Telefone 265094354 geral@osetubalense.com

Grande Entrevista Gra PÁGS 08 A 09

António Saramago 54 anos a lançar vinhos

C/ 0400

Secretário de Estado quer requalificar Educação

MÁRIO PRATA

A Fechar PÁG. 16

SEGUNDA-FEIRA 23.JANEIRO.2017

N.º 438 | Ano III | 4.ª Série www. issuu.com/osetubalense

Preço € 0,50 | Director João Abreu

DR

Desporto PÁG. 12

Sociedade Pág 15

Greve faz 'mossa' no hospital e centros de saúde Azeitão Pág. 06

Cabaz do PROVE chega aos fregueses todas as sextas

Vitória traz três pontos do Restelo à boleia de Edinho Abertura

PÁG. 03

Autarquia e moradores

C/1153

C/1198

mudam Forte da Bela Vista

Palmela Pág. 10

Moradores de Pinhal Novo querem mais investimento

BLOCO CLÍNICO

SEGUNDA FEIRA 23.JANEIRO.2017

Farmácia Portugal DIRECTOR TÉCNICO Fernando Gamito Rodrigues Av. J ai me Corte são, 77-B Te l . 2 6 5 5 3 9 0 6 0 • Setú bal Horário: 09h00 - 13h00; 14h00 - 20h00 Sábado: 09h00 - 13h00

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Clínica Vascular Dr. José Falcão

Doenças das Artérias e Veias Varizes – Esclerose - Pé diabético Ecodoppler Vascular www.centroclinicodesetubal.pt R. Garcia Peres, 32 - Tel.: 265 525 842-265 525 923 C/1374

Instituto de Cardiologia de Setúbal

Rua dos Comediantes nº 9A - Setúbal TELF. 265 531 400 - FAX: 265 531 401 Dr. Arnaldo Fernandes - Cardiologista (Director Técnico) Dr. Agostinho Borges - Cardiologista Pediátrico/ crianças Drª. Leonor Parreira - Cardiologista/ Arritmologista Drª. Sara Gonçalves - Cardiologista Dr. Delfim Lopes - Neurologista Drª. Ivone Fernandes - Pneumologista/ doenças pulmonares Dr. Víctor Fonseca - Pneumologista/ doenças pulmonares Dr. Hugo Pereira - Clínica Geral Drª. Helena Cláudio - Acupuntura - Análises Clínicas C/1162

LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS

DRA. MARIA FILOMENA LOPES PERDIGÃO DR. ALFREDO PERDIGÃO

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Rua Jorge de Sousa, 8 | 2900-428 Setúbal www.precilab.pt | tel. 265 529 400/1 | Fax: 265 529 408

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Dra. Teresa Bertolo Dra. Nélia Alegria Medicina Geral e Familia

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De Segunda a Sexta das 9h às 19h Sábado das 9h às 13h Rua A rronche s J unqu eiro, 109 Te l . 2 6 5 5 2 2 7 8 3 • Setú bal

Medisete - Centro Médico, Lda. Setúbal - Telf: 265 239 390

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DIRECÇÃO TÉCNICA Dr. Valter Manuel C. Gomes

Dra. Maria José Leitão Psicologia Hipnoterapia

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HOJE FAR. NORMAL DO SUL Praça do Bocage, 135 265 528 450

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FARMÁCIA LOURO R. Frei Ant. das Chagas, 24 A (Montalvão) 265 528 150

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Céu nublado por nuvens altas

Altura (m)

1.33 2.67 1.25

Baixa-mar Preia-mar Baixa-mar

Hora

00:18 06:29 12:43 18:47

2.83 1.19 2.78 1.13

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tente.

Amor: Poderá debater um assunto que o deixará magoado. Prepare-se para brigas.

Trabalho: O seu caminho não está facilitado. Proteja-se, pois nem toda a gente estará com boas intenções consigo.

Dinheiro: Dificuldades nos recebimentos.

Saúde: Sujeito a alergias.

Touro 21/4 a 21/5 Conselho Do Dia: Seja mais calmo.

Amor: Não deixe que a sua vida amorosa entre em monotonia.

Reaja mas com sabedoria.

Trabalho: Estará protegido apesar da sua inactividade. Faça apenas o que lhe apetecer.

Dinheiro: Estagnado.

Saúde: Cansaço.

Gémeos 21/5 a 20/6

Conselho Do Dia: Prefira o

silêncio.

Amor: Estará com dúvidas no amor. Cuidado com instabilidade de sentimentos, mas também não irá demonstrar.

Trabalho: Se possível aprofunde o estudo de um projecto. Precisa de mais bases.

Dinheiro: Estável.

Saúde: Estável.

Caranguejo 21/6 a 22/7

Conselho Do Dia: Estabilize as

Balança 23/9 a 22/10

Conselho Do Dia: Seja exigente.

suas energias.

Amor: De tudo fará para alcançar os seus desejos. Estará demasiado possessivo.

Trabalho: Cuidado com falsidades. Poderão prejudicá-lo. Seja astuto.

Dinheiro: Gastos exagerados.

Saúde: Ansiedade.

Amor: Porque estará infeliz, irá colocar o seu ponto de vista com a pessoa amada.

Trabalho: Seja mais exigente com as suas tarefas. Para bons resultados terá de colocar a sua confiança em prática.

Dinheiro: Estável.

Saúde: Sujeito a stress.

Leão 23/7 a 22/8

Escorpião 23/10 a 21/11 Conselho Do Dia: Não se iluda.

Conselho Do Dia: Dê mais de si.

Amor: Terá conflitos e dificuldade em esquecer o que lhe disserem.

Tenha calma e refaça laços.

Trabalho: Poderá necessitar de ajudas. Não faça tudo sozinho.

Um projecto deverá ser feito em equipa.

Dinheiro: Estável.

Saúde: Cuidado com constipações.

Virgem 23/8 a 22/9

Conselho Do Dia: Ame-se acima de tudo.

Amor: Um assunto do Passado poderá fazer com que queira adquirir a sua independência. Proteja-se olhando mais por si.

Trabalho: Terá expansão e irá brilhar. Estará muito focado nos seus projectos. Invista na sua carreira.

Dinheiro: Gaste em proveito próprio.

Saúde: Cuide da sua imagem.

Esta informação não dispensa a consulta dos resultados na página oficial dos Jogos Santa Casa da Misericórdia

Centro de Saúde S. Sebastião Urb. Vale do Cobro, Av. das Descobertas - Tel. 265 708 000

Taróloga - Margarida Fernandes

21/3 a 20/4 Conselho Do Dia: Seja persis-

12•17•20•27•38 + 13

Altura (m)

Horóscopo | 23 de Janeiro

Carneiro

TOTOLOTO

AMANHÃ Amanhã 15º 1º

FARMÁCIA NOVA R. Dr. António Manuel Gamito, 25 A 265 522 052

05:35 11:52 17:58

KPB 33063

Amor: Não se sentirá bem numa situação e por isso andará mais triste.

Trabalho: Seja cauteloso com falsas propostas. Há quem o queira enganar.

Dinheiro: Confira pagamentos.

Saúde: Insónias.

Sagitário 22/11 a 21/12

Conselho Do Dia: Ria e sorria mais.

Amor: Uma notícia irá trazer instabilidade. Reaja de forma descontraída.

Trabalho: Conte com pequenas tarefas. Andará entretido ao longo do dia, mas concentre-se.

Dinheiro: Entradas de pequenas quantias.

Saúde: Controle a tensão arterial.

Capricórnio 22/12 a 19/1 Conselho Do Dia: Tome

decisões.

Amor: Poderá sentir-se dividido no amor. Faça escolhas olhando para o seu coração. Não tenha medo de ser feliz.

Trabalho: Conte com um novo caminho. Terá muitas tarefas a desempenhar. Mas faça uma de cada vez.

Dinheiro: Entradas.

Saúde: Especial atenção aos órgãos duplos.

Aquário 20/1 a 18/2

Conselho Do Dia: Aja com consciência.

Amor: Poderá descontrolar-se facilmente. Precisa de estabilizar as suas emoções.

Trabalho: Aceite um novo desafio.

Precisa de adquirir conhecimentos noutras áreas.

Dinheiro: Gastos desmedidos.

Saúde: Sujeito a estados depressivos.

Peixes 19/2 a 20/3

Conselho Do Dia: Avance!

Amor: Uma relação poderá evoluir. Será um dia feliz em que alcançará a pessoa amada.

Trabalho: Desenvolva os seus projectos com ânimo. Terá garra para sobressair entre os seus colegas.

Dinheiro: Entradas.

Saúde: Dores na anca e bacia.

Centro de Saúde Bonfim Praça do Brasil, 14, 1º Tel. 265 525 653 Ext. de Saúde do Sado Rua Manuel Francisco Novo, Santo Ovídio - Tel. 265 790 460 Ext. de Saúde Bairro Santos Nicolau Rua Prof. Augusto Gomes , 25 Tel. 265 545 200 Ext de Saúde S. Sebastião Urb. Vale do Cobro, Av. das Descobertas Tel. 265 708 000 Ext. de Saúde S. Filipe Rua Batalha do Viso, 46 Tel. 265 572 572 Ext. de Saúde Azeitão Rua Artur Horta, 18 Tel. 212 199 500 Extensão de Saúde Praça da República Praça da República Tel. 265 544 320 Centro Diagnóstico Pneumológico Urb. Vale do Cobro, Av. das Descobertas Tel. 265 708 000 Serviço de Saúde Pública Rua Luís Gonzaga Nascimento, 2, R/C Dto - Tel. 265 544 129/7 Hospital de São Bernardo R. Camilo Castelo Branco Tel. 265 549 000 Hospital Ortopédico do Outão Tel. 265 543 900 Hospital da Luz - Setúbal (Hospor) EN 10 Km 37 Tel. 265 509 200

Câmara Municipal de Setúbal 265 541 500 Capitania Porto de Setúbal 265 548 270 CP de Setúbal 265 526 845 GNR de Setúbal 265 540 287 Cruz Vermelha Portuguesa 265 522 578 Intoxicações 808 250 143 Piquete Águas do Sado 265 529 800 Piquete EDP 800 506 506 Polícia de Segurança Pública 265 522 022 Polícia Marítima 265 548 275 Protecção Civil de Setúbal 800 212 216 Protecção à Floresta 177 Táxis 913 201 015 | 935 910 222 | 962 012 727 TST Setúbal 265 009 721

LINHA DE EMERGÊNCIA Bomb. Sapadores de Setúbal 265 522 122 Bombeiros Voluntários 265 523 523 Protecção Civil 265 523 223 Cruz Vermelha Portuguesa 918 500 112

