O Setubalense, o seu diário da região nº 774 de 27 de Janeiro de 2022

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Presidente garante que Vitória cumpre objectivos Entrevista Carlos Silva afirma que plano para esta época será cumprido e que deve haver reforços na equipa de futebol ainda este mês p14 DAVID MARCOS

“As pessoas habituaram-se a viver numa pseudo-democracia” O SEU DIÁRIO DA REGIÃO

Entrevista Carlos Gomes, cabeça-de-lista do PCTP-MRPP p12 e 13

QUINTA-FEIRA, 27 DE JANEIRO DE 2022 PREÇO 0,80€ | N.º 774 | ANO III | 5.ª SÉRIE

DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO

Setúbal Alceu Valença em entrevista antes do concerto de amanhã no Luísa Todi p5

MOITA Município sensibiliza alunos das escolas para recolha de biorresíduos p6 GARCIA DE ORTA Artistas locais vão dar cor aos muros do hospital com arte urbana p8

ALMADA Recuperado jardim na Cova da Piedade p8

BX. BANHEIRA Obras cortam trânsito até Abril p6 PUBLICIDADE


2 O SETUBALENSE 27 de Janeiro de 2022

Abertura

Reforço da CDU é decisivo para os trabalhadores, o povo, o distrito e o País

N

ão vale tudo em campanha eleitoral. E não vale deturpar os factos ao que dá mais jeito a cada força política. Hoje está muito mais claro que o PS recusou soluções para resolver os problemas que afetam os trabalhadores e o povo porque queria eleições. Recusou o aumento do salário mínimo nacional para 755 euros em janeiro de 2022 progredindo até 800 euros no final de 2022, e 850 euros em 2023, e não 800 euros como referiu a primeira candidata do PS no distrito de Setúbal. Não há desenvolvimento, nem progresso com uma política assente em baixos salários. E não é verdade que o aumento do salário mínimo nacional como propôs o PCP e a CDU é prejudicial para as micro, pequenas e médias empresas, muito pelo contrário, é o que permite dinamizar a atividade económica, num momento difícil para as MPME, porque o Governo PS entendeu não implementar medidas para as apoiar, preferindo salvaguardar os interesses das grandes empresas e dos grupos económicos, como constou no Orçamento Suplementar em 2020 aprovado com os votos a favor do PS e a abstenção de PSD, BE e PAN. Também é inaceitável que se procure responsabilizar outros para esconder a ausência de investimento do Governo em áreas que são da sua competência, como é a habitação. É ao Governo que cabe assegurar o direito à habitação. Quantas habitações públicas foram construídas pelo Governo nos últimos anos no distrito para realojar as famílias que residem em habitações sem condições e para assegurar o direito à habitação? Podemos responder, nenhuma! Nem mostrou até ao momento nenhuma vontade de o fazer. Nos últimos anos o investimento no distrito de Setúbal foi praticamente inexistente. Quer o Governo PSD/CDS, quer os Governos PS, nem sequer os compromissos assumidos concretizaram, como é exemplo a construção do Hospital no Seixal. Há investimentos que são absolutamente estratégicos

OPINIÃO Paula Santos para o desenvolvimento do distrito, como o investimento no aumento da produção nacional, a construção do aeroporto em Alcochete, a terceira travessia do Tejo rodoferroviária e a ligação entre o Barreiro e o Seixal que continua sem sair do papel o alargamento da rede do Metro Sul do Tejo, o reforço dos transportes públicos ferroviários, fluviais e rodoviários ou a requalificação das escolas, a construção da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal, a construção de centros de saúde e de equipamentos sociais. E a ampliação do Centro Hospitalar de setúbal só foi desbloqueada na sequência da aprovação da proposta do PCP no Orçamento do Estado para 2021, caso contrário pelo PS e PSD continuava parada. Tal como a redução do preço do passe social e a inclusão dos diversos meios de transporte, reivindicação de décadas das populações e das autarquias, só foi possível pela persistência das forças da CDU. Quem foi irresponsável, foi o PS que recusou o caminho para encontrar soluções para resolver os problemas do distrito e do País e optou pelas eleições. Perante a falta de profissionais de saúde no nosso distrito, o PS foi irresponsável ao recusar as soluções da CDU, nomeadamente a implementação do regime de dedicação exclusiva, de cariz opcional para médicos e enfermeiros e o reforço de incentivos, incluindo o apoio à habitação com o objetivo de fixar profissionais de saúde em zonas carenciadas, o que per-

mitiria atribuir médico e enfermeiro de família e assegurar a realização de consultas, de cirurgias, de tratamentos e de exames a tempo e horas. Sabemos também que quando está em confronto a defesa dos interesses dos trabalhadores e a salvaguarda dos interesses do patronato e dos grupos económicos, PS tomou sempre uma posição contra os trabalhadores em convergência com PSD e os partidos de direita. Foi assim quando as o período experimental, para reforçar os direitos dos trabalhadores em regime de trabalho por turnos e noturno, para fixar 25 dias de férias, para reduzir o horário de trabalho para as 35 horas para todos os trabalhadores, para pôr fim aos mecanismos de desregulação dos horários de trabalho, para pôr fim à caducidade da contratação coletiva e pela reposição do princípio mais favorável ao trabalhador. Em todas estas propostas, PS convergiu com PSD, impedindo a sua aprovação. Ficámos também a saber que o aumento dos salários, o aumento das reformas e pensões, o reforço do SNS não é uma prioridade para o PSD e os demais partidos de direita. Portanto, o reforço da CDU não é só decisivo para impedir que a direita regresse, como foi em 2015, para impedir maiorias absolutas de má memória e entendimentos entre PS e PSD, o reforço da CDU, com mais votos e mais deputados é decisivo para aumentar salários e reformas, para salvar o SNS, para assegurar o direito à habitação, para apoiar os MPME, para aumentar a capacidade produtiva, para proteger o ambiente, para melhorar os transportes públicos e as acessibilidades, para garantir o direito à cultura e ao desporto, apoiar as coletividades e assegurar a segurança das populações. Mais força à CDU, é a garantia para concretizar as soluções necessárias para elevar as condições de vida dos trabalhadores e das populações e para o desenvolvimento do distrito e do País. Deputada do PCP

LEGISLATIVAS

Comitivas do PS e CDS-PP visitaram Escola Técnica Profissional da Moita Candidatos ficaram a conhecer projecto educativo daquele estabelecimento Luís Geirinhas A Escola Técnica Profissional da Moita (ETPM) recebeu, durante esta semana e no âmbito da campanha eleitoral para as Legislativas de domingo, as comitivas do Partido Socialista e do CDS-PP, com o objectivo de conhecerem o projecto educativo daquele estabelecimento e para uma conversa informal com os alunos. A ETPM recorda que a escola “é autora de um referencial de ino-

vação pedagógico para o ensino profissional – Constelação 2030 –, [e] pertence a um grupo restrito de [estabelecimentos] que desenvolve os seus referenciais em resultados de aprendizagem”. È ainda a única escola nacional a implementar, presentemente, dois projectos-piloto em work based learning, com os parceiros Pestana Hotel Group e o El Corte Inglés. Recorda também que “tem um papel de destaque na promoção da educação inclusiva”, com especial destaque nas modalidades de dupla certificação. Além disso, a ETPM está, actualmente, em fase de instalação de um Centro de Inteligência para o Ensino Profissional, denominado ProHub – Centro de Investigação & Inovação para o Ensino Profissional.

CARTAS DO LEITOR

Rua em Paio Pires sem passeio para peões Há um problema recorrente no Seixal, nomeadamente na freguesia de Paio Pires, sobre o qual já fiz três ou mais participações através do

portal seixal +, e outros serviços online, junto da Câmara Municipal do Seixal e nada foi feito até o momento. A Rua Dorita Castel Branco, no troço que liga a Urbanização Colinas do Sul à localidade de Barcelos de Gaio, ambos na Aldeia de Paio Pires, não possui qualquer tipo de passeio para os peões, que têm de andar no meio da via, junto aos carros, correndo sério risco de serem atropelados. Inclusive, se procurarem esta rua no Google Mapas e colocarem na visão Streetview, vão ver em uma das fotos uma senhora a voltar com as compras com carros a passarem muito próximos a ela. Inevitavelmente, se nada for feito, em breve teremos alguma tragédia no local. Em tempos de eleições, promessas e tudo mais, ninguém se importa com aquela área. Diogo Nunes, Seixal

ESCREVA-NOS. Envie-nos a sua carta ou comentário para correiodoleitor@ osetubalense.com, para a morada Travessa Gaspar Agostinho, n.º 1, 1.º - 2900389 Setúbal, ou ligue-nos pelo telefone 265 094 354. Os textos não devem ultrapassar os 750 caracteres e o jornal reserva-se o direito de seleccionar ou cortar. Não devolvemos originais.


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Câmara de Alcácer do Sal substitui janelas e pinta exterior do Mercado Municipal

A Câmara Municipal de Alcácer do Sal está a proceder à substituição das janelas do Mercado Municipal da cidade. Uma empreitada que justifica por as “anteriores se encontrarem bastante

degradadas”, indica a autarquia. O trabalho está a decorrer “de forma faseada, de modo a causar o menor incómodo possível”, acrescentou. Segundo a Camara Municipal, as novas janelas,

em alumínio, vão “melhorar as condições de quem trabalha e de quem visita o Mercado Municipal”. A intervenção de melhoramento vai também contemplar a pintura do exterior do espaço.

