Revista da Cidade de 2016

Esta Es ta rre revista e faz parte integrante do Jornal O Setubalense e nĂŁo pode ser vendida separadamente

bocage e a nossa cidade

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Aberta ao público desde 2009, a Pastelaria Casa dos Pastéis, continua a apostar na qualidade dos produtos de fabrico próprio.

Para além da grande variedade de bolos, dos quais se destaca o famoso Pastel de Nata e o pão, a Casa dos Pastéis serve também refeições durante a semana.

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RENOVAR O SUCESSO

F

az por esta altura um ano que os leitores de O SETUBALENSE e os nossos parceiros comerciais partilharam connosco o sucesso da revista sobre a cidade e sobre o poeta Bocage.

Como dissemos na ocasião, a valorização do passado das cidades é um meio de afirmação da singularidade dos lugares, num mundo cada vez mais globalizado.

Vale isto por dizer que celebrar a cidade é celebrarmo-nos a nós mesmos, num processo de auto-estima que nos leva a ser melhores e a fixar a nós mesmos objectivos mais exigentes.

Na edição do corrente ano O SETUBALENSE releva a personalidade de Bocage e os usos e costumes da sua época. Igualmente publicamos um texto sobre a inauguração da estátua do poeta.

A Ex.ma Senhora Presidente da Câmara honra-nos mais uma vez com a sua colaboração e dá o mote a um conjunto de entrevistas e depoimentos de figuras da cidade: médicos, professores, músicos, artistas, desportistas… É feita igualmente referência às personalidades que vão ser distinguidas com a medalha da cidade.

Setúbal merece a sua gente e os setubalenses merecem Setúbal.

Desejamos, por nossa parte, merecer o vosso apoio e confiança por esta nossa/ vossa revista.

EDITORIAL O Director João Abreu

Título registado na ERC sob o n.º 107552; Propriedade: Carlos Bordallo-Pinheiro; Director: João Abreu; N.º Registo Legal 8/84; Jornalistas: (Cf. n.º 3 do art.º 14.º do Dec.-Lei n.º 56/2001 de 19/2); Redacção: Joaquim Guerra, Etelvina Baía, David Pereira; Colaboração Especial: Pedro Escarpetim; Departamento Comercial: Mauro Sérgio; Célia Felix; Filipe Tavares; Conceição Esteves; Departamento Administrativo: Tel: 265 094 354 • geral@osetubalense.com; Cessionário e Editor: Setupress - Soc. Editora, Lda.; Gerentes: Carlos Bordallo-Pinheiro; Maria Luisa Bordallo-Pinheiro; Proprietário com mais 10% do capital social: Bordalo Pinheiro, Lda; Tiragem: 5000 ex.; - Fotocomposição e Arte Final: Marisa Batista; Fotografia: André Areias, Maria João, O Setubalense, Foto de Cristiana Águas de Alfredo Matos; Foto de Celina da Piedade de Rita Carmo; Impressão: Tipografia Rápida de Setúbal.

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O

feriado do 15 de Setembro assume agora um significado acrescido por assinalar o encerramento do programa das Comemorações dos 250 Anos do Nascimento de Bocage, composto por centenas de eventos que trouxeram até aos nossos dias a relevância evância da vida, obra e pensamento de um dos maiores autores de língua portuguesa a de todos os tempos.

O legado deste vulto das letras, deste defensor das liberdades, está a ser transmitido, como omo nunca, em todos os pontos do concelho, nas escolas, nas coletividades, oletividades, nos equipamentos culturais, na rua, e sob as mais diversas versas formas, no quadro de uma visão cultural que aposta na promoção dos principais autores com ligação a Setúbal.

Encontros, congressos, s, exposições, concertos de música clássica e contemporânea, peças ças de teatro, espetáculos de dança, atividades desportivas, concursos, ursos, todos os recursos são chamados a recordar e perpetuar um nome ome e uma obra ímpares das artes e, simultaneamente, a convocar uma época iluminada pelas luzes da genialidade e irreverência.

Graças à parceria da Câmara Municipal de Setúbal com diversas instituições e entidades, de que destaco localmente o Centro de Estudos Bocageanos e a Liga dos Amigos migos de Setúbal e Azeitão, este programa comemorativo saiu das fronteirass do nosso território e está a chegar praticamente a todas as capitais de distrito rito e a países como Brasil, Itália, França, Inglaterra e China, onde se realizaram m importantes congressos e exposições que traduzem a universalidade de Bocage. age.

Para setembro, a par das comemorações do Dia da Cidade, menciono, além de um congresso internacional, cional, a apresentação, no Fórum Municipal Luísa Todi, nos dias 15, 16, 17 e 18, da interpretação integral inédita pela Orquestra Metropolitana de Lisboa das nove sinfonias de Beethoven, um dos maiores génios mundiais da música, ica, contemporâneo de Bocage.

Encerra-se agora um ciclo com o programa do quarto de século de Bocage, desenvolvido ao longo ngo de um ano, mas fica o desafio, aceite, de continuar a transmitir às gerações ações vindouras a importância deste nome da cultura.

Maria das Dores Meira a Presidente da Câmara Municipal de Setúbal

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SAUDAÇÃO

BOCAGE É UNIVERSAL

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MEDALHAS HONORÍFICAS

A

Câmara distingue no Dia de Bocage e da Cidade, 29 personalidades e entidades, com as Medalhas Honoríficas da Cidade.

Este ano, em que Setúbal assume o estatuto de Cidade Europeia do Desporto, a Medalha de Prata da Cidade, uma das mais altas distinções do município, é entregue a Rosa Mota e ao Comité Olímpico de Portugal.

Em nome do Desporto, a autarquia condecora igualmente mais 17 destacadas figuras com a Medalha de Honra da Cidade.

A distinta Rosa Mota, proeminente atleta olímpica, nascida no Porto, hoje com 58 anos, destacou-se na prova maior do atletismo de fundo: a maratona.

