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Palmela quer médicos: "É agora ou nunca" Moção aprovada por unanimidade na Câmara. Autarca Álvaro Amaro diz que Governo tem de resolver, agora que tem maioria absoluta p14 DR
O SEU DIÁRIO DA REGIÃO TERÇA-FEIRA, 12 DE ABRIL DE 2022 PREÇO 0,80€ | N.º 826 | ANO V | 5.ª SÉRIE
DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO PUBLICIDADE
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Pinhal Novo espera 50 mil para Mercado Caramelo p18 SETÚBAL Apoio a 162 ucranianos encaminha 29 para IEFP e 56 para Segurança Social p3 SEIXAL 25 de Abril comemorado com várias inaugurações, música e fogo-de-artifício na Baía p22
CORROIOS Parque da Verdizela vai ser segundo maior da AML p22
SETÚBAL Comemorações do 25 de Abril já arrancaram p2 PUBLICIDADE
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Abertura
DR
OPINIÃO Margarida Pouseiro
O direito à imagem
O
nosso ordenamento jurídico, tutela e salvaguarda o direito à imagem. É um direito de personalidade. É um direito irrenunciável, intransmissível e essencial da dignidade da pessoa humana. O direito à imagem é susceptivel de não ser um direito absoluto em detrimento da necessidade de conjugação com outras normas do nosso ordenamento jurídico. É necessário ter presente, que para se limitar o direito à imagem de uma pessoa, esta limitação deve obedecer a uma ponderação de interesses e fins sociais do ordenamento jurídico no seu todo. De um lado da balança está um direito estritamente pessoal, do outro lado da balança está um direito colectivo (a sociedade no seu todo). A lei pode restringir os direitos, liberdades e garantias nos casos expressamente previstos na Constituição, devendo as restrições limitar-se ao necessário para salvaguardar outros direitos ou interesses constitucionalmente protegidos. Serão, nomeadamente, os casos em que estiver em causa um interesse público que se sobreponha aos direitos de personalidade e a divulgação seja feita de forma a não exceder o necessário a tal divulgação, sendo exigível que a informação veiculada se cinja à estrita verdade dos factos. Quando o interesse público o imponha, o direito à honra e à privacidade, não podem impedir a revelação daquilo que for estritamente necessário e apenas do que for estritamente necessário. A utilização/divulgação da fotografia resulta do carácter público do interesse em questão e não do carácter público da pessoa atingida ou da sua exposição. O direito à imagem é um bem jurídico da esfera pessoal, que reconhece à pessoa o domínio exclusivo sobre a sua própria imagem. O direito a não ser fotografado e o direito a não ver a sua fotografia divulgada. A pessoa pode consentir que lhe seja tirada uma
fotografia, mas pode não consentir que essa fotografia seja divulgada. Quando se divulga determinada imagem/fotografia, sem o seu consentimento ou a sua vontade, estamos ou não perante o crime de gravações e fotografias ilícitas, p.p. no artº199, do CP, conjugado com o artº18 e 26º da CRP, artº70 e 79º do CC? Da conjugação deste normativo resulta uma dupla vertente da proteção do direito à imagem. Um direito à autodeterminação da imagem exterior e um direito a definir os termos e condições em que a fotografia captada pode ser utilizada por terceiros. Vejamos: O destino que se dá à imagem é, de certo modo, um tratamento dado à própria pessoa. Compreende-se que as pessoas não queiram, ou possam não querer, ser reconhecidas na rua ou em qualquer local público. A imagem de uma pessoa, quando divulgada, raramente o é de modo abstrato. Em regra, trata-se de associar a imagem a qualquer notícia ou mensagem que se pretenda transmitir. Com as redes sociais, a divulgação da imagem toma proporções elevadas e não raras vezes é associada à critica desmedida, à ironia sarcástica e desprezível. Qualquer pessoa pode autorizar que lhe seja tirada uma fotografia, mas pode não autorizar que essa fotografia seja divulgada em toda e qualquer situação. Podemos autorizar tirar fotografias com os nossos amigos, mas podemos não autorizar, ser contra a nossa vontade, que os nossos amigos publiquem e utilizem essas fotografias nas redes sociais. Tudo depende das circunstâncias e do destino das imagens captadas. As imagens só podem visar documentar o sucedido. Não podem extrapolar, sem autorização do próprio, as demais situações. Aqui, o que já está em causa não é o direito à imagem, mas o direito à honra ou à reputação. Direitos que poderão estar a ser violados. Assessora na Comarca de Setúbal
SETÚBAL
Comemorações do 25 de Abril arrancaram com homenagem a Adriano Correia de Oliveira Concerto encheu igreja do Convento de Jesus As comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que o município de Setúbal vai manter até 2025, arrancaram no sábado com um concerto de homenagem dos 80 anos de Adriano Correia de Oliveira, na Igreja do Convento de Jesus. A iniciativa, organizada pelo Centro Artístico Cultural e Desportivo Adriano Correia de Oliveira, em conjunto com a autarquia, contou com a dupla
de fado de Coimbra Ferreira Mendes, viola e voz, e Fernando Monteiro, guitarra de Coimbra, na primeira parte, e Paulo Bragança e Luís Coelho, na segunda parte. Foram interpretados temas de autores como Adriano Correia de Oliveira, José Afonso, Ary dos Santos e Manuel Alegre. Estava prevista a presença do conhecido socialista, mas, já no próprio espectáculo, foi informado que Manuel Alegre não estaria, devido a um “imprevisto”. O presidente da Câmara de Setúbal reafirmou que as comemorações dos DR
‘Trova do Vento que Passa’ foi entoada em uníssono
50 anos do 25 de Abril, intituladas ‘Venham mais vinte e cincos’ pretendem ficar como um marco no concelho e deixar uma marca da ligação de Zeca Afonso à cidade. “É uma referência que temos na sociedade portuguesa e até no mundo, mas queremos que seja uma marca em Setúbal. José Afonso é de Setúbal, porque ele viveu aqui e está aqui”, disse o autarca. O Centro Artístico Adriano Correia de Oliveira apresentou uma saudação em que apresenta o autor como “visionário, humanista, antifascista, homem generoso e, sobretudo, um sonhador”. “A sua assombrosa voz soltava sílabas de luz, ‘era uma arma’. Deixou-nos um incomensurável legado: Liberdade! Ele não era apenas mais um. Ele era a vontade de todos em um!”, refere a saudação, lida por Valdemar Santos. O centro artístico, fundado em 1995, em Vila Nova de Gaia, diz estar a resgatar a memória de Adriano Correia de Oliveira. No sábado, a interpretação do tema ‘Trova do Vento que Passa’, de Manuel Alegre e Adriano Correia de Oliveira, em que se juntaram a Paulo Bragança as vozes das dezenas de pessoas presentes, foi o ponto alto da noite.
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Grândola desactiva Plano de Emergência e Protecção Civil criado em contexto pandémico
O Plano Municipal de Emergência e Protecção Civil de Grândola (PMEPC) foi desactivado por deixarem de “estar reunidos os pressupostos” que levaram à sua activação, em Março de 2020, devido à pandemia de covid-19. Em comunicado, a Câmara
Municipal de Grândola explica que a desactivação do plano foi aprovada pela Comissão Municipal de Protecção Civil, no final da semana passada. Esta decisão enquadra-se numa resolução do Conselho de Ministros, do passado dia 18 de Fevereiro, que determina
para todo o território nacional continental o desagravamento de “situação de calamidade” para “situação de alerta” no âmbito da covid-19, tendo levado também em consideração “a actual situação epidemiológica no concelho e os números da vacinação”.
SETÚBAL
Linha de Apoio recebe num mês pedidos de ajuda para mais de 160 ucranianos DR
Foram igualmente estabelecidos perto de uma centena de contactos com disponibilidade para doações e ofertas Maria Carolina Coelho No espaço de um mês, chegaram à Linha Municipal de Apoio a Refugiados (LIMAR), criada pela Câmara de Setúbal, pedidos referentes a mais de 160 ucranianos afectados pela guerra, assim como recebeu perto de uma centena de contactos com disponibilidade para doações e ofertas. O balanço é feito pela autarquia sadina, que, através de comunicado, explica que nas primeiras quatro semanas “a linha recebeu 69 processos de pedidos de apoio, em contexto de atendimento presencial por técnicos municipais, para 163 pessoas em situação de refugiados, incluindo 68 crianças, a maioria alojada em casa de amigos e familiares”. Dos processos recebidos, “56 foram referenciados para apoio da Segurança Social, 29 foram encaminhados para o Instituto do Emprego e Formação Profissional e 13 para o Agrupamento dos Centros de Saúde Arrábida”. A funcionar desde 7 de Março, a partir de um gabinete localizado no Mercado do Livramento, a LIMAR tem recebido maioritariamente “pedidos de apoio para bens alimentares, assegurados directamente pela Câmara Municipal de Setúbal ou com recurso a bens doados, bem como pela APPACDM”. Foram já “atribuídos duas dezenas de cabazes através da Linha Apoio Municipal Bens Essenciais”, sendo que o município salienta “a oferta de uma centena de cabazes de bens alimentares essenciais e de produtos de higiene pelo Pingo Doce, assim como de 500 euros em produtos frescos”. O vestuário, por sua vez, “tem sido doado pela LATI, Associação Baptis-
Das quatro dezenas de cidadãos que chegaram a Setúbal no passado dia 28 de Março, apenas duas famílias ficaram alojadas na cidade sadina DR
ta Shalom, Cáritas Diocesana, Liga Portuguesa de Combate ao Cancro, lojas sociais da União das Freguesias de Setúbal, SOS Bebé, Associação de Socorros Mútuos Setubalense e cooperativa SEIES”, enquanto o Grupo Auchan “ofereceu 150 euros em artigos de roupa íntima”. Além disso, a Linha Municipal tem procedido ao “encaminhamento de pessoas para cursos de português não certificados, disponibilizados na Associação de Solidariedade Social de Professores”.
Pousada da Juventude com dois refugiados instalados
Câmara Municipal diz ter condições para acolher 25 pessoas
Na Pousada da Juventude, por sua vez, estão instaladas duas pessoas em situação de refugiados. Das quatro dezenas de cidadãos que chegaram a Setúbal no passado dia 28 de Março, apenas duas famílias ficaram alojadas na cidade, sendo que “as res-
tantes seguiram para outros concelhos, por opção ou porque já vinham com essa referenciação”. Além disso, a autarquia tem “actualmente condições para acolher 25 pessoas em equipamentos municipais” e, caso “o concelho seja definido como mais um local para Centro de Acolhimento de Emergência, o município está disponível para adaptar outros espaços já identificados e que terão condições para o acolhimento de cerca de uma centena de pessoas”. A Câmara Municipal de Setúbal revela igualmente estar “em contacto estreito com outras entidades envolvidas no processo, como o SEF – Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, o Centro Distrital de Segurança Social de Setúbal e o Instituto do Emprego e Formação Profissional, bem como com associações que trabalham com a comunidade de imigrantes de leste residente no concelho”.
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Setúbal
Ruas Clube Recreativo da Palhavã e Almeida de Carvalho encerradas para “Queima do Judas”
A realização da “Queima do Judas” motiva o encerramento da Rua Clube Recreativo da Palhavã, localizada entre as ruas José Carlos da Maia e Almeida de Carvalho, e do troço da Rua Almeida de Carvalho compreendido entre a Rua Clube Recreativo da Palhavã e Doutor
Amorim Viana no próximo sábado, 16, entre as 22h15 e as 23h00. No decorrer do evento, os automobilistas devem recorrer ao percurso formado pelas ruas Amorim Viana, Mafaldo de Setúbal e José Carlos da Maia, assim como a Avenida São Francisco Xavier e a Rua Batalha do Viso.
