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Afinal o Hospital do Outão não vai passar para o São Bernardo PS diz que foi só hipótese. Município de Setúbal não acredita p4 CULTURA Companhia de Teatro de Almada estreia “Ando a sonhar com Beethoven” p10
O SEU DIÁRIO DA REGIÃO QUINTA-FEIRA, 10 DE FEVEREIRO DE 2022 PREÇO 0,80€ | N.º 784 | ANO V | 5.ª SÉRIE
VITÓRIA Golo de André Mesquita vale triunfo em Oliveira do Hospital p14
MOITA Romaria a Cavalo até Viana regressa em Abril p7
SETÚBAL Funeral de Sarita juntou mais de uma centena p5
DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO
DUATLO Meninos da região conquistam pódio p12 PUBLICIDADE
Almada Associação apoia comunidade cigana p9 PUBLICIDADE
2 O SETUBALENSE 10 de Fevereiro de 2022
Abertura
A península de Setúbal e as NUTS, preocupantes boas notícias
A
o que tudo indica uma das mais prementes solicitações de autarcas e empresários da península de Setúbal foi acolhida; o Estado português, através do INE, solicitou ao Eurostat, no último dia legal do prazo previsto, 1 de Fevereiro de 2022, uma proposta de revisão de NUTS (nomenclatura das unidades territoriais para fins estatísticos), que beneficiará o conhecimento estatístico da península de Setúbal, conhecimento este que é vital para conhecer a realidade e agir sobre ela. Igualmente esta revisão poderá potenciar o acesso a fundos europeus por parte das empresas localizadas na região de Setúbal que atualmente, por a península estar associada aos concelhos mais ricos da margem norte do Tejo, tem o seu acesso mais condicionado. A fazer fé no compromisso de António Costa em 26 de Novembro de 2021 numa visita à Autoeuropa em Palmela e de Ana Catarina Mendes em 14 de Janeiro 2022 num debate eleitoral com os cabeça-de-lista pelo círculo de Setúbal no Barreiro, essa proposta permitirá primeiro a criação de uma unidade territorial tipo NUT III e depois, e mais importante no acesso aos fundos, uma NUT II na península de Setúbal, que pelos motivos indicados anteriormente, tem sido uma reivindicação dos agentes dinamizadores deste território a sul de Lisboa. O distrito de Setúbal encontra-se a este nível partido ao meio. Nove dos seus treze municípios estão englobados na NUT II e III da Área Metropolitana de Lisboa (AML) e quatro na NUT II do Alentejo. Assim, a península de Setúbal, esta integrada na NUT II AML, a mais próspera NUT II de Portugal, com acesso reduzido a fundos comunitários e numa situação desfavorável no regime de apoios a grandes empresas. Este facto tem enviesado o conhecimento estatístico da região e prejudicado o acesso das empresas ao capital que não conseguem obter por via do exíguo mercado de capitais do nosso país e da escassez de capital disponível por parte da Banca. Num contexto de escassez de capital, reduzida liquidez, causada por uma economia estagnada, impostos elevados e custos de contexto consideráveis, estes fundos são a única fonte de capital a que as empresas localizadas nos nove municípios da península têm
OPINIÃO Rodrigo Gonçalves da Silva acesso. Setúbal, neste particular, é rica de nome mas não tem proveito. Sendo estas boas notícias, parece-nos ser importante alertar para possíveis consequências que podem, se não acauteladas, ter implicações menos positivas para a península de Setúbal e que descreveremos adiante. Desde que entramos na União Europeia (UE) recebemos 117 mil milhões de euros, para redistribuir pela economia nacional e assim potenciar o seu desenvolvimento. Não obstante, Portugal encontra-se estagnado, com o crescimento da economia portuguesa de 1999 a 2018 a situar-se por volta do 1% por ano de crescimento real. As perguntas que tantas vezes colocamos são as seguintes: 1. como foi possível termos tido acesso a tanto dinheiro com resultados tão fracos para os portugueses? 2. porque não conseguimos fazer crescer as nossas empresas, salários e riqueza mais com o dinheiro que tivemos? Existem variadas razões que não cabem neste artigo detalhar (o nosso primeiro-ministro num assomo de cinismo político e desresponsabilização, diria que “a História explica”), mas, conforme referimos anteriormente, preocupa-nos o futuro e os seguintes desafios que, pensamos, serem muito relevantes para as empresas da península de Setúbal que, eventualmente, a partir de 2027 queiram ter acesso aos recursos financeiros vindos da União Europeia: 1. Parece existir uma “indústria profissional” de captação de fundos europeus, fundos esses que não foram, em pacotes anteriores, devidamente monitorizados na sua aplicação e alcance dos objetivos a que se propuseram. Este facto foi extraordinariamente lesivo para as empresas nacionais e para os portugueses no seu todo. A península é uma
região fortemente industrializada, onde a transição energética e a descarbonização - com investimento em energias renováveis, hidrogénio verde e bioeconomia sustentável -, bem como a transição digital e a formação / reconversão dos recursos humanos, assumem papel estratégico determinante e onde serão necessários grandes investimentos em equipamentos com grande incorporação tecnológica. Serão muitos milhões de atractivos euros para esta “indústria profissional de fundos” que carecem de ser bem avaliados para onde vão e com que resultados concretos, pois há custos e juros futuros associados; 2. A “subsidiodependência” que se criou na economia e na sociedade portuguesa, e que os milhões provenientes da EU potenciam, sendo isto resultado do enorme peso que o Estado tem na economia e da dependência de todos e em particular dos empresários das decisões políticas. É um ciclo vicioso que todos conhecemos em que os empresários são taxados de forma elevadíssima, acabando dependentes de auxílios, apoios e capturas financeiras por esse mesmo Estado. Em 2000, o PIB per capita da região de Setúbal era equivalente a 68% da média da UE e é previsível que em 2027, venha a cair para 47% da média da UE. Temos de mudar! Esperemos que nesta data, todos tenhamos já aprendido a lição e que o recurso aos fundos se faça com reais preocupações de investimento orientado ao crescimento e desenvolvimento da península de Setúbal. Há feridas que ainda não cicatrizaram completamente neste território e os setubalenses, bem como todos os portugueses, merecem acreditar que as suas capacidades serão suficientes para construir um futuro melhor com cada vez mais independência de apoios e subsídios da UE. Seria o desafio de uma geração, Portugal e a península de Setúbal em particular, atingir um crescimento económico tal e um nível de desenvolvimento observado noutros países, que passasse de uma posição de beneficiário líquido dos quadros comunitários de apoio para a de contribuinte líquido. Vice-Coordenador do Núcleo Territorial de Almada da Iniciativa Liberal
INSCRIÇÕES EM JUNHO
Universidade Sénior da Moita retoma actividade na segunda quinzena de Março Joaquim Raminhos é o novo coordenador pedagógico do projecto municipal Luís Geirinhas O salão nobre da autarquia moitense acolheu esta terça-feira, uma reunião com a equipa de formadores da UniSeM – Universidade Sénior da Moita, onde esteve presente a vice-presidente do município, Sara Silva, que saudou a disponibilidade dos educadores em continuarem a colaborar com este projecto, que viu a sua actividade ser interrompida em resultado da pandemia. A autarca referiu-se ao trabalho desenvolvido por toda a equipa técnica e ao novo coordenador pedagógico, o professor Joaquim Raminhos, que a convite do actual executivo assume agora estas funções. Dirigida pelo vereador que tutela a divisão da Educação na Câmara Municipal, António Pereira, nesta reunião, o responsável agradeceu a presença de todos os formadores, assim como a sua disponibilidade em integrarem o projecto, tendo manifestado o seu regozijo pelo facto de o docente ter ocupado estas funções. O vereador destaca a importância da retoma da Universidade Sénior, contribuindo assim para o desenvolvimento social, cultural e pessoal de todos os intervenientes, proporcionando aprendizagens ao longo da vida e enriquecendo a comunidade. Joaquim Raminhos, por sua vez,
agradeceu o convite que lhe foi formulado, mostrando-se satisfeito pela presença da equipa formadora, que considerou ser “um dos pilares fundamentais que permitem a existência e continuidade deste projeto”, sublinhou. “Com o empenho e trabalho colaborativo de toda a equipa, conseguir-se-á dar um passo em frente, para que a UniSeM atinja os seus objectivos”, acrescentou, salientando o facto do projecto permitir “romper situações de solidão” e “o enriquecimento pessoal e social de todos os participantes”.
259 formandos já inscritos no ano lectivo 2022/2023
Ao que O SETUBSALENSE apurou, a actividade da UniSeM será retomada na segunda quinzena de Março, tendo em consideração as áreas disciplinares anteriormente delineadas, para os cerca de 250 formandos já inscritos, que oportunamente serão contactados e informados sobre os horários e locais de funcionamento das aulas. Foi ainda comunicada a intenção de alargamento a novas áreas disciplinares e o o início de todos os procedimentos para que a Universidade Sénior participe em projectos europeus, no âmbito do Programa ERASMUS. Acrescente-se que a escolha de Joaquim Raminhos para ser o novo coordenador pedagógico, adveio do conhecimento adquirido pelo responsável na área do ensino e pela experiência autárquica obtida, tendo desempenhado anteriormente as funções de director do Centro de Formação de Escolas dos concelhos do Barreiro e Moita, possuindo um percurso de 26 anos nesta área. A Universidade Sénior da Moita, recorde-se, está aberta à participação de todos os munícipes com idades a partir dos 55 anos. As novas inscrições, que terão os seus reflexos práticos no ano lectivo 2022/2023, deverão ocorrer a partir de Junho, na divisão de Assuntos Sociais, na zona envolvente à Praça de Touros da Moita. Para mais informações, os interessados poderão contactar a UniSeM (210 891 000).
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Projecto de compostagem nas escolas envolve total de 68 turmas na Moita
O projecto municipal Agricultura Biológica e Compostagem nas Escolas, tem este ano inscrito um total de 68 turmas, anunciou ontem a autarquia da Moita. De acordo com o município, a prática de transformar resíduos orgânicos em fertilizante biológico
é “um aspecto fundamental deste projecto”, iniciado no concelho em 1999, permitindo que, desde tenra idade, os mais pequenos contactem com “o princípio da economia circular”, evitando o desperdício e que, deste modo, transformem os resíduos em algo útil.