Foi a correr a que ganhou notoriedade pela conquista de diversos títulos internacionais dos quais o ouro dos Jogos Olímpicos de Seul 1988 assume destaque.

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Agraciados com a Medalha de Honra da Cidade – Classe Desporto Henrique Jones – Médico Luís Ramos – Árbitro Afonso Costa - Remo, Ângelo Pais - Atletismo adaptado António Morais - Andebol, Bruno Cabrita - Pesca desportiva Domingos Diniz - Ténis de mesa Cândido do Rosário Ciclismo BMX Edi Maia - Atletismo Inês Moreira - Ginástica João Martinho - Judo João Sanona - Ténis em cadeira de rodas João Terlim - Râguebi, João Valido - Pentatlo moderno Júlio Silva - Basquetebol Luís Dias - Voleibol Luís Ventura - Canoagem Luciano Neto - Taekwondo Simone Fragoso - Natação adaptada

Rosa Mota não hesitou em encontrar em Setúbal mais uma fonte de promoção da actividade desportiva e aqui criou laços de afectividade e contributo social.

“Há muitos anos que colaboro com a Câmara Municipal em acções ligadas ao desporto nas escolas. Sou madrinha da Escola n.º 5, de Peixe Frito”, contou a O Setubalense a carismática personalidade, como argumento de peso para ter aceite o desafio de renovar o estatuto de madrinha, desta vez da Cidade Europeia do Desporto 2016.

A actual vice-presidente do Comité Olímpico de Portugal elogia o evento pelo qual dá a cara, desde a primeira hora, sem hesitações. “Penso que ser Cidade Europeia do Desporto vai ainda abrir mais as portas para as pessoas que estavam um bocadinho desligadas da actividade física. Vai ser um clique para começarem a praticar desporto”, confia.

Também o Comité Olímpico de Portugal é distinguido “pelos incontestáveis altos serviços prestados ao Desporto Português ao longo da sua história e pelos serviços prestados ao concelho de Setúbal, no âmbito do projeto Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016”.

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MEDALHAS DE HONRA DA CIDADE CULTURA Manuela Couto nasceu em Setúbal em 1958.

Iniciou a sua carreira no Teatro Animação de Setúbal e participa regularmente em projectos teatrais. No cinema, destacou-se em filmes como “Coisa Ruim”, tendo sido nomeada para Globo de Ouro como Melhor Actriz. Recentemente participou nos filmes “O Leão da Estrela” e “Amor Impossível”.

José Eduardo Ferreira nasceu em Setúbal em 1941 e foi clarinetista na Banda da GNR. Durante boa parte da vida pesquisou, recuperou e instrumentou várias obras de compositores setubalenses, o que resultou num precioso contributo para a conservação do património cultural da cidade.

Fernanda Silva (a título póstumo) nasceu em 1957, em Almodôvar e faleceu em Agosto deste ano. Foi secretária geral do Festival Internacional de Cinema de Tróia, exerceu funções de directora de programação e directora artística, e assumiu em 2006 as funções de directora geral, ano em que foi eleita presidente da Associação Cultural Festroia.

Ian Ritchie nasceu em Londres em 1953 Graduou-se em Cambridge em Direito e em Música.

Criador e diretor artístico do Festival de Música de Setúbal, projeto nascido da colaboração estreita entre o município e o Helen Hamlyn Trust, é também diretor artístico do Essemble Juvenil de Setúbal.

Luís Carvalho Vaz nasceu em 1945, em Avis, e aos sete anos fixou-se em Azeitão. E foi na Perpetua Azeitonense que deu os primeiros passos na música. Clarinetista na Banda da Armada formou inúmeros músicos na escola de música da Banda Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA Jacques Resina (a título póstumo) nasceu em Sintra em 1918 e faleceu em 2005. Cidadão adoptivo de Setúbal, onde exerceu a profissão de cirurgião ortopédico e diretor do Hospital do Outão, apresentou uma maneira original de corrigir as curvaturas vertebrais. Foi, também, sócio fun-

dador e dirigente da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia.

Ricardo Seabra-Gomes nasceu em Lisboa em 1944. Doutorado em Medicina é membro de diversas sociedades científicas, iniciador em Portugal da técnica de angioplastia coronária e posteriormente de outras formas de intervenção coronária percutânea. Fundador e atual presidente e diretor clínico do Instituto do Coração, foi galardoado com 27 prémios científicos.

ASSOCIATIVISMO E SINDICALISMO A associação O Alcache, fundada em 1995, representativa dos Oficiais, Sargentos e Praças em reserva na reforma ou disponibilidade da Armada, tem sede em Setúbal. Nos 25 anos de existência tem desenvolvido actividades culturais, desportivas e recreativas. A associação tem ao longo da sua existência dado forte contributo para o reconhecido e homenagem de várias figuras do concelho.

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Segunda Encerra à o Doming De Terça a oços só alm

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ascido e criado no típico Bairro Santos Nicolau, Eugénio Fonseca, de 59 anos, vive Setúbal como poucos. A presidir à Cáritas Diocesana de Setúbal e à Cáritas Portuguesa, lidera vários projectos de combate à desigualdade e, por eles, foi várias vezes reconhecido a nível nacional. Sem papas na língua, pede a Setúbal que seja mais cidadã.

Como vê a Setúbal de hoje comparada com a da sua infância?

Vejo Setúbal sob duas perspectivas. A primeira é a do desenvolvimento económico, em temos o sector turístico e industrial com alguma oscilação. Passámos do sector primário para o secundário, mantendo muitas oscilações no terciário, com as consequências que daí podem surgir.

Em segundo lugar, a cidade ganhou estatura cultural e de instrução, nomeadamente através das escolas de qualidade e do ensino supe-

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PRESIDENTE DA CÁRITAS QUER MAIS CIDADANIA rior protagonizado pelo Instituto Politécnico cujo trabalho está vocacionado para a região em que se insere. O grau cultural e de educacional de Setúbal é, agora, bem maior do que quando eu era criança e, por consequência, já não há tanta desigualdade a este nível.