Título registado na ERC sob o n.º 107552; Propriedade: Carlos Bordallo -Pinheiro; Director: João Abreu - director@osetubalense.com; N.º Registo Legal 8/84; Jornalistas: (Cf. n.º 3 do art.º 14.º do Dec.-Lei n.º 56/2001 de 19/2); Redacção: Tel: 265 092 633; redaccao@osetubalense.com - Etelvina Baía - C.P.J. n.º 7587 - etelvina.baia@osetubalense.com; David Pereira - C.P.J. n.º 10242 - david.pereira@osetubalense.com; Fátima Brinca - C.P.J. n.º 2574 - fatima.brinca@osetubalense.com; Florindo Cardoso - C.P.J. n.º 2573 - florindo.cardoso@osetubalense.com; Rogério Matos - C.P.J. n.º 9929 - rogerio.matos@osetubalense.com; Colaboradores: Ana Fonte; Brissos Lino; Departamento Comercial: Mauro Sérgio - mauro.sergio@osetubalense.com; Célia Felix - celia.felix@osetubalense.com; Luís Kaiseler - luis.kaiseler@setupress.pt; Filipe Tavares - filipe.tavares@osetubalense.com; Departamento Administrativo: Tel: 265 094 354 • geral@osetubalense.com; Dulce Lança - dulce.lanca@osetubalense.com; Branca Belchior - branca.belchior@osetubalense.com; Fotografia: André Areias; Mário Prata; Cessionário e Editor: Setupress - Soc. Editora, Lda. - Pessoa Colectiva com o n.º 510 965 423 com domicílio na Travessa Gaspar Agostinho n.º 1 - 1º Andar - 2900-389 Setúbal; Gerentes: Carlos Bordallo-Pinheiro; Maria Luisa Bordallo-Pinheiro; Sócios com mais de 5 % do capital social: Bordalo Pinheiro, Lda., Maria Luisa Bordallo-Pinheiro e Rafael Bordallo-Pinheiro; Tiragem: 5000 ex.; Paginação: Sónia Bordallo-Pinheiro; Marisa Batista; Maria João Besugo - paginacao@osetubalense.com; Impressão: Tipografia Rápida de Setúbal, Lda - Travessa Jorge D'Aquino, 7 - 2900-427 Setubal - geral@tipografiarapida.pt

"O Setubalense" publica os trabalhos dos seus jornalistas e colaboradores de acordo com a ortografia por eles escolhida.

ABERTURA

SEGUNDA FEIRA 23.JANEIRO.2017

| 03

Forte da Bela Vista recebe três obras de valorização Investimento O Forte da Bela Vista vai “cantar de galo”, em sintonia com o galardão do bairro, com a realização de três obras que vão reabilitar e valorizar este espaço com uma vista fantástica para o rio Sado.

FOTOS: DR

A

POR FÁTIMA BRINCA

Associação de Moradores do Forte da Bela Vista é presidida por Francisco Sousa e formada por 16 elementos, representantes das várias etnias, desde lusos, a cabo-verdianos, ciganos e timorenses.

Conhecido no passado por Bairro Azul, a Associação assumiu a mudança para Forte da Bela Vista, como forma de “alterar mentalidades”, esclarece Francisco Sousa. Outras das mudanças assumidas pela Associação explica o presidente foi “criar laços de interligação entre os moradores para encararem o bairro como seu e a malta jovem tem sido um exemplo”. No bairro Vista moram mais de 800 pessoas, que há quatro anos “deitaram mãos à obra” e pintaram as habitações.

Francisco Sousa garante que a “união dos moradores foi importante e a câmara e a junta de freguesia vão avançar com obras para dar maior dignidade ao bairro” e “avançar com três obras este ano”. O presidente da associação explica que uma das obras irá “contemplar um passeio pedonal com áreas de lazer, um parque infantil, uma zona de ginástica e um polidesportivo”. Outra das obras será a implantação de um jardim frente ao muro, com uma área confortável, com bancos e passeios”. E, finalmente, revela, uma terceira obra para “reabilitar as casas, que serão pintadas para combater as infiltrações e as humidades”.

O então Bairro Azul, hoje Forte da Bela Vista, teve “morte anunciada”, mas Francisco Sousa garante que está a “haver o renascimento do PREC (processo revolucionário em curso) com a participação activa dos moradores na renovação do

O galo voltará a cantar no Forte da Bela Vista

Francisco Sousa anuncia a criação de uma zona de lazer

Estratégia concertada para os bairros sociais

As casas vão ser repintadas

O

O vereador Carlos Rabaçal com alguns elementos da Associação de Moradores

bairro”e ‘a morte” não aconteceu porque a presidente Maria das Dores Meira “quer

que o bairro cresça com maior qualidade de vida para a população”.

vereador Carlos Rabaçal garante que a autarquia irá “intervir prioritariamente nos cinco bairros da Bela Vista”, mas os treze bairros terão também reabilitações. No Forte da Bela Vista, destaca, os moradores “avançaram com a pintura das 72 casas há cerca de 5 anos e apresentaram sugestões para a requalificação do bairro”.

A Câmara e a Junta de Freguesia de S. Sebastião, em colaboração com os moradores, irão “avançar com obras envolventes do bairro, que começam em Maio”.

Outro projecto, que começa em Abril/Maio, revela o vereador, aposta em “envolver empresas e mecenas será na fren-

te da barreira, uma obra complexa, que conta também com o trabalho voluntário dos moradores, que irá garantir a preservação e qualidade de vida do bairro”. A autarquia, explica, irá “colocar uma equipa no terreno, que trabalhará em envolvência com os moradores” e haverá também a repintura das casas para “melhorar o aspecto e as condições de habitabilidade das habitações” a nível das infiltrações e humidades. O executivo diz, ainda, “trabalhar nos outros bairros, com pinturas e melhorias nas habitações na Alameda das Palmeiras, no bairro Amarelo, na Bela Vista, seguindo-se depois as Manteigadas”.

04 |

CIDADE

SEGUNDA FEIRA 23.JANEIRO.2017

Coral Luísa Todi prepara mega Rock em Coro D

Combate ao isolamento nas Palmeiras

A

DR

POR ANA FONTE

epois de um final de 2016 marcado pelo sucesso da produção “Missa Étnica pela Paz”, o Coral Luísa Todi apresenta agora uma programação para dois anos de actividade, com o objectivo de cobrir vários géneros musicais. A ‘jóia da coroa’ vai ser a mega produção “Rock em Coro”.

No programa aprovado pela direcção da instituição, o coral propõe-se estrear em cada ano uma grande produção. Depois da Missa Étnica pela Paz, em 2016, vai apresentar um concerto Pop Rock em 2017, tendo programado para 2018 um concerto de música clássica, de autores contemporâneos. Outra novidade é

que as grandes produções passam a ter a sua estreia agendada para o mês de Dezembro de cada ano, afirmam os responsáveis pelo programa cultural.

A grande produção programada para 2017 é o Concerto “Rock em Coro”, reposição de um projecto do Coral Luísa Todi, apresentado pela primeira vez em 2007 e que agora, dez anos depois, será reapresentado com nova roupagem e novos temas, man-

tendo-se alguns, cujos arranjos o coral encomendou há dez anos.

Ainda em 2017 e integrado nas comemorações do Dia Mundial da Música, o Coral organizará o VII Encontro de Coros de Setúbal e tem, ainda, agendados concertos em Vila Franca de Xira, Santiago do Cacém, Sines, Lagoa, Portalegre e Espanha.

O Concerto agendado para Julho de 2018 fará já a transição entre o rock e

VE N DA SETÚBAL FLORENTINO MATOS LUIS, Administrador de Insolvência, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, 48-A - 1700-031 LISBOA, nomeado nos Autos de Insolvência n.º 1826/13.0TYLSB, a correr termos pela Instância Central – 1ª. Secção do Comércio – J5 – Comarca de Lisboa, em que foi declarada insolvente SANOVA – Comércio e Representação de Material Eléctrico, Ldª., faz saber que vai proceder à venda no estado físico e jurídico em que se encontram, por negociação particular, através de propostas que serão remetidas em carta fechada, dos seguintes bens: Verba n.º 1 -----Prédio urbano composto por armazém de dois pisos, com a área total de 304,50m2 , sito na Estrada da Graça, n.º 192 e 194, em Setúbal, descrito na 2ª Conservatória do Registo Predial de Setúbal sob a ficha.º 7737 da freguesia de Setúbal (S. Sebastião) e inscrito na matriz predial urbana sob o art.º 9753, da mesma freguesia, pelo valor base de 180.000,00 €, sendo o valor mínimo para venda 85% do valor base …………………. 153.000,00 € Verba n.º 2 -----Prédio urbano composto por armazém de dois pisos, com a área total de 304,50m2 , sito na Estrada da Graça, n.º 196 e 198, em Setúbal, descrito na 2ª Conservatória do Registo Predial de Setúbal sob a ficha.º 7738 da freguesia de Setúbal (S. Sebastião) e inscrito na matriz predial urbana sob o art.º 9754, da mesma freguesia, pelo valor base de 180.000,00 €, sendo o valor mínimo para venda 85% do valor base …………………. 153.000,00 € Para efeito da apresentação das propostas, os bens podem ser vistos mediante marcação pelos telefones 218406953 ou 917247040.

REGULAMENTO: • As propostas serão remetidas, até ao dia 07 / 02 /2017, que inclui a data do registo de expedição dos CTT, remetidas em envelope fechado, por sua vez introduzido em carta registada, dirigida ao Administrador da Insolvência de SANOVA – Comércio e Representação de Material Eléctrico, Ldª., Florentino Matos Luís, com escritório na Avenida Almirante Gago Coutinho, nº. 48-A, 1700-031 LISBOA. • As propostas deverão ser de valor igual ou superior ao valor mínimo indicado e conter: nome ou denominação completa da entidade proponente; morada ou sede social; número de contribuinte ou de pessoa colectiva; representante, em caso de pessoa colectiva, indicação de telefone e/ou fax de contacto e valor oferecido por extenso.

• A abertura das propostas realizar-se-á no dia 10 / 02 / 2017, pelas 15H00, em local a definir, na presença do administrador da insolvência e dos Senhores Credores que pretendam assistir, onde deverão comparecer os proponentes, condição para que as s/ propostas sejam aceites. Serão excluídas as propostas que não contenham todos os elementos solicitados.

• Desde que exista mais que um proponente com propostas válidas para o mesmo bem, serão estes convidados a licitarem entre si, cujo valor base de licitação será o da melhor proposta recebida, o que se fará (no mesmo local) pelas 15H30 do referido dia.

• Em caso de adjudicação, o promitente comprador entregará, um cheque referente a 20% do valor do preço, a título de sinal, • A competente escritura de compra e venda, será realizada no prazo máximo de 60 dias, em data, hora e local a notificar ao comprador.

• Se não for possível realizar a escritura por razões imputáveis ao promitente-comprador, este perderá o sinal já entregue e atrás referido.

• Serão de conta do comprador todos os encargos legais decorrentes da compra, designadamente o IMT, escritura e registos. São igualmente por conta do comprador os encargos de emolumentos com o cancelamento dos ónus existentes.