ODEMIRA
Executivo de Hélder Guerreiro inicia périplo pelas freguesias na próxima segunda-feira DR
Primeira acção das “Semanas Abertas nas Freguesias” vai decorrer em Santa Clara-a-Velha, Sabóia e Luzianes-Gare Mário Rui Sobral É já a partir da próxima segunda-feira que a Câmara Municipal de Odemira vai implementar um renovado modelo de gestão participada. Trata-se da iniciativa “Semana Aberta nas Freguesias”, cuja primeira acção vai abranger as localidades Santa Clara-a-Velha, Sabóia e Luzianes-Gare. De 14 a 20 deste mês, o executivo municipal, presidido por Hélder Guerreiro, vai deslocar-se a estas três freguesias, onde dinamizará várias actividades, no sentido de aprofundar a proximidade entre autarcas, empresas, escolas e instituições
A beleza panorâmica da freguesia de Sabóia
culturais, recreativas e desportivas, e populações. “Promover uma gestão autárquica do território mais próxima e participa-
da é o objectivo das 'Semanas Abertas nas Freguesias' que o município de Odemira vai implementar, periodicamente, sendo a primeira dedicada à
Zona Interior Sul”, anunciou a Câmara Municipal, para dar conta da primeira acção a ter lugar em Santa Clara-a-Velha, Sabóia e Luzianes-Gare. As 'Semanas Abertas nas Freguesias', adianta o município, incluem “a realização da reunião de Câmara descentralizada, o atendimento descentralizado do presidente e vereadores, reuniões temáticas com empresários, instituições particulares de solidariedade social, agrupamento de escolas, associações e clubes, visitas a obras em curso e investimentos previstos nas freguesias”, bem como “a promoção de contactos com a população e dinâmicas locais”. A iniciativa vem aprofundar a “democracia participativa” naquele território do litoral alentejano. “Decorre do programa de governação 'Odemira 21-25', que assume a participação cidadã como a base da gestão municipal e da intervenção do poder local no processo de desenvolvimento do concelho”, lembra a autarquia, a concluir.
SETÚBAL E ALCOCHETE
Iberdrola começa construção de quatro centrais fotovoltaicas na região As obras, em Algeruz e Alcochete, vão empregar até 500 trabalhadores A espanhola Iberdrola anunciou ontem que iniciou a construção de quatro parques fotovoltaicos com capacidade combinada de 86 megawatts (MW) em Setúbal, adjudicados no leilão solar fotovoltaico realizado em 2019, com as obras a empregarem até 500 pessoas. “São quatro parques solares localizados no distrito de Setúbal, adjudicados no leilão de 2019: Algeruz II, com 27,35 MW de capacidade insta-
lada, Conde (13,51 MW), Alcochete I (32,89 MW) e Alcochete II (12,72 MW)”, refere a empresa em comunicado divulgado ontem. De acordo com a empresa, dois destes parques, Alcochete I e Alcochete II, terão tecnologia bifacial, que “alcança maior eficácia, pois conta com duas superfícies sensíveis à luz”. Nesta tecnologia, a electricidade é produzida dos dois lados do painel, uma vez que possuem uma folha transparente ao invés de materiais opacos. Além disso, o sistema de rastreadores “permite a movimentação dos módulos de acordo com a trajectória do sol, maximizando a captação de energia e prolongando a vida útil da central, pois sofre menor degradação”.
A Iberdrola acrescenta que nestas obras “serão gerados 500 postos de trabalho nos períodos de pico de actividade” e que estes parques, quando estiverem a operar, “gerarão energia limpa suficiente para abastecer mais de 48.000 famílias”. A empresa espanhola estima ainda que serão evitadas emissões anuais na ordem das 56.000 toneladas de dióxido de carbono. A Iberdrola aponta que esta é uma forma de “avançar com a sua estratégia de investimento na Península Ibérica”, onde, em Portugal, presta serviço a “uma carteira comercial de mais de 870.000 pontos de abastecimento”. Além disso, a empresa conta com
92 MW de energia eólica em operação e acabou “de ligar à rede o primeiro grupo da central hidroeléctrica do Tâmega”, que consagra uma turbina de bombagem com 220 MW de capacidade. A “gigabateria do Tâmega” é um dos grandes projectos de bombagem da Europa e inclui três barragens – Gouvães, Daivões e Alto Tâmega – e três centrais hidroeléctricas “com capacidade de 1.158 MW que entrarão em operação progressivamente até 2024”. Este complexo deverá produzir 1.766 GWh por ano, “o suficiente para atender às necessidades energéticas dos municípios vizinhos e das cidades de Braga e Guimarães (440.000 residências)”. Lusa
MOITA
Eleitos da CDU defendem restauração das freguesias da Baixa da Banheira e do Vale da Amoreira Luís Geirinhas Os eleitos da CDU na Assembleia de Freguesia da União de Freguesias da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira, emitiram recentemente um comunicado onde afirmam que “por decisão do novo executivo”, eleito no passado mês de Setembro, a comemoração do aniversário da vila “não foi discutida por todos”, optando-se por assinalar o “dia da União”, que representou “um retrocesso” para esta localidade. “É com desconforto, mas sem nenhuma estranheza, que assistimos mais uma vez ao dar o dito por não dito por parte do PS, que promete reverter as freguesias extintas, mas resolve comemorar o seu contrário, sem consultar o órgão deliberativo da freguesia, a população ou até o movimento associativo popular”, sublinham. “A CDU e os seus autarcas sempre estiveram contra a Lei Relvas que obrigou à extinção de mais de mil freguesias, sem quaisquer ganhos de gestão, em prejuízo das populações e contra os princípios basilares poder local democrático”, acrescentam. Os eleitos garantem ainda ter apresentado uma moção, na Assembleia de Freguesia realizada em Dezembro, que “pretendia iniciar o processo de restauração das [duas] freguesias [...), tendo sido aprovado por todas as forças políticas à excepção do PS” e espera que os executivos, tanto da Junta como da Câmara da Moita, “respeite a decisão e que dê início aos procedimentos necessários” para separação de ambas as localidades. “Estes anos provaram que a manutenção da União de Freguesias afasta as pessoas dos seus autarcas e prejudica gravemente o trabalho autárquico, essencial ao desenvolvimento da nossa terra”, concluem.
4 O SETUBALENSE 10 de Fevereiro de 2022
Setúbal
CENTRO HOSPITALAR SADINO
Hospital Ortopédico do Outão afinal fica fora das instalações a construir no São Bernardo DR
Garantia foi dada pelo PS de Setúbal. Gestão CDU da autarquia diz só acreditar quando anúncio for feito por membros do Governo Humberto Lameiras Maria Carolina Coelho O Hospital Ortopédico Sant’Iago do Outão não vai transitar para o centro da cidade de Setúbal, aquando da realização das obras de ampliação do São Bernardo. Quem o afirma é Paulo Lopes, presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Setúbal, ao garantir que, apesar de ter sido “uma hipótese”, nada está previsto nesse sentido. Já a Câmara Municipal de Setúbal, gerida pela CDU, diz só acreditar quando o anúncio for feito por membros do Governo. “Não está escrito em lado nenhum que a ampliação do Hospital de São Bernardo está condicionada à alienação do Hospital do Outão”, justificou esta terça-feira o também membro da Assembleia Municipal sadina, em conferência de Imprensa de balanço dos primeiros meses de mandato dos autarcas socialistas eleitos na autarquia. Além disso, acrescentou Paulo Lopes, “não há nenhum despacho da ministra da Saúde ou de quem quer que seja, a colocar uma opção como consequência da outra”. “Isso não existe. Foi falado, mas o que existe, e que é factual, é que há dinheiro no Orçamento [do Estado], foi lançado PUBLICIDADE
Câmara diz não haver "qualquer garantia" do anúncio feito pelo PS
o concurso público e não há nenhuma referência para que o Hospital do Outão seja desactivado ou alienado”, reforçou o dirigente socialista. No entanto, considera a gestão CDU que “é estar a lançar confusão neste momento, ao lançar-se a ideia de que afinal já não há perspectivas de encerrar o Hospital do Outão”. “Não há qualquer garantia. É muito estranho que estes anúncios sejam feitos por pessoas que não estão directamente envolvidas nos processos. Para ter alguma credibilidade, tem de ser feito por fontes oficiais, nomeadamente por membros do Governo”, revelou fonte do gabinete da presidência da edilidade a O SETUBALENSE. “Este Governo do Partido Socialista tem tido uma prática estranha que é utilizar deputados da República, como Ana Catarina Mendes, ou neste caso o deputado municipal
Paulo Lopes, para fazer anúncios que não faz. Isto são afirmações políticas de eleitos locais que têm como objectivo a sua afirmação local através de temas tão sensíveis como este, do acesso aos cuidados de saúde dos setubalenses”, atirou a mesma fonte.
Profissionais de saúde e sindicatos contestam transição
A possibilidade de concentrar as duas unidades hospitalares que constituem o Centro Hospitalar de Setúbal no ‘coração’ da cidade setubalense, há vários anos em cima da mesa, tem, inclusive, vindo a ser contestada por profissionais de saúde e sindicatos. Em Outubro último, em reunião realizada entre directores de serviço do Hospital de São Bernardo e a Ordem dos Médicos, afirmava o director clínico Nuno Fachada, que chegou a apresentar a demissão do cargo – pe-
dido entretanto retirado –, que se a intervenção “for feita para condensar o resto do Centro Hospitalar de Setúbal, ainda vai ficar pior em termos de colapso da capacidade de resposta”. “Se servir para lá meter o Outão e o Centro Psiquiátrico Ambulatório então ainda vamos ficar piores”, confessava Nuno Fachada no encontro, solicitado “na sequência do agravamento dos problemas na instituição”. Já em audição no Parlamento, realizada no mesmo mês, o director clínico alertou para o facto de “o hospital ortopédico não ser só três salas operatórias em função contínua e uma enfermaria com cerca de 70 camas”, mas também “ginásios de fisioterapia” e “toda uma máquina que precisa de espaço e que tem de ter uma estrutura montada, que seguramente não terá cabimento no piso anunciado no [novo] edifício das urgências”. A questão foi igualmente levantada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que considerou em Maio último que “a transferência dos serviços do Hospital do Outão é complexa e não se resume a uma enfermaria de Ortopedia, pelo que a ser concretizada, traria muitos mais problemas dos que os que ajudaria a resolver”. Também Daniel Travancinha, presidente da Sub-Região de Setúbal da Ordem dos Médicos, em audição na Comissão Parlamentar de Saúde, requerida pelo PSD, disse considerar que as obras de ampliação previstas para o São Bernardo não são suficientes para incorporar o Hospital Ortopédico do Outão. "Aumentaria ainda mais o caos e não haveria alargamento que fosse capaz de o evitar", sublinhou.
