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social
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solidária
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H ID v e a e m p l C oo e rativas Ano 15 - nº 57 - Setembro / Outubro 2012 • www.gestaocooperativa.com.br - R$ 7,60
Segundo o IBGE, nas cidades onde há cooperativas o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é sempre maior. Na cidade de João Monlevade (MG), cooperativas se unem em ações transformadoras para o desenvolvimento econômico e social. Confirmando o exposto pelo IBGE, seu IDH é de 0,807.
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anos
Cnac
Auditoria para o desenvolvimento do cooperativismo de crédito
Expediente Expediente Conselho editorial Cristina Rocha - Jornalista - SP Diva Benevides Pinho - USP SP Eduardo Fontenla - CGCyM - Argentina Lydia Costa - Editora - DF Marcos Bedin - Jornalista - SC Remy Gorga Neto - Cooperativista - DF Ronise de Magalhães Figueiredo - Educadora - MG Sigismundo Bialoskorski Neto - USP/Fearp - SP Diretora executiva Lydia Costa Editora Lydia Costa Subeditora Maiana Neves Redação Aline Rechmann Dâmarez Vaz Maiana Neves Rafael Fritsch Walendorff Ramon Paiva Thiago Soares Correspondente internacional Josiane Cotrim Jornalista responsável Guida Gorga - MTB 8.000/36/79 Projeto gráfico Tiago Oliveira Diagramação Tiago Oliveira Capa Criação: Tiago Oliveira Revisão Luiz Alberto Guimarães Maiana Neves Comercial Taine Côrte (61) 3039-1258 Distribuição e Assinaturas Maiara Nunes assinaturas@gestaocooperativa.com.br Tiragem 10.000 exemplares Impressão Ideal Gráfica Editada por Vincere Consultoria e Editora Ltda Revista Gestão Cooperativa SCLN 406 Bl. E - Salas 212/213 - 2º Andar - Asa Norte Brasília - DF - Cep: 70.847-550 Tel: (61) 3039-1258 - Telefax: (61) 3447-1998 E-mail: revista@gestaocooperativa.com.br Site: www.gestaocooperativa.com.br Registro INPI: 820.864.803 Autorização de uso da marca do Ano Internacional das Cooperativas: Application Approval 20111202008
Editorial Eleições municipais e cooperativismo A
reportagem sobre a atuação das cooperativas na cidade de João Monlevade (MG) é um exemplo de que as cooperativas constroem um mundo melhor, tema do Ano Internacional das Cooperativas, instituído pela ONU. Isso nos leva a uma reflexão, principalmente porque em 2012 tivemos eleições para prefeitos. O que para nós, cooperativistas, parece óbvio, ainda não é para grande parcela da população e, principalmente, para homens e mulheres que ocupam cargos públicos com o propósito de levar qualidade de vida, cidadania e paz para a população. Toda a riqueza que elas geram, seja por meio do crédito, trabalho e dos serviços que prestam, fica no município e na região. Imagine se os novos gestores municipais buscassem no cooperativismo um aliado para promover o desenvolvimento econômico e social dos municípios que estão assumindo a administração? É simples. É apoiar e incentivar o que as cooperativas já fazem com grande eficácia. Apoiar por meio de legislação, educação, incentivo, entre outras formas. Vai depender de cada líder. Liderança, tão importante para o crescimento de qualquer instituição, é outro tema abordado nesta edição na entrevista com Linda Hill, da Harvard Business School. Criada com o propósito de contribuir para o crescimento com qualidade e sustentabilidade das cooperativas de crédito, a Confederação Nacional de Auditoria Cooperativa (Cnac) completa cinco anos de atividade. A reportagem mostra como a instituição se estruturou nesse período e como tem sido a sua atuação em prol do fortalecimento do cooperativismo de crédito brasileiro. Também com o propósito de fortalecer o cooperativismo de crédito brasileiro mostramos o resultado do 9º Concred, que culminou com a Carta de Nova Petrópolis, encaminhada à Presidenta Dilma Rousseff. O que move as instituições são as pessoas. Mostramos também o Programa Mais, uma ação do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob) de reconhecimento do trabalho dos funcionários que desenvolvem ações e projetos que incentivam o pensamento criativo e buscam o desenvolvimento da instituição. Há 15 anos, criamos a revista Gestão Cooperativa para difundir a doutrina cooperativista e exemplos exitosos em todo país. O mundo passa por grandes mudanças e é preciso estar atento a elas. Para acompanhar a evolução, criamos o Canal Cooperativo, um canal de TV pela internet. Assim poderemos levar mais informações e de forma mais rápida a um número maior de pessoas. Caros leitores, continuem nos acompanhando. Acessem www.canalcooperativo.com.br Boa leitura!
É permitida a reprodução parcial ou total das matérias desde que citada a fonte. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.
Lydia Costa Gestão Cooperativa Editorial setembro / outubro 2012
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Nesta edição 22 Destaque
As Cooperativas de João Monlevade (MG) dão exemplo de união ao promover ações em prol da comunidade. No Ano Internacional das Cooperativas, Copremon, Coopertramon, Credibelgo, Sicoob Credimepi e Unimed João Monlevade, mostraram que ações conjuntas podem potencializar resultados e atingir ainda mais demandas da população.
Especial
06 Entrevista
A professora da Harvard Business School, Linda Hill, é a entrevistada desta edição. Com a definição de três imperativos, a professora mostra qual é a atuação que define um grande líder. Além disso, Linda Hill fala sobre a importância de as organizações executarem e inovarem ao mesmo tempo.
14 Especial
A Confederação Nacional de Auditoria Cooperativa (Cnac) completa cinco anos de atividades em outubro. Com a credibilidade e a confiança como palavras chave, a Cnac tem sido fundamental no desenvolvimento do cooperativismo de crédito. Atualmente, auditando 65% das 100 maiores cooperativas de crédito do Brasil, a Cnac tem também como clientes bancos, fundos garantidores e centrais.
18 Gestão
Aconteceu mais uma edição do Programa Mais, do Bancoob, no dia 27 de setembro. Durante a confraternização, o reconhecimento e a valorização do trabalho dos funcionários foi evidenciado ao serem premiadas ações e projetos que incentivam o pensamento criativo e buscam o desenvolvimento da instituição.
4 Acontece
20 Na Web
27 Responsabilidade Social
9 Artigo
26 Internacional
29 Crédito
Porto Alegre (RS) será sede do IV Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira.
Melina Barcelos fala sobre a necessidade de quebra de seis paradigmas para promover a inovação na educação corporativa. O artigo de Ênio Meinen analisa a aglutinação de cooperativas.
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Gestão Cooperativa Nesta Edição setembro / outubro 2012
Conheça um novo meio de comunicação com foco no cooperativismo: o Canal Cooperativo. O cooperativismo mostra sua força em âmbito mundial na ICAExpo 2012. A feira reunirá cooperativas de 40 países e se destaca por ser a maior do setor.
Dia de Cooperar promove a solidariedade por meio do voluntariado em Minas Gerais.
9º Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito foi espaço para debates de novos referenciais.
32 Meio Ambiente
Ariane Dias Alvarez fala sobre os desafios para a sustentabilidade.
Acontece
JD Consultores se destaca no cenário do cooperativismo de crédito
POR Aline Rechmann Maiana neves FOTOS Aline Rechmann, Cresol Frederico Westphalen, Vignatti Fotografias, Dida Sampaio
Fórum reúne cooperativas do DF
Banco Central realiza fórum sobre inclusão financeira
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ntre os dias 29 e 31 de outubro, Porto Alegre (RS) receberá o IV Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, no Centro de Eventos Plaza São Rafael. O evento vai apresentar e discutir o desenvolvimento das ações do plano de Fortalecimento do Ambiente Institucional, no âmbito da parceria Nacional para Inclusão Financeira. O Fórum também será ambiente de debate sobre a atuação das cooperativas de crédito nesse contexto.
Sistema Cresol Central constitui a 61ª Cooperativa Singular
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oi realizada, no dia 15 de setembro, a Assembleia de Constituição da Cooperativa Cresol de Frederico Westphalen. Cerca de mil pessoas participaram do evento, realizado no ginásio da Linha São José, interior do município, entre elas o Secretário Estadual de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Ivar Pavan. Segundo Pavan, a Cresol tem um papel importante para a agricultura familiar, pois, por meio do crédito, é possível investir e adequar as pequenas propriedades. “O cooperativismo é o futuro. É instrumento estratégico para o desenvolvimento rural”. Cledir Magri, atual assessor da Cresol Central, foi eleito o Presidente desta que é a primeira cooperativa de crédito de Frederico Westphalen. De acordo com ele, a mudança para cooperativa foi autorizada pelo Banco Central do Brasil e representa uma conquista para o município. “Trata-se de um grande avanço para os associados, para a região do Médio Alto Uruguai e para o Sistema Cresol Central. A constituição de uma cooperativa no extremo norte do Rio Grande do Sul permite expandir o atendimento nos municípios da região”, afirmou Magri. Fonte: Assessoria de Comunicação da Cresol Central
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Gestão Cooperativa Acontece setembro / outubro 2012
Cooperativas de 11 ramos foram chamadas a participar do Fórum Distrital
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urante a semana de 24 a 28 de setembro, cerca de 40 cooperativas participaram do Fórum Distrital de Cooperativas, promovido pelo Sistema OCDF/Sescoop-DF. Foram cinco dias de debates, em que as cooperativas expuseram suas oportunidades e dificuldades, de acordo com seus ramos de atuação. O evento foi realizado em preparação ao I Congresso Distrital de Cooperativismo (DFCOOP). O Fórum reuniu as principais demandas e gargalos das cooperativas de Produção, de Consumo, de Habitação, de Educação, Especial, de Turismo e Lazer, de Crédito, de Transporte, Agropecuário, de Saúde e de Trabalho. As discussões foram norteadas pelo texto base para o DFCOOP e utilizaram três ei-
xos centrais (Inovação, Construção e Evolução) para que dirigentes e cooperados reunissem a realidade do cooperativismo no Distrito Federal. Em avaliação ao evento, a moderadora e representante do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico – UnB/CDT no Conselho Distrital do Cooperativismo e do Associativismo, Aline de Sousa Nascimento, salientou que as propostas apresentadas foram elaboradas pelos cooperados e dirigentes que sabem exatamente como todas essas propostas vão apoiar as cooperativas da melhor maneira possível. O DFCOOP acontecerá nos dias 21, 22 e 23 de novembro e consistirá em palestras, debates e apresentações culturais.
Brasília recebe o Workshop Entre Líderes
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Workshop Internacional Entre Líderes, realizado em Brasília em 12 de setembro, discutiu as melhores práticas para o desenvolvimento de líderes e gestores da área pública. O evento reuniu executivos de órgãos públicos, como Banco do Brasil, Supremo Tribunal Federal (STF), Tribunal de Contas da União (TCU), Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), entre outros. A programação do evento contou com a palestra do Diretor Internacional de Serviços de Aprendizagem na Harvard Business Publishing, Jean-François Goldstyn. O palestrante apresentou o Estudo de Caso "Cingapura Ilimitada: Construção da Infraestrutura Nacional da Informação". O trabalho mostrou como Cingapura se afirmou como um país em desenvolvimento a partir de uma liderança bem preparada na área pública. Segundo Jean-François Goldstyn, Cingapura é um exemplo de sucesso porque conseguiu desenvolver a educação da população do país, reduzindo, consequentemente, as taxas de anal-
O palestrante Jean-François Goldstyn, de Harvard
fabetismo e incentivou o crescimento de universidades. O evento contou ainda com um painel que reuniu gestores de Recursos Humanos da área pública. O workshop foi realizado pela MindQuest, empresa que desenvolve, implementa e gerencia programas customizados de desenvolvimento de líderes, atuais e futuros. O trabalho é feito em conjunto, a partir da análise do contexto e das necessidades das organizações, assim como dos resultados que se pretende atingir. Dessa forma, a MindQuest desenvolve e implementa a melhor solução de educação continuada para cada desafio.
