O Setubalense, o seu diário da região nº 892 dia 19 de Julho de 2022

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O SEU DIÁRIO DA REGIÃO TERÇA-FEIRA, 19 DE JULHO DE 2022 PREÇO 0,80€ | N.º 892 | ANO V | 5.ª SÉRIE

DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO PUBLICIDADE

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"Se o PCP confiar em mim e ganhar, serei presidente da Câmara do Seixal"

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MÁRIO ROMÃO

Paulo Silva, vice-presidente da autarquia, em entrevista p12 e 13

Pais temem encerramento de ATL da Cáritas Diocesana em Setúbal p2 e 4 PALMELA Salvador Sobral nos 70 anos do Cine-Teatro S. João p6 TRANSPORTES Utentes contrariam Alsa Todi e denunciam 'mau serviço' p3

ARTES FIAR regressa às ruas da vila palmelense p7

VITÓRIA Semedo e Zequinha fulcrais no plantel p15 PUBLICIDADE


2 O SETUBALENSE 19 de Julho de 2022

Abertura

EQUIPAMENTO DE APOIO À INFÂNCIA ‘O COGUMELO’

Carta aberta ao presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal OPINIÃO Francisco Ramalho

Tempos difíceis

E

m contraponto ao que nos impingem incessantemente sobre a origem e objectivos da guerra na Ucrânia, li uma notável entrevista de Carlos Matos Gomes ao jornal A Voz do Operário, que circula na Internet, cuja leitura na íntegra, sugiro vivamente. “Este conflito apenas não foi evitado porque foi deliberadamente provocado (…) resulta da análise que os Estados Unidos fazem dos seus interesses estratégicos para manterem a supremacia do poder mundial, o que implica eliminar potências concorrentes, no caso a Rússia e a China”. “A Ucrânia é apenas o palco mais adequado ao conflito que opõe os EUA à Rússia e à China, uma barriga de aluguer. Aliás, o objectivo declarado dos EUA é o enfraquecimento da Rússia e a conclusão da cimeira da NATO de Madrid foi que a China é uma ameaça aos valores do “Ocidente”, aqui representados pela NATO, a aliança militar dos países de capitalismo avançado”. À pergunta ‘se é possível parar o conflito’: “... Do lado americano - e os americanos não costumam atender aos interesses dos seus aliados e vassalos, no caso a UE, ou o governo de Zelensky (veja-se o abandono dos aliados afegãos) - a administração Biden está interessada neste confronto em tempo de eleições”. “Também necessita de um bode expiatório para justificar as quedas das bolsas de valores (Wall Street) e o aumento do custo de vida. (…) Quer Stoltenberg, quer o seu patrão Biden, são populistas e conhecem o cenário em que os cidadãos dos Estados Unidos e da Europa vão viver e utilizaram os mais poderosos e insidiosos

instrumentos de manipulação da opinião pública – veja-se o guião de todas as grandes estações de televisão, dos jornais, das redes – para apresentarem o poder russo como responsável do mal que aí vem”. “A técnica é conhecida e recorrente... Sobre a entrada da Suécia e da Finlândia na NATO: “A entrada da Suécia e da Finlândia na NATO tem, para mim, um significado: Os intervenientes neste negócio são actores, para quem a moral, a ética, os ditos valores correspondem aos interesses de momento. (…) A questão curda é exemplar da ausência de valores de todos estes actores que se autodefinem como padrões de democracia, os curdos são párias, moeda de troca, como o são e foram os afegãos, os vietnamitas, os talibans, como serão os ucranianos…”. Sobre o mundo pós-guerra: “… um mundo de conflitos regionais, menos preocupado com questões ambientais e com direitos humanos. Uma Europa ainda menos importante e mais dependente de uma única fonte de poder, os Estados Unidos. Um mundo ainda mais desigual, com maior concentração de riqueza. Um mundo sem utopias, nem esperança, por isso mais agressivo. Era urgente uma utopia, uma luz que desse ânimo...”. Resumidamente, eis a posição sobre a matéria deste pensador, deste capitão de Abril. E, fruto da desertificação, das altas temperaturas e da incúria, incluindo a de sucessivos governos PS e PSD, aí temos os recorrentes e devastadores incêndios. Vivemos mesmo tempos difíceis! Mas, caro Matos Gomes, apesar de tudo, a utopia não morreu! Ex-bancário, Corroios

Em 2022, o Equipamento de Apoio à Infância ‘O Cogumelo’, resposta social da Cáritas Diocesana de Setúbal, completou 40 anos de existência. A resposta social do Centro de Actividades de Tempos Livres (CATL), a funcionar desde 1985, tem sido fundamental na sua componente de apoio às famílias, sobretudo, e de forma destacada, no acompanhamento que proporciona às crianças, durante a escolaridade básica do 1.º ciclo. Este projecto tem permitido que o percurso escolar seja bem-sucedido e complementado por actividades de reforço ao estudo e aquisição de métodos de trabalho. Além disso, as crianças encontram no "ATL" um espaço de brincadeira, convívio, jogos e actividades extracurriculares fundamentais ao seu desenvolvimento sociocultural global. No "ATL" estuda-se, brinca-se e cresce-se, aprendendo e descobrindo valores fundamentais ao exercício da cidadania, em conjunto com a compreensão e valorização dos conteúdos da mensagem cristã, na promoção do bem comum e do cuidado do outro. Em meados de Maio, a direcção

do equipamento ‘O Cogumelo’ informou os pais que, devido a incumprimento de contrato por parte da empresa TST (empresa que realizava o transporte das crianças dos equipamentos de infância da Cáritas, Sol e O Cogumelo, com contrato celebrado até final de Julho), o transporte de crianças seria assegurado por uma carrinha da própria instituição, habitualmente alocada a outra resposta social, com o acompanhamento das funcionárias do próprio "ATL". Esta situação decorre de forma regular e eficiente até final deste mês. No início de Abril, os pais foram informados de que o período de renovação decorreria até ao dia 13/05, e até ao dia 16/05 para novas inscrições. Em Julho foi marcada uma reunião com as famílias das crianças utentes do "ATL", para o dia 13, dirigida pelo presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal e com a presença da directora do equipamento. Na reunião, os pais deparam-se com o anúncio do encerramento de ‘O Cogumelo’, sem que nada o fizesse prever. Os argumentos utilizados para a tomada de decisão basearam-se na dificuldade em solucionar a questão DR

do transporte das crianças, alegando impossibilidades financeiras na aquisição de uma nova viatura, fundamental para a manutenção do serviço. Às famílias ficou o sentimento de que esta decisão foi tomada de forma unilateral por parte da direcção da Cáritas Diocesana de Setúbal, sem que fosse possível discutir com as colaboradoras e com as famílias soluções de viabilização do projecto. Não foram apresentadas quaisquer estratégias mobilizadas pelo presidente e pela direcção no sentido de resolver o problema. A posição por parte do presidente foi irredutível, fechada ao diálogo, autocrática e, na perspectiva das famílias, indiferente à impossibilidade de muitos pais conseguirem arranjar uma solução a curto prazo para os seus filhos, sujeitos a listas de espera e/ou valores incomportáveis apresentados por instituições privadas. Neste sentido, pais e crianças do "ATL" ‘O Cogumelo’ apelam à Caritas Diocesana de Setúbal que não ignore este problema, que não desista, que valorize o seu maior património, que são os colaboradores da instituição, na dedicação e amor que têm às crianças, que permita que este "ATL" continue a funcionar, para que seja um verdadeiro e completo projecto de apoio à família, como até à data.. O parque empresarial de Setúbal acolhe cada vez mais empresas, que além do desenvolvimento económico, contribuem para o desenvolvimento social do concelho, à luz de valores como a solidariedade e a cooperação. Se a aquisição de uma carrinha de transporte pode impedir o desfecho que se avizinha, poderá a Cáritas Diocesana de Setúbal investir o seu esforço na procura de uma parceria que viabilize a solução do problema? Cremos que sim, acreditamos que a Cáritas Diocesana de Setúbal, na pessoa do seu presidente, Domingos de Sousa, não irá ignorar este apelo fundamentado na alegria e nos sorrisos das crianças que ainda frequentam o "ATL". Os pais das crianças do CATL ‘O Cogumelo’


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Nova direcção do Lions Clube de Setúbal tomou posse

O Lions Clube Setúbal Sado realizou a tomada de posse da nova direcção no passado sábado, dia 16 de Julho, pelas 18 horas. A reunião, que se realizou na Casa da Baía, deu lugar à nova presidente CLa. Luísa Ribeiro, num acontecimento que

contou também com a presença do Governador do Distrito 115 Centro Sul, que assistiu à tomada de posse. O Lions Clube de Setúbal deixou a garantia que todos os elementos desta associação “mostraram a sua vontade de prestar um serviço de ajuda ao próximo”.

DR

TRANSPORTES CAUSAM INDIGNAÇÃO

Avarias constantes revoltam utilizadores da Alsa Todi DR

Autocarros que não passam e rotas desconhecidas deixam clientes enganados. Os próprios motoristas apelam a que se peça o livro de reclamações

CONQUISTA INTERNACIONAL

Adega de Pegões distinguida com o melhor vinho fortificado na Coreia do Sul

Tiago Jesus Ao contrário do que a Alsa Todi afirmou em exclusivo a O SETUBALENSE, um mês e vinte dias depois, o novo serviço da Carris Metropolitana continua a apresentar falhas. Quem o afirma são os próprios utilizadores da transportadora, que se mostram “enganados” e “revoltados” com vários falhas e avarias que parecem acontecer de forma constante, levando a que os próprios motoristas peçam para os clientes “fazerem reclamação”. A 12 de Julho a direcção da operadora falou pela primeira vez, onde garantiu que os constrangimentos iniciais estariam ultrapassados, através do “diálogo e formação”. Certo é que passado tanto tempo de funcionamento as queixas permanecem bastante activas, sendo os maiores prejudicados os seus utilizadores. O SETUBALENSE falou com alguns utilizadores desta operadora, que se mostraram muito insatisfeitos, principalmente com a carreira que liga Alcochete a Setúbal (1512), cujo funcionamento tem acontecido com vários problemas ao longo dos últimos dias. Entre “vergonhoso” e “revoltante” foram várias as formas de descrever a actuação da operadora, sendo que nenhum lhes teceu elogios. “É vergonhoso que isto aconteça, fico à espera durante horas e não vejo um único autocarro para Setúbal. Uns dias são avarias, outros são problemas técnicos, mas certo é que eu tenho que ir trabalhar e o autocarro

Constragimentos prejudicam correto funcionamento das carreiras

nunca passa de acordo com o que está no horário”, referiu José Batista, enquanto esperava pelo autocarro com direcção a Setúbal. Para além desse aspecto, um dos problemas apontados são os horários que estão em vigor, deixando os utilizadores bastante confusos. “Alguns motoristas dizem-me que andam de acordo com o antigo, outros dizem que é o novo horário, uma pessoa não consegue perceber, parece a confusão do acordo ortográfico a acontecer outra vez”, desabafou um estudante do Instituto Politécnico de Setúbal, que preferiu manter-se anónimo. Uma das críticas também apontadas são os percursos a fazer, com os utilizadores a afirmarem que por vezes nem os motoristas sabem qual o caminho. “No outro dia tive que estar a indicar ao motorista qual o caminho quando chegámos a Setúbal. Ele não entrou directamente para o Interface e andámos a passear pela cidade, tive que estar a dizer-lhe qual o caminho por onde ir”, afirmou a utilizadora Sandra Gomes.

