O Setubalense, o seu diário da região nº 758 de 21 de Dezembro de 2021

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Estátua do Bocage faz hoje 150 anos Símbolo da cidade sadina foi inaugurado a 21 de Dezembro de 1871. Data é recordada com exposição sobre a construção do munumento p3 O SETUBALENSE

"A direita na região tem sido fofinha" Entrevista Bruno Nunes, cabeça-de-lista do Chega p36 e 37

O SEU DIÁRIO DA REGIÃO TERÇA-FEIRA, 21 DE DEZEMBRO DE 2021 PREÇO 0,80€ | N.º 758 | ANO III | 5.ª SÉRIE

DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO

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SETÚBAL Maioria CDU espera que oposição viabilize Orçamento Municipal de “rigor e transparência” p4

SEIXAL ESPECIAL Autarcas lembram Turismo mostra tendência construção do de crescimento após crise hospital p15

PALMELA Pinhal Novo já tem estação meteorológica p10 PUBLICIDADE


2 O SETUBALENSE 21 de Dezembro de 2021

Abertura

Crise

DR

Acreditamos mesmo no hipócrita “vai ficar tudo bem”? Obviamente que os mais baixos interesses humanos, incluindo os políticos e ideológicos, acreditam. Os outros andam confusos. “Está (quase) tudo mal” e a minoria privilegiada que tem recursos, abrigo e segurança, finge não saber

A

palavra crise deriva do grego, krisis e krino, e significa separar, decidir, estabelecer uma distinção, ponto de viragem. Crise apela claramente a um momento de verdade. Estamos, necessariamente, num ponto de viragem, em que a verdade tem de prevalecer. Sabemos que a verdade é relativa, o olhar de cada um é determinante. A mentira, essa, não nos deixa dúvidas, é absoluta. Pior, a mentira domina e passou a ser estratégica. Vivemos uma profunda crise de valores, de moral e de verdade. Acreditamos que é possível viajar para Londres por 30 € e comer morangos todo o ano. Tudo é possível e está, normalmente, à distância de um click. Este ponto de viragem, que a crise nos obriga, não é a “transição” com que nos embalam, a mudança necessária é de tal forma enorme que exige rotura, não há qualquer tipo de transição que nos possa valer. Não há soluções claras e evidentes. Problemas complexos não têm soluções simples e únicas. O “desenvolvimento sustentável”, com a enorme dinâmica que o sustenta é, provavelmente, a maior das mentiras. Os factos mostram-no; quanto mais se evolui neste caminho, do “desenvolvimento sustentável”, mais afastados estamos dos ciclos naturais da Terra. Como consequência, mais violentamente a Terra responde: alterações climáticas, catástrofes naturais, perda dramática de biodiversidade, desertificação, pobreza, fome… Como se isto não bastasse, para a coisa parecer credível e séria existem uma infinita panóplia de selos, certificações, bandeiras, galardões, etc. que atestam e garantem o mérito sustentável, ecológico e verde de tudo o que se queira, com isto nos enganam. A sustentabilidade é um monstruoso mercado que nos contenta e descansa as consciências. Uma perfeita “estratégia de mentira”, incluindo as organizações de defesa do ambiente, que tanto ne-

OPINIÃO Carlos A. Cupeto

O “desenvolvimento sustentável”, com a enorme dinâmica que o sustenta é, provavelmente, a maior das mentiras

cessitam do sistema para justificar a sua inconsequente existência, a mais das vezes sumptuosa. Tudo se pode resumir a uma enorme encruzilhada civilizacional em que o nosso modo de vida tem

afastado a humanidade da Terra. Um modo de vida insustentável é o resumo do Antropocénico. Tanto assim é que no passado dia 29 de julho atingimos o Earth Overshoot Day (dia da sobrecarga da Terra). Desde esse dia, até final do ano, durante cinco longos meses, vamos viver com o que não temos. Isto é possível durante mais quantos anos? Se atendermos que o primeiro semestre de 2021 foi, comparativamente, um tempo de pouca atividade económica, basta pensar no turismo, este facto é assustador. Portugal ainda tem um desempenho significativamente pior que o global do planeta. Quem diria? Este ano na primeira quinzena de maio esgotámos o que temos direito, vivemos 7 meses com os recursos e energia que pertencem a outros. Como mudar este estado de coisas, de forma que a Terra nos proporcione os recursos necessários e absorva os resíduos que geramos? Até aqui a maior parte das soluções implementadas, muitas vezes, têm resultados perversos porque assentam nos mesmos princípios. Desde logo, a primeira e mais significativa mudança, tem de ser a VERDADE. Tapar o sol com uma peneira só agrava o problema, como temos assistido, sem a verdade é impossível mudar o que seja. É incontornável e imperioso considerar e respeitar os ciclos da Terra. A ciência e a tecnologia é-nos apresentada como a receita para a vida, tal como a conhecemos, na Terra. Mas a ciência e tecnologia têm limites e, acresce, que nos falta tempo. É obrigatório distinguir o essencial do supérfluo e, sobretudo, sincronizar a ciência e consciência. Ninguém pode ficar de fora, todos somos poucos. Paz e Bem para todos os leitores. Geólogo, professor na Universidade de Évora Membro do Conselho Coordenador da SEDES de Évora

A lista bloquista tem Diana Santos no segundo lugar

LEGISLATIVAS

BE aposta em “candidatos com experiência na defesa de melhores condições de vida e trabalho” Partido entregou ontem lista no Tribunal de Setúbal, novamente encabeçada por Joana Mortágua O Bloco de Esquerda (BE) garante que a lista de candidatos a deputados à Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Setúbal nas legislativas de 30 de Janeiro, entregue no Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal ontem, é composta por pessoas “com experiência na defesa dos direitos e de melhores condições de vida e de trabalho”. Além disso, caracteriza-se por ser uma lista, novamente liderada por Joana Mortágua, “que cumpre com a paridade de 50/50, na representatividade de géneros, e que conta com jovens e candidatos com provas dadas nos sectores mais importantes das diversas actividades sociais e económicas que caracterizam o Distrito de Setúbal”. Em comunicado, a Distrital de Setúbal do Bloco de Esquerda revela que na lista, “que conta também com a inclusão de candidatos independentes, valorizando a sua composição”,

Joana Mortágua, de 34 anos, actual deputada pelo Distrito de Setúbal e vereadora na Câmara Municipal de Almada, é seguida de Diana Santos, de 36 anos, que ocupa a segunda posição. Depois da “activista pelos direitos da pessoa com diversidade funcional e sócia fundadora e presidente da Associação Centro de Vida Independente”, surge em terceiro lugar Daniel Bernardino, de 50 anos, coordenador da Comissão de Trabalhadores da Faurecia e membro da Coordenadora das Comissões de Trabalhadores do Parque Industrial Volkswagen Autoeuropa”. O quarto posto é ocupado pelo economista Adelino Fortunato, de 71 anos, que desempenha a função de professor na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra”, enquanto na quinta posição encontra-se Tânia Ramos, de 33 anos, “tripulante de cabine da TAP, membro do Sindicato Nacional do Pessoal da Aviação Civil e autarca pelo Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal de Palmela desde 2013”. O mandatário da candidatura, por sua vez, é Fernando Rosas, “fundador do Bloco de Esquerda, ex-deputado à Assembleia da República pelo Distrito de Setúbal e historiador”.


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Alcácer do Sal atribui cabazes de Natal a famílias do concelho

A Câmara Municipal de Alcácer do Sal divulgou ontem que entregou, na sexta-feira passada, cabazes de Natal por famílias do concelho que se encontram numa situação mais vulnerável. Os agregados familiares abrangidos pela oferta são acompanhados

Bocage olha o Sado há 150 anos

HOJE

Setúbal celebra século e meio da edificação da estátua de Bocage Poeta ilustre da cidade sadina foi eternizado na Praça à qual também se deu o seu nome no dia 21 de Dezembro de 1871 Passaram-se 150 anos desde que Setúbal eternizou Bocage, o poeta ilustre da cidade, na Praça à qual também se atribuiu o seu nome. Entre outras, Eça de Queirós foi uma das individualidades a apadrinhar, no dia 21 de Dezembro de 1871, o nascimento de um dos monumentos de referência para os setubalenses. É no alto da sua coluna, com doze metros de altura, que Manuel Maria Barbosa du Bocage hoje ‘observa’ o coração da cidade sadina. Para comemorar a importante data, diversas têm sido as iniciativas desenvolvidas no decorrer do presente mês, com destaque para a exposição patente na Galeria Municipal do 11 até ao final de Fevereiro, “onde se descobrem os acontecimentos que envolveram a construção da estátua”. Na mostra encontra-se presente “material histórico-documental sobre a estátua, recolhido pela Câmara Municipal de Setúbal”, como são disso exemplo “os textos, fotografias, desenhos, gravuras, manuscritos e jornais da época expostos”, explica a autarquia em comunicado. As peças presentes na exposição “O Monumento a Bocage – 150 Anos olhando o Sado” “encontram-se divididas por seis áreas temáticas na sala

expositiva da galeria”, sendo que “um dos espaços, “Bocage, o Poeta Perpetuado no Monumento”, conta com diversos textos, como um artigo escrito em 1905 por Teófilo Braga para a revista “O Ocidente”, acompanhados de gravuras datadas de 1805 e 1806”. Já a “ideia da construção do monumento e o respectivo financiamento são apresentados em quatro painéis, desde a sua implementação, a 15 de Setembro de 1865, no Rio de Janeiro, durante as comemorações do centenário do nascimento do poeta, até à subscrição realizada no Brasil e em Setúbal”. Na exposição estão igualmente disponíveis “elementos relacionados com o projecto escultórico da estátua, da autoria de Pedro Carlos dos Reis, e o esculpir da pedra, cuja responsabilidade coube ao canteiro Germano José de Sales, de Lisboa, autor de obras emblemáticas, como a estátua de D. Pedro IV no Rossio”. “É nesta parte que se apresentam três grafites sobre papel com o estudo para a cabeça de Bocage, além da assinatura de Pedro Carlos dos Reis no reverso de um dos esboços de rostos e a reprodução moderna de uma fotografia antiga do escultor”. Passando para o quarto núcleo, a população vai ter a oportunidade de ver “uma descrição da cerimónia de inauguração do monumento”, enquanto os dois núcleos seguintes “relatam aspectos relacionados com o 1.º centenário da morte de Elmano Sadino e a transformação urbanística ocorrida na Praça de Bocage entre 1871 e a actualidade”. DR

Eça de Queirós foi uma das individualidades a apadrinhar o momento

com regularidade pelos parceiros sociais do município e beneficiam de apoios alimentares, nomeadamente do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC) e do Banco Alimentar (BA).

A

s referências de Bocage (1765-1805) a Setúbal, onde nasceu, são escassas; no entanto, sempre ficou gravado aquele verso de despedida “Eu me ausento de ti meu pátrio Sado”, que, abrindo um soneto, se outra mensagem não contivesse, sempre atestaria o laço biográfico do poeta com Setúbal. Mas, quando eram passados 66 anos sobre a partida definitiva de Bocage, a cidade encarregou-se de o pôr a olhar eternamente o mesmo Sado de que se despedira, ao erigir-lhe uma estátua, localizada em centro cívico, com os olhos postos na paisagem que se estende até ao rio. Batiam as duas da tarde de 21 de Dezembro de 1871 quando se iniciou a cerimónia de inauguração do monumento, figura desenhada por Pedro Carlos dos Reis (1819-1893) e talhada por Germano José de Sales (?-1902), com António Rodrigues Manito (18191906), presidente da Câmara de Setúbal, a intervir: “Setúbal paga no dia de hoje uma dívida que não era só nossa, era de todos os que falam a língua portuguesa (...), assinala entre os maiores dias das suas glórias este da inauguração da estátua do grande poeta seu conterrâneo.” E, valorizando o papel da memória: “Do alto daquela coluna será Bocage o incitador da civilização dos seus patrícios, o guia dos nossos progressos, e, ainda depois da trabalhosa vida, o escudo da sua terra natal.” Documento importante para a reconstituição do ambiente vivido nesse dia é o “Auto da inauguração da estátua de Bocage na cidade de Setúbal”, publicado no “Diário do Governo”, em 29 de Dezembro de 1871, que transcreve também a intervenção do Marquês de Ávila e Bolama (que presidiu à cerimónia) e lista grande parte dos presentes - aí constando importantes nomes das letras portuguesas como Bulhão Pato, Pinheiro Chagas, Silva Túlio ou Feliciano de Castilho, entre outros. Século e meio volvido sobre esse 21 de Dezembro, o catálogo “O monumento a Bocage - 150 anos olhando o Sado”, concebido para a exposição com o mesmo título (em curso na Galeria Municipal do 11, com curadoria

500 PALAVRAS João Reis Ribeiro

A ideia da construção do monumento a Bocage terá partido de outro poeta, António Feliciano de Castilho (1800-1875)

de Francisca Ribeiro), constitui bom contributo para o leitor ajuizar do que tem sido a memória bocagiana, seja pela reprodução de documentos, seja pela revelação de alguns dados novos, seja pela coerência quanto ao simbolismo que o tempo tem atribuído à estátua - desde a ideia da construção e respectiva angariação de fundos (1864), passando pelo momento da inauguração (1871), detendo-se na celebração do primei-

ro centenário do nascimento (1905) e mostrando como até hoje o espaço tem merecido a consideração da cidade. Interessante é ver que, em torno desta figura e deste monumento, se tem congregado e manifestado a população pelos mais diversos motivos locais assim como a política nos mais variados momentos. Não menos curioso é vermos que a celebração de Bocage teve celebração partilhada com Frei Agostinho da Cruz em 1905 - primeiro centenário do nascimento de Bocage e terceiro centenário da chegada do poeta franciscano à Arrábida. A ideia da construção do monumento a Bocage terá partido de outro poeta, António Feliciano de Castilho (1800-1875), quando soube da colocação da lápide na casa onde se supunha ter nascido Bocage, em 1864, ideia devida ao setubalense Manuel Maria Portela (1833-1906). A conjugação destas figuras e a participação brasileira através de José Feliciano de Castilho (1810-1879) permitiram que a ideia germinasse e se concretizasse sete anos depois. Este relevo dado a uma figura nacional como foi Bocage não escapa às tonalidades do Romantismo - independentemente do que valham os prefixos, a verdade é que temos um “pré-romântico” (Bocage) enaltecido à custa da ideia de um “ultra-romântico” (Castilho)... Exposição a ver e catálogo a conservar, pois!


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Setúbal

Associação Monstro Colectivo recebe dez mil euros para documentar património cultural

A Associação Cultural Monstro Colectivo vai receber um apoio financeiro de dez mil euros da Câmara Municipal de Setúbal “para a concretização de um projecto de realização de filmes documentais de preservação do património cultural imaterial do

concelho sadino”. O executivo municipal aprovou a atribuição da ajuda na passada quarta-feira, em reunião pública, uma vez que “privilegia projectos integradores, inclusivos e com forte incidência na entidade local e da preservação da história”.