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JD Consultores conta, atualmente, com 12 Contas de Liquidação de Cooperativas de Crédito já em operação além de mais dois projetos em andamento, firmando-se assim como a empresa de TI com maior presença neste setor. A companhia foi escolhida como parceira tecnológica por 100% deste mercado, ou seja, todas as cooperativas de crédito que hoje participam do sistema financeiro nacional com número COMPE Próprio escolheram a JD. A JD participou da 9ª edição do Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred), que aconteceu entre os dias 21 e 23 de agosto, em Nova Petrópolis (RS). O evento, que é considerado o maior e mais importante do gênero, foi realizado na capital brasileira do cooperativismo. A JD participou com estande próprio, onde realizou demonstrações dos produtos e serviços que possibilitam às cooperativas de crédito operar uma Conta de Liquidação e COMPE Própria. O grande fluxo de interessados confirmou a ampla liderança da empresa neste segmento. "Isso nos dá muita satisfação e aumenta a nossa responsabilidade", revela José Jardim, sócio-diretor da JD Consultores. “Participar deste evento foi uma grande oportunidade para estreitar o relacionamento com dirigentes e gestores das Cooperativas de Crédito, além de levar o nome da JD ao conhecimento do púbico presente”, complementa Jardim. A JD esteve presente também no Seminário Conta de Liquidação e Compromissada Intradia, promovido pela ANBIMA, realizado no dia 12 de
JD Consultores presente na 9ª edição do Concred
setembro, em São Paulo, que teve como objetivo mostrar como uma Conta de Liquidação pode dar flexibilidade e agilidade às operações das cooperativas de crédito. José Jardim destaca "a satisfação e o privilégio da JD em participar dessa significativa evolução do sistema cooperativo de crédito brasileiro. Temos plena consciência da importância desse esforço para a sustentabilidade e o crescimento do setor dentro do sistema financeiro nacional". Com a presença do diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, do subsecretário do Tesouro Nacional, Paulo Valle, do presidente interino da CVM, Otavio Yazbek, e do diretor executivo da CE-
CRED, Ivo José Bracht, o Seminário mostrou também como as cooperativas de crédito podem ter acesso ao Redesconto Intradia e como isso possibilita a essas instituições acessar o mecanismo de liquidez temporária, utilizando sua carteira de títulos públicos, essencial para um gerenciamento mais adequado de seu fluxo de caixa. A JD Consultores é a única empresa especializada em mensageria e compliance no Brasil, contando com mais de 80 instituições financeiras de todo o território nacional na sua carteira de clientes. Possui escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Belém (PA). Dentre os seus clientes estão bancos, cooperativas de crédito e corretoras.
Cooper A1 promove 25º Fecoop
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25ª edição do Encontro das Cooperativas Catarinenses (Fecoop), que aconteceu de 7 a 9 de setembro em Palmitos, sede da Cooper A1, encerrou-se com ótimos resultados para o sistema cooperativo catarinense. Foram três dias de atividades sociais e esportivas que resultaram num evento que ficará marcado pela grande participação das cooperativas no Ano Internacional das Cooperativas, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU). Colaboradores/atletas de 31 cooperativas participaram do Fecoop 2012 e competiram com disciplina e lealdade, honrando os valores que norteiam o cooperativismo. Além das tradicionais atividades sociais, foram disputadas 19 modalidades esportivas que envolveram a participação de mais de duas mil pessoas. O Fecoop é uma promoção da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem de Santa Catarina (Sescoop). A 25ª edição foi organizada pela Cooper A1, que convidou os participantes a comemorarem, junto com a cooperativa, seus 79 anos de atividades ininterruptas, celebrados em 1º de outubro.
Fecoop reuniu mais de duas mil pessoas de 31 cooperativas catarinenses
Cooper, de Blumenau, é a campeã geral O cerimonial de encerramento do 25º Fecoop foi realizado no dia 9 de setembro, quando foram conhecidas as campeãs do evento. Pela terceira vez consecutiva, a campeã é a Cooperativa de Produção e Abastecimento do Vale do Itajaí (Cooper), de Blumenau. Em segundo lugar ficou a Cooperalfa, de Chapecó e em terceiro, a anfitriã Cooper A1, de Palmitos.
Próxima edição Realizado a cada dois anos, a próxima edição do Fecoop será em Chapecó com organização da Coopercentral Aurora e Unimed Chapecó. O anúncio foi feito durante o almoço de encerramento da 25ª edição do evento pelo presidente da Ocesc, Marcos Antonio Zordan, ao lado do presidente da Coopercentral Aurora Alimentos, Mário Lanznaster, e do diretor de planos de saúde da Unimed Chapecó, José Pegoraro Foresti.
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Entrevista POR DA REDAÇÃO FOTO Stuart Cahill
Como alcançar a excelência na liderança Os três imperativos para se tornar um excelente líder, sob a ótica da professora da Harvard Business School, Linda Hill
... liderar para inovar é menos dar um direcionamento e tentar motivar as pessoas a seguirem nessa direção e mais construir uma organização disposta e capaz de inovar...
Gerenciar a si mesmo, gerenciar uma rede de relacionamentos e gerenciar uma equipe. São esses os três imperativos descritos pela professora da Harvard Business School, Linda Hill, como essenciais para um grande líder alcançar a excelência. Em entrevista à Entre Líderes, a pesquisadora e coautora do livro Being the Boss explicou como conciliar tempo e resultado, um desafio para as lideranças atuais, e falou sobre a importância de as organizações executarem e inovarem ao mesmo tempo. Como foram definidos os três imperativos estratégicos que norteiam a atuação de um grande líder? A base desse conceito surgiu das experiências do coautor do meu livro, Kent Lineback, como executivo e do meu trabalho – ensino, consultoria e pesquisa – com executivos que foram identificados como grandes potenciais. Na economia global, não se deve apenas elaborar estratégias e executá-las, mas também adaptar e inovar. A definição também surgiu a partir do entendimento sobre o que as companhias e os líderes precisam para construir negócios competitivos hoje e quais as falhas mais comuns que as pessoas bem-intencionadas e talentosas cometem até se darem conta do próprio potencial. O que é crucial em cada um dos imperativos: gerenciar a si mesmo, gerenciar uma rede de relacionamentos e gerenciar uma equipe? Quando a maioria das pessoas pensa sobre a possibilidade de se tornar chefe, o que primeiro lhes ocorre é como gerenciar a equipe ou aqueles sobre os quais têm autoridade formal. Mas deveriam começar pensando nelas mesmas, porque liderança é saber usar
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você mesmo como instrumento para atingir objetivos. Queremos que elas, primeiramente, adotem o pensamento correto sobre o que as leva a serem líderes efetivos. Ao invés de se apoiarem na autoridade formal como fonte primária de poder e influência, deveriam focar na construção de credibilidade e confiança mútua com os profissionais dos quais dependerão para a realização do trabalho. Também focamos na gestão da rede de relacionamentos, o que significa gerenciar a rede de pessoas sobre as quais você não tem autoridade formal – colegas e chefes – a fim de criar condições para sua equipe ser bem-sucedida. Encontramos muitos profissionais que não gostam de pensar na gestão de sua rede de relacionamentos. Sentem-se como se estivessem fazendo política, mas hoje é preciso ter essa habilidade. Se o líder não conseguir gerenciar essas relações adequadamente, a equipe dele não terá os recursos de que precisa para ser efetiva. No que diz respeito a gerenciar sua equipe, focamos na construção da cultura certa para o time, o que o tornará capaz não apenas de executar, mas também de inovar. Às vezes, as pessoas tendem a pensar que precisam usar a autoridade formal para influenciar equipes. O que a senhora pensa sobre isso? Quando a pessoa se torna chefe, ela ganha autoridade formal sobre sua equipe. Mas essa é uma fonte de poder muito limitada. Se a autoridade formal é usada como base de influência, um dos resultados é que as pessoas podem ou não fazer o que está sendo solicitado. Certamente, elas tendem a ser menos engajadas se a única razão pela qual estão fazendo algo é o uso desse poder. Porém, o mais importante é que elas
não vão se esforçar ao máximo, que é o que todas as organizações precisam hoje em dia. Assim, é necessário pensar em como criar credibilidade, construir confiança e como ter certeza de que as pessoas sabem que você é bem-intencionado, que quer fazer o correto. Como construir a cultura certa para as equipes? O líder não pode apenas declarar qual será a cultura, porque cultura é algo que surge. O líder tem algumas alavancas nas quais pode confiar para modelar o tipo de cultura que a equipe precisa para cumprir sua finalidade, como por exemplo, escolhas feitas sobre quem contratar, a maneira como funções e responsabilidades são atribuídas, processos de trabalho são definidos, métricas e recompensas postas em prática. É claro que um líder não tem sempre o controle completo de todas as alavancas. Mas a mais importante para um líder ter à sua disposição – e ele deve ter o controle sobre ela – é o seu próprio estilo de liderança. Francamente, todos nós temos preferências sobre como trabalhar e essas vão impactar os valores e as normas que serão desenvolvidos em nossas equipes. Por exemplo, se um líder prefere ser muito mais favorável a confrontador nas suas interações, ele é mais propenso a desenvolver uma cultura na qual as pessoas estão mais abertas a compartilhar suas ideias e assumir riscos. Mas, talvez, o padrão do trabalho que eles produzirão pode, de alguma forma, ficar comprometido. Em contrapartida, se um líder é mais confrontador, poderá ser desenvolvida uma cultura na qual as pessoas se sintam mais responsáveis por produzir resultados de excelente qualidade, mas não sejam tão francas com ideias sobre as quais não tenham certeza. Se um líder
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é mais diretivo, as pessoas estarão mais propensas a buscar nele soluções para os problemas, ao invés de se sentirem encorajadas para resolverem elas mesmas. É preciso pensar em como as preferências pessoais impactam os valores e as regras de comprometimento que os profissionais vão desenvolver em grupo.
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Gestão Cooperativa Entrevista setembro / outubro 2012
Adquirir o conhecimento necessário em cada um dos imperativos é uma questão de longo prazo. Como conciliar, então, tempo e resultado? Essa é uma pergunta complicada. Mas sou muito questionada sobre isso, principalmente por pessoas que trabalham em mercados emergentes, que estão crescendo rapidamente, e nos quais não há, pelo menos em muitos deles, um número suficiente de lideranças talentosas. Sou questionada sobre como acelerar o desenvolvimento humano. Todavia, não sei qual é o mínimo de tempo para desenvolver um líder efetivo, porque desenvolvimento de liderança é um processo de autodesenvolvimento e aprendizagem a partir da experiência. A questão é desenvolver o discernimento necessário para enfrentar a complexidade e avaliar as vantagens e desvantagens de ser responsável pelo trabalho de outros. O que pode ser feito para acelerar é ajudar as pessoas a tornarem o aprendizado mais eficaz durante as próprias experiências no trabalho. Para torná-lo mais que aprendizagem à base de “tentativa e erro”, se você é chefe de alguém que está recebendo um novo desafio, você deve despender algum tempo dando feedback, trabalhando com esse profissional para ajudá-lo a refletir sobre a própria experiência e tornar explícitas as lições desse aprendizado. Como os líderes podem executar e inovar ao mesmo tempo? Atualmente, estou trabalhando nisso. Um dos pontos que observamos é que orga-
nizações inovadoras não separam execução e inovação. Eles as tratam de uma forma interligada. E todos são responsáveis pela inovação, por pensar e preparar a organização para o futuro, não apenas um grupo. Todo líder precisa pensar nos gaps de performance e de oportunidades, ou seja, nos gaps entre onde o grupo está atualmente e onde poderia estar. A forma como um líder identifica esses gaps é por meio da gestão da sua rede – construindo relacionamentos com pessoas que podem ajudá-lo a sentir o que está acontecendo ao redor dele em sua organização e no ambiente competitivo. O que vemos nessas organizações é que todos têm responsabilidade de pensar sobre “o dever e o poder”. Pensar no “poder” é pensar sobre inovação e mudança. Queremos ter certeza de que as pessoas estão despendendo tempo suficiente para os dois. Deve ser construída uma mentalidade na qual dever e poder sejam pensados em conjunto, para que haja mais chances de a equipe executar ao mesmo tempo em que inova. Essas empresas são capazes de ser mais ágeis, porque são mais confortáveis com a velocidade e, por isso, tendem a aprender mais rápido. Enfim, liderar é... O líder tem a responsabilidade de fazer sua equipe pensar sobre o futuro. Se ele não se importa em identificar e fechar os gaps de oportunidades, esses se transformarão em gaps de performance, e algum concorrente poderá tirar vantagem disso. Nesse tempo dinâmico e complexo, liderar para inovar é menos dar um direcionamento e tentar motivar as pessoas a seguirem nessa direção e mais construir uma organização disposta e capaz de inovar – uma organização com a cultura e a capacidade essencial para o momento, identificando e fechando os gaps de oportunidade. Entrevista cedida pela revista “Entre Líderes” editada pela MindQuest (www.mindquest.com.br).
Sobre Linda Hill Pós-doutora na Harvard Business School e Ph.D. em Ciências do Comportamento pela Universidade de Chicago, Linda A. Hill é professora de Administração de Empresas e diretora dos Programas de Lideranca da Harvard Business School. Ela é autora de dois livros Being the Boss: The 3 Imperatives of Becoming a Great Leader (com Kent Lineback) e Becoming a Manager: How New Managers Master the Challenges of Leadership. Linda já presidiu diversos programas de educação executiva, foi líder no desenvolvimento do MBA “Liderança e Comportamento Organizacional” e também faz parte do quadro de diretores da State Street Corporation e da Harvard Business Publishing .
