O Setubalense, o seu diário da região nº 764 de 14 de Janeiro de 2022

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Debate das legislativas no distrito de Setúbal é hoje e em directo Cabeças-de-lista dos partidos com representação parlamentar vão estar frente-a-frente às 17 horas p3 DAVID MARCOS

"Devemos desafectar Setúbal da AML para a região do Alentejo" Entrevista Cecília Anacoreta Correia cabeça-de-lista do CDS-PP p12 e 13 EDIÇÃO FIM-DE-SEMANA

O SEU DIÁRIO DA REGIÃO SEXTA-FEIRA, 14 DE JANEIRO DE 2022 PREÇO 0,80€ | N.º 765 | ANO III | 5.ª SÉRIE

DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO PUBLICIDADE

MONTIJO Vereador do PSD volta a criticar serviço nos cemitérios p6 Posto de transferência de pescado aguarda formação para começar a funcionar p7

ALCOCHETE Município celebra 124 anos no domingo p8

VACINAS Coronel elogia Grândola e Santiago do Cacém p2 PUBLICIDADE


2 O SETUBALENSE 14 de Janeiro de 2022

Abertura

Explosão de botija de gás causou um ferido ligeiro no Barreiro FOTOS: DR

Uma pessoa sofreu ontem ferimentos ligeiros devido à explosão, cerca das 11h30, de uma botija de gás numa habitação, na Rua Almada Negreiros, na Penalva, concelho do Barreiro, informou o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS)

de Setúbal. Segundo a mesma fonte, a vítima foi transportada ao Hospital de Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro. De acordo com o CDOS, a casa de piso térreo onde ocorreu a explosão sofreu danos consideráveis.

ALCÁCER DO SAL

Município “muda” obra das muralhas do castelo do PT2020 para o PRR Candidatura a fundos comunitários vai ser refeita porque houve “alteração de circunstâncias” Francisco Alves Rito

O Coronel Penha Gonçalves, depois de ter estado em Grândola visitou o Centro de Vacinação de Santiago do Cacém

LITORAL ALENTEJANO

Coronel Penha Gonçalves elogia desempenho dos centros de vacinação de Grândola e Santiago do Cacém Trabalho de coordenação entre os municípios e a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano foi destacado pelos resultados obtidos

O Município de Alcácer do Sal desistiu de candidatar a obra de recuperação das muralhas do castelo aos fundos do Portugal 2020 (PT2020) para candidatar o mesmo projecto ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) porque, de acordo com o presidente da autarquia, houve uma “alteração das circunstâncias”. Segundo Vítor Proença (CDU), devido ao prazo de fecho do PT2020 ter sido antecipado, para Julho de 2023, e a análise mais recente ao projecto ter concluído que o custo da obra será superior ao milhão de euros previsto, o município corria o risco de não conseguir concluir a empreitada a tempo. O autarca comunista explicou, na reunião de câmara de ontem, que a intervenção nas muralhas, poderia ficar concluída até final de 2023 mas que, com o fim antecipado do PT 2020, e as crescentes dificuldades da contratação pública para obras deste género, o executivo municipal, em colaboração com a CCDR Alentejo, optou por candida-

tar a obra aos fundos do PRR. A revogação da candidatura ao PT2020 foi aprovada, na referida reunião, com os votos contra do PS e o tema gerou uma intensa troca de palavras entre Gabriel Geraldes (PS) e Vitor Proença (CDU). Depois de o vereador socialista ter manifestado discordância com a decisão de mudar a candidatura, o presidente da câmara recordou que se trata de uma obra da competência do Governo, uma vez que o Castelo de Alcácer do Sal é monumento nacional. Vítor Proença acusou Gabriel Geraldes de, por razões partidárias, defender o Governo contra os interesses do Município de Alcácer do Sal. A reunião de câmara de ontem ficou marcada também por outra polémica; a venda do terreno dos Brejos da Carregueira, que o executivo alienou no ano passado. A propósito da análise do relatório do revisor oficial de contas ao primeiro semestre de 2021, Gabriel Geraldes argumentou que a maioria CDU vendeu o terreno para pagar divida e financiar obra. O presidente da câmara, assim como a vereadora Ana Luísa Soares (CDU), responderam que os diversos recursos de receita e financiamento à disposição do município devem ser usados de “forma equilibrada” e sublinharam que a câmara municipal tem feito obra sem comprometer as finanças municipais. O SETUBALENSE

O Coronel Penha Gonçalves, Coordenador do Núcleo Coordenador de Apoio ao Ministério da Saúde, esteve ontem no Centro de Vacinação COVID-19 (CVC) de Grândola, onde foi acompanhado pela presidente da Administração Regional de Saúde do Alentejo, Maria Filomena Mendes, que destacaram o “excelente desempenho do CVC” do concelho, refere nota de Imprensa do município. Na visita, que foi acompanhada pelo presidente da Câmara Municipal, António Figueira Mendes, e pelo vereador da Protecção Civil, Ricardo Costa, foi ainda referido que o trabalho desenvolvido pelo CVC

Em Grândola o coordenador da Task Force foi acompanhado pelo presidente da Câmara, António Figueira Mendes

de Grândola só foi possível “graças à articulação das várias entidades envolvidas neste processo, nomeadamente, entre a Câmara Municipal e a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano”. Nos dias 19 de Dezembro de 2021 e 6 a 9 de Janeiro de 2022 foram vacinadas no CVC de Grândola 570 crianças, dos 5 aos 11 anos, 69% das crianças elegíveis. Depois de Grândola o Coordenador

do Núcleo da Task Force para o Plano de Vacinação contra a covid-19, e Maria Filomena Mendes, estiveram no Centro de Vacinação COVID-19 de Santiago do Cacém, onde foram acompanhados pelo presidente da Câmara Municipal, Álvaro Beijinha, pela vereadora Sónia Gonçalves e ainda pela presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, Catarina Arizmendi Filipe.

Vítor Proença acusou o vereador socialista Gabriel Geraldes de defender o Governo contra os interesses do concelho


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Homem de 40 anos morre na colisão entre três veículos em Alcácer do Sal

Um homem com cerca de 40 anos morreu, na passada quarta-feira, e outras duas pessoas sofreram ferimentos ligeiros na sequência de uma colisão entre três veículos no concelho de Alcácer do Sal, disse fonte da GNR. Fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro

(CDOS) de Setúbal indicou à agência Lusa que o óbito do homem foi declarado no local pelo médico da viatura médica de emergência e reanimação (VMER) do Hospital do Litoral Alentejano (HLA), em Santiago do Cacém, tendo os dois feridos sido transportados para

o HLA. A fonte do CDOS adiantou que o acidente, que envolveu três veículos, um pesado de mercadorias, um ligeiro de mercadorias e um ligeiro de passageiros, ocorreu no Itinerário Complementar (IC)1, junto ao posto de abastecimento de combustíveis da mata de Valverde.

DR

LEGISLATIVAS INTERCALARES 2022

AISET e O Setubalense promovem hoje debate entre cabeças-de-lista pelo círculo de Setúbal Os cabeças-de-lista por Setúbal dos nove partidos com representação parlamentar vão estar hoje frente a frente, num debate a ter lugar na Escola Superior de Tecnologia do Barreiro. Organizado pela Associação da Indústria da Península de Setúbal (AISET) em parceria com O SETUBALENSE, o encontro tem início marcado para as 17 horas e pode ser seguido em directo na página de Facebook do jornal. A iniciativa, com duração de duas horas, vai ter assistência presencial convidada, com representantes de várias instituições de todo o Distrito de Setúbal. “Dar a conhecer o pensamento dos candidatos a deputados relativamente às questões de proximidade à região de Setúbal” é um dos principais objectivos da acção, diz Francisco Alves Rito, director de O SETUBALENSE.

Frente a frente vão estar Ana Catarina Mendes (PS), Paula Santos (PCP/ PEV), Nuno Carvalho (PSD), Joana Mortágua (BE), Vítor Pinto (PAN), Cecília Anacoreta Correia (CDS-PP), Bruno Nunes (Chega), Paulo Muacho (Livre) e Joana Cordeiro (IL). A iniciativa conta com o apoio do Instituto Politécnico de Setúbal.

Setúbal com menos uma candidatura

O círculo eleitoral de Setúbal apresenta actualmente 19 candidaturas partidárias às legislativas intercalares do próximo dia 30, uma vez que a coligação entre o Partido Popular Monárquico (PPM) e o Partido Unido dos Reformados e Pensionistas (PURP) já não se encontra ‘na corrida’ à Assembleia da República.

Também conhecida é a ordem pela qual vão surgir os partidos no boletim de voto, que sofreu alterações com a saída do PPM.PURP. Desta forma, no caso do Distrito de Setúbal, será o Chega a surgir no primeiro lugar, o MPT no segundo e o Livre no terceiro. Seguem-se, por ordem decrescente, o JPP, BE, CDS-PP, PS, RIR e PCTP/MRPP. A segunda metade das candidaturas ficou ordenada no boletim da seguinte forma: PTP, PAN, NC, CDU (PCP/PEV), ADN, IL, MAS, PSD, Ergue-te e Volt Portugal. Do total de 230 deputados à Assembleia da República, 18 são eleitos pelo círculo de Setúbal. Nas últimas legislativas, realizadas em 2019, o PS obteve por Setúbal nove deputados, o PCP/PEV e o PSD conquistaram três cada, o BE elegeu dois e o PAN um.

Ana Catarina Mendes (PS)

Paula Santos (PCP/PEV)

Nuno Carvalho (PSD)

Joana Mortágua (BE)

Vítor Pinto (PAN)

Cecília Anacoreta Correia (CDS-PP)

SESIMBRA

Autarquia instala espaço 'Remove' na Maçã para deposição de resíduos verdes e monos Com o novo espaço passam a ser quatro os pontos criados a pensar no ambiente A Câmara Municipal de Sesimbra está a construir mais um espaço REMOVE, agora na Maçã. Fica na Rua das Nogueiras, junto à antiga escola básica da Maçã, e “irá servir, fundamentalmente, as zonas da Maçã, Pedreiras, Sampaio, Cotovia e Alto das Vinhas”, indica a autarquia. A mesma informação refere que o objectivo do REMOVE é “criar mais um ponto gratuito para deposição correcta de resíduos verdes e monos, e evitar que estes sejam deixados na via pública e junto aos contentores”. Os resíduos verdes são provenientes de limpeza e manutenção de zonas de cultivo e jardins de habitações, como aparas, troncos, ramos, relva e ervas. No caso dos monos, são, entre outros, sofás, móveis e colchões. Acrescenta a autarquia que este

novo equipamento “permitirá alargar para quatro os espaços REMOVE no concelho”. Os anteriores começaram a funcionar em 2017 e localizam-se na Quinta do Conde, Zambujal e Lagoa de Albufeira. “Desde a sua abertura, estes espaços permitiram a deposição temporária e correcta de centenas de toneladas de monos e resíduos verdes, que depois são encaminhados para aterro”. Conclui ainda a autarquia que “sem esta solução muitos dos resíduos poderiam acabar abandonados indevidamente na via pública ou na natureza, o que, para além do impacte no plano ambiental e na qualidade de vida das populações, prejudicam a imagem do concelho”. A abertura destes pontos de recolha gratuita de resíduos foi complementada com uma campanha de sensibilização com painéis informativos em todos os contentores de lixo do concelho, folhetos nas facturas da água, publicidade exterior e nos materiais informativos da autarquia.