Motoristas pedem que os utilizadores se queixem

Para além dos passageiros, os próprios motoristas agradecem que as pessoas se queixem, para que o serviço possa ser melhorado. “Eu agradeço que as pessoas peçam o Livro de Reclamações, é a única forma de alguma coisa ser alterada. Se os utilizadores não se queixarem dificilmente alguma coisa mudará”, confessou um dos funcionários da Alsa Todi, que prefere manter-se no anonimato. Contrariamente ao que acontece na ligação entre Alcochete e Setúbal, as carreiras para Lisboa parecem funcionar quase na perfeição. Várias pessoas que utilizam esta carreira foram questionadas por O SETUBALENSE, sendo que ninguém teve queixas a apresentar, confessando que tudo parece estar “às mil maravilhas”. O SETUBALENSE enviou algumas questões à Alsa Todi relativamente a estas queixas, que se mostrou disponível para responder, mas que até ao fecho desta edição não enviou as respostas.

O vinho Encostas da Arrábida Moscatel Roxo venceu o troféu no concurso internacional de vinhos Korea Wine Challenge A Adega de Pegões venceu mais um troféu no estrangeiro, desta feita na Coreia do Sul. O Vinho Encostas da Arrábida Moscatel Roxo foi eleito o melhor vinho fortificado presente no concurso internacional de vinhos Korea Wine Challenge, que decorreu em Seul, na Coreia do Sul. Com uma periocidade anual, este concurso é considerado como o maior e mais prestigiante concurso de vinhos que se realiza neste país. Esta foi

a segunda vez que a Adega de Pegões obteve uma importante distinção, uma vez que já havia ganho o prémio de melhor vinho tinto de Portugal em 2020, com o vinho Adega de Pegões Syrah. A empresa vinícola venceu ainda mais distinções neste concurso. Para além deste troféu, ganhou duas medalhas de ouro, com os vinhos Adega de Pegões Grande Reserva e Adega de Pegões Alicante Bouschet, uma de prata e três de Bronze, tornando-se numa das empresas de vinhos mais premiada. Com um total de 152 prémios nos seus vinhos, este ano de 2022 é o melhor ano de sempre para a Adega de Pegões. Entre as suas distinções destacam-se 15 de grande ouro ou troféus equivalentes, 73 de ouro, 47 de prata e 17 de bronze, demostrando o quão apreciados são os vinhos desta adega além-fronteiras.

RECTIFICAÇÃO

Saneamento dos Socorros Mútuos entre 1986 e 1997 Na notícia publicada ontem, sobre os 134 anos da Associação de Socorros Mútuos Setubalense, é referido que a recuperação financeira da instituição se iniciou em 1997, com o mandato de Fernando Paulino como presidente, quando o que este tinha declarado é que essa recuperação foi iniciada em 1986. O que as declarações de

Fernando Paulino referem é que nas suas direcções tem dado continuidade ao trabalho da direcção anterior a 1997 (liderada por David Martins, que dirigiu os Socorros Mútuos de 1986 a 1997 e que é, actualmente, presidente da Assembleia Geral da instituição). Por este lapso, pedimos desculpa aos visados e aos leitores.


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Setúbal

PADRE JOSÉ LOBATO DEIXA MENSAGEM

‘O COGUMELO’

Famílias contra encerramento do ATL apelam à Caritas Diocesana que “não desista” DR

Direcção garante que “nenhum dos cinco equipamentos vai fechar”, mas que é necessário “gerir as respostas sociais” Os pais das crianças que frequentam o Equipamento de Apoio à Infância ‘O Cogumelo’ dizem ter recebido com surpresa a notícia de que o Centro de Actividades de Tempos Livres, da Cáritas Diocesana de Setúbal, vai encerrar, apelando à direcção para “que não desista e que valorize o seu maior património, que são os colaboradores da instituição”. Em carta aberta (ver página 2) dirigida a Domingos Ferreira de Sousa, presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal, os pais explicam que “os argumentos utilizados para a tomada de decisão basearam-se na dificuldade em solucionar a questão do transporte das crianças, alegando impossibilidades financeiras na aquisição de uma nova viatura, fundamental para a manutenção do serviço”. “Em meados de Maio, a direcção informou os pais que, devido a incumprimento de contrato por parte da empresa TST, celebrado até final de Julho, o transporte de crianças seria assegurado por uma carrinha da própria instituição, habitualmente alocada a outra resposta social”, descrevem. A situação, acrescentam, “decorre de forma regular e eficiente até final deste mês”, sendo que “no início de Abril, os pais foram informados de que o período de renovação decorreria até 13 de Maio, e até 16 de Maio para novas inscrições”. Contudo, foi marcada para 13 de Julho “uma reunião com as famílias, dirigida pelo presidente da Cáritas Diocesana de Setúbal e com a presença da directora do equipamento”. “Na reunião, os pais deparam-se com o anúncio do encerramento, sem que nada o fizesse prever. Às famílias fi-

Diocese sadina celebra aniversário com Jornadas Mundiais da Juventude em mente

Resposta social "tem sido fundamental na componente de apoio às famílias"

cou o sentimento de que a decisão foi tomada de forma unilateral por parte da direcção, sem que fosse possível discutir com as colaboradoras e com as famílias soluções de viabilização do projecto”. Através do mesmo documento, os pais garantem não terem sido “apresentadas quaisquer estratégias no sentido de resolver o problema”. “A posição por parte do presidente foi irredutível, fechada ao diálogo, autocrática e, na perspectiva das famílias, indiferente à impossibilidade de muitos pais conseguirem arranjar uma solução a curto prazo para os filhos, sujeitos a listas de espera e/ou valores incomportáveis apresentados por instituições privadas”, descrevem.

Pais pedem solução, para que ATL continue a ser um verdadeiro e completo projecto de apoio à família

É também pela referida razão que os pais pedem à Cáritas Diocesana de Setúbal uma solução “que permita que este “ATL” continue a funcionar, para que seja um verdadeiro e completo projecto de apoio à família, como até à data”. “Se a aquisição de uma carrinha de transporte pode impedir o desfecho que se avizinha, poderá a Cáritas investir o seu esforço na procura de uma parceria que viabilize a solução do problema?”, questionam. “Acreditamos que a Cáritas Diocesana, na pessoa do presidente, Domingos de Sousa, não irá ignorar este apelo. A resposta social, a funcionar desde 1985, tem sido fundamental na componente de apoio às famílias, sobretudo, no acompanhamento que proporciona às crianças, durante a escolaridade básica do 1º ciclo”, salientam. A O SETUBALENSE, Domingos Ferreira de Sousa garantiu que “nenhum dos cinco equipamentos da Cáritas Diocesana de Setúbal vai fechar”. “Temos é de gerir as respostas sociais”, disse, remetendo mais esclarecimentos para quinta-feira. O SETUBALENSE tentou ainda, através do envio de um conjunto de questões via e-mail, obter reacção por parte da TST, não tendo obtido resposta até ao fecho desta edição.

Instituição assinalou 47 anos, em comemoração marcada pela ausência de Bispo diocesano A Diocese de Setúbal celebrou o seu 47.ª aniversário, com o padre José João Aires Lobato, Administrador Diocesano, a deixar uma mensagem no dia da comemoração, que aconteceu no passado sábado, dia 16 de Julho. José Aires Lobato enalteceu a importância das grandes preocupações pastorais, recordando uma mensagem que já havia deixado na Páscoa. “Não esquecemos as grandes preocupações pastorais que vêm acalentando o nosso ser e o nosso agir de Igreja diocesana, particularmente os jovens e as próximas Jornadas Mundiais da Juventude assim como a protecção às pessoas mais frágeis e vulneráveis, sem esquecer a pastoral social, a família, as vocações”, começou por dizer. O Administrador Diocesano aproveitou a ocasião para recordar várias pessoas que fizeram parte da história desta instituição. “Todos aqueles que prepararam este pedaço do território do Patriarcado de Lisboa para vir a ser uma Igreja diocesana: D. João Alves e tantos padres, religiosos e leigos. Bastantes continuam connosco, transportando consigo a memória de Igreja a construir na co-responsabilidade, na comunhão e na renovação

permanente”, referiu, prosseguindo. “Recordamos os Bispos que o Bom Pastor nos foi enviando: D. Manuel Martins, D. Gilberto dos Reis e D. José Ornelas, e tantos padres, religiosos e leigos que foram crescendo na fé, na alegria da vida em Cristo e na dinâmica missionária, numa história que cumpre viver e também escrever, para que não se esqueça”. O padre José João Aires Lobato abordou também a questão da ausência do Bispo, que ainda permanece sem nomeação. “Celebramos este aniversário de diocese numa situação estranha e amarga: a ausência do Bispo diocesano, cuja nomeação aguardamos e pela qual insistentemente rezamos”. Foi aproveitada esta ocasião para se tomarem algumas decisões na Diocese de Setúbal. O Padre Afonso Mendes Pereira ficará a colaborar na paróquia do Monte de Caparica e na Pastoral Universitária do Pólo de Almada, com o Padre José Manuel Almeida Raposo a passar a colaborar na paróquia de Palmela e dará assistência à Santa Casa da Misericórdia de Setúbal, sendo que o Padre José Manuel Moutinho Cachaço ficará a colaborar nas paróquias de Sesimbra e do Castelo de Sesimbra. Foi ainda comunicado que no início de Setembro serão publicados os decretos de nomeação, onde será indicando para cada um destes três novos presbíteros os “seus ofícios e as funções próprias de cada um”. DR

Administrador Diocesano recordou várias pessoas que fizeram parte da instituição


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José Luís Magoito assume coordenação-geral do novo grupo local da Iniciativa Liberal

Os liberais do concelho de Setúbal reuniram-se no sábado, em Plenário, para eleger o novo Grupo de Coordenação Local, cuja coordenação-geral foi assumida por José Luís Magoito. Eleito para o próximo biénio, o foco de José Luís Magoito “consistirá no

desenvolvimento do liberalismo como solução para fazer progredir o município”. Com mais “seis coordenadores e três suplentes”, a nova coordenação “tem a ambição de ser uma forte representação dos liberais sadinos” e de “fazer notar a todas as gerações, raças,

nacionalidades e religiões de Setúbal que todos os indivíduos são importantes”. O novo Grupo de Coordenação Local pretende ainda “acabar com a hegemonia política de autoritários que dominam a vida autárquica do município”.