Artigo POR MELINA BARCELOS
Inovação na educação corporativa: quebrando paradigmas e implementando um novo modelo de desenvolvimento de capital humano O
s últimos dez anos foram transformadores para a economia brasileira. Após passar por várias crises econômicas nas décadas anteriores, o país começou a desempenhar o papel de protagonista no cenário global e, como consequência, passou a atrair investimentos significativos para o seu crescente mercado interno. Soma-se a isso a revolução da tecnologia e das redes sociais e tem-se um panorama completamente diferente de uma década atrás, com mudanças frequentes que continuam afetando todos nós – pessoas, governos e empresas. Esse cenário em constante ebulição faz com que grande parte das organizações (dos mais variados tamanhos e negócios) não consiga se mover na mesma velocidade das transformações em curso e de suas consequências. Muitas, inclusive, sequer percebem esses problemas e seguem praticando uma política de desenvolvimento de pessoas sem sintonia com a realidade de um mercado global e cada vez mais competitivo. Nos últimos anos, a MindQuest tem conduzido projetos de educação corporativa em empresas de todo o país e tem tido a oportunidade de participar de pesquisas e projetos com seus parceiros internacionais, o que a levou a identificar seis paradigmas ainda praticados pela grande maioria das empresas brasileiras, e que precisam ser repensados dentro do novo cenário. Esse, por sinal, foi o tema da minha palestra “Inovação na Educação Corporativa: Quebrando Paradigmas e Implementando um Novo Modelo de Desenvolvimento de Capital Humano”, proferida no evento Summit Entre Líderes 2012, em São Paulo e Brasília. O primeiro paradigma que tem que ser repensado é o da seleção. De uma forma geral, as melhores oportunidades de desenvolvimento são oferecidas aos profissionais seniores e aos high potentials, já reconhecidos como tal. Muitas organizações têm abordado a questão
dos talentos de maneira altamente seletiva e como algo definitivo, independentemente do contexto, o que leva à evasão de outros profissionais importantes, mas que não foram classificados nesse seleto grupo. Outras consequências são problemas ligados à sucessão, dificuldades na gestão de desempenho e falta de engajamento e de retenção dos outros profissionais. Para aumentar a oferta de talentos e desenvolver as lideranças de forma adequada, é preciso mover-se do paradigma de seleção para o de inclusão, no qual mais pessoas possam ser desenvolvidas com qualidade. Os avanços tecnológicos nos permitem ter uma oferta mais ampla de capacitação para um número cada vez maior de pessoas, mesmo com recursos escassos. O segundo paradigma é o do evento, que me leva a pensar na metáfora da nutrição: nutrir é alimentar, de forma regular e equilibrada, ou seja, algo que se faz ao longo do tempo tendo em consideração a qualidade da entrega. As questões que eu coloco são as seguintes: Como devemos nutrir profissionais e líderes? Que oportunidades de formação estamos dando a elas? Os eventos presenciais, em diferentes formatos e duração, podem existir, na medida certa, mas é a disponibilização de um programa online que possibilita que as pessoas se atualizem de forma contínua, mesmo espalhadas por vários países. É preciso substituir a eventualidade pela constância; dessa forma, saímos de eventos isolados, que em geral alcançam um menor número de pessoas, para um programa de educação continuada, que tenha um real impacto na realidade dos profissionais e no negócio das organizações. Esse fator tem muito a ver com o terceiro paradigma: o presencial como forma ideal de integração. Uma premissa recorrente nos setores de RH das organizações é que, para integrar as pessoas, é preciso que elas estejam
reunidas fisicamente em um mesmo espaço. Mas isso não precisa funcionar somente dessa maneira. Hoje, a tecnologia nos propicia espaços virtuais, com muito mais eficácia na integração de dezenas, centenas ou até milhares de indivíduos, além de custos infinitamente menores, relacionados a tempo e logística. No universo virtual, disponível o tempo todo, surgem oportunidades de vivenciar mais a aprendizagem colaborativa: Quem são meus pares? Qual é o meu grupo? De quantos grupos eu posso participar? As possibilidades de integração no mundo online são muito maiores e mais frequentes. Já o quarto paradigma refere-se às ofertas de conteúdo online para o desenvolvimento de lideranças e espelha uma crença do RH: o conteúdo tem que ser lúdico, ou seja, tem que ser agradável, divertido. A visão não está errada, mas está limitada. Na verdade, para os líderes, o lúdico – aquilo que é divertido e prazeroso – tem a ver com a equalização entre tempo investido e qualidade do retorno sobre esse investimento. Hoje, é preciso entregar ao líder exatamente o que vai fazer a diferença para ele, visto ser alto o custo do seu tempo e da sua atenção. Uma excelente experiência de aprendizagem só ocorrerá quando for possível equilibrar esses fatores, propiciando a otimização entre tempo e aprendizagem. Por isso, em se tratando do desenvolvimento de líderes e de suas equipes, há um valor infinitamente maior na relevância e na credibilidade. Em uma época em que há uma profusão de conteúdos na internet, é fundamental “separar o joio do trigo”. Além disso, para a formação de líderes, a referência externa – de fontes reconhecidas mundialmente – é fundamental para aportar novas experiências, reflexões e questionamentos. Assim, precisamos priorizar o paradigma da relevância e da credibilidade do conteúdo e do contexto de aprendizagem na educação de adultos.
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O quinto paradigma é o do “está disponível”. Muitas organizações abordam a questão da educação corporativa apenas como a oferta de uma série de ações de desenvolvimento, presenciais ou mesmo de cursos online, como um catálogo self-service genérico, na linha “caso eu possa precisar”. Uma abordagem mais adequada é aquela em que a oferta das ações de desenvolvimento está alinhada aos desafios do negócio, de forma clara e visível. É preciso oferecer programas estruturados, específicos, contínuos e que realmente preparem as pessoas, desenvolvendo as competências necessárias para alcançar os resultados do
A quebra de todos esses paradigmas significa que é possível atingir mais pessoas, continuadamente, com melhor qualidade das ações educacionais, mais integração, maior alinhamento às necessidades da organização e com foco no resultado. E qual o nosso papel em relação a tudo isso? Como uma empresa de educação corporativa, a MindQuest investe tempo e recursos buscando formas de lidar com esses desafios junto às organizações, oferecendo soluções educacionais mais completas 10
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negócio. E eles precisam ser dinâmicos e atualizados, de maneira a acompanhar a rapidez das mudanças que hoje todas as organizações têm de enfrentar. O sexto e último paradigma é o da reação. Com frequência, após a implementação de um programa educacional, a área de RH fica muito presa a avaliações, por parte dos participantes, do tipo “gostei/não gostei” e, apenas algumas vezes, realmente avalia a aprendizagem. Apesar de estar presente no discurso a necessidade de um processo melhor de avaliação, na prática, as organizações continuam presas ao nível de reação.
e perenes, para desenvolver as lideranças e suas equipes de forma contínua. Nossa metodologia educacional vem sendo construída desde que a empresa surgiu, em 1996, e se beneficiou muito com nossos parceiros internacionais, além do próprio trabalho desenvolvido junto aos nossos clientes, com quem a MindQuest também aprende. Essa metodologia integrada – que nos permite realmente oferecer soluções de educação continuada – está baseada nos pilares: “Aprender,
Realmente não é fácil nem simples medir a aplicação e provar o impacto no negócio e o retorno sobre o investimento. Talvez não seja recomendável fazê-lo em todas as situações, considerando os custos envolvidos, mas, certamente, é possível demonstrar o retorno e a efetividade das ações de desenvolvimento, principalmente se trabalharmos o ROI não como um número, mas como um processo a ser seguido, no qual se destacam os benefícios de retenção, promoção, alcance de metas, superação da avaliação de desempenho, prontidão para mudança, entre outros indicadores de sucesso.
Praticar, Atualizar e Colaborar” e ainda, como apoio, nos ambientes “Informe-se” e “Organize-se”. Enquanto o Aprender trata de um processo mais formal e estruturado de aprendizagem, o Praticar, o Atualizar e o Colaborar permitem que a solução educacional da MindQuest permeie o dia a dia do profissional, fazendo com que ele incorpore e aplique o conhecimento no trabalho, continue se atualizando, se inspirando e renovando o conhecimento, construindo, ainda, conhecimento com seus pares.
Para entregar toda essa experiência única de aprendizagem continuada, a proposta de valor da MindQuest foi evoluindo ao longo do tempo. Hoje trabalhamos desde o Desenho do Programa, com base na metodologia educacional e nos direcionadores estratégicos do cliente, até a Gestão do Projeto, cuidando da comunidação integrada, das pesquisas, da gestão de indicadores – com metodologia de ROI –, da gestão dos incentivos, gestão e suporte aos participantes, e também da infra-estrutura tecnológica, de forma a garantir a qualidade e eficácia dos programas. Além disso, nossos Conteúdos Distintivos, de parceiros como a Harvard Business Publishing,
a Universidade de Chicago e a Skillsoft, são disponibilizados em uma rica variedade de mídias, integrando os formatos on-line e presenciais de forma única, assegurando ganho de tempo, relevância e conhecimento prático para os participantes. O Ambiente Online no qual as soluções são entregues espelha a metodologia educacional integrada, que engloba os processos de Aprender, Praticar, Atualizar, Colaborar e Inovar. A partir dos desafios próprios de cada perfil de público-alvo e da cultura da organização, o ambiente é customizado para o cliente de forma a garantir alinhamento com suas necessidades. Um novo elemento incorporado na proposta de valor é a Media-
ção de Aprendizagem, que vai muito além da simples tutoria. Fazendo uso de atividades colaborativas, estudos de casos práticos e contando com a participação de especialistas, seja no formato on-line ou no presencial, promove a mobilização dos participantes, garantindo contextualização e alinhamento à realidade do cliente. E, por fim, a Produção de Conhecimento com o Cliente permite uma estreita colaboração com as empresas, a partir do trabalho de uma equipe altamente capacitada de jornalistas especializados, que desenvolvem conteúdos customizados em formatos digitais e impressos, específicos às necessidades do programa.
Esse know-how em educação corporativa, desenvolvido ao longo dos anos, nos ajudou a enxergar os seis paradigmas de forma diferente, possibilitando à MindQuest elaborar uma proposta de valor única dentro do universo da educação corporativa brasileira. *Diretora de Produto e Inovação da MindQuest Artigo cedido pela revista “Entre Líderes” editada pela MindQuest (www.mindquest.com.br).