Nesse processo de crescimento a cidade perdeu algo de seu?

Sim, perderam-se tradições que aproximavam as pessoas. Muito teve a ver, também, com a explosão demográfica verificada nos anos 60, através do processo migratório de outras terras para Setúbal e, ao mesmo tempo, o inverso, com a saída de muitos setubalenses em busca de melhor vida no estrangeiro. Pelo caminho perderam-se hábitos de vizinhança, tradições e brincadeiras que aproximavam as pessoas. Antes, a rua era das crianças, agora as crianças e os jovens viram-se mais para as tecnologias o que, de certo modo, nos afasta uns dos outros.

Sente saudades do bairrismo?

Tenho saudades da Setúbal das brincadeiras de rua, das festas populares, da rivalidade sadia entre bairros, daquela identidade tão peculiar e saudável que nos tornava a todos mais criativos.

Identifica-se com a cidade de hoje?

A nossa cidade é hoje muito mais bonita e muito mais equilibrada, do ponto de vista do desenvolvimento. Graças a todos os autarcas após 1974 que, cada um à sua maneira, conseguiram captar os investimentos comunitários para desenvolver a nossa terra. Muito se tem feito pelas populações e as autarquias esforçam-se para estar cada vez mais próximas dos bairros, com políticas para os bairros e viradas para os moradores com a participação activa de todos. Um dos maiores exemplos é o bairro da Bela Vista, cuja face mudou desde que os moradores foram chamados a participar.

Setúbal precisa de mais cidadania?

Sim porque não há autarca que nos valha se não houver o apoio das pessoas. Os cidadãos têm o dever de participar activamente na vida da cidade sem estar à espera que seja a autarquia ou o governo a fazê-lo. É preciso retomar o espírito de vizinhança, é preciso reforçar a nossa identidade e isso consegue-se com o esforço de todos nós. Não basta ir apenas depositar o voto no dia das eleições, assim somos apenas utilizadores da cidade e não cidadãos acti-

vos. Precisamos todos de participar activamente na vida cívica e ajudar a construir a cidade que desejamos.

O que gostaria de ver concretizado em Setúbal?

Para além de uma boa aposta no turismo na serra e no rio, de modo sustentado para proteger o nosso património natural, há um sonho enorme que sempre tive e gostaria muito de o ver concretizado, sabendo à partida que, com vontade, consegue-se por em prática aquilo que um dia tivemos: uma fábrica de conservas de peixe. Bastava a aposta de um empresário, neste sector, para o concelho ou mesmo até o Governo através de financiamento comunitário.

Um outro sonho é a criação de um barco ambulância para acorrer aos turistas em Tróia a tempo de serem transportados com segurança para o hospital de Setúbal em caso de necessidade. Por fim, gostaria de ver as colectividades e as associações reforçadas no seu financiamento, não só da autarquia como de programas nacionais, uma vez que são, muitas vezes, estas entidades que mantêm os jovens ocupados e os desvia de caminhos menos bons.

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SETÚBAL DÁ-ME FELICIDADE E ALEGRIA

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usana Costa foi a única únic representante de Setúbal nos Jogos Olímpicos Olímp do Rio de Janeiro. A atleta internacional de triplo salto nasceu na cidade há 31 anos, on onde ainda hoje reside, na zona de Vale de Cobr Cobro. Antes, viveu na Bela Vista e no Monte Belo Belo.

No que toca ao atlet atletismo, iniciou-se em tenra idade no Grupo Despor Desportivo Independente, onde se começou a evidenc evidenciar, conquistando tantos títulos regionais que at até já lhes perdeu a conta.

Antiga recordista nacional, hoje represent representa o Benfica e este ano cumpriu o sonho de competir nos Jogos Olímpicos, Olímp concluindo a prova da sua especialidade em 9.º lugar, a apenas apena uma posição de receber um diploma olímpico.

Medalha de Ouro nos Campeonatos Ibero-Americanos Ibero-A em 2012 e medalha de prata nos Jogos da Lusofonia em 2006, obteve a melhor marca pessoal no Europeu deste ano, em Amest Amesterdão: 14,34 m.

O que gosta mais e o que gosta menos da cidad cidade?

O que gosto mais é da zona ribeirinha e das praias. Tenho pouco a apontar no aspeto negativo, mas acho que a ba baixa de Setúbal se recusa a renascer. Devia ser feito algo quanto a iisso.

Quais as maiores diferenças entre a Set Setúbal de hoje e a da sua infância?

A Setúbal de hoje é muito mais bonita bonita, com mudanças na zona da baixa, na Avenida Luísa Todi e aquela calçada que vai desde a zona dos ferries ao Parque Urbano de Albarquel. Está muito bo bonita. Antes, estava velha. Já as pessoas de Setúbal continuam as mesmas, sempre sem muito simpáticas e alegres, felizm felizmente.

Como desc descreve a sua relação com Setúbal? É ótima ótima! Faça sol ou chuva, é a minha cidade. cida É aqui que vou às praias. Rar Raramente saio da zona para experimentar experim outras. Setúbal dá-me felici felicidade e energia.

Defin na Setúbal numa palavra.

Bonita.

Bo Qual o seu local de refeQ rência rênc no concelho?

A serra da Arrábida.

E o melhor momento que viveu em Setúbal?

Tantos… Talvez quando fui Tanto à gruta da Arrábida, quando era miúda. miú O que é ser de Setúbal? É ter esperança.

Como vê o desporto na ciCom dade?

Infelizmente não há muito a Infel dizer. S Sinto que está a acabar lentamente. lentam Temos pouco financiamento nanciam e nem sequer sei quem é o vereador do desporto.

Fui a única ún atleta setubalense a ir aos Jogos Jo Olímpicos e não fui reconhecida. reconhe Isso torna-se ainda mais triste quando Setúbal é Cidade Europeia do Desporto.

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NÃO HÁ TERRA MELHOR PARA VIVER QUE SETÚBAL

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ascido e criado na cidade do Sado, Carlos Rodrigues, vulgo Manel Bola, é um dos maiores ícones culturais da cidade.

