Setúbal na época da inauguração do monumento a Bocage” fecha programação IAM

Albérico Afonso Costa fez o retrato da cidade no tempo em que se inaugurou a estátua a Bocage

A comunicação, que decorreu no MAEDS, esteve a cargo de Albérico Afonso Costa Inês Antunes Malta

Boas Festas

Na tarde de sábado, o Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal (MAEDS) recebeu a conferência “Setúbal na época da inauguração do monumento a Bocage”, por Albérico Afonso Costa, no mês em que dia 21 se assinalam os 150 anos sobre este momento. A iniciativa, inserida na programação cultural “Bocage, o poeta da liberdade - a construção da memória nos 150 anos do monumento a Bocage”, a decorrer desde Setembro até Fevereiro do próximo ano, fechou o ciclo de conferências deste ano. “A época de Bocage - resistências e mudanças no ocaso do Antigo Regime”, com António Chitas, deu, no mês de Setembro, início ao conjunto de conversas. Seguiu-se a conferência “Bocage e a Maçonaria”, com Jorge Morais, em Outubro, e “Poesia erótica do tempo de Bocage”, por António Galrinho, no mês de Novembro. Para 2022, estão agendadas as conferências “A influência francesa na obra de Bocage”, com Nathali Águas,

a 14 de Janeiro, e “Bocage visto por António Maria Eusébio, o cantador de Setúbal”, por João Reis Ribeiro, a 11 de Fevereiro. As duas actividades têm horário marcado para as 21h30 e realizam-se no MAEDS. Um sarau poético com José Fanha encontra-se igualmente presente na agenda deste programa cultural para 22 de Janeiro, sem esquecer a exposição documental “Bocage, o poeta da liberdade”, a inaugurar no início do próximo ano, no MAEDS, e o concerto com Rão Kyao, que marcará o encerramento deste programa de comemorações, a 12 de Fevereiro.

“Bocage é um espantoso património humano que Setúbal tem”

De acordo com a comissão organizadora, “este programa é um desafio da comunidade educativa à cidade para que a cidade se mobilize e apoie a divulgação e o melhor conhecimento de Bocage junto das gerações mais novas” e é, no fundo, “esse espantoso património humano que Setúbal tem que é importante dar a conhecer, criando também algum orgulho e coesão social em torno deste. Bocage é um grande revolucionário que, pelo gosto pela vida e pela aventura, apesar das dificuldades nunca deixou de realizar os seus sonhos”. O principal objectivo desta iniciativa passa, assim, por “não deixar cair no esquecimento este homem.

É preciso reavivar a memória e acabar com os estereótipos que se colaram tanto a ele e não lhe fazem justiça. Acabamos por ter uma visão muito fraca e injusta do que foi a sua obra porque ele é muito mais do que nos têm vendido ao longo destes anos”. Da programação, até ao momento, fizeram igualmente parte a exposição “Bocage visto pela comunidade educativa de Setúbal”, uma visita ao Museu do Aljube - Resistência e Liberdade e à antiga Cadeia do Limoeiro, a mostra colectiva de artes visuais “Bocage e eu - a procura da liberdade”, que pode ser visitada no piso superior do MAEDS até ao dia 12 de Fevereiro, e o ciclo de cinema “O ideário de Bocage na sua época e na contemporaneidade”, que contou com várias sessões no Auditório Municipal Cinema Charlot em parceria com a 50 Cuts Associação Cinematográfica. O programa “Bocage, o poeta da liberdade” tem o MAEDS, a Junta de Freguesia de São Sebastião e a Escola Básica Hermenegildo Capelo como entidades organizadoras, conta com António Chitas, Inês Antunes Malta, Joaquina Soares, José Madureira Lopes e Nuno Costa na comissão organizadora e estabelece parcerias com diversas instituições e entidades da cidade na organização e realização das várias actividades culturais.


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Palmela

VALOR CRESCE 9,8% FACE A 2021

Orçamento Municipal de M€60,2 aprovado com estratégia local de habitação entre as prioridades

BREVES POCEIRÃO

Água vai estar cortada durante esta manhã DR

Documento previsional passou com os votos a favor da maioria CDU e as abstenções de PS e MCCP. O PSD votou contra Mário Rui Sobral A implementação da estratégia local de habitação vai ser uma das principais prioridades da gestão camarária de Palmela já no próximo ano, afirmou ontem o presidente da autarquia, Álvaro Balseiro Amaro, durante a apresentação do Orçamento Municipal para 2022 e Grandes Opções do Plano (para os próximos quatro anos). O documento previsional, que ascende a 60,2 milhões de euros, foi aprovado com os votos a favor da maioria CDU e as abstenções de PS e MCCP (o PSD votou contra). Relativamente ao orçamento inicial de 2021, o do próximo ano “cresce 9,8%” e aumentará ainda mais após a introdução do saldo de gerência deste ano, e os impostos directos “têm o maior peso no total da receita”, com o IMI a revelar-se como o mais expressivo, disse Álvaro Amaro. As receitas correntes, adiantou o autarca comunista, “financiam totalmente as despesas correntes”. Para investimentos, está prevista uma verba de “17 milhões de euros”. A aposta na habitação e a reabilitação urbana figura no plano programático, com a estratégia local de habitação a dominar os objectivos do próximo quadriénio. E o arranque vai dar-se já no próximo ano. “Para 2022 está prevista a aquisição de 40 fogos, nas áreas de reabilitação urbana do centro histórico de Palmela e de Pinhal Novo, e o início da sua reabilitação. Também a aquisição de terrenos para a construção de 21 fogos e contratação de serviços para elaboração de projec-

Entre as 9 e as 12 horas de hoje, o abastecimento de água vai estar interrompido na aldeia de Poceirão, anunciou a Câmara Municipal de Palmela. “Esta interrupção, que surge na sequência da obra de requalificação do Polidesportivo de Poceirão, em fase de conclusão,deve-se à necessidade de instalação de marcos de incêndio”, justificou a autarquia.

INCLUSÃO ACTIVA

Sete entidades recebem material desportivo O executivo municipal de Palmela, liderado por Álvaro Amaro, cumpriu ontem a última reunião pública deste ano

tos relativos a 41, bem como a alocação de 17 fogos para arrendamento em regime de renda apoiada”, afirmou. Além dos investimentos para as várias áreas, o orçamento apresenta volumes financeiros muito “significativos em todas as funções sociais”. Certo será o apoio, vincou o presidente da autarquia, “às famílias, ao movimento associativo, às instituições de solidariedade social e corporações de bombeiros”, assim como a continuidade da redução da carga fiscal. “São opções políticas assumidas pelo município, sem colocar em risco o seu equilíbrio financeiro”, garantiu Álvaro Amaro.

Oposição não poupou críticas

No seguimento das reivindicações apresentadas à tutela, para o ano a gestão camarária espera arrancar com as obras de construção do Posto da GNR em Poceirão, do pavilhão desportivo na Escola de Palmela e da Unidade de Saúde Familiar em Quinta do Anjo, adiantou o edil. Pensada está também a necessidade de constru-

ção de novas escolas básicas, obras de requalificação em vários estabelecimentos de ensino e o apetrechamento de todas as escolas básicas da rede pública com quadros interactivos. Álvaro Amaro indicou também a pretensão de modernizar a frota de viaturas e máquinas do município. O documento previsional mereceu várias críticas da oposição. Pelo lado do PS, a vereadora Mara Rebelo considerou que a não inclusão da estimativa dos valores decorrentes das transferências de competências da administração central torna o orçamento “indicativo” e “não vinculativo”, o que, defendeu, não vai ao encontro do determinado pela lei. “Por isso não teremos uma revisão do orçamento a partir de Março, mas sim um orçamento novo”, reforçou. De acordo com a socialista, o saldo do exercício previsto para 2022 desce para um valor negativo estimado de 9 milhões de euros. “Não nos surpreende, já tínhamos projectado este valor há um ano”, disse. Paulo Ribeiro, vereador do PSD, carregou nas críticas. O social-de-

mocrata vincou que o orçamento “repete quase tudo o que devia ter sido feito em 2021 e não foi”. “Não apresenta quase nada de novo”, apontou, por mais do que uma vez. Já Carlos Sousa, eleito pelo Movimento de Cidadãos pelo Concelho de Palmela (MCCP), alertou para a necessidade da criação de “um pulmão verde” no território. “Deveria ser uma medida a tomar, pela sua importância. É peça chave no combate às alterações climáticas”, sustentou. E justificou depois a abstenção: Não votamos contra, pois o plano tem acções necessárias para o concelho; e não votamos a favor, porque não tem visão estratégica”. E Raul Cristóvão, vereador socialista, anuiu que o documento previsional “não define uma estratégia de futuro” para o concelho. Luís Calha, vereador da CDU, foi lapidar na reacção às críticas. “A oposição parece viver num estado de negação da realidade”, atirou. O Orçamento Municipal e as Grandes Opções do Plano vão ser ainda submetidos a votação na Assembleia Municipal.