• Caberá ao Meretíssimo Juíz do processo de insolvência, a resolução de todas e quaisquer questões surgidas, que não estejam contempladas no presente regulamento.

O Administrador da Insolvência (Florentino Matos Luis) OP/1962

o clássico programado para Dezembro desse ano.

A programação intensa para estes dois anos, levou o coral a abrir durante o mês de Janeiro um período especial para admissão de novos coralistas. Assim, quem se quiser candidatar a integrar o Coral Luísa Todi, deve fazer a sua inscrição, sendo depois contactado para uma pequena prova de voz a realizar ainda durante o corrente mês.

partir do próximo mês, o espaço A Nossa Casinha, na Bela Vista, vai desenvolver um programa educativo de apoio escolar e actividades lúdicas destinadas a combater o isolamento da população sénior.

Ao nível das acções educativas, vão realizar-se actividades de ocupação de tempos livres com apoio escolar no espaço de A Nossa Casinha. Destinado a crianças e jovens em idade escolar, realiza-se até ao final do ano lectivo, três dias por sema-

na. Esta actividade de incentivo ao estudo, de participação gratuita, é orientada por jovens moradores da Alameda das Palmeiras.

Já a população sénior terá, a partir de dia 22, actividades artesanais todas as quartas-feiras para incentivar o convívio e a combater o isolamento. Nestas acções, de participação gratuita, os participantes são convidados a desenvolver actividades como técnicas de crochet e pintura e trabalhos em renda, malhas e costura.

ARQUIVO

SEGUNDA FEIRA 23.JANEIRO.2017

PSP e Ministério Público investigam agressões de polícias a jovem de Setúbal

FOTOS: DR

3 Reparos

| 05



Reparámos que a zona pedonal do Largo de Santa Maria, junto à Sé de Setúbal, tem vindo a ser cada vez mais utilizado como parque de estacionamento. E nem os pilaretes que impedem a passagem dos veículos travam a ‘fúria’ do estacionamento ilegal.

Reparámos na falta de civismo, e talvez também alguma falta de policiamento, que leva à paragem de vários veículos por dia, em segunda fila, e mesmo a entravar o trânsito, na Avenida Luísa Todi junto à CGD.

O

OP/1560

s agentes da PSP de Setúbal que terão agredido um jovem de 18 anos na madrugada de 4 de Dezembro continuam sob investigação pelo Ministério Público e, internamente pela PSP, após o próprio jovem ter denunciado o caso.

Instado a pronunciar-se, o Comando Nacio-

nal da PSP afirma que o“processo de natureza disciplinar decorre sob responsabilidade da Inspeção Geral da Administração Interna, pelo que não nos poderemos pronunciar sobre o andamento destes processos”.

Os incidentes começaram no interior da discoteca BK. O jovem relata que se envolveu numa cena de pancadaria no interior, tendo saí-

do depois. A pancadaria rumou para a rua e rapidamente surgiu a PSP. O jovem diz que os quatro agentes imobilizaram-no, algemaram-no e puseram-no na bagageira da viatura. Só terão parado na antiga fábrica Vasco da Gama, na Estrada da Graça. Os quatro agentes terão jogado o jovem para o interior dum túnel abandonado, onde o espancaram.Este

diz que um dos agentes foi o mais violento e que foi ele que no fim do espancamento, pisou-o no peito com força. Entretanto abandonaram-no e ligou aos amigos com quem estava que, por seu lado, foram em seu auxílio num táxi e levaram-no para casa.

Durante a tarde de domingo, o jovem acordou e os pais viram que estava bastante mal tratado,

como referem. O seu pai dirigiu-se então ao Hospital e à esquadra para formalizar a queixa por violência policial.

Na sexta-feira seguinte prestou testemunho no Departamento de Investigação Criminal de Setúbal, onde, mais tarde, não conseguiu identificar os alegados agressores através de fotografias dos cartões de cidadão.

Reparámos no estado de abandono do jardim envolvente à Rua Henri Perron, que está pejado de ervas daninhas, arbustos e relva alta, a par com dejectos de cães e lixo.

Para fazer reparos, pode contactar O Setubalense através do telefone 265 094 633 ou enviar para o email: redaccao@osetubalense.com

OP/1753

POR ROGÉRIO MATOS

06 |

AZEITÃO

SEGUNDA FEIRA 23.JANEIRO.2017

“Cabazes Prove 100% Bio Azeitão” distribuídos nos Lavadouros de Oleiros

FOTOS: DR

Agricultura O protocolo para o lançamento dos “Cabazes Prove 100% Bio Azeitão”, foi assinado entre a Junta de Freguesia, a ADREPES e o Núcleo Prove do Recanto d’Arrábida. O projecto arranca com 50 consumidores que levantarão os cabazes à sexta-feira à tarde nos Lavadouros de Oleiros.

POR FLORINDO CARDOSO

O

s Lavadouros de Oleiros vão começar a distribuir os “Cabazes Prove 100% Bio Azeitão”, todas as sextas-feiras, entre as 18H30 e as 20H00, pelo preço fixo de 15 euros, graças a um protocolo de colaboração celebrado entre a Junta de Freguesia de Azeitão, a ADREPES (Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal) e o Núcleo Prove do Recanto d’Arrábida.

O cabaz de 5 a 7 Kg é composto com frutas e legumes, da época, de agricultura biológica certificada provenientes da exploração agrícola “Recanto d’Arrábida”, propriedade de Solange Dias e Hélio Julião, com cerca de 6 hectares, no Pinhal Novo.

O protocolo de colaboração, assinado na passada sexta-feira ao final da tarde, por Celestina Neves, presidente da Junta de Freguesia de Azeitão, Isabel Conceição, presidente da ADREPES e Hélio Julião, representante do Núcleo Prove do Recanto d’Arrábida, tem a duração de um ano, e apresenta como objectivos principais reforçar a capacidade empresarial local, valorizar o reconhecimento do trabalho dos produtores junto dos consumidores, fomentar a responsabilidade social e criar laços de confiança e cooperação entre quem produz e quem consome”.

Segundo o protocolo cabe à autarquia azeitonense ceder o espaço (Lavadouros de Olei-

O protocolo foi assinado pela presidente da Junta, presidente da ADREPES e representante do Núcleo Prove do Recanto d’Arrábida

ros), a ADREPES permite o uso da “Marca PROVE – Promover e Vender”, e presta o apoio necessário ao Núcleo Prove do Recanto d’Arrábida, enquanto este fica responsável pela implementação do sistema de comercialização, gestão de encomendas e distribuição dos cabazes.

Isabel Conceição explicou a O Setubalense que este protocolo vem do seguimento do trabalho que a ADREPES desenvolve desde 2006. “Os primeiros núcleos foram criados em Sesim-

bra e Palmela e neste momento temos mais de 90 espalhados pelo país e uma comercialização, em média, de três toneladas de produtos por semana”, disse a responsável, frisando que é “foi um trabalho pioneiro e uma aposta ganha com a proximidade do produtor ao consumidor, criando relações de amizade e de confiança”.

“A mais valia é o produtor ter rendimento seguro da produção”, disse Isabel Conceição, revelando que “quer no

país quer no estrangeiro nos contactam muitas vezes a pedir orientações do projecto que já está reconhecido como uma boa prática”.

Por sua vez, Celestina Neves, afirmou que “este projecto é muito importante” porque “permite às pessoas habituarem-se a consumir produtos bio, dinamiza a economia local, e neste caso concreto, acaba por um ser desenvolvido num sítio onde não havia nada do género, sendo a popula-

ção de Oleiros beneficiada com a entrega destes cabazes”.

Já Hélio Julião disse que “como estamos presentes no Mercado Municipal de Azeitão às quartas, a junta de freguesia convidou-nos para fazer um núcleo aqui, nos Lavadouros, dinamizando o local”. “O que fizemos foi anular a lista de 25 consumidores que já tínhamos do ‘Recanto d’Arrábida’ e passámos essas pessoas para o Prove, conseguindo agora mais 15”, disse.

Solange e Hélio largaram tudo pela agricultura

O

s jovens empresários Hélio Julião e Solange Dias começaram a actividade agrícola biológica há dois anos, criando “Recanto d’Arrábida”. Uma aventura para quem não percebia nada do sector mas que decidiram apostar por estarem saturados das suas profissões.

O produtor, explica que “a Solange é psicóloga mas ficou no desemprego quando acabou o contrato no Hospital da Estefânia e eu estava na Siemens, em gestão, mas as coisas não evoluíam, estagnei na carreira, e decidimos mudar de vida, ganhando menos mas com mais qualidade”.

Hélio Julião lembra que “não percebíamos nada de agricultura”, acrescentando que como moramos no Pinhal Novo, decidimos alugar um terreno, concorremos ao PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural) e a candidatura foi

aprovada”. “A candidatura sobre produção de ervas aromáticas estava aprovada mas o cultivo dos produtos hortícolas foi por nossa conta e risco porque queríamos aprender”.

“No início íamos com o tablet para o campo ver as doen-

ças das plantas porque não sabíamos o que era e tivemos uma grande ajuda da engenheira biológica, Fernanda Mateus, da Casa Agrícola Horta e Sementes, que ia uma vez por semana à quinta, para nos ensinar”, recorda o produtor.

Hélio Julião explica que “começamos sozinhos com a entrega de cabazes à porta de casa e neste momento estamos em vários locais”, com 6 empregados, afirmando com orgulho que fornecem o restaurante “Loco” do chef de cozinha Alexandre Silva, que recebeu uma estrela Michelin. “Alguns produtos são cultivados só para ele”, disse.

“Temos dois hectares de ervas aromáticas que são exportadas para a indústria farmacêutica, depois do processo de secagem, e três hectares e meio de hortícolas que fornecemos em mercados agrobio da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica”, disse Hélio Julião, dando como exemplo o de Almada e Pinhal Novo (sábado), Setúbal (quinta) e desde terça-feira passada, diariamente, no Saldanha (Lisboa).

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GRANDE ENTREVISTA

SEGUNDA FEIRA 23.JANEIRO.2017

António Saramago o enólogo de Azeitão que conquistou Portugal e Brasil Notoriedade António Saramago, natural de Azeitão, é o enólogo português com mais tempo de actividade.

Formado em Bordéus (França), tem uma carreira profissional notável de 54 anos, tendo recebido mais de 200 prémios nacionais e internacionais. Apresenta um palmarés brilhante, com a criação do mítico vinho “Tapada dos Coelheiros”, e fez renascer as marcas “Terras do Suão” (Alentejo) e “Praça Velha” (Beira Interior). Criou a sua empresa com o seu nome onde desenvolve vinhos boutique, com assinatura, e internacionalizou-a para o Brasil.

O enólogo, de 68 anos, acaba de receber o Prémio Especial ‘Paixão Pelo Vinho’, no Casino da Figueira da Foz.