CASAL DAS FIGUEIRAS
Área envolvente à União Desportiva e Recreativa atractiva Empreitada delegada pela Câmara Municipal, que transferiu a verba necessária e executou o projecto urbanístico A União das Freguesias de Setúbal tem em curso a segunda fase de intervenções urbanísticas previstas para o espaço público envolvente à União Desportiva e Recreativa Casal das Figueiras, executada com o objectivo de “melhorar as condições de usufruto e atractividade da zona”. A nova etapa da obra, que representa um investimento de perto de 20 mil euros, foi delegada à União das PUBLICIDADE
Freguesias de Setúbal pela Câmara Municipal sadina, que “transferiu a verba para a sua concretização e executou o projecto urbanístico”. A empreitada, “com um prazo de execução previsto de 90 dias, prevê a execução de um arruamento para acesso a novos lotes, criados no plano de pormenor preparado para o local”, explica a edilidade em nota de Imprensa. Além disso, “a segunda fase da requalificação da área envolvente à União Desportiva e Recreativa do Casal das Figueiras contempla a criação de novos passeios e instalação de iluminação pública”. A primeira etapa das obras, “inaugurada no final de Abril de 2021, permitiu a reabilitação de uma área
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lizada no âmbito do projecto municipal Ouvir a População, Construir o Futuro”.
Trânsito condicionado pela cidade devido a obras
descaracterizada junto da colectividade, na qual foi criada uma zona de estacionamento para cerca de três dezenas de viaturas”. Foi ainda possível criar “mais de 350 metros quadrados de zonas de circulação pedonal, incluindo um percurso de acesso ao edifício da União
Desportiva e Recreativa Casal das Figueiras, e a plantação de árvores de pequeno porte”. “A execução de uma rede de drenagem de águas pluviais e a definição de uma nova área para depósito de resíduos sólidos urbanos também fizeram parte da intervenção, sina-
Nos próximos dias, a realização de intervenções na via pública obriga ao encerramento de diversas ruas da cidade de Setúbal ao trânsito automóvel. No Poço Mouro, a Rua Geraldo e Casquinha vai estar hoje interdita entre as 08 e as 10 horas para a execução de “trabalhos de limpeza da rede de drenagem doméstica. Já na zona das Pontes, “uma operação de reparação rodoviária” motiva amanhã, entre as 16 e as 18 horas, o encerramento de um troço da Rua Montinho da Cotovia.
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Setúbal ASSOCIAÇÃO SOL NASCENTE
Utentes vão realizar tarefas de desmatação e contribuir para a prevenção de incêndios florestais DR
Acção acontece no âmbito de um protocolo celebrado com a autarquia sadina, que prevê em 2022 a alocação de perto de 19 mil euros Os utentes da Associação Sol Nascente – Recuperação de Toxicodependentes vão este ano contribuir para a “redução do risco de ocorrência de incêndios florestais”, através da realização de tarefas de desmatação, previstas no protocolo de colaboração a celebrar com a Câmara Municipal de Setúbal. A minuta do referido acordo, que “em 2022 implica a alocação de uma verba máxima de 18 mil e 900 euros”, foi aprovada na reunião pública da passada quarta-feira. No âmbito do protocolo, “a Sol Nascente afectará utentes à realização de tarefas de gestão de combustível de origem florestal em terrenos e estradas municipais, por orientação técnica e acompanhamento do Serviço Municipal de Gestão de Combustível e Riscos Florestais (SRIFLOR) do Departamento de Ambiente e Serviços Urbanos (DASU) da edilidade de Setúbal”, explica a autarquia sadina em comunicado. De acordo com a proposta apresentada, além de se revestirem de um
nhal Novo (Palmela), beneficiando o município de Setúbal da respectiva actividade”. Ao “beneficiar da experiência colhida no ano transacto”, a qual “se revelou benéfica para ambas as partes”, o protocolo constitui “um compromisso do município de Setúbal com o objectivo de cumprimento da missão e dos fins sociais da IPSS Sol Nascente, designadamente o tratamento e a reinserção de pessoas com problemas de adição, objectivo este que constitui uma tarefa de utilidade pública”.
Acordos estabelecidos com três bandas filarmónicas
Acção contribui para inserção futura dos utentes no mercado de trabalho
papel social, por serem necessárias para a redução do risco de ocorrência de incêndios florestais, as tarefas visam “ir ao encontro da missão” da associação, ao permitir aos seus utentes “participar na realização de trabalhos e a aquisição de competências que permita a sua inserção futura no mercado de trabalho”.
É igualmente sublinhado que a Associação Sol Nascente, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) sem fins lucrativos, “tem por objectivo o tratamento e a reinserção de pessoas com problemas de adição, possuindo uma comunidade terapêutica licenciada pelo Ministério da Saúde, em Pi-
Também na reunião pública da passada quarta-feira, o município aprovou “uma proposta para a assinatura de protocolos com três bandas filarmónicas do concelho”, que contempla um apoio financeiro total de 4 500 no presente ano. Os acordos, válidos por 12 meses, vão ser celebrados com a Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense, a Sociedade Filarmónica Providência e a Sociedade Musical Capricho Setubalense, sendo que cada uma recebe um apoio municipal no valor de 1 500 euros. Já as bandas filarmónicas, no âmbito dos respectivos protocolos, comprometem-se a “assegurar a realização de, pelo menos, quatro actuações no município durante o corrente ano”.
APSS
Acordo com Instituto Hidrográfico reforça segurança na navegação Prevista produção de cartografia hidrográfica dos Portos de Setúbal e de Sesimbra A Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS) assinou na passada semana um contrato de cooperação com o Instituto Hidrográfico, que vai permitir “o aumento da segurança na navegação, garantindo a acessibilidade marítima e a salvaguarda do ambiente”. Em comunicado, a administração portuária explica que o acordo, firmado na passada quarta-feira, 6, prevê a “produção de cartografia hidrográfica dos Portos de Setúbal e de Sesimbra”. “Os objectivos definidos incluem as especificações de intercâmbio nas actividades de informação técnica e científica, a partilha de informação hidrográfica, a actualização da cartografia náutica, o acesso a cartografia digital e assessoria técnica”. O contrato de cooperação “enquadra-se no âmbito da estratégia de desenvolvimento da APSS, apostando na inovação tecnológica dos Portos de Setúbal e de Sesimbra, designadamente no desenvolvimento de soluções tecnológicas e operacionais para assegurar a melhoria, de forma ambientalmente sustentada, das actividades nas duas plataformas portuárias e nos seus acessos e zonas de manobra, potenciando o seu crescimento“.
CONGRESSO PORTUGUÊS DE CARDIOPNEUMOLOGIA
Estudo de equipa do São Bernardo eleito o mais original A equipa de cardiopneumologistas do Hospital de São Bernardo e dois profissionais do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e do Hospital Garcia de Orta (Almada) foram distinguidos no 27.º Congresso Português de Cardiopneumologia com o 1.º prémio de Trabalho Original. Os profissionais do Centro Hospi-
talar de Setúbal, que desempenham funções no Serviço Geral de Urgência e no Serviço de Cardiologia do Hospitalar de São Bernardo, apresentaram um trabalho científico sobre os “Critérios Electrocardiográficos em Tromboembolismo Pulmonar Agudo”. Considerado o mais original, o estudo, desenvolvido por Joana Lobo
(Coimbra), Alexandra Gonçalves, Andreia Grade, Catarina Santos, Helena Almeida, Sara Ratinho, Vanessa Gomes (Almada), Cristina Carradas, Filipe Seixo e Vítor Augusto, arrecadou um prémio de 300 euros. Realizado entre os dias 25 e 27 de Março no Hotel MH Atlântico, em Peniche, o congresso “reuniu profissionais
vindos de todo o território nacional e restante espaço europeu, para partilha de conhecimento e experiências”. No evento, o “Hospital de São Bernardo foi representado por cardiopneumologistas, através da apresentação de trabalhos científicos, sob a forma de casos clínicos em posters e estudos originais”.
Acordo garante a acessibilidade marítima e a salvaguarda do ambiente
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Entrevista a João Reis Ribeiro, autor de ‘500 Palavras’ p10 e 11 BREVES AZEITÃO
Recolha de sangue na sede do CCDBA
SÃO SEBASTIÃO
O Centro Cultural e Desportivo de Brejos de Azeitão acolhe esta quinta-feira, entre as 14h30 e as 19 horas, uma acção de recolha de sangue, promovida pela Associação de Dadores Benévolos de Sangue de Setúbal. Além de diariamente serem necessários entre 700 e mil unidades de sangue para satisfazer as necessidades hospitalares, a associação pretende ajudar a Ucrânia com alguns componentes sanguíneos.
Comunidade junta-se para celebrar "intensamente" DIAS 18 E 19 Domingo de Rua da Escola Ramos Preparatória condicionada
A comunidade conseguiu voltar a juntar-se em São Sebastião para celebrar “intensamente” o Domingo de Ramos e “recordar a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém”. Depois de dois anos em que a pandemia de covid-19 condicionou as celebrações, a população encontrou-se este ano de novo no átrio da Igreja da Boa Hora e caminhou em procissão até à Igreja de São Sebastião. Engalanados com “ramos de palmeiras e raminhos com flores de palma, oliveira, rosmaninho e alecrim, colhidos pelos agrupamentos de escuteiros 59 e 1 117”, os presentes executaram o curto percurso mas com grande significado para si. Presente esteve também o “jumentinho”, conforme descrito no Evangelho, que fez a alegria das crianças da catequese. Com o burro “Júlio” foi possível simular a caminhada de Jesus e o seu acolhimento na cidade de Jerusalém. Já os mais novos levaram consigo, além do ramo, um lencinho branco, cor que simboliza a paz. Enquanto caminhavam para a Igreja, os presentes entoavam cânticos ao Cristo Rei da Glória. A celebração antecedeu a entrada na “Semana Santa”, na qual os cristãos “revivem a paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo”.
A realização de operações relacionadas com a execução de um furo de captação de água no Azeitão Bacalhôa Parque obriga ao encerramento ao trânsito automóvel de um troço da Rua da Escola Preparatória, em Vila Nogueira de Azeitão. A interdição acontece nos dias 18 e 19 de Abril, entre as 08 e as 18 horas.
CONSERVATÓRIO
Professores em concerto para pais e filhos Os professores do Conservatório Regional de Setúbal promoveram, no passado sábado, um concerto didáctico no Fórum Municipal Luísa Todi, destinado a pais e filhos. O espectáculo teve por base a obra "Histórias de Cantar", da escritora Margarida Fonseca Santos, “contada ao público através de um vídeo, enquanto o palco recebeu uma actuação ao vivo com vários instrumentos musicais”.
