Revista Mangalarga - 2015

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Í ndice Exposições e Copas

Exposição de São João da Boa Vista............................. 08 8ª Copa de Marcha de Amparo..................................... 12 Expo Jaú 2015.................................................................. 16 Expo Inverno 2015.......................................................... 20 Expô Araçatuba 2015...................................................... 22 Expoagro Guaxupé 2015................................................ 24 5ª Expo Mangalarga de Taubaté.................................... 28 Exposição de Palmeiras de Goiás........................................................................... 32 Exposição de Tomé Açu................................................. 34 Facilpa 2015..................................................................... 38

37ª Exposição Nacional da Raça Mangalarga

O grande momento do cavalo de sela brasileiro........ 40 Sabores de Londrina....................................................... 44 Dicas de hospedagem..................................................... 50

Panorama Mangalarga

Campeonato Paulista de Enduro Equestre.................. 52 Plano Estratégico de Marketing.................................... 56 Boutique Mangalarga...................................................... 58 Mangalarga nas redes sociais......................................... 60

Espaço Técnico Dez hábitos de cavaleiros competentes....................... 62 Sal mineral: por que e quando administrar aos cavalos....................................................................... 64 1º Leilão Haras Gadu...................................................... 68 1º Leilão Haras EFI.......................................................... 68

Memória O Tempo e o Mangalarga............................................... 70 Linhagem J.F..................................................................... 74

Lazer & Cultura Canadá, uma terra sem limites..................................... 84

mANGALARGA EM FOCO 1º Mangalarga em Foco................................................. 88

mOMENTO SOCIAL Expo Palmeiras de Goiás................................................ 89 8ª Copa de Marcha de Amparo..................................... 90 1º Leilão Haras EFI.......................................................... 92

E xpediente Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga ABCCR Mangalarga Av. Francisco Matarazzo, 455 • Pavilhão 4 - “Dr. Fausto Simões” • Parque da Água Branca - São Paulo - SP Envio de Correspondências Exclusivamente Caixa Postal 61016 - CEP: 05001-970

Diretoria Executiva

Triênio 2015/2017 Diretor Presidente Mário A. Barbosa Neto Vice-Presidente Administrativo Financeiro Renato Diniz Junqueira Vice-Presidente de Marketing Eduardo Henrique Souza de França Vice-Presidente Técnico Gabriel Francisco Junqueira de Andrade Vice-Presidente de Fomento Flávio Diniz Junqueira Vice-Presidente de Exposições e Esporte João Pacheco Galvão de França

Vice-Presidente de Relações Institucionais Armando Raucci

Diretoria Adjunta

Triênio 2015/2017 Diretores Jurídicos Antonio Carlos Pestili Fonseca Pedro Amaral Salles Renato Tardioli Lucio de Lima Diretor de Fomento Danton Guttemberg de Andrade Filho Diretores de Exposição Guilherme Pompeu Piza Saad José Lamartine Moreira Cintra Filho Diretor de Pelagem Jeferson Ferreira Jardim Diretores de

Marketing Antonio Carlos Soares Luna João Luis Ribeiro Frugis Diretor de Núcleo Luiz Alberto Patriota de Araújo Costa Diretora Social Natalia Maria Cury Lois Diretor Técnico Lourenço de Almeida Botelho

Conselho Superior de Administração Triênio 2015/2017 Membros Eleitos Arnaldo de Almeida Prado Filho Cristina Junqueira Fleury Azevedo Costa Luís Cintra Sutherland Osvaldo Juliano Roberto Diniz Junqueira Filho

Membros Efetivos Célio Ashcar Celso Galetti Montalvão Clodoaldo Antonângelo Eduardo Diniz Junqueira Élio Sacco Felippe de Paula Cavalcanti de Albuquerque Lacerda Filho Flávio Diniz Junqueira Francisco Marcolino Diniz Junqueira Geraldo Diniz Junqueira Ivan Antônio Aidar Luiz Eduardo Batalha Mário A. Barbosa Neto Reginaldo Bertholino Renato Diniz Junqueira Sergio Luiz Dobarrio de Paiva Presidente

Conselho Deliberativo Técnico Triênio 2015/2017

Técnicos Luiz Alberto Patriota de Araújo Costa Marcelo Leite Vasco de Toledo Marcos Sampaio de Almeida Prado Maria Aracy Tavares de Oliva Paulo Lenzi Souza Leite Sérgio Diniz Junqueira Criadores José Luiz Prandini Rodnei Pereira Leme Roque Carlos Nogueira

Serviço de Registro Genealógico Stud Book Superintendente do Serviço de Registro Genealógico Jayme Ignácio Rehder Netto

Revista Mangalarga Edição e Redação Pedro Camargo Rebouças pedro.reboucas@abccrm.com.br Publicidade Norberto Cândido norberto.candido@abccrm.com.br Arte Cleber Pereira cleber.pereira@abccrm.com.br Departamento de Exposição Francisco Bezerra Diagramação e Projeto Gráfico Marcelo de Brito DBRITO SIGN - Artes Gráficas marcelo@dbritodesign.com (11) 9 4726-8147


E ditorial

Ápice

da temporada

A raça Mangalarga vem vivendo nesses últimos anos um notável progresso. Temos registrado a chegada de novos sócios e também uma contínua evolução no número de registros. Além disso, a quantidade de exposições tem aumentado por todo país, inclusive com a estreia de novos eventos em nosso calendário, como a mostra de Tomé Açu (PA), que apresentou as qualidades do nosso cavalo ao público paraense, e a Expo Inverno, responsável por ampliar a visibilidade de nossa raça na região metropolitana de Curitiba (PR). Também é importante ressaltar que a ABCCRM vem dando prosseguimento ao trabalho de aprimoramento do corpo de jurados. Com o intuito de tornar este importante departamento cada vez mais eficiente e transparente, temos promovido encontros periódicos para a avaliação, orientação e reciclagem dos profissionais responsáveis pela condução dos julgamentos da raça. Agora, nos preparamos para viver um grande momento nesta temporada com a realização da 37ª Exposição Nacional da Raça Mangalarga. O mais tradicional evento de nosso calendário acontecerá este ano em um dos principais centros do agronegócio brasileiro, o Parque de Exposições Governador Ney Braga, na cidade paranaense de Londrina. Esta será, sem dúvida, uma oportunidade ímpar para mostrarmos as qualidades e a tradição do nosso cavalo.

Forte abraço e pé no estribo, Mário Barbosa

Preparada com muito zelo, a Nacional contará com uma variada programação, especialmente desenvolvida para conciliar o clima de disputa das pistas de julgamento com o ambiente de confraternização e amizade tão característicos do universo mangalarguista. Além disso, os admiradores do Cavalo de Sela Brasileiro encontrarão uma cidade rica em atrativos e muito bem estruturada, podendo contar ainda com a excelente infraestrutura do Parque Governador Ney Braga, cujas instalações oferecem boas acomodações para os animais e grande conforto tanto para os criadores como para o público em geral. Dessa forma, esta Nacional promete ser uma ocasião excepcional para o Mangalarga - O Cavalo de Sela Brasileiro e para a Família Mangalarguista. No entanto, para que isso realmente se concretize, é necessária a participação de todos. Assim, aproveito para convidá-los e estimulá-los a serem bastante ativos nesta mostra, inscrevendo seus animais para os julgamentos, participando das provas e também levando seus familiares e amigos para viverem dez dias muito especiais. Vamos aproveitar esta ocasião para estreitar nossos laços de amizade e camaradagem, demonstrando uma vez mais nossa união em torno daquela que é nossa maior paixão, a raça Mangalarga.


Alecrim MAB

A capa desta edição apresenta Alecrim MAB, um filho de Universo MAB em Vitrine JF, retratado pelas lentes do renomado fotógrafo Marçal Duarte. Destaque do plantel da Fazenda São Pedro, comandada pelo criador Mário Barbosa em Espírito Santo do Pinhal (SP), esse premiado animal está entre os principais nomes do cavalo de sela brasileiro na atualidade. Seu maior feito, aliás, foi a conquista do cobiçado título de Grande Campeão Nacional Cavalo, obtido no ano de 2013, no município de Franca (SP), durante a 35ª Exposição Nacional da Raça Mangalarga. Por sua vez, Marçal Duarte é dono de uma longa e profícua carreira no universo da fotografia equina, iniciada no ano de 1984.

Momento Especial

A Revista Mangalarga traz este mês uma ampla cobertura da movimentada agenda de eventos do cavalo de sela brasileiro no ano de 2015. Nada mais do que nove mostras e uma copa estão em destaque na seção Exposições & Copas. Além disso, as páginas desta edição também contam com um interessante artigo sobre a história da Linhagem JF, na seção Memória, e apresentam as novidades que têm movimentado o Departamento de Marketing, em especial no que diz respeito ao Plano Estratégico desenvolvido pela Insper Jr. Consulting. Entretanto, o ponto alto desta edição é a matéria especial sobre a 37ª Exposição Nacional, evento que promete entrar para a história como um dos principais momentos da raça Mangalarga. Tudo isso preparado com muito carinho para você apaixonado pelo cavalo de sela brasileiro. Esperamos que tenha uma ótima leitura. Forte abraço, Equipe Revista Mangalarga

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E xposições

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Por Pedro Rebouças

Fotos: Cléber Pereira.

Exposição de São João da Boa Vista

Evento contou com julgamentos muito concorridos.

O Recinto José Ruy de Lima Azevedo recebeu, nos dias 17 e 18 de julho, a tradicional Exposição Mangalarga de São João da Boa Vista (SP). Organizada pela Sociedade Sanjoanense de Esportes Hípicos (SSEH), com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), a mostra foi um dos principais destaques da 47ª Eapic, uma das mais prestigiosas feiras agropecuárias do interior paulista. No total, 130 animais, expostos por 47 conceituados criatórios da

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Participação da raça na 47ª Eapic ganhou expressiva repercussão na mídia do interior paulista

raça, passaram pela avaliação da experiente dupla de jurados composta por Leandro Canêdo Guimarães Santos, responsável pela análise do quesito andamento, e Marcelo Leite Vasco de Toledo, a quem coube a avaliação do item morfologia. De acordo com Marcelo Bertoldo, integrante da SSEH e um dos organizadores do evento, a mostra deste ano colaborou para colocar a raça em evidência na mídia. “A Exposição de São João da Boa Vista teve uma ótima repercussão na


Fotos: Cléber Pereira. Vista geral da pista de julgamento da Eapic.

imprensa. A EPTV, a afiliada da rede Globo em nossa região, realizou uma ampla cobertura do evento e chegou inclusive a realizar uma entrada ao vivo em sua programação. Além disso, as outras emissoras locais também deram destaque ao Mangalarga, produzindo um material que ainda deve

repercutir por um bom tempo.” Bertoldo também mostrou-se satisfeito com a adesão da comunidade mangalarguista ao evento. “Ficamos muito felizes com o número expressivo de animais e criadores que participaram da exposição, especialmente porque vínhamos de uma sequência com

outras três importantes mostras da raça. Este ano tivemos também uma participação marcante de novos expositores, o que nos deixa muito satisfeitos, justamente por mostrar que estamos conseguindo atrair cada vez mais pessoas. Afinal, receber a todos aqui em São João é sempre uma enorme satisFotos: Cléber Pereira.

Criadores contaram com uma confortável estrutura.

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e

C opa s Fotos: Cléber Pereira.

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A Mangalarga é a raça chefe da Eapic desde 1943.

fação.” O responsável pela organização da mostra lembra ainda que o Mangalarga esteve presente em todas as edições da Eapic. “A Mangalarga é a raça chefe de nossa exposição. Afinal, ela está presente desde a feira que marcou a inauguração do recinto José Ruy

de Lima Azevedo, no ano de 1943. Nossa região concentra ainda muitos admiradores do cavalo de sela brasileiro. O número tanto de usuários como de criadores vêm crescendo e também temos visto o retorno de antigos criadores que estavam afastados”, ressalta o mangalarguista.

Marcelo Bertoldo concede entrevista à EPTV.

A mostra sanjoanense contou com a presença de 130 animais. A pelagem pampa também marcou presença em São João.

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Os criadores desfrutaram de uma farta mesa no Camarote Mangalarga.



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Por Pedro Rebouças

Fotos: Núcleo de Amparo.

8ª Copa de Marcha de Amparo

Programação do evento incluiu o lançamento oficial do Núcleo Mangalarga de Amparo Vista geral da pista do Centro Hípico Hipocampo.

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Foto: Flávia Raucci.

O Centro Hípico Hipocampo recebeu, nos dias 07 e 08 de agosto, a tradicional Copa de Marcha de Amparo (SP). Em sua oitava edição, o evento contou com uma expressiva premiação, distribuindo o total de 13 motos zero quilômetro do modelo Honda CG 125. Organizada pelo Núcleo Mangalarga de Amparo, em parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), a prova amparense foi válida como Etapa Aberta da Copa Mangalarga de Marcha 2015 e teve caráter classificatório para a Etapa Final desta importante competição do calendário do cavalo de sela brasileiro. No total, 103 animais, expostos por 46 tradicionais criadores da raça, passaram pela avaliação do jurado José Roberto Pires de Campos Filho. Segundo Marcelo Leite Vasco de Toledo, integrante do Núcleo de Amparo e um dos organizadores do evento, a premiação da copa ampa-

Um dos cobiçados troféus da 8ª Copa de Amparo.


Foto: Núcleo de Amparo.

rense foi realizada de acordo com o regulamento oficial da ABCCRM. Dessa forma, o campeão de cada uma das categorias em disputa foi agraciado com uma moto zero quilômetro. A programação incluiu ainda um momento muito especial para o lançamento oficial do Núcleo Mangalarga de Amparo. A solenidade aconteceu durante o almoço do sábado (08), contando ainda com uma bela homenagem ao criador Armando Raucci e com um leilão de coberturas e barrigas em prol desta nova e promissora representação regional da raça. O novo núcleo contou com a adesão de 22 criadores e criatórios. São eles: Almiro Esteves Junior, Armando Raucci, Alexandre e Ari Borsatto, Caico Cintra, Cezar Iembo, Cristina Gallas, Eduardo Rabinovich, Eduardo Figueiredo Augusto, Fernando Tardiolli, Guilherme Saad, Josiane Matta Vidotti, João Maurício Monteiro Machado, João Ferrari, Luiz Cintra Sutherland, Mário Barbosa, Marcelo Toledo, Marcos Sutherland, Nelson Antonio Braido, Fazenda São José, Rodrigo Silva e Sabine Gallas. Em pista, a 8ª Copa de Amparo consagrou as seguintes fêmeas: Nuvem da Piratininga (Campeã Égua Junior), exposta por Carlos Cezar Peres Iembo; Esfera do Corumbau (Campeã Égua Jovem), exposta por Corumbau Participações e Serviços; Barbacena ACF (Campeã Égua), exposta por Fernando Tardioli Lúcio de Lima; Hebe da Marazul (Campeã Égua Sênior), exposta por Moacir Aga Filho, e Graça NLB (Campeã Égua Master), exposta por Almiro Esteves Junior. Já entre os machos destacaram-se os seguintes animais: Eldo-

Evento distribuiu 13 motos zero quilômetro.

rado do Corumbau (Campeão Cavalo Jovem), exposto por Corumbau

Participações e Serviços; Cacique ACF (Campeão Cavalo), seleção de Foto: Núcleo de Amparo.

Criadores se preparam para a Prova do Patrão.

Foto: Núcleo de Amparo.

O belo cenário do Centro Hípico Hipocampo.

Foto: Núcleo de Amparo.

Os visitantes foram muito bem recepcionados na Copa de Amparo.

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C opa s Foto: Núcleo de Amparo.

Antonio Carlos Ferreira; Diamante Negro França (Campeão Cavalo Sênior), de Eduardo Henrique Souza de França; Porre Vargedo (Campeão Cavalo Master), exposto por Almiro Esteves Junior, e Blumarine ACD (Campeão Cavalo Castrado), exposto por Armando Raucci. A prova amparense ainda reservou um importante espaço para a participação da comunidade mangalarguista com as tradicionais provas feminina e do patrão. Agora, os preparativos se voltam para a próxima etapa aberta da Mário Barbosa entrega premiação à amazona e criadora Camila Glycerio.

Foto: Núcleo de Amparo.

O público encontrou ótima estrutura no Hipocampo.

Mário Barbosa premia o vencedor da prova do patrão, Leonardo Figueiredo. Foto: Núcleo de Amparo.

Copa Mangalarga de Marcha, marcada para acontecer no período de 16 a 18 de outubro, no município paulista de Mococa. Mais informações sobre esta tradicional competição podem ser obtidas no portal www.cavalomangalarga.com.br ou pelo telefone (11) 3866-9866.

Foto: Flávia Raucci.

Mário Barbosa conduziu a homenagem ao criador Armando Raucci.

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A Família do Mangalarga

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Por Pedro Rebouças

Foto: Norberto Cândido/Arquivo.

Expo Jaú 2015

Evento jauense reuniu 156 animais.

Evento jauense foi novamente considerado uma importante prévia da Exposição Nacional

Exemplares de qualidade passaram pela pista de julgamento.

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que foi o responsável pela avaliação do quesito andamento, e Antonio Thomé Filho, a quem coube a análise do item morfologia. Os julgamentos foram, aliás, novamente muito concorridos, sendo decididos em pequenos detalhes. A exemplo do que ocorreu no ano passado, os julgamentos iniciaram-se na sexta-feira (14), na pista Foto: Norberto Cândido/Arquivo.

