Revista Saude 2018

Esta revista faz parte integrante do Jornal O Setubalense e nĂŁo pode ser vendida separadamente

SaĂşde

| Município |

Saúde para todos em Setúbal O Gabinete de Saúde do município de Setúbal, situado no Mercado do Livramento (Ninho de Novas Iniciativas Empresariais – 1º andar) tem como missão promover a melhoria da qualidade de vida da população e qualificar o bem-estar físico, mental, social e ambiental nas comunidades locais, em cumprimento do princípio “Saúde para Todos”, com o envolvimento de Todos.

Para a prossecução de tais objetivos desenvolve a sua ação em quatro eixos de intervenção, sendo estes: 1.Diagnóstico e Planeamento em saúde; 2. Cooperação em saúde; 3. Programas/Projetos de Promoção de Saúde e o último eixo Eventos Setúbal Saudável.

No primeiro eixo estão incluídas as ações e os instrumentos necessários para a obtenção de maior informação relativamente aos comportamentos de saúde da população. No eixo Cooperação em Saúde procura-se estabelecer uma efetiva rede de articulação e trabalho em parceria. No terceiro eixo, como o próprio nome indica estão contemplados os programas e projetos de promoção de saúde. O Gabinete de Saúde, em estreita articulação com uma vasta rede de parceiros, em que se destacam, o Agrupamento dos Centros de Saúde Arrábida, Centro Hospitalar de Setúbal, Hospital da Luz, Escola Superior de Saúde e Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, Farmácias do Concelho, Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação de Setúbal, entre outros, são desenvolvidos os seguintes projetos: - Projeto “Saúde nas Nossas Mãos” – Tem como ob-

jetivo alertar para a importância da correta lavagem das mãos e sua implicação na nossa saúde - projeto desenvolvido nas escolas e na comunidade (habitualmente em espaços públicos); - Projeto “O Sol é Meu Amigo” – tem como objetivo sensibilizar a população, em especial o público infantil e juvenil, para os cuidados a ter com o sol, com o estar na praia, a alimentação a importância da hidratação (projeto desenvolvido nas praias); - Setúbal – Guia de Saúde – publicação do município de Setúbal, que visa assumir-se como um veículo de transmissão de informação referente à área da saúde; - Espaço Saúde no Mercado do Livramento – espaço de atendimento descentralizado no que concerne à literacia para a saúde e prevenção da doença. Desde Outubro é neste local que se promove a vacinação contra a gripe sazonal, decorrente do pedido de colaboração do ACES Arrábida.

No último eixo, Eventos Setúbal Saudável, estão incluídos todos os eventos promovidos pelo município e/ou em colaboração com outras entidades, a título de exemplo: O Hospital dos Pequeninos – edição Setúbal, Ações de rastreio, Encontros Científicos na área da saúde, entre outros.

Ser um Concelho Saudável, configura-se como um movimento global, com efetiva valorização do poder local, na assunção de um compromisso de envolvimento, de capacitação das instituições, com constituição de parcerias, mas também e fundamentalmente com a capacitação das pessoas.

Título registado na ERC sob o n.º 107552; Propriedade: Carlos Bordallo-Pinheiro; Director: João Abreu; N.º Registo Legal 8/84; Jornalistas: (Cf. n.º 3 do art.º 14.º do Dec.-Lei n.º 56/2001 de 19/2); Redacção: Humberto Lameiras, Ana Martins Ventura, Inês Antunes Malta, Miguel Nunes Azevedo; Departamento Comercial: Célia Felix, Madalena Pereira, Mauro Sérgio; Departamento Administrativo: Tel: 265 094 354 • geral@osetubalense.com; Cessionário e Editor: Setupress - Soc. Editora, Lda.; Gerentes: Carlos Bordallo-Pinheiro; Maria Luisa Bordallo-Pinheiro; Proprietário com mais 10% do capital social: Bordalo Pinheiro, Lda; Tiragem: 5000 ex.; Paginação e Design Gráfico: Marisa Batista; Fotografia: André Areias, Inês Antunes Malta, Maria João Besugo, DR; Impressão: Tipografia Rápida de Setúbal.

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| Gripe |

“Em tempo de gripe se há um contágio que é bem-vindo é o contágio da palavra” A perseguir a humanidade há mais de 2 mil anos o vírus Influenza, mais conhecido como Gripe, é um inimigo que tem marcado muitos períodos da história e colocando desafios ao Homem, em busca de verdades e na destruição de mitos.

A Gripe terá ‘viajado’ entre a Europa e a América durante no século XV, aquando da chegada de Cristovão Colombo às Antilhas, pois na mesma época quase toda a população índigena da região foi dizimada por uma epidemia cujos sintomas, de acordo com os registos, eram, em tudo, semelhantes aos da Gripe.

Vitor Augusto, chefe do serviço de Urgência Geral do Centro Hospitalar de Setúbal, reconhece a necessidade de “médicos e enfermeiros saberem comunicar com os utentes no sentido fazer chegar a mensagem do que é a gripe e do que se deve fazer”. Mas não apenas neste contexto. O médico considera a comunicação essencial “para derrubar barreiras entre a ciência e o público. E afirma que, “em tempo de gripe se há um contágio que é bem-vindo é o contágio da palavra”.

Entre ‘Mitos & Verdades’ A Gripe de novo! E agora?

“A gripe é de facto uma doença que pode ter gravidade em alguns casos” afirma o médico Vitor Augusto.

Sendo que os casos mais graves e que conhecemos remetem-nos para a pandemia de Gripe A, ou Gripe das Aves“ que ocorreu há alguns anos”.

A partir destes casos e “de uma ampla comunicação, adequada ao público em geral, foi possível passar a palavra sobre a importância da vacinação e de parar o contágio”.

Os cuidados com a gripe “devem incidir sobre a prevenção, em primeiro lugar. Depois sobre a abordagem

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da própria doença e dos sintomas. E, sobretudo, na preocupação com as complicações”. Aqui, “surge a importância da vacinação”.

Como parar a transmissão?

O vírus da gripe faz o seu contágio através das gotículas do espirro e da tosse, por isso o veículo de condução maior durante a transmissão é “através das nossas mãos”, comenta Vitor Augusto. Neste ponto, considera que a comunicação estabelecida com a população durante o surto de Gripe A foi eficaz, porque “prevaleceu o hábito de desinfetar as mãos com soluções alcoólicas”.

Um cuidado simples que “minimiza em muito o contágio”. Assim como, “o simples ato de não espirrar ou tossir para as mãos e sim para um lenço ou para o vestuário, colocando o antebraço diante do rosto, para que ao cumprimentarmos alguém não estejamos a propagar o vírus”.

O médico assume que esta “parece uma explicação demasiado simples, mas é aqui que se marca a diferença”. Algo simples, “mas extremamente importante”.

A par deste conselho o doutor Vitor Augusto recorda as palavras da diretora geral de Saúde, Graça Freitas, em comunicado recente, “a importância de estar protegido contra o frio”. Este é um dos fatores que leva ao vírus, a fragilidade corporal devido ao frio, por isso “é determinante manter as casas quentes e adotar um vestuário por camadas, que nos permita manter o corpo isolado e com uma temperatura constante, sem oscilações extremas”.

Vacina, a solução?

Hoje, “quando falamos da vacina para a gripe, falamos de uma vacina que não é sempre igual. Embora as pessoas pensem que é sempre a mesma”. O Dr. Vitor Augusto explica, “todos os anos a vacina é diferente, de acordo com o tipo de vírus que está mais predominante. Este ano o mais predominante é o A, o mais grave”.

Por isso, “a vacinação contra a gripe sazonal é determinante, porque todos os anos o vírus muda e a imunidade que a vacina do ano anterior nos deu, no ano seguinte pode já não ser adequada para o novo vírus”. Porque o vírus sobre mutações, seja mudanças, a cada ano, assim, a cada ano, a vacina muda também.