Marchas Populares de Setúbal, uma marca a preservar
Q
uando cumpri o serviço militar, na instrução, aprendi a marchar, marcha militar, cadenciada por um ritmo a uma só voz. Aprendi, orgulhosamente, a marchar, não por mim, mas por Portugal, pelo povo português. Mas nem só de marchas militares se faz a história. A nossa tradição, a nossa cultura, ensinou-nos a apreciar outras formas de marchar ou de ver marchar; é o caso das Marchas Populares, tradição portuguesa associada aos festejos dos Santos Populares, e que naturalmente tem o seu auge em junho, quando saem à rua. É assim que acontece em Setúbal. Acontece ou acontecia? Pergunto porque assistimos, ano após ano, a um decréscimo do número de coletividades a inscrever-se para participar nos desfiles. Hoje sabemos que a edição de 2022 terá 5 marchas a concurso, um mínimo histórico, pela negativa, um número que deveria deixar o responsável pela cultura do executivo municipal setubalense verdadeiramente preocupado. Cada vez são menos os que marcham, são menos os que orgulhosamente e com aquele toque bairrista que nos caracteriza, desfilam com as cores da sua coletividade. Poderíamos dizer que é o resultado de mudanças sociais, dos gostos das novas gerações, mas, se assim fosse, não assistiríamos a um crescente interesse por esta tradição noutros concelhos, onde a maioria dos marchantes são jovens motivados e entusiastas. Se queremos que o Concurso das
OPINIÃO Nuno Cruz Marchas Populares seja um verdadeiro ancoradouro da vontade de fazer das Marchas uma centralidade do desenvolvimento da cultura popular setubalense, temos de olhar com seriedade para o evento. Podemos atribuir a responsabilidade à pandemia, maldita pandemia que está gasta de tanto ser utilizada como desculpa. Curiosamente, aqui bem perto, no concelho de Lisboa, acontece que desde o mês de janeiro as coletividades estão a trabalhar nas suas marchas, conhecem as regras do Concurso, foram informadas dos moldes com que se deviam orientar, foram informadas sobre o apoio financeiro de 30 mil euros a cada uma delas. Sim, 30 mil euros. Por cada quilómetro que percorremos na EN10 a caminho de Lisboa, o apoio que cada coletividade recebe equivale a mais 400 euros. Nós, por cá, continuamos a acreditar que as coletividades fazem milagres com 14 mil euros (verba atribuída este ano a
cada uma, excecionalmente). E realmente fazem! Porque a ginástica e a dedicação empregues traduzem-se em resultados fabulosos na rua. Há que analisar de forma séria e rigorosa o que se passa em Setúbal, um concelho onde ainda há bem poucos anos teve de se impor a limitação da participação de coletividades, deixando algumas de fora, porque haviam muitas inscrições e não havia condições de apoio a todas elas, e agora esperamos e desesperamos para que um número mínimo se inscreva. Na minha vida aprendi que se não acreditas, não moves mundos para que algo aconteça, e temo que seja este o verdadeiro problema das Marchas em Setúbal. Não vemos neste executivo, e em especial no atual Vereador da Cultura, a paixão que esta tradição, com raízes fortes em Setúbal, merece. Apoios financeiros que não crescem, uma gritante ausência de resposta às questões levantadas pelas coletividades, um arrastar da calendarização para colocar esta grande máquina em funcionamento, enfim, uma falta de consciência cultural setubalense para perceber que Setúbal e as suas gentes, gostam de marchar. Está na sua génese. No Partido Socialista tudo faremos, de acordo com o que está ao nosso alcance, para que Setúbal volte a ser, hoje e sempre, uma cidade de Marchas Populares! Vereador do PS na Câmara de Setúbal
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Setúbal JOÃO REIS RIBEIRO AUTOR DE ‘500 PALAVRAS’
“Não faço crítica literária, chamo a atenção de que é preciso ler para conhecer o mundo” Por ocasião da publicação da centésima crónica ‘500 Palavras’, o autor João Reis Ribeiro partilha como tem sido a experiência e faz um retrato da produção literária na cidade Inês Antunes Malta (Texto) Mário Romão (Fotografia) Desde Março de 2020, João Reis Ribeiro publica, às quartas-feiras, a crónica ‘500 Palavras’ no jornal O SETUBALENSE, um espaço onde partilha livros que leu, de que gostou ou que considerou particularmente interessantes, sobre os mais variados temas. Chega esta semana ao centésimo registo, marco que assinala com um conjunto de reflexões sobre o acto de ler e o universo do livro no seu todo (página ao lado). Professor de Português no ensino secundário, João Reis Ribeiro é membro de associações locais como a Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, Casa da Poesia de Setúbal e Associação Cultural Sebastião da Gama e autor de diversas obras publicadas. Responsável pela edição completa e anotada do “Diário” de Sebastião da Gama, em 2011, colabora na imprensa desde 1976 em jornais de Viana do Castelo, Caminha, Lisboa e Setúbal. Como surgiu a ideia para publicação da crónica ‘500 Palavras’? Um dia, Francisco Rito, director de O SETUBALENSE, lançou-me o desafio - “quando quiser colaborar, temos o jornal ao dispor”. Na altura, nem disse que sim nem que não, ficou apenas a ideia. Com o início da pandemia, tempo de mais isolamento, a leitura foi um recurso eficaz. Como sempre gostei de partilhar ideias sobre livros, contactei o Francisco e propus-lhe
escrever uma crónica sobre um livro de três em três semanas. Não fui capaz de cumprir tal prazo, logo que saiu a primeira, enviei-lhe a segunda e assim sucessivamente. Desde aí até hoje, falhou uma semana por causa do calendário dos feriados e estamos já nas cem crónicas semanais sobre um livro, num tempo que vem desde Março de 2020. Nem eu pensava nesta longevidade. De que forma deve ser apresentada esta crónica? Simples: é uma crónica sobre um livro lido. Um livro de que tenha gostado ou que considere interessante. Não escrevo sobre livros de que não gosto. Não é uma crítica literária, é mais um registo de leitura, uma nota de apresentação, em que ressalte o prazer de o ter lido ou o interesse que a obra possa
Talvez devesse existir uma bolsa de apoio à edição e publicação local, partilhada por várias instituições
ter, uma chamada de atenção para algumas ideias ou apenas para o facto de ser preciso ler para conhecermos o mundo. A que critérios obedece a escolha dos livros? O gosto pessoal ou a necessidade e oportunidade do momento. Evito deixar-me dominar por um tema, porque as nossas leituras devem ser diversas, desde o assunto local ou de um autor próximo até à obra de um autor consagrado, sobre temas e géneros diversificados, de autores portugueses ou estrangeiros. Enfim, a diversidade da vida e da biblioteca! Como decorre o processo de escrita destas crónicas? Normalmente, são escritas dois ou três dias antes de as enviar para o jornal, nem sempre quando acabo de ler o livro. Por vezes, entre a conclusão da leitura do livro e a escrita da crónica, passam alguns dias, mas as anotações e os sublinhados que vou semeando pelos livros ajudam a relembrar sensações de leitura e ideias. Em muito poucos casos, retomei coisas que já tinha escrito há muito tempo sobre uma ou outra obra, afinal uma forma de reler ou de voltar a sentir o prazer de ter lido aquele autor. Frequentemente, ultrapasso os limites do texto e, depois, vou podando o que pode estar a mais, um bom exercício de simplificação. Quando escolhi o título ‘500 Palavras’ foi para me impor limite no espaço do jornal, muito embora sejam sempre mais do que isso, e propositadamente não trouxe a palavra ‘livro’ para título, porque queria falar de livros assim como
quem conta uma história. E que significado tem ter contado até aqui estas cem histórias? Não imaginava chegar lá tão rapidamente, duvidava da continuidade, porque podia o tema ser considerado supérfluo num jornal local. Afinal, a cultura raramente surge nos jornais locais para lá do serviço de agenda a anunciar, porque, depois, nem relato há do acontecido, salvo raras excepções. E, então, no que diz respeito a livros normalmente é mesmo só a agenda das apresentações e nada mais. Compreende-se, porque ler exige tempo e disponibilidade e, por vezes, o espaço é curto e há outras
As obras que se vão publicando em Setúbal são sobretudo de história local e poesia
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Mercado Caramelo com regresso em grande no Pinhal Novo p18
Centésima crónica - Dos livros Não escrevo sobre livros de que não gosto
áreas de interesse mais geral, mas é bom que haja esta porta aberta. Continuarei, enquanto o tempo me permitir e o jornal o queira. Tem recebido feedback? Pouco, mas já tenho sido surpreendido. Ainda há tempos, encontrei um amigo que já não via há dois ou três anos e me disse: “João, vejo-te todas as semanas! Leio o que escreves n'O SETUBALENSE". É interessante ver que há pessoas que vão ler sobre livros, seja qual for a razão, e que se tornam fiéis. Como, depois, os textos estão disponíveis na Internet e nas redes sociais, lá se vai vendo um ou outro comentário. Normalmente, as pessoas não comentam muito sobre o que
lêem sobre livros, a não ser que conheçam o livro de que se fala. Que retrato faz da produção literária, e também da crítica literária, na cidade? As obras que se vão publicando em Setúbal têm estado relacionadas sobretudo com história local e com poesia. É verdade que também temos autores setubalenses que publicam na área do pensamento e da filosofia ou na área do romance, mas ligados a editoras de projecção nacional. Em termos de publicações locais, o movimento associativo e as autarquias têm proporcionado bons estudos de história local e simpáticas obras de projecção e de divulgação regional, abrangendo diversas épocas ou aspectos, e têm surgido muitos títulos de poesia, normalmente em edição de autor. Nota-se também que há esforço na realização de eventos públicos de apresentação destas obras, embora o seu público seja normalmente restrito. Talvez falte, depois, uma forma continuada de divulgação e venda, pois, por vezes, torna-se difícil adquirir obras para lá do momento da apresentação pública. Tenho a ideia de que há muita gente a investigar sobre Setúbal, em número superior ao que é publicado. Talvez devesse existir uma bolsa de apoio à edição e publicação local, partilhada por várias instituições. Mas o importante, verdadeiramente, é que se leia e que se fale sobre o que se aprende e descobre, e, quanto a isso, tem sido interessante o trabalho feito por diversos agentes, como a Biblioteca Municipal, a livraria independente Culsete, as dinâmicas partilhadas em grupos de leitores, os debates e leituras sobre livros e autores na Casa da Cultura, os encontros da Casa da Poesia, o contributo de algumas escolas com projectos de leitura e de escrita. Felizmente, Setúbal tem tido boas referências neste campo, onde também temos a noção de que se deve continuar a trabalhar e a partilhar, porque ler é mesmo uma incrível janela sobre a identidade e sobre a humanidade.
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e livros, e do que deles fica, se tem falado por aqui. Na centésima crónica, algumas justificações para a leitura e para os livros. Diversificadas, mas sempre com o prazer da leitura e do livro em fundo, por alguns dos que escrevem. Afonso Cruz: “Os livros são seres pacientes. Imóveis nas suas prateleiras, com uma espantosa resignação, podem esperar décadas ou séculos por um leitor.” - “O vício dos livros” (2021). Alice Brito: “Pode-se frequentar um livro, um verso, uma página. Há livros que têm melhor vida que outros. Em carícias, sublinhados, empréstimos, conversas e paráfrases. Há livros que têm mesmo uma vidinha de lordes. Emprestam imaginários, personagens e vistas largas. São referidos, referenciados, estudados com deleite. São lidos por muitos olhos. À noite, de dia, às escâncaras ou clandestinamente. É a vida. Também há alguns que não valem nem o papel que gastam. Só dizem parvoíces.” - “As mulheres da Fonte Nova” (2012). Aquilino Ribeiro: “Para uma criança, livraria que ela possa revolver e folhear à vontade é divertida como um presépio e mais instrutiva que uma escola. Frontispícios, gravuras, cul-de-lampes, vinhetas, que curso de humanidades!” - em “Anatole France” (1923). Dulce Maria Cardoso: "Os livros oferecem-se sem escolha a todos os que os quiserem ler. E, se redimem, fazem-no de forma tão caótica e tão insondável que ninguém poderá ter nisso qualquer esperança. Talvez os livros escrevam direito por linhas tortas. Como Deus." - na antologia “O Prazer da Leitura” (2011). Eduardo Lourenço: “O relacionamento com os livros – que vem de todos os livros que a gente lê quando é jovem – torna-os bocados de nós próprios. São as tábuas privadas das nossas leis. As escritas e as não escritas.” - em entrevista a Carlos Vaz Marques, em “Os escritores (também) têm coisas a dizer” (2013). Eugénio Lisboa: “Quando um livro nos impressiona e marca profundamente, a seguir a ele, nenhum outro livro nos parece apetecível.” - “Vamos ler - Um cânone para o leitor relutante” (2021). João Bigotte Chorão: “Os livros podem fazer um erudito, mas é duvidoso que tornem civilizado quem o não seja.” - “Diário 2000-2015” (2017).
500 PALAVRAS João Reis Ribeiro
Algumas justificações para a leitura e para os livros. Diversificadas, mas sempre com o prazer da leitura em fundo, por alguns dos que escrevem
José Régio: “Como eu gosto, espapaçado na cadeira, de olhar os meus livros alinhados na estante! São como soldados em fila. E às vezes, caem sobre mim, esmagando-me de visões. Não vejo quase nada. As frases saem-me aos solavancos.” - “Páginas do diário íntimo” (1994). José Tolentino Mendonça: “Em tantos momentos da história, os livros foram (e são!) remos para guiar a jangada.” - “O que é amar um país - O poder da esperança” (2020). Maria Judite de Carvalho: “Quem não lê não sabe o que perde. Os livros são os nossos melhores amigos, é uma frase feita mas é uma frase certa. Amigos que nos ajudam, que nos acompanham, que nos enriquecem com o seu saber, que nos dão momentos agradáveis de fuga ao quotidiano ou momentos pouco agradáveis mas necessários de chamamento à pedra da vida.” - “Diários de Emília Bravo” (2018). Rita Ferro: “Livros são bússolas que me guiam nos momentos sem Deus, substitutos de um misticismo que não me foi destinado, ou que a vida, com os anos, foi dissolvendo.” - “Veneza pode esperar - Diário 1” (2014). Serafim Ferreira: “O livro será o melhor instrumento para decifrar todos os códigos e desvendar os paraísos artificiais (ou não) que pela eternidade hão de alimentar a aventura do homem.” - “Olhar de Editor” (1999). Valter Hugo Mãe: “Nenhum livro se faz sem essa rendição à maravilha em detrimento da verdade.” - “Contra Mim” (2020).