O Recinto Sebastião Ferraz de Camargo Penteado recebeu, no período de 13 a 16 de agosto, a Exposição Mangalarga de Jaú. A tradicional mostra mangalarguista foi novamente um dos principais destaques da programação da Expo Jaú, uma das mais importantes feiras agropecuárias do estado de São Paulo, cuja origem está intimamente ligada ao cavalo de sela brasileiro. Promovida pelo Núcleo Mangalarga de Jaú, com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) e da Associação Agropecuária da Região de Jaú (AARJ), a mostra reuniu 156 animais em concorridos julgamentos de andamento e morfologia, válidos para o Ranking Mangalarga 2015. Além disso, o evento foi prestigiado por um expressivo público e contou com a participação de 47 expositores. Por sua vez, a tarefa de conduzir as atividades em pista esteve a cargo da dupla de jurados composta por André Fleury Azevedo Costa,


Foto: Antonio Luna. Foto: Equipe Expo Jaú.

Mostra está entre as mais tradicionais da raça.

O andamento foi um dos itens avaliados. Foto: Antonio Luna.

principal, com as categorias de animais montados. No sábado (15), os julgamentos prosseguiram com os animais apresentados a cabresto, isto porque a pista principal foi ocupada na ocasião pela ABHIR (Associação Brasileira de Hipismo Rural), que realizou provas do seu calendário oficial durante todo o transcorrer do sábado. Já no domingo a raça Mangalarga retornou à pista principal, com o prosseguimento dos julgamentos das categorias restantes. De acordo com Antonio Carlos Pestili Fonseca, um dos responsáveis pela organização do evento ao lado do presidente do Núcleo de Jaú João Pacheco Galvão de França, a mostra jauense já está consolidada como uma das mais importantes do calendário anual da ABCCRM. “Nossa exposição vem se sobressaindo há vários anos, registrando sempre um número muito alto de animais e de inscrições. Este ano, por exemplo, tivemos a participação de 47 expositores, inclusive com um representante vindo de Belém do Pará”, destacou o dirigente

O Cavalo de Sela Brasileiro foi pioneiro na Expo Jaú.

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C opa s Foto: Equipe Expo Jaú.

em entrevista à TV Câmara, emissora que cobriu o evento. Ainda na mesma entrevista, Pestili lembrou que a Exposição de Jaú vem se consolidando como a segunda mais movimentada mostra da raça, sendo superada apenas pelo mais importante evento do cavalo de sela brasileiro, a Exposição Nacional, que este ano acontecerá no período de 17 a 27 de setembro, na cidade paranaense de Londrina. “Eu diria que a Expo Jaú é uma prévia da Nacional. Com toda certeza, quem sai premiado daqui vai bem credenciado em busca de uma premiação naquele que é o principal momento do calendário do Mangalarga.” A exposição contou com animais de 47 criatórios.

Foto: Equipe Expo Jaú.

Foto: Equipe Expo Jaú.

Um expressivo público prestigiou a Expo Jaú.

A pelagem pampa também esteve em destaque.

Dessa forma, a comissão organizadora considera que a Expo Jaú 2015 foi um sucesso absoluto sob todos os aspectos, graças, em especial, aos amigos que prestigiaram o evento e à equipe coesa e determinada que o fez acontecer. Assim, o Núcleo de Jaú aproveita para desde já convidar a todos para a próxima edição desta tradicional mostra do interior paulista. Foto: TV Câmara Jahu.

Foto: Equipe Expo Jaú.

Raça Mangalarga esteve em destaque em Jaú.

Antonio Pestili concede entrevista a emissora de TV.

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Por Pedro Rebouças

Expo Inverno 2015

Participantes se preparam para etapa do julgamento.

A qualidade da tropa foi o ponto alto do even to que apresentou toda a beleza e versatilidade da raça ao público da capital paranaense O Núcleo Paraná Sul promoveu, entre os dias 31 de julho e 2 de agosto, a Expo Inverno Mangalarga. As atividades desta primeira edição do evento aconteceram nas dependências do Centro de Treinamento e Hípica Exclusivo, no município de São José dos Pinhais (PR), na região A funcionalidade esteve em destaque na Expo Inverno.

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metropolitana de Curitiba (PR). O evento contou com a participação de 70 animais, expostos por 13 conceituados criatórios mangalarguistas, provenientes dos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A condução do julgamento esteve a cargo do jurado Benedito Carlos da Silva, a quem coube a tarefa de analisar tanto o andamento quanto a morfologia dos potros, potrancas, cavalos e éguas concorrentes. De acordo com Marcus Vinicius Melo Oliveira, um dos idealizadores da Expo Inverno, o evento cumpriu com os objetivos propostos. “Esta mostra foi muito importante para divulgar a raça tanto no estado do Paraná como na região Sul. Além

disso, ela também teve a meta de promover a funcionalidade do nosso cavalo por meio de provas de maneabilidade, três tambores e seis balizas.” Oliveira revela ainda que a ideia de realizar a Expo Inverno foi baseada no sucesso da Expo Verão, evento que aconteceu em fevereiro, na cidade catarinense de Florianópolis, também com o intuito de ampliar a visibilidade do cavalo de sela brasileiro no sul do País. “Nossa meta agora é promover esses dois eventos anualmente, incluindo-os de forma definitiva no calendário de exposições da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM).” O idealizador lembra ain-

Jovem competidor passa por obstáculo da prova de maneabilidade.

Fotos: Nilson Vieira

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Fotos: Nilson Vieira Evento contou com representantes de quatro estados.

O julgamento de andamento foi muito concorrido.

A nova geração também marcou presença na mostra.

da que foi muito natural a escolha da Grande Curitiba como sede da mostra. “A capital paranaense é uma cidade que possibilita uma importante divulgação para a raça, além disso ela possui um clima que simboliza bem a esta-

ção mais fria do ano.” Além disso, a qualidade da tropa presente à mostra paranaense também foi destacada por Oliveira. “Tivemos a presença de criatórios de muita expressão no cenário nacional da raça. Assim, os julgamentos contaram com animais de alto nível, que deram uma boa mostra das diferenciadas características do cavalo Mangalarga ao público paranaense.” Por fim, o idealizador fez questão de ressaltar que o sucesso do evento deveu-se em boa medida ao empenho do man-

galarguista Fernando Antunes, gerente do Haras VJC e responsável pela organização da Expo Inverno, e ao apoio do criador Vinicius João Curi, titular do mesmo criatório, localizado no município paranaense de Tijucas do Sul. Bons exemplares passaram pela pista paranaense.

Evento visa promover a raça na região Sul.

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Por Pedro Rebouças

Foto: Divulgação.

Expô Araçatuba 2015

Mostra recebeu 93 exemplares da raça.

Raça Mangalarga brilha na capital nacional do boi gordo O cavalo de sela brasileiro esteve novamente em destaque na Expô Araçatuba (SP). A raça marcou presença neste importante evento do agronegócio paulista nos dias 10 e 11 de julho, com julgamentos de morfologia e andamento, válidos para o Ranking Mangalarga 2015. Organizadas pelo Núcleo Mangalarga da Alta Noroeste, com o apoio

da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) e do Sindicato Rural da Alta Noroeste (Siran), as atividades aconteceram na pista central do Recinto Clibas de Almeida Prado, reunindo 93 exemplares, expostos por 18 conceituados criatórios da raça. De acordo com Gustavo Lopes, do Núcleo da Alta Noroeste, pela

primeira vez nos últimos anos a data da Exposição Mangalarga de Araçatuba não coincidiu com outras duas tradicionais mostras da raça realizadas nas cidades de Guaxupé (MG) e São João da Boa Vista (SP), o que possibilitou uma maior adesão da comunidade mangalarguista ao evento na capital do boi gordo. A Exposição Mangalarga de AraFoto: Divulgação.

Vista geral da pista de julgamento.

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Foto: Divulgação.

Foto: Divulgação. O CASS Mangalarga prestigiou a Expô 2015.

A Equipe Mangalarga garantiu o sucesso do evento.

çatuba contou ainda com a participação da experiente dupla de jurados composta por Luiz Paulo Arantes Ramos Neto, a quem coube a avaliação do quesito andamento, e João Batista da Silva Quadros, que foi o responsável pela análise da morfologia dos animais participantes. Em sua 56ª edição, a Expô Araçatuba contou com dez dias de uma movimentada programação, que incluiu julgamentos de animais, leilões, provas equestres, palestras, gastronomia e espetáculos musicais. De acordo com o Siran, o evento movimentou uma receita total de R$ 17,65 milhões, o que representou um crescimento de 17% em re-

lação ao registrado no ano passado. O Siran ressaltou ainda a presença no evento do secretário de Agricultura e Abastecimento do Es-

tado de São Paulo, Rubens Rizek, e do presidente do sistema Faesp/Senar, Fábio de Salles Meirelles, além de lideranças da classe ruralista.

Foto: Divulgação.

Foto: Divulgação.

Foto: Divulgação.

Evento recebeu tradicionais criadores da raça.

Foto: Divulgação.

Os cobiçados troféus da mostra mangalarguista.

Os criadores da região prestigiaram o evento.

Belos exemplares foram premiados em Araçatuba.

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Por Susi Freitas (Assessoria Expoagro Guaxupé)

Expoagro Guaxupé 2015 Hospitalidade mineira e qualidade da tropa estiveram em destaque na tradicional mostra da raça no Sul de Minas Superando todas as expectativas do Núcleo Mangalarga Sul de Minas e Média Mogiana, a Exposição realizada nos dias 03, 04 e 05 de julho, na Expoagro Guaxupé, reuniu 154 animais de destacada

qualidade. Recebendo criadores dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, a novidade este ano foi a presença de um expositor paraense, que percorreu mais de três mil quilôVista geral da pista de julgamento.

Criadores de cinco estados participaram do evento.

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Fotos: André Monteiro/Susi Freitas (Expoagro Guaxupé).

metros para trazer seu animal ao evento. “Estamos muito felizes com a participação e a qualidade impressionante dos animais apresentados. Mais uma vez, podemos ressaltar o nosso evento como uma espécie de prévia da Nacional da raça”, disse Luiz Henrique Souza Ribeiro, o Ninho, presidente do Núcleo. Ainda de acordo com o dirigente mangalarguista, um dos diferenciais da Exposição de Guaxupé é a participação ativa dos criadores. “Acredito que nossa mostra é uma das que mais atraem os criadores. Eles fazem questão de vir e passar os três dias aqui com a gente, o que transforma a Exposição numa grande confraternização da raça. Acredito que a nossa hospitalidade mineira ajuda a cativar o pessoal. Somos muito festivos e elaboramos uma programação incluindo churrasco, jantar e o leilão na tarde de sábado.”

Uma tropa de muita qualidade esteve presente.

Visita paraense

Titulares do Haras AC, os irmãos Almir José e Ítalo Campos andaram mais de três mil quilômetros para trazer a potra Doutora JMC à Exposição de Guaxupé.

Criadores do Mangalarga há 15 anos, eles contam que têm uma potra que se destacou entre os produtos, sendo a atual campeã brasileira égua júnior, e por isto decidiram fazer a campanha dela em competições de outros estados. Revista Mangalarga • Setembro/2015

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C opa s Fotos: André Monteiro/Susi Freitas (Expoagro Guaxupé).

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André Freire com Celso Paoliello e esposa.

“A escolha de Guaxupé para trazer nossa potra foi por sabermos que a cidade abriga uma das mais tradicionais exposições da raça no país. Então, não podíamos deixar de participar. Adorei tudo aqui e tenho a certeza que voltaremos nos próximos anos. A recepção foi incrível. Como viemos com a cara e a coragem, sem conhecer nada aqui, não temos do que reclamar. O Ninho acabou se tornando um padrinho para nós”, disse Almir, ressaltando a beleza da cidade e a organização de toda Expoagro. Ítalo foi incisivo em relação à qualidade dos animais apresentados. “O nível é de primeira. Já tinha ouvido muito sobre o evento e realmente estou vendo aqui uma micro Nacional da raça. Os animais que estão aqui vão ser referência na Nacional, por isto ficamos felizes com o título de Reservado aqui conquistado. Só tenho que agradecer a tão afamada amabilidade do povo mineiro, que pudemos comprovar nestes dias aqui.” Após os julgamentos em pista, na tarde de sábado, os mangalarguistas se dirigiram para o Clube de Campo de Guaxupé, onde aconteceu o Leilão Ouro de Minas, oferecendo lotes selecionados por criadores mineiros. O recinto especialmente montado para sediar o pregão esteve lotado e, antecedendo a apresentação dos lotes, os participantes puderam saborear um delicioso almoço.

Antonio Carlos Ferreira e esposa.

Um bom público acompanhou os julgamentos.

Mostra contou com a participação de 154 animais.

Luiz Henrique (ao centro) com os criadores paraenses Almir José e Ítalo Campos.

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Por Redação Revista Mangalarga

5ª Expo Mangalarga de Taubaté Evento esteve entre as principais atrações da décima terceira edição da Feicampo Taubaté, importante cidade do Vale do Paraíba Paulista, com destaque em suas atividades agropecuárias, universitárias e industriais, sediou, dentro da programação da Feicampo, a 5ª Exposição do Cavalo Mangalarga. Considerada o mais importante evento agropecuário da região, com exposição e venda de animais, máquinas e implementos agrícolas, shows, torneio leiteiro e provas equestres, a Feicampo foi realizada no período de 04 a 07 de junho, no Recinto de Exposições do Sindicato Rural de Taubaté.

Por sua vez, a 5ª Exposição do Mangalarga, organizada pelo criador Pedro Roberto de Paula, aconteceu nos dias 05 e 06 de junho, sendo o julgamento realizado pela jurada Maria Aracy Tavares de Oliva. O evento deste ano fez parte do calendário oficial de atividades do Núcleo do Vale do Paraíba, entidade presidida pelo criador Dirk Kalitzki. Além disso, os apresentadores foram recepcionados à noite, com um suculento churrasco oferecido pelo Núcleo. Ranqueada pela Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), a Exposição também contou com a parceria do Sindicato Rural de Taubaté, presidido por Ricardo de Araújo Barbosa. Para Pedro de Paula, os expositores participantes merecem o seu reconhecido agradecimento e parabéns, pela presença dos mesmos durante todo o período de julgamento e pela qua-

lidade dos animais trazidos e apresentados em pista. O organizador ressalta ainda que a mostra vem crescendo a cada ano, atingindo as principais finalidades desse tipo de evento. “A Exposição tem conseguido fomentar, na região, a criação do cavalo Mangalarga, mostrando ao público o que a raça tem de melhor em relação ao seu andamento marchado, temperamento e beleza. Além disso, possibilita a troca de experiências e informações técnicas entre os expositores, fato que irá refletir na seleção e no melhoramento da criação regional.” Durante a Feicampo, os mangalarguistas foram recepcionados mais uma vez, com muita cordialidade e simpatia, na tenda Equus, do conceituado centro de equoterapia e equitação localizado no município vizinho de Tremembé (SP), dirigido por Vânia Bazzo, que tornou-se a casa da família Mangalarga. Fotos: Cristiano Gatti/Arquivo.

A mostra taubateana recebeu uma tropa de muita qualidade.

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Foto: Divulgação Presença feminina do Núcleo do Vale, na Feicampo. Diretor Mauro Medeiros participando da entrega de premiação, ao lado de Pedro de Paula, Maria Aracy e Ricardo Barbosa, presidente do Sindicato Rural de Taubaté Foto: Divulgação

Mauro Medeiros, Diretor do Sindicato Rural de Taubaté, que não mediu esforços nos trabalhos de infra estrutura local para que o evento fosse um sucesso, ficou impressionado pela beleza e andamento dos animais participantes. Por sua vez, o criador Roberto Carlos Barros destacou o sucesso do evento taubateano. “Gostaria de parabenizar ao criador Pedro de Paula pela organização da exposição de Taubaté e aos expositores pela qualidade dos animais, pois é uma constatação que o Vale do Paraíba tem uma grande representatividade dentro do cenário ‘Mangalarga’ nacional e que vamos crescer ainda mais. Gostaria também de parabenizar a jovem Heloísa Scarano por apresentar um dos animais inscritos pela sua família. Isso prova que cada vez mais o Mangalarga é o cavalo da família brasileira.” Já o selecionador Dirk Kalitzki, Presidente do Núcleo do Vale do Paraíba, ressaltou a forte adesão ao evento por parte dos integrantes da entidade. “Tivemos a participação de 100% de cavalos do Vale, isto mostra que a nossa região está se fortalecendo.” O expositor Alexandre de Oliveira Ribeiro também destacou o êxito

Foto: Divulgação

Expositores, diretores do Sindicato Rural e representantes da ABCCRM presentes ao evento.

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C opa s Foto: Ricardo Caballer/Arquivo.

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da participação da raça na Feicampo. “Fizemos a nossa mostra com empenho e dedicação de todos que estavam envolvidos. Dessa forma, vamos nos posicionando, mesmo com dificuldades. O grupo cresce e o Núcleo do Vale se fortalece.” A exposição contou ainda com um público diferenciado e interessado em observar e conhecer o real crescimento das qualidades do Mangalarga, o verdadeiro cavalo de sela brasileiro, o que pode ser constatado pelo alto nível dos animais presentes. (Com a colaboração de Pedro Roberto de Paula)

Mauro, Cibele, Pedro e Ricardo, da Diretoria do Sindicato Rural de Taubaté, anfitriã da Expo Mangalarga. Foto: Divulgação

Pedro de Paula, Cassiano Simão, Dirk Kalitzki e Alexandre Ribeiro marcaram presença na Feicampo.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Evento teve grande adesão de criadores do Vale do Paraíba.

Pedro R. de Paula dando boas vindas aos participantes da exposição.

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Por Antônio Celso Ramos Jubé (Secretário do Núcleo Mangalarga de Goiás)

Evento colocou o cavalo de sela brasileiro em destaque na 28ª Exposição Agropecuária de Palmeiras de Goiás e na 5ª Regional de Equinos

Evento levou novamente a versatilidade da raça ao público de Goiás.

A comunidade mangalarguista prestigiou o evento palmeirense.

