O Setubalense, o seu diário da região nº 757 de 20 de Dezembro de 2021

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Setúbal, Palmela e Sesimbra juntam-se em vigília pela saúde Autarcas, profissionais de saúde e população concentram-se a 11 de Janeiro junto ao Hospital S. Bernardo p3 O SETUBALENSE

"Fomos a voz da região na Assembleia da República" Entrevista Nuno Carvalho, cabeça-de-lista do PSD p30 e 31

O SEU DIÁRIO DA REGIÃO SEGUNDA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 757 | ANO III | 5.ª SÉRIE

DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO PUBLICIDADE

ESPECIAL Porto de Setúbal celebra 98 anos a crescer p13 a 26

SETÚBAL Orçamento Municipal de 145 milhões é votado amanhã p4

VITÓRIA 'Tribunal do Bonfim' castiga na derrota com o líder p38 PUBLICIDADE


2 O SETUBALENSE 20 de Dezembro de 2021

Abertura

NO DECORRER DE DEZEMBRO

Setúbal volta a ser vigiada por reformados PENSAR SETÚBAL Giovanni Licciardello

Pinto da Costa, o Porto, o Portimonense... e o Vitória “Não está nas competições profissionais quem quer, mas quem pode e quem tem um conjunto de responsabilidades a que tem de responder. Temos de evitar alguns cenários como aquilo que se passou no ano passado e temos de aprender com os erros. Não podemos ter equipas na iminência de não terminarem competições profissionais, porque não pagam vencimentos. A credibilidade é um dos valores que guiam a Liga.” Pedro Proença, aquando da descida administrativa do Vitória

C

onfesso que não tenho qualquer simpatia pessoal por Pinto da Costa, Valentim Loureiro, João Loureiro, Pimenta Machado, Theodoro Fonseca, o outrora “nosso” Rodolfo Vaz, ou mesmo Pedro Proença. O caso “Apito Dourado” de 2004, foi a tentativa frouxa de penalizar quem prevaricava fora das quatro linhas. Resultados práticos? Muito poucos. Esta introdução vem na esteira das notícias saídas na Comunicação Social, em que o Ministério Público investiga o dirigente portista Pinto da Costa, no âmbito da designada Operação Prolongamento. Depois das investigações aos negócios de jogadores, o procurador Rosário Teixeira quer juntar as suspeitas relativas ao Portimonense e ao FC Porto. Esta investigação envolve também o empresário de futebol, Theodoro Fonseca, o maior accionista da SAD do Portimonense. Em causa estarão crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais em negócios entre o FC Porto e a SAD do Portimonense. O Ministério Público (MP) pretende incluir negócios com o Portimonense no processo sobre desvio de comissões. De acordo com as alegações do MP, Pinto da Costa e Theodoro Fonseca terão obtidos benefícios pessoais, decorrentes destes negócios entre os dois clubes.

Pela via desportiva, teria sido o Portimonense a descer; tal não aconteceu e o Vitória foi mesmo parar à 3ª Liga Existem ainda suspeitas acrescidas que o Portimonense teria perdido intencionalmente jogos com o FC Porto. O objectivo ulterior do MP é agregar todos os elementos de prova possíveis, de forma a evitar que os suspeitos consigam fugir à acção da justiça. Evidentemente que num Estado de Direito existe sempre a presunção da inocência, o que não invalida que nós, aqueles que acompanham o futebol de perto, não fiquemos propriamente surpreendidos com estas notícias. Todavia, a pergunta subsiste: e o Vitória, como é que fica em todo este imbróglio? Recordemos que na época

2019/2020, o Vitória Futebol Clube desceu administrativamente de divisão, após ter vencido na derradeira jornada a B-SAD. Pela via desportiva, teria sido o Portimonense de Theodoro Fonseca a descer; tal não aconteceu e o Vitória foi mesmo parar à 3ª Liga, por incompetência processual dos seus dirigentes, que não acautelaram datas e procedimentos legais. Também é verdade que, com a pressa de nos “despacharem” para a 3ª Liga, os órgãos dirigentes da Liga de Clubes terão cometidos erros processuais também graves. É a tal “credibilidade” de que fala Pedro Proença. Seja como for, com esta Operação Prolongamento, o futebol português está metido em mais uma trapalhada que em nada o dignifica, acrescida da Operação Malapata, com a PJ a efectuar buscas no Benfica e Sporting. Como vitorianos, seguimos atentamente o desenrolar dos acontecimentos, seguro como estou que, mais tarde ou mais cedo, o Vitória Futebol Clube, actualmente liderado por Carlos Silva (sócio do Vitória há 53 anos), com Hugo Pinto na SAD, irá regressar pela via administrativa ao lugar que lhe pertence, e do qual nunca deveria ter saído. Aproveito a ocasião para desejar aos leitores do Setubalense um Feliz Natal. Professor

Município vai atribuir apoio de 10 mil euros à Associação Social dos Reformados e Idosos para implementação do protocolo Durante o mês de Dezembro, os espaços públicos da cidade de Setúbal vão ser vigiados por reformados, no âmbito de um protoloco a celebrar entre a Câmara Municipal sadina, a União das Freguesias de Setúbal e a Associação Centro de Bem-Estar Social dos Reformados e Idosos. A celebração do acordo, aprovada em reunião pública na passada quarta-feira, prevê que os patrulheiros procedam à “vigilância e sensibilização de utilização de equipamentos e espaços verdes, contribuindo assim para a promoção de uma correcta utilização dos mesmos”. Para o efeito, a autarquia setubalense vai atribuir um apoio financeiro de 10 mil e 500 euros à Associação Centro de Bem-Estar Social dos Reformados e Idosos, que se materializa “num subsídio anual, pago em mensalidades, correspondente ao valor simbólico de 2,60 euros por hora”. “A experiência de gestão” do projecto desenvolvido há quatro anos tem sido “muito positiva”, tendo em conta a “elevada frequência de

cidadãos em espaços como o Parque Urbano de Albarquel e a Avenida Luísa Todi, assim como a constante necessidade de sensibilizar e vigiar a correcta utilização das práticas aí ocorridas, em particular nos dias úteis ao final da tarde e durante o fim-de-semana”. Além disso, o município teve igualmente em conta a “necessidade de reforçar as equipas, devido ao aumento das actividades e da utilização dos espaços”, para a tomada de decisão do aditamento da referida colaboração. “Ao abrigo do protocolo, compete à autarquia disponibilizar coletes sinalizadores, cartões identificativos, telemóveis de serviço e apoio logístico, bem como promover acções de formação e assegurar um seguro de acidentes pessoais”.

Autarquia disponibiliza coletes sinalizadores, cartões identificativos, telemóveis de serviço e apoio logístico DR

Patrulheiros vigiam equipamentos e espaços verdes


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Setúbal ilumina o Sado com fogo-deartifício na noite de passagem de ano

O Sado em Setúbal vai iluminarse para receber 2022 com um espectáculo de fogo-de-artifício lançado sobre o rio, e que pode ser visto, em segurança, de vários pontos da cidade. Um espectáculo com transmissão em directo pelas redes sociais, com filmagens feitas a

partir do Forte de São Filipe. Devido à nova vaga da pandemia, a Câmara Municipal de Setúbal decidiu cancelar os habituais concertos e animações de passagem de ano, e assim evitar o ajuntamento de pessoas, no entanto vai manter o espectáculo de pirotecnia. Precisamente para evitar

a contaminação covid-19, a Câmara Municipal de Setúbal aconselha a população a assistir ao espectáculo de fogo-de-artifício a partir de casa, caso isso não seja possível, alerta para que “se tiverem de sair, que o façam em segurança, com utilização de máscara e afastamento físico”.

SETÚBAL, PALMELA E SESIMBRA

Autarcas e profissionais de saúde avançam com vigília em Janeiro pelo Centro Hospitalar de Setúbal DR

O Fórum Intermunicipal da Saúde reuniu pela primeira vez e decidiu avançar com medias de pressão sobre o Governo Humberto Lameiras População e profissionais de saúde vão realizar a 11 de Janeiro uma vigília junto ao Hospital de S. Bernardo, como forma de pressão para que o Governo avance com medidas de reforço da capacidade de resposta do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), assim como melhores condições de acesso aos cuidados de saúde primários e defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Um protesto que está marcado para as 18h00, e vai ser acompanhado por autarcas de Setúbal, Palmela e Sesimbra. Este apelo à mobilização foi uma das decisões da primeira reunião do Fórum Intermunicipal da Saúde, criado pelos autarcas dos três concelhos na área de resposta do CHS, assim como profissionais de saúde e comissões de utentes destes municípios. No encontro, que decorreu na passada quinta-feira, além dos três presidentes de câmara esteve o director clínico demissionário do CHS, Nuno Fachada, - que se demitiu em sinal de protesto pelas falta de condições de resposta nesta estrutura de saúde -, e representantes de utentes e dos sindicatos dos Enfermeiros Portugueses e dos Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica. “As autarquias têm de estar solidárias e dinamizar acções deste tipo”, comentou André Martins, presidente da Câmara Municipal de Setúbal, a O SETUBALENSE. E no fórum, o presidente da Câmara de Sesimbra, Francisco Jesus, destacava a disponibilidade total dos três concelhos para concertarem posições, e salientou que é necessário encontrar neste fórum capacidade de influenciar as políticas de saúde para este território comum. Álvaro Amaro, presidente da

O Fórum Intermunicipal da Saúde surgiu depois do silêncio do Governo para resolver o Hospital de Setúbal

Câmara de Palmela, valorizou também, a criação do fórum como instrumento que pode ajudar a resolver os problemas do CHS. O Fórum Intermunicipal da Saúde foi despoletado depois de André Martins ter solicitado uma audiência com o primeiro-ministro, António Costa,

A classificação D é fundamental para que determinadas valências e especialidades possam ser reforçadas com a contratação de mais médicos André Martins

para que fosse resolvida a situação crítica do Hospital de S. Bernardo tanto ao nível do reforço de profissionais como na reclassificação do mesmo para integrar o grupo D destas unidades, o que lhe permitiria deixar de ser financiado com um simples hospital distrital e passar a ser uma unidade multidisciplinar. Um pedido de reunião que o presidente da Câmara de Setúbal diz que “o primeiro-ministro delegou na ministra da Saúde [Marta Temido]”: “Até agora não recebemos nenhuma disponibilidade para audiência”, afirma. Um silêncio que o autarca sadino, tal como os seus congéneres de Palmela e Sesimbra, não aceita: “Não podemos ficar parados a ver que a situação se continua a agravar, e os utentes têm cada vez mais dificuldades em ter acesso aos cuidados de saúde”, afirma.

Nuno Fachada diz que contratações foram quase esmolas

E insiste: “A classificação D é fundamental para que determinadas valências e especialidades que o Hospital de S. Bernardo tem possam ser reforçadas com a contratação de mais profissionais médicos, e para outros serviços”. Por outro lado, im-

plica “novas condições financeiras para que o hospital possa, também por ele próprio, assumir compromissos como a aquisição de equipamentos”. Para André Martins esta nova capacitação do CHS é uma decisão que o Governo tem de tomar já, assim como a contratação de pessoal qualificado. Em Outubro, 87 directores de serviço e unidades funcionais do hospital de Setúbal apresentaram a demissão, juntando-se ao director clínico Nuno Fachada que se demitiu por falta de condições para trabalhar. Dias depois, o Governo anunciou a colocação de dez profissionais, mas “três já estavam a trabalhar no hospital”, lembra o presidente da Câmara de Setúbal, e acrescenta: “Os profissionais do hospital e directores de serviço disseram que não era suficiente”. Para o autarca, o facto é que esta unidade de saúde não pode continuar a funcionar “à base de tarefeiros, e com médicos e outros profissionais contratados através de empresas em vez de o serem pelo SNS e colocados no CHS”. Quanto às obras de alargamento do hospital, com concurso público lançado em Outubro e que, pelas contas do autarca, deverá ter recepção de propostas a chegar em Janeiro à

administração do CHS e ministério, são indispensáveis uma vez que serviços como as urgências “estão em decadência e os serviços primários não funcionam. Estão no caminho do caos, o que só não acontece já pelo esforço dos profissionais do hospital”, afirma. Durante o fórum, Nuno Fachada, considerou que a degradação do CHS “favorece a transferência de profissionais para os hospitais privados”, isto além da “pouca atractividade da carreira dos enfermeiros que os obriga a imigrar”, e comentou ainda que o anúncio do concurso público do Hospital de São Bernardo “só surgiu depois do movimento de força dos profissionais do CHS”, mesmo assim, é uma obra “um bocadinho minguada”. Quanto às vagas de pessoal que o Governo abriu para o hospital: “São quase esmolas”, disse. Depois da vigília em Janeiro, avança André Martins que os elementos que compõem o Fórum Intermunicipal da Saúde “voltam a reunir para avaliar a situação e decidir outras medidas até à tomada de posse do Governo que sair das legislativas de 30 de Janeiro”. Certo é: “É preciso dar resposta às necessidades de saúde das populações”, reforça.


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Setúbal

Bloco de Esquerda entrega hoje lista no tribunal

O Bloco de Esquerda (BE) vai hoje, ao meio-dia, entregar no Tribunal de Setúbal a lista de candidatos pelo círculo eleitoral de Setúbal para as legislativas de Janeiro, liderada novamente por Joana Mortágua. A lista conta com a “inclusão de candidatos

independentes”, sendo que o BE apostou “em jovens e candidatos com experiência e provas dadas na defesa dos direitos e melhores condições de vida e trabalho, nos sectores mais importantes das actividades sociais e económicas que caracterizam o distrito”.

DOCUMENTO É APRECIADO AMANHÃ PELO EXECUTIVO MUNICIPAL

PS e PSD disponíveis para viabilizarem orçamento de 145 milhões de euros mas traçam ‘linha vermelha’ Gestão CDU já sabe que a oposição não quer abdicar da diminuição do IMI para 0,40% Mário Rui Sobral

A oposição (PS e PSD), em maioria na Câmara de Setúbal, está disponível para viabilizar o Orçamento Municipal para 2022, que ascende a 145 milhões de euros e que amanhã será submetido a votação. Mas, há uma “linha vermelha” traçada pelos dois partidos: para contar com as abstenções de socialistas e social-democratas, a gestão CDU deverá, pelo menos, ceder à redução do IMI para 0,40%. Em Abril último, o anterior executivo CDU, então com maioria absoluta, aprovou a diminuição da taxa, de 0,44 para 0,43%, para o próximo ano. Porém, já neste novo mandato, em Outubro passado, o PS propôs que o imposto baixasse para os 0,40%. A proposta foi, no entanto, chumbada pela nova gestão CDU, presidida por André Martins, e pela vereação do PSD. Os social-democratas também defendiam a diminuição da taxa, contudo, tal como a CDU, consideraram aquele momento inadequado para se fazer a alteração, por se desconhecer o impacte que teria nas contas do município, apesar de o PS apontar

Críticas Dívida da Águas do Sado de M€28,9 inscrita no documento Um dos pontos a merecer críticas mais duras da oposição é o assumir de uma dívida de 28,9 milhões de euros da Águas do Sado à autarquia, incluída no orçamento. “É uma verba astronómica, quase um quarto do orçamento global. Como é que a Câmara chega ao ponto de se estar no último ano da concessão para assumir que tem a receber este montante monstruoso?”, questiona Paulo Lopes. E sem se deter, acrescenta: “A CDU acusa o PS de ter feito a concessão em

1997 e gostávamos de saber qual é a responsabilidade política da CDU ao ter deixado, nestes últimos mais de 20 anos, chegar a dívida a este valor”. Já Fernando Negrão lembra que a Águas do Sado não reconhece a dívida e afirma: “A Câmara não sabe qual é o valor dessa dívida nem sabe sequer se essa dívida existe.” E, tal como o socialista, considera que o caso vai acabar na justiça. “Todos sabemos que isto vai parar, conforme previsto no contrato, a um tribunal arbitral para decidir”, concluiu.

para uma quebra de 1,5 milhões de euros de receita. Agora, com o orçamento elaborado e a proposta para a descida do IMI inscrita na mesma ordem de trabalhos, o PSD parece estar em sintonia com os socialistas, já que Fernando Negrão, vereador social-democrata, admite a redução para 0,40% como ponto-chave para que a bancada laranja viabilize o documento previsional. Mas não só. “Vamos analisá-lo, partindo do pressuposto de que, se corresponder aos mínimos daquilo que o PSD defende que deve ser neste momento o orçamento para o concelho, se deve ter uma

atitude construtiva”, disse Fernando Negrão a O SETUBALENSE na última sexta-feira, dia em que a oposição recebeu o documento para análise. “A abstenção do PSD é uma probabilidade, não só por razões ligadas aos impostos como também por razões ligadas à gestão e à distribuição das verbas pelas várias rubricas e sectores do concelho no orçamento”, adiantou. Posicionamento idêntico tem o PS. Ninguém na oposição quer inviabilizar aquele que é o primeiro orçamento do novo executivo. Esta é a ideia de PSD e PS. Mas há mínimos que a gestão CDU terá de cumprir.