POR FLORINDO CARDOSO

O Setubalense – Quando começou a sua paixão pelo mundo do vinho?

António Saramago – O meu pai trabalhou mais de quarenta anos numa grande empresa vinícola de Azeitão, e quando esta precisou de uma pessoa para trabalhar no laboratório, em 1962, ele indicou o meu nome. Com 12 anos e a estudar no curso de serralheiro na Escola Industrial e Comercial de Setúbal (actual Secundária Sebastião da Gama), fui aprender o ofício de enólogo. Trabalhei de dia e estudei à noite até aos 20 anos. Comecei pelo laboratório, fiz vindimas e analisei as uvas e os mostos, aprendendo todo o processo do vinho. Aprendi com os grandes enólogos daquela altura, António Porto Soares Franco, Manuel Vieira (professor do Instituto de Agronomia) e Joaquim Manuel da Costa, meu padrinho de casamento, um homem com uma experiência extraordinária e a quem a nossa região muito deve porque fez grandes vinhos e moscatéis.

Em 1974 foi estudar enologia em França?

Nos tempos a seguir ao 25 de Abril, a empresa teve gra-

ves problemas laborais, sendo entregue a um familiar, António Avillez que me disse que iria apostar em mim, por considerar ser uma pessoa com talento, nascido na casa, e teria de fazer uma formação no estrangeiro, na Faculdade de Enologia da Université Victor Segalen – Bordeaux 2 (França), uma das melhores do mundo e com os melhores enólogos como Emile Peynaud. Como já tinha experiência, fiz o curso, em vários ciclos, trabalhando e estudando, permitindo um conhecimento mais técnico e científico.

Apostou sempre na sua formação?

Sim. Recentemente, estive na Califórnia, com o professor de Vi-

Visitei a universidade e com ele conheci algumas vinícolas, das quais é consultor, como a do realizador de cinema Francis Ford

“Ser aplaudido de pé por cerca de 400 pessoas, foi uma sensação indescritível e, naquele momento, lembrei-me da minha família, dos meus pais, da minha mulher, dos meus filhos e dos meus netos” ticultura e Enologia Roger Boulton, que conheci há 30 anos, um dos maiores enólogos do mundo.

Coppola, ou de Robert Mondavi.

Convivendo com estes sábios do vinho, aprendemos muito, e devo

dizer que uso técnicas do mundo antigo e moderno, porque embora tenha 68 anos, tento sempre actualizar-me.

Em 1982 começa a fazer o seu grande trabalho na Cooperativa de Granja?

Fui o primeiro enólogo no Alentejo a introduzir barrica francesa nova na evolução e envelhecimento dos vinhos porque até aí só havia toneis. Consegui transportar esse conhecimento de França.

Na Cooperativa Agrícola de Granja, comprei uma dúzia de barricas novas, em carvalho francês, e fiz o primeiro vinho em madeira nova

O desvendar do nome dos vinhos A

ntónio Saramago criou nos últimos anos vinhos com nomes curiosos como “Risco”, “Ilógico” e “Dúvida”. O Setubalense foi desvendar a história.

“O nome de ‘Risco’ tem a ver a Serra do Risco, na Arrábida. Lembrei-me do ‘Risco’ porque quando era miúdo, aquilo era conhecido por Serra do Risco ou Vale do Risco, e tem a particularidade de

ter a maior falésia da Europa Continental, com 381 metros de altitude, entre a linha do mar e o marco da serra”, revela António Saramago.

“O ‘Ilógico’ é um vinho básico, vendido exclusivamente na cadeia Pingo Doce e faço a mesma marca para a exportação para combater os concorrentes”, explica o enólogo, daí esse nome, adiantan-

do que o vinho vendido naquela cadeia de distribuição é da península de Setúbal, com rótulo preto, enquanto o outro para exportação é alentejano, com rótulo azul. Isto porque “os vinhos do Alentejo têm mais força no estrangeiro”, excepto no Brasil.

O nome “Dúvida” foi atribuído pelo filho António e deve-se ao facto da dúvida ins-

talada sobre se comprava ou não novas barricas devido ao elevado investimento, uma vez que “tinha um vinho extraordinário” mas “não reagia nem evoluía”. “O pai não está a pensar em comprar novas barricas? Respondi que sim e comprei nove barricas e ao fim de quatro a cinco meses, o vinho começou a reagir”, disse o enólogo. “Foi

tão bom que a Revista nhos deu-lhe o Prémi lência”, acrescenta A Saramago.

O “Moscatel de S JMS” é uma homenag pai. “Fiz aquele mosca ra o meu pai, em 19 sua homenagem”, a “O meu pai merecia para chegar onde c devo-lhe a ele”, conclu

ista de Vimio Excea António

e Setúbal nagem ao oscatel pa1983, em afirmou. cia porque e cheguei, ncluiu.

SEGUNDA FEIRA 23.JANEIRO.2017

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FOTOS: MÁRIO PRATA

lhei. Sou o pai e a mãe daquela criança, que se tornou numa marca ícone do Alentejo e isso para mim é um orgulho na minha vida.

“Aparecer ali (Brasil) um português e conquistar aquele prémio é um orgulho muito grande não só para mim como também para o nosso país”.

Vai para a Adega Cooperativa do Fundão onde transforma o vinho “Praça Velha”?

Numa visita à Adega Cooperativa do Fundão, o presidente convidou-me para ser o consultor de enologia, onde acabei por ficar vinte anos. Era tratado de uma forma como nunca tinha sido na vida, estando a minha fotografia nas paredes da adega e recebi a medalha comemorativa do 50.º aniversário, em reconhecimento pelo meu trabalho.

O nome “Praça Velha” já existia, de carácter regional, mas contribui para que atingisse a qualidade e o simbolismo que representa hoje para aquela região.

que se chamava “Terras do Suão” que foi um êxito, sendo vendido nos melhores restaurantes de Lisboa. Em 1983, realizou-se um concurso internacional de vinhos na Jugoslávia, bastante participativo e este vinho ganhou a medalha de ouro, sendo considerado o melhor entre os melhores. Agostinho Barradas, da direcção da adega, conseguiu colocar essa notícia no jornal “Diário Popular” que publicou na primeira página, com uma fotografia minha e dele com o título “Portugal tem um vinho que é campeão do mundo”. Foi um boom de tal maneira que foram feitas 18 mil garrafas, vendidas a 500 escudos, cada, e foi a salvação da cooperativa que estava com dificuldades financeiras.

Como chega à “Tapada dos Coelheiros”, o seu projecto mais emblemático?

Foi através do “Terras do Suão” que chego à “Tapada de Coelheiros”. O dono, Joaquim Silveira, era um homem muito rico que amava o vinho, e como à sexta-feira ia almoçar ao restaurante Gambrinus (Lisboa), um dia apresentaram-lhe o “Terras do Suão”. Ele quis conhecer-me e fez o convite para fazer um vinho seu e disse uma coisa que ficou na minha memória: “Não lhe vou exigir que faça o melhor vinho do Alentejo mas gostava que o meu fosse dos melhores”, e respondi que ira tentar e consegui. Posso dizer que essa foi a minha grande aposta numa empresa fora daquelas que traba-

Em 2002 decidiu criar a sua própria empresa “António Saramago”?

Foi sempre o meu sonho. O meu pai foi adegueiro, eu fui profissional numa grande empresa vinícola, o meu nome é conhecido no mercado, recebi vários prémios nacionais e internacionais, o meu filho estava a concluir o curso e pensei numa forma de transmitir-lhe a minha experiência, no sentido de continuar o meu legado e não é por acaso que ele também se chama António Saramago. Pensei fazer uma coisa diferente com base na minha experiência, em fazer os chamados vinhos boutique ou de garagem, ou seja de pouca quantidade mas com muita qualidade. Os meus vinhos são vendidos, a preços entre os 40 e 50 euros, nas melhores garrafeiras e restaurantes de Portugal e do estrangeiro, frequentados por pessoas com elevado poder de compra. Criei os vinhos com o meu nome porque sinto que sou uma referência na enologia portuguesa, e a prova disso são os inúmeros prémios e homenagens que me fazem no nosso país assim como no estrangeiro, e como tal, isso tem um impacto comercial.

Decide internacionalizar a empresa no Brasil?

Cheguei ao Brasil através do projecto “Além Mar”, da Vinícola Villaggio Grando, no Estado de Santa Catarina. Um sommelier (escanção) que vive no Brasil realizou vários cursos de iniciação à prova com um êxito fantástico, de tal maneira que percorreu todas cidades brasileiras,

entre as quais Curitiba, capital do Estado do Paraná, aliás o meu vinho é vendido ali no melhor restaurante “Vinho de Ouro”. Estava presente um casal daquela vinícola que provaram um vinho meu que tinha ganho vários prémios na região e considerado o melhor DOC Palmela (Escolha António Saramago 2003), adoraram e quiseram conhecer-me para fazer um vinho para eles. Estou a fazer um vinho com castas francesas com o nome “Além Mar”, com um rótulo em que a imagem é o Padrão dos Descobrimentos. Aceitei este desafio, por ser uma experiência nova que enriqueceu os meus conhecimentos. Fiz a primeira safra em 2008 e em 2013, a Villagio Grando teve o prémio, na Expovinis Feira de Vinhos que decorre anualmente em S. Paulo, como o melhor espumante rosé bruto produzido no Brasil. Aquele vinho tem a minha assinatura e faz parte da história da minha vida porque aparecer ali um português e conquistar aquele prémio é um orgulho muito grande não só para mim como também para o nosso país.

O que sentiu quando recebeu o Prémio Especial ‘Paixão Pelo Vinho’?

A.S – Tenho sentido sensações muito boas pelo meu trabalho, dedicação e paixão por aquilo que faço. Isso aconteceu

quando vi aquela mítica sala do Casino da Figueira da Foz, com fotos de grandes figuras da cultura portuguesa e estrangeira, onde falei um pouco da história de minha vida e do vinho que faz parte da nossa cultura. Para mim, ser aplaudido de pé por cerca de 400 pessoas, foi uma sensação indescritível e, naquele momento, lembrei-me da minha família, dos meus pais, da minha mulher, dos meus filhos e dos meus netos. Gostaria que fosse lembrado porque acho que contribui, e muito, para o sucesso de várias marcas de vinhos em diversas regiões do país e da história da enologia portuguesa.

Quando comecei não existia nada e actualmente há vários enólogos, alguns da nova geração a trabalhar no estrangeiro, isso só contribui para o prestígio do pequeno país que somos. Somos pequenos mas grandes em tudo o que fazemos.

“Sou o pai e a mãe daquela criança (Terras do Suão), que se tornou numa marca ícone do Alentejo e isso para mim é um orgulho na minha vida”

Uma vida dedicada ao vinho A

ntónio José Ribeiro Saramago nasceu em Vila Nogueira de Azeitão a 27 de Março de 1948. Desde cedo demonstrou paixão pelo mundo do vinho, começando no ano de 1962, no laboratório de uma grande empresa vinícola de Azeitão, onde chega a chefe de serviço do Departamento de Enologia. Forma-se na Faculdade de Enologia de Bordéus (França), em 1974.

