O Setubalense, o seu diário da região nº 895 de 22 de Julho de 2022

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Bateria do Outão vai ser um hotel

DR

EDIÇÃO FIM-DE-SEMANA

O SEU DIÁRIO DA REGIÃO SEXTA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2022 PREÇO 0,80€ | N.º 895 | ANO V | 5.ª SÉRIE

DIRECTOR FRANCISCO ALVES RITO

Concessão vai ser por 50 anos com renda anual de 130 mil euros. Secretária de Estado do Turismo diz que responsáveis estão “cheios de expectativas" p5 PALMELA Vítimas de incêndio confrontam Câmara Municipal p3

Medalhas municipais de Setúbal geram polémica Maioria CDU e PSD responsabilizam PS por falta de consenso. André Martins acusa socialistas de comportamento “indigno e inadequado” p4

ALCOCHETE Alunos da secundária pintam painéis na Junta de Freguesia p12

Lucília Ferra é candidata ao PSD/Montijo p9

ODEMIRA FACECO abre hoje com concerto de Tiago Bettencourt p14 PUBLICIDADE


2 O SETUBALENSE 22 de Julho de 2022

Abertura

ALEXANDRE NOBRE

OPINIÃO António José Fialho

De “chapéuzinho estendido”

D

esde setembro de 2014 que a organização dos tribunais judiciais de comarca passou a assumir uma configuração diferente daquela que se verificava até então. Resumindo, a noção de comarca passou a abranger um território mais alargado, em regra coincidente com o distrito administrativo, aumentou o grau de especialização dos tribunais e atribuiu-se uma maior importância à gestão por objetivos, procurando reduzir o número de processos pendentes e o tempo de duração desses processos e foram criados órgãos de gestão dos tribunais sem que estes possam na independência do processo de julgar, que constitui um princípio fundamental do nosso sistema judicial. Após a reorganização judiciária, com exceção de alguns processos que fazem a capa dos jornais, pela sua dimensão e duração, a esmagadora maioria dos processos judiciais vem observando uma significativa redução nas pendências e uma diminuição dos seus tempos de duração. Contudo, importa lembrar que esta nova organização judiciária também impõe um compromisso dos poderes legislativo e executivo no sentido de disponibilizar os meios e os critérios da sua afetação. Sejamos justos. Nos últimos anos, verificou-se um investimento substancial nos equipamentos informáticos e nos respetivos sistemas de suporte o que contribuiu para que a paragem forçada pela pandemia fosse menos sentida em Portugal do que noutros países da Europa. Todavia, subsiste a falta de investimentos nas estruturas edificadas ou a edificar, de que é exemplo gritante, na nossa Comarca de Setúbal, o caso do Tribunal de Sesimbra e de

outros edifícios a carecer de manutenção. Subsiste ainda a falta de investimento no rejuvenescimento e reforço dos quadros de oficiais de justiça, com uma média de idades a aproximar-se perigosamente da rutura total. Ao mesmo tempo, subsiste alguma dificuldade em ter a coragem de retirar dos tribunais aquilo que não é uma verdadeira função jurisdicional, mas sim um ato de chancela quando o Estado não confia nos seus próprios instrumentos de controlo ou ainda simplificar atos e procedimentos aproveitando as potencialidades já existentes. Finalmente, subsiste a falta de investimento nos serviços de apoio quando um relatório demora meses a chegar, um pedido a uma autoridade estrangeira eterniza-se até chegar uma resposta ou um processo fica “parado” à espera de uma perícia especializada que não encontra alternativas viáveis. Os recursos são, em regra, escassos e há que estabelecer prioridades, mas esta política do “chapeuzinho estendido” quando se trata de um poder soberano do Estado não pode continuar a ser a realidade com que os tribunais lidam todos os anos. Esta expressão não é minha, mas da representante da Justiça nas Nações Unidas quando visitou Portugal há alguns anos e, pelos vistos, desde então, pouco ou nada mudou. Ao reclamar estes investimentos ou estas alterações, não o fazemos por nós mas sim pelo Povo em nome de quem é administrada a Justiça. É esta noção que ainda não foi devidamente assimilada pelos decisores políticos. Juiz Presidente da Comarca de Setúbal

FESTIVAL DECORRE ATÉ DOMINGO

Encontro FIAR arranca hoje nas ruas de Palmela Da programação faz parte a peça “Condomínio”, em ligação com a comunidade local Inês Antunes Malta Mais do que um festival, um encontro, o FIAR regressa hoje às ruas de Palmela. Até domingo, trará à vila “artes, entusiasmo, ideias e novos sentidos” a partir de uma programação marcada mais uma vez “pela novidade e pelo risco estético”. A sessão de abertura está marcada para as 17h00, no Pátio da Adega da Casa de Atalaia, seguida de vários momentos que procuram “dar ao público espectáculos, que normalmente podem ver em sala, implementados em espaços públicos”. Entre estes, está a peça de teatro “Condomínio”, da Propositário Azul, com dramaturgia, encenação e interpretação de Nuno Nunes, que traz a comunidade palmelense à cena na

Urbanização Nova Palmela - Praceta Lúcio Borges da Costa no domingo às 21h00. A O SETUBALENSE, Nuno Nunes partilha que este espectáculo surgiu da vontade de transpor para teatro a sua experiência “como participante e administrador de condomínio. É um microcosmos da nossa sociedade e faz um raio-x perfeito das complexas relações que nos envolvem quando estamos ligados por questões de interesse comum”. Com uma estrutura criada por um núcleo criativo, composto por Nuno Nunes, Sofia Dias e Tiago Sarmento, com três partes, “Ser”, “Pertencer” e Projectar”, “cada um, além disso, representa uma forma diferente de estar, pensar e agir a que chamei ‘avatar’”. Neste “Condomínio”, os participantes são residentes no concelho ou têm algum tipo de envolvimento com Palmela. Também As Avózinhas foram convidadas a participar. “Ao todo, são 11 pessoas que, semanalmente, foram aparecendo, participando, jogando, experimentando, improvisando. Acredito que há muita von-

tade de muita gente em se envolver em processos de criação, nem que seja por esse espaço novo que se abre para a agitação do ser, a inquietação, a descoberta de si mesmo como outro”, refere. “A energia que isto gera liga as pessoas aos sítios, diferencia a nossa relação com os lugares e as pessoas e sobretudo é divertido, num divertimento como ‘desvio’ à trivialidade da existência”, adianta. O bairro Nova Palmela está “intrinsecamente ligado à origem deste espectáculo. Foi a olhar para aquelas ruas paralelas, para a uniformidade daqueles blocos de apartamentos que imaginei um condomínio ‘exacerbado’, ou seja, impossível, que acontecesse na rua, entre fachadas, confrontando janelas, interrompendo o trânsito”. Foi Dolores de Matos, fundadora do FIAR, que apresentou a Nuno este local e “não há um dia” em que ele “não veja o seu rosto e sua inabalável confiança na criatividade dos outros, na liberdade artística, nas possibilidades de concretização de imagens e de sonhos. É também por isto que o espectáculo, sobre identidade e pertença, se tem de fazer aqui. É indiscutível”.


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Câmara de Viana do Alentejo leva habitantes do concelho à praia de Troia

A Câmara de Viana do Alentejo, no distrito de Évora, tem aberto, até quarta-feira, o período de inscrições para viagens à praia de Troia, no concelho de Grândola, que se realizam no próximo mês de

Agosto. Segundo divulgou ontem o município, estas viagens à praia fazem parte da iniciativa “Praia Ida e Volta 2022”, que se destina aos habitantes das três freguesias do concelho.

“À semelhança de anos anteriores, a iniciativa tem como finalidade levar a Troia munícipes do concelho que, de outra forma, não teriam a oportunidade de desfrutarem de uma ida à praia.

RESCALDO QUENTE

Álvaro Amaro respondeu e acalmou moradores vítimas do grande fogo de Palmela ALEX GASPAR

Líder palmelense revelou total abertura para trabalhar em conjunto com as populações na preparação para o combate aos incêndios Luis Bandadas A última reunião de câmara no município de Palmela foi tensa, com cerca de três dezenas de moradores das zonas afectadas pelo incêndio a falarem olhos nos olhos com Álvaro Amaro, presidente da Câmara de Palmela. Na passada quarta-feira, na Biblioteca Municipal de Palmela, eram muitos os nervos à flor da pele com os moradores a quererem perceber quais os planos da autarquia para o pós-tragédia, no apoio a quem perdeu tudo e quem perdeu muita coisa, e também se foi feito o suficiente no combate ao fogo da passada semana, que queimou mais de 400 hectares, tendo destruído floresta e algumas habitações no seu caminho. Álvaro Amaro, que foi alvo de muitas críticas, e também de algumas sugestões, não se esquivou a nenhuma pergunta, tendo confessado que o sistema de combate aos incêndios não é um processo perfeito. “Só porque alguma coisa correu mal”, como os problemas com algumas bocas de incêndio, “não se pode generalizar”, comentou o autarca da CDU. O presidente da autarquia palmelense acredita que, com o envolvimento das populações, o modelo “pode melhorar significativamente”, e deixou a garantia de prestar apoio a todos os afectados de forma imediata. Sobre uma preocupação transversal a todos os moradores, relativamente à remoção da matéria ardida, nomeadamente o grande número de árvores vencidas pelo fogo espalhadas em terreno aberto e

Um morador contou que os filhos, depois do incêndio, recusam-se a sair de casa para não enfrentarem a floresta queimada e reviverem o incêndio

nos quintais junto às casas afectadas, Álvaro Amaro assegurou que a autarquia irá proceder a esse trabalho.

Medo de sair à rua depois dos incêndios

Nas intervenções, os moradores tiveram abordagens muito similares, sendo a deficiente limpeza de terrenos e a falta de diálogo as principais críticas dirigidas ao executivo palmelense. Nalguns testemunhos a tragédia vivida pessoalmente impressionou os presentes como foi o caso de Rute Perdigão e Pedro Matos, com a primeira a apelar ao apoio psicológico. “O que nós vivemos foi algo de terrível que não passa de um dia para o outro”, relatou. Já Pedro Matos, morador na Quinta da Glória, depois de imigrar voltou a Portugal no início de 2021 para viver um sonho que se tornou pesadelo, revela ter três filhos que “têm medo de sair de casa pelo panorâma que têm à frente dos seus olhos”. Por sua vez André Amaro, proprie-

tário de uma casa perto do início da Estrada Cobra, queixou-se da falta de água nas bocas de incêndio que “podia ter evitado tudo isto”. “Fui eu e os meus vizinhos que salvamos as nossas casas e os nossos terrenos, porque os bombeiros não tinham água para combater o fogo. As bocas de incêndio não tinham água”, e a isto acrescentou: “Se não for reconhecido que há um problema técnico qualquer ali, não sei como vou dormir à noite, porque por trás da minha casa até ao Centro Social, está uma área que pode arder a qualquer momento”. Jéssica, moradora na mesma artéria, criticou a autarquia pela demora na resposta às preocupações dos moradores em zonas de alto risco de incêndio. “Desde 2017 que enviamos dezenas de e-mails, fomos pessoalmente várias vezes à câmara para pedir a limpeza do caminho que liga a estrada até ao Vale de Barris. A câmara diz que o caminho é privado e que não tem qualquer responsabilidade, no en-

tanto estão lá duas fossas em pleno Parque Natural a correr a céu aberto”. Aida Correia, moradora na baixa de Palmela, acusou a autarquia no capítulo da prevenção. “Na resposta a um e-mail que enviei à câmara em Maio, a alertar para a limpeza de terrenos aqui na zona, fomos informados que estava nos planos fazer a limpeza na zona a 9 de Julho, o incêndio, deu-se a 13. Muita gente perdeu muita coisa, o Parque Natural da Arrábida também e, no caso da minha família, não foi pior porque estivemos lá a defender o que é nosso. Fomos nós que os colocámos aí e exigimos respostas”, enalteceu. Na resposta, Álvaro Amaro afirmou que, em relação a quem cabe a limpeza dos terrenos, o problema resolve-se com “uma alteração na legislação, por parte do Governo, que deixe tudo claro relativamente a quem tem de fazer o quê, como e quando e com que responsabilidades”. O autarca sublinhou ainda a dificuldade da fiscalização e do jurídico em encontrar os proprietários.