Sete entidades do concelho de Palmela, que integram o programa “Viver Melhor, Viver com Autonomia”, receberam no passado dia 10 da Câmara Municipal diverso material desportivo. A acção, inserida na iniciativa “Percursos em Rede para a Inclusão Activa”, no âmbito da candidatura ao Lisboa 2020, contemplou as seguintes entidades: Associação dos Idosos e Reformados da Freguesia de Poceirão; Centro Social Paroquial de Pinhal Novo; Casa do Povo de Palmela – Centro Social em Lagameças; União Social Sol Crescente da Marateca; Associação de Idosos de Palmela; Centro Social de Quinta do Anjo e Santa Casa da Misericórdia de Palmela.


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Palmela pioneira na vacinação descentralizada contra gripe e covid

A Câmara Municipal de Palmela promoveu, em parceria com o ACES Arrábida e a Junta da União das Freguesias de Poceirão e Marateca, a primeira experiência de vacinação descentralizada do País contra a gripe e de reforço contra a covid-19. A acção

decorreu nos passados dias 9 e 10 “com recurso à Unidade Móvel de Saúde”, revelou a autarquia. Foram vacinados utentes de Poceirão e Marateca, previamente agendados para o efeito pelos centros de saúde. A vacinação abrangeu

NATAÇÃO

PINHAL NOVO

Palmela Desporto conquista medalhas no Algarve e manutenção na Guarda

Auditório Municipal apresenta filme português mais premiado em 2020 FOTOS: DR

Os atletas no escalão masters alcançaram ouro e prata. A equipa feminina (infantis e juvenis) garantiu a permanência na 3.ª Divisão Nacional A Palmela Desporto conquistou cinco medalhas no “Analgarve Open Masters”, competição de natação pura que decorreu no passado dia 11 na Piscina de Albufeira. Guilherme Lopes, Luís Piteira e Andreia Almeida foram os três medalhados entre os quatro nadadores com que a Palmela Desporto se apresentou em prova – José Pereira, no escalão F, foi o atleta da equipa palmelense que não conseguiu qualquer medalha, embora tenha ficado à porta do pódio com 4.º lugar nos 50 e nos 200 metros livres. Guilherme Lopes, no escalão A, conquistou o 1.º posto nos 100 metros bruços e classificou-se na 4.ª posição nos 50 metros livres. Já Luís Piteira, no escalão F, e Andreia Almeida, no escalão B, arrecadaram duas medalhas de prata cada. O primeiro foi 2.º classificado nos 50 e nos 200 metros livres; a segunda obteve o 2.º posto nos 200 metros livres e nos 100 metros mariposa. Em competição estiveram envolvidos 97 nadadores em representação de 19 clubes de currículo reconhecido a nível nacional e internacional, como o Sport Algés e Dafundo, o Sporting Clube de Portugal, o Portinado e o Futebol Clube do Porto, entre outros. No mesmo dia, a equipa feminina da Palmela Desporto, nos escalões de infantis e juvenis, garantiu a manutenção na 3.ª Divisão Nacional para a próxima época, face ao resultado obtido nos Campeonatos Nacionais realizados na cidade da Guarda. A Palmela Desporto fez-se representar na competição por um total de cinco nadadoras: Margarida Miranda e Matilde Fialho, no escalão de infantis, e Leonor Parente, Maria Marçalo e Beatriz Perpétuo, na categoria de juvenis. A formação palmelense conseguiu somar 172 pontos e obteve o 23.º lugar a nível nacional,

“a população mais idosa de uma zona maioritariamente rural do concelho, no total de 226 munícipes, com 292 inoculações (reforço covid-19 e gripe)”, indicou o município, que assegurou “todo o apoio logístico de suporte à iniciativa”.

As equipas que competiram no Algarve (em cima) e na Guarda (em baixo)

que lhe valeu a permanência na 3.ª Divisão. Os campeonatos acolheram 380 atletas, em representação de 42 clubes. Entre outros, participaram o

Clube Naval Setubalense, o Clube Naval de Ponta Delgada, o Clube de Natação da Guarda e o Sporting Clube de Aveiro.

Posse Novo conselho de gestão assume funções até 2025 Na véspera, a vereadora responsável pelo pelouro do Desporto, Maria João Camolas, empossou o novo Conselho de Gestão da Palmela Desporto, enquanto presidente desta empresa municipal. A cerimónia, que teve lugar no auditório da Biblioteca Municipal de Palmela, permitiu dar posse a José Manuel Duarte Barreto, presidente, e Carlos Manuel Rebocho Vilas e Regina

Margarida Batalha Marques, vogais. O Conselho de Gestão foi empossado para o quadriénio 2021-2025.

Os apaixonados pela sétima arte vão poder assistir, gratuitamente, à exibição do filme “A Metamorfose dos Pássaros” no Auditório Municipal de Pinhal Novo. A exibição da longa-metragem, de Catarina Vasconcelos, está agendada para as 18 horas do próximo dia 19. “Candidato de Portugal a uma nomeação para os Óscares, o filme é um misto entre documentário e ficção e conta a história de amor dos avós e a morte da avó paterna da realizadora, que nunca conheceu”, faz notar a Câmara Municipal de Palmela, responsável pela organização da sessão. A autarquia lembra que a longa-metragem “parte das memórias de infância e juventude de vários membros da família, com Catarina Vasconcelos a preencher alguns espaços narrativos com ficção e um imaginário estético que conjuga pintura, fotografia e composições encenadas, cheias de simbolismos”. Com produção de Pedro Duarte e Joana Gusmão, “A Metamorfose dos Pássaros” teve estreia mundial “em Fevereiro de 2020, no Festival de Cinema de Berlim”. Nas salas de cinema em Portugal, esta primeira longa-metragem da realizadora foi exibida pela primeira vez em 7 de Outubro do ano passado. E foi, até à data, assistido por “5 542 espectadores”, revela o município, que reforça de seguida os números que

traduzem o êxito alcançado no ano de estreia. “Foi, em 2020, o filme português com mais presenças em festivais em todo o mundo e o mais premiado, tendo sido reconhecido com distinções do público, da crítica e com prémios de melhor filme, melhor documentário e melhor realização.” No próximo dia 19 estará em exibição no Auditório Municipal de Pinhal Novo, numa sessão dirigida a maiores de 12 anos. “A entrada é gratuita, mediante levantamento de bilhete. A bilheteira abre hora e meia antes do início da sessão e a lotação é limitada à capacidade da sala (167 lugares)”, indica o município.

Curtas-metragens no mesmo dia

No mesmo dia 19, mas antes, pelas 16 horas, o Auditório Municipal de Pinhal Novo recebe a “Monstra - Festival de Animação de Lisboa”, que apresentará a sessão de curtas “Monstrinha à Solta”. A sessão tem a duração de 51 minutos e contempla a exibição de meia-dúzia de películas. “Movimento, cor, histórias, narrativas, texturas e sensações são alguns dos ingredientes das seis curtas-metragens, que convidam ao riso, à emoção e ao pensamento”, revela a autarquia, que promove a sessão de entradas gratuitas mas que obriga ao levantamento de bilhetes. DR


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Palmela PROPOSTA SUBMETIDA À ERSAR

Tarifas das águas e resíduos vão ser actualizadas mas mantêm medidas de apoio social DR

Câmara aprovou a redução de 10% para o primeiro escalão da água. Outras tarifas aumentam 0,9%, à taxa de inflacção Mário Rui Sobral A actualização das tarifas a aplicar aos serviços de águas de abastecimento, águas residuais e resíduos vai continuar a contemplar apoios sociais, a contar do próximo dia 1 de Janeiro. A Câmara Municipal de Palmela anunciou que vai submeter à apreciação da ERSAR a decisão. A proposta foi aprovada, por unanimidade, na reunião pública do executivo municipal, no passado dia 6, e a justificação prende-se com o facto de as populações terem de continuar a debater-se com as dificuldades inerentes aos impactes económicos provocados pela conjuntura epidemiológica. “Tendo em conta o actual contexto pandémico, que tem motivado a adopção de medidas excepcionais e temporárias de apoio sócio-econó-

Os munícipes abrangidos pelo escalão A vão pagar menos na factura da água

mico às famílias e empresas, nos dois últimos anos, o município prosseguirá com esta linha de actuação”, resume a autarquia, em nota de Imprensa. “O tarifário para 2022 garante os

recursos necessários para manter a qualidade do serviço, sem comprometer a sustentabilidade do sistema e a maioria dos serviços auxiliares não sofrem qualquer modificação”,

adianta a edilidade, ao mesmo tempo que destaca duas alterações, em termos globais. “A redução de 10% no primeiro escalão da água, o mais abrangente; e a actualização de algumas das tarifas à taxa de inflacção de 0,9%, estabelecida pelo Banco de Portugal”, aponta. Na mesma nota, a Câmara indica ainda que “as taxas devidas ao Estado pelos municípios e pelos munícipes – TRH (recursos hídricos) e TGR (gestão de resíduos) – serão actualizadas em 0,9% e 100%, respectivamente”. Mas lembra que “a actualização da TGR corresponde ao aumento promovido pelo Governo, que fixou para o dobro o valor da TGR em Julho de 2021”. “Estas taxas, cobradas pelo município, não constituem receitas da autarquia que, neste caso, funciona como cobrador”, reforça. O município considera que tem “correspondido às exigências da crise pandémica através da implementação de medidas como o alargamento dos tarifários sociais, isenção de tarifas fixas ou suspensão dos cortes”. E realça a concluir: “Simultaneamente, Palmela continuou a oferecer um tarifário de águas e de resíduos com a maior acessibilidade financeira da região e continuou a prestar um serviço de qualidade e de eficácia reconhecidas”.