RECTIFICAÇÃO

Bruno Nunes (Chega)

Paulo Muacho (Livre)

Joana Cordeiro (IL)

Na edição de ontem, 13 de Janeiro, publicada por O SETUBALENSE, na página 8, na peça “Autarquia afirma não descansar até a EDP resolver luz no bairro do II Torrão”, é referido o nome de Alexandra Alves como pre-

sidente da Associação Cova do Mar, que têm o projecto social Fábrica dos Sonhos no II Torrão, na Trafaria. O nome correcto é Alexandra Leal. Pelo lapso, pedimos a devida desculpa à visada.


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Setúbal

DESENVOLVIDO PELO INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DE LISBOA

Município contribui em projecto de investigação sobre desempenhos escolares na etnia cigana Colaboração consiste “na divulgação do projecto através dos meios de comunicação disponíveis e de parceiros estratégicos” Maria Carolina Coelho A Câmara Municipal de Setúbal vai contribuir para o desenvolvimento de um projecto de investigação sobre desempenhos escolares na etnia cigana, desenvolvido pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, através da integração na Rede EduCig – Plataforma Colaborativa sobre Políticas Públicas e Ciganos Portugueses/Roma. A colaboração, definida em protocolo aprovado pelo executivo municipal na reunião extraordinária de quarta-feira, consiste “numa primeira

fase na divulgação de actividades e outputs relevantes do projecto, sobretudo das ofertas formativas, através dos meios de comunicação disponíveis e de parceiros estratégicos”, indica a deliberação camarária. O EduCig - “Desempenhos escolares entre os Ciganos: investigação-acção e projecto de co-design”, levado a cabo pelo ISCTE e financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, “pretende identificar e compreender as trajectórias de estudantes ciganos integrados no ensino secundário nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto e as respectivas aspirações de acesso ao ensino superior”. Para a bancada do Partido Socialista (PS), na voz da vereadora Patrícia Paz, “ainda que para já apenas com função de divulgação de actividades e de ofertas formativas, é de destacar a importância que hoje assume educar para a diversidade e para a cidadania”. “É efectivamente importante obter um estudo sociológico da comunidade cigana sobre os seus traços cul-

turais, considerando as diversidades sociais e regionais, porque quando falamos da comunidade cigana falamos de uma realidade social complexa, marcada pelo estigma”, acrescentou a eleita socialista. Por parte do Partido Social-Democrata, a vereadora Sónia Martins, depois de “salutar a iniciativa”, defendeu a relevância de “cada vez mais se procurar criar sinergias não só com o ISCTE e com as universidades, de forma a poder-se recolher a informação científica e técnica sobre determinadas matérias específicas”. “Acho que é um princípio, é um caminho que devemos explorar para que nos dêem ferramentas, para podermos também dar outras respostas em diversas matérias”, reforçou. Já o vereador da CDU Carlos Rabaçal disse considerar “muito importante a aprovação da proposta, por ser uma peça que pode ser muito relevante na avaliação da situação escolar e formativa das crianças e jovens da comunidade cigana”.

“Este trabalho que aqui é apontado, no caso de Setúbal, vem complementar e vem associar-se a um trabalho que já está em curso, designadamente no programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade”, com uma participação intensa da comunidade cigana, em todas as actividades do programa”, destacou. Através da parceria com a autarquia, o Instituto Universitário de Lisboa compromete-se a “assegurar a realização de acções de capacitação sobre história, cultura e modos de vida ciganos dirigidas a profissionais e técnicos que desenvolvam actividade na área da educação e, eventualmente, a técnicos que trabalhem na área social e da habitação”. Encontra-se igualmente previsto no processo de investigação a “realização de actividades de formação, nomeadamente um currículo comum que certifique profissionalmente e com o 12.º ano estudantes ciganos e não ciganos que deixaram o sistema escolar, bem como formação

certificada sobre história, cultura e modos de vida ciganos dirigida a escolas, agentes educativos e outros técnicos”. A Rede EduCig “visa estimular o contacto e a cooperação entre diferentes entidades e actores para a partilha de conhecimento, recursos e boas práticas e para a disseminação de resultados científicos que contribuam para melhorar a inclusão das pessoas e famílias ciganas, particularmente na área das políticas públicas, sobretudo em domínios como a educação, formação, empregabilidade e habitação”. Já a médio-longo prazo, “de acordo com o interesse dos vários intervenientes, pretende-se que a rede mantenha a actividade com acções e objectivos mais abrangentes, como, por exemplo, a co-produção e partilha de informação científica e técnica acerca da formação e educação dos jovens ciganos em Portugal e das suas condições de empregabilidade e a reflexão conjunta sobre implicações políticas e práticas dessa informação”.

A ACONTECER EM MARÇO

Festival de caminhadas pelo Parque Natural da Arrábida com inscrições abertas Participação disponível em modo passe, que dá acesso a várias caminhadas, ou bilhete simples, que permite um passeio A segunda edição do festival de caminhadas pelo Parque Natural da Arrábida está aí ‘à porta’, com os atletas interessados a poderem já garantir o seu lugar na iniciativa. O Arrábida Walking Festival, organizado numa parceria entre a Biotrails e as câmaras municipais de Setúbal, Palmela e Sesimbra, vai acontecer nos dias 25, 26 e 27 de Março, disponibilizando “vários percursos pedestres pelo ter-

ritório, num evento que alia o turismo de natureza ao lazer e bem-estar”. As inscrições devem ser feitas através de www.biotrails.pt/awf, sendo que “o passe para o festival dá acesso a várias caminhadas, enquanto a modalidade de bilhete simples permite um passeio”. O passe tem o valor de 24 euros até 28 de Fevereiro e de 28 euros a partir de 1 de Março, enquanto os bilhetes simples custam 13 euros até 28 de Fevereiro, valor que sobe para 15 euros a partir dessa data. Em comunicado, a autarquia sadina explica que “a par do programa central de passeios pedestres, que à semelhança do ano passado mantém "A Grande Rota Arqueológica", esta edição inclui um conjunto de caminhadas à descoberta da riqueza singular da flora da Arrábida, acompanhadas

DR

Preços de inscrição variam entre os 13 e os 28 euros

por especialistas, com destaque para a colaboração da Sociedade Portuguesa de Botânica”.

“O objectivo é identificar diferentes plantas em cada trilho e proporcionar uma visão global das

especificidades da flora desta área protegida, composta por cerca de 1 450 espécies, que correspondem a aproximadamente 40 por cento da diversidade natural existente em Portugal”. Além disso, está igualmente planeado um programa recheado de “actividades, nomeadamente percursos temáticos, workshops gastronómicos e de fotografia, visitas guiadas e uma caminhada acessível a pessoas com deficiência visual, num percurso pedestre sensorial”. “Durante os três dias do final de Março, o Arrábida Walking Festival apresenta opções de trilhos e actividades, diurnas e nocturnas, cujas intensidades variam entre baixa, média e alta, e percursos adaptados para crianças com o objectivo de proporcionar caminhadas em família”.


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Avenida Lima de Freitas parcialmente encerrada durante cinco dias devido a intervenção

A realização de trabalhos no âmbito de uma operação de ligação da rede de drenagem pluvial obriga ao encerramento da faixa Sul da Avenida Lima de Freitas a partir das 08 horas de segunda-feira, dia 17, por um período previsível de cinco dias.

ARQUIVO

No decorrer da intervenção na via pública, “no troço compreendido entre a Rua Vieira da Silva e a rotunda da Estrada de Algeruz”, os automobilistas “devem circular pelo sentido Norte-Sul da Avenida Mestre Lima de Freitas

e pelas ruas Vieira da Silva e das Caravelas”, aconselha a Câmara Municipal de Setúbal em nota de Imprensa. “Durante o mesmo período, também está interdito ao trânsito o sentido Norte-Sul da Rotunda da Estrada de Algeruz”.

HOSPITAL DE SÃO BERNARDO

Recém-nascidos prematuros equipados com “capinhas heroínas” a cada conquista

Sebastião da Gama, a par de Azeitão, quer "espaços de contacto com a ciência"

SEBASTIÃO DA GAMA E DE AZEITÃO

Protocolo vai permitir a agrupamentos desenvolverem actividades científicas Parceria com a autarquia aprovada no âmbito de candidaturas à Rede Nacional de Clubes Ciência Viva Os agrupamentos de escolas de Azeitão e Sebastião da Gama, em Setúbal, ambicionam criar nos estabelecimentos de ensino “espaços abertos de contacto com a ciência e a tecnologia, para o acesso a práticas científicas, de forma a promover o ensino experimental das ciências”, pelo que têm “em curso o desenvolvimento de candidaturas à Rede Nacional de Clubes Ciência Viva”. Com o objectivo de “apoiar e cooperar no desenvolvimento das actividades a realizar no âmbito da implementação dos clubes, para fomentar a relação entre as escolas e a comunidade”, o município sadino aprovou na quarta-feira, em reunião extraordinária, a celebração de protocolos de parceria com os dois agrupamentos escolares. De acordo com as deliberações camarárias, a edilidade vai, desta forma, promover “o ensino das ciências experimentais, através do Programa Municipal de Educação pela Arte e pelas Ciências Experimentais, aos alunos do ensino público do pré-escolar e 1.º ciclo do ensino básico, enquanto o Clube Ciência Viva proporcionará uma

continuidade destas actividades nos ciclos de ensino subsequentes”. Enquanto a autarquia se compromete “a apoiar o desenvolvimento de actividades educativas”, os agrupamentos de Azeitão e Sebastião da Gama vão ter de “fomentar a abertura da escola à comunidade local, através do incentivo ao estabelecimento de parcerias com instituições científicas e de ensino superior, autarquias, centros Ciência Viva, empresas com I&D (investigação e desenvolvimento), museus e outras instituições culturais”. Além disso, o município vai passar a “cooperar com os agrupamentos no desenvolvimento profissional contínuo dos professores e a fomentar uma ligação mais estreita das escolas à comunidade científica e à produção de conhecimento e inovação”. Os protocolos aprovados vão igualmente “permitir o acesso das escolas a equipamentos e espaços públicos, a recursos educativos, a actividades de interesse, ao envolvimento em projectos educativos promovidos pelo município e a partilha de experiências e conhecimentos”. “Os Clubes de Ciência Viva têm como principais objectivos a promoção da literacia científica e tecnológica, a articulação entre o ensino formal e não formal, a modernização dos modelos e estratégias de ensino, a abertura da escola à comunidade local e a disseminação de boas práticas e recursos”.