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Palmela
MOÇÃO APROVADA
Câmara exige já mais médicos de família e enfermeiros para pleno funcionamento das unidades de saúde DR
Mais de 11 mil não têm clínico. Álvaro Amaro diz que o Governo, agora em maioria, tem de cumprir com o que promete
Governo deve rever incentivos aos profissionais de saúde
Mário Rui Sobral O problema “é endémico”, diz a Câmara Municipal de Palmela que exige ao Ministério da Saúde “a colocação urgente de médicos de família, enfermeiros e administrativos” para o pleno funcionamento de todas as unidades de cuidados de saúde primários no concelho. Mais de 11 mil utentes, de um total de 67 955 inscritos, não têm clínico. A moção foi aprovada pelo executivo autárquico, por unanimidade, na reunião de quarta-feira passada. E Álvaro Balseiro Amaro, presidente da Câmara de Palmela, reforça que é chegado o momento de o Governo resolver de vez a questão. “É agora ou nunca! O Presidente da República disse que os portugueses escolheram uma maioria e um primeiro-ministro. Agora, há todas as condições para fazerem aquilo que tem de ser feito. O concelho de Palmela começa a ficar saturado de continuar a ser preterido nesta matéria”, afirma o autarca. “O Ministério da Saúde e o Governo têm agora caminho livre para fazer à sua maneira e aquilo que prometeram aos portugueses têm de cumprir. São necessários mais médicos, mais enfermeiros. Quando não existem, têm de ter capacidade para os contratar, independentemente do tipo de contrato. Adquiram serviços, façam o que entenderem. Mas, as populações do concelho de Palmela não podem continuar nestas circunstâncias”, dispara. Na moção, é feita a radiografia ao estado da saúde no concelho. “De acordo com os últimos dados disponibilizados pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Arrábida, referentes a 2021, dos 67 955 utentes inscritos no concelho de Palmela
gistou no último CENSOS – é verificada “uma dificuldade nunca antes sentida na marcação de consultas e atendimento, acentuando a já débil cobertura de cuidados de saúde”, lembra a autarquia, no documento.
Os idosos são uma das franjas da sociedade que mais necessita de recorrer aos cuidados de saúde primários
17,6% não têm médico de família, número médio que engloba realidades tão díspares como o pleno da USF Pinhal Saúde ou, em sentido inverso, a ausência de médicos em Brejos do Assa. Em Poceirão 38,2% dos utentes não têm médico atribuído, em Quin-
ta do Anjo 35,7%, e no Pinhal Novo (Avenida Zeca Afonso) 27,5%.” Em Olhos de Água, o centro de saúde “parece ter sido definitivamente encerrado”, “em Poceirão, Águas de Moura ou Venda do Alcaide os postos funcionam apenas alguns dias
por semana”, em Brejos do Assa a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo ainda não fez “o contrato de arrendamento do edifício com o novo proprietário”, e em Quinta do Anjo – a freguesia que maior crescimento populacional re-
Competências “Transferência é apenas de encargos para os municípios” Álvaro Amaro deixa ainda duras críticas à transferência de competências do Governo, nesta área, para os municípios. E desmistifica que essa descentralização transporte para as autarquias a possibilidade de resolver aqueles que são os verdadeiros problemas sentidos pelas populações ao nível dos cuidados de saúde. “Fala-se muito da
transferência de competências da saúde para os municípios. Não é transferência de competência nenhuma. É uma transferência de encargos para tomarmos conta de instalações que precisam de obras, de assistentes operacionais para a limpeza, para pagarmos as despesas de funcionamento e cuidarmos dos espaços verdes, para tomarmos conta de viaturas com uma média
de quilometragem de 380 mil, para os profissionais de saúde se poderem deslocar no concelho”, esclarece. “Isto não dá poder nenhum aos municípios para inverter aquilo que as pessoas querem, que é médicos, enfermeiros e as extensões de saúde a funcionar. E isso não vai estar nas mãos das autarquias”, acentuou o presidente da Câmara de Palmela, a finalizar.
Para Álvaro Amaro a situação já dura há tempo demasiado. “Isto são muitos anos e não pode continuar assim. A moção faz o retrato das dificuldades actuais do concelho. Esta é uma responsabilidade do Poder Central. Continuamos sistematicamente com problemas destes e agora agravam-se numa das freguesias que foi a que mais cresceu. Exigimos respostas concretas, que apoiem, incentivem, atraiam profissionais de saúde para este sector e que coloquem também todo o pessoal necessário para se ter todas as extensões de saúde abertas, a funcionar, sem incidentes”, frisa o edil. O problema, adianta, não se resolve só com a construção de mais instalações. “O Governo que reflicta sobre aquilo que leva os médicos a preferirem carreiras no sector privado. É porque há um conjunto de factores que não estão a ser considerados nos incentivos que têm de ser dados a estes profissionais. O Estado investe na formação e depois deixa fugir os seus quadros para o privado. Alguma coisa está aqui menos bem regulamentada”, aponta. E, a terminar, Álvaro Amaro debruça-se sobre a falta de técnicos administrativos e o problema da marcação de consultas, entre outros, para deixar uma crítica implícita a uma medida que tem estado a ser implementada um pouco por todo o País – os balcões SNS 24. “A solução não é passar isso para respostas digitais e para as juntas de freguesia”, conclui. A moção aprovada pelo executivo municipal foi enviada ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro e à ministra da Saúde, aos grupos parlamentares, à ARSLVT, ao ACES Arrábida, aos órgãos autárquicos do concelho, ao Fórum Intermunicipal da Saúde e às comissões de utentes do concelho.
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Ensemble Património Musical Vivo dá concerto pela Ucrânia no Cine-Teatro
O Cine-Teatro São João, em Palmela, vai receber na próxima sexta-feira o espectáculo “Nova Música Portuguesa para Saxofone e Orquestra”. O concerto tem início às 21h30 e é apresentado pelo Ensemble “Património Musical Vivo”. Em palco, dirigidos
pelo maestro Jan Wierzba, vão estar os músicos João Pedro Silva (saxofone), Daniel Bernardes (piano) e Milla Franco (voz). O Ensemble “Património Musical Vivo” vai apresentar “música em estreia absoluta de Daniel Bernardes, Jorge Salgueiro e
PROTECÇÃO CIVIL
VENDA DO ALCAIDE E QUINTA DO ANJO
Palmela opõe-se à passagem dos bombeiros da região para a Área Metropolitana de Lisboa
Três obras adjudicadas por quase meio milhão de euros
DR
Autarquia repudia a extinção do CDOS de Setúbal e defende a continuidade das 17 corporações na península Mário Rui Sobral A lei orgânica da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) que determina a extinção do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal já mereceu o repúdio da Câmara Municipal de Palmela. A posição da autarquia foi assumida numa moção, aprovada por unanimidade, na última quarta-feira. No documento, a edilidade manifesta discordância “face à implementação do modelo territorial previsto na lei orgânica da ANEPC e à consequente extinção do CDOS de Setúbal, com a integração dos 17 corpos de bombeiros da Península no Comando sub-regional da Área Metropolitana de Lisboa”. A Câmara Municipal exige “um olhar atento sobre as necessidades e especificidades da Península de Setúbal e das suas corporações de bombeiros, que lutam por maior sustentabilidade e melhores condições para o desempenho da sua acção benévola e, na maior parte das vezes, voluntária”, lê-se na moção, que deixa um apelo à tutela. “Sugerir que, face ao pedido já entregue pelo Governo português à União Europeia, com vista à criação da NUT II Península de Setúbal, a região possa ser tida em consideração, desde já, no desenho da estrutura operacional da ANEPC, através da criação de um Comando sub-regional da Península de Setúbal (evitando um processo penalizador, que poderá ter condições para ser revertido em poucos anos).” Ao mesmo tempo, solicita que a administração central clarifique a sua posição “no que respeita ao interesse na cedência de um terreno
Os bombeiros da região vão passar a estar sob o comando da AML em Carnaxide
em Aires para a construção de novas instalações para o Comando Distrital de Operações de Socorro de Setúbal (ou futuro Comando sub-regional)”. Ao abrigo da referida lei orgânica de 2019, “os 17 corpos de bombeiros da Península de Setúbal serão integrados no Comando sub-regional da Área Metropolitana de Lisboa, instalado na sede da ANEPC, em Carnaxide, enquanto os oito corpos do sul do distrito serão integrados no Comando sub-regional do Alentejo Litoral e no Comando Regional do Alentejo”, lembra a autarquia, que critica a medida.
Distrito volta a ser penalizado por integrar a AML
“O Distrito de Setúbal volta a ser penalizado por fazer parte da Área Metropolitana de Lisboa e, apesar de já ter dado entrada, em Bruxelas, o pedido do Governo português para a criação de uma nova NUTS II Península de Setúbal, o território não poderá esperar pela sua implementação para reverter este novo desenho da protecção civil e segurança na região”, considera. Até porque, defende o município, existem nuances nesta região que devem ser tidas em conta. “A densidade populacional, a presença de alguns dos principais polos industriais e nós rodoviários e ferroviários do País, um dos núme-
Lino Guerreiro”, revela a Câmara Municipal de Palmela, que apoia a realização do evento. As entradas no espectáculo “é feita mediante bilhete donativo a favor da Cruz Vermelha Portuguesa, no âmbito do apelo de emergência pela Ucrânia”, lembra a autarquia.
ros mais elevados de ocorrências, a nível nacional, e a existência de bens naturais de grande relevo, como o Estuário do Sado e a Arrábida, merecem uma atenção especial e dedicada, que só um comando de proximidade pode garantir.” A autarquia recorda que a Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal “já se manifestou contra a integração das corporações da Península de Setúbal no Comando sub-regional da AML”, por considerar que a decisão “causará enormes constrangimentos na gestão operacional”. E, a concluir, o município salienta que a situação está a dificultar o planeamento a curto prazo em matéria de protecção civil. “Sem que haja uma data anunciada para o encerramento efectivo do CDOS de Setúbal e transferência de comando, a situação verificada na região é preocupante e de grande instabilidade, num contexto de pandemia e preparação da próxima época de incêndios, entre tantos outros desafios.” A autarquia decidiu remeter a moção ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro e ao ministro da Administração Interna, bem como à secretária de Estado da Protecção Civil e grupos parlamentares, entre várias entidades.
Criação e renovação de espaços de jogo e recreio e construção de estacionamento vão avançar A Câmara Municipal de Palmela adjudicou três empreitadas em duas localidades do concelho pelo valor global de 469 mil e 107 euros. A remodelação e beneficiação do Jardim Ferreira da Costa, em Venda do Alcaide, é a intervenção que representa o investimento de maior montante, anunciou a autarquia na passada quinta-feira. A obra foi adjudicada por 293.719€ e tem um prazo de execução de 150 dias. “Esta intervenção valorizará o jardim, bem como a ligação com o espaço envolvente, dotando-o de novas valências. Inclui a criação de um espaço de jogo e recreio, uma zona de ginásio de ar livre, zonas de estada, bem como percursos de utilização mista, pedonal e ciclável, tendo em conta os principais acessos e ligações do jardim”, explica o município. A intervenção engloba também “novas plantações, a manutenção das árvores existentes e a instalação de luminárias”.