Entre os dias 06 e 09 de agosto, o Núcleo Mangalarga de Goiás realizou a quinta edição da Exposição Mangalarga de Palmeiras de Goiás. Com o apoio da Prefeitura Municipal e da Associação dos Criadores de Nelore de Palmeiras de Goiás (ACNP), o evento contou com a participação de criadores e expositores de Goiás (Antônio Batista Vilas Boas, Antônio Carlos Vale, Antônio Celso Ramos Jubé, Arédio Alves Neve, Cláudio Me-

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deiros Bisinoto, Fábio da Veiga Jardim e Ygor da Silva Bastos), Distrito Federal (Ilair Antônio Tumeleiro e José Júnior Dias Araújo) e São Paulo (Armando Raucci), totalizando trinta e cinco animais nas categorias geral (alazã) e pelagens pampa, tordilha, preta ou zaina e alazã amarilha. Sob a análise do jurado Antônio Thomé Filho, o julgamento ocorreu entre os dias 07 e 08, sendo a categoria de Potranca Maior a

mais concorrida com cinco animais, sagrando-se como Campeã Ativa da Patizal (T.E.), e Espanha JSB (T.E.) como Reservada Campeã, ambas do expositor e criador Armando Raucci, que também foi o melhor expositor e melhor criador da exposição. Durante os trabalhos de julgamento, era notória a satisfação dos presentes, em especial dos cidadãos Palmeirenses, com as qualidades do cavalo Mangalarga,

Fotos: Núcleo de Goiás.

Fotos: Núcleo de Goiás.

Exposição de Palmeiras de Goiás


Prefeitura de Palmeiras de Goiás.

Fotos: Núcleo de Goiás.

Fotos: Núcleo de Goiás.

especificamente no que tange ao seu andamento e docilidade, provavelmente motivada pela realização das cavalhadas do Divino Espírito Santo, que acontecem todos os anos naquela localidade, razão de termos registrado a comercialização de alguns exemplares da raça entre criadores e usuários residentes na região. Ao final do julgamento, no início da tarde de sábado, o prefeito Sr. Alberane Marques e o Diretor da ACNP, Sr. Wélber Macedo, organizador de equídeos da Exposição, promoveram a entrega dos troféus aos vencedores de todas as categorias das raças equinas, bem como de uma homenagem de agradecimento ao juiz da ABCCRM, Tony Thomé, por sua participação no julgamento, encerrando os trabalhos com o oferecimento de um saboroso churrasco completo de confraternização entre os criadores, expositores, apresentadores, tratadores e demais convidados, regado a muita cerveja e refrigerante bem gelados.

Uma tropa de qualidade passou pela pista de Palmeiras de Goiás. Um bom público acompanhou as atividades da 28ª Expo Agropecuária.

A pelagem pampa também participou do evento palmeirense. Prefeitura de Palmeiras de Goiás.

Vista geral da pista de julgamento da Expo Palmeiras.

Fotos: Núcleo de Goiás.

O prefeito Alberane e o Diretor da ACNP Wélber Macedo entregam premiação ao Haras Três Rios. Fotos: Núcleo de Goiás.

O jurado Antônio Thomé avalia concorrente.

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Cavalo de sela brasileiro brilha na Capital Mundial da Pimenta do Reino Fotos: Divulgação.

Exposição de Tomé Açu

Por Pedro Rebouças

Evento exibiu a raça a um novo público.

A Primeira Exposição Mangalarga de Tomé Açu, no Pará, foi realizada no dia 01 de agosto. De acordo com o criador Rodrigo Façanha, Apresentador exibe animal durante o julgamento.

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organizador do evento, a mostra foi um sucesso, e atraiu grande número de curiosos. Tomé Açu é conhecida como a

Capital Mundial da Pimenta do Reino. E sua importância econômica para o estado do Pará aumenta a cada dia com a recente e exitosa introdução do cultivo do dendê, sem contar com a tradicional e forte pecuária extensiva. Assim sendo, natural que o Mangalarga fosse introduzido nessa próspera região do Pará para servir de coadjuvante ao “boom” do agronegócio local. E a receptividade para o Mangalarga superou todas as expectativas, como explica Rodrigo Façanha: “Foram inúmeras oportunidades de negócios, e alguns produtores rurais interessados em dar início à seleção e criação do Mangalarga. Muitos deles acompanharam atentamente o julgamento da raça, conduzido pelo Dr. Leandro Canedo, que deu uma verdadeira ‘aula’ de equinocultura. Sem dúvida, a par-



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tir de agora Tomé Açu será famosa não apenas pela Pimenta do Reino e pelo Dendê, mas também pelo Mangalarga!” O circuito de exposições do cavalo de sela brasileiro tem ainda mais uma mostra prevista para acontecer este ano em território paraense. Trata-se da já tradicional Expo Mangalarga de Castanhal, que acontecerá nos dias 11 e 12 de setembro, como um dos destaques da programação da 47ª Expofac (Exposição e Feira Agropecuária de Castanhal). Mais informações sobre este aguardado evento podem ser obtidas com Rodrigo Façanha, pelo e-mail rodrigofacanha@hotmail. com ou pelo telefone (91) 981022040.

Belos exemplares participaram da mostra paraense.

Troféus da Exposição de Tomé Açu.

O jurado Leandro Canêdo dá explicações aos criadores locais.

Criadores acompanham o julgamento.

O público paraense pôde conhecer melhor as qualidades da raça. O jurado Leandro Canêdo e o organizador Rodrigo Façanha. Foto: Nilson Vieira.

A versatilidade da raça foi um dos destaques.

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Facilpa 2015

Belos exemplares passaram pela pista de julgamento.

Pelo terceiro ano consecutivo, o cavalo Mangalarga esteve entre os destaques da programação da Facilpa (Feira Agropecuária, Comercial e Industrial de Lençóis Paulista), um dos mais importantes eventos do agronegócio do estado de São Paulo, cuja 38ª edição aconteceu no período de 08 a 17 de maio, no Recinto de Exposições José Oliveira Prado. Promovida pela associação rural do município, com o apoio da prefeitura municipal e da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), a Exposição Mangalarga de Lençóis Paulista aconteceu entre os dias 15 e 17 de maio, contando com a participação de 80 animais, que passaram pelo criterioso julgamento dos jurados Marcelo Leite Vasco de Toledo, a quem coube a análise do quesito morfologia, e André Fleury Azevedo Costa, responsável pela avaliação do item andamento. Segundo José Oliveira Prado, coordenador da Facilpa e um dos organizadores da mostra mangalarguista, o evento tem a intenção

Jurado Marcelo Toledo analisa concorrente.

Vista geral da pista da Exposição de Lençóis Paulista.

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Por Pedro Rebouças

Público da região centro-oeste do território paulista pôde conferir toda beleza e versatilidade do cavalo de sela brasileiro

Fotos: Equipe Facilpa.

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Fotos: Equipe Facilpa.

tanto de atrair novos adeptos para a raça como também de reaproximar os antigos criadores da região centro-oeste do estado de São Paulo, em especial de municípios como Lençóis Paulista, Bauru e Botucatu. Retomada em 2013, após um breve período de ausência, a Exposição de Lençóis Paulista tem uma longa tradição na raça Mangalarga. Além disso, de acordo com os organizadores, a mostra deve continuar crescendo nos próximos anos, uma vez que os criadores locais nutrem projetos e ambições maiores para o futuro do cavalo de sela brasileiro na região. A boa qualidade da tropa, o en-

Apresentador conduz animal durante o julgamento.

Evento lençoense reuniu 80 animais.

volvimento do público e a expressiva adesão da comunidade mangalarguista também foram destaque da mostra lençoense, que registrou a participação de 28 conceituados criatórios do cavalo de sela brasileiro. A 38ª Facilpa, por sua vez, foi novamente o ponto alto das celebrações que marcam o aniversário de Lençóis Paulista, atraindo durante os seus dez dias de atividades um público estimado em 250 mil pessoas, ao qual foi oferecida uma diversificada programação com atrações como julgamentos de animais, rodeios de cavalos e touros e apresentações de músicos consagrados. Mostra contou com a participação de 28 expositores. O Haras Espinhaço marcou presença na Facilpa.

Raça Mangalarga está entre as pioneiras da Facilpa.

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37ª Exposição Nacional da Raça Mangalarga

Foto: Sociedade Rural Paranaense.

O grande momento do cavalo de sela brasileiro

O desfile das bandeiras será uma das atrações do evento.

O Parque de Exposições Governador Ney Braga, localizado no município paranaense de Londrina, receberá a trigésima sétima edição de um dos mais tradicionais eventos da equinocultura brasileira, a Exposição Nacional da Raça Mangalarga. O evento acontecerá no período de 18 a 27 de setembro, com uma diversificada programação que incluirá provas funcionais, leilões e atividades sociais, além dos aguardados julgamentos que elegerão os novos grandes campeões nacionais. Esta será a segunda vez que a Exposição Nacional acontecerá fora do Estado de São Paulo, principal centro de seleção da raça Mangalarga. Em 2007, a própria cidade de Londrina recebeu o evento com grande êxito. Naquela ocasião, a mostra foi muito elogiada, especialmente por conta da hospitalidade dos anfitri-

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ões, das boas instalações do Parque de Exposições e ainda pela ótima estrutura do município paranaense.

Programação movimentada As atividades terão início na manhã da sexta-feira 18 de setembro com os julgamentos de progênie jovem de pai, progênie jovem de mãe e conjunto de raça geral e pelagem. No mesmo dia, às 19h, será realizada uma missa para abençoar a abertura da mais importante mostra do cavalo de sela brasileiro. Já no sábado, 19 de setembro, está previsto, após os julgamentos do dia, por volta das 17h, a realização

da cerimônia oficial de abertura da Exposição Nacional. A solenidade, que será conduzida pela Diretoria Executiva da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) e contará com a presença de autoridades locais, incluirá o aguardado desfile das bandeiras dos criatórios participantes e terá a participação especial da orquestra sinfônica da Polícia Militar. Os julgamentos, por sua vez, prosseguirão ao longo de toda semana, sob o comando dos jurados José Rodolfo Brandi, a quem caberá a tarefa de avaliar o andamento dos animais concorrentes, e Marcelo Leite Vasco de Toledo, cuja tarefa será avaliar a morfologia dos exemplares participantes. O ponto alto, no entanto, está previsto para ocorrer nos dias 24 e 25 (quinta e sexta-feira), com a


disputa dos campeonatos nacionais tanto classe geral como da classe de pelagem, e na tarde do dia 26 (sábado), quando serão eleitos os grandes campeões nacionais de 2015.

mirim, juvenil, feminina e do patrão.

Foto: Norberto Cândido.

Funcionalidade em destaque

Por sua vez, as disputas funcionais acontecerão a partir das 18h nos dias 20 (domingo) e 22 (terça-feira), abrindo espaço para toda a agilidade e versatilidade do cavalo de sela brasileiro. Já na manhã do último dia de atividades, o sábado 26 de setembro, a agenda abrirá espaço para a família Mangalarga entrar em pista para disputar as tradicionais e sempre aguardadas provas mini mirim,

A 37ª Nacional terá ainda uma importante novidade, a realização do Concurso do Cavalo Completo. Esta diferenciada competição, composta pela somatória do desempenho do animal na prova de maneabilidade à classificação do mesmo nos quesitos andamento e morfologia, oferecerá uma oportunidade ímpar para que os criadores comprovem a versatilidade de sua tropa. A inclusão desta prova na programação do evento marca a implementação de uma série de ações com o intuito de colocar em prática as metas estabelecidas no Seminário Mangalarga 2015. Realizado em junho deste ano, na cidade de Orlândia (SP), berço do cavalo de sela brasileiro, esse relevante evento promoveu um amplo debate e traçou importantes diretrizes para o futuro da raça. Foto: Norberto Cândido.

Os melhores exemplares da raça estarão presentes.

A marcha da raça estará novamente em evidência.

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Foto: Norberto Cândido.

37ª Exposição Nacional da Raça Mangalarga

O Concurso do Cavalo Completo será uma das novidades.

Convívio e confraternização Como já é habitual ocorrer, a Nacional também reservará um importante espaço para a programação social, visando estimular o convívio e a confraternização entre os criadores, seus familiares e amigos. Um dos destaques será o Happy Hour Mangalarga, previsto para acontecer em cinco noites no decorrer do evento, oferecendo um agradável momento de descontração à comunidade mangalarguista. Além disso, a agenda também incluirá os tradicionais Jantar de Confraternização dos Peões, na noite da segunda-feira (21), e o Jantar de Confraternização dos Criadores, que acontecerá na noite da quinta-feira (24), com atrações como espetáculo musical e o leilão de barrigas em prol da ABCCRM. Os negócios, por sua vez, também terão espaço reservado durante a mais

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Revista Mangalarga • Setembro /2015

importante mostra mangalarguista. O principal destaque será a edição 2015 do conceituado e sempre concorrido Leilão Gênesis Mangalarga. Promovido pela Fênix Leilões com assessoria zootécnica de João Quadros, o remate acontecerá na noite sexta-feira (25), nas próprias dependências do Parque de Exposições Governador Ney Braga. A programação, além disso, ainda reserva momentos para remates nas noites dos dias 19 (sábado) e 23 (quarta-feira).

Completa infraestrutura De acordo com o Presidente da ABCCRM Mário Barbosa, que faz questão de convidar toda comunidade mangalarguista para prestigiar o evento, a infraestrutura oferecida tanto pelo município de Londrina como pelo Parque Governador Ney Braga são importantes diferenciais desta trigé-

sima sétima edição da Nacional. O recinto da exposição é, aliás, referência no país e também em todo continente. Afinal, o local recebe anualmente uma das maiores e mais importantes feiras do agronegócio da América Latina, a Expo Londrina. O parque possui 42 hectares e uma ampla infraestrutura, que inclui recintos para eventos sociais, auditórios, pistas de julgamentos, recintos de leilões, pista para atividades equestres e um amplo estacionamento, entre outras confortáveis dependências. No local, também está localizada a sede do Núcleo Mangalarga Norte do Paraná, que, ao lado da Sociedade Rural do Paraná (SRP), é um dos apoiadores do evento. Para obter mais informações sobre a 37ª Exposição Nacional, que conta com o patrocínio da cerveja Stella Artois, um dos destaques do portfólio do Grupo Ambev, visite o “hot site” do evento (www.cavalomangalarga.com.br/nacional) ou telefone para (11) 3866-9866.


Foto: Norberto Cândido.

Programação 37ª Exposição Nacional

O Leilão Gênesis irá novamente movimentar os negócios.

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37ª Exposição Nacional da Raça Mangalarga

Tortas Alemãs Strassberg.

Comida oriental também está em destaque.

A LA CARTE

CHURRASCARIAS

PONTO GRILL

BABY BUFFALO CHURRASCARIA

Rua Mato Grosso, 310 – Shopping Royal Plaza. - Telefone: (43) 3345-2700

RESTAURANTE DO TONINHO Av. Duque de Caxias, 905. Telefone: (43) 3342-2840

RESTAURANTE RODEIO

Rua São Paulo, 610. Telefone: (43) 3326-1068

CLUBE DA COSTELA Av. Castelo Branco, 1265. Telefone: (43) 3338-4004

BR 3 COSTELARIA & PETISCARIA

Rua Professor João Candido, 333. Telefone: (43) 3324-2053

Rua São Pedro, 380. Telefone: (43) 3336-6262

TOMATE SECO TRATTORIA

CHURRASCARIA CHIMARRÃO

Av. Maringá, 1.730. Telefone: (43) 3025-7070

RESTAURANTE ZEPPELLIN Rua Tenente João Maurício de Medeiros, 300. Telefone: (43) 3315-9031

RESTAURANTE TIA NEGA

Av. Tiradentes, 3165. Telefone: (43) 3338-1433

CHURRASCARIA FORMIGÃO

Rod. Celso Garcia Cid, km 371. Telefone: (43) 3342-2777

CHURRASCARIA GALPÃO NELORE

Rua Mossoró, 640. Telefone: (43) 3321-6262

Av. Higienópolis, 891. Telefone: (43) 3324-2700

RESTAURANTE PASTEL MEL

CHURRASCARIA LIMOZINI

Av. Higienópolis, 437 Telefone: (43) 3025-2212

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Revista Mangalarga • Setembro /2015

Foto: Divulgação. Churrascaria Galpão Nelore.

Av. Tirandentes, 1100. Telefone: (43) 3328-2212

Foto: Divulgação.

Foto: Divulgação.

A Revista Mangalarga apresenta uma variada relação de restaurantes, bares e casas noturnas para que você tenha uma marcante estada na cidade-sede da mais importante mostra da raça. (Fonte: Portal da Prefeitura de Londrina)

Foto: Prefeitura de Londrina.

Sabores de Londrina

Londrina conta com uma rica gastronomia.