DR

Projecto pretende igualmente “atenuar o internamento na Unidade de Cuidados Especiais Neonatais” Os recém-nascidos prematuros internados na Unidade de Cuidados Especiais Neonatais (UCEN) do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, vão passar a ser equipados com “capinhas heroínas” a cada “pequena conquista” alcançada. O projecto, “desenvolvido pela enfermeira Rosa Dias, no âmbito da sua especialização em Saúde Infantil e Pediatria”, tem como objectivo “promover

uma melhor adaptação da parentalidade na UCEN e contribuir para a melhoria da qualidade dos cuidados prestados”, explica o hospital em comunicado. Com os símbolos de diversos super-heróis, as capinhas, além de celebra-

rem as conquistas dos recém-nascidos, pretendem igualmente “atenuar o internamento na unidade, que pode causar sentimentos de sofrimento, insegurança, desilusão, frustração, ansiedade e falta de segurança nos pais e família”. PUBLICIDADE

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ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 265 520 716 ALCOCHETE 212 318 392 OUTROS CONCELHOS 265 520 716


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Montijo

AUTARCA DO PSD VOLTA A CRITICAR SERVIÇO NOS CEMITÉRIOS

Vereador diz que cães vadios fogem com crânios na boca e acusa PS de tratar mal os vivos e pior os mortos DR

João Afonso denuncia ossadas lavadas em tanques da roupa e colocadas em caixas de fruta a secar. Nuno Canta diz que é fantasia Mário Rui Sobral “No Montijo qualquer um de nós pode ter a sorte de ir calhar a uma caixa de fruta. É assim que acabamos os nossos dias nesta terra, nos cemitérios.” A ironia foi utilizada por João Afonso, vereador do PSD, que, na reunião de câmara de quarta-feira passada, voltou a acusar as sucessivas gestões do PS de “desmantelamento dos serviços públicos ao longo de 24 anos de governação”. O autarca acabava de dar como exemplo os cemitérios municipais de S. Sebastião e Pinhal Fidalgo. E as denúncias de más práticas não se ficaram pelo tratamento dado às ossadas exumadas. “Para o cenário ainda ser pior, constatamos que não é a primeira nem a segunda vez que cães vadios entram no cemitério e levam na boca ossos de ossadas de exumações. Já aconteceu cães saírem portão fora do Cemitério de S. Sebastião com crânios na boca”, atirou o social-democrata, sem poupar críticas a Nuno Canta, presidente da Câmara, e restantes eleitos do PS. “Nós não somos só mal-tratados pela maioria do Partido Socialista quando estamos vivos, também somos muito mal-tratados quando estamos mortos”, disparou. Para João Afonso todo este processo é indigno, para funcionários municipais, pessoas, famílias e respectivos antepassados. “É uma total falta de respeito e de dignidade. É um sinal de total falta de serviço público nos cemitérios. O serviço foi desmantelado ao longo de 24 anos. As pessoas que lá estão a trabalhar fazem o seu melhor, mas há uma ausência completa de hierarquia, coordenação, de política de

O debate entre o presidente da Câmara e o vereador do PSD voltou a ser acalorado no período antes da ordem do dia

investimento”, considerou. Segundo o social-democrata, “as ossadas continuam a ser lavadas em tanques de roupa” e a serem depositadas “em caixas de fruta”, quando

deviam de ser colocadas “em caixas de inox”, como mandam “as boas práticas”. “Nos cemitérios do Montijo as ossadas dos nossos antepassados não

Queixa Clara Silva lembra acção em tribunal contra João Afonso Maria Clara Silva, vereadora do PS, foi irónica na reacção às denúncias de João Afonso. “Gostei da intervenção do vereador. Foi feita com inteligência”, disse a socialista, para explicar de seguida: “É a sua defesa, que quer que fique registada publicamente. E percebo”. Ao mesmo tempo, disse não ter conhecimento de qualquer processo de averiguações ou de inquérito a qualquer trabalhador dos cemitérios. E Nuno Canta aproveitou para pôr a nu o que a vice-presidente quis dizer, ao lembrar uma queixa interposta no tribunal contra João Afonso. O social-democrata é acusado de ter

invadido o cemitério e de ter filmado ilegalmente, no mandato anterior, ossadas no local. Os socialistas não ficaram, porém, sem resposta, com João Afonso a garantir que existem processos disciplinares a trabalhadores do referido serviço. E considerou a participação de que foi alvo como uma acção igualmente persecutória. “A atitude de suscitarem um processo-crime contra mim, enquanto vereador, com honorários pagos pelo dinheiro público, não pelo vosso dinheiro, é com o intuito persecutório de me fazerem calar. Mas não me calam”, finalizou.

raras vezes são colocadas em locais públicos no cemitério debaixo de árvores para secarem. Ou então, na melhor das hipóteses, são colocadas de uma forma atabalhoada em instalações do cemitério a serem secadas com mini secadores que se compram nas lojas de chineses. É assim que nós acabamos aqui no Montijo”, afirmou, antes de acusar a gestão PS de perseguir os que denunciam estas práticas. “Quem denuncia e se insurge contra isto, e se sente indignado, nomeadamente os funcionários são presenteados com processos disciplinares para que se calem de vez, para que não denunciem, como se nós vivêssemos num estado policial, num estado pidesco”, revelou. E ao mesmo tempo apontou aquilo que o PSD propõe: “Dar dignidade àquele serviço, através da construção de dois pequenos armazéns em cada um dos cemitérios e lá instalar estufas de secagem de ossadas.” O PSD, adiantou João Afonso, “não descansará enquanto o assunto não ficar resolvido”.

Nuno Canta nega tudo

Na resposta, Nuno Canta foi peremptório: “Nunca, ao longo de 24 anos,

eu como vereador e presidente da Câmara observei qualquer destes factos que aqui referiu o vereador.” E reforçou: “O que o senhor aqui fez é de uma ignomínia a todos os títulos. Nunca vi nos cemitérios aquilo que disse e já visitei muito mais vezes os cemitérios do que o vereador alguma vez visitará.” Para o socialista, as exumações no Montijo são feitas em condições adequadas. “Não são feitas nesta ideia peregrina do vereador de caixas de fruta”, retorquiu, para juntar de seguida: “Caixas de fruta é lá para o seu serviço público, aqui não existe. Se tem isso, se tem essa confirmação, apresente”. E, mais à frente, o social-democrata apresentou duas fotografias com ossadas em caixas de fruta. Mas as imagens não convenceram Nuno Canta. “É o mesmo que não mostrar nada. Não mostra em que local é. Tanto pode ser no seu quintal como em qualquer outro lugar. Não sei se faz uma compilação para fazer uma fotografia... pode fazer colecção dessas fotografias e pode inclusivamente fabricá-las”, disse o presidente da autarquia, que provocou risos ao vereador do PSD. De permeio, Nuno Canta acusou João Afonso de falta de seriedade política. “Está a pedir mais investimento nos cemitérios, mas absteve-se no Orçamento [Municipal] que prevê investimento nos cemitérios”, justificou. O socialista negou depois quaisquer perseguições a trabalhadores. “Não vivemos em nenhum estado policial nem existe qualquer destruição de serviço da Câmara Municipal do Montijo”, sublinhou. “Quanto a cães vadios e caixas de fruta, penso que podem existir não nos cemitérios mas na cabeça de algumas pessoas, o que é pena. De qualquer maneira irei verificar isso com os serviços e perceber que esta questão que o vereador disse é meramente uma fantasia”, afiançou. Nuno Canta garantiu ainda que a questão de estufas de secagem de ossadas e também da qualificação de alguns dos chamados edifícios cemiteriais “está neste momento em desenvolvimento” na autarquia.


14 de Janeiro de 2022 O SETUBALENSE 7

Exposição de pintura de Lara Roseiro pode ser visitada até amanhã

“As casas de fora olham-nos pelas janelas” intitula a exposição de pintura da autoria da artista Lara Roseiro que pode ser apreciada até amanhã na Galeria Municipal do Montijo. A mostra dá a conhecer uma visão diferente sobre aspectos que

podem passar despercebidos mas que são comuns, sobretudo no mundo das mulheres. “Lara Roseiro apresenta-nos uma série de trabalhos nos quais a pintora apropria-se da casa como espaço íntimo do quotidiano feminino, através de cenários

interiores e objectos vulgares que, por momentos, adoptamos como nossos, multiplicando, deste modo, as possibilidades narrativas e que nos permitem a entrada num universo que nos é familiar”, revela a Câmara Municipal, sobre a exposição.

DR

BREVES INAUGURAÇÃO

Mostra da pintora Benedita vai ser inaugurada dia 22 na Galeria Municipal A pintura vai continuar a estar em destaque na Galeria Municipal do Montijo. É já no próximo dia 22, sábado, pelas 16 horas, que vai ser inaugurada uma nova exposição, da autoria da pintora Benedita Kendall, naquele espaço do município. De acordo com a artista, a mostra tenta representar uma fase actual da vida em

sociedade. “Uma reflexão sobre os tempos que correm, onde fomos confrontados com o tempo e o espaço exíguo e diminuto das nossas vivências”, revela sobre os trabalhos que espelham aspectos do quotidiano e do isolamento em que se vive. A exposição vai estar patente ao público até 22 de Fevereiro próximo.