SERRA DE GRÂNDOLA

Quercus denuncia pressão de construções no montado de sobro DR

Ambientalistas apontam aumento de construções no interior dos montados de sobro na Serra de Grândola e exigem revisão das normas urbanísticas A associação ambientalista Quercus alertou ontem para a pressão causada nos montados de sobro da Serra de Grândola pelo aumento de construções e apelou à revisão das normas urbanísticas naquele território. Em comunicado, a Quercus disse ter “constatado um aumento de construções no interior dos montados de sobro na Serra de Grândola”, no Litoral Alentejano, zona que tem sido afectada, “nas últimas décadas”, por “problemas de sanidade” nos sobreiros e azinheiras. No entender da associação ambientalista, a degradação deste ecossistema resulta de “más práticas agrícolas”, como a “gradagem dos montados ao cortar as raízes dos sobreiros que se encontram mais à superfície”. “Mais recentemente, a dispersão urbanística decorrente da especulação imobiliária verificada a partir do Litoral Alentejano apresenta-se como uma nova ameaça à integridade dos montados de sobro”, argumentou. Segundo a Quercus, “existe um padrão de actuação que começa pela

Ambientalistas dizem que a dispersão urbanística no Litoral Alentejano também é uma nova ameaça aos montados de sobro

aquisição de pequenos montes com casas em abandono ou em ruínas”. Estas casas, “depois de serem sujeitas a licenciamento municipal”, transformam-se “em grandes casas de luxo, frequentemente sem infra-estruturas mínimas, desde água canalizada, electricidade e saneamento

público”, acrescentou. A associação ambientalista recordou também o corte ilegal de sobreiros na Herdade das Silveiras de Baixo, no concelho de Grândola, noticiado pela agência Lusa em Setembro de 2021, efectuado por uma empresa com “licença válida apenas para aba-

ter 82 sobreiros secos”. Na altura, “confirmou-se o abate ilegal de 290 sobreiros, dos quais 135 verdes em bom estado vegetativo”, e foi “solicitada a intervenção do SEPNA da GNR e do ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas]”, lembrou.

No entanto, de acordo com a Quercus, ainda não é conhecida “a decisão sobre o processo de contra-ordenação e delimitação do condicionamento à alteração do uso do solo em povoamento de sobreiros, conforme regulamentação legal”. “A Quercus tem alertado as autoridades para outras situações de construção de casas no interior dos montados, afectando os povoamentos de sobreiro e a biodiversidade existente entre a zona das Silveiras e a freguesia de Melides”, notou. No comunicado, a associação ambientalista considerou “essencial o cumprimento da regulamentação de protecção ao sobreiro e azinheira” e apelou “à revisão das normas urbanísticas no Município de Grândola”. Só assim é possível “manter o ordenamento do território e evitar a viabilização dos licenciamentos, com a dispersão de construções no espaço rural associadas a elevados impactes socioeconómicos e ambientais”, defendeu. A Quercus lembrou ainda que o sobreiro, declarado Árvore Nacional de Portugal pela Assembleia da República, em 2021, e a azinheira são espécies protegidas devido à sua importância ambiental e económica. O sobreiro ocupa 720 mil hectares do território continental, cerca de 22,3% da floresta portuguesa, de acordo com o 6.º Inventário Florestal Nacional, de 2019.

HYN / Lusa

EDIÇÃO ESPECIAL

O Setubalense publica amanhã a figura do ano do distrito O SETUBALENSE publica amanhã uma edição especial, composta por 40 páginas, com a escolha das figuras e factos do ano de 2021, em termos regionais e também concelho a concelho. Juntamente com a “eleição” da figu-

ra do ano do distrito, são apresentadas as escolhas das figuras que se destacaram em 2021 em cada uma de quatro categorias regionais: política, economia, sociedade e desporto. Além destas, é também dada a conhecer a

selecção das personalidades que mais se evidenciaram no ano passado em cada um dos 13 concelhos do Distrito de Setúbal – Alcácer do Sal, Alcochete, Almada, Barreiro, Grândola, Moita, Montijo, Palmela, Santiago do Cacém,

Seixal, Sesimbra, Setúbal e Sines – bem como do concelho de Odemira. Ainda em destaque vão estar os factos que marcaram o ano, quer a nível distrital quer a nível de cada um dos 14 concelhos abrangidos pelas

escolhas da equipa da redacção de O SETUBALENSE. Esta edição vai contar ainda com várias entrevistas, opiniões e obituário relativo a 2021, entre outros, a juntar ao habitual conteúdo noticioso do jornal.


4 O SETUBALENSE 27 de Janeiro de 2022

Setúbal

DR

BREVES

120 MIL EUROS

Arruamentos na União das Freguesias e FEVEREIRO território de Rastreio ao São Sebastião cancro de pele disponível dia 26 repavimentados

ENTRE FEVEREIRO E ABRIL

‘Obras-primas’ cinematográficas estreadas no Estúdio Apolo 70 exibidas na Casa das Imagens Iniciativa contempla transmissão de uma dezena de filmes, em comemoração dos 50 anos da inauguração da icónica sala Os 50 anos da inauguração do extinto Estúdio Apolo 70 vão ser celebrados em Setúbal, entre os meses de Fevereiro e Abril, com a transmissão de uma dezena de ‘obras-primas’ cinematográficas na Casa das Imagens Lauro António. No ciclo de cinema, organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, vão ser apresentados filmes “que estrearam em Portugal no Estúdio Apolo 70, localizado na Avenida Júlio Dinis, em Lisboa, em sessões aos sábados, a partir das 16 horas”, explica a autarquia sadina em comunicado. O evento arranca no dia 12 de Fevereiro com a exibição de “O Vale do Fugitivo”, de Abraham Polonsky, filme “escolhido para a inauguração da sala lisboeta, marcado pela polémica por ser

uma metáfora da guerra do Vietname”. Segue-se, a 19, a transmissão de “Ivan, O Terrível”, “uma das obras-primas da história do cinema soviético, de Serguei Eisenstein”, enquanto para o dia 26 o município tem programada a passagem de “Jerry 8¾”, de Jerry Lewis. Já entre Março e Abril vão ser “exibidos outros cinco filmes que passaram pelo Apolo 70, que apostou no cinema de intransigente qualidade e com liberdade de acção da parte da Filmes Lusomundo, a entidade que explorava a sala”. Para Março, entre os dias 5, 12, 19 e 26, estão previstas as transmissões de “História Imortal”, de Orson Welles, “A Grande Ilusão”, de Jean Renoir, “A Promessa”, de António de Macedo, e “Um Assassino pelas Costas”, de Steven Spielberg, respectivamente. “O ciclo encerra a 2 de Abril com “American Graffiti: Nova Geração”, de George Lucas, na qual se faz um retrato da sociedade americana no início da década de 70”. A iniciativa setubalense “reserva igualmente uma sessão dedicada ao público infanto-juvenil, a 19 de Fevereiro, pelas 10 horas, na qual

é apresentado “Os Contos de Beatrix Potter”, de Reginald Mills”. A entrada nas sessões é gratuita, mas encontra-se sujeita a limite máximo de participantes. Desta forma, “as reservas antecipadas devem ser feitas pelo telefone 969 754 116 ou pelo endereço de correio eletrónico casadasimagens@mun-setubal.pt”. “Com capacidade para 300 espectadores, o Estúdio Apolo 70, instalado no interior do centro comercial Apolo 70, foi programado pelo cineasta e crítico Lauro António, desde a inauguração, a 26 de Maio de 1971, até meados dos anos de 1980”. Além da programação cinematográfica, a Casa das Imagens Lauro António – Biblioteca, Mediateca e Arquivo tem patente, até 2 Abril, “a exposição intimista “Sala-Estúdio Apolo 70”, com parte da colecção particular de Lauro António”. “Entre as várias peças expostas, contam-se documentos, cartazes, fotografias e bilhetes de cinema”, sendo que “a mostra pode ser vista de segunda a sexta-feira, das 10 às 13 horas e das 14 às 18 horas, e aos sábados, das 14 às 18 horas”.

O Grupo de Apoio de Setúbal da Liga Portuguesa Contra o Cancro tem programado um rastreio ao cancro de pele, a acontecer no dia 26 de Fevereiro nas suas instalações, situadas na Rua Gama Braga. A realização do rastreio, disponível entre as 09 e as 18 horas, requer inscrição prévia, “através do número de telefone 300 506 105, de 912 005 109 ou do e-mail grupoapoiosetubal@ ligacontracancro.pt”.

CDS-PP

Cabeça-de-lista testa positivo à covid-19 A cabeça-de-lista do CDS-PP pelo círculo eleitoral de Setúbal, Cecília Anacoreta Correia, testou positivo à covid-19, motivo pelo qual não vai continuar a participar nas acções de campanha desenvolvidas na rua. No entanto, em nota publicada no Facebook, Cecília Anacoreta Correia garante que “a campanha para dar voz ao Distrito de Setúbal continuará”.

TERÇA-FEIRA

Trânsito na Av. dos Ciprestes condicionado A realização de “trabalhos de colocação de candeeiros de iluminação pública, no âmbito da construção do Interface de Transportes de Setúbal”, motivam na terça-feira condicionamentos ao trânsito automóvel na Avenida dos Ciprestes. A intervenção na via pública vai decorrer entre as 13 e as 17 horas.