“O PS entregou um conjunto de propostas para inclusão no orçamento que ao dia de hoje [sexta-feira] ainda não sabemos se foram aceites ou não, entre as quais a redução do IMI para 0,40%”, afirmou Paulo Lopes, presidente da Comissão Política Concelhia de Setúbal do PS, ao mesmo tempo que deixou um aviso à gestão CDU. “Se não forem incluídas quaisquer das nossas medidas, não estaremos disponíveis para viabilizar um orçamento em que não nos revemos em nada. Estamos convencidos que a redução do IMI seja uma realidade e que isso dê espaço para que o PS possa chegar a um consenso com a gestão CDU”, sublinhou o socialista. Entre as medidas propostas pelo PS, Paulo Lopes indica também um “apoio extraordinário a atribuir à Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, no valor de 24 mil euros, e a inclusão em Plano Plurianual de Investimentos do valor necessário para a conclusão do saneamento básico em todo o concelho, com início de execução em 2023”.

Valor cresce seis milhões

O orçamento para 2022 cresce cerca de seis milhões em relação ao deste ano. Para o PSD isso pouco conta. “O importante é saber onde vão ser investidos os 145 milhões. Se é naquilo que é a nossa perspectiva: no sector certo para o desenvolvimento do concelho – desenvolvimento económico, efectivos apoios

sociais para aqueles que precisam, na criação de condições para a autarquia ter meios para dar resposta ao problema da covid-19, na habitação que deve ser uma prioridade, sobretudo para os mais jovens, e na atracção de investimento privado e criação de emprego de qualidade”, salientou Fernando Negrão. Para os socialistas, o documento é mais do mesmo. “O valor cresce mas continuamos a ter um orçamento que não é realista. Está demasiado empolado na receita. Penso que irá ter uma realização perto dos 90 milhões e isto sem contar com as verbas que hão-de vir do Estado”, atirou Paulo Lopes. O líder concelhio dos socialistas foi ainda mais longe nas críticas e disparou: “Acho que as contas da Câmara, o estado financeiro da autarquia, não é saudável. Ficámos com a ideia de que a anterior gestão deixou muito pouca margem de manobra para este executivo.” E, de seguida, reforçou: “Quando no próximo ano virmos o relatório e contas penso que teremos a surpresa de que no ano passado, ano eleitoral, a Câmara fragilizou as suas contas.” A concluir, o socialista considerou que "o actual executivo da CDU apresenta um orçamento que não é mais do que quase uma gestão do dia-a-dia, com muito pouco de investimento previsto”. O SETUBALENSE tentou registar a reacção da autarquia, mas até ao fecho desta edição não obteve resposta. PUBLICIDADE


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Setúbal GÂMBIA, PONTES E ALTO DA GUERRA

PSD alerta para falta de seguro dos voluntários da Unidade Local de Protecção Civil FOTOS: DR

Presidente da Junta de Freguesia confirma que anterior executivo não avançou com apólice no último mandato Maria Carolina Coelho Os voluntários que integraram a Unidade Local de Protecção Civil de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra no último mandato desempenharam funções “sem qualquer protecção”, uma vez que o anterior executivo da Junta de Freguesia não concluiu o processo necessário para a formalização de seguros. Os eleitos do Partido Social Democrata na Assembleia de Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, em nota enviada a O SETUBALENSE, “apresentaram preocupação e incredulidade” perante a situação, uma vez que “o decreto lei n.º38/39, de 30 de Setembro, dispõe no seu artigo n.º 16 a obrigatoriedade da existência de seguros que protejam os voluntários”. Contactado o presidente da Junta de Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, confirmou Luís Custódio a O SETUBALENSE que “foi feito um pedido de cotação em 2019 por parte do anterior executivo, que acabou por não avançar com a formalização dos seguros”. Para os deputados social-democratas Pedro Vieitas Antunes e Elisabete Carrega da Silva, “esta é mais uma demonstração do que tem sido a forma errática de gestão da CDU na

Elisabete Carrega da Silva e Pedro Vieitas Antunes “apresentaram preocupação e incredulidade” perante a situação

freguesia”, ao sujeitar os voluntários “a diversas intervenções de apoio às populações no âmbito das suas competências” sem os necessários seguros. Como exemplo é dada a participação dos voluntários “no combate ao incêndio que deflagrou em Gâmbia no dia 19 de Agosto de 2020”, assim como “a presença no dia 3 de Julho de 2020 num incêndio rural que deflagrou no Poço Mouro, onde colaboraram com diversas autoridades na gestão da ocorrência”. Além disso, desenvolveram uma “acção de contacto directo com os idosos da freguesia, no âmbito da covid-19, interditaram os espaços de

lazer localizados em Pontal de Musgos e colocaram sinalização e fixaram provisoriamente um cabo da rede telefónica que se encontrava caído na Rua 9 de Outubro, em Gâmbia, que ocupava parcialmente a via pública”. Entre outras acções, deram igualmente “apoio a medidas de rastreio à covid-19, em articulação com a Protecção Civil Municipal e procederam à recolha de equipamentos eléctricos e electrónicos, no âmbito do projecto ‘Ajude a Equipar quem Ajuda a Salvar’”. Extinta “quando terminou o anterior mandato”, o serviço desempenhado pela Unidade Local de Protecção Civil de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra é

actualmente realizado por Luís Custódio e pelo secretário João Carrasquinho “até à tomada de posse dos novos voluntários”. As unidade locais de Protecção Civil, constituídas nos “termos da Lei 65/2007, de 12 de Novembro (Protecção Civil Municipal) e por deliberação das respectivas freguesias”, têm como principal função “prevenir na área riscos colectivos e a ocorrência de acidentes graves ou de catástrofe deles resultantes”, assim como” socorrer e assistir as pessoas e outros seres vivos em perigo e proteger bens e valores culturais, ambientais e de elevado interesse público”.

LEGISLATIVAS

Joana Cordeiro encabeça lista da Iniciativa Liberal por Setúbal Gestora de marketing foi já candidata independente pelo partido nas eleições de 2019 Joana Cordeiro é a cabeça-de-lista da Iniciativa Liberal (IL) pelo círculo eleitoral de Setúbal às eleições le-

Joana Cordeiro

gislativas de 30 de Janeiro, revelou a estrutural nacional do partido no passado sábado, a partir do Palácio do Cristal, no Porto. A “primeira experiência política” da gestora de marketing de 37 anos “aconteceu com o aparecimento da Iniciativa Liberal, tendo já sido candidata independente pelo partido nas legislativas de 2019”. Natural de Lisboa, Joana Cordeio

“cresceu na Margem Sul, entre o Seixal e Almada”. “Após ter-se filiado na IL, foi fundadora do Núcleo Territorial de Setúbal e, posteriormente, do Núcleo Territorial do Seixal, tendo sido eleita como coordenadora. Foi ainda Conselheira Nacional, eleita para o mandato 2020-2022, sendo, actualmente, suplente da Comissão Executiva”.

GALARDÃO

Praia da Figueirinha eleita a mais acessível do País A Praia da Figueirinha foi eleita pelo segundo ano consecutivo como a zona balnear mais acessível do País, sendo considerada como “um exemplo de boas práticas pela qualidade das condições de acessibilidade e apoios disponibilizados às pessoas com mobilidade condicionada”. Em comunicado, a Câmara de Setúbal explica que a distinção “Praia + Acessível 2021”, obtida por unanimidade, é o “resultado de um conjunto de investimentos realizados pela autarquia para a praia ser fruída por todos os cidadãos”. “O prémio "Praia + Acessível", dinamizado no âmbito do programa nacional "Praia Mais Acessível – Praia para Todos", tem como objectivo distinguir zonas balneares que, tendo sido galardoadas com a bandeira Praia Acessível durante a época balnear, evidenciem as melhores condições de acessibilidade”. A escolha do júri da 13.ª edição do galardão, concedido pelo Instituto Nacional para a Reabilitação, em parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente e Turismo de Portugal, reconheceu igualmente a Praia da Figueirinha como “uma referência quanto ao carácter inovador das soluções adoptadas para prevenir a discriminação dos cidadãos com mobilidade reduzida”. “A atribuição deste prémio evidencia o investimento qualificador, sem precedentes, impulsionado pela autarquia em 2020, nas praias da Figueirinha e de Albarquel, para as tornar mais acessíveis e conferir-lhes valor turístico”. Nas zonas balneares, num investimento superior a 400 mil euros, procedeu-se à “criação de acessibilidades e zonas de estadia nos areais, pérgulas acessíveis com área de sombra e descanso, assim como edifícios de apoio e painéis informativos inclusivo, chuveiros, bebedouros com diferentes alturas e bancos de apoio”. A concretização das referidas intervenções “resultou de candidaturas apresentadas a financiamento através do Programa Valorizar – Linha de Apoio ao Turismo Acessível, dinamizado pelo Turismo de Portugal”.


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YMCA dinamiza sessões de higiene oral para crianças e jovens da Bela Vista p10 DR

LEGISLATIVAS

Chega ambiciona eleger quatro deputados pelo círculo eleitoral de Setúbal

PS entregou lista de candidatos no Tribunal na passada sexta-feira

ELEIÇÕES DE 30 DE JANEIRO

Partido Socialista quer distrito como região “cosmopolita e com mais coesão social”

O Chega ambiciona eleger nas legislativas de Janeiro próximo quatro deputados pelo círculo eleitoral de Setúbal, apresentando “uma lista composta 100% por militantes do partido residentes no Distrito”, que tem como número um Bruno Nunes. Para o cabeça-de-lista, consultor e administrador de empresas, de 45 anos, residente em Sesimbra, “esta candidatura tem um objectivo claro, que é colocar o distrito na rota de investimentos e melhoramentos infra-estruturais durante os próximos quatro anos”, revelou o partido em nota enviada a O SETUBALENSE. Com Bruno Nunes, que é actualmente vereador em Loures, depois de ter sido também deputado municipal, a encabeçar a lista de candidatos do Chega pelo distrito, entregue no Tribunal de Setúbal na passada sexta-feira, dia 17, ocupam os dois

DR

lugares seguintes Patrícia Carvalho, “residente em Almada e um dos braços direitos de André Ventura na Assembleia da República”, e Carlos Medeiros, “empresário e ex-deputado suíço”, que nas legislativas de 2019 foi cabeça-de-lista por Setúbal da Aliança. Na quarta posição, por sua vez, encontra-se Eduardo Mendes, seguido, no quinto lugar, de Carla Oliveira. Já até à décima posição integram a lista do Chega, respectivamente, Nuno Mendes, Alice Seixas, Marco Roque,

Milene Viana e João Paulo Gaspar. Os oito últimos lugares são ocupados por Maria Inês Carvalho, João Pedro Pereira, Cláudia Figueiredo, José Carlos Ferreira, Cátia Gervásio, Bruno Francisco dos Santos, Sílvia Montanha e Bruno do Nascimento Correia. Como suplentes encontram-se Gonçalo Camacho, Jéssica Inácio, Nuno Alexandre Calder e Luís Martins, enquanto o mandatário da lista é Luís Maurício, “presidente da distrital de Setúbal do Chega e deputado na Assembleia Municipal de Setúbal”. PUBLICIDADE

Candidatos “acreditam que trabalho realizado permitirá voltar a merecer o apoio e a confiança dos cidadãos” Os candidatos do Partido Socialista (PS) a deputados à Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Setúbal nas legislativas de Janeiro garantem continuar “a lutar e a trabalhar nos próximos quatro anos pelo desenvolvimento do distrito”, com o objectivo de tornar “a região mais moderna, cosmopolita e com mais coesão social”. “Mais forte e com mais ambição”, a lista de candidatos, novamente encabeçada por Ana Catarina Mendes, “líder do Grupo Parlamentar do PS e deputada eleita por Setúbal desde 1995”, foi entregue no Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal na passada sexta-feira. Em comunicado, a Federação Distrital de Setúbal do PS garante que os socialistas “acreditam que o trabalho realizado, na actual legislatura, pelo Governo e deputados do partido, permitirá voltar a merecer, e até reforçar, o apoio e a confiança dos cidadãos, voltando a vencer as eleições legislativas em todos os concelhos do distrito”. Na lista, “totalmente paritária

nos seus membros efectivos, com igual número de homens e mulheres”, a cabeça-de-lista Ana Catarina Mendes é seguida de João Gomes Cravinho, actual ministro da Defesa, como número dois, e de Eurídice Pereira, “actual coordenadora dos deputados de Setúbal do PS”, na terceira posição. Logo depois “constam mais dois membros do Governo, tratando-se dos secretários de Estado Jorge Seguro Sanches (em quarto) e de António Mendonça Mendes (em quinto), este último também presidente da Federação de Setúbal do PS”. A sexta posição é ocupada por Maria António Santos, actual presidente da Comissão de Saúde, enquanto do sétimo ao décimo posto integram a lista André Pinotes Baptista, Clarisse Campos, Fernando José e Ivan Gonçalves, respectivamente. Até ao 18.º lugar, por sua vez, a lista é composta por Bárbara Dias, Gil Costa, Ana Santos, Eunice Pratas, António Caracol, Patrícia Caixinha, Tiago Silva e Filipa Faria. Já como suplentes estão Ricardo Rufino, Cláudia Gorjão da Mata, Diogo Vintém, Teresa Andrade e Carlos Trindade. O mandatário da candidatura é Raúl Cristóvão, presidente da Comissão Política Concelhia de Palmela do PS e vereador socialista no mesmo município.