IPS
Professores de Saúde dão formação avançada na Guiné-Bissau Foram quatro os professores da Escola Superior de Saúde (ESE) do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) que viajaram para a Guiné-Bissau, com o objectivo de ministrarem uma formação avançada, dirigida “a docentes das escolas de formação de educadores e professores de todo o País”. Em comunicado, a instituição explica que a acção, realizada “no âmbito do PRECASE – Programa de Reforço de Capacidades do Sistema Educativo, começou a 31 de Janeiro, tem a duração de um ano e segue “um modelo de ensino-aprendizagem híbrido, conjugando metodologias on-line e presenciais”. A formação vai “permitir aos professores [da Guiné-Bissau] com nível de bacharelato reforçar competências, aprofundar conhecimentos e obter o grau de licenciatura”, tendo sido, para o efeito, “construídos planos curriculares com maior actualidade e adequados às suas necessidades”, explicam Pedro Felício e Miguel Figueiredo, coordenadores da equipa da ESE/IPS, que envolve um total de 26 docentes. Feito um “balanço dos períodos de formação no terreno, a equipa de coordenação identificou as áreas disciplinares de Introdução às Novas Tecnologias e de Expressões como aquelas em que se verificam as maiores lacunas”. “No primeiro caso, foi necessário apetrechar uma sala com equipamentos específicos, que permitissem aos estudantes ter, nalguns casos, o primeiro contacto com um computador”. Já no domínio das Expressões, “é necessário requalificar os docentes que a leccionam e capacitar novos professores para a área”.
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Junta de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra reforça limpeza das ruas e jardins da freguesia
A Junta de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra mantém-se empenhada em manter limpos os “vários espaços na via pública e jardins da freguesia”. Em comunicado, a autarquia explica que procedeu recentemente à “deservagem e varredura” de várias ruas, assim
como à “desmatação na Gâmbia, Mourisca, Pontes, Poço Mouro e nas novas urbanizações”. “Os trabalhadores procederam à aplicação de herbicida biológico em algumas zonas da freguesia”, sendo que “o trabalho de limpeza e higiene nunca está acabado”.
FUNCIONÁRIA MUNICIPAL MORREU ATROPELADA
Mais de uma centena reuniu-se no Cemitério da Paz para prestar última homenagem a Sara Graça MÁRIO ROMÃO
Entidades competentes estão a investigar as causas do trágico acidente. Sarita faleceu aos 44 anos e deixa uma filha menor Mais de uma centena de pessoas estiveram na tarde de ontem no Cemitério da Paz para um último adeus a Sara Graça, que faleceu na madrugada da passada sexta-feira, na sequência de um acidente de trabalho ao serviço da Câmara Municipal de Setúbal.
Último adeus a Sarita juntou família, amigos, colegas e autarcas
Na despedida de Sarita, como era conhecida por quem lhe era mais próximo, estiveram amigos, família
e colegas, entre os quais marcaram presença membros do executivo municipal, como André Martins,
presidente da Câmara de Setúbal, e o vereador Pedro Pina. Sara Graça morreu, aos 44 anos, depois de ter sido atropelada, em Azeitão, por um camião de recolha de lixo do município. Acabou por não resistir aos ferimentos, tendo deixado uma filha menor de idade. As causas do trágico acidente de trabalho estão a ser investigadas, conforme avançou a Câmara Municipal de Setúbal numa mensagem de pesar publicada nas plataformas digitais que administra.
Dores Meira lamenta falecimento de Sara Graça
Também Maria das Dores Meira, ex-
-presidente da Câmara de Setúbal e actual vereadora da CDU em Almada, lamentou na página oficial na rede social Facebook, “com grande tristeza e consternação, o falecimento da trabalhadora Sara Graça”. “Ainda no Verão passado foi possível ver a motivação e alegria da Sara na actuação do Grupo de Limpeza Urbana Musical (GLUM). Foi a última vez que estive com a Sara Graça, num momento particularmente feliz e especial para os funcionários da higiene urbana”, reforçou. “Nesta hora de grande tristeza e sofrimento”, Maria das Dores Meira endereçou “sentidas condolências à família e amigos”. PUBLICIDADE
6 O SETUBALENSE 10 de Fevereiro de 2022
Moita
FÓRUM CULTURAL DA BAIXA DA BANHEIRA
Mais de duas centenas reflectem sobre prática tradicional nefasta para as mulheres FOTOS:DR
Encontro regional dá voz a comunidades que continuam a ser afectadas pelo mundo Luís Geirinhas Mais de duas centenas de pessoas estiveram reunidas no último sábado, no auditório do Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, para dar voz às comunidades que continuam a ser afectadas, nos dias de hoje, por uma prática tradicional nefasta para as mulheres. Na véspera da data em que foi assinalado o Dia Internacional de Tolerância Zero à Mutilação Genital Feminina, o equipamento municipal acolheu o sexto encontro regional dedicado esta temática. A iniciativa contou com as presenças de Carlos Albino, presidente da Câmara da Moita, de Rosa Monteiro, Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, e da embaixadora do Senegal, Fatoumata Bnetou Rassoul Correa. O autarca moitense começou por congratular-se com o facto de o concelho ter acolhido este ano – após os municípios da Amadora, Sintra, Seixal, Lisboa e Odivelas –, o debate em torno de uma problemática “tão sensível” e à qual “é preciso pôr fim”. O presidente considera que a Mutilação Genital Feminina (MGF) “é uma violação dos direitos humanos” e, por isso, “uma forma, clara, de violência contra mulheres e meninas em todo o mundo”. A este propósito, acrescentou que “temos todos, homens e mulheres, um papel fundamental para que esta prática, que afecta não só física, mas psicologicamente, milhões de mulheres e meninas, seja erradicada”, disse. “É com encontros como este, onde se desconstroem os mitos à volta desta prática e onde se partilham histórias e experiências, que podemos chamar a atenção de um cada vez maior número de pessoas, para este problema que é global e não apenas uma franja na sociedade”, sublinhou.
6º Encontro Regional pelo Fim da Mutilação Genital Feminina decorreu no Fórum Cultural
venção da MGF, com a participação das mediadoras interculturais de saúde Fatu Okika, Lina Barona Ramos, Mariama Djaló e Regina Conté. Além destas, a discussão contou com a participação da referida ex-aluna e de Estrella Luna Muñoz, da Escola Técnica Profissional da Moita, de Adbul Gaffar e Lina Maria Hernandez – em nome da Casa Árabe portuguesa –, e Fátima Rafael, pertencente à Comunidade Islâmica de Palmela. A fechar o encontro estiveram ainda António Carlos Pereira, vereador dos Assuntos Sociais da autarquia da Moita, e Sandra Ribeiro, presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. Já o músico guineense Braima Galissá, mestre tocador de Kora, encerrou a iniciativa com chave de ouro.
10 anos de trabalho com membros da sociedade civil
Braima Galissá, mestre tocador de Kora, encerrou a iniciativa com chave de ouro
Rosa Monteiro, por sua vez, destacou a responsabilidade do sector público nesta intervenção, através de autarquias locais como a Moita, que “integraram nos seus Planos Municipais para a Igualdade, o combate às práticas tradicionais nefastas e que o fazem também no concreto da sua intervenção”. A representante do Governo disse ser “essencial” a capacitação das jovens mulheres das
comunidades afectadas, para ultrapassarem as fronteiras que lhes são impostas. “É fundamental criarmos espaços de reflexão, de partilha e de diálogo, para contrariarmos a invisibilização do tema”, destacou.
Intervenções comunitárias para prevenir problemática
Durante a manhã e no primeiro painel do encontro, apresentado por Rolaisa
Embaló, a antiga aluna da Escola Secundária da Baixa da Banheira reflectiu sobre a MGF no concelho, com a projecção de um conjunto de vídeos com testemunhos e considerações de diversos membros da comunidade e sobre o trabalho em rede que tem sido desenvolvido no território. A sessão incluiu também um segundo painel dedicado às intervenções comunitárias em curso na Pre-
A Associação Mulheres Sem Fronteiras, à qual o município se associou em 2018, tem vindo a trabalhar incessantemente desde 2011, altura em que se alertou, pela primeira vez, para esta prática no concelho. Desde então e ao longo de dez anos, foi desenvolvido um trabalho com a sociedade civil e membros de diversas áreas. “Mais de 1300 alunos e alunas, muitos de comunidades afectadas pela prática e 32 docentes, estiveram envolvidos de forma continuada neste trabalho”, refere a autarquia, tendo sido formados “mais de uma centena de docentes do 1.º ciclo ao secundário [e] assistentes operacionais do ensino pré-escolar”. Foi ainda dada formação a 75 técnicos e técnicas da área social, de Organizações Não Governamentais e do Centro de Atendimento a Vitimas Barreiro-Moita, entre outras, estando quase 80 profissionais de saúde capacitados com formação nesta área. O combate a esta e outras práticas nefastas à saúde de meninas e mulheres fará parte do Plano Municipal para a Igualdade e a Não Discriminação (PMIND), que será dado a conhecer “no primeiro semestre deste ano”, revelou o município.
10 de Fevereiro2022 de 2021 O SETUBALENSE 7
Alunos participam em jornada de acções no Dia Mundial das Zonas Húmidas
O Dia Mundial das Zonas Húmidas foi assinalado na última semana, no concelho da Moita, com uma jornada de actividades entre o Sítio das Marinhas – onde está patente uma mostra sobre a produção de sal e a ecologia do estuário –, e a Praia do Rosário, promovida pelo
Agrupamento de Escolas da vila, com o apoio da autarquia local e da Simarsul. A actividade contou com a participação de alunos e professores do 12.º ano da Escola Secundária da Moita e dos 5.º e 8.º anos da Escola Básica 2,3 D. Pedro II.
PELA ANTIGA CANADA REAL
BREVES
Romaria a Cavalo volta a ligar Moita a Viana do Alentejo no final do mês de Abril
BAIXA DA BANHEIRA
Película de Sérgio Tréfaut exibida amanhã no Fórum DR
Após um interregno forçado pela pandemia, evento regressa à agenda dos municípios Luís Geirinhas Os presidentes das Câmaras da Moita e de Viana do Alentejo, Carlos Albino e Luís Miguel Duarte, respectivamente, reuniram-se no final da última semana, com o objectivo de discutir o regresso da tradicional Romaria a Cavalo que, após um interregno forçado de dois anos devido à actual situação de pandemia, já tem data marcada para o seu regresso em 2022, entre os próximos dias 20 e 24 de Abril. O encontro realizado contou ainda com as presenças de representantes das Associações Equestres da Moita e de Viana, entre outros elementos de ambos os municípios. De acordo com a autarquia, a reunião foi precedida de uma outra, que aconteceu na semana anterior, entre a vice-presidente do município moitense, Sara Silva, e o adjunto do presi-
O novo filme de Sérgio Tréfaut, intitulado “Paraíso”, será exibido esta sexta-feira, pelas 21h30, no Fórum Cultural José Manuel Figueiredo. Conhecido junto do público por obras cinematográficas como “Raiva” ou “Alentejo, Alentejo”, o realizador afirmou-se como tal e enquanto produtor no decorrer da década de 90, tendo os seus filmes sido apresentados em
mais de 50 países, onde receberam múltiplos prémios. O cineasta é membro fundador da Associação Portuguesa de Realizadores e foi presidente da Associação Portuguesa de Documentário, tendo também dirigido o festival Doclisboa. A sua mais recente ficção, de seu nome “A Noiva” e integralmente filmada no Iraque, está em fase de pós-produção.