Para o futuro, o líder do executivo quer criar um plano de intervenção e prevenção construído com a participação dos moradores. “A ideia é percebermos efectivamente o que foi feito, o que está feito e o que temos de fazer para estarmos mais preparados para enfrentar estas situações”, disse na reunião. Álvaro Amaro pegou na agenda e avançou com uma data para uma primeira reunião de trabalho nesse sentido, apontando para 17 de Setembro. “Queremos iniciar com os moradores das regiões afectadas uma cronologia de trabalho que envolva também especialistas. Nós todos sabemos um pouco mas há, de facto, quem trabalha nesta matéria há alguns anos. São professores universitários, são pessoas que aprovam os regulamentos e os planos para todos os municípios, e nós temos de perceber se a perspectiva destas pessoas nos ajuda a melhor intervir no plano da intervenção, prevenção e resiliência”, concluiu.


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Setúbal

REUNIÃO DE CÂMARA

Gestão CDU critica PS por falta de “consensualização” na atribuição de nove Medalhas Honoríficas DR

Apesar de ter viabilizado a proposta, PSD tem a mesma posição, ao considerar que poderiam ter havido “conversas prévias” Maria Carolina Coelho A gestão CDU diz ter recebido “com surpresa” a proposta do Partido Socialista (PS) para a atribuição de Medalhas Honoríficas a oito “filhos da terra” e a uma colectividade sem que tenha havido “consensualização” entre as três forças políticas que compõem a Câmara Municipal de Setúbal. “A CDU, mesmo com maioria absoluta, sempre concordou em consensualizar, de forma geral. Diria mesmo que o lema do PS, de agir em diálogo, na procura de consensos, caiu por terra nesta proposta”, afirmou o vereador comunista Carlos Rabaçal na reunião pública da passada quarta-feira. Para o autarca, e apesar de ser “uma opção e que cada um apresenta as suas propostas”, “corre-se o risco de as votações serem as mais díspares”. “Isso coloca uma dificuldade para as pessoas. Não há coisa mais desagradável que uma pessoa ser proposta por um órgão e metade dizer que sim e metade dizer que não”, considerou. Contudo, e depois de sublinhar que “o vereador Carlos Rabaçal sabe daquilo que tem sido o esforço de consensualização do PS em matérias de gestão corrente e estratégica do município”, Joel Marques (PS) explicou tratar-se de “um tema completamente inverso”. “Estamos perante aquilo que é uma proposta de reconhecimento de personalidades ou instituições. É uma proposta, tem de ser votada em Câmara, mas pode ser apresentada por qualquer bancada. Da mesma forma que o regulamento não especifica que este tipo de reconhecimento tem de ser atribuído no Dia da Cidade”,

O debate em torno da atribuição dos galardões motivou debate acalorado na última reunião do executivo

justificou o eleito socialista. A proposta viria a ser aprovada com seis votos a favor e cinco contra, apesar de também a vereadora Sónia Martins (PSD) considerar que “podia ter havido uma consensualização entre forças e algumas conversas prévias, apontando até para o caminho da apresentação de uma proposta única”. “Acho que estas escolhas das per-

sonalidades que queremos ver distinguidas no município são importantes, mas o PS entendeu não conversar com as restantes forças políticas. Como normalmente são muito entusiastas da articulação prévia”, atirou.

“Comportamento” do PS foi “indigno e inadequado”

Enquanto isso, o presidente da edilidade, André Martins, classificou o

“comportamento” do PS de “indigno e inadequado”, sem que estejam em causa “as pessoas e as colectividades indicadas”. “Este tipo de comportamentos, neste caso do Partido Socialista, é o que nós entendemos como politicamente inadequado. Naturalmente que nós não estivemos de acordo”, explicou o edil a O SETUBALENSE. Já durante a reunião pública, o

Reconhecimento Vão ser agraciados oito “filhos da terra” e uma colectividade centenária Na reunião pública de quarta-feira, foi aprovada com seis votos a favor e cinco contra a atribuição de Medalhas Honoríficas a oito “filhos da terra” e a uma colectividade. A Medalha de Honra da Cidade na classe de Desporto vai ser entregue à “velha glória do Vitória FC”, Ricardo Formosinho, assim como “a Paulo Catarino, setubalense de gema e jogador de futebol no activo até aos 50 anos de idade”. A mesma distinção vai receber Renato Paiva, treinador

de futebol que levou o clube equatoriano à vitória, tendo sido depois eleito treinador do ano no Equador, e Sandro Mendes, ex-jogador de futebol e actualmente treinador, reconhecido pela segunda vez pela Câmara de Setúbal. Enquanto isso, Fernando Ferreira, mais conhecido por “Viola”, vai arrecadar a Medalha de Honra da Cidade na classe Associativismo e Sindicalismo. Já Pedro Lisboa será distinguido na classe de Actividades Culturais pela “sua carreira

enquanto intérprete de fado, compositor e autor”. Também Francisco Borba e Fernando Paulino vão receber a Medalha de Honra da Cidade, nas classes Actividades Culturais e Associativismo e Sindicalismo, respectivamente. A colectividade também reconhecida será o Grupo Desportivo Setubalense “Os 13”, à qual vai ser entregue a Medalha de Prata da Cidade “por toda a sua actividade desportiva, cultural e recreativa ao longo de 100 anos”.

autarca frisou que “desde há muitos anos, quando se trata da atribuição das Medalhas Honoríficas a entregar no Dia da Cidade, há uma única proposta que passa pela Câmara Municipal e que reflecte o contributo e as sugestões das várias forças políticas representadas”. Por considerar que “está em causa a dignidade do próprio órgão da Câmara”, André Martins relembra que pediu “ao chefe de gabinete para contactar o PS e o PSD para haver precisamente uma conversa a este propósito”. “Pedi para que cada um pudesse fazer as suas sugestões. Pensamos que esta atitude não é dignificante nem para o município nem para quem recebe as medalhas. Se for uma proposta conjunta, quando as pessoas recebem a medalha, é dada pela Câmara Municipal, no seu conjunto”, sublinha. Contrariamente, o vereador Fernando José (PS) assegurou que foram “informando nas reuniões de câmara que a proposta iria ser apresentada”. “Assim o fizemos aquando da saudação a Renato Paiva e quando falámos de Ricardo Formosinho. Ficámos a aguardar por um contacto, que nunca existiu”, atacou.


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Bebé de oito meses chegou morto ao Hospital de São Bernardo

Na madrugada da passada quinta-feira deu entrada no Hospital de São Bernardo um bebé de oito meses já morto, apurou O SETUBALENSE junto de fonte do Centro Hospitalar de Setúbal. A criança foi encontrada pelo pai, que ao chegar a casa, entre as

duas e as três da manhã, deparou-se com a criança já morta. O bebé vivia nas Manteigadas com o pai, a mãe e um irmão mais velho. De acordo com a informação apurada por O SETUBALENSE, o bebé deu entrada no hospital acompanhado dos pais. Na

unidade hospitalar tentaram-se fazer manobras de reanimação, mas sem efeito. Relativamente à causa do falecimento da criança suspeita-se de morte súbita. O SETUBALENSE contactou as autoridades competentes, não conseguindo obter mais detalhes.

LANÇADO CONCURSO PÚBLICO

Bataria do Outão vai ser hotel ou pousada com concessão a 50 anos e renda anual de 130 mil euros Secretária de Estado do Turismo diz que responsáveis estão “cheios de expectativas de poder encontrar um fiel depositário deste legado imenso” Maria Carolina Coelho Cumprida a função de “infra-estrutura de defesa costeira da região de Lisboa”, e depois de 24 anos ao “abandono”, a 7.ª Bataria do Outão está ‘pronta’ para renascer como hotel ou pousada. Por um período de 50 anos e mediante o pagamento de uma renda anual de cerca de 130 mil euros, foi ontem lançado o concurso para a concessão da construção militar. Na cerimónia, realizada em plena 7.ª Bataria da Costa do Outão, Rita Marques, secretária de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, garantiu que os responsáveis do sector estão “cheios de expectativas de poder encontrar um fiel depositário deste legado imenso que foi deixado já há 24 anos, provavelmente há tempo demais”. Com o património a ser reconvertido, requalificado e aberto à comunidade, a governante frisou igualmente que vão ser criados “postos de trabalho, riqueza e também motivos de orgulho” a quem pela 7.ª Bataria do Outão passou entre 1954 e 1998, anos em que funcionou como o sétimo reduto de defesa da costa marítima portuguesa, dando protecção à foz do Rio Sado.

“O imóvel constitui um verdadeiro espólio da história militar, que deve ser preservado e valorizado. A localização privilegiada, com fantásticas vistas para o Estuário do Sado, a Península de Tróia e a Serra da Arrábida, constitui uma mais-valia para o desenvolvimento de um projecto turístico”, frisou. Sendo o concurso lançado no âmbito do Revive, com os potenciais investidores a terem um prazo de 120 dias para apresentar propostas, Rita Marques fez igualmente questão de explicar que o programa permite confiar “na regeneração do património que está devoluto, que não tem qualquer utilização há demasiados anos”. “O sector do Turismo tem a responsabilidade de regenerar os territórios, criando projectos-âncora que podem ser novos atractores de fluxos turísticos e motivos de orgulho para as comunidades”, sublinhou a governante, para em seguida revelar que “o turismo militar é um dos muitos exemplos da diversidade que têm os activos do Revive”. A O SETUBALENSE, a governante afirmou ter “demorado mais de dois anos para ser feito o levantamento do equipamento e a regularização cadastral”. Já o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, disse tratar-se de um primeiro passo para a resolução de um problema para o qual a autarquia alertava há vários anos. “Manifestamos a nossa satisfação pelo que significa este ato que agora celebramos, pois poderá marcar o fim do período de 24 anos em que estas instalações se degradaram gravemente. Um estado de abandono e O SETUBALENSE

Potenciais investidores têm prazo de 120 dias para apresentar propostas

degradação que se estende a todo o imóvel e para o qual, na Câmara Municipal de Setúbal, temos alertado as autoridades competentes com muita insistência nos últimos anos”, afirmou. Além disso, considera o edil que a concessão vem igualmente fazer jus a “um dos mais privilegiados postos de observação” da cidade. “Há cerca de 24 anos que foi abandonado e era necessário haver uma iniciativa no sentido de que este património fosse recuperado. Além de Setúbal, é um património nacional e até europeu, porque esta bataria foi construída na sequência da II Guerra Mundial para fazer o controlo dos na-

vios que pudessem chegar à costa”, relembrou. A 7.ª Bataria do Outão, que com o Forte Velho do Outão tem uma área bruta de construção de 6 909 metros quadrados, é o 28.º imóvel colocado a concurso no âmbito do programa Revive.