Gestão Cooperativa Artigo setembro / outubro 2012
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Artigo POR Ênio Meinen
Aglutinações entre cooperativas: uma salutar e tempestiva alternativa D
ecorrência do processo de internacionalização da economia e do acirramento da concorrência interna, o mercado financeiro nacional já há algum tempo vem colocando em prática a fórmula do crescimento por aquisições, ao lado da expansão orgânica. A iniciativa, como se sabe, em termos mais globais, visa ao fortalecimento das instituições para o concurso – ou mesmo a simples sobrevivência – em cenário de altíssima competição. Os efeitos – sendo alguns imediatos e outros mediatos – mais visíveis dos processos de incorporações são a redução de custos, pela diminuição do corpo diretivo/de comando e também das estruturas de retaguarda, e o ganho de escala, representado pelo fortalecimento dos limites técnicos e pela ampliação do número e valor das operações. Assim, os preços das soluções podem ser ajustados, melhorando as condições comerciais. Em resumo, significa aumento de produtividade, segundo a consagrada fórmula de Taylor: E=P/H. No cooperativismo de crédito, diferente não é. O setor está inserido nesse contexto, e de acordo com ele há que se conduzir, mesmo porque à sua volta estão concorrentes de peso. As entidades cooperativas precisam, portanto, seguir os passos de entidades coirmãs da Europa (Alemanha, Holanda, França, entre outros países) e da América do Norte (EUA e, especialmente, Canadá) e também dos concorrentes domésticos, que compõem o sistema bancário convencional. A propósito destes, as incorporações contribuíram fortemente para uma considerável e preocupante concentração de mercado. Os cinco maiores bancos do país já respondem por: cerca de 80% dos depósitos, empréstimos e ativos do sistema financeiro nacional (dados de 30-6-12). Apesar da inquestionável procedência técnica da solução das incorporações, há no 12
Gestão Cooperativa Artigo setembro / outubro 2012
ambiente cooperativo alguns obstáculos que impedem uma maior vazão desse movimento, situados fora do plano institucional/organizacional. O desafio mais difícil, parece, é superar o apego aos interesses pessoais. Na hora “H”, quando se vai falar, por exemplo, sobre quem irá presidir ou ocupar as vagas nos conselhos e na diretoria e compor os principais cargos executivos da nova entidade, as objeções e dificuldades imediatamente se manifestam. Normal! Sabe-se que não é nada fácil abrir mão do status de dirigente, ou mesmo gerente, de uma instituição financeira, mormente em pequenas comunidades. A perda dessa condição equivale a “renunciar” aos inúmeros convites para participar, como líderes e homenageados, de eventos socioesportivo-culturais, ou de frequentar clubes e outros fóruns com forte apelo popular ou social. É isso que, normalmente, faz com que a iniciativa fique apenas no plano do “discurso”, lembrando que é raro alguém, de princípio, manifestar-se contra tal providência. Contudo, a bem de propósitos mais nobres, é preciso vencer os empecilhos de ordem não-institucional e negociar prerrogativas individuais, não convergentes com os interesses dos associados. Partir para a ação é o que se espera. Nesse sentido, até mesmo o BACEN vem empreendendo medidas de incentivo, entre elas a permissão para a convivência de associados de diferentes origens econômico-profissionais. Com as uniões, de um lado, há sensível redução de despesas pela diminuição do
”Dirigir uma organização não é vê-la como ela é, mas como ela será.” (John W.Teets) número de conselheiros de administração e fiscais; de diretores, de contadores e de outros profissionais de retaguarda, além da economia com custos de observância (supervisão interna e externa – Bacen, auditoria independente, controles internos...), e, de outro, agregam-se solidez e credibilidade ao empreendimento, sem contar os ganhos em negócios pela realocação de colaboradores para a linha de frente. Os dirigentes e gerentes que remanescem, normalmente os mais produtivos, conseguem transmitir suas estratégias vitoriosas aos novos colegas. Com um patrimônio mais substantivo, e limites operacionais mais generosos, as entidades conseguem captar mais recursos, inclusive de terceiros (bancos), emprestar mais e em maior volume e assim atender a um contingente mais representativo de associados, inclusive atraindo novos cooperados. Ao administrarem um volume mais significativo de recursos, isso combinado com a redução dos gastos com pessoal (o que diminui os custos fixos da entidade), as cooperativas conseguem operar com preços e tarifas menores nas suas soluções de crédito e de prestação de serviços, além de poderem remunerar melhor os investidores. Pode até ocorrer que, num primeiro momento (transitoriamente) – considerando a circunstância de as cooperativas menores ostentarem melhor desempenho nos índices de
eficiência –, os custos fixos, inclusive quando comparados aos ativos, se elevem um pouco. O acréscimo temporário justifica-se também pelo fato de o processo de transformação/ reorganização, em si, reclamar, ocasionalmente, investimentos/gastos mais expressivos. Importante, ainda, aduzir que a reunião de forças não significa solução de continuidade no atendimento às comunidades, pois haverá simples mudança de status nas dependências (de sede para “agência”). Isso é hoje possível porque as cooperativas, no geral, já adotam apresentação visual e marca padronizadas. Para os associados, portanto, não há qualquer diferença sob esse ângulo. Além disso, com a prevalência do estilo de trabalho dos profissionais mais preparados e comprometidos, costuma melhorar em muito a qualidade da prestação de serviços aos associados e clientes. Essa nova filosofia de trabalho, mais empreendedora, combinada com a estrutura patrimonial mais densa, também faz com que se ampliem rapidamente os pontos de atendimento, explorando-se em maior dimensão a área de atuação estatutária, com o que mais pessoas e mais comunidades farão parte da cooperativa. Além disso, mais empregos serão criados. Para conferir o êxito da associação de empreendimentos, basta comparar os números do “depois” (cooperativas unidas pela incorporação) e do “antes” (cooperativas atuando isoladamente). Muitos são os exemplos de iniciativas bem sucedidas. E, ainda que haja situações, remotas, em que a melhora não tenha sido tão representativa, é preciso ponderar sobre como se encontrariam essas entidades se mantivessem o caminho da singularidade/individualidade. Por certo, em muitos casos, o quadro seria de grande ou mesmo irreversível adversidade. O ideal, para uma aglutinação harmônica, é que as tratativas e negociações se estabeleçam, enquanto as cooperativas estiverem numa situação “normal”/equivalente (como
no casamento: quando os pretendentes são jovens, bonitos e sadios, a união é desejada, tranquila, descontraída, equilibrada...). É sempre traumático o processo de aglutinação entre uma cooperativa “sadia” e outra que esteja em situação de desiquilíbrio econômico-financeiro. Esta, invariavelmente, fica em posição de inferioridade, tendo que se submeter às condições da cooperativa incorporadora. O papel das centrais, aqui, é fundamental, cumprindo monitorar as filiadas de perto, antevendo a “curva descendente” e tomando medidas preventivas para evitar a descontinuidade dos empreendimentos. Muito mais que uma necessidade, as uniões devem ser vistas como uma oportunidade de fortalecimento das cooperativas envolvidas. Os receios relacionados à dispensa de pessoas devem ser deixados de lado, pois os bons profissionais têm cadeira cativa, especialmente considerando que o setor deverá manter forte ritmo de crescimento por muito tempo. Da mesma forma, a preocupação com o tamanho excessivo das cooperativas, que sugeriria distanciamento dos sócios, é algo que não se justifica. Para manter a proximidade com os associados, basta estruturar mecanismo de nucleação do quadro social e instituir o modelo de assembleia por delegados. Adicionalmente, com a adequada representação das comunidades no conselho de administração da cooperativa, deve-se buscar um maior ativismo para os conselheiros, de modo que atuem mais intensivamente nas suas áreas de origem. É muito provável que o relacionamento com os cooperados melhore nesses termos. O que vale para as cooperativas de crédito singulares, em boa medida, aplica-se também às cooperativas centrais. Com efeito, há inúmeras razões a justificarem a redução da quantidade de entidades de segundo piso atualmente existentes, de um lado pela desnecessidade de estruturas duplicadas num mesmo estado ou numa mesma região, e, de outro, pela incapacidade de pequenas centrais
darem as respostas pretendidas pelas cooperativas nelas representadas. Aliás, a melhor motivação para as cooperativas singulares intensificarem as unificações seria o exemplo a ser dado pelas respectivas centrais. Nesse âmbito, há de se louvar recente decisão pela unificação – já concretizada – das cooperativas centrais do Paraná e de São Paulo, ligadas ao Sistema Sicredi. Já numa perspectiva intersistêmica, a medida pode/deve, no futuro – em 5, 10 ou 15 anos... –, alcançar as confederações, os bancos cooperativos e as empresas especializadas a serviço dos sistemas! Nesse âmbito, por sinal, a unificação ou associação, ainda que parcial, promoveria ganhos de escala consideráveis. Tomando-se como exemplo os investimentos em tecnologia de cada sistema, tem-se que são gastos, no total, cerca de R$ 500 milhões anuais. Se esse valor fosse aplicado em uma única base de dados, poder-se-ia, em poucos anos, construir uma das melhores tecnologias do país. Aqui, as dificuldades de avanço e os desafios a serem superados serão os mesmos que atualmente dificultam o progresso mais acelerado em sede de cooperativas singulares. Contudo, considerando que para o conjunto dos associados a medida é mais do que óbvia, e seria muito bem-vinda, o tema precisa ficar ativo na agenda estratégica do setor. Por fim, como argumento de reforço a atitudes mais efetivas nesse particular, há de se invocar o 6º princípio universal do cooperativismo, que proclama a intercooperação ou a cooperação entre cooperativas.
* Ênio Meinen, advogado; pós-graduado em direito e em gestão estratégica de pessoas; autor de vários livros sobre cooperativismo de crédito – área na qual atua há 29 anos -, entre eles “O cooperativismo de crédito ontem, hoje e amanhã”. Atualmente, é diretor de operações do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob).
Cooperativo
A revista Gestão Cooperativa apoia esta ideia Gestão Cooperativa Artigo setembro / outubro 2012
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Especial
Auditoria da Cnac fortalece cooperativismo de crédito brasileiro
POR Rafael Fritsch Walendorff FOTOS DIVULGAÇÃO
Cnac
incrementa gestão sustentável das cooperativas de crédito brasileiras
Diretoria e conselho de administração da Cnac
M
aior transparência nas contas e mais segurança aos associados. São esses os benefícios garantidos pela Confederação Nacional de Auditoria Cooperativa (Cnac) às cooperativas de crédito brasileiras. A entidade, que completa cinco anos de atividades no mercado nesse mês de outubro, audita grande parte das instituições do ramo e já atinge cerca de 60% do total de cooperados no país. São 3,6 milhões de pessoas atendidas pelo serviço que dá ainda mais credibilidade e força para o cooperativismo crescer com qualidade e sustentabilidade no Brasil. A Cnac emite uma média de 440 relatórios sobre demonstrações contábeis das cooperativas singulares por ano. Informações da entidade comparadas com os dados disponibilizados pela Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) e o Banco Central (BC) comprovam a grandiosidade da entidade. Em volume, os serviços alcançam 63% das operações de crédito e 42% dos ativos totais das 1312 cooperativas de crédito brasileiras. O incremento é notável. A Cnac atua com vistas a qualificar o aumento da participação do cooperativismo de crédito em relação ao Sistema Financeiro Nacional. E isso se dá por meio de situações voltadas para a melhoria da eficiência, aumento da base de cooperados, melhoria de produtos e serviços, consolida-
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Gestão Cooperativa Especial setembro / outubro 2012
ção de cooperativas por meio de aglutinação em determinadas regiões e criação de mecanismos de proteção e desenvolvimento independentes, mais amplos e abrangentes. “Uma entidade de auditoria forte que traga um aumento da segurança, redução da assimetria das informações contábeis e aumento da transparência para os sistemas e cooperados e outras partes interessadas passa ser essencial e estratégico”, garante o presidente da entidade, José Luis Barreto Alves. Segundo ele, credibilidade e confiança são as palavras chaves para o desenvolvimento do cooperativismo de crédito e é justamente isso que a Cnac oferece. “Uma cooperativa de crédito vive essencialmente disso. Ter uma entidade de auditoria que possa adicionar valor nos seus negócios e contribuir para estes objetivos, principalmente na relação entre a cooperativa e o cooperado, abre possibilidades de avanços na composição patrimonial e de disponibilização de produtos e serviços que podem sustentar e fortalecer o crescimento adequado e estruturado de uma cooperativa de crédito no longo prazo”, conclui. Os números demonstram a importância da entidade. Só em 2011, a Cnac realizou auditoria em 65% das 100 maiores cooperativas de crédito no Brasil. O objetivo é auditar 100%. “Não tenho dúvidas que a Cnac representa e
provoca mudanças significativas no cooperativismo de crédito. Estamos trabalhando para aumentar o número de cooperativas auditadas e para tanto, ainda deve ser vencida a barreira do convencimento, onde o benefício de uma auditoria bem realizada é bem maior que seu custo”, argumenta. Além de cooperativas, gestores e cooperados, usuários externos do sistema cooperativista, como bancos, fundos garantidores e centrais são atendidos pela Cnac. O Banco Central do Brasil é um desses clientes. Segundo o diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania, Luiz Edson Feltrin, o BC está atento para atuação da confederação, a qualidade dos trabalhos e a efetividade do seu papel no sistema cooperativo. Para ele, a volatilidade dos mercados demanda maior transparência e confiabilidade nas informações prestadas pelas instituições financeiras, e isso só é alcançado por meio de auditorias e supervisão de qualidade. “Ao constituir a Cnac, o sistema cooperativo sinalizou o seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, contribuindo para a constituição de um ambiente de maior confiança para o segmento no mercado financeiro, o que vem ao encontro de outras iniciativas, levadas a cabo por agentes públicos e privados para o crescimento do cooperativismo no Brasil”, salienta.