SOLIDARIEDADE

Cabazes alimentares ajudam 570 pessoas de todas as freguesias A mais recente distribuição de cabazes alimentares promovida pela Câmara Municipal de Palmela abrangeu um total de 570 pessoas do concelho. As entregas, solidárias, decorreram na passada semana. “Nos dias 7 e 9 de Dezembro o município de Palmela realizou a quarta e última distribuição do ano do Cabaz Solidário Saudável, em cada uma das freguesias”, revelou a autarquia sobre a iniciativa. “Foram adquiridos, para o efeito, 93 cabazes de 10 euros e 165 cabazes de 20 euros, no valor global de 5.202,90 euros, constituídos, essencialmente, por carne de aves, contemplando 189 famílias (570 pessoas)”, detalhou o município.

DR

Foram entregues 258 cabazes nesta quarta acção

Estas entregas visam “concretizar um apoio fundamental às famílias em condição de fragilidade social e económica”, por um lado, e, por outro, “reforçar e diversificar o cabaz

de bens alimentares distribuído pelo Banco Alimentar Contra a Fome da Península de Setúbal”. A iniciativa dinamizada pela Câmara Municipal contou com o contributo

de várias entidades locais. “Os cabazes foram entregues às instituições no terreno, em estreita cooperação com a rede social: Centro Social de Palmela, Centro Social de Quinta do Anjo, Grupo Sócio Caritativo de S. Pedro da Marateca, Grupo Sócio Caritativo da Igreja de Nossa Senhora das Graças do Poceirão e Núcleo Sócio Caritativo Alimentar da Paróquia do Pinhal Novo.” O projecto Cabaz Solidário Saudável, salienta a autarquia a finalizar, “foi criado em 2016 e adaptado em 2020, em virtude da pandemia covid-19, que originou o agravamento das condições sócio-económicas de muitos agregados familiares”.

FÉRIAS A CRESCER

Município propõe viagem especial aos mais novos

Acção de ocupação de tempos livres nesta pausa lectiva é gratuita. Inscrições estão abertas até dia 16 “Inscreve-te e embarca neste comboio muito especial”. Este é o desafio lançado para participação das crianças, dos 6 aos 11 anos, na acção do programa municipal de Palmela “Férias a Crescer”, que está agendada para o próximo dia 20. O programa, que visa a ocupação de tempos livres nas interrupções lectivas, propõe uma “viagem de comboio ao mundo da imaginação”, indica a autarquia. Sob o lema “Tens bilhete? Ainda não. Vou à Estação”, a actividade é dinamizada “na altura em que é celebrado o Ano Europeu do Transporte Ferroviário (2021)”. O município lembra que “a edição de Natal, que decorrerá entre as 14 e as 18h00 no Museu ‘A Estação’ e na Biblioteca Municipal de Pinhal Novo, destina-se a crianças dos 6 aos 11 anos, residentes, estudantes ou filhos de trabalhadores da Câmara Municipal de Palmela”. A participação é gratuita, mas obriga a inscrição prévia até ao próximo dia 16. E o número de participantes é limitado, informa a autarquia. “O ‘Férias a Crescer’ terá o máximo de 25 crianças (mínimo de 15) e decorrerá de acordo com as diretrizes da Direcção-Geral da Saúde face à covid-19.” Os interessados podem obter mais informações e até realizarem as inscrições através dos contactos seguintes: patrimonio.cultural@cm-palmela.pt ou 212336640. DR


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Presidente da Associação de Comércio acredita que vamos vencer pandemia p18 INAUGURAÇÃO

Mudança de instalações da Caixa Agrícola com nota positiva por parte dos clientes FOTOS_DR

Espaço moderno conjuga o digital com o atendimento personalizado, imagem de marca do banco desde o início Luís Bandadas A nova Agência de Palmela da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo Entre Tejo e Sado (CCAM) passa oficialmente a funcionar na Quinta da Cerca, junto ao Cartório Notarial de Palmela. Esta curta deslocalização, a cerca de 100 metros do anterior edifício, faz com que não perca a centralidade e posicionamento estratégico. O novo espaço conjuga um layout moderno, com serviços mais tecnológicos e digitais, mas mantém o tratamento personalizado ao público. A funcionar, oficiosamente desde o dia de 2 Novembro, a inauguração oficial da nova casa aconteceu na passada quinta-feira, dia 9. A cerimónia singela, condicionada pela situação de calamidade vivida em Portugal, contou apenas com os presidentes dos órgãos sociais da Caixa Agrícola, do membro do Conselho Consultivo representante do concelho de Palmela e os colaboradores da agência. Ainda a destacar as presenças de Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal Palmela, Jorge Mares, presidente da Junta de Freguesia de Palmela e Sérgio Porfirio, representante da União de Freguesias de Marateca e Poceirão. Depois de mais de três décadas no edifício original, o factor mudança criava alguma expectativa junto do núcleo de colaboradores e clientes mais próximos da agência. Um mês depois de consumada no terreno, a decisão, o feedback é muito positivo revelou com satisfação Júlio Pires administrador da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo Entre Tejo e Sado. “Os clientes e associados da Caixa têm acolhido de forma positiva o investimento que foi feito na modernização e capacitação da sua agência bancária em Palmela”. O investimento feito pela CCAM de entre Tejo e Sado, garante, “constitui o nosso firme compromisso em desenvolver o negócio bancário no concelho

Autarcas Álvaro Amaro e Jorge Mares marcaram na inauguração das novas instalações da agência

Júlio Pires, administrador da Caixa de Crédito de Agrícola Mútuo de Entre o Tejo e Sado

Aposta reforçada nos serviços tecnológicos digitais e automatizados

de Palmela e em apoiar o desenvolvimento da economia local”. Júlio Pires sublinha os factores essenciais que foram tidos em linha de conta nesta operação.”Tivemos de atender um aspecto extremamente relevante para a banca e para nós; a

alteração do cliente bancário. Hoje ele é mais ecológico e digital. Por isso a capacitação da agência em prestar serviços tecnológicos digitais e serviços automatizados é fundamental para o futuro”. Mas apesar destas mudanças, o

administrador da CCAM garante que o modelo de negócio da instituição, que assenta na proximidade com a comunidade local não será alterado. “ Não dispensamos em circunstância alguma o contacto humano entre as partes, esse é um factor distintivo

A Caixa Agrícola não perdeu o elemento diferenciador, de estar bem relacionada com a região e com a comunidade Álvaro Amaro das caixas agrícolas que queremos continuar a cultivar pese embora a transformação do negócio bancário que nós temos de acompanhar para conseguir responder às necessidades de clientes e associados”. Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, deixou o elogio a um convite “nada habitual neste tipo de instituições”, ou seja, “ dar tanta atenção a agentes locais com representatividade no concelho para que possa, de certa forma, representar também as expectativas da comunidade”. O autarca deixou depois o elogio à postura da CA no mercado bancário. “É de facto um elemento da banca diferenciador que procura manter esta relação com a comunidade muito próxima. Sabemos que tem hoje outros desafios, em termos de competitividade com a introdução do digital por isso é com satisfação que vemos a manutenção do contacto directo, esclarecedor e interactivo do balcão não virtual mas personalizado. Felicitamos por não “fugirem”, por não ficarem distantes porque uma das marcas diferenciadoras tem sido a proximidade e, se os vossos clientes continuam a ser-vos fiéis, é porque também sentem que a CA não perdeu este elemento diferenciador e de estar também bem relacionada com a região e com a comunidade”.


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Opinião

Crimes sexuais: a violência invisível

O

s crimes sexuais permanecem nos dias de hoje um tópico tabu e pouco discutido. Representam a violência invisível na nossa sociedade, afetando maioritariamente mulheres e crianças. Na realidade, a violência sexual é bastante maior do que achamos, dado que um elevado número de vítimas nunca apresenta queixa, temendo passar por situações de vitimação secundária às mãos do sistema de justiça português. Ainda assim, os dados são alarmantes. Em 2020, a lista de pessoas condenadas por crimes sexuais contra menores em Portugal atingiu o número mais elevado desde que foi criada. Esta lista tem 5 anos e contava com mais de 5700 nomes. Em 2019, cresceu a um ritmo de quase um agressor sexual por dia. Afinal, o que está a ser feito para impedir esses crimes? De acordo PUBLICIDADE

com o Ministério da Justiça, em 2020 foram registados pelas autoridades policiais 843 crimes sexuais contra menores, destes, 298 foram a julgamento e 255 arguidos foram condenados, sendo que mais de metade dos agressores sexuais de menores não são sujeitos à pena de prisão. Os dados referentes ao crime de violação, coação sexual e abuso sexual de pessoa incapaz de resistência não estão discriminados no site do Ministério da Justiça. Importa pois, conhecer as taxas de condenação destes crimes, bem como quantos arguidos são condenados a pena efetiva e a sua respetiva taxa de reincidência. Em Portugal, desde a implementação do Programa de Intervenção Dirigido a Agressores Sexuais, que há uma taxa de reincidência geral de 3,6% e de reincidência específica de 1,8% para aqueles que o frequentam.