ANUNCIE NO SEU DIÁRIO DA REGIÃO

ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 265 520 716 ALCOCHETE 212 318 392 OUTROS CONCELHOS 265 520 716


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Setúbal ESTA MANHÃ

YMCA dinamiza sessões de higiene oral para crianças e jovens do programa Nosso Bairro, Nossa Cidade Acção acontece no âmbito de uma candidatura ao programa Bairros Saudáveis Inês Antunes Malta No âmbito da candidatura “Oficinas de organização e acção Nosso Bairro, Nossa Cidade” ao programa Bairros Saudáveis, o ACM | YMCA Setúbal realiza, na manhã de hoje, três sessões para a higiene oral, destinada a crianças e jovens dos cinco bairros do território integrante do programa municipal Nosso Bairro, Nossa Cidade. A iniciativa será dinamizada pela Maxiclinica - Clínica Médica e Dentária, depois de ter sido validada pela direcção do Agrupamento de Centros de Saúde Arrábida, entida-

des parceiras nesta candidatura, e pelos moradores do programa Nosso Bairro, Nossa Cidade, em reuniões do projecto Saúde no Bairro e do projecto Férias no Bairro. As sessões, a decorrer entre as 10h30 e as 12h00, no Centro Multicultural, no bairro da Quinta de Santo António, contam com a participação de cerca de 100 crianças, distribuídas por três grupos e enquadradas por cerca de 30 monitores e 20 auxiliares de monitor, todos moradores voluntários do programa Nosso Bairro, Nossa Cidade. Nesta acção, as crianças receberão kits de higiene oral e no final das três sessões será oferecido um lanche pelos parceiros Junta de Freguesia de São Sebastião, Confeitaria da Arrábida, comerciantes do Mercado do Livramento e associação Garrrbage. Também o Moto Clube de Setúbal e a empresa Bobcap instalação de redes de comunica-

ções se associaram a esta iniciativa, com oferta de uma prenda a todas as crianças. Cada criança participante receberá ainda um bilhete para visita à exposição dos Dinossauros, patente no Largo José Afonso.

Projecto permite nova acção de saúde e bem-estar envolvendo a comunidade local

O projecto “Oficinas de Organização e Acção”, cuja candidatura foi recentemente aprovada pelo programa nacional de Bairros Saudáveis, que disponibiliza um apoio financeiro no valor de 50 mil euros para a sua concretização, realizada ao longo de um ano. As cinco oficinas, dinamizadas pela ACM | YMCA de Setúbal, em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal, a Junta de Freguesia de São Sebastião, o ACES Arrábida, o Instituto Politécnico de Setúbal, a delegação de Setúbal da Cruz Vermelha e a Leroy Merlin, procuram

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As sessões vão envolver cerca de 120 pessoas, entre crianças e monitores, todos dos bairros da Bela Vista

À habitual entrega de lanches por ocasião das Férias do Bairro de Natal junta-se este ano a componente sobre higiene oral e a entrega de presentes pelo Moto Clube de Setúbal DR

dar resposta aos compromissos e metas que os moradores assumiram colectivamente, em 2017, perspectivando os dez anos de funcionamento do programa municipal Nosso Bairro, Nossa Cidade, assinalados em 2022. Entre os objectivos das oficinas, a realizar em espaços físicos cedidos pelo município setubalense, está, assim, a realização de actividades para a melhoria das condições de vida e da saúde da população residente, a constituição em cada bairro de uma comissão ou associação de moradores bem como a implementação de um conselho de bairros, envolvendo parceria locais e entidades públicas, visando combater o estigma associado ao território. No âmbito desta acção é igualmente criada uma plataforma digital, pelo Instituto Politécnico de Setúbal, para divulgação da oferta de serviços prestados por moradores, com vista a estruturar e qualificar a oferta de trabalho existente nos bairros e a divulgar a prestação de serviços e saberes à comunidade em geral. São igualmente instaladas lojas de bairro para implementação de actividades pré-económicas e promovidas acções de capacitação de voluntários do projecto Férias no Bairro, no apoio a moradores isolados e idosos, com necessidades de organização doméstica, e em literacia científica e tecnológica. Os parceiros Ciência Viva, ACES Arrábida e Cruz Vermelha - Delegação de Setúbal dinamizam estas actividades formativas de forma a apoiarem a concretização de actividades comunitárias e económicas, a melhoria do acesso ao mercado de trabalho, o uso de plataformas online e a familiaridade com tecnologias digitais. A Câmara Municipal de Setúbal, parceira desta candidatura, por sua vez, assegura a manutenção do processo democrático de participação dos moradores através da continuidade da estratégia do programa Nosso Bairro, Nossa Cidade, que, com as várias estruturas de organização de moradores e com os vários projectos e acções, promove a melhoria das condições de vida e da saúde da população do território da Bela Vista.


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Especial Porto de Setúbal p13 a 18 RESERVAS VARIAM ENTRE SEIS A SETE DIAS

Associação de dadores de sangue de Setúbal alerta para necessidade de dádivas regulares DR

Presidente Hermenegildo Alves explica que país atravessa “período crítico” até Fevereiro Inês Antunes Malta O Centro Cultural e Desportivo de Brejos de Azeitão (CCDBA) recebeu, na quinta-feira, a última colheita do ano realizada pela Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Setúbal (ADBSS), com 40 inscrições e um total de 29 dádivas realizadas, quatro delas de dadores de primeira vez. Para esta colheita, estavam programados entre 40 a 45 dadores. A O SETUBALENSE, Hermenegildo Alves, o presidente da associação, começa por fazer o balanço do ano que agora termina, com 18 colheitas, 702 dadores inscritos, 562 colhidos e 189 pessoas a doar sangue pela primeira vez, alertando para o facto de que “os meses de Dezembro a Fevereiro, pelas gripes, e de Julho a Setembro, pelas férias, são os mais críticos”. No total, em dados desde 1978, ano do seu início de actividade oficial, a ADBSS já realizou um total de 721 sessões de colheita, com 23 770 dadores inscritos, 19 074 colhidos e 3 127 dadores novos de primeira vez. Nas suas palavras, “a partir de 2011, começou a verificar-se um decréscimo de dadores. As colheitas diminuíram na ordem das 100 mil. A auto-suficiência que tínhamos na altura tem-se mantido até hoje porque a forma como se realizam as operações também tem sido mais sofisticada e por isso não é gasto tanto sangue”. Em 2020, foi alcançado um total de 287 mil dádivas a nível nacional. Hoje, “as reservas variam entre seis e sete dias. Se passassem para 10 dias alcançavam um nível mais aceitável”, considera. “Quando há um pedido de ajuda e as pessoas vão dar sangue todas ao mesmo tempo é das piores coisas que pode acontecer. O sangue tem prazo de validade, no máximo são 42

A associação lamenta que em 2020 Setúbal 'nem tenha chegado às três mil dádivas de sangue'

dias e se for separado, as plaquetas, por exemplo, têm quatro”, adianta, lembrando que “uma dádiva de sangue pode salvar três pessoas e por todos estes motivos tentamos, com as nossas colheitas, que as pessoas dêem sangue regularmente”.

“Dadores mais jovens não conseguem suplantar os que vão saindo”

Também a idade dos dadores é um importante factor a ter em conta no momento de analisar esta

realidade. “A maioria dos dadores mais velhos reformou-se, a partir dos 66 anos já não podem dar e os mais jovens não conseguem suplantar os que vão saindo. A pandemia veio em parte agravar ainda mais esta situação e neste momento a média de idades é 40 anos”, refere. “No que diz respeito ao sexo, a nível nacional, o feminino, na ordem dos 52 por cento, supera já o masculino, na ordem dos 47 por cento. Há dez anos tal não acontecia”, partilha.

A ADBSS, uma das mais antigas a nível do país, dinamiza acções de colheita de sangue em instituições como o Instituto Politécnico de Setúbal e o Instituto de Emprego e Formação Profissional e três colheitas por ano em Azeitão. Inicialmente na unidade móvel, em Pinhal de Negreiros, e agora no CCDBA. “Com a pandemia, deixámos de poder utilizar a unidade móvel e o CCDBA abriu-nos as portas e à partida é aqui que iremos continuar”, diz. “Para além disso, tentámos a criação de um posto avançado, um local de colheita de sangue com dia fixo. Neste momento, é a primeira terça-feira de cada mês ímpar, entre as 14h30 e as 19h00, no Inatel, em Setúbal”, acrescenta. Sobre a colheita de sangue realizada no início deste mês de Dezembro, em Setúbal, Hermenegildo Alves conclui que “o balanço foi o possível. A nível urbano, as pessoas usam muito a solidariedade do saco plástico. É mais fácil ir a um supermercado e deixar um saco à porta do que dar um pedaço daquilo que nos pertence, não nos faz falta e pode ser renovado” e lamenta o facto de que as colheitas realizadas em Setúbal em 2020 “e tendo em conta a sua população, nem tenham chegado às três mil”. A doação de sangue pode ser feita de quatro em quatro meses pelas mulheres e a cada três meses pelos homens. No entanto, “se a maioria dos dadores doarem duas vezes por ano, de seis em seis meses, é o ideal. Precisamos de sangue, que as pessoas vão aparecendo e que os dadores mais novos percebam que têm de dar sangue. Sem sangue não se faz nada, o sangue não se fabrica, só é resultante da actividade humana”. As próximas acções de recolha de sangue, já em 2022, estão marcadas para 4 de Janeiro, nas instalações do Inatel em Setúbal, no período da tarde, entre as 14h30 e as 19h00, e 12 de Fevereiro, no mesmo local, a partir das 09h00 até às 13h00.

BREVES SÃO FRANCISCO

Bairros recebem mobiliário urbano novo A urbanização de São Francisco e a Colina de São Francisco Xavier contam agora com mobiliário urbano novo, instalado pela União das Freguesias de Setúbal com o objectivo de “melhorar a acessibilidade e a mobilidade pedonal nos dois bairros”. Em comunicado, a autarquia explica que foram ainda “colocados quatro corrimões em quatro escadarias e dois bancos, aumentando o usufruto dos espaços públicos de lazer”.

MICHELIN

Município sadino saúda Xtoria A Câmara de Setúbal, em texto apresentado pelo Partido Socialista, apresentou na reunião de quarta-feira uma saudação ao restaurante Xtoria, por ter sido reconhecido como Bib Gourmand pelo prestigiado Guia Michelin. O galardão distingue os restaurantes que oferecem boa comida a preços moderados, pelo que a autarquia saudou a equipa pela distinção.

PONTES

Duende Ecológico nas escolas Além das escolas da União das Freguesias de Setúbal, o Duende Ecológico anda igualmente a percorrer os estabelecimentos de ensino da freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra. O projecto, desenvolvido pela autarquia, em conjunto com a Associação Cultural TOMA, pretende “espalhar alegria e amizade” entre a comunidade educativa, “assim como levar uma mensagem especial para um Natal ecológico”.


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ESPECIAL PORTO DE SETÚBAL

PORTO DE SETÚBAL É quase um século ao serviço de Setúbal, da região e do País. Porto sadino completou 98 anos no sábado

JOSÉ CASTEL-BRANCO “O Porto de Setúbal está em linha com os mais modernos e sustentáveis" p18 e 19

PORFÍRIO GOMES "Os concessionários estão preparados para acelerar no pós-pandemia" p22 e 23


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Especial 98 ANOS

Porto de Setúbal resiste e continua a crescer mesmo em tempos de pandemia DR

Resiliência e investimento marcam a direcção da infraestrutura portuária sadina. 2021 pode vir a ser ainda melhor do que 2019 Humberto Lameiras O Porto de Setúbal comemorou a 18 de Dezembro 98 anos de actividade como indutor do desenvolvimento tanto regional como nacional. Mesmo durante estes dois últimos anos marcados e condicionados pela crise da pandemia covid-19, a “resiliência” e investimento, como diz José Castel-Branco, administrador da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), tem sido o caminho desta infra-estrutura portuária, e não parou de modernizar nos seus vários sectores de actuação. Em 2019, a tendência era de crescimento, um indicador que foi interrompido em 2020 pela contingência pandémica, mesmo assim, não teve uma quebra significativa na carga movimentada e, em 2021 começou a recuperar, tendência que não abalou mesmo com a nova vaga da pandemia. Para este posicionamento, contribuíram os investimentos realizados anteriormente, caso da Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Setúbal, uma obra de peso que terminou em Dezembro do ano passado. E também em 2020, em Novembro, entrava em funcionamento a Janela Única Logística, entre outros investimentos, alguns deles de âmbito ambiental, ficou praticamente fechado o acordo com a Infraestruturas de Portugal para a empreitada de melhoria dos acessos ferroviários, acordo que veio a ser assinado em Agosto de 2021. Entre Janeiro e Agosto, a APSS indicava que o Porto de Setúbal tinha atingido cerca de 4,4 milhões de toneladas de carga movimentada, o que representava um crescimento de 3,4% face ao período homólogo de 2020. Em Outubro, o crescimento comparativo passou para 5%, com

Se a crise motivada pela pandemia não criar mais engulhos, a tendência é que em 2021 os números de movimentação de carga global no porto ultrapassem os de 2019

A Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao porto, entre outros investimentos, estão no alinhamento da captação de maiores operadores internacionais

5,4 milhões de toneladas movimentadas e, pelas contas de Porfírio Gomes, presidente da Comunidade Portuária de Setúbal, se a pandemia não trouxer mais engulhos, a tendência é que se atinjam os 6,5 milhões de toneladas, portanto acima dos 6,3 milhões de toneladas movimentadas em 2019, aquele que foi considerado um ano de indicadores crescentes. Em Janeiro deste ano, a Autoridade da Mobilidade dos Transportes, indicava que o Porto de Setúbal, em 2020, registava um “crescimento de 69 escalas de navios até Novembro”, isto em contraciclo com o global dos portos nacionais que apresentaram um recuo de “11,4%” neste parâmetro, isto face ao período homólogo de 2019. Mas apesar deste ‘músculo’, nem todos os segmentos apresentaram a mesma percentagem de recuperação ou de aumento, mas continuaram a investir. O porto passou a ser procurado por maiores operadores internacionais o que, além da melhoria das acessibilidades marítimas contou o investimento feito pelos parceiros da Comunidade Portuária de Setúbal, caso da Tersado que adquiriu uma nova grua, o investimento da Sapec

O Porto de Setúbal tem vindo a modernizar-se e a tornar-se mais eficiente e competitivo. Actualmente tem ligação directa a cerca de 361 portos localizados em 97 países José Castel-Branco

dedicado à armazenagem, preparação e personalização de veículos acabados, a Lisnave que reabilitou o pórtico de 500 toneladas construído em 1973, entre outras empresas com a Carmona e a Eco-Oil. O Porto de Setúbal “tem vindo a modernizar-se e a tornar-se mais eficiente e competitivo”, afirma José Castel-Branco em entrevista publicada nesta edição de O SETUBALENSE. E isto permite-lhe ter actualmente uma “ligação directa a cerca de 361 portos localizados em 97 países: 65 portos africanos, 34 do continente americano, 59 portos asiáticos, 200 europeus e 4 portos da Oceânia, tendo o Porto de Setúbal vindo a manter, durante o ano 2021, o perfil de porto essencialmente exportador com uma percentagem de carga exportada de cerca de 55% do total movimentado no porto”, indica o administrador da APSS. Como diz Porfírio Gomes, também em entrevista publicada nesta edição, “logo que esta crise acabe as perspectivas são de crescimento” e, para isso, os concessionários estão preparados para arrancar em força assim que a pandemia deixar de contaminar a economia.