No mundo capitalista, os lemas empresariais giram cada vez mais em torno de evitar perdas econômicas com um trabalho confiável e transparente. Para crescer de forma sustentável e expandir o alcance no país, o cooperativismo necessitava, até bem pouco, de mecanismos já usados em outros segmentos para incrementar a gestão financeira. A criação e atuação da Cnac, no entanto, já permite vislumbrar um cenário diferente e bem mais próspero para o crescimento do setor de crédito cooperativista. Com quadros técnicos profissionalizados e compromissados, a entidade se apresenta como um dos agentes de grande relevância para a consolidação do cooperativismo de crédito como importante promotor de crescimento econômico e de educação e inclusão financeiras da população brasileira. Por ser um serviço de auditoria externa, constituído dentro do próprio ambiente cooperativo e voltado especificamente para o segmento em todo o território nacional, possibilita melhor conhecer as especificidades, diversidades e fragilidades do setor, ter um corpo técnico especializado, com conhecimento mais aprofundado da legislação e regulamentação aplicáveis e experiência no setor, o que acaba
refletindo-se na possibilidade de realizar o trabalho de auditoria com maior qualidade. Essa é uma questão primordial e de essencial importância para o fortalecimento do cooperativismo de crédito no país, segundo o gerente do Ramo Crédito da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Sílvio Giusti. “A Cnac é entidade com o mais elevado conhecimento do segmento. Consegue fazer análises com maior segurança, qualidade e confiabilidade. Isso potencializa a credibilidade das informações contábeis e patrimoniais, e credibilidade é a palavra, a moeda que rege qualquer mercado financeiro no Brasil e no mundo”, esclarece. Giusti acredita também que o serviço de auditoria externa realizado pela Cnac favorece a racionalização das estruturas das cooperativas de crédito brasileiras, tendência cada vez mais forte e decisiva para o crescimento desse ramo. “A Cnac pode ser o grande pilar, a sustentação para os próximos movimentos em médio prazo das cooperativas, que tendem a se incorporar, buscar redução de custos. O olhar qualificado e a confiança transmitida pela entidade são importantíssimos para isso, para fortalecer o cooperativismo como um todo”, conclui.
Cooperativas centrais e singulares ganham mais credibilidade Se as cooperativas de crédito buscam transmitir confiança e competência aos seus associados, é exatamente a essas características que elas atribuem o contato com a Cnac. As principais instituições do segmento no país são filiadas à confederação de auditoria e já creditam aos serviços prestados com confiabilidade e credibilidade pela entidade grande parte do crescimento e da tranquilidade em trabalhar atualmente. É o que garante, por exemplo, o presidente do Sicoob Espírito Santo, Bento Venturim. A instituição é associada e tem as sete cooperativas vinculadas a ela no Estado auditas pela Cnac. “Ser associado à Cnac ajuda o Sicoob a manter o seu ritmo de crescimento, pois a auditoria é um instrumento eficaz para apontar os rumos que devem ser seguidos. O Sicoob Espírito Santo se orgulha de fazer parte de entidades que contribuem para o sólido desenvolvimento do sistema cooperativo de crédito. Participar da Cnac é acreditar que a confederação está comprometida com a missão e os valores do cooperativismo”, elucida. Venturim afirma que a auditoria realizada pela Cnac estabelece uma vigilância permanente que faz com que as pessoas tenham maior zelo no cumprimento das normas. “As auditorias
aumentam a credibilidade das demonstrações contábeis das cooperativas de crédito, o que alavanca os negócios e o relacionamento com os cooperados, o mercado, os órgãos supervisores, os funcionários e a sociedade”, ressalta. Auditada pela Cnac desde 2008, o Sicredi Pioneira, de Nova Petrópolis-RS, já sente os efeitos positivos do serviço. Além da certeza de trabalhar de acordo com a lei, com ética e profissionalismo, a cooperativa implementa as melhores e mais transparentes práticas contábeis, impulsionando o crescimento geral e a confiança do associado. “Entendemos que muitas vezes o sucesso de uma instituição passa por uma boa auditoria e permanente controle, não somente interno, mas especialmente externo, como no caso da Cnac”, afirma o vice-presidente, Mário José Konzen. Para ele, a auditoria externa ainda avaliza o trabalho dos conselheiros e permite prospectar mais avanços. “Mostra para os gestores, conselheiros de administração e fiscal oportunidades de melhorias em seus fluxos, procedimentos, políticas e normativos. Para o Conselho Fiscal é de suma importância, pois além de qualificar e facilitar sua atuação oferece indicativos de segurança para sua posição perante o quadro associativo”, explica. Gestão Cooperativa Especial setembro / outubro 2012
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Lideranças destacam importância da Cnac Manfred Alfonso Dasenbrock, presidente do Sicredi “A Confederação Nacional de Auditoria Cooperativa, ao longo desses cinco anos de existência, vem evidenciando seu crescimento pautado na responsabilidade, esforços contínuos no permanente aprimoramento e na forma de execução dos serviços distribuídos em sua sede e escritórios regionais instalados em pontos estratégicos mais próximos das cooperativas de crédito. Parabenizamos a entidade e desejamos que o crescimento seja duradouro e que continue assegurando e validando o desenvolvimento das cooperativas de crédito, pois novos desafios surgirão como exemplo o Fundo Garantidor Único para as Cooperativas de Crédito do Brasil e a especialidade e experiência dessa entidade muito irá contribuir para consolidação dessa iniciativa do Banco Central do Brasil”.
Bento Venturim, presidente do Sicoob Espírito Santo “Por ser especializada em realizar auditorias em cooperativas de crédito, a Cnac contribui significativamente para a qualificação e a profissionalização dessas instituições. O elevado profissionalismo da Confederação, assim como a isenção e a independência da diretoria da entidade para realizar o controle de qualidade das cooperativas, proporcionam a transparência da gestão. O trabalho da Cnac também contribui para a adoção de boas práticas de governança corporativa, resultando na continuidade do sistema cooperativo”.
Luiz Edson Feltrin, diretor de Relacionamento Institucional e Cidadania do Banco Central do Brasil “Por ser um serviço de auditoria externa, constituído dentro do próprio ambiente cooperativo e voltado especificamente para o segmento em todo o território nacional, possibilita melhor conhecer as especificidades, diversidades e fragilidades do setor, ter um corpo técnico especializado, com conhecimento mais aprofundado da legislação e regulamentação aplicáveis e experiência no setor, o que acaba refletindo-se na possibilidade de realizar o trabalho de auditoria com maior qualidade”.
Márcio Lopes de Freitas, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) “O trabalho realizado pela Cnac proporciona ao cooperativismo de crédito um ambiente seguro para sua atuação, a partir da realização de uma auditoria externa que confere credibilidade à cooperativa, reforçando a sua gestão transparente e sólida. Trata-se de um processo determinante para o crescimento do setor no mercado financeiro nacional. E não haveria instituição melhor para desempenhar esse papel, afinal, estamos falando de uma organização especializada no segmento, atenta às particularidades da prática cooperativista. Além disso, a ideia é que, a partir da homogeneização dos procedimentos de auditoria, os sistemas de crédito cooperativo possam investir, a médio prazo, em soluções compartilhadas”.
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COMUNICAÇÃO
especializado em COOPERATIVISMO
Histórico e área de atuação O início das atividades da Cnac, em outubro de 2007, representou um passo de extrema relevância para o desenvolvimento futuro do cooperativismo de crédito no Brasil. Pela primeira vez, os principais sistemas organizados desse ramo se uniram para criar uma entidade de terceiro grau que garantisse, por meio da auditoria, ainda mais transparência das cooperativas. Com serviço qualificado, passou a ser um alicerce para tomadas de decisão das lideranças e gestores em ações que objetivem otimizar recursos, propiciar aumento de escala, bem como decisões em processos de aglutinações e melhorias em eficiência. Em cinco anos, a entidade cresceu e já conta com 66 profissionais dedicados de forma exclusiva ao cooperativismo de crédito, distribuídos em três escritórios regionais nas cidades de São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte, além de equipes avançadas nas cidades de Curitiba, Salvador, Campo Grande e Cuiabá.
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Gestão Cooperativa Especial setembro / outubro 2012
Gestão Cooperativa Especial setembro / outubro 2012
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Gestão
PREMIAÇÃO POR CATEGORIA
POR Maiana neves FOTOS Cláudio Andrade
Eficiência de Processos
Programa Mais premia funcionários do Bancoob
Colocação
1º Lugar da Categoria Eficiência de Processos
18
Fernando Bastos Monteiro Yago Werner de Souza Ancelmo Monteiro
Bancoob
Bruno Dutra Garreto 2º
Noélio Alves Thiago Oliveira
Cabal
3º
Wescley Alves de Souto
Cabal
Satisfação do Cliente Nome
Colocação 1º
Empresa
Júnio Marciel de Oliveira Rodrigues Mailson Marques Caetano da Silva
Cabal
Bruno Dutra Garreto 2º
Funcionários e diretoria do Bancoob se reuniram para premiação
Noélio Alves Thiago Oliveira Selma Karina Lopes Cordeiro
Bancoob
Livia Cristina Dias de Carvalho
Cabal
3º
dia a dia e este evento é a celebração das pessoas que venceram fazendo algo a mais em equipe”, enfatizou Zuldene Guimarães. Participaram do prêmio funcionários e estagiários do Bancoob, da Bancoob DTVM e da Cabal Brasil. Esta edição envolveu 21 áreas e contou com 74 participantes e 48 ações inscritas. Nas categorias normais, os prêmios chegaram a R$ 3 mil reais e nas categorias especiais, R$ 500 reais. Os primeiros colocados de cada categoria ainda concorreram a uma viagem com acompanhante para Santiago, no Chile. O contemplado com a viagem foi Tiago Figueiredo, primeiro colocado na Categoria Redução de Riscos. “Nossa ação, denominada “Conjuntura Mensal do Agronegócio, Crédito e Sistema Financeiro” visa subsidiar a área de crédito e área de riscos do Bancoob. Nosso trabalho veio como pano de fundo para as demais áreas. Essas informações
1º Lugar da Categoria Redução de Riscos
Gestão Cooperativa Gestão setembro / outubro 2012
Empresa
Camila Daniela Lima de Souza Gomes 1º
C
om o objetivo de reconhecer e valorizar o trabalho dos funcionários, o Bancoob realizou, no dia 27 de setembro, mais uma edição do Programa Mais que premia ações e projetos que incentivam o pensamento criativo e buscam o desenvolvimento da instituição. “Esse é o maior momento que nós temos de confraternização no ambiente do dia a dia. A ideia do Programa Mais é criar um ambiente que seja aberto para as pessoas pensarem e manifestarem suas ideias. Mais importante que o prêmio em si é criar um ambiente que favoreça os funcionários para que eles possam sempre melhorar aquilo que fazem”, afirmou o diretor-presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada. A cerimônia de entrega do prêmio Programa Mais foi bastante divertida e contou com a presença ilustre do sósia do Pelé, Nicanor Ribeiro, que deixou uma mensagem muito positiva ao público. O programa reconhece ações desenvolvidas nas categorias Satisfação do Cliente, Satisfação do Funcionário, Eficiência de Processos, Redução de Riscos, Sustentabilidade e Resultado Financeiro. As ações também são avaliadas em premiações destaque, nas categorias Prêmio Inovação, Prêmio Sinergia e Prêmio Revelação. Para a gerente de Gestão de Pessoas do Bancoob, Zuldene Guimarães, o prêmio é importante, pois reconhece os funcionários que apresentaram resultados para a instituição e clientes. “O objetivo é reconhecer e recompensar as pessoas que fizeram ações que superaram as expectativas do Banco, trazendo redução de custos, aumento de receitas, satisfação dos clientes e melhorando a produtividade dos processos de trabalho. Hoje nós temos um programa que pode reconhecer as pessoas pelo que elas fazem no
Nome
1º Lugar da Categoria Resultado Financeiro
são relevantes para a classificação de riscos dos nossos tomadores. Como foi uma ação efetiva, que contribuiu para a redução de riscos do nosso Banco, fomos premiados em primeiro lugar. Ganhar a passagem para Santiago foi maravilhoso e me incentivou a continuar desenvolvendo um bom trabalho”, afirmou Tiago Figueiredo. Ayla Santos, funcionária da Cabal, foi premiada em diferentes categorias. Segundo ela, participar do prêmio foi muito gratificante. “O projeto que ganhamos em primeiro lugar na Categoria Satisfação do Funcionário foi o “Integrar Cabal” que renovou a nossa festa de aniversariantes do mês, que sempre existiu na Cabal, mas nós colocamos uma nova cara para essas comemorações. O Programa Mais nos incentiva a fazer projetos diferentes e melhores e quando somos reconhecidos por isso é melhor ainda, pois nos estimula a crescer e a desenvolver a empresa”, disse Ayla Santos.
