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Zema concede o Rodoanel sob protestos de Betim e Contagem
Contrato da obra da via, de R$ 5 bi, foi assinado
Gabriel Ronan
Especial para O Tempo Betim
O governador Romeu Zema (Novo) assinou na última sexta-feira (31) o contrato de concessão do Rodoanel Metropolitano, obra orçada em R$ 5 bilhões, dos quais o Estado en- trará com R$ 3 bilhões – provenientes do acordo com a Vale –, e a empresa, com os outros R$ 2 bilhões. No mesmo dia da oficialização do acordo com a empresa italiana Inc. SPA, que irá construir a nova via de 100 km, as prefeituras de Contagem e Betim – duas das sete cidades mais afetadas pela supervia – voltaram a cobrar mudanças no projeto apresentado por Zema e reafirmaram que não concederão a licença da obra caso o traçado não seja alterado.
“Betim sente uma urgente necessidade do Rodoanel, mas num percurso que não cor- te as áreas mais densamente povoadas. O Rodoanel não pode se transformar numa agressão ao equilíbrio da população, especialmente dos bairros mais populosos. Já existe uma lei municipal que permite o Rodoanel, mas num percurso de área externa aos bairros mais populosos. Não se quebra lei municipal sem acordo com o prefeito. Betim nunca vai licenciar essa obra, e, sem a anuência do município, não tem como (ocorrer a obra). Se não passar (o traçado) por fora das áreas urbanas, dos bairros, não vamos licenciar. Nós temos posição de contestar a escolha desse traçado atual, que destrói Betim e vai trazer muito sofrimento e perdas para a cidade e para a população”, criticou Vittorio Medioli.
A prefeita Marília Campos (PT) reforçou o posicionamento contrário à atual proposta. “Primeiro, nós queremos deixar mais uma vez registrado que Contagem é a favor da construção de um Rodoanel. Agora, isso não pode ser feito àscustas de umsacrifício enorme para a cidade de Contagem, para a população de Contagem. O traçado hoje proposto tem um impacto social, porque atravessa áreas já adensadas, implicando em centenas de desapropriações, como
“Betim sente uma urgente necessidade do Rodoanel, mas num percurso que não corte as áreas mais densamente povoadas. (...) Se não passar (o traçado) por fora das áreas urbanas, dos bairros, não vamos licenciar.”
Vittorio Medioli Prefeito de Betim
também é um traçado que passa na área de preservação ambiental da Bacia de Vargem das Flores, que poderá trazer uma consequência futura para o abastecimento de água na cidade”, diz. Marília ainda garantiu quenão haverá certificado de licenciamento sem alteração no projeto.
A concessão será realizada por meio de Parceria PúblicoPrivada (PPP), e o projeto prevê a construção de aproximadamente 100 km de malha rodoviária. A concessão será para obras, manutenção e operação. A expectativa é que, até 2027,as alças Norte eOeste sejam concluídas. Essa primeira etapa representa cerca de 70% da intervenção. O governo aposta numa diminuição entre 30 e 50 minutos no tempo gasto hoje para fazer o mesmo trajeto. “Vai melhorar em muito a vida de muitos usuários. Só olhar como São Paulo cresceu nos últimos 20 anos com o Rodoanel Metropolitano. Em Minas, o impacto será ainda maior”, afirmou o governador Romeu Zema.
Aempresavencedoradalicitaçãotambémadotoutom“festivo” após assinar o contrato. “É o culminar de um sonho cujos objetivos começam hoje a se concretizar”, afirmou o CEO da Inc. SPA, Cláudio Dogliani.
Projeto alternativo
As prefeituras do Médio Paraopeba apresentaram um traçado alternativo ao do Estado que, segundo os gestores municipais, traz menos impactos para as cidades.
Ambos os projetos do Rodoanel, o do Estado e o alternativo, previam que o corredor viário passasse dentro da APA Várzea das Flores. Mas, pela proposta dos prefeitos, o impacto na APA seria menor, visto que a via passaria por áreas menos povoa- das, e a extensão dela seria menor: cerca de 9,9 km contra 13 km do Estado. O projeto elaborado também previa três pistas, sem necessidade de transposições, e outras benfeitorias complexas, com trânsito rápido e acessos diretos e sem interseções. A obra seria feita com mais agilidade e menor custo porque seriam menos desapropriações, já que o traçado perpassa áreas rurais, e não urbanas. (Da Redação)
“O traçado hoje proposto tem um impacto social, porque atravessa áreas já adensadas, implicando em centenas desapropriações, como também é um traçado que passa na área de preservação ambiental.”
Marília Campos Prefeita de Contagem
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