OPINIÃO Cristina Rodrigues

Ao considerar estes dados é fundamental questionar que tipo de crime cometeram aqueles que não reincidiram, sendo que há uma diferença substancial na reinserção de alguém condenado pelo crime de pornografia infantil ou por abuso sexual de menores. No fundo, o acompanhamento dos agressores sexuais é feito durante o cumprimento da pena, mas não depois. Assim sendo, de que forma está o Estado a prevenir que estas ofensas se repitam? Para impedir a ocorrência da violência sexual é preciso refletirmos sobre a forma como olhamos para estes crimes e para o consentimento. A persistência dos chamados mitos da violação, como a crença de que as mulheres provocam a violação com as suas roupas e atitude, impede o combate às agressões sexuais que não se inserem nesta descrição estereotipada, ao

impedir as mulheres de reconhecer a violência e ao desculpabilizar os agressores. Um estudo da Comissão Europeia revelou que 29% dos portugueses inquiridos consideravam que o sexo sem consentimento pode ser justificado em certas alturas, tais como quando a vítima está sob o efeito de álcool ou drogas ou quando anda pela rua sozinha à noite. Enquanto esta cultura patriarcal de culpabilização das vítimas se mantiver, a violência sexual não será reduzida. É urgente proceder à revisão dos conteúdos de educação sexual nas escolas para a promoção da igualdade de género, o consentimento e o prazer mútuo.

Deputada não inscrita


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Seixal

DR

Isaú Maia elogia o trabalho que a Câmara do Seixal está a fazer para dar nova vida ao centro do concelho

parem alguns euros. Estes efeitos notam-se mais na restauração e cafetarias, porque na verdade são os que estão a sofrer mais”. Por outro lado, prossegue, “registaram-se grandes atrasos na cobrança das quotizações. Depois, uns não puderam pagar; outros, não pagaram porque nos sentimos constrangidos a pedir-lhes que o fizessem. E a Associação precisa das quotizações, é com ela que pagamos aos nossos funcionários. Ora, os associados vão pagando quando podem”, esclarece com uma certa mágoa. Apesar disso, “continuamos a dar o nosso apoio no domínio da formação, da adaptação do negócio às novas normas, às novas realidades”. Com efeito, são muitas as alterações que se vivem hoje. “Antes da pandemia nos atingir, pouca gente recorria ao take away, hoje são cada vez mais as famílias que o fazem”, comenta.

Zona histórica do concelho está mais dinâmica

ASSOCIAÇÃO DE COMÉRCIO E SERVIÇOS

Isaú Maia confia que pandemia será ultrapassada e os dias bons vão estar de volta Construir uma zona residencial no Seixal para empregados do comércio é um dos projectos da Associação de Comércio e Serviços José Augusto A Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal (ACISTDS) pretende construir uma “área residencial para os empregados do comércio”, um projecto para o qual este organismo já tem “a promessa de cedência de terreno por parte da Câmara Municipal do Seixal”, avança Isaú Maia, presidente da ACISTDS, e também da Delegação do Seixal desta Associação.

Para pôr de pé esta área residencial, diz Isaú Maia que a ACISTDS vai assumir-se como uma “instituição de solidariedade social, de modo a ter acesso a verbas que lhe permitam levar a cabo” a obra. A cumprir o terceiro mandato à frente da Delegação do Seixal, onde ocupa cargos dirigentes há 15 anos, Isaú Maia, aos 72 anos, é ao mesmo tempo presidente da estrutura distrital da ACISTDS desde Fevereiro de 2019. É também proprietário da “Óptica Maia”, na Cruz de Pau, Seixal “Ultimamente, o meu cargo na Delegação do Seixal tem sido exercido em tempo de pandemia, portanto, não pudemos fazer grande coisa. Claro que traçámos objectivos que, pelas razões conhecidas, não foram avante”, comenta Isaú Maia a O SETUBALENSE. Salienta o dirigente que a Associação desde há muito que tem

“impulsionado e apoiado o desenvolvimento do comércio local, desde Almada a Sines” e a organizar ou participar em muitos eventos, como concurso de montras, “Tour do Pitéu”, campanha “Compre no Comércio Local” e, ainda recentemente, no festival gastronómico “Sabores da Baía”. “Tentamos sempre fazê-lo em parceria com a Câmara Municipal, [como é o caso do Seixal], ou outras autarquias”, frisa. “Elas fazem e nós apoiamos. É esta a melhor maneira de impulsionar o comércio local”.

Restauração e cafetarias entre os que mais sofrem

O mais difícil, comenta Isaú Maia, tem sido ultrapassar as malfeitorias originadas pela pandemia que estamos a atravessar: “Muitos associados perderam parte da sua autonomia, muitos também deixaram de ser nossos associados para pou-

Muitos associados perderam parte da sua autonomia, muitos também deixaram de ser nossos associados para poupar em alguns euros Isaú Maia

Seja como for, Isaú Maia é um homem optimista. “Precisamos de controlar a pandemia, para sairmos dela. Mal seria que não acreditasse. Sim, vamos dominar a pandemia e regressar ao comércio normal”, futura o responsável pela ACISTDS. Mostra-se satisfeito com a remodelação concretizada na zona centro do Seixal. “A zona histórica está em movimento, o que me leva a crer que vamos voltar aos dias bons. Agora, é necessário fazer o mesmo em Amora e outras zonas do concelho. Sei que estão previstas pela Câmara Municipal outras intervenções do mesmo género. Mesmo em Amora nota-se algum dinamismo, com gente nova a abrir restaurantes. É que do outro lado já não há espaço, tem que ser do lado de cá”. Isaú Maia aproveita a quadra natalícia para “desejar, em primeiro lugar, muita saúde a todos os comerciantes e à população, e acrescenta: “Se todos gozarmos de saúde e perdermos o medo de viver em comunidade, pois estamos vacinados, ainda que respeitando as normas sanitárias, o futuro será brilhante e, com certeza, seremos felizes no que resta de 2021 e em 2022”.


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“Mais Um Natal sem o Hospital do Seixal” está marcado para sábado no Pavilhão Leonel Fernandes

O Pavilhão Desportivo Municipal Leonel Fernandes, dia 18, às 16h30, recebe “Mais Um Natal sem o Hospital do Seixal”, iniciativa que relembra, uma vez mais, a reivindicação da população, Comissão de Utentes de Saúde, órgãos autárquicos e da Plataforma

Juntos pelo Hospital para a necessidade da construção de um hospital no concelho. A acção integra um espectáculo musical com Maria de Lourdes, Mário Barradas, Ricardo Mestre, Brothers Soul, Toy, David Ventura, Diana Soares, Diamantina Rodrigues,

Banza, Vítor Paulo, David Antunes e os Anjos. A entrada é livre mas sujeita a condições de acesso e de reserva prévia de lugares, sendo necessário apresentar Certificado Digital Covid, ou comprovativo de vacinação ou de realização laboratorial de teste com resultado negativo.

PROCESSO AINDA SEM DATA DE FIM

Realojamento de Vale de Chícharos conta com 64 famílias em novas casas e 170 ainda em espera ARQUIVO / ALEX GASPAR

Os agregados familiares serão instalados em habitações recuperadas dispersas pelo concelho José Augusto O processo de realojamento dos moradores de Vale Chícharos, zona conhecida como Bairro da Jamaica, paredes meias com a localidade do Fogueteiro, começou em Dezembro de 2018, está a ser feito faseadamente, mas a Câmara do Seixal ainda não adianta prazos de conclusão. Questionada por O SETUBALENSE, apenas avança que “64 famílias, as que moravam no Lote 10, já foram realojadas, e 170 aguardam ainda por novas casas”. Certo é que o modelo preconizado pela autarquia para dar condições condignas a estas famílias passa por adquiriu e reabilitar habitações, promovendo o realojamento de forma dispersa, integradas na malha urbana do concelho do Seixal, acautelando a “proximidade aos estabelecimentos de ensino, no caso das famílias com descendentes, assim como aos Centros de Saúde para as famílias com elementos com mais idade”.