UNIÃO DESPORTIVA E RECREATIVA CELEBRA 47 ANOS

Carla Guerreiro realça trabalho das Pontes nas Marchas Populares em festa de aniversário Nas comemorações do 47.º aniversário da União Desportiva e Recreativa das Pontes, realizadas no domingo, a vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal realçou o trabalho realizado pela colectividade na edição deste ano das Marchas Populares. Carla Guerreiro disse ter sido “muito bonito” o apoio da União Desportiva e Recreativa das Pontes às “pessoas que fizeram as marchas”. "O valor daquilo que fizeram é incalculável, independentemente dos prémios ou do que quer que seja”, referiu a autarca, citada em comunicado da autarquia. A Marcha da Pontes ficou em segundo lugar no concurso das Marchas

DR

Carla Guerreiro elogiou ainda espaço Academia UDRP

Populares, “por decisão do júri após os desfiles de 2 de Julho no Pavilhão das Manteigadas”, tendo ainda arrecada-

do a distinção de Melhor Coreografia e o Prémio Desfile, atribuído com base na apresentação ao público realizada

a 25 de Junho, na Avenida Luísa Todi. Em seguida, Carla Guerreiro recordou “as cores, a vivacidade e o entusiasmo” que enchem a Avenida Luísa Todi na noite do tradicional certame setubalense. “É muito importante batermo-nos pelo lugar e tenho a certeza de que vocês vão continuar a fazer isso, porque também já nos habituaram a uma qualidade fantástica, isso deve-se a vocês”, disse, classificando as marchas como “elementos agregadores”. Na sessão, que contou também com a participação do presidente da Junta de Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, Luís Custódio, a vice-presidente da Câmara Municipal de Setúbal “elogiou

ainda o espaço Academia UDRP, nascido nas antigas instalações do Imapark”. “Temos aqui um espaço que vocês conseguiram transformar e que está fantástico. Aquilo que vocês conseguiram fazer aqui com este espaço é, realmente, de louvar. Estão todos de parabéns por aquilo que fizeram e por aquilo que ainda tencionam fazer”, sublinhou. A União Desportiva e Recreativa das Pontes foi fundada a 15 de Julho de 1975. Nas comemorações do 47.º aniversário da colectividade teve ainda lugar “um almoço, uma sessão solene – durante a qual foram entregues alfinetes de prata aos sócios com 25 anos de filiação – e uma tarde dançante”. PUBLICIDADE


6 O SETUBALENSE 19 de Julho de 2022

Palmela

ENTRADAS GRATUITAS

Salvador Sobral é prato forte das comemorações dos 70 anos de vida do Cine-Teatro S. João Inauguração de exposição e ensaio aberto da DançArte são as actividades que marcam o arranque de sete dias de festa Mário Rui Sobral Música, dança, exposições, visitas e cinema são, entre outras, actividades que vão marcar as comemorações dos 70 anos de vida do Cine-Teatro S. João (CTSJ), de Palmela, entre 25 e 31 deste mês. E o prato forte do programa está agendado para o próprio dia de aniversário, 26 de Julho, com Salvador Sobral em

concerto, a partir das 21h30, naquela que é a principal sala de espectáculos do concelho. O artista, que conquistou para Portugal em 2017 um inédito triunfo no Festival Eurovisão da Canção, vai apresentar em palco “o seu mais recente álbum, [intitulado] 'bpm', e também outras canções que o tornaram conhecido e admirado pelo público”, revela a Câmara Municipal de Palmela. A entrada é gratuita, mas obriga a levantamento de bilhete. Sob o mote “7 Dias – 70 Anos”, o programa de actividades arranca na próxima segunda-feira com a inauguração, pelas 18h30, da mostra “Cine-Teatro S. João… em Exposição”. Uma hora depois a DançArte apresenta, também no CTSJ, um ensaio aberto do espectáculo “Passos de História”. “De 26 a 29 de Julho, às 19h30, a

iniciativa 'Tócabanda no Coreto' dará música ao Largo de S. João, com a presença das filarmónicas, numa saudação à música e ao CTSJ”, realça a autarquia sobre o programa, que propõe cinema para os dias 27, 28 e 31. As sessões de 'Cinema no Terraço', nos dois primeiros dias, “serão antecedidas de animação musical pelo grupo Agarrat’Óbrass”. No dia 31, há cinema infantil. Mas antes, para dia 26, estão agendadas “diferentes propostas intergeracionais da iniciativa 'Jogos em Família - Avós em Festa'”. Outro ponto forte do programa, aponta o município, acontece com “a estreia da criação da DançArte 'Passos de História' (dia 29), concebida especificamente para assinalar o aniversário”. A programação engloba ainda “as actividades 'Cine-Teatro S. João - Histórias com Memórias e

Futuro' (dia 27)" e uma "visita orientada à exposição" no CTSJ, seguidas de "caminhada na Serra do Louro e terminando com uma visita à Quinta do Piloto (dias 30 e 31)”. No último dia, 31, nos foyers do CTSJ haverá música ao vivo com o grupo Jukeboxers. Para abrir o apetite, está a decorrer desde o passado dia 15 um pré-programa de comemorações que termina dia 24 com o espectáculo musical “Twist Connection”, o qual integra também o Festival FIAR. O CTSJ fo inaugurado em 26 de Julho de 1952 com a projecção do filme “As Aventuras de D. Juan”. O equipamento “foi mandado construir por Humberto da Silva Cardoso”. Wily Braun e Pedro Cavalleri “foram, respectivamente, o arquitecto e o engenheiro responsáveis pelo actual edifício”.

BREVES PINHAL NOVO

Abastecimento de água custa 370 mil € Cerca de 370 mil euros é quanto a Câmara Municipal de Palmela espera investir em mais uma obra que visa reforçar o abastecimento de água à freguesia de Pinhal Novo. Trata-se da construção de uma conduta adutora de ligação dos novos furos de captação de água ao reservatório da Fonte da Vaca, cujo concurso público já foi lançado, anunciou a autarquia na passada terça-feira. A obra terá um prazo de execução de oito meses, adiantou o município.

REUNIÃO COM OCTÁVIO MACHADO

Deputados do Chega ouvem bombeiros sobre incêndio Uma comitiva do partido Chega, liderada pelos deputados parlamentares Bruno Nunes (eleito por Setúbal) e Pedro Frazão, reuniu-se ontem com Octávio Machado, presidente da Associação dos Bombeiros Voluntários de Palmela, para se inteirar a fundo sobre o incêndio que, na passada semana, lavrou naquele território. Acompanhados, na deslocação a Palmela, pela recém-eleita direcção da Comissão Política Distrital de Setúbal do Chega, Bruno Nunes e Pedro Frazão recolheram informação e debateram “os motivos aparentes do incêndio”, na reunião que durou “cerca de duas horas”, revelou a assessoria de comunicação do grupo parlamentar, em nota de Imprensa. “O facto de 90% da área ardida ter ocorrido dentro da área do Parque Natural da Serra da Arrábida levantou preocupações”, lê-se na mesma nota, na qual são ainda apontadas críticas ao Governo. No comunicado, o Chega consi-

DR

URBANISMO

Relatório sobre reabilitações disponível

A comitiva do Chega reuniu-se com Octávio Machado durante cerca de duas horas

dera que “a proibição por parte do Parque Natural da Serra da Arrábida em permitir a criação de espaços de passagem para os bombeiros, a aplicação de coimas a privados que limpam terrenos dentro do parque ou [até] mesmo a não renovação

de contratos em 2021 a colaboradores do parque que tinham como funções a vigilância – a juntar à aparente recusa por parte da tutela, nomeadamente da secretária de Estado da Protecção Civil, no envio de meios atempadamente – cons-

tituem actos lesivos e com responsabilidade que têm de ser apurados de imediato”. O grupo parlamentar avança, a concluir, que irá “analisar as medidas a tomar” na sequência das informações recolhidas em Palmela.

Já está disponível em www. cm-palmela.pt o Relatório de Monitorização das Operações de Reabilitação Urbana (ORU) do centro histórico de Palmela e de Pinhal Novo, referente a 2021. O documento, que foi aprovado por maioria na Assembleia Municipal (PSD e Chega foram os únicos a abster-se), no passado dia 30, avalia a execução das referidas operações, identifica a dinâmica dos privados em função dos incentivos municipais e aponta possíveis ajustes, com vista à melhoria da implementação das ORU em curso.


19 de Julho de 2022 O SETUBALENSE 7

Câmara discute amanhã alteração ao orçamento e transportes escolares

A 3.ª alteração permutativa ao Orçamento e Grandes Opções do Plano 2022-2026 e o Plano de Transportes Escolares para o próximo ano lectivo são duas das 15 propostas que compõem a ordem de trabalhos da próxima reunião

pública da Câmara Municipal de Palmela. A sessão realiza-se esta quarta-feira, a partir das 15 horas, na Biblioteca Municipal de Palmela. O primeiro ponto inscrito na ordem do dia, para ser discutido e submetido a votação, é um protocolo de

colaboração entre o município e a ABANCA Portugal “para restauro de esculturas de Santiago em depósito no Museu Municipal de Palmela”. A reunião tem transmissão em directo no canal Youtube Palmela Município.