As “condições de segurança rodoviária e pedonal” na União das Freguesias de Setúbal e na freguesia de São Sebastião estão a ser reforçadas pela Câmara Municipal de Setúbal, que tem em prática “uma operação de repavimentação de um conjunto de vias”, orçada em mais de 120 mil euros. Em comunicado, a autarquia sadina explica que “a empreitada, com o prazo de execução de um mês, teve início esta semana na Rua de Badajoz e contempla ainda, na União das Freguesias de Setúbal, as ruas Fontes Pereira de Melo e de Vanicelos e a Praceta das Amoreiras”. Na freguesia de São Sebastião, por sua vez, as obras estão a decorrer nas ruas José Maria da Rosa Albino, Dr. Evaristo de Sousa Gago e 31 de Outubro. Além da repavimentação das vias, a edilidade está igualmente a proceder à “limpeza e remoção prévia de detritos e raízes, bem como de pavimentos betuminosos existentes”, assim como está a executar “trabalhos de fresagem, que antecedem a aplicação de um novo tapete betuminoso nos arruamentos”. As intervenções, que “incluem a requalificação de passeios”, integram “a estratégia de requalificação da rede viária do concelho, com vista à melhoria da qualidade de vida das populações e das condições de mobilidade”. DR


27 de Janeiro de 2022 O SETUBALENSE 5

Moinho de Maré da Mourisca apresenta mostra de fotografia, pintura e escultura

O Moinho de Maré da Mourisca vai acolher, a partir de 5 de Fevereiro e até 27 de Março próximo, uma exposição colectiva da associação de Artistas Plásticos de Setúbal (Artiset). A mostra, intitulada “Universo da

Mourisca”, é composta por vários trabalhos de fotografia, pintura e escultura. Integrada no ciclo de exposições do Moinho de Maré da Mourisca, a mostra pode ser apreciada de terça-feira a domingo, das 10 às 17 horas.

ANTES DO CONCERTO NO FÓRUM LUÍSA TODI

Brasileiro Alceu Valença viaja pelas histórias de uma vida única DR

O artista revela memórias desde os tempos de menino até aos dias de hoje. A covid levou-o a cancelar 56 concertos António Ramos Alceu Valença, um dos maiores nomes da música do Brasil, vai estar no Fórum Municipal Luísa Todi, em Setúbal, no próximo dia 28. Com 75 anos, 50 de carreira e mais de 60 álbuns gravados, Alceu Valença é um poço de energia, talento, simpatia e sentido de humor. Em contagem decrescente para subir ao palco setubalense, o artista passa em revista a sua história e destaca vários episódios vividos. “Cá estou de novo. Há já uns 15 anos que venho a Portugal em Janeiro e em Junho. No início de 2020 fiz uns shows em Portugal e quando voltei para o Brasil fiz um show de Carnaval no Recife e... tivemos todos covid”, começa por revelar. Seguiu-se o confinamento, que trouxe o violão... “É. Tive de ficar em casa. Tinha 40 shows no Brasil e 16 na Europa. Foi tudo cancelado. Fiquei em casa, no Rio de Janeiro, sem o que fazer. Nunca tive o hábito de tocar violão. Mas aí comecei. A gente começa a tocar uma música e essa puxa outra. Por exemplo, canto uma música de Luís Gonzaga, logo vem outra de Luís Gonzaga. Aí a minha mulher começou a ver que havia uma conexão entre os temas. Um fio condutor”, conta. Desse fio condutor saiu material que, num ano, foi editado em três discos: “Sem pensar no amanhã”, “Saudade” e “Senhora estrada”. Títulos que não foram escolhidos ao acaso e que dariam origem à tournée que o traz agora a Portugal e que marca o regresso de Alceu Valença aos palcos. A conversa salta no tempo e as me-

Com 75 anos, Alceu Valença conta com 50 de carreira e mais de 60 álbuns

mórias soltam-se. “A minha família tocava muito, não eram profissionais mas tocavam. É a música do nordeste profundo, dos boiadeiros, dos sanfoneiros, que levam a Luís Gonzaga

e Jackson do Pandeiro. A vitrola do meu avô, na época, tocava fado, música erudita.” E terá ideia de algum nome do fado nessa época? Alceu responde a cantar: “Lisboa velha cidade,

Gostos Entre Gisela João, Carminho e Villaret até chegar a Pessoa E quem visita tanto Portugal, o que conhece da actual música portuguesa? “Gisela João, gosto da Gisela. E Carminho, com quem gravei o tema 'Saudade', que está no disco 'Amigo da arte'”. A relação com Portugal, confessa, já existia há muito tempo. E relata um episódio curioso. “Sabe quando estudava descobri que queria ser o intelectual [solta uma gargalhada], e um tio mostrou-

me um disco de João Villaret, declamando Fernando Pessoa. Aí eu começo a ler Fernando Pessoa”, confessa. Voltando à tour que o traz a Setúbal, Alceu Valença, além dos três discos gravados na pandemia, apresenta sucessos incontornáveis como “Anunciação”, “Belle de Jour” ou “Tropicana”. “Se não cantar, as pessoas ficam com uma tristeza danada”, remata.

cheia de encanto e beleza...” Diz que era menino e que não se lembra de quem cantava o tema. Mas, de menino, há histórias que não esquece. “O meu pai tentou afastar-me da música, ainda eu era criança. Porque o meu pai tinha dois irmãos que tentaram carreira na música e não deu certo. E os outros irmãos tinham formação superior, um era juiz, outro procurador do Estado e tinham uma vida mais tranquila. Aí ele não deixava, eu não podia nem chegar perto da música”, confessa.

te, o jornal de Fall River dizia: 'Alceu Valença, the brazilian Bob Dylan. The protest song. Eu nunca tinha ouvido falar de Bob Dylan. Sei quem é. Fui, uns anos depois, a um show dos Rolling Stones e do Bob Dylan, lá numa praça do Rio de Janeiro. Quando voltei para o Brasil, comecei a trabalhar como jornalista. Um dia vejo a história de um festival internacional da canção. Aí faço uma música, apresento no festival e de repente ela passa no festival”, lembra.

O primeiro violão

Mas o momento da mudança para o mundo da música estava ainda para acontecer e Geraldo Azevedo marcaria definitivamente a vida de Alceu Valença. “Fui a uma festa na casa de um amigo nosso e lá encontro Geraldo Azevedo. Quando chego e vejo Geraldo fico nervoso, porque ele tocava demais. Toquei uma música e Geraldo diz: 'Gostei, rapaz. Vai lá na minha casa, bicho.' Fiquei nervoso, nem dormi, fui a pé até casa dele (são 9 kms) e às 9 horas estava à porta. Ele estava dormindo. Eh pá ele acordou, pega uma música chamada Talismã (a música é dele, a letra é minha, foi a primeira canção e que está no primeiro álbum), me mostra e eu compus na hora”, conta. E adianta: “Aí ficámos amigos, depois somos compadres e fizemos o primeiro disco”. Mais tarde, Alceu para o Rio de Janeiro para gravar “Molhado de Suor”, o primeiro disco a solo. “E aí aconteceu que o produtor ficou doente e teve de ir embora. Fiquei sozinho a fazer tudo, produzir... Foi a minha sorte, nunca mais ninguém mandou em mim”, revela, antes de se debruçar sobre o disco “Cavalo de Pau”. “Mostrei na editora, o pessoal gostou, mas o director alertou que o pessoal da venda de discos dizia que tinha de ter 11 temas. Este tinha oito. 'Não faço mais, não. O disco está fechado'. Sabe quantos discos vendeu o 'Cavalo de Pau'? Dois milhões e meio. Foi o que mais vendeu”, conclui. *Opinião musical

Só que há sempre um mas... “Um dia eu estava jogando futebol na rua e alguém disse que a mamãe estava me chamando. 'Meu filho vamos lá na Rua da Imperatriz, que eu tenho de fazer umas compras”. Chame minha irmã, que mulher gosta mais de compra do que homem. Não deu. Quando cheguei lá na rua, ela passou na frente de uma loja e disse: 'Meu filho escolha um instrumento para você'. Aí fiquei com um medo. Se eu comprasse aquele violão... Era caríssimo e eu disse: 'Mamãe me dê aquele cavaquinho'. 'Meu filho você merece um violão'. Comprou o violão e eu ponho ele nas costas. Aí ela disse: 'Meu filho tire esse violão das costas, você está parecendo o Juca Chaves. Seja original”, recorda, ao mesmo tempo que solta gargalhadas. Depois vieram os estudos, mas o violão não mais o largou. “Entro na Faculdade de Direito, fiz um curso de férias de Verão nos Estados Unidos e nem levei o violão. Estava lá um rapaz brasileiro que tinha um violão e eu ia para a rua tocar. Os hippies enlouqueceram. Um dia passou um jornalista da cidade de Fall River, parou e perguntou: 'Que tipo de música é essa?' É do Brasil. 'Não é samba?' Não. 'É de quem?' É minha. 'Vem de quem?' Vem de mim... Faço música contra a ditadura no Brasil.” Estava-se em 1968, no auge da música associada a movimentos de protesto políticos. “É. No dia seguin-

Geraldo Azevedo no início


6 O SETUBALENSE 27 de Janeiro de 2022

Moita

DR

EX-ESTRADA NACIONAL 11-1

Reconversão viária leva à suspensão de trânsito na Baixa da Banheira Estacionamento proibido na área de intervenção até finais de Abril Luís Geirinhas Acções de sensibilização arrancaram na Escola Básica do Chão Duro