Já adjudicada também, mas por 98.016€, está a construção de um novo parque de estacionamento em Quinta do Anjo, na Rua Manuel Caetano. Segundo a edilidade, o parqueamento vai ser construído “num lote devoluto adquirido pela autarquia, junto ao Mercado Municipal e à Estrada Nacional 379”. No local vão ser criados “20 lugares de estacionamento, um cicloparque e uma gare para autocarros, equipada com abrigo”. A obra é para estar concluída ao fim de dois meses e tem em vista “a melhoria da fluidez do tráfego, segurança e conforto dos peões e acesso ao comércio local”. Foi ainda adjudicada, por 77.372€, a renovação do espaço de jogo e recreio junto à “Casa do Povo”, também em Quinta do Anjo. A empreitada tem prazo de execução de 80 dias e engloba “a substituição do equipamento existente por um outro multifuncional para crianças entre os 3 e os 12 anos” bem como “a instalação de três equipamentos fitness do tipo multiestação e mobiliário urbano de estadia”. Além disso, a intervenção contempla ainda “a criação de zona verde de enquadramento, com plantação de arbustos e o melhoramento das acessibilidades, com a construção de um acesso rampeado”. DR
Quinta do Anjo vai beneficiar de novo parque de estacionamento
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Palmela PINHAL NOVO
Mercado Caramelo com regresso em grande depois de dois anos de interregno forçado FOTÓGRAFO
Organização prevê enchente de mais de 50 mil pessoas nos três dias do evento Luís Bandadas “O Mercado voltou”. A apresentação da edição de 2022 do Mercado Caramelo, após dois anos de ausência devido ao contexto pandémico, decorreu na tarde do passado domingo no Coreto do Largo José Maria do Santos perante uma vasta e inesperada audiência. Mais de duas centenas de pessoas marcaram presença no evento tiveram a oportunidade de provar uma amostra daquilo que é esperado no início de Maio. À disposição dos presentes um pouco de tudo, servido por alguns feirantes: vinho, bifanas, doces, pão e, claro, a Sopa Caramela, criaram o ambiente de um minimercado caramelo para aguçar apetites. Um mini que se irá tornar super, pois a organização garante neste regresso mais stands, mais restauração, mais vinhos, mais animação. Um pouco mais de tudo o que se viu nas edições passadas desde a sua primeira aparição em 2016. Divulgar a típica Sopa Caramela, a restante gastronomia regional e valorizar os produtos locais são os objectivos desta iniciativa. Com um orçamento de 130 mil euros, “Os Ferroviários” foi o tema escolhido para a edição deste ano que vai decorrer de 6 a 8 de Maio. Manuel Lagarto, da Confraria da Sopa Caramela, organizadora do evento em conjunto com a Junta de Freguesia de Pinhal Novo, mostrou-se optimista no regresso à normalidade. “Estamos com expectativas muito altas para a edição deste ano, até pela vontade que as pessoas têm de voltar a conviver neste tipo de iniciativas”. Em 2019, antes da pandemia, lembra, registou-se “uma adesão a rondar os 50 mil visitantes” ao longo dos três dias. “Agora, com mais espaços interiores e exteriores e com mais oferta em todos os aspectos penso que poderemos superar esse
O Largo José Maria dos Santos acolheu cerca de duas centenas de pessoas na apresentação do evento, que vai ter lugar de 6 a 8 de Maio
número e estamos preparados para receber todos aqueles que nos quiserem visitar”. Manuel Lagarto realça que este subir de patamar do Mercado Caramelo se deve à junção de muitas vontades. “Conseguimos a presença de quase todo o movimento cultural de Pinhal Novo, o artesanato, a restauração, produtores de vinho, queijo, pão e doces”. Todos marcam presença, reforça, “sem pagar pelo seu espaço de exposição”. “Todo o dinheiro que
façam com a venda dos seus produtos reverte inteiramente para eles, achamos que é a melhor maneira de ajudarmos na promoção daquilo que é feito na nossa terra”. Paralelamente, acrescenta, também há mais gente trabalhar com a organização. “Este ano conseguimos a colaboração de mais 25 pessoas e isso faz toda a diferença”.
Desafio e novidades
De forma a ter uma recriação o mais real possível, Manuel Lagarto desafia
a população a juntar-se a este “regresso” ao passado com um gesto simples e singelo. “Gostaríamos de ver uma decoração adequada à época nas varandas e janelas da vila e o comércio local a trajar à moda antiga”. Nesta edição de 2022, a estrutura do Mercado de Caramelo tem, como sempre, o seu epicentro no Largo José Maria do Santos que ganhou uma maior capacidade de agilização com o desaparecimento do lago. No interior, agora mais amplo, e na sua periferia,
De 1875 a 2022 As origens de um pólo de dinamização da vila pinhalnovense O primeiro mercado realizado em Pinhal Novo, antecessor do actual mercado mensal, teve a sua origem a 9 de Maio de 1875, de acordo com informação manuscrita deixada pelo Padre Theodoro de Souza Rego, primeiro capelão da Capela de São José em Pinhal Novo, onde exerceu funções entre 1874 e 1894. Desde então, aproveitando a sua localização de excelência,
Pinhal Novo foi criando as condições necessárias para que o mercado se tornasse um importante pólo de dinamização económica, social e cultural da localidade e da região, estatuto que ainda hoje mantém e que a freguesia acarinha. O mercado teve importância significativa para a comunidade local pois permitiu que as pessoas pudessem adquirir
ferramentas, utensílios para a lavoura, bem como artigos de uso pessoal sem que tivesse de efectuar deslocações a outras localidades, já que passavam a ter uma oferta como até então não havia. Com a inauguração do museu ferroviário na antiga estação e dada a importância do comboio também os ferroviários assumem as suas tradições no Mercado Caramelo.
serão montados dezenas de stands de gastronomia, artesanato, dois espaços de exposição de máquinas agrícolas e automóveis, e ainda uma área de feira franca para diversão a pensar nos mais pequenos, mas sem as tradicionais rulotes de comida, porque, esclarece Manuel Lagarto, é ponto de honra que “toda a oferta gastronómica esteja concentrada nas tabernas e tascas no Largo José Maria dos Santos”. “Aqui vamos ter o pão com chouriço, as farturas e os gelados”. No campo das novidades, destaque para o casamento caramelo e para a exposição de animais com a ovelha saloia e demonstrações de ordenha e tosquia manual. Carlos Jorge de Almeida, presidente da Junta de Freguesia de Pinhal Novo, revelou os ingredientes da receita de um Mercado Caramelo que traz ao de cima “a cultura e a forma de estar” locais. “Voltámos àquilo que é o Pinhal Novo”, sublinhou Álvaro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, na sua alocução. “Esta é uma festa para todos, os pinhalnovenses de origem e os de adopção”, concluiu o autarca.
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Alcoolémia regressam a casa e sobem ao palco do Fórum Cultural p23 DR
NO PRÓXIMO SÁBADO
Grupo de 12 preparado para queimar o Judas como manda a tradição Ritual volta a realizar-se em formato presencial. No final haverá convívio e espectáculo de fogo-de-artifício A tradição vai voltar a ser o que era. Depois dos dois anos de interregno devido aos condicionalismos impostos pela pandemia de covid-19, a Queima do Judas regressa este ano às ruas do centro histórico de Palmela. O ritual, agendado para as 21h30 do próximo sábado, vai decorrer “nos moldes tradicionais com a participação de 12 grupos”, revelou a Câmara Municipal. O itinerário está definido e no final haverá fogo-de-artifício. De acordo com a autarquia, o percurso “inicia-se com o Bardoada - Grupo do Sarrafo, passando por Largo dos Loureiros
(Sociedade Filarmónica Palmelense 'Loureiros'), Largo do Município (Grupo de Teatro As Avozinhas/Associação FIAR), Praça Duque de Palmela (Associação Escoteiros de Portugal - Grupo 40), e Largo D. Afonso Henriques (ATA - Acção Teatral Artimanha)”. Ruma depois em direcção “ao Largo D. João I (Associação de Idosos de Palmela)”, para prosseguir em direcção ao “Largo do Mercado (Associação Teatro Sem Dono)”. Passa ainda pelo “entroncamento entre a Rua Hermenegildo Capelo e a Rua Heliodoro Salgado (Moto Clube de Palmela)” e pelos largos “do Marquês de Pombal (Associação Juvenil INdiferentes), Passo da Formiga (Sociedade Filarmónica Humanitária) e S. João (Associação Teatro da Vila)”. Neste último local haverá “um momento de convívio, com serviço de bar assegurado pelo Grupo Coral 'Ausentes do Alentejo' e um espectáculo final de fogo-de-artifício, com o
apoio da Associação dos Bombeiros Voluntários de Palmela”. Organizada pela Câmara Municipal de Palmela, em parceria com os grupos de teatro e o movimento associativo do concelho, a realização da Queima do Judas foi recuperada em Palmela há quase três décadas. “Este é um ritual de origens pagãs, ligado à celebração do equinócio da Primavera e ao início de um novo ciclo de vida, recuperado em 1995, no âmbito do Programa Municipal do Teatro”, recorda o município, que espera uma boa adesão popular. “Todos os anos envolve centenas de participantes, num percurso pelas ruas do centro histórico de Palmela, no Sábado de Aleluia (antes do Domingo de Páscoa). Passados 27 anos, esta iniciativa não só se manteve no calendário cultural do concelho, como registou uma cada vez maior adesão, quer de grupos participantes quer de público”, salienta a autarquia, a finalizar.
EMPRESAS
EAD entre os finalistas da 4.ª edição dos prémios Heróis PME Empresa de Arquivo de Documentação de Palmela é a única nomeada do distrito de Setúbal
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A EAD - Empresa de Arquivo de Documentação de Palmela foi seleccionada como uma das finalistas da 4.ª edição dos Prémios Heróis PME , uma iniciativa que premeia os melhores projectos de inovação e empreendedorismo no nosso país. A empresa é a única nomeada do Distrito de Setúbal. A Yunit Consulting, consultora nacional especializada em pequenas e médias empresas, anunciou os finalistas da 4.ª edição dos Prémios Heróis PME nas categorias Heróis PME, Sustentabilidade e Transformação Digital. Esta edição, “a mais concorrida de sempre”, teve como objectivo, de acordo com os seus promotores, “premiar a visão, a coragem e a capacidade de inovação das PME portuguesas que ultrapassam as adversidades e inspiram outros empresários a dar o salto”. O grande vencedor será conhecido numa gala a realizar a 25 de Maio. Na categoria de Heróis PME, para além, da EAD, os nomeados são: a cadeia de ginásios Fitness UP, a empresa têxtil ForTeams Lab, o restaurante
Ingrediente Magnético - D'Bacalhau, a produtora de sistemas de automatização Motorline Electrocelos, S.A., o portal de literacia financeira Doutor Finanças, o gestor de restaurantes Marques, Lda., a tecnológica Yelco, a consultora de desenvolvimento sustentável Sair da Casca, e a Campilusa, empresa que actua no comércio de autocaravanas e acessórios. “Nesta edição superámos o recorde de candidaturas recebidas e ficámos a conhecer PME com óptimas histórias de superação e capacidade de inovação nas três categorias. Para apurar os finalistas tivemos por base o nível de heroísmo, o impacto social e a capacidade inspiracional, condições fundamentais para prosperar nos vários sectores e ultrapassar estas dificuldades acrescidas pela pandemia”, afirmou Bernardo Maciel, CEO da Yunit Consulting. Porto, Lisboa e Braga foram os distritos com mais candidatos. No total são sete os distritos representados: Lisboa com 5 nomeações; Braga, 4; Aveiro 3 e Coimbra, Porto, Santarém e Setúbal com 1. Entre os sectores de actividade, os serviços destacam-se com 7 nomeações, seguidos da indústria com 3, comércio e restauração 2, tecnologias de informação e outros com 1 nomeação cada. Lançada em 2016, esta iniciativa da Yunit Consulting tem vindo a divulgar e premiar as melhores histórias de inovação e empreendedorismo em Portugal.