MAIS DO QUE UM FESTIVAL, UM ENCONTRO

FIAR regressa às ruas de Palmela com programação marcada pela novidade FOTÓGRAFO

Edição deste ano, que “de manhã à noite preenche a cartografia da vila de artes, entusiasmo, ideias e novos sentidos”, arranca esta sexta-feira, 22, e decorre até domingo, 24 Inês Antunes Malta De volta à sua comunidade, durante os próximos dias 22, 23 e 24, o FIAR une “as palavras, os gestos e os sons de cada espectáculo” à “inquietação que trazemos de transformar o nosso quotidiano”. A edição deste ano é, nas palavras de Alexandre Nobre, da direcção do FIAR - Festival Internacional de Artes de Rua de Palmela, “regresso". "Damos habitualmente um título ao FIAR e este ano é o encontro. A palavra festival está a gastar muito a essência das coisas e por isso decidimos chamar-lhe assim. Vai ser sobretudo um encontro das artes performativas”. Sendo um evento de artes de rua, “volta essencialmente à rua". "Na programação, é praticamente tudo novo, entre estreias, criações recentes, de vários criadores, e algumas co-produções. Estamos como sempre na novidade e no risco. A nossa programação é normalmente marcada pelo risco estético”, refere. A aposta em criações “que de certa forma rompem com aquilo que estamos habituados a ver” é igualmente uma marca do encontro FIAR, que nesta sua 22.ª edição conta com uma “grande componente de teatro” e homenageia Dolores de Matos, a Lola, continuando a seguir a sua missão neste grande encontro onde “A rua é o palco”. "Procuramos dar ao público espectáculos, que normalmente podem ver em sala, implementados em espaços

Nuno Nunes encena a peça 'Condomínio' no Festival Internacional de Artes de Rua de Palmela, com espectáculo que traz comunidade ao palco

públicos, o espectáculo na sua essência, independentemente do espaço ou do contexto. Gostamos de levar as pessoas da vila com os nossos visitantes a encontrar a vila com os espectáculos que poderiam ver em sala”.

Espaço dedicado a crianças entre as novidades

No que diz respeito à programação, “o encontro vale pelo todo” e tem a sua sessão de abertura no dia 22, pelas 17 horas, no Pátio da Adega Casa da Atalaia. No mesmo sítio, às 18h30, inaugura a exposição “Corpo Lúteo”, de Ana Telhado, com curadoria de João Silvério. Pelas 20h30, há “Peça para intervalos”, de Bruno Humberto e Rui de Almeida Paiva, e às 22h30 o Teatro Estúdio Fontenova apresenta a produção “A Paz Perpétua”, com texto de Juan Mayorga, no Largo São João Baptista. No sábado, o espectáculo-oficina

“A grande viagem do pequeno Mi”, com Madalena Victorino, Ana Raquel e Beatriz Marques Dias, decorre às 11 horas e às 16 horas, entre a Escola Básica Joaquim José de Carvalho e o Largo São João Baptista, e “As mãos das águias”, de O Plano/Galateia, numa co-produção onde o FIAR se insere, apresentam-se no Jardim da Biblioteca Municipal de Palmela às 11 horas e às 17h30. “Trans(h)umância”, teatro e performance da Companhia Kopinxag, começa no Largo 5 de Outubro e termina no Largo de São João. Às 18 horas, Útero vem “Dançar na rua” no Largo Marquês de Pombal e uma hora depois Dora Sales e o Grupo Cru trazem“Primeiro ensaio” ao Largo 5 de Outubro. Pelas 22 horas, o Cineteatro São João recebe “Hamlet, L’Ange du Bizarre”, também com assinatura Útero. No domingo, as “Marionetas musicais e de circo” de Rui Sousa animam

o Parque Venâncio Ribeiro da Costa às 11 e às 16 horas. Às 14 horas, Miguel Jesus dinamiza “O Plano”, no mesmo local. Das 15 às 17 horas, em sessões contínuas de 15 minutos, Um Colectivo apresenta “Toca”, no Moinho, sede FIAR, no Parque Venâncio da Costa. Às 17 horas, Leonor Keil, numa produção executiva FIAR, apresenta “Ariadne, fiando e confiando”, no Parque Venâncio Ribeiro da Costa, e o evento musical “Casamento dos corvos”, com ficha artística de Jorge Salgueiro e Milla Francos, tem início pelas 18h30 no Largo do Duque de Palmela. A peça de teatro “Condomínio”, da Propositário Azul, com dramaturgia, encenação e também interpretação de Nuno Nunes, traz a comunidade a palco na Urbanização Nova Palmela - Praceta Lúcio Borges da Costa às 21 horas, antes do encerramento do encontro de 2022, às 22h30, com

“Twist Connection”, concerto que simultaneamente marca o início das comemorações dos 70 anos do Cineteatro São João. Entre as novidades deste ano está ainda a oficina “Mini FIAR”, com programação para a infância, a decorrer durante os três dias, entre as 11 e as 19 horas, no Espaço Moju e nas ruas de Palmela. “Para pessoas que tenham crianças, entre os seis e os 12 anos, e queiram assistir a espectáculos mais conceptuais ou com classificações etárias não aconselháveis aos mais pequenos, temos um espaço para os mais pequeninos, com orientação artística e pedagógica de Paula Moita”, explica Alexandre Nobre. “O FIAR também se faz com e para as crianças e durante os três dias terão assim a oportunidade de acompanhar os espectáculos, conversar com os artistas e desenvolver oficinas de artes plásticas”, remata.


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Palmela OBSERVAÇÃO DE TEATRO RAQUEL BELCHIOR

“Como fazer a partilha com os espectadores?” DR

OPINIÃO José Gil

Produtora do FIAR explica o que procura e o que lhe interessa A produtora do FIAR - Festival Internacional de Artes de Rua, que anima Palmela no próximo fim-de-semana (ver texto na página anterior), fala de si e do festival. Aos 38 anos, define-se como uma produtora independente, que é capaz de vestir a camisola quando está integrada numa estrutura, mas que prefere os seus projectos, independentes. Num caso ou noutro, encara sempre cada desafio como “uma oportunidade de conhecermos algo que nos escapa ou que nos inquieta”. Raquel, o que é produção para o leitor comum? Também é criação. Cada vez distingo menos os processos, para além da parte mais burocrática e logística. Acreditas que a produção parte do mesmo pressuposto da condição humana da criação? A necessidade de questionar, de dar sentido ao mundo, de participar na construção de novas formas de trabalhar, em gerar novos modelos de convivência. Que equipas temos no FIAR? O trabalho do João Salgueiro, com músicos profissionais. “O Condomínio”, do Nuno Nunes, será um espectáculo com a comunidade. Começamos por fazer uma open call e temos trabalhado, essencialmente, no bairro onde vai ser a estreia, a Urbanização Nova Palmela. Um sítio onde normalmente não há acontecimentos artísticos e culturais. Leonor Keil, da dança, com uma coreografia feita para

o FIAR e que, no fundo, é uma performance. Teremos apoios da Direcção-Geral das Artes e da Câmara de Palmela. Há espaço para a infância? Há um espaço de programação para a infância. As crianças podem ver os espetáculos para o público infantil e também têm o Mini-FIAR, com muitas actividades. É uma aposta deste ano para trazer as famílias ao festival. Como vens parar à cultura? Foi um bocadinho por acaso. Começou na Escola Secundária de Tavira, no 10.º ano, quando entrei no grupo de teatro e acabei por gostar da experiência. Fui percebendo que não era em cima do palco que queria estar, mas

Como fazer a partilha com os espectadores, é o que me interessa. O resto, o cenário, as luzes, vem depois

nos bastidores. Depois de ter estado em Estudos Teatrais na Universidade de Évora, tirei o curso de Teatro Ramo de Produção, na Escola Superior de Teatro e Cinema. Fiz o mestrado no ISCTE, com uma tese sobre museus e comunidades, e começou a nascer o interesse do trabalho com a comunidade, uma continuação do teatro que já tinha feito n’O Bando. Em 2011 fiz outros projectos mais convencionais e produzi uma série, Histórias de Mar, da AGREPES, Associação de Desenvolvimento Regional e Valorização dos Recursos Costeiros e Ribeirinhos da Península de Setúbal. Ganhei interesse pelas comunidades piscatórias de Setúbal, Sesimbra, Montijo,

Alcochete e Moita e recomecei a ler os Pescadores, de Raul Brandão, para continuar a trabalhar com estas comunidades. Desenhei o projecto de passar, de norte a sul do país, pelos lugares por onde Raul Brandão passou, trabalhando com as comunidades piscatórias. Convidei Vanessa Amorim, e, desse encontro com as comunidades, trabalhámos o real. Ao contrário de outros projectos, este tinha um tempo, três anos, que culminam com a publicação do livro. Esse trabalho teve outras ramificações? Estou a produzir um espectáculo sobre a pesca, a convite da Câmara Municipal de Sesimbra, em parceria com o Museu Marítimo, no âmbito das Jornadas Europeias do Património de Setembro próximo. É um projecto de teatro com a comunidade, em que a poesia vai ser o encontro entre a dimensão social, com cariz popular. Tentarei manter o ambiente, a paisagem poética, e a matriz popular, do que encontramos nos lugares e nas pessoas. O que preocupa são as pessoas? É a partir das pessoas que tudo nasce. Fazer coincidir pessoas que partilham da mesma vontade, das mesmas inquietações. Trabalhar a partir deste encontro com a comunidade, que pode ou não entrar no palco, através de entrevistas e da sua própria actuação. Como fazer a partilha com os espectadores, é o que me interessa. O resto, o cenário, as luzes, vem depois. Mas não descarto uma boa luz, uma questão estética, a confiança nos técnicos da equipa. Estamos a convocar as pessoas para garantir sempre um bom espectáculo, com todos os recursos. Quando estás do lado de cá, o que sentes como produtora? Tenho sempre a sensação que é a ponta de um iceberg. Um aspecto celebratório, no sentido de encontro e partilha. Depois de meses de trabalho, abrimos a porta e ganhamos sentido quando temos o público a ver. A produção abre o processo do olhar dos outros. Professor Adjunto de Teatro da Escola Superior de Educação do Instituto Politecnico de Setúbal


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Seixal

Vandalismo provoca graves danos em Posto de Transformação de Energia do Centro em Fernão Ferro

O Posto de Transformação de Energia do Centro Distribuidor de Água de Fernão Ferro, na sequência de um “acto de vandalismo e sabotagem intencional” sofreu “graves danos”, havendo o “intuito de interromper a distribuição de água à população da freguesia de Fernão Ferro. A

autarquia comunicou às autoridades de segurança a ocorrência para que se identifiquem os criminosos e “está a reunir todos os esforços, no local, através dos trabalhadores e equipas externas, para que seja reposto o abastecimento de água à população com a máxima urgência”.