PROJECTO MUNICIPAL

Câmara sensibiliza alunos de escolas onde recolha de biorresíduos já é uma realidade Iniciativa pretende cativar crianças e famílias para as boas práticas ambientais Luís Geirinhas O município da Moita está actualmente a realizar acções de sensibilização nas escolas das zonas abrangidas pelo projecto municipal de recolha de biorresíduos, com o objectivo de cativar as crianças para esta temática e disseminar as boas práticas ambientais junto das respectivas famílias. A iniciativa, adianta a autarquia, surge no âmbito do projecto-piloto que se encontra em execução no território e que apela à população para a necessidade de redução, reutilização e reciclagem dos resíduos urbanos em parte do concelho. Nestas sessões é feita uma abordagem lúdica e pedagógica e explicada a forma correcta de separar este tipo de resíduos, assim como o processo de transformação dos restos orgânicos em fertilizantes destinados à agricultura e jardinagem. Durante as acções, os alunos são

chamados à atenção para “a importância de todos” colaborarem neste processo e, no final, é oferecido um pequeno vaso com o produto final resultante da transformação dos biorresíduos – o composto –, onde por sua vez podem semear ervas aromáticas e outras plantas autóctones fáceis de germinar, para perceberem todo o ciclo de recolha porta-a-porta e de valorização do mesmo. Para a autarquia local a experiência “tem sido muito positiva”, assim como “a receptividade dos alunos a esta iniciativa”, sendo que os professores consideram esta “uma mais-valia para o ensino e aprendizagem das temáticas ambientais e para a criação de cidadãos mais conscientes e responsáveis [de futuro]”. O projecto, recorde-se, avançou recentemente no terreno com a recolha pela câmara a incluir, numa primeira fase, as zonas do Chão Duro e Broega, em cerca de 240 habitações unifamiliares de munícipes. De seguida, a operação camarária irá estender-se às freguesias de Sarilhos Pequenos, Gaio-Rosário e Alhos Vedros, concretamente, nas zonas das Arroteias, Bairro Francisco Pires, Rego d’Água e Cabeço Verde, nos limites do território.

Técnicos ajudam moradores sobre processo de recolha

Os moradores das zonas abrangidas começam por ser contactados por técnicos devidamente identificados da empresa SUMA, contratada pela autarquia moitense para assegurar a entrega dos contentores, e esclarecer a população acerca de todas as questões relativas ao processo de recolha dos restos de comida e resíduos de jardim. A operação é efectuada pela Câmara, porta-a-porta e duas vezes por semana, em dias comunicados com antecedência aos residentes aderentes. O projecto, acrescente-se, resulta de uma candidatura do município ao POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, cofinanciado pelo Fundo de Coesão no âmbito do programa Portugal 2020, e tem como principais objectivos o cumprimento das metas europeias e nacionais em matéria de recolha selectiva de resíduos, a sua valorização enquanto recurso ou “produto”, a redução de gases com efeito de estufa, a promoção da economia circular e a adopção pelos cidadãos de práticas mais “sustentáveis” e que sejam “amigas do ambiente”.

Em resultado da obra de reconversão viária que está a decorrer na freguesia da Baixa da Banheira, para a Zona 30 da ex-Estrada Nacional 11-1, o trânsito automóvel naquela área do concelho da Moita encontra-se pontualmente suspenso até ao próximo dia 22 de Abril. A autarquia alerta ainda que durante o mesmo período de tempo e no troço compreendido entre a Rotunda do Emigrante e a Rua 7 de Novembro, no sentido Moita-Barreiro, o estacionamento será proibido e sujeito a reboque, pedindo desculpa à população pelos eventuais incómodos causados. Conforme O SETUBALENSE noticiou na edição de ontem, a empreitada em curso levou ainda, desde o início desta semana, à alteração de percursos das carreiras 2 e 701 dos Transportes Colectivos do Barreiro que, em virtude desta intervenção, obriga a que a circulação das viaturas

seja feita pela Avenida Capitães de Abril, Rua Bernardino Augusto Xavier, Rua 7 de Novembro, retomando de seguida o percurso habitual pela Estrada Nacional. Recorde-se que a adjudicação da obra foi aprovada em Março do ano passado, em reunião do anterior executivo, por um valor superior a 1,1 milhões de euros, naquela que continua a ser a principal ligação entre os núcleos urbanos do concelho com a zona do Lavradio, no município barreirense. A obra em curso tem como principais objectivos a acalmia do tráfego no local, bem como a redução da velocidade e a criação de zonas de paragem de autocarros fora da faixa de rodagem. No final, permitirá ainda o aumento dos lugares de estacionamento e das áreas de passeio, assim como a melhoria das condições das infraestruturas existentes e das condições arbóreas, de forma a reduzir as emissões de CO2. De acordo com a autarquia, a intervenção municipal, que decorre numa zona com cerca de 2,8 hectares, insere-se no âmbito do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU), no domínio da mobilidade sustentável e é cofinanciada por fundos comunitários, no campo do programa Portugal 2020. DR

Empreitada está a decorrer na zona 30 da ex-estrada nacional da Baixa da Banheira


27 de Janeiro de 2022 O SETUBALENSE 7

Centro de Testagem à covid-19 começou a funcionar esta semana na Moita

Entrou em funcionamento na Moita, esta semana, um Centro de Testagem à Covid-19, situado junto ao Centro de Vacinação instalado no Pavilhão Municipal de Exposições. O espaço surge na sequência de uma parceria da autarquia com o Grupo Clara Saúde e o LaboCentro

– Laboratório de Análises Clínicas, tendo sido criadas condições para reforçar a capacidade de testagem à população. O espaço funciona de segunda-feira a sábado, das 14 às 17h00, podendo cada utente realizar, gratuitamente, quatro testes por mês.

BAIXA DA BANHEIRA

Agrupamento de Escolas D. João I investe no bem-estar social e emocional dos alunos DR

Projecto Academia de Líderes Ubuntu decorre até amanhã no município Luís Geirinhas No âmbito do “Plano 21-23 Escola+”, o Agrupamento de Escolas D. João I, no concelho da Moita, aderiu no presente ano lectivo ao Projecto Academia de Líderes Escolas Ubuntu, iniciativa que tem como macro-objectivo, além das competências académicas, o investimento no bem-estar social e emocional dos alunos. Segundo a autarquia local, este objectivo tem ainda “uma maior relevância na realidade pandémica que vivemos há já dois anos”, situação que torna o desenvolvimento do projecto de “grande importância” para o referido agrupamento e para o seu público-alvo. Na sequência do projecto, está a decorrer até esta sexta-feira, na Baixa da Banheira, a Semana Ubuntu, nas instalações da Escola Básica n.º 4 com o intuito da capacitação dos professores que ali exercem a sua actividade profissional. Ao longo da iniciativa, estarão presentes nas actividades cerca de três dezenas de alunos e sete docentes daquele Agrupamento, assim como dois técnicos do Instituto Padre Vieira (IPAV), instituição parceira, com a qual se articula e que “presta consultoria” e convida alguns dos presentes a prestarem depoimentos considerados experienciais. De acordo com o município moitense, a autarquia apoia este projecto através do fornecimento de refeições aos participantes. Acrescente-se que a referida Academia é “um projecto de educação não-formal orientado para a capacitação de jovens com elevado po-

BREVES ALHOS VEDROS

Iluminação pública restabelecida junto ao edifício da Norporte A Junta de Freguesia de Alhos Vedros informou recentemente, nas redes sociais, que a iluminação pública foi restabelecida na estrada nacional n.º 11, junto à Norporte, após contacto efectuado com a E-REDES. Na mesma altura, o executivo acrescentou que,

presentemente, “existem outros locais, com insuficiente iluminação pública, ou ausência da mesma”, situação que diz ter sido comunicada às entidades competentes. Por este motivo, a Junta afirma que aguarda a resolução dos problemas que se encontram identificados na vila alhosvedrense.

GAIO-ROSÁRIO

Junta intervém em tampas e sumidouros da freguesia A União de Freguesias de GaioRosário e Sarilhos Pequenos anunciou que tem vindo a proceder, recentemente, à rectificação de diversas tampas e sumidouros das artérias que foram pavimentadas em diversos pontos daquela localidade do concelho da Moita. De acordo com a Junta, para breve, estão ainda

previstas as “marcações de sinalização horizontal, incluindo as passadeiras de peões”. O referido executivo diz estar consciente da “necessidade destes trabalhos, que implicam questões de segurança rodoviária” e que esta União de Freguesias deseja ver concluídos o mais rapidamente possível.

LEGISLATIVAS

Reunião de Câmara adiada por motivos inerentes às eleições Semana Ubuntu está a decorrer no concelho até esta sexta-feira

tencial de liderança”, provenientes de meios desafiantes ou que neles queiram trabalhar. “Pretende-se acompanhar, facilitar, enriquecer e consolidar o desenvolvimento de cada participante enquanto líder ao serviço da comunidade”, através da promoção de competências humanas e técnicas relevantes para o seu percurso de vida.