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Seixal
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CORROIOS
Parque Metropolitano da Biodiversidade na Verdizela será o segundo maior na área da Grande Lisboa
48 ANOS DA REVOLUÇÃO
Fogo-de-artifício na Baía, música e inaugurações comemoram 25 de Abril no concelho Humberto Lameiras O Parque Urbano da Quinta das Laranjeiras, em Fernão Ferro, vai ser inaugurado a 30 de Abril. Trata-se de um novo espaço verde construído pela Câmara do Seixal, entre a Avenida 25 de Abril e as ruas Ernestino Costa e Charlie Chaplin. A reconversão desta área inclui uma praça central, zonas de estadia com mesas e bancos, bebedouros, equipamentos infantis e desportivos e percursos pedonais. No mesmo dia, é inaugurado o Jardim de Infância de Paio Pires, da Escola Básica da mesma freguesia. É também uma obra assumida pela autarquia que vai servir a rede pública de educação do pré-escolar. Tem três salas e refeitório a funcionar tanto para o jardim de infância como para a escola básica. São inaugurações enquadradas nas comemorações da Revolução de 25 de Abril de 1974 que, este ano, no concelho têm como lema “Viver Abril no Seixal - Com igualdade de direitos e paz, fascismo nunca mais!”. Para esta comemoração estão programadas diversas actividades a decorrerem durante este mês e, evidencia o presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos: “o Seixal ce-
lebra o 48.º aniversário da Revolução de 25 de Abril de 1974, e recorda o dia mais importante da história recente do País; o dia em que foi derrubado o regime fascista, que ditou o fim da guerra colonial, a libertação desses povos irmãos, a conquista da democracia e da liberdade”. E frisa ainda: “Estes foram direitos e garantias conquistados pelo Movimento das Forças Armadas e pelos portugueses que resistiram à ditadura e lutaram, ao longo de 48 anos, contra o fascismo”. O Seixal celebra assim Abril com um conjunto de iniciativas culturais, desportivas, sociais e também alusivas à paz, como a reunião do Movimento Municípios pela Paz e a inauguração da exposição de “Cartazes sobre a Bomba Atómica da Mayors for Peace”, que abriu a 8 de Abril, nos Serviços Centrais da Câmara Municipal do Seixal. Destaque também para a exposição “A Maior Flor do Mundo” que vai estar patente ao público até 14 de Maio no átrio da Biblioteca Municipal do Seixal, onde ainda se inaugura as “Comemorações do Centenário de José Saramago”. A música também vai marcar as comemorações, com o próximo concerto dos Alcoolémia no palco do Fórum Cultural do Seixal, dia 21, com a banda de Amora a apresentar o seu
mais recente álbum. No dia 30 é para se ouvir jazz, no Dia Internacional do Jazz, com Carmen Souza a apresentar o espectáculo The Silver Messengers – Homenagem a Horace Silver. É também com música que se vai entrar na noite de 24. Trata-se do espectáculo “Cumprir a Revolução – Agir Canta Abril”, no Parque da Quinta dos Franceses, a partir das 22h00, com o músico e compositor Agir acompanhado pelos seus convidados. À meia-noite, com a entrada do dia 25 de Abril, sobre a Baía haverá fogo-de-artifício ao som de “Grândola, Vila Morena”. Após o espectáculo pirotécnico, às 0h30, o palco é de Julinho KSD para animar as gerações mais jovens pela madrugada dentro. Na manhã do dia 25 realiza-se a 36.ª Estafeta que vai cruzar as ruas de Arrentela. Às 9h30, tem início a Saudação ao Poder Local Democrático, nos Serviços Centrais da Câmara Municipal do Seixal, seguida da Homenagem ao 25 de Abril, na Praça 1.º de Maio, no Seixal. Será ainda colocada a Bandeira da Liberdade de Homenagem ao 25 de Abril na Rotunda da Quinta de Santa Rita (junto ao RioSul Shopping), na Torre da Marinha, e é inaugurado o Centro Náutico de Amora, às 11h30 horas, na zona ribeirinha da freguesia.
Primeira fase terá 7 hectares, mas o projecto final vai abranger 400 hectares para lazer e conhecimento ambiental Humberto Lameiras O Parque Metropolitano da Biodiversidade, na Verdizela, que, segundo o vereador do Ambiente do concelho do Seixal, Bruno Santos, será o “segundo maior da Área Metropolitana de Lisboa”, está com a primeira fase em implantação. São 7 hectares de um espaço que, quando concluído, “terá cerca de 400 hectares”. Situado na freguesia de Corroios, este grande espaço verde é dedicado à prática desportiva e recreativa, tendo ainda a função de transmitir conhecimento. “É um espaço privilegiado para usufruto da população, permitindo diversas funções e terá também um Centro de Interpretação
Ambiental, onde serão explicadas as diversas espécies verdes aqui existentes”, avança Bruno Santos. Será assim uma “zona tranquila e de contacto com a natureza”, perto das praias de Almada, com “estreita relação com a vizinha Mata da Quinta da Apostiça, com as suas lagoas, flora e outros interesses naturais”. Em termos de estrutura, o parque será dotado com percursos para caminhadas, jogging e passeios de bicicleta, fazendo ligação à Rede de Trilhos de Interpretação Ambiental do município do Seixal. Segundo a autarquia, este grande espaço verde terá “parque das merendas, iluminação, Espaço de Educação Ambiental destinado a servir de apoio aos utentes do parque e da Rede de Trilhos, e uma componente de educação, divulgação e observação da natureza e biodiversidade que pretende ser um marco na promoção de conceitos para o futuro, ao nível da ecologia e da protecção ambiental”. A isto acrescenta que “todo o parque será acessível a pessoas com mobilidade reduzida”. A construção da 1.ª fase do parque constitui um investimento municipal superior a 547 mil euros. DR
O Centro de Interpretação Ambiental será uma das infra-estruturas do parque
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Teatromosca leva “Odeio a minha irmã” ao palco do Cinema São Vicente
O Cinema São Vicente, na Aldeia de Paio Pires, vai ter em palco no domingo 24 de Abril, às 11h00, o espectáculo do Teatromosca, de Sintra, “Odeio a minha irmã”. Durante 40 minutos, vai ouvir-se a voz da irmã mais velha e uma outra em que o protagonismo
é entregue à mais nova. São dois monólogos: “Eu Não Gosto da Minha Irmã” e “Eu Quero Ser a Mais Velha!”. Momentos contrastantes, que passam pelo humor e uma linguagem muito inventiva, que traçam os retratos de duas personalidades fortes.
No entendimento de uma, o papel de irmã mais velha nem sempre é fácil. Por seu lado, a irmã mais nova reclama que nunca é levada a sério... “Eu odeio-a”, afirmam as duas, mas o público compreende: “eu amo-a”.
ECONOMIA LOCAL
Autarquia e associação de comércio vão avançar com Bairro Comercial Digital em Amora DR
Estão previstas várias medidas para agilizar a relação entre público e comércio e desmaterializar processos
A população foi ouvida para dar conta das suas necessidades e propostas
bairro, instalação de redes wi-fi, a colocação de quiosques digitais para clientes e aplicações digitais para os clientes. É ainda considerada a integração de sistemas de experiência de realidade aumentada, desenvolvimento tecnológicos e manutenção da
plataforma de entregas assim como instalação de sistemas de pagamento digitais de estacionamento. Estas algumas das medidas previstas para a área proposta para a criação do Bairro Comercial Digital, na freguesia de Amora. Entretanto, até 11 de Abril, esteve a decorrer um
inquérito à população para apurar quais as maiores dificuldades que se colocam aos consumidores, e ainda para receber sugestões. Os dados recolhidos serão tratados “única e exclusivamente pelo município, no âmbito do projecto Bairro Comercial Digital”, assegura a autarquia.
NOVO ÁLBUM ESTE ANO
Alcoolémia regressam a casa e sobem ao palco do Fórum Cultural A banda Alcoolémia foi formada em Amora e está de volta ao concelho a 21 de Abril para subir ao palco do Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal, às 21h30. “No ano em que esta banda do concelho do Seixal comemora 30 anos de carreira, é com imensa satisfação que os recebemos de volta a casa, no Auditório Municipal, para a estreia da apresentação, ao vivo, do seu novo disco, num concerto que, certamente, será memorável”, comenta
Conversas sobre saúde continuam a 28 de Abril Entre as 15h00 e as 17h00, para o público em geral, vão ser focadas matérias sobre como viver saudável
Humberto Lameiras Para a freguesia de Amora está a caminho de ser criado o projecto Bairro Comercial Digital, o qual pretende ser “mais uma linha de acção para consolidar o município enquanto território inteligente”, avança a autarquia. A ideia partiu da Câmara do Seixal, conjuntamente com a Junta de Freguesia de Amora e a Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal, e vai passar por candidatura da Câmara Municipal ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito do aviso “Bairros Comerciais Digitais”; um programa que visa acelerar a digitalização do comércio e serviços, com vista à activação dos canais de comércio online, desmaterializando os processos com fornecedores e clientes. Entre as soluções apontadas através do Bairro Comercial Digital, estão a reabilitação urbanística do
WEBINAR
o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos. Constituída em 1992, a banda Alcoolémia é formada por Jorge Miranda, na voz, Manelito, na guitarra, Pedro Guer-
reiro, no baixo, João Miranda, na guitarra solo, e Hugo Fernandes, na bateria. Depois de três anos nos palcos, é em 1995 com o tema “Não sei se mereço” que chegam ao grande público e con-
quistam notoriedade. No ano seguinte, editam o single “Para Quê Sonhar?” e entraram definitivamente na lista das principais referências do rock em Portugal, ao lado de bandas como os Xutos & Pontapés, GNR e UHF. Somam-se os sucessos com os álbuns Não Há Tretas (1997), Até Onde (1998), Alcoolémia (2007), Palma da Mão (2014) e Alcoolémia XXV Anos (2018). Este ano, a banda lança o novo disco de originais, Já Não Há Gente Boa.
O ciclo Conversas com a Saúde vai continuar a 28 de Abril com mais um webinar que colocará em destaque a importância da adopção de estilos de vida saudáveis, a prevenção e o acesso aos cuidados de saúde. O terceiro webinar, moderado por Mirieme Ferreira, coordenadora do Gabinete Seixal Saudável da Câmara Municipal, tem como temas centrais o aprofundamento dos conceitos de literacia em saúde e de estilos de vida saudáveis e a promoção do conhecimento de projectos e respostas nesses domínios, sem esquecer a questão fundamental da prevenção. Entre as 15h00 e as 17h00, e destinados ao público em geral, vão ser focadas matérias como o Dia Mundial da Saúde, que foi assinalado a 7 de Abril, no âmbito de “O Nosso Planeta, a Nossa Saúde”, tema que terá como preletora Celeste Gonçalves, médica de saúde pública. Em debate vai estar também o “Rastreio do Cancro da Mama – Uma Aposta na Prevenção”, a ser apresentado por Nuno Marques, coordenador adjunto da Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Sul. Segue-se o tema “Via Verde Saúde – Promover a Equidade em Saúde”, explicado por Alexandra Fernandes, coordenadora da resposta Via Verde Saúde – Seixal. Por último vai estar em foco o “Programa Diabetes em Movimento no Município do Seixal”, a ser abordado por Ricardo Silva, coordenador local do Programa Diabetes em Movimento no Município do Seixal – Unidade de Saúde Familiar da Torre da Marinha do Agrupamento de Centros de Saúde de Almada-Seixal e Jorge Canhoto, Gabinete de Projectos Desportivos da Câmara Municipal do Seixal. Inscrições para participar estão abertas até 26 de Abril através de preenchimento de formulário. H.L.