Unidade hoteleira terá capacidade para 35 quatros

Caso venha a ser instalada uma unidade hoteleira na 7.ª Bataria do Outão, a infra-estrutura terá capacidade para 35 quartos, explica o Turismo de Portugal na página on-line do programa destinado à reabilitação de imóveis públicos sem utilização, em regime

de concessão a privados com fins de utilização turística. Também na cerimónia esteve Teresa Monteiro, vice-presidente do Turismo de Portugal, tendo recordado que o Revive surgiu depois de o Estado perceber que existia um conjunto de imóveis, sua propriedade ou de outras entidades públicas, que estavam desocupados, sem utilização há muitos anos e degradados. “E são todos eles património que está classificado, que tem uma importância histórica, cultural, arquitectónica relevante para o País e também no meio em que estão inseridos”, salientou. PUBLICIDADE

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ALMADA 265 539 691 SETÚBAL 265 520 716 SEIXAL 265 520 716 MONTIJO 212 318 392 MOITA 212 047 599 BARREIRO 212 047 599 PALMELA 212 384 894 ALCOCHETE 212 318 392 SESIMBRA 265 520 716 OUTROS CONCELHOS 265 520 716


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Setúbal DR

IPS

Alunos do Politécnico desenham campus do futuro numa parceria europeia

Et Toi Michel, Caravananana, Wickings, Ohmonizciente e Zé Zambujo são os primeiros artistas representados

EMERGE

Plataforma de booking setubalense pretende conectar artistas e programadores culturais Primeiro concerto marcado pela Emerge é esta noite. Et Toi Michel abre concerto de António Zambujo, no EA Live - Évora Inês Antunes Malta Com 14 anos de experiência enquanto músico independente, actor e actualmente a trabalhar como programador cultural, o setubalense André Moniz fundou recentemente a Emerge, uma plataforma de booking que visa “ligar os músicos e as pessoas, garantir que os bons artistas chegam onde merecem estar, assegurar a diversidade no mercado e proporcionar uma correspondência entre programadores e artistas que satisfaça as expectativas de ambos”. Valorizar os artistas e conectar as pessoas é, assim, o mote para este trabalho de agenciamento de artistas, que André Moniz acredita que será “a útil catapulta que tantas vezes tem

faltado aos artistas em Setúbal” e que pode contribuir para que “os nossos valiosos músicos estejam onde merecem”. A O SETUBALENSE explica que a ideia para este projecto nasce “de múltiplos factores. Primordialmente virá do facto de eu me sentir, mesmo como ouvinte, geralmente insatisfeito com o mercado da música, apesar de sentir que há alguns sectores que até melhoraram bastante nos últimos anos, nomeadamente o hip-hop, onde me integro”. Numa segunda linha, por considerar “que as oportunidades não eram equilibradas e o mercado não era saudável, até mesmo no sentido de nem sempre promover os artistas mais talentosos”, sem esquecer que o facto de ter começado também a desempenhar o papel de programador cultural fê-lo conhecer “os dois lados da vida artística”. O jovem de 28 anos regista ainda “uma dependência muito grande” da rede de contactos. “É uma lei universal, em tudo na vida quando tens contactos as coisas são mais alcançáveis, mas a arte é um mundo à parte. Vive numa esfera diferente do que a engenharia ou a matemática”, diz.

Acção divide-se entre agenciamento e programação

À sua volta, André Moniz encontra “muita gente extremamente talentosa, que devia chegar mais longe do que chega. Quem é de Setúbal conhece perfeitamente a premissa de que é uma cidade de talentos mas depois parece que não chegam a lado nenhum ou são poucos os que chegam”. No seu entender, “há mesmo muita gente a fazer coisas boas mas também é muito difícil sair daqui”. Os mercados continuam “muito centralizados em Lisboa e no Porto e assim como é que as pessoas de São Brás de Alportel, por exemplo, vão saber que em Setúbal existe o artista x ou y?”, questiona. É precisamente para dar resposta a esta pergunta e para criar esta ponte que surge a Emerge, cuja acção se divide entre duas vertentes: o agenciamento e a programação. “Queremos agenciar. Temos uma primeira linha de artistas e projectos, que estão desde o dia zero: Caravananana, Et Toi Michel, Ohmonizciente, Wickings e Zé Zambujo, com que trabalhamos, que acompanhamos mais quotidianamente e a quem prestamos apoio, na criação de um cartaz ou na

divulgação de um lançamento ou de um concerto”, refere. “Este processo foi galopante. Tive a ideia, comecei a sentir que queria e precisava de fazer isto. Desde o início sabia que eram estes artistas que queria ter nesta primeira linha e o feedback super positivo que recebi de todos deu-me aquela força para perceber que acredito nestas pessoas e elas também acreditam em mim e na ideia, então vale a pena fazer isto acontecer”, adianta. Para além desta vertente, que pretende “agenciar e apresentar estes projectos, muito diversificados entre si para poder corresponder a qualquer tipo de evento, a casas que precisam de artistas, que querem programar”, a Emerge tem igualmente o objectivo de fazer programação. “Se determinado sítio quer um determinado evento, nós vamos buscar os artistas e ajudamos a organizar”, explica. Com o website no ar desde Junho, André Moniz partilha que têm chegado “mensagens de vários pontos do País a perguntar como se podem juntar”, o que, nas suas palavras, “é muito bom mas também prova que muitos artistas estão desamparados e é preciso haver mais pessoas a fazer este trabalho”.

Uma equipa de docentes e estudantes do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) participou na 1.ª edição do E3UDRES3 Bootcamp, onde se debruçaram sobre a temática global "O novo campus sustentável do futuro”, trabalhada em quatro equipas internacionais, que se dedicaram a diferentes desafios. Neste programa intensivo na área da inovação e empreendedorismo, que decorreu em St. Jakob in Defereggen, na Áustria, estiveram envolvidos cerca de 40 participantes, em representação das seis instituições de ensino superior parceiras no consórcio europeu E3UDRE3. No final do processo, baseado na metodologia Design Thinking, foram apresentadas soluções em estádios de desenvolvimento muito avançados. Como exemplos disso estiveram as três plataformas on-line propostas para dar resposta a questões como a ligação/envolvimento dos estudantes e diplomados ao campus, assim como a respectiva comunidade ao longo da sua vida profissional (Lifelong Growth), a interconexão entre estudantes, empreendedores e investigadores (Bridging and Sharing Talents), e a ligação estreita e eficaz entre o campus e a sua região de influência (Regional Impact). Um dos grupos de trabalho debruçou-se igualmente sobre o desafio de redesenhar um campus universitário com base na sustentabilidade ambiental (terraços verdes, painéis solares, recolha de águas para rega) e facilitador da interacção, convívio e trabalho de equipa (Living Formats).


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PICA apresenta poesia de amor e liberdade no Jardim da Casa Mora

"Se amor não é, então o que será?” intitula a performance poética que o Projecto de Intervenção Cultura e Artes (PICA) vai apresentar, no próximo dia 29, no Jardim da Casa Mora, no Montijo. O espectáculo tem início marcado

para as 21h30. João Jacinto, Lúcia Araújo, Romy Petrucci e Sara Loureiro, acompanhados musicalmente por João Rocha (clarinete) e Torcato Rocha (guitarra clássica), vão declamar poemas de amor e de liberdade.

DR

Montijo

CRUZ VERMELHA

Nova ambulância amplia resposta de socorro no concelho Câmara Municipal financiou com 75 mil euros a aquisição da viatura

PARA SERVIR MONTIJO E ALCOCHETE

Comissão de utentes da saúde exige construção imediata de novo hospital Existem 17 mil sem médico de família e o protocolo de criação do Centro Hospitalar Barreiro Montijo continua por cumprir Mário Rui Sobral A Comissão de Utentes da Saúde do Montijo exige a “imediata construção do Hospital Montijo-Alcochete”. Esta é apenas uma das reivindicações que aquele organismo apresentou numa tribuna pública realizada, na passada quarta-feira, junto ao centro de saúde montijense. A acção de protesto e esclarecimento visou despertar sensibilidades para os problemas que se sentem no sector da saúde, a nível nacional e, sobretudo, local. “No concelho do Montijo existem mais de 17 mil utentes sem médico de família. O protocolo celebrado aquando da criação do Centro Hospitalar Barreiro Montijo nunca foi cumprido. Os serviços do Hospital do Montijo chegaram a uma situa-

ção preocupante para os utentes”, justifica a comissão em comunicado, ao mesmo tempo que exige “a tomada de medidas que respondam aos problemas existentes”. No documento, os utentes enumeram sete acções que consideram necessárias para melhorar a qualidade dos serviços prestados. “A contratação e fixação de profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS), para assegurar o adequado funcionamento dos serviços nos cuidados de saúde primários e nos hospitais”, “a valorização das carreiras e das remunerações de todos os profissionais” do sector e “a implementação do regime de dedicação exclusiva” são três das medidas que a comissão de utentes defende e que transmitiu a quem passava pelas imediações do centro de saúde.

Incentivos e alargamento de horário de atendimento

O organismo considera também essencial “o alargamento dos incentivos para a fixação de profissionais em áreas com carências em saúde” assim como “o investimento na modernização de instalações e equipamentos e na internalização de meios complementares de diagnóstico e terapêutica”. No conjunto de medidas – que in-

cluem a exigência da construção de um novo hospital – figura ainda “o alargamento do horário de atendimento dos centros de saúde”, tendo em vista uma aposta cada vez maior “na prevenção”, e “a abertura de pelo menos uma unidade em cada concelho”. E esta última medida, de acordo com a comissão de utentes, assenta num pressuposto bem definido. Garantir “o atendimento permanente dos utentes em situação aguda, evitando o recurso muitas vezes injustificado às urgências do hospital”. Medidas que, a serem adoptadas, “passam pelo reforço de profissionais e de meios”, frisa a comissão de utentes do Montijo. A estas acções o organismo acrescenta ainda uma manifestação de “rejeição e repúdio total” pelo “presente processo de transferência de competências” do Estado para as autarquias locais na área da saúde. “O seu avanço choca com o direito constitucional e humano que todos os cidadãos têm no acesso à saúde, independentemente das suas condições económicas e sociais”, afirma a comissão de utentes que, a concluir, lembra que o SNS deve constituir-se como “garante do direito à protecção da saúde”, de acesso “universal, geral e gratuito”.