Em 1982, é convidado para enólogo responsável da Cooperativa Agrícola de Granja, onde relança o “Terras do Suão”. Em 1991, na Adega Cooperativa do Fundão, transforma o “Praça Velha” numa referência nacional. Nesse mesmo ano, inicia o seu projecto mais emblemático, o “Tapada de Coelheiros”.

Em 2002 cria a empresa António Saramago-Vinhos e internacionaliza a sua carreira no Brasil, através do projecto “Além Mar”, da Vinícola Villaggio Grando, no Estado de Santa Catarina.

Em 2008 é distinguido como “Enólogo do Ano” pela revista Néctar. Em 2011 é considerado o melhor enólogo português no ranking “Top Winemaker” do concurso Wine Masters Challenge. Em 2012 comemorou 50 anos de carreira. É confrade da Confraria dos Enófilos do Alentejo e da Confraria dos Enófilos da Beira Interior. É membro fundador da Associação Portuguesa de Enologia.

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AZEITÃO

SEGUNDA FEIRA 23.JANEIRO.2017

Eleitos da CDU Moradores dão destacam trabalho elogios e ‘puxões de positivo em Palmela orelhas’ ao executivo A

O frio não afastou moradores da reunião pública descentralizada

Cidadania Mais de uma dezena de moradores usaram a sessão pública descentralizada, no Pinhal Novo, para apresentarem questões ao executivo. E se algumas intervenções teceram elogios, outras existiram que serviram para “dar puxões de orelhas” ao executivo.

POR FÁTIMA BRINCA

O

frio intenso que se se fez sentir nas últimas noites da semana passada não afastaram os moradores de Pinhal Novo, que encheram o salão da Junta de Freguesia.

As intervenções começaram com o presidente da Associação de Reformados de Pinhal Novo a “elogiar a construção do parque de estacionamento do lado sul da estação ferroviária”, porque os utentes irão “deixar de respirarpó e pisar lama”. Mas alguns moradores criticaram situações que consideram inaceitáveis e que têm a “ver com os preços demasiado altos para visitar a Casa da Música”, para além de “sentir o isolamento provocado na rua do Alentejo, que afecta uma centena de moradores, que têm que percorrer cinco quilómetros para aceder ao centro de Pinhal Novo, que fica mesmo ao lado”.

O presidente da câmara reconheceu a pertinência da questão, mas a solução terá que “passar pela intervenção da Refer, pois o acesso localiza-se no interior do canal ferroviário”. A falta de luz no viaduto da Lagoa da Palha foi outro dos problemas, que segundo Álvaro Amaro, depende também da Refer. O autarca lembrou “existir 12 viadutos, 20 superiores e dois inferiores, cuja manutenção e reabilitação envolve um investimento de 800 mil e a Refer queria que assinássemos o protocolo por 150 mil euros”.

A falta de saneamento no Bairro Mesquita, o alargamento do PDM, na zona da ciclovia e o alcatroamento em ruas de terra batida foram carências apresentadas ao executivo. O presidente da Câmara anunciou que estão a “ser feitas obras de alcatroamento em algumas ruas, que fo-

ram apresentadas no âmbito do orçamento participativo”.

Outro “puxão de orelhas” veio do deputado municipal do PS Bruno Grazina, que lamentou “os cortes de água, na Lagoa da Palha e o lixo, na zona sul de Pinhal Novo”, deixando a sugestão para o executivo municipal “convidar os deputados a participarem nas visitas descentralizadas”.

O edil respondeu que os cortes de água “resultaram de uma situação pontual” e sem “admitir a existência de lixo no lado sul”, acabou por “informar que a Câmara irá “criar um centro de recolha e triagem para a entrega de monos”. E revelou que os índices de satisfação sobre a recolha do lixo e monos “têm melhorado significativamente”.

A participação dos deputados municipais nas visitas, explica Álvaro Amaro, “não considero viável até porque o vereador socialista acompanha as visitas”.

CDU do concelho de Palmela aprovou as linhas de acção para o futuro, que têm como principal destaque iniciativas que conduzam à separação das freguesias do Poceirão e da Marateca, para além de serem identificadas como zonas rurais.

Os autarcas das freguesias, os vereadores Fernanda Pésinho, Adilo Costa e Luís Calha, o presidente da Câmara Álvaro Amaro e a presidente da Assembleia Municipal Ana Teresa Vicente marcaram presença num Encontro, onde foi reconhecido o trabalho autárquico realizado pela CDU no concelho de Palmela.

O presidente Álvaro Amaro considerou, que apesar das dificuldades, o balanço “é bastante positivo” e acredita que a CDU em Palmela irá “continuar a crescer” e lembrou as “284 medidas com 100 acções específicas e 85% já concretizadas”, estando-se a “investir no território em todas as freguesias e em todas as áreas”. Álvaro Amaro lembrou que autarquia palmelense continua a “manter os custos mais baratos de água da Área Metropolitana de Lisboa” para além de “ser o sexto município com maior volume de

candidaturas na AML”.

O edil citou como exemplos a extensão de saúde do lado sul do Pinhal Novo, com um investimento superior a 1,4 milhões de euros, a requalificação da Ribeira da Salgueirinha com 2,6 milhões de euros e a obras de segurança das encostas do castelo com mais 2,8 milhões de euros.

Mas o edil lembrou que a CDU irá “continuar a lutar pela concretização do pavilhão na Escola Secundária de Palmela e a construção das variantes à EN 252 e 379” e anunciou as obras de requalificação no Parque Escolar que nos próximos anos vão “ultrapassar os três milhões de euros”.

O investimento na rede viária, realçou, a “triplicar o investimento num concelho com mais de 900 quilómetros de caminhos públicos e estradas municipais”.

O presidente da Câmara de Palmela reconheceu que os resultados a nível da recolha de resíduos não “ser ainda satisfatória”, mas admite “ter que existir uma maior colaboração dos munícipes” e concluiu “temos que desenvolver um intenso trabalho, porque não é um problema das autarquias e dos autarcas, mas das pessoas”.

DR

A mesa que conduziu o encontro da CDU

Coligação Palmela Mais faz balanço do ano de mandato

A

coligação Palmela Mais, que reúne autarcas do PSD e do CDS, fez a apresentação do último ano de mandato, com a presença do vereador Paulo Ribeiro, do presidente da concelhia do PSD, Carlos Vitorino, da deputada municipal Maria Rosa Pinto e do presidente da Distrital do CDS João Viegas, no Espaço Lima Fortuna, na Quinta do Anjo.

João Viegas reconheceu o papel difícil dos eleitos da Palmela Mais, por não “ser fácil trabalhar com a maioria absoluta da CDU” e considerou “estar na altura de inverter este ciclo de

DR

Coligação Palmela Mais faz balanço autárquico

maiorias absolutas no distrito e no concelho de Palmela”.

Para Carlos Vitorino, presidente da concelhia laranja, a CDU “quer silenciar tudo e todos”. O deputado municipal lamenta

que a CDU “esqueça o papel fiscalizador da Assembleia e não presta as informações que deve”.

Também o vereador Paulo Ribeiro lamenta“faltar cultura de democracia” à maioria CDU. O

autarca social-democrata considera “haver uma visão redutora da maioria, que fica aquém do que Palmela merecia”.

Paulo Ribeiro recordou que ao longo do mandato tem apresentado propostas para “reduzir impostos como o IMI e a derrama, que foram recusados e, posteriormente, são implementados como se fossem da maioria”.

Para Maria Rosa Pinto, presidente da Concelhia do CDS de Palmela e deputada municipal, a maioria tudo tenta “fazer para não responder às nossas questões e dar respostas que não correspondem à verdade”. Mas foi a situação que

se vive na Junta de Freguesia de Quinta do Anjo, que mobilizou a intervenção de Maria Rosa Pinto, sublinhando nunca “ter visto nada assim, onde os eleitos do mesmo partido, se juntam à oposição para chumbar o Orçamento”. A autarca do CDS alerta a CDU para “reconhecer que Valentim Pinto não deve recandidatar-se” e critica a publicação de anúncios com Valentim Pinto a “dizer que a oposição chumbou o Orçamento e a “anunciar ser candidato e que irá ganhar”.

A deputada da coligação Palmela Mais deixou no ar a pergunta de quem irá “pagar os anúncios” feitos por Valentim Pinto.

DESPORTO

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SEGUNDA FEIRA 23.JANEIRO.2017 ANDRÉ AREIAS

Corta-Mato Escolar reúne sete centenas

P

erto de 750 crianças e jovens do 1.º ao 12.º ano de escolaridade, de todos os estabelecimentos de ensino do concelho, participaram no Corta-Mato Escolar Concelhio de Setúbal, que decorreu no Parque Verde da Bela Vista, na manhã de quinta-feira.

Perante o olhar de professores, pais e curiosos que assistiram ao evento, gritaram vitória: Maria Pinheiro e Dinis Pinheiro (ambos EB Brejoeira), em benjamins; Maria Esteves (AE Barbosa du Bocage) e Afonso Silva (AE Azeitão), em infantis “A”; Viviana Parrulas (EB Aranguez) e João Rosa (AE Azeitão), em infantis “B”; Ana Nunes (AE Luísa Todi) e Rúben Jacob (AE Azeitão), em iniciados; Margarida Silva e Hugo Glórias (ambos ES Bocage), em juvenis; e Marlene Fernandes (AE Ordem de Santiago) e Iuri Leandro (ES Sebastião da Gama), em juniores.

Coletivamente, a EB Brejoeira venceu em benjamins femininos e masculinos; o AE Barbosa du Bocage em infantis “A” femininos e masculinos; a EB Aranguez em infantis “B” femininos; a ES Bocage em infantis “B” masculinos e juvenis femininos e masculinos; o AE Ordem de Santiago em iniciados e juniores femininos; o AE Azeitão em iniciados masculinos.

Escolinha volta a dar mão cheia à seleção AFS

T

al como na semana anterior, as futebolistas Catarina Roque, Raquel Pereira, Carolina Santana, Cláudia Fidalgo e Inês Moreira, da Escola de Futebol Feminino de Setúbal, foram chamadas pelo selecionador Rúben Conceição para um treino de preparação da seleção distrital sub-16. A sessão de trabalho, que vai decorrer esta noite na Moita, visa preparar a participação na 2ª fase do Torneio Interassociações.

Sofia Anica, Ana Barboz, Carlota Almeida, Inês Silva e Inês Pires, do Quintajense, assim como Beatriz Lisboa, do Palmelense, também foram convocadas.