CHURRASCARIA RANCHO GRILL

Av. Santos Dumont, 1615. Telefone: (43) 3321-6171

CHURRASCARIA VENTO SUL

Av. Tiradentes 1515. Telefone: (43) 3338-1515

ESPETO’S CHURRASCARIA Av. Brasília, 5476. Telefone: (43) 3325-4449

COZINHA ITALIANA RESTAURANTE CANTINA E PIZZARIA DA MAMMA Rua Belo Horizonte, 1168-A (43) 3324-8161

RESTAURANTE E PIZZARIA ESTAÇÃO NORTE Rua Paraíba, 579. (43) 3356-7722

CRYSTAL

Rua Quintino Bocaiúva, 15. (43) 3321-2526

LA GÔNDOLA PIZZARIA Av. Santos Dumont, 1.300. (43) 3339-6050

LA VICHENZA RESTAURANTE Av. Tiradentes, 191. (43) 3348-0984



37ª Exposição Nacional TURIN SELF SERVICE Av. Higienópolis, 1.286. (43) 3324-8655

LA NONNA ROTISSERIE BUFFET E RESTAURANTE

KABUTO

Rua Senador Souza Naves, 1.528. (43) 3323-3331

Av. Juscelino Kubtscheck, 1394 (43) 3323-6524

MÁFIA DI PASTA

MATSUO

Rod Celso Garcia Cid, Km 377 lj2, Catuaí Shopping (43) 3339-2009

CASA DE CHÁ E RESTAURANTE JASMIM SALÃO Rua Pio XII, 499 Loja 08. (43) 3321-2106

Rua Minas Gerais, 69 (43) 3323-7610

Av. Inglaterra, 154 (43) 3341-5090

COZINHA ESPANHOLA

Rua Alameda Miguel Blasi, 40. Telefone: (43) 3315-4000

RESTAURANTE BALLI GRILL Rua Souza Naves, 803. Telefone: (43) 3374-9000

BRASSERIE BRICKEL KEY Rua Goiás, 877. Telefone: (43) 3322-5143

RESTAURANTE HOTEL CRYSTAL Rua Quintino Bocaiúva, 15. Telefone: 33151515

VILLA BELLA CAFFÉ-RISTORANTE

O ESPANHOL Av. Santos Dumont ,980 (43) 3337-4060

PIZZARIAS BORELLUCIO PIZZARIAS

KYODAI

Rua Gustavo Barroso, 168 (43) 3328-7304

Rua Quartzo, 170 Box 17 (43) 3325-7625

L’VIENA Av. Juscelino Kubitscheck, 3622 (43) 3324-4505

PIZZA CLUB Rua Quintino Bocaiúva, 909 (43) 3324-6858

PIZZA MOVIE Rua Silvio Pegoraro, 625 (43) 3342-3500

PIZZA SANFELICE

Av JK, 2.017 - (43) 3323-8382 Av. Faria Lima, 486. (43) 3348-0791

BAR VILÃO

Rua Sergipe, 1461 (43) 3322-0854

CANTO LIVRE BAR

Av. Duque de Caxias, 3000 (43) 3336-7744

CASA DA CACHAÇA

Rua Prof. João Cândido, 911 (43) 3324-2212

CASA DE SHOWS ALBATROZ Rua Rebouças, 113 (43) 3327-0763

VIOLA DE OURO

Av. Dom Geraldo Fernandes, 1.635 (43) 3324-8811

CLUBE DA ESQUINA

RAVENA

Avenida JK, 426 - (43) 3324-2767

MINATO

RESTAURANTE E PIZZARIA CHIC

Revista Mangalarga • Setembro /2015

Av. Santos Dumont,1339 (43) 3326-3720

Rua Rio Grande do Norte, 1058 (43) 324-8184 Rua Professor João Cândido, 1220 (43) 3323-0621

Rua Belo Horizonte, 115 (43) 3321-1652

ÁGUA DOCE CACHAÇARIA

Av. Juscelino Kubistscheck, 1755 (43) 3323-0683

MAKOTO

Rua Minas Gerais, 176 (43) 3323-7180

BARES E CASAS NOTURNAS

VALENTINO BAR

Av. Maringá, 1700 (43) 3338-4141

SUSHI HOUSE

Av. Higienópolis, 1286 (43) 3324-8655

CARVALHO – PIZZARIA E LANCHONETE

COZINHA JAPONESA

Rua Juscelino Kubitscheck,310 (43) 3337-5457

TURIM PIZZARIA E LANCHONETE

CERVEJARIA SANTO PONTO

PIZZARIA MARTIGNONI

BRAS-LI

TORRE DI PIZZA

Rua Maringá, 1.410. (43) 3328-0860

Rua Edwy Taques Araújo, 250. Telefone: 33361515/21039100

Rua Santos, 570 (43) 3324-4226

TIA AMÁLIA

CANTINHO PORTUGUÊS

STRASSBERG TORTAS ALEMÃS

BIG MEAL

Rua Paraíba, 579. (43) 3356-7722

COZINHA PORTUGUESA

COZINHA ALEMÃ

COZINHA INTERNACIONAL

RESTAURANTE E PIZZARIA ESTAÇÃO NORTE

Rua Alagoas, 990 - (43) 3324-5225

Rua Augusto Severo, 576 (43) 3337-1516

Rod. Celso Garcia Cid, km 401 Telefone: (43) 3399-5680

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AKIRA Rua Guaporé, 962 (43) 3329-3158

Av. J.K., 500 (43) 3324-5250

MPB BAR

PADDOCK DRINK

Rua Jacob Bartolomeu Minatti, 518 (43) 3337-7119

SENHOR ZANONI Av. Higienópolis, 2.357 (43) 3326-3973



Seu Garanhão é Bom Mesmo?

A Fenix Leilões coloca à disposição dos companheiros mangalarguistas a genética criada por José Oswaldo Junqueira em quase 100 anos, na forma das barrigas destas grandes éguas.


Vai Encarar? Pedigree de alta consistência genética, todas as éguas listadas possuem Grandes Campeões em sua genealogia, conhecidos por sua beleza e andamento. José Oswaldo possuía o dom de enxergar através das gerações passadas, realizando cruzamentos das melhores linhagens de todos os tempos, inegavelmente uma concentração genética que marcou e moldou a raça. Os embriões serão entregues após 3 meses de gestação, e com garantia do produto nascido. Todas as despesas de serviços veterinários e aluguel de receptoras estão incluídas no preço da barriga.

MATEIRA JO - Turbante JO X Vicunha JO VICUNHA JO - Capitão do Mato JO X Gazela JO MARIANA JO - Turbante JO X Vicunha JO NAVALHA JO - Topazio JO X Vicunha JO CORAL JO - Topazio JO X Tigresa JO AURÉOLA JO - Topazio JO X Manhã JO DILETA JO - Nairobi ML X Luiza JO RETINTA JO - Topazio JO X Negrita JO CHUVA JO - Topazio JO X Névoa JO AURA JO - Topazio JO X Manhã JO ARMADERA JO - Topazio JO X Fuligem JO CAMPINAS OJC - Universitario OJC X Baucide OJC

Josué Cunha Neto: josue@fenixleiloes.com Departamento comercial: comercial@fenixleiloes.com Telefones: 11. 2339.8187 • 11. 99128.8881 www.fenixleiloes.com


37ª Exposição Nacional da Raça Mangalarga

Dicas de hospedagem Foto: Divulgação.

Veja onde se hospedar na cidade-sede da 37ª Exposição Nacional do Cavalo Mangalarga. (Fonte: Portal da Prefeitura de Londrina)

Fachada do Hotel Cedro, centro de hospedagem oficial da Nacional.

CEDRO HOTEL

HOTEL BLUE TREE PREMIUM

Av. Juscelino Kubistcheck, 200, Centro (43) 3315-7000 ou 0800-4007475 www.cedrohotel.com.br/

Av. Juscelino Kubitschek, 1356, Centro (43) 2104-4220

BOURBON LONDRINA HOTEL

HOTEL CAÇULA DA RODOVIÁRIA

Alameda Miguel Blasi, 40, Centro (43) 3324-5656 www.bourbon.com.br

BRISTOL LONDRINA RESIDENCE HOTEL

Rua Goiás, 877, Centro (43) 3321-6161 www.bristol-hotelaria.com.br/londrina/

CRILON PALACE HOTEL Av. São Paulo, 658, Centro (43) 3321-3880 www.crillon.com.br

CRYSTAL PALACE HOTEL Rua Quintino Bocaiuva, 15, Centro (43) 3321-2526 www.crystalpalace.com.br

HIGIENÓPOLIS HOTEL & HOME STAY (FLAT) Rua Montese, 163, Centro (43) 3372-2626 www.hotelhigienopolis.com.br

HOTEL AERO PARK

Av Santos Dumont, 1516, Aeroporto (43) 3336-3031 www.aeropark.com.br

HOTEL ALIANÇA

HOTEL CARIOCA

Rua Benjamin Constant, 1083, Centro (43) 3323-8501

HOTEL COMFORT SUÍTES LONDRINA

Rua Edwy Taques de Araujo, 250, Gleba Palhano (43) 3371-7000 / (43) 3371-70001 www.atlanticahotels.com.br

HOTEL COROADOS

Rua Senador Souza Naves, 314, Centro (43) 3323-7690

HOTEL DO LAGO

Rua Bento Munhoz da Rocha Neto, 1505 (43) 3328-4455

HOTEL ESCOLA UNOPAR LTDA

Rua Bento Munhoz da Rocha Neto, 1505, Parque Guanabara (43) 3328-4455

HOTEL FIRENZE

Rua Sta Eliza, 31, Vila Fraternidade (43) 3339-2702

HOTEL GALLI

Av. Duque de Caxias, 3063, Centro (43) 3323-5334 e- mail: hotelalianca@pop.com.br

Av. Tiradentes, 2055, Jd. Shangri-la A (43) 3375-3000

HOTEL BERLIM LTDA

Rua Senador Souza Naves, 1.136, Centro (43) 3336-4080 www.hoteligapo.com.br

Av. Rio de Janeiro, 11, Centro (43) 3323-1515

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Rua Tabajaras, 75, Vila Casoni (43) 3323-3205 www.hotelcacula.hpg.ig.com.br

Revista Mangalarga • Setembro /2015

HOTEL IGAPÓ

HOTEL ROCHA

Av. 10 de Dezembro, 1847 (43) 3325-4828 www.sdweb.com.br/cesar

HOTEL S DUARTE

Rua Sergipe, 173, Centro (43) 3323-1788

HOTEL SÃO JOSÉ

Av. Celso Garcia Cid, 253, Centro (43) 3324-5358

HOTEL SUMATRA

Rua Sen. Souza Naves, 803, Centro (43) 3321-2835 www.hotelsumatra.com.br

HOTEL THOMASI

Av Tiradentes, 1155, Centro (43) 3315-0400 www.thomasi.com

HOTEL TRIUNFO LTDA

Rua Prof. João Cândido, 39, Centro (43) 3323-5054

HOTEL VILLAGE LTDA

Rua Benjamin Constant, 719, Centro (43) 3334-3332

LONDON RESIDENCE

Rua Maranhão, 406 (sobreloja), Centro (43) 3334-1004

LONDON ROYAL HOTEL Rua Acre,60, Centro (43) 3324-2626 www.londonroyalhotel.com.br

PRINCETEL PALACE HOTEL LTDA Rua Maranhão, 584, Centro (43) 3321-4200

GOLDEN BLUE HOTEL EXPRESS

Rua Borba Gato, 1190, Vila Ipiranga (43) 3371-8000 www.goldenblue.com.br


A

Biarritiz do PEC (T.E.)

Estrela D'Alva 42 (T.E)

Clara OJC (T.E) Afrodite AOR (T.E)

Dona Beija ACF (T.E) Baluarte AOR (T.E)


P anorama M angalarga

Por Luis Opice

Campeonato Paulista de Enduro Mangalargas fazem bonito na quarta etapa desta importante competição equestre Por iniciativa da criadora e amiga Camila Glycerio Freitas, o Instituto de Enduro Brasil –IEB, liderado pelo amigo Silvio Arroyo, organizou dentro da IV Etapa do Campeonato Paulista de Enduro, ocorrida em 1º de agosto deste ano, na Coudelaria Nossa Senhora de Fátima – CNSF, no município de Atibaia, a participação e premiação para participantes montados em cavalos de outras raças, que não as habituais participante de enduros, os árabes, anglo-árabes e outras. Essa prova mereceu o apoio da ABCCRM e foi amplamente divulgada no seu site. Participou o Haras Mangabaia,

com três conjuntos, sendo a amiga Camila, a sua filha Flávia e o seu neto Caio Fernandes. Três gerações de uma mesma família participando de uma prova oficial do calendário de Enduro! Com 12 animais, a Fazenda Vassoural, cuja equipe foi capitaneada pela titular do haras, a criadora e amiga Beatriz (Bia) Biagi Becker também esteve presente ao evento. Como todos sabem, a Bia mantém, na Fazenda Vassoural, uma clínica de Equoterapia altamente qualificada pelos seus instrutores e fisioterapeutas, todos com ampla capacitação e experiência profissional nesse tipo de terapia. Fotos: Camila Freitas.

Beatriz Becker apresenta sua montaria no Vet Check.

Diversas gerações participaram do evento.

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Pois bem, a Bia trouxe na sua equipe, duas jovens paraequestres, que vieram acompanhadas de dois monitores e dois terapeutas. Confesso que foi uma emoção muito grande assistir a alegria das crianças, expressada pelo brilho de seus olhos, participando da prova e recebendo, ao final, a justa premiação. Tivemos, também representando a nossa raça, o criador e amigo Luiz Fernando Sianga, de Jundiaí, participando com a sua égua pampa Açucena 4 Lagoas. O Rancho da Bela Vista, de Andradas, levou sua equipe titular de enduristas, formada pelo criador e grande amigo João Frugis, minha filha Luisa Opice, a queridíssima Candi Junqueira de Mello, o responsável técnico pela tropa de cavalgadas do Rancho, o endurista internacional Fabrício Bagarolli, meu amigo e grande profissional do meio equestre, e por este que subscreve esta matéria. No total, entre árabes e congêneres e os nossos Mangalargas e dois Marchadores participaram 25 conjuntos, sendo que entre a turma dos árabes competiram amazonas e cavaleiros de grande projeção e experiência internacional nessa modalidade esportiva, como a Cecília Gazzola e os amigos sanjoanenses Toni Malta e Francisco de Arruda Sampaio. Bem, para muitos poderá ser uma surpresa, mas para vários mangalarguistas que, no passado, participavam de enduros, os resultados obtidos não causarão nenhum espanto. A Candi Junqueira de Mello, montando Olinda JO, defendendo as cores do Rancho da Bela Vista, obteve o 3º lugar na classificação geral e 1º lugar na classificação das outras raças (competiram além dos nossos dois Marchadores), ficando na frente de cavalos árabes montados por experimentados enduristas de nível internacional.



Fotos: Camila Freitas.

P anorama M angalarga

Parte dos integrantes da equipe Vassoural.

A Camila Glycério, representante do Haras Mangabaia ficou em 10º lugar na classificação geral e em 2º na premiação só para as outras raças. O ginete Rodolfo Lauricella, montando Júpiter da Vassoural, da equipe da Fazenda Vassoural obteve a 14ª classificação no geral e 3º lugar na classificação em separado. Ou seja, os nossos Mangalargas não fizeram feio, não comeram poeira e muito menos foram desclassificados por não terem concluído a prova a tempo ou por não apresentarem seus animais, no “vet check” final, dentro das condições físicas mínimas exigidas pelo regulamento da prova. Foi uma emoção ver a Bia Becker lavando sua montaria Júpiter e a apresentando ao controle do veterinário responsável pelo “vet check” do seu animal! Muito se fala sobre os tipos de uso, para os dias de hoje, dos nossos cavalos Mangalargas. No passado, além de serem utilizados, todos os dias, na “lida” das fazendas, nos deslocamentos para os “patrimônios” para fazer as compras para as dispensas das fazendas, para ir à missa aos domingos, visitar os “compadres” nas vizinhanças, os

Mangalargas eram o meio para o grande esporte e recreação que se tinha no passado, não muito remoto diga-se, qual seja, as caçadas aos veados e outros animais. Nesse tipo de uso, a pleno campo, podia-se conhecer o animal na sua essência, o passo e o seu galope. Hoje, nas competições oficiais e mesmo nas cavalgadas, o galope é raro de acontecer. Para as caçadas e para correr atrás dos bois, o mangalarga não podia ter passo curto, pois esse tipo de andamento não dava ao animal a condição de ter um bom e franco galope, qualidade essencial para alcançar os animais buscados no campo. O percurso do Enduro que fizemos foi de 17 km, o qual teve que ser percorrido em 1 hora e 25 minutos, o que fez com que a média de velocidade fosse de 12 km/hora. Foi uma prova altamente técnica, dada a velocidade média estipulada, que obrigou aos participantes exigirem de seus animais marchas alongadas e galopes na maior parte do percurso, reservando o passo somente para as íngremes subidas e descidas existentes ao longo da trilha.

Pois bem, se vários Mangalargas obtiveram expressivas classificações nessa última prova e em outras em passado recente, sem o mesmo preparo que os árabes têm para esse tipo de prova, é bom que se frise, por que não incluir essa modalidade no nosso calendário oficial de eventos? O Instituto Enduro Brasil se dispõe incluir, definitivamente, a partir da temporada de 2016 do calendário oficial do Campeonato Paulista de Enduro, a premiação em separado para os nossos cavalos Mangalargas. Já escrevi, nesta mesma tribuna, a respeito de Enduro, que os nossos filhos e netos gostam de andar a cavalo junto aos pais e avós, mas, acima de tudo, por serem jovens, gostam de competir e sentir a adrenalina na sua corrente sanguínea. Assistir exposições ou copas de andamento e mesmo participar de cavalgadas, não libera a adrenalina e nem propicia o desenvolvimento de sua equitação e o amor à criação de cavalos, para dar continuidade a essa imensa paixão que, nós pais e avós, temos pela criação do cavalo mangalarga!

A equipe do Rancho da Bela Vista. Fotos: Camila Freitas.

O endurinho foi uma das atrações da prova.

Mais integrantes da equipe Vassoural.