RESPOSTA A PS E PSD

Gestão CDU espera que a oposição viabilize Orçamento Municipal de “rigor e transparência” SETUBALENSE

Documento espelha “programa sufragado com apoio maioritário dos setubalenses”. Votação realiza-se hoje Mário Rui Sobral A gestão CDU da Câmara de Setúbal espera que a oposição (PS e PSD) viabilize o Orçamento Municipal para 2022, que é votado pelo executivo esta terça-feira, a partir das 16h30, em reunião pública extraordinária nos Paços do Concelho. Para a maioria que governa a autarquia, o documento previsional – no valor de 145 milhões de euros – caracteriza-se “pelo rigor e transparência assentes na sustentabilidade financeira do município associada à elevada exigência de qualidade do exercício das competências municipais na prestação de serviços aos munícipes e na atractividade ao investimento”. O líder concelhio dos socialistas, Paulo Lopes, e o vereador social-democrata, Fernando Negrão, assumiram em declarações a O SETUBALENSE publicadas na edição desta segunda-feira, que os partidos que representam estão disponíveis para viabilizar, através de abstenção, o orçamento para o próximo ano. Ambos salientaram, porém, que a gestão CDU terá de cumprir mínimos para

Orçamento Municipal é votado a partir das 16h30, em reunião pública extraordinária nos Paços do Concelho

contar com essa viabilização e destacaram a redução do IMI para 0,40% como ponto fundamental. A reacção solicitada por O SETUBALENSE ao executivo CDU surge agora, com a gestão liderada por André Martins a lembrar que o orçamento “corresponde ao exercício previsional que suporta a concretização do programa eleitoral sufragado nas autárquicas de Setembro passado e que obteve apoio maioritário dos eleitores”. Sem se pronunciar sobre a descida do imposto – que está também agendada na ordem de trabalhos desta sessão

–, a maioria CDU aponta algumas das prioridades vertidas no orçamento, que “tem como objectivo prosseguir o projecto de transformação do concelho, agora numa nova fase”. E sublinha a aposta “na melhoria da manutenção do espaço público, dos espaços verdes e na higiene urbana”. A habitação é uma das prioridades assumidas. No documento está previsto o início de “um processo de investimento na requalificação dos bairros de habitação pública municipal e na construção de fogos de habitação de renda apoiada e de renda

acessível”. Medida que, de acordo com o executivo CDU, constitui um “significativo esforço no que será um contributo municipal na garantia do acesso à habitação, respectivamente a famílias com baixos rendimentos e a famílias com rendimentos médios sem capacidade para adquirir habitação própria ou arrendar no quadro do mercado de arrendamento actual”.

Dívida da Águas do Sado fica sem resposta

Além disso, o orçamento “prossegue importantes projectos de investimen-

to, como a 3.ª fase da reabilitação do Convento de Jesus (monumento nacional), a sustentação das encostas do Forte de S. Filipe, a conclusão da construção do Centro de Saúde de Azeitão e a requalificação da EN 104 no troço da Península de Mitrena”. Ao mesmo tempo, a gestão CDU frisa que este “será um orçamento de mudança de ciclo autárquico e de fundos comunitários”. “O próximo será um ano de preparação de projectos e de desenvolvimento de candidaturas a financiamentos no âmbito do PRR (habitação, saúde, territórios desfavorecidos, acessibilidades, entre outras áreas) e de outros fundos comunitários”. Quanto às críticas duras recebidas pela inscrição de uma dívida da Águas do Sado à autarquia, no valor de 28,9 milhões de euros, a gestão CDU recorda que, “após a privatização das águas e do saneamento em 1997 pelo então executivo do PS, este será também o orçamento que irá garantir a transição para o município da gestão das águas e saneamento”. Por responder fica a questão levantada pelo PS: “Como é que a Câmara chega ao ponto de se estar no último ano de concessão para assumir que tem a receber este montante monstruoso?” O orçamento terá também de ser ratificado pela Assembleia Municipal de Setúbal, onde a CDU conta com 17 eleitos (cinco por inerência), o PS com 10, o PSD com seis, o Chega com dois e o PAN e a IL com um deputado cada. PUBLICIDADE


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Setúbal IAM

O momento contou com presença do vereador da Câmara Municipal de Setúbal Pedro Pina e do professor Fernando Rosas, que escreveu o prefácio da obra, e moderação por José Teófilo Duarte

“Obras como esta são fundamentais para repôr a verdade histórica”

APRESENTAÇÃO

Novo livro de Albérico Afonso Costa reforça importância da história local setubalense Com janela de tempo entre 1933 e 1949, obra faz retrato da cidade na “resistência a Salazar” Inês Antunes Malta Albérico Afonso Costa, professor e historiador setubalense, apresentou, na tarde de sábado, a sua mais recente obra “Setúbal sob o Estado Novo - a resistência a Salazar”. A sala José Afonso da Casa da Cultura recebeu o autor, o vereador da Cultura da Câmara Municipal de Setúbal, Pedro Pina, e o professor Fernando Rosas para uma conversa sobre o livro que

se divide entre as dificuldades da oposição ao Estado Novo nos primeiros anos da consolidação do regime (1933-38), a guerra civil de Espanha, a conjuntura do pós-guerra e as eleições à Presidência da República de 1949. A moderação esteve a cargo de José Teófilo Duarte. “Embora a história não sirva para julgar o passado, deve ser um dos instrumentos de análise, de interpretação crítica desse passado e também um material que nos faz perceber o mundo”, começou por dizer Albérico Afonso Costa no momento de apresentação da publicação. “Para além dos quatro grandes temas que norteiam este livro, nele incluo notas biográficas de 243 presos políticos que nasceram ou viveram em Setúbal, neste período de 1933

a 1949. Fi-lo porque penso que é muito importante homenagear essas mais de duas centenas de pessoas, anónimas, que ninguém conhece, que na história da cidade ficaram esquecidas e foram tão importantes. Deram o corpo às balas, conseguiram resistir ao regime”, afirmou. Dos conteúdos publicados fazem igualmente parte a secção “A Guerra vista pel’O SETUBALENSE” e uma cronologia que, de acordo com o autor, “poderá ser um recurso para alunos e professores no sentido de poderem iniciar outras investigações, tratar temas muito diversificados. São mais de 800 entradas possíveis com temas da história social, política, económica e religiosa que se constituem como pontos de partida para trabalhos futuros”.

Faltava a história da resistência operária e popular ao regime fascista (...) sobretudo numa cidade com o passado que tem Setúbal Fernando Rosas

“A ditadura do Estado Novo oprimiu Portugal durante 48 anos, teve como base a liquidação das liberdades mais elementares. É necessário, no momento em que se assiste a uma enorme campanha de falsificação da história e ao branqueamento da ditadura, falar dos 48 anos que muitos pretendem desculpabilizar ou amaciar, da ditadura que se impôs e sobreviveu pelo medo”, lembrou o vereador Pedro Pina na intervenção que realizou na tarde de sábado, em representação do presidente do município setubalense, André Martins, que por motivos de agenda não pôde comparecer. “Obras como esta, uma janela aberta entre 1933 e 1949, são fundamentais para repôr a verdade histórica de um dos períodos mais negros da história de Portugal e permitem destacar a luta e resistência ao fascismo”, continuou. Nas suas palavras, “Setúbal sob o Estado Novo” é “um importante contributo para compreendermos melhor o nosso tempo, através da memória, e para sermos capazes, porque também é resistir é vencer, como dizia José Mário Branco”, assegurando que “da parte da Câmara Municipal, seremos resistentes ao lado da memória para conseguirmos construir um presente para um futuro em que todos acreditamos”. Para Fernando Rosas, autor do prefácio “Setúbal, anos de chumbo”, este primeiro de dois volumes, em que o segundo prolongará a investigação “até ao 25 de Abril”, traz “um outro lado da história que faltava”. No seu entender, “faltava a história da resistência operária e popular ao regime fascista” e a publicação desta investigação constitui “um notório enriquecimento da história da oposição, sobretudo numa cidade com o passado e a importância que tem Setúbal na história do movimento operário e da resistência anti-fascista”. Esta obra vem, assim, “demonstrar a importância da história local. A história local é muito importante porque ratifica ou contraria aquilo que são os padrões gerais, o que é o cânone. Há um cânone historiográfico sobre este período mas depois a história local enriquece-o ou contraria-o”.


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Turismo recupera após crise provocada pela pandemia p26

OPINIÃO Manuel Henrique Figueira

Um novo e importante contributo para a História de Setúbal

C

aro leitor, acabou de sair Setúbal sob o Estado Novo: a resistência a Salazar (1933-1949), que é o 1.º volume da 4.ª obra de um vasto projecto sobre a História de Setúbal (e concelho). O projecto, que cobre os anos de 1248 a 1975, é uma tarefa de fôlego do historiador Albérico Afonso Costa, nome bem conhecido na cidade do Sado, a cuja história se tem dedicado desde há muitos anos. Em resultado desse trabalho, árduo e solitário, a maior parte passado no pó dos arquivos, a outra parte no isolamento da escrita, já dispúnhamos de três obras. Ficamos a aguardar o 2.º volume, que finalizará o projecto e corresponderá aos anos de 1949 a1974. Por razões práticas da investigação, ou outras que só o autor sabe, estes dois volumes, de 1933 a 1974, foram ultrapassados, cronologicamente, pela publicação da 3.ª obra, em 2017, que cobre 1974 e 1975. As obras publicadas têm estruturas diferentes. A primeira, História e Cronologia de Setúbal (1248-1926), de 2011, é o tipo de cronologia habitual – uma ordenação temporal dos acontecimentos – composta por entradas cronológicas por anos, dias e meses, em que cada facto mais simples ou acontecimento mais complexo é registado nessa data através de um pequeno texto descritivo. O conjunto das entradas cronológicas é separado por épocas histórico-cronológicas (Setúbal Pré-Romana, Medieval, Moderna, Liberal e Republicana), que são introduzidas por textos explicativos de média dimensão que enquadram cada época. Um vasto conjunto de reproduções de documentos, fotografias e outras imagens de personalidades e acontecimentos

completa a cronologia. Trata-se de um instrumento de trabalho muito útil para os investigadores e para o público em geral, pois dá-nos a «fibra do passado, o sentido da existência, a memória e a identidade das cidades», como refere o autor no prefácio. A segunda, Setúbal sob a Ditadura Militar (1926-1933), de 2014, abre uma grande janela sobre o acontecimento marcante – a instauração da Ditadura Militar – que muda a natureza política do regime (e abre a porta ao Estado Novo), dando o nome a esse período. A análise aprofundada desse acontecimento é seguida por uma cronologia, que continua a iniciada em 1248, na 1.ª obra. A terceira, Setúbal, cidade vermelha: sem perguntar ao Estado qual o caminho a tomar (19741975), de 2017, tem uma estrutura semelhante à da obra anterior, centrando-se nos acontecimentos histórico-políticos e sociais dos anos de 1974 e 1975. Neste projecto teria cabido, plenamente, uma 5.ª obra sobre a I República (1910-1926), tema que o autor publicou no âmbito das comemorações do centenário deste acontecimento marcante, em 2010, com o título: Setúbal: Roteiros Republicanos. A estrutura do livro é um pouco diferente da dos anteriores. Na maior parte dele faz-se a abordagem descritivo-interpretativa dos acontecimentos durante este período do Estado Novo, num registo por capítulos, pontos e subpontos, como é habitual na maior parte dos livros de História (e inclui algumas conclusões). A seguir, continua a cronologia das duas obras anteriores (1248-1926 e 1926-1933), completada com a informação de uma vasta reprodução de documentos, fotografias e outras imagens de perso-

Albérico Afonso Costa, quando completar estas quatro obras, será o historiador com o mais vasto e completo contributo para a História Contemporânea de Setúbal

nalidades e acontecimentos. No fim, traz uma lista com o perfil dos 244 presos, esclarecedora da natureza do Estado Novo e do tempo histórico e acontecimentos que narra. Todo o conteúdo é sobre o período de maior repressão do novo regime do Estado Novo – os anos de chumbo – que ocorreu, primeiro, por necessidade da sua afirmação como «a única alternativa patriótica e salvadora da pátria». Depois, por necessidade de luta contra o que ainda existia da resistência operária e popular, até tentar extirpar, de vez, os restos do chamado «cancro bolchevista». É um período em que ocorrem as piores crises da indústria conserveira, o 18 de Janeiro de 1934 (auge da luta contra a instauração do novo regime e estertor do movimento reviralhista e sindicalista), a Guerra Civil de Espanha e a II Grande Guerra. Apesar de todo o ambiente hostil à continuação da luta contra o novo regime, são inúmeros os episódios relatados da sua continuação em condições muito desiguais e adversas para o que resta do movimento oposicionista. Foram anos duríssimos, em especial para os trabalhadores, num tempo sem Estado Social nem, sequer, subsídio de desemprego, tempo de vingança do patronato pelo susto do tempo da I República. Mas o livro fala-nos também do outro lado, de dentro do regime, das contradições, lutas intestinas entre facções e entre instituições e suas competências. Em 1944, era este o retrato que o novo Governador Civil traçava: «Isto é o pior que há em Portugal sob o ponto de vista de condições de vida das classes

operárias». A tradição historiográfica de Setúbal, que tem estabelecido a sua História e ajudado a construir a sua identidade, tem tido o relevante contributo de muitos nomes, refiro só alguns (sem desprimor para os outros): Almeida Carvalho, Manuel Maria Portela (cujos manuscritos foram a base da obra de Alberto Pimentel), Laurinda Abreu, e, não sendo historiadores no sentido usual do termo, Carlos Tavares da Silva e Joaquina Soares, que, para um período mais recuado (através da arqueologia), nos têm posto, literalmente, a nu as provas enterradas do passado longínquo de Setúbal e feito a sua leitura, contextualização e interpretação histórica. Albérico Afonso Costa, quando completar estas quatro obras, junta-se-lhes por direito próprio como o historiador com o mais vasto e completo contributo para a História Contemporânea de Setúbal.

Munícipe de Palmela manuelhenrique1@gmail.com


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Palmela

NA BIBLIOTECA MUNICIPAL

BREVES

Pinhal Novo já tem estação meteorológica instalada

PALMELA

DR

Equipamento permite avaliar precipitação intensa, ondas de calor e de frio e ventos fortes, entre outros fenómenos

“Ademar - Aventuras de um Degredado nas Colónias” intitula o livro, da autoria de Adriano Leite de Vascocncelos, que vai ser dado a conhecer já amanhã na Biblioteca Municipal de Palmela. A sessão de apresentação, que se inicia pelas 17 horas, vai contar com a presença do autor, confirmou a Câmara Municipal ao mesmo tempo que lembra

Mário Rui Sobral A Biblioteca Municipal de Pinhal Novo já tem instalada uma estação meteorológica para monitorização dos processos atmosféricos. O equipamento foi montado no passado dia 10, ao abrigo do “projecto 'Clima.AML - Rede de Monitorização e Alerta Meteorológico Metropolitano”, anunciou a Câmara Municipal de Palmela. De acordo com a autarquia, o referido projecto é “financiado pelos EEA Grants e decorre da fase de implementação do Plano Metereológico de Adaptação às Alterações Climáticas [PMAAC] da Área Metropolitana de Lisboa [AML]”. O projecto tem como objectivo “a criação de uma solução integrada para a monitorização meteorológica em contexto urbano, a concretizar através da rede de 18 estações meteorológicas dos municípios da AML e de uma plataforma 'on-line', que analisará os dados e in-

Adriano Leite de Vasconcelos apresenta livro amanhã na biblioteca que a iniciativa irá obedecer às “regras da Direcção-Geral da Saúde [de prevenção à covid-19] em vigor”. Adriano Leite de Vasconcelos, salienta a autarquia, “nasceu em Moçambique, Beira, em 1957, e completou a licenciatura em Inglês, Relações Internacionais e Francês na Universidade de Witwatersrand (África do Sul), em 1983”.

APOIO

A estação meteorológica vai permitir acções de prevenção à protecção civil

formações meteorológicas”. O “Clima.AML”, explica o município de Palmela, “permitirá avaliar os fenómenos meteorológicos extremos (precipitação intensa, ondas de calor, ondas de frio, susceptibilidades climáticas, vento forte) e apoiar acções preventivas por parte das autoridades de protecção civil, segurança e saúde”. Além disso, é considerado também como “uma ferramenta imprescindível no suporte de medidas na adaptação às alterações climáticas nos municípios da AML”, para a elaboração, em curso, “do Plano Local de

Adaptação às Alterações Climáticas (PLAAC) em Palmela”. A edilidade faz ainda notar que o projecto está em sintonia “com os objectivos para o desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas, aprovada em Setembro de 2015 por 193 membros”, como resultado do “trabalho conjunto de governos e cidadãos de todo o mundo”, tendo em vista a criação de “um novo modelo global de combate à pobreza, promoção da prosperidade e bem-estar, protecção do ambiente e combate às alterações climáticas”.