“Claro, é preciso dizer à população que a vacina da gripe não confere uma proteção a 100%”, esclarece o médico. “Mas tem duas grandes vantagens. Prevenir contra os vírus que possam estar com maior incidência. E reduzir as complicações”. Este último é, de facto, “o grande papel da vacina”, assume o Dr. Vitor Augusto.

| Gripe |

Dr. Vitor Augusto, Chefe do Serviço de Urgência Geral do Centro Hospitalar de Setúbal

Desta forma os sintomas vão ser mais ligeiros e o risco de pneumonias e outras infeções do trato respiratório, devido a complicações causadas pelo vírus da gripe, é menor. “Sendo por isso vantajoso que grupos de risco façam a vacinação a cada ano”.

Sou “um grupo de risco”?

“Os insuficientes hepáticos, cardíacos e respiratórios, assim como pessoas institucionalizadas. Idosos, crianças e grávidas e, até mesmo, pessoas saudáveis, quando se dá o caso de estarem em comunidades fechadas, como é o caso dos militares, por exemplo. Estes são sempre grupos de risco”.

O que tomar? Vitamina C até que ponto?

Se existe a possibilidade é sempre preferível “o doente ficar em casa a medicar-se com fármacos simples como paracetamol ou antitússicos e recorrer ao centro de saúde”. Mas “ter sempre em atenção se surgirem outros sintomas como expetorações espessas, febre alta, falta de ar. Nesse momento sim, recorrer ao hospital”, para que sejam tomados outros fármacos adequados a infeções do trato respiratório.

Hospital ou centro de saúde?

Uma das maiores recomendações do Serviço Nacional de Saúde (SNS) nas últimas semanas é para que a população aos primeiros sintomas escolha outros meios de diagnóstico, que não os serviços de urgência

hospitalar. “Quando temos sintomas de gripe devemos consultar o Serviço Saúde 24 ou o centro de saúde e não vir para o hospital”. Vitor Augusto explica a importância desta escolha ponderada e o sucesso alcançado pela mensagem, porque em janeiro, “entre os utentes que recorreram às urgências a nível nacional, apenas 3% tinham gripe”.

Os centros de saúde representam locais onde, normalmente, “estão em atendimento, os casos de menor gravidade. No hospital, estão doentes em maior concentração, com maior fragilidade, e maior risco de contrair a doença”.

Curiosidade: Dos astros ou do frio?

Influenza, assim começou por ser apelidada o vírus da gripe tendo por base uma expressão italiana que indica “por influência” já que na Idade Média se pensava que o vírus era transmitido por influências astrológicas. Mais tarde, a evolução da medicina levou a uma alteração do significado desta Influenza para “influência do frio”, em italiano “influenza del freddo”. Apenas no século XVII surgiu o termo Gripe, com origem no francês “grippe”.

Havendo até às 22h00 durante a semana e ao fim-de-semana um reforço no atendimento de proximidade, através dos centros de saúde, o Dr. Vitor Augusto considera que, “recorrer ao hospital torna-se mesmo um caso de última necessidade”.

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Gripe ou Constipação?

Os dias mais frios trazem consigo a preocupação de protegermo-nos contra gripes e constipações.

Mas como distinguir os dois vírus?

Gripe Uma doença viral provocada pelo vírus Influenza, que ataca o organismo de modo generalizado, assim como como todo o sistema respiratório

Constipação

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Também uma doença que ataca o trato respiratório, é provocada pelo vírus da Coriza que ataca o trato respiratório superior: nariz e garganta

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• Atinge o organismo de forma generalizada deixando o doente em m estado de prostração • Perda de apetite • Dores nas articulações e musculos: o os: as mialgias e etralgias • Dores de garganta • Falta de ar • Espeturações fortes • Febre

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Que sintomas apresenta?

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Que sintomas apresenta?

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Qual o tratamento?

• A vacinação é essencial para evitar o vírus ou, em caso de contágio, ter sintomas ligeiros • Quebre a corrente. Em caso de espirro ou tosse não coloque as mãos na frente do rosto. Use o antebraço ou um lenço

Quando devo procurar um médico?

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• Paracetamol e antitússicos • Em caso de persistência de sintomas recorrer ao hospital para administração de antibióticos

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Qual o tratamento?

Afeta o sistema nasal, com nariz •A entupido, “pingo no nariz” e eentup corrimento ccorrim Pode surgir irritação ocular • Po • Os sintomas são habitualmente liligeiros e não inpedem a realização de rotinas diárias d

• O repouso leva o organismo a superar a o infeção in • Aliado a paracetamol e antitússicos

35 Como prevenir?

Que sintomas apresenta?

• Com os primeiros sintomas, mais ligeiros, como tosse, dores m musculares e dores de garganta, m dirija-se ao Centro de Saúde. di • O hospital surge apenas em último recurso, caso os sintomas úl se agravem com falta de ar, dores no peito e febre alta

•A Apenas em caso d de persistência de sintomas deve consultar um médico para despistar possíveis crises alérgicas ou infeções alastradas • A constipação pode ser tratada a partir de casa com medicação que, por vezes, não necessita receita médica

| Gripe |

Centro Hospitalar de Setúbal investe na modernização tecnológica

Dr. Manuel Roque Santos, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal

O Setubalense – Quais as principais dificuldades de funcionamento que se colocam ao Centro Hospitalar de Setúbal – Hospital de São Bernardo?

Manuel Roque Santos – O Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) presta actividade assistencial em três locais distintos. A inadequação das instalações do Hospital Ortopédico Sant’Iago do Outão (HOSO) e a exiguidade dos espaços afetos ao Serviço de Urgência Geral e Pediátrica no Hospital de São Bernardo (HSB), são a nível estrutural, os dois constrangimentos mais vincados com que o CHS se debate a nível estrutural.

O envelhecimento do quadro de pessoal, nomeadamente, no pessoal médico e a débil capacidade de regeneração e de contratação de novos colaboradores em algumas especialidades nos últimos anos têm constituindo constrangimentos relevantes que estão a ser ultrapassados.

Recentemente foi anunciado um plano de remodelação que prevê a construção de um novo edifício para os serviços de Urgência Geral e Pediátrica.

Onde e como vai funcionar o novo edifício e que reforço vai trazer na resposta aos utentes?

O novo edifício será construído no espaço do parque de estacionamento, localizado em frente aos atuais serviços de urgência. Esta obra é encarada como uma oportunidade para posterior relocalização de outras áreas assistenciais com otimização funcional dos edifícios existentes.

Terá um piso de estacionamento e três pisos para a instalação de serviços assistenciais, um dos quais para a urgência, com áreas adequadas aos novos conceitos de triagem e de separação do atendimento de doentes consoante os níveis de prioridade clínica que apresentem.

A centralização da atividade clínica no HSB que esta obra propícia e a dotação da urgência de novas instalações permitirá uma melhoria muito significa nas respostas em situação de urgência e emergência.

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“A dotação da urgência de novas instalações permitirá uma melhoria muito significativa nas respostas aos utentes”

Qual o investimento que o mesmo implica?

O investimento com a construção do novo edifício está fixado em 8,6 milhões de euros, foi suportado num estudo de custo oportunidade previamente elaborado, está aprovado pelo Ministério da Saúde e aguarda apenas a aprovação da portaria de extensão de encargos para se lançar o concurso. Esperamos a todo o momento a assinatura da portaria por parte do Ministério das Finanças.

Quando está previsto entrar em funcionamento este novo edifício?

Neste momento estamos a aguardar a aprovação do Ministério das Finanças à qual se seguirá o lançamento do concurso, sendo expectável que após a sua adjudicação possa entrar em funcionamento no espaço temporal de 12 meses.