Autarquia afirma que o realojamento está a ser bem aceite pelas famílias

Este modelo está ainda a ter “especial atenção para as famílias com elementos com mobilidade reduzida, na escolha das fracções que melhor se adequam aos seus constrangimentos”. Entre estas questões, “está também a ser considerado o valor que cada família terá de pagar pela renda de utilização das novas habitações”. Lembra a autarquia que antes de dar início ao processo de realojamen-

to, em Novembro de 2017 foi feito o levantamento do número de famílias a residir em Vale de Chícharos, e da condição dos agregados. Um recenseamento que contou com a colaboração entre a Câmara Municipal, Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) e Santa Casa da Misericórdia do Seixal, que celebraram um acordo a 22 de Dezembro de 2017. Sobre quanto tempo este processo de realojamento tem ainda pela

frente, a autarquia refere que este é um processo considerado como “situação de emergência social”, e que “exige uma intervenção global”. Portanto, face à “dimensão e complexidade” desta operação, pelo elevado número de famílias envolvidas, a mesma “implica o tratamento dos processos individuais das famílias, aquisição de imóveis e a reabilitação dos mesmos”. Há ainda a considerar as “demolições dos edifícios degradados ocupados no bairro, e, entre outros, os pedidos de financiamento”. São razões para que este seja um processo a decorrer de “forma faseada”, o qual “está a ser tratado com o Governo”, sublinha a autarquia. “Todo o processo de financiamento tem sido feito ainda em parceria com a Secretaria de Estado da Habitação, do IHRU”. No terreno, a autarquia conta “com o envolvimento contínuo da Associação de Desenvolvimento Social de Vale de Chícharos, assim como dos parceiros locais”, refere a Câmara do Seixal em resposta a O SETUBALENSE. Quanto à aceitação que este realojamento está a ter entre as famílias, garante que o processo “tem decorrido com boa aceitação por parte dos moradores”.

SAÚDE PÚBLICA E ANIMAL

Junta de Amora instala primeiros abrigos para gatos no concelho Humberto Lameiras Num procedimento inédito no concelho do Seixal, a Junta de Freguesia de Amora instalou na marginal da localidade um equipamento para albergar os gatos silvestres, identificados no âmbito do projecto municipal CED (Capturar, Esterilizar e Devolver), isto em resposta à proliferação das colónias de gatos silvestres naquele espaço urbano. “Quando não controladas, [estas colónias] podem suscitar graves problemas de saúde pública, pragas

e insegurança dos animais, tanto errantes como domesticados”, sublinha o executivo da Junta, que lembra ter apresentado este projecto no passado mês de Maio, em concordância com o projecto CED lançado pela Câmara Municipal. “É algo que nos coloca no patamar do que são as boas-práticas das políticas ambientais e de protecção do bem-estar animal em espaço urbano”, afirma o presidente da Junta de Freguesia, Manuel Araújo. A isto acrescenta: “Temos de olhar para estas questões com preocupação e precaução, porque estamos a falar de vidas animais, que

precisam e têm de ser acauteladas”. Ao mesmo tempo, é necessário ter em consideração que “cuidar sem os devidos cuidados dos animais errantes, pode colocar em causa a saúde pública, além da saúde animal”, sustenta. Com a instalação destes equipamentos, Manuel Araújo espera que os mesmos “suscitem junto da população uma consciência de que cada um é responsável tanto pela salvaguarda da vida animal, como pela salvaguarda da higiene e salubridade do espaço público, e logo da saúde pública”. Segundo Bruno Santos, vereador da Câmara Municipal do Seixal para

o Pelouro do Ambiente, “nesta fase, o programa vai passar por capturar os felídeos identificados, esterilizá-los e devolvê-los às colónias monitorizadas, que são acompanhadas por cuidadores ou associações zoolófilas identificadas”. Indica ainda a Junta de Freguesia de Amora que a implementação destes abrigos permite “a identificação das colónias e dos animais errantes, assim como dos cuidadores de cada colónia, possibilitando a monitorização e acompanhamento próximo, em termos de alimentação e cuidados de saúde animal”.

BREVES CORROIOS

Entrega de livros para jovens O Centro de Assistência Paroquial da Amora (CAPA), parceiro da Junta de Freguesia de Corroios, solicitou à Loja Social a cedência de 173 livros para entrega a jovens necessitados com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos, oriundos da freguesia e também da freguesia de Amora. A entrega foi realizada pela equipa da Loja Social onde funciona a actividade "Ler, Alimenta". Nesta acção solidária, para além dos representantes do CAPA, estiveram presentes o presidente da Junta de Corroios, Hugo Constantino e o vogal Manuel Gameiro.

FERNÃO FERRO

Vacinação para os mais de 65 anos

Em colaboração com o ACES - Almada- Seixal, e por solicitação deste organismo, a Junta de Freguesia de Fernão Ferro está a solicitar à população com mais de 65 anos que envie para os serviços da Junta dados para posterior marcação da vacina. Ou seja, a indicação como: nome completo, data de nascimento, número do Serviço Nacional de Saúde e contacto de telemóvel. Informações a serem enviadas para o e-mail: geral@jffernaoferro.pt


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Seixal ALBERTO SANTOS MEIO ARTÍFICE MEIO ARTISTA

Paio Pires ‘guarda’ um dos últimos sabedores da arte e segredos de reparar instrumentos de sopro Não tem coragem de levar dinheiro aos da terra. Outros, demoram a pagar, mas pagam sempre José Augusto

Alberto Santos, 62 anos, é um “mecânico de instrumentos de precisão de sopro”, não um luthier, como muita gente diz erradamente. “Luthier é alguém que se ocupa de instrumentos de cordas”, explica o próprio. Há dez anos que trabalha por conta própria, numa oficina que instalou num rés-do-chão da Avenida dos Metalúrgicos, Paio Pires, paredes-meias com o Clube Recreativo de Santo António. O gosto pela profissão salta-lhe dos olhos e das palavras. Pudera: “O meu bisavô Silva, o meu avô Fernando, o meu pai Francisco Alberto - todos eles exerceram esta profissão”, conta Alberto Santos, a quem melhor se pode designar por mecânico-artista.

Uma razão bem simples

O motivo do seu apego à profissão é que teve a “sorte de gostar”, e esta é “uma razão bem simples”, diz. Foi com o avô que começou a aprender, desde os 11 anos, os segredos, e que são muitos, para exercer esta profissão. “Saía da escola e ia para a oficina onde trabalhava o meu avô, perto do Castelo de S. Jorge [em Lisboa]. Ele, que era um profissional e uma pessoa fantástica, construía instrumentos. Ainda hoje se vêem em bandas filarmónicas de todo o País instrumentos de sopro que têm gravado o nome da casa onde ele trabalhava: Santos Barão, Lda”. Quanto ao pai: “Não tinha tempo para me ensinar, tinha que ganhar dinheiro para sustentar

a família”, narra Alberto. Na verdade, “foi graças ao meu avô que hoje consigo fazer qualquer coisa de jeito”, confessa, com a humildade que todos lhe reconhecem. Como em todos os ramos, também

Vou-me safando é com as bandas do Estado, ou com os músicos que mandam reparar por conta própria. É claro que as instituições oficiais levam cinco ou seis meses a pagar, ainda que paguem sempre, nunca ficaram a dever seja o que for Alberto Santos

neste Alberto Santos tem “clientes fiéis, ou que possuem melhores condições financeiras”. E cita as filarmónicas de S. Carlos e da Gulbenkian, bem como as bandas da PSP, GNR, Força Aérea e da Marinha. “São estas que suportam o almoço e o jantar. Quanto às bandas locais, geralmente não levo dinheiro, não tenho coragem. Trabalho para elas conforme posso, levo o tempo que levar, mas não cobro”.

Clientes em todo o País

Todavia, Alberto Santos tem clientes espalhados por todo o País, desde Mirandela a Faro. “Recorrem a mim para fazer a manutenção anual, ou quando acontece algum acidente, como uma queda que danifica um instrumento. Isto, no que se refere aos instrumentos de sopro de bocal, como trompas, turbas ou sousafones, que foram inventados por um português [John Philip Sousa, compositor dos Estados Unidos], considerado o Rei das Marchas”; ele precisou de um instrumento que produzisse sons graves - N. da R. Quanto aos instrumentos de palheta, como os saxofones de tenor, alto, soprano, sopraninho, barítono, contrabaixo, oboé, corne inglês e clarinete, por exemplo, “a manutenção faz-se de cinco em cinco anos. É um prazo após o qual têm de ser sapatilhados”, explica. Sobre se será todo este trabalho e saber compensatórios em termos monetários?: “Mal dá para comer!”, lamenta o artífice. “Vou-me safando é com as bandas do Estado, ou com


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IEFP vai ter campus de 20 milhões de euros em Santo André p28 os músicos que mandam reparar por conta própria. É claro que as instituições oficiais levam cinco ou seis meses a pagar, ainda que paguem sempre, nunca ficaram a dever seja o que for”. Vai lembrando: “Na oficina do Castelo, algumas ferramentas eram feitas à mão, os tornos, do princípio do século, eram movidos a pedal, as transmissões faziam-se por correias de cabedal. É claro que o progresso tecnológico facilitou o trabalho e melhorou a qualidade do serviço. Mesmo assim, ainda tenho pentes para fazer roscas, tanto nas tampas, que são da parte externa, como nas caixas, que são da parte interior”.