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Seixal CRISE ENERGÉTICA
Siderúrgica Megasa voltou ao trabalho nas unidades do Seixal e Maia OPINIÃO Francisco Ramalho
Raros exemplos de tolerância e pluralismo
N
estes difíceis tempos de pandemia, com a guerra de volta à Europa e que, por via dela, quase se impõe um discurso único, quem ouse dizer o óbvio; que ela não começou agora, tem graves antecedentes e não tem apenas um único culpado como se tenta fazer crer, é ostracizado, criticado, até apontado como apoiante de um dos contendores. Neste contexto de falta de isenção e pluralismo da quase generalidade da comunicação social, incluindo a pública, realce-se, porque é justo fazê-lo, o programa da Antena1, “Radicais Livres”. Aliás, reconhecido pela Sociedade Portuguesa de Autores com o Prémio de Melhor Programa de Rádio de 2021. A ideia, segundo se disse agora no início da sua 3.ª fase, moderado por Maria Flor Pedroso, foi de Jaime Nogueira Pinto. No início, foi moderado por Luís Marinho, tendo como opositores o já citado professor, historiador, analista, e homem de direita, Jaime Nogueira Pinto, e o também muito conhecido jornalista comunista, melómano, radialista e organizador da Festa do Avante, Rúben de Carvalho. Após a sua morte, foi substituído pelo seu camarada de profissão e de partido, Pedro Tadeu. Desde o início, dois homens com posições político-ideológicas diametralmente opostas, mas que se respeitavam e respeitam, e do confronto das suas ideias, muito beneficiam os ouvintes. Portanto, a isenção e o contraditório, são fundamentais para uma sociedade esclarecida. Logo, para a democracia. A não ser assim e, desde há muito que entre nós, é pouco. Muitíssimo menos agora, repito, devido a esta guerra.
Partidos como o PCP ou o PEV, quase não são ouvidos. O mesmo acontece com a organização vocacionada para estes assuntos, o Conselho Português para a Paz e Cooperação. Também várias personalidades que, em relação a diversos aspetos de ordem militar ou de sanções económicas, culturais e desportivos, não alinham com o discurso único e omnipresente da generalidade dos media. Alguns exemplos: o histórico socialista Alfredo Barroso, a historiadora Raquel Varela, Miguel Sousa Tavares e militares de alta patente, como os tenentes-generais Carlos Branco e Raul Cunha, o coronel Matos Gomes e outros militares e civis, haverão. De âmbito nacional, além do programa referido ou órgão de comunicação social, desconheço. De âmbito regional, além de O SETUBALENSE, poderá não ser o único, mas o que conheço mesmo, é este. Portanto, também um exemplo. Uma montra da região, das suas autarquias, independentemente da cor política, assim como os diversos colaborardes/opinadores. A guerra, é sempre um assunto muito sério e grave. Claro que a desmesurada e parcial divulgação com que esta é tratada, tem a ver com os beligerantes em presença; por um lado a Ucrânia e os seus apoiantes, os EUA seus aliados e a NATO. Por outro, a Rússia. Os media dominantes, estão do lado dos primeiros. Honra seja feita aos “não alinhados”. A imparcialidade e pluralidade de opiniões, é fundamental para uma opinião publica esclarecida e para a paz. Ex-bancário
DR
Agravamento da crise energética e de preços provocado pela guerra, levaram a Megasa a suspender actividade em Março A Megasa, dona da Siderurgia Nacional, já voltou ao trabalho tanto na sua unidade do Seixal como em Maia, depois de ter paralisado parte das suas actividades, devido ao aumento dos custos de energia, segundo fonte sindical. No Seixal, a empresa retomou actividade em 26 de Março, com os normais três turnos. De acordo com a mesma fonte, a norte (Maia) a paragem durou pouco mais de uma semana, tendo voltado a laborar a 19 de Março. Os trabalhadores, que durante a paragem gozaram férias ou foram colocados em outras funções para manterem o salário, já regressaram ao trabalho, referiu. A Lusa contactou a Megasa que não fez qualquer comentário oficial sobre este assunto. A 11 de Março a empresa decidiu suspender actividade nas fábricas do Seixal e da Maia devido ao aumento dos preços da electricidade, da qual é o principal consumidor em Portugal. Num comunicado, a dona da Siderurgia Nacional referiu na altura que "o agravamento da crise energética
Durante a aparagem os trabalhadores gozaram férias ou foram para outras funções
provocada pela guerra e o consequente aumento radical dos preços de electricidade e de gás natural levaram a Megasa a suspender actividade nas fábricas do Seixal e da Maia". Na altura, precisou que a paragem afectava “a totalidade da actividade produtiva na Maia e a produção de aço no Seixal, sendo que nesta fábrica” se manteve em funcionamento a laminagem, utilizando o 'stock' existente. Questionado pela Lusa nessa altura, o grupo explicou que "decidiu antecipar a paragem anual que costuma fazer durante o Verão”, e os trabalhadores estavam “a gozar período de férias” e, por isso, não se encontravam em 'lay-off'". Na mesma nota, o grupo referiu que "a paragem aconteceu no passado 05 de Março, com o contexto internacional a tornar economica-
mente inviável a produção das duas unidades. Ainda assim, "consciente da preocupação manifestada já pelo Governo português e pela Comissão Europeia, a Megasa propôs ao primeiro-ministro a adopção de medidas extraordinárias na contratação de energia, nomeadamente através da colocação de energia adquirida pelo Comercializador de Último Recurso (CUR) a produtores em regime especial (PRE) aos consumidores" que usam electricidade intensivamente. "Com o apoio das instituições nacionais e europeias e recorrendo a mecanismos como o proposto, a Megasa considera ser possível manter a sua actividade, que representa 700 empregos directos, 3 500 indirectos e uma exportação equivalente a mil milhões de euros anuais", disse também na altura. ALYN / Lusa
CASO REMONTA A MAIO DE 2021
Jovens condenadas a frequentar programa de competências sociais por 'bullying' As duas alunas de uma escola no Seixal, que fizeram 'bullying' sobre um colega, acabando este por ser atropelado, foram condenadas a realizar sessões de treino de competências sociais e pessoais, segundo fonte ligada ao processo. De acordo com o advogado de uma das alunas, Paulo Edson Cunha, trata-se de uma sentença homologatória de acordo entre as partes. O Juízo de Família e Menores do Tribunal do Seixal decidiu pela medida referente ao artigo 15.º da Lei Tu-
telar Educativa que determina a frequência de programas formativos em várias áreas, neste caso de aquisição de competências pessoais e sociais. A jovem que agrediu vai ter de cumprir o tratamento durante dois anos enquanto para a colega que filmou a cena o prazo é de um ano. O programa é ministrado pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. O caso remonta a Maio de 2021 e ficou conhecido com a divulgação de um vídeo nas redes sociais em que
se via um grupo de alunas a agredir um rapaz e a persegui-lo, levando-o a atravessar a Estrada Nacional (EN) 10-2 e a ser atropelado por uma viatura que circulava nesta via. Os jovens eram alunos da Escola Básica Dr. António Augusto Louro, na Arrentela, no Seixal. A Lei Tutelar Educativa aplica-se a todo o jovem com idades compreendidas entre os 12 e os 16 anos, que pratique um facto qualificado pela lei como crime e apresente necessidades de educação para o direito. GC / Lusa
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NUNO JORGE DE JESUS LOURENÇO MIRA Dia 12 de Abril faz 4 anos que nos deixas-te. Tive que aprender a viver sem ti. Só o Amor cura a dor da saudade que tenho de ti. Descansa em Paz meu querido filho
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----- Para efeitos de publicação que, por escritura de Justificação, lavrada em seis de Abril de dois mil e vinte e dois, de folhas sessenta e nove a folhas setenta verso do Livro de Notas Trezentos e Trinta e Dois-A, no meu Cartório Notarial, sito na Rua Galileu Saúde Correia, número nove-e, Pragal, em Almada:-------------------------------------------------------- JOÃO DE LIMA ALVES, e mulher MARIA NAZARÉ ALVES, residentes na Estrada Florestal, nº 157, Costa da Caparica, Almada, intitularam-se donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano em alvenaria coberto a telha, composto de r/ chão, com quatro divisões, cozinha, casa de banho, corredor e marquise, afeto a habitação e anexo para garagem, com área bruta dependente de doze e meio metros quadrados, com a área total do terreno de cento e cinco metros quadrados, sendo a área de implantação do edifício de noventa e dois vírgula cinco metros quadrados, sito na Estrada Florestal, número cento e cinquenta e sete, freguesia de Costa da Caparica, concelho de Almada, confrontando de norte com número cento e cinquenta e três, sul com números cento e cinquenta e sete e cento e cinquenta e nove, nascente com Estrada Florestal cento e cinquenta e três C - lote trinta e seis traseiras e poente com Vivenda da Neta número um, inscrito na respectiva matriz em ora justificante, varão, sob o artigo 5034, que teve origem no artigo 3737 da união das freguesias de Charneca de Caparica e Sobreda, constando da respetiva caderneta predial que o artigo 2468 proveio do artigo 6613 da freguesia da Caparica, não descrito na Segunda Conservatória do Registo Predial de Almada.--------- Que cerca de um ano, antes do seu casamento, em Abril do ano de mil novecentos e setenta e dois, por conta da quota disponível e com dispensa de colação, foi doada ào justificante, varão, uma parcela de terreno para construção com a área de cento e cinco metros quadrados, por seus pais, José Alves e Custódia Luíza de Lima, casados sob o regime da comunhão geral, residentes na Costa da Caparica, havendo estes primeiros antepossuidores adquirido a mesma dos seus pais e sogros, respetivamente, segundos antepossuidores, José Alves Monteiro e Maria Luíza de Lima, casados que foram sob o regime da comunhão geral e residentes na Costa da Caparica, Almada.--------------------------- Que por essa data iniciaram a construção da sua habitação própria, que ocuparam após o seu casamento, em catorze de abril de mil novecentos e setenta e dois. ----------------------- Que desde esta data têm vindo a possuir o mesmo prédio urbano em nome próprio, pacifica e publicamente, sem interrupção, de boa fé, com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, tendo procedido à sua manutenção e ao pagamento dos impostos devidos, pelo que já decorreram mais de vinte anos e se verificam as condições para que· o direito de propriedade deste prédio urbano seja adquirido por usucapião, para fins de estabelecimento de registo na competente Conservatória. ----------------------------------------------------------------------------- É certificado que fiz extrair e está conforme o original.----------------------------------------- Almada, aos seis de Abril de dois mil e vinte e dois.-------------------------------------------A Notária, Conta registada sob o nº 672
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Desporto
DR
BREVES SEXTA-FEIRA
Futebol Formação debatido no Fórum Luísa Todi
Filipe Moreira só pensa em festejar com a equipa no duelo de sábado, no Bonfim, com a Oliveirense
FILIPE MOREIRA MANTÉM ACESO O SONHO DA SUBIDA
Vitorianos estão convictos de que “campeonato ainda não acabou” “Temos um ponto, mas numa jornada em que ganhemos e haja um empate, subimos na tabela”, diz o treinador Ricardo Lopes Pereira A derrota sofrida sábado, por 2-1, no reduto do União de Leiria complicou sobremaneira as contas do Vitória FC na luta pela subida à II Liga. Apesar de a equipa estar na última posição da série 2 (fase de subida) da Liga 3, com a apenas um ponto em três jornadas, o plantel liderado por Filipe Moreira continua a não abdicar do sonho da promoção ao segundo escalão do futebol nacional. A afirmação foi proferida pelo treinador dos sadinos logo após o desaire registado no fim-de-semana no Estádio Dr. Magalhães Pessoa. “O cam-
peonato ainda não acabou. Também temos as nossas pretensões. Temos um ponto, mas numa jornada em que ganhemos e haja um empate, subimos na tabela”, recordou já com o foco na recepção de sábado (17 horas) à Oliveirense. Numa altura em que o conjunto de Oliveira de Azeméis e o Sp. Braga B partilham a liderança da tabela, ambos com 5 pontos, os sadinos sabem que a partida do Estádio do Bonfim se reveste de grande importância. Quando entrar em campo, o Vitória já saberá o desfecho do outro duelo da 4.ª jornada entre o U. Leiria e o Braga B, que todos em Setúbal desejam que termine com uma igualdade. Em relação ao encontro entre leirienses e setubalenses, Filipe Moreira destacou o bom início dos seus pupilos que até se adiantaram no marcador, aos 16 minutos, numa grande penalidade convertida pelo avançado Zequinha. “Vínhamos com estratégia bem definida e o que de melhor nos podia ter acontecido era marcar pri-
meiro, foi o que aconteceu”, referiu, lamentando as contrariedades que se seguiram ao 1-0. “Não gosto de falar nisso, mas ser obrigado a mexer duas vezes na equipa mexeu no equilíbrio emocional e surgiu o empate”, disse em alusão às lesões dos defesas Ruca e Bruno Bernardo, que aos 22 e 35 minutos, foram, respectivamente, substituídos por Murilo e Bruno Almeida. Ruca (lesão na perna direita) e Bruno Bernardo (assistido no hospital devido a algumas fracturas no rosto) não vão poder dar o contributo à equipa no sábado. Ainda sobre o confronto na cidade do Lis, o timoneiro dos sadinos lamenta por uma perda de bola ter estado na origem da reviravolta do adversário. “Na segunda metade, senti que a equipa estava bem, mas num lançamento lateral a nosso favor, levámos o 2-1, praticamente na única situação de golo do adversário”, disse, considerando que a equipa “justificava ter tido sorte”.