SERVIÇOS URBANOS
Reunião definiu regresso da Romaria a Cavalo entre 20 e 24 de Abril
dente da Câmara Municipal de Viana do Alentejo, Joaquim Maria Bento. Recorde-se que a romaria é uma tradição comum a ambos os concelhos e data a uma época em que os lavradores se deslocavam ao Santuário da Nossa Senhora D’Aires, durante o mês de Setembro, com os seus animais, fazendo o percurso pela antiga Canada Real, através de quintas e caminhos de terra batida. Era nessa altura, durante a procissão em honra daquela padroeira, que os animais eram benzidos e que se pediam boas colheitas na agricultu-
ra. A tradição foi retomada em 2001 e, habitualmente, decorre no último fim-de-semana de Abril, aquando da realização da referida procissão. Ao longo de quatro dias, centenas de romeiros oriundos de todo o país e do estrangeiro, percorrem os 150 quilómetros que ligam os dois municípios através dos campos, atrás do carro-andor que transporta a imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira da Moita, tendo esta manifestação sido premiada, em 2011, com o Prémio Mais Alentejo na categoria “Mais Tradição”.
Obras levam à interrupção do abastecimento de água No âmbito do programa municipal de repavimentações, o departamento de Obras e Serviços Urbanos da Câmara da Moita decidiu, durante o dia de ontem, interromper temporariamente o abastecimento de água em determinados pontos da Rua de Moçambique, Rua São Tomé e Príncipe, Rua do Ginásio e
na Ex-EN11-1. A suspensão do serviço nas referidas artérias, situadas na freguesia da Baixa da Banheira, acontece na sequência das obras que se encontram presentemente a decorrer nesta zona do território. Em comunicado à população, o município lamentou eventuais incómodos e agradeceu a compreensão dos munícipes. DR
ESCOLA TÉCNICA PROFISSIONAL DA MOITA
“Mercadinho da Quinta” regressa e promove produtos biológicos CAPELA DE S. SEBASTIÃO
A Escola Técnica Profissional da Moita (ETPM) voltou a promover, recentemente, o “Mercadinho da Quinta”, tendo disponibilizado ao público alguns dos produtos biológicos da Quinta Pedagógica do Castanheiro, que são plantados e mantidos pelos alunos do curso de Produção Agropecuária. O mercado, realizado no decorrer do mês de Janeiro, assinalou ainda o regresso deste evento “com grande sucesso”, onde se encontravam para venda, além de produtos hortícolas a granel, tais como alfaces e couves,
brócolos e batatas, salsa, coentros e citrinos, também o pão fresco e a compota de azeitona, confecionados pelos alunos do curso de Restauração. De acordo com a ETPM, os produtos “variam conforme a época do ano”. Se no período da Primavera começam a surgir a curgete, cenoura, batata e cebola, com a chegada do Verão, os fregueses poderão encontrar na escola, produtos como o tomate, pimento, pepino, melão, meloa e até melancia. A iniciativa, lembra a autarquia da Moita, conta com a participação de todos os
alunos das turmas do 10.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade do curso de Produção Agropecuária, que preparam as colheitas e organizam a venda, com a orientação de João Limão, responsável técnico pela gestão da Quinta Pedagógica e formador da componente técnica. O “Mercadinho da Quinta” está aberto à comunidade em geral, sendo quinzenal, dependendo dos produtos disponíveis, e decorre entre as 15h30 e as 18h00, contando com dois pontos de distribuição dentro do campus da ETPM, no parque de empresas dos Quatro Marcos.
Visitas a mostra de arqueologia prosseguem este mês na Moita As visitas guiadas à exposição “A Ocupação do Território através dos Vestígios Arqueológicos: Do Paleolítico à Idade Contemporânea”, patente na Capela de São Sebastião, na Moita, prosseguem este mês nos próximos dias 12, 19 e 26, às 10h30 e 15h00. A autarquia local
lembra que a participação na visita é gratuita, embora sujeita a marcação, sendo que a mostra estabelece uma linha cronológica, cujo circuito se inicia na geologia do território e prossegue pelos módulos do paleolítico, neolítico, período romano, Idade Média e Idade Contemporânea.
8 O SETUBALENSE 10 de Fevereiro de 2022
Almada
NAVIO MUSEU EM CACILHAS
Fragata D. Fernando II e Glória tem agora ao 'leme' o comandante Véstias Letras DR
Humberto Lameiras O Comandante Capitão-de-mar-e-guerra, Véstias Letras é o novo comandante da fragata D. Fernando II e Glória, um navio museológico disponível a visitas em Cacilhas. A tomada de posse decorreu na passada terça-feira, 8 de Fevereiro, e contou com as presenças do Director da Comissão Cultural de Marinha, Vice-Almirante Edgar Bastos Ribeiro, do comandante cessante Capitão-de-mar-e-guerra José António Peixoto Queiroz e da presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros. Depois de destacar o trabalho realizado pelo ex-comandante da D. Fernando II e Glória, Capitão-de-mar-e-guerra José António Peixoto Queiroz, “sempre em articulação com a Câmara Municipal de Almada, a presidente da autarquia manifestou o desejo de “maiores felicidades” ao almadense Vice-almirante Edgar Bastos Ribeiro que assumiu recentemente funções como Director da Comissão Cultural de Marinha e que presidiu à cerimónia na manhã de terça-feira. Os discursos destacaram os desa-
Novo comandante promete honrar e preservar a D. Fernando II e Glória
fios que o navio museu tem enfrentado nos últimos anos, bem como os planos e projectos futuros para a fragata. “Compete-nos agora nós (…) honrar e preservar e, no mínimo, não defraudar este legado”, disse o novo comandante da D. Fernando II e Glória.
60 anos do Navio Escola Sagres ao serviço de Portugal
Entretanto, também na passada terça-feira, 8 de Fevereiro, fez 60 anos que o NRP Sagres içou, pela primeira vez, a Bandeira Portuguesa, cerimónia então no Rio de Janeiro, na
APOIO ANUAL
Corporações de bombeiros vão receber mais de um milhão de euros A Câmara de Almada vai atribuir 1,1 milhões de euros às três associações humanitárias de bombeiros voluntários do concelho (Almada, Cacilhas e Trafaria). Uma decisão aprovada na reunião pública de 7 de Fevereiro, no âmbito dos contratos-programa estabelecidos com estas corporações. Este apoio financeiro, anual, destina-se ao pagamento das apólices de seguros automóveis afectos ao serviço de bombeiros e ao funcionamento e manutenção de um Piquete de Intervenção (PI) permanente para cada uma das corporações de bombeiros. O envelope financeiro, também a título anual, visa ainda apoiar a reno-
vação da frota automóvel, aquisição de equipamentos operacionais, e renovação das áreas operacionais dos quarteis, assim como apoio extraordinário à ampliação e reforço da frota automóvel afecta ao serviço de bombeiros. Na mesma linha está a comparticipação ao funcionamento e manutenção de uma Equipa de Intervenção Permanente (EIP), para despesas com as actividades do Dia Municipal do Bombeiro e ainda para a poiar a manutenção da viatura plataforma, propriedade da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cacilhas. H.L.
sequência do processo de aquisição do Navio Escola ao Brasil. O navio que em Portugal tem ‘porto seguro’ na Base Naval do Alfeite, em Almada, fez a primeira viagem com Bandeira Portuguesa entre o Rio de Janeiro e Lisboa, de 25 Abril a 23 Junho de 1962, com escalas em Recife (Brasil), Mindelo (Cabo Verde) e Funchal. Actualmente com uma guarnição de 103 militares e comandado pelo capitão-de-fragata Mário Fonte Domingues, o navio emblemático da Marinha regista um tempo total de 7 273 dias de missões efectuadas,
equivalente a 19,9 anos consecutivos em missão. A Sagres navegou, até ao momento, ao serviço de Portugal, 108 026 horas, que significaria o equivalente a 12,3 anos ininterruptamente a navegar. Tem um total de 664 722 milhas navegadas, o que corresponde a 25,7 voltas ao Mundo. Regista 564 visitas a portos e fundeadouros estrangeiros, dos quais 266 pelo menos uma vez, sendo os mais visitados Mindelo (Cabo Verde), por 32 vezes, Rio de Janeiro (Brasil) 14 vezes, Santa Cruz de Tenerife (Espanha) 11 vezes e New York e Boston (EUA) por 10 vezes. A tirada - viagem entre dois portos - que regista maior duração de dias registou-se em 1982, com 31 dias e 03 horas entre 27 de Junho e 28 de Julho, durante a regata Newport (EUA) – Lisboa. Em 2020, o navio inscreveu na sua história, ao serviço de Portugal, com a tirada mais longa, foram 4 534 milhas (aproximadamente 7 297 quilómetros), efectuada em 28 dias e 3 horas – de 25 de Março a 22 de Abril -, entre a Cidade do Cabo, na Africa do Sul e Mindelo, Cabo Verde.
VOTO DE PESAR
António Belo lembrado pelos eleitos na Câmara Municipal Os eleitos na Câmara de Almada, PS, PSD, BE e CDU aprovaram, por unanimidade, uma mensagem de pesar pela morte do ex-presidente da Junta de Freguesia da Cova da Piedade, António Belo, que morreu a 29 de Janeiro, aos 79 anos. O documento apresentado pela CDU, lembrava o “amigo companheiro e camarada António Dias Belo Gonçalves”, militante do PCP, nascido em Vila Velha de Ródão em 1942, “mas almadense e piedense de corpo inteiro”. Belo, como era comumente tratado, foi eleito na Freguesia da Cova da Piedade durante 24 anos, dos quais
20 anos como presidente da Junta da Freguesia, em que se “destacou pela dinâmica que desenvolveu e da relação de proximidade e de participação com os cidadãos fregueses”. Dirigente durante 6 anos da Associação Nacional de Freguesias – ANAFRE, foi-lhe atribuída a Medalha de Ouro de Mérito e dedicação do Município de Almada. Foi um associativista dedicado às causas e valores do Movimento Associativo Popular, e sócio de várias colectividades locais, tendo recebido o Emblema de Ouro dos seus 50 anos de associado do Clube Desportivo da Cova da Piedade.