FUNCIONAMENTO

Nuno Canta, Páulo Coelho, Sérgio Faias e Isabel Ferreira rubricaram o protocolo para instalação do posto

ESPAÇO ESTÁ OPERACIONAL

SCUPA aguarda acção de formação para que posto de transferência de pescado comece a funcionar Arranque deve ocorrer em breve. Docapesca vai dinamizar formação sobre sistema informático do espaço Mário Rui Sobral O posto de transferência de pescado do Montijo já está operacional, mas ainda não entrou em funcionamento. O arranque do serviço não tem data prevista, porém deverá ocorrer em breve, apurou O SETUBALENSE junto de fonte próxima do processo. Em causa está apenas uma acção de formação sobre o sistema informático, instalado no posto, que terá ainda de ser dinamizada pela Docapesca a elementos da Sociedade Cooperativa União Piscatória Aldegalense (SCUPA). O protocolo para a implementação e operacionalidade do posto de trans-

ferência de pescado, no cais dos pescadores, foi assinado no passado dia 17 de Dezembro entre Docapesca, Câmara Municipal do Montijo e SCUPA, sendo homologado pela secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho. O acordo foi rubricado por Sérgio Faias e Isabel Ferreira, presidente e vogal do Conselho de Administração da Docapesca, respectivamente, Nuno Canta, presidente da autarquia, e Paulo Coelho, que preside à direcção da SCUPA. Segundo a autarquia, o protocolo “visa estabelecer as condições de cooperação entre as partes” de forma a “assegurar a implementação de um posto de transferência de pescado, no concelho do Montijo, e a sua adequada gestão e manutenção”.

Equipamento necessário para os profissionais do sector

Durante a cerimónia protocolar, que decorreu no próprio local, Nuno Canta lembrou que o equipamento vem beneficiar “os pescadores, o concelho

e as gentes” montijenses. “[O posto] vai contribuir muito para a valorização da classe piscatória, permitindo a entrada segura de peixe e pescado no mercado interno”, disse então o presidente da Câmara do Montijo, sem deixar de vincar que os profissionais da pesca, até à data, têm sido obrigados a dirigir-se a Setúbal ou a Almada para o efeito. Paulo Coelho reforçou a importância da infra-estrutura para a comunidade piscatória local. O responsável da SCUPA considerou o novo posto “imprescindível para as necessárias operações de transferência de pescado para as lotas mais próximas”. Já Sérgio Faias fez questão de recordar que “os 60 anos de existência da Docapesca assentam em uma parceria profícua com a comunidade piscatória de todo o País”. “É um trabalho conjunto e de confiança. Os pescadores entregam-nos o produto do seu trabalho, cabe-nos a nós valorizá-lo”, sustentou o presidente do Conselho de Administração da Docapesca.

Serviço de leitura e informação retomado na biblioteca A Biblioteca Municipal Manuel Giraldes da Silva, no Montijo, voltou a disponibilizar o serviço de leitura e informação na passada segunda-feira. O serviço está a funcionar de segunda a sexta-feira, das 10h00 às 12h30 e das 14h00 às 18h00. Os munícipes podem

usufruir de “empréstimo domiciliário (requisição e devolução de livros) e de permanência na sala de leitura geral para consulta de livros nas estantes, consulta de internet, leitura presencial e estudo (individual e em grupo)”, revelou a autarquia. DR

INICIAÇÃO À ARTE SEQUENCIAL

Museu Casa Mora vai dar a conhecer trabalhos de banda desenhada O Museu Municipal Casa Mora vai acolher, a partir do próximo dia 28, mais uma exposição de banda desenhada. A inauguração da mostra está agendada para as 18 horas. Expostos vão estar “trabalhos e processos criativos dos alunos dos cursos de Iniciação à Arte Sequencial, promovidos pela Câmara

Municipal do Montijo”, anunciou a autarquia. A exposição, que poderá ser visitada até 19 de Março próximo, “terá início com o lançamento de uma antologia que reúne as várias bandas desenhadas criadas pelos alunos dos cursos”. As entradas sâo gratuitas e é obrigatório o uso de máscara.


8 O SETUBALENSE 14 de Janeiro de 2022

Alcochete

DOMINGO ÀS 16H00

Município celebra 124 anos da Restauração do Concelho com cerimónia adaptada à pandemia DR

Vão ser homenageadas e distinguidas pessoas singulares e colectivas que se evidenciaram por serviços e actividades em prol do município

Imparcial sem bolo de aniversário

Humberto Lameiras Alcochete celebra este sábado, 15 de Janeiro, o 124.º aniversário do dia em que ‘reconquistou’ a sua autonomia administrativa e política. É a data da Restauração do Concelho que o ano passado a pandemia não permitiu assinalar publicamente, e que agora, em 2022, está de volta embora com uma cerimónia restrita a convidados, ainda devido ao actual contexto pandémico. O que está programado é uma cerimónia solene, no domingo 16 de Janeiro, com início às 16h00, e com transmissão em directo na página do Facebook do município. Tal como tem acontecido em anos livres de pandemia, “vão ser homenageadas e distinguidas pessoas singulares e colectivas que se evidenciaram por serviços e actividades em prol do município, das juntas de freguesia do concelho e dos serviços públicos que, cumprindo as suas funções, as desempenharam com dedicação e competência, atribuindo-lhes medalhas municipais”, adianta o município na sua página online. Assim, nesta sessão, que contará com um apontamento musical pelo Conservatório Regional de Artes do Montijo, vai ser atribuída a Medalha da Restauração do Concelho a Manuel Ferreira Cardoso e a António José Silva Soares. A mesma distinção vai reconhecer os elementos que estiveram, e estão, na Linha da Frente Covid-19 de Alcochete: Profissionais do Pólo de Alcochete da Unidade de Saúde Pública Arnaldo Sampaio do ACES Arco Ribeirinho; Destacamento Territorial da GNR do Montijo – Posto Territorial de Alcochete; Corpo de

Por sua vez a Medalha Municipal de Bons Serviços vai distinguir os funcionários Hélder José Silva Almeida e Fernanda Maria dos Santos Formigo.

A banda da Imparcial vai tocar o hino da Restauração frente à Câmara Municipal

Bombeiros da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Alcochete e Serviço Municipal de Protecção Civil.

Quanto à Medalha de Mérito Desportivo, vai ser colocada ao peito de José Luís Peralez da Silva Peres e Rita Ramalho Rodrigues.

Mais restrita vai ser a comemoração da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 de Alcochete (SIA) que, a par da Restauração do Concelho, comemora 124 anos de fundação. Diz o seu presidente, Artur Organista, que “não haverá, como habitualmente, bolo de aniversário nem convívio com os sócios”, isto “devido à pandemia que tem sido dura no concelho”. Em 2021 não houve comemorações. Mesmo assim, no sábado, pelas 21h00, a banda da SIA vai formar junto à sede para tocar o hino da colectividade e, daí, parte para os Paços do Concelho de Alcochete para, frente ao edifício da Câmara, tocar o hino da Restauração, o que terá transmissão em directo, online. Antes da pandemia, a banda da SIA, “percorria as cerca de 20 colectividades da vila de Alcochete [no concelho existe cerca de meia centena de colectividades], onde, frente às sedes, tocávamos o hino da Restauração”, lembra Artur Organista.

História População ‘revolta-se’ contra deliberação A 15 de Janeiro de 1898, após três anos de dependência administrativa e política da Aldeia Galega, actual Montijo, Alcochete reconquistou o estatuto de concelho; era a Restauração do Concelho que é celebrada há 124 anos. Por deliberação do ministro do reino João Franco, publicada no Diário de Governo n.º 50, de 4 de Março de 1895, foi considerado que Alcochete era um concelho de segunda ordem por não dispor de recursos suficientes para se sustentar economicamente. Nesta sequência, a 30 de Setembro do mesmo ano, em Diário da República, torna-se pública a definitiva supressão do concelho de Alcochete, com

o território a passar para a mão administrativa e política da Aldeia Galega A população agitou-se em protesto, não aceitou a anexação ao concelho vizinho; despertou a insubmissão e a consciência de identidade municipal que foi progressivamente ganhando raízes e, passados três anos, os protestos vingaram. Conta-se que nas vésperas da publicação do decreto ‘libertador’, a ansiedade da boa nova levou a festejos e muitas eram as gentes de Alcochete que, em suas casas, guardavam foguetes para quando o momento chegasse. A notícia chegou, já de noite, trazida de Lisboa por D. João Pereira Coutinho: o decreto

que iria restaurar o concelho encontrava-se já na Imprensa Nacional. Pouco depois rebentava o primeiro de muitos foguetes e a festa continuou pela noite dentro. Nas ruas, tocava a banda da Sociedade Imparcial 15 de Janeiro de 1898 de Alcochete, que nasceu nesse dia. A 15 de Janeiro de 1898 é publicado, no Diário de Governo, o Decreto que restaura 51 concelhos, entre eles o de Alcochete. Um acontecimento histórico que “marcou de forma profunda o povo alcochetano, que nunca deixou de defender a sua identidade e independência, enquanto território e comunidade”, refere o site da Câmara de Alcochete.

EDUCAÇÃO

Mais de 9 mil euros em bolsas de estudo atribuídos a alunos do concelho A Câmara Municipal de Alcochete vai atribuir 15 bolsas de estudo este ano lectivo, no valor financeiro global de 9 200 euros. Uma deliberação tomada na reunião pública de 5 de Janeiro, e que vem em acordo com o Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior, “Alcochete Educa”. Segundo a vereadora Maria de Fátima Soares, com o pelouro da Educação, esta atribuição de bolsas “entrou em vigor este ano e foram contempladas com valores diferentes segundo escalões”. Assim, ao 1.º escalão corresponde um valor unitário de 697 euros e vai abranger 12 estudantes, para o 2.º escalão o montante financeiro é de 348,5 euros e vai chegar a dois estudantes. No caso do 3.º escalão, a verba destinada é de 139,4 euros e é atribuída a um estudante. Esta trata-se de “uma medida excepcional e de alívio para as famílias”, comenta Maria de Fátima Soares, uma vez que a mesma é “dirigida à classe média e baixa”. Ou seja, os estudantes abrangidos pelas bolsa da Direcção-Geral dos Estabelecimentos Escolares integram famílias com rendimentos mais baixos. A vereadora com a pasta da Educação Municipal manifestou ainda a expectativa de que para o próximo ano concorram mais estudantes. “Caminhamos no rumo certo, queremos pessoas mais formadas e queremos dar iguais oportunidades a todos”, disse. Os processos de atribuição de bolsas estão disponíveis para consulta no Sector de Educação do município. DR


14 de Janeiro de 2022 O SETUBALENSE 9

Impedimentos à circulação de trânsito na Rua Beneficiado de Oliveira e Avenida Euro 2004

No âmbito da realização de obras de urbanização no domínio público para a substituição de um colector de drenagem de águas residuais, na Rua Beneficiado de Oliveira, a Câmara de Alcochete avisa

DR

que esta via está condicionada à circulação pedonal, e proibida ao trânsito e estacionamento ainda durante o dia de hoje, sexta-feira. Entretanto, vai continuar interdita a circulação de veículos

nas vias de trânsito mais à direita ou mais à esquerda, das faixas de rodagem da Avenida Euro 2004, consoante o curso de uma obra de manutenção da via, das 07h00 às 14h00, nos dias 18, 19, 25 e 26 de Janeiro.