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Eco-Oil trata resíduos dos navios-tanque há duas décadas p26 APSS CONCRETIZA “VELHA AMBIÇÃO”

Nova academia pretende "valorizar competências" dos trabalhadores DR

Primeiro semestre de 2022 reserva temas como introdução ao negócio portuário e logístico e aos sistemas de informação portuários É já no próximo mês de Fevereiro que a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) vai conseguir colocar ‘de pé’ “uma velha ambição”, ao estrear a Academia Portuária de Setúbal, desenvolvida com o objectivo de proporcionar “condições aos trabalhadores para melhorarem as suas aptidões e conhecimentos”. Além disso, a estrutura, que vai funcionar “no edifício do Centro de Formação do Porto de Setúbal, localizado junto ao Terminal Multiusos Zona 1”, vai também estar de portas abertas “a todas as pessoas que não conheçam as questões portuárias, para que possam adquirir esses conhecimentos”, explica o conselho de administração da APSS, em resposta a O SETUBALENSE. “A academia pretende que a população possa procurar emprego ou criar empresas próximo da comunidade portuária, bem como permitir aos alunos o conhecimento das realidades do Porto de Setúbal, uma vez que o poderão vir a utilizar aquando da entrada para o mercado de trabalho”. A partir das duas salas disponíveis, “preparadas e equipadas para formar até dez participantes” em simultâneo, vão ser no primeiro semestre de 2022 leccionados assuntos “genéricos e relacionados com as questões portuárias gerais que, no fundo, servem de teste para perceber se existe interesse das comunidades portuárias e locais nas matérias”. “Isto, sem prejuízo de se vir a perceber melhor quais os temas específicos que deveremos implementar em futuros semestres, de acordo com as necessidades que as empresas e as pessoas nos forem comunicando”. Contudo, não pretende a APSS “concorrer com empresas que já têm acções de formação na área, nem

A nova academia abre em Fevereiro e pretende formar população em áreas ligadas à actividade portuária e marítima

com a FORMAR, que tem um papel muito importante neste domínio e que utiliza o mesmo edifício”. “Pretende-se sim trazer temas que não são tratados pela oferta existente e que são igualmente importantes para o conhecimento e valorização das

A APSS não pretende concorrer com empresas que já têm formação na área, nem com a FORMAR

pessoas que trabalham no Porto”. Até ao momento, com as inscrições abertas desde o início do presente mês, “existem pelo menos dois cursos já com o número mínimo de alunos necessários para a sua realização”. “Apesar disso, vamos continuar o processo de divulgação junto da comunidade portuária e local e vamos intensificar essa divulgação no início de Janeiro”. Com a disponibilização de formações, a APSS deseja “valorizar as competências das pessoas que trabalham nas empresas da comunidade portuária, de forma a aumentar a sua competitividade e a melhorar a prestação de serviços e o desempenho no contexto do serviço público realizado na região e no País”.

Acções de formação do primeiro semestre de 2022

Para o primeiro semestre de 2022, a APSS tem disponíveis cinco formações: ‘Logística de importação e exportação’, ‘Introdução aos Sistemas de informação portuários’, ‘Objecti-

vos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)’, ‘Introdução ao Negócio Portuário e Logístico’ e ‘Introdução ao Inglês Marítimo Portuário e Logístico’. A primeira sessão, ministrada por Vítor Caldeirinha, tem como propósito dar a compreender aos participantes “os conceitos da internacionalização e das operações de importação e exportação por via marítima, bem como a elaboração do plano de alargamento dos mercados, aquisição de bens e negociação internacional das cadeias logísticas”. A acção vai decorrer no dia 04 de Fevereiro, tendo a duração de sete horas. Passados dez dias, a 14 de Fevereiro, será tempo de António Ferreira e José Carvalho explicarem aos ‘alunos’ “a história, actualidade e futuro dos sistemas de informação portuários, detalhando as funcionalidades, benefícios e iteração entre os diferentes players das cadeias de abastecimento de base marítima”. A formação acontecerá apenas na parte da manhã, durante quatro horas. O mês de Março, por sua vez, reser-

va para a manhã de dia 14 uma aula leccionada por Joana Coelho, a partir da qual os formandos vão aprender a “compreender os ODS e as responsabilidades da empresa, seleccionar e definir prioridades e alinhar/integrar os ODS nos objectivos de sustentabilidade do negócio”. Já em Abril será tempo de conhecer “os conceitos base do negócio portuário, marítimo e logístico internacional, a organização dos portos e das empresas portuárias, os mercados, os modelos de negócio na cadeias logística e o futuro”. A acção vai ser garantida no dia 18, durante sete horas, também por Vítor Caldeirinha. A última formação está agendada para 16 e 17 de Maio, dias em que Mohamed Ahmed, durante sete horas, vai ensinar “termos específicos de inglês técnico utilizados pelos profissionais operacionais, investigadores e dirigentes do sector portuário, marítimo e logístico em todo o mundo”. Esta será a única acção cuja participação é paga, sendo que o valor de inscrição é de 70 euros.


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ESPECIAL PORTO DE SETÚBAL


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ESPECIAL PORTO DE SETÚBAL

Humberto Lameiras

JOSÉ CASTEL-BRANCO ADMINISTRADOR DA APSS

“O Porto de Setúbal está em linha com os mais modernos e sustentáveis" 2021 tem sido um ano de crescimento comparativamente com o ano passado, nos vários segmentos da operação do porto sadino, e marcado pela modernização

A resiliência e reforço em apostas de futuro têm caracterizado a estratégia do Porto de Setúbal mesmo neste período de crise instalada com a pandemia. Com isto tem conquistado mais mercados, a nível nacional e internacional, e recebido a confiança de cada vez maiores operadores. A aposta da Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) é transversal à modernização em vários sectores de actuação e tem sido acompanhada de investimentos por parte dos parceiros da Comunidade Portuária. Elo importante na cadeia de desenvolvimento da região, temse afirmado também nas rotas de turismo. O Porto de Setúbal registou este ano crescimento em carga movimentada comparativamente com 2020? O Porto de Setúbal tem demonstrado grande resiliência no que concerne aos resultados da sua operação portuária, mesmo durante um período atípico de fortes constrangimentos em consequência da pandemia. Efectivamente, não sofreu uma quebra significativa da carga movimentada em 2020, e tem registado ao longo de 2021 um crescimento que, até Outubro, atinge 5% em relação a igual período em 2020, com um total de cerca de 5,4 milhões de toneladas movimentadas, sustentado principalmente pela carga geral fraccionada, que cresceu 42%, com 1,3 milhões de toneladas. Também os contentores, com 149 mil TEU, e a carga Ro-Ro com 204 mil viaturas, cresceram respectivamente 7,2 % e 7,6%. A Melhoria das Acessibilidades Marítimas ao Porto de Setúbal já está a produzir efeitos nas movimentações ao porto? Em 2021, o total médio em GT (Gross Tonnage), até Outubro, atingiu cerca de 12 975 GT, mais 6,4% do que em igual período, em 2020. Facto que se deve, não só a esta importante melhoria, mas também ao forte empenho, inovação e investimento da Comunidade Portuária do Porto de Setúbal. Recentemente o Porto de Setúbal recebeu uma nova linha regular de contentores. Pode-se dizer que a infraestrutura portuária está mais na mira de grandes operadores internacionais? Na realidade, o Porto de Setúbal foi escolhido por mais de uma dezena de linhas regulares de contentores para fazer parte dos serviços oferecidos por importantes operadores mundiais desta área do shipping, e a tendência tem vindo

a ser de crescimento. É uma boa notícia para o porto, já que obter a confiança destes operadores, implica ter ultrapassado uma série de condições por estes exigidas e que o tornam elegível, desde acessibilidades, capacidade, operacionalidade, estabilidade e paz social, entre outros. O posicionamento nas rotas do turismo internacional, é um sector de negócio relevante para o porto? O Porto de Setúbal tem-se afirmado nas rotas do turismo internacional, de acordo com uma estratégia de desenvolvimento articulada entre o porto e a cidade e em colaboração estreita com a Câmara Municipal de Setúbal. A promoção é integrada num plano mais vasto que engloba a divulgação da Baía de Setúbal, do Parque da Arrábida, das praias e das principais actividades regionais, onde se contam a enologia, a gastronomia, os roteiros históricos e as actividades náuticas, recreativas, desportivas e culturais, tem sido uma preocupação partilhada por ambas as entidades. É uma posta na promoção da região e na salvaguarda dos seus valores ambientais, culturais e sociais. Em que fase está a empreitada de melhoria dos acessos ferroviários ao Porto de Setúbal, depois de, em Agosto, ter sido assinado o acordo de cooperação com a Infraestruturas de Portugal? A APSS e a IP – Infraestruturas de Portugal assinaram, a 9 de Agosto, o acordo de cooperação para a Empreitada de Melhoria dos Acessos Ferroviários “Linha do Sul Modernização das infra-estruturas e eliminação de constrangimentos na ligação ferroviária ao Porto de Setúbal e Praias – Sado”, no mesmo, está estipulado que a IP terá um ano para proceder ao lançamento do concurso para adjudicação da empreitada, estando esse prazo a decorrer. Importa reafirmar que este projecto dá continuidade à parceria entre as duas entidades e reforça a importância deste modo de transporte nas cadeias logísticas intermodais que utilizam o Porto de Setúbal. Abrange um conjunto de intervenções de melhoria operacional da ligação ferroviária aos terminais portuários e tem como objectivo maximizar a operacionalidade das infra-estruturas e a electrificação das linhas até ao interior dos terminais, permitindo o aumento da capacidade de recepção e do tamanho dos comboios de e para o porto, com redução dos custos de operação, redução de manobras, reforço da segurança da circulação ferroviária e consequente diminuição do tráfego rodoviário e do impacto ambiental. Que investimentos têm sido realizados este ano para a


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ESPECIAL PORTO DE SETÚBAL

É indispensável garantir o futuro do Porto de Setúbal, num esforço que envolve todos os seus parceiros, nomeadamente a CPS os previstos para 2022? Se o presente já coloca o Porto de Setúbal em linha com os mais modernos e sustentáveis portos nacionais, é indispensável garantir o futuro do Porto de Setúbal, num esforço que envolve todos os seus parceiros, nomeadamente a CPS Comunidade Portuária de Setúbal, a Câmara Municipal de Setúbal, empresas industriais e de serviços do distrito e novos potenciais utilizadores. Está programado um conjunto de novos investimentos, que passam pela modernização dos terminais e a adopção de práticas ambientais mais eficientes seguindo os novos desenvolvimentos do shipping a nível global no que concerne a portos médios e potenciando a captação de mais e novas cargas. Abrangem várias actividades exercidas na sua área, desde a movimentação de carga às actividades da náutica de recreio, todos dentro dos parâmetros da sustentabilidade, redução dos impactos ambientais e da descarbonização da energia. Acompanhando a tendência europeia e mundial dos próximos tempos, a APSS lançou o projecto Onshore Power Supply para o fornecimento de energia eléctrica aos navios acostados, evitando o consumo de combustíveis fósseis e as emissões de carbono durante a estadia em porto. Actualmente está a decorrer a elaboração do estudo prévio e a avaliação económica seguindo-se o projecto de execução. Refira-se que a renovação da actual frota de navios já será adequada a esta melhoria em consonância num futuro próximo com a obrigatoriedade de disponibilização desse serviço nos portos. A construção de um novo terminal multimodal sobre o aterro resultante da deposição de dragados do recente aprofundamento dos canais, localizado a montante do Terminal Ro-Ro e com 500 metros de frente, é um projecto a ser desenvolvido numa lógica de

concessão a privados. Um novo terminal multiusos, que consiste na modernização e expansão do actual Terminal da Sapec, cuja concessão termina em 2025, após o que será lançado novo contrato de concessão a privados, que incluirá o investimento por parte do futuro concessionário. Relacionado com este projecto, será estudado o prolongamento dos fundos de 13,5 metros até ao novo terminal e está a ser desenvolvido um programa de dragagens plurianual de manutenção dos fundos de modo a garantir as condições agora existentes para a navegação no porto. Está a ser estudada a possibilidade de edificar um parque de apoio à actividade portuária numa zona próxima da infra-estrutura, que será um parque de segunda linha destinado a libertar espaço nos terraplenos e terá ligação ferroviária. Estão a ser avaliadas possíveis localizações. Na área da náutica de recreio e da náutica marítimo turística, actividades igualmente muito importantes para o Porto de Setúbal, continua firme a construção da marina de Setúbal, com investimento privado e concessão, obra essencial para dar resposta à crescente procura por parte dos utilizadores e diminuir as listas de espera nas infra-estruturas agora existentes. Em 2021 a APSS concessionou a exploração de uma vasta área em Santa Catarina destinada ao apoio à náutica de recreio, reparação manutenção e parqueamento em seco de embarcações de recreio, naquele que será certamente um polo de referência desta indústria a nível nacional. Contudo, o seu desenvolvimento dependerá, necessariamente dos esforços conjugados de todos aqueles que nele operam e dele dependem para o desenvolvimento das suas actividades, enfrentando os desafios da modernização e da competitividade com o apoio e a mobilização de toda a Comunidade Portuária na qual a APSS se insere e trabalha com vista à promoção do porto e da região. Esta linha de actuação já deu frutos, neste ano de 2021, podemos elencar alguns investimentos já concretizados, como a aquisição pela Tersado (Terminal Multiusos 1) de uma nova grua de última geração, que satisfaz as especificações de emissões de nível IV de la UE e EPA Tier 4 final, tem uma capacidade máxima de carga de 124 toneladas e consegue com a sua propulsão híbrida um rendimento até 38 contentores por hora e está optimizada para navios da classe Panamax, permitindo subir e descer as cargas a uma velocidade até 120 metros por minuto. A disponibilização de um scanner móvel de inspecção de contentores,

pela Administração Tributária com o apoio dos operadores dos terminais multiusos da Tersado e da Sadoport e da Alfândega de Setúbal com vista a optimizar as operações de controlo da Alfândega nos principais terminais multiusos, permitindo à Administração Tributária, com recurso a tecnologia não invasiva através de radiações, verificar o conteúdo dos contentores previamente seleccionados, sem necessidade de proceder à sua abertura. A entrada em funcionamento do TLA - Terminal Logístico Automóvel, um novo projecto do Grupo SAPEC e do Grupo BARRAQUEIRO. Situado a 5 quilómetros do Terminal RoRo, é dedicado à armazenagem, preparação e personalização de veículos acabados, tem capacidade para 6 mil viaturas, está equipado com 64 postos de carregamento rápido para viaturas eléctricas e tem o objectivo de aproveitar e complementar o grande potencial do Porto de Setúbal como porta de entrada ibérica, e de desenvolver o potencial como buffer logístico e de transhipment. O Grupo Carmona, dedicado à limpeza e gestão de resíduos perigosos, não perigosos e valorizáveis para empresas de várias indústrias, situado no SapecBay, que iniciou a operação de uma das mais modernas unidades de economia circular da europa na reciclagem e reaproveitamento de resíduos oleosos, com 4 hectares de implantação. O estaleiro da Lisnave, uma das mais importantes infra-estruturas de reparação naval europeias, que reabilitou o seu pórtico de 500 toneladas construído em 1973. Para além da substituição