INDEPENDENTE TORRENSE

A orquestra jovem onde todos são bem-vindos DR

Foi uma temporada difícil ainda marcada pela pandemia, diz o maestro Bruno Baião que dirige um grupo intergeracional José Augusto A Orquestra Jovem Independente Torrense encerrou a temporada com um concerto no Fórum Cultural do Seixal. “Foi uma temporada difícil devido aos condicionamentos impostos pela pandemia”, diz Bruno Baião, professor e maestro do agrupamento musical. “Este ano, a orquestra apresentou-se um pouco desfalcada”, acrescenta. “Creio que nenhuma formação do distrito se assemelha à nossa Orquestra Jovem, que engloba todos os instrumentos que compõem uma orquestra sinfónica. Por conseguinte, sendo diferente, porque os seus elementos não passaram por uma banda, adoptou também instrumentos diferentes das outras, como o violino ou o violoncelo”, explica o maestro nascido em Lisboa, que cedo se mudou para o Seixal. A orquestra, que se integra na Escola de Artes do Independente Futebol Clube Torrense, foi criada pelo professor Abel e está aberta a toda a gente. “Podem até nela tocar pai e filho. Eu próprio, que a dirijo, tenho

Bruno Baião pensa agora numa orquestra mais voltada para os sócios

duas filhas a actuar comigo. Uma, dança balet, a outra, toca piano. Portanto, tenha ou não educação musical, toda a gente é bem-vinda!” salienta Bruno Baião. “Eu sempre arranjo maneira de a integrar, de a encaixar na orquestra, que é intergeracional e única”. E acrescenta: “Acho que muita gente ainda não se

apercebeu da especificidade desta orquestra”. Para o maestro é um prazer ver as “pessoas que gostam de música, que se divertem tocando, que acabam os concertos com um sorriso nos lábios. Algumas, como disse, não possuem sequer um curso musical, mas saem daqui já com uma certa bagagem”.

Bruno Baião tem consciência de que “com pouco se pode fazer muito, mas também de que com muito se poderia fazer muito mais”. Conta o professor que o nervosismo não o abandona do princípio ao fim de um espectáculo, porque “nunca se sabe como este vai correr” e que um amigo lhe disse: “Que queres, Bruno? Isto é arte viva!” O maestro também trabalha com a OPA (Orquestra dos Pequenos Artistas” do IFCT. “Dois ou três elementos desta orquestra actuaram, há dias, no concerto consagrado à inauguração do piano de cauda oferecido pela Câmara do Seixal.” Os miúdos entraram para a OPA aos nove ou dez anos e saem quando já crescidos, com quatorze ou quinze anos. “No concerto de despedida, tocam uma peça sozinhos e depois com toda a orquestra. É um momento muito lindo”. Bruno Baião pensa agora numa orquestra mais voltada para os sócios, que “podem limitar-se a ouvir ou experimentar tocar”. Seria “um interessante programa de divulgação musical”. A música, na opinião do maestro, concorre, como outras actividades, para o desenvolvimento intelectual das crianças e jovens, pelo que poderia “ser incluída nos acontecimentos desportivos”. Outra ideia do professor é a dos concertos pedagógicos, que poderiam decorrer sobre o lema “traz um amigo também”, tema glosado pelo inesquecível José Afonso.

FESTAS POPULARES

Quatro dias de Festival de Verão com tudo um pouco em Fernão Ferro O Festival de Verão continua o seu caminho pelas freguesias do concelho, e vai acompanhar as Festas Populares de Fernão Ferro, que acontecem de 27 a 31 de Julho, no Parque Urbano de Fernão Ferro.

O programa contempla vários projectos musicais, com destaque para os grupos de dança, ginástica e fado, entre eles o Baile com Vítor Ginja, a Noite de Fados Portugal Somos Nós, o cantor popular Quim Barreiros, o

grupo Zimbro, Miguel Nogueira e Sultans of Swing – A Tribute to Dire Straits. Ao longo dos quatro dias, o Parque Urbano de Fernão Ferro vai ser ainda palco de bailes populares, garraiadas,

participação de marchas e os habituais carrosséis, um programa destinado a todas as idades. A 31 de Julho, pelas 17h00, realiza-se a procissão em honra de Nossa Senhora da Boa Hora.

CULTURA

Desconcentra vai dar a volta ao concelho com espectáculos multidisciplinares Humberto Lameiras

O Festival Desconcentra está de volta ao Seixal e vai encher os dois últimos fins-de-semana de Julho com propostas artísticas multidisciplinares, que vão passar por todas as freguesias do concelho. É mais uma das grandes apostas culturais do município. A decorrer em espaços públicos, a iniciativa vai para a terceira edição, com um programa que integra projectos de teatro-dança, instalação artística, performance e artes circenses, desenvolvidos por estruturas artísticas profissionais, oriundas de vários pontos do País. “Este é mais um projecto que promove a democratização da cultura e a sua fruição por parte de toda a população, com seis espectáculos gratuitos nos principais espaços públicos do concelho”, comenta o presidente da Câmara do Seixal, Joaquim Santos. Os espectáculos irão decorrer no fim-de-semana ‘prolongado’ de 22, 23 e 24 de Julho, e depois a 29, 30 e 31, deste mês. Segundo a autarquia, vai ser apresentada uma “vasta oferta ao nível das artes contemporâneas, indo ao encontro de novos públicos e encarando os espaços exteriores como lugares de fruição cultural, atribuindo-lhes sentidos diferentes e transformando-os em palcos para as mais diversas manifestações artísticas”. Divulga ainda que são “várias as estruturas artísticas profissionais presentes, vindas de norte a sul do País, sendo que os espectáculos são, genericamente, para todos os públicos, embora alguns deles estejam mais vocacionados para públicos mais jovens ou para famílias”. O Festival Desconcentra, sempre com entradas gratuitas, vai estar na frente ribeirinha de Amora e Arrentela, no Parque Urbano de Fernão Ferro, Parque Urbano José Afonso (Miratejo), no Jardim do Seixal e Quinta do Mirante, na Aldeia de Paio Pires.


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---- Eu, SANDRA MORAIS TELES BOLHÃO, Notária com Cartório em Setúbal, na Avenida Bento Gonçalves, número 19-B, CERTIFICO, para efeitos de publicação, que por Escritura de Justificação lavrada neste Cartório no dia dezoito de Julho de dois mil e vinte e dois, a folhas cinquenta e três e seguintes do Livro Cento e Oitenta e oito - A, MARIA ANTÓNIA SILVA CARDOSO casada com Vítor Manuel Gomes Quintans sob o regime da comunhão de bens adquiridos, residente na Rua José Saramago, número 4, Cabeço Velhinho, Palmela, DECLAROU, que com exclusão de outrem, é dona e legítima possuidora do PRÉDIO RÚSTICO, com a área total de onze mil e quatrocentos metros quadrados, composto por terreno, vinha e árvores de fruto, a confrontar a norte com Gregório Gonzalez Briz e outros, a sul com João Faria Marçalo, a nascente ATUALMENTE com Elvino António de Matos Catarino e mulher Teresa Maria Gonçalves da Silva Ferreira Matos Catarino e a poente com Graciano Balseiro Duarte Caseiro, sito em Algeruz, freguesia de Marateca, concelho de Palmela, descrito na Conservatória do Registo Predial de Palmela sob o número TRÊS MIL SEISCENTOS E VINTE E OITO, da dita freguesia, com a aquisição registada a seu favor pela apresentação três mil, cento e oitenta e um, de treze de Julho de dois mil e vinte e um, inscrito na respetiva matriz predial rústica sob o artigo 76, da secção 1M, da União das Freguesias de Poceirão e Marateca. Que o referido prédio beneficia, desde o ano de mil novecentos e sessenta e seis, no sentido poente-nascente, de uma servidão de passagem com direito de passagem a pé e de carro, por uma faixa de terreno com a área total de cento e dezassete vírgula catorze metros de comprimento, até ao arruamento público, denominado Rua das Caixinhas, a qual atravessa, com as respetivas dimensões, os seguintes prédios servientes: --------------­ UM) Com trinta vírgula zero um metros de comprimento e a média de três metros de largura, o PRÉDIO RÚSTICO, com a área total de cinco mil, novecentos e setenta metros quadrados, composto por vinha e árvores de fruto, descrito na Conservatória do Registo Predial de Palmela sob o número DOZE MIL CENTO E SETENTA, da dita freguesia, inscrito na respetiva matriz predial rústica sob o artigo 77 da secção 1M, da União das Freguesias de Poceirão e Marateca.DOIS) Com vinte e nove vírgula oitenta e três metros de comprimento e a média de três vírgula noventa e sete metros de largura, o PRÉDIO MISTO, com a área total de cinco mil, setecentos e cinquenta metros quadrados, composta a parte rústica por cultura arvense e composta a parte urbana por edifício de rés­-do-chão para habitação, sito em Algeruz - Bem Gordo, freguesia de Marateca, concelho de Palmela, descrito na Conservatória do Registo Predial de Palmela sob o número MIL SETECENTOS E OITENTA E UM, da dita freguesia, inscrito na matriz predial rústica sob o artigo 78, da secção 1M, e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo 1188, ambos da União das freguesias de Poceirão e Marateca.-----------TRÊS) Com vinte e oito vírgula noventa metros de comprimento e a média de seis vírgula trinta metros de largura, o PRÉDIO URBANO, com a área total de cinco mil, novecentos e sessenta metros quadrados, composto por dois pisos para habitação e garagem, sito na Rua das Caixinhas, Algeruz, freguesia de Marateca, concelho de Palmela, descrito na Conservatória do Registo Predial de Palmela sob o número MIL NOVECENTOS E SESSENTA E DOIS, da dita freguesia, inscrito na respetiva matriz predial urbana sob o artigo 1466, da União das Freguesias de Poceirão e Marateca.---QUATRO) Com vinte e oito vírgula quarenta metros de comprimento e a média de sete vírgula sessenta e sete metros de largura, o PRÉDIO RÚSTICO, com a área total de cinco mil, novecentos e cinquenta metros quadrados, composto por terras de semeadura e vinha, sito em Algeruz ou Bem Gordo, freguesia e concelho de Palmela, descrito na Conservatória do Registo Predial de Palmela sob o número CINCO MIL QUATROCENTOS E DEZASSEIS, da dita freguesia, inscrito na respetiva matriz predial rústica sob o artigo 83, da secção 1M, da União das Freguesias de Poceirão e Marateca. -----­----- Que, o prédio dominante pertence à ora justificante, por adjudicação em Partilha Hereditária por ocorrência do óbito de seus pais, António Loureiro Marques Cardoso e Maria Luísa Rodrigues da Silva, cuja aquisição foi registada a seu favor através da apresentação três mil, cento e oitenta e um, de treze de Julho de dois mil e vinte e um. --------------------- Que, tal caminho, que atravessa todos os prédios servientes, é e constitui o único acesso ao prédio de que a justificante é atualmente proprietária, e que por ele passa a pé e de carro, desde então, e como ali sempre passaram, como tem memória, e desde o ano de mil novecentos e sessenta e seis, seus referidos pais, António e mulher Maria Luísa, anteriores proprietários. ----posse pública e visível, pacifica, contínua e de boa fé, não logrando deter qualquer titulo que justifique o referido direito de passagem, pelo facto do mesmo nunca ter sido titulado.------------------------------------------------------------------------------­ - Que atendendo a que a duração da sua posse sobre a referida passagem, há mais de vinte anos, se tem mantido continuadamente e de forma ininterrupta, já adquiriu a servidão de passagem, por USUCAPIÃO, invocando, por isso, esta forma originária de aquisição, para todos os efeitos legais.-------------------------------------------------------------------------ESTÁ CONFORME. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------Setúbal, a quinze Julho de dois mil e vinte e dois.