FIGURAS HISTÓRICAS DA REGIÃO

De O Setubalense à Seara Nova: a “memória” de César Nogueira DR

Luís Carvalho

APOIO

Executivo municipal isenta movimento associativo de pagamento de taxas O movimento associativo do concelho de Alcochete vai ficar isento de um conjunto de pagamentos de taxas. A decisão foi aprovada pelo executivo municipal na reunião pública de 5 de Janeiro, e tem efeitos retroactivos a 1 de Janeiro de 2022. Durante a sessão, Maria de Fátima Soares, vereadora responsável pelo pelouro do Desporto, Juventude e Movimento Associativo no município, salientou que estes apoios “já são recorrentes há alguns anos e que a novidade, desde há dois anos, é a proposta que prevê a isenção de pagamento de taxas nos treinos e jogos oficiais de equipas que se encontram a disputar competições federadas, incluindo o INATEL”, refere a divisão de comunicação do município que cita a eleita. “É uma situação de manifesta importância” para o movimento associativo desportivo, sublinha a vereadora, porque “deixam de ser cobradas as taxas de utilização para os jogos e treinos diários que os clubes fazem”, sendo, portanto, “um alívio enorme para estas colectividades que, devido à pandemia, se viram a braços com as questões financeiras”. Em relação às isenções e reduções a vigorar durante todo o ano de 2022,

a autarca considera que “é menos uma preocupação para as associações, mas que, obviamente, obriga a um esforço financeiro para o município porque são receitas que não vai arrecadar”, e conclui: “Cremos que é por uma boa causa e é uma forma de dar um alívio às colectividades”. O documento aprovado indica as seguintes isenções em 2022: Licença Especial de Ruído; Licença da Ocupação da Via Pública; Utilização das Instalações Desportivas Municipais - Isenção de pagamento de taxas nos treinos e jogos oficiais de equipas que se encontram a disputar competições federadas (incluindo o INATEL); Utilização da Sala Multiusos da Biblioteca Municipal. Para os veículos, a isenção abrange o pagamento de taxas referentes ao valor de utilização de veículos por quilómetro até 1 500 quilómetros, por ano civil, não podendo as viagens exceder os 400 quilómetros e, ida e volta. No caso do Fórum Cultural de Alcochete, as associações e colectividades do concelho terão isenção de uma utilização do auditório, por ano civil, devendo a mesma ocorrer em qualquer dia da semana exceptuando domingos e feriados.

Não terá vivido em Setúbal mais do que um ano, à volta de 1910. Mas deixou um nome a reter na história da imprensa sadina no período da 1ª República, e em particular do jornal O SETUBALENSE. César Nogueira começou por ser colaborador de um jornal operário e socialista da cidade de Setúbal, O Trabalho. Em 1916 surgiu a colaborar também no jornal da Liga de Defesa e Propaganda de Setúbal. E tornou-se, até 1926, um dos principais colunistas do O SETUBALENSE. O seu nome figurava mesmo no cabeçalho deste jornal como um dos seus quatro “redactores efectivos”. Aqui contribuiu sobretudo com artigos de opinião sobre a actualidade política da época. À frente das redações desses três jornais, esteve nesse período a mesma pessoa: Manuel Luiz de Figueiredo, uma figura histórica do sindicalismo e do antigo Partido Socialista Português. Terá sido ele o elo de ligação do seu camarada e amigo César Nogueira à imprensa de Setúbal. Mas tarde, na década de quarenta, César Nogueira voltou por algum tempo a contribuir para a imprensa desta região, como colaborador do jornal Gazeta do Sul, sediado no Montijo. Mas quem era este homem? Filho de um general, César Nogueira nasceu em Lisboa, em 1879. E fez carreira como funcionário da Câmara Municipal de Lisboa. No derradeiro reinado de D. Manuel II, tornou-se militante e dirigente do Partido Socialista Português, ainda ao lado do líder histórico, Azedo Gneco. Nos alvores do regime republicano, César Nogueira foi director do jornal socialista República Social. Colaborou durante mais de 60 anos no jornal A Voz do Operário. E também escreveu para o diário República, quando este jornal era a grande referência anti-fascista na imprensa que se publicava na legalidade (sob a ditadura de Salazar). Viveu até aos 93 anos de idade, mas não chegou a ver o fim da ditadura. Faleceu um ano antes do 25 de Abril.

Até 1926, César Nogueira foi um dos principais colunistas de O SETUBALENSE

Vem esta evocação a propósito do centenário que está sendo comemorado da revista Seara Nova. É que César Nogueira também foi um “seareiro”. Entre 1947 e 1968 ele foi mesmo como que o especialista da Seara Nova em história do antigo movimento operário português. Apresentava um trabalho invulgar, feito de dedicação e persistência ao longo de décadas, na recolha de documentos e testemunhos relativos sobretudo ao Partido Socialista Português (fundado em 1875). Era uma memória que se estava a perder no contexto da ditadura. O velho anarco-sindicalista Emídio Santana não deixaria de lhe apontar uma atitude de parcialidade, por focar apenas a história ligada ao antigo Partido Socialista, ignorando ou diminuíndo a importância da corrente anarquista [Seara

Nova, Fevereiro 1968, pp. 42/4]. Já o historiador José Tengarrinha realçou que César Nogueira conseguiu “trazer à luz do dia muitos dos mais importantes documentos, que ameaçavam perder-se, para a história do socialismo no nosso país” [Seara Nova, Março 1965, p. 94]. Por sua vez, o historiador Victor de Sá, enalteceu em César Nogueira a “probidade mental que presidiu à recolha dos elementos e o respeito pelas fontes documentais” [prefácio a César Nogueira (1964), Notas para a história do socialismo em Portugal, p.6]. Além de artigos de imprensa, César Nogueira publicou diversos livros e opúsculos, entre os quais biografias de três figuras centrais nos primórdios do sindicalismo e das ideias socialistas em Portugal: José Fontana, Antero de Quental e Azedo Gneco. Investigador


10 O SETUBALENSE 14 de Janeiro de 2022

O SEGREDO DAS CARTAS TARÓLOGO e ASTRÓLOGO FRANCISCO GUERREIRO

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CARNEIRO 21.03 a 20.04 No plano amoroso – não rejeite a possibilidade de se envolver um novo relacionamento. Poderá ser surpreendido, muito favoravelmente, com as atitudes e gestos de alguém que entrou há pouco na sua vida. No plano profissional – poderá entrar numa nova fase profissional, comece a pensar em novos projetos ou novas aplicações financeiras. Carta da semana – O SOL – semana muito luminosa e feliz para Peixes. Vai sentir-se com muita vontade de viver a vida e demonstrar a força das suas emoções e sentimentos. TOURO 21.04 a 21.05 No plano amoroso, sente-se muito apaixonado e tem receio de mostrar os seus sentimentos. No plano profissional, terá algumas propostas, mas não se iluda com as mais vantajosas. Carta da Semana – A Lua, esta carta mostra que você estará sensível e um pouco frágil, mas ao mesmo tempo estará com um grande poder de análise. GÉMEOS 22.05 a 21.06 No plano amoroso – poderá travar novos conhecimentos, embora deva amadurecer bem as ideias antes de lançar num novo romance. Poderá ter de enfrentar oposições familiares para poder levar em frente uma relação. No plano profissional – deve manter a calma em todas as circunstâncias, até porque esta semana tudo está ao seu alcance. Carta da semana – O CARRO – a conjuntura anuncia progressos. CARANGUEJO 22.06 a 22.07 No plano amoroso – possibilidade de os seus sentimentos serem completamente renovados. Numa situação inesperada ou mesmo sem estar disponível pode sentir novas emoções. No plano profissional – se estiver envolvido em atos de representação ou de cariz público, sair-se-á muito bem. Carta da semana – O AMOROSO – esta carta define uma semana intensa em que todos os comportamentos estão marcados pela paixão. LEÃO 23.07 a 23.08 No plano amoroso – não aceite opiniões ou que se metam demasiado na sua vida, o seu coração é o seu melhor amigo e só poderá arrepender-se do que não fizer. No plano profissional – todos os negócios ou investimentos em que se envolver, desde que estruturados e calculados darão bons resultados. Carta da semana – O IMPERADOR – está muito lúcido, objetivo e eficaz marcando pontos em todas as situações que se envolver. VIRGEM 24.08 a 23.09 No plano amoroso – não permita que o orgulho atrapalhe ou ponha em causa em relação. No plano profissional – alguns colaboradores podem interferir ou pôr em causa as suas opiniões, mas é aconselhável que não baixe os braços e faça persistir as suas ideias. Carta da semana – A FORÇA – fomenta novas ideias confere rapidez de raciocínio e força de vontade não permitindo que se instalem na sua vida indecisões ou qualquer tipo de medo. BALANÇA 24.09 a 23.10 No plano amoroso – é uma semana adequada a que faça alterações na sua forma de vida; pode iniciar uma fase mais límpida e intensa. No plano profissional – algumas situações podem assumir contornos que não esperava e perante os quais terá de tomar uma posição. Carta da semana – A MORTE – é uma carta forte que permite conduzir a sua vida de forma objetiva e eficaz. Fim de uma etapa e inicio de uma nova etapa próspera. ESCORPIÃO 24.10 a 22.11 No plano amoroso – não entregue o seu amora quem não o merece, corre o risco de deceções. Nem todas as promessas serão cumpridas esta semana. No plano profissional – dê atenção a um negócio ou a um projeto que pode esconder problemas, procure novos apoios. Carta da semana – A LUA – a conjuntura leva-o para o mundo dos sonhos em que é difícil ser racional, tente manter-se lúcido para não ser enganado. SAGITÁRIO 23.11 a 20.12 No plano amoroso, relações são correspondidas e regidas por si e pelos seus interesses. Controle o seu feitio pois numa relação toma decisões a dois. No plano profissional, mostre-se mais activo e mais empenhado com trabalhos que lhe são solicitados. Carta da Semana – O Mundo, esta carta mostra que as conquistas e os seus êxitos estão ao seu alcance, basta que consiga reunir todas as suas potencialidades para atingir os seus fins. CAPRICÓRNIO 21.12 a 20.01 No plano amoroso – escute o que lhe dita o coração sempre que tomar uma decisão ou fizer uma escolha sentimental; todos os gestos deverão ser fruto de reflexão solitária e amadurecida. No plano profissional – está perfeitamente apto a atuar em proveito próprio e fazer bom uso das suas habilitações e conhecimentos. Carta da semana – A PAPISA – a semana promete ser muito importante. AQUÁRIO 21.01 a 19.02 No plano amoroso, poderá estar a passar uma fase conflituosa, que se deve á indefinição de sentimentos, clarifique-os. No plano profissional, os trabalhos que tem em curso irão sofrer alguns atrasos, devido á falta de recursos. Carta da Semana – O Eremita, esta carta mostra que deve agir com rigor e cuidado em todas as situações. PEIXES 20.02 a 20.03 No plano amoroso – momento propicio á evolução sentimental; conseguirá compreender alguns gestos e lidar melhor com os afetos. No plano profissional – vida financeira sujeita a flutuações que merecerão medidas adequadas em cima dos acontecimentos. Carta da semana – O JULGAMENTO – traz uma semana marcante pródiga em acontecimentos importantes que lhe possibilitarão análises e iniciativas fundamentadas.