As figuras de instrumento

Foi com o avô que Alberto Santos começou a aprender, desde os 11 anos, os segredos, e que são muitos, para exercer a profissão de mecânico de instrumentos de precisão de sopro

Será esta uma área com futuro? “Bom, há instrumentos que se compram para ver se o miúdo, o filho se entusiasma. Nós dizemos que são ‘figuras de instrumento’, que hoje se podem adquirir por umas dezenas de euros. Ora, um trompete a sério custa muitas centenas de euros. A razão é que os primeiros são de simples latão, enquanto um instrumento de profissional é 70% latão e trinta por cento zinco. O segredo está aí. É por isso, também, que os bons instrumentos duram uma vida”. Os saberes de Alberto estendem-se: “As trompas utilizadas nas peças de Wagner são de uma composição química diferente – 70% latão, 30% cobre - e têm cilindros em vez de pistões, para o executante conseguir responder às passagens rapidíssimas do compositor. São fabricadas apenas por empresas alemãs, porque são elas as detentoras das respectivas patentes. Este é um mundo muito interessante e curioso. Por conseguinte, quando se gosta, faz toda a diferença. Realmente, eu tive a sorte de gostar de trabalhar nesta área!”, exclama Alberto Santos. Enquanto falava a O SETUBALENSE, na pequena oficina ouvia-se jazz como música de fundo. “Sim, gosto de jazz. Por vezes surgem músicos a pedir-me que lhes modifique, por exemplo, um trombone de barras, porque ou querem que o instrumento tire sons mais escuros, ou então mais brilhantes. Nestes casos, ou se cobre a campânula do trombone ou se raspa o verniz. A campânula é a única responsável pela sonoridade do instrumento”, salienta. Entretanto, há um futuro sempre presente, “mas não muito risonho, pois vou ter que trabalhar até poder. Depois, logo se verá. Lamentavelmente, nenhum dos meus filhos quis seguir esta profissão. É assim a vida!”, conclui Alberto Santos, que exerce com arte a profissão de mecânico de instrumentos de precisão de sopro.

OPINIÃO Francisco Ramalho

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O Natal no Seixal

om início a 1 de Dezembro e até 2 de Janeiro, a Câmara Municipal do Seixal, voltou a organizar a já tradicional Aldeia do Natal. O núcleo histórico do Seixal, voltou a animar-se com iluminações, doçaria, artesanato e muitos divertimentos para todos, especialmente para a pequenada, que terá ao seu dispor a casa do Pai Natal, situada no bosque nevado, o parque mágico dos duendes, com a casa dos ditos, a casa cogumelo e uma cabaça mágica. Há ainda, o carrossel parisiense, uma pista gelo e o comboio de Natal que faz um percurso pela zona ribeirinha. Os mais graúdos, dispõem de uma dezena de quiosques onde poderão degustar diversos petiscos e bebidas onde não falta, por exemplo, a famosa ginga de Óbidos. Há também doçaria caseira, rendas, brinquedos, artigos em filigrana e artesanato variado. Portanto, toda esta variedade de entretenimentos, comes e bebes, utilidades várias e a importante componente artística como adiante veremos, significa uma forte contribuição para o comércio local. E no dia da abertura oficial do evento, o presidente da Câmara, Joaquim santos, assegurou que se trata de “uma tradição que queremos preservar e melhorar cada vez mais para animar o concelho do Seixal, trazendo alegria aos munícipes e ao mesmo tempo, estimular o comércio “. No espaço da Câmara Municipal estão também instaladas diversas instituições de caráter social com as suas campanhas de angariação de fundos, através da venda de artesanato e doçaria caseira. Excepto, nos dias 24, 25, 31 e 1 de janeiro, no palco da Praça Mártires da Liberdade, há espetáculos musicais de coros, folclore e música tradicional com grupos de diversas coletividades do concelho, e no dia 18 a partir das 16.30 horas, no Pavilhão Desportivo Municipal Leonel Fernandes, também integrado na Aldeia do Natal, um dos seus pontos altos; mais um Natal Sem Hospital do Seixal, que conta com a colaboração empenhada de mais de uma dezena de artistas. A saber: Vozes do Atlântico, Diana Soares, Maria de Lourdes, Toy, Brothers Soul-Tiago

O Natal no Seixal é comemorado com muita alegria, mas também com muita solidariedade e luta (...) mais uma vez reclamar a construção do Hospital Mestre e Joana Mestre, David Antunes e Berg, David Ventura, Diamantina Rodrigues, Vítor Paulo, Ricardo Mestre, Banza, Dany Silva e Anjos. Portanto, O Natal no Seixal, é comemorado com muita alegria, mas também com muita solidariedade e luta. Os artistas que na tarde e noite do próximo sábado irão estar no Pavilhão Municipal Leonel Fernandes, com a sua generosidade e arte, e as centenas ou milhares que por lá passarão para os aplaudir e, mais uma vez, reclamar a construção do Hospital, serão mais um contributo a juntar-se ao de autarcas, comissões de utentes da Saúde e do povo Seixalense e não só, pelo mais que reclamado e necessário Novo Hospital no Seixal que, e voltamos a citar Joaquim Santos: “ luta há 20 anos pela construção do Hospital do Seixal, luta que vai continuar, para que, mais cedo do que tarde, a unidade hospital será uma realidade”. De certo que esta justa luta de 20 anos, prosseguirá sem desânimo para bem do povo da região, do distrito e do país. Ex-bancário, Corroios


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Região

Museu Berardo com peças legendadas em inglês

O Museu Berardo Estremoz, no Alentejo, já tem todas as peças da exposição permanente com legendas em português e em inglês, com o objectivo de tornar o espaço museológico “mais apelativo”, divulgou a câmara. Segundo o Município de Estremoz,

apesar de continuarem a existir visitas acompanhadas com guia, a legendagem permite ao visitante “apreciar as peças ao seu próprio ritmo” e “sempre com a mais completa informação”. Este museu apresenta 800 anos de história do azulejo, com forte ligação à região de Setúbal.

LITORAL ALENTEJANO

Secretário de Estado diz que fixar profissionais de saúde em zonas periféricas depende de investimento no SNS FOTOS: DR

Governante visitou Serviço de Medicina Intensiva do hospital, em Santiago do Cacém O secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, considerou ontem que a fixação de profissionais de saúde em regiões como o Litoral Alentejano depende também da “capacidade de investimento” no Serviço Nacional de Saúde (SNS). “Também se melhora pela capacidade de investimento no próprio SNS, ou seja, as condições de trabalho são uma componente absolutamente essencial para manter as pessoas nos sítios, não só condições físicas, mas também por poderem evoluir naquilo que é o seu conhecimento e a sua carreira”, afirmou. O governante falava aos jornalistas após uma visita ao Serviço de Medicina Intensiva (SMI) do Hospital do Litoral Alentejano (HLA), em Santiago do Cacém, que recentemente foi alvo de obras de ampliação para expandir a sua capacidade. Por outro lado, adiantou, a dificuldade em contratar profissionais de saúde em zonas mais periféricas do país também se contorna, dando continuidade aos “vários debates em torno daquilo que é a carreira de todos os profissionais de saúde”. “Esse debate de alguma forma foi interrompido pelo ciclo eleitoral que agora estamos a viver, mas as propostas já existiam e estavam em cima da mesa, e essa abertura por parte do Governo mantém-se totalmente válida”, reforçou. O investimento na ampliação do SMI, que “foi feito depois do início da pandemia” de covid-19, garantiu “condições muito diferentes daquilo que existia até agora, duplicando” a sua capacidade, se se pensar “em termos de eficiência”, sublinhou. “Investimentos como este na Medicina Intensiva transformam um bocadinho o paradigma deste hospital” nessa área, “e isso acabou também por acontecer em toda a região do Alentejo e acontecerá ainda mais com

O secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, foi recebido pelo conselho de administração do HLA e pela direcção clínica

o novo Hospital Central do Alentejo dentro de uns anos”, exemplificou. Para o governante, trata-se de uma obra “absolutamente essencial, tanto para a população que serve, como

também para toda a região do Alentejo, permitindo gerir melhor os recursos e as necessidades das pessoas da região”. “Aliás, este hospital passa também

a ter capacidade formativa em Medicina Intensiva e essa componente é absolutamente essencial para a fixação de profissionais e para a formação de novos profissionais, porque sabemos que há áreas onde há escassez de profissionais qualificados”, frisou. O novo Serviço de Medicina Intensiva do HLA, um investimento de 1,2 milhões de euros, traduziu-se num aumento de quatro quartos, com antecâmara e sistema mecânico de ventilação/ar tratado em pressão variável, fixando a lotação deste serviço em 11 camas. Também o número de profissionais de saúde neste serviço aumentou, passando de 18 para 26 enfermeiros e de seis para sete médicos de Medicina Intensiva, segundo dados da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA). “Esta ideia de que é um hospital

com mais soluções e mais capacidade de tratar os doentes é absolutamente essencial para convencer os profissionais a virem para esta região, que é maravilhosa em termos de condições físicas, mas não é só isso que conta, daí estes investimentos”, realçou. Segundo a presidente do conselho de administração da ULSLA, Catarina Filipe, a maior dificuldade recai “na área da enfermagem”, existindo um défice de “50 a 60 enfermeiros” porque não há capacidade “para fixar os recursos na região” devido à falta de habitação “com rendas acessíveis para os profissionais de saúde”. O secretário de Estado da Saúde visitou ainda “as obras recém-terminadas e em curso no HLA”, como o novo serviço de urgência médico-cirúrgica, o heliporto, a nova farmácia e o novo hospital de dia.