A cobertura geográfica das ligações portuárias de e para o Porto de Setúbal é caracterizada por uma distribuição com ligação directa a cerca de 361 portos localizados em 97 países

de componentes, reparação de aço e de uma pintura geral, o equipamento foi modernizado, passando a incluir tecnologia digital dotando-o de maior segurança e eficiência. A Eco-Oil, que no seu terminal dedicado no Porto de Setúbal trata águas contaminadas de navios com destino aos estaleiros da Lisnave, desde 2001, vai alargar a sua aposta à navegação marítima com a criação de um combustível melhorado, o EcoGreen Power Plus, permitindo substituir o combustível original por um 100% reciclado e mais sustentável. O objectivo passa por duplicar a capacidade de produção para as 60 mil toneladas anuais. A Eco-Oil tem a maior capacidade instalada do País nesta área e recicla 96% dos resíduos recebidos, que são transformados no Ecogreen Power, um combustível 100% reciclado e com baixo teor de carbono, destinado ao abastecimento de clientes industriais, com melhor rendimento e redução de emissões de CO2. Qual a estratégia para reforçar o posicionamento do Porto de Setúbal ao nível do desenvolvimento económico e social da região, assim como nos seus mercados de actuação? O Porto de Setúbal é um elo importante na cadeia de desenvolvimento da região, o seu hinterland estende-se ao centro de consumo da região de Lisboa, ao centro do País e ao Alentejo, ou seja, abrange uma área onde residem 4 milhões de habitantes e onde estão instaladas cerca de 40% das empresas nacionais. É um porto que tem vindo a modernizar-se e a tornar-se mais eficiente e competitivo. Está inserido numa zona industrializada que sofreu profundas transformações nas últimas décadas, em resultado das quais, apresenta um potencial de crescimento único no contexto do sistema portuário nacional. A Península de Setúbal reúne todas as condições para exercer grande atractividade para localização de novas indústrias, baseadas na inovação, na logística e em novas tecnologias ambientalmente sustentáveis que podem beneficiar do espaço infra-estruturado disponível, da proximidade de outras unidades, dos acessos ferroviários e rodoviários aos terminais ligados directamente às principais redes nacionais e Espanha, sem passar pelo tecido urbano. Hoje, a cobertura geográfica das ligações portuárias de e para o Porto de Setúbal é caracterizada por uma assinalável distribuição, com ligação directa a cerca de 361 portos localizados em 97 países: 65 portos africanos, 34 do continente americano, 59 portos asiáticos, 200 europeus e 4 portos da Oceânia,

A APSS tem procurado captar para a sua área de influência diversos investimentos de grande dimensão que beneficiando da proximidade ao porto, podem instalar-se em vários espaços tendo o Porto de Setúbal vindo a manter, durante o ano 2021, o perfil de porto essencialmente exportador com uma percentagem de carga exportada de cerca de 55% do total movimentado no porto. A estratégia de reforço do posicionamento do porto no desenvolvimento da região passa necessariamente por potenciar a utilização das infra-estruturas portuárias disponíveis. Nesse sentido, a APSS tem procurado captar para a sua área de influência diversos investimentos de grande dimensão que beneficiando da proximidade ao porto, podem instalar nos diversos espaços disponíveis e já infra-estruturados para uso industrial e de serviços. Pretende assim a APSS incentivar um conjunto de novas actividades económicas que directa e indirectamente contribuirão para o crescimento da região e do seu porto. De facto, existem diversos projectos de grande dimensão com fortes probabilidades de se instalarem nesta área e que muito poderão contribuir para a sustentabilidade ambiental, económica e social da região. Esta estratégia exige o envolvimento de todos os nossos parceiros, nomeadamente a CPS, a Câmara Municipal de Setúbal, empresas industriais e de serviços do distrito e novos potenciais utilizadores, em novos investimentos, na modernização dos terminais, na adopção de práticas ambientais cada vez mais eficientes, acompanhar e adoptar os novos desenvolvimentos do shipping a nível global no que concerne a portos médios, com o objectivo permanente de potenciar a captação de mais e novas cargas.


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PORFÍRIO GOMES COMUNIDADE PORTUÁRIA

Concessionários estão preparados para acelerar no pós-pandemia Presidente da Comunidade Portuária de Setúbal destaca que, mesmo em período de crise, os operadores estão a modernizar infra-estruturas Humberto Lameiras (Texto) Mário Romão (Fotografia) Depois de em 2020 o Porto de Setúbal ter registado uma quebra de movimentação de carga, 2021 mostrou tendência de crescimento. Mas o que começou como sinal de novo arranque da economia depois da crise instalada com a pandemia covid-19 ter abrandado, é novamente a pandemia que ressurge e levanta receios sobre o recrudescimento económico. Uma situação sombria que, nem por isso, abala o ânimo de Porfírio Gomes, presidente da Comunidade Portuária de Setúbal (CPS) e da empresa Tersado – Terminais Portuários do Sado. “As economias têm de arribar”, afirma, mesmo reconhecendo que “não tem sido fácil” lidar com a conjuntura actual. “Quando tudo parecia dar um sinal de recuperação fomos confrontados com mais esta situação da pandemia”. Seja como for, os parceiros da CPS “têm-se preparado e adaptado para responder logo que a situação regularize”, afirma Porfírio Gomes. No caso da Tersado, empresa dedicada à movimentação de carga geral, da qual é presidente, lembra que esta adquiriu uma nova grua, um investimento que “não era espectável fazer em tempo de crise, mas teve de ser feito”, diz. Aponta ainda o caso da Sapec que “fez uma parceria com uma empresa especializada na movimentação de automóveis e construíram um parque de retaguarda, dentro das instalações, para preparação e movimentação de automóveis novos; um investimento com expressão”.

Outro caso que indica é o do terminal Sadoport que, além da grande capacidade que tem instalada, decidiu avançar com mais investimentos para melhor responder ao acréscimo da movimentação de contentores, sector que apesar da crise tem crescido.

Crise pandemia impede avaliar melhorias no Porto de Setúbal

Também parceira da CPS, mas a operar no sector de obras marítimas, a Etermar é referida por Porfírio Gomes por estar a realizar “um grande investimento estratégico”, tendo deixado as instalações antigas – divididas por vários locais – e passou a concentrar toda a sua capacidade de trabalho no grande espaço das antigas instalações da ABB, frente ao mar. “Os concessionários, e outros parceiros da CPS, têm investido, têm estratégias e planos de desenvolvimento, mas neste momento não se sabe como a situação vai evoluir”, comenta Porfírio Gomes. Por enquanto, não tem sido fácil à CPS fazer uma análise concreta sobre se as recentes obras, dragagens, para a Melhoria das Acessibilidades ao Porto de Setúbal, executadas pela Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, já começaram a influenciar um aumento de carga. “Neste momento não conseguimos fazer uma análise com base nas melhorias das condições do Porto de Setúbal decorrentes das dragagens, porque quando estas acabaram começaram os problemas da pandemia”, comenta. “Não podemos afirmar se houve um crescimento induzido pela melhoria das acessibi-

Não podemos afirmar se houve um crescimento induzido pela melhoria das acessibilidades ao porto, ou se estamos apenas a repor o que era Neste momento não conseguimos fazer uma análise com base nas melhorias das condições do Porto de Setúbal decorrentes das dragagens


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Com base em dados relativos a Outubro de 2021, o presidente da CPS perspectiva tendência de recuperação

Nem todos os segmentos foram atingidos na mesma percentagem pela crise advinda da pandemia

lidades ao porto, ou se estamos apenas a repor o que era”, acrescenta. Os números que Porfírio Gomes tem sobre as movimentações de carga no Porto de Setúbal indicam que o ano de 2021 tende a ficar ligeiramente acima de 2019, e compara com há dois anos porque 2020, com a pandemia, traduziu-se num ano de “quebra”, embora não tenha afectado todo os sectores na mesma percentagem. Com base em dados relativos a Outubro de 2021, o presidente da CPS perspectiva que se a tendência se mantiver até ao fim do ano – se a pandemia não trouxer mais engulhos -, “em termos globais do Porto de Setúbal, os números estão idênticos, ou mesmo ligeiramente acima dos de 2019”, e avalia: “Estamos a recuperar”. Pelos indicadores de actividade, em 2019 foram movimentados no Porto de Setúbal 6,3 milhões de toneladas, e extrapolando os números de Outubro de 2021 para Dezembro, “admito que serão 6,5 milhões de toneladas”, calcula o presidente da CPS.

Movimentação de contentores mantém crescimento

Observando os resultados referentes a 2020, a actividade global foi de 6,2 milhões de toneladas, o que resultou numa quebra de 100 mil toneladas

As economias têm de retomar a linha de crescimento, e a actividade portuária tem de aumentar, até porque, neste momento, há falta de componentes em algumas indústrias comparativamente com 2019. Outros dados avançados por Porfírio Gomes comparam os vários sectores que intervêm no porto, em que “nem todos se comportaram da mesma maneira” perante a crise relacionada com a pandemia.

Apesar dos maus resultados de 2020 comparativamente com 2019, os números apontam que “houve um crescimento na carga contentorizada, mas todos os outros segmentos, como granéis líquidos e sólidos caíram, como também caíram na carga geral fraccionada e carga Ro-Ro”. Outro indicador referente a 2021 relativamente a 2020, sustenta que “os granéis sólidos continuaram a cair - o que se verifica desde 2019 -, enquanto todos os outros segmentos subiram”, e aqui destaca que “a carga geral fraccionada subiu quase 42% relativamente a 2020”, isto quando “tinha caído 10% entre 2019 e o ano passado”. Porfírio Gomes reforça a ideia de que as economias têm de retomar a linha de crescimento, e a actividade portuária tem de aumentar, até porque, “neste momento, há falta de componentes”, e especifica: “As indústrias estão deficitárias com falta de matéria-prima e de produtos intermédios. Os veículos e computadores talvez sejam os mais críticos, mas o certo é que também faltam materiais como o cobre e aços”. Mas a sua convicção é que “logo que esta crise acabe, as perspectivas são de crescimento”, a dúvida é: “qual o ritmo que vai ter esse crescimento”.


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ESPECIAL PORTO DE SETÚBAL DR

A Eco-Oil nasceu em 2001 para tratar os resíduos dos naviostanque

Covid Medidas de segurança garantem zero casos

ECO-OIL – TRATAMENTO DE ÁGUAS CONTAMINADAS, S.A.

“Queremos manter a excelente relação que temos com o Porto de Setúbal” Nuno Matos, director-geral da Eco-Oil dá enfoque a uma relação baseada na confiança e cooperação que se vem fortalecendo aos longos dos anos Luís Bandadas

A relação do Porto de Setúbal com a comunidade e com os seus parceiros tem vindo a ser reforçada aos longos dos anos. A Eco-Oil não é excepção. Nuno Matos, director-geral, sublinhou a O SETUBALENSE que a relação da empresa com o Porto de Setúbal “é excelente e é nesse nível que a queremos manter”. A relação da Eco-Oil com a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) é, frisa, “essencialmente institucional, decorrente da concessão que nos está atribuída. Ao longo destes anos, foram estabelecidas, e aprofundadas as relações pessoais que muito facilitam a comunicação, a confiança e

a eficácia da cooperação que classificamos de excelente”. Para o futuro, Nuno Matos, expressa o desejo: “Contamos com a APSS como um parceiro que, para além de concedente, tem interesses comuns na divulgação e desenvolvimento sustentável do Porto de Setúbal. O Porto de Setúbal tem uma importante ligação à cidade e à sua história. O crescimento continuado das actividades industriais deverá respeitar essa herança e tradição. A Eco-Oil iniciou a sua actividade em 2001 integrada no universo de participações da CUF – Companhia União Fabril SGPS, S.A. (sub-holding do Grupo José de Mello para a área Química). Foi fundada com o propósito de assistir navios–tanque destinados aos estaleiros da Lisnave sediados na Mitrena e que igualmente integravam, à data, o Grupo José de Mello. A decisão de construção da Eco-Oil, resulta da mudança do estaleiro de reparação naval da Lisnave de Lisboa para Setúbal e da consequente necessidade obrigatória do estaleiro promover o adequado encaminhamento e tratamento dos resíduos e misturas de hidrocarbonetos gerados a bordo dos navios

Importa salientar que hoje já reciclamos 96% de todos os resíduos que entram na nossa unidade Nuno Matos

tanque. Com a instalação da Eco-Oil, a Lisnave ganha igualmente uma importante valência técnica de diferenciação no mercado da reparação naval, no segmento dos

navios-tanque, com a capacidade de oferecer aos seus clientes, um serviço de desgaseificação, com uma localização conveniente, junto ao estaleiro, e que concorre para a rápida entrada dos navios na doca, em condições de gas-free (isentos de gases combustíveis), condição essa necessária à execução dos trabalhos de reparação em total segurança. Na sua estratégia de mercado, Nuno Matos, revela que “a Eco-Oil fez uma forte aposta na circularidade, na interpretação dos princípios da Economia Circular e no desenvolvimento sustentável do negócio. Importa salientar que hoje já reciclamos 96% de todos os resíduos que entram na nossa unidade”. Enquanto operador de tratamento de resíduos, acrescenta, “o nosso objectivo está centrado no aumento da capacidade de tratamento para continuar a transformar resíduos em combustível com a marca EcoGreen Power, combustível 100% reciclado”. O valor do EcoGreen Power está na sua capacidade de substituir o combustível fóssil original, ao mesmo tempo que introduz claros benefícios ambientais, por menor incorporação de CO2 no

Com a pandemia, para uma actividade de “porta aberta ao mundo” como a da EcoOil as medidas de segurança foram, e são, muito apertadas. O resultado não podia ser melhor, revela com satisfação Nuno Matos. “Na Eco-Oil estabelecemos um rigoroso plano de contingência, mesmo antes das medidas obrigatórias da Direcção-Geral de Saúde. Os instrumentos de protecção individual, como máscaras e álcool gel, e os procedimentos estabelecidos, que incluíram testagem regular e obrigatória realizada a todos os Colaboradores, permitiram evitar que tivéssemos correntes de transmissão internas do vírus. A limitação dos contactos exteriores dos colaboradores, com os navios, e a aposta na comunicação digital e via rádio permitiu também reduzir o risco de exposição. “Até agora fomos bemsucedidos e os casos registados foram poucos e todos com origem nas famílias dos Nossos Colaboradores não tendo havido contágio destes com as equipas de trabalho.”, conclui.

seu processo produtivo e porque na sua utilização foi demonstrado que produz menores emissões poluentes. “Fica claro que, sempre que um cliente privilegia o Ecogreen Power, em detrimento da alternativa fóssil, está a poupar muitas toneladas de CO2”, vinca o director-geral da Eco-Oil. O resíduo que entra n a Eco-Oil para ser processado, explica “tinha alcançado o fim da sua vida útil. Na Eco-Oil ganha uma nova vida como matéria-prima. Este processo de transformação é um exemplo da mudança de paradigma de modelo económico linear, para um onde se potencia a maximização do valor económico do produto de uma forma circular, partindo do resíduo para alcançar um novo produto, o EcoGreen Power”.