OPINIÃO Cristina Rodrigues

A pandemia dos femicídios

B

astaram passar três dias de 2022 para que uma mulher fosse assassinada pelo seu parceiro. Elsa Luz, de 44 anos, foi encontrada morta na sua casa com um tiro na cabeça. Segundo os primeiros exames ao corpo, o disparo terá sido feito a curta distância e a vítima estaria deitada na cama quando aconteceu. Sabe-se que Elsa teria apresentado duas queixas de violência doméstica contra o companheiro que já cumpriu pena de prisão por violência doméstica contra outra mulher. No fundo, a pandemia dos femicídios em Portugal continua devido a um sistema que revela ser incapaz de reabilitar agressores e de prevenir assassinato atrás de assassinato de mulheres. De acordo com o Relatório Sombra das ONGs de Mulheres ao GREVIO, órgão responsável por monitorizar a implementação da Convenção de Istambul, em 2016, foram levadas a cabo 27.935 investigações por violência doméstica, dos quais apenas 4.163 a acusação foi deduzida. Destes, estima-se que 59% resultaram em condenação e 41% em absolvição, sendo que 91% das condenações a penas de prisão foram suspensas na sua execução e apenas em 18 casos a prisão foi efetiva. Os agressores em Portugal continuam a sair impunes, sendo-lhes possível manter os seus hábitos, círculo social, residência, enquanto as suas vítimas são forçadas a aprender a viver com as consequências da violência que lhes foi infligida. Importa

É fundamental que o governo continue a investir na prevenção da violência doméstica e em medidas de apoio às vítimas

questionar como poderá Portugal acabar com o femicídio se não é garantida segurança às mulheres que denunciam violência doméstica? Se os seus agressores continuam a sair em liberdade? Se as medidas de coação se

mostram profundamente insuficientes na proteção das vítimas? O femicídio não é nada mais que o expoente máximo da violência contra as mulheres e nunca será erradicado até que esta seja encarada com seriedade e condenada social e juridicamente. É fundamental que o governo continue a investir na prevenção da violência doméstica e em medidas de apoio às vítimas. Apesar de Portugal ter uma larga rede de casas abrigo espalhadas de norte a sul do país, a realidade é que mulheres vítimas de violência doméstica têm dificuldade em conseguir uma vaga na sua cidade, sendo forçadas a deixar os seus empregos e as suas famílias, ou abrir mão do lugar numa casa abrigo. O Conselho da Europa, no guia "Combate à violência contra mulheres: padrões mínimos para serviços de apoio", estipula como requisitos mínimos que para cada 200 000 mulheres exista um centro de crise especializado no apoio a sobreviventes de violência sexual. Com 5.437.718 residentes do sexo feminino em Portugal em 2020, Portugal deveria dispor de 27 centros de crise para apoio a sobreviventes de violência sexual. No entanto, atualmente existem apenas duas respostas deste tipo. Começamos este novo ano de luto por todas as mulheres assassinadas, mas com a convicção de que há muito por fazer e não descansarei até que todas as formas de violência contra a mulher sejam erradicadas. Deputada não inscrita

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14 de Janeiro de 2022 O SETUBALENSE 11 PUBLICIDADE

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Nos termos do artigo 77.º e dos n.ºs 1 e 4 do artigo 78.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 136/2014, de 9 de setembro, torna-se público que a Câmara Municipal de Alcochete, emitiu em 13/01/2022 (b) o 2º ADITAMENTO ALVARÁ DE LICENCIAMENTO DE LOTEAMENTO Nº 1/86. Titular do alvará: Real Concept. Lda. Prédio descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcochete sob o n.º 17/19861021, da freguesia de S.Francisco. O 2º aditamento da operação de loteamento foi aprovado, por despacho do vereador de 06/01/2022.

1747

A alteração ao loteamento consiste na alteração do lote n.º 6, alterando-se o polígono de implantação, ampliando-o, ficando a área máxima de 155,00m2. Não é prevista a alteração da área do lote, ou da área de superfície de pavimento máxima (área bruta de construção) para o lote.

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Lote Seis -Área do lote 262,00m2, edifício unifamiliar com 1 fogo destinado a habitação, área de implantação 155,00m2, área de construção 155,00m2, 2 pisos acima da cota de solteira.

As alterações das especificações supra referidas cumprem as disposições do PDM de Alcochete. (b)Data de emissão do alvará.


12 O SETUBALENSE 14 de Janeiro de 2022

Legislativas CECÍLIA ANACORETA CORREIA CABEÇA-DE-LISTA DO CDS

"Devemos desafectar Setúbal da AML para a região do Alentejo" Candidata centrista defende que a Península de Setúbal deve passar para a NUTS do Alentejo, para o distrito não continuar partido e ter acesso aos fundos comunitários Francisco Alves Rito (Texto) David Marcos (Fotografia) Advogada e professora na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, a portavoz do CDS-PP estreia-se como candidata nestas eleições. Tem 45 anos, feitos há poucos dias, é casada e tem quatro filhos, duas meninas e dois meninos. Porquê a Cecília como cabeça-de-lista? Tem alguma proximidade a Setúbal? Encabeço uma lista que é 100% de membros de Setúbal, com representantes dos 13 concelhos do distrito, constituída por gente boa, de vários sectores da actividade, desde o mundo empresarial às IPSS e ao ensino. Sinto-me perfeitamente preparada para ser a voz de um distrito que precisa de uma voz que proponha uma visão diferente, de desenvolvimento. Tenho muito orgulho em representar o distrito de Setúbal e sinto que poderei ser uma voz activa. Na última legislatura, Nuno Magalhães que vinha sendo o deputado do CDS por Setúbal, não foi eleito. O distrito perdeu alguma coisa em ter deixado de ter um eleito do CDS? Creio que o distrito de Setúbal tem estado muito pouco representado ao nível do Parlamento e do governo central, porque, de facto, a especificidade do distrito acaba por ser diluída quando Setúbal está inserido na Área Metropolitana de Lisboa, que é uma das áreas mais desenvolvidas do país. Setúbal tem problemas gravíssimos em domínios essenciais da vida das

populações, como os transportes, a saúde, a criminalidade, e não tem tido um olhar atento à sua especificidade. E eu gostava muito de puder ser um alerta, uma voz de um olhar que faça zoom para Setúbal. Isso passa, também, por propor que Setúbal se autonomize, de alguma forma, da AML, em termos, designadamente, da gestão administrativa e do olhar por parte do Estado central. Acho que é isso que tem falhado bastante, para para desenvolver respostas adaptadas às especificidades do distrito. O CDS também votou a favor da resolução, que foi aprovada por unanimidade na Assembleia da República, para a criação de uma NUT III para Setúbal. O que defende além disso? Não sei se as pessoas percebem bem o que estamos a discutir. O país está dividido em regiões administrativas para efeitos de acesso a fundos comunitários. Temos as NUT I, que é o país continental e as ilhas, depois as NUT II, que correspondem, mais ou menos, às áreas das CCDR. Este

O CDS defende que o novo aeroporto tem de existir e aqui na Margem Sul

distrito, está dividido em dois, porque temos grande parte dos concelhos afectos à AML e quatro afectos à região do Alentejo. Isso, só de si, impede que os problemas do distrito sejam resolvidos a partir de uma visão que cubra todo o território. Então, o que se deve fazer para a Península de Setúbal nessa matéria? O CDS tem uma proposta, que já ouvimos noutros momentos, mas que não tem sido aprofundada, que é desafectar da NUTS AML, e afectar o distrito de Setúbal à NUTS do Alentejo. Porque os índices de desenvolvimento de Lisboa e Vale do Tejo não traduzem o nível de desenvolvimento do distrito, e isto faz com que as empresas que se queiram aqui fixar não tenham acesso a fundos pelo facto de estarmos nessa AML. Se transitássemos para a do Alentejo, estaríamos a permitir que as empresas que aqui quisessem desenvolver projectos pudessem ter candidaturas apoiadas pelos fundos comunitários. E isso é fundamental para o desenvolvimento do distrito. As propostas que estão sobre a mesa, são paliativos. Permitem, designadamente, criar uma NUT III dentro da AML porque isso permitirá ter informação estatística específica sobre a península, que não existe, pasme-se. E o posicionamento do distrito na região do Alentejo seria apenas para efeitos das NUTS ou admite que essa poderia ser também a opção para a regionalização? O CDS é, talvez, o único partido que, neste momento, é contra a

regionalização. Não achamos que o desenvolvimento do país precise de mais uma estrutura, de mais cargos políticos e de burocracia, porque somos um partido municipalista. Isto é, entendemos que o reforço do papel dos municípios deve existir, têm existido, mas não só ao nível da transferência de competências do Estado. Tem de existir, também, ao nível do reforço dos meios, e há um grande caminho a fazer no reforço das respostas locais que os municípios podem dar. Nessa matéria, como será viável um entendimento entre o CDS e o PSD, cujo presidente defende a regionalização, se a direita formar governo? Mau era se, para haver entendimentos governativos, fosse necessário haver unanimidade em todos os dossiês. Não é isso que acontece no espaço político e o

CDS tem a sua identidade política própria, de que não abdica. Há questões que nos dividem, como ouvimos no debate há uns dias, e a regionalização é uma delas. Porque entendemos que a regionalização vai trazer mais um nível intermédio decisório que aumenta a burocracia e a complexidade e nós somos um país demasiado pequeno. Precisamos de descomplicar, e não de complicar, ainda mais, a malha administrativa das entidades públicas decisórias, porque quando toda a gente tem competências para decidir, ninguém decide. Se for eleita, qual vai ser a sua posição sobre o aeroporto? Num país onde 95% da acessibilidade é feita por via área, a questão do aeroporto é central e é um aspecto central para o desenvolvimento deste distrito. O CDS defende que o novo aeroporto