Lusa


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Região DR

As novas instalações do IEFP já têm algumas acções de formação a decorrer

que vão ser criados, mas, igualmente, trazer inovação a sectores mais tradicionais”.

Autarcas aplaudem

SANTIAGO DO CACÉM

IEFP vai ter campus de 20 milhões de euros em Vila Nova de Santo André Antigas instalações do Instituto Piaget vão ser um espaço de formação profissional como o Litoral Alentejano nunca teve As novas instalações do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), em Vila Nova de Santo André, no concelho de Santiago do Cacém, vão ter um campus de formação profissional num investimento de 20 milhões de euros, com capacidade para acolher 1500 formandos de todo o Alentejo Litoral e também de outras regiões. O projecto foi apresentado, pelo Delegado Regional do Alentejo do IEFP, Arnaldo Frade, ao secretário

de Estado Adjunto do Trabalho e da Formação Profissional, Miguel Cabrita, que visitou o espaço na semana passada, acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, e do presidente do Conselho Directivo do Instituto de IEFP, António Luís Valadas da Silva. O governante salientou que este projecto se insere no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a área da qualificação, que destina 230 milhões de euros se destinam à requalificação das infra-estruturas para formação profissional. Miguel Cabrita explicou que, nesse âmbito, a nível nacional “serão criados cinco novos centros, nos quais se inclui o de Vila Nova de Santo André, que irá permitir uma melhor cobertura territorial da resposta ao nível dos cursos de formação profissional, com uma estrutura modernizada plenamente

equipada para a formação na área digital, energia, ambiente, indústria e turismo”, entre outras. O processo encontra-se “numa fase avançada, o que permite recorrer às verbas do PRR para fazer esta grande expansão das antigas instalações do Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares do Instituto Piaget, em Vila Nova Santo André, que farão deste centro um campus de ensino profissional como esta região nunca teve”, afirma o governante. O secretário de Estado destacou o envolvimento das diferentes entidades, nomeadamente do IEFP e da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, no desenvolvimento de uma infra-estrutura que “vai ser um dos aliados para, em articulação com a captação de investimentos, garantir profissionais qualificados para ocupar os postos de trabalhos

Novo campus de formação é o maior investimento na região depois do Hospital do Litoral Alentejano Álvaro Beijinha

O presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, sublinhou a “carência de formação profissional existente na região”. Acreditando que “os vários projectos que se perspectiva para os próximos tempos, na área da logística, da indústria e do turismo, necessitam de profissionais qualificados.” Sendo que “actualmente o Litoral Alentejano não tem um centro agregador das várias áreas de formação.” Salientando que este “é, actualmente, um dos maiores investimentos públicos previstos para o concelho e região, desde a construção do hospital”, que trará “desenvolvimento económico e social em particular para a Vila Nova de Santo André.” O presidente da Junta de Freguesia de Santo André, David Gorgulho, destacou a “dinâmica” que a circulação de pessoas ligadas ao Centro trará à cidade. Salientando que “quando se fala em desenvolvimento económico é precisamente deste tipo de investimentos que falamos”. O Delegado Regional do Alentejo do IEFP, Arnaldo Frade, apresentou o projecto que inclui a construção de mais três edifícios. Sendo um para a formação na área da indústria, como a robótica, domótica, mecatrónica, soldadura e metalurgia, outro para formação na área do turismo, que terá um 'Restaurante Pedagógico' para formação de cozinha e serviço de mesa e o “Bloco Social", com cerca de 30 quartos, para albergar formandos de outras zonas do país, e um refeitório. Este responsável salientou que "as valências que serão criadas, assim como a disponibilização destes serviços, constituirão uma total revolução em termos de capacitação na área da formação profissional". O projecto, a desenvolver numa área com cerca de 60 mil metros quadrados, inclui também a criação de uma praça central destinada a iniciativas na área da formação, um anfiteatro ao ar livre e um espaço verde, com circuito de manutenção e parque de merendas aberto a toda a população. Nas actuais instalações de Vila Nova de Santo André já decorrem algumas acções de formação. Com o início de actividade do novo campus, o Centro de Formação do IEFP na Quinta da Boavista, em Santiago do Cacém, ficará destinado aos cursos ligados à área agrícola.


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Desporto

TRIUNFO NA COSTA DE CAPARICA NA 1.ª DIVISÃO DISTRITAL DA AF SETÚBAL

Terceiro êxito consecutivo confirma bom momento dos miúdos do Vitória FC DR

Golo de Lopes ao cair do pano deu três pontos aos sadinos

Vizinho Comércio e Indústria é a equipa mais competente

Ricardo Lopes Pereira O triunfo (1-0) alcançado anteontem pelo Vitória no reduto dos Pescadores, em partida da 16.ª jornada da 1.ª Divisão Distrital da Associação de Futebol de Setúbal, confirma que a equipa sadina atravessa o melhor momento da época. Depois de uma série de cinco partidas sem vencer (quatro empates e uma derrota), os comandados de Paulo Martins somaram na Costa de Caparica o terceiro êxito consecutivo na prova. Em jeito de balanço e análise ao momento actual da equipa, o timoneiro dos sadinos encara com naturalidade a oscilação de resultados, considerando tratar-se de “dores de crescimento” do plantel mais jovem da competição. Actualmente na sexta posição da 1.ª Divisão (26 pontos), os vitorianos acreditam que têm qualidade para “chegar mais acima na classificação”. Na próxima ronda, a equipa terá como oponente o Sesimbra, nono classificado, com 21 pontos. Que análise faz ao jogo com os Pescadores? Foi um jogo em que tivemos algumas contrariedades. Não pudemos contar com alguns jogadores como o Márcio Delgado (amigdalite) e outro jogador que, não esteve em contacto connosco, mas está em isolamento profilático devido à Covid. Tivemos de alterar tudo à última hora, mas a equipa teve um comportamento excelente e uniu-se ainda mais num campo difícil, frente a uma equipa bastante competitiva e que está a fazer um bom campeonato [5.º classificado com 28 pontos]. Este é o nosso trajecto, é o nosso caminho. Ambas as equipas tiveram oportunidades para marcar. Houve dois lances em que atirámos a bola à trave e o adversário, creio, teve uma bola

nos impede de pensar chegar mais acima na classificação.

Após o 1-0 no domingo, festa dos jogadores prolongou-se no balneário dos Pescadores

no ferro. O nosso golo acabou por surgir na sequência de um livre directo já no final do encontro Por intermédio do André Lopes. Depois de vários jogos sem vencer, a equipa ganhou nas últimas três jornadas. A que se deve a boa reacção? É verdade. Depois de vários jogos sem vencer a equipa teve a felicidade de voltar a ganhar nas últimas jornadas. Na minha opinião o que aconteceu está relacionado

com as dores de crescimento da equipa. Temos o plantel mais jovem do campeonato, seguindo-se o Cova da Piedade. Os jogos em que perdemos deveram-se a erros que podem voltar a acontecer. Temos que perceber que temos uma equipa muito nova. Recordo que antes da chegada do William Barbosa (38 anos) a nossa defesa jogava com jovens de 19 anos. Num campeonato supercompetitivo, com jogadores experientes os

Andebol Sadinos reencontram êxitos com Avanca A contar para 13.ª jornada do Campeonato Nacional da 1.ª Divisão de Andebol, o Vitória venceu no sábado, por 33-29, o Artística Avanca, em partida realizada no Pavilhão Antoine Velge. Após a derrota com o Belenenses (27-34) e o

empate (28-28) com o Maia, os comandados de Luís Monteiro reencontraram os êxitos numa partida em que Rúben Santos (sete golos), Nuno Gonçalves (seis) e Rafael Paulo e Gonçalo Grácio (ambos com cinco) foram os melhores marcadores dos sadinos.

resultados que tivemos são fruto das dores de crescimento. Tivemos de perceber o que estava a acontecer e mudar certos comportamentos a nível de jogo para fazer crescer a equipa. O Vitória ocupa a 6ª posição da tabela, com 26 pontos em 16 jornadas. Está dentro do que esperava ou está aquém das expectativas? Penso que poderíamos ter mais alguns pontos, mas, no cômputo geral, penso que estamos a fazer um campeonato dentro das minhas expectativas. Sabemos que não temos as armas de outras equipas. Há clubes com mais tempo de treino, por exemplo, e isso acaba por se reflectir. Enquanto nós treinamos três vezes por semana, há equipas que o fazem quatro e cinco vezes. Feitas as contas, no final da semana isso representa mais quatro ou cinco treinos do que nós e, ao final do mês, ainda maior é a diferença. No entanto, isso não

O campeonato está a ser mais competitivo do que esperava? Já esperava um campeonato competitivo como este. Não nos podemos esquecer que são 20 equipas, são muitos jogos, muitas lesões e castigos que ajudam a perceber as razões de se assistirem a resultados inesperados. É algo que faz parte de um campeonato que já esperava que fosse competitivo. Do que já viu dos adversários, considera que o líder Comércio e Indústria é o mais forte candidato ao título? Porquê? Numa altura em que me faltam ver duas ou três equipas, o Comércio e Indústria destaca-se. Está a fazer um grande campeonato, é a equipa mais experiente, tem jogadores com provas dadas e interpreta bem todos os momentos do jogo. Estão em primeiro e parecemme a equipa mais competente e organizada. O facto de treinarem quatro/cinco vezes por semana contribui para isso. Vários jogos têm sido adiados devido a surtos de Covid nalgumas equipas. Teme que esse facto possa prejudicar a prova? Infelizmente, é a realidade que temos. O importante é que seja estipulada uma regra que seja idêntica para todos os clubes para que ninguém seja prejudicado. No domingo, o VFC defronta o Sesimbra. O que espera desse jogo e o que tem a sua equipa de fazer para somar o quarto êxito consecutivo? É mais um jogo de campeonato. Pela história que tem na competição, o Sesimbra é sempre uma equipa difícil, mas a nossa ambição passa por conquistar os três pontos. Temos que trabalhar e correr muito para conseguir esse objectivo.