O Centro Hospitalar de Setúbal deu a saber que vai investir na modernização de equipamentos. O que implica este investimento?

O Centro Hospitalar de Setúbal tem vindo a dar continuidade ao investimento iniciado em 2015, com vista à melhoria da acessibilidade dos doentes e dos níveis de eficácia, eficiência e qualidade dos serviços prestados.

Neste âmbito, realizámos um investimento total de 1.240.314,78€, sendo cofinanciado a 50% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), no valor de 620.157,39€.

Esta operação visou a modernização tecnológica dos equipamentos de diagnóstico e terapêutica altamente especializados, predominantemente, nas áreas de Cardiologia, Bloco Operatório e Urgência. De igual forma, destaca-se o investimento em curso na remodelação das instalações das áreas dos Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica (MCDT) com o intuito de melhorar a acessibilidade, reduzir os tempos

| Entrevista | de espera, aumentar a eficiência dos serviços e apostar sustentadamente na internalização de exames. Esta atualização será direcionada sobretudo para as especialidades de Oftalmologia, Cardiologia, Nefrologia, Gastroenterologia e Pediatria.

Vamos também investir cerca de 5.4 milhões de euros na melhoria da eficiência energética, investimento financiado por fundos comunitários, com o objetivo de reduzir o consumo de energia em 25%.

Está prevista alguma reorganização para reduzir o tempo de espera no Serviço de Urgências?

Conscientes da necessidade de melhorar as condições de atendimento aos nossos utentes, no início do ano passado foram adaptadas instalações já existentes para dar resposta aos utentes menos urgentes, triados como verdes e azuis. Estas instalações, ainda que provisórias, permitiram-nos dotar o Serviço de Urgência Geral de mais dois postos de atendimento médico e assim responder de forma mais eficaz aos fluxos da procura.

O nosso objetivo é que o novo edifício permita responder de forma integrada a todos os utentes que nos procuram.

Mas aproveitamos também para alertar para a correta utilização dos serviços de urgência, já que o Serviço Nacional de Saúde disponibiliza a Linha de Saúde 24 (808 24 24 24) e os Cuidados de Saúde Primários que devem ser o primeiro contacto dos uten-

tes, estando o hospital a trabalhar com os centros de saúde na melhoria do processo de atendimento dos doentes.

E quanto à acessibilidade dos utentes à Consulta Externa?

O CHS tem tomado todas as diligências para que que os Tempos Máximos de Resposta Garantidos (TMRG) sejam cumpridos de forma a que a acessibilidade dos utentes seja respeitada. Há uma monitorização regular com os serviços clínicos em relação à gestão das agendas, marcação e realização de consultas. O reforço de algumas especialidades mais carenciadas com especialistas foi uma aposta, na generalidade bem sucedida, que nos permitiu reduzir, significativamente, a espera em algumas especialidades.

Existem várias especialidades sem lista de espera para consulta como por exemplo a Cirurgia Geral, Cirurgia Pediátrica, Nefrologia, Pediatria, Psiquiatria e Urologia. Com o livre acesso e circulação do utente no SNS, o CHS tem pedidos de consultas de concelhos de todo o país não estando somente limitado à sua área de influência direta (Setúbal, Palmela e Sesimbra) e tem apostado em novas formas de prestação de consultas à distância como a Teledermatologia já a funcionar com os centros de saúde e com possibilidade de ser alargada a curto prazo ao Alentejo e Algarve.

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| Entrevista |

Promoção da saúde para todos os cidadãos O Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) tem como missão a promoção da saúde a todos os cidadãos no âmbito das responsabilidades e capacidades dos hospitais que o compõem, prestando cuidados de saúde especializados, com respeito pela dignidade dos doentes, e estimulando o desenvolvimento profissional dos seus colaboradores, num quadro de qualidade, eficiência e eficácia organizativa.

O CHS foi constituído, enquanto Entidade Pública Empresarial, em 31 de dezembro de 2005 e desenvolve a sua atividade em Setúbal nos edifícios do Hospital de São Bernardo, no Hospital Ortopédico Sant’Iago do Outão e nas Instalações da Unidade de Dia de Psiquiatria.

Constitui-se como uma unidade hospitalar de referência no contexto da prestação de cuidados de saúde em Portugal agregando um elevado potencial de recursos de saúde na região, gerador de oportunidades ao nível de economias de escala de complementaridades e da reorganização de serviços.

Com uma lotação de 380 camas, um orçamento anual de 118 milhões de euros e 2057 colaboradores, o CHS cobre uma população residente na sua área de influência direta de 232.786 habitantes, distribuídos pelos concelhos de Setúbal, Palmela e Sesimbra.

Presta ainda cuidados de saúde a uma área geográfica que abrange a parte sudoeste litoral da Península de Setúbal e Litoral Alentejano, nas especialidades da Psiquiatria e Saúde Mental, Cardiologia, Infecciologia, Neurologia e Obstetrícia, o que se traduz numa área de influência indirecta de 328.732 habitantes.

O CHS dispõe de serviços com elevada diferenciação técnica que otimizam os recursos existentes em especial ao nível da Neurologia (Via Verde AVC), Cardiologia (Via Verde Coronária) traduzindo-se num nível de diferenciação dos mais elevados no Grupo de Hospitais onde se situa.

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Está previsto o reforço de algumas especialidades médicas?

De acordo com a Portaria nº 82/2014, que define a tipologia de cada unidade hospitalar e o tipo de assistência a assegurar, o Centro Hospitalar de Setúbal integra o Grupo I, dispondo das valências preconizadas na referida Portaria.

Neste âmbito, o Conselho de Administração tem vindo a criar condições para dotar as várias especialidades existentes dos profissionais necessários de forma a responder à procura.

A falta de médicos e enfermeiros tem sido apontado como um problema ao funcionamento das unidades hospitalares. No caso do Centro Hospitalar de Setúbal – Hospital de S. Bernardo, está previsto algum reforço do quadro de pessoal?

O CHS tem admitido enfermeiros e assistentes operacionais que necessita para o seu normal funcionamento salvaguardando os momentos de maior afluxo de procura.

A nível do pessoal médico algumas especialidades são, como se sabe, deficitárias em número de profissionais disponíveis no mercado (ginecologia, anestesia) mas mesmo assim, o CHS dispunha a 31 de dezembro de 2017, mais 17 médicos (329) e 17 enfermeiros (657) do que no final de 2016.

| Ortopedia |

Prevenção e cuidado a um passo de distância Em centros ortopédicos

e lojas de ortopedia encontram-se os técnicos de ortopedia e profissionais de saúde especializados na ciência de Ortoprotesia. Estes profissionais encarregam-se aplicar o produto mais adequado ao utente, tirar medidas necessárias para o desenho e confeção dos aparelhos ortopédicos prescritos e não prescritos, passando pelas provas com os pacientes tomando sempre em conta o tipo de evolução do problema a tratar e aconselhar sempre a melhor solução para melhorar a qualidade do deu dia-a-dia.

Estamos ao serviço de toda a população, desde pediatria até à geriatria, com ou sem problemas associados. Nestes espaços, pode encontrar vários produtos ortopédicos, como as ortóteses (destinadas a alinhar, prevenir, corrigir, proteger e melhorar a funcionalida-

de da parte do corpo a tratar) e as próteses (para substituição de um segmento do corpo). Para além dos produtos referidos em cima, pode encontrar uma vasta gama de produtos de higiene, bem-estar, cosmética, calçado ortopédico e produtos de apoio (destinados ao auxilio das tarefas do dia-a-dia), desde cadeira de rodas, camas articuladas a bancos para banho e sanitas, etc.