Associação de agricultores do distrito recebe €1.300 da autarquia A Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal encaixou um apoio financeiro de 1.300 euros, atribuído pela Câmara Municipal de Palmela. O subsídio foi aprovado, por unanimidade, na reunião pública do executivo realizada no passado dia 13. A verba destina-se a apoiar “o trabalho técnico,

contabilístico e de consultoria, desenvolvido no terreno” bem como “a representação dos agricultores em diversos fóruns, nomeadamente na Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal e na Confederação Nacional de Agricultores”, justificou a autarquia. DR

INICIATIVA DECORRE ATÉ DIA 26

Concurso de vídeos sobre o concelho premeia participantes jovens dos 13 aos 30 anos Está a decorrer até ao próximo dia 26 o concurso “SmartVideo 21 Palmela”, que premiará os melhores três trabalhos de participantes de dois escalões etários. Com o tema “Concelho de Palmela e o seu Património”, a iniciativa (gratuita) é promovida pela Câmara Municipal e dirigida a dois grupos de interessados – dos 13 aos 17 anos e dos 18 aos 30 –, que “residam, estudem ou trabalhem no concelho”, revela a autarquia. “Promover o contacto dos jovens com o concelho na vertente artística, o vídeo enquanto meio de expressão e o trabalho de novos talentos, divulgar o

património cultural do território e estimular e apelar à criatividade e ao espírito inovador” são, segundo o município, os objectivos desta acção. Os interessados podem enviar para votação, até ao próximo dia 26, “até dois vídeos com um máximo de 21 segundos de duração cada, captados este ano, no concelho”. Os envios devem ser feitos para “o e-mail juventude@cm-palmela.pt, juntamente com a ficha de inscrição (disponível no Facebook Juventude Interactiva e no site www.juventudeinteractiva. org) e acompanhados de uma descrição”, indica a autarquia.

A votação, acrescenta a edilidade, “vai decorrer nas duas últimas semanas de Dezembro, através do Facebook Juventude Interactiva e por um júri de três membros escolhidos pela município”. Quanto aos prémios, os autores dos três melhores vídeos em cada um dos dois escalões etários vão ter direito a vouchers Worten. Os participantes dos 13 aos 17 anos recebem vouchers no valor de €100 (1.º lugar), €75 (2.º lugar) e €50 (3.º lugar). Os vouchers para os participantes dos 18 aos 30 anos são de €130 (1.º), €90 (2.º) e €60 (3.º).

LEGISLATIVAS

Bolsa de agentes eleitorais com inscrições abertas até 6 de Janeiro Arrancaram ontem e estarão abertas até ao próximo dia 6 as inscrições para a Bolsa de Agentes Eleitorais, tendo em vista as legislativas que vão decorrer no próximo dia 30. “As candidaturas deverão ser realizadas através de boletim de inscrição, mediante apresentação da documentação constante no edital, nos postos de atendimento

municipal (Palmela e Pinhal Novo) ou na sede da Junta de Freguesia da respectiva circunscrição”, anunciou o município. Os interessados podem ainda inscrever-se “em qualquer momento através da plataforma online https:// www.eueleitor.mai.gov.pt/pt/”. Os agentes eleitorais recebem uma gratificação isenta de tributação.


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Centro de vacinação em Pinhal Novo encerra no Natal e Ano Novo

O Centro de Vacinação de Palmela, em funcionamento nas instalações da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos, na freguesia de Pinhal Novo, vai estar encerrado nos

períodos festivos de Natal e Ano Novo, entre os dias 23 e 26 de Dezembro e 30 de Dezembro e 2 Janeiro. Em comunicado, a autarquia explica que “fora dos referidos períodos, o

INSCRIÇÕES JÁ A DECORRER

NATAÇÃO

Leonor Parente é campeã a dobrar

Programa de exercício físico para maiores de 50 anos volta ‘à carga’ em todas as freguesias DR

Maria Carolina Coelho O programa de exercício físico promovido pela Câmara Municipal de Palmela, em conjunto com a Palmela Desporto, está de regresso a todas as freguesias do concelho, com o objectivo de colocar a população com idade igual ou superior a 50 anos ‘a mexer’, ao disponibilizar “actividades gímnicas, aquáticas e dança”. As sessões, para as quais já estão abertas as inscrições, decorrem na Sociedade Recreativa e Cultural do Povo do Bairro Alentejano e no Clube Portais da Arrábida, na freguesia de Quinta do Anjo, nos Bombeiros Voluntários de Palmela e nas piscinas municipais de Palmela e Pinhal Novo. Na União de Freguesias de Poceirão e Marateca, por sua vez, as actividades vão realizar-se no Centro Cultural de Poceirão, na Lagoa do Calvo, na Aldeia Nova da Aroeira e no Pavilhão Multiusos de Águas de Moura. Na freguesia de Palmela, os Bombeiros Voluntários recebem às segundas-feiras, entre as 11h30 e as 12h15, actividades gímnicas, e às quartas-feiras, das 10h45 às 11h30, aulas de dança. Já às sextas-feiras há dose dupla de

centro continuará a proceder à inoculação da 3.ª dose da vacina contra a covid-19 e à vacinação contra a gripe sazonal, de acordo com as orientações do ACES Arrábida”.

Leonor Parente, nadadora que representa a Palmela Desporto, sagrou-se campeã nos 200 metros livres e nos 50 mariposa no Torneio Zonal de Juvenis, que decorreu nos últimos dias 17, 18 e 19 em Tomar. Além dos dois títulos, a atleta (Juvenil A) – única representante da Palmela Desporto na competição – conseguiu ainda um 3.º lugar nos 50 metros costas, ficando

à porta do pódio em outras duas distâncias: foi 4.ª classificada nos 100 metros mariposa e nos 100 metros costas. O Torneio Zonal realizado em Tomar contou com a participação de 155 nadadores em representação de 48 clubes, entre os quais o Clube Naval Setubalense, a Gesloures, a SFUAP, o Sport Lisboa e Benfica e o Clube Natação do Tejo. DR

actividades aquáticas, a acontecer na Piscina Municipal, entre as 09h45 e as 10h30 e as 11h15 e as 12 horas. Em Pinhal Novo, por sua vez, as segundas-feiras reservam actividades gímnicas entre as 09h30 e as 10h15, sendo que às terças-feiras será tempo de praticar actividades aquáticas, disponíveis entre as 11h15 e as 12 horas e as 15h45 e as 16h30, que voltam a repetir-se a meio da semana, entre as 10h30 e as 11h15, às quintas-feiras, entre as 15h45 e as 16h30 e às sextas-feiras, entre as 11h15 e as 12 horas. Para a colectividade do Bairro Alen-

tejano, onde vão acontecer às segundas-feiras sessões de dança, entre as 09h00 e as 09h45, e às sextas-feiras actividades gímnicas, entre as 09h25 e as 10h10, a autarquia vai garantir o transporte dos inscritos a partir de Janeiro de 2022. O programa completo encontra-se disponível no site da edilidade. Os interessantes podem formalizar a sua inscrição “nas secretarias das piscinas municipais”, sendo que para “mais informações devem contactar através do e-mail geral@palmeladesporto. pt ou de 212 337 140 e 212 389 900.

PARA JANEIRO E FEVEREIRO

Oficinas vão ensinar jovens e microempresas a utilizarem o LinkedIn e o Paypal Os jovens e as microempresas em início de vida que pretendam aprender a utilizar o LinkedIn e o PayPal podem agora inscrever-se nas três formações planeadas para os meses de Janeiro e Fevereiro, promovidas pela Câmara Municipal de Palmela, no âmbito do Programa de Acção para a Capacitação dos Jovens e das Microempresas em Início de Actividade (Incubadora de Empresas). O referido programa, dinamizado em parceria com a Rato - Associação para a Divulgação Cultural e Científica e a DYPALL NETWORK - Associação para o Desenvolvimento da

Participação Cidadã, tem para já programadas três formações: LinkedIn para Utilizadores Individuais, LinkedIn para Organizações e PayPal. A primeira sessão acontece a 13 de Janeiro, entre as 15 e as 17 horas, na qual os participantes vão aprender a “reconhecer o interface e a configurar um perfil individual no LinkedIn, nomeadamente as funcionalidades de configuração de perfil, publicações e interacções com outros utilizadores, grupos e páginas”. Já a 27 de Janeiro, entre as 15 e as 17 horas, é tempo de ensinar aos interessados como “criar, configurar e gerir uma página de LinkedIn,

nomeadamente actualizar e desenvolver dinâmicas de comunicação”. Para Fevereiro, mais precisamente no dia 10, no mesmo horário das anteriores, está programada a oficina dedicada ao PayPal, em que “pretende-se que os participantes saibam criar e utilizar uma conta pessoal e de empresa, identificando os cuidados necessários na gestão de pagamentos da plataforma”. As três formações têm a duração prevista de duas horas, sendo que para mais informações deve ser enviado um e-mail para desenvolvimentoeconomico@cm-palmela.pt.

M.C.C.

PISTA DE ATLETISMO

Município e Quintajense garantem novo parceiro A Câmara Municipal de Palmela e o Quintajense Futebol Clube rubricaram ontem, à tarde, o aditamento ao contrato-programa de desenvolvimento desportivo que visa a inclusão de mais um investidor na construção de uma pista de atletismo no Centro de Lançamentos. A formalidade foi cumprida no bar do Quintajense. “Com este aditamento, aprovado por unanimidade na reunião pública de 6 de Dezembro, o contrato-programa passará a integrar também a Azimuthbenefit Unipessoal, Lda., que comparticipa com uma verba

de €15.000 a obra de construção da pista de atletismo”, revelou a autarquia. Em Setembro último, no âmbito do mesmo contrato-programa o município atribuiu ao clube uma verba de “€36.107, correspondente a 40% do investimento total, na sequência do pedido de apoio à autarquia e da aprovação da candidatura ao PRID 2021+”. Mas a edilidade recorda que “de acordo com a decisão do Instituto Português do Desporto e da Juventude foi apenas concedida a verba de €30.000, valor inferior ao inicialmente previsto”.


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Região DR

OPINIÃO Zoraima Cruz Prado

Fórum Intermunicipal da Saúde defende Hospital de Setúbal

N

o passado dia 16 de Dezembro, a CM de Setúbal acolheu o Fórum Intermunicipal da Saúde, que juntou os Autarcas de Setúbal, Sesimbra e Palmela, Utentes e Organizações Representantes dos Trabalhadores e onde se discutiu como dar continuidade à luta pela valorização do Centro Hospitalar de Setúbal. Foram elencados vários problemas sob prismas distintos, nomeadamente da perspetiva de quem trabalha no CHS, do utente dos seus cuidados de saúde e ainda dos eleitos com responsabilidades sobre as populações dos concelhos que estão na área de abrangência do CHS. Foram reconhecidos problemas a nível do acesso a cuidados de especialidades várias, por ausência de investimentos que permitam mais valências, bem como constrangimentos na atividade cirúrgica, cujas listas de espera se agravaram com a resposta à pandemia, na realização de Exames Complementares de Diagnóstico cujas opções recaem sobre prestadores privados por meio subvenções ruinosas para o SNS; obras de manutenção e reparação que não se fazem, como é caso da reparação do tecto da Urgência Geral, onde a água cai com a chuva. Da parte dos trabalhadores foram denunciadas condições de trabalho precárias, desrespeito por direitos, ausência de medidas de incentivo como a valorização em sede de Avaliação do Desempenho, que estão na esfera de responsabilidade do Conselho de Administração. Por outro lado, é preocupante a ausência de incentivos à captação e fixação de profissionais, que, nestas condições, têm saído para o sector privado e para o estrangeiro e cuja responsabilidade de resolução é do Governo PS. A conclusão foi, contudo, clara, apesar de não ser opção deste Governo, é possível melhorar o CHS e o SNS, sendo para tanto necessário que a convergência na luta se man-

tenha resiliente, para que o CHS seja requalificado optimizando o seu financiamento. Foram as lutas de autarcas, trabalhadores e utentes, que ao longo de vários anos impuseram melhorias e impediram que o SNS fosse delapidado e reduzido a um serviço assistencialista, que apenas alimenta prestadores privados. A luta faz-se, em continuidade, dia 11 de janeiro de 2022 às 18 horas, na vigília frente ao H. S. Bernardo. Também se faz no dia 30 de janeiro, dia insubstituível para reconhecer aqueles que defendem o SNS e a saúde das populações e optar por reforçar a CDU, força política que na Assembleia da República faz a diferença em defesa do SNS, dos seus trabalhadores e das populações. É portanto crucial perceber como se posicionam os candidatos às legislativas na defesa dos cuidados de saúde das populações, tanto no que se refere ao do CHS como nos Cuidados de saúde primários, já que nos momentos de luta apenas a CDU é uma constante. O Governo PS, apesar de ter um discurso de valorização do SNS, apresentou um Orçamento que mais uma vez optava por empobrecer o SNS e abrir portas a subvenções ruinosas com prestadores privados, contrariando a Constituição da República e a vontade das populações. Por oposição, neste fórum convergiram forças que lutam pela valorização do SNS, em particular do CHS, pela valorização dos seus profissionais motivando a sua fixação, pela concretização urgente das Obras de ampliação no CHS, alteração da sua qualificação e inerente financiamento e ainda o reforço dos Cuidados de Saúde Primários. É possível que o CHS volte a ser uma referência Nacional! É possível valorizar o SNS e ter melhores cuidados de saúde para as populações de Setúbal, Sesimbra e Palmela, essa é a luta e o compromisso da CDU. Eleita da CDU em Palmela

OPERAÇÃO 'FELIZ NAVIDAD'

PSP detém família de carteiristas que operava em todo o País Grupo de quatro mulheres e um homem centrava-se, sobretudo, em Seixal, Barreiro, Montijo, Amadora, Cascais e Loures Cinco carteiristas, quatro mulheres e um homem, todos de uma mesma família residente na zona de Palmela, foram detidos pela Polícia de Segurança Pública (PSP) após uma investigação que durava há cerca de um ano. O grupo actuava por todo o País e foi detido no passado dia 13. Quatro ficaram em prisão preventiva e um com apresentações periódicas às autoridades, anunciou na última sexta-feira a PSP. Em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) da PSP revelou que as quatro mulheres – com idades entre os 30 e os 70 anos e o homem de 45 anos – são oriundos da América do Sul. De acordo com as autoridades, o grupo estava a ser investigado desde finais de 2020, altura em que

aumentaram os furtos de carteira em supermercados, centros comerciais e outras lojas de comércio, “estando todos eles associados a levantamentos de dinheiro e pagamentos feitos com os cartões bancários provenientes desses furtos”. Apesar de operar por todo o País, a acção do gang centrava-se na zona de Lisboa e arredores, como Seixal, Barreiro, Montijo, Amadora, Cascais e Loures. Mas, segundo aquela força de autoridade, há também registo de furtos entre Coimbra e Tavira, passando por Leiria, Abrantes, Caldas da Rainha, Alcobaça, Faro e até regiões autónomas.

Apanhados na Costa e Sobreda de Caparica

Um furto num supermercado no concelho da Amadora desencadeou as investigações, que culminaram agora no desmantelamento deste bando. Os polícias reuniram informação ao longo do último ano que permite indiciar o bando em 30 furtos de carteira e 13 burlas informáticas (levantamentos de dinheiro e pagamentos com os cartões furtados) sendo que, com estes furtos e burlas, causaram um prejuízo total às vítimas de cerca de

21.500 euros. No mesmo comunicado, a PSP adianta que o gang era constituído por suspeitos da mesma estrutura familiar, a qual era liderada pela mulher mais velha que, com 70 anos, dirigia as suas filhas, filho e netas a partir da zona de Palmela. Além dos cinco carteiristas agora detidos estão indiciados mais dois, igualmente da mesma família. No dia 13, segunda-feira, foram localizadas três mulheres do grupo na zona do Seixal, tendo as autoridades surpreendido o gang em plena actividade criminal no momento em que as três, após furtarem uma carteira a uma cliente idosa no interior de um estabelecimento comercial, deslocaram-se a um caixa multibanco, onde levantaram 400 euros em dois levantamentos, fugindo do local com uma viatura. Acabaram por ser detidas já na zona da Costa de Caparica. Mais tarde, e no seguimento da operação para neutralização do bando, as autoridades procederam à detenção, desta vez fora de flagrante delito, dos outros dois suspeitos visados no inquérito, o homem na Costa de Caparica e outra mulher, na Sobreda da Caparica. RCP//MLS/Lusa


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Carlão em Amora e pirotecnia em todas as freguesias animam noite de fim-de-ano

Fogo-de-artifício em todas as freguesias do concelho e um concerto de Carlão na zona ribeirinha de Amora, prometem uma passagem de ano em grande no Seixal. Na sextafeira, 31 de Dezembro, as portas na frente da baía em Amora abrem às 21h00, e o espectáculo para receber

2022 sobe ao palco das 22h00 às 23h55. A entrada é livre, limitada à lotação do espaço, sendo obrigatória a apresentação de certificado digital covid, ou comprovativo de vacinação ou de realização laboratorial de teste com resultado negativo. É obrigatório o uso de máscara.