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Opinião

O SEGREDO DAS CARTAS TARÓLOGO e ASTRÓLOGO FRANCISCO GUERREIRO

Resolva todos os seus problemas sentimentais, profissionais, financeiros e de saúde, marcando uma consulta pelo número 96 377 05 04. Após a 1.ª consulta efectua tratamentos espirituais. Consultório: Rua Serpa Pinto n.º 127 - 3.º Esq. - Montijo

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OPINIÃO

OPINIÃO

Mário Moura

Nuno Costa

O naufrágio

Um Natal feliz com confiança no Ano Novo

mbora já estejamos com a nossa sensibilidade um pouco endurecida pelas notícias dos frequentes naufrágios de grandes barcos insuflados, com centenas de migrantes saídos do norte de África (lugares pagos a peso de “ouro” feito de sangue, suor, fome e até de lutos) na procura de trabalho, segurança e paz e - quase inevitavelmente com centenas de mortes por afogamento – e quantas vezes já com mortes de fome e frio de alguns – jovens, mulheres e crianças. E tal tragédia dura há vários anos fazendo do Mediterrâneo um enorme cemitério. E os fugitivos da miséria, da fome e das guerras, que, mesmo nestas condições precárias, chegam à Europa, ou salvos da morte no alto mar, são depois albergados com real contrariedade pela Sicília e, em maior número, pela Grécia, em campos onde ficam em condições miseráveis, esperando que os recebam por essa Europa fora onde são, na generalidade dos países, considerados indesejáveis (excepção feita à Alemanha). Mais além, a caminho das ilhas Canárias, repete-se a cena dos naufrágios e das mortes. Se bem nos lembramos, tem sido ensaiada uma outra rota em direcção ao mosso Algarve e ao sul de Espanha, com a mesma insegurança, mas, parece, com menos vítimas mortais. Mas o mundo está tão doente que por outras rotas continuam a afluir centenas e centenas de migrantes/fugitivos sempre na procura de condições de vida dignas. E lá para as Polónia e Bielorrússia ou os países bálticos, a outra fronteira da União Europeia, aí sem naufrágios, mas igualmente com mortes e maus-tratos. Mas este evidente egoísmo dos europeus, esta falta de sensibilidade e de um mínimo espírito de solidariedade, torna-se – podemos chamar-lhe assim - verdadeiramente criminoso quando, numa outra rota migratória, um barco igual aos naufragados no Mediterrâneo, correndo perigo –

imagine-se - no Canal da Mancha – pede auxílio para o país donde haviam saído (a França) e para o país do seu destino (a Inglaterra) e ninguém os socorre morrendo assim mais uma quarentena de pessoas à procura de poderem viver dignamente… Ou apenas viver! Para além duma vergonha, é ou não criminoso? Para além de umas vagas declarações dos responsáveis políticos e de alguma reunião convocada para debater este candente problema, nada se vê de sincero e realmente com resultados práticos para travar esta verdadeira tragédia. O Santo Padre Francisco, o bispo de Roma, clama alto contra esta situação, contra esta inacção, e “pega em si” e já por duas vezes vai pessoalmente, na sua fragilidade física, nos seus mais de oitenta anos de idade, mas com a força do seu testemunho de amor, de verdadeiro amor cristão, visitar esses campos de migrantes, reza com eles, afaga-os, beija-os e “grita” com o seu exemplo contra a enormidade da insensibilidade dos europeus. Mas o seu dramático apelo vai para todos os lugares onde se abandona a dignidade dos seres humanos! E o Papa Francisco resume a situação afirmando que estamos assistindo a um verdadeiro “naufrágio da nossa civilização”! Assim. Com este naufrágio, também compreendemos que a pandemia que nos perturba tanto esteja a ser bem ou razoavelmente combatida em apenas pouco mais de dez por cento dos países deste mundo atormentado. Os dez por cento mais desenvolvidos e ricos! Bem pode Francisco pedir “rajadas fortes do Espírito Santo” para não naufragarmos!

esta época especial de fé, esperança e partilha, o executivo da Junta de Freguesia de S. Sebastião deseja a todos os fregueses e munícipes umas boas festas em família, repletas de paz, amor e solidariedade. Estamos a concluir mais um ano de muitos cuidados, de muitas incertezas, de poucos abraços, mas de muita esperança, resiliência e superação perante os obstáculos. Agora é tempo de reflectir e retemperar energias para que 2022 seja marcado por muito trabalho, união e conquistas para a nossa freguesia e a nossa cidade. Estamos conscientes dos desafios e convictos de que não nos faltará energia para ultrapassá-los, com a determinação de quem trabalha em benefício do bem-estar da população. Acreditamos que, com o empenho de todos e de cada um, será possível alcançar o pleno desenvolvimento das potencialidades colectivas para desfrutarmos de um futuro mais próspero. Da parte da Junta de Freguesia, tudo faremos para continuar a contribuir, diariamente e no âmbito das nossas competências e capacidades, para melhorar as condições de vida da população, promovendo uma freguesia mais solidária, mais inclusiva e mais humanizada. Concluo esta mensagem endereçando aos nossos concidadãos votos sinceros de uma quadra natalícia feliz, nobre em espírito e com confiança na prosperidade do novo ano que se avizinha.

Médico

Presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião

N

CARNEIRO 21.03 a 20.04 No plano amoroso – não rejeite a possibilidade de se envolver um novo relacionamento. Poderá ser surpreendido, muito favoravelmente, com as atitudes e gestos de alguém que entrou há pouco na sua vida. No plano profissional – poderá entrar numa nova fase profissional, comece a pensar em novos projetos ou novas aplicações financeiras. Carta da semana – O SOL – semana muito luminosa e feliz para Peixes. Vai sentir-se com muita vontade de viver a vida e demonstrar a força das suas emoções e sentimentos. TOURO 21.04 a 21.05 No plano amoroso, sente-se muito apaixonado e tem receio de mostrar os seus sentimentos. No plano profissional, terá algumas propostas, mas não se iluda com as mais vantajosas. Carta da Semana – A Lua, esta carta mostra que você estará sensível e um pouco frágil, mas ao mesmo tempo estará com um grande poder de análise. GÉMEOS 22.05 a 21.06 No plano amoroso – poderá travar novos conhecimentos, embora deva amadurecer bem as ideias antes de lançar num novo romance. Poderá ter de enfrentar oposições familiares para poder levar em frente uma relação. No plano profissional – deve manter a calma em todas as circunstâncias, até porque esta semana tudo está ao seu alcance. Carta da semana – O CARRO – a conjuntura anuncia progressos. CARANGUEJO 22.06 a 22.07 No plano amoroso – possibilidade de os seus sentimentos serem completamente renovados. Numa situação inesperada ou mesmo sem estar disponível pode sentir novas emoções. No plano profissional – se estiver envolvido em atos de representação ou de cariz público, sair-se-á muito bem. Carta da semana – O AMOROSO – esta carta define uma semana intensa em que todos os comportamentos estão marcados pela paixão. LEÃO 23.07 a 23.08 No plano amoroso – não aceite opiniões ou que se metam demasiado na sua vida, o seu coração é o seu melhor amigo e só poderá arrepender-se do que não fizer. No plano profissional – todos os negócios ou investimentos em que se envolver, desde que estruturados e calculados darão bons resultados. Carta da semana – O IMPERADOR – está muito lúcido, objetivo e eficaz marcando pontos em todas as situações que se envolver. VIRGEM 24.08 a 23.09 No plano amoroso – não permita que o orgulho atrapalhe ou ponha em causa em relação. No plano profissional – alguns colaboradores podem interferir ou pôr em causa as suas opiniões, mas é aconselhável que não baixe os braços e faça persistir as suas ideias. Carta da semana – A FORÇA – fomenta novas ideias confere rapidez de raciocínio e força de vontade não permitindo que se instalem na sua vida indecisões ou qualquer tipo de medo. BALANÇA 24.09 a 23.10 No plano amoroso – é uma semana adequada a que faça alterações na sua forma de vida; pode iniciar uma fase mais límpida e intensa. No plano profissional – algumas situações podem assumir contornos que não esperava e perante os quais terá de tomar uma posição. Carta da semana – A MORTE – é uma carta forte que permite conduzir a sua vida de forma objetiva e eficaz. Fim de uma etapa e inicio de uma nova etapa próspera. ESCORPIÃO 24.10 a 22.11 No plano amoroso – não entregue o seu amora quem não o merece, corre o risco de deceções. Nem todas as promessas serão cumpridas esta semana. No plano profissional – dê atenção a um negócio ou a um projeto que pode esconder problemas, procure novos apoios. Carta da semana – A LUA – a conjuntura leva-o para o mundo dos sonhos em que é difícil ser racional, tente manter-se lúcido para não ser enganado. SAGITÁRIO 23.11 a 20.12 No plano amoroso, relações são correspondidas e regidas por si e pelos seus interesses. Controle o seu feitio pois numa relação toma decisões a dois. No plano profissional, mostre-se mais activo e mais empenhado com trabalhos que lhe são solicitados. Carta da Semana – O Mundo, esta carta mostra que as conquistas e os seus êxitos estão ao seu alcance, basta que consiga reunir todas as suas potencialidades para atingir os seus fins. CAPRICÓRNIO 21.12 a 20.01 No plano amoroso – escute o que lhe dita o coração sempre que tomar uma decisão ou fizer uma escolha sentimental; todos os gestos deverão ser fruto de reflexão solitária e amadurecida. No plano profissional – está perfeitamente apto a atuar em proveito próprio e fazer bom uso das suas habilitações e conhecimentos. Carta da semana – A PAPISA – a semana promete ser muito importante. AQUÁRIO 21.01 a 19.02 No plano amoroso, poderá estar a passar uma fase conflituosa, que se deve á indefinição de sentimentos, clarifique-os. No plano profissional, os trabalhos que tem em curso irão sofrer alguns atrasos, devido á falta de recursos. Carta da Semana – O Eremita, esta carta mostra que deve agir com rigor e cuidado em todas as situações. PEIXES 20.02 a 20.03 No plano amoroso – momento propicio á evolução sentimental; conseguirá compreender alguns gestos e lidar melhor com os afetos. No plano profissional – vida financeira sujeita a flutuações que merecerão medidas adequadas em cima dos acontecimentos. Carta da semana – O JULGAMENTO – traz uma semana marcante pródiga em acontecimentos importantes que lhe possibilitarão análises e iniciativas fundamentadas.


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Legislativas NUNO CARVALHO CABEÇA-DE-LISTA DO PSD

“O PSD foi a voz da região na Assembleia da República” Candidato às eleições legislativas aponta ao crescimento do número de deputados Francisco Alves Rito (Texto) Maria Coelho (Fotografia) Aos 39 anos, volta a ser cabeçade-lista pelo distrito de Setúbal, numa escolha pessoal de Rui Rio. É licenciado em Direito, com especialização em Finanças. Nuno Carvalho, que diz ter sido o deputado por Setúbal que mais trabalho desenvolveu na actual legislatura, afirma que o PSD vai eleger mais do que os três deputados que conseguiu em 2019. Que balanço faz destes dois anos em que esteve como deputado na Assembleia da República? Conseguimos dar voz à região numa série de temas, o que era fundamental. A nível da mobilidade, a questão das NUTS, que foi muito debatida, questões ambientais importantes, como as dragagens e a contaminação de solos. Apesar do distrito, e até muito em particular a Península de Setúbal, terem alguns temas que parecem quase a papelquímico dos temas nacionais, como a saúde ou os transportes públicos, as soluções são muito especificas. E era importante que houvesse uma voz no Parlamento que conseguisse focar essas soluções. Isso faz-se nas audições com os ministros, questionando de uma forma clara e com muita firmeza. E acha que foi essa voz, mais do que os outros deputados também eleitos pelo distrito? Sinto que o PSD conseguiu ser essa voz, em primeiro lugar porque, muitas vezes, estava sozinho, em muitas audições, a falar sobre o Distrito de Setúbal. Nota-se, de

forma evidente, que PCP, PS e BE trabalham muito bem juntos, mas não em prol da população. E isso notou-se especialmente na parte final, em que PCP e BE, pareciam dois lobos que tratavam a Península de Setúbal, o Distrito de Setúbal como uma ovelha. Os lobos votavam o que era o jantar e a ovelha é que era o jantar. No distrito, temos um peso muito grande de PS e PCP na gestão das Câmaras Municipais e, na prática, vê-se a mesma situação, assim como nestes últimos seis anos de governo do PS. Isto reflecte-se em algo simples, falta de capacidade de reivindicação. Um exemplo muito claro é o das NUTS. Eu participei em mais de uma centena de audições sobre diferentes temas, mas estas

Se estou disponível para o Governo? Isso está na cabeça do presidente do partido. Mas a formação de um governo depende de ganhar as eleições

das NUTS é um excelente exemplo. O tema volta a ser mencionado numa circunstância claramente eleitoral, em que se atira um prazo para Fevereiro. Mais relevante do que isto, é que percebemos que António Costa, até às autárquicas, até a Câmara Municipal de Lisboa passar a ser do PSD nunca quis saber do tema. Até a Câmara de Lisboa e a o panorama da Área Metropolitana de Lisboa ter sido alterado, o PCP e o PS trataram este tema de uma forma diferente daquilo que tratam agora. O PCP acelerou primeiro que o PS, mas acelerou tarde e vem muito atrás daquilo que foram as reivindicações e iniciativas do PSD, que inclusivamente marcou um debate sobre esta matéria. E, acima de tudo, o PS atira como uma solução para Fevereiro. Não se pode tratar Lisboa como a boneca de porcelana, por muito carinho que António Costa tenha, e depois a Península de Setúbal como uma boneca de trapos. Diz que quando o PS perdeu a Câmara de Lisboa mudou de postura? Que utilidade tem essa mudança para os interesses do PS? Torna-se claro e evidente que a Península de Setúbal, ao estar inserida na Área Metropolitana de Lisboa, baixa a média no que toca aos indicadores sócio-económicos, e permite a atribuição de fundos, o que significa que Lisboa ganha neste aspecto porque tem acesso a um conjunto de instrumentos que, muito provavelmente, não teria. Contudo, o que se nota de diferente é a postura do PS que, com alteração do mapa autárquico

e muito particularmente de Lisboa, de repente encontra uma disponibilidade para já reconhecer que uma coisa é a Península de Setúbal estar perto de Lisboa, outra coisa é chamar a Península de Setúbal a mesma coisa que Lisboa. A verdade é que não é. É um reconhecimento que já vem tarde. Esperemos que isto não seja fogo-de-vista e que, em Fevereiro, o bocadinho de doce afinal não seja tudo sal. Como vê a renovação da confiança por parte de Rui Rio em si para ser novamente o número um? Acima de tudo, sinto-me sempre honrado por servir a minha região e agradecido por quem me permite fazê-lo. A minha postura na política, é uma postura desprendida, na perspectiva de uma legislatura que me permita completar um conjunto de projectos fundamentais para a região. Falei aqui de um, muito importante, que é a contaminação dos solos. Sabemos o que acontece em Sesimbra, em Setúbal, com o chamado caso Metalimex, e em muitos outros locais em que temos uma contaminação de solos brutal na Península de Setúbal. Temos outros problemas ambientais,

como a questão das dragagens do Sado, onde houve uma consulta pública que falhou completamente na informação e no processo. Uma região como a nossa, que está muito sujeita a uma grande pressão, a nível de construção e de desenvolvimento da indústria, tem que ter o ambiente como prioritário. Se isso não acontecer, não estamos só a deixar uma grande pegada para o futuro, mas estamos já de forma imediata a fazer algo que é contrário àquilo que a população quer. Volto à pergunta. Que significado político tem a aposta de Rui Rio em si? Que causa encontra para essa confiança, agora renovada, do líder do partido? É ser uma voz do Distrito de Setúbal no Parlamento que, não apenas pela quantidade - estatisticamente é verdade que tenho o maior número de participações, audições, requerimentos e perguntas - mas também a nível de qualidade. Há muitos anos que não se via o nome do Distrito de Setúbal, dos diferentes concelhos, a serem mencionados no Parlamento da forma como conseguimos. Dei vários exemplos, mas posso continuar com a questão dos