Mesmo que não encontre nada de mal aparente com o seu corpo convém sempre fazer uma avaliação geral através de exames e rastreios. Como quem faz um rastreio ocular e auditivo, numa ortopedia poderá fazer um exame podológico como por exemplo, onde avaliamos o estado, posição e a distribuição da carga nos seus pés, podendo evitar assim problemas maiores a nível da postura e articulações. Sabe-se que para evitar qualquer tipo de problema de saúde é importante adotar um cariz preventivo.

João Torrinha, Ortoprotésico, Licenciado em Ortoprotesia

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| Opinião |

Movimento Mutualista

A 15 de Julho de 1888, alguns homens das artes e dos ofícios, gentes de vidas de trabalho, solidários na partilha e na procura do bem comum, homens com espírito humanista e mutualista do “Meu é Teu”, fundaram esta Associação. Foi certamente um projeto feito de dificuldades, mas também de muitas esperanças. Foi um projecto de apoio mútuo e solidário, de apoio na doença e no funeral. Um projeto pela dignidade da vida humana e também pela dignidade na hora da morte.

Somos também nós, no presente, seguidores dos

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ideais dos nossos fundadores. Todos nós temos a grande responsabilidade de lutar por uma sociedade mais justa e solidária. Temos que lutar por uma sociedade que responsabilize a todos para uma mobilização efetiva na procura do bem comum.

As respostas que foram necessárias dar quando não existia um sistema público de segurança social, e um serviço nacional de saúde para todos, foi o Movimento Mutualista, assim como as Misericórdias que o deram, desempenhando o papel do Estado no apoio às populações. Hoje somos nós os parceiros privilegiados nas medidas e respostas de apoio social, no combate à pobreza, à exclusão social, à criação de emprego, nas valências para a 3ª idade, para a infância para a deficiência e também na área da saúde. Trabalhar para o bem-estar dos outros, trabalhar para o apoio social, exige compromissos coletivos, exige ação concreta e inequívoca, competente e determinada.

O Movimento Mutualista sabe qual é o seu papel na sociedade portuguesa.

Fernando Paulino, Presidente do Direcção da Associação de Socorros Mútuos Setubalense

| Clínica Dentária Girotto |

Confiança, satisfação e inovação Dr. Onis Girotto, Pós-Graduado em Ortodontia e Implantologia e Doutorado em Implantologia Maxilo-Facial

O Dr. Onis Girotto gere a sua clínica com cuidado especial, por isso, é hoje um dos mais conceituados médicos dentista no distrito. Nos últimos anos, investiu na inovação e nos avanços tecnológicos, consolidando um serviço de excelência. É com simpatia e convicção de quem sabe o lugar que ocupa na área da saúde oral, que o Dr. Girotto fala sobre o “sucesso” de mais um ano ao serviço dos portugueses. A Clínica Dentária Girotto, apesar de se situar em Setúbal, presta serviços a clientes que chegam de vários pontos do país, como Zambujeira do Mar, Castelo Branco, Samora Correia ou Montemor o Novo. Diz-nos o médico dentista, com orgulho, que o facto de prestar um “serviço de qualidade, personalizado, inovador e muito direcionado às necessidades”, faz com que “até pessoas que emigraram continuem a dar preferência ao meu trabalho, vindo à clínica entre duas a três vezes por ano”.

Uma questão de confiança, e satisfação, aliada a um serviço amplo que abrange diversas áreas de especialidade dentária, como as Próteses Fixas, Periodontia, Ortodôntia, Odontopediatria, Implantes ou Estética Dentária.

O reconhecimento do trabalho da Clínica Dentária Girotto, na Estrada Baixa Palmela, nº 57, em Setúbal, deve-se, não só, à dedicação e profissionalismo do Dr. Onis Girotto mas também dos restantes membros da equipa que, diariamente, cuidam da saúde oral de pacientes que já vão “na terceira geração da mesma família. Isto sim, deixa-nos orgulhosos”.

Confiança dos doentes é a base da relação médica Significa que as pessoas confiam no trabalho desenvolvido e sabem que estão em boas mãos. Uma particularidade que ainda assim poderia ser mais representativa, não fossem alguns pacientes “infelizmente, mal informados sobre as questões da saúde oral”. Isto porque, muitas pessoas “só nos procuram quando têm ne-

cessidade”, refere Onis Girotto, Pós-Graduado em Ortodontia e Implantologia e Doutorado em Implantologia Maxilo-Facial.

Todas as especialidades têm um papel determinante nos serviços da Clínica Girotto que dispõe de um Laboratório, devidamente equipado com a melhor e mais recente tecnologia, que permite responder a todas as necessidades da equipa médica. Equipa essa composta por profissionais qualificados que garantem uma perfeita elaboração dos trabalhos mais específicos e a me-

lhor qualidade dos serviços prestados.

Desde que veio para Portugal, há 30 anos, o Dr. Onis Girotto tinha a certeza que iria “colocar a saúde oral dos portugueses em boas mãos”. Tem-no conseguido, todos os anos com muito sucesso, “oferecendo confiança e uma qualidade superior ao que é efectivamente cobrado”. Manifestamente satisfeito com os resultados da Clínica, o Dr. Onis Girotto admite que para o próximo ano quer apenas «que as pessoas continuem a vir à clínica e eu possa contribuir para que saíam daqui felizes e confiantes». Não é demais dizer que na Clínica Dentária Girotto «as pessoas sentem-se em casa.

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| Experiência e saber |

A vida é a catedral da Medicina “Para muitos, o hospital é a catedral da Medicina, e é, até pode ser, mas a maioria das doenças devem curar-se fora do hospital” O médico Mário da Silva Moura nasceu a 13 de Dezembro de 1927, em Coimbra, e corria o ano de 1952 quando chegou a Setúbal, a cidade que o havia de lançar na sua carreira e acolher até hoje.

Licenciado em Medicina na Universidade de Coimbra, Mário Moura veio para a cidade do rio azul no ano em que terminou o curso, juntamente com um primo seu, Rui Moura, para integrar a equipa de médicos do antigo Hospital do Espírito Santo de Setúbal, no local onde é hoje o Convento de Jesus. Fez serviço de urgência e desenvolveu também as áreas de Pediatria e Cirurgia, sendo que mais tarde se tornou Médico de Família e Médico de Medicina do Trabalho. “Sou médico por circunstâncias favoráveis a que tal acontecesse. No Liceu, dediquei-me aos estudos e terminei com média de 19 valores, recebi uma bolsa de estudo e foi assim que me consegui formar”, recorda. “Acabei o curso em Outubro de 1952, fiquei desempregado e sem saber o que fazer, até que vinha o anúncio no jornal para dois médicos para uma urgência que ia abrir neste hospital de Setúbal. Nem nunca tinha vindo cá abaixo”, acrescenta.

Dormiam no hospital, ganhavam mil escudos e faziam 24h de serviço dia sim, dia não, revezando apenas entre os dois. “Depois, o hospital foi crescendo, a cidade foi crescendo também, e acabaram por admitir mais médicos. Fui para Pediatria, fomos ganhando outras funções, até que se começou a construir o hospital novo, que é a parte velha do hospital de agora. Passámos todos lá para cima, com outras condições. Numa enfermaria com trinta e tal doentes, não há silêncio, há pouca privacidade. É medieval”, considera. O médico Mário Moura, que passou a sua “vida numa sala de operações”, fala ainda sobre a questão das urgências, área na qual se iniciou, referindo que naqueles tempos “a urgência era entendida, e muito bem, assim fosse agora, para os desastres, para pessoas com fraturas, feridas. Agora há demasiada afluência aos hospitais. Podemos até ir sem gripe e voltar com ela”.