Nascido e talhado para o teatro, os 71 anos reencontra Setúbal de quem nunca se separou. O rio e a serra correm-lhe nas veias e orgulha-se da sua matriz cultural.

Setúbal da sua infância cia é muito diferente da cidade que hoje temos?

Nunca perdemos a nossa ossa identidade e isso é fundamental.

Setúbal tem características ticas que não existem em mais parte nenhuma do país, temos mos um peixe fantástico, um mercado classificado como um m dos melhores do mundo e uma qualidade de oferta turística que é cada vez mais potenciada. Ainda assim, mantemos ass nossas características, o que leva quem nos visita a vivenciar nciar ainda mais as nossas experiências.

O que é ser setubalense? se?

Ser-se setubalense é sentir e viver a cidade nas suas raízes, temos uma cidade e fabulosa, apetecível e desenvolvida mas conseguimos manter a nossa raiz popular. Somos um povo muito bom m e temos feito coisas bem importantes para preservar ar as nossas tradições, como são exemplo o festival de teatro atro e as marchas populares.

O que falta a Setúball para se desenvolver mais?

Temos coisas boas e más, e parece-me que uma menos boa é, por vezes, alguma falta de auto-estima do povo setubalense. Setúbal etúbal é uma óptima capital de distrito mas, por vezes, es, não vai mais além porque nós, setubalenses, por vezes perdemos um pouco a nossa auto-estima. Precisamos cisamos de apreciar, apoiar e desenvolver ainda maiss o que é nosso, nomeadamente ao nível cultural. E acima de tudo, é preciso que Setúbal se mostre a si própria.

A cidade precisa de mais ais indústria cultural?

Temos muitos e bonss espaços de cultura, e isso é muito importante e para o nosso desenvolvimento, mas continua nua a parecer-me que a cidade está espartilhada ada entre a serra e o estuário do Sado. Claro o que são áreas muito preciosas e que merecem cem ser salvaguardadas, no entanto acredito o que possam existir maneiras de aliviar este e espartilho e desenvolver um pouco mais, sempre com a preocupação de preservar o nosso património histórico e natural. Nesse se sentido, acredito, ainda, que o desenvolvimento olvimento turístico de Tróia podia ser potenciado enciado de outra maneira, por forma a que ue aquele ícone cultural, turístico e patrimonial trimonial revertesse mais para o bem m da cidade de Setúbal. De resto, e apesar sar de se situar noutro concelho, Tróia sempre foi e continua a estar no coração o dos setubalenses.

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H

istoriador e docente na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, desde a sua fundação.

Albérico Afonso será um dos poucos académicos com tantas obras de investigação publicadas sobre a cidade. De Setúbal e das suas gentes vem-lhe a inspiração para pôr a descoberto a história colectiva, da longínqua à mais recente.

Como é que um historiador vê a evolução da sociedade setubalense?

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O INCONFORMISMO É A MARCA GENÉTICA DE SETÚBAL Setúbal tem características muito interessantes. Já foi conhecida como a Barcelona portuguesa, numa alusão à intensidade da luta social e à hegemonia dos anarquistas, e com a revolução de 1974 foi novamente baptizada, desta vez como a cidade vermelha devido à intensa luta dos operários.

No entanto, a participação cidadã mudou nos últimos anos?

Sim, actualmente, com a mudança do tecido social, verifica-se um outro tipo de intervenção cívica, uma intervenção que, de alguma maneira, me deixa confortável, nomeadamente ao nível da convivência colectiva. Acima de tudo, Setúbal continua com a marca genética do inconformismo, agora de outras formas, mas mantém essa marca que é a sua identidade.

Agrada-lhe a opção de desenvolvimento que a cidade tomou?

Houve uma altura em que não me revi nas opções tomadas para a cidade, nomeadamente no modelo de desenvolvimento muito conservador que privilegiava construções de alta densidade e de baixa qualidade mas, com as alterações que se foram verificando ao longo dos anos, o balanço é agora muito positivo. Tenho acompanhado com atenção o desenvolvimento da cidade ao longo dos anos, sinto uma enorme paixão a Setúbal e uma ligação incontornável com esta terra. Tem havido, como de resto, em todo o país, um progresso significativo, mas aqui com benefícios territoriais imensos e grandes riquezas e potencialidades endógenas.

Como docente, acredita que a massa crítica pode ser factor de mudança?

Sim, e, de resto, ao longo dos anos a presença do Instituto Politécnico tem provado isso. Para a evolução que a cidade e o distrito têm vindo verificar, muito contribuíram e contribuem os recursos humanos altamente qualificados da região.

Assim, qualificar é desenvolver?

Sim, e apesar de muito ter evoluído neste sentido, gostaria que todos dessemos passos maiores na qualificação das nossas gentes porque a qualificação e a formação constituem instrumentos fundamentais da própria mobilidade social. Ao contrário do que algumas pessoas sustentam, não temos doutores a mais mas sim qualificação a menos. E é por via dessa qualificação das pessoas que podemos oferecer trabalho diferenciado e melhorar a qualidade de vida dos setubalenses.

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erá, eventualmente, difícil para um setubalense do século XXI, imaginar a cidade sadina totalmente rodeada de muralhas, baluartes, fortes, e fortins, os quais ainda são visíveis em muitos locais – alguns de forma marcada, célebre, e ostensiva,

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como o Forte de São Filipe ou o Quartel do 11, onde assentou praça o próprio Bocage (mas a isso iremos mais adiante); outros só ao alcance do olhar mais atento e informado em cartografia e/ ou arquitectura militar.

Mas de facto assim era no século XVIII, época em que quis o destino dar a Setúbal o mais ilustre dos seus naturais.