14 de Dezembro de 2021 O SETUBALENSE 31

Nelson Cruz e Laura Grilo venceram a São Silvestre de Almada

Nelson Cruz, atleta do Clube Pedro Pessoa Escola de Atletismo, e Laura Grilo, do Clube de Praças da Armada, foram os brilhantes vencedores da São Silvestre de Almada. A corrida na distância de 10 quilómetros decorreu no sábado, dia 11 de Dezembro, ao

final da tarde em ambiente de “festa e convívio”, como referiu Naíde Gomes, a madrinha da edição de 2021 que teve partida e chegada na Praça São João Baptista, na cidade de Almada. Organizada pela Associação Desportiva “O Mundo da Corrida”

e pelo Clube de Atletismo Amigos do Parque da Paz, com o apoio da Câmara Municipal de Almada e das Juntas de Freguesia do concelho, a tradicional São Silvestre de Almada contou com a participação de 600 atletas de ambos os sexos.

RACING POWER FC VAI DISPUTAR ACESSO À LIGA BPI

AMORA FC

Equipa de futebol feminino não perdeu qualquer jogo desde a sua fundação DR

Na época passada foi campeão nacional da 3.ª Divisão e esta época quer conquistar o título da divisão secundária José Pina Há cerca de ano e meio quando apresentou o seu projecto para o futebol feminino, o Racing Power Football Club, através do presidente da direcção, Nuno Painço, disse que em dois anos queria subir à Liga BPI, e de facto as coisas estão bem encaminhadas, mas ainda não concretizadas. A disputar o Campeonato Nacional da 2.ª Divisão, a equipa orientada pelo prof. Nuno Cristóvão terminou de forma invencível a Série Sul e prepara-se agora para disputar a fase de apuramento do campeão, onde se apresenta como candidato à subida de divisão. Nuno Painço está consciente das dificuldades que vai encontrar na próxima fase da competição mas ao mesmo tempo confiante de que a equipa vai conseguir o objectivo. O Racing Power terminou a primeira fase do campeonato em primeiro lugar. Era um dos objectivos? Sim, o primeiro objectivo era garantir o apuramento em primeiro lugar para sermos campeões da Série Sul. A mentalidade numa equipa praticamente profissional não podia ser outra. Em dois anos de competição, a equipa não perdeu qualquer encontro a nível oficial. Como analisa este facto? Temos de estar preparados que um dia irá acontecer, mas o facto é que já fizemos muitos jogos e ainda não perdemos nenhum a nível oficial. Se me perguntar se estou admirado, eu direi que não. Sabemos o que temos dentro de portas e o investimento que fizemos para isso acontecer, tanto na conquista do título, como na época corrente. Se tivermos que nos organizar em

termos de plantel, com dispensas ou novas contratações, para continuarmos a manter o mais alto nível de pressão, iremos fazê-lo sem pensar duas vezes. Segue agora a fase de apuramento do campeão. A equipa está consciente das responsabilidades que vai encontrar? A Sul temos equipas muito fortes, que nos irão acompanhar para a segunda fase, casos do Damaiense e Futebol Benfica, que o ano passado estavam na Liga BPI, e o campeão em título, o Sporting B. Em minha opinião, o futebol feminino sempre esteve mais desenvolvido no Norte que no Sul, basta ver as equipas que existem numa e na outra região. Depois, iremos encontrar equipas como o Rio Ave, finalista da 3.ª divisão que vencemos, Vitória de Guimarães, Romariz, Cadima ou mesmo o Valadares B que têm atletas guerreiras e combativas. Penso que será uma fase final muito competitiva, talvez mais do que a Liga BPI. As responsabilidades são as mesmas desde que o projecto foi criado. Todos os que cá estão sabem aquilo que têm de fazer, está

tudo muito bem definido. Quem sai da trajectória estabelecida, ou rapidamente entra nos eixos ou perde o comboio e ele não para em mais nenhuma estação a não ser no fim da linha. E esse fim da linha é sermos campeões nacionais. Na época passada a equipa foi campeã nacional da 3.ª divisão e esta época vai querer repetir o feito na 2.ª Divisão? Na entrevista em que dei a conhecer o projecto, disse que em dois anos queríamos estar na Liga BPI, mas não é para chegarmos lá e andar a lutar pela permanência, queremos lutar na fase de campeão e esta época ser campeões da 2.ª divisão. Se isso acontecer, seremos os primeiros a juntar um título da terceira ao da segunda divisão. Considera que o vosso projecto ficou mais forte com a vinda do prof. Nuno Cristóvão? Trabalhar com o professor tem sido uma aprendizagem para todos, o seu currículo fala por si. Não nos garante a conquista dos objectivos, mas andaremos muito mais próximo disso. A experiência que traz, não só nos seus métodos de trabalho, mas também na sua

experiência enquanto homem do futebol, tem-nos ensinado como funciona o mundo futebol, em todos os aspectos. Um pequeno detalhe pode significar muito e nós não tínhamos essa percepção. Tínhamos a minha experiência enquanto dirigente associativo há mais de 20 anos e a minha experiência profissional a nível organizativo e administrativo e o Pedro Sebastião que anda no futebol há muitos anos, mas não a este nível. A experiência empresarial do Eng. Ismael Duarte e o saber, o profissionalismo e a dedicação do professor, tornam a máquina mais bem oleada e afinada. Para finalizar há algo mais que queira acrescentar? Agradecer ao presidente da União de Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, António Santos, por nos ter recebido a fim de saber mais do nosso projecto. Não queremos estar dependentes do poder político local para a concretização do Racing Power Women Academy, mas também não queremos estar à parte do desenvolvimento que podemos trazer ao concelho do Seixal.

Carlos Henriques não será candidato às eleições O Amora Futebol Clube vai a eleições no próximo domingo, dia 19 de Dezembro. O acto eleitoral realiza-se na sala dos presidentes, no Estádio da Medideira, entre as 10 e as 20 horas, e as listas candidatas têm que dar entrada na secretaria do clube até ao dia de amanhã, quarta-feira. As eleições foram marcadas na sequência da demissão apresentada por Carlos Henriques, que presidiu ao clube nos últimos oito anos, com sucesso. Apesar do bom trabalho realizado, reconhecido por todos os quadrantes, onde se incluem também os associados, o presidente demissionário já fez saber que não vai ser candidato. “Não vou ser candidato mas continuarei disponível para ajudar o Amora na minha condição de sócio. Saio de coração cheio e certo do dever cumprido. O Amora para mim é um estado de alma e nunca um estado para alcançar qualquer outra coisa”, diz Carlos Henriques que deixa uma palavra de apreço a todos os que o têm acompanhado. “Obrigado a quem me aturou e ajudou a fazer deste clube o que é hoje. O Amora é o clube da minha terra, é o clube da minha infância e será sempre o clube que mais me incomoda ver não ser respeitado. A todos os que ficam, ou poderão continuar, desejo que tenham muita força e coragem para continuar na defesa deste clube com 100 anos de História. Parto com a mágoa de não ter conseguido que alguns amorenses não tenham estado ao lado do clube quando ele mais precisava, não se importando com o perigo de ter acabado, mas parto também com a felicidade de ver o poder de mobilização que o Amora FC vinha conseguindo e que a pandemia interrompeu”.


04:19 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 10:30 ~ 2.8 m ~ Preia-mar 16:57 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 23:10 ~ 2.7 m ~ Preia-mar

ALMADA

04:12 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 10:27 ~ 2.8 m ~ Preia-mar 16:52 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 23:08 ~ 2.7 m ~ Preia-mar

SESIMBRA

04:22 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 10:44 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 17:02 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 23:23 ~ 2.8 m ~ Preia-mar

SINES

SETÚBAL TRÓIA

MARÉS

04:37 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 11:08 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 17:12 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 23:46 ~ 3.1 m ~ Preia-mar

FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras, Maria Carolina Coelho Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Baptista, Célia Félix, Luís Bandadas IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com


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