Mais tarde, foi médico na Associação Mutualista, no Instituto de Assistência Nacional aos Tuberculosos, nos Serviços Médico-Sociais das Caixas de Previdência e do Vitória Futebol Clube e, no Serviço Nacional de Saúde, dirigiu o Centro de Saúde de Setúbal. “Cheguei a ser director clínico do Sul das Caixas de Previdência.

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Dá-se o 25 de abril e, durante os primeiros anos, há um grande afluxo às universidades. Formaram-se muitos médicos e foi criado o chamado Serviço Médico à Periferia, o embrião do actual Serviço de Saúde”, refere.

Tendo-se reformado aos 65 anos, Mário Moura tem actualmente 90 anos de idade e uma larga experiência de vida: “fiz medicina à João-Semana, com a malinha na mão, dei injecções para tirar dores, abri abscessos, fiz pequenas cirurgias na casa dos pacientes. Depois, a Medicina começou a organizar-se, passando por várias fases e terminando no Serviço Nacional de Saúde”.

Com duas especialidades, Médico de Família e Médico de Medicina do Trabalho, Mário Moura trabalhou durante quase cinquenta anos para a Secil. “A Medicina do Trabalho é uma especialidade. Determinado tipo de empresas provocam, pela sua laboração, determinado tipo de patologias. Por exemplo, eu candidatei-me para a Secil e fui médico durante quarenta e nove anos, fazia agora os cinquenta. Havia poeiras, doenças pulmonares, ruídos das máquinas tremendamente ruidosos, problemas da pele. Havia muita coisa a fazer, na maneira de organizar a própria fábrica para diminuir aquilo que agride a pessoa, e essa é a função do Médico do Trabalho”.

Foi presidente da direcção da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral, desde a sua fundação: “Muitos não sabem mas quem começou a fazer pressão e a apresentar trabalhos para criar o SNS foram os Clínicos Gerais, precisamente porque o conceito dos chamados cuidados primários resolve praticamente 80 por cento das queixas das pessoas, não precisam de ir para o hospital. Estive na associação durante quatro mandatos, o que equivale a doze anos.

Hoje, sou o presidente Honorário”, explica, adiantando que “entretanto se percebeu que quando uma pessoa adoece, não adoece ela só. Percebeu-se que era necessário estudar o ambiente familiar, daí a mudança de Clínica Geral para a Medicina Familiar”.

Foi presidente do Conselho Geral do Hospital de São Bernardo e Vice-Presidente da Confederação Ibero-Americana de Medicina de Família. “Os progressos tecnológicos e químicos empurram a Medicina, permitem o maior aprofundamento do conhecimento do corpo, na construção e no aparecimento

| Gripe |

Dr. Mário Moura

de medicações mais intensas e específicas”, constata. que Setúbal seja uma zona onde haja uma doença pre“Ainda assim, as pessoas acham que a Medicina mais valente em relação a outros sítios”. A acção sanitária, a importante é a hospitalar e hoje sabe-se que não é ashigiene, é o elemento fundamental que cria a possibilisim. Porque 80 por cento das pessoas que adoecem, dade de as pessoas viverem mais. “A Medicina também com dores, cólicas, doenças das articulações, amigimpede que muita gente morra com os tratamentos que dalites, uma série de doenças, que no fundo são as do descobre. Os medicamentos tiram-nos o nosso maudia-a-dia, curam-se fora dos hospitais. O hospital é a -estar, o nosso organismo é que nos cura”, refere, mencatedral da Medicina para a maior parte das pessoas cionando a importância da influência dos factores ame é, até pode ser, mas a maioria das doenças curambientais, das circunstâncias e do estado emocional em -se fora do hospital, devem curar-se fora do hospique a pessoa se encontra. tal”, acrescenta.

Em 1994, foi galardoado No que diz respeito ao caso com a medalha de Hipócrates particular da saúde pública oi em Setúbal que pela Societas Internacionalis em Setúbal, cujas melhorias Medicinae Generalis, na Áuso esgoto corria são notórias, para Mário Moutria, distinção rara dada ao Clípelas ruas e as ra não foram os médicos os nico europeu do ano. Em 2012, pessoas adoeciam porque a ganhou o Prémio Miller Guerresponsáveis. “Foi a sanidade, o tratar da água. Quando vim água não era devidamente ra, que premeia a carreira de para Setúbal, esta cidade tiuma vida, na sua globalidade tratada mas é também nha ruas enormes, feitas só de como Médico e cidadão. Receem Setúbal que existe barracas, de chapa e madeira, beu a medalha da Cidade de Seactualmente um hospital túbal “Paz e Liberdade” e a meonde vivia uma multidão. O esgoto corria pela rua. As criancom todos os ingredientes dalha de Serviços Distintos, ças andavam na rua a brincar, grau de ouro, do Ministério da modernos de estudo no meio do esgoto”, relembra.

Saúde.

O médico faz ainda uma comPai de 5 filhos, avô de 12 neparação entre o antes e o depois das condições existentos e uma bisneta, Mário Moura é autor de cinco livros tes na cidade, referindo que “foi aqui que corria o esgoe professor na Universidade Sénior de Setúbal e, para to pela rua e que havia epidemias, mas é aqui também finalizar, confessa que “há duas coisas que um Médico que há actualmente vários centros de saúde, que há um tem que fazer sempre para que a consulta agrade ao pahospital que começou por ser debaixo das arcadas de ciente: ter tempo para ouvir o doente e mexer-lhe. Pele um convento e que agora é um hospital com todos os incom pele. Mexer na pessoa. O contacto cutâneo é fungredientes modernos de estudo, portanto forçosamendamental, se o bebé nasce e deve ser posto nu encostate que a melhoria sanitária é notória, e não me consta do à mãe”.

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“Comer bem é sinónimo de viver bem” Catarina Maria, Nutricionista

A alimentação é um dos principais factores a ter em conta para o bem-estar de uma pessoa e, como tal, é importante “saber comer”, tendo os devidos cuidados com os alimentos ingeridos e as respectivas quantidades. A nutricionista Catarina Maria, na sua primeira abordagem em consulta refere o grande objectivo: “ensinar a comer”. Longe de uma restrição alimentar, “é uma reeducação para aprender a escolher alimentos mais saudáveis. Conhecer o que se está a comprar. E o comer bem e viver bem vem daí, do saber escolher”. Catarina encara a alimentação como um estilo de vida. A alimentação “deve ser parte integrante do nosso quotidiano. Por isso é, igualmente importante aliar exercício físico a escolhas alimentares conscientes”. Um gran-

de problema que refere como linear para a população em geral, “tem a ver com a falta de tempo que nos leva a afastar da típica alimentação mediterrânica, com refogados em azeite, ou assados no forno”. A falta de tempo conduz os pais a “escolher alimentos práticos e rápidos, na sua maioria congelados e pré-cozinhados, as chamadas refeições de microondas, que preparam enquanto organizam a rotina de fim de dia com os filhos”.

Catarina Maria aconselha a organização e planeamento, como atitude chave para uma alimentação saudável. “Fazer uma lista de compras, para quando vão ao supermercado saberem o que querem e precisam comprar. Uma lista que inclua os ingredientes necessários para todas as refeições que se planeia fazer durante a semana. Fazer uma sopa em quantidade suficiente para toda a semana, por exemplo. E preparar a proteína, carne ou peixe, com antecedência. Optando por assados

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| Nutrição | no forno, que muitas pessoas não consideram saudáveis porque precisam de azeite ou outra gordura. Algo que é errado. É modo de cozinhar saudável e muito típico da nossa dieta mediterrânica”.