FESTA DE NATAL

Autarcas e utentes de saúde voltaram a afirmar que não esquecem construção do hospital

ISO 9001

Câmara acabou de receber certificação pela prestação de serviços de qualidade Humberto Lameiras

DR

Uma dúzia de anos depois de ser prometido, o Hospital do Seixal ainda não saiu do papel. Este ano a reivindicação voltou a ouvir-se José Augusto Como vem acontecendo desde há anos, a Festa de Natal promovida no Seixal foi marcada pela reivindicação sobre a construção do hospital no concelho. Um protesto que une autarcas, Comissão de Utentes da Saúde e população a lembrar que vários governos têm prometido a construção desta unidade, mas a mesma continua no papel. O próprio primeiro-ministro, António Costa, em visita ao concelho do Seixal, em Dezembro de 2016, prometeu que a construção do novo hospital iria avançar no ano seguinte, e apontava este equipamento como fundamental para retirar a pressão sobre o Hospital Garcia de Orta, em Almada. Neste momento, há terreno, mas continua sem haver obra. A Festa, organizada pela Câmara, juntas de freguesia, Comissão de Utentes da Saúde e Plataforma “Juntos pelo Hospital do Seixal” decorreu na tarde do passado sábado, no Pavilhão Desportivo Municipal Leonel Fernandes, que encheu para receber a iniciativa “Mais Um Natal sem Hospital do Seixal”. Um espaço baptizado com o nome de um desportista icónico no concelho, que morreu recentemente, cuja construção começou por ser pensada por um grupo de operários da antiga fábrica Mundet, uma das maiores do País no sector corticeiro.

Promessa assinada desde 2009

A recordar a longa luta pelo construção do Hospital do Seixal, o presidente da Câmara Municipal, Joaquim Santos,

Joaquim Santos lembrou que a promessa do hospital começou em 2009

durante a iniciativa de festa e protesto, apontou que, “em 2009, foi assinado um protocolo com o governo de então”, que previa a entrada em funcionamento da unidade hospitalar em 2012. Entretanto, em 2015, o Governo já liderado por António Costa, reconheceu a urgência da construção do hospital, “que ficaria pronto em 2021”. O facto é que, neste momento, ainda nem projecto existe, o que levou o presidente da Câmara, (CDU) provavelmente já com os olhos nas legislativas de 30 Janeiro, a afirmar que é preciso “escolher um governo que atenda em primeiro lugar às necessidades das populações, uma das quais é o Hospital do Seixal”. Sendo assim, declarou, “não desistimos. Juntos, vamos continuar a lutar pelo Hospital do Seixal”. Por sua vez, João Lourenço, da Comissão de Utentes, interveio para denunciar a “mentira dos sucessivos governos”, quanto ao prometido hospital. E também ele asseverou: “nunca abandonaremos uma luta, por mais dolorosa que ela seja”. Perante esta persistência, mostramos que “somos resilientes”, como por certo “diria a ministra da Saúde”. Foi ainda lembrado que a Câmara do Seixal já despendeu 6 milhões de euros no ataque à pandemia, o que levou o orador a comentar que “uns

mentem, outros pagam”. Alertou, ainda, para a “manipulação informativa” que campeia no País em relação aos problemas sanitários.

Solidariedade dos artistas

Na iniciativa “Mais Um Natal sem Hospital do Seixal”, foram vários os artistas que manifestaram solidariedade para com esta luta do município, e todos eles se referiram à insensibilidade dos governos que, por razões de custosa explicação, submete parte considerável da Península de Setúbal à magoada penúria de cuidados de saúde. Pelo meio ouviu-se o comentário que “cultura é a saúde da alma” a que se acrescentou: “sem saúde física não há alma que resista” Antes das intervenções, passaram pelo palco montado no pavilhão uma mão cheia de artistas conhecidos do público. Abriu o espectáculo a fadista Diamantina Rodrigues, à qual se seguiram, David Ventura, Vozes do Atlântico (coro infantil do colégio com o mesmo nome), Vítor Paulo, Toy, Dany Silva, Maria de Lourdes, Diana Soares, Jean Cremona, David Antunes e Berg, Tiago Mestre e Joana Mestre, Ricardo Mestre, os Banza e Mário Barradas. Os Anjos, sempre muito aplaudidos, fecharam o concerto.

Seixal

A Câmara do Seixal é agora a segunda do Distrito de Setúbal, e a 13.ª do País, com todos os serviços certificados, com o Sistema de Gestão da Qualidade. “Isso é importante porque demonstra a maturidade da organização, o compromisso que temos para com o serviço público de qualidade e o elevado nível de interacção entre as várias unidades orgânicas da Câmara Municipal do Seixal”, comenta o presidente Joaquim Santos. Diz ainda o autarca que “este foi o primeiro passo; o próximo é prestar todos os serviços de acordo com o que foi definido”. Um funcionamento que acabou de ser aferido por uma empresa externa, de acordo com os requisitos que a norma ISO 9001 obriga. Segundo Carlos Rodrigues, auditor

coordenador da auditoria externa de concessão, “os pontos fortes” encontrados na estrutura orgânica dos serviços da Câmara passam pelo “envolvimento das pessoas”, ou seja, “há uma cultura interna que permite demonstrar esse envolvimento e participação, sentimento de pertença num sistema de gestão transversal à organização”. Outro ponto que indica como forte “é o envolvimento da presidência do município, que conhece bem todos os dossiers e problemas”. CMS

EQUIPAMENTO

Autarquia tem em curso obras de requalificação do Centro de Recolha de Animais Está a ser preparado o concurso para lançamento da construção do novo canil e gatil municipal Parte do edifício do Centro de Recolha Oficial de Animais de Companhia do Seixal (CROACS) está a ser requalificada pela Câmara Municipal, com o objectivo de “melhorar as condições de trabalho para os actuais funcionários e para os que vão ser colocados”, estando a decorrer até 28 de Dezembro um concurso “para a contratação de dois médicos veterinários”, refere o vereador Bruno Santos.

“É importante continuar a dotar o CROACS com o número de trabalhadores necessário, além de médicos veterinários”, acrescenta. Segundo explica a autarquia, esta empreitada tem no caderno de obra a colocação de pavimento vinílico, substituição de rede eléctrica e de caixilharias, criação de instalações sanitárias e nova entrada e, ainda, a instalação de aparelhos de ar condicionado. Entretanto, refere o vereador responsável pela área do Ambiente no município que a Câmara “está a preparar o concurso para a obra do novo canil e gatil municipal”, e sublinha: “O nosso objectivo é que os animais que recolhemos possam ser adoptados e bem tratados na nova família”.


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Seixal AMBIENTE

BREVES

Executivo aprova 13,5 mil euros para apoiar associações a instalar sistemas fotovoltaicos

CORROIOS

DR

O Seixal tem 3 mil horas de exposição solar anual, pelo que os painéis fotovoltaicos são vantajosos

Professores, alunos e auxiliares de acção educativa do jardim-de-infância da Quinta de São Nicolau inauguraram no logradouro da escola a casa do Pai Natal. Um projecto pedagógico que contou com o apoio logístico dos trabalhadores da Junta de Freguesia de Corroios. A abertura do espaço contou com a presença da Professora Elisabete Ferro, da Directora do Agrupamento, Ana Sofia, e do presidente da Junta Hugo Constantino.

Humberto Lameiras A aposta na energia fotovoltaica está numa primeira linha de actuação ambiental da Câmara Municipal do Seixal que, com este sistema, pretende atingir os compromissos da neutralidade carbónica. Neste sentido, na reunião de Câmara de 15 de Dezembro, foram aprovados vários apoios financeiros para associações do concelho para que estas possam proceder à instalação, nos seus edifícios, de sistemas solares fotovoltaicos. "Este tipo de medidas visam o cumprimento do Acordo de Paris, nomeadamente o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050, incentivando o uso de energias limpas no sentido da descarbonização do concelho e permitindo reduzir os custos da factura paga pelo movimento associativo e instituições sociais, trazendo desta forma uma maior sustentabilidade financeira e ambiental às colectividades e associações", comenta o presidente da Câmara Municipal, Joaquim Santos. Nestes apoios financeiros para uso

Pai Natal tem casa na Quinta de São Nicolau

Sistema apresenta vantagens como a redução de emissões de gases com efeito de estufa, que contribuem para a descarbonização

de energia mais amiga do ambiente, “ao Ginásio Clube de Corroios foi atribuído um apoio no valor de 4 500 euros, e igual valor à Associação de Reformados e Idosos da Freguesia de Amora”, indica a autarquia em nota de Imprensa. O mesmo documento refere que ao “Clube Desportivo e Recreativo Águias Unidas foi atribuída a comparticipação financeira de 4 443,45 euros”, também para instalação de um sistema solar fotovoltaico. Um sistema que apresenta vantagens como a redução de emissões

de gases com efeito de estufa, que contribuem para a descarbonizaçao do concelho ou a auto produção de energia que permite reduzir a factura da água, o que se traduz numa maior sustentabilidade financeira de qualquer instituição. Revela a mesma nota de Imprensa que “o concelho do Seixal tem mais de 3 mil horas de exposição solar anual, apresentando-se a instalação de painéis fotovoltaicos como uma solução extremamente vantajosa”. Na mesma reunião o executivo municipal aprovou um contrato

programa com a Casa do Educador, tendo por objecto a atribuição de um apoio financeiro para a obra da Universidade Sénior do Concelho do Seixal, no montante de 155 450,00. Do mesmo modo foi aprovado um contrato-programa para uma comparticipação financeira no valor de 47 719,39 euros ao Atlético Clube de Arrentela para garantir o apoio necessário para a reformulação da iluminação do campo de futebol de 11 do Complexo Desportivo da Quinta da Boa Hora, no âmbito da promoção da actividade desportiva.

SOLIDARIEDADE

Stand Jasma oferece cabazes natalícios O Stand Jasma ofereceu quinze cabazes de Natal que irão ser entregues a famílias referenciadas pelos serviços sociais da Junta de Freguesia de Corroios. A empresa respondeu assim à campanha de solidariedade lançada pela autarquia nesta quadra natalícia, para ajudar as pessoas mais carenciadas da localidade.

INICIATIVA DIRIGIDA A TODOS

Ecomuseu está a receber contributos para projecto “Relatos de Uma Pandemia” Um conjunto de contributos no âmbito do projecto “Relatos de Uma Pandemia”, enviados por munícipes, que contam como passaram os últimos dias de confinamento, já estão disponíveis através do Ecomuseu Municipal do Seixal, que continua a receber participações para este projecto, o qual consiste na recolha de memórias dos tempos marcados pela pandemia covid-19. Uma iniciativa dirigida a todos que pretendam partilhar os seus

testemunhos em texto, fotografia, desenho, pintura, vídeo ou som. Em Março de 2020, Portugal começou a sentir o flagelo de saúde pública provocado pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que se estava a disseminar por todo o mundo, e afectou gravemente a saúde e vida em sociedade das populações. As medidas fracturantes a que todos foram obrigados, o isolamento, as ruas vazias, a solidão, o medo, o

drama das famílias de quem foi contagiado e os próprios, são temas entre os muitos possíveis de serem abordados sobre a mudança de hábitos a que o confinamento obrigou, e as novas estratégias de vida, caso do teletrabalho, e o ensino à distância. “Os contributos são apresentados em categorias. Os testemunhos recebidos e que continuam a ser recebidos neste projecto de reflexão e construção de memórias sobre o

período actual”, explica a autarquia seixalense. O projecto é direccionado a todas as faixas etárias, escolas, associações de reformados e lares, movimento associativo, bem como todos os que queiram participar. Mais informações podem ser obtidas através do email ecomuseu.cdi@cm-seixal.pt ou telefonicamente pelo número 210 976 112.

H.L.

ARRENTELA

Básica do Casal do Marco tem novo recreio Os alunos da Escola Básica do Casal do Marco passaram a dispor de um novo espaço de recreio para brincarem. A obra a cargo da autarquia, consistiu na colocação de novo pavimento e marcações do campo de jogos. Recentemente também foram colocadas telas de sombreamento.


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Encanto da Baía do Seixal atrai novos negócios ligados ao turismo p30 e 31 LEGISLATIVAS

CDU aponta a 30 de Janeiro com compromisso de desenvolvimento regional

OPINIÃO DR

CDU exige ponte Barreiro – Lisboa, prolongamento do metro de superfície e uma ligação fluvial Cacilhas -Seixal-Barreiro

A comunicação social e a democracia

Q

José Augusto O compromisso eleitoral da CDU para o Distrito de Setúbal, apresentado na tarde de sexta-feira, na centenária Sociedade Filarmónica Democrática Timbre Seixalense, contempla um conjunto de medidas políticas transversais a todas as áreas sociais e económicas, deste a saúde à indústria, transportes e agricultura. Apontando às legislativas de 30 de Janeiro, Eduardo Vieira, da Organização de Setúbal e do Comité Central do PCP, referiu-se a um distrito que tem de comportar uma linha estruturada, a qual deve concretizar a regionalização e o desenvolvimento da actividade produtiva, que implica o apoio à indústria, agricultura e florestas, pesca, mar e estuários, turismo, energia e indústria extractiva. O militante comunista referiu ainda o fomento da criação de emprego com direitos, a melhoria das acessibilidades e transportes públicos, a preservação da qualidade ambiental e da natureza, a gestão pública da água e um eficiente tratamento dos resíduos. Baseando-se ainda no documento sobre o compromisso eleitoral, apontou também como factores de desenvolvimento a segurança social e o apoio à comunidade, a habitação e saúde, o sistema educativo gratuito, democrático e inclusivo, a cultura e o património, desporto e associativismo, comunicações, serviços postais e bancários. O compromisso faz também referência à justiça, segurança das populações, protecção civil e bombeiros. Centrado na questão dos transportes públicos e acessibilidades, Bruno Dias, número dois da lista de candidatos da CDU pelo distrito, apontou que uma das causas do “chumbo do Orçamento do Estado”, que levou à queda do Governo PS, foi por não

Francisco Ramalho

Paula Santos diz que no distrito 20% das pessoas não têm médico de família

“consagrar uma verba de 130 milhões de euros para o transporte social”. Para o candidato, o “transporte do futuro” exige a “construção da ponte Barreiro-Lisboa”, a qual possibilitará a ligação Lisboa-Madrid. Exige também, o “prolongamento do metro de superfície, de modo a servir os concelhos do Seixal, Barreiro, Moita e outros centros populacionais”. Para Bruno Dias é ainda importante estabelecer a ligação fluvial Cacilhas-Seixal-Barreiro, para facilitar as deslocações dentro da Península de Setúbal. Quanto ao novo aeroporto de Lisboa, afirmou que o “Governo não deve ceder à chantagem de uma multinacional, construindo um apeadeiro aéreo no Montijo”. Por sua vez, Paula Santos, cabeça de lista pelo distrito, reforçou a necessidade de levar avante a regionalização e a “reposição das freguesias, segundo a vontade das populações”. A estas reivindicações juntou, entre outras, o “alargamento do passe social até aos 18 anos com um custo de 30 euros”, a garantia das “funções sociais do Estado”, a reposição “dos serviços públicos de proximidade” e a reversão da “privatização dos CTT”. A deputada comunista não deixou

de lado o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os profissionais que o servem. No meio desta pandemia, o “que seria de nós sem o SNS?”, questionou. Por isso, há que criar condições aos seus trabalhadores, como “fixação, remuneração adequada e carreiras ajustadas”. Paula Santos lembrou ainda que “20% da população do distrito não tem médico de família, o que dificulta o acesso aos cuidados de saúde”. Joaquim Santos, presidente da Câmara do Seixal eleito pela CDU, marcou presença na apresentação do compromisso eleitoral da coligação e salientou que este é um “projecto claramente distintivo do das outras forças políticas”. Afirmou que as autarquias da CDU vão dar prioridade à habitação social, às causas dos jovens, à resolução das Áreas Urbanas de Génese Ilegal, à recuperação dos edifícios públicos e rendas apoiadas. E, garantiu, que a Câmara do Seixal vai “reduzir pela sétima vez o valor do Imposto Municipal Sobre Imóveis”, enquanto autarquias vizinhas nem uma vez o fizeram. “A CDU é a única força decisiva em que as populações podem confiar”, afirmou.