HABITAÇÃO
Vereadores vão avançar com Programa de Apoio ao Arrendamento Jovem Os vereadores da Câmara de Almada vão elaborar o regulamento do Programa Municipal de Apoio ao Arrendamento Jovem. A proposta foi apresentada pela vereadora Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda, na reunião pública de 7 de Fevereiro, e mereceu a aprovação favorável das restantes forças políticas, PS, PSD e CDU. “Há um problema de habitação em Almada”, disse Joana Mortágua, que apontou o concelho como “o sétimo” com rendas mais altas do País. Uma situação que se “reproduz intensivamente na geração mais jovem, cada vez mais afectada pela crescente precariedade, agravada pela pandemia”. Por este contexto, a eleita do Bloco defende que a autarquia tem de “travar a especulação” e combater a “gentrificação, desertificação e abandono dos jovens de Almada, que gostariam de poder continuar a viver e a habitar os centros urbanos, mas que acabarão por ser expulsos por não terem possibilidade de pagar as rendas especulativas”. Joana Mortágua aponta que o concelho “não tem habitação municipal para disponibilização”, pelo que a proposta que apresentou prevê que o programa de apoio ao arrendamento jovem tenha como base um “apoio financeiro indexado aos rendimentos dos candidatos”, seguindo as candidaturas determinadas características e critérios de selecção. Na mesma reunião, a vereadora do BE afirmou que o seu partido defende que a despesa no direito constitucionalmente reconhecido à habitação “não pode levar mais de metade do salário de um jovem”, impossibilitando-o de criar uma “uma sustentabilidade progressiva própria. Na proposta que recebeu apoio de todos os eleitos na câmara, a vereadora sublinhou que este programa permite que “os jovens possam aspirar a morar fora da casa dos pais”. Por seu lado a autarquia, fica com a oportunidade “de melhorar a gestão do parque habitacional municipal através do seu arrendamento, em alternativa à alienação, e de controlar a especulação imobiliária por via dos apoios públicos ao arrendamento”. H.L.
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Feira do Fumeiro começa hoje no Laranjeiro e promete festa até domingo
Começa hoje, quinta-feira, 10 de Fevereiro, às 15h00, a IV Feira do Fumeiro que vai decorrer no Laranjeiro, na Praça da Portela, até domingo dia 13. Organizada pela Junta da União das Freguesias do Laranjeiro e Feijó, e produção da RZ-Eventos, esta feira
e festa de rua, além de gastronomia tradicional, promete música e animação e, como sempre, atrair população local e visitantes. No primeiro dia, às 21h00, actua a Orquestra de Foles e, no dia seguinte, Carlos Delgadinho, às 20h30. No sábado é a vez de
Ricardo Silva actuar às 20h30. No domingo, a partir das 15h00, vão actuar a Associação do Rancho Folclórico de Vale Flores, Grupo Musical Velhos São os Trapos, Grupo de Danças e Cantares do CR Vale Flores e o Grupo de Violas Campaniças Alma Alentejana.
COSTUME COLOSSAL
“Ser cigano é ser alegre, revolucionário e não ter medo de enfrentar a vida” DR
Nascida na comunidade cigana e cansada de ser discriminada, Susana Silveira criou uma associação que prevê mudar a vida de uma cultura
Uma luta bilateral
Mariana Pombo Susana Silveira sempre sentiu que era diferente das restantes crianças, mas foi aos oito anos, ao procurar no dicionário o significado para a palavra ‘cigano’, que sentiu na pele o peso da discriminação. ‘Traficante’, ‘trapaceiro’ e ‘bárbaro’, três adjectivos que definiam de forma negativa a sua etnia. “Eu não sou assim. A minha família não é isto”, pensou. Passadas mais de duas décadas, a definição continua a apresentar um sentido depreciativo e o desprezo pela etnia cigana tem vindo a ser mais comum. Cansada de ver a cultura em que cresceu associada a um “rótulo negativo”, em 2019, Susana sentiu que estava no momento de “dar voz” e “credibilidade” a uma comunidade e, em conjunto com duas amigas, criou a Costume Colossal. Sediada no Feijó, em Almada, a associação tem levado a cabo projectos em conjunto com a Câmara Municipal e participado em iniciativas a nível nacional que promovem a integração da comunidade cigana, procurando mitigar desigualdades que a fundadora considera “impensáveis em pleno século XXI”.
Educação como motor para a mudança
Ciente da complexidade do problema que enfrenta, acredita que o primeiro passo para a integração está na educação: “Queremos abrir os horizontes das crianças, incentivando-as a estudar e a ganhar ferramentas para que possam ter outra qualidade de vida”. Para isso, a Costume Colossal faz questão de promover e associar-se a
têm de se limitar ao comércio”, frisa.
Susana Silveira (à direita) com membros da associação Costume Colossal
projectos que apoiem a educação cigana, como ‘ROMA Educa’, um programa do Alto Comissariado para as Migrações (ACM) que, mais do que ajudar financeiramente, através da atribuição de bolsas de estudo a estudantes do ensino básico, abre portas para um mundo repleto de possibilidades. “Existem famílias que ainda são muito cépticas em relação ao papel da escola e dos estudos. Acreditam que os filhos precisam mais de aprender o ofício de comerciante, mas assim que vêem os progressos dos filhos quando recebem estes incentivos escolares, ficam orgulhosíssimos e acabam por nos agradecer por toda a ajuda”, conta Susana. A par com a sensibilização para a progressão dos estudos, a Costume Colossal planeia começar ainda este ano a desenvolver ‘workshops’ direccionados para a entrada no mercado de trabalho. Como construir um currículo, o que vestir numa entrevista de emprego ou qual a postura a adoptar
são noções aparentemente simples, mas que podem fazer a diferença para quem sempre se dedicou à venda ambulante. “Muitas das pessoas podem não ter
estudos, mas têm uma experiência de vida muito boa e outras capacidades que não são valorizadas. Queremos pegar nessas pessoas e torná-las em algo melhor para que não pensem que
Comunidade Números de uma realidade ainda em apuramento Estima-se que existam entre 45 a 50 mil pessoas de etnia cigana a viver em Portugal, um valor expressivo, mas maioritariamente impreciso que não contempla a quantidade de famílias que não está referenciada em organismos públicos. No que diz respeito à habitação, cerca de 37% da comunidade cigana vive em bairros de lata ou acampamentos em mais de 70 municípios. Na educação, a taxa
de abandono escolar é muito superior e o sector da saúde é preocupante, uma vez que, um indivíduo de etnia cigana vive, em média, menos 18 anos do que a restante comunidade. Com o intuito de tornar a realidade mais precisa em Almada, a Costume Colossal tem dedicado o último ano a identificar a totalidade das famílias residentes no concelho, apurando as respectivas condições de vida.
Não obstante todo o trabalho da associação para incentivar a mudança dentro do povo cigano, são diárias as queixas e pedidos de ajuda recebidos que espelham questões profundas de racismo e preconceito. “Estamos a acompanhar um rapaz que está no emprego para o qual estudou e tem de ouvir diariamente piadas sobre a etnia dele, apesar de não saberem que é cigano. Quando a mãe o vai buscar ao trabalho tem de se esconder no carro para não ser identificada porque tem traços bastante característicos”. Perante estas situações, a luta diária da Costume Colossal é saber como encontrar forças para incentivar alguém “a sonhar mais alto” se, mais tarde, tem de “aguentar a discriminação constante”. No entanto, Susana Silveira acredita que a única solução para a mudança passa pelo reforço da convivência diária. “Somos um povo que está em Portugal há mais de 500 anos e nem sequer somos referidos nos livros de História. O desconhecimento de todo o nosso passado só gera ainda mais receio perante a cultura maioritária”. Em parceria com a Câmara de Almada está a ser elaborado um Plano Local de Integração das Comunidades Ciganas onde a associação defende a importância do realojamento desta etnia na malha urbana. “Existem pessoas ciganas que viveram sempre no mesmo local e convivem constantemente no mesmo ambiente, sem interacção com a cultura maioritária. Só através da convivência e da partilha de costumes é que podem realmente existir mudanças de ambas as partes. Assim é que se cria a inclusão, não é através da criação de guetos ou bairros sociais”. Numa sociedade que receia o desconhecido, a fundadora da associação garante carregar com orgulho a identidade com que nasceu: “Ser cigano é ser alegre, revolucionário e não ter medo de enfrentar a vida. Se isto é mau, então eu quero ser assim”, remata.