Formar líderes capazes de promover a reconciliação

Em simultâneo, convida a “uma viagem interior que desafia a forma como cada um se vê a si mesmo e se relaciona com os outros, tornando-se capaz de, como dizia Gandhi, lutar pela mudança que quer ver no mundo”, num projecto que am-

biciona formar líderes servidores capazes de cuidar, escutar, confiar e promover a reconciliação, com a construção de pontes, promovendo sempre a dignidade humana. Enquanto experiência comunitária, a Academia de Líderes Ubuntu assume-se como um projecto que valoriza a contribuição de cada participante, acolhe a riqueza da diversidade, reconhece e respeita “o valor de cada nova perspectiva e deixa-se inspirar pelo exemplo de outros”, reconhecendo o desejo partilhado de construir um mundo melhor e, ao mesmo tempo, fortalecendo a esperança e a motivação para assumir a responsabilidade na transformação das realidades onde cada um se sente chamado a intervir.

A Câmara da Moita realiza no próximo dia 28, pelas 15h00, a próxima reunião pública do executivo, no salão nobre da autarquia, numa sessão que terá transmissão em directo pelo canal de Youtube do município e no seu site institucional. A edilidade recorda que, por

motivos inerentes ao processo eleitoral, a reunião, inicialmente marcada ontem, teve que ser adiada para a nova data, lembrando que a presença da população respeitará todas as regras de Direcção-Geral de Saúde relativas à actual situação de pandemia. DR


8 O SETUBALENSE 27 de Janeiro de 2022

Almada

Testes antigénio na Sobreda e Charneca de Caparica

A Unidade Móvel “Dar + Saúde à Saúde”, da Câmara Municipal de Almada, tem estado a percorrer as várias localidades do concelho para realizar testes antigénio à população. A funcionar das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00, esta unidade, que ontem esteve na Rua dos Três

Vales, no Monte de Caparica, vai estar amanhã, sexta-feira, junto à Pista de Atletismo, na freguesia da Sobreda, e no dia seguinte, 29 de Janeiro, junto ao Mercado da Charneca de Caparica. Só podem realizar este teste os maiores de 12 anos, sendo necessário apresentar o Cartão de Cidadão.

DR

SOLIDARIEDADE

Miguel Oliveira entrega à Rumo ao Futuro vários mantimentos angariados pelo seu Fan Club Foram entregues seis carinhos de compras cheios com produtos alimentares não perecíveis e ainda produtos de limpeza e vestuário Humberto Lameiras O piloto almadense Miguel Oliveira, único português no campeonato MotoGP, esteve na passada semana na Associação Almadense Rumo ao Futuro (AARF), na Charneca de Caparica, onde entregou vários mantimentos angariados, entre Dezembro e Janeiro, pelo sector de responsabilidade social do seu Fan Club, que desenvolveu uma campanha para apoiar esta Instituição Particular de Solidariedade Social que presta apoio a jovens e adultos portadores de deficiência. Além de produtos alimentares não perecíveis e produtos de higiene e limpeza, o Fan Club incentivou ainda

as pessoas que não tiveram disponibilidade para reunir estes bens, e que ainda assim quiseram ajudar a instituição, para adquirirem uma Tshirt Solidária, por 15 euros, “valor que reverteu inteiramente para a apoiar a AARF”, refere o Fan Club. Entretanto, a Cliniártico, clínica de especialidade médica, medicina dentária, análises clínicas e testes covid-19, em estreita relação com Miguel Oliveira e o Miguel Oliveira Fan Club, também dinamizou uma acção paralela de angariação de bens que foram doados à AARF. Miguel Oliveira, que cresceu na Charneca de Caparica, e apadrinha esta instituição de solidariedade há cerca de uma década, expressou durante a oferta de bens que o empenho da comunidade de fãs Miguel Oliveira Fan Club “foi extraordinário, quer em doação de mantimentos quer em compra das Tshirts Solidárias e, por isso, foram doados seis carrinhos de supermercado cheios de bens alimentares e de higiene, assim como vários sacos de vestuário”. O piloto referiu ainda que foram “doados 1 400 euros, em montante angariado com a venda das Tshirts

Solidárias”, e acrescentou: “Não podia estar mais agradecido pelo que conseguimos reunir para a Associação, contando também com o apoio dos utentes da Clínica Cliniártico”, cita o Fan Club na sua página de Facebook.

Piloto oferece capacete para ajudar jovem de Monte Gordo

Também numa acção solidária, Miguel Oliveira, este mês, ofereceu um dos seus capacetes, réplica “Oliveira Falcão – GP Portugal 2021”, autografado, para apoiar o jovem algarvio, de Monte Gordo, que foi agredido em Ayamonte, Espanha, à saída de uma discoteca, a 14 de Novembro. Através da campanha “Vamos ajudar o João Pedro”, o capacete está a ser leiloado com compra de mil rifas, com o preço unitário de 5 euros. O jovem, de 25 anos, poderá ser ajudado na clínica espanhola Hospital NISA Sevilla Aljarafe, no tratamento dos seus problemas motores, e também nos problemas cerebrais que o estão a impedir de comunicar e interagir. A família está a acolher contributos para a recuperação, estimando-se que o valor mensal rondará 11 mil euros. DR

Miguel Oliveira destacou o empenho do Fan Club e dos utentes da Cliniártico na ajuda à Associação Rumo ao Futuro

OBRA PÚBLICA

Recuperação do Parque Comandante Ramiro Correia deu nova vida ao espaço verde A obra neste espaço verde situado entre as localidades de Almada e Cova da Piedade, implicou um investimento de 200 mil euros Humberto Lameiras O jardim do Parque Comandante Ramiro Correia, no Pombal, foi requalificado pela Câmara de Almada em parceria com a União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas. Um trabalho de “esforço conjunto”, comentou a presidente da Câmara Municipal, Inês de Medeiros, na inauguração deste renovado espaço verde entre Almada e a Cova da Piedade, na passada semana. Comentou ainda a autarca, que esta parceria resultou num “jardim amplo, cuidado e com muita luz, onde toda a população pode usufruir dos equipamentos de ginástica e das áreas criadas para o lazer”. A empreitada implicou que fossem retiradas algumas árvores, mas foram preservadas muitas outras a fim de “assegurar o ensombramento do espaço, além de terem sido ajardinadas áreas de uma forma especial”, refere a autarquia. “Uma requalificação exemplar”, sublinhou Inês de Medeiros. Na divisão de trabalhos, a União de Freguesias de Almada, Cova da

Piedade, Pragal e Cacilhas reabilitou o campo de jogos do parque, e à responsabilidade da Câmara Municipal ficou a grande parte da reabilitação que resultou na melhoria das áreas “para dar nova vida a este espaço verde”, inclusivamente para uso dos equipamentos de ginástica ao ar livre. “Tem havido uma acção articulada para que Almada em cada um dos seus espaços seja cada vez mais bonita, mais agradável, mais funcional para as pessoas. (…) Depois da requalificação, a nossa grande missão é a manutenção deste esforço. (…) Nós cuidamos. Ajudem-nos a cuidar”, disse Inês de Medeiros. As intervenções realizadas implicaram um investimento na ordem dos 200 mil euros, e incluíram a selecção da vegetação existente, através da remoção de árvores e revestimentos arbustivos e herbáceos, “com problemas fitossanitários e que se encontravam em fim do seu ciclo vegetativo”, explica a autarquia, e revisão dos muretes existentes, executando novos troços e aumento da cota para “melhor sustentação de terras”, assim como a instalação de novo capeamento em pedra nos muretes e a pintura dos mesmos. Foram pintados corrimãos das colunas de iluminação e armários técnicos, das estruturas de apoio existentes no parque. Entre outros trabalhos, foi ainda recuperado o bebedouro, tal como bancos e reforçadas as papeleiras, instalado um novo sistema de rega, colocados tapetes de relva, e regularizados os pavimentos da calçada e das escadas.


27 de Janeiro de 2022 O SETUBALENSE 9


10 O SETUBALENSE 27 de Janeiro de 2022

Almada DR

BREVES CIDADE

Rastreios grátis à glicemia e colesterol

MURAL

Artistas locais de arte urbana vão dar mais cor ao Hospital Garcia de Orta O muro no acesso ao hospital vai ter referências ao botânico Garcia de Orta e também a profissionais de saúde e utentes Humberto Lameiras Vários artistas locais de arte urbana vão homenagear os profissionais de saúde, e também os utentes do Hospital Garcia de Orta (HGO), através de um mural artístico que vai dar mais cor ao muro no acesso a esta unidade hospitalar no Pragal. São artistas dos concelhos de Almada e Seixal, que se reuniram num consórcio, e vão estar em breve no terreno. Esta expressão de arte vem no âmbito das comemorações do 30.º aniversário do HGO, que foi assinalado a 16 de Dezembro. “O HGO convidou os artistas de arte urbana Vasco Maio, Ricardo Wokx, Manel Alma e Miguel Ângelo Nurti, reunidos em consórcio, para a realização de um

mural artístico no muro no acesso ao HGO”, refere o gabinete de comunicação desta unidade hospitalar. Explica ainda que o objectivo é “melhorar as condições do espaço exterior que circunda o HGO e conferir maior dignidade à instituição”. Através deste projecto, estes artistas propõem-se a “dar vida a este espaço que ajuda, cuida e conforta, tendo por base a ideia de ciclo, que acompanha um círculo que começa onde acaba e acaba onde começa, completando-se e multiplicando-se

A natureza e botânica vão estar nas peças do mural, sendo elementos de figuras que retratam as ideias do botânico Garcia de Orta

em formas fractais”, explica a mesma nota de Imprensa. Desvendando parte do que vai ser a decoração deste muro, fica a saber-se que a natureza e botânica vão envolver todas as peças do mural, sendo elementos de figuras que “retratam as ideias base do legado do botânico Garcia de Orta, e o cuidar”. A partir desta ideia, o projecto sugere a “transposição de uma visão geral para uma visão micro celular e abarca vários conceitos e ideias, dispostos em várias camadas de observação e apreciação por parte dos profissionais, utentes e visitantes”. O projecto terá início brevemente e prevê-se que tenha a duração mínima de execução de três semanas. “Acreditamos que através desta intervenção de arte urbana e expressão artística será possível homenagear todos os profissionais do HGO, pela sua missão de prestação de cuidados de saúde, e o que de melhor imprimem diariamente neste hospital há trinta anos; e também homenagear todos os utentes que têm sido tratados, cuidados e curados nesta instituição hospitalar”, comenta a administração do hospital.