14 de Janeiro de 2022 O SETUBALENSE 13

Veja a entrevista completa, em vídeo, no site e nas redes sociais d'O Setubalense

tem de existir e na Margem Sul, aqui no nosso distrito. Mas, também reconhecemos que esta travagem a fundo que a pandemia trouxe à economia e ao turismo alterou, bastante, as variáveis da discussão. Precisamos de olhar para a realidade, com dados concretos, estatísticos, sobre o distrito e o país, para tomar a opção sobre se deve ser um aeroporto que substitua ou que complemente a Portela, e qual a sua localização. E entendemos que é fundamental, mais do que tudo, uma verdadeira política de transporte intermodal para o distrito. Este distrito tem uma realidade quase esquizofrénica em termos de transportes públicos e precisa de uma profunda revisão da rede, para que as pessoas tenham uma alternativa ao uso do carro, para a mobilidade em termos de trabalho, e para que as empresas

consigam ter alternativas para exportar e escoar para o país tudo aquilo que produzem. Já tem alguma ideia em que pilares pode assentar esse plano? Temos no distrito um dos melhores exemplos de concessionárias privadas, em matéria de transportes, que é a Fertagus. Eu visitei a Fertagus esta semana e, de facto, os índices de previsibilidade, dos horários, o índice de regularidade e, sobretudo, a satisfação ao cliente, que é o que interessa a quem aqui reside, são elevadíssimos. Nós entendemos que o Estado não tem vocação para gerir empresas de transportes, não tem que ser o Estado a fazêlo. O Estado deve definir uma política e obrigações de interesse público, mas devia confiar no sector privado, sobretudo, quando tem

exemplos que funcionam tão bem como é o caso da Fertagus. Por isso, o CDS é a favor da concessão a entidades privadas da rede de transportes públicos do distrito, porque gostaria de ver o exemplo da Fertagus replicado, também, não só na ferrovia, mas também na rodovia. A rede rodoviária tem gravíssimas deficiências, não há articulação de horários entre as várias modalidades, entre barcos, comboios, e a rede de autocarros. O distrito não é cuidado por parte da administração central como merecia, porque só o governo tem competências para tomar decisões que afectem toda a área geográfica. E o Estado tem falhado em relação ao distrito de setúbal. Não há uma política de transportes que olhe para todos os municípios, como um todo. Nem sequer há um passe que funcione nos 13 concelhos do distrito. Tem referido a saúde, as empresas, a segurança e o bemestar das famílias como temas principais nesta campanha. Que propostas apresenta nestas áreas? A saúde é uma área fundamental, onde os níveis de acesso, no distrito de Setúbal, são francamente deficitários. Toda a gente conhece a telenovela que tem sido, nos hospitais do distrito, o fecho das urgências e a abertura das urgências. O Estado não tem sido capaz de fixar recursos humanos na região, e isto também pode ter que ver com outras deficiências, como as políticas de transportes e de habitação. A habitação é outra das preocupações centrais para o CDS, porque os custos duplicaram no distrito nos últimos seis anos. Não é possível fixar mão-de-obra no nosso distrito, que está sujeito a uma pressão demográfica muito grande, até por força do aumento da imigração, que também aumentou quase 50%. Não é possível ser autista a esta realidade e não ter uma política de habitação, para além dos transportes que já referimos. Na saúde, o CDS defende uma “via verde” de acesso ao privado e aos prestadores da área social, para aquelas pessoas que já estão para além de um “prazo razoável” à espera. Como pode isso funcionar e o que é um prazo razoável? Isto é uma das questões que distingue a direita da esquerda, e o CDS, neste domínio, é a única voz com uma visão de direita, no que diz respeito à alteração do estado de acesso à saúde. Nós entendemos que, face à falta de

Este distrito tem uma realidade quase esquizofrénica em termos de transportes públicos resposta das valências públicas, é preciso tirar partido das valências que já existem no domínio social e privado. As IPSS e as misericórdias que existem e têm valências de saúde devem poder receber e tratar todas as pessoas que o SNS não consiga tratar a tempo e horas. Isto já acontece, já há experiências muito positivas aqui. Por exemplo, a articulação com a Santa Casa de Misericórdia de Setúbal, que dá consultas. As pessoas podem ir ao centro de saúde e, se não tiverem um médico, são canalizadas para a Misericórdia de Setúbal. Entendemos que isto devia replicar-se em todo o distrito e todo o país. Isso é que é a via verde de saúde. Quando estou à espera de uma cirurgia, de uma consulta ou de um exame complementar meses a fio, e o Estado sabe que não tem capacidade para responder, porque não tirar partido das valências do sector social e privado? Pareceme elementar e gostaria de, no Parlamento, o CDS voltar a insistir com esta bandeira, para que possamos dar aos portugueses um bem essencial como é o da saúde. Outra bandeira do CDS é um choque fiscal. Como é que se consegue aplicar um choque fiscal, de que impostos e até que ponto podem ir as reduções? Depois de seis anos de governação socialista temos mais impostos do que tínhamos no tempo da Troika. Ninguém compreende esta realidade. Tivemos uma conjuntura internacional económica muito favorável e os impostos não baixaram, os impostos subiram, e temos uma aparente ilusão de que ganhamos mais. Eu vi cartazes, espalhados pelo distrito de Setúbal, a dizer que as famílias aumentaram 25% do seu rendimento disponível. Quando vamos ao supermercado fazer compras, ou quando vamos abastecer o carro, não estamos

20% mais ricos do que estávamos há seis anos. Portanto, isto é uma falácia, precisamente, por causa dos impostos, das taxas e das taxinhas que este governo socialista, qual malabarista, foi mestre em criar, dizendo às pessoas que ganhavam mais. Que impostos podem ser reduzidos e em que graus? É fundamental criar riqueza. Sem criarmos riqueza não podemos exigir salários mais altos e impostos mais baixos. Por isso, entendemos que o choque fiscal deve ser feito, à partida, no IRC das empresas. Nós devemos isentar de IRC, as empresas que, por exemplo, reinvistam todo o seu lucro. É uma das propostas do CDS. Outra é baixar a derrama e baixar a percentagem do IRC em geral para as empresas. A visão política é a de que a prioridade nacional está em apoiar aqueles que criam riqueza, só assim conseguiremos, sustentadamente, aspirar a salários mais altos e a melhores serviços públicos. O que é consideraria um resultado mau para o CDS no distrito? Prefiro pensar pela positiva. O que é um bom resultado? Para o CDS é aumentar o número de votos que teve nas últimas legislativas. Nas últimas legislativas, o CDS, enfim, não teve o resultado esperado. Passámos por uma conjuntura difícil, de facto, a reconfiguração do nosso espaço político e até do nosso partido, e tivemos, nas últimas autárquicas, um resultado idêntico ao das últimas legislativas. Eu gostaria de aumentar, que o CDS tivesse mais votos que teve nas últimas eleições legislativas. Resultado excelente, e é por esse que me estou a bater, é ser eleita como deputada, porque Setúbal merece ter uma voz alternativa no Parlamento. E a voz da direita certa é a voz do CDS. Diz que o CDS passou por uma conjuntura difícil. Foi uma fase, já ultrapassada? Estas eleições vão ser uma prova de fogo para o CDS, disso não há dúvidas. Há até quem diga que vai ser uma prova de vida. É verdade. Mas nós, no CDS, estamos habituados a morrer nas sondagens e nas campanhas, e a ressuscitar sempre nas urnas. Segundo as informações que tenho, estou muito perto de ser eleita deputada e espero que o CDS seja, no distrito de Setúbal, mas também em todo o país, a grande surpresa da noite eleitoral. Estou convencida de que é isso que vai acontecer.


14 O SETUBALENSE 14 de Janeiro de 2022

Desporto

Martim Silva convocado para a Selecção de sub-15

Martim Silva, jovem futebolista da equipa de sub-15 do Vitória, foi convocado para o estágio de preparação da Selecção Nacional portuguesa, que decorre terça e quarta-feira na Cidade do Futebol, em Oeiras.

A chamada do jogador dos escalões de formação dos setubalenses acontece na semana seguinte a Rodrigo Grenha, capitão dos juvenis vitorianos, ter integrado o estágio dos sub-17 de Portugal.

PEDRO GANDAIO TREINADOR DO VITÓRIA FC

"Para vencer o Sporting, temos de jogar como na segunda parte com o Caldas" DR

Depois de mais de 20 dias sem competição, Vitória joga hoje (20h30) no Bonfim Ricardo Lopes Pereira Mais de três semanas depois de ter vencido (2-1) o Caldas no Bonfim, o Vitória volta hoje (20:30 horas) a jogar no seu estádio, desta vez frente ao Sporting B, em partida da 15.ª jornada da Liga 3. Apesar da paragem forçada devido aos casos de Covid-10 que afectaram o plantel sadino, o treinador Pedro Gandaio acredita que a sua equipa tem condições para somar os três pontos. Caso essa aspiração se concretize, o Vitória, ainda com dois jogos em atraso, ascende provisoriamente à 2.ª posição da prova. Quais os efeitos que a paragem forçada a que a equipa foi sujeita pode ter no jogo frente ao Sporting B? As paragens forçadas, de 30 de Dezembro com o U. Santarém e de dia 8 de Janeiro com o Oliveira do Hospital, não foram muito benéficas porque, sempre que temos parado, não ganhamos nada com isso. Quando temos um jogo como tivemos contra o Caldas [triunfo por 2-1 a 22 de Dezembro], o melhor que nos podia acontecer era jogar de novo para dar sequência a essa vitória. Depois dos vários casos de Covid que afectaram a equipa na passada semana, teme que os jogadores se ressintam disso? Como e todas as equipas há sempre uma quebra na capacidade física dos jogadores, certamente não seremos nós a excepção. De que forma procuraram atenuar o facto de a equipa não

ter feito treino de conjunto no relvado vários dias seguidos? Fizemos treinos em casa, via Zoom, era o possível. Quem tinha condições fez exercícios de cardio, quem não tinha, fez o que todos fizeram em grupo. Qual o ponto da situação em relação aos jogadores que tem disponíveis. Dos jogadores que estiveram positivos, conta tê-los todos aptos a jogar? Estão todos de volta, e contamos com todos para o jogo de sextafeira. A paragem permitiu recuperar alguns dos jogadores que estavam lesionados? Permitiu, mas, por questões estratégicas, prefiro não responder. Pode a equipa ser este mês reforçada com a chegada de novos jogadores? Enquanto treinador, gostaria que isso acontecesse. Há posições em

que gostaria de ter outras opções e estão identificadas as posições e características que nos parece haver necessidade de reforçar. No entanto, sabemos do esforço que esta gente tem feito, e estamos prontos para ir para o que falta do campeonato com os que temos à nossa disposição. O Sporting B chega ao Bonfim depois de vencer o Torreense, por 1-0. Quais as principais cautelas a ter com o adversário? O Sporting B tem vindo a crescer nos últimos jogos. Nos últimos seis perdeu apenas um, tendo defrontado nessa série clubes como o Caldas, Real e Torreense. Estamos a contar com o Sporting B na sua máxima força. Individualmente têm jogadores com muita qualidade técnica, vitalidade, irreverência e a força da juventude que são pontos muito fortes desta equipa. Em termos