uase meio século depois do 25 de Abril, de democracia em Portugal, grandes transformações se verificaram, evidentemente, mas o país está longe, muito longe, de ter atingido patamares de desenvolvimento e de justiça social, que beneficiem equitativamente a maioria dos portugueses. Daí, a justa insatisfação e desilusão em largas camadas da população, que se traduzem, por exemplo, nas altas taxas de abstenção e já nalguma expectativa a novas propostas demagógicas e populistas. Mas a generalidade dos eleitores está devidamente informada e esclarecida sobre as diversas opções que tem ao seu dispor? Os principais órgãos de comunicação social são, como deveriam ser, isentos e pluralistas? Se assim fosse, então o país que temos, seria da inteira responsabilidade dos eleitores. Mas, evidentemente, não é. Alguns exemplos, mesmo da rádio e televisão públicas. Visão Global, é um programa de informação, como o nome diz, global, sobre assuntos nacionais e internacionais, da responsabilidade do jornalista Mário Rui Cardoso com a participação de comentadores convidados. Contraditório, trata-se de outro programa de debate também sobre temas nacionais e estrangeiros, moderado por João Barreiros com os comentadores residentes, António José Teixeira, Luísa Meireles e Raul Vaz. Geometria Variável, mais um programa do género do anterior, da responsabilidade de Maria Flor Pedroso com a participação regular de Nuno Severiano Teixeira e Carlos Coelho. São programas da Antena1 com a duração de uma hora. Na RTP Informação, passa semanalmente, Janela Global, dirigido por

Márcia Rodrigues. Trata-se de quatro programas de comentário e grande informação, como já se disse, da rádio e televisão públicas, sem um único participante, residente, ou rarissimamente convidado apenas no Geometria Variável, da área da oposição. Oposição, leia-se, à esquerda do PS, nomeadamente, do PCP. Este, é um exemplo do panorama da Informação Pública! Diferenças da privada, se as há, ainda são para pior. Portanto, com este “pluralismo”, como é que os eleitores hão-de estar esclarecidos e bem informados? Os leitores deste jornal, podem ver a diferença; escrevem aqui deputados eleitos no distrito de todos os partidos, e diversos colaboradores de todo o espectro político-ideológico. Cabe a quem nos lê, tirar as suas conclusões. Mas quantos órgãos de informação assim como O Setubalense, existem a nível nacional ou mesmo regional? Porque a comunicação social isenta e pluralista é fundamental para a democracia, e esta, para o povo e para o país, e porque estamos já no átrio de mais uma campanha eleitoral tão importante, decidi hoje abordar este tema. E como este nosso mundo, sobretudo agora com a globalização, é uma aldeia, uma “aldeia” com tão sérias ameaças. Veja-se o que se passa no leste da Europa, então não era para se dar voz, ouvir-se, a oposição? Por exemplo, também sobre esta matéria, uma organização vocacionada para tal, como o Conselho Português para a Paz e Cooperação?

Ex-bancário, Corroios


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Opinião

Não foi em meu nome

P

rimeiro os números: 15 dos 17 ocupantes de casas municipais no Laranjeiro foram condenados pelo cometimento de crimes de desobediência e introdução ilegal de local vedado ao público. O processo foi uma iniciativa da Câmara Municipal de Almada. Estas pessoas e famílias ocuparam casas municipais - que estavam desocupadas - por não terem alternativa habitacional nem capacidade para arrendar casa no mercado. Eulália, 72 anos, com uma reforma de 257 euros e que estava a dormir num carro; Emília, 52 anos, que trabalha nas limpezas mas o que ganha não é suficiente para pagar a renda de uma casa onde vive com as filhas e a mãe acamada; e Vanessa, 30 anos, mãe de três filhos com 10 anos, 4 anos e sete meses. No início do processo, uma reportagem do público dizia

que “Eulália, Emília e Vanessa não tinham como pagar uma renda no mercado de arrendamento tradicional e ocuparam casas fechadas em prédios da Câmara de Almada. O Município avançou com queixa-crime por arrombamento e ocupação abusiva”. Factos: estas pessoas ficaram excluídas da possibilidade de candidaturas a habitação social em Almada durante dois anos; Estas pessoas foram condenadas a penas suspensas de prisão e ao pagamento de multas; Estas pessoas serão novamente atiradas para a rua, de onde vieram, mas não de mãos a abanar. Deram-lhes uma sentença que os considera criminosos; São mulheres, são pobres, estão sob camadas de exclusão. A Câmara de Almada ofereceu-lhes agora outra discriminação. As razões: não havia nenhuma

OPINIÃO Joana Mortágua

razão para pedir a um tribunal que fizesse isto. As casas seriam sempre recuperadas através de processos administrativos. O despejo estava garantido; Num dos municípios onde a carência habitacional tem proporções de violação dos direitos humanos, o legado do executivo PS/PSD e da Presidente Inês de Medeiros não é a política de habitação mas um processo crime, pessoal, contra uma dúzia de famílias em puro desespero. A rua não era suficiente para se fazer justiça; Quiseram fazer destas pessoas um exemplo, passar uma mensagem: ser pobre não é uma condição que mereça atendimento. Devem ir para a fila, aguardar a sua vez mesmo quando a fila não anda para a frente, só cresce atrás. E agora? Nada de bom sairá destes processos, apenas a con-

firmação da insensibilidade social de quem os desencadeou. Os poderes públicos, e as autarquias em particular, devem proteger quem está numa situação de miséria extrema. Aqui preferiram atacar. Não se fez justiça nenhuma mas também não era justiça o que se procurava. Era humilhação e demonstração de poder. Justiça é precisamente o que tem sido negado a estas pessoas com quem Inês Medeiros decidiu ser dura. Não foi em meu nome.

Deputada do BE

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MUNICÍPIO DO MONTllO CÂMARA MUNICIPAL

EDITAL Nº 200/21 PUBLICIDADE DO ORÇAMENTO E DAS GRANDES OPÇÕES DO PLANO 2022-2026

ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS MISTOS DE ÁGUAS DE MOURA

CONVOCATÓRIA Conforme previsto na alínea b) do ponto n.º 2 do artigo 47.º e no ponto n.º 4 do artigo 48.º dos Estatutos da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Águas de Moura, convoco todos os sócios para uma Assembleia Geral Ordinária, a reunir no dia 28 de Dezembro de 2021, terça-feira, pelas 20:30 horas na Sede da Associação em Águas de Moura, com a seguinte ordem de trabalhos:

Nuno Miguel Caramujo Ribeiro Canta, Presidente da Câmara Municipal de Montijo,

1. Informações da Direção

FAZ PÚBLICO, em cumprimento do disposto no nº 1 do artigo 56°, do anexo I da Lei nº 75/2013, de 12 de Setembro, ter a Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara, na segunda reunião da primeira sessão ordinária realizada a 13 de dezembro de 2021, aprovado o Orçamento Municipal e Plano Orçamental Plurianual 2022-2026; as Grandes Opções do Plano 2022-2026 consubstanciadas no Plano Plurianual de Investimentos 2022-2026 e Plano de Atividades Municipal 2022-2026.

3. Apresentação, discussão e votação do Orçamento para 2022;

Estes documentos estão patentes ao público nos correspondentes serviços municipais durante as horas normais de expediente e no sítio do Município na Internet em www.mun-montijo.pt Para constar e devidos efeitos, se publicam o presente e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do estilo. E eu Financeira e Patrimonial, o subscrevi.

Chefe de Divisão de Gestão

Paços do Município, 16 de dezembro de 2021 O Presidente da Câmara Nuno Miguel Caramujo Ribeiro Canta

2. Apresentação, discussão e votação do Plano de Atividades para 2022;

CONVOCATÓRIA Conforme previsto no ponto nº 2 do artigo 70º dos Estatutos da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Águas de Moura, convoco todos os sócios para uma Assembleia Geral Eleitoral, a reunir no dia 28 de Dezembro de 2021, terçafeira, pelas 21:30 horas na Sede da Associação em Águas de Moura, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto único. Eleição dos Titulares dos Órgãos Sociais para o triénio 2022/2024. NOTA: Conforme previsto no n.º 1 do artigo 49.º dos Estatutos da Associação Humanitária dos Bombeiros Mistos de Águas de Moura, as Assembleias Gerais poderão funcionar com qualquer número de Associados em segunda convocação, trinta minutos depois da hora inicial, desde que não inferior a 8 (oito) associados efetivos. Águas de Moura, 10 de Dezembro de 2021.


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ALBERTINA ROSA

Você sabia?

Em caso de ... (1943 – 2021)

... que um funeral de

Participação, Agradecimento A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Albertina Rosa. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.

cremação, considerando todos os custos envolvidos, é tipicamente mais barato que o funeral para sepultura?

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Turismo

CRESCIMENTO EM 2021

Actividade turística recupera depois de crise provocada pela pandemia DR

Sector procura retomar os grandes números de 2019, o último ano completo sem restrições provocadas pela crise sanitária David Marcos O ano de 2021 está a ser importante na retoma do Turismo. Ultrapassadas boa parte das restrições impostas pela pandemia, em especial as de circulação de pessoas que afectaram severamente o sector, os números, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), são animadores. A Área Metropolitana de Lisboa

O alojamento turístico registou 2,1 milhões de hóspedes e 5,5 milhões de dormidas em Outubro de 2021, correspondendo a aumentos de 115,5% e 139,0%. Respectivamente INE

O crescimento no turismo começou a sentir-se mais fortemente a partir de Abril e atingiu o pico nos meses de Julho e Agosto

(AML), onde estão inseridos boa parte dos concelhos do Distrito de Setúbal, acompanha a tendência nacional de retoma no sector. De acordo com o INE, o “alojamento turístico registou 2,1 milhões de hóspedes e 5,5 milhões de dormidas em Outubro de 2021, correspondendo a aumentos de 115,5% e 139,0%. respectivamente”. Os números superam o ano passado, mas registando uma quebra de 14,6%, nos hóspedes, e de 13.5% nas dormidas em relação ao ano de 2019, o último ano em que não se verificaram limitações provocadas pela pandemia. A AM Lisboa registou 24% destas dormidas, sendo a segunda região do país com o maior número de dormidas no país, apenas batida pelo Algarve que detém 26%. Os Hotéis

dominam no que toca a “dormidas por alojamento turístico”, sendo registadas, até ao momento, mais de 18 mil dormidas, das mais de 31 mil, neste tipo de espaço. Os alojamentos locais são o segundo lugar mais escolhido para dormidas, registando mais de 4 mil dormidas. Pousadas, Apartamentos turísticos, Aldeamentos turísticos e Turismo rural apresentam também, segundo o INE, sinais animadores de retoma. Os dados apontam que os números mais significativos das dormidas aconteceram nos meses de Verão. Sobretudo a partir do mês de Abril notou-se um aumento significativo, com pico nos meses de Julho e Agosto, em destaque para este último que superou consideravelmente os restantes meses do ano.

Mercado nacional fura tendência e tem dominado desde o início da pandemia Face às restrições de circulação de pessoas, impostas pela pandemia, o mercado nacional ocupou o lugar de destaque no sector do turismo, desde 2020 A quota de residentes no mer-

216% Até Outubro de 2021, o País registou mais de três milhões de dormidas de turistas estrangeiros. Um crescimento de 216% comparativamente com o ano de 2020

cado turístico aumentou substancialmente, chegando, até ao momento, aos 52,6% no total, quando em 2019 representavam menos de 30% das dormidas em alojamentos turísticos em Portugal. O mercado estrangeiro tem recuperado, algum do seu ritmo, desde o alívio das restrições. Nos primeiros dez meses deste ano, até final de Outubro, o INE já registou mais de três milhões de dormidas de turistas estrangeiros, uma subida de 216% face ao período homólogo no ano passado. Este mercado é sobretudo ocupado por turistas vindos do Reino Unido, Espanha e França. Ainda assim destaca-se o crescimento significativo de visitantes vindos da Polónia, República da Irlanda, Suíça e Estados Unidos da América.


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ÁLVARO BEIJINHA EM ENTREVISTA

p34 e 35

"As dormidas em Santiago do Cacém ultrapassaram a barreira das 115 mil por ano" DR

EFEITOS DA PANDEMIA

Ano de 2020 foi de quebra em todos os indicadores e gerou prejuízos para unidades hoteleiras Receita ligada ao turismo caiu dos 18 mil milhões em 2019 para os 8 mil milhões. Uma redução de 63% nas dormidas David Marcos A pandemia de covid-19 provocou uma crise generalizada no planeta. Crise essa que se expandiu pelos vários sectores da sociedade, como foi o económico e financeiro, com especial impacto na actividade turística. Neste sentido, e de acordo com o Instituto de Turismo de Portugal (ITP), o sector no nosso País, sentiu fortes quebras, depois de anos de muito desenvolvimento e impacto positivo na economia portuguesa. No

ano de 2019, o último ano sem efeitos pandémicos, e de acordo com o ITP, existiam em Portugal perto de 70 milhões de dormidas, com uma riqueza gerada de mais de 18 mil milhões de euros. Em 2020 verificaram-se quebras de 63% no número de dormidas e de 53% nas receitas, perdendo-se mais de 10 mil milhões de euros. A região de Setúbal, como é natural, não fugiu a essa tendência e viu o seu sector turístico, mais concretamente no sector dos alojamentos

40% A receita dos alojamentos turísticos no Distrito de Setúbal caiu cerca de 40% em 2020 relativamente a 2019.

turísticos, cair em todos os indicadores, segundo dados avançados pela PORDATA. Restringindo apenas aos alojamentos turísticos e hotéis, se somarmos as receitas de todo o distrito, obtínhamos receitas, até 2019, a rondar os 116 mil euros, onde se destacavam Setúbal, Sesimbra, Almada e Grândola. No ano de 2020, com toda a crise pandémica, as receitas com os alojamentos, no Distrito, quebraram em mais de 40%. No indicador de dormidas por 100 habitantes, localidades como Almada, Barreiro e Palmela viram este rácio, em boa parte dos casos, cair para menos de metade. Neste caso as quebras mais significativas verificaram-se em Grândola- este concelho inclusivamente tinha números superiores à média nacional -, Sines e Sesimbra. Quando olhamos para a percentagem de turistas estrangeiros, existiram também quebras abruptas, algumas para mais da metade, como fo-

Grândola, Sines e Sesimbra registaram a maior queda nos números de dormidas por 100 habitantes

ram os casos de Santiago do Cacém, Montijo e Alcácer de Sol. Também se quebraram sequências importantes de crescimento que, se verificavam até 2019, com destaque para Setúbal, Palmela e Grândola. Antes da pandemia, Setúbal atingiu

as 310 dormidas por 100 habitantes, mas, em 2020, passou para 168, numa redução de 45% aproximadamente. Sesimbra contava 392 dormidas por cada cem habitantes, passou para 201, caindo cerca de 48%. Alcácer do Sal tinha 553 e baixou para 389 (quebra de quase 30%). Santiago do Cacém registava 403 dormidas em 2019 e passou para 319, numa redução pouco superior a 20%. A crise, como já se compreendeu, gerou uma retracção no negócio dos alojamentos turísticos e hotéis. De acordo com dados da PORDATA, o número nacional, entre 2019 e 2020, passou de 6.833 para 5.183. Se olharmos para o Distrito de Setúbal, havia, em 2019, perto de 262 alojamentos e hotéis, com destaque para Setúbal, Grândola, Almada e Santiago do Cacém. No ano de 2020 esses alojamentos e hotéis passaram a ser 229 registando-se uma quebra de, aproximadamente, 13%.