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12 O SETUBALENSE 19 de Julho de 2022

Seixal PAULO SILVA VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA

“Temos desenvolvido investimentos em quase todas as áreas estruturantes” O Seixal escapou aos engulhos do arranque da operação Carris Metropolitana noutros concelhos. Paulo Silva fala de um concelho pensado e em progresso constante Humberto Lameiras Aos 55 anos, Paulo Silva assumiu o compromisso da vereação com os pelouros da Cultura, Juventude, Participação, Desenvolvimento Social e Saúde, e ainda a vicepresidência. Diz que só fala do que sabe, e é também por aí que ‘ultrapassa’ recentes comentários de vir a substituir o actual presidente Joaquim Santos no lugar ainda antes do final do mandato. A certeza, diz, é que se o partido [PCP] aceitar e a CDU ganhar as autarquias de 2025 no Seixal, será o próximo presidente da Câmara do Seixal. Destaca os investimentos da autarquia em andamento e previstos para o território, e aqueles que estão nas mãos de privados. Fala de um concelho em desenvolvimento que cativa novos negócios. O arranque da Carris Metropolitana na área 3, a 1 de Julho, em Almada está a gerar queixas da população e autarcas. No concelho do Seixal, que integra a mesma área, o operador é também a Transportes Sul do Tejo e o novo serviço arrancou no mesmo dia, qual o ponto de situação? O Seixal foi o concelho onde houve menos constrangimentos no arranque desta nova operação. O trabalho desenvolvido pela Câmara Municipal, conjuntamente com o operador de informar a população foi bem-sucedido. A equipa da vereadora Maria João Macau, que fez esse trabalho, está de parabéns,

assim como todos os que estiveram, e estão, envolvidos na operação. A articulação que passou a haver entre os vários tipos de transportes era necessária, e está a dar os seus frutos, nomeadamente, não havia necessidade de existir concorrência entre o transporte rodoviário e o Metro Sul do Tejo para fora do concelho. Inclusivamente, os autocarros que faziam este circuito, passaram a estar disponíveis para reforçar carreiras dentro do concelho, nomeadamente na circular do Seixal e na de Fernão de Ferro; são novas carreiras com grande aceitação da população.

É claro que existem alguns constrangimentos, mas estão a ser ultrapassados. O importante é que houve um acréscimo do serviço de transportes rodoviários. A Transporte Metropolitanos de Lisboa já deu indicações à Câmara do Seixal de como está a ser montada a nova operação rodoviária para o período de reinício das aulas, em Setembro? Esse vai ser o segundo grande desafio no desenvolvimento deste novo sistema de transportes e, à semelhança do que aconteceu a 1 de Julho, está a ser preparado para manter um elevado grau de satisfação da população. Vão existir

mais carreiras a partir e Setembro e, quando o sistema estiver a funcionar, estão previstas reuniões com a população para vermos o que é possível melhorar. Os últimos dois anos de pico da pandemia tiveram influência

Viaduto ‘Monumento’ às obras inacabadas Pensado para ser uma alternativa à muito congestionada Estrada Nacional 10, o viaduto de Corroios, que começou a ser construído em 2001, está desde então com a obra parada. Avançou pouco mais do que uma centena de metros, foi parado por causa de uma questão de sobreiros e agora é a Câmara que pretende reabrir o processo de construção. Sendo uma obra do Plano Rodoviário Nacional 2000, o vice-presidente da autarquia seixalense afirma que “quem a deveria fazer era a Infraestruturas de Portugal, mas face à inacção do Poder Central na construção dessa estrada, a

Câmara Municipal avançou para a construção da mesma”. Mesmo sendo uma obra de elevado valor, garante Paulo Silva que a Câmara “tem condições financeiras para a executar”, mas não dispensa continuar a pedir responsabilidades ao Governo. “Os habitantes do concelho do Seixal pagam anualmente em impostos ao Estado cerca de 400 milhões de euros, era justo que uma parte desses impostos ficasse no concelho em obras feitas pelo Poder Central. Mas como não as fazem, tem de ser a Câmara a fazê-las, e enquanto isso, outras obras ficam para trás; o orçamento municipal não estica”. “Vamos a avançar com a

obra. Lançámos um primeiro concurso, que ficou deserto, estamos agora a fazer nova avaliação do projecto para lançarmos nova candidatura para a construção entre Corroios e a Quinta da Princesa, depois pretende-se fazer outra fase que irá ligar a Quinta da Princesa à EN10 e à auto-estrada”. “Vamos ver se ainda este ano ou início do próximo conseguimos adjudicar a empreitada”. Quanto a investimento, diz o autarca que “ainda não está concluída a avaliação”, mas os números que tem apontam para os “6 milhões e meio de euros”, isto apenas a fase entre Corroios e a Quinta da Princesa.

na estratégia da Câmara para o desenvolvimento do concelho? Evidente que teve, houve um período em que a actividade da Câmara teve de se redireccionar para as questões da covid e ataque à pandemia. Por exemplo, a nível cultural tivemos que reinventar a nossa actividade, mas definimos como princípio continuar a fazer eventos culturais com toda a segurança. Havia que apoiar os milhares de trabalhadores da cultura que estavam a ver a sua sobrevivência colocada em causa. Foram criadas todas as questões de segurança e os eventos realizaramse, e foi também um alento para a população. Quais os investimentos municipais que destaca como mais relevantes com execução em 2022 e anos seguintes, até ao fim do mandato? Temos estado a desenvolver um conjunto de investimentos em quase todas as áreas estruturantes. Fizemos um grande investimento em infra-estruturas desportivas com a construção de novos pavilhões, terminámos agora o Centro Náutico da Amora, fizemos a piscina de Paio Pires, o Centro


19 de Julho de 2022 O SETUBALENSE 13

Amora fica a conhecer hoje à tarde calendário da Liga BPI p15 MÁRIO ROMÃO

de Treinos do Serrado… e ainda estamos a construir o Pavilhão Cidade de Amora. Há ainda outros projectos que vamos lançar brevemente, caso do Pavilhão de Fernão Ferro. A nível de Cultura estamos a construir o Centro Cultural de Amora, que ficará concluído este mandato. Temos também em execução um programa de requalificação das sedes das nossas sociedades filarmónicas históricas e de outras instituições do movimento associativo cultural do concelho que estão a ver as suas instalações requalificadas. Estamos também a construir a Aldeia do Bombo, um projecto muito importante de dinamização deste instrumento musical que tem em curso a sua musealização para ser Património Mundial, e para isso conta com a Câmara Municipal do Seixal. Em investimentos para a terceira idade, o que está realizado e programado? Estamos a investir nas instalações destas instituições. Concluímos as da UniSeixal, estamos a construir o Lar de Idosos de Fernão Ferro, vimos

ser aprovada uma pareceria entre a Câmara Municipal e a Associação de Reformados do Casal do Marco para apoio à construção do Lar de Idosos e Centro de Dia do Casal do Marco. Com instituições da deficiência foi estabelecida também uma parceria para novas instalações, caso da AMPAR e requalificação das instalações da CERCISA. Em outra parceria vamos iniciar em breve com as Instituições de Solidariedade Social a construção de três novas creches no concelho. A autarquia está ainda a investir na construção do Jardim de Infância da Quinta de São Nicolau, em Corroios. A nível do Ambiente concluímos recentemente os parques urbanos em Miratejo e Quinta das Laranjeiras, e na Energia estamos a substituir as luminárias da rede pública por Led. Na Saúde, estamos a ultimar um protocolo, já com financiamento assegurado com a Administração Regional de Saúde Lisboa e Vale do Tejo para a construção do Centro de Saúde de Foros de Amora. Um dos grandes investimentos municipais em curso é o Parque Metropolitano da Biodiversidade, em Corroios. Quais as valências, para quando a conclusão e que investimento está envolvido? É o grande pulmão do concelho do Seixal, ocupa cerca de 400 hectares. A primeira fase são sete hectares que vai estar concluída em Dezembro deste ano. É um projecto enorme. Um parque naturalizado com trilhos para circuitos pedonais e cicláveis, mas também para interpretação para os jovens aprenderem mais sobre a fauna e flora, vai ter também zonas de lazer. É um investimento de muitos milhões de euros assumidos na totalidade pela Câmara Municipal. Quanto a investimentos privados no concelho, industriais e turísticos, realizados e previstos, quais os mais relevantes? O concelho do Seixal tem um tecido empresarial pujante e dinâmico, somos o concelho do distrito com mais empresas PME Líder e PME Excelência; e vemos constantemente surgirem novas empresas. A Câmara encomendou um estudo sobre o tecido empresarial no concelho, e este veio demonstrar que nos últimos cinco anos houve um crescimento do número de empresas e número de empregos proporcionados por essas empresas. Concluiu ainda que cerca de 20 mil pessoas já trabalham diariamente no Seixal. Outro dado é que são muitas as empresas a trabalharem para a