Acredito que temos todas as condições para ficarmos nos quatro primeiros lugares. Contratempos todas as equipas têm

colectivos, o que identificámos nos últimos jogos é um maior entrosamento entre os seus jogadores. O que tem o Vitória de fazer para somar os três pontos no Bonfim? O Vitória terá de ter a personalidade e o querer que teve na segunda parte com o Caldas. Teremos de estar preparados para não ter bola e para defender quando assim tiver que ser. Quando a bola estiver na nossa posse, iremos procurar explorar os espaços para tirarmos partido disso. Apesar dos contratempos que têm existido (lesões, adiamento de jogos, Covid), a equipa tem as condições necessárias para ficar entre os primeiros 4 lugares da série B da Liga 3? Quais as maisvalias do plantel em relação à concorrência? Acredito que temos todas as condições para ficarmos nos quatro primeiros lugares. Contratempos todas as equipas têm. Temos de nos focar no que controlamos, vivemos num momento que não sabemos o que vem aí. E se somos apologistas de pensar jogo a jogo, hoje em dia esse lema ainda faz mais sentido. Em relação aos outros não posso comentar, pois não estou lá, mas temos um grupo muito unido e equilibrado. Parece-me importante manter o equilíbrio entre experiência e juventude que temos tido até aqui. Que balanço faz dos dois meses e meio que leva ao leme da equipa? O balanço não é mau, no entanto há sempre forma de melhorar. Os dois empates [1-1 com o Oriental Dragon e Cova da Piedade], estão-me muito atravessados. Mais do que as duas derrotas, por ter sentido que fomos inferiores ao adversário, os dois empates custam-me aceitar. Por isso mesmo, o caminho só pode ser um: melhorar.


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Pinhalnovense não tem jogadores para ir a jogo no próximo domingo

FUTEBOL DISTRITAL

Mais uma jornada com jogos adiados Na primeira divisão está confirmado o adiamento de três e na segunda divisão de um jogo José Pina

Campeonato Distrital da 1.ª Divisão, que tem vindo a ser realizado aos bochechos, em situação normal atingiria no próximo domingo o final da primeira volta. Dizemos que atingiria, porque efectivamente não é isso que vai acontecer porque à semelhança do que aconteceu na última jornada, também esta vai ter jogos adiados. No momento em que escrevemos esta peça tínhamos conhecimento do adiamento do Vitória FC – Grandolense para 23 de Janeiro, do Alcochetense – Sesimbra para 2 de Março e do U. Santiago – Pescadores para data a indicar oportunamente, havendo ainda dúvidas em relação a mais um ou dois jogos. Assim sendo, sob algumas reservas, na 19.ª jornada deverão realizar-se os seguintes encontros: Charneca de Caparica – Seixal; Olímpico do Montijo – Alfarim; FC Setúbal – Trafaria; Cova da Piedade B – Monte de Caparica; Águas de Moura – Fabril; Palmelense – Moitense e Comércio Indústria – Vasco da Gama. Na 2.ª Divisão Distrital, onde o vírus parece estar menos activo – pelo menos há um número menor de jogos adiados, está agendada a 15.ª jornada que também não será jogada na íntegra porque já foi anunciado oficialmente o adiamento do Banheirense – Almada, que seria o jogo mais importante da jornada, para o dia 16 de Fevereiro, às 21 horas. Se não surgirem casos de última hora a jornada deverá englobar os encontros a seguir indicados: Amora B – Pelezinhos; Samouquense – Barreirense B; Botafogo – Alcochetense B; Santoantoniense – Brejos de Azeitão; Corroios – Arrentela; Zambujalense – Paio Pires; Quinta do Conde – Santo André.

No Campeonato de Portugal a situação está muito complicada para os clubes da região porque o Barreirense está numa posição delicada na tabela classificativa e o Pinhalnovense a atravessar uma crise profunda, pelas razões amplamente divulgadas. O

Barreirense desloca-se ao Algarve para defrontar o Louletano que se encontra em 3.º lugar. Não vai ter tarefa fácil mas como ninguém entra em campo vencido, os jogadores irão certamente dar tudo para honrarem a camisola e lutarem por um resultado que seja digno. Quanto ao

Pinhalnovense, que deveria receber o U. Montemor, está à espera que a FPF autorize o adiamento porque não tem jogadores suficientes para ir a jogo. Se até 2.ª feira não for encontrada uma solução, os órgãos sociais do clube tomarão uma decisão em relação ao futuro.

UNIÃO SANTIAGO E O FUTURO DA COMPETIÇÃO

“Conclusão do campeonato pode estar a ser colocada em risco devido ao covid” DR

Com o constante adiamento de jogos, é expectável que no calendário da prova, não haja espaço para a realização daqueles que estão em atraso, alerta o presidente Luís Raposo José Pina O U. Santiago, que na jornada anterior viu o seu jogo com o Alfarim ser adiado, continua sem poder jogar este domingo porque o encontro com os Pescadores também não se vai realizar devido à pandemia de Covid-19. O clube estava com cinco casos positivos assintomáticos e sintomáticos no plantel e o Delegado de Saúde deu indicações para parar a actividade, ficando desta forma sem efeito os jogos relativos às duas últimas jornadas da primeira volta. Luís Raposo, presidente do União Sport Clube, é da opinião que “estamos a reviver os tempos da primeira fase da pandemia, mas com uma agravante, o aumento do número de casos no futebol distrital, que consequentemente cria uma grande instabilidade e indefinição nos campeonatos, com muitas consequências negativas para os clubes”. O presidente do clube de Santiago do Cacém adianta que “a continuar assim, e prevendo-se que os números possam vir a aumentar nas próximas semanas, as expectativas não são muito animadoras para os campeonatos do futebol distrital” e, explica porquê. “Com um Campeonato Distrital de Seniores, composto por 20 equipas, e com estas condicionantes de constantes adiamentos de jogos, é

Luís Raposo, presidente da direcção do União Sport Clube

expectável que no calendário da prova, não haja espaço para a realização dos jogos em atraso, colocando em risco a conclusão na sua plenitude do próprio campeonato”. Luís Raposo diz que “a vontade e a determinação dos clubes e da própria AF Setúbal é grande, e existe da parte de todos nós, clubes, dirigentes e atletas um enorme sentido de solidariedade, imbuído num espírito de camaradagem e de uníssona colaboração na mesma vontade e objectivo de levar a bom porto o término do campeonato. As expectativas não são animadoras e existe a dúvida de que o campeonato possa chegar ao fim. A vontade, a união e a solidariedade entre todos os clubes é forte e determinante para que o campeonato

termine com verdade desportiva, na sua plenitude”.

Saída de jogadores

Entretanto, na equipa alentejana há a registar algumas mexidas no plantel, a começar desde logo pela mudança no comando técnico com a entrada de Cadú para o lugar de José Alexandre que havia saído na sequência da derrota sofrida em casa com o Vasco da Gama. Agora, mais recentemente verificaram-se as saídas de França e Amândio Ramião por motivos familiares e profissionais, nomeadamente o França que, com alteração de horário, ficou impossibilitado de comparecer a horas nos treinos, e ainda de Mauro e Nuno Afonso.

LIGA 3

Oriental Dragon e Amora defrontam-se no Estádio Alfredo da Silva Cova da Piedade recebe o Oliveira do Hospital que segue em último lugar e ainda não ganhou a ninguém Está agendada para este fim-de-semana a 15.ª jornada da Liga 3 que começa esta sexta-feira às 20h 30m com a recepção do Vitória Futebol Clube ao Sporting B no Estádio do Bonfim e prossegue no dia seguinte com a realização do Cova da Piedade – Oliveira do Hospital no Estádio das Seixas, na Malveira, às 13 horas, e do Oriental Dragon – Amora no Estádio Alfredo da Silva, no Barreiro, às 15 horas. Os piedenses, que na jornada anterior foram goleados em Leiria, têm uma excelente oportunidade para se redimirem do desaire porque defrontam precisamente o último classificado da zona sul que até ao momento ainda não conseguiu obter qualquer vitória na competição. No jogo da primeira volta realizado em Tábua, registou-se um empate a duas bolas. Por isso, o Cova da Piedade, que joga agora no seu reduto, é apontado claramente como favorito. e tem fortes probabilidades de conquistar os três pontos. No Estádio Alfredo da Silva defrontam-se duas equipas que se encontram separadas por cinco pontos com vantagem para o Amora que segue em 7.º lugar, enquanto o seu adversário se encontra na 11.ª posição. Olhando para a tabela classificativa e para os resultados obtidos até agora pelas duas equipas, em teoria fica a ideia que existem mais probabilidades de vitória por parte do Amora. Mas como será na prática, é a questão que se coloca. O Oriental Dragon, que tem jogadores experientes, possui uma boa equipa e não costuma ser pêra doce para os adversários, venceu o jogo da primeira volta; ou seja, também tem os seus argumentos. Assim sendo, tudo indica que venha a ser um jogo onde tudo pode acontecer. J.P.


00:09 ~ 2.8 m ~ Preia-mar 06:22 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 12:28 ~ 2.7 m ~ Preia-mar 18:33 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar

ALMADA

00:08 ~ 2.8 m ~ Preia-mar 06:23 ~ 1.3 m ~ Baixa-mar 12:31 ~ 2.7 m ~ Preia-mar 18:35 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar

SESIMBRA

00:22 ~ 2.8 m ~ Preia-mar 06:32 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 12:46 ~ 2.8 m ~ Preia-mar 18:47 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar

SINES

SETÚBAL TRÓIA

MARÉS

00:42 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 06:42 ~ 1.2 m ~ Baixa-mar 13:03 ~ 2.9 m ~ Preia-mar 18:56 ~ 1.1 m ~ Baixa-mar

FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras, Maria Coelho; Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Baptista, Célia Félix, Luís Bandadas IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@ tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com


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