Quem quisesse na altura ir, por exemplo, do Largo do Sapal (antigo nome da Praça do Bo-

cage, lembramos que sapal designa um terreno pantanoso) até ao Bairro do Troino (este bairro foi fora de portas até ao século XVII); ao invés das passadeiras de peões da Av. 22 de Dezembro, teria de atravessar não só uma das portas da antiga cerca medieval, mas também a Ribeira do Livramento, por uma das três pontes existentes. Hoje encanada, esta ribeira corria à época a céu aberto, dando um aspecto totalmente diferente a Setúbal.

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SETÚBAL AO TEMPO DE BOCAGE

Transformações muito drásticas terá também provocado o terramoto de 1755, que provou enormes danos à então vila. Muitas habitações, edifícios públicos e religiosos foram destruídos, e até as muralhas careceram de grandes reparações.

Mais difícil será ainda, porventura, pensar a cidade sem a emblemática Avenida Luísa Todi (que deve o seu nome à famosa cantora lírica setubalense, contemporânea do poeta, mais velha que este apenas 12 anos).

A mais ampla artéria da urbe, e espaço ajardinado de convívio e cultura, foi lavrada apenas já num adiantado século XIX (1858), passadas quer a Guerra Peninsular, quer a Guerra Civil; num contexto de (re)planeamento urbano que contagiava as principais cidades da Europa (Setúbal é elevada a cidade a 19 de Abril de 1860 por D. Pedro V, reflectindo o crescimento em dimensão e importância regional e mesmo nacional), a partir de capitais como Paris, Londres, e até Lisboa.

Esta avenida veio assim, em conjunto com o Parque do Bonfim, dotar a jovem cidade de um passeio público, uma “passadeira verde” por onde desfilavam as diversas classes sociais, desde as burguesias - mormente estas - em ascensão económica (ligadas a indústria, sobretudo conserveira) e social; aos mais humildes pescadores dos bairros confinantes (Troino e Palhais/Fontaínhas).

Desde a cultura mais erudita, à de cariz mais popular, agregadas no crescente associativismo

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que foi característico desse século. Em filarmónicas, grémios, colectividades, clubes, e afins.

Mas tudo isso acontece num palco que ao tempo de Bocage, era terreno por ganhar definitivamente ao rio, zona ribeirinha, alagadiça, extra-muros (no que à cintura mais próxima do casario diz respeito), protegida por baluartes seiscentistas, necessários à consolidação da independência no século anterior. Desses, destacamos o Baluarte do Livramento, onde hoje fica, entre outras estruturas, o mercado do mesmo nome, e cujos vestígios serão porventura algo difíceis de visualizar para os mais desatentos,

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mas a que um exame com mais desvelo, sobretudo recorrendo a um mapa por satélite, permite perceber o contorno, na zona ladeada actualmente por parques de estacionamento, em frente à doca do Clube Naval. Este seria o maior dos dois baluartes que defendiam a cidade a sul, do lado do rio.

Podemos ter uma ideia do aspecto que teriam, pois felizmente o Baluarte da Conceição encontra-se num estado de preservação muito superior, com os muros praticamente intactos.

Esta edificação hoje conhecida por Quartel do 11, que alberga a Escola de Hotelaria e Turismo

e uma galeria de arte, teria então as funções puramente militares que ditaram a sua construção.

Aqui estava aquartelada a guarnição que defendia a cidade e respectivo porto (à época conhecida como Regimento de Infantaria de Setúbal), e aqui assentou praça em 1781, voluntariando-se com apenas 16 anos, Manuel Maria Barbosa du Bocage.

Nos espaços onde agora decorrem aulas e exposições, antes existiam as casernas, messes, arsenal, paiol; por onde passou ainda adolescente, aquele que viria a ser o maior nome das letras portuguesas desse século.

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elina da Piedade é uma cantora setubalense apaixonada pela cidade que a viu crescer e um dos talentos artísticos que tem levado o nome de Setúbal além-fronteiras. Acordeonista de eleição – o conceituado músico Rodrigo Leão, com quem trabalhou directamente ao longo de mais de uma década, que o diga – é hoje, aos 37 anos, igualmente uma cantora e compositora que marca muitos pontos no panorama musical luso, com um estilo ímpar.

Embalada pelos ares da beira do rio, Celina da Piedade começou a estudar música aos 5 anos, e

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SINTO MAIS VONTADE DE TRABALHAR EM SETÚBAL

pouco tempo depois já actuava em público. Estudou no Conservatório de Setúbal, onde também deu aulas de acordeão. Licenciou-se em Património Cultural e pós-graduou-se em Estudos de Música Popular.

As flores no cabelo são imagem de marca, mas os sons que liberta do acordeão e da voz deliciam.

Sonoridades de reconhecida qualidade.

Celina da Piedade já participou em mais de 50 discos de inúmeros artistas de renome, mas não hesitou em projectar-se a solo, onde conta com dois álbuns, “Em Casa” (Melopeia, 2012) e “O Cante das Ervas” (Melopeia e Jardim da Boa Palavra, 2014).

O que é ser setubalense?

Creio que os setubalenses são descontraídos, porque mantêm o valoroso sentimento bairrista e um espírito de como quem está de férias, fru-

to da convivência diária com o rio, o mar e a serra e que sabem aproveitar da melhor forma e que é positivamente contagiante.

O melhor que Setúbal tem?

A combinação maravilhosa do cenário natural, que é único e que podemos apreciar é uma imagem de marca de uma cidade que tem sofrido uma renovação meritória. Hoje, sinto mais vontade de trabalhar em Setúbal.

Um bairro de referência?

O Bairro 2 de Abril, onde cresci e com as pessoas com que me habituei a lidar. Uma zona com o mercado à porta e com uma dinâmica social muito interessante.

Um local de excelência?

O Fórum Luísa Todi. Hoje, a cidade tem uma sala de espectáculos fabulosa e que engrandece o nosso cenário cultural. Creio que a requali-

ficação do espaço foi uma aposta ganha em nome da cidade.

O melhor momento passado em Setúbal?

O da minha infância, que foi vivida com muita felicidade e no qual desfrutei muito pelas condições da cidade. Mas, não esqueço quando actuei, pela primeira vez na Feira de Sant’Iago, no placo principal, em 2014. Foi um momento muito marcante.