I Distrital RESULTADO

Jornada 15 - 22/01

1 6

Moitense - C. Indústria Sesimbra - Alcochetense Almada - Pescadores Banheirense - Amora U. Santiago - Olí. Montijo Grandolense - Alfarim V. Gama - M. Caparica B.M. Almada - Ch. Caparica

ESC. FUT. FEM. SETÚBAL

J

Estoril

1-1 2-2 1-0 0-2 1-3 2-1 3-0 0-1

V

E

D M-S P

1º Olí. Montijo

15 12

2

1 38-11 38

2º Amora

15 10

3

2 34-16 33

3º Ch. Caparica

15

8

4

3 28-16 28

4º V. Gama

15

8

4

3 20-13 28

5º Grandolense

15

8

3

4 24-23 27

6º U. Santiago

15

7

5

3 23-17 26

7º Alfarim

15

7

3

5 24-18 24

8º Almada

15

5

5

5 19-23 20

9º Moitense

15

6

2

7 22-23 20

10º Sesimbra

15

5

4

6 31-27 19

11º Banheirense

15

4

4

7 18-19 16

12º Alcochetense 15

4

4

7 18-31 16

13º C. Indústria

15

3

6

6 21-24 15

14º Pescadores

15

2

3

10 12-23 9

15º B.M. Almada

15

2

1

12 16-31 7

16º M. Caparica

15

1

3

11 8-41

6

Jornada 16 - 05/02 Jogadoras da Escola de Futebol Feminino de Setúbal lutaram muito, mas não tiveram arte nem engenho para evitar goleada

Escolinha eliminada Taça de Portugal de Futebol Feminino Sadinas atropeladas em casa por um muito superior Estoril. Guarda-redes setubalense brilhou e impediu um resultado ainda mais desfavorável.

POR DAVID PEREIRA

A

Escola de Futebol Feminino de Setúbal teve o mérito de chegar aos oitavos de final da Taça de Portugal, mas nada pôde fazer para evitar o atropelo imposto pelo Estoril, formação do primeiro escalão nacional que viajou desde a Linha de Cascais para fazer as setubalenses descarrilarem da prova.

Desde bem cedo que se percebeu que as estorilistas eram muito superiores. Mais organizadas defensivamente, mais maduras, com modelo de jogo bem mais oleado, muito melhores executantes e até fisicamente mais fortes. Apenas precisaram de dois minutos para se adiantarem no marcador, por intermédio de Vanessa Tomás, que rematou na área sadina complemente à vontade.

Com bastantes dificuldades em sair do seu meio-campo, a popular Escolinha foi resistindo como podia só com um golo Declarações do mister

Campo Municipal da Várzea, em Setúbal 22 janeiro, às 14 horas Taça de Portugal de Futebol Feminino, Oitavos de final Cerca de 30 espetadores ESC. FUT. FEM. SETÚBAL Neuza Carmo; Jénifer (Joana Duarte, aos 31 m), Ana Carmo, Tatiana Botas ■A aos 40 m e Ana Paixão ■A aos 59 m (Jéssica Almeida, aos 59 m); Tânia Santinho e Filipa Varela; Veneranda Guterres, Carina Roque e Raquel Guterres; Ana Chora Treinador – Paulo Maurício Estoril Fátima; Sara, Pipa e Chumbito; Rosa, Carmo, Érica e Priscila ■A aos 79 m; Bia, Vanessa Tomás e Beleza (Olívia Domingos, aos 70 m) Treinador – Pedro Sampaio Árbitro – Marisa Sousa (AF Beja) Golos – 0-1, Vanessa Tomás, aos 2 m; 0-2, Érica, aos 22 m; 0-3, Bia, aos 26 m; 1-3, Carina Roque (grande penalidade), aos 33 m; 1-4, Bia, aos 42 m; 1-5, Beleza, aos 57 m; 1-6, Vanessa Tomás, aos 87 m;

de desvantagem, até que a meio da primeira parte as canarinhas decidiram resolver o assunto. Érica aproveitou as facilidades para fazer o 0-2 (22’) e Bia dilatou a diferença quatro minutos depois, com um chapéu sobre a guarda-redes setubalense.

Já com a eliminação a adivinhar-se e sem a lesionada Jé-

nifer, o conjunto orientado por Paulo Maurício ainda conseguiu ter razões para festejar, ao apontar o tento de honra. Ana Chora foi derrubada na área estorilista, e Carina Roque aproveitou para faturar de grande penalidade – à segunda, uma vez que o árbitro mandou repetir o penálti inicialmente defendido pela guardiã visitante (35’).

Neuza Carmo agigantou-se A partir de então, e apesar de ter ido buscar a bola por mais três vezes ao fundo das redes – Bia (42’), Beleza (57’) e Vanessa Tomás (87’) -, quem mais brilhou foi a última barreira da equipa da casa, Neuza Carmo. A guarda-redes da Escolinha encheu a baliza e evitou um resultado ainda mais desnivelado. Foram várias as ocasiões em que, em situações de um para um, agigantou-se e fez fantásticas intervenções. Saiu goleada, mas teve razões de sobra para voltar para casa de cabeça erguida.

Paulo Maurício

ANDRÉ AREIAS

“O Estoril tem uma equipa muito mais batida, com maturidade, experiência e confiança.

Tentámos não encher a mala.

A nossa equipa começou quase toda a jogar agora, pois muitas delas jogavam e futsal e nem um ano têm de futebol. Outras foram trabalhar... só tínhamos duas jogadoras no banco.”

“Saímos de cabeça erguida, pois tivemos um bom desempenho na Taça. As jo-

gadoras entraram nervosas, nem ouviam o que eu dizia. Já no balneário dava para ver. Houve até quem tivesse vomitado.”

“Agora vamos pensar no nosso campeonato. Temos um plantel muito curto. O nosso objetivo passa por fazer melhor do que na época passada, em que ficámos em 10.º lugar na nossa série. Estamos em 8.º.”

Grandolense - M. Caparica B.M. Almada - Alfarim Ch. Caparica - Pescadores V. Gama - Olí. Montijo U. Santiago - Amora Moitense - Alcochetense Banheirense - C. Indústria Sesimbra - Almada

II Distrital Águas de Moura Jornada 16 - 22/01

Corroios - Brejos de Azeitão Luso - Juv. Cercalense Est. St. André - Palmelense Qta. Conde - Águas de Moura “Os Pelezinhos” - Lagameças Paio Pires - Alcacerense Ori. Dragon - Azul e Ouro Amora “B” - FC Setúbal Folga: GDR Portugal 1º Palmelense 2º Qta do Conde 3º FC Setúbal 4º Paio Pires 5º Oriental Dragon 6º Alcacerense 7º Corroios 8º Estrela St. André 9º Amora “B” 10º Brejos de Azeitão 11º Lagameças 12º Azul Ouro 13º Luso 14º “Os Pelezinhos” 15º Juv. Cercalense 16º GDR Portugal 17º Águas de Moura

J

V

16 13 15 12 15 11 15 9 15 8 15 8 15 8 15 7 15 7 15 6 15 5 15 5 15 4 15 3 15 2 15 3 15 0

E 1 1 2 3 4 4 1 4 0 2 1 1 1 4 4 0 1

2-3 0-0 1-2 9-0 3-0 0-1 4-2 0-2 D M-S P

2 2 2 3 3 3 6 4 8 7 9 9 10 8 9 12 14

34-12 35-7 39-13 22-12 33-22 30-19 34-22 26-18 30-30 25-30 22-26 13-26 17-32 23-32 7-22 19-38 7-55

40 37 35 30 28 28 25 25 21 20 16 16 13 13 10 9 1

Jornada 17- 29/01 Águas de Moura - Corroios Brejos de Azeitão - Luso Juv. Cercalense - Est. St. André Lagameças - Qta. do Conde Azul Ouro - “Os Pelezinhos” FC Setúbal - Paio Pires Alcacerense - Oriental Dragon GDR Portugal - Amora “B”

Camp. Portugal Série ‘H’ Jornada 17 - 22/01 Fabril - Moura Lusitano VRSA - Louletano Almancilense - Farense Aljustrelense - Pinhalnovense Armacenenses - Sp. Viana 1º Farense 2º Louletano 3º Lusitano VRSA 4º Moura 5º Pinhalnovense 6º Almancilense 7º Aljustrelense 8º Armacenenses 9º Fabril 10ºSp. Viana

1-2 0-1 1-6 1-0 1-1

J V E D M-S P

17 17 17 17 17 17 17 17 17 17

11 10 8 7 6 6 5 4 3 1

3 3 29-7 36 5 2 29-16 35 4 5 29-22 28 6 4 19-16 27 6 5 19-20 24 3 8 25-27 21 6 6 26-28 21 2 11 20-32 14 5 9 19-31 14 8 8 17-33 11

Jornada 18 - 29/01 Pinhalnovense - Armacenenses

Sp. Viana - Fabril Barreiro Moura - Lusitano VRSA Louletano - Almancilense Farense - Aljustrelense

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SEGUNDA FEIRA 23.JANEIRO.2017

Edinho serve dois pastéis no passeio por Belém

I Liga Vitória volta a vencer fora, após três derrotas seguidas, com dois golos do internacional português. Sadinos resistiram ao ‘forcing’ final do Belenenses e aumentam para oito o número de anos sem perder no Restelo.

DR

Primeira Liga Jornada 18

P. Ferreira - Moreirense 0-2 Porto - Rio Ave 4-2 Marítimo - Sporting 2-2 Arouca - Boavista 1-2 Benfica - Tondela 4-0 Feirense - Estoril Praia 1-0 Belenenses - VITÓRIA 1-2 Braga - Guimarães 1-2 Chaves - Nacional Hoje às 20h

J V 1º Benfica 18 14 2º Porto 18 12 3º Braga 18 11 4º Sporting 18 10 5º Guimarães 18 10 6º Marítimo 18 8 7º VITÓRIA 18 7 8º Boavista 18 6 9º Chaves 17 5 10º Rio Ave 18 7 11º Arouca 18 7 12º Belenenses 18 5 13º Feirense 18 5 14º Moreirense 18 5 15º P. Ferreira 18 4 16º Estoril Praia 18 4 17º Nacional 17 3 18 2 18º Tondela

Estádio do Restelo, em Lisboa 22 janeiro, às 18 horas 18ª jornada, I Liga Cerca de 2000 espetadores

RESULTADO

E D M-S P 3 1 41-11 45 5 1 35-9 41 3 4 30-15 36 5 3 31-18 35 4 4 29-20 34 3 7 17-16 27 4 7 19-18 25 6 6 22-22 24 9 3 19-17 24 3 8 23-26 24 2 9 18-23 23 5 8 12-18 20 3 10 14-32 18 2 11 17-29 17 5 9 17-28 17 3 11 12-22 15 3 11 14-26 12 4 1213-33 10

1 2

Belenenses Cristiano; João Diogo, Domingos Duarte, Gonçalo Silva e Florent; Vítor Gomes ■ aos 71 m e Yebda (Tiago Caeiro, aos 54 m); Miguel Rosa, André Sousa (Rosell, aos 75 m) e Sturgeon (Fábio Nunes, aos 54 m); Juanto Treinador – Quim Machado

Belenenses

VITÓRIA

VITÓRIA Bruno Varela; Arnold, Venâncio, Fábio Cardoso e Nuno Pinto; Mikel e Costinha ■ aos 68 m; Zé Manuel (Thiago Santana, aos 80 m), João Amaral (Nenê Bonilha, aos 74 m) e Nuno Santos (Vasco Fernandes, aos 87 m); Edinho Treinador – José Couceiro Árbitro – Hélder Malheiro (AF Lisboa) Golos – 0-1, Edinho, aos 31 m; 0-2, Edinho, aos 50 m; 1-2, Tiago Caeiro, aos 84 m.