Também para Lara Borrego, nutricionista e nutricoach licenciada em Educação Física e Desporto e em Ciências da Nutrição, “o exercício físico e a nutrição são dois dos pilares de um estilo de vida saudável” e é importante esclarecer que o termo dieta significa regime alimentar. Não significa, necessariamente, restrição alimentar ou calórica. Iniciar as chamadas “dietas da moda” pode tornar-se perigoso para a saúde sem o devido acompanhamento. “O nutricionista é o profissional de saúde que melhor pode ajudar as pessoas a ter a alimentação pretendida sem provocar déficits nutricionais”, refere. “De forma genérica, uma dieta correcta e segura deve incluir, e nas quantidades adequadas, proteínas, hidratos de carbono, gorduras, fibra, vitaminas, minerais e água, componentes necessários ao bom funcionamento do organismo”, acrescenta.

Para que a dieta tenha sucesso, é também necessário que a pessoa se sinta motivada e atribua significado à mudança de alimentação e, consequentemente, à dieta que vai iniciar. “Nunca se deve seguir a mesma dieta do amigo ou do vizinho. Somos todos diferentes e uma dieta pode ser bastante adequada para uma pessoa e totalmente desadequada, e até mesmo perigosa, para outra”, alerta. A nutricionista Lara Borrego considera que

a chave numa alimentação saudável é a moderação e que “é importante em qualquer dieta que não haja extremismos ou fundamentalismos. Por exemplo, dietas exclusivamente à base de frutas e legumes podem também tornar-se perigosas por estarem em falta nutrientes importantes como por exemplo proteínas e gorduras nas quantidades adequadas. Reduzir não significa eliminar”, salienta.

Lara Borrego, Nutricionista

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| Medicina Alternativa |

“A acupunctura é o equilibrar dos nossos desequilíbrios” O novo letivo trouxe uma novidade nacional à Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal: o curso de acupunctura. A licenciatura é a primeira formação oficial da área no ensino superior e traz novas valências à instituição.

Em entrevista, a equipa de coordenação, compos-

ta pelos professores Jorge Maia e Helena Caria, e a diretora Alice Ruivo, explicou em que consiste a área que vem conquistando o seu espaço em Portugal e revelou sentir a responsabilidade de ser os pioneiros no ensino da mesma.

O Setubalense: O primeiro curso superior de acupunctura do país. Este é um título que traz um misto de emoções?

Jorge Maia: É um misto de tudo, principalmente por estarmos a fazer história. Somos os primeiros e, nesse sentido, está tudo em aberto. Um dos nossos objetivos é tornar esta escola numa referência desta área. É uma grande responsabilidade estar a abrir as portas do ensino superior à acupunctura?

JM: Claro que sim. Sabemos que temos muitos olhos focados em nós.

Como é que o curso chega à ESS? O professor já ti-

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| Gripe |

Helena Caria

Jorge Maia

nha estes conhecimentos previamente?

JM: Não é a minha formação base mas, depois da licenciatura, comecei com estudos por iniciativa própria e depois por vocação. Na altura já se falava na acupunctura mas as pessoas eram muito tímidas e chegavam até nós com algum receio, algum medo. Felizmente, nos últimos anos, a mentalidade foi mudando.

Alice Ruivo

mestre do terceiro ano, ou seja, há uma percentagem de 35% de prática clínica, que será um outro desafio.

Há uma ideia geral de que as técnicas orientais demoram muitos anos a aperfeiçoar. Uma licenciatura de quatro anos é suficiente para formar bons acunpuctores?

Helena Caria: Essa é uma questão geral a toda a área da saúde. 4 anos não formam profissionais brilhantes Em que consiste a acupunctura? mas sim bons profissionais e, acima de tudo, um profisJM: O principio filosófico é o equilíbrio, o ying e sional com vontade de continuar a aprender ao longo da yang. No equilíbrio é que está a verdade e a acupunctuvida. Isso verifica-se na acupunctura, porque o ocidente ra é o equilibrar dos desequilíbrios que, na nossa vida está a abrir-se a estas técnicas orientais mas tem hábidiária, vamos provocando no nosso corpo. tos muito distintos. Temos dois desafios neste momenHá vários métodos para este tratamento, sendo que o to: importar as técnicas e descobrir como incorporar as mais conhecido é a colocação de agulhas em pontos espemesmas no nosso quotidiano. cíficos do corpo, mas há outros.

AR: Nesse sentido é importante sublinhar que tiá um grande Há aquele mito de que uma vemos visitas à China para compromisso. Os agulha mal colocada por acaestabelecer parcerias e protoalunos sentem bar por prejudicar a saúde. colos que nos permitam traHá de facto esse risco? que, como são os primeiros, zer docentes e levar os nossos JM: Em qualquer profissão, têm responsabilidade de ser docentes e estudantes a realio maior perigo é ela ser utilizazar estágios na área. bons estudantes, ter bons da por quem não a sabe utilizar.

HC: Não queremos ter resultados e de contribuir Hoje em dia já há regulamentauma acupunctura ocidentalição e normas legislativas que para a prática da investigação. zada. Nós respeitamos as oriditam as regras para atribuigens e queremos estar próxição de cédulas profissionais. Havia pessoas com formamos delas, embora existam pontos adaptáveis. ções de algumas horas e que se intitulavam acupunctores porque não havia legislação que o impedisse.

Imagina-se um boom no ensino da acupunctura em Portugal nos próximos anos?

Quantos alunos têm neste primeiro ano?

HC: Acreditamos que sim, até porque sabemos que Alice Ruivo: Tivemos inscrições de 18 estudantes mas há outras instituições que já submeteram o pedido à houve duas desistências por incompatibilidade de horáAEEE para começarem a dar formações nesse sentido. rios. Hoje temos 16 estudantes a tempo integral e outros Há propostas de vários pontos do país. em unidades curriculares isoladas para que acupunctoJM: E isso, por sua vez, irá traduzir-se em mais quares ou pessoas de outras áreas se possam inscrever. É imlidade de ensino e melhores profissionais. portante lembrar que este curso foi aprovado em junho, uma semana antes das candidaturas ao ensino superior, Está a terminar o primeiro semestre. Qual o balane houve muito pouco tempo para divulgação. ço que faz destes meses?

JM: Um balanço positivo, sem dúvida, e que deixa siComo funciona o ensino da acupunctura? É mais nais positivos para o futuro. Os alunos estão muito moprático ou teórico? tivados, até porque é um curso diferente e eles estão JM: É um curso teórico mas com forte componente agora a entender esta forma de pensar e de abordar a prática. A partir do terceiro ano começam as aulas prásaúde, como é pensada há muitos anos atrás. ticas, sendo que o quarto e último ano é todo prático.

AR: Há um grande compromisso. Os alunos senAR: Mas não podemos dizer que seja um curso pretem que, como são os primeiros, têm responsabilidade dominante prático. Os primeiros dois anos são só teode ser bons estudantes, ter bons resultados e de contriria e os alunos só partem para estágio no segundo sebuir para a prática da investigação.

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| Escola Superior de Saúde |

Uma escola (cada vez mais) ao serviço do país Fundada no ano de 2000, a Escola Superior de Saúde (ESS) do Instituto Politécnico de Setúbal é hoje uma das referências na área da formação, contando com taxas de empregabilidade a rondar os 98%.

Em entrevista, a diretora Alice Ruivo falou sobre os desafios da instituição, a esperança de novas instalações num futuro próximo e a responsabilidade de formar bons profissionais.

O Setubalense: A ESS assinalou recentemente 17 anos. Como tem sido este percurso?

Alice Ruivo: Têm sido anos de grande desafio e crescimento. Constituir uma escola de raiz não é fácil. A ESS nasce com dois cursos, enfermagem e fisioterapia, em 2000. Mais tarde chega o curso em terapia da fala e depois começaram os cursos de complemento, mestrados e pós-graduações. Há dois anos achámos que era altura de alargar os nossos horizontes a outra área e virámo-nos para o ensino das áreas terapêuticas não-convencionais. Ponderámos qual a área a apostar e pareceu-nos que a acupunctura era a que reunia mais evidência científica.