Como olha para a cidade nos dias que correm?

Encaro Setúbal com uma perspectiva muito positiva. Estamos a ser uma cidade cada vez mais procurada e que oferece um vasto de leque de potencialidades a quem nos visita e aos setubalenses. Setúbal consegue equilibrar a realidade de promoção turística com a qualidade de vida de quem reside na cidade, o que é louvável.

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É UMA FELICIDADE TER NASCIDO NESTA CIDADE

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asceu para o futebol no CCD Brejos de Azeitão, mas foi no Vitória, clube que representou ao longo de mais de duas décadas, que despontou para uma carreira ímpar e recheada de simbolismo. Hélio Sousa, sadino de gema, hoje com 47 anos, é um dos futebolistas que arrasta maior peso no historial do emblema vitoriano e uma personalidade incontornável no que à actividade desportiva da cidade respeita.

Carismático capitão dos verde e brancos, levantou a Taça de Portugal, em 2005, depois de festejar um título de campeão mundial, ao serviço dos sub-20 portugueses, conquistado em 1989.

Fechada a porta à qualidade de jogador, Hélio Sousa encetou a carreira de treinador. Foi timoneiro do Vitória e Portugal chamou-o a liderar Selecções Nacionais jovens. O resultado dos ensinamentos valeu-lhe a conquista, em Maio último, do título de campeão da Europa de sub-17.

O que é ser setubalense? É um prazer. Setúbal é a cidade onde nasci e que aprendi a gostar. Dos muitos lugares do mundo, não há como Setúbal. Acima de tudo, é uma felicidade ter nascido nesta cidade.

E o que Setúbal tem de melhor e de melhorar?

Um pouco de tudo. É óptimo não ser uma cidade muito grande, porque é mais acolhedora, mais prática e de acessos facilitados. A nossa cidade apresenta um cenário natural fantástico, que permite desfrutar de belas paisagens e que nos deixa confortáveis.

Nós, e todos os que nos visitam, porque os setubalenses sabem receber.

Quanto a melhorar, creio que a cidade deve ir mais além na aposta das infra-estruturas desportivas de qualidade, que permitam acolher cada vez mais eventos de topo e ajudem a fomentar a prática desportiva.

Qual é o bairro de referência na cidade?

O bairro da Reboreda é talvez o que me diz mais.

Foi lá que passei parte da minha adolescência e onde fiz amizades para a vida. Contudo, não esqueço o Casal das Figueiras e, sobretudo, a Fonte Nova, onde desfrutei a infância. Agora estou nas Manteigadas, e aqui é igualmente confortável.

Qual é o seu local de excelência?

A cidade, por si só, é um local de excelência. Todos os recantos, onde a baixa assume particular destaque, estão recheados de história e todos os pontos na envolvente natural são sinónimo de grande beleza, que permitem vistas deslumbrantes para um rio majestoso.

Quais os momentos que destaca passados à beira-Sado?

Os momentos vividos na infância e todos os dias que passei no Estádio do Bonfim.

Como olha para a cidade nos dias que correm?

Setúbal cresceu e modernizou-se de forma sustentada, sem perder a sua identidade.

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L

uís Coelho, 51 anos, docente e investigador da Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de Setúbal, o homem em cujas mãos está um dos mais arrojados projectos europeus de investigação científica para a eficiência energética nos edifícios, na ordem dos 4,3 milhões de euros, bate palmas ao reforço da identidade regional.

Como sente a evolução da cidade?

Crescemos muito nos últimos 40 anos aos mais diversos níveis, como o caso das acessibilidades, do turismo e do desenvolvimento econó-

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SETÚBAL APOSTA NA MASSA CRÍTICA

mico, em geral, e embora ainda haja um longo caminho a percorrer, nomeadamente no que respeita à formação de mais massa crítica, o certo é que a nossa centralidade consolidou-se sem perdermos as nossas características fundamentais e, principalmente, a nossa identidade.

Setúbal precisa de massa crítica para crescer?

Esta é uma área em que se tem investido bastante nos últimos anos, nomeadamente através do trabalho desenvolvido pelas escolas do IPS, com os seus projectos científicos e de investigação, mas acredito que ainda há algo por fazer nesta área. Parece-me que ainda continua por explorar um pouco a ligação do politécnico a Setúbal. É certo que esta ligação tem vindo a aperfeiçoar-se ao longo dos últimos anos e, de facto, caminha no bom sentido.

A cidade parece-lhe envolvida neste projecto? É de louvar este esforço e esta aposta na formação, assim como é de louvar o esforço da Câmara de Setúbal na ligação entre o politécnico e a cidade e entre este e o tecido empresarial da região. Este caminho deve ser fomentado e desenvolvido, como referência da cidade e da massa crítica da região.

Sente Setúbal no coração?

Sim, nasci na Moita mas Setúbal é a minha terra de adopção. Adoro esta cidade e todas as suas características únicas no país. Temos uma terra riquíssima em termos de património natural, com a sua serra, o rio, a baía, vistas soberbas como a que se obtém do Forte de São Filipe, um centro histórico admirável e praias extraordinárias. Desde pequeno que Arrábida e

Tróia fazem parte da minha vida e são a minha referência e foi precisamente todo este contexto que me levou a tomar a decisão de leccionar em Setúbal.

Como descreve a cidade aos visitantes?

Como investigador e docente, muitas vezes funciono como embaixador de Setúbal. Não há reunião que faça, país que visite ou convidados que receba que não lhes conte como é a esta terra e os convide a conhecer, de perto. Acontece com frequência as pessoas virem cá e eu não resistir a mostrar-lhes a nossa terra, a serra, o rio, a baía, a zona ribeirinha e a nossa zona histórica. E ficam tão agradados quer com o património quer com a gastronomia ou a maneira de se ser setubalense que voltam cá, uma e outra vez.