Costinha falha receção ao Benfica

Jornada 19

N

a 126ª edição do clássico do futebol português na I Liga, o Vitória confirmou a recente apetência para sair a sorrir do Estádio do Restelo, onde já não perde desde 11 de abril de 2009, e voltou a trazer de lá os saborosos três pontos. Depois de três derrotas

ARQUIVO

Declarações do mister

José Couceiro

forasteiras consecutivas para o campeonato, a série negativa foi interrompida nos ares de Belém, onde Edinho serviu dois pastéis que saciaram o estômago e o coração das centenas de adeptos que acompanharam a equipa.

Depois de um inicio de jogo equilibrado, o internacional português colocou os sadinos em vantagem num

“Ganhámos com justiça. Na primeira parte, fomos a melhor equipa. Podíamos e não devíamos ter sofrido na parte final. Fizemos o 2-0, que é o resultado mais perigoso que existe. O adversário faz o 1-2 e tudo pode mudar. O Belenenses é uma boa equipa e sabíamos que iam estar confiantes depois de vencerem o Rio Ave.” “O Vitória tem um primeiro objetivo que é a barreira dos 30 pontos, a barreira da manutenção. Ainda não atingimos esse objetivo. No ano passado, no final da primeira vol-

contra-ataque a… um contra-ataque da turma do ex-treinador vitoriano Quim Machado. Desmarcado por Zé Manuel, o ponta de lança de 34 anos mostrou como se finalizava certeiro ao guarda-redes azul Cristiano e a Miguel Rosa, que segundos antes não tinha tomado a melhor decisão na área setubalense (31’).

Em vantagem, os verde

ta, os clubes que estavam nos últimos lugares não desceram. Vamos ter campeonato, vamos jogar um jogo de cada vez.”

“Sabemos que temos um orçamento limitado, mas também sabemos que temos uma massa associativa que comparece quando precisamos deles.

Esta vitória também é para eles. Merecem ver a equipa a vencer jogos. Vamos precisar deles no Algarve. A equipa, mesmo com a perda de quatro jogadores, tem tido um comportamento fantástico.”

P

uma vez por Edinho, que com um cabeceamento irrepreensível deu a melhor resposta a um livre lateral cobrado por João Amaral no lado esquerdo (50’).

Já após o 0-3 ter sido invalidado com alguma polémica a Zé Manuel (60’), o Belenenses ainda reduziu por Tiago Caeiro (84’), mas os sadinos resistiram à reta final dos visitados e festejaram a vitória.

e brancos foram resistindo com maior ou menos dificuldades às investidas dos homens da casa, com os centrais Venâncio e Fábio Cardoso a exibirem muita concentração, ainda que bem auxiliados pelos companheiros de setor e do meio-campo.

No segundo tempo, o Vitória entrou praticamente a dilatar a diferença, mais

Prémios O Setubalense Melhor marcador

Melhor em campo Classificação 1.º João Amaral 2.º Fábio Pacheco 3.º Bruno Varela 4.º Ryan Gauld 5.º Nuno Santos 6.º Edinho 7.º Vasco Fernandes 8.º Thiago Santana 9.º André Claro 10.º Mikel

Classificação Golos 1.º André Claro 4 2.º João Amaral 4 3.º Edinho 4 4.º Venâncio 3 5.º Vasco Fernandes 1 6.º Fábio Pacheco 1

Citações 3 2 2 2 2 2 1 1 1 1

OP/1542

POR DAVID PEREIRA

Edinho saltou mais alto do que toda a gente e cabeceou para o segundo golo do Vitória

OP/1388

Boavista - Belenenses (27/01, 20h30) Tondela - Chaves (28/01, 11h45) Guimarães - Marítimo (28/01, 16h) Nacional - Arouca (28/01, 16h) Estoril - Porto (28/01, 18h15) Sporting - P. Ferreira (28/01, 20h30) Moreirense - Feirense (30/01, 19h) Rio Ave - Braga (30/01, 21h) VITÓRIA - Benfica (30/01, 21h)

or ter visto o quinto cartão amarelo na I Liga, o médio vitoriano Costinha vai falhar a receção ao Benfica, jogo da próxima jornada agendado provisoriamente dia 30 às 21 horas. Nuno Santos também não vai poder jogar, por se encontrar emprestado pelos encarnados.

No entanto, antes disso há Final Four da Taça da Liga para disputar na quarta-feira, diante do Braga, e é nesse sentido que a equipa regressa aos treinos esta manhã, pelas 10h30, numa sessão que vai decorrer à porta aberta no Estádio do Bonfim. Quem certamente não marcará presença na sessão de trabalho é André Sousa, júnior que na semana passada treinou com os seniores, mas que entre hoje e depois de amanhã estará num estágio de preparação da Seleção Nacional sub-19.

Noutro âmbito, João Teixeira (Benfica) e Zequinha (Arouca) têm sido apontados como potenciais alvos do Vitória no mercado de inverno.

SEGUNDA FEIRA 23.JANEIRO.2017

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Onde vamos hoje?

OP/1418

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C/1368

[ DR

C/1383

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C/ 1613

Especialidades: Comida Vegetariana e Macrobiótica Morada: Av. Luísa Todi, 123 – Setúbal Contacto: 265 233 482 Período de Encerramento: Fim-de-semana

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AGENDA GASTRONÓMICA

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OPINIÃO

SEGUNDA FEIRA 23.JANEIRO.2017

Há gente que fica no coração da gente Eugénio Fonseca

O

título, como já constataram, é uma adaptação da segunda estrofe do poema “A Chuva” que diz assim: “Há gente que fica na história / Da história da gente / E outras de quem nem o nome / Lembramos ouvir”.

Propositadamente, alterei “história” por “coração”, porque há gente que “nem o nome, lembramos ouvir”. Ficam na nossa história, mas jamais no coração.

Ainda não consegui agradecer bem a Deus pela miríade de pessoas que pôs no meu coração, nem mesmo a elas, pelo bem que me têm proporcionado.

Uma dessas pessoas é D. Manuel Martins, o nosso 1.º Bispo de Setúbal. Este insigne membro da Igreja, e não só, fez, na passada 6.f.ª, a feliz idade de 90 anos. É esta bonita efeméride que me levou a escrever sobre este inesquecível Bispo. Sobre a sua missão, em Setúbal, acalento a esperança de que ele ainda venha a escrever alguns “pedaços” da sua vida por cá, sobretudo aqueles pouco ou nada conhecidos.

As nossas vidas encontraramse, há 41 anos. Foi no dia da sua ordenação episcopal e entrada oficial na Diocese. Tive a honra de assinar o termo de posse em representação dos

jovens católicos desta Igreja Particular. Na noite do dia seguinte, encontrei-o a passear no Bairro de S. Domingos, para aprender o nome das ruas. Fiquei impressionado, pois um Bispo para mim era assim como um Princípe da Igreja, distante das pessoas e não vestido como um homem normal. Nessa noite, aprendi que ser Bispo é estar próximo dos outros, independentemente, da sua classe social. Na medida em que fomos convivendo, fui compreendendo que ser cristão não era apenas gostar de atos litúrgicos, nem me limitar a usar as palavras bonitas da Bíblia para impor aos outros,

normas de vida que eu até nem me preocupava em cumprir. A sua intervenção social em favor dos injustiçados, sobretudo dos mais frágeis, fez-me mudar o rumo à minha vida. Eu nasci e vivi muitos anos em situação de alguma privação, mas, tendo o suficiente, resignava-me assumindo que era assim porque talvez não merecesse mais. Até condenava aqueles que vivendo nestas condições pretendiam exigir aquilo a que não teriam direito, ainda que com este meu modo de pensar estivesse a defender os mais abastados.

O exemplo de D. Manuel, fez com que vivesse mais atribuladamente, mas

verdadeiramente realizado e feliz como cidadão e como cristão católico. Como ele, apenas e só, por coerência à opção de seguir Jesus Cristo. Cedo percebi que a mudança de trajetória me traria muitas incompreensões e ataques. Então entendi o que D. Manuel, um dia, me disse: “Sabes, rapaz, a cruz de ouro que me puseram ao peito foi só para me enganar”. Mas aprendi dele que, mais vale ser incompreendido, mesmo até maldosamente, mas nunca deixar que belisquem a nossa dignidade nem a de ninguém.

Parabéns D. Manuel. Que, como merecem os justos, tenha longa vida.

Pensar Setúbal

Giovanni Licciardello

N

esta passagem para o novo ano de 2017, aqui em Setúbal houve muita música, animação e um espectáculo de fogo de artifício sobranceiro ao rio, que marcaram a programação de fim de ano intitulada “Venha Passar um Fim de Ano Azul Numa das Mais Belas Baías do Mundo”.

Esta iniciativa, organizada em conjunto pela Câmara Municipal de Setúbal e pelo Troiaresort, já vai no seu quinto ano consecutivo.

A frente ribeirinha de Setúbal voltou a ser, mais uma vez, o local preferencial para receber e celebrar o novo ano de 2017, com o programa ‘Azul’, dinamizado na Doca dos Pescadores e na Praia da Saúde, com o objectivo de proporcionar um conjunto de animações, de participação

A passagem do ano em Setúbal e a falta de informação televisiva

gratuita, para setubalenses e visitantes da cidade.

Numa tenda instalada na Doca dos Pescadores, a partir das 23h00, decorreu um concerto com a banda “Os Meus Meninos”.

Após o fogo de artifício sobre o rio Sado, à meia-noite, as primeiras horas da madrugada foram animadas com o som da música.

A festa da noite mais longa do ano decorreu também nos bares e estabelecimentos de diversão nocturna da frente ribeirinha e da Avenida Luísa Todi.

O programa “Azul”, organizado em parceria com as Águas do Sado, Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, Turismo do Alentejo, Atlantic Ferries e Casino de Troia, também decorreu na outra

margem do rio, em Troia.

Diz quem esteve presente e assistiu, que foi, globalmente, um espectáculo muito interessante.

Contudo, e tal como infelizmente vem sendo hábito, no dia 1 de Janeiro de 2017, nos telejornais das três estações de televisão, sobre o fim de ano em Setúbal...nem uma palavra.