A importância da formação desportiva, enquanto facto de desenvolvimento dos jovens atletas, foi na sexta-feira destacada no VII Seminário de Gestão do Desporto de Setúbal pelo presidente da autarquia, André Martins. “A formação desportiva em futebol, além de desenvolver um plano de formação com vista ao rendimento futuro dos atletas, é, também, e especialmente na sua base, um processo que favorece as trocas sociais, a melhoria das relações de comunicação e a convivialidade”.
Na condição de oradores, estiveram presentes na iniciativa realizada no Fórum Municipal Luísa Todi, que teve entre dirigentes, treinadores e professores e estudantes de desporto cerca de 250 inscritos, o ex-treinador do Vitória e actual vice-presidente e director técnico nacional da Federação Portuguesa de Futebol, José Couceiro, Carlos Chaby, coordenador geral da formação do Vitória, e representantes do futebol de formação do Benfica, FC Porto e Sporting.
NO PASSADO DOMINGO
Márcio Neves e Hanna de Sousa vencem Lidl Setúbal Triathlon 2022 Márcio Neves, do Peniche Amigos Clube (PAC), e Hanna de Sousa, do CNATRIL, venceram, este domingo, o Lidl Setúbal Triathlon 2022, competição de triatlo longo com segmentos de natação, ciclismo e corrida que teve 950 atletas inscritos. Depois de se ter classificado em segundo lugar em duas edições do triatlo longo setubalense, Márcio Neves conseguiu o mais alto lugar do pódio com o tempo de 03h46m53s. O triatleta do PAC assumiu a liderança desde o início, na prova e foi o primeiro a cortar a meta instalada na Avenida Luísa Todi, depois de concluir 700 metros de natação, 90 quilómetros de ciclismo e 21,1 de corrida. A prova de natação não cumpriu os 1,9 quilómetros inicialmente previstos devido ao forte nevoeiro que se fez sentir em Setúbal ao início da manhã e que obrigou a organização a encurtar a
distância deste segmento. Em femininos, Hanna de Sousa, do CNATRIL, com um tempo de 04h24m29s, também se estreou como vencedora na 6.ª edição do Lidl Setúbal Triathlon. Ana Filipa Santos, a título individual, com um registo de 04h27m17s, e Liliana Veríssimo, do OutSystems Olímpico de Oeiras, com 04h27m59s, completaram o pódio. Em masculinos, André Costa, do Marretas do Norte, com um tempo de 03h55m28s, e Luís Moleiro, do Triatlo de Torres de Novas, com 03h56m53s, foram 2.º e 3.º classificados, respectivamente. Por equipas, o triunfo na prova organização em conjunto pela HMS Sports e pela Câmara Municipal de Setúbal, coube à formação Marretas do Norte e em estafetas Mafalda Rosa, Ricardo Batista e Melanie Santos deram a vitória à Lidl Stars.
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Diogo Tavares é o novo treinador do Olímpico do Montijo
O Olímpico Montijo Futebol SAD já preencheu a vaga deixada em aberto com a saída do ex-treinador, Marco Bicho, para o Oriental Dragon. Diogo Tavares, de 34 anos, que já orientou o treino de segundafeira, foi escolhido para assumir o comando técnico da equipa de
futebol sénior, terceira classificada na 1.ª Divisão Distrital. Da equipa técnica fazem parte também Pedro Celestino, Alexandre Costa e Rúben Ventura. Para abraçar este novo projecto, Diogo Tavares teve que acertar a sua desvinculação do Amora Futebol Clube onde
CICLISMO
ANDEBOL
Ilda Pereira (Maiatos) venceu isolada prova da Taça de Portugal em Paio Pires
Naval Setubalense entra a ganhar mas Torrense perde no Algarve DR
Foi um dia em cheio com duas partidas de manhã das provas femininas e a partida à tarde dos cadetes masculinos José Pina O concelho do Seixal viveu no domingo um dia diferente do habitual, um dia que foi dedicado à prática do ciclismo que deu colorido e trouxe animação às estradas das zonas envolventes de Paio Pires, Torre da Marinha, Arrentela e Seixal. Na prova da Taça de Portugal Feminina, Ilda Pereira superiorizou-se à concorrência e concluiu isolada os 69,6 quilómetros que constituíam a prova em 2h03s37. Maaris Meier terminou em segundo lugar a 1m54s, seguida de Vera Vilaça (Velo Performance/ Campinense), com o mesmo tempo. Após esta prova Maaris Meier alarga a vantagem na liderança para 15 pontos sobre Vera Vilaça. Na categoria de sub-23, Beatriz Roxo (Rio Miera/Cantabria Deporte) bateu Sofia Gomes (Massi Tactic) e Rafaela Ramalho (Sicasal/Glassdrive), que ficaram em segundo e ter-
Ilda Pereira foi primeira a cortar a meta após os quase 70 quilómetros
ceiro lugar. Com este resultado, Sofia Gomes mantém-se na liderança da competição com mais 50 pontos do que Beatriz Roxo. Em juniores, a vitória foi de Laura Simão (5Quinas/Município de Albufeira), que completou os 55,8 quilómetros da prova em 1h40s30. Rafaela Silva (Extremosul/Hotel Alísios) foi segunda, e Maria Santos (Agência Avenida/ D'Helvetia) terceira classificada. Na categoria de cadetes Beatriz Guerra (Velo Performance/ Campinense) foi a vencedora batendo Ana
Marques (ACD Milharado / Mafra) e Cassilda Carvalho (Extremosul/Hotel Alísios), que ficaram na segunda e terceira posição. Nas categorias de veteranas, Nádia Mendes (Cantanhede Cycling) venceu em masters 30, Raquel Santos (CE Gonçalves/Azeitonense) em masters 40 e Leontina Palhas (Vertentability/CRG) em masters 50. João António (ACD Milharado / Mafra) triunfou a prova de apuramento para a Taça de Portugal de Cadetes Masculinos.
FUTEBOL FEMININO
Racing Power reforça estrutura com dirigente vindo do Famalicão A Federação Portuguesa de Futebol anunciou recentemente que atingiu o recorde de inscrições no futebol e futsal feminino e o Racing Power Football Club entende que “cada vez mais os clubes e dirigentes devem acompanhar a evolução dos treinadores e atletas” e considera que “as estruturas têm que se rodear de pessoas profissionais que levem o futebol feminino muito a sério”.
A Racing Power Football Club não é excepção e com o crescimento do projecto, que na próxima época vai ser alargado à formação com a criação de uma equipa B e outra de Sub-19, sente “a necessidade de ter pessoas que compreendam o futebol feminino como uma necessidade prioritária”. Neste sentido acaba de anunciar e entrada de um reforço para a sua
exercia as funções de treinador da equipa B (sénior). O novo treinador do Olímpico tem uma longa experiência no futebol como jogador tanto em Portugal como no estrangeiro, no nosso país os últimos clubes que representou foi o Pinhalnovense e Amora.
estrutura, trata-se de alguém que esteve alguns anos no Rio Ave e nos últimos três no Famalicão onde fez parte do nascimento, crescimento e solidificação do futebol feminino. “Manuel Graça abraça o projecto Racing Power Football Club como Director Desportivo durante a corrente época e no próximo ano será também coordenador do futebol de formação”. J.P.
O Clube Naval Setubalense entrou a ganhar na segunda fase do Campeonato Nacional da 3.ª Divisão. A jogar no seu pavilhão a equipa sadina não deu qualquer hipótese à formação alentejana, vencendo por margem bem dilatada (43-20). A vitória começou a ganhar forma logo de início e ao intervalo o marcador assinalava já 21-8. Na segunda parte a superioridade do Clube Naval Setubalense continuou a ser um facto e a vantagem foi evoluindo de forma significativa. A equipa sadina valeu pelo seu conjunto mas entre os seus jogadores há a destacar Ricardo Raposo pelos nove golos que marcou e ainda Francisco Fuzeta com oito e Gonçalo Palma com seis. Menos bem no arranque desta fase esteve o Torrense que foi derrotado por dois golos (35-33) na sua deslocação a Boliqueime, onde defrontou o CC Loulé.
A equipa da Torre da Marinha foi para o intervalo a vencer por 17-16 mas na segunda parte a equipa algarvia acabou por dar a volta ao marcador, saindo vencedora num jogo que decorreu sempre de forma bastante equilibrada. Os melhores marcadores do Torrense nesta partida foram: Marcelo Amaral com sete golos, Ruben Velasco e Frady Fernandes cada um com seis golos. Resultados da primeira jornada da segunda fase, na zona 3: Clube Naval Setubalense 43 Zona Azul 20; CC Loulé 35 Torrense 33; Estrela da Amadora 27 Oriental 20. A segunda jornada que se realiza no próximo sábado, dia 16 de Abril, engloba as seguintes partidas: Zona Azul – Oriental (17 horas), Torrense – Estrela da Amadora (18 horas) e Clube Naval Setubalense – CC Loulé (18h 30m).
J.P.
GINÁSTICA ACROBÁTICA
Sporting conquista 36 medalhas no Campeonato Nacional da 1.ª Divisão A Ginástica Acrobática do Sporting Clube de Portugal esteve em grande destaque no Pavilhão Municipal da Torre da Marinha, no Seixal, que recebeu no passado fim-de-semana o Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, numa organização da Federação de Ginástica de Portugal, em parceria com o clube leonino e também com o apoio da Câmara Municipal do Seixal e do Instituto Português do Desporto e Juventude. Os leões acabaram por ser os grandes dominadores da competição ao conquistarem 36 medalhas (23 de ouro, sete de prata e seis de bronze), a nível individual. Também por equipas foram os Leões a impor-se, arrecadando o primeiro lugar em juniores e em juniores elite.
Depois de no primeiro dia de competição ter acumulado 20 títulos nacionais, no segundo e último dia o emblema verde e branco teve o último par em prova e a resposta não podia ter sido melhor. Os juvenis Madalena Tomás e Guilherme Henrique sagraram-se Campeões Nacionais no seu escalão, na categoria de par misto e em todas as vertentes (dinâmico, equilíbrio e all-around), fechando com chave de ouro a prestação leonina, que reactivou a acrobática de competição nesta temporada. De registar que o Sporting Clube de Portugal esteve representado no campeonato por 28 ginastas, distribuídos por 12/pares/grupos, tendo todos terminado em pódios. J.P.
04:16 ~ 3.5 m ~ Preia-mar 10:22 ~ 0.5 m ~ Baixa-mar 16:36 ~ 3.3 m ~ Preia-mar 22:38 ~ 0.6 m ~ Baixa-mar
ALMADA
04:16 ~ 3.5 m ~ Preia-mar 10:22 ~ 0.6 m ~ Baixa-mar 16:36 ~ 3.4 m ~ Preia-mar 22:38 ~ 0.6 m ~ Baixa-mar
SESIMBRA
04:48 ~ 3.5 m ~ Preia-mar 10:52 ~ 0.5 m ~ Baixa-mar 17:07 ~ 3.4 m ~ Preia-mar 23:08 ~ 0.6 m ~ Baixa-mar
SINES
SETÚBAL TRÓIA
MARÉS
05:02 ~ 3.7 m ~ Preia-mar 10:53 ~ 0.5 m ~ Baixa-mar 17:21 ~ 3.6 m ~ Preia-mar 23:09 ~ 0.5 m ~ Baixa-mar
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