10 O SETUBALENSE 10 de Fevereiro de 2022
Almada JOANA LINDA
HISTÓRIA MÁGICA
Companhia de Teatro de Almada estreia “Ando a sonhar com Beethoven” O homem desarruma tudo, mas é ele que torna o quarto de Jorge quase mágico com tanta música que traz consigo
5 DE MARÇO
Cristina Branco em concerto no Teatro Joaquim Benite A cantora é um dos nomes mais importantes da música portuguesa das últimas décadas, mas ainda pouco falada por cá António Ramos Cristina Branco ao vivo no Teatro Joaquim Benite, no próximo 5 de Março, é sem dúvida um grande evento cultural em Almada. O concerto, incluído na tour de apresentação de “Eva”, o seu mais recente trabalho, lançado em 2020, assume um papel de relevo, no ano em que a cantora comemora 25 anos de carreira. E no primeiro semestre de 2022, Cristina Branco vai estar em palcos de Portugal, Hungria, Alemanha, Bélgica, Holanda, Suécia e Suíça, onde terá programadas várias dezenas de concertos ao vivo. A cantora é um dos nomes mais importantes da música portuguesa das últimas décadas. Começou a carreira na Holanda, onde gravou, em 1997, o disco “Cristina Branco in Holland”, um sucesso naquele país, onde atinge de imediato um estatuto de relevo. Começa uma onda de concertos e de sucesso por toda a Europa, cimentados com os álbuns “Murmúrios” (1998) e “Post-Scriptum” (2000), e
é galardoada pela prestigiada revista francesa Le Monde de La Musique. E aqui permito-me contar uma história: em 2001 ao entrar no Louvre em Paris, deparei-me com uma loja quase coberta de fotos e de discos de Cristina Branco, nome do qual nunca tinha ouvido falar. Mas a surpresa estendeu-se a outros locais de culto parisienses, onde Cristina Branco era a estrela. Por cá, nem sinais desta cantora, mas as edições continuam: “Corpo Iluminado” (2001), “O Descobridor” (2002), “Sensus” (2003) e Ulisses (2005), começam a revelar a cantora na sua própria casa. Entretanto, no ano de Ulisses, tive oportunidade de ver em Amesterdão quão grande era a dimensão de Cristina na Holanda. Uma nota para esta discrepância de entre Portugal e a Europa: as questões editoriais, levou a difícil tarefa de encontrar discos em Portugal. É algo inexplicável, é algo que a própria Cristina Branco nunca entendeu, conforme ela própria referiu nas conversas que mantivemos há uns anos atrás. Mas “Ulisses” marca a descoberta portuguesa, para o que muito contribui a apresentação regular em Lisboa, fazendo concertos de apresentação sempre que um novo álbum era gravado, o que acontece até hoje. Em 2007 foi editado o álbum “Abril” com versões de músicas de José Afonso, e dois anos mais tarde chega “Kronos”. Em 2011, um álbum que marcou uma mudança de rou-
pagem musical que ia muito além do Fado, mas que, simultaneamente, se mantinha no fado: “Não há só Tangos em Paris” (2011), o seu décimo álbum de estúdio que conta com a colaboração de nomes como Mário Laginha, Carlos Tê e Pedro da Silva Martins. Entretanto, concertos integralmente com temas de José Afonso e Chico Buarque, mostram e confirmam o seu talento e sensibilidade musical e poética. Em 2016, “Menina” é considerado o Melhor Disco do Ano pela Sociedade Portuguesa de Autores e marca o início de uma trilogia, que teve sequência com o álbum “Branco” (2018) e “Eva” (2020). Novas abordagens musicais e poéticas, em colaborações inusitadas, que atravessam estilos, culturas e geografias e que resultam em interpretações únicas e intimista de Cristina Branco. Cristina Branco é um dos raros nomes dos quais nunca vimos demasiados concertos. Como tive oportunidade escrever a propósito de um dos, mais de uma dezena dos seus concertos, ela anda sempre pela Europa, mas de vez em quando regressa para um encontro em Portugal. Podemos não saber quando é o próximo encontro, mas que vai ocorrer, não há dúvidas. E o próximo encontro será já a 5 de Março, em Almada. O concerto, com início às 21h00, tem o preço único de 17 euros, havendo descontos para jovens e seniores. Opinião Musical
A Companhia de Teatro de Almada leva ao palco da sala de ensaios do Teatro Municipal Joaquim Benite, a 19 de Fevereiro, às 16h00, a peça “Ando a sonhar com Beethoven”. Trata-se da nova criação da companhia, é dirigida a toda a família, e conta com texto e encenação de Teresa Gafeira. Com coreografia e figurinos de Pedro Proença, no palco, e até 6 de Março, vão estar os actores Bruno Ramos, Carolina Dominguez, João Farraia e Vera Santana que vão contar a história do pequeno Jorge que gosta de ter os brinquedos bem arrumados: os comboios, os jogos e carrinhos. Tem um computador e adora fazer contas. O menino, tão arrumadinho e certinho, poderia dormir descansado debaixo dos cobertores, mas todas as noites é ‘visitado’ por um homem despenteado, desastrado e barulhento que lhe entra pelo quarto sem pedir autorização. “O homem mexe em tudo, desarruma tudo, seria impossível de aturar, mas é ele que torna o quarto quase mágico com tanta música que traz consigo. A Alfa e a Beta dizem que ele é o Beethoven”, refere texto da Companhia de Teatro de Almada
a levantar a ponta do véu sobre a peça. E acrescenta: “Ao que parece, o compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827) era conhecido pelo seu mau feitio. Costumava resmungar sozinho pelas ruas, tinha inesperados acessos de fúria e não raras vezes se meteu em brigas”. Mas na verdade, Beethoven foi um génio que, logo aos cinco anos, começou a revelar um invulgar talento para a música. Seu pai apercebeu-se disso e, foi ele próprio, que lhe deu as primeiras lições de composição e piano, obrigando-o a estudar diariamente e por muitas horas Aos sete anos, Beethoven deu o primeiro concerto, aos 12 já compunha pequenas peças e na adolescência começou a trabalhar como instrumentista para ajudar a sustentar a família. Aos 27 anos começou a desenvolver os primeiros sintomas de surdez e aos 48 anos já estava completamente surdo. Isso não o impediu de compor obras belíssimas. Em “Ando a sonhar com Beethoven”, o pequeno Jorge vai, ou não, conhecer o músico e compositor? A peça que vai estar em cena até 6 de Março tem espectáculos aos sábados e na terça-feira 1 de Março às 16h00. No domingo 20 de Fevereiro às 11h00, e a 27 de Fevereiro e 6 de Março às 11h00 e 15h00. É para crianças maiores de 3 anos, tem a duração de 50 minutos, e preço entre 5 e 10 euros. Entrada é livre para o Clube de Amigos. H.L. DR
Uma história para toda a família escrita por Teresa Gafeira
10 de Fevereiro2022 de 2021 O SETUBALENSE 11 PUBLICIDADE
ZENÓBIA MARIA DE OLIVEIRA FRESCATA (1956 – 2022) Participação, Agradecimento A funerária Armindo lamenta informar o falecimento de Zenóbia Maria de Oliveira Frescata. Mais se informa que o corpo vai estar em câmara ardente na capela de São Paulo, a partir das 17 horas de hoje, o funeral realiza-se amanhã às 09h30 para o Crematório de Setúbal. A família vem por esta via agradecer a todas as pessoas que se dignaram a acompanhar o funeral ou que, de qualquer outra forma, manifestaram as suas condolências.
Você sabia?
Você sabia?
... que a Funerária Armindo está disponível todos os dias do ano, a quaquer hora, para o apoiar em caso de emergência funerária?
... que um funeral de
cremação, considerando todos os custos envolvidos, é tipicamente mais barato que o funeral para sepultura?
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3 AGRUPAMENTO DE DEFESA SANITÁRIA DA PENÍNSULA DE SETÚBAL
GRUPO DE DADORES DE SANGUE DO CONCELHO DO BARREIRO ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA CONVOCATÓRIA Nos termos do Artigo 18° dos nossos Estatutos, vimos desta forma convocar todos os Associados para uma Assembleia Geral Extraordinária, a realizar no próximo dia 26 de fevereiro, pelas 14:30 horas, na sede social do Grupo, sito na Avenida Bento Gonçalves, nº 102 Barreiro. Ponto único da ordem de trabalhos * Discussão e aprovação da proposta de alteração dos Estatutos Se à hora marcada não houver quórum, a Assembleia realizar-se-á meia hora depois, no mesmo local, com qualquér número de sócios, de acordo com o estipulado nos nossos Estatutos.
ASSEMBLEIA GERAL ORDINARIA CONVOCATÓRIA Nos termos do artigo 11.º parágrafo 1.º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral Ordinária do Agrupamento de Defesa Sanitária da Península de Setúbal, para o dia 24 de Março (quinta-feira) pelas l0h00m, na sede do A.D.S. sita na Rua dos Descobrimentos n.º 8 -A, na Moita com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS 1. Apresentação, Discussão e Votação do Relatório, Contas e o Parecer do Conselho Fiscal relativos ao exercício de 2021 2. Discutir outros assuntos de interesse para o A.D.S. Caso na hora marcada não estejam presentes mais de metade dos Associados, fica feita desde já, a segunda convocatória para meia hora depois, realizando-se a mesma com qualquer número de presenças. Moita, 4 de Fevereiro de 2022 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Barreiro, 6 de fevereiro de 2022 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral José João Graça Grilo
António Gonçalves da Silva Pato
LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS
Horário 2ª a 6ª-feira: 08.00/12.30 - 14/18.00h Sábado: 09.00/12.00h
ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 265 520 716 ALCOCHETE 212 318 392
Rua Jorge de Sousa, 8 | 2900-428 Setúbal www.precilab.pt | tel. 265 529 400/1 telm.: 910 959 933 | Fax: 265 529 408
OUTROS CONCELHOS 265 520 716
DRA. MARIA FILOMENA LOPES PERDIGÃO DR. ALFREDO PERDIGÃO
Bloco Clínico
1747
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Região
Alcácer do Sal promove iniciativa para ensinar seniores a usarem a Internet
Promover a literacia digital, através de acções de capacitação de adultos que nunca utilizaram a Internet, é o objectivo da iniciativa “Eusoudigital” que a Câmara de Alcácer do Sal vai promover no próximo dia 26. A sessão vai decorrer das 9 às 17h30 na Biblioteca Municipal de Alcácer
DR
BREVES PINHAL NOVO
Corte de água hoje no Vale do Alecrim
Dário, Letícia, Dinis e Áurea (da esq. para a dir.) foram quatro dos atletas que brilharam em Portalegre
DUATLO NACIONAL EM PORTALEGRE
Meninos de ouro levam região a 'subir' seis vezes ao pódio Letícia Magalhães sagrou-se bicampeã nacional. Dinis Cabral e Áurea Augusto também triunfaram. Dário Cabral e Matilde Chan agarram 'prata' e 'bronze' Cinco lugares de pódio individuais e um por equipas. É este o principal balanço da participação dos jovens da região de Setúbal no “V Duatlo de Portalegre”, prova a contar para o Campeonato Nacional Jovem, organizada no passado sábado pelo clube 4 Estilos com o apoio da Federação de Triatlo de Portugal. O “medalheiro” da região engordou com a conquista de três primeiros lugares, um segundo e dois terceiros postos (um destes dois últimos conquistado em termos colectivos). Em grande plano voltou a estar a setubalense Letícia Magalhães (juvenis femininos), que representa o Sport Lisboa e Benfica em Triatlo, mas que compete também em atletismo sob a orientação técnica de Fernando Fer-
reira no Vitória Futebol Clube. A jovem sadina venceu a prova no seu escalão, com uma vantagem de 1:07 minutos sobre a segunda classificada, e sagrou-se bicampeã nacional de Duatlo – revalidou o título alcançado no ano anterior. Em igual destaque esteve Dinis Cabral (infantis masculinos), natural de Almada e residente em Cajados, Palmela, que competiu a título individual e arrebatou o 1.º lugar. O jovem talento – actualmente visto como o melhor atleta nacional do seu escalão nesta especialidade – dominou a prova de princípio a fim, terminando com uma vantagem de 29 segundos em relação ao atleta do Benfica que obteve a 2.ª posição. Dinis, tal como o irmão Dário Cabral, é federado no atletismo como individual. Ambos são treinados pelo seu pai Lino Cabral. Quem também subiu ao mais alto lugar do pódio foi Áurea Augusto (benjamins femininos), em representação da Palmela Desporto/Tripla Rotação. A exemplo de Dinis Cabral, a jovem não concedeu veleidades às adversárias desde o início da prova e cortou a linha de meta com menos 37 segundos do que a 2.ª classificada, em representação do Sporting.
Colectivo realça brilho
Dário Cabral – sem vínculo a qualquer clube, como o irmão Dinis – também mostrou predicados que o colocam entre a nata nacional no seu escalão (iniciados masculinos), ao conquistar um brilhante 2.º lugar. A região sorriu ainda com o 3.º posto alcançado por Matilde Chan (benjamins femininos), em representação do Amora Sub/Associação Naval Amorense. O clube do concelho do Seixal, de resto, rematou a brilhante participação da região de Setúbal na competição com a obtenção do 3.º lugar por equipas, ao totalizar 1 811 pontos. A Palmela Desporto/Tripla Rotação, que participou com 11 atletas, foi 7.ª classificada. Nota para o facto de Letícia Magalhães, Dinis e Dário Cabral, assim como Áurea Augusto praticarem ciclismo ao serviço do Centro Ciclista Azeitonense, sob a orientação do treinador Carlos Augusto. O trabalho desenvolvido no clube azeitonense acaba assim por contribuir para os resultados obtidos. No Duatlo de Portalegre participaram cerca de 300 atletas de todo o País e um total de 28 equipas.