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Veja esta entrevista em vídeo no site e nas redes sociais d'O Setubalense

mariscadores de Alcochete, em que apresentamos um projecto de resolução, e estivemos presentes num debate que foi fundamental para chamar à atenção daquilo que se passava. E muitos outros que não conseguimos colocar com tempo. O que afirma é que, nesta legislatura que termina, foi o deputado do Distrito de Setúbal que mais iniciativas teve na Assembleia da República? Digo de forma clara que, no que diz respeito à participação em audições do Orçamento do Estado, audições regimentais, nas perguntas que eram necessárias ser dirigidas - as últimas foram referentes ao Hospital de Setúbal, mas passámos por várias outras, como o aeroporto do Montijo -, efectivamente, o PSD foi claramente o partido líder no que diz respeito a essas iniciativas, do ponto de vista quantitativo e do ponto de vista qualitativo. Ainda sobre a lista; a seguir a si os nomes são Fernando Negrão e Fernanda Velez. Esta lista já mereceu críticas internas. Por exemplo, João Afonso, do Montijo, diz que se trata da “continuação do pesadelo”. Como é que responde a estas

críticas? A lista também é composta por João Pedro Louro, por Paulo Ribeiro, que é o presidente da Distrital, por Cláudia Oliveira, que é indicada pelo Seixal. E estou a mencionar apenas seis nomes porque será normal que o PSD, ao querer vencer estas eleições, eleja mais deputados. O ponto é esse, o PSD vai eleger mais deputados. Sei que todos estes deputados estão focados em defender a sua terra. As críticas fazem parte da democracia, mas, acima de tudo, neste momento as pessoas o que querem ouvir sãos as propostas para a nossa região. Espera ver nomes que estiveram ao lado de Paulo Rangel nestas últimas eleições internas, como Bruno Vitorino ou Pedro do Ó Ramos na campanha eleitoral? Acho normalíssimo que todos os militantes participem. São militantes e a expectativa é que possam participar e dar o seu contributo. Não vejo em que medida é que isso possa ser tema. A não ser num aspecto simples; que a democracia no PSD respira muito melhor que nos outros partidos. Aliás, vê-se que António Costa também tem as suas questões, no que diz respeito ao tratamento de listas, na Comissão Nacional também teve críticas, mas essas críticas ecoam cá fora de uma forma muito mais, eu diria, controlada. No PSD a democracia é espontânea. Portanto, qualquer militante que queira falar, fala. E isso traz uma outra vantagem, é que esse debate não é apenas sobre a forma como o PSD dirige o seu processo eleitoral interno, mas como se apresenta aos eleitores. E, por isso, é que se viu e vê, que o PSD consegue liderar com um conjunto de temas. Onde é que estava o PS nas dragagens? Onde é que estava o PS nas NUTS? Onde é que estava o PS na questão das mobilidades? Inclusive na Transtejo, os barcos

O debate sobre a regionalização não se pode fazer sem uma ideia clara para o desenvolvimento económico

que estavam há anos para serem adquiridos, chegaram tarde, sem manutenção. Onde é que estava o PS? Tem estado na Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros e é a segunda vez que o líder do partido lhe dá confiança. Se Rui Rio chegar a primeiro-ministro e o convidar para o governo, está disponível? Isso está na cabeça do presidente do partido. Fico até lisonjeado com a pergunta, mas a formação de um governo atende a algo que é fundamental, que é ganhar as eleições. O meu foco, como cabeçade-lista, e estou em perfeita sintonia com a restante lista do PSD, é fazer tudo para que o PSD ganhe as eleições. Estou certo que qualquer um de nós aceitará qualquer missão que seja colocada a seguir, seja ela como deputado, seja ela com qualquer outra responsabilidade. O PSD tem pessoas muito bem preparadas para desempenhar essas funções e para conseguir fazer com que haja um governo que permita, acima de tudo, olhar para o País com a abrangência necessária. Tivemos demasiado tempo governos do PS que começavam a olhar para o centro-esquerda e depois caminhavam para a esquerda, com temas do PCP e do BE, e esqueciam muitas vezes, por exemplo, as empresas, a carga fiscal da classe média. Não critico o PCP e o BE, sabemos que têm temas próprios, de nicho, para o seu eleitorado. O PS é que escolheu negociar só com partidos que esqueciam uma boa parte do País. O PS decidiu ignorar uma boa parte do País. E quais vão ser os seus principais temas para esta campanha eleitoral? Em termos regionais há temas que são fundamentais. Na Península de Setúbal temos uma realidade muito urbana, onde o investimento em transportes públicos, na linha ferroviária, da Fertagus, nas ligações fluviais, é fundamental. Simultaneamente, temos na nossa região problemas ligados à habitação, à falta de capacidade de investimento, por estarmos integrados na AML. Dou um exemplo muito simples, sobre este princípio da Península de Setúbal estar perto de Lisboa, mas não ser Lisboa. Se verificarmos a quantidade de institutos da região de Lisboa e Vale do Tejo que têm sede em Lisboa, alguns em Cascais, creio que o da Agricultura é em Santarém, estão todos concentrados na margem norte do rio. E nesta margem não temos a sede de um único desses institutos, nenhuma

das direcções regionais, na saúde, na economia, no turismo... Não fará sentido retirá-los do centro de Lisboa e colocá-los na Península de Setúbal? Isto acontece porque o Estado é o primeiro e o principal mau-exemplo da concentração que existe em Lisboa. A regionalização entrou definitivamente no calendário político, com horizonte até 2024. Qual é a sua posição? Qual deve ser o lugar da Península de Setúbal numa futura região administrativa? Confesso-lhe que a forma como foi colocado o debate da regionalização, por parte de António Costa, pareceu-me ser a de alguém que quer um instrumento que pode ser relevante para o desenvolvimento. Mas sem ter uma única ideia de como desenvolver, ajudando as empresas, ajudando na área da educação, para aumentar o nível de qualificação. Ou seja, o debate sobre a regionalização não se pode fazer se não houver uma clara noção de como é que nós vamos para o desenvolvimento económico. Exemplo: na educação, de que forma é que com uma regionalização podemos aumentar o nível de qualificação de todas as pessoas que frequentam o ensino na nossa região? E por que é importante aumentar a qualificação? Porque isso permite aceder a melhores salários. Acha que as famílias estão interessadas na regionalização se não houver este tipo de respostas tão simples? Acha que essas famílias também não procuram a resposta, por exemplo, na área da saúde? Será que é uma regionalização que nos vai resolver o problema dos centros de saúde do Seixal? Mas isso significa que também tem dúvidas sobre se já estamos preparados para concretizar a regionalização? Que o momento não é certo? Que a regionalização não é necessária? Qual é o seu pensamento? Significa que não tenho dúvidas de que discutir a regionalização, sem discutir as políticas e a forma de as executar, na saúde, na economia, na educação, é a mesma coisa que não querer discutir o falhanço que estas têm sido. Porque a regionalização, só por si, não funciona, se nós dissermos que vamos centralizar. A regionalização funciona se houver uma visão de como vamos decidir sobre estas políticas. E o que vemos de forma clara é que António Costa neste momento está confrontado com a realidade, procura desviar para qualquer coisa que permita desvirtuar o presente e permita pensar num futuro. A regionalização

feita desta forma, num debate feito dessa forma, é única e, exclusivamente, pouco séria. E sobre o mapa da regionalização? Saber qual é o lugar da Península de Setúbal num futuro mapa das regiões administrativas… A prioridade para a Península de Setúbal é ser uma NUTS III e uma NUTS II. Se me perguntar se eu acho que é desajustado o primeiro-ministro, após seis anos de insistência sobre este tema, dizer, a um mês das eleições, que finalmente reconheceu os apelos da região, sindicatos, universidades, empresas, direi que vem tarde, e é um claro sinal de que ele não foi um bom primeiro-ministro para esta região. E a localização do aeroporto? O Presidente da República diz que é necessário uma decisão no próximo ano. Concorda com isso e para si a decisão já está tomada, pelo Montijo ou por Alcochete? Ou vai confiar naquilo que a avaliação ambiental estratégica definir? Acima de tudo, é importante lembrar que não há um aeroporto ainda porque os partidos que estavam associados à governação, PS, BE E PCP, decidiram bloquear o aeroporto. Em duas câmaras do PCP, Moita e Seixal, os senhores presidentes decidiram utilizar uma lei, com toda a legitimidade, para dizer que discordavam politicamente de um dos principais investimentos para o País e de um dos principais investimentos para a região. É preciso perceber que esta esquizofrenia política entre PS, PCP e BE ajudou algumas vezes a dar a ideia de que, se calhar, são oposição, mas não. Eles foram partidos que estiveram próximos, coligados a suportar parlamentarmente um governo que não soube fazer investimento, que já poderia e deveria estar feito com o respectivo estudo de impacte ambiental. A questão que o senhor Presidente da República devia colocar é: por que ainda não está feito? Creio que o próprio já deu essa resposta quando disse que é preciso uma maioria parlamentar estável. E eu acrescento: maioria parlamentar estável que não seja esta, porque esta não decide nada. Há dois anos, o PSD elegeu três deputados pelo Distrito de Setúbal. Para estas eleições o que considera um bom resultado? O PSD pretende ganhar as eleições e aumentar o número de deputados em todo o País, e o Distrito de Setúbal não é excepção.


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O

meteorologista de fama, no País e no estrangeiro, António Carvalho Serra nasceu em Setúbal no Bairro Baptista e faleceu em 1961. Foi músico no Regimento de Infantaria n.º11 e, mais tarde, dedicou-se à afinação de pianos, graças aos seus conhecimentos musicais. Mais tarde voltou-se para as previsões meteorológicas, profissão mantida a longo prazo. Apesar de os cálculos do Observatório Astronómico da Ajuda, em Lisboa, para a Imprensa e rádio, serem apenas para 24 horas, as previsões de António Carvalho Serra eram para 15 dias, devido à sua capacidade de cálculo. Os seus estudos previam as modificações do tempo, pressão atmosférica, do ar, velocidade e a direcção do vento Este. Escreveu um livro com a sua teoria e publicou um quinzenário intitulado “A Previsão do tempo”, que atingiu o número 561. Em 1941, previu em Fevereiro desse mesmo ano o grande ciclone que passou por Setúbal e que causou

OPINIÃO Custódio Pinto

Recordando o esquecido setubalense “meteorologista” António Manuel Carvalho Serra

muitos estragos e algumas mortes. O setubalense chegou a receber em sua casa uma equipa de jornalistas de uma revista da capital, que queriam entrevistá-lo e visitar a sua sala de estudos e de trabalho e ver a série de aparelhos com que trabalhava e saber como é que conseguia prever com tanta certeza o tempo. A sua resposta foi simples: “Com os meus compassos, réguas e esquadros, mas o resto é segredo que levarei para a cova”. António Carvalho Serra fazia as previsões para a estação da rádio naquela época, a emissora C.T.I.G., rival da Emissora Nacional. Pena foi que este estudioso não tivesse nascido num grande país com grandes recursos, para desenvolver as suas teorias científicas. Este é mais um dos muitos exemplos de talentos que não foram devidamente aproveitados e apoiados. Assim, resta-me recordar as suas histórias reais. Viva Setúbal

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FALECEU 15-12-2021

ANTÓNIO JORGE VIEIRA TEIXEIRA PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Seus, filhos, genro, nora, netos e restante família cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido cujo funeral se realizou no dia 17-12-2021 para o Crematório de Setúbal. Na impossibilidade de o fazerem pessoalmente, vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que se dignaram acompanhar ou que de outra forma manifestaram o seu pesar. 1821

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ALBERTINA ROSA

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Participação, Agradecimento A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Albertina Rosa. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.

cremação, considerando todos os custos envolvidos, é tipicamente mais barato que o funeral para sepultura?

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Necrologia

PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Seus famíliares cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido. O funeral realizou-se dia 15-12-2021 do Hospital S. José para o Cemitério da Paz em Setubal. Agradecendo a todos quanto se dignaram e participaram em tão piedoso acto, bem como a todos que de qualquer outra forma manifestaram o seu pesar. FUNERÁRIA SETUBALENSE TELEF: 265 550 045 / 265 238 528 ( SERVIÇO PERMANENTE )

N. 01-04-1940 - F. 15-12-2021

MARIA HELENA DA SILVA PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO

Seus famíliares cumprem o doloroso dever de participar o falecimento do seu ente querido. O funeral realizou-se dia 17-12-2021 pelas 13h00 da Capela da Ressurreição para o Crematório de Setubal. Agradecendo a todos quanto se dignaram e participaram em tão piedoso acto, bem como a todos que de qualquer outra forma manifestaram o seu pesar. FUNERÁRIA SETUBALENSE TELEF: 265 550 045 / 265 238 528 ( SERVIÇO PERMANENTE )

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N. 02-06-1940 - F. 14-12-2021

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ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 265 520 716 ALCOCHETE 212 318 392 OUTROS CONCELHOS 265 520 716


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Região NA PRESENÇA DO MINISTRO JOÃO MATOS FERNANDES

Simarsul e Águas de Santo André assinam compromisso de integridade DR

Águas de Portugal empossou Conselho de Ética, composto por Correia de Campos, Henrique Gouveia e Melo e Ana de Sousa As empresas participadas pela Águas de Portugal (AdP), onde se integram a Simarsul e a Águas de Santo André, assinaram na última sexta-feira o Compromisso de Integridade do grupo empresarial, em cerimónia apadrinhada pelo ministro do Ambiente João Matos Fernandes. O governante encerrou a conferência que contou com participações dos secretários de Estado Miguel Cruz (Tesouro) e Inês Costa (Ambiente) e que permitiu ainda dar posse ao novo Conselho de Ética do Grupo AdP, composto pelo antigo ministro da Saúde António

Foto de grupo dos representantes das empresas que assinaram o compromisso da Águas de Portugal

Correia de Campos (presidente), pelo vice-almirante Henrique Gouveia e Melo (vice-presidente) – que foi responsável pela task force da vacinação contra a covid-19 – e pela investigadora e docente no domínio da climatologia Ana Monteiro de Sousa (vogal).

Jaime Andrez, presidente da Parpública, e José Furtado, presidente da AdP, foram os outros oradores na sessão que foi aberta por Paulo Macedo, presidente executivo da Caixa Geral de Depósitos. José Furtado salientou o trabalho

desenvolvido pelas empresas do grupo e acentuou a dimensão da sua utilidade social. “As empresas da AdP têm contribuído para uma profunda transformação do sector em Portugal ao longo das últimas décadas”, disse José Furtado, que de seguida

apresentou números atingidos pelo grupo. “Já executámos um programa de investimentos de 5 mil milhões de euros em infra-estruturas. O plano de investimentos para os próximos cinco anos ascende a 1,5 mil milhões de euros”, afirmou. Após a tomada de posse do Conselho de Ética e da assinatura do Compromisso de Integridade – António Ventura rubricou pela Simarsul e Luís Faísca pela Águas de Santo André –, João Matos Fernandes interveio para destacar a relevância da aposta da AdP. “Nos tempos que correm, a palavra integridade pode ser um excelente agregador, num tempo estranho, de desconfiança, e onde o facto de criarmos condições de orgulho dentro das nossas próprias instituições – e quando são públicas, isso pode ser ainda mais importante – é mesmo essencial para projectar uma empresa de dentro para fora”, concluiu o ministro.