A capacidade de resposta dos meios de socorro que actuam no Montijo está ampliada desde a passada terça-feira. A Delegação Foz do Tejo da Cruz Vermelha Portuguesa, que serve o concelho montijense, passou a contar com mais uma ambulância de socorro. A viatura foi, simbolicamente, inaugurada diante do edifício dos Paços do Concelho, depois de ter sido adquirida com o apoio da Câmara Municipal do Montijo. O novo veículo veio “reforçar o apoio à população residente no concelho, no que respeita à emergência e protecção civil”, salienta a autarquia, em nota de Imprensa, para justificar o investimento realizado na compra da viatura. “O apoio financeiro, no valor de 75 mil euros, destinado à aquisição

de uma ambulância de socorro, tinha sido aprovado por unanimidade na reunião de Câmara realizada em 9 de Março de 2022”, lembra ainda o município na mesma nota. Nuno Canta, presidente da Câmara Municipal do Montijo, e Ana Jorge, antiga ministra da Saúde que actualmente preside à Cruz Vermelha Portuguesa, “apadrinharam” a ocasião. A cerimónia contou também com as presenças de Fernando Caria, presidente da Junta da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro, Dinora Caetano, presidente da Junta de Freguesia de Sarilhos Grandes, e Tolentino Gomes, secretário da Junta da União das Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia. E, em representaçao da Cruz Vermelha, além de Ana Jorge, estiveram ainda presentes Lúcia Costa, responsável pela Delegação Foz do Tejo, Maria de Deus Paulos, delegada regional para o Distrito de Setúbal, e Rodrigo Cerdeira, coordenador local de emergência. DR

Fernando Caria, Nuno Canta, Ana Jorge, Dinora Caetano e Tolentino Gomes


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Montijo O SETUBALENSE

BREVES FESTIVAL

'Sons no Montijo' arranca hoje com UHF como cabeça-de-cartaz As portas do recinto do mercado na frente ribeirinha montijense abrem-se hoje pelas 19h30 para o arranque da 1.ª edição do Festival Sons no Montijo, que vai contar com 11 bandas e prolongar-se até amanhã. Esta sexta-feira actuam Earth Drive (20h00), Trêsporcentro (21h05), Keep Razors Sharp (22h20) e UHF (23h30). O festival

prossegue neste sábado, à tarde, com Persona 77 (18h30), GNU (19h05) e Grand Sun (19h35). À noite sobem ao palco PZ (21h15), Corona (22h15), Tara Perdida (23h15) e os australianos Caravãna Sun (00h40). O evento é organizado pela Associação Somos Peixinho, com promoção da Junta de Montijo/Afonsoeiro e da Câmara Municipal.

TAUROMAQUIA

Luís Rouxinol vai ter exposição na frente ribeirinha da cidade PSD DENUNCIA ESCASSEZ DE MEIOS

“Falta quase tudo na esquadra do Montijo” Agentes debatem-se com “falta de computadores e impressoras”, trabalham em “ambiente tórrido” e com “viaturas velhas” Mário Rui Sobral Falta “quase tudo” aos agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) na esquadra do Montijo. A denúncia é feita pela Comissão Política local do Partido Social Democrata (PSD) que, em comunicado, responsabiliza o Governo e a gestão camarária socialista. Os agentes desta força de autoridade debatem-se diariamente com “falta de condições de trabalho”, a começar pela (in)capacidade das actuais instalações, situação há muito identificada mas sem solução à vista, conforme fazem notar os social-democratas. “Há mais de uma década que se promete a construção de uma nova esquadra para a PSP do Montijo, mas face à inoperância do Governo socialista e à cumplicidade da Câmara Municipal, que numa atitude subserviente nada faz, a [futura] esquadra não é mais do que uma promessa de

papel por cumprir”, afirma a estrutura local do partido laranja. Na actual esquadra “falta quase tudo, computadores, impressoras, viaturas automóveis, ar-condicionado...”, adiantam os social-democratas, que destacam a climatização nas instalações como exemplo. “Desde o ano passado que se investiu na aquisição de aparelhos de ar-condicionado, mas os mesmos aguardam ligação simplesmente por não ter sido instalado um novo quadro eléctrico, que custa cerca de mil euros, capaz de suportar a ligação dos aparelhos. No

As viaturas estão velhas, muitas delas com centenas de milhares de quilómetros, facto que diminui a operacionalidade da PSP

edifício vive-se um ambiente tórrido de calor, e de humidade, que coloca em causa o trabalho dos agentes e a sua saúde.” E no que toca a ferramentas de trabalho, os social-democratas apontam ao “sistema informático”, que dizem estar “obsoleto”. “Faltam novos computadores e impressoras, o que coloca em causa a produtividade e celeridade do trabalho da PSP”, denunciam. A falta de condições, de acordo com o PSD do Montijo, vai ainda mais além. “As viaturas estão velhas, muitas delas com centenas de milhares de quilómetros, facto que diminui a operacionalidade da PSP, designadamente o patrulhamento”, garante a concelhia laranja. A terminar, os social-democratas consideram que os polícias são mal remunerados e, ao mesmo tempo, deixam uma promessa. “Um agente da PSP ao ingressar na instituição ganha cerca de 800 euros. Se não lhes pagamos o valor adequado, pelo menos que lhes sejam concedidas condições de trabalho. É o mínimo. Sob a nossa liderança municipal iremos reequipar a PSP e a GNR e não descasaremos enquanto a nova esquadra da PSP não estiver construída”, assumem, a concluir.

A frente ribeirinha da cidade montijense vai acolher, a partir da próxima terça-feira, 26, e até Outubro deste ano, a exposição “Luís Rouxinol – 35 Anos de Alternativa”, da autoria de José Cáceres. A mostra vai ser inaugurada pelas 19h00 e visa homenagear o cavaleiro montijense, considerado primeira figura do toureio nacional. Além

desta exposição, para o próximo dia 29 está agendada a Corrida Comemorativa dos 35 Anos de Alternativa, que vai ter lugar na Monumental do Montijo (22h00) com a participação de Luís Rouxinol, Rui Fernandes, Luís Rouxinol Jr. e Duarte Fernandes. Os Amadores de Montijo e Cascais pegam seis toiros da ganadaria Canas Vigouroux. DR

MULTICULTURALIDADE

Alegro Montijo apresenta artesanato do mundo O Alegro Montijo tem a decorrer na Praça Redonda, até 31 de Agosto, a iniciativa Mercadinho de Artesanato Internacional que reúne expositores de vários pontos do mundo. De acordo com a assessoria de comunicação da superfície comercial, os visitantes podem encontrar vários artigos que transformam o espaço “num

palco vivo de multiculturalidade”. “De Marrocos ao Nepal, passando por Equador, Quénia, Senegal, entre outros, a Praça Redonda do Alegro Montijo é o local onde vai poder encontrar peças de artesanato únicas, utensílios, vestuário, tecidos e acessórios, cheios de histórias além-mar”, revela a unidade comercial.


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Estrela Afonsoeirense vai ser novidade no campeonato p15 LUCÍLIA FERRA ENTRA NA CORRIDA PELA CONCELHIA LARANJA

“É meu dever candidatar-me ao PSD/Montijo” DR

A social-democrata diz ter sido encorajada por militantes “preocupados com o descrédito” da estrutura local

O órgão político do PSD/Montijo não está em condições de desenvolver, com credibilidade, o necessário para recuperar a confiança dos montijenses

Mário Rui Sobral

A antiga líder da concelhia do PSD, que foi vereadora durante dois mandatos e deputada à Assembleia da República em duas legislaturas, quer voltar a arrumar a casa laranja para destronar o PS do poder no Montijo. Ao assumir que vai a votos, Lucília Ferra deixa implícitas duras críticas à liderança de João Afonso, que já assumiu a recandidatura à concelhia e à Câmara. “O Montijo precisa de uma liderança agregadora, ambiciosa, sem ser populista nem oportunista”, atira. E não descarta voltar a candidatar-se à presidência da Câmara, até porque “não há decisões irrevogáveis nem intervenções superiores”, lembra, numa alusão a Paulo Portas e Marcelo Rebelo de Sousa. Foi vereadora e presidente da secção do Montijo da Comissão Política do PSD, além de deputada, e depois fez uma pausa na política activa (quase duas décadas). Regressou agora como mandatária da candidatura de Jorge Moreira da Silva à liderança do PSD. Porquê? Aquando das eleições para a presidência do partido, o Jorge Moreira da Silva – pelas suas ideias, pelo seu projecto, pela sua dedicação à causa pública – deu-me garantias de liderar o Partido Social Democrata [PSD] com coragem e determinação. Não se tratou de um apoio contra ninguém, mas sim a favor de uma liderança para o partido e de um projecto alternativo à governação socialista do País. Hoje essa questão está ultrapassada! Temos um presidente eleito [Luís Montenegro] e todos, entre os quais me incluo, sem qualquer reserva, com ele vamos trabalhar para construir um País melhor.

Montijo precisa de uma liderança agregadora, ambiciosa, sem ser populista O PSD vai a eleições para as distritais e as concelhias em 1 de Outubro próximo. É verdade que vai candidatar-se à presidência da secção do Montijo? Depois de reflectir e encorajada por muitos militantes de base que consultei, preocupados com o descrédito do PSD/Montijo que conduziu à falta de confiança dos montijenses no partido, entendi ser meu dever candidatar-me. O Montijo precisa de uma liderança agregadora, ambiciosa, sem ser populista nem oportunista. O PSD tem de ter a capacidade de ouvir todos, atrair competências e escolher quadros qualificados. Só assim poderá fazer uma oposição respeitada, sólida e construtiva, apresentando um projecto alternativo aos montijenses. Não basta denunciar o que está mal, importa apresentar caminhos alternativos. As pessoas estão cansadas de diagnósticos, querem soluções. E é nisso que vamos trabalhar. Após mais de 25 anos de governo autárquico do PS, está demonstrado, à exaustão, que

a nossa terra, por incapacidade das gestões socialistas, parou no tempo. Nem os fundos estruturais, nem os planos de recuperação, nem a proximidade ao Governo, também ele do PS, foram suficientes para relançar a nossa economia local, desenvolver a terra e oferecer qualidade de vida às populações. Houve e tem havido disponibilidade financeira, mas não há capacidade da gestão PS de projectar e executar. É evidente a perda de identidade e de atractividade do Montijo. Vamos contrariar este ciclo do poder PS, de estagnação, de acomodação, de atraso e apresentar alternativas, estudadas, quantificadas e exequíveis, permitindo assim aos montijenses escolher. Essa decisão não contraria o discurso de Jorge Moreira da Silva, no último congresso do partido, onde avançou que a sua base de apoio afinaria pela unidade e não por disputas internas? Isto tendo em conta que nesse mesmo congresso foi aprovada uma moção a apoiar a

recandidatura de João Afonso à Câmara do Montijo e a enaltecer o resultado obtido nas últimas autárquicas. Do confronto de ideias saem as melhores lideranças e os melhores projectos. Mal estaria o PSD se os seus militantes estivessem tolhidos de pensar, reflectir e escolher durante mais de três anos. Alinhados com o líder do partido, Luís Montenegro, nas diferentes secções e distritais far-se-ão escolhas e opções, que, sem pôr em causa a unidade na acção política nacional, visarão respostas aos problemas dos portugueses para que voltem a confiar no PSD. Seria inadmissível que o partido ficasse parado. Penso que nenhum militante aceitaria tal limitação e que nenhum montijense compreenderia tal inércia. João Afonso é também o presidente da concelhia e vai recandidatar-se ao cargo. A recente demissão de Ilídio Massacote, até então vice-presidente do órgão, tem relação directa ou indirecta com a sua decisão?