O abastecimento de água vai estar hoje interrompido, entre as 13 e as 17 horas, na EN 252, Vale do Alecrim, no Pinhal Novo, anunciou a Câmara Municipal de Palmela. A interrupção, explica a autarquia, deve-se à execução das obras, em curso, de regularização da Ribeira da Salgueirinha, que prevêem a remodelação da rede de abastecimento de água.
MONTIJO
Freguesias voltam a ter multibanco Estão em curso as obras de construção de estruturas de protecção para instalação de caixas multibanco – “bunkers” – nas localidades de Atalaia, Alto Estanqueiro e Pegões, no concelho do Montijo. “Na Atalaia o multibanco fica junto ao espaço do mercado; no Alto Estanqueiro fica próximo das instalações da Junta de Freguesia; e em Pegões está a ser instalado perto da Academia Sénior”, revelou a Câmara Municipal do Montijo, promotora das obras. Os trabalhos devem estar concluídos dentro de 90 dias.
do Sal. Os interessados podem inscrever-se como mentores (voluntários com mais de 18 anos dispostos a ensinar) ou como alunos (maiores de 45 anos que desejem aprender a usar os meios digitais). As inscrições são feitas no site eusoudigital.pt.
GRÂNDOLA
Obras no IC1 condicionam trânsito já a partir de amanhã e até 17 de Março A Infraestruturas de Portugal vai proceder à substituição da passagem hidráulica localizada ao quilómetro 583,5 do Itinerário Complementar (IC) 1 em Grândola, o que irá implicar o condicionamento do trânsito automóvel já a partir de amanhã. A normal circulação entre Grândola e Alcácer do Sal será afectada até 17 de Março próximo. “A realização da empreitada obriga ao constrangimento do trânsito no local”, anunciou ontem, em comunicado, a Infraestruturas de Portugal. A empresa adiantou que os trabalhos vão ser desenvolvidos “de forma faseada de modo a garantir a segurança dos trabalhadores e dos automobilistas” e ainda com o intuito de “assegurar a circulação nos dois sentidos”. A primeira fase da obra vai decorrer “entre o próximo dia 11, sexta-feira, e o dia 17 de Março” e obrigará “um estreitamento de via ao quilómetro 583,5”, que provocará “condicionamentos” nos dois sentidos da via. “No sentido Grândola/Alcácer, [será feito] basculamento do trânsito para a via de sentido contrário; no sentido Alcácer/ Grândola, [será feita] circulação pela berma, garantindo a largura mínima de 2,90 metros para uma via”, explicou a Infraestruturas de Portugal. A substituição da passagem hidráulica no IC1 em Grândola obrigará ainda à execução de mais trabalhos, que voltarão a implicar reajustamentos na circulação, conforme deixa antever a comunicação da Infraestruturas de Portugal. “Os condicionamentos necessários para a realização das fases posteriores da obra serão atempadamente comunicados.” Ainda de acordo com o mesmo comunicado, “a execução da obra insere-se no plano de manutenção e reabilitação das infra-estruturas rodoviárias sob gestão da empresa”, que tem como objectivo “a melhoria contínua dos níveis de serviço e qualidade da rede rodoviária nacional”.
10 de Fevereiro de 2022 O SETUBALENSE 13
Opinião
Cá estaremos para ver
A
final, o OE para 2022 que não foi aprovado, era um orçamento tão à esquerda, que até os banqueiros o desejam? Dá que pensar. Sim, o tal orçamento que segundo os socialistas, era tão à esquerda, tão à esquerda, que até os senhores do dinheiro e sobretudo os banqueiros, se congratulam hoje, pela decisão de Costa de pretender apresentar o tal Orçamento se possível sem os contributos da esquerda, nomeadamente o englobamento das mais valias no IRS ou a taxa que os bancos têm vindo a pagar. Esta maioria do PS vai ser uma alegria para essa gente. Ainda assim, vamos esperar que o PS aproveite esta maioria para melhorar a vida de quem trabalha, que assuma a promessa de campanha eleitoral, da semana dos 4 dias de trabalho, que aproveite a maioria para preservar os nossos recursos naturais, mas também que consiga trazer o interesse público para o
centro das decisões políticas, seja na localização do novo aeroporto de Lisboa, seja na exploração de lítio, seja no futuro dos CTT, porque essas e outras decisões não podem continuar reféns dos interesses das multinacionais. Agora não haverá desculpas para que o PS não cumpra as promessas que António Costa e o PS andaram a “bazucar”, durante as campanhas eleitorais, legislativas e autárquicas, nomeadamente a Maternidade de Coimbra ou o Hospital do Seixal, para não referir outros dos muitos exemplos que fazem parte desse universo de promessas com que o PS “bazucou” o País. Mas vamos também esperar que o PS cumpra os compromissos que
OPINIÃO José Luis Ferreira
assumiu, nomeadamente ao nível do OE para 2021, não só ao nível do Fundo de Tesouraria para os Micro e Pequenos Empresários, com a dotação de 750 milhões de euros e
com a taxa de juro muito próxima de zero por cento, mas também a concretização do Estatuto dos Funcionários Judiciais, para dar apenas dois exemplos do muito que ficou “pendurado”. O que esperamos é que esta maioria e a bazuca permitam ao PS proceder a um sério combate à pobreza e às desigualdades sociais do nosso país, mas também que encare a estabilização do clima, como uma emergência. Uma batalha que tem de ser travada em várias frentes, seja ao nível da eficiência energética, seja ao nível do investimento em modelos de organização agrícola que privilegiem práticas produtivas mais sustentáveis, seja ao nível dos transportes, porque o problema dos
transportes não se resolve com a retirada de bancos nos transportes públicos como chegou a ser proposto pelo Ministro do Ambiente. E se António Costa se mostrou, durante a campanha, muito preocupado com os professores que “andam com a casa às costas”, que aproveite para resolver definitivamente esses e outros problemas, porque é bom lembrar que meses antes de Costa ter manifestado essa preocupação, o PS chumbou uma proposta dos Verdes para a criação de uma compensação para os professores que são colocados longe de casa. Aliás, convém aqui recordar que em seis anos a única vez que o primeiro-ministro ameaçou demitir-se foi exatamente por causa dos professores e dos seus direitos, no caso a contagem de tempo de serviço… Cá estaremos para ver. Deputado do PEV PUBLICIDADE
14 O SETUBALENSE 10 de Fevereiro de 2022
Desporto
GOLO AOS 80 MINUTOS INTERROMPE SÉRIE DE TRÊS JOGOS DO VITÓRIA SEM GANHAR
‘Tiro’ de André Mesquita vale triunfo aos sadinos sobre o Oliveira do Hospital DR / ARQUIVO
Substituições efectuadas foram decisivas para desfazer nulo em Tábua
Mexidas surtem efeito
Ricardo Lopes Pereira Após três jornadas sem vencer, o Vitória reencontrou ontem à tarde os triunfos na série B da Liga 3 ao vencer, por 1-0, no reduto do Oliveira do Hospital, em partida de acerto de calendário referente à 14.ª jornada. André Mesquita, que tinha sido lançado no jogo oito minutos antes, fez, aos 80, num disparo fortíssimo num livre directo, o golo que deu os três pontos aos sadinos, que estão agora com 30 pontos na 4.ª posição da tabela. Nota ainda para o facto de os comandados de Pedro Gandaio terem conseguido chegar ao golo numa altura em que estavam em superioridade numérica devido à expulsão de Bonilla, aos 79. Refira-se que o lance que deixa os beirões a jogar com 10 elementos deveu-se a uma falta cometida pelo defesa colombiano junto à linha limite da área sobre Rodrigo Pereira, avançado que tinha no minuto anterior substituído Zequinha. Em comparação com o último encontro – derrota por 2-1 no reduto do Caldas –, os vitorianos apresentaram-se no Estádio Municipal de Tábua com três alterações no onze. Os veteranos Nuno Pinto, que tinha cumprido castigo na ronda passada, o médio José Semedo e o avançado Zequinha foram titulares nos lugares de Diogo Martins, André Pedrosa e Mathiola, respectivamente. Na primeira parte, os comandados de Pedro Gandaio dominaram o encontro e passaram a maior parte do tempo instalados no meio-campo contrário. No entanto, apesar de logo à passagem segundo minuto, Zequinha ter testado a atenção do guarda-redes Nando Pedrosa num remate de fora da área, foram poucas as oportunidades de golo criadas pelo ataque dos setubalenses.
sobressalto a defesa contrária num lance em que o guarda-redes dos anfitriões não conseguiu chegar à bola.