No âmbito do Gabinete de Apoio ao Cidadão, a União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas disponibiliza a todos os cidadãos rastreios gratuitos de medição da tensão arterial, glicémia e colesterol. Para usufruto destes serviços os interessados deverão dirigir-se a um dos postos de atendimento da União das Freguesias e solicitar um cartão que lhes dará a possibilidade de usufruir gratuitamente destes serviços numa das seis farmácias aderentes.

FEIJÓ

Polidesportivo da Juventude mais iluminado Foi concluída a obra de colocação de quatro postes com iluminação LED no Polidesportivo da Juventude, no Feijó. Esta instalação desportiva, sob a gestão da Junta de Freguesia, fica assim dotada para a “utilização nocturna, correspondendo aos anseios de alguns clubes que deste modo poderão realizar os treinos das suas equipas neste espaço e desenvolver o crescimento dos seus escalões de formação”, refere o executivo da freguesia.

SOBREDA

Cacifo público dos CTT no Mercado A localidade da Sobreda recebeu a 21 de Janeiro um cacifo público dos CTT no Mercado Municipal. Trata-se de um Cacifo Público (Click & Collect), que resulta de uma parceria entre os CTT com a União de Freguesias de Charneca de Caparica e Sobreda.

TRANSPORTES

Avaria de equipamentos na estação da Fertagus de Corroios motiva perguntas dos utentes Humberto Lameiras A Comissão de Utentes de Transportes da Margem Sul (CUTMS) solicitou ontem esclarecimentos à Fertagus sobre a manutenção de equipamentos na estação de comboios de Corroios a qual, para além de muito utilizada por população desta localidade do Seixal, é também um recurso para quem mora nas freguesias do Laranjeiro e Feijó, do lado do concelho de Almada. “Temos um conjunto de queixas sobre a manutenção de equipamentos da estação, situação que se está a agravar desde Dezembro e também já em Janeiro”, avança Marco Sargento, um dos elementos da CUTMS. Esclarece ainda que o problema mais antigo tem sido nos equipamentos de validação dos títulos de transporte. “Temos uns desactivados desde Dezembro e em Janeiro avariou outro”. Com isto, “estão activos apenas 4 ou 5 destes equipamentos, sem que os avariados tivessem sido reparados, o que é claramente insuficiente para muitas pessoas que utilizam a estação de Corroios, causando dificuldades aos passageiros, principalmente em horas de maior afluência”. Entretanto, a comissão de utentes registou mais uma avaria, esta no funcionamento da escada rolante da estação. “Mais recentemente, no início de Dezembro, a escada rolante no sentido de Lisboa avariou”, e assim “continua, sem sabermos quando será reparada”, lamenta ainda este elemento da CUTMS. Agora a CUTMS diz estar a aguardar resposta da Fertagus, empresa responsável pelo comboio da ponte. “Esperamos que nos esclareça nos próximos dias sobre quando vão ser feitas as intervenções de reparação dos equipamentos”, diz Marco Sargento, apontando que o contacto feito com a empresa foi na quarta-feira.


27 de Janeiro de 2022 O SETUBALENSE 11 PUBLICIDADE

MARIA ISABEL MARQUES GUERREIRO FIDALGO (1956 – 2022)

(1932 – 2022) Participação e Agradecimento A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Júlio Padua. Sua esposa, filhos e netos vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências. A família está eternamente agradecida por todo o carinho prestado. Muito Obrigado

Você sabia? ... que um funeral de

Participação e Agradecimento

cremação, considerando todos os custos envolvidos, é tipicamente mais barato que o funeral para sepultura?

A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Maria Isabel Marques Guerreiro Fidalgo. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.

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12 O SETUBALENSE 27 de Janeiro de 2022

Legislativas CARLOS GOMES CABEÇA-DE-LISTA DO PCTP/MRPP

“As pessoas habituaram-se a viver numa pseudo-democracia” Candidato diz que trabalhadores foram “empurrados para uma situação de miséria” e que o comunismo continua a ser uma solução possível para Portugal Francisco Alves Rito (texto) David Marcos (foto) Candidato já “experimentado” em diversas eleições, tantos autárquicas como legislativas, sempre pela região, Carlos Gomes volta, aos 67 anos, a ser a aposta do PCTP/MRPP. Reformado e natural do Barreiro, é formado em Engenharia Química e militante do partido há cerca de 50 anos. Que diferença pode fazer esta candidatura? A principal diferença tem a ver com o desmascarar uma situação que não tem nada a ver com democracia. E toda a situação que se vive hoje, a nível mundial, de o sistema imperialista estar a impor todo um conjunto medidas que estão a agravar mais a condição do povo, incluindo o português. Desmascarar isto e partilhar com os operários e trabalhadores é um objectivo importante. Se houvesse democracia, todos os partidos teriam a mesma possibilidade, o mesmo tempo de antena, etc. Isso não existe, as pessoas habituaramse a viver numa pseudo-democracia e o PCTP/MRPP aproveita estas alturas para chegar o mais possível aos operários, para esclarecer o seu programa. O PCTP participa em eleições desde 1976 e nunca conseguiu eleger deputados. Não é uma longevidade estéril? Na sociedade em que vivemos, sabemos que tudo aquilo que passa

pelos órgãos de desinformação é filtrado. O PCTP/MRPP nunca foi, nem é, um partido de dinheiro, é um partido que vive do apoio dos seus militantes, do apoio do povo quando faz as suas colectas de fundos. Obviamente que, para chegarmos à população, não é da mesma forma que um partido da burguesia, um PS ou PSD, ou outro. Isso não ajuda a que as pessoas entendam quais são os nossos princípios e o nosso programa. Por exemplo, nós sempre defendemos que estar na União Europeia é uma forma de o povo português estar subjugado a interesses, que não têm a ver com os seus. Obviamente que isto é censurado. O povo português não pode nunca desenvolver-se, enquanto estiver agarrado. Aliás, nós não temos independência, a realidade é essa. Propõe, além da saída da EU, não pagar a dívida externa do país, como pode ler-se no manifesto do partido. Como poderemos ter uma sociedade desenvolvida sem esses elementos que têm sido estruturantes? Não têm sido estruturantes como se diz. Repare, há agora a bazuca, em que o país vai vendendo dívida, e essa venda, mais cedo ou mais tarde, traduz-se no Banco Central Europeu receber, num circuito de taxas que está estabelecido, essa mesma dívida. Em compensação, dá o dinheiro que é necessário para o governo puder pagar as suas dívidas, porque nós não temos economia. Somos um país sem economia.

A solução, para o PCTP/MRPP, é o socialismo? Primeiro, uma sociedade comunista, uma sociedade em que as pessoas vivem em pé de igualdade. A produção económica a funcionar segundo as necessidades do povo, dos operários, dos trabalhadores. Uma economia de direcção central, com o Estado a decidir o que produzir, como produzir e para quem, e proteccionismo, nas fronteiras, às importações? Não propriamente. Esse cenário não é, propriamente o cenário certo. Então, se pudesse dizer, em linhas gerais, qual é o modelo económico que defende, ficávamos a entender. Por exemplo, na questão da alimentação, nós temos condições para, a médio prazo, criar condição de não estarmos subjugados como estamos, à necessidade de importarmos, por exemplo, o trigo. A filosofia está errada. A questão não é se é mais barato ou mais caro, é saber servir os interesses dos operários e trabalhadores. A primeira coisa que deve estar em jogo é satisfazer os interesses dos operários e trabalhadores. É possível reverter a situação actual? Como se pode garantir o bem-estar da população portuguesa e, ao mesmo tempo, criar essas condições para fazer crescer a produção interna? Neste momento, o que estamos a observar é a destruição de todo o que é economia. Vamos ver essa destruição nos próximos

meses. Empresas como a Fisipe e outras que existem aqui, a própria Autoeuropa, vão desactivar, porque o sistema imperialista, pretende uma saída para a situação de bolha, de degradação da economia e das finanças, em que se vive. O próprio sistema pretende arranjar uma solução que passa, precisamente, por essa destruição, e não só. Aquilo que sempre propusemos, e propomos, é que a economia seja organizada, em torno das nossas principais riquezas. Somos um porto [Sines] da Europa, aliás, podemos ser a porta de entrada para todas as mercadorias na Europa, temos um mar… Mas o PCTP/MRPP aceita a economia de mercado ou que tem de haver uma economia de Estado? Isso vai acontecer progressivamente. Defendemos uma economia planeada segundo as necessidades que os operários e trabalhadores têm. Não é como os exemplos que as pessoas dão quando falam em comunismo, da Rússia ou da China. Esses países não têm nada a ver com o comunismo, nem nunca tiveram. Há algum que tenha? Neste momento não há, infelizmente. Nem nunca ouve. Portanto, é uma ideia nova a ser aplicada, com as experiências que teve, ao longo do tempo, mas

que passa, efectivamente, por uma necessidade de haver um planeamento de toda a economia, segundo as nossas bases e as nossas riquezas naturais. Nós temos todas as condições. Acha possível, no mundo em que vivemos, montar um sistema desses num país com a dimensão de Portugal, ainda que de forma progressiva? É possível. Disso não tenho dúvidas absolutamente nenhumas.