exportação e atingem um volume de negócios de cerca de 600 milhões de euros, que contribui para a nossa balança de pagamentos. Como tem a autarquia incentivado a vinda de empresas para o território? Temos criado condições para o desenvolvimento das empresas já instaladas, e para outras que queiram vir a instalar-se no concelho. É o caso do Centro de Incubação de Empresas Baía do Seixal e o recentemente inaugurado Centro Inova Miratejo. Também com a ACISTDS - Associação do Comércio Indústria Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal e a AHRESP - Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal estamos a criar condições para ajudar os empresários no início da sua actividade a constituir as empresas e também simplificar todos os processos burocráticos de licenciamento da actividade. Vamos ter o Balcão do Empresário nos Serviços Centrais da Câmara Municipal, onde vão estar técnicos da AHRESP e da Câmara a prestar aconselhamento aos novos empresários ou àqueles que pretendam expandir o negócio. Também com a ACISTDS estamos a criar uma parceria para a criação da Loja do Empresário, no Centro Comercial de Amora, Queremos que os nossos empresários tenham a noção de que é necessário investir no capital humano, porque empregados bem remunerados são empregados mais motivados, e estes geram mais produtividade. Qual dos investimentos privados no concelho destaca? O da Hovione, que já está em curso. É uma das multinacionais portuguesas na indústria do medicamento que investe muito em tecnologia, que apoia vários mestrados e doutoramentos, e está a fazer um investimento importantíssimo no concelho. Adquiriu um terreno com cerca de 40 hectares para as suas instalações e, numa primeira fase, vai construir uma unidade fabril que irá criar 200 novos postos de trabalho altamente qualificados. Passemos a outro assunto. Como está a requalificação da frente ribeirinha do concelho? A decorrer bem. Quando iniciámos as obras de requalificação fomos acusados pela oposição de estarmos a matar o Seixal, hoje vemos o desenvolvimento que o Seixal está a ter, também graças a essas obras. E a oposição calou-se. Agora critica as novas obras que lançámos, depois de concretizadas, cala-se

novamente. Iremos agora passar para a segunda fase de obras de requalificação, que são as da zona ribeirinha de Arrentela, e depois passamos para o outro lado da baía para requalificar a Amora. Esta obra na Arrentela, orçada em cerca de três milhões de euros, vai melhorar não só todas as infra-estruturas, aéreas e subterrâneas, mas também criar mais atractividade naquele núcleo histórico, que é um espaço muito bonito que importa valorizar. E na zona ribeirinha de Corroios? Vai ser inaugurado brevemente o Parque Urbano do Miratejo e proporcionar uma maior ligação entre a população e a linha de água, ao sapal, vamos avançar com a requalificação de toda a olaria romana, que é um monumento nacional. Vai ser feito todo um enquadramento como Moinho de Maré e também estamos a construir o passeio de ligação entre o Miratejo e Corroios, uma obra que deverá ficar concluída ainda este ano. Como está a decorrer no Seixal a descentralização de competências do Governo para as autarquias ao nível da Accão Social, Educação e Saúde? A única que já se efectivou foi a da Educação, em que os municípios foram obrigados a aceitar essas competências. Tenho muitas dúvidas em chamar a este processo transferência de competências. Como posso ter a competência de gestão de um centro de saúde quando nem tenho a chave do edifício, a única coisa que está a ser passado para as autarquias é a obrigação de fazer as obras de manutenção e ficar responsável pelos assistentes operacionais, o serviço continua a ser gerido pelo Estado. Isto é mais um passar de problemas do que uma transferência de competências. O Governo não investiu na modernização das escolas e dos centros de saúde, e agora manda para as autarquias com um pacote financeiro manifestamente insuficiente para fazer as obras necessárias. Tem sido comentado que irá assumir, ainda este mandato, a presidência da Câmara do Seixal, substituindo o actual presidente Joaquim Santos. Existe alguma verdade nisto? A única certeza que posso dar é que se o meu partido [PCP] confiar em mim, e se a CDU ganhar as eleições autárquicas no concelho do Seixal em 2025, nessa altura serei o presidente da Câmara Municipal. Até lá, é apenas especulação.

SEIXAL E SESIMBRA

Dadores de Sangue promovem acção de recolha antes do período de férias O concelho do Seixal, assim como o de Sesimbra, estão na rota da campanha para a doação de sangue promovida pela Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES), a decorrer antes do período de férias. Segundo este organismo, “antes do período de férias, diariamente, são necessárias entre 900 a mil unidades de sangue. Com o mote “Todos os dias são necessárias 900 a 1 000 unidades de sangue – Dê sangue no Verão”, a FEPODABES espera convencer os portugueses a darem sangue nesta altura do ano. A campanha arranca a 28 de Julho e pretende também aproveitar o facto de estar a registar-se um rejuvenescimento entre os doadores, com “muitos jovens” a darem sangue pela primeira vez. “É necessário fidelizá-los e fazer com que cada dador faça a sua dádiva regular, assim duas vezes ao ano”, defendeu o presidente da FEPODABES, Alberto Mota, citado no comunicado enviado às redacções. Segundo o responsável, tem havido um “aumento na frequência relativa de dadores no grupo etário dos 18 aos 24 anos”, salientando que a “distribuição nos grupos etários mostra um rejuvenescimento da população de dadores”. A federação lembra que no Verão os hospitais continuam a precisar de sangue para dar resposta às necessidades dos doentes e pede a todas as pessoas com mais de 18 anos, mais de 50 quilos de peso e que sejam saudáveis para fazerem dádiva de sangue. A campanha decorre até ao dia 30 de Agosto, em vários locais do País, e “pretende ser um contributo adicional para reforçar as reservas de sangue e componentes sanguíneos neste período de férias”. Os locais e horas para a dádiva estão disponíveis na página da internet da FEPODABES. Além do Seixal e Sesimbra, vão decorrer ainda recolhas na Marinha Grande, Poceirão, Almeirim, Vialonga, Peniche, Moscavide, Portela, e Foz do Arelho.

Lusa


14 O SETUBALENSE 19 de Julho de 2022

Desporto

DIRECTOR DESPORTIVO BRUNO SOUSA DESTACA PAPEL DOS CAPITÃES NO VITÓRIA

“Semedo e Zequinha são os jogadores mais importantes da equipa” DR

“Conhecem a cultura do clube, têm um passado nele e, se calhar, sentem a camisola de uma forma que mais ninguém sente” Ricardo Lopes Pereira Apresentado oficialmente há mês e meio como director desportivo do futebol profissional do Vitória, Bruno Sousa não tem dúvidas em reconhecer que os capitães José Semedo, de 37 anos, e Zequinha, 35, desempenham um papel preponderante na equipa que vai em 2022/23 participar na Liga 3. “Para mim, são os jogadores mais importantes da equipa”, disse quando questionado por O SETUBALENSE sobre a importância de ambos. O dirigente, de 37 anos, que na época passada esteve vinculado ao Marinhense, destaca o conhecimento que o médio e o avançado têm do Vitória e a forte ligação afectiva ao mesmo. “Conhecem a cultura do clube, têm um passado nele e, se calhar, sentem a camisola de uma forma que mais ninguém sente. Têm um comportamento nos jogos diferente talvez por essa ligação forte que sentem”. E continua, destacando os ensinamentos que estes líderes podem transmitir aos atletas mais novos do clube: “São dois capitães, levam muitos anos de Vitória e sentem-no de forma diferente, podendo transmitir aos mais novos e aos jovens da formação tudo isso. Para mim, são fundamentais. Isto tudo independentemente do que jogam ou não ou do que podem dar em campo”. Questionado sobre a decisão mais difícil que teve de tomar na pré-época, Bruno Sousa afirma que todas as resoluções que houve foram feitas em prol dos interesses do Vitória. “Quando tomamos uma decisão, qualquer que ela seja, que julgamos

que durante décadas foram adversários dos sadinos no escalão principal, é mencionado pelo director do futebol profissional dos verdes e brancos. “Sabemos que vamos também encontrar clubes históricos como a Académica e o Belenenses, equipas que vão dar algum gozo ao Vitória poder competir. Vamos de certeza fazer o nosso caminho bem feito”.

“Vai ser difícil parar o Vitória”

Médio, de 37 anos, e avançado, de 35, considerados fundamentais no Vitória 2022/23

ser o melhor para o clube, para mim, não é difícil. Todas as decisões que foram tomadas até agora foram com o objectivo de tornar o Vitória mais forte”. Sobre a decisão de não renovar com os jogadores que estavam em final de contrato, entre eles figuras emblemáticas como Nuno Pinto, o director desportivo diz o seguinte. “É óbvio que jogadores como o Nuno Pinto e o Mano, por exemplo, que estiveram no clube quando estava bem e quando esteve mal, que têm um passado importante no Vitória, não podem nunca deixar as pessoas indiferentes”. O Vitória entendeu ser o momento de fechar um ciclo. “São jogadores de que a direcção gosta e vão estar

sempre no seu pensamento. Na parte desportiva, achamos que é o momento em que precisamos de algo diferente naquelas posições. Não quer dizer que estejamos certos, mas entendemos que era altura de encerrar a ligação. Estes jogadores tinham contratos de épocas antigas e que representam um peso grande para o clube e temos de pensar nisso tudo”.