Os nossos cursos têm todos uma grande componente prática. Os estudantes fazem vários estágios em hospitais, centros de saúde, empresas e outras instituições, o que leva a uma grande complementaridade dos saberes entre a academia e comunidade.

A nossa escola é também reconhecida pelos elevados níveis de internacionalização. Temos uma grande abertura à comunidade internacional e promovemos troca de docentes e estudantes.

O que diferencia a Escola de Saúde de outras instituições de ensino na área?

Eu diria o elevado profissionalismo e dinamismo.

O profissionalismo porque nos pautamos sempre pelos padrões mais altos, quer nacionais e internacionais, e o dinamismo pela relação aberta com as comunidades nacionais e internacionais.

Há muitos anos que se fala na construção de instalações próprias para a ESS. Têm havido desenvolvimentos?

Todas as escolas do IPS nascem ‘embrionadas’ noutra escola e nós nascemos com embrião na Escola Superior de Ciências Empresariais, embora estivesse previsto ser por um período de cinco anos. Houve uma altura em que tivemos projetos e verbas mas a crise mo-

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Alice Ruivo, Diretora da ESS/IPS

tivou uma gestão mais apertada e levou a que se tivesse de desistir deste projeto.

Neste momento, o que o presidente Pedro Dominguinhos tem divulgado é que, através de verbas próprias, se venha a alargar um dos edifícios existentes.

Esperávamos ter o projeto lançado até ao final de 2017, o que não aconteceu, mas esperamos que possa acontecer ainda neste primeiro semestre do ano.

Neste momento os nossos cursos têm aulas em todos os edifícios deste polo do IPS. Isto causa alguns problemas, até porque a ESCE está a superar a sua lotação projetada em mais de 30% e estamos todos à procura de soluções. Os estudantes da ESS têm todo o direito de ver asseguradas as suas condições pedagógicas.

Estamos a meio do ano letivo. Como tem corrido o semestre?

Temos um feedback muito positivo. O único ponto apontado pelos estudantes e funcionários é, de facto, a questão do espaço físico. Os alunos gostariam de ter mais espaço para estudar, porque estudam nos bares ou no refeitório.

De resto, queremos manter os padrões. Nós somos a escola com taxa de empregabilidade mais elevada do IPS e das mais elevadas do país, com valores de empregabilidade a rondar os 98%.

Sobre a empregabilidade, mantém-se aquele paradigma de jovens profissionais de saúde terem de emigrar para procurar trabalho na área?

Na altura da crise, as instituições tiveram de reduzir a contratação e os seus quadros para sobreviver. Nessa altura deparámo-nos com esse movimento migratório, porque os países da Europa reconhecem muito a nossa formação. Os olhos das instituições europeias viraram-se para nós e começaram a chegar ofertas muito vantajosas.

De há dois anos para cá sente-se que o mercado português já voltou a absorver os estudantes nacionais. Os jovens já não precisam de ir para o estrangeiro. No passado chegámos a ter uma taxa de emigração dos nossos estudantes que rondava os 50%, enquanto que hoje deve estar pelos 10% e por opção própria.

| Oncologia |

Liga Portuguesa Contra o Cancro O cancro é uma experiência

que marca a vida de doentes, familiares, amigos e outras pessoas próximas. E, apesar de a investigação científica ter vindo a conduzir a importantes avanços no conhecimento do cancro, ele é uma das doenças com maior incidência em Portugal e no mundo, estando muitas vezes associado a importantes implicações a nível físico, psicológico e social. Ao longo dos últimos anos, tem-se assistido a um aumento regular da incidência do cancro no nosso país a uma taxa constante de aproximadamente 3% ao ano.

A Liga Portuguesa Contra o Cancro, presente há 75 anos no nosso país, tem como principal missão o apoio ao doente oncológico e à sua família, a promoção da saúde, a prevenção do cancro, bem como o estímulo à formação e à investigação em oncologia. O Núcleo de Setúbal não é excepção, ajudando na divulgação da importância da prevenção e no apoio prestado ao doente oncológico. “Uma das nossas prioridades é ajudar a pessoa doente, apoiar a pessoa com cancro, seja ela carenciada ou não, bem como a realização de acções de prevenção, que vão dar os seus frutos no futuro”, explica Maria de Lurdes Bordeira, da actual Coordenação da Delegação de Setúbal. Neste sentido, para além das várias actividades que desenvolvem nas suas instalações, entre as quais o apoio social, o apoio jurídico, as consultas de psico-oncologia, a fisioterapia, o reiki, os trabalhos manuais, o yoga e mais recentemente as taças tibetanas, a Delegação de Setúbal, contando com mais de 70 voluntários, uma administrativa e uma psicóloga contratadas, tem feito divulgação junto dos centros de saúde e tem promovido campanhas de prevenção nos agrupamentos escolares No ano de 2017, o Grupo de Apoio da Liga Portuguesa Contra o Cancro de Setúbal conseguiu apoiar 298 doentes oncológicos com as suas valên-

MEDISETE Centro Médico, Lda.

Director Clinico - Dr. Norberto Gomes

cias e no futuro espera estar à altura para dar sempre a melhor resposta.

De acordo com os dados mais recentes publicados pela Direção-Geral de Saúde, em 2017, que dizem respeito ao ano de 2016, houve uma expansão significativa dos programas de rastreios oncológicos, com mais utentes rastreados e maior taxa de adesão dos convidados. No entanto, no que diz respeito a dados sobre o distrito de Setúbal, os resultados são poucos. “Existem poucos dados sobre o nosso distrito, cremos nós que seja porque não se têm feito rastreios aqui. Todos os dados que temos não abrangem esta zona em particular. Nós somos um dos distritos, talvez até o único, onde não é, por exemplo, feito o rastreio do cancro da mama. E está a aumentar o número de casos de cancro da mama, associados ao aumento da longevidade”, refere Maria de Lurdes Bordeira, esperando que esta seja uma realidade que venha a mudar brevemente.

“De acordo com a minha experiência, que faço atendimento social, aparece todo o tipo de cancro. Não noto que haja uma incidência específica”, acrescenta. Para Rui Malheiros, também actual coordenador do Núcleo de Setúbal, é importante a divulgação do espaço e do trabalho realizado para que as pessoas tenham conhecimento e procurem a Liga. “Ficamos satisfeitos quando o número de pessoas que nos procuram tem vindo a aumentar mas é preciso divulgar a Liga para que venham até nós para que nós possamos efectivamente ajudar”, refere. “Os nossos dados são, por isto mesmo, uma realidade virtual em relação àquilo que é a realidade local”, conclui.

Exames Medicina Desportiva Micro Esclerose de Varizes "Derrames" Tratamento da Celulite Mesoterapia Carboxiterapia Ozonoterapia Cavitação e RadioFrequência Peelings TCA Incontinência Urinária e Fecal

Dr. Norberto Gomes | Esp. Medicina Desportiva Tratamentos de Obesidade Dr. V. P. Correia | Tratamentos de Obesidade Dr. Mário Godinho | Dermatologia Dra. Teresa Bértolo | Medicina Geral e Familiar Dra. Maria José Leitão | Psicologia | Hipnoterapia Dra. Anabela Nabais | Neurocirurgia Dra. Nélia Alegria | Medicina Geral e Familiar Dr. Rabaçal | Cirurgia Plástica Dra. Estefânia Campos | Tratamentos de Incontinência Urinária e Fecal

Rua Augusto da Costa, nº 1 - 1 A | 2910-410 Setubal | 265 239 390 | 265 419 488 | Fax: 265 532 010 | e-mail: medisete@gmail.com

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| Psicologia |

Bem-estar físico e psicológico

Marisa Romero, Psicóloga Clínica e Neuropsicóloga Escolar

A forma como nos sentimos, a nível físico e a nível psicológico, é o reflexo daquilo que fazemos, das atitudes que tomamos e daquilo que somos enquanto ser humano. E, neste sentido, o bem-estar fí sico e psicológico tem uma profunda implicação na vida de uma pessoa.