Trata-se de um companheiro muito considerado na comunidade, competente não só profissionalmente como em todas as áreas em que intervém, nomeadamente no plano social, sensato, empenhado em contribuir para o melhor dos montijenses e profundamente conhecedor da cidade. É também vereador do PSD há menos de um ano. Por tudo isto, a demissão de Ilídio Massacote preocupou-me, nomeadamente à luz das razões que invocou para tal decisão, na Comunicação Social, fortemente indiciadoras de que o órgão político do PSD/Montijo não está em condições de desenvolver, com competência e credibilidade, as estratégias necessárias para recuperar a confiança dos montijenses no partido. Se vencer a concelhia, a aposta em João Afonso como cabeça-de-lista à Câmara do Montijo pode cair por terra ou está em condições de garantir que manterá o apoio, indo ao encontro da vontade da distrital caso Paulo Ribeiro venha a ser reeleito neste órgão? Além das próximas eleições para o PSD/Montijo, haverá ainda, antes das eleições autárquicas, em finais de 2023, novas eleições para a concelhia, daqui a dois anos, e mais um Congresso Nacional do PSD. Três anos em política é uma eternidade. Neste momento importa “arrumar a casa” e trabalhar nas soluções que o Montijo precisa e que os nossos conterrâneos esperam de nós. O PSD [em geral], e o do Montijo [em particular], tem entre os seus militantes excelentes quadros que, motivados por uma liderança corajosa e agregadora, darão o seu melhor, desinteressadamente, em prol da nossa terra. É isso que os militantes do PSD e os dirigentes do partido esperam de todos nós. Admite voltar a candidatar-se à presidência da Câmara do Montijo? Não existem nem decisões irrevogáveis nem intervenções superiores [risos], como já todos sabemos. A vida, e por seu turno, a política, são realidades dinâmicas. A seu tempo, que não é o actual, os militantes e os órgãos do partido decidirão.


10 O SETUBALENSE 22 de Julho de 2022

O SEGREDO DAS CARTAS TARÓLOGO e ASTRÓLOGO FRANCISCO GUERREIRO

Resolva todos os seus problemas sentimentais, profissionais, financeiros e de saúde, marcando uma consulta pelo número 96 377 05 04. Após a 1.ª consulta efectua tratamentos espirituais. Consultório: Rua Serpa Pinto n.º 127 - 3.º Esq. - Montijo

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CARNEIRO 21.03 a 20.04 No plano amoroso – A semana afigura-se tensa e a necessidade de isolamento está patente; tente combater este estado. Esforce-se por demonstrar sentimentos e dar resposta à demonstração de afeto do seu parceiro. No plano profissional – A nível financeiro não está protegido, pelo que deverá ter toda a prudência nos gastos. Tenha os pés na terra quando pensar em avançar noutras frentes. A semana está complicada e pouco clara. Carta da semana – A LUA, a semana é algo confusa; necessita de estar muito atento a tudo o que se passa à sua volta, evitando deste modo surpresas desagradáveis. TOURO 21.04 a 21.05 No plano amoroso – Terá de fazer um grande esforço para dominar reações primárias ou a quente; tentarão por vários meios levá-lo a comportamentos que o prejudiquem. Não fuja a enfrentar problemas ou rivalidades. No plano profissional – Encontrará vários obstáculos a projetos e ideias; faça autocrítica, talvez não esteja a adaptar-se à evolução dos tempos ou ás necessidades conjunturais. Conseguirá lidar de forma auspiciosa com questões económicas. Carta da semana – O PAPA, apesar da influência tranquilizante do PAPA esta não é uma semana em que possa contar com facilidades; mas apesar de tudo sentir-se-á muito divertido. GÉMEOS 22.05 a 21.06 No plano amoroso – Dúvidas ou conflitos sentimentais desaparecerão naturalmente. O momento é positivo. Mesmo perante conflitos uma relação tem o futuro assegurado. No plano profissional – Progresso profissional e económico; em investimentos recentes poderão começar a ver-se os primeiros frutos. Dificuldades serão superadas com tempo e bom senso. Carta da semana – A TEMPERANÇA, marca uma conjuntura de boas evoluções sobretudo porque permite que alguns assuntos se encaminhem da melhor forma. Conseguirá gerir a sua vida com sucesso e tranquilidade. CARANGUEJO 22.06 a 22.07 No plano amoroso – possibilidade de os seus sentimentos serem completamente renovados. Numa situação inesperada ou mesmo sem estar disponível pode sentir novas emoções. No plano profissional – se estiver envolvido em atos de representação ou de cariz público, sair-se-á muito bem. Carta da semana – O AMOROSO – esta carta define uma semana intensa em que todos os comportamentos estão marcados pela paixão. LEÃO 23.07 a 23.08 No plano amoroso – Clima sentimental assinalado por divergências ou conflitos familiares. Pode contar com a ajuda de amigos para superar acontecimentos desagradáveis mas assuma sempre as suas posições e condução da sua vida. No plano profissional – Esforce-se no sector profissional já que este lhe reserva algumas compensações embora tenha de lutar arduamente. Não faça gastos desmedidos ou desnecessários sobretudo no sentido da ostentação. Carta da semana – Diabo, marca uma semana agitada e tensa; a conjuntura é de desorientação provocada por paixões que enfraquecem a lucidez. Dará passos que não levarão para já a grandes concretizações. VIRGEM 24.08 a 23.09 No plano amoroso – não permita que o orgulho atrapalhe ou ponha em causa em relação. No plano profissional – alguns colaboradores podem interferir ou pôr em causa as suas opiniões, mas é aconselhável que não baixe os braços e faça persistir as suas ideias. Carta da semana – A FORÇA – fomenta novas ideias confere rapidez de raciocínio e força de vontade não permitindo que se instalem na sua vida indecisões ou qualquer tipo de medo. BALANÇA 24.09 a 23.10 No plano amoroso – é uma semana adequada a que faça alterações na sua forma de vida; pode iniciar uma fase mais límpida e intensa. No plano profissional – algumas situações podem assumir contornos que não esperava e perante os quais terá de tomar uma posição. Carta da semana – A MORTE – é uma carta forte que permite conduzir a sua vida de forma objetiva e eficaz. Fim de uma etapa e inicio de uma nova etapa próspera. ESCORPIÃO 24.10 a 22.11 No plano amoroso – Paute os seus comportamentos por segurança e sobriedade, não deve vacilar nem por um momento. Deve evitar reações explosivas ou mudanças radicais. No plano profissional – Algumas relações profissionais podem estar muito pesadas pelo que não deve contar com muitos apoios ou ajudas. Terá dificuldade em obter financiamentos. Carta da semana – O DEPENDURADO, algumas realidades poderão revelar-se duras e os assuntos tendem a desenrolar-se de uma forma bastante lenta. Tem ao seu alcance os mecanismos que necessita para resolver as situações; busque reservas de força de vontade. SAGITÁRIO 23.11 a 20.12 No plano amoroso, relações são correspondidas e regidas por si e pelos seus interesses. Controle o seu feitio pois numa relação toma decisões a dois. No plano profissional, mostre-se mais activo e mais empenhado com trabalhos que lhe são solicitados. Carta da Semana – O Mundo, esta carta mostra que as conquistas e os seus êxitos estão ao seu alcance, basta que consiga reunir todas as suas potencialidades para atingir os seus fins. CAPRICÓRNIO 21.12 a 20.01 No plano amoroso – Para os que passaram por uma ruptura sentimental em momento anterior a paixão não será esquiva e podem viver um grande amor ou mesmo o “tal” amor. No plano profissional – Quem pretender ceder posições em empresas ou abraçar uma nova vida empresarial pode fazê-lo dado que estão favorecidas compras e vendas quer de bens patrimoniais quer de outros pertences. Carta da semana – O IMPERADOR, esta carta é uma das mais fortes e poderosas de Tarot fazendo com que tenha uma semana muito construtiva, pleno de êxitos pessoais e superação de obstáculos. AQUÁRIO 21.01 a 19.02 No plano amoroso – A semana tende a correr muito bem, a sua paciência e capacidade de compreensão podem valer-lhe de muito. Pode ter agora alterações sentimentais que virão de encontro aos seus desejos. No plano profissional – Boas evoluções profissionais; de forma inesperada um projeto vai desenvolver-se de forma muito positiva e rentável. Fluidez em questões económicas. Carta da semana – A RODA DA FORTUNA, esta carta traz uma semana em que os acontecimentos evoluem em sentido ascendente; aproveite oportunidades e siga sinais. PEIXES 20.02 a 20.03 No plano amoroso – Não adie decisões, prolongar estados de dúvida e incerteza só vão prejudicar uma relação existente ou a sua estabilidade emocional. No plano profissional – Poderá sentir-se cansado e não será capaz de terminar com êxito todas as tarefas, procure o apoio de amigos e colegas. Evite misturar assuntos profissionais com questões pessoais. Carta da semana – O AMOROSO, a semana revela-se algo confusa para os nativos de Aquário que nem sempre se sentirão preparados para dar as respostas necessárias e eficazes aos acontecimentos. PUBLICIDADE

Opinião

Como é bom ser microempresário em Portugal

C

om Julho e a chegada do Verão, as nossas preocupações não devem estar só com o abandono pela TAP dos muitos milhares de viajantes que entram e saem de Portugal através dos nossos aeroportos ou com todos aqueles, que nesta época estival, não conseguem usar o SNS para o qual contribuem regularmente com os seus impostos, mas também com o abandono do microempresário! O microempresário é um especial tipo de pessoa que atrás de um sonho de sucesso, de realização pessoal e criação de emprego e riqueza para todos acaba, invariavelmente, atrás de quem lhe deve dinheiro, dinheiro que invariavelmente ele usa para pagar os salários e pouco mais. Por esta altura, com a dita chegada do Verão, recordo-me sempre de um episódio da minha vida anterior quando eu era um “microempresário de sucesso”. Um episódio que me recorda o quão gratificante e motivador é criar riqueza em Portugal. Eu tinha ido de férias com a família para o Algarve, quando ao 2º ou 3º dia dos doze disponíveis, liga-me a minha sócia na empresa que tínhamos, a dizer que uma determinada Câmara Municipal, mais uma vez, não tinha pago o que nos devia - o atraso já ia em cerca de seis meses - e que esse facto punha em causa o mês de Setembro e o de Outubro, dada a nossa débil situação financeira derivada, do pagamento de salários, mais subsídios de ferias e pagamentos por conta nos meses anteriores, mais os juros de empréstimos à banca para andar com a “coisa” para a frente, etc, etc... Eu era responsável pela área comercial da empresa e assim era minha responsabilidade não só facturar, mas também cobrar. Liguei para os serviços financeiros da Câmara e à data só lá estava uma estagiária que não sabia nada, limitava-se a atender os telefones e a dizer que tomava nota. Pedi para falar com