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Por Pedro C. Rebouças

Plano Estratégico de Marketing Pesquisa realizada pela Insper Jr. Consulting apontou importantes diretrizes para aprimorar o posicionamento da raça no segmento equestre nacional serviços e produtos de qualidade de forma acessível, ou seja com praticidade e comodidade. A pesquisa realizada pela Insper Jr. Consulting também ressaltou a importância do posicionamento da raça Mangalarga no universo equestre nacional. “A ABCCRM deve ser lembrada como uma entidade de prestígio devido à sua tradição de 81 anos de história, baseada em serviços de alta qualidade, na qual construiu um processo de seleção e continuidade do melhor cavalo de sela brasileiro”, destaca o estudo. A etapa seguinte do trabalho analisou as estratégias de aquisição e retenção de clientes para a ABCCRM. Assim, os pesquisadores debruçaram-se sobre vários tópicos pertinentes a esta questão, como: descrição de serviços, praça, evidências físicas, pessoas, processos, estratégia de comunicação e promoção e estratégia de precificação. O ponto final ao qual a pesquisa se ateve foi a questão das estratégias de comunicação das características, uma vez que a marca e a imagem da ABCCRM estão fortemente atreladas ao que o cavalo Mangalarga representa. Dessa forma, apresentou-se uma estratégia de valorização da raça, por meio de ações que informem o público sobre as qualidades mais marcantes da raça, como: docilidade, resistência, funcionalidade, beleza, habilidade para a prática de atividades esportivas, aptidão para a lida no campo e, em especial, a marcha cô-

Foto: Modesto Wielewicki.

A Insper Jr. Consulting, conceituada prestadora de serviços de consultoria nas áreas de economia, administração e marketing ligada ao Insper – Instituto de Ensino e Pesquisa, apresentou no início de junho o Plano Estratégico de Marketing da Raça Mangalarga. Elaborado a pedido da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM), o estudo foi realizado ao longo do primeiro semestre de 2015 e traçou importantes diretrizes para a atuação da entidade no atual triênio. O trabalho desenvolvido pela Insper Jr. Consulting teve início com um amplo estudo do mercado equestre no país, que incluiu a análise comparativa da atuação de outras relevantes associações do segmento, em especial as ligadas às raças Mangalarga Marchador, Quarto de Milha, Crioula, Pampa, Campolina, Árabe, Appaloosa e Brasileira de Hipismo. Esta etapa do estudo incluiu três importantes levantamentos: análise geral da concorrência, análise da dispersão de associados e tropa por estados e análise dos serviços e preços dos concorrentes. Em seguida, a pesquisa dedicou-se ao tema da criação de valor, por meio da análise da questão da segmentação de mercado, que buscou identificar quem são os clientes da raça, suas vontades e necessidades. Ainda nesta fase foi abordada a questão da proposta de valor, que concluiu a importância de se oferecer

Fortalecer a divulgação das qualidades da raça foi uma das indicações do estudo.

Foto: Assessoria Insper Jr. Consulting.

Os pesquisadores da Insper Jr. Consulting realizaram uma ampla pesquisa do segmento.

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moda, progressiva e equilibrada. Na introdução ao estudo, a Insper Jr. Consulting destaca que um plano de Marketing é essencial para uma empresa que deseja entregar e comunicar da melhor forma possível sua proposta de valor ao seu público alvo. “A partir de análises externas e internas da empresa, realizadas anteriormente, é possível montar estratégias alinhadas com as necessidades da empresa para adquirir e reter seus clientes. Vale lembrar que um plano de marketing vai além de apenas promoções, buscando as melhores formas para apresentar seu produto no mercado. Por isso é fundamental um entendimento do produto junto a uma segmentação do mercado para que, alinhado à missão, visão e estratégias da empresa, seja entregue o que o cliente preza. É necessário verificar quais as paridade do mercado – características básicas e necessárias para uma empresa competir em seu segmento – e, juntar a estas os diferenciais da ABCCRM para se destacar no mercado.” Os itens levantados pela pesquisa já estão sendo analisados e colocados em prática pela Diretoria Executiva da ABCCRM, em especial nas áreas de atendimento ao público e de Comunicação e Marketing. O estudo, além disso, também serviu para trazer importantes elementos para a palestra ministrada no Seminário Mangalarga 2015 pelo Vice-presidente de Marketing Eduardo Henrique Souza de França.



P anorama M angalarga

Por Pedro C. Rebouças

Boutique Mangalarga

Tela de entrada do aplicativo da loja virtual da raça.

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) apresentou, no mês de julho, a nova Boutique Mangalarga. Moderna, segura e prática, a loja virtual oferece uma ampla gama de produtos com a marca do cavalo de sela brasileiro. O catálogo da boutique inclui uma renovada linha de camisas sociais e camisas polos tanto para o público feminino como para o masculino, além de uma variada oferPágina do portal eletrônico da Boutique Mangalarga.

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ta de bonés e fivelas com a marca Mangalarga. A garotada, por sua vez, encontra produtos exclusivos, com especial destaque para a linha infantil de camisas polos. A Boutique Mangalarga oferece também os principais livros ligados ao cavalo de sela brasileiro. Entre eles estão títulos como: A Pintura Equestre de Hans Haudenschild (Hans Haudenschild), JO no Caminho das Pedras (José Oswaldo Junqueira Fleury), Mangalarga e o Cavalo de Sela Brasileiro (Fausto Simões), Os Cavalos de João Francisco Diniz Junqueira (João Francisco Franco Junqueira), O Cavalo Mangalarga em Goiás (Antonio Celso Ramos Jubé), Mangalarga – Retratos por Hans Haudenschild (Hans Haudenschild) e Raízes Mangalarga (Raul Sampaio de Almeida Prado). Para realizar suas compras, os clientes da loja virtual da raça contam com a comodidade de poder utilizar diversas formas de pagamento, além de poder trabalhar com as principais bandeiras de cartão de crédito. Tudo isso com a garantia de

Fotos: Divulgação.

Loja eletrônica oferece uma charmosa linha de produtos com a grife Mangalarga

Livros também podem ser adquiridos pelo aplicativo.

segurança oferecida pela tecnologia SSL (Secure Socket Layer). As novidades, entretanto, não param por aí. Para tornar a vida do apaixonado pela raça ainda mais fácil, a Boutique Mangalarga também conta com uma versão em aplicativo para “smart phones”, que pode ser baixada na App Store e na Google Play. Além disso, a grife do cavalo de sela brasileiro também marca presença nos principais eventos do calendário da ABCCRM. Neste mês de setembro, por exemplo, os mangalarguistas que comparecerem à 37ª Exposição Nacional, que acontecerá em Londrina (PR), entre os dias 18 e 26, poderão visitar o estande da marca Mangalarga e adquirir seus produtos preferidos. Para conhecer melhor esta diferenciada loja eletrônica, visite o portal www.boutiquemangalarga. com.br e confira a linha completa com a grife do cavalo de sela brasileiro.



P anorama M angalarga

Por Pedro C. Rebouças

Foto: Arquivo ABCCRM.

Foto: Silvio Calazans.

Mangalarga nas redes sociais

A aptidão esportiva da raça está em destaque nas redes sociais.

Postagens também apresentam a habilidade para a lida com o gado.

Novas ações no mundo virtual seguem diretrizes apontadas pelo Plano Estratégico de Marketing da Insper Jr. Consulting A Diretoria de Comunicação e Marketing iniciou neste segundo semestre um processo para reformular a participação da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos da Raça Mangalarga (ABCCRM) em redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter. A iniciativa tem como objetivo ampliar a exposição da raça e aprimorar a comunicação tanto com associados como com admiradores do cavalo Mangalarga. A relevância desta mudança foi apontada pelo Plano Estratégico de Marketing encomendado pela ABC-

CRM à Insper Jr. Consulting. O estudo, realizado no primeiro semestre deste ano, indicou a necessidade de aprimoramento das estratégias de comunicação, de atração e retenção de clientes e de divulgação das características da raça em diversos campos de atuação, incluindo o universo da internet. Um dos destaques entre as novidades implementadas é a “Segundo do Criador”. Por meio desta ação, realizada todas as segundas-feiras, fotos enviadas por criadores e usuários, mostrando seus exemplares Foto: Marcio Mitsuishi.

A potra Aileen Vegas abriu a ação “Segunda do Criador”.

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da raça, são publicadas nas páginas oficiais da Associação. Assim, os mangalarguistas encontram um importante e democrático espaço para a divulgação de seus animais, ao mesmo tempo em que o Departamento de Marketing encontra a possibilidade de ampliar a visibilidade da entidade e fortalecer os laços com seus seguidores nas redes sociais. A divulgação das qualidades do cavalo Mangalarga tem sido outro mote para as ações da ABCCRM no Facebook, Twitter e Instagram. Assim, ao longo da semana são publicadas fotos de animais em atividades diversas, entre elas cavalgadas, provas hípicas variadas e lida com o gado. Estas postagens são responsáveis por apresentar aos internautas um pouco das características típicas da raça, como: funcionalidade, docilidade, agilidade, resistência e comodidade, assim como seu principal diferencial, a marcha progressiva, macia e equilibrada. As publicações procuram, além disso, destacar toda a tradição e rica história do cavalo de sela brasileiro, cuja trajetória já dura mais de dois séculos. Tudo isso, sem descuidar dos eventos que movimentam o calendário da raça de norte a sul do país ao longo da temporada. Para participar, visite o portal www.cavalomangalarga.com.br e acesse os ícones das redes sociais em que deseja acompanhar as novidades do cavalo Mangalarga.



E spaço T écnico - E quitação

Dez hábitos de cavaleiros competentes Confira uma breve relação de atitudes que fazem a diferença para os grandes cavaleiros Nesta edição permitam-me sair um pouco do tema “mercado” em termos específicos, para falar sobre algumas características dos treinadores competentes mundo afora. Encontrei um bom artigo no site www.horselistenning.com e o compartilho com você. Todos nós conhecemos cavaleiros que sempre fazem as coisas perfeitas, bem feitas, possuem cavalos calmos e felizes e conseguem melhorar seus cavalos mentalmente e fisicamente quase que sem esforço. Olhamos e admiramos de longe e a “grosso modo”, mas, de fato, temos muito a aprender com os hábitos regulares e a “maneira de ser” destes cavaleiros com seus cavalos. Assim, desenvolvemos nossas habilidades próprias e nossos próprios “mantras” da nossa equitação. O que os grandes cavaleiros têm em comum que fazem sejam admirados, desenvolvem suas habilidades e tornam-se modelos para todos os outros? 1. Persistência: Bons cavaleiros são dispostos a tentar sempre. Eles sabem que aparecerão mais cavaleiros, mais dias, mais sessões e as abordagens lentas e consistentes vencerão. 2. Abertura: Bons cavaleiros sabem que sempre haverá algo a aprender com todos, mesmo que seja para aprender o que não se fazer. Estes cavaleiros não são “racistas”com relação a modalidades ou raças, e estão sempre conscientes que a boa equitação é a boa equitação,

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independentemente de sela ou estilo. 3. Paciência: Bons cavaleiros sabem esperar pelas recompensas.Eles sabem que mesmo que algo de errado hoje, haverão mais dias por vir, e pequenos passos, mesmo que para trás, são mais benéficos do que os atalhos ou correções rápidas. 4. Saber parar: Pode parecer estranho, mas bons cavaleiros páram quando poderiam ir além na sessão de treinamento. Eles montam por pequenos períodos de tempo no máximo da performance e da qualidade, e chamam isto de uma sessão completa. Sabem, intuitivamente, quando chega o fim de uma sessão de trabalho. 5. Efetividade: Bons cavaleiros buscam o máximo de performance para o mínimo de desgaste. Fazem com que cada degrau do treinamento seja cumprido com qualidade, mas nunca ultrapassam os limites dos cavalos em detrimento da performance. 6. Auto desenvolvimento: Bons cavaleiros buscam regularmente melhorar seu nível de equitação e sua educação equestre. Estão sempre dispostos a gastar tempo, dinheiro e humildade nas oportunidades de melhoria geral do conhecimento sobre cavalos.

7. Pensando grande: Bons cavaleiros gostam do trabalho do dia a dia como gostam dos objetivos mais distantes planejados para seus cavalos. Sabem que cada dia é um degrau e que cada degrau é importante como o próximo ou o anterior, e que isto é o desenvolvimento natural dos cavalos. 8. Possuem modelos: Bons cavaleiros conhecem a boa equitação e quando encontram alguém com esta boa equitação trabalham para ficar perto, aprender não somente para melhorar a técnica mas também como fontes de inspiração para o crescimento pessoal e profissional. 9. Solucionadores: Bons cavaleiros conseguem transformar problemas em soluções gratificantes. Possuem várias ferramentas em sua “caixa de ferramentas” e sabem que existem mais de uma maneira de se abordar um problema. Estão sempre abertos e dispostos a tentar coisas novas. 10. Escutam os cavalos: Bons cavaleiros são experts em escutar seus cavalos. São sensíveis às respostas dadas pelos cavalos e conseguem se ajustar rapidamente de acordo com estas respostas. Tradução Aluisio Marins, MV Universidade do Cavalo www.universidadedocavalo.com.br



E spaço T écnico - N utrição

Sal mineral: por que e quando administrar aos cavalos Uma dúvida que sempre vem à mente dos envolvidos no mundo do cavalo é a real necessidade destes animais de sal mineral. Algumas questões sempre são levantadas: Por que utilizá-lo? É preciso administrar no cocho com a ração (ingestão forçada) ou deixar em cocho separado com livre acesso? Preciso dar sal branco em cocho separado? Apenas o sal branco não resolve? Por que apenas nos dias atuais os cavalos necessitam de sal mineral se não tinham acesso a ele em seu processo evolutivo quando soltos na natureza? Neste artigo buscamos responder a estas questões mostrando a importância deste alimento na rotina diária do cavalo. Os nutrientes minerais são essenciais para a utilização da energia e da proteína e para a biossíntese dos nutrientes essenciais responsáveis pelo funcionamento do organismo. São divididos, dependendo da quantidade diária necessária, em macrominerais (cálcio, fósforo, potássio, magnésio, sódio, cloro e enxofre, necessários em gramas diárias) e microminerais (sendo os principais: ferro, zinco, cobre, manganês, cobalto, iodo, selênio e cromo, necessários em miligramas diárias). Para realização de todas as funções do organismo é necessário algum tipo de mineral. Eles entram desde a constituição do arcabouço (esqueleto) até em funções mais complexas como constituinte das enzimas e disponibilidade de energia para os músculos, entre muitas outras funções. A demanda por estes minerais, assim como dos demais nutrientes, é atendida pela alimentação e quanto mais diversificada, melhor.

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Em seu processo evolutivo, em liberdade plena e com diversidade de alimentação, além da exigência quase que exclusiva para sobrevivência, os animais supriam suas necessidades sem problemas com o que encontravam na natureza, atendendo de forma eficiente a demanda de seu organismo. Com a domesticação do animal pelo homem, este restringiu seu acesso à diversidade de alimentos e exige mais do que era exigido em liberdade, através da seleção genética que deseja animais com melhor musculatura e maior estatura, capazes de saltar mais frequentemente que na natureza e alturas mais elevadas, entre outras atividades esportivas, e das éguas em reprodução deseja crias anuais e dos potros mais desenvolvimento e melhor crescimento. Apenas com o volumoso pouco diversificado, em geral de apenas um tipo, o animal não consegue todos os elementos minerais necessários para cumprir a essas determinações do homem, sendo então fundamental o fornecimento de sal mineral específico para equinos, de empresa idônea, onde o animal deverá ter livre acesso, consumindo o que lhe é necessário diariamente. Deve-se ressaltar que nem todos os elementos minerais necessários para a demanda do organismo necessitam estar presentes no sal mineral. Enxofre, por exemplo, o animal atende sua demanda através de uma dieta com proteína de qualidade, pois este mineral é constituinte dos aminoácidos sulfurados (metionina e cistina), assim como o magnésio e potássio, encontrados facilmente em uma pastagem bem adubada e equilibrada, e cromo, cujas necessidades em miligramas são facilmente atendidas em uma dieta equilibrada com alimentos de

boa qualidade. Deve-se ainda levar em consideração que as rações comerciais possuem enriquecimento com macro e micro minerais, em geral insuficientes para atender às necessidades totais dos animais. Também a administração de sal mineral é espécie-específica, isto é, sal mineral para equinos deve ser administrado para equinos, assim como sal mineral de bovinos deve ser administrado apenas para bovinos. Isso ocorre por dois motivos: o primeiro é que as necessidades de equinos, bovinos, ovinos e caprinos são diferentes, e ofertar sal mineral de uma espécie para outra gera um excesso de determinado nutriente ou deficiência de outro, podendo causar problemas no animal; em segundo lugar porque muitos tipos de sal mineral para ruminantes possuem promotores de crescimento que são potencialmente tóxicos para equinos, podendo levar os animais à morte. Além da demanda diária para manutenção do organismo, os animais possuem necessidades específicas conforme a atividade a que se destinam, baseado inclusive em sua característica morfológica e funcional. Os cavalos evoluíram como animais com uma grande massa muscular (além de outras características anatômicas) que permite que o animal adquira grande velocidade sendo responsável pela sobrevivência da espécie. Para movimentar essa imensa massa muscular é necessária a produção de grande quantidade de energia. Essa energia é utilizada pelos músculos e produz uma grande quantidade de calor que precisa ser dissipada para manter a homeostasia do organismo. Existem diversas formas de dissipação do calor produzido pelo corpo do animal, sendo a mais eficiente, no caso do equino, através do suor.