O confinamento, que não era necessário, mandou para o desemprego milhares de pessoas, famílias inteiras para uma situação miserável


27 de Janeiro de 2022 O SETUBALENSE 13

Veja a entrevista completa, em vídeo, no site e nas redes sociais d'O Setubalense

Não receia que essa posição, para alguns já anacrónica, assuste as pessoas? Não propriamente. Porquê? O que é que o trabalhador ou operário tem hoje a perder? Foram empurrados para uma situação de miséria. Aliás, no ano de 2020 houve o confinamento, e o gabinete de crise, que foi criado para avaliar a situação, unanimemente disse que não fazia sentido fazer-se o confinamento. E fez-se rigorosamente o contrário. Ou seja, há uma narrativa do imperialismo que dita tudo aquilo que se passa. Esse confinamento, que não era necessário, mandou para o desemprego milhares de pessoas, mandou famílias inteiras para uma situação miserável. Sobre o manifesto eleitoral, que outras medidas destaca? A falência da economia, como estamos a verificar. Estas eleições têm um objectivo, que não tem nada a ver com questões económicas. Estas eleições têm, como principal objectivo, aniquilar a Constituição. O objectivo que PS, PSD e todos os ditos partidos do Parlamento têm é esse. Estas eleições ou todas as eleições legislativas? Estas, em concreto, têm um objectivo claro. Para eles poderem impor aquilo que os imperialistas querem, que é a destruição da economia, visto que o campo

financeiro está controlado e a moeda digital vai ser a forma de tirar toda a liberdade a todo o ser o humano. Esta situação que se está a viver, em particular na Europa, é uma situação contra a qual nós nos devemos levantar, organizar as pessoas, os operários e trabalhadores, nas fábricas, para não permitirem. O MRPP diz sempre que as eleições são burguesas, mas estas são piores ainda, têm essa agenda? Precisamente. São eleições burguesas pela simples razão de que aquilo que se promove nas eleições não tem nada a ver com uma democracia, com a partilha e arranjar forma de as pessoas conhecerem os vários pontos de vista. Se eu tiver o tempo de antena que o PS, ou PSD, têm, obviamente que as pessoas vão perceber a riqueza dos nossos campos, aquilo que nós podemos fazer. Atribui o fraco desempenho eleitoral do MRPP a esse bloqueio mediático? Bloqueio mediático não, é a ditadura em que se vive. É uma ditadura burguesa, que não tem nada a ver com liberdade de expressão. Viu-se nestas eleições [um debate para uns partidos e outro para os restantes], o que é uma aberração. Acho incrível que os ditos partidos pequenos aceitem estas coisas. O critério para esses debates é um critério fascista. Relativamente à necessidade da criação de NUTS especificas para a Península de Setúbal. É a favor ou contra? Ou acha que não é importante? Não é que não seja importante. Tudo deve ser enquadrado, segundo uma perspectiva de desenvolvimento económico, segundo as necessidades dos operários e trabalhadores. Olhar para a economia, não como uma forma de lucro, mas uma forma de servir operários e trabalhadores. Neste quadro, a NUTS terá a sua importância. Quanto à regionalização. O MRPP é contra. Sim, o MRPP é contra. Temos de perceber que a regionalização não faz sentido. É outra forma de arranjar mais uns tachos para os amigos, na actual forma burguesa. Numa situação diferente, a organização da sociedade também será diferente, não haverá juntas de freguesia, haverá outras comissões, será diferente. Agora, nesta forma tudo o que se faça para se alterar o que está é para arranjar tacho para os amigos. Vivemos num país corrupto, dos mais corruptos, temos vários exemplos. E contra

Portugal tem todas as condições para ser independente e voltar à nossa moeda isso nós temos que nos levantar. Mas, mais uma vez, a questão fundamental é organizar, os operários e trabalhadores ganharem

consciência da importância de se organizarem para imporem uma nova forma de economia. O nosso país tem todas as condições para independente, porque o país precisa de ganhar a sua independência, voltar à sua moeda, independentemente do que isso possa implicar, nos primeiros cinco anos, na economia. Com vamos isso criar as condições para podermos ser um país independente e livre do jugo dos imperialistas, europeus e não só. O PCTP teve, em 2019, 36 mil votos, 0.69%. Desta vez há condições para ser diferente? Vamos ver. Condições há, porque a esmagadora maioria, mais de 60%, da população portuguesa está contra esta situação que se vive,

contra os partidos ditos da situação, precisamente porque já não querem saber de todo o compadrio. Então, este ano espera um resultado melhor para o PCTP/ MRPP? Os resultados são capazes de não ser melhores, porque este ano não não concorremos a todos os círculos. Mas há uma coisa importante de que não falámos, que é a situação da saúde. Em Setúbal, temos um Hospital que rebenta pelas costuras. Aliás, a nível nacional, os hospitais recebem dinheiro por pessoas que vão para lá com covid e morrem lá com covid. Essa situação tem que acabar, os hospitais não podem receber dinheiro pelas pessoas que morrem com covid. PUBLICIDADE


14 O SETUBALENSE 27 de Janeiro de 2022

Desporto

CARLOS SILVA PRESIDENTE DO VITÓRIA FC

“Queremos reforçar a equipa até ao final deste mês” DR

“Objectivos com que partimos no início da época vão ser concretizados”, vaticina Ricardo Lopes Pereira Em entrevista ao jornal O SETUBALENSE, o presidente do Vitória, Carlos Silva, admite ter dificuldade em explicar a goleada traumática, por 4-1, sofrida pelo Vitória na jornada anterior no reduto do U. Santarém. Confiante de que a equipa vai conseguir reagir já na recepção ao Real, o dirigente lança um repto aos adeptos. “Peço-lhes que apoiem a equipa já no próximo jogo de domingo com o Real”. Questionado sobre a possibilidade de a equipa ter reforços até ao final do mês, Carlos Silva é peremptório. “No momento próprio, todos os clubes querem reforçar as suas equipas e o Vitória não foge à regra. Infelizmente, o Vitória tem algumas contrariedades do passado que são difíceis de resolver. Se for permitido, e tem de o ser, queremos reforçar a equipa até ao final do mês”, disse, frisando que o acionista Hugo Pinto já resolveu vários casos. Que explicações encontra o presidente do Vitória para a goleada (4-1) sofrida pela equipa em Santarém? Não há explicação. Confesso que não consigo explicar e acho que não há ninguém que o consiga. Falaram com a equipa depois do que aconteceu? Todos os dias estamos com a equipa e falamos com os capitães de equipa. Transmitimos aquilo que são os nossos sentimentos. É o que nos compete fazer e não importa dizê-lo de cabeça quente,

importa fazê-lo depois de as coisas estarem mais calmas. De cabeça quente as coisas nunca são ditas da forma que devem ser para serem entendidas. Acredito que os próprios jogadores não são insensíveis ao que aconteceu. Sabem o clube que representam e, como tal, também se sentem com isto. A equipa tem condições para reagir de imediato? Acredito que a equipa tem condições para reagir. Estas coisas acontecem no futebol, mas ninguém queria que acontecesse com o Vitória. Podia acontecer com qualquer clube do mundo menos com o nosso. Infelizmente essa não é a realidade e estes resultados disparatados acontecem a qualquer um. Teme que a equipa possa ser afectada pelo resultado pesado que sofreu?