“Vamos estar mais fortes do que no ano passado”

Em relação à edição da Liga 3 que se aproxima, Bruno Sousa antevê uma luta intensa na série B em que o Vitória está integrado e terá como adversários, entre outros, a Académica, o Belenenses e o U. Leiria. “Já tivemos o exemplo do ano passado

de que esta Liga não é fácil, é supercompetitiva. Acredito que este ano ainda vai ser mais e que todos os clubes estarão mais preparados por já terem o exemplo do ano passado. Em função disso, vamos ter equipas fortíssimas”. Apesar da concorrência, o dirigente dos setubalenses está confiante na formação de um grupo de qualidade sob o comando técnico de Micael Sequeira. “Acredito que o Vitória se vai preparar de forma a poder enfrentar qualquer desafio ao longo da época. Acredito que vamos estar mais fortes do que no ano passado. É com esse intuito que trabalhamos todos os dias”, sublinha. O reencontro com outros emblemas históricos do futebol nacional,

Instado por O SETUBALENSE a deixar uma mensagem aos adeptos, Bruno Sousa fala na necessidade de “união” na estrutura. “Como é óbvio, percebo os adeptos que estão numa posição mais fácil do que quem toma decisões. A nossa função é ter um caminho e trabalhar no que nós acreditamos com a união de todos. Em primeiro lugar dentro de portas, na estrutura, na direcção, equipa técnica, jogadores e todos os funcionários do clube”. E acrescenta: “Todos temos uma linha a seguir e um objectivo. Se conseguirmos ter esta força toda internamente e a seguir juntarmos os adeptos não tenho dúvidas nenhumas de que vai ser difícil parar o Vitória. Sei perfeitamente que para os adeptos interessam os resultados. Podemos ter uma estrutura e equipa fantásticas e os melhores jogadores da prova que trabalham muito bem, mas se não ganharmos os adeptos não ficam satisfeitos. Se acontecer isto tudo e a equipa ganhar os adeptos ficam felizes”, reconhece. Para haver sucesso, o dirigente frisa a importância de os adeptos estarem com a equipa. “Acreditamos que para isso acontecer temos de estar muito mais preparados. Temos de tentar ter os melhores, trabalhar com os melhores e termos condições para os jogadores fazerem um trabalho profissional. Se o fizermos e estivermos todos unidos acredito que vamos estar mais perto de ganhar a cada domingo. Peço aos adeptos que estejam com a equipa, apoiem o Vitória e com certeza vão ser muito felizes”.


19 de Julho de 2022 O SETUBALENSE 15

Coordenadores da formação do Seixal Clube 1925 em Paços de Ferreira

O Seixal Clube 1925, que aposta fortemente na formação de jovens atletas, respeitando a sua linha de pensamento, proporcionou aos seus coordenadores de futebol uma sessão de aprendizagem visitando um dos projectos mais conceituados e provavelmente o mais transparente

do futebol profissional nacional, o FC Paços de Ferreira. De acordo com os seixalenses, o emblema da capital do móvel que prima pela simpatia, “preencheu e superou a boa imagem que tínhamos na ideia e despertou a nossa atenção o facto de encontrarmos muitas semelhanças

DR

com o que defendemos e tentamos aplicar no nosso projecto”. Satisfeitos com a recepção dizem que foram recebidos como amigos, “com acesso total às instalações, a todos os departamentos, e linhas de pensamento, para fazer face às nossas curiosidades”.

PRÉMIO JUVENIL DE PAIO PIRES

Rafael Justino (juniores) e Daniel Galhardo (cadetes) deram nas vistas O júnior Rafael Justino terminou a prova em segundo lugar José Pina

Chico Gomes, Rafaela Ventura e João Ribeiro compôem o staff na época 2022-23

SORTEIO DA LIGA BPI

Amora FC fica a conhecer hoje à tarde calendário para a nova época desportiva A competição passará a ser disputada a partir desta temporada por 12 clubes numa única série a duas voltas José Pina O Amora Futebol Clube vai ficar a conhecer esta tarde o calendário da primeira fase da Liga BPI, época de 2022/23, competição que vai disputar pela terceira vez consecutiva. O sorteio vai realizar-se pelas 17 horas, à porta fechada, no auditório n.º 1 da cidade do futebol, pelo que os interessados só poderão assistir através do Youtube da Federação Portuguesa de Futebol, que fará a transmissão em directo. Convém entretanto dizer que o campeonato, com início marcado para o dia 11 de Setembro, sofre esta época uma ligeira alteração em relação àquilo que foi a época passada.

Em vez dos 16 clubes divididos por duas séries como aconteceu na época anterior, a partir de agora vai ser disputado por apenas por 12 clubes numa série única a duas voltas, descendo o último classificado, enquanto o 10.º e o 11.º irão disputar um play-off com o segundo e terceiro classificado do segundo escalão. Benfica, Sporting, SC Braga, Famalicão, Marítimo, Torreense, Clube Albergaria, Vilaverdense, Amora, Valadares Gaia, Damaiense e Atlético Ouriense são equipas que vão disputar a mais importante competição de futebol feminino portuguesa. Relativamente ao Amora, de onde saíram jogadoras importantes como foi o caso de Mafalda Marujo para o Famalicão, Nicole Nunes e Beatriz Rodrigues para o SC Braga e Ana Rocha para o Torreense, praticamente nada se sabe quanto a reforços. As novidades reveladas pelo clube dizem respeito apenas ao treinador que continua a ser Luís Ramalho e ao staff que é composto pelo team manager Francisco Gomes, ligado ao clube desde o seu tempo de atleta; João

Ribeiro que despenhará as funções de director desportivo e coordenador técnico e Rafaela Ventura que foi apresentada como coordenadora da formação.

Racing Power e Barreirense na 2.ª Divisão

A 2.ª Divisão Feminina, que esta época será disputada por duas equipas da região, Racing Power e Barreirense - que ocupou a vaga deixada em aberto pela desistência do Atlético Clube de Portugal, começa também a 11 de Setembro mas ainda não conhece a data de realização do sorteio. No que respeita ao modelo competitivo vai manter na primeira fase duas séries (Norte e Sul), avançando para a fase de subida os quatro primeiros classificados de cada uma, para a disputa da subida directa e das vagas nos play-offs. Este escalão vai estar limitado à participação de seis equipas B, três em cada zona, e quatro na fase de subida. O Campeonato Nacional da 3.ª Divisão tem início marcado para 25 de Setembro.

As estradas do concelho do Seixal receberam no passado domingo cerca de duzentos ciclistas de vários escalões etários que participaram na 29.ª edição do Prémio Juvenil da Aldeia de Paio Pires. O evento, que não se realizava há dois anos devido à pandemia, surgiu em novo local (junto à Piscina Municipal de Aldeia de Paio Pires) e a prova principal num novo percurso que levou os ciclistas a passar pela Torre da Marinha, Seixal, Paio Pires, Cucena, Estrada Nacional 10 até Coina, Marco do Grilo, Fernão Ferro, Fogueteiro, Torre da Marinha e Paio Pires. Da parte da manhã tiveram lugar as provas das escolas de ciclismo com os escalões de Benjamins, Iniciados,

Infantis e Juvenis a fazerem um percurso com partida e chegada junto à Piscina de Paio Pires, tendo a escola de ciclismo do clube organizador (Clube de Ciclismo de Aldeia de Paio Pires) terminado em sexto lugar. A parte da tarde foi dedicada às provas de Cadetes (que fizeram duas voltas) e Juniores (três voltas) com os ciclistas a percorrerem um circuito que mereceu a aprovação tanto dos ciclistas como dos restantes elementos envolvidos. Em termos competitivos, no que respeita aos ciclistas de Paio Pires há a salientar a fuga de Daniel Galhardo nos Cadetes e o segundo lugar de Rafael Justino na prova de Juniores. Para além da forte adesão de público e do grande apoio que prestaram aos jovens ciclistas será também de salientar a presença de Bruno Santos, vereador do desporto da Câmara Municipal do Seixal e Maria João Costa, presidente da União das Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, entidades que colaboraram na organização do evento.

ÁGUAS DE MOURA

João Pinto (ex-Comércio Indústria) é o primeiro reforço O Águas de Moura, que foi a grande sensação do Campeonato Distrital da 1.ª Divisão da Associação de Futebol de Setúbal na época transacta anunciou a contratação de Pedro Messias, de 36 anos, para treinador principal da sua equipa de futebol sénior. Pedro Messias, que nas duas últimas épocas foi adjunto de Paulo Martins no Vitória Futebol Clube e anteriormente havia pertencido à equipa técnica comandada por David Martins no Olímpico do Montijo que na altura disputava o Campeonato de Portugal, vai ter agora a sua primeira experiência como treinador principal de uma equipa de futebol sénior. De referir que Pedro Messias iniciou a sua carreira de treinador nos sub-13 do Casal Figueiras, foi estagiá-

rio nos sub-17 do SL Benfica, conta com passagens pelos “Amarelos”, Lagameças, Quinta do Conde, U. Leiria, Pinhalnovense e duas passagens pelo estrangeiro, uma na Malásia e outra em Omã. Da equipa técnica fazem parte também Ricardo Campos e Samuel Francisco como treinadores adjuntos, Gonçalo Madeira como preparador físico, Eduardo Castro (ex-FC Setúbal) como treinador de guarda-redes e Geraldo Sousa como analista. Em relação ao plantel o primeiro jogador a ser anunciado foi o experiente médio, de 30 anos, Tiago Mascarenhas que renovou contrato com o clube e o primeiro reforço é João Pinto, defesa, de 21 anos, ex-Comércio Indústria. J.P.


01:28 - 0.9 m - Baixa-mar 07:43 - 2.9 m - Preia-mar 13:40 - 1.1 m - Baixa-mar 20:03 - 3.1 m - Preia-mar

ALMADA

01:27 - 0.8 m - Baixa-mar 07:41 - 2.9 m - Preia-mar 13:37 - 1.1 m - Baixa-mar 20:01 - 3.1 m - Preia-mar

SESIMBRA

01:44 - 0.8 m - Baixa-mar 08:01 - 3.0 m - Preia-mar 13:56 - 1.0 m - Baixa-mar 20:21 - 3.2 m - Preia-mar

SINES

SETÚBAL TRÓIA

MARÉS

01:51 - 0.8 m - Baixa-mar 08:21 - 3.1 m - Preia-mar 14:05 - 1.0 m - Baixa-mar 20:39 - 3.3 m - Preia-mar

FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras, Maria Carolina Coelho Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Batista, Célia Félix IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@ tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com


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