E spaço T écnico - N utrição Os equinos possuem cerca de 1.200 glândulas sudoríparas por centímetro quadrado, cobrindo praticamente toda sua superfície corporal. Essas glândulas fazem as trocas de calor com o meio ambiente de forma bastante eficaz, permitindo ao animal uma produção de calor corpórea muito grande para o trabalho muscular sem que isso afete de forma drástica a temperatura corpórea. Parte do suor dos mamíferos, ao redor de 5%, é composta por minerais que são perdidos quanto há necessidade de troca de calor mais intensa, quer seja em um trabalho muscular como em temperatura do ar elevada. Esses minerais devem ser repostos através da alimentação para se manter o equilíbrio corpóreo. O consumo de sal mineral esperado é de 80 a 120 g por dia, porém, alguns fatores contribuem para um maior ou menor consumo de sal, tais como temperatura do ar e umidade relativa do ar, individualidades, categoria (exercício, crescimento, reprodução, manutenção), etc. A forma mais correta para atender a esta demanda diária de minerais pelo cavalo é mantendo um cocho especifico para sal mineral (ver figuras) onde o animal deve ter livre acesso à quantidade necessária diária para atender a reposição das perdas diárias. Estas perdas são difíceis de se avaliar e variam conforme as condições diárias do ambiente e da atividade do animal. Em dias muito quente, o animal perde mais suor para manter a temperatura corporal, assim como em dias de trabalho mais intenso, sendo então o consumo de sal mais elevado. Em dias de repouso ou mais frescos, as perdas são menores, assim como o consumo. Aliado à necessidade de sal mineral, deve-se ressaltar que o consumo de sal também está ligado ao consumo de água. Esta nunca deve ser restrita no acesso pelos animais. Ao mesmo tempo em que o consumo de sal se eleva, as necessidades de água fresca e limpa também se elevam, devendo sempre estar à disposição

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dos animais, sob qualquer circunstância. Uma das dificuldades que se tem com a administração de sal mineral com livre acesso é a alegação de desperdício que pode ocorrer, quer seja na baia, quer seja no campo, onde a necessidade de cocho coberto parece ser fundamental para a administração deste alimento. Buscando aliar a redução do desperdício às reais necessidades do animal, a recomendação é que se administre o sal mineral diariamente, conforme o consumo do dia anterior do animal, repondo assim o mais próximo possível as reais perdas do organismo. A dica é marcar um pote com a quantidade de 100g de sal mineral e todos os dias colocar no cocho a quantidade necessária, começando com 100g e a cada dia repondo da seguinte forma: se ainda houver sal no cocho quando for repor, coloque um pouco menos, e se o cocho estiver limpo, coloque um pouco mais. Desta forma, atende-se às necessidade do animal com um mínimo de desperdício. E a questão, sal branco ou sal mineral? Oferecer ambos em cocho separado? Como citado, o suor do equino é composto por 5% de minerais e, destes, 95% é cloreto de sódio, ou sal branco. A princípio, pode parecer que, como as perdas com sal branco são mais elevadas que dos outros minerais, o animal deve ter acesso mais a ele que aos demais minerais. Ocorre que o principal fator limitante para o consumo de sal mineral, assim como o principal fator estimulante para o consumo, é o sal branco. Se ofertarmos ambos os tipos de sal em cocho separado, há uma tendência de menor consumo do sal mineral, podendo então o equino ingerir menos micro minerais do que o necessário às suas necessidades diárias. Por isso o ideal é ofertar um sal mineral que contenha a maioria dos elementos minerais, macro e micro minerais, necessários à demanda di-

ária do equino. Temos que tomar alguns cuidados ao oferecermos uma suplementação mineral ao animal, pois temos que oferecê-la em equilíbrio, jamais um único elemento mineral buscando um resultado particular, exceto em casos de enfermidades onde as necessidades sejam específicas, pois podemos induzir problemas no organismo animal. Existe uma interação entre os elementos minerais, e se houver um excesso de um único elemento mineral, podemos ter uma síndrome chamada de carência induzida, onde o excesso de um elemento mineral causa a deficiência de outro elemento, mesmo que esse outro elemento esteja em quantidade adequada na dieta. Por exemplo, se oferecermos uma suplementação extra de ferro ao animal, sem que seja necessário, podemos causar uma carência induzida de zinco e cobre, e o animal passa a apresentar sintomas de carência de zinco e cobre, mesmo que os níveis destes elementos sejam adequados na dieta. Alguns proprietários de equinos, na ânsia de buscar uma melhor performance do animal, quer seja no crescimento de potros, como no desempenho atlético, acabam por administrar mais nutrientes que os animais necessitam, induzindo assim problemas específicos por excesso de um único elemento. Isso deve ser evitado para se preservar a saúde e bem-estar dos animais. André Galvão Cintra, MV, Prof. Esp. Autor do Livro “O Cavalo: Características, Manejo e Alimentação” Coautor do livro “Manual de Gerenciamento Equestre” Contato: agcintra@gmail.com – www. andrecintra.vet.br



M ercado & F inança s

Por Pedro C. Rebouças

1º Leilão Haras Gadu Evento contou com a participação de compradores de nove estados

O Bar Mercearia, localizado no Jockey Club de São Paulo (SP), foi o ponto de encontro da primeira edição do Leilão Virtual Haras Gadu & Convidados. O evento, realizado na noite de 15 de julho, ofertou 36 lotes da raça Mangalarga, entre os quais estavam potros, potrancas, matrizes e garanhões, além de óvulos e embriões de renomadas doadoras. De acordo com a Business Leilões, empresa leiloeira responsável pela organização do evento, o Leilão Gadu registrou expressiva liquidez e contou com a participação

de compradores de nove estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Acre, Goiás, Bahia, Paraná, Santa Catarina e Pernambuco. Este foi o terceiro remate promovido pelo criatório de Itapetininga (SP). Entretanto, foi o primeiro com o nome Gadu. “Colocamos o nosso nome nesse leilão porque, com toda modéstia, esperamos que os nossos animais possam acrescentar qualidade e genética aos plantéis de seus futuros proprietários, tanto em competições, criação ou para cavalgadas e passeios, com toda a virtude que o nosso cavalo

de sela têm para oferecer”, ressalta o titular do haras, Guilherme Pompeu Piza Saad. O criador também fez questão de demonstrar sua gratidão por todos que colaboraram para o sucesso do haras e em especial do leilão. “Agradeço também aos colaboradores do Haras Gadu, que nos ajudam de forma incondicional, e aos meus amigos, parceiros, orientadores e motivadores André e Silas Freire, assim como aos amigos dos Haras AEJ, Corumbau e Mangalarga da Tarlim, que também abrilhantaram o leilão com seus animais.”

1º Leilão Haras EFI

Lote mais valorizado do evento foi composto pela égua pampa de alazão Suiça da Janga O 1º Leilão Haras EFI e Convidados movimentou o mercado da raça na tarde de 1º de agosto. O remate, realizado no Road Shopping, no município de Itu (SP), dentro da programação da 4ª Expo Preto e Pelagens Especiais, alcançou uma cotação média de R$ 20 mil. De acordo com a Business Leilões, leiloeira responsável pela organização do evento, o Leilão Haras EFI contou com a participação de investidores de quatro estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Ainda de acordo com a empresa, o lote composto pela Grande Campeã Nacional de Andamento Pampa 2014, a pampa de alazão Suiça da Janga, mereceu o maior lance da noite: R$ 166,4 mil. No total, o remate ofertou 37 lotes, entre os quais estavam renomados reprodutores e matrizes da

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raça, além de potrancas e potros com futuro promissor em pista. “Selecionamos animais oriundos das mais diversas linhagens e matrizes formadoras do nosso plantel, que por sua vez foram responsáveis por diversas éguas que se tornaram barrigas de ouro e que vem compondo nosso time de doadoras, juntamente com outras que fomos buscar nos mais importantes criatórios da raça”, destacou Eduardo Figueiredo, titular do Haras EFI. O criador ressaltou ainda que

esse foi um grande dia, em que foram realizados ótimos negócios. “Vivemos intensamente o Mangalarga há mais de 20 anos, e este 1º de agosto, além de ter sido um momento muito especial para nós, e a realização de um sonho, de alguma forma contou um pouco da história do nosso criatório. Os compradores que adquiriram um animal, ou uma barriga de uma de nossas éguas, com certeza levaram muito mais. Levaram um pedaço da nossa história!”



M emória

O Tempo e o Mangalarga

José Oswaldo procurava entender os grandes criadores e examinar os detalhes dos seus produtos, para ganhar o tempo que eles dispersaram para chegar naqueles Mangalargas. Nosso maior tesouro é o Tempo, mas teimosamente o desperdiçamos por longo período até entendermos ou mesmo sentirmos essa implacável realidade. Meu avô José Oswaldo Junqueira dizia repetitivamente, por vezes até cansativamente: “uma vida é muito pouco tempo para um criador de cavalos”. Na minha infância, dele recebi como presente um famoso cavalo Mangalarga Marchador de nome Seta Caxias, que havia sido Campeão Nacional em 1944. Esse magnífico marchador já estava com boa idade, isso aconteceu em torno de 1960, e eu estava iniciando meu gosto por cavalos. Quando saíamos para cavalgar pela Fazenda Santa Amélia eu me sentia muito valorizado, montado nesse belíssimo tordilho. Meu avô sempre elogiava as origens desse cavalo, dizendo que essa maciez no andamento era a satisfação do meu bisavô Saint Clair e era característica predominante nesse conceito de andamento, ou mais especificamente, nessa linhagem de Mangalargas que trouxeram para as novas terras paulistas. O tempo foi passando e eu comecei a notar que meu belíssimo cavalo não acompanhava os demais, apesar de muito macio, e comecei a trocá-lo por potras, especialmente quando marchávamos por uma distância maior. Chegou um momento em que eu troquei definitivamente minha montaria e nesse instante meu avô começou a me explicar o seu conceito do cavalo, em que o Tempo alcançava o pódio de seu raciocínio.

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Contava-me sobre as características dos Marchadores que ele herdou de seu avô Saint Clair, dizendo que eram resultado de dezenas e mais dezenas de anos de seleção, parte da qual, por cerca de 20 anos, com a sua própria participação. Me contou então que em determinado momento de sua vida ele conheceu o Mangalarga criado pelo Capitão Chico, primo distante, em Orlândia (SP) e teve a mesma sensação que tive, a certeza de que aqueles cavalos eram os que melhor completavam seu “cavalo ideal”, verdadeiras obras primas da natureza. Demoradamente, pausadamente, meu avô dizia que conversando com o Capitão Chico, pai do João Francisco Diniz Junqueira, sentiu que aquele homem tinha, em sua mente, fortemente impregnado um universo muito mais amplo do que ele poderia imaginar, especialmente quando destacava as qualidades de seus animais e discorria sobre as raças exóticas e o fundamento da funcionalidade que eles portavam há séculos. Com todas essas informações fluindo em tão pouco tempo, percebeu que os conhecimentos desses grandes criadores só poderiam ser acessados através do entendimento de sua linha de raciocínio ou mesmo observando as características mais destacadas em suas tropas. Voltando meu avô para seus animais, teve a felicidade de entender que para aproveitar todos os anos trabalhados por grandes homens que desbravaram o sertão na sela desses Mangalargas, ele teria que abandonar a genética que recebeu

em herança e saltar décadas na substituição do plantel de uma só vez. Assim ele fez, e no mesmo ano de meu nascimento também fez uma viagem para os Estados Unidos, que ele descrevia como “uma janela para o futuro”, e deu início à sua maior jornada, a formação da linhagem dos Mangalargas “JO”. Ele não descuidava do tempo por um só minuto, quando via um animal superior procurava adquiri-lo imediatamente e voltava dizendo: “trouxe uma Sebastião Malheiro”, ou mesmo, adquiri a cobertura do Sheik do João Francisco Diniz Junqueira. Jamais separava o animal de seu criador, nas suas anotações trazia o seu nome abaixo do animal, e sempre ia adicionando informações na tentativa de receber as chaves do seu raciocínio e conseguir acessar o banco de conhecimento do Mangalarga que ali havia e não estava exposto em nenhum outro lugar. Comigo comentava que os técnicos de cada área traziam em seu trabalho anos de experimentação, em razão disso estávamos sempre acompanhados de professores de equitação, veterinários, agrônomos e zootecnistas, todos sofrendo duras sessões de interrogatórios, sem o menor pudor de expor sua falta de conhecimento em alguma questão. Dessa forma trabalhava imaginando o que se passava na cabeça do criador de cada animal, buscando entender qual o objetivo dele, exemplificando com o maior da época, Sebastião Malheiro, sucessor de Edmundo Diniz Junqueira, que contundentemente perseguia


a beleza nos seus cavalos. Na sua montada poderia ser vista a sua imponente figura admirando a beleza plástica de sua montaria, especialmente a frente leve e aristocrática, pescoço piramidal, crineira fina e a delicada pele ostentando sua própria irrigação sobre uma musculatura destacada e enxuta. Observou que o grande cavaleiro João Francisco Diniz Junqueira, que havia também herdado a criação do Capitão Chico, era um excelente orador e nas suas explanações sempre dispendia mais tempo na qualidade do andamento de seus crioulos, chegando inclusive a zombeteiramente afirmar: “frente nasce, garupa dá-se”, ostentando o poder da equitação. Naturalmente em sua criação encontraríamos o bom andamento ligado à forte cascaria e corretos aprumos. Decifrando o código desses artistas procurava entendê-los e examinar os detalhes dos seus produtos, para

ganhar o tempo que eles dispersaram para chegar naqueles Mangalargas. Dessa forma, quando lhe apresentavam um cavalo ele destacava o detalhe do criador e à essa característica ligava a herdabilidade vinda dos seus predecessores que lhe moldaram. Tudo apresentava-se como “tempo”, por isso dizia que esse meu belíssimo tordilho levaria décadas para alterar suas principais características para adaptá-las ao nosso gosto, e nesse momento futuro os Mangalargas que iríamos perseguir já estariam portando outras características, tornando nossa corrida nesse período uma terrível “perda de tempo”. Meu avô obteve a graça de viver o cavalo por 24 horas por dia ininterruptamente, desde os 4 anos até o final, já com 96 anos e totalmente lúcido. Dizia que estava convivendo com a

terceira/quarta geração de amigos e a todos sempre exaustivamente dizia da importância do Tempo, mas com muito pouco resultado, visto que a grande maioria ainda tentava melhorar a genética própria e terminavam por descobrir muito tarde que o nosso bem mais valioso é o tempo. Esse tempo pode ser gentilmente adquirido através do trabalho de grandes homens, que justamente por entenderem a melhor maneira de utilizar os trabalhos de seus antecessores, tiveram sucesso, e hoje estão isolados no pódium da memória dos amantes do cavalo.

José Oswaldo Junqueira Fleury (Juca) Autor do Livro “JO – No caminho das pedras” Associado Nº 00726

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M emória

Por Gabriel Francisco Junqueira de Andrade (Bié), e José Maurício Iaki

Linhagem J.F. O braço da linhagem Favacho no Estado de São Paulo completa 60 anos de seleção!

O PERSONAGEM:

Sede da fazenda São José da Barra.

É na narrativa de Gabriel Francisco Junqueira de Andrade (Bíé), que iremos conhecer o perfil do mentor desta importante linhagem: “O meu pai, Geraldo Junqueira de Andrade (Capitão) nasceu em 16/10/1917 e faleceu em 03/04/2006. Era filho de Gabriel Fortes Junqueira de Andrade (Bilota), e Josefa Junqueira de Andrade. Portanto meus avós paternos eram da Fazenda Campo Lindo e da Fazenda Favacho respectivamente. Minha mãe, Dulce Junqueira Reis, era filha de Pedro Junqueira Reis (Fazenda Bela Cruz) e de Carmen Junqueira Reis (Fazenda Traituba). Portanto, nós somos descendentes diretos de quatro fazendas pilares na criação do Mangalarga e do Mangalarga Marchador. Meus pais tiveram seis filhos, José Urbano (JUJA), Helena Maria, Carmen Lúcia, Gabriel Francisco (Bié), Maria Dulce e Lourdes Maria. Nós moramos no Favacho até 1954 e todos, com exceção de minha irmã caçula, nascemos em Cruzília (MG), terra que meu pai amava, e jamais esqueceu, mantendo contato permanente com irmãos e parentes que lá ficaram. Como me lembro da sua alegria quando retornava a Cruzília por ocasião da Festa do Padroeiro, São Sebastião! Terços, missas e procissões, cartuchos, prendas e leilões! Quantas lembranças! Segundo nosso primo José Francisco Junqueira Maciel (Kiko), meu pai certa vez disse – ‘Deus fez Cruzília e perdeu a receita!’” O Senhor Geraldo recebeu o apelido de Capitão ainda no sul de Minas, mas Bié nos revela que seu pai nunca comentou o porque deste apelido. Ele acredita que era Bié e Jaguar J.F. ainda potro no cabresto.

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costume na época, já que seu avô era conhecido por Coronel Bilota, o Argentino (da Fazenda Bela Cruz) por Sargento, etc. Capitão era exímio cavaleiro, homem de hábitos simples, que se relacionava facilmente com qualquer pessoa. Boa prosa e agregador por natureza, mineiro típico, não pulava em galho seco! Jeitoso, Galo em Minas, Flu no Rio e SPFC em São Paulo. Como bom Junqueira nascido em Cruzília, o Capitão e seus irmãos José Bento (Bentinho) e Rubens (Tilu) receberam de influência paterna a vocação pela atividade agropecuária e o amor pelas caçadas (atividade que sempre forjava selecionadores de cavalos, e tropas com aptidões funcionais e de andamento). Toda a vivência do Capitão nos seus anos na Fazenda Favacho, e seu perfil de selecionador nato, ajudaram a consolidar não só a seleção de cavalos do sufixo JF, como também o gado leiteiro e os cães Fox-Hound, que tanto contribuíram para definir as características de seleção desta tropa.

Hoje estas terras estão ocupadas com canaviais e pivô centrais. Meu pai e seus dois cunhados, Walter e Pedrinho, com a aprovação do seu irmão Bentinho compraram a fazenda (com 1949ha de área) por 12 mil contos de réis. Meu pai vendeu sua parte no Favacho para o Tilu e posteriormente negociou com os cunhados a parte deles. Assim, em outubro de 1954, nós mudamos definitivamente para São Paulo e conosco vieram os peões de confiança do meu pai e respectivas famílias, seu gado leiteiro, seus cães de caça e seus cavalos. Enfrentaram uma realidade bem diversa: a de uma fazenda de café e agricultura, de colonização italiana. Mas meu pai, com seu jeito mineiro de ser se adaptou com facilidade, mesmo porque foi muito bem acolhido pela sociedade rio-pardense, fazendeiros e criadores da região.” A sede da Fazenda São José da Barra retratada por Arsênio Frigo.