1º Lugar da Categoria Satisfação do Cliente
Cabal
Satisfação do Funcionário Prêmio Inovação: 1. Rodrigo Paulino e André Ricardo
Colocação 1º
(Bancoob)
2. Rodrigo Guimarães (Bancoob) Prêmio Sinergia: 1. Itamar Chaves Cardoso Filho, Selma Karina Lopes Cordeiro, Bruno Rafael Carvalho de Morais, Celso Massao Takafuji, Elton Rubens Gomes dos Santos, Paulo Vinicius Barbosa Ribeiro da Costa (Bancoob e Cabal)
2º
3º
Nome Ayla Rosadine de Freitas Gil Santos
Pâmela Marra dos Anjos Ayla Rosadine de Freitas Gil Santos
Claudio José Rocha Fonseca Ayla Rosadine de Freitas Gil Santos
Claudio José Rocha Fonseca
Empresa Cabal
1º
Nome Brenda Rochelly Macedo dos Santos
Colocação
Cabal 1º Cabal
Sustentabilidade Colocação
Redução de Riscos Nome
Empresa
Juliana Cristina Costa Diniz EvangelistaRodrigo Marques Santana Tiago Figueiredo
Bancoob
2º
Bruno da Silva Perez Araujo
Cabal
3º
Anderson Oliveira dos Santos
Cabal
Empresa Bancoob
Resultado Financeiro
Ayla Rosadine de Freitas Gil Santos
Prêmio Revelação: 1. Dayse Castro Alves (Bancoob) 2. Anderson Oliveira dos Santos (Cabal)
1º Lugar da Categoria Satisfação do Funcionário
1º Lugar da Categoria Sustentabilidade
2º
3º
Claudio José Rocha Fonseca Pâmela Marra dos Anjos Yarla Queiroz Carneiro Verônica de Castro Oliveira
Prêmio Inovação
Cabal
Colocação
Nome
Empresa
Aline Thaynnara Sales Souto
1º
Deyse Castro Alves
Bancoob
Prêmio Revelação
Bancoob
Prêmio Sinergia
Gestão Cooperativa Gestão setembro / outubro 2012
19
na Web
Acontece Espaço para cobertura de eventos que envolvam a cultura, o esporte, além de seminários, congressos, entre outros, promovidos por instituições ligadas ao cooperativismo. O programa mostra como gerar empregos, renda e oportunidades. As cooperativas também levam conhecimento, preservam a cultura e promovem o esporte nas comunidades onde atuam.
POR Ramon Paiva
Novo meio de comunicação foca o cooperativismo www.canalcooperativo.com.br
O
Cooperativismo brasileiro ganhou um importante veículo de comunicação no Ano Internacional das Cooperativas. O Canal Cooperativo exibe reportagens sobre o setor e atividades alinhadas com os valores do cooperativismo, como a economia solidária. O projeto é tão inovador quanto arrojado. Veiculado pela internet, o Canal Cooperativo alia a interatividade ao formato dos canais de televisão e, assim,
une o que existe de mais bem sucedido na era da informação. Com a transmissão feita pela internet, o Canal Cooperativo proporciona ao telespectador/internauta a possibilidade de acessar os programas quando e quantas vezes quiser. A página principal exibe um play list que transmite os programas na sequência; ao se clicar na opção programas, o navegante acessa todas as
produções do novo veículo de comunicação e escolhe aquele que quer ver naquele momento. As reportagens versam sobre a importância das cooperativas e o trabalho delas em relação aos vários ramos existentes. A programação busca ser abrangente e mostra, em diferentes formatos, todas as ações ligadas ao cooperativismo, ao agronegócio, à agricultura familiar, à economia solidária.
Repórter Abelha Programa apresentado por diversas pessoas, de várias partes do país. Com este formato, o Repórter Abelha mostra a diversidade, a abrangência e o poder de atuação do cooperativismo em todo o país.
Programas do Canal Cooperativo unem tecnologia e qualidade na informação Mundo Cooperativo
A grade de programação ainda está em expansão, mas os programas já transmitidos conseguem mostrar a robustez do cooperativismo e como ele transforma a vida de milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Acompanhe no site www.canalcooperativo.com.br
Cooperativas que se destacam no Sistema Cooperativista estão sempre em evidência no Mundo Cooperativo. O espaço exibe reportagens sobre ações desenvolvidas por uma ou várias cooperativas e aborda as relações das entidades com a comunidade onde estão inseridas e outras instituições com que tenham relacionamento. Exibe projetos que afetam direta e indiretamente a sociedade e a região aonde as cooperativas atuam, além de evidenciar como o cooperativismo influencia o desenvolvimento socioeconômico da região.
Conversa com Lydia Costa O programa, ancorado pela editora executiva da revista Gestão Cooperativa, traz especialistas, políticos e lideranças do cooperativismo e setores ligados ao universo das cooperativas. As entrevistas, sempre feitas com objetividade e foco, trazem os pontos de vista e importantes revelações de quem faz a diferença no meio cooperativo.
Tribuna Rural A versão televisiva e interativa do importante jornal impresso que circula na região do Distrito Federal e do Entorno do DF traz notícias e reportagens ligadas ao setor agropecuário. É mostrado o conteúdo do Jornal sobre política, mercado, economia, meio ambiente, eventos, festas, música e lazer do meio rural.
Momento do Cooperativismo Matérias rápidas com informações e conceitos sobre a doutrina cooperativista. Os flashes são veiculados ao longo da programação do canal.
Vitrine Neste programa, o telespectador/internauta pode assistir a reportagens com cooperativas que possuam destaque na gestão, desempenho econômico e social, atividades e projetos que são exemplos. O Programa mostra um perfil da cooperativa e a trajetória que percorreu para concretizar projetos.
Canal de Notícias Programa diário que traz notícias sobre o que acontece no Brasil e no mundo. Com dinamismo e tecnologia, o Canal Cooperativo é um veículo independente e busca, por meio de inserção de publicidade nos programas, os recursos necessários para levar um trabalho de qualidade. A independência é mais um desafio e, ao mesmo tempo, uma virtude e uma necessidade, pois só com ela é possível haver a isenção necessária para se ter programas de qualidade, tanto em conteúdo, quanto em formato.
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Gestão Cooperativa na Web setembro / outubro 2012
Publicidade e interatividade Com uma plataforma inovadora, ao aliar a TV e a internet, o Canal Cooperativo também oferece a oportunidade para cooperativas, e quem mais desejar, veicular propagandas durante a programação. Com isso, as cooperativas ganham mais uma importante oportunidade de se fazerem conhecer, não só para as localidades aonde atuam, mas mesmo para o todo o Brasil. Valendo-se da internet o mundo todo está ao alcance.
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Destaque
ideia foi levada ao Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg)/Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo de Minas Gerais (Sescoop-MG) que, de imediato, aprovou o projeto. Com isso, nossa cidade deu um grande passo para promover a conscientização sobre o cooperativismo e seus esforços para fortalecer as comunidades, a democracia e a paz”, acrescentou o dirigente. A integração das cooperativas foi realizada em julho, com a comemoração do Dia Internacional do Cooperativismo, num evento de trekking (esporte constituído de provas onde se devem percorrer trilhas preestabelecidas em planilhas).
POR Aline Rechmann FOTOS dIVULGAÇÃO, bebeto Guimarães
Cooperativismo em João Monlevade Cooperativas se unem para promover ações que constroem um mundo melhor
E
m agosto de 1817, o engenheiro francês Jean-Antoine Félix Dissandes de Monlevade chegou a uma área com densa mata fechada, no centro-leste de Minas Gerais, comandando um estudo mineralógico e geológico do solo do lugar. Essa pesquisa resultou na descoberta de vastas forjas propícias para a produção de ferro. Este é um breve resumo da história dos primórdios da cidade mineira, hoje conhecida como João Monlevade, em homenagem a um
de seus primeiros desbravadores. E a história da cidade nos leva ao foco dessa reportagem: as cooperativas. Em 2011, a população do município foi estimada pelo IBGE em 74 141 habitantes, sendo que, em 2010, era o 47º município mais populoso de Minas Gerais e o segundo de sua microrregião. Atualmente, de sua população total, quase 10 mil pessoas são associadas às cooperativas locais. Segundo o IBGE, nas
cidades onde há cooperativas o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é sempre maior. Confirmando o exposto pelo IBGE, em João Monlevade o IDH é de 0,807, considerado elevado, se comparado ao restante do país. A história das cooperativas se confunde com a própria história da cidade, devido ao fato de sua primeira cooperativa ter sido fundada por operários da empresa que deu origem à cidade.
Ações conjuntas em prol da comunidade As cinco cooperativas de João Monlevade se uniram, no Ano Internacional das Cooperativas, para promover uma grande ação em prol da comunidade, em continuação a um projeto iniciado em 2011. A ideia de que diversas instituições realizem ações de cidadania de forma isolada, e por muitas vezes não conseguem atingir à demanda da população, não obtendo o êxito desejado, foi o que uniu as cooperativas da cidade. Copremon, Coopertramon,
Credibelgo, Sicoob Credimepi, Unimed João Monlevade e seus parceiros perceberam que, atuando coletivamente, podiam potencializar os resultados obtidos nos projetos que se propõem a realizar, formando uma rede sólida capaz de ações transformadoras. No Dia de Cooperar 2011 (Dia C) - que tem o objetivo de promover e estimular a integração das ações voluntárias num grande movimento da solidariedade cooperativista - foram feitas doações de livros às escolas
municipais participantes do Programa Educação Cooperativista. Em 2012, as cooperativas realizaram ações que visam a atender os princípios cooperativistas: educação, formação e informação; intercooperação; e o compromisso com a comunidade. O diretor presidente da Credibelgo, José Geraldo de Souza, em avaliação à união das cooperativas de diferentes ramos, ressaltou que a ideia surgiu através do prefeito municipal, Gustavo Prandini. “Esta
Cursinho Pré-Enem para cooperados ou filhos de cooperados, doação de roupas, cobertores e fraldas são algumas das ações promovidas pelas cooperativas
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Gestão Cooperativa Destaque setembro / outubro 2012
Foi realizada, ainda, uma palestra dedicada ao cooperativismo com o foco - “O Cooperativismo” - voltado aos cooperados e colaboradores das Cooperativas da cidade. Através de um Concurso de Redação, as quatro escolas da cidade, inseridas no Programa "Educar para Cooperar, Cooperar para Crescer, Crescer para Ser", idealizado pelo Sistema Ocemg/Sescoop-MG, difundiram as ideias do cooperativismo entre alunos do 4º e do 5º ano do ensino fundamental. O concurso teve como objetivo conscientizar e estimular os alunos a praticarem os princípios e valores do cooperativismo no dia-a-dia e premiou os autores das três melhores redações. O
investimento contínuo na educação é um dos pontos defendidos pelo diretor-presidente do Sicoob Credimepi, Jacson Guerra Araújo: “O projeto do ‘Dia C’, em nossa cidade, não poderia ter um foco melhor do que o apoio às escolas que incluíram o cooperativismo em suas grades escolares”. A união das cooperativas promoveu também diversas ações sociais, como a 8ª Campanha do Agasalho, que arrecadou mais de três mil quilos de doações; a Campanha Solidária de doação de fraldas geriátricas para abrigos e asilos da região; e diversas palestras motivacionais, de combate ao tabagismo e de saúde bucal.
Roberto Rodrigues: cooperativas promovem o bem comum As comemorações do Ano Internacional das Cooperativas na cidade culminaram com a palestra do embaixador especial para cooperativas na Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Governo Lula, entre 2003 e 2006, Roberto Rodrigues. A palestra aconteceu no dia 2 de outubro. Durante o evento, Roberto Rodrigues falou sobre como o cooperativismo promove a distribuição de renda e a inclusão social, contribuindo para a justiça social. “Ao combater a exclusão social e a concentração de riqueza, o movimento cooperativista passou, de forma indireta, a ser um aliado da democracia e da paz. E governos democráticos ao redor do mundo apoiaram o cooperativismo, admitindo ser esse movimento um formidável aliado para o desenvolvimento harmonioso dos povos, uma vez que seus objetivos são os mesmos difundidos pelos verdadeiros democratas”, afirma o defensor do cooperativismo. O diretor presidente da Unimed João Monlevade, Dr. Miguel José de Vito, ao falar sobre a importância de trazer nomes como o de Roberto Rodrigues para a cidade, afirmou: “Estivemos com Roberto Rodrigues, uma das figuras mais respeitadas no meio cooperativista em nível mundial, e pudemos verificar seu entusiasmo pela maneira organizada que pequenas cooperativas puderam lançar um concurso de redação sobre cooperativismo, dando ênfase ao papel das escolas
A palestra de Roberto Rodrigues reuniu mais de 400 cooperados
e dos professores ao lado de seus alunos”. O embaixador especial para cooperativas na ONU defende que a atividade cooperativa
seja indicada para ganhar o Prêmio Nobel da Paz, por causa da quantidade de pessoas que reúne em prol de um bem comum.