A meu ver, da mesma forma que uma derrota não pode afectar e pôr tudo em causa da mesma forma que uma vitória categórica não pode deslumbrar. As pessoas têm de ser realistas e perceber onde estão e o que se procura. Penso que a equipa vai reagir como deve de ser. Sente que a equipa precisa ser reforçada? No momento próprio, todos os clubes querem reforçar as suas equipas e o Vitória não foge à regra. Infelizmente, o Vitória tem algumas contrariedades do passado que são difíceis de resolver. Nesta janela de Janeiro, o Vitória voltou a ser confrontado com várias situações em atraso que representam mais uma quantia avultada de euros. A resolução está perto? O Hugo Pinto (accionista maioritário da SAD) já resolveu

vários casos. O problema que há agora é que, além de ter resolvido um problema financeiro com algum volume, estamos à espera que esse credor confirme a resolução perante a FIFA. Tem de ser resolvido rapidamente este constrangimento. Se for permitido, e tem de o ser, queremos reforçar a

Há de haver um momento em que temos de dar uma série de informações aos sócios

equipa até ao final do mês. Não seria útil explicar aos adeptos que existem estes constrangimentos a impedir a administração de reforçar a equipa? Há de haver um momento em que temos de dar uma série de informações aos sócios. Temos procurado que as coisas se acalmem de uma vez por todas. Depois disso, virá o momento mais propício para poder explicar o que se passou e está a passar no Vitória. Percebo que os sócios precisam dessas informações, mas nós também precisamos de ter calma para serenar isto tudo. Com o último resultado, o treinador Pedro Gandaio fica numa posição mais fragilizada? Claro que não sabemos o dia de amanhã, mas continuamos a acreditar no treinador. É um jovem com valor, já trabalhou noutras equipas com treinadores conceituados e, para nós, continua a ter o valor que lhe reconhecemos quando decidimos passa-lo a treinador principal. Que mensagem quer transmitir aos associados neste momento? Todos nós estamos frustrados. No meu caso, confesso que me sinto duplamente frustrado pelo último jogo. Primeiro porque sou sócio/adepto e depois porque sou dirigente do Vitória. Como sócio e presidente do clube, continuo a acreditar que os objectivos com que partimos no início da época vão ser concretizados e mantêm-se inalteráveis. É esta a mensagem que quero transmitir aos sócios. Todo o esforço que fizemos e continuamos a fazer tem de ser compensado. Peço-lhes que acreditem neste projecto, que vai trazer muitas alegrias, e que apoiem a equipa, que tem de ser apoiada já no próximo jogo de domingo com o Real.


27 de Janeiro de 2022 O SETUBALENSE 15

Futsal Feijó espera adversário para a 5.ª eliminatória da Taça de Portugal

A equipa feminina do Futsal Feijó vai defrontar o vencedor do Povoense – Novasemente na 5.ª eliminatória da Taça de Portugal, assim ditou o sorteio ontem realizado na Cidade do Futebol. A única equipa da região ainda em prova venceu na eliminatória anterior o Aliados do

Lordelo por 8-1, em jogo realizado no Pavilhão Multiusos de Paredes. A equipa do concelho de Almada adiantou-se no marcador aos seis minutos, fez o segundo golo aos 13 e aos 19 já vencia por 3-0, consentindo depois o golo da equipa nortenha. Na segunda

parte continuou por cima no jogo e o marcador foi evoluindo com naturalidade. Carolina Liliu (3), Ayslyne Silva (2), Ana Sarroeira, Catarina Barra e Ana Ferreira marcaram os golos que carimbaram o passaporte para a eliminatória que se disputa no dia 12 de Fevereiro.

RICARDO ESTRELADO E A CRISE DO PINHALNOVENSE

“As SAD provocam inércia nos dirigentes porque o dinheiro chega de forma fácil” DR

O ex-treinador da equipa considera que a parte desportiva foi óptima mas a parte financeira foi horrível

Começa a haver alguma inércia por parte das pessoas que dirigem o clube porque o dinheiro chega fácil e sempre do mesmo lado Ricardo Estrelado

José Pina O treinador Ricardo Estrelado esperou até ao limite por uma solução mas como ela não surgiu viu-se obrigado a rescindir o contrato por justa causa, dado que esta época não havia recebido um cêntimo e da época anterior também ficaram por pagar quatro meses. O bom trabalho realizado não passou despercebido ao Coruchense, também do Campeonato de Portugal, mas da Série E, que o contratou de imediato. A O SETUBALENSE, Ricardo Estrelado confessou que esta foi uma boa experiência em termos desportivos mas péssima a nível financeiro, e sente-se triste por isso. “Já muito se falou sobre o assunto, as dificuldades financeiras foram muitas e aquilo que se conseguiu arranjar nada teve a ver com o investidor que nos abandonou mas sim com ajudas de todos nós e na parte final também do clube, nas deslocações e almoços. Disseram para nos preocuparmos com o aspecto desportivo porque a questão financeira estava bem encaminhada mas com a renúncia de uma proposta iraniana que havia, ficámos perdidos”, começou por dizer, prosseguindo depois, “com um orçamento baixo fizemos um esforço enorme para montar o plantel, conseguimos formar uma equipa humilde e com ela obtivemos os resultados que são conhecidos. Acabámos a primeira volta em segundo lugar só com uma derrota, e sem um cêntimo no bolso”. Ricardo Estrelado recorda que “o jogo com o Olhanense foi uma demonstração do carácter que a equipa tinha, fizemos uma exibição muito boa e o resultado foi justo, mas até poderíamos ter ganho. Acabámos

Ricardo Estrelado, como bom comandante, foi o último a abandonar o navio

com uma derrota em 10 jogos num campeonato muito difícil e com praticamente cinco meses de vencimentos em atraso. Em meados de Dezembro havia uma nova esperança no que respeita a investidores mas como isso não se concretizou os jogadores começam a sair. Resumindo, a parte desportiva foi óptima mas a parte financeira foi horrível. Houve jogadores que chegaram a fazer de roupeiros e a fisioterapeuta aguentou connosco todo este tempo sem nada receber à imagem do que aconteceu

com a equipa técnica. Fomos fiéis e lutámos pelo clube mas chegou a altura de dizer basta porque já não dava para mais. Resultado, acabámos por rescindir o vínculo com o clube por justa causa”.

Cinco meses de vencimentos em atraso

O treinador falou em cinco meses de vencimentos em atraso mas em relação à equipa técnica a falta de pagamento foi muito superior. “No meu caso pessoal, da época

Pinhalnovense Pedido de insolvência da SAD Face à crise instalada e à desclassificação da equipa de futebol sénior do Campeonato de Portugal, está marcada para o dia 11 de Fevereiro uma assembleia-geral do clube,

detentor de 20 por cento do capital da SAD, na qual a direcção irá pedir aos sócios que a mandatem para avançar com o pedido de insolvência da sociedade desportiva.

passada ficaram quatro meses por receber, se a eles juntarmos cinco deste ano, perfaz nove meses e contando com as férias o tempo sobe praticamente para um ano. Ou seja, estive praticamente um ano sem receber. No final da época passada assinei um acordo para que me fosse pago o que deviam de forma faseada. Fiz este acordo porque queria o bem do clube mas a verdade é que fiquei nove meses sem receber, assim como os meus adjuntos”. E o que se passou com o treinador passou-se também com os jogadores. Aliás, foi isso possibilitou a inscrição da equipa no início desta época, confirmou Ricardo Estrelado. “Foi exactamente o que aconteceu. Se não fossem os acordos que o investidor ainda fez connosco, a equipa não poderia inscrita. Pelo que sei, com alguns jogadores ainda conseguiu cumprir mas com outros não”. Esta é uma situação muito delicada que coloca em causa o bom nome do Pinhalnovense que participa há 23 anos consecutivos em competições de âmbito nacional. “Custa-nos ver o clube envolvido nesta situação mas há que colocar o dedo na ferida. Antigamente os clubes faziam das tripas coração para

arranjar os meios necessários para sobreviver e, cada um na sua terra sentia verdadeiramente o clube e agora com os investidores e com as SAD as coisas mudam de figura. No caso do Pinhalnovense, com os chineses as coisas correram bem porque nunca falharam com o dinheiro. Com isto, começa a haver alguma inércia por parte das pessoas que dirigem o clube porque o dinheiro chega fácil e sempre do mesmo lado. Ou seja, aquela ligação dos clubes com o mercado comercial, industrial e empresarial começa a não haver grande interesse em pedir ajuda e procurar sinergias e depois acontecem estes casos muito graves. Mesmo que o clube quisesse fazer um esforço de recuperação era muito difícil porque nesta fase já ninguém acredita na sua viabilidade por falta de ligação da terra ao clube e ficam à espera que apareça outro Messias”.

Treinador no Coruchense

Tendo em conta o sucedido Ricardo Estrelado alegando justa causa rescindiu unilateralmente o contrato que o ligava ao Pinhalnovense mas não demorou tempo a encontrar novo clube. “Por incrível que pareça, no dia em que estava em contacto com o advogado da Associação Nacional de Treinadores de Futebol recebo um convite, houve conversações, chegámos a acordo e já começámos a trabalhar no Coruchense que também disputa o Campeonato de Portugal, mas na Série E. Entrar no último terço do campeonato com a equipa no sétimo lugar não é muito bom e milagres é coisa que não consigo fazer do consigo fazer mas vamos dar o nosso melhor para consolidar o clube no campeonato de Portugal, garantindo a manutenção”. A finalizar a conversa que tivemos, Ricardo Estrelado deixou uma palavra de apreço aos adeptos da equipa de Pinhal Novo. “Agradeço à massa associativa pelo apoio que me deram no tempo em que lá estive. A vida continua. Quem sabe se no futuro um dia nos poderemos voltar a encontrar”.


03:50 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 10:04 ~ 0.8 m ~ Baixa-mar 16:09 ~ 3.1 m ~ Preia-mar 22:07 ~ 0.9 m ~ Baixa-mar

ALMADA

03:48 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 10:02 ~ 0.8 m ~ Baixa-mar 16:09 ~ 3.1 m ~ Preia-mar 22:05 ~ 0.9 m ~ Baixa-mar

SESIMBRA

04:16 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 10:28 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar 16:37 ~ 3.1 m ~ Preia-mar 22:32 ~ 0.8 m ~ Baixa-mar

SINES

SETÚBAL TRÓIA

MARÉS

04:30 ~ 3.4 m ~ Preia-mar 10:28 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar 16:50 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 22:34 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar

FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras, Maria Carolina Coelho; Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Baptista, Célia Félix, Luís Bandadas IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com


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