Quer a RTP, SIC e a TVI mostraram imagens de Lisboa, Porto, Ponta Delgada, Funchal, Viseu, Coimbra, Guarda, Serra da Estrela, Vila Real, Vilamoura, Olhão, Braga, Barcelos, e em outros locais.

Dei-me ao trabalho de recuperar e de visionar os telejornais de fio a pavio e, tal como tem sido sempre hábito, nem uma palavra sobre a passagem do ano em Setúbal.

Parece-me que a tipologia e a qualidade do programa de fim de ano em Setúbal, justificaria uma reportagem televisiva, o que nunca acontece.

O que me leva à questão essencial: a permanente subalternização a que os canais de televisão votam sistematicamente Setúbal, não me parece ser obra do acaso.

E quando se fala de Setúbal, normalmente fala-se mal.

Lembrem-se daquela reportagem vergonhosa da TVI a que tive ocasião de salientar noutra crónica, onde se falava da criminalidade em Setúbal, com imagens quase exclusivas de Lisboa.

Mesmo com a progressiva notoriedade que Setúbal tem vindo a grangear, Lisboa, o Poder Central e, consequentmente, a Comunicação Social, continuam

se é de Setúbal é setubalense consigo desde 1855

a considerá-la como filha de um Deus menor.

Vejam a perda de autonomia do Porto de Setúbal. Vejam as complicações que têm surgido com o empreendimento do empresário macaense que pretende reconverter a zona envolvente ao Clube Naval Setubalense, ou com a possibilidade de Setúbal poder vir a ser visitada por navios de passageiros de média dimensão.

Sem perceberem que, com o progressivo desenvolvimento económico de Setúbal, todos (leia-se o país) beneficiamos.

Para isso, tem de haver alteração de mentalidades e de atitudes.

Quanto a mim, utilizo muitas vezes uma máxima que é a seguinte: prefiro que Setúbal seja a guarda avançada do Alentejo, do que o cóccix de Lisboa.

SOCIEDADE

SEGUNDA FEIRA 23.JANEIRO.2017

Distrito é dos que mais dá RSI

DR

Greve na saúde afectou Centro Hospitalar de Setúbal

9

5 por cento de adesão à greve dos trabalhadores da saúde, no turno noite e manhã de sexta-feira no Centro Hospitalar de Setúbal são os números avançados pelos sindicatos afectos à CGTP, na região.

De acordo com as contas da União dos Sindicatos de Setúbal (USS), a greve dos trabalhadores do sector da saúde - assistentes técnicos e assistentes operacionais - no distrito de Setúbal “registou uma elevada adesão na esmagadora maioria dos hospitais e centros de saúde”, tendo o Centro Hospitalar de Setúbal “registado 95 por cento adesão no turno noite e manhã”. Nos Centros de Saúde de Setúbal, indica que as Unidades de Saúde Familiar de S. Filipe, Sto. POR ETELVINA BAÍA

A

região está no terceiro lugar do ranking de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) durante o mês de Dezembro, apenas ultrapassado pelos distritos de Lisboa e do Porto.

Os dados revelados pelo Instituto da Segurança Social (ISS), actualizados a 1 de Janeiro, indicam que ao longo do mês anterior, no distrito sadino, foram beneficiadas 18.640 pessoas com o RSI, ao passo que em Lis-

Os dados de Dezembro registam um ligeiro aumento de beneficiários desta prestação social face ao mês anterior boa foram 36.581 e no Porto 62.466. No total do país, foram mais de 260 mil pessoas que em Dezembro receberam o RSI, tendo aumentado não só os bene-

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Isidro, Praça da República e USF Luísa Todi encerraram.

A nota às redacções emitida pela estrutura regional da CGTP aponta, ainda, níveis de adesão na ordem dos 81 por cento no Centro Hospitalar Barreiro/ Montijo, 70 por cento no Hospital Garcia de Orta, em Almada, e 95 por cento no Hospital do Litoral Alentejano.

Na origem da adesão à greve estão “as justas reivindicações pela dignificação das carreiras profissionais, pela contratação de mais trabalhadores, pela aplicação das 35 horas a todos os trabalhadores, pelo fim da precariedade dos vínculos no Serviço Nacional de Saúde”, defendem os sindicatos.

E.B.

ficiários como também as famílias que recebem esta prestação social. Também no que respeita às famílias, a distribuição geográfica faz-se da mesma forma, com Setúbal em terceiro lugar (8.390), Lisboa (16.541) e Porto (28.628).

De acordo com os números do ISS, o valor médio mensal do RSI registou poucas alterações entre Novembro e Dezembro, no que diz respeito aos beneficiários, tal como ocorreu com o valor médio atribuído às famílias, que passou de 252,70 em para 252,21 euros.

ARQUIVO

Opinião Política

Esperar e Ter Esperança

E

m cada Ano que se inicia cumprimos o ritual de renovar a esperança, de espreitar o Futuro com olhar limpo e com os objectivos que queremos cumprir. Assim renovamos a própria essência humana e procuramos, ano após ano, aproximar-nos do nosso melhor. Anos bons e anos menos bons desafiam a nossa capacidade para pensar o que ainda urge fazer, o que ainda nos falta cumprir.

2016, em Portugal, foi em termos políticos um ano de Promessas Cumpridas e de Esperança renovada num caminho mais orientado para o bem-estar das Pessoas e com as Pessoas Primeiro. Foi, neste sentido, um Ano de Esperança.

Mas 2016 foi igualmente, por este Mundo fora, um Ano de conflitos sem fim, com perdas Humanas e Culturais irreparáveis, com ruturas impensáveis e com retrocessos políticos com consequências imprevisíveis. O medo dos terroristas sem rosto certo, o medo da perda de bem-estar social e económico pelo acolhimento de refugiados de guerra e de fome, deram, à Europa e ao Mundo, visões reducionistas do outro e visões egoístas para si próprios. Assim assistimos ao Brexit, à eleição de Donald Trump e a augúrios de divisionismo crescente que lembram tempos distantes em que estrelas amarelas se cosiam à roupa dos que não podíamos

Teresa Andrade PS ver como iguais. Novos muros se levantam, novas guerras se preparam e 2017 parece dar-nos arrepios de um frio que tememos não vir facilmente a ultrapassar. Tanto parece ter sido esquecido da História que já nos antecedeu… e tanto necessita ainda de ser feito.

Em 2017, em Setúbal, também se afiguram mudanças e é necessário, entre visões do País e do Mundo, restaurar nas pessoas a esperança no Futuro. É ano de Autárquicas e tanto nos ocorre ainda fazer, cumprir e melhorar, ano após ano, por nós e pelas gerações vindouras.

Não foram anos fáceis, os anteriores e muitos anteriores a estes também não. As mudanças no País chegam lentamente aos

Concelhos e, por isso, logo no início do Ano, o Partido Socialista de Setúbal, organizou uma série de Seminários e Debates, abertos a todos os interessados, em torno das questões essenciais para o Futuro de todos os Setubalenses e Azeitonenses.

Os dois primeiros destes Seminários, com os temas “Comunidades Solidárias” e “As Pessoas Primeiro”, decorreram, respetivamente, no dia 6 de e no dia 20 de janeiro. No próximo dia 27 de Janeiro, o tema em debate será “Democracia Ativa” e, a encerrar, no dia 3 de Fevereiro o tema será “Emprego e Desenvolvimento Sustentável”, ambos no Hotel Esperança, às 21h.

Para todos os Seminários convidámos várias figuras públi-

cas de renome e cujo trabalho nestas áreas espelha a sua dedicação e conhecimento. Estes debates procuram envolver, de forma ativa e inclusiva, todos os cidadãos e procuram pensar, discutir e promover o enraizamento de novos projectos para Setúbal, em proximidade e em democracia. São estes debates sobre Setúbal, como a vemos no seu melhor, como a queremos no Futuro, que, no contexto deste Novo Ano que se iniciou, nos dão a esperança de acreditar que nada é impossível.

Que 2017 seja um ano pródigo em bons desafios e vontade de voltar a ter Esperança em lugares onde “Ser Pessoa Valorizada” se sobreponha como interesse a todos os outros interesses.

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A FECHAR

SEGUNDA-FEIRA 23.JANEIRO.2017

Agenda para a Década quer apostas na educação para mudar Setúbal A DR

POR ETELVINA BAÍA

C/1198

criação de uma estratégia de desenvolvimento assente na realidade económica e social da região e uma mudança de paradigma fundamentada na formação e educação para todas as idades foi o caminho apontado pelos dois convidados da sessão de sexta-feira da Agenda para a Década do Concelho de Setúbal promovida pela estrutura socialista local.

Francisco Madelino, presidente da Fundação INATEL e docente de Economia do ISCTE, sustenta a importância de que a região de Setúbal “tenha uma ideia das estratégias de desenvolvimento, sectores em risco e potencialidades a desenvolver”, o

Os participantes foram unânimes quanto à necessidade de inovar na educação para mudar a região

que só acontecerá se tiver um conhecimento aprofundado da realidade territorial, do ponto de vista social e económico. Dando como necessárias medidas para “a valorização das indústrias metalúrgi-

ca, metalomecânica e de reparação naval; o desenvolvimento de uma estratégia para o porto de Setúbal e ainda a compatibilização da oferta turística não apenas voltada para a Arrábida, mas apostando

igualmente na ligação de Setúbal ao litoral alentejano”, o responsável considera que tais medidas dificilmente surtirão efeito se não se apostar, previamente, “na formação e qualificação dos traba-

lhadores no activo” e, ao mesmo tempo, no “combate ao absentismo e insucesso escolar” dos mais novos.

Neste campo, defende que a solução está na criação de políticas capazes de criar currículos de ensino vocacional, a par do prosseguimento de estudos para os alunos que não se enquadram na oferta do ensino secundário e também na articulação entre as escolas, os politécnicos e as empresas, com vista à formação da população adulta. Por outro lado, defende a necessidade de “uma intervenção muito forte de políticas de coesão social para minorar as desigualdades”.

Uma convicção que foi partilhada pelo secretário de Estado da Educação, para quem as autar-

quias devem ter um papel preponderante na educação inclusiva que permita o combate ao insucesso escolar. João Costa defende a necessidade de criação de “projectos autárquicos educativos e desenhados em estreita articulação com as escolas”.

Referindo-se à oferta de formação profissional, que considera não estar a ser feita “em função das necessidades dos alunos, mas da lógica de sobrevivência das entidades empregadoras”, defende uma rede de qualificação profissional potenciada por parcerias, que favoreçam as entidades disponíveis a oferecer formação e as necessidades dos formandos. Quanto aos adultos, João Costa está convicto da importância de “mobilizar” a população “para que volte a acreditar e a investir na formação”.

O próximo seminário intitulado “Democracia Activa” está marcado para dia 27 e contará com a presença de Maria Amélia Antunes, ex-presidente da Câmara do Montijo e Viriato Soromenho Marques, professor catedrático de Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.