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SER SETUBALENSE É MAIS DO QUE UM MERO CIDADÃO

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ascid ascido em Setúbal, há 38 anos, túbal sempre manteve semp ligação à cidade. ligaçã Rui D David é vocalista da reconhecida banda setubalense Hands On balen Approach, Appro mas não ssó.

Encetou a carreira ligada liga à Música aos 15 anos, numa abordagem ab autodidata que o levou levo a familiarizar-se com o canto e com diversos instrumentos.

Em 1996, deixou deixo o curso de Engenharia do A Ambiente, ano em que um locutor locuto de rádio o ouviu na praia e o convidou a tocar ao vivo. Estava Es dado o tiro de partida para p os Hands on Aprroach.

Em 2004 integrou, int como baterista, o projecto p “Mazgani”. Ligação Ligaçã que resultou, em 2007, na gravação e produção do álbum de estreia. Aliás, na qualidade de produtor R Rui David tem vindo a trabalhar traba com renomados músicos. mú Nesta altura, altu os Hands On Approach estão a lançar on-line o os 10 temas daquele que sserá o 5º disco da banda, a sa sair em breve.

Rui David e encontrou em 2007 novas paixões, tornando-se fotógrafo fotó e filmógrafo. Também nesta área ganhou destaque, destaqu já que em 2010 foi o vencedo vencedor da VII Meia Maratona Fotográficca de Setúbal, a somar a outras distinções dist e tem exibido trabalhos no estrangeiro. es Como é ser setubalense? setubale É identificar com a cidade e sentir que fazemos parte dela.

Que podemos ajudar ajud a faze-la crescer é vestir a camisola cam em todas as situações situações. É ser mais do

que um mero cidadão.

Como é morar em Setúbal?

Gosto bastante Setúbal não faço intenções de sair da cidade onde nasci e cresci e tenho os meus amigos. Uma cidade com uma localização privilegiada, na qual é fantástico viver. Não podia ser mellhor.

Um bairro de referência?

Acima de tudo, são todos, porque eles fazem a cidade. Contudo, as zonas da Camarinha e do Monte Belo são particularmente especiais, porque aí passei as aventuras da infância e adolescência.

O melhor que Setúbal oferece?

A cidade tem um potencial turístico tremendo, que tem vindo a ser aproveitado. Uma realidade que resulta da importante localização geográfica e das condições naturais de excepção. O valoroso património histórico, paisagístico e marinho que temos e que são igualmente mais-valias numa terra em que o calor hospitaleiro das pessoas é reconhecido.

Um local de excelência?

Sinto que são todos, porque é complicado seleccionar apenas um. Todavia, aponto a nossa maravilhosa Serra da Arrábida, que nos permite de vários pontos contemplar a cidade e toda a fantástica baía do Sado. É um dos meus locais privilegiados para explorar a minha paixão pela fotografia.

Um momento marcante vivido em Setúbal?

Entre tantos momentos agradáveis e importantes, lembro o primeiro concerto da banda Hands On Approach, na Praça do Bocage, em 1997, foi muito especial. Não havia muita experiência em palcos grandes, éramos quase desconhecidos, mas o facto de actuarmos na nossa cidade, perante os nossos familiares e amigos entre os espectadores teve um significado relevante.

Como olha para a cidade nos dias de hoje?

Vejo Setúbal mais desperta para aquilo que é a realidade. Mais fresca, contemporânea, moderna e viva. Sinto que tem maior actividade social e apresenta-se mais adaptada aos nossos tempos em contraste com o que presenciei há cerca de 20 anos. Há mais espaços reservados à Cultura e à Música. Contudo, e apesar de estar no bom caminho, há sempre coisas a melhorar nestas áreas, bem como nas infra-estruturas de Desporto.

Setúbal

23º Aniversário 1993-2016

Reserve

265720490

SETUBAL@CAMPANILE.COM

Hotel Campanile Setúbal Rua das Caravelas 2910-279 Setúbal

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A MINHA MÃE ADOTIVA É SETÚBAL

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asceu em Angola, há quase 65 anos, durante uma missão evangélica do seu pai, mas foi em Setúbal que se radicou, contribuindo para o desenvolvimento do concelho na área da medicina e do associativismo.

Reconhecido o almologista, David Martins está ligado à sua “cidade de eleição” há 50 anos, quando começou a namorar aquela que viria a ser a sua primeira mulher. Mesmo estudando e trabalhando em Lisboa, ia e vinha todos os dias, tendo abraçado em 1986 uma causa à qual ainda está relacionado, a do mutualismo. Foi presidente da Associação de Socorros Mútuos Setubalense até 1997, quando passou a liderar a Mesa da Assembleia Geral da organização.

Muito dado à causa associativa na sua “mãe adotiva” Setúbal, foi igualmente fundador da Casa do Benfica de Setúbal e vice-presidente da Liga dos Amigos do Hospital de São Bernardo, entre outras participações.

No canto do fado e baladas teve ocupações por lazer, foi membro da Assembleia Municipal pelo PS, mas é na medicina onde é mais reconhecido. Hoje, é diretor do serviço de o almologia do Centro Hospitalar de Setúbal e colaborador no Hospital da Luz. O que gosta mais na cidade e o que gosta menos?

Gosto da Avenida Luísa Todi, que nos aproxima do rio. Não gosto que a Secil nos tire a beleza da serra, embora seja importante a outro nível. Falta crescimento intelectual e cultural.

Quais as maiores diferenças entre a Setúbal de hoje e a que encontrou há 50 anos?

Em termos económicos, encerraram-se fábricas e empresas importantes. Setúbal não melhorou em requalificação e industrial e foi ultrapassada por outras cidades do país. As pescas perderam importância com a entrada na União Europeia. Na altura, os principais pontos turísticos eram as praias da Arrábida e hoje fala-se mais de Tróia, que se transformou.

Como é que define a sua relação com Setúbal?

Já me convidaram para abraçar projetos mais perto de casa, mas não consigo. É uma relação de amor.

Um amor estável. Nunca abandonarei Setúbal de forma definitiva.

Descreva Setúbal numa palavra.