O PALCO: É Bié, novamente, quem ilustra a mudança do Capitão, e de sua família, da lendária Fazenda Favacho, no Sul de Minas Gerais, para o coração da região Mogiana, no Estado de São Paulo: “Naquela época, como era de costume, meus pais moravam com meus avós no Favacho. Já éramos quatro filhos quando por ocasião do casamento do seu irmão Rubens pensaram em construir uma outra sede no Favacho, perto da Traituba, na Serra. Neste meio tempo surgiu uma possibilidade de mudança para meu pai, já que Tilu tinha manifestado a vontade de permanecer no Favacho. Em maio de 1954, por indicação de um parente da família Carneiro, meu pai teve a oportunidade de adquirir a Fazenda da Barra, entre os municípios de Itobi (SP) e São José do Rio Pardo (SP). Juntamente com seus cunhados Walter Junqueira Reis, Pedro Junqueira Filho, e seu irmão Bentinho vieram para a região de São José do Rio Pardo para conhecer tal fazenda. Eles foram pedir opinião ao famoso criador de Mangalarga José Oswaldo Junqueira, que morava na Fazenda Santa Amélia no município de São José do Rio Pardo. Talvez, tenha sido aí o começo do grande relacionamento entre os criadores José Oswaldo Junqueira e José Bento Junqueira de Andrade (Lobos). Indagado sobre a Fazenda da Barra, o Sr. José Oswaldo respondeu que não conhecia direito a propriedade; mas sabia que era de boa topografia, e que tinha muita terra de campo. Eis que os mineiros retrucaram: ‘- Ah! Isso não tem problema porque nós gostamos muito de caçar!’

Bié e seu pai Capitão saindo para uma caçada em 1960, Fazenda São José da Barra.

O INÍCIO: Bié nos relata quais foram os animais trazidos da Favacho, e o motivo da escolha da marca J.F. como sufixo: “Meu pai trouxe para a Fazenda da Barra o garanhão Gesso (Armistício X Onda) e 3 éguas - Imprensa, castanha (Krupp X Jaira), Camélia, baia (Fla-Flu X Aliada) e Ema, tordilha (Armistício X Onda). Esses animais já eram registrados na ABCCRM:” Revista Mangalarga • Setembro/2015

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M emória Nome do Animal: GESSO Número do Registro: 000793/D Tipo de Registro: Definitivo Sexo do Animal: Macho Sangue: Puro Nascimento: 8/10/1947 Pelagem: TORDILHA Pai: ARMISTICIO - 000039/D Mãe: ONDA - 001772/D

Nome do Animal: Número do Registro: Tipo de Registro: Sexo do Animal: Sangue: Nascimento: Pelagem: Pai: Mãe:

IMPRENSA 004175/D Definitivo Fêmea Puro 25/10/1949 CASTANHA KRUPP - 000540/D JAIRA - 001785/D

Nome do Animal: Número do Registro: Tipo de Registro: Sexo do Animal: Sangue: Nascimento: Pelagem: Pai: Mãe:

CAMELIA 002732/D Definitivo Fêmea Puro 19/9/1943 BAIA FLA-FLU - 000361/D ALIADA - 001778/D

Nome do Animal: EMA Número do Registro: 003396/D Tipo de Registro: Definitivo Sexo do Animal: Fêmea Sangue: Puro Nascimento: 28/8/1945 Pelagem: TORDILHA Pai: ARMISTICIO - 000039/D Mãe: ONDA - 001772/D

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“Aqui na Barra, começamos a marcar com o ferro JF na coxa esquerda (no Favacho era, e ainda é, na perna direita), e adotamos o J.F. como sufixo em homenagem a João Francisco Junqueira , o primeiro Junqueira vindo de Portugal, no século XVIII.” Bié esclarece, que surgem as seleções dos filhos do Capitão, sempre seguindo o mesmo direcionamento genético e zootécnico: “Posteriormente, na década de 70, meu irmão José Urbano (1941-2004) engenheiro agrônomo pela ESALQ-USP, adotou o sufixo JUJA. Eu, também formado pela mesma escola, passei a usar o sufixo JF do Bié, e após a morte do meu pai, JF.”

José Urbano (JUJA) e Damasco da Estiva.

OS PRIMEIROS PRODUTOS DA SELEÇÃO J.F.: O Capitão iniciou a sua seleção de cavalos Mangalarga em São Paulo, da mesma forma que estava acostumado a acompanhar na Fazenda Favacho; ou seja, o acasalamento da linha do Bellini JB, com a linha do Armistício da Consulta. Os primeiros produtos nascidos na Barra em 1954 foram com a letra “A”, Aza Branca, tordilha (Gesso X Imprensa) e Azalea, castanha ( Gesso X Camélia):

Nome do Animal: AZA BRANCA Número do Registro: 004177/D Tipo de Registro: Definitivo Sexo do Animal: Fêmea Sangue: Puro Nascimento: 28/10/1954 Pelagem: TORDILHA Pai: GESSO - 000793/D Mãe: IMPRENSA - 004175/D


Nome do Animal: Número do Registro: Tipo de Registro: Sexo do Animal: Sangue: Nascimento: Pelagem: Pai: Mãe:

AZALEA 004176/D Definitivo Fêmea Puro 25/10/1954 CASTANHA GESSO - 000793/D CAMELIA - 002732/D

A matriz Ema, por ser irmã-própria do Gesso, não pode ser acasalada com este reprodutor.

Esta foi uma matriz de extrema importância para a formação da tropa J.F., sendo negociada em idade avançada para o criador Francisco Toledo Rodovalho.

Nome do Animal: BANDOLEIRO Número do Registro: 001029/D Tipo de Registro: Definitivo Sexo do Animal: Macho Sangue: Puro Nascimento: 26/10/1955 Pelagem: CASTANHA Pai: CABOCLO - 000722/D Mãe: EMA - 003396/D Bandoleiro era um cavalo castanho, muito estruturado e foi o segundo prêmio para o Brilhante em São João da Boa Vista (SP) em 1958.

Éguas JF registradas em livro aberto no MM na década de 80. Da esquerda para direita Tâmara do Capitão, Casa Branca do Capitão, Baiuca do Capitão, Princesa do Capitão e Rainha do Capitão.

A PRIMEIRA VARIANTE GENÉTICA NA TROPA, A LINHA SM: Bié, nos esclarece como foi a opção do Capitão, em utilizar um reprodutor de genética SM (Sebastião de Assumpção Malheiros), que remonta às origens dos Fortunas do Favacho: “No ano seguinte (1954), já usamos a linhagem SM através do Caboclo (Invasor X Bugrinha) que era de propriedade de José Oswaldo Junqueira, da famosa Fazenda Santa Amélia, aqui em São José do Rio Pardo. Deste reprodutor, nós tiramos a letra B: Bateria (Caboclo X Imprensa), Bandoleiro (Caboclo X Ema ) e Brilhante (Caboclo X Camélia).”

Nome do Animal: BRILHANTE Número do Registro: 001028/D Tipo de Registro: Definitivo Sexo do Animal: Macho Sangue: Puro Nascimento: 23/10/1955 Pelagem: ALAZÃ AMARILHA Pai: CABOCLO - 000722/D Mãe: CAMELIA - 002732/D Brilhante foi para o sobrinho do Capitão, Aníbal Junqueira de Andrade (Lobos/Edu) e posteriormente vendido para o governo do Estado da Bahia - Fazenda Mocó, em Feira de Santana. Atlético J.F. (Ultimato J.F. X Mancha J.F.) – pai do Maestro Lobos e do Ministro Lobos (Camafeu Geneve).

Nome do Animal: BATERIA Número do Registro: 004427/D Tipo de Registro: Definitivo Sexo do Animal: Fêmea Sangue: Puro Nascimento: 25/11/1955 Pelagem: ALAZÃ Pai: CABOCLO - 000722/D Mãe: IMPRENSA - 004175/D Revista Mangalarga • Setembro/2015

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M emória A OPÇÃO PELA GENÉTICA FORTUNAS DOS FAVACHO (LINHA SHEIK): Sendo o Capitão oriundo da Fazenda Favacho, e tendo trazido o seu núcleo inicial de criação daquela fazenda, e ainda tendo acertado ao ter optado pela manutenção de cruzamento com a linha dos Fortunas (que representava o antigo tronco genético (antes da linha do Bellini JB): Telegrama do Cafundó, Fortuna e Joia do Chamusca, ao ter optado por um garanhão de origem SM, era natural que o selecionador promovesse a manutenção desta linha de acasalamentos dentro da tropa. Bié ratifica a escolha do seu pai pela linha dos Fortunas do Favacho, para a formação do plantel J.F.: “Como meu pai frequentava muito a região de Ribeirão Preto e Orlândia por causa dos parentes, logo passou a usar a linhagem Sheik, principalmente pelo andamento excepcional deste cavalo, mas também porque era racialmente muito preponderante e imprimia um selo racial característico da raça Mangalarga. Do próprio Sheik tiramos o Milagre J.F. (Sheik X Aza Branca J.F.), posteriormente vendido ao Lincoln Azevedo Neto.”

Nome do Animal: MILAGRE Número do Registro: 001503/D Tipo de Registro: Definitivo Sexo do Animal: Macho Sangue: Puro Nascimento: 9/10/1965 Pelagem: ALAZÃ TOSTADA Pai: SHEIK - 000626/D Mãe: AZA BRANCA - 004177/D Bié nos conta a história do reprodutor que daria o contorno genético definitivo da linhagem J.F., o Califa da Boa Vista: “Desta mesma linhagem veio para a Barra o Califa (Whisky X Numerada), com uma história interessante. No ano de 1963, meu pai foi lá no Roberto Diniz Junqueira, seu grande amigo da Fazenda Boa Vista em Orlândia (SP), para comprar um potro linhagem Sheik. Do lote de potros ele se encantou com o Califa e pediu o preço ao Roberto, que disse que este não estava à venda, pois era um presente para o meu pai! Naquele tempo existia dessas coisas! O Califa foi nosso garanhão por muito tempo, deixando ótima prole, tanto de machos como fêmeas. Já bem mais velho foi vendido para o Sr. Pedro Paulo Moreira, de Belo Horizonte (MG), (este senhor se não me engano tinha uma editora de livros em

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Belo Horizonte). E depois o Sr. Pedro Paulo vendeu o Califa para o Zezo,(José da Silva Oliveira), criador em Limeira (SP), onde morreu com 24/25 anos. Califa deixou grandes matrizes na tropa J.F., como por exemplo, Televisão J.F., Ximbica J.F., Roda Viva J.F. e os garanhões Opala J.F., Quinado J.F., Resumo J.F., Samoto J.F., Tinhorão J.F., Umará J.F. e principalmente Ultimato J.F.” Sobre o Califa, vale ressaltar que se trata de um cruzamento de meio-irmãos extremamente consanguíneo, pois Whisky era filho de Sheik X Bateia e Numerada era filha de Sheik com a sua irmã-própria Pupila:

Nome do Animal: CALIFA Número do Registro: 001385/D Tipo de Registro: Definitivo Sexo do Animal: Macho Sangue: Puro Nascimento: 8/12/1962 Pelagem: ALAZÃ Pai: WHISKY - 000992/D Mãe: NUMERADA - 004352/D Bié nos conta agora sobre outro reprodutor de origem Sheik, que foi de suma importância na história do plantel, o imponente raçador Damasco da Estiva: “Após a venda do Califa, trouxemos de Orlândia, no ano de 1975, o Damasco da Estiva (Rigoni X Araponga), que nos deixou excelentes éguas como Ondina JF, Pérola JF, Careta JF, Discoteca JUJA, e principalmente, o incomparável Pote JUJA, talvez o maior exemplo do acerto deste cruzamento da linhagem JF X linhagem Sheik em que foram mantidas as qualidades morais da tropa JF, como franqueza, coragem, disposição, temperamento de sela, aliados a ótimos andamentos e caracterização racial da linhagem Sheik.” Sobre o Damasco da Estiva, vale o comentário que era outro cruzamento de meio-irmãos extremamente consanguíneo, pois Rigoni era filho de Níquel X Siriema, e Araponga era filha de Feitiço X Siriema; portanto, um cruzamento fechando quatro vezes a genética do reprodutor Sheik:

Nome do Animal: DAMASCO DA ESTIVA Número do Registro: 002520/D Tipo de Registro: Definitivo Sexo do Animal: Macho Sangue: Puro Nascimento: 8/12/1974 Pelagem: ALAZÃ SALPICADA Pai: RIGONI - 001365/D Mãe: ARAPONGA - 006579/D


Geraldo Junqueira de Andrade e José Oswaldo Junqueira admirando Califa da Boa Vista, ainda potro, na Fazenda São José da Barra, em 1964.

Sobre a influência de Pote no Mangalarga Marchador, podemos citar que tradicionais criatórios utilizaram a sua genética, tais como Selva Morena, Catuni, Traituba, Golden Horse, AF, São Lourenço e Mandassaia, entre outros.

O INTERCÂMBIO GENÉTICO COM A LINHAGEM 53: Era um hábito muito comum na raça Mangalarga, as trocas de reprodutores e matrizes entre amigos e parentes, para se “socializar a genética de um animal”, e para aumentar os laços de amizade. Um destes intercâmbios foi da linhagem J.F. com a linhagem 53, como o selecionador Bié, assim explica:

Executivo J.F. ainda potro (Resgate JO X Ziza J.F.) – reprodutor que fez história no Sul de Minas.

Pote JUJA foi um dos cavalos de melhor andamento da raça Mangalarga, e Bié assim o define: “Pote JUJA saiu invicto das provas de andamento, sendo julgado por juízes oficiais, criadores e peões da raça Mangalarga e foi uma unanimidade. Talvez seu maior defensor tenha sido nosso primo Paulo Cesar Junqueira de Andrade, o reitor da marcha. Além de excepcional cavalo tornou-se grande reprodutor através de seus filhos Popó JUJA, pai de várias campeãs de marcha, e de Jaguar J.F., atual Campeão Nacional Cavalo 2014 da ABCCRM. Tenho informação que Pote JUJA foi bastante usado (ainda bem) no MM, mas não posso nominar com precisão. Infelizmente o Pote JUJA morreu recentemente em julho de 2014.” Geneticamente, este reprodutor fechava o sangue seis vezes no reprodutor Sheik:

Nome do Animal: POTE JUJA Número do Registro: 011115/D Tipo de Registro: Definitivo Sexo do Animal: Macho Sangue: Puro Nascimento: 29/8/1991 Pelagem: ALAZÃ AMARILHA Pai: DAMASCO DA ESTIVA - 002520/D Mãe: IMPALA JUJA - 022824/D

“Na década de 70, num intercâmbio com a linhagem 53, mandamos para os primos Haroldo, Carlos e Renato Junqueira Netto a Aza Branca JF, que gerou com Nitrato 53 o famoso garanhão Barã 53, até hoje com muita influência no plantel 53. De lá vieram Rebeca 53 (Nitrato 53 X Moema 53), Rena 53 (Lundu 53 X Ipanema 53), Soraya 53 (Nitrato 53 X Lavínia 53), Uganda 53 (Narcótico 53 x Noruega 53) e Varsóvia 53 (Nitrato 53 X Marília 53). Do cruzamento da linhagem JF com a linhagem 53 também obtivemos ótimos garanhões como por exemplo Xodó J.F. (Almanaque Mangalarga X Rena 53), Zico J.F. (Resumo J.F. X Soraia 53) e Urupá J.F. (Califa da Boa Vista X Rena 53). O Safári J.F. (Marrocos Porã X Rebeca 53) veio na barriga da Rebeca e foi para o Sul de Minas, Fazenda dos Lobos do tio Bentinho. Mas o principal garanhão deste cruzamento para a linhagem J.F. foi o Ultimato J.F., fruto do cruzamento de Califa da Boa Vista e Rebeca 53, pai de Ziza J.F. e Atlético J.F. Infelizmente Ultimato J.F. morreu aos 5 anos na semana Nacional do Cavalo em 1978, na Bahia.” Matrizes no piquete da Barra, inclusive Rebeca 53 (faixa branca na barriga) em primeiro plano à esquerda.

Sobre o Safári J.F., que acabou posteriormente negociado com o criador Júlio César de Almeida Lima (Fazenda Dana, em Cruzília), basta dizer que é simplesmente pai

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M emória do Truc do Morro Grande, o mais importante reprodutor Mangalarga Marchador do Sul de Minas dos últimos 20 anos:

xe do Favacho as éguas Zara e Zaga, filhas do Candidato, os garanhões Hino Lobos, Quebranto Lobos; e mais recentemente, eu trouxe Ministro Lobos. Para o Lobos foram Safári J.F., Executivo J.F., Resumo J.F. e Atlético J.F..” Em tempo, Bié ainda nos faz um importante esclarecimento sobre a origem do garanhão Chimango (que não era cria do Capitão), e que fez história na Fazenda Favacho:

Safári ainda formou uma importante base genética no Haras Ituverava, do emérito criador Antônio Sérgio de João Francisco (filho do Bié, aos 9 anos) montando Pote JUJA.

Quadros Barbosa.