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Turismo ANDRÉ MARTINS PRESIDENTE DA CÂMARA

“O valor global do turismo em Setúbal cresceu 10%” DR

Autarca avança indicadores do turismo em 2021, e aponta estratégias para o futuro do sector no concelho

Há um aumento do número de dormidas no concelho na ordem dos 8%

David Marcos

Depois de um ano fortemente afectado pela crise pandémica, o sector do turismo encontrou sinais positivos no ano de 2021. Em Setúbal, a tendência de recuperação não foi excepção. “Tendo em conta todos os sectores de actividade turística, e considerando o indicador de valor das transacções registadas na SIBS, há um aumento de 10% em termos de valor total, comparativamente a 2020”, anunciou, em declarações ao O SETUBALENSE, André Martins, presidente da Câmara Municipal de Setúbal. “Relativamente aos números oficiais do Turismo de Portugal e considerando o indicador ‘alojamentos’, há um aumento do número de dormidas do concelho, na ordem dos 8%”, acrescentou André Martins, lembrando, ainda assim, que estes números correspondem ainda a indicadores, com os resultados globais a serem apresentados no início do próximo ano. Estes indícios de retoma são importantes, dado à crescente importância que o sector do turismo adquiriu na cidade. “Para o município é visível o desenvolvimento económico e de criação de empregos nas áreas de actividade do turismo, desde os restaurantes aos hotéis, a outros operadores turísticos que promovem actividades no concelho”, afirma o autarca setubalense. A expansão do sector é notária, e o presidente lembra o recente protocolo assinado entre a autarquia, o Turismo de Portugal e a Escola de Hotelaria de Setúbal. “A aposta é capacitar e qualificar os colaboradores e profissionais do turismo. o

que 65% acaba por pernoitar em Setúbal. Para o futuro espera-se que o turismo continue a crescer na cidade de setúbal. “O município irá dar continuidade à estratégia de promover o destino em mercados internos e externos, não para segmentos massificados, mas sim, para nichos de mercado, atrair a atenção de novos investidores para apostar no desenvolvimento turístico sustentado do concelho, e apoiar a actividade dos nossos operadores turísticos”, explica André Martins.

Fogo-de- artificio André Martins justifica decisão, mas admite reavaliar Apesar de ter cancelado os espectáculos de fim de ano, planeados para a zona da doca dos pescadores, justificando razões sanitárias, a autarquia decidiu manter o espectáculo pirotécnico habitual. Quando questionado se a autarquia não seria mal interpretada quando cancela os espectáculos de palco por questões sanitária e mantem o fogo-de-artifício, potencial gerador de aglomerações, o autarca explica que “[o fogo-deartifício] pode ser observado

pela população de diversos locais da cidade. Será, além disso, transmitido online nas redes sociais do município”. André Martins acredita que “esta dispersão do público por toda a cidade possibilitará que a população assista em segurança ao fogo-de-artifício no rio Sado evitando-se a habitual confluência para as zonas habituais de festejos”. Ainda assim, o autarca deixa o aviso de que a Câmara Municipal poderá reavaliar o a decisão caso a situação pandémica se agrave.

objectivo é que Setúbal seja uma das primeiras autarquias a nível nacional a executar esta grande acção de capacitação dos profissionais que recebem os turistas no concelho.”, refere André Martins. “Com este protocolo o município investe na formação das pessoas de Setúbal para que possa originar mais emprego incentivando simultaneamente o aparecimento de novos e qualificados negócios ligados ao sector do turismo”, acrescenta o autarca. Sobre quem visita Setúbal, em dados recolhidos pela autarquia, destacam-se os mercados, para além do nacional, de Espanha, França, Alemanha e Brasil, que procuram sobretudo “as praias, actividades relacionadas com a natureza/mar, actividades relacionadas com natureza/serra – caminhadas”. Desses visitantes, a autarquia calcula

Autarca lamenta nova pressão da pandemia sobre o sector

A nova investida da pandemia de covid-19 levou as autoridades públicas a retomar algumas medidas de restrição, que estão a afectar o sector do turismo. “Do levantamento que os serviços de turismo efectuaram nos últimos dias, em hotéis e restaurantes, a situação agravou-se nas últimas duas semanas, com cancelamentos generalizados de reservas”, revela André Martins. Para o autarca as razões são claras: “O agravamento da pandemia no território nacional, o sentimento de insegurança e as novas medidas decretadas pelo governo são as razões mais fortes para que os turistas estrangeiros não viajem neste momento para o nosso país e mesmo o segmento nacional não está a ‘arriscar’ viajar dentro de Portugal”.


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Turismo SEIXAL

Encanto da Baia do Seixal atrai novos negócios ligados ao turismo Desde o início da requalificação que a frente ribeirinha seixalense tem atraído investidores e nem a pandemia parece abrandar o ritmo da procura São 14 quilómetros de frente ribeirinha que, ano após ano, têm ganho uma nova face, atraindo turistas e investidores para a região do Seixal. A requalificação da zona da baía, inserida na Operação de Reabilitação Urbana dos centros históricos do município, levada a cabo desde 2014, gerou o desenvolvimento de pequenos negócios que têm transformado a zona num espaço de comércio. Nascido em 2017, o restaurante Mundet Factory foi um dos espaços que acompanhou a evolução do Núcleo Urbano Antigo, trazendo a irreverência para o cardápio da gastronomia seixalense. João Macedo, proprietário e chef de cozinha do espaço, acredita que a opção de recuperar um dos maiores patrimónios do país, trouxe “uma nova vida ao Seixal”. Outrora L. Mundet & Sons, maior exportadora de cortiça do mundo, o atual restaurante faz para manter

mais do que um nome. Acima de tudo, o reconhecimento. “A Mundet tem uma parte histórica que mais nenhum local tem na Margem Sul”, conta João Macedo. “A ideia foi pegar nessa vantagem e revolucionar um pouco o Seixal com uma oferta que não existia no concelho. Posso garantir que 60% das pessoas que cá vêm são de outros concelhos e isso é muito bom para a região. Mais do que ser empresário, estou aqui para divulgar a minha terra”, garante o chef. Não são apenas os portugueses que viajam na expectativa de perceber o que ficou da fábrica de cortiça, pois com a recuperação da marginal, o espaço tem recebido turistas que sentem curiosidade em provar “iguarias de todo o mundo”. “Desde 2019 que temos assistido a um novo movimento no Seixal. Existe uma predominância de pessoas vindas de França

e Suíça que param aqui para passear e, acima de tudo, para experimentar os nossos pratos”, admite. Com a pandemia provocada pela SARS-CoV-2, o sector da restauração sofreu com as restrições implementadas e o Mundet Factory não foi excepção. Para um restaurante habituado a receber cerca de 300 pessoas por dia, em época alta, os sucessivos confinamentos tornaram-se “um prejuízo enorme”. João Macedo refere que, à semelhança de outros espaços, recorreu ao take away, mas sem grande sucesso: “Quem vem ao restaurante, vem pela experiência e não apenas pela comida. E é difícil colocar essa experiência numa caixa e entregar aos clientes”, conta. Este ano, o alívio das restrições começou a transformar o futuro num cenário risonho para a restauração e João Macedo explica que Agosto, Setembro e Outubro foram meses

Restaurante Mundet O sonho de um jovem Foi no final dos anos 80, com a concorrência dos produtos em plástico que a fábrica L. Mundet & Sons viu o seu fim. No entanto, as portas do estabelecimento não se fecharam por completo, sendo que a Câmara Municipal optou por transformar a área num espaço cultural e foi aí que João Macedo construiu as suas memórias da juventude. “Para os jovens seixalenses, o ponto alto da semana era quando

vínhamos aos concertos na Mundet. Foi aqui que tivemos as nossas primeiras saídas à noite e sempre fiquei com um carinho muito especial por este espaço”, relembra o responsável pelo restaurante. “Quando fiquei com a Mundet, achei que tinha toda a lógica manter o nome, os traços e até alguns materiais presentes na antiga fábrica”. Por escolher preservar a identidade de um local que chegou a empregar mais de

2.500 pessoas, ainda hoje exoperários visitam o espaço para relembrar os tempos antigos. “Um dia, uma idosa de 80 anos entrou na nossa casa, deu dois passos e começou a chorar. Tinha trabalhado aqui a vida toda e ao ver peças com que costumava trabalhar e o refeitório onde costumava comer, disse-me: «Conseguiu fazer com que hoje fosse uma pessoa feliz». Fiquei em pele de galinha”, conta o proprietário.

Os 14 quilómetros da baía mostram atractividade para a restauração e hotelaria

bastante preenchidos, “dos melhores desde que abrimos”. No entanto, o constante aumento de casos de infecção está a dificultar a vida a estes profissionais. “Na época do Natal costumamos ser procurados para jantares de empresas e, neste momento, já vamos com mais de 1.100 cancelamentos. Cada vez que o telefone toca, eu e os meus empregados pensamos sempre «Olha, mais um cancelamento»”, revela o empresário.

“Não sabemos o que é ter um negócio sem pandemia”

Selma Sofio e Nuno Costa esperavam que 2020 fosse um ano de conquistas e realizações com a inauguração do seu projecto, o restaurante Gonzagalez, mas a pandemia veio trocar-lhes as voltas. Abrir um restaurante que se especializasse em carne grelhada já era um antigo sonho do casal e, quando sentiram que era o momento adequado, deixaram ambos o emprego para iniciar uma nova


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O valor global do turismo em Setúbal cresceu 10% André Martins p28 FOTOS: DR

Em ano e meio Oito novos restaurantes Embora os efeitos da pandemia ainda se façam sentir, a realidade é que a procura para investir num dos centros históricos da cidade tem aumentado de dia para dia. Só no último ano e meio foram registados oito novos

fase da vida. Com um espaço já preparado para abrir portas no Núcleo Urbano Antigo do Seixal, a poucos dias da inauguração foi decretado o primeiro confinamento, colocando em suspenso o que estava planeado. “Tínhamos tudo pronto”, revela Selma Sofio. “Desde os vinhos, à carne maturada e quando soubemos que nem sequer poderíamos abrir foi um grande choque”, conta. Sem um núcleo de clientes formado e com as despesas a aumentar de dia para dia, o casal teve de encontrar soluções para um conceito que não se enquadrava no período enfrentado. “O maior desafio foi adaptar a ementa para abrirmos ao postigo. O nosso conceito é a carne grelhada e é difícil fazer com que as pessoas cheguem a casa com um produto com a mesma qualidade com que compraram”, explica a empresária. Foi assim que os hambúrgueres se infiltraram no cardápio e já não mais saíram. “Nunca nos passou pela cabeça incluir hambúrgueres na ementa, mas as pessoas aderiram bastante e hoje são um sucesso”, diz Nuno Costa. Em Dezembro de 2020, o negócio começou a alcançar reconhecimento, chegando mesmo a ser considerado pêlos leitores da New In Town Seixal, o melhor restaurante da cidade.

Actualmente, as vendas não são tantas como gostariam, mas os responsáveis pelo espaço admitem que trabalhar a este ritmo já não é novidade. “Não sabemos o que é ter um negócio sem pandemia. Já nos habituámos a contar com a incerteza e com o medo das pessoas. A diferença é que já temos a visibilidade e motivação que precisávamos”, garante Nuno Costa. E é com esta certeza que revela estar já a desenhar projectos futuros.

Alojamentos turísticos em crescimento na região

Já para o alojamento local, um sector em expansão no Seixal, Pedro Perdigão revela não ter sofrido perdas significativas na diminuição do volume de estadias nos seus apartamentos. Apesar da sua mais recente aposta, a reabilitação do edifício histórico localizado no Largo da Igreja, estar bastante dependente do fluxo de turistas estrangeiros, a verdade é que quando percebeu que as reservas começavam a sofrer cancelamentos, optou por encontrar uma alternativa rápida. “O alojamento local no Seixal nunca teve muita procura a nível nacional porque as pessoas vêm cá apenas para passear, mas fui percebendo que existe muitas empresas que deslocam os seus trabalhadores para esta

zona para serviços específicos e acabavam por ter de os alojar em hotéis fora da cidade. Comecei a contactar as empresas e, nos últimos dois anos, já consigo receber reservas de portugueses em trabalho”, afirma Pedro Perdigão. Proveniente do ramo da construção, o empresário encontrou no edifício de 1875 a oportunidade de “fazer algo diferente” e há seis anos que se tem dedicado a reabilitar um espaço que prima por apresentar uma decoração inteiramente dedicada à região do Seixal. “Com a ajuda de um artista local consegui criar aqui vários apartamentos que reavivam a essência do Seixal. O The Boat está ligado ao mar e transporta-nos directamente para o interior de um navio e o Legendary Bay é inspirado numa lenda que se contava da região”. Quando avalia o estado do negócio na cidade, Pedro Perdigão menciona estar “bastante satisfeito”, acreditando que o turismo “tem tudo para crescer” na região. “Para os meses que se seguem só tenho um ou dois dias livres. O resto está tudo reservado. Não só por turistas vindos de Inglaterra e França, mas também pêlos imigrantes que querem passar o Natal na sua terra e escolhem o Seixal Apartamentos Turísticos”, conta.

restaurantes que se espalham pela zona ribeirinha e trazem novos sabores à região. Comida italiana, asiática e tipicamente portuguesa com música ao vivo à mistura são opções que estão agora no menu de quem visita o Seixal.

Duas realidades Tradição e modernidade Não só de novos rostos é composta a Baía do Seixal. Em cada esquina e recanto, os negócios tradicionais ainda se fazem sentir e evocam a memória de um município. Maria de Fátima, de 62 anos, é dona da Mercearia Fátima que está implantada no concelho há mais de trinta anos, servindo várias gerações de fregueses. Começou por ajudar o pai no negócio de família e, aos poucos, foi conhecendo de cor cada pessoa que passava na loja. Admite viver hoje num “Seixal mais moderno” com a presença constante de visitantes, mas

isso não influencia “de forma nenhuma” as suas vendas. “É verdade que existem agora muitos bares e restaurantes a abrir. Há muito mais turismo, também é verdade. Mas isso não trouxe nada de especial para o negócio, os meus clientes continuam a ser pessoas de muita idade”, explica a sexagenária. Maria de Fátima apenas gostaria que “existissem mais iniciativas na cidade” para que “o movimento não fosse apenas ao fim de semana ou durante a noite” e assim poderia beneficiar de um Seixal em crescimento.