Jacson Guerra Araújo - presidente do Sicoob Credimepi, Flávio Lúcio Moreira Bicalho - conselheiro da Ocemg, Maria Goretti Cota Martins - presidente da Copremon, Roberto Rodrigues - representante do cooperativismo na FAO, Miguel José de Vito - presidente da Unimed João Monlevade, Luiz Carlos Ferreira - presidente da Coopertramon e , José Geraldo - presidente da Credibelgo
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Conheça as cooperativas de João Monlevade Credibelgo A primeira cooperativa local, a Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Empregados das Empresas Siderúrgicas, Metalúrgicas e Eletro Mecânicas de João Monlevade (Credibelgo) foi fundada por 37 operários da antiga Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira (CSBM), no ano de 1967. Os operários da CSBM cotizaram a importância de Cr$ 92,50 (noventa e dois cruzeiros e cinquenta centavos), formando o capital inicial da Cooperativa. A Credibelgo é uma Cooperativa que adota medidas para garantir benefícios e a melhoria das condições sociais e domésticas dos seus membros, mediante a cumulação do capital necessário dividido em quotas–partes. Além dos benefícios aos seus membros, a Credibelgo não deixa de lado os princípios cooperativistas voltados para a responsabilidade social, fornecendo cursos, estabelecendo parcerias com clubes de serviço e demais entidades do município e realizando doações. Hoje, a Credibelgo conta com 776 cooperados.
Copremon A Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores Públicos e Municipais em João Monlevade Ltda (COPREMON) foi fundada na Prefeitura Municipal de João Monlevade, em 19 de outubro de 1975, partindo de uma iniciativa de trabalhadores que têm por objetivo a “educação financeira e cooperativista de seus associados, por meio da ajuda mútua, da economia sistemática e do uso adequado de crédito” (Art. 2º -Estatuto - 2000). Sua primeira reunião contou com 21 participantes, tendo como primeiro presidente Luci José da Fonseca. Naquele dia, os funcionários da Prefeitura subscreveram cotas no valor de um Cruzeiro (Cr$ 1,00), totalizando um capital inicial da Cooperativa de setecentos e cinquenta e seis cruzeiros (Cr$ 756,00). Em constante crescimento, a Copremon tem hoje mais de 1600 cooperados.
Coopertramon Fundada em 13 de maio de 2007, constituída sob a forma de Sociedade Cooperativa, de natureza civil, de responsabilidade limitada, sem fins lucrativos, nasce a Cooperativa de Transportes de João Monlevade (Coopertramon), com o objetivo de contratar serviços de locação de veículos de transporte e distribuição de cargas, em todo o território nacional, para instituições públicas e privadas, repassando-os aos seus associados. Em 27 de novembro de 2009, criou a filial de Contagem, em decorrência da necessidade de atender à Belgo Bekaert. A entidade que começou com vinte pessoas, atualmente tem mais de 50 associados.
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Gestão Cooperativa Destaque julho/agosto 2012
Sicoob Credimepi Fundada em julho de 1997, o Sicoob Credimepi é a Cooperativa de Crédito de Livre Admissão do Médio Piracicaba e do Circuito do Ouro. Ao iniciar suas atividades, a Credimepi foi formada por integrantes de cinco associações comerciais da região. Hoje, os mais de 6.500 associados que fazem parte desta Cooperativa tornaram-se donos de uma instituição financeira, que contribui para o desenvolvimento das cidades onde atua e movimenta aproximadamente R$ 5 milhões por mês, com crescimento de 4 a 5% ao mês. Filiando-se ao Sicoob (Sistema das Cooperativas Integrantes do Bancoob) em julho de 1998, o Sicoob Credimepi foi a primeira Cooperativa regional do Brasil e conta hoje com produtos e serviços que atendem à demanda financeira dos cooperados em oito Postos de Atendimento(PAs).
“Cooperativas constroem um mundo melhor” O slogan escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para nortear as ações de 2012, “Cooperativas constroem um mundo melhor”, reflete não apenas o espírito cooperativista, mas também o compromisso do segmento com o desenvolvimento. É nesse sentido que as ações desenvolvidas pelas cooperativas de João Monlevade colaboram com a construção de um mundo melhor e para que os Oito Objetivos do Milênio (ODM) sejam alcançados. A presidente da Copremon, Maria Goretti Cota Martins, enaltece essa visão: “A Unimed João Monlevade, Copremon, Credibelgo, Coopertramon e Sicoob Credimepi são cooperativas
de ramos diferentes, e têm como objetivo comum o fortalecimento do cooperativismo em João Monlevade e região, e referência na aplicabilidade dos princípios do cooperativismo, criando um elo forte e sustentável entre comunidade e cooperativas locais”. Por não ter o intuito de concentrar renda ou acumular capital, o cooperativismo existe fundamentalmente para melhorar as condições de vida dos cooperados. Dessa forma, o cooperativismo se apresenta como aliado dos gestores públicos para gerar qualidade de vida e contribui para o desenvolvimento da cidade. Seguindo a filosofia do cooperativismo, o diretor presidente da Coopertramon, Luiz Carlos
Ferreira, ressalta: “Avançamos a passos largos e, unidos, fortalecemos o sistema e atingimos um número maior de pessoas rumo ao futuro promissor, democrático e sólido. Conscientes e determinados de que é na educação que se dá o início do aprendizado da cooperação e da sensibilização”. Para se ter ideia da importância do cooperativismo para a economia de Minas Gerais, as 772 cooperativas do estado são responsáveis por 7,8% do Produto Interno Bruto (PIB) mineiro em 2010, com movimentação econômica de R$ 22 bilhões de reais. Além disso, o IDH das cidades, como já citado, é melhor onde existem cooperativas atuantes.
Unimed A criação da Unimed João Monlevade - Cooperativa de Trabalho Médico Ltda, em 16 de abril de 1991, foi norteada por mudanças sociais e econômicas, provocadas por um conjunto de fatores e circunstâncias que desencadearam o processo. Preocupados com os rumos que a saúde pública ia tomando, com as diminuições de verbas para o setor e o sucateamento da rede hospitalar, reuniram-se 42 médicos para fundar a Unimed na cidade. Seu objetivo era atender de uma forma mais acessível ao beneficiário, já que o SUS não conseguia mais satisfazer aos anseios da população. Além disso, a instituição da Unimed na cidade visava também evitar o leilão dos trabalhos médicos, que tinham que se submeter a baixas remunerações, propiciadas por empresas da área médica. Surge, então, um trabalho comprometido com a ética, prestando um serviço de qualidade na área de saúde a preços justos. Estão na sua área de abrangência, além da cidade de João Monlevade, os municípios de Alvinópolis, Bela Vista de Minas, Dionísio, Dom Silvério, Nova Era, Rio Piracicaba, São Domingos do Prata, São Gonçalo do Rio Abaixo e São José do Goiabal. Em sua região de abrangência, a Unimed João Monlevade conta com 131 médicos cooperados. Gestão Cooperativa Destaque julho/agosto 2012
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Internacional
Responsabilidade Social POR thiago soares FOTOS dIVULGAÇÃO
Dia C:
Cooperativas mineiras realizam ações de voluntariado pelo Estado
ICAExpo 2012 reunirá cooperativas de 40 países A
WTM Feiras e Congressos realizará de 31 de Outubro à 2 de Novembro de 2012 em Manchester no Reino Unido a 3ª edição da feira oficial da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) - a ICAExpo 2012. A feira, que é a maior do setor cooperativo, reúne cooperativas de quase 40 países para mostrar a um amplo público, produtos e serviços de qualidade com o comércio justo e responsabilidade social. Este será o maior evento para o cooperativismo! A ICAExpo 2012 irá decorrer junto à um festival de atividades denominado ‘Co-operatives United’ que está sendo organizado juntamente com os parceiros da WTM no Reino Unido, com o intuito de comemorar o Ano Internacional das Cooperativas, declarado pelas Nações Unidas. A Aliança Cooperativa Internacional juntamente com a Organização das Nações Unidas querem transmitir a mensagem de que "empresas cooperativas ajudam a construir um mundo melhor". Assim sendo, a ICAExpo 2012 foi desenvolvida exclusivamente para que as cooperativas possam expor produtos
e serviços de alta qualidade, mostrar como seus valores e princípios podem tornar-se uma base para excelente negócios, bem como dar visibilidade ao movimento cooperativista. A ICAExpo 2012 reúne cooperativas de todo o mundo para fazer negócios. “Nossos participantes vêm de uma ampla gama de setores e compartilham a paixão pela forma cooperativa de negócios. A feira irá apresentar algumas das mais poderosas organizações cooperativas do mundo, incluindo varejistas, bancos, habitação e cooperativas agrícolas de países de todos os continentes’, afirma Luiz Branco, presidente da WTM. Mais de 50 organizações cooperativas irão expor seus produtos para uma média de 3.000 visitantes por dia. A feira também irá mostrar como as cooperativas desempenham um papel importante no desenvolvimento econômico da maioria das nações. O Brasil estará representado pelas co-operativas membros da Organização da Cooperativas Brasileiras (OCB) assim como o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Esta é uma oportunidade única para que empresas brasileiras tragam suas equipes comerciais para fazer negócios. Há também a possibilidade de expor os seus produtos, visitar ou patrocinar o evento. Os espaços na ICAExpo estão quase todos esgotados, portanto, é importante agir rápido! Para saber mais sobre as diversas oportunidades, visite o site: www.manchester2012. coop/whats-on/ica-trade-expo
Luiz Branco Presidente da WTM 26
Gestão Cooperativa Internacional setembro / outubro 2012
Na Praça JK, em Belo Horizonte, Sistema Ocemg leva saúde à população no Dia de Cooperar
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om o intuito de cooperar com o desenvolvimento da sociedade, o Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais e Serviço Nacional de Aprendizagem das Cooperativas de Minas Gerais (Sistema Ocemg), realizou, no dia 1º de setembro, a 4º edição do Dia C, o Dia de Cooperar. O Dia C é promovido desde 2009 pelas cooperativas que atuam em Minas Gerais. Segundo o presidente do Sistema Ocemg, Ronaldo Scucato, a data surgiu com a proposta de desenvolver um projeto que demonstrasse que o cooperativismo além de efetuar bons negócios, também é solidário por meio do voluntariado trabalhando com a necessidade das localidades em que atuam as cooperativas. Em todo Estado, cerca de 220 coope-
rativas efetuaram ações no Dia C. Segundo Scucato, ao perceber a importância da campanha, o número de cooperativas participantes cresce a cada edição. Em algumas localidades, elas realizam as ações individualmente, em outras, elas se unem em prol de uma mesma ação. “Elas passam a entender que é importante elas se unirem. Este intercâmbio é fundamental para a consolidação do cooperativismo local”, argumenta Scucato. O tema do Dia C 2012 "Cooperativas constroem um mundo melhor” levou em consideração o Ano Internacional das Cooperativas. Segundo Ronaldo, o tema lançado pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) teve uma ótima aceitação entre os cooperados. Ele ressaltou que este é um sinal de que as cooperativas estão melhorando a qualidade de vida das pessoas.
Na ação, diversos municípios foram beneficiados com campanhas de doação de sangue, alimentos, roupas, brinquedos, kits escolares, e materiais de limpeza, casamentos comunitários, ruas de lazer, visitas e reformas de instituições, programas de reciclagem, palestras, entre outros projetos. A data é realidade em Minas Gerais e a Organização das Cooperativas Brasileiras e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sistema OCB) pretendem estender as ações a nível nacional. Segundo Ronaldo, a Ocemg dará o suporte inicial, o caminho e o manual de desenvolvimento. Estima-se que mais de 220 mil pessoas foram diretamente beneficiadas pelas ações promovidas pela campanha. A expectativa da Ocemg é de que mais de 20 mil voluntários tenham sido mobilizados em todo o Estado.
Gestão Cooperativa Responsabilidade Social setembro / outubro 2012
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Crédito POR Dâmares Vaz FOTOS Divulgação
Cooperativismo de Crédito Nacional debate diretrizes no 9º Concred Adolescentes acompanham palestra sobre drogas e estrutura familiar
Cooperativa realiza palestras sobre a Família em instituição de Belo Horizonte Em Belo Horizonte, a cooperativa de crédito Sicoob CoopJus realizou a ação na instituição Bem Me Quer, na Vila Acaba Mundo região Centro-Sul da capital. A Bem Me Quer, que atua há 18 anos tem por finalidade completar a educação de meninas de 8 a 13 anos com atividades durante toda a semana. Aos sábados a instituição cede o espaço para a realização da catequese entre crianças e jovens de toda a comunidade. A cooperativa promoveu uma série de palestras e atividades educativas para as crianças, adolescentes e pais. Segundo a gerente de Marketing do Sicoob Coopjus, Patrícia
Teixeira, responsável pela ação, o Dia C foi uma oportunidade de praticar um dos valores do cooperativismo, que é o de ajuda mútua e contribuir com a melhoria da sociedade. A ação foi planejada 60 dias antes da execução, através de uma pesquisa entre os cooperados, visando levantar o perfil de instituições que poderiam receber a campanha. A Bem Me Quer, instituição sugerida pela associada, Cláudia Ferreira foi escolhida pelo Sicoob. Cláudia é voluntária há oito anos na instituição e, quando tomou conhecimento da campanha, indicou por conhecer bem, e para levar mais atrações para as crianças.