O INTERCÂMBIO DA TROPA J.F. COM AS TROPAS FAVACHO E LOBOS: As tropas dos irmãos José Bento (Lobos), Rubens (Favacho) e Geraldo (J.F.) possuíam a mesma base genética, e o intercâmbio de animais entre as mesmas era inevitável. Com isto, vieram animais do Sul de Minas servir na tropa J.F. e animais J.F. servir nas tropas Favacho e Lobos. E Bié novamente esclarece, a forma como ocorreram estes intercâmbios: “A tropa JF sempre manteve um intercâmbio com suas origens no sul de Minas, procurando sempre manter as características originais da tropa Favacho, onde meu pai foi nascido, criado e lá viveu até seus 37 anos. Para manter este intercâmbio ele trou-

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Nome do Animal: Número do Registro: Tipo de Registro: Sexo do Animal: Sangue: Nascimento: Pelagem: Pai: Mãe: Criador: Proprietário:

CHIMANGO 001699/D Definitivo Macho Puro 15/12/1966 ALAZÃ TIBÉRIO - 001249/D XANTIPA - 005062/D JOSE OLINTHO FORTES JUNQUEIRA (ESP) - 00037 JOSÉ MAURICIO J. DE ANDRADE (ESP.) - 00480

“Chimango, era cria do Tio Zezico, Fazenda Floresta em São Joaquim da Barra (SP). Ele foi de presente para o Tio Bentinho e Tilu; entretanto, ele foi mais usado no Favacho. O Chimango era filho do Tibério com a Xantipa, que por sua vez era filha do Gesso (Favacho). Por isso a confusão sobre o seu criador que repito foi o Tio Zezico.” Portanto, não existe Chimango J.F., mas talvez, Chimango da Floresta! De volta ao tópico em questão, na tropa J.F. através destes intercâmbios ficaram as seguintes matrizes: Quizila J.F. (Califa da Boa Vista X Favacho Zaga), Vasante J.F. (Quebranto Lobos X Quizumba J.F.), Viração J.F. (Quebranto Lobos X Roda-Viva J.F.) e Vodka J.F. (Quebranto Lobos X Quizila J.F.). Na tropa Lobos, surgiram os seguintes animais: Maestro Lobos (Atlético J.F. X Bailarina Lobos), Ministro Lobos (Atlético J.F. X Espada Lobos), Bailarina Lobos (Resumo J.F. X Tirada Lobos), Bela Lobos (Resumo J.F. X Maravilha Lobos), Beline Lobos (Resumo J.F. X Aliança Lobos) e o afamado Bradesco Lobos (Resumo J.F. X Jangada Lobos). Sobre a utilização de animais J.F. na tropa Favacho, novamente Bié nos explica: “Nesta época o Favacho já tinha parado de registrar na ABCCRM, portanto a utilização de garanhões JF foi muito menor”.


Jaguar J.F. (Pote JUJA X Defesa J.F. - por Ministro Lobos), o animal que representa o atual momento da linhagem J.F

SUFIXO DO CAPITÃO - OS PRIMEIROS ANIMAIS REGISTRADOS NA RAÇA MANGALARGA MARCHADOR: Bié nos conta como ocorreram os primeiros registros de animais na raça Mangalarga Marchador: “O meu pai relutou muito em registrar na ABCCMM porque na época tanto a marcha como a morfologia dos animais ali registrados eram muito diferentes da nossa tropa. Mas com a mudança de orientação de seleção do MM e com a influência dos técnicos Flávio Brandão Crisóstomo e Mário de Castro Andrade (Maroca) resolvemos registrar em livro aberto. Na década de 1980 registramos diversas éguas em livro aberto no Mangalarga Marchador com o sufixo ‘do Capitão’. Parte destas éguas foi fruto de uma parceria com Paulo Junqueira Franco (linhagem Consulta), mas esta sociedade foi logo desfeita e não deixou produção expressiva. Nesta mesma época registramos algumas éguas mais velhas (autênticas J.F.) e que portanto deixaram pouca produção, como, por exemplo, Casa Branca do Capitão (mãe de Gesso II do Capitão), Ivinhema do Capitão e Rainha do Capitão, que serviu no plantel Norremose.”

A UTILIZAÇÃO DE GENÉTICA JO NA TROPA J.F.: Através da utilização de cobertura do Abaré JO (Pensamento X Friza), enquanto ainda estava na Fazenda Santa Amélia (antes de ir para os Lobos), na matriz Favacho Ema (Armistício da Consulta X Favacho Onda), nasce

em 1965, a Maritaca J.F., que deixou duas filhas na tropa: Abelhuda J.F. (por Califa da Boa Vista) e Quizumba J.F. (por Milagre J.F). O Capitão mandou a imponente matriz tordilha Ziza J.F. (Ultimato J.F. X Kodak J.F.), para o seu dileto amigo Roberto Diniz Junqueira, para ser acasalada com o reprodutor Resgate JO (Cocar JO X Moratória JO), nascendo no ano de 1981 o lendário reprodutor Executivo J.F.

Em terras sul mineiras, Executivo brindou a raça Mangalarga Marchador com produtos de escol, tais como: Grapete Edu (por Bola Edu), Jardim Edu (por Azambuja Edu), Lara Edu (por Joia Lobos), Maitê Edu (por Canoa do Ivaí), e das extraordinárias matrilíneas Cida de Centauro (cuja a origem materna nós desconhecemos), Lagoa Bonita Gaivota (por Lagoa Bonita Seresta) e a lendária Lislie Edu (por Bailarina Lobos). Outra utilização da genética JO na tropa J.F. foi através do reprodutor Fulião (Urucum JO X Fada (Sheik X Starraia)), que acasalando a matriz Vodka J.F. (Quebranto Lobos X Quizila J.F.), gera no ano de 1980, o castanho Daiquiri J.F., que foi reprodutor por muitos anos da afamada tropa Seara Dourada, do Senhor Alberto Garcia de Figueiredo, de Mococa (SP). É desta linha genética, que descende o extraordinário reprodutor Guaritá da Seara Dourada. Bié ainda elucida outras utilizações desta genética, na tropa J.F.: “Na década de 90 usamos em 2 éguas a linhagem Gigante JO, através de Turbante JO e Cocar JO, visando melhorar garupa e pulmão (perímetro torácico). Tiramos deste cruzamento 3 ótimas éguas - Debutante J.F. por Cocar JO, Fábula J.F. e Heresia J.F. por Turbante JO, e um garanhão, Ídolo JUJA, avô materno de Popó JUJA. As mães de todos estes produtos eram linhagem Sheik X linhagem Favacho. Depois disso usamos o Belo JO (Turbante JO X Gazela JO) que nos deixou excelentes matrizes como as irmãs próprias Linda Flor J.F. e Vitrine J.F., ambas filhas de Capitão do Ivaí na Ziza J.F., portanto netas de Belo JO. Lembramos que Vitrine J.F. é mãe do grande campeão 2013 da ABCCRM, Alecrim MAB. Revista Mangalarga • Setembro/2015

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M emória Capitão do Ivaí (cria de nosso primo João Carlos Meirelles Pinheiro do Paraná), neto materno de Umará J.F. é também pai de Cascata JO, grande campeã nacional da raça Mangalarga de 1998.”

Kodak J.F., mãe de Ziza J.F. e avó de Executivo J.F..

A INFLUÊNCIA DA GENÉTICA J.F. NA RAÇA MANGALARGA MARCHADOR: Com a palavra, Bié Junqueira de Andrade: “Os garanhões e matrizes que mais deixaram descendência no Mangalarga Marchador foram Safári J.F., Resumo J.F., Executivo J.F., Daiquiri J.F., Dilema J.F., Xororó J.F., Tinhorão J.F., Quinado J.F., e as matrizes Imprensa J.F., Ziza J.F., Careta J.F., Heureka J.F., Ximbica J.F. e Vodka J.F. De todos os animais citados com influência no Mangalarga Marchador a grande maioria trabalhou no sul de Minas , talvez com predominância na Fazenda dos Lobos do tio Bentinho, já que lá serviram Resumo J.F.(pai de Bradesco Lobos e avô materno de Lobinho Lobos), Executivo J.F. e Atlético J.F., pai de Ministro Lobos. Também poderíamos citar os criatórios Amaral, Crocotó, Seara Dourada, que usaram respectivamente Resumo J.F., Dilema J.F. e Daiquiri J.F. O Tinhorão J.F. (Califa da Boa Vista X Kodak J.F.) também serviu na região de Lins (SP). Quinado J.F. (Califa da Boa Vista X Azalea J.F.) e Zico J.F. (Resumo J.F. X Soraia 53) foram muito utilizados na região de Varginha. Mais recentemente animais J.F. serviram no plantel Selva Morena através de Xamata J.F. e Disco J.F. Xororó J.F. (Pote JUJA X Heureka J.F.) foi usado na Fazenda Traituba.”

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A LINHAGEM J.F. POR BIÉ JUNQUEIRA DE ANDRADE: “Conceitualmente as linhagens Favacho, J.F. e Lobos, (praticamente irmãs) jamais se afastaram das suas linhas mestras de seleção - temperamento de sela, franqueza, coragem, rusticidade, bom senso, boa marcha e bom galope, condições essenciais para exercer as atividades para as quais foi selecionada, lida com o gado, grandes viagens e caçada ao veado, que foram fundamentais para manter estas características funcionais. Tanto é que existia uma propaganda antiga nossa que dizia ‘essa matilha exige a criação de bons cavalos’. Na década de 1970, o saudoso primo Bié do Favacho dizia que os paulistas achavam a tropa Favacho muito marchada... e os mineiros achavam a mesma tropa muito diagonal... Portanto, nós vamos continuar criando o tipo de cavalo que nos serve há mais de 100 anos! Ou como diz o Rubinho do Favacho: ‘mas para isso (identidade de tropa), demora... não é da noite pro dia não’! A linhagem J.F. nunca abriu mão destes valores de seleção e esta é uma característica fixada no DNA dos animais puro J.F. (sejam eles registrados em BH ou SP). Nunca a linhagem J.F. aderiu a algum modismo passageiro, seja em termos de andamento ou morfologia. Ao contrário, acho que a moda é que chegou à linhagem J.F., como reconhecimento de suas qualidades selecionadas há mais de 100 anos. Aqui na Barra temos todas nossas éguas registradas e usamos garanhões linhagem Favacho/J.F. e J.F. tanto no Marchador quanto no Mangalarga. São 70 anos de registro na ABCCRM e 60 anos de seleção da linhagem JF em São José do Rio Pardo. Atualmente sou vice presidente da ABCCRM onde colaborei primeiramente como jurado por mais de 20 anos, depois como presidente do CDT por duas gestões além de ter sido membro do conselho de Administração da Cooxupé e por duas vezes presidente do sindicato rural de São José do Rio Pardo. Casado com Mariliza N. S. Junqueira de Andrade e tendo cinco filhos, Carla, Paula, Maura, João Francisco e Gabriel Francisco, tenho certeza que meus filhos, pela oitava geração da família, darão continuidade à seleção J.F., já que foram criados na fazenda e sempre mostraram paixão pelas cavalgadas e aptidão para a criação de cavalos”. E é com esta filosofia de seleção, que a linhagem J.F. comemora os seus 60 anos de seleção, com o compromisso de produzir o melhor cavalo de sela nacional! Muito Obrigado Capitão e JUJA! Parabéns Bié!



L azer & C ultura

Canadá, uma terra sem limites

Cavalgada na Columbia Britânica inclui a travessia de territórios indígenas e planaltos belíssimos, além do vislumbre de ursos e lobos selvagens Apesar da mineração e a exploração florestal serem as principais atividades da Columbia Britânica (BC), a “cultura cowboy” ainda impera em toda a região. Cavalgar na chamada “última fronteira” (devido aos seus vastos espaços desabitados, natureza selvagem e espetacular) do Canadá é aventura inesquecível. Terra onde estradas, cidades, indústrias e pessoas são artigos raros. A maioria da população descende de índios (First Nation) e a vida selvagem tem muita diversidade, incluindo ursos, lobos, carneiros selvagens “bighorn” e caribus da montanha. No vale vizinho (Nemiah), onde cavalgamos, cerca de 400 cavalos selvagens descendentes diretos dos cavalos trazidos pelos colonizadores espanhóis vivem na Reserva Elegesi Qayus, protegidos pelos índios da tribo Xeni Gwet’in. Outra região pouco habitada é Chilcotin, composta de planaltos de altitude com mais de 500 mil quilômetros quadrados onde milhares de cabeças de gado vivem sem cercas. Ali existem áreas secas nas “grasslands” e picos gelados com mais de 4.000 metros de altitude, onde glaciares ajudam a formar belos lagos com água azul turquesa. Muitas histórias de pioneiros ainda são contadas pelos descendentes que continuam na região. Em 1887,

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Nellie Hance tornou-se a primeira mulher branca a cavalgar na região, percorrendo num silhão (sela com estribo de um só lado para montaria de mulheres usando saias) 485 quilômetros com a intenção de chegar ao rancho de seu marido, perto de Lee’s Corner. Os descendentes do pioneiro Norman Lee (origem do nome da pequena cidade de Lee’s Corner) contam que ele partiu em maio de 1898 com 200 cabeças de gado numa viagem de 2,5 mil quilômetros, rumo à região das minas de ouro (o principal objetivo da introdução e da criação de gado na região foi abastecer os mineradores durante a Grande Corrida do Ouro nos anos de 1860). Norman perdeu todo o seu rebanho durante a viagem, mas não perdeu esperanças e retomou suas atividades, tornando-se um rancheiro bem-sucedido. Em Anahim Lake, um mercado ficou famoso por seu lema: “Se não tivermos o que procura é porque você não precisa.” Diferente da região de Cariboo, local onde a Corrida do Ouro gerou atritos, em Chilcotin a maioria dos chefes índios era amigável, tendo participado como colaboradores na implantação dos ranchos e contribuindo para o desenvolvimento das atividades ali praticadas. Um deles, o Gang Ranch tornou-se o maior Rancho da Améri-

ca do Norte, atualmente propriedade de um sheik saudita. O rancho mais antigo, fundado em 1858 por um imigrante alemão que se casou com a filha de um chefe da tribo Alkali , chegou a ter mais de 4.000 cabeças, entre bovinos e equinos, cuidados por dezenas de cowboys. Hoje, com 14.970 hectares, a propriedade pertence ao milionário e campeão mundial de apartação (cutting horse), Charlie Chunky Woodward, dono da famosa cadeia de lojas de departamento identificada por seu sobrenome. Depois de uma viagem de quase duas horas em avião (fretado) desde Vancouver, cruzando a espetacular


Fotos: Eduardo Rocha. Os participantes também atravessam trajetos tomados pela neve.

O passeio permite o contato com o modo de vida local.

cordilheira costeira, chegamos numa antiga pista de pouso do exército, no extremo norte do Lago Chilko. Alimentada por fluxos glaciais e rodeada por picos majestosos, esta é uma das áreas mais impressionantes da Columbia Britânica. Nosso Lodge, como não poderia deixar de ser, é todo construído em toras no sistema “Log home”. Este local é a base para nossa cavalgada em terras canadenses. Esta é uma região de ursos pretos e pardos e também de grandes águias. Há muita vida selvagem, especialmente no final do verão, no final da corrida do salmão. O Tsylos Provincial Park foi criado em Janeiro de 1994, e compreende aproximadamente 233 mil hectares de montanhas escarpadas, lagos azuis, geleiras, prados alpinos e cachoeiras. O Lago Chilko é o maior lago canadense de água doce natural em terras de altitude e domina o parque. É belíssimo, principalmente devido à sua cor azul esverdeada e aos dramáticos cenários das montanhas que o cercam. Há algumas áreas no mundo que, apesar de maravilhosas, poucos coRevista Mangalarga • Setembro/2015 Belos picos nevados marcam o cenário.

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Fotos: Eduardo Rocha.

L azer & C ultura

Cavalgada oferece a oportunidade de conhecer área intocada da América do Norte.neve.

Ursos podem ser avistados ao longo do trajeto.

Região é conhecida como a “última fronteira” do Canadá.

nhecem. Esta, sem dúvida, é uma delas; região selvagem, bastante remota e isolada. É uma terra povoada por aqueles com um forte senso de independência, força de caráter, bom humor e muita determinação. Uma terra de cabanas de madeira com fogo sempre na lareira, e um pote de café que nunca está vazio. Raramente visitado e praticamente intocado, Chilco é como uma jóia rara. Poucas pessoas o têm visitado, mas uma vez descoberto, raramente é esquecido. Nosso Lodge foi criado em 1957 por Bud McLean como um alojamento de pesca e de caça. Agora, o local é propriedade de sua filha mais jovem Karen McLean e há muito tempo não se caça mais por lá, com as atividades se concentrando especialmente na pesca e nas cavalgadas. Entretanto, Bud, que em sua juventude foi um dos “homens de Malboro” no Canadá, continua proporcionando aos visitantes, ao final de cada dia, conversas sempre cheias de histórias interessantes.

Paulo Junqueira Arantes Diretor da Cavalgadas Brasil www.cavalgadasbrasil.com.br Cerca de 400 cavalos selvagens vivem na Reserva Elegesi Qayus.

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M omento S ocial

8ª Copa de Marcha de Amparo Centro Hípico Hipocampo

Fotos: Flávia Raucci e Núcleo de Amparo.

07 e 08 de agosto

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Revista Mangalarga • Setembro/2015

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M omento S ocial

Fotos: Norberto Cândido.

Road Shopping 01 de agosto de 2015

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Fotos: Divulgação.

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A nunciantes

Fazenda São Pedro Páginas 02 e 03

Haras Garden Página 07

Paraíso Mangalarga Página 11

Haras EFI

R evista M angalarga

de

S etembro 2015

Haras RR

Página 45

Haras Chave

Nova Vedovati Página 47

Haras Pensamento

Página 65

Página 67

Haras Zarif e Filhos Página 69

Páginas 48 e 49

Mangalarga Patriota

Haras Germana

Página 71

Página 51

Haras Equus

Haras Pitanga

Página 53

Página 19

Sernapo

Página 27

Ed.

Fazenda Santa Rita

Página 15

Haras Otnacer

Boutique Mangalarga Páginas 72 e 73

Fazenda Vassoural

Página 55

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Página 81

Página 57

JLC Projetos

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Página 31

Página 59

Aplicativo 37ª Nacional Página 85

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Haras Montanhêz

Página 95

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AC Mangalarga

CASS Mangalarga

Página 37

Página 63

Página 96

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