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Desporto

SADINOS FORA DOS QUATRO PRIMEIROS LUGARES

Vitorianos apupam equipa após derrota e fraca exibição com o líder União de Leiria DR

Golos de Gonçalo Gregório materializam domínio leiriense no Bonfim Ricardo Lopes Pereira A atravessar a pior fase da época, o Vitória FC sofreu na sexta-feira a segunda derrota consecutiva na série B da Liga 3 diante do União de Leiria, líder da prova que venceu (2-0) no Estádio do Bonfim. Gonçalo Gregório, autor na primeira parte dos dois golos da partida da 13.ª jornada, foi a figura do encontro em que o plantel sadino foi apupado pelos seus adeptos. Com apenas um triunfo nos últimos cinco jogos (empates 1-1 com Oriental Dragon e Cova da Piedade, vitória (30) em Alverca e desaires com Amora (1-0) e agora com os leirienses), os comandados de Pedro Gandaio, apesar de terem duas partidas em atraso, continuam com 17 pontos e permanecem fora dos quatro lugares que dão acesso à fase de subida. O Vitória apresentou-se em campo com quatro novidades no onze em relação à ronda anterior com os amorenses. Bruno Luz, André Pedrosa, Diogo Sequeira e Mathiola substituíram Gonçalo Batista, Bruno Ventura, Daniel Carvalho e Frédéric Mendy, jogadores que começaram a partida no banco de suplentes. Após o apito inicial do árbitro José Bessa, da Associação de Futebol do Porto, os sadinos foram os primeiros a visar a baliza. Aos cinco minutos, o atacante brasileiro Mathiola e Varela fizeram uma combinação e acercaram-se com perigo da baliza leiriense num lance em que a bola acabou por sair pela linha final. Os forasteiros não tardaram a responder e ficaram muito perto de inaugurar o marcador quando o cronómetro assinalava nove minutos. Num contra-ataque rápido conduzido por Nuninho, o avançado, já com o guardião João Valido fora do lance, rematou à baliza e só não celebrou golo porque Bruno Almeida evitou-o

desviar ao lado da baliza. A derradeira oportunidade para voltar a alterar o placar pertenceu ao U. Leiria quando, aos 45+1 minutos, um desarme providencial de Bruno Almeida (mais um!) impediu que Nuninho facturasse.

Reacção tímida após intervalo

Sadino Bruno Almeida e leiriense Nuninho protagonizaram duelo interessante no Bonfim

com um corte providencial quando a bola se encaminhava para a baliza. Na melhor fase do Vitória no primeiro tempo, em que a bola esteve afastada da sua área e sempre a rondar a baliza adversária, vários lances de perigo foram criados sem terem a eficácia desejada. Aos 21 minutos, o extremo Varela ficou na cara do guardião Fábio Ferreira e errou o alvo por pouco. Aos 25, Diogo Sequeira rematou cruzado, levando a bola desviar num defesa para canto e, no minuto seguinte, foi a vez de Nuno Pinto tentar a sua sorte num canto directo que foi defendido pelo guarda-redes Fábio Ferreira. A reacção dos unionistas não se fez

esperar e conseguiu fazer mossa na baliza dos anfitriões. Aos 31 minutos, Nuninho voltou a ter nos pés uma ocasião soberana para marcar. Depois de fugir à marcação da defesa errou o alvo num remate que saiu ao lado do poste esquerdo da baliza defendida por João Valido. Depois do aviso, o U. Leiria marcou mesmo... por duas vezes. Aos 32 minutos, num lance desenvolvido no flanco esquerdo, o avançado Gonçalo Gregório deixou para trás os defesas Bruno Luz e Bruno Almeida e fez o 1-0 para a sua equipa. Aos 41, o mesmo jogador conseguiu bisar no encontro na sequência de uma jogada rápida

em que ficou na cara do guarda-redes e rematou com êxito para o 2-0. Insatisfeitos com o resultado e o desempenho da equipa na partida, grande parte dos adeptos sadinos presentes no estádio apuparam-na e gritaram: “uma vergonha, vocês são uma vergonha”. Apesar do ambiente desfavorável, os jogadores não deixaram de procurar encurtar a distância no marcador ainda antes do intervalo. Aos 43 minutos, Bruno Luz rematou na direita e pôs à prova o guarda-redes Fábio Ferreira, que se opôs com segurança. Volvido um minuto foi a vez do defesa Nuno Pinto cobrar um livre e do capitão José Semedo

No segundo tempo, depois de terem ido para o intervalo debaixo de um coro de assobios, a equipa treinada por Pedro Gandaio, que lançou Bruno Ventura e André Mesquita em campo logo no reatamento, esboçou uma reacção. Aos 49 e 50 minutos, Mathiola e André Mesquita, respectivamente, dispuseram de excelentes oportunidade para marcar, mas em ambos os casos, a bola não acertou no alvo. A ganharem por 2-0, os leirienses geriram a vantagem que trouxeram da primeira parte sem sobressaltos. Apesar das mais três mexidas feitas pelo treinador Pedro Gandaio, que continua com sete jogadores lesionados no plantel, o Vitória não conseguiu fazer o tento de honra que lhe possibilitaria reentrar na discussão do marcador. De resto, antes do final do encontro, aos 89 minutos, foi o avançado Gonçalo Gregório quem teve nos pés a possibilidade de sair de Setúbal com um hat-trick. O 3-0 só não aconteceu porque o remate desferido à baliza sadina saiu um pouco sobre a trave. Tal como já tinha sucedido ao intervalo, os jogadores e o treinador Pedro Gandaio, quando iam junto da bancada agradecer o apoio aos adeptos depois do jogo terminar, foram novamente alvo da fúria dos vitorianos.

CLASSIFICAÇÃO III LIGA - SÉRIE B

J 1 UD Leiria 2 Torreense 3 FC Alverca 4 Real SC 5 Caldas SC 6 Amora FC 7 Vitória FC 8 CD Cova Piedade 9 Oriental Dragon FC 10 Sporting B 11 U. Santarém 12 FC Oliv. Hospital

V E D M-S

13 9 13 7 13 6 13 5 12 5 13 5 11 5 13 4 13 2 12 3 11 2 13 0

3 2 2 4 4 3 2 2 7 4 3 8

1 4 5 4 3 5 4 7 4 5 6 5

25-12 17-14 17-18 17-18 12-9 17-12 14-11 14-20 14-16 12-15 12-18 17-25

P 30 23 20 19 19 18 17 14 13 13 9 8


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Pinhalnovense empata e Barreirense perde no Campeonato de Portugal

O Pinhalnovense, que na primeira volta havia ganho em Olhão, por uma bola a zero, desta vez a jogar em casa não conseguiu melhor que um empate (0-0) na partida que disputou com a equipa algarvia. Mas, o resultado pode ser considerado positivo porque

o adversário era, e continua a ser, o primeiro classificado da série e talvez o mais forte candidato à subida de divisão. Com este resultado o Pinhalnovense baixou para o terceiro lugar, posição deveras meritória tendo em conta a actual situação do clube.

FUTEBOL DISTRITAL

LIGA 3

Covid-19 volta a adiar jogos na primeira divisão

Cova da Piedade vence Amora em dérbi disputado à distância DR

Olímpico do Montijo vs Seixal, Palmelense vs FC Setúbal e Águas de Moura vs Pescadores foram cancelados

Oriental Dragon, que não perdia desde a 6.ª jornada, foi derrotado pelo Alverca com golo solitário sofrido aos 84 minutos José Pina

José Pina O Campeonato Distrital da 1.ª Divisão voltou a ser afectado pela pandemia de covid-19 que obrigou ao adiamento de três jogos, como de resto já havia acontecido na jornada anterior. Desta vez foram cancelados os jogos entre o Olímpico do Montijo, o Palmelense – FC Setúbal e o Águas de Moura – Pescadores da Caparica. Entre os jogos efectuados será de registar a vitória do Vasco da Gama sobre o U. Santiago no dérbi do litoral alentejano, que foi presenciado por bastante público, e também o regresso às vitórias do Alfarim [agora com nova equipa técnica] que foi ganhar a Alcochete. Comércio Indústria e Desportivo Fabril, com maior ou menor dificuldade, levaram a melhor sobre Moitense e Cova da Piedade, o Vitória FC venceu o Sesimbra pela diferença mínima e o mesmo aconteceu com o Charneca de Caparica que derrotou o Trafaria. O Monte de Caparica também se impôs perante o Grandolense vencendo por duas bolas de diferença. Olhando para a tabela classificativa verifica-se que na frente não há nada de novo e nas restantes posições as alterações também não são muito significativas. Devido ao Natal e Ano Novo a competição regressa apenas no dia 9 de Janeiro. Resultados (17.ª jornada): U. Santiago 1 Vasco da Gama 2; Vitória FC 3 Sesimbra 2; C. Piedade B 0 Desportivo Fabril 3; Monte de Caparica 2 Grandolense 0; Águas de Moura – Pescadores (adiado); Alcochetense 1 Alfarim 2; Charneca de Caparica 1 Trafaria 0; Comércio Indústria 2 Moitense 0; Olímpico do Montijo – Seixal (adiado); Palmelense – FC

Negativo foi o resultado obtido pelo Barreirense na recepção ao Esperança de Lagos, porque perdeu com equipa algarvia (1-2), a quem tinha ganho na primeira volta. Este era um jogo que poderia marcar o início da recuperação mas as coisas voltaram a não correr bem.

Setúbal (adiado). Classificação: 1.º lugar, Comércio Indústria (menos um jogo), 41 pontos; 2.º lugar, Desportivo Fabril (menos um jogo), 37 pontos; 3.º lugar, Águas de Moura (menos dois jogos), 32 pontos; 4.º lugar, Olímpico do Montijo (menos dois jogos), 31 pontos; 5.º lugar, Vitória FC, 29 pontos; 6.º lugar, Pescadores (menos dois jogos), 28 pontos; 7.º lugar, Moitense (menos dois jogos), Monte de Caparica e Charneca, 24 pontos; 10.º lugar, Sesimbra, 21 pontos; 11.º lugar, Grandolense e Vasco da Gama, 20 pontos; 13.º lugar, U. Santiago (menos um jogo), 19 pontos; 14.º lugar, Cova da Piedade B (menos um jogo) e Alcochetense, 18 pontos; 16.º lugar, Trafaria (menos dois jogos) e Palmelense (menos um jogo), 16 pontos; 18.º lugar, Seixal (menos dois jogos), 12 pontos; 19.º lugar, Alfarim (menos um jogo), 11 pontos; 20.º lugar, FC Setúbal (menos um jogo), 7 pontos.

II Divisão

Na 2.ª divisão a há a destacar o regresso às vitórias do Almada, as vitórias obtidas também fora de casa

pelo Paio Pires, Pelezinhos e Zambujalense, bem como o empate registado entre Quinta do Conde e Brejos de Azeitão. Resultados da 13.ª jornada: Samouquense 0 Almada 2; Lagameças 1 Pelezinhos 2; Amora B 2 Santo André 0; Banheirense 1 Alcochetense B 0; Santoantoniense 0 Paio Pires 3; Botafogo 2 Arrentela 1; Quinta do Conde 3 Brejos de Azeitão 3; Corroios 2 Zambujalense 7. Classificação: 1.º lugar, Almada, 30 pontos; 2.º lugar, Amora B, 27 pontos; 3.º lugar, Zambujalense (mais um jogo), 26 pontos; 4.º lugar, Botafogo, 25 pontos; 5.º lugar, Quinta do Conde, 24 pontos; 6.º lugar, Banheirense (menos dois jogos), 22 pontos; 7.º lugar, Brejos de Azeitão (menos um jogo), 18 pontos; 8.º Alcochetense B, 16 pontos; 9.º lugar, Lagameças (mais um jogo) e Barreirense B, 15 pontos; 11.º lugar, Corroios, Arrentela (menos um jogo) e Paio Pires (mais um jogo), 13 pontos; 14.º lugar, Santo André, 10 pontos; 15.º lugar, Samouquense, 9 pontos; 16.º lugar, Pelezinhos, 8 pontos; 17.º Santoantoniense, 5 pontos.

O Cova da Piedade levou a melhor sobre o Amora na partida disputada no Estádio das Seixas, na Malveira, a contar para a 13.ª jornada da Liga 3. Os golos foram marcados no decorrer da segunda parte, primeiro pelo Amora, que se adiantou no marcador por Leléco (71’) na cobrança de uma grande penalidade, assinalada por falta cometida sobre Pedro Martelo, numa altura em que jogava em inferioridade numérica, desde os 52 minutos, por expulsão de Juary Soares. Pouco tempo depois (78’), os piedenses empataram na recarga a uma defesa incompleta de Guilherme Fernandes após livre cobrado e já relativamente perto do fim (88’) surgiu o golo da vitória do Cova da Piedade marcado por Diogo David, com um remate acrobático, na sequência de um lançamento lateral. Depois de três derrotas e um em-

pate nos últimos quatro jogos, os piedenses regressaram às vitórias e passaram a somar 14 pontos, ultrapassando o Sporting B e o Oriental Dragon na tabela classificativa. No final do encontro, Diogo David, autor do golo da vitória piedense, foi eleito como o homem do jogo. Oriental Dragon perde com Alverca O Oriental Dragon, que vinha de uma série positiva de resultados – uma vitória e cinco empates nos últimos seis jogos, foi derrotado no jogo que disputou no Estádio Alfredo da Silva, no Barreiro, com o Alverca. Num encontro sempre dividido que chegou ao intervalo com o marcador em branco, a equipa ribatejana garantiu os três pontos com um golo solitário de Jonata Bastos, marcado aos 84 minutos, na sequência de um pontapé de canto. A bola colocada na área, sobrou para um jogador do Alverca [Ricardo Rodrigues] que arrancou junto à linha final um cruzamento para a cabeça de Jonata que atirou a contar. Com este resultado o Oriental Dragon manteve o 9.º lugar na tabela classificativa mas foi apanhado pelo Sporting B, seguindo ambos com 13 pontos, enquanto o Alverca, com 20 pontos, saltou para a terceira posição. No regresso do campeonato, a 8 de Janeiro, o Oriental Dragon desloca-se a Massamá para defrontar o Real Sport Clube. DR


04:19 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 10:30 ~ 2.8 m ~ Preia-mar 16:57 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 23:10 ~ 2.7 m ~ Preia-mar

ALMADA

04:12 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 10:27 ~ 2.8 m ~ Preia-mar 16:52 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 23:08 ~ 2.7 m ~ Preia-mar

SESIMBRA

04:22 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 10:44 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 17:02 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 23:23 ~ 2.8 m ~ Preia-mar

SINES

SETÚBAL TRÓIA

MARÉS

04:37 ~ 1.4 m ~ Baixa-mar 11:08 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 17:12 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 23:46 ~ 3.1 m ~ Preia-mar

FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras, Maria Carolina Coelho Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Baptista, Célia Félix, Luís Bandadas IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com


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