Cada palestra foi direcionada para os diversos públicos com temas variados e um único em comum: - a valorização da família na construção do indivíduo. Segundo a diretora da instituição, Perola Mascarenhas, o momento “foi importante para a comunidade, pois levou muitas pessoas e tocou profundamente os participantes no sentido de uma vida familiar melhor e mais responsável”. Na data cerca de 80 pessoas participaram das ações, que além de palestras e atividades educativas, contou com a doação de materiais escolares, jogos didáticos, brinquedos e materiais de limpeza.
T
endo como tema central “As Cooperativas de Crédito Constroem um Mundo Melhor”, o 9º Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crédito (Concred) reuniu 1,2 mil pessoas de todas as regiões do País em Nova Petrópolis, município gaúcho a 100 km de Porto Alegre, nos dias 21, 22 e 23 de agosto. Realizado pela Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras), nesta edição em parceria com a Sicredi Pioneira RS e com o apoio do Sistema Ocergs, o evento é o maior do Cooperativismo de Crédito do Brasil e um dos maiores da América Latina. Nos três dias, conferencistas integrantes de
todos os sistemas cooperativos nacionais e de cooperativas solteiras, além de representantes de organismos cooperativos nacionais e internacionais, debateram novos referencias para o Sistema de Crédito Cooperativo brasileiro e produziram a Carta de Nova Petrópolis, que foi entregue à presidenta Dilma Rousseff no dia 4 de setembro. Para o presidente da Confebras, Rui Schneider da Silva, o evento abordou temas fundamentais para o aperfeiçoamento do Sistema de Crédito Cooperativo, como política de juros, gestão de riscos, governança cooperativa, tributação, oferta de novos produtos e
01 02 01: No Dia C, A Casa Bem Me Quer recebeu cerca de 80 pessoas
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Gestão Cooperativa Responsabilidade Social setembro / outubro 2012
02: Crianças da comunidade beneficiada com o Dia C participam das atividades na instituição 03: Sistema Ocemg oferece serviços médicos no Dia de Cooperar
A abertura do congresso contou com a participação de líderes cooperativistas
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Gestão Cooperativa Crédito setembro / outubro 2012
serviços e obtenção de economias de escala. “Foi o encontro de quem responde por cerca de 3% do Sistema Financeiro Nacional e que quer continuar a crescer e a mostrar o quanto o Cooperativismo faz bem à sociedade. As cooperativas de crédito se configuram em importantes instrumentos de desenvolvimento local e regional, suprindo a demanda por crédito de populações não inseridas no sistema financeiro operado pelos grandes bancos. Elas pulverizam o capital, garantindo o acesso de muitos a recursos pouco volumosos”, avalia. No Brasil, cerca de 6 milhões de pessoas são associadas à cooperativas de crédito. São
quase 1,5 mil dessas instituições, organizadas em 38 centrais estaduais e cinco confederações, e que respondem por mais de 3,5 mil postos de atendimento em todo o território nacional. Durante o Concred, a Confebras promoveu ainda a 2ª edição do Prêmio Concred Verde, oferecido bienalmente e que visa ao
fomento de ações sociais e ambientais em benefício da comunidade nas cooperativas de crédito e demais entidades ligadas ao setor. Na categoria Responsabilidade Social, o primeiro lugar ficou com o projeto A União Faz a Vida, da Fundação Sicredi (RS). Na categoria Responsabilidade Ambiental, o Sicoob
São Miguel (SC) ganhou com um projeto de preservação e recuperação de cursos de água em comunidades e de construção de viveiros de árvores nativas e de cisternas para coleta de água da chuva em escolas. No total, concorreram ao prêmio 28 cooperativas, com 37 projetos.
CONFE 061/2012 Brasília (DF), 04 de setembro de 2012. Excelentíssima Senhora Dilma Vana Rousseff Presidenta da República Federativa do Brasil CARTA DE NOVA PETRÓPOLIS Senhora Presidenta,
A 9ª edição do Concred foi realizada em Nova Petrópolis (RS)
O presidente da Confebras, Rui Schneider da Silva, entrega o Prêmio Concred Verde
O evento reuniu 1,2 mil cooperativistas de todas as regiões do país
Nova Petrópolis Nova Petrópolis é o berço da primeira cooperativa de crédito da América Latina, a Sicredi Pioneira RS, hoje a 5ª maior do País em ativos. Por conta da importância histórica da instituição, no ano de 2010, Nova Petrópolis foi declarada a Capital Nacional do Cooperativismo. Para o pre-
sidente da cooperativa, Márcio Port, a realização do Concred em um município de pequeno porte como Nova Petrópolis chama a atenção para o fato de que 50% dos municípios brasileiros onde estão instaladas sedes de cooperativas singulares têm população inferior a 40
mil habitantes. “O cooperativismo de crédito tem mostrado grande força em municípios médios e pequenos. Foi uma alegria receber o Concred e a todos em Nova Petrópolis, e ainda no ano declarado pela ONU como o Ano Internacional das Cooperativas”, afirma.
As cooperativas de crédito brasileiras, reunidas por ocasião do 9º CONCRED – Congresso Brasileiro de Cooperativismo de Crédito, em Nova Petropólis-RS, no período de 21 a 23 de agosto de 2012, organizado pela Confebras – Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito, reafirmaram o compromisso de contribuir efetivamente para o desenvolvimento sustentável do País. Enquanto entidades econômicas e sociais propugnam pelas seguintes demandas de interesse imediato do setor: 1 – No âmbito do Congresso Nacional: 1.1 – Respeito aos dispositivos constitucionais que determinam estímulo e apoio ao cooperativismo, notadamente a regulamentação do art. 146, III, “c”, da Constituição Federal, assegurando a não incidência de tributos e contribuições sobre o resultado do ato cooperativo, das cooperativas de credito e art. 174, § 2º., e 192; 1.2 – Acesso à gestão de recursos dos fundos constitucionais de financiamento (FCO, FNE e FNO), através de proposta de emenda constitucional para remover os alegados obstáculos da Lei Maior que impedem tal propósito; 1.3 – Aprovação do PLP 100/2011, o qual propõe a autorização para as cooperativas de crédito, receberem depósitos oriundos das disponibilidades de caixa dos municípios e de suas autarquias/entidades; 1.4 – Aprovação, na Câmara dos Deputados, do PLS 40/2011, que permite o acesso direto das cooperativas de crédito/dos bancos cooperativos a recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador- FAT; 1.5 – Equiparação legal, especialmente para fins tributários, dos atuais fundos intrassistêmicos e do futuro fundo intersistêmico ao FGC-Fundo Garantidor de Credito; 2 – No âmbito do Poder Executivo Federal: 2.1 – Definição de procedimentos complementares para dar efetividade à “cogestão” em cooperativas singulares e cooperativas centrais (medida prevista na LC 130); 2.2 – Atuação para um ambiente mais favorável aos processos de consignação em folha de pagamento (parcerias cooperativas/bancos cooperativos x poder público); 2.3 – Inserção do Cooperativismo como disciplina curricular do ensino fundamental; 2.4 – Apoio para que o Cooperativismo de Crédito esteja ao alcance de todos os brasileiros, tornando-o o principal agente de inclusão financeira, com atenção especial para as regiões norte e nordeste; 2.5 – Equiparação dos sistemas cooperativos aos conglomerados bancários para fins de apuração de limites técnicos (consolidado contábil-patrimonial do conjunto sistêmico). 2.6 – Reconhecimento por parte do Bacen de que a remuneração dos Diretores Executivos nomeados à luz da LC 130, é de responsabilidade do Conselho de Administração e não da Assembleia Geral. 2.7 - Apoio para que a Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras) seja efetivamente reconhecida junto a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Banco Central do Brasil (Bacen) e demais entidades ligadas ao Setor, como entidade representativa das Cooperativas de Crédito solteiras e Centrais independentes no Conselho Especializado de Crédito da OCB (CECO). 3 – No âmbito Interno: 3.1 – Melhorar o aproveitamento da Cnac/auditoria externa de modo a evitar paralelismo de atividades hoje atribuídas às cooperativas centrais e/ou às suas confederações (economia de escopo, diante da otimização de estruturas); 3.2 – Buscar por todos os meios, a integração dos sistemas, especialmente no campo técnico através do estabelecimento de parcerias visando melhor desempenho do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo; 3.3 – Considerar as repercussões do acordo de Basileia III e o cenário de redução de spreads, recomendando-se: a) a adequação dos estatutos moderando as situações e as formas de resgate do capital social; b) a geração de um volume maior de sobras e a ampliação do direcionamento para Fundos de Reserva. 3.4 – Buscar o comprometimento da Gestão da Cooperativa com a Sustentabilidade, a partir dos seguintes pressupostos: a) conciliar a responsabilidade do grupo e individual (engajamento das partes e cultura organizacional – o jeito de fazer negócios); b) intersecção entre os resultados econômico, social e ambiental com o grau de sustentabilidade da cooperativa; c) A cooperativa faz parte da comunidade onde atua e está inserida num sistema dinâmico, ‘trocando’ continuamente com todos os demais componentes desse ambiente; d) fazer com que a cooperativa COOPERE com os demais agentes desse ambiente (cada um em sua vocação), visando criar um ciclo virtuoso de desenvolvimento sustentável para a região na qual está inserida. 3.5 - Articular ações para elaboração e formatação de indicadores de impacto capazes de mensurar a importância das cooperativas de crédito para o desenvolvimento sócio econômico, inclusão financeira e geração de trabalho e renda nas regiões em que atuam. Nota: Toda a pauta do Ramo Crédito tratada no âmbito do Plano de Ação do Cooperativismo de Credito – edição 2012, do Ceco/OCB, faz parte desta carta.
Rui Schneider da Silva Presidente da Confebras
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Gestão Cooperativa Crédito setembro / outubro 2012
Rui Schneider da Silva Presidente da Confebras
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Meio Ambiente POR Ariane Dias Alvarez
Educação para a Sustentabilidade: um longo caminho a ser percorrido Existem muitos mitos e verdades em torno do conceito de “Sustentabilidade”. Consequentemente, não há um consenso em relação ao seu significado, deixando todos nós a mercê de informações desencontradas. Em outras palavras, não é raro assistir a uma palestra com conteúdos assustadores, ou encontrar consultorias com promessas mirabolantes para adequar a sustentabilidade à gestão do negócio. Devido a essas incertezas, a sustentabilidade é considerada por muitos a palavra da moda, enquanto que para a maioria dos dirigentes de qualquer tipo de organização é um problema ou um gasto que precisa ser implementado a qualquer custo, devido às pressões de mercado, dos fornecedores, clientes ou do governo. Mas por que isso acontece? Por que as pessoas não conseguem entender o que é sustentabilidade? Será que ela está tão distante de nossas vidas? Em 1987, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela Organização das Nações Unidas por meio do relatório intitulado “Nosso Futuro Comum” criou o conceito de De-
senvolvimento Sustentável. “Por definição, desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades”. Sem dúvida, toda comunidade internacional se rendeu ao fato de que o esgotamento dos recursos naturais e dos ecossistemas, associados ao crescimento econômico e demográfico exponencial descontrolado, poderia levar o planeta a um iminente colapso. Desde a criação do conceito de desenvolvimento sustentável, vinte e cinco anos já se passaram. No entanto, o tema ainda é tratado com certo desconforto, principalmente no mundo dos negócios. Seu maior desafio é entender e assimilar os três pilares da sustentabilidade: ambiental, social e econômico, que precisam se desenvolver juntos tendo o mesmo critério de prioridade. Do ponto de vista educacional, ainda somos tímidos no nosso sistema de ensino, que poderia ter uma base mais sólida na área de educação ambiental, preparan-
do cidadãos para a sustentabilidade. Nas escolas, as questões sociais, ambientais e econômicas poderiam ser interligadas, sendo abordadas coletivamente. Desta forma, as pessoas entenderiam que a sustentabilidade tem relação com o seu cotidiano, seu estilo de vida, com a conta de luz e de água, até com o processo produtivo e com o plano de negócio no seu trabalho. Se a sociedade fosse educada para a sustentabilidade, muitas decisões partiriam apenas de ponderações provenientes de uma consciência coletiva, logo o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e as questões socioambientais seria, no mínimo, uma questão de bom senso.
Ariane Dias Alvarez Consultora e Diretora da Sociedade Ambiental Consultoria Consultoria em Meio Ambiente e Responsabilidade Social www.sociedadeambiental.com.br ariane@sociedadeambiental.com.br
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