André Mesquita foi o autor do golo que deu os três pontos aos vitorianos
Depois desse lance, os verdes e brancos só voltaram a visar a baliza do conjunto beirão aos 21 minutos, momento em que José Varela desferiu um remate cruzado e colocado de fora da área, levando a bola a passar perto do poste esquerdo da baliza. Volvidos três minutos, foi a vez de Zequinha, assistido por José Varela, cruzar desde o flanco esquerdo com perigo para o interior da área onde o guardião do Oliveira do Hospital defendeu sem
Vitorianos apresentaram-se no Estádio Municipal de Tábua com três alterações no onze
dificuldades. Em todo o primeiro tempo, a melhor oportunidade que houve para inaugurar o marcador pertenceu ao Vitória. Aos 31 minutos, um livre cobrado na esquerda por Nuno Pinto levou a bola até Frédéric Mendy no interior da área. O luso-guineense respondeu de cabeça à assistência primorosa do lateral, obrigando Nando Pedrosa a aplicar-se para evitar com uma excelente defesa o golo do Vitória. Numa primeira parte em que o guarda-redes sadino João Valido foi praticamente um espectador – só aos 41 minutos foi chamado a intervir pela primeira vez num cruzamento sem perigo do adversário para o interior da área –, os comandados de Pedro Gandaio não conseguiram materializar em golo o ascendente que tiveram até ao momento em que o árbitro apitou para o intervalo. Na tentativa de dar mais dinâmica ao meio-campo, o médio Rúben Gonçalves, reforço que chegou em Janei-
ro ao Bonfim oriundo do Rio Ave, foi lançado no jogo, entrando para o lugar de Mano. Não obstante a mudança, o Vitória não conseguiu evitar que o Oliveira do Hospital equilibrasse o jogo no segundo tempo, passando mais tempo no meio-campo defensivo dos setubalenses. Na única vez que os verdes e brancos conseguiram criar perigo junto da baliza contrária nos primeiros 20 minutos da etapa complementar, nenhum jogador conseguiu dar sequência a uma boa iniciativa individual de José Varela quando, aos 55 minutos, o extremo colocou bola no interior da área e Frédéric Mendy e Zequinha falharam a emenda. Na sequência do lance a bola sobrou para Diogo Leitão que rematou para defesa de Nando Pedrosa. Aos 68, já depois de os beirões terem ameaçado um par de vezes em remates de meia distância à baliza de João Valido, um livre apontado por Nuno Pinto na esquerda deixou em
Aos 72 minutos, três depois de entrar para o lugar de Diogo Leitão, André Mesquita assistiu José Varela, extremo que no flanco esquerdo deixou um adversário para trás e cruzou para o “miolo” da área, zona em que o avançado Frédéric Mendy não conseguiu encostar para o golo dos sadinos. Quatro minutos depois foi a vez de João Valido aplicar-se para impedir que Marcelo Machado marcasse para os anfitriões. Aos 79 minutos, um depois de Rodrigo Pereira ter entrado para o lugar de Zequinha, o avançado foi travado pelo defesa Bonilla quando se preparava para entrar na área dos beirões. O árbitro do encontro não teve dúvida em assinalar o livre directo e exibir o cartão vermelho ao colombiano. Na conversão, aos 80, quando todos pensavam que seria Nuno Pinto a cobrar o livre, André Mesquita disparou um tiro que não deu hipóteses de defesa a Nando Pedrosa. A vencer por 1-0, o Vitória, apesar das tentativas do Oliveira do Hospital em repor a igualdade, controlou as operações até ao apito final. Nota ainda para a estreia do avançado brasileiro Gabriel Lima, reforço que chegou recentemente a Setúbal oriundo do Corinthians. Aos 88, o atacante, de 23 anos, entrou a par de André Pedrosa para os lugares de José Varela e Frédéric Mendy.
CLASSIFICAÇÃO III LIGA J 1 UD Leiria 2 Torreense 3 FC Alverca 4 Vitória FC 5 Real SC 6 Amora FC 7 Caldas SC 8 Sporting B 9 CD Cova Piedade 10 UD Santarém 11 FC Oliveira Hospital 12 Oriental Dragon FC
V
17 11 18 11 17 10 18 9 17 7 18 7 17 6 18 5 18 5 18 4 18 2 16 2
E
D M-S
P
5 1 34-14 38 2 5 24-17 35 2 5 26-20 32 3 6 25-21 30 5 5 21-21 26 3 8 22-20 24 5 6 16-15 23 4 9 17-23 19 2 11 18-30 17 4 10 21-30 16 9 7 22-30 15 8 6 18-23 14
10 de Fevereiro de 2022 O SETUBALENSE 15
Banheirense recebe Lagameças no próximo domingo
Devido à transição da primeira para a segunda volta do campeonato distrital da 2.ª divisão, a equipa de futebol sénior do Banheirense não jogou no último fim-de-semana, ficando assim com mais tempo para preparar a recepção ao Lagameças,
que será o seu próximo adversário. Depois da realização de alguns jogos para acerto de calendário, a equipa B do Amora reforçou a liderança e aumentou a vantagem (para sete pontos) sobre os segundos classificados que são agora o Botafogo e o Banheirense.
No entanto, importa salientar que a equipa da Baixa da Banheira tem menos um jogo que a formação de Cabanas e menos dois encontros que o Amora B, facto que pode alterar um pouco as contas relativas aos lugares da frente, quando tudo estiver certo.
LIGA 3
NO DOMINGO
Amora vence Oriental Dragon com 'míssil teleguiado' ao cair do pano
Moitense recebe Monte de Caparica com o pensamento na vitória DR
Martim Maia, com um golo de livre directo aos 86 minutos, proporcionou a segunda vitória consecutiva ao Amora que subiu ao sexto lugar
Joga em casa, está mais bem classificado e encontra-se a atravessar um bom momento
José Pina O Amora venceu o Oriental Dragon, por 3-2, em jogo que se encontrava em atraso da 15.ª jornada, realizado na manhã de ontem, no Estádio Alfredo da Silva, e que ficou marcado por duas reviravoltas no marcador. O Amora adiantou-se no marcador com um golo de Gildo Lourenço, apontado aos 20 minutos, que concluiu da melhor maneira um passe rasgado para a área de Edgar Ferreira. A resposta do Oriental Dragon não demorou e Nii Plange estabeleceu o empate (26’) na sequência de um cruzamento efectuado do lado direito do seu ataque: o jogador do Burquina Fasso, recebeu a bola, rodopiou e atirou a contar. Na segunda parte, Brito que fazia o seu primeiro jogo pelo Oriental Dragon, marcou de cabeça (79’) e
colocou a sua equipa na frente do marcador, proporcionando a primeira reviravolta do encontro. No minuto seguinte, Edgar Ferreira na recarga a uma bola afastada pela defensiva contrária igualou fazendo o 2-2 e mais tarde, aos 86 minutos, Martim Maia, na cobrança exemplar de um livre directo nas imediações da meia-lua, marcou o terceiro golo da sua equipa fazendo assim a remontada. Com esta vitória o Amora passou
a somar 24 pontos ascendendo ao sexto lugar da tabela classificativa por troca com o Caldas, que tem menos um jogo. O Oriental Dragon, com a derrota sofrida, manteve a sua posição no último lugar da zona sul, apenas com 14 pontos conquistados em 16 jogos, menos dois que Oliveira do Hospital e U. Santarém. Martim Maia, médio de 23 anos, natural da Maia, que deu os primeiros passos no FC Porto e depois representou Leixões, Rio Ave, Casa Pia e
na época passada jogou na I Liga da Polónia, no Sosnowiec, foi considerado o homem do jogo. Distinção inteiramente merecida não só por aquilo que jogou mas essencialmente pelo golo decisivo que marcou. No próximo domingo, às 11 horas, o Amora recebe o U. Santarém no Complexo Municipal Carla Sacramento, e o Oriental Dragon defronta no sábado; às 15 horas, o Oliveira do Hospital, no Estádio Alfredo da Silva.
ANDEBOL
Almada triunfa no Alto do Moinho pela diferença mínima O Pavilhão Municipal do Alto do Moinho foi palco no passado domingo de um dos jogos mais aguardados da Série 3 do Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de Andebol, que colocou frente a frente duas equipas rivais, de concelhos vizinhos. Estamos a falar do Alto do Moinho e do Almada, duas potências do andebol nacional e, em particular, da nossa região. O jogo serviu para acertar o calendário da competição era relativo à 15.ª jornada e emoção foi coisa que não faltou porque a diferença
pontual entre as duas era apenas de um ponto. O equilíbrio foi a nota dominante do encontro que chegou ao intervalo com o resultado de 12-12. Na segunda parte a tendência do jogo manteve-se, o jogo continuou a ser disputado de forma muito renhida pelas duas equipas, mas o Almada acabou por ser mais feliz porque obteve a vitória por apenas um ponto de diferença (25-24). Ricardo Pereira (Almada) com oito golos foi o melhor marcador do encontro, seguido por João Alcântara
(Alto do Moinho) com seis golos. Mas, em plano de destaque estiveram também os almadenses André Lourenço (4), Duarte Pereira (3) e Francisco Silva (3), bem como Diogo Abadia, Francisco Cruz e Francisco Felício, do Alto do Moinho, todos com três golos marcados. Com esta vitória a equipa almadense, que ocupa presentemente o quarto lugar, ultrapassou o seu adversário na tabela classificativa passando a dispor agora de 38 pontos, contra 37 do Alto do Moinho, continuando
assim envolvido na luta pelo acesso à fase final, juntamente com o Belenenses B (que tem mais um ponto), Sassoeiros e Benavente, os dois primeiros, que têm mais três pontos. Na próxima jornada, que se realiza no sábado, dia 12 de Fevereiro, joga em casa com o 1.º Dezembro, às 19 horas, e o Almada desloca-se a Lisboa para defrontar o Camões, às 18h 30m, no Pavilhão F. Tavares. Ambos os jogos são relativos à 17.ª jornada da competição, cuja primeira fase termina a 19 de Março.
O Moitense recebeu e venceu o Trafaria, por 1-0, no passado domingo, no Juncal Desportos, em jogo a contar para a 21.ª jornada do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão, que foi muito disputado pelas duas equipas. A equipa da Moita, a jogar em casa tentou impor o seu jogo mas encontrou pela frente um adversário disposto a complicar a sua missão, que só cedeu num lance de bola parada, mais precisamente numa grande penalidade convertida pelo experiente Mário Costa que, aos 60 minutos, não desperdiçou a oportunidade. Com esta vitória, que foi a décima obtida no campeonato, o União Futebol Clube Moitense passou a somar 34 pontos e juntou-se aos Pescadores (que foram derrotados nesta jornada) no sexto lugar da tabela classificativa com 36 golos marcados e 29 sofridos nos 21 jogos realizados. Nesta partida com o Trafaria, o treinador David Nogueira fez alinhar os seguintes jogadores: Rafael Maia; Chainho, Guilherme Marques, Mário Costa, Rafael Matos; David Silva (Filipe Maia, 60’), Martinho Freitas (Leonardo Leiro, 45’), Gonçalo Laurindo; Tiago Nunes (Felipe Amaral, 56’), Pedro Reis e Helmut Ari (Diogo Amieiro, 78’). No próximo domingo vem por aí nova jornada e o Moitense volta a jogar no seu reduto, desta vez com o Monte de Caparica, equipa classificada em 9.º lugar com menos seis pontos. Em teoria, será um jogo para ganhar porque joga em casa, está mais bem classificado e se encontra a atravessar um bom momento com duas vitórias nos dois últimos jogos, enquanto o seu adversário registou um empate e uma derrota. J.P.
03:50 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 10:04 ~ 0.8 m ~ Baixa-mar 16:09 ~ 3.1 m ~ Preia-mar 22:07 ~ 0.9 m ~ Baixa-mar
ALMADA
03:48 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 10:02 ~ 0.8 m ~ Baixa-mar 16:09 ~ 3.1 m ~ Preia-mar 22:05 ~ 0.9 m ~ Baixa-mar
SESIMBRA
04:16 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 10:28 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar 16:37 ~ 3.1 m ~ Preia-mar 22:32 ~ 0.8 m ~ Baixa-mar
SINES
SETÚBAL TRÓIA
MARÉS
04:30 ~ 3.4 m ~ Preia-mar 10:28 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar 16:50 ~ 3.2 m ~ Preia-mar 22:34 ~ 0.7 m ~ Baixa-mar
FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras, Maria Carolina Coelho; Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Batista, Célia Félix IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@ tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com