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Turismo ÁLVARO BEIJINHA PRESIDENTE DA CÂMARA

“As dormidas em Santiago do Cacém ultrapassaram a barreira das 115 mil por ano” Autarca sublinha que o turismo tem crescido de forma constante no concelho, tanto em visitantes como na capacidade de alojamento Que impacto teve a pandemia nos números do turismo no concelho de Santiago do Cacém em 2020? Segundo o feedback das empresas de hotelaria do concelho, apesar da situação de pandemia, os turistas não deixaram de procurar a região para passar as suas férias ou fins de semana, houve inclusive situações de lotação esgotada. A justificação reside no tipo de oferta disponibilizada no concelho, que se caracteriza por unidades hoteleiras, de turismo rural, alojamento local, que têm sido muito procuradas durante a pandemia por garantir, ao mesmo tempo, momentos de lazer, e inclusive de teletrabalho num ambiente resguardado. Que balanço se pode fazer já do ano 2021? De acordo com a informação dos operadores, o ano de 2021 foi de crescimento, especialmente no Verão. Que perspectivas existem para o ano de 2022? Queremos acreditar que em 2022 o sector turístico no concelho de Santiago do Cacém volte a ter a dinâmica de anos anteriores à pandemia, mas tal situação dependerá da forma como a doença se desenvolverá em Portugal, mas também no resto do mundo, e das medidas restritivas

O grande aumento da procura verificou-se já em 2017, com a evolução do número de dormidas a passar das 76,6 mil, em 2016, para as 100,3 no ano a seguir, o que significa um crescimento de 30,9%

que podem ser aplicadas para continuar a controlar esta pandemia. A Câmara Municipal de Santiago do Cacém, nos últimos anos, tem desenvolvido uma estratégia para o sector do turismo cujos resultados se traduzem no crescimento constante do número de hóspedes, de dormidas e da capacidade de alojamento, com reflexo natural na economia local. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o concelho de Santiago do Cacém continua a acrescer como destino turístico, sendo cada vez mais procurado quer seja por nacionais como por estrangeiros. O aumento de dormidas é reflexo dessa dinâmica, em 2014 esse número ficava pelas 50 mil dormidas, actualmente ultrapassou a barreira das 115 mil por ano. O que representa um crescimento de 125%, que contrasta com a taxa de evolução do Litoral Alentejano de 87,7%. Sempre a evoluir regista-se igualmente que a taxa de hóspedes entre os anos de 2014 a 2019 teve um crescimento de 140,2%. O grande aumento da procura verificou-se já em 2017, com a evolução do número de dormidas a passar das 76,663 mil, em 2016, para as 100,334 no ano a seguir, o

que significa um crescimento de 30,9%. A capacidade de alojamento no concelho de Santiago do Cacém tem assistido a um crescimento constante, em 2018 registavamse 1077 unidades, número que sobe em 2019 para as 1326, entre unidades hoteleiras, de turismo rural e de alojamento local, o que representa um aumento percentual de 23,1%. Esta evolução da oferta de alojamento de 2014 a 2019 foi na ordem dos 91,3%. Relativamente a proveitos totais dos estabelecimentos hoteleiros, ou seja, as despesas de alojamento, de refeições e de outros serviços turísticos, variável esta que pode dar uma indicação da evolução do impacto da dinâmica turística na economia local, o concelho de Santiago do Cacém em 2019 chegou aos 6,6 milhões de euros. De sublinhar que de 2014, onde foram registados 2,3 milhões de euros, a 2019 os proveitos obtidos representam um crescimento de 186,2%. Do ponto de vista qualitativo, em 2017, no Município de Santiago do Cacém o peso das dormidas em unidades de Turismo Rural e de Alojamento Local, no total das dormidas, atingiu os 50%. Este valor é substancialmente superior ao valor médio do Alentejo Litoral de 32%. Nesse ano, Santiago do


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Seixal apoia associações a instalar painéis fotovoltaicos p18 FOTOS: DR

Os visitantes têm para descobrir a cidade romana de Miróbriga, um Centro Histórico, em Santiago do Cacém, com dois monumentos nacionais, a Igreja Matriz e o Castelo, e recantos marcados pelo passado

A capacidade de alojamento no concelho de Santiago do Cacém tem assistido a um crescimento constante

Cacém destacou-se como um dos municípios que mais cresceu no contexto regional, ficando em quinto lugar entre os 58 municípios que fazem parte da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, de sublinhar que este crescimento foi superior ao de Beja, Portalegre e Santarém. Quais são os pontos fortes do sector do turismo no concelho? O potencial do concelho ultrapassa a vertente sol e praia. Os visitantes têm para descobrir a

cidade romana de Miróbriga, um Centro Histórico, em Santiago do Cacém, com dois monumentos nacionais, a Igreja Matriz e o Castelo, e recantos marcados pelo passado. Os Centros Históricos de Alvalade, com o novo Museu de Arqueologia, e do Cercal do Alentejo, ambos alvos de obras de requalificação. O Museu Municipal em Santiago do Cacém, o Museu Rural da Abela e o Museu da Farinha em São Domingos são também espaços onde a memória coletiva do Concelho é preservada. No nosso território insere-se a Reserva Natural da Lagoa de Santo André e da Sancha, de uma beleza singular que acolhe espécies únicas no território nacional, e o Badoca Safari Park espaço temático que recebe, anualmente, mais de 150 mil visitantes. O concelho de Santiago do Cacém faz parte da rota dos Caminhos de Santiago Alentejo e Ribatejo. A passagem do Caminho pelas novas aldeias, vilas e cidades é uma maisvalia para o setor do turismo, pois todos os anos milhares de pessoas nos visitam ao fazerem este

percurso. O projeto da Rota Vicentina é mais um fator de destaque, pela vertente que promove o envolvimento da comunidade local e a exploração de fatores de atração como a paisagem, o património natural, histórico e cultural, e pelos caminhos que conquistam pela sua beleza natural. A Câmara Municipal, através do seu Sector do Turismo, tem criados alguns percursos de promoção do território. Que medidas e projetos destaca na política do município para a promoção e desenvolvimento do turismo? O turismo é para o concelho de Santiago do Cacém motor de crescimento económico. Consciente dessa importância a Autarquia elaborou um novo Plano Diretor Municipal de última geração, com uma visão e uma estratégia do território adequada aos nossos dias e em particular ao investimento turístico, nomeadamente, em espaço rural. Para fazer do Concelho um destino turístico competitivo foram criadas condições para o desenvolvimento de um sistema de atividades de turismo e de lazer que valorizem os recursos e as identidades locais de forma a corresponderem às necessidades do futuro, que tragam desenvolvimento económico, qualidade de vida às populações e a sustentabilidade a longo prazo. Em coordenação com as ações promovidas pela Autarquia, a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo tem tido um papel muito importante na promoção de todo o território alentejano, o que tem como consequência este crescimento do número de turistas no concelho de Santiago do Cacém. A estratégia da Autarquia para promover as nossas potencialidades turísticas passa por ações como a participação na Bolsa de Turismo de Lisboa, a integração de delegações a nível internacional, a organização de Feiras e Certames (Santiagro), de Festivais Gastronómicos (da Enguia da Lagoa de Santo André, da Patanisca em Cercal do Alentejo e do Tomate em Alvalade), de iniciativas culturais onde a Câmara é organizadora e parceira. A criação da Rota dos Museus, a parceria com a Direção Regional de Cultura do Alentejo para a dinamização das Ruínas Romanas de Miróbriga, bem como as ações de revitalização do património.


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Legislativas BRUNO NUNES CABEÇA-DE-LISTA DO CHEGA

“Setúbal teve sempre uma direita fofinha” Candidato diz que é possível eleger três deputados, num distrito onde “o PSD tem sido um PS dois” Francisco Alves Rito (Texto) Maria Coelho (Fotografia) Consultor e administrador de empresas, residente em Sesimbra, o cabeça-de-lista do Chega é vereador em Loures. Bruno Nunes tem 45 anos, é coordenador autárquico do partido e mostrase confiante na eleição de tantos deputados quantos o PSD elegeu em 2019. Diz que a direita na região tem tido medo de ir à rua e oferecido o palco à esquerda. Por que razão foi escolhido para cabeça-de-lista? Tem a ver com ser próximo do líder do partido? Teria de ser o André Ventura a responder, mas, de qualquer forma eu sou próximo do líder como, acredito, 94% daqueles que são militantes do partido, porque todos eles votaram na reeleição do André Ventura, é uma decisão exclusiva dele. A minha escolha passou por uma série de critérios que só ele pode definir. Acredito que o facto de eu residir no distrito há mais de dez anos, e conhecer boa parte, foi um dos motivos. É uma posição de confiança. Nós acreditamos, piamente, que vamos eleger representantes deste circuito eleitoral, o que é uma grande responsabilidade e é com elevado sentido de responsabilidade e com uma honra enorme que aceitei, de imediato, o convite quando me foi proposto pelo André. Ventura escolheu uma pessoa que não é da estrutura distrital, isso significa que não haveria pessoas com igual capacidade e notoriedade? Estou há 25 anos na política e, talvez, essa experiência tenha sido decisiva. A capacidade de

combate político, em que me revejo e não tenho falsa modéstia com isso, e a capacidade que tenho demonstrado e o trabalho que tenho desenvolvido em prol do partido, quer enquanto vereador, quer enquanto deputado municipal. Obviamente que existiriam dezenas de opções na estrutura local e na estrutura nacional. Não temos que, obrigatoriamente, escolher aqueles que estão no distrito para candidatos a nível nacional, porque, caso contrário, o André Ventura, que não é presidente de nenhuma distrital, não estaria em nenhuma lista. Portanto, não poderia ser esse o factor decisivo para tomar uma decisão para a

Há um desinvestimento total na área do turismo, nós não conseguimos vender a Costa da Caparica como vendemos o Algarve

Assembleia da República Essa escolha não causa malestar na estrutura distrital nem quebra a motivação das pessoas? Pelo contrário. Tenho um apoio incontestável por parte do Luís Maurício, o presidente da distrital e meu mandatário que, para além disso, é uma pessoa de extrema confiança por parte de André Ventura. O André tem uma grande confiança, e existem demonstrações de grande lealdade por parte do Luís Maurício. E, portanto, o Luís acompanha-me desde o primeiro dia, sei que recebeu com agrado a notícia. Está ao meu lado a 100%, assim como eu estou ao lado dele. E as bases também? Não vou ser hipócrita e dizer que 100% dos militantes ficaram satisfeitos. Aqueles que poderiam ser, eventualmente, candidatos, se calhar, ficaram mais desgostosos com a possibilidade de ter sido eu, mas esse processo também nasceu e morreu muito rápido. Quem estava mais desgastado acabou por, neste momento, aceitar e todas as estruturas nos deram apoio e estamos convictos que temos a base do partido também connosco aqui em Setúbal. Na propaganda que já tem rua, o Chega diz que vai “fazer tremer o sistema”. Isso quer dizer o quê exactamente? O Chega faz tremer o sistema desde que chegámos. Concorremos aqui a Setúbal com uma candidatura legislativa de uma forma diferente de quando começámos há dois anos. Temos outra visibilidade, temos já segundas linhas apresentadas. E o “fazer tremer o sistema” é claro. É um sistema implantado com

corrupção, com inactividade de propostas e de desenvolvimento. Vivemos no distrito durante 47 anos numa política muito de esquerda, uma alternância entre PS e PCP em grande parte dos municípios, que acabou por ditar um atraso significativo no desenvolvimento local. Queremos tremer com o sistema porque sabemos que existem problemas sérios a nível da saúde; começando no Hospital de Santiago do Cacém, vindo até ao Hospital Garcia da Horta, continuamos a ter um Hospital do Montijo que parece um centro de saúde, continuamos a ter o problema do Hospital do Seixal. Temos aqui uma série de problemas infra-estruturais ao nível da saúde, pelo que este

sistema tem que abanar. Na questão da segurança, a mesma coisa. Hoje mesmo [sábado] saiu uma sondagem que indica que a maioria dos inquiridos tem receio de uma solução de governo em que o Chega seja parte. Como vê esses receios? Os receios são dos poderes instalados. Porque a questão de que nos acusam é de termos apenas um líder que é o grande rosto do partido, mas nós não temos culpa, tal como o Fernando Santos não tem culpa de ter Ronaldo. Quando temos o Ronaldo da política, não podemos ter receio de dizer que temos aquele que consideramos o melhor político português, depois do falecimento


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Veja esta entrevista em vídeo no site e nas redes sociais d'O Setubalense

de Sá Carneiro. O partido tem esta visão e, se nos diz que existe gente de fora que tem medo, têm medo de quê? Têm medo de mexer naquilo no estatuto dos políticos e, por outro lado, por tradição, nos portugueses há um elevado receio e uma enorme resistência à mudança. E isto leva à oscilação entre governos PS e PSD. É medo de arriscar. Em 2019, a direita elegeu, no distrito, apenas três deputados. E agora o Chega fixou como fasquia eleger quatro deputados. Acha viável? Acho que é possível chegar aos três. Até porque a direita não elegeu no Distrito de Setúbal, porque não existe direita no Distrito de Setúbal. O PSD tem

sido um PS dois. Se não há aqui uma tradição de eleição por parte da direita, como é que o Chega vai eleger três? Porque até hoje não existia uma alternativa como nós acreditamos que somos. Ou seja, as pessoas não se reviam nas alternativas, não conhecem nem sabem que são dos deputados que representam o Distrito de Setúbal. Existe um grande afastamento dos pseudopartidos de direita da ligação à população. Se for eleito deputado, como acredito que serei, uma das coisas que faço questão de ter é um gabinete aberto na capital de distrito para que o cidadão possa, pelo menos uma vez por semana, ter contacto directo comigo. E isso nunca aconteceu. Não existe essa proximidade. A direita aqui, como diz o nosso líder, foi sempre uma direita fofinha e que vai deixando que a esquerda vá aproveitando alguma guetização de algumas zonas - felizmente já existem zonas no distrito que já não estão nesse registo -, para tentar criar alguns problemas sociais e manter aquela lógica de aproximação da esquerda. A direita que, até hoje, existiu como alternativa no Distrito de Setúbal, tem medo de ir à rua e do contacto com a população e nós não somos essa direita. E que outras ideias tem o Chega para o distrito, nesta campanha? Temos que olhar para este território não apenas como a Margem Sul, porque esta conotação sempre teve um princípio de quase guetização e de desprezo por. Temos que olhar para o distrito com a capacidade económica que tem. Se começarmos por Almada, a Costa da Caparica, por exemplo, é uma praia a meia-dúzia de quilómetros de Lisboa, como não

Porque não fazer referendos sobre a terceira travessia sobre o Tejo ou sobre o aeroporto?

existe em mais nenhuma capital europeia. Há um desinvestimento total na área do turismo, nós não conseguimos vender a Costa da Caparica como vendemos o Algarve. Podemos depois ir para a Comporta, entramos num posicionamento que já não é típico para o português comum, mas existem algumas ligações. Temos uma zona de costa brilhante e tem de existir, claramente, uma visão diferente por parte do governo na futura legislatura. A situação da NUT II tem de ser resolvida, não adianta agora virmos pela décima quinta vez dizer que vamos resolver este assunto. Continuam a ser promessas adiadas. O que propõe? Que seja criada uma NUT II e III para Setúbal? A Península de Setúbal tem de ter uma NUT II, ponto final e parágrafo. A NUT II tem de ser o primeiro passo para criar capacidade económica, através dos fundos, a nova nomenclatura traz outra capacidade de investimento. As empresas que estão colocadas neste lado perdem com uma falta de visão por parte do governo, e isto gera desemprego. Nós temos um problema aqui no centro de Setúbal, o desemprego jovem brutal. Quando falamos da Margem Sul, a única coisa que os governos socialistas levantam como bandeira é fantástica e maravilhosa Autoeuropa. Mas o tecido empresarial da margem sul é apenas preso na Autoeuropa, existe muito mais por fazer aqui. E continuamos a ter problemas gravíssimos na área da saúde. É inaceitável que o Distrito de Setúbal, com umas densidade populacional e extensão territorial destas, esteja condenado a ter um elefante branco no meio do Alentejo, que é o Hospital de Santiago do Cacém. Este hospital foi criado numa perspectiva megalómana, em 2004, quando se faz o Euro, e é conhecido entre a comunidade médica como o “hospital de um médico só”, ou seja, só existe um médico para neurologia, um médico para pediatria, etc. Isto é surreal. Deixamos sempre esta margem numa lógica de subserviência a Lisboa, sem necessidade. E relativamente à regionalização, que tem relação com as NUTS, qual é o pensamento do Chega? Somos contra a regionalização. Pelo menos da forma como está estruturada que não é, mais nem menos, pegar na macro-estrutura do governo, digamos assim, e

subdividi-la para criar mais tachos e tachinhos, amigos e amiguismos. Temos uma visão muito mais ligada ao princípio do municipalismo do que à regionalização. E repare que, o municipalismo foi um valor, ou uma bandeira, que os tais partidos ditos de direita foram deixando cair ao longo destes anos, e que o Chega tanto honra a memória que vem de trás. Não podemos olhar para uma região em que Santiago do Cacém ou Sines têm as mesmas tradições e mesmo cultura da Moita, Montijo e Alcochete. Estamos a falar de zonas completamente díspares. Não podemos meter dentro do mesmo saco aquilo que não dá para meter, porque vamos criar um saco de gatos. Existe um princípio de preservação daquelas que são as culturas e tradições da terra, Setúbal tem uma tradição, Sesimbra tem outra, e nós não podemos continuar a misturar isto tudo. O Chega já disse, nesta précampanha, que quer “colocar Setúbal na rota do investimento em infra-estruturas. Como é que pretendem fazer isso e de que infra-estruturas é que está a falar? O Porto de Sines que, felizmente, passou à próxima fase do PRR e pode transformar-se na maior plataforma logística de entrada na Europa, do lado do mercado americano. Isto vai criar uma série de postos de emprego, mas não adianta continuarmos a gerir isto como temos gerido até aqui. Não lhe vou dizer que está tudo pensado, porque têm de ser envolvidas aquelas as forças vivas dos concelhos e do distrito. As câmaras municipais não podem continuar a trabalhar como feudos, desprendidos uns dos outros, em que o facto de termos uma câmara municipal comunista ao lado de uma socialista vai impedir que existam acordos inter-municipais de desenvolvimento entre as duas áreas. Esta área vai ter de ser repensada de forma séria. Nós temos uma zona costeira brutal. E que outras infra-estruturas? O Aeroporto deve ser construído? Em Alcochete ou no Montijo? O Aeroporto tem sido tratado como uma brincadeira. Temos estudos, em que têm sido gastos milhares ou milhões de euros e não saímos disto, porque não é tratado de uma forma séria. Se fossemos honestos e a não ter medo das palavras, sabemos que a solução passa muito por Beja. Agora, nós não podemos permitir que o Distrito de Setúbal perca esta

