Foi com enorme abalo que recebemos a notícia da morte da Etelvina. Nada o fazia prever. Um choque e uma perda enormes. Vai custar habituarmo-nos à nova realidade. A Etelvina era um poço de energia. Havia até quem, aqui no edifício, carinhosamente lhe chamasse Adrenalina. Entrava disparada na redação, planeava, conversava, escrevia e corrigia, sempre a um ritmo frenético, apenas interrompido para puxar do cigarro. Fazia parte, e até o justificava com um ponto de vista bastante particular: “Uma redação sem fumadores é uma redação estéril.” A expressão “o bom é inimigo do ótimo” aplicava-se inteiramente a ela. Procurava a melhor edição possível e as melhores abordagens aos temas. Vivia o enorme e complexo desafio que é O Setubalense, mesmo que isso significasse sacrificar a vida pessoal. Menos de 48 horas antes do último suspiro, tinha dito aos colegas que não ia gozar férias antes das eleições autárquicas. E bem que ela precisava… e bem que isso ilustrava a profissional que era. Mas a Etelvina não era só a profissional. Também era a pessoa, a mulher, a cidadã. Nas nossas memórias, ficará a sua singular gargalhada, a forma carinhosa como falava de e com o companheiro e o orgulho que exibia na filha.
C/1198
Até breve!
C/1107
www. issuu.com/osetubalense
Preço € 0,50 | Director João Abreu
N.º 479 Ano IV | 4.ª Série
QUARTA-FEIRA 03.MAIO.2017
“A Adrenalina”