Apaixonante. Setúbal é um desafio permanente.

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as veias corre-lhe o Fado. Cristiana Águas nasceu em Setúbal, há 28 anos, e segue a construir uma carreira no mundo da nossa música, encetada à beira do Sado, ainda criança.

Foi na cidade de Bocage que aprendeu a tocar acordeão e a mostrar-se a um público que lhe reconheceu, desde logo, dote dotes vocais e a premiou.

Ouviu Amália, apaixono apaixonou-se pelo Fado e libertou to o a voz nas colectividad colectividades sadinas. Projectou-se -ss nas casas de Fado da d capital, com pouco mais mais de 10 anos de idade idade.

A fadista setubalense setubalense, que sente a sua cida-

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GUARDO A CIDADE NO CORAÇÃO

de de forma intensa, aromatiza as suas canções com sonoridades de eleição.

Pierre Aderne, músico brasileiro, apadrinhou o disco de lançamento, “Cristiana Águas”, editado há cerca de dois anos, que integra duetos com Pedro Moutinho, Cuca Roseta e Ney Matogrosso.

Cristiana Águas, um dos rostos culturais que Setúbal emana, tem forja um novo disco que pode vir a ser escutado em meados do próximo ano.

Como é ser setubalense? É a identificação de alguém afável, que pertence a uma terra cheia de memórias. É ser da cidade do Rio Sado, que é contemplativa e que emana ao longo do ano os agradáveis aromas do afamado peixe grelhado.

O que tem de melhor a cidade na sua dinâmica social?

Setúbal e as suas gentes têm a sua própria for-

ma de estar e de viver, que envolve um espírito acolhedor. As paisagens que o Rio Sado oferece são referências que não deixam ninguém indiferente. Creio que a cidade, por si só, centra o que de melhor podemos identificar.

Qual a zona da cidade que mais lhe diz?

Tenho duas: Faralhão e Manteigadas. Duas zonas onde passei horas agradáveis nos ensaios das respectivas marchas populares, onde participei como madrinha e que muito me marcaram pela intensidade vivida. Mas, toda a Setúbal está sempre no meu coração, porque é a cidade onde nasci e que me ofereceu grandes recordações de infância.

Qual é o seu local de excelência à beira do Sado?

O espaço do actual Fórum Luísa Todi. Um local onde se respira Cultura a cada canto e onde subi ao palco para cantar em público pela primeira

vez, tinha 11 anos. Aliás, foi igualmente no Fórum Luísa Todi que gravei o meu primeiro videoclip, há cerca de um ano.

Qual o melhor momento vivido em Setúbal?

Considero que o desfilar, na praça de touros, há três anos, envolvida como madrinha na marcha popular do Faralhão foi de um sentimento muito especial. Estava com seis meses de gravidez e foi um momento de grande alegria que desfrutei com muita emoção.

Como olha para Setúbal nos dias que correm?

Vejo uma cidade que evolui significativamente. Exibe espaços verdes e privilegia o Sado. A cidade tem crescido muito no plano da actividade cultural. Há cada vez mais eventos relevantes, em várias áreas, que são bem recebidos pelos setubalenses e que atraem gentes de outras paragens.

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SETÚBAL TEM UMA ALMA PRÓPRIA

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onstantino Alves nasceu em 1948, em Castelo de Paiva, nas margens do rio Douro, mas é à beira-Sado que reside há 16 anos, embora percorra as ruas de Setúbal desde 1978, enquanto dirigente sindical dos metalúrgicos, lutando pela melhoria ria de condições dos trabalhadores.

Padre na Paróquia da Nossa Senhora da Conceição, onde se sente “muito muito bem”, teve um papel muito ativo na criação do restaurante social ocial e da clínica social dentária, sempre na procura de ajudar quem m mais precisa.

Apesar da paixão que tem pela cidade ade e pela sua identidade, confessa que tem a “humildade” de admitir mitir que não se sente setubalense, precisamente porque “Setúbal al tem uma alma própria”.

Como está a fé e a solidariedade dos setubalenses? etubalenses?

Considero muito positivas as respostas, stas, gestos e atitudes de pessoas, da comunidade cristã, de associações ociações civis e de algumas empresas que têm olhado para os dispositivos ositivos de ação social como credíveis e que merecem ser apoiados. dos. Não digo o mesmo das autarquias e do governo.

O que é que gosta mais na cidade?

A sua identidade muito própria. Por um lado, as pessoas originárias daqui, que são muito o ligadas ao mar, às suas tradições, ao peixe, à cidade ade e à serra e até têm um próprio sotaque. Porr outro, os imigrantes que residem aqui, oriundos de outros países, que trazem a multiculturalidade. e. E depois há uma mistura e um enriquecimento nto dessas diferenças.

E o que é que gosta menos?

Da pobreza e da falta de planos para a remover a causa e os causadores da pobreza. eza.

Quais as diferenças entre a Setúbal de hoje e a que encontrou quando aqui chegou??

Os nossos olhos estavam voltadoss para o futuro, vivendo com alegria o presente, quatro anos após o 25 de abril. Existia uma enorme mobilização das classes trabalhadoras, que desenvolviam iniciativas nos bairros. Existiam comissões de trabalhadores e organizações sindicais que lutavam por melhores condições.

Progressivamente, foi-se assistindo ao arrefecer do entusiasmo dos trabalhadores e foram recaindo sobre eless as consequências de uma crise muito comomplexa que existiu a nível produtivo, financeiro, nceiro, político e ideológico.

Como descreve a sua relação com a cidade idade de Setúbal?

A minha relação é a de alguém que não nasceu cá, e que por isso é fiel às suas raízes e identidade de aldeia e de norte, mas que ao mesmo mo tempo tem vindo a interiorizar a alma, o sentirr as preocupações, os desafios, as apostas e os empenhamentos dos setubalenses. Não posso dizer que sou setubalense porque Setúbal tem uma ma alma própria, tem um Bocage, os pescadores,, as suas tradições e a sua mística.

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