Temos uma visão muito mais ligada ao municipalismo do que à regionalização oportunidade. E que esta perda de oportunidade seja causada por uma ineficácia por parte do governo, porque não estuda isto de uma forma acabada. Não se percebe então o que está a defender. Estou a defender que temos de nos sentar, de uma vez por todas, e criar uma equipa multidisciplinar, criar um estudo concreto. Estarmos aqui a atirar para o ar que “pode ser Alcochete só porque eu acho mais bonito” ou ser “o Montijo porque eu acho mais bonito” não tem eficácia. Sobre a terceira travessia sobre o Tejo? Ou há outra infraestrutura que queira destacar? Somos apologistas da terceira travessia sobre o Tejo. Que não vai fugir muito daquilo que se passa com Alcochete. Ou seja, temos um princípio de que esta margem tem de ficar mais ligada à economia nacional, sendo que tem de ficar desprendida num princípio de identidade. Nós temos que ter maior ligação a Lisboa, a nível de vias de comunicação, mas temos que manter uma identidade própria e saber que temos gentes, empresas. Uma coisa que tem faltado muito neste distrito, que é o núcleo principal de toda a sociedade, é a família e o respeito pela família. Não temos tempo, mas bastava falar dos problemas sociais, o problema do estado em que estão as escolas no nosso distrito, em que até a remoção do amianto está muito atrasada. Parece que estamos noutro país, que existe uma franja do país que salta de Lisboa para o Algarve, e que, pelo meio, o distrito fica parado no tempo em determinadas questões. Portanto, a travessia é mais uma que, a par do aeroporto, não pode ser feita com compadrios socialistas. Tem de ser pensada de forma eficaz. Porque não ouvir a população? Porque que não fazer referendos a determinados aspectos?


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Desporto

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PEDRO GANDAIO E AS CRÍTICAS DOS ADEPTOS À EQUIPA

“O culpado pela derrota e exibição é o treinador e não os jogadores que fizeram o que lhes pedi” Equipa focada em reencontrar êxitos amanhã (18:30 horas) na recepção ao Caldas Ricardo Lopes Pereira Que explicações encontra para o resultado (derrota por 2-0) com o U. Leiria? Como tem vindo a ser habitual da nossa parte, entrámos bem no jogo. Apanhámos pela frente uma equipa muito madura que sabe gerir muito bem todos os momentos do jogo. É uma equipa que gosta de ter bola, mas, se não a tiver, sente-se confortável. Quando ainda o resultado estava 0-0, fomos duas ou três

vezes à área adversária, mas não conseguimos marcar. Depois, num lance em que demos um bocadinho mais de espaço ao Gonçalo Gregório, foi suficiente para eles fazerem o 1-0. Os jogadores ficaram afectados a partir daí… Sim, a equipa sentiu muito o golo. Nunca mais conseguimos ter a bola como estávamos a ter até então. Jogámos olhos nos olhos, mas depois sofremos o 2-0 e aí, já perto do final da primeira parte, baixámos os braços. Ao intervalo, rectificámos e entrámos melhor na segunda parte. Com a entrada do Mendy procurámos esticar mais o jogo, mas não aproveitámos as segundas bolas. Tivemos muita bola na segunda parte, mas fizemos pouca ferida no U. Leiria. A equipa não foi poupada pelos

adeptos, que a apuparam. De que forma vão reagir, tendo em conta que quarta-feira vão realizar o jogo em atraso da 7.ª jornada com o Caldas? A melhor maneira de reagir é ganhar o próximo jogo. Têm que levantar a cabeça, o que aconteceu faz parte do futebol. Os adeptos são um bocadinho menos racionais do que nós, a paixão leva-nos a isso e é normal que isso aconteça. Temos que ser nós a ter a cabeça fria e a perceber o que é que aconteceu. Muitas vezes, não me querendo estar a agarrar a desculpas, lembro que o nosso departamento médico está com muitos jogadores. São os jogadores que temos e é com eles que temos de ir para a luta. O nosso ano ainda não acabou. Temos mais dois jogos pela frente e temos de perceber, mais do que a táctica ou

a estratégia, o que é que falhou. Muitas das vezes tem que ver com comportamentos, compromisso e dar um bocadinho mais, quer por nós quer pelo colega. A meu ver, é isso que temos que melhorar rapidamente. Para a partida com o U. Leiria ficaram de fora sete jogadores lesionados. Qual a importância de poder voltar a contar com alguns deles em Janeiro? A previsão é de que em Janeiro possam estar disponíveis alguns jogadores que estão a cargo do departamento médico. Por exemplo, quando o François saiu e o Bruno Almeida entrou na equipa fê-lo muito bem. No entanto, todos contam e não é por acaso que alguns são titulares mais vezes do que outras. É o que temos e não arranjamos desculpa por isso. Quando a equipa

ganha sente essa confiança, agora que não o fez nos últimos dois jogos, tudo serve para baixar esses índices de confiança. Temos que ir à luta, corrigir o que não fizemos bem aqui. Enfrentámos agora a equipa que está melhor nesta série e é mais consistente e madura. Já falou com a administração sobre os reforços que gostaria de ter na equipa? Independentemente de haver muitos jogadores lesionados ou não, está identificado o que queremos, qual é o nosso caminho e o que procuramos. Esse assunto fica cá dentro porque temos de nos focarmos nos jogadores que temos e trabalham diariamente. Se alguém é culpado ou responsável por esta derrota ou exibição menos conseguida é o treinador e não os jogadores porque fizeram o que lhes pedi. Compreende a contestação dos adeptos e o facto de manifestarem esse desagrado consigo e a equipa? Não foi a primeira vez. Já o tinha sentido no empate (1-1) que sofremos com o Cova da Piedade. A meu ver, tínhamos feito aí uma boa exibição e um bom jogo, mas deixámo-nos empatar na parte final. Já sabia que o adepto sadino é muito exigente. É o que é. Tenho que entender a frustração dos vitorianos porque não estão satisfeitos. Eu e a equipa também não estamos. Manifestaram o que sentem e têm todo o direito de o fazer. Apesar do mau momento que atravessam (apenas um triunfo nas últimas cinco jornadas), acredita que a equipa vai conseguir o objectivo de ficar entre os quatro primeiros classificados e passar à fase de luta pela subida à II Liga? Sim, sem dúvida nenhuma. Fizemos agora as primeiras duas jornadas da segunda volta. Comparando com a primeira, em que ganhámos ao Amora e perdemos em Leiria, temos agora menos três pontos (derrota em ambos). Se ganharmos os dois jogos que nos faltam disputar da primeira volta (Caldas e U. Santarém) estaremos nos primeiros quatro lugares. Ainda há muito campeonato e muita coisa para fazer. Temos muitos jogos em casa com adversários fortes como o Toreense, Alverca e Real. Tendo todo o plantel disponível nessa altura, acredito vamos ficar nos primeiros quatro classificados.


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José Alexandre deixou comando técnico do U. Santiago

José Alexandre Bruno deixou o comando técnico do U. Santiago, 13.º classificado da 1.ª Divisão da AF Setúbal. A informação foi avançada pelo próprio no final do dérbi com o Vasco da Gama, que terminou com a vitória da equipa de Sines por 2-1. “Finalizou

mais uma etapa da minha vida de treinador. Foi uma ‘viagem’ fantástica onde trabalhei com um grupo fantástico de Homens. Iniciei com um ponto em quatro jogos e deixei a equipa numa situação tranquila. Depois de quatro vitórias perdemos em casa

PESCA DE MAR EM SURFCASTING

AMORA FUTEBOL CLUBE

Clube de Amadores de Pesca de Setúbal é Campeão Nacional

Paulo Cunha Cavaco é o novo presidente da direcção

DR

Apurado para o Campeonato do Mundo, que se realiza em Chipre, o clube vai agora tentar angariar as verbas necessárias para a deslocação

A tomada de posse está marcada para quinta-feira, dia 23 de Dezembro, na Sala dos Presidentes, no Estádio da Medideira José Pina

José Pina Depois do seu atleta Pedro Ribeiro ter obtido o título de Campeão Nacional da 1.ª Divisão – Individual, em Junho deste ano, na Praia das Areias Brancas (Sines), vem agora o Clube de Amadores de Pesca de Setúbal sagrar-se também Campeão Nacional de Clubes. O título foi conquistado no início deste mês de Dezembro na Praia de Quiaios, na Figueira da Foz. Com estas duas vitórias o ano de 2021 ficará para a História do CAPS como um ano de ouro. O Campeonato Nacional de Clubes da 1.ª Divisão – Mar disputou-se em quatro provas, sendo duas na Praia do Carvalhal (Grândola), nos dias 6 e 7 de Novembro, e as outras duas na Praia de Quiaios (Figueira da Foz) nos dias 4 e 5 de Dezembro. Neste campeonato que é disputado por 12 equipas, em que seis descem de divisão, o CAPS começou por fazer um 3.º e um 5.º no Carvalhal e finalizou com um 1.º e um 4.º em Quiaios, terminando o campeonato com 13 pontos, menos 4 que o segundo classificado, o GD dos Olhos de Água, que fez 17 pontos. O CAPS conseguiu assim superar as cinco equipas que representavam o Algarve e as cinco equipas que representavam o Centro e o Norte do país. Depois de ter vencido em 2000, 2007, 2009 e 2010 este é o quinto título de Campeão Nacional conquistado pelo Clube de Amadores de Pesca de Setúbal.

e senti que não tinha reunido as condições para continuar”, referiu a propósito José Alexandre que deixou também uma palavra de apreço aos directores, jogadores, treinadores e sócios pelo apoio e carinho manifestados nesta sua experiência alentejana.

Em 2010 o CAPS conseguiu fazer a dobradinha, ganhando o Campeonato Nacional e o Campeonato do Mundo. Desde que subiu à 1.ª divisão no ano 2000 o CAPS conseguiu manter-se na 1.ª divisão em 21 anos dos 23 anos decorridos, apesar de todos os anos descerem metade das equipas (6 em 12). O CAPS está em 1.º lugar no ranking nacional do século XXI, e está entre as duas melhores equipas no ranking da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva, dos últimos 5 anos. Com esta vitória o clube está apurado para o Campeonato do Mundo que se irá realizar no Chipre, entre os dias 22 e 29 de Outubro de 2022 mas, para que isso seja possível, “o clube vai ter agora que lutar para conseguir as verbas necessárias para participar na competição”, refere a propósito o presidente da direcção António Marques que espera poder contar com

o apoio do Município de Setúbal, da União das Freguesias de Setúbal e da Secil que têm sido os seus parceiros de sempre. António Marques diz que “o clube conta igualmente com a ajuda da Akami que é a marca que nos tem apoiado em materiais de pesca e que nos irá apoiar nos opens a realizar em 2022, caso a evolução pandémica permita a sua realização”. O presidente do clube adianta que “apesar de ter sido obrigado a deixar a sede social na Rua Augusto Cardoso, em Setúbal, devido ao aumento desenfreado das rendas, o CAPS não deixou de ser um clube competitivo que luta por títulos, como se verificou em 2021” e promete que “tudo irá fazer para representar condignamente a cidade de Setúbal, os pescadores amadores de Setúbal e os pescadores portugueses em geral, lutando pela vitória nas praias de Chipre”.

Os associados do Amora Futebol Clube elegeram no passado domingo, dia 19 de Dezembro, novos corpos socias. A votação contou com a participação de 203 votantes, tendo a Lista A (a única que foi a sufrágio) registado 185 votos, o equivalente a 91,1%. No escrutínio verificou-se também a existência de 14 votos em branco e 4 votos nulos. Paulo Cunha Cavaco foi eleito presidente da direcção, Rui Belchior presidente da mesa da Assembleia Geral e Conceição Lousada presidente do Conselho Fiscal. Logo após o acto eleitoral, Paulo Cunha Cavaco fez questão de dizer que “o grande vencedor desta eleição foi, é, e será sempre, o Amora Futebol Clube. Ficou expressa a grandeza do nosso clube, numa demonstração do forte empenho

e força em relação ao nosso futuro. Tenho noção das responsabilidades acrescidas que eu e toda a minha equipa recebemos no dia de hoje. A partir de agora há um conjunto de homens e mulheres que vão colocar toda a sua sapiência ao serviço do nosso clube. A nossa ambição é muita, temos um enorme legado a consolidar e queremos crescer com os pés bem assentes no chão. À família amorense expresso o compromisso de, em conjunto com esta equipa, trabalhar diariamente em defesa dos mais altos interesses do Amora Futebol Clube, porque o futuro do Amora é por todos e com todos”. Do elenco directivo fazem parte também como vice-presidentes, os seguintes elementos: Rui Sota (futebol profissional), Paulo Tomaz (área financeira), Ricardo Meneses (actividades amadoras), Paulo Matos (equipamentos e instalações), Ricardo Neto Galvão (assuntos jurídicos e contencioso), Nuno Alves (área administrativa e prospecção), Bruno Caires (futebol juvenil). Fábio Geadas será o secretário-geral e João Ventura, o tesoureiro. A tomada de posse dos novos órgãos sociais do clube terá lugar no dia 23 de Dezembro, pelas 20h30m, na Sala dos Presidentes, no Estádio da Medideira.

ANDEBOL

Naval Setubalense e Torrense só têm vitórias na 3.ª Divisão Naval Setubalense e Torrense contam por vitórias os jogos disputados na Zona 6 do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão. Os setubalenses seguem isolados no primeiro lugar da tabela classificativa, com 12 pontos, mais três que a equipa da Torre da Marinha, que tem menos um jogo porque aquele que devia disputar no passado fim-de-semana, em casa, com o Ginásio do Sul, foi adiado para 22 de Janeiro, às 18 horas.

Na quarta jornada a Naval Setubalense foi a Pinhal de Frades vencer a equipa local por 25-21 e o Vitória “B” venceu no Redondo por 33-30. Classificação: 1.º lugar, Naval Setubalense, 12 pontos; 2.º lugar, Torrense (menos um jogo), 9 pontos; 3.º lugar, Vitória “B”, 8 pontos; 4.º lugar, Ginásio do Sul (menos um jogo), Pinhal de Frades e Redondo, 5 pontos.

J.P


03:31 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 09:43 ~ 1.0 m ~ Baixa-mar 15:49 ~ 3.0 m ~ Preia-mar 21:45 ~ 1.0 m ~ Baixa-mar

ALMADA

03:27 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 09:41 ~ 0.9 m ~ Baixa-mar 15:48 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 21:43 ~ 1.0 m ~ Baixa-mar

SESIMBRA

03:54 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 10:05 ~ 0.8 m ~ Baixa-mar 16:14 ~ 3.0 m ~ Preia-mar 22:09 ~ 0.9 m ~ Baixa-mar

SINES

SETÚBAL TRÓIA

MARÉS

04:12 ~ 3.6 m ~ Preia-mar 10:12 ~ 0.9 m ~ Baixa-mar 16:33 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 22:16 ~ 1.0 m ~ Baixa-mar

FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras, Maria Carolina Coelho Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Baptista, Célia Félix, Luís Bandadas IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com


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