“Os factores que têm que funcionar bem e ser conjugados da melhor forma para que a pessoa esteja bem a nível do seu bem-estar físico e psicológico são subjectivos. O bem-estar individual é também subjectivo, tendo em conta os diferentes tipos de pessoas”, começa por dizer Marisa Romero, psicóloga clínica e neuropsicóloga escolar, para quem o “contacto com as pessoas e a possibilidade de poder ajudar sempre foi um grande desejo e vontade”. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o conceito de qualidade de vida está directamente associado à auto-estima e ao bem-estar pessoal e compreende vários aspectos, desde o estado emocional à interação social, sem esquecer o suporte familiar, a satisfação com o emprego, a situação financeira em que se encontra, o estado de saúde, o ambiente em que se vive, as actividades realizadas diariamente, bem como os valores culturais, éticos e religiosos de cada um.

“Para estarmos equilibrados, física e emocionalmente, temos de estar num estado de equilíbrio e de

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paz interior muito grande. Primeiro que tudo, temos de saber lidar com as nossas ansiedades, procurando definir objectivos, estabelecer pequenos passos para os atingir e monitorizar esses mesmos passos, tendo em conta os recursos internos e externos que temos disponíveis”, explica. No que diz respeito aos internos, podemos considerar o facto de ter capacidade de parar para pensar, para reflectir, com força de vontade e auto-motivação. Por outro lado, os externos dizem respeito à situação de saúde, à família, uma vez que a estabilidade familiar traz necessariamente estabilidade emocional e vice-versa, à escola, ao emprego, à questão financeira, entre outras componentes exteriores à pessoa que intervêm no seu bem-estar. “Comportamento gera comportamento e se eu estiver bem eu consigo influenciar os outros”, refere. A psicóloga reforça ainda que é importante que haja um rumo: “se eu não souber para onde quero ir, qualquer caminho serve. Mas se eu souber para onde quero ir, consigo delinear um caminho diâmico, um caminho para lá chegar”.

No que diz respeito à saúde e aos factores de que depende uma situação de bem-estar físico e psicológico, também é importante não esquecer que a pessoa deve ter os devidos cuidados com a sua alimentação,

| Psicologia | adequada ao metabolismo de cada um. Está comprovado que a alimentação tem influência directa com a estabilidade emocional. É importante também que seja feita a devida ingestão de água, bem como a criação e regularização de hábitos de sono, dormindo o número de horas que para si forem necessárias. “Quanto mais tranquilo eu estiver, mais o meu sono vai ser recuperador. Quanto mais stressado estiver, e não tendo uma capacidade de resiliência muito grande, mais facilmente me vou deixar ficar… afundar… em vez de ir à procura da felicidade”, esclarece. A actividade física é também um factor muito importante para alcançar uma situação de bem-estar. “O exercício físico é muito importante, aliado a uma boa alimentação e a um ritmo de trabalho adequado vai permitir que os sonos também regulem e que a pessoa fique fisiologicamente equilibrada”, adianta.

A psicóloga clínica e neuropsicóloga escolar Marisa Romero esclarece ainda que, no caso particular das crianças, junto de quem também desenvolve o seu trabalho, no sentido de as encaminhar ou de descobrir como as encaminhar, “é importante não esquecer que, na aprendizagem das crianças, há também a questão da parte emocional. O nosso cérebro é que muitas vezes nos boicota e perturba o sucesso nas escolas”. Para a psicóloga, é importante que neste trabalho se estabeleça a ligação entre todas as partes envolvidas: crianças, pais e professores, porque só com este triângulo é possível trabalhar e obter sucesso.

Para finalizar, Marisa Romero propõe que olhemos para a vida como se fosse um puzzle. “A nossa vida pode ser dividida em algumas partes. A espiritual, os relacionamentos, a financeira, a saúde, o trabalho, a estrutura física da nossa casa, do nosso lar, e, se estes itens, se es-

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saúde, a estabilidade financeira e familiar, a alimentação, o sono e a prática de exercício físico são alguns dos principais factores que contribuem para conseguir alcançar uma situação de pleno bem-estar físico e psicológico.

tas partes integrantes do puzzle que é a nossa vida, estiverem devidamente trabalhados, pensados, sentidos e alinhados, as peças vão encaixar bem”, explica. “Se houver um problema ou desafio numa das áreas, a peça vai ficar alterada e não vai encaixar bem. É aquilo a que chamamos a roda da vida, tudo tem uma ligação. A psicologia propriamente dita que não trabalhe todas estas questões e que conceba o individuo como um todo não me faz sentido”, remata.

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| Psiquiatria |

O que é a depressão?

Uma resposta possível

a esta pergunta, não tão simples quanto se pensaria, é que existem depressões e não, como a pergunta sugere, a depressão singular. O que pode parecer confuso, visto que a maioria das pessoas contactou directa ou indirectamente com esta síndrome tão comum, na verdade significa pelo menos duas importantes manifestações desta perturbação do humor; em primeiro lugar nem tudo o que parece uma depressão é uma depressão, e em segundo lugar a depressão de uma pessoa é muitas vezes sintomaticamente distinta da depressão de outra pessoa, isto é, as depressões não são todas iguais.

São sobretudo estas ideias que se pretende transmitir: as depressões são comuns e podem ter sintomas graves; é uma doença que muitas das vezes traz significativo sofrimento e incapacidade ao indivíduo e, por extensão, às suas diferentes relações familiares, sociais ou profissionais; o sofrimento do indivíduo e as queixas associadas são diversas na sua manifestação, variam de pessoa para pessoa e até variam na mesma pessoa em diferentes alturas, merecem sempre atenta avaliação médica, com entrevista atenta ao doente e às suas queixas e, caso o médico identifique uma depressão clínica, deverá propor o tratamento adequado à mesma com vista ao restabelecimento do bem estar e saúde da pessoa. As queixas que o doente pode apresentar podem abranger desde sintomas mais centrado nas qualidades dos seus afectos como mais tristeza, irritabilidade, indiferença ou, noutro extremo, parecer que do ponto vista emocional não há qualquer alteração, mas existe um mal-estar pouco claro,

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um cansaço inexplicável, o corpo físico parece não estar bem. Aqui compete ao médico a colheita de toda a informação que possibilite orientar estas queixas para um correcto diagnóstico que pode ser, muitas vezes, a referida depressão. Os estudos científicos sobre a depressão são muitos, desde há muitos anos, e a informação mais relevante que apresentam nos dias de hoje é o de definirem a depressão como uma doença com causas biológicas e psicossociais que pode e deve ser tratada. As depressões curam-se e ao contrário de uma ideia comum, mas errada, a grande maioria das depressões implica um tratamento por um tempo definido, podendo o doente, depois de tratado, não necessitar de mais medicação. Naturalmente o tratamento das depressões não se esgota no tratamento com medicamentos podendo o médico referenciar o doente a acompanhamento psicoterapêutico, feito habitualmente por médico psiquiatra ou psicólogo com formação específica numa psicoterapia.

Em conclusão, a depressão é uma doença comum, com diferentes sintomas, que pode causar grande sofrimento e que incapacita a pessoa para a sua vida.

Por isto, devem procurar ajuda, aconselhamento e tratamento no seu médico que, nos casos de diagnóstico mais difícil ou de tratamento mais específico, poderá referenciar o doente a médico especialista como o médico psiquiatra para que, com o correcto tratamento, o doente possa restabelecer a sua saúde e bem estar.

Dr. Hugo da Silva Médico Psiquiatra - Clínica IMA