OPINIÃO Rodrigo Gonçalves da Silva

Liguei para os serviços financeiros da Câmara e à data só lá estava uma estagiária que não sabia nada director financeiro, presidente, vice-presidente, vereadores…nada, tudo de ferias ou então não podiam atender. Decidi assim que só podia fazer uma coisa; interromper as minhas ferias, pegar em mim e ir a procura de quem me devia o dinheiro. Lembro-me que cheguei ao edifício da Câmara e disse ao vigilante de serviço que queria ir aos serviços financeiros, que aquela hora matinal estavam fechados. Esperei. Chegada a hora ninguém abriu a coisa. Vi um fun-

cionário e perguntei, “os serviços não abrem?” resposta: “a menina está a chegar….”. Esperei. A menina chegou….Boa tarde, - Boa tarde, eu vim cá por causa de um processo de pagamento de uma facturas atrasadas. ” ah pois isso agora….isso é com o “Dr.” - Com o “Dr” ? – perguntei - Sim com o Dr. qualquercoisa, ele é que trata. - “Ah já sei quem é, já falei com ele umas duas ou três vezes… e onde é que ele está? De férias não? - “Sim, diz-me ela…- ”Olhe, vou fazer o seguinte, este processo ou se resolve esta semana ou então com todas as tramitações eu volto a não ter o dinheiro em Agosto. Como disse vou fazer o seguinte vou-me sentar a porta da Câmara e só saio de lá, quando tiver garantias de que o dinheiro este mês entra na nossa conta.” A rapariga ficou a olhar para mim atónita - “ligue a quem quiser, faça o que quiser” – disse-lhe - , por mim está tudo bem, a minha família está de ferias, estão pagas, está calor, eu posso bem dormir à porta da Câmara, é me igual, vou esperar !” Ao fim da tarde, O “Dr.” veio ter comigo à escadaria onde estive umas cinco horas sentado à espera. - “Ora então… quer falar comigo….está aqui sentado…o que é que quer?” A figura, um individuo pequenino, bigode, camisa branca aberta até meio do peito e fio de ouro ao pescoço, era o “Dr,” responsável financeiro da Autarquia. “o que eu quero Dr ? Quero o meu dinheiro! e só vou sair daqui quando o tiver! Bom já chega, ...o dinheiro entrou em Agosto, o Setembro pagou-se e o Outubro também e a vida seguiu. Quando voltei para baixo ia todo orgulhoso…-” estragaram-me as férias mas pagaram o que deviam”. Porque um microempresário, quando precisa mesmo, faz o que for preciso para pagar a quem deve. Quem não precisa não faz. Vice-coordenador do Nucleo Territorial de Almada Iniciativa Liberal


22 de Julho de 2022 O SETUBALENSE 11 PUBLICIDADE

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cremação, considerando todos os custos envolvidos, é tipicamente mais barato que o funeral para sepultura?


12 O SETUBALENSE 22 de Julho de 2022

Alcochete

PARCERIA CULTURAL

Jovens artistas iluminam junta de freguesia com as suas obras DR

Estudantes da escola secundária pintam três painéis após convite feito pela autarquia

APOIO A ACTIVIDADES

Executivo municipal aprova 50 mil euros em contratos-programa para associações do concelho As verbas têm por objectivo ajudar cada associação a cumprir o programa de actividades que desenhou para este ano

Tiago Jesus

Humberto Lameiras

A junta de Freguesia de Alcochete fez uma parceria com a escola secundária, convidando os alunos do curso de artes para pintarem três painéis na autarquia alcochetana. Esta iniciativa fez parte de uma remodelação realizada nas traseiras do interior do edifício, que trouxe uma nova vida ao espaço. A presidente da Junta de Freguesia, Maria Manuel Maduro, explicou que viu este espaço como uma oportunidade para os mais jovens explorarem o seu talento. “Nós tínhamos aqui este espaço, que estava algo degradado e muito sujo e decidimos fazer aqui uma espécie de renovação. Lembrei-me de conversar com a escola secundária de Alcochete, onde me puseram em contacto com o professor do curso de artes, que se mostrou muito entusiasmado com a ideia”, referiu. Quanto ao 'pagamento', a autarca explicou que o mesmo foi feito através visitas de estudo à escolha dos alunos, assim como uma “almoçarada”. “Deixei tudo ao encargo deles, a única coisa que pedi foi que estivesse

O executivo municipal de Alcochete aprovou na última reunião pública, 20 de Julho, um pacote de comparticipações financeiras directas, e ainda contratos-programa que consideram apoio logístico e cedência de espaços e equipamentos do município a associações, para que estas “consigam concretizar os planos de actividades que têm programados durante este ano”, refere nota de Impresa da autarquia. Tanto o presidente da Câmara Municipal, Fernando Pinto, como a vereadora Maria de Fátima Soares, responsável pelo pelouro do Movimento Associativo, manifestaram que as associações do concelho “são fundamentais para a comunidade”, pelo que a autarquia “está e estará sempre ao lado delas, reconhecendo o trabalho dos seus dirigentes e associados, apoiando, mas também

A intervenção foi na parede traseira do edifício

relacionado com a vila de Alcochete. Eles cumpriram tudo o que foi pedido e até se superaram. O 'pagamento' foram viagens a Lisboa, onde puderam visitar museus que eles escolheram, e também tiveram direito a um grande almoço com pizzas à escolha deles”, concluiu.

Espalhar cultura alcochetana nas paredes da autarquia

José Mendes é o professor de artes responsável pelas obras, tendo explicado como foi feita a selecção dos painéis entre os alunos, confessando que teve pena por alguns desenhos ficarem de fora. “O objectivo foi

Refood Recuperação do espaço serviu para ajudar a associação Ainda nesta remodelação, a junta de freguesia requalificou uma arrecadação e cedeu o espaço à REFOOD, um movimento que se dedica à recuperação de comida em boas condições e à alimentação de pessoas necessitadas. “Aqui nas traseiras tínhamos esta arrecadação que

estava a ser desaproveitada, tinha muito lixo e ninguém a usava para nada. Quando a REFOOD entrou em contacto connosco nem hesitámos em ceder o espaço, e agora eles têm onde guardar os alimentos para depois distribuírem”, referiu Maria Manuel Maduro.

olhar para aquilo que há em Alcochete”, começou por dizer, passando a explicar quais os temas abordados. “Os alunos do décimo ano observaram a relação entre o rio Tejo e a vila, com esta pintura que retracta o farol que se encontra no pontão rodeado de mar a ser a pintura seleccionada”, referiu, continuando. “Esta segunda obra, que foi pintada por alunos do 11.º ano, procura reflectir a própria vila, com este painel a mostrar mesmo uma parte de Alcochete, com os azulejos em volta, que têm um grande simbolismo na nossa cultura. A terceira pintura, cuja autoria foi dos estudantes do 12.º ano, tenta mostrar a área mais rural da vila, demostrando os burros, que até são animais com ligação à cultura de Alcochete, fazendo até parte de alguns eventos culturais”, referiu. Relativamente à escolha das obras, o professor explicou que foi realizada uma eleição entre os próprios alunos. “A selecção das pinturas foi feita pelos próprios alunos, com as outras turmas a votarem nas melhores obras de outras turmas, para não serem obrigados a escolher entre os trabalhos dos próprios colegas”, concluiu.

promovendo a sua autonomia”, cita o mesmo documento. Os contratos-programa aprovados, no seu conjunto totalizam os 50 mil euros, e representam “mais um investimento municipal no movimento associativo”. Estão considerados 2 mil euros para o Club Taurino de Alcochete, o Futebol Clube de São Francisco recebe dez 10 mil euros, a Casa da Malta 2 500 euros, a Associação Desportiva Samouquense 11 mil euros, enquanto ao Rancho Folclórico “Os Camponeses” de São Francisco foram atribuídos 3 500 euros. As propostas incluíram ainda a Coophabital para receber 1 500 euros, o Agrupamento 223 de Alcochete do Corpo Nacional de Escutas com 2 mil euros, a Sociedade Imparcial 15 de Janeiro foi contemplada com 15 mil euros e o Núcleo de Alcochete do Sporting Clube de Portugal 2 500 euros. “Com estes e outros contratos-programa que atingem um investimento anual na ordem dos 300 mil euros, a Câmara Municipal dá cumprimento a políticas públicas que assentam no trabalho em parceria e no papel insubstituível do movimento associativo e das instituições sociais na promoção e no desenvolvimento social, cultural e desportivo do concelho de Alcochete”, expressa a autarquia. DR

Contratos-programa atingem um investimento anual na ordem dos 300 mil euros


22 de Julho de 2022 O SETUBALENSE 13

Dia dos Avós recebe Tertúlia Intergeracional no Parque de Merendas do Samouco

Este ano Alcochete antecipa a comemoração do Dia dos Avós com uma Tertúlia Intergeracional e um convívio de avós e netos no Parque de Merendas do Samouco. Celebrar o amor que une avós e netos é o mote para a tertúlia que será dinamizada por

Nélson Mateus, que promoveu o projecto Diário de uma avó e de um neto confinados em casa, juntamente com a célebre escritora Alice Vieira. A tertúlia Intergeracional irá acontecer hoje na Biblioteca de Alcochete, pelas 16h00. Já

DR

o Convívio de avós e netos terá lugar no Parque de Merendas do Samouco, a partir das 10h00 de 26 de Julho e vai contar com a garantia de momentos bem passados e animação constante entre insufláveis e actividades surpresa.

DAS 00H00 ÀS 06H00

Trânsito cortado na Ponte Vasco da Gama nesta madrugada O encerramento é para verificações topográficas no âmbito dos trabalhos actualmente a decorrer na infra-estrutura

“ROTEIROS DE PROXIMIDADE”

Alcochete e Samouco fecham ronda do PS pelos centros de saúde da península Acompanhados pelo presidente da Câmara de Alcochete, os deputados socialistas ficaram a par das necessidades de saúde no concelho Humberto Lameiras Os deputados do Grupo Parlamentar do PS, eleito pelo Distrito de Setúbal, estiveram segunda-feira de visita a centros de saúde de Alcochete e Samouco, no âmbito do ciclo de “Roteiros de Proximidade”. Com esta visita, encerra a ronda pelos três Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) dos nove concelhos da Península de Setúbal. A última deslocação dos eleitos passou pelo ACES Arco Ribeirinho, que envolve os concelhos de Alcochete, Barreiro, Moita e Montijo, com o objectivo de ‘medir’ o sector da saúde nestes concelhos, mais cocretamente os cuidades primários de saúde. O périplo teve início em Alcochete com uma reunião na Unidade de

Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) que assentou nas condições de “resposta de cada unidade de saúde, nomeadamente com o balanço das equipas de medicina geral e familiar e a capacidade de corresponderem aos utentes sem médico de família através de soluções alternativas, até que se atinja a estabilização do número de médicos de família necessários”, sublinha informação emitida pelo PS. Acompanhados pelo presidente da Câmara de Alcochete, Fernando Pinto, os deputados socialistas ficaram assim a par da necessidade de ser “aumentado o número de médicos em Alcochete e Samouco e proporcionar a São Francisco a ida quinzenal do Posto Móvel”. Entre outras questões, foi ainda focada a “implementação em definitivo da saúde oral” neste Centro de Saúde. Em termos gerais, para os espaços de saúde foram abordados vários temas com destaque para casos como a “cobertura que o Plano de Recuperação e Resiliência se compromete fazer quer para novos equipamentos, quer para a cobertura de equipamento tecnológico e de climatização”. “Registo, com apreço, a busca de soluções para garantir a resposta de-

vida aos utentes, nomeadamente em locais onde a cobertura de médicos de família tem fragilidades, ficando muitas vagas a concurso desertas. A expectativa na autonomia de gestão dos ACES, expressa no renovado Estatuto para o SNS, veio despoletar muito interesse”, comenta a coordenadora regional do grupo de deputados socialistas, Eurídice Pereira. Nesta visita foram ainda avaliadas outras questões, como a construção da USF da Baixa da Banheira, com o presidente da Câmara da Moita, Carlos Albino, a afirmar a determinação do município em construir as novas instalações do Centro de Saúde da Baixa da Banheira, isto apesar de ser reconhecido o “risco real de se perder o financiamento para obra, fruto da falência do empreiteiro”. Além da visita às instalações, a delegação esteve no Pólo de Saúde do Samouco e nas novas e futuras instalações da USF Aldegalega, no Hospital do Montijo. O Grupo Parlamentar do PS integrou os deputados Eurídice Pereira, Jorge Seguro, Maria Antónia Almeida Santos, André Pinotes Batista, Clarisse Campos, Fernando José, Ivan Gonçalves, Gil Costa, Ana Isabel Santos e Eunice Pratas.

A circulação rodoviária na Ponte Vasco da Gama, que liga Lisboa e Alcochete, vai estar totalmente encerrada ao trânsito na madrugada de amanhã, entre as 00h00 e as 06h00, divulgou a Lusoponte. Segundo informação da empresa que gere a ponte, o encerramento deve-se à necessidade de verificações topográficas, no âmbito dos trabalhos actualmente a decorrer na infra-estrutura. Como alternativa, a Lusoponte sugere a utilização da Ponte 25 de Abril, cumprindo as restrições impostas

nesta travessia no que diz respeito aos transportes de matérias perigosas, que são permitidos unicamente entre as 02h00 e as 05h00. Em Abril, a empresa anunciou a redução da largura das vias até ao início de Novembro, devido à realização de obras, embora com a manutenção das seis vias de circulação. As “alterações na configuração rodoviária” foram consideradas necessárias para a substituição de “quatro tirantes da zona principal”. Os trabalhos, indicou então a empresa, surgiram na sequência de um acidente com um autocarro que ardeu totalmente no tabuleiro da ponte em Junho de 2021, o que “causou apenas danos materiais na protecção de quatro tirantes”. A Lusoponte adiantou que haveria a necessidade de proceder “ao corte total ou parcial da ponte para verificações topográficas” em diferentes datas. Lusa

A 30 DE JULHO

“Noite Branca” está de volta às ruas da vila até altas horas da madrugada Os estabelecimentos comerciais vão estar abertos até à meia-noite e os nocturnos até às 03h00 para promover o negócio local A “Noite Branca de Alcochete” regressa a 30 de Julho às ruas do núcleo antigo da vila, depois de um interregno devido à pandemia, e promete animação e festa noite dentro. A proposta é muita folia, em que a cor branca é central. Trata-se de um evento promovido pela Câmara Municipal de Alcochete em parceria com ACISTDS – Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal. É a 3.ª edição da Noite Branca de

Alcochete, com decoração única e original, em que a referência ao branco é suprema, e convida todos os visitantes a vestirem peças de roupa desta cor; “o Núcleo Antigo da Vila vai ganhar uma nova vida”, descreve a autarquia. Os estabelecimentos comerciais vão estar abertos até às 00h00 e os nocturnos até às 03h00, cumprindo o objectivo de “dar a conhecer as potencialidades do comércio local de Alcochete”, expressa comunicado da Câmara. O evento contará ainda com a actuação da banda “The Happy Mess”, no Largo de São João, às 22h30, com animação de rua com espectáculos ao longo da noite, pontos de animação com DJ’s, decoração do espaço público, local especial para fotos e oferta de surpresas aos visitantes.

H.L.


14 O SETUBALENSE 22 de Julho de 2022

Região

Álbum de Bob Dylan interpretado pela SMFOG em Grândola

O álbum “John Wesley Harding”, do norte-americano Bob Dylan, vai ser interpretado na íntegra num espectáculo em Grândola já amanhã, pela Banda Filarmónica da Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense (SMFOG) e outros músicos. O espectáculo,

promovido pela câmara de Grândola, está marcado para as 22:00, no Parque de Feiras e Exposições daquela vila alentejana. O concerto dedicado à interpretação integral desse disco conta com a banda filarmónica da SMFOG e outros músicos.

DR

REVISÃO MUSICAL

Tiago Bettencourt, Bateu Matou e Viviane são os nomes que irão animar Odemira A feira regressa ao activo após dois anos de interregno, prometendo muita musicalidade com uma qualidade inquestionável António Ramos Tal como todo o país e o mundo pararam nos últimos dois anos devido à pandemia, a FACECO, Feira das Actividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira, regressa a São Teotónio neste fim de semana, e apresenta um cartaz com três grandes nomes da música, diferentes entre si, mas de nível qualitativo inquestionável: Tiago Bettencourt (já esta noite, dia 22), Bateu Matou (no sábado, dia 23) e Viviane (domingo, dia 24). O primeiro nome a ocupar o palco é o de Tiago Bettencourt, cantor que surgiu há quase 20 anos, como vocalista dos Toranja, marcando de imediato o panorama musical português. O tema “Carta” é hoje um clássico, e os dois álbuns “Esquissos” e “Segundo”

são discos incontornáveis. A banda terminaria em 2006 e Tiago Bettencourt grava no Canadá o álbum “Jardim”, editado em 2007 e que conta com temas de sucesso como “Canção Simples” ou “O Jogo”. Foi em 2010 que editou o álbum "Em Fuga", com o single "Só Mais Uma Volta" a atingir grande notoriedade, sendo que no final de 2011 foi editado "Tiago na Toca e os Poetas", no qual o artista musicou poemas de nomes como Florbela Espanca, José Carlos Ary dos Santos ou David Mourão Ferreira e contou com a participação de Carminho, Camané, Fernando Tordo e Pedro Gonçalves (Dead Combo), entre outros. No final do ano de pandemia, 2020, o artista lançou “2019 Rumo ao Eclipse”, o sétimo álbum da sua carreira, completamente composto por Tiago Bettencourt e que contou com colaborações de Mariza, Cláudia Pascoal, Fred Ferreira e Ivo Canelas. Multi-instrumentista, produtor, músico, é sem dúvida um nome vanguardista deste início de seculo e São Teotónio vai poder confirmá-lo. Na segunda noite sobe ao palco Bateu Matou, podendo considerar-se uma banda improvável, juntando tambores e computadores, e no seu universo de percussão, mistura. Sons contemporâneos e tradicionais. Ivo

Costa (Batida, Sara Tavares), Quim Albergaria (Paus) e Riot (Buraka Som Sistema) são os três músicos que surgiram em 2018, com a banda, sendo que em 2020 assumiram um primeiro disco, o single "Lume", em colaboração com Scúru Fitchádu e no final do mesmo ano, novo single, desta feita em parceria com Héber Marques – “Povo”. A abrir 2022, a banda anunciou o espectáculo “BAILOU”, sob o lema “Portugal precisa de dançar”. E se “Portugal precisa de dançar”, São Teotónio não deverá/poderá fugir a esta necessidade. A fechar a FACECO estará Viviane, dona de uma voz carismática, tendo construído uma carreira musical variada, com incursões em áreas distintas como a pop, o fado ou a chamada “chanson française”, mas sempre com grande consistência. Em 2005 gravou o seu primeiro disco a solo, “Amores Imperfeitos”, cujo sucessor surge dois anos mais tarde, em formato acústico, com o título de “Viviane”. “Viviane canta Piaf” é o seu mais recente disco, no qual, como o nome indica, aborda o universo fantástico e dramático da grande Edith Piaf, um nome maior da canção mundial em geral e do país de origem de Viviane, em particular. Opinião musical DR

Grandes nomes da música prometem animar Odemira após dois anos sem feira

DE REGRESSO

FACECO abre portas hoje em São Teotónio e dura até domingo A Feira das Atividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira regressa à vila para três dias de animação, negócio e cultura Após dois anos de interregno, a FACECO, o grande certame promovido pelo município de Odemira, está de regresso a São Teotónio. Para hoje e para o restante fim-de-semana estão programadas várias atividades que pretendem promover económica e culturalmente a região do litoral alentejano. Na inauguração, a realizar-se esta tarde pelas 15 horas, a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, vai também estar presente. Para a edição deste ano destacam-se o Concurso Ibérico da Raça Limousine, algumas alterações na organização dos espaços, o Odemira Creative Market, que pretende enaltecer a criatividade local, e a dinamização do 1º Concurso de Medronho realizado na FACECO. Já no espaço musical, os realces vão para Tiago Bettencourt, que atua no primeiro dia de festa, Bateu Matou,

que sobe ao palco principal amanhã e Viviane, que vai encerrar a feira no domingo. A 30.ª edição da festa conta ainda com algumas atividades tradicionais. No artesanato, o local volta a contar com a presença de dezenas de artesãos que vão trabalhar ao vivo numa zona de exposição. Na área da pecuária realizam-se também diversos concursos dedicados ao tema - o 33.º Concurso Nacional e o 4.º Concurso Ibérico, promovidos pela Associação Portuguesa de Criadores de Raça Bovina Limousine, o 17.º Concurso Regional Raça Holstein Frísia e o 25.º Concurso Regional da Cabra Charnequeira. Serão também dinamizados vários espaços de debate, dedicados à Rota Vicentina, ao tema “Cultura no Centro do Desenvolvimento Territorial”, aos “Novos Desafios na Floresta” e ao Projeto CRIAR, – Centro em Rede de Inovação do Artesanato Regional – um projeto que pretende valorizar as artes e os ofícios tradicionais e qualificar novos artesãos. Para além de algumas provas gastronómicas e atividades para crianças, a FACECO volta a ser o espaço para a entrega dos Prémios Espírito Empreendedor, no âmbito do Programa Municipal de Empreendedorismo e Emprego – Odemira Empreende.


22 de Julho de 2022 O SETUBALENSE 15

Contas finais da primeira fase serão feitas na Praia do Ouro

A Praia do Ouro, em Sesimbra, recebe este fim-de-semana a jornada dupla que encerra a primeira fase da Série E do Campeonato Nacional de Futebol de Praia. No sábado, o programa de jogos é o seguinte: Quinta do Conde

Vitória garante de uma assentada três reforços oriundos da II Liga

Ricardo Lopes Pereira O Vitória oficializou ontem de uma assentada mais três reforços no plantel que vai em 2022/23 lutar pela subida de divisão na Liga 3. O guarda-redes Rafa Alves (ex-Académico de Viseu), o defesa Luís Pedro (ex-Varzim) e o médio Lucas Marques (ex-Mafra), jogadores que na temporada transacta actuaram na II Liga, chegam a Setúbal com a ambição de ajudar o clube a realizar uma boa campanha para ascender ao segundo patamar do futebol nacional. Com a chegada do trio de atletas, o treinador Micael Sequeira, que se estreia este ano na liderança dos sadinos, conta agora com 12 novas aquisições no plantel, que em breve, sabe O SETUBALENSE, vai anunciar uma cara nova para o sector ofensivo. Em relação às mais recentes caras novas, todos trazem maturidade e experiência das provas profissionais ao grupo de trabalho. O guardião Rafa Alves, que assinou por duas épocas com os sadinos, tem 28 anos e completou a sua formação no Sp. Braga. Depois dos arsenalistas passou por clubes como União da Madeira, Desportivo das Aves, Vizela, Trofense e PAEEK (Chipre). O ‘gigante’, de 1,90 metros, esteve em 2021/22 integrado nos plantéis do Trofense e Académico de Viseu, emblema beirão pelo qual contabilizou três partidas.

Desporto

DISTRITAL 2.ª DIVISÃO

DOZE CARAS NOVAS

Guardião Rafa Alves (Ac. Viseu), defesa Luís Pedro (Varzim) e médio Lucas Marques (Mafra) oficializados

– Sesimbra (10 horas); Vitória FC – Alfarim (11h20); Charneca de Caparica – Pescadores (12h40). E, no domingo jogam: Pescadores – Quinta do Conde (10 horas); Sesimbra – Vitória (11h20); Alfarim – Charneca de Caparica (12h40).

Estrela Afonsoeirense vai ser esta época novidade no campeonato

O central Luís Pedro, 33 anos, que tem no currículo passagens pelo Freamunde, Portimonense e Penafiel vinculou-se ao Vitória por uma época, com outra de opção. No momento de anunciar este reforço, os sadinos apelidaram-no de “senhor II Liga”, aludindo ao recorde que o defesa detém na prova. “Tem 33 anos e é o jogador com mais partidas (367) da história da competição”. Oriundo do Mafra, o médio Lucas Marques, de 27 anos, assinou contrato até 2024. Santa Clara e Estoril Praia fizeram parte do percurso do brasileiro desde que em 2018/19 chegou ao futebol português. Na temporada passada, o jogador foi dos elementos mais utilizados nos mafrenses, actuando em 28 partidas oficiais. Antes do trio agora anunciado, o Vitória já tinha oficializado João Freitas (ex-Alverca), Pedro Pinto (ex-Cova da Piedade) e Tiago Melo (ex-E. Amadora), Mário Mendonça (ex-Torreense), David Santos (ex-Sp. Covilhã), Aloísio Neto (ex-Marítimo B), Ismael Kanda (ex-Gaz Metan, Roménia), Malam Camará (ex-Famalicão) e Leonardo Ferreira (ex-Sp. Braga B).

Empate a zero no segundo teste da pré-época

Entretanto, no segundo teste da pré-época, realizado anteontem no Complexo Desportivo Municipal de Palmela, o Vitória não foi além de um empate (0-0) frente a uma equipa do Sindicato dos Jogadores Suíços. No jogo de preparação, o treinador Micael Sequeira pôde ver novamente em acção os seus jogadores, que, no passado sábado, golearam (8-0) a equipa vitoriana de sub-19. Sábado, pelas 10 horas, há novo ensaio, desta vez diante da equipa de sub-23 do Sporting na Academia de Alcochete. DR

Jogadores que actuaram na II Liga assinaram os respectivos contratos no Bonfim

“Temos óptimas instalações e queremos cimentarmo-nos no universo da AF Setúbal como um clube estável e ambicioso”, diz o treinador João Lopes José Pina O Estrela Futebol Clube Afonsoeirense vai esta época ser uma das novidades no Campeonato Distrital da 2.ª Divisão da Associação de Futebol de Setúbal. O clube, fundado em Setembro de 1974, no Afonsoeiro (Montijo), que se dedica à prática desportiva, nomeadamente do futebol, em diversos escalões, presidido pelo ex-atleta paralímpico Gabriel Potra, medalha de ouro em Sidney no ano 2000, tem vindo a crescer de forma significativa tanto a nível desportivo como a nível de infra-estruturas. Na temporada anterior entrou com uma equipa de futebol no Campeonato Distrital de Sub-22 e agora, esta época, prepara-se para entrar na 2.ª Divisão Distrital de Seniores. João Lopes, 28 anos, ex-jogador do Estrela de Vendas Novas, Águas de Moura e Lagameças, é o treinador da equipa e as suas perspectivas em relação ao futuro são bastante animadoras porque o clube está devidamente preparado para o desafio. O Estrela Afonsoeirense vai participar esta época no Campeonato Distrital da 2.ª Divisão. Em que consiste o projecto? O Estrela Afonsoeirense vai participar tanto na 2.ª divisão distrital como na taça distrital. Eu como treinador e os homens que estão ligados a este clube, com o presidente Gabriel Potra à cabeça,

temos uma visão clara do potencial deste clube. Tanto por estar bem localizado na cidade do Montijo como pela capacidade dos homens que tem na sua estrutura. O Estrela Afonsoeirense vai cimentar-se no universo da AF Setúbal como um clube estável e ambicioso. A estrutura está montada e devidamente preparada para a competição? O clube como um todo está preparado. Temos instalações muito bem equipadas, relvado sintético novo, balneários novos com óptimas condições e um ginásio multifuncional ao dispor dos atletas. Um recinto desportivo de fazer inveja a 90% dos clubes da AF Setúbal. Conseguimos também garantir que nenhum atleta vai precisar de pagar a sua inscrição ou qualquer mensalidade, ao contrário de outros clubes que vão disputar esta época a segunda divisão distrital. Na época anterior o Afonsoeirense disputou o campeonato Sub-22. Como decorreu a experiência? A época anterior foi de aprendizagem. O clube já não competia com um escalão sénior hà bastante tempo, no entanto

tem na sua estrutura homens com muita experiência e competência de futebol distrital a vários níveis. Deste modo a época anterior foi aproveitada para olear a máquina que esta época vai estar a funcionar no pleno das suas capacidades O plantel é composto por jogadores da época passada ou integra também gente nova? São poucos os homens que transitam da época passada. A decisão de ficar com poucos jogadores deve-se ao facto de nesta época o nosso objectivo passar por construir um plantel com compromisso total. Desta forma, jogadores que tenham condicionantes profissionais que impeçam de viver o clube a 100% estão fora deste projecto. Os trabalhos de preparação quando começam e onde decorrem? Neste momento estamos a realizar treinos de observação de atletas. Treinamos às segundas e quartas-feiras das 20h30m às 22 horas no campo de futebol municipal do Afonsoeiro. Vamos manter estes treinos de observação até ao arranque oficial da época que será a 8 de Agosto Em relação a objectivos, concretamente quais são? O objectivo passa por construir um plantel que seja capaz, através da preparação semanal, lutar pelos 3 pontos contra qualquer adversário. Depois no final faz-se as contas. Mas tenho a certeza de que se formos capazes de seguir comprometidos e completamente focados naquilo que temos de fazer para vencer o próximo jogo vamos acabar a época bem posicionados na tabela. Quer acrescentar algo mais? Gostava de agradecer a todos os homens e mulheres que fazem parte do Estrela Afonsoeirense, por me terem recebido da melhor forma possível e, de, num tão curto espaço de tempo, já poder dizer que o Estrela é a minha casa.


04:25 - 3.4 m - Preia-mar 10:24 - 0.7 m - Baixa-mar 16:43 - 3.7 m - Preia-mar 23:02 - 0.5 m - Baixa-mar

ALMADA

04:24 - 3.4 m - Preia-mar 10:22 - 0.6 m - Baixa-mar 16:41 - 3.7 m- Preia-mar 23:00 - 0.4 m - Baixa-mar

SESIMBRA

04:54 - 3.4 m - Preia-mar 10:53 - 0.6 m - Baixa-mar 17:12 - 3.7 m - Preia-mar 23:27 - 0.4 m - Baixa-mar

SINES

SETÚBAL TRÓIA

MARÉS

05:10 - 3.5 m - Preia-mar 10:56 - 0.5 m - Baixa-mar 17:29 - 3.8 m - Preia-mar 23:30 - 0.3 m - Baixa-mar

FICHA TÉCNICA REGISTO DE TÍTULO n.º 107552 | DEPÓSITO LEGAL n.º 8/84 PROPRIETÁRIO Outra Margem – Publicações e Publicidade, NIF 515 047 325 (detentores de mais de 10% do capital social: Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro) Sede do proprietário: Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal EDITOR Primeira Hora – Editora e Comunicação, Lda, NIF 515 047 031 (Detentores de mais de 10% do capital social: Setupress Lda, Losango Mágico, Lda, Carla Rito e Gabriel Rito) Sede do Editor Travessa Gaspar Agostinho,1, 1.º, 2900-389 Setúbal Conselho de Gerência Carla Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro, Gabriel Rito e Carlos Bordallo-Pinheiro REDACÇÃO Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal DIRECTOR Francisco Alves Rito Redacção Mário Rui Sobral, Humberto Lameiras, Maria Carolina Coelho Desporto Ricardo Lopes Pereira, José Pina Departamento Administrativo Teresa Inácio, Branca Belchior PUBLICIDADE Direcção Comercial Carla Sofia Rito, Carlos Dinis Bordallo-Pinheiro Coordenação Ana Oliveira (Setúbal), Carla Santos (Moita e Barreiro) Publicidade Lina Rodrigues, Rosália Batista, Célia Félix IMPRESSÃO Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Gaspar Agostinho, 1, 1.º, 2900-389 Setúbal geral@ tipografiarapida.pt DISTRIBUIÇÃO VASP - Venda Seca, Agualva - Cacém Tel. 214 337 000 Tiragem média diária 9000 exemplares Estatuto Editorial